peregrinaçao mensal de agosto€¦ · maria, rainha da a 8 de dezembro de 1955, o conselho da...

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- -- - -- -- -...... Uma das recomendações que :\'o<,sa Senhora fe1 \ na Fátima aos videntes foi que aprendessem a ler. Quererá isto certamente dizer que temos obrigação de nos valorizarmos !>Ob todos os a<,pectos, nomea- damente no cultivo da inteligência. Aproxima-se o começo de novo ano escolar. Que todos os estu- dantes sintam o grave dever de bem aproveitar o tempo c as qualidades que de Deus receberam para "-realizarem dignamente a sua missiio na terra. Director e Editor interino: Padre Joaquim Domingues Gaspa1 ANO L N. 0 600 13 DE SETEMBRO DE 1972 P U B L l C 11. Ç Ã O l\1 E N S A L Proprietária e Administradora: «Gráfica de Leiria» - Largo Cónego Maia - Telef. 22336 Composto e impresso nas oficinas da «Gráfica de Leiria» Maria, Rainha da A 8 de Dezembro de 1955, o Conselho da Europa aceitou, como símbolo da unidade europeia, uma bandeira: doze estre las sobre fundo azul. Alguns homens eminentes que ocupam altos cargos em organismos peus julgam ver neste facto, levado a cabo sem intenção mas que se tornou um simbolismo claramente marial, um ao 1 J iniciado de colocar a unidade da Europa sob a protecçao de Mana. A ideia tem raizes profundas na história de quase todas as nações da Eu- ropa que, caso notável, todas. oficial ou popularmente, escolheram a _me:>ma Rainha e todas Lhe renovaram, até ao presente, os testemunhos colectivos da sua fidelidade. ALEMANHA Recém-convertida por S. Bonifâcio, togo rivaliza com as outras nações, proclamando Maria Rainha. Um monge beneditino da Suávia (1054) pretende 1er dado a «Salve-Rainha» à Igreja Católica ; inscriçõe11 do século XII co- meçam com a saudação «Ave-Maria Imperatriz»; no século XIII Von Vol- gelwelde canta a «Maria Rainha» e os monges e cavaleiros, ao nomeá-la habi tualmente, chamam-na «Senhora» e «Rainha)). Perante os ataques de Lutero, S. Pe- dro Canisio exclamava: «Porque a não havemos de chamar Rainha?» E até Goethe, na cena final do Fausto, põe na boca do Dr. Marianus esta mvocação: «Soberana maior do mun- do ... Virgem incomparàvelmente pura, Rainha que escolhemos>). O Santuário de Altonting foi o centro mais forte de resistência contra o na- r.Jsmo. Depois da guerra, partiu de Schontatt um movimento dirigido à coroação de Nossa Senhora. O Exército Azul lançou a ideia de consagrar o pais ao Imaculado Coração de Maria. Foi secundada por uma petição popu- lar numerosíssima. e o Cardeal de Colónia. assistido de vários bispos reurudos em Fulda, realizou-a a 25 de Setembro de 1954. AUSTRI.r_ Mariazel é o centro mariano onde conve rgem a devoção e a entrega do povo austriaco a Maria reconhecida como Rainha. «Magna Mater Austriérm. Rainha e soberana que fez da nação o escudo da cristandade e fosso in- lransponível para os turcos, atribui-se- -lhe também actualmente a libe11ação d" jugo soviético. BÉLGICA De·toção tão antiga como moderna, a sua origem perde-se nos tempos, pois quando aparecem tcslemunhos j.i P.Stâ dotada de grande vitalidade. A sua h:stóna - como diz Péguy - é a «di' 1--.dos os dias >) , simples, hab;tuJ.!, iem qu e nela surpreenda o extraor- d:nano Ern 1932 apareceu em Be auring a do Cora ção de Ouro>); em 1933, em Banneux, «Nossa Senhora dos l'obr ... s)). Em 5 de Setembro de 1954, vmte e se te das suas 1magen11 mais - (Monta1gu, Ba:xo Wabre, Groe- Dadizelo .. ) avançavam r.lCme. em proc!ssão, entre o povo que cantava «Reinai sobre nÓS)>, para a planície de Koekelberg, ond<.>, pe- rante mais de 300 000 pereg rinos, o Cardeal Van Ro cy consagrou a nacão a Mana Rainha. FRANÇA A França desde os se us inícios é chamada «Reino de Matia>). A esposa de Henrique IV dizia em seus versos que «a única coroa. real verdad_eira era a da Virgem, pots a sua de ramha não era senão vaidade, e fumo >) . Luis XIU confirmou oficialmente o sen- tir popular consagrando o seu reino à Virgem Maria, a 10 de Fevereiro de 1638. Sinal perpétuo desta consagração é o grande altar erecto na catedral de Paris e a insti- tuição da procissão solene de 15 de Agosto em todas as cidades e aldeias. Em 1906 foi coroada a imagem de Nossa Senhora da Paz na capela cons- truida no cemitério onde repousam as últimas vitimas do Terror desde 1794. Em 1943 o episcopado renovou a consagração da França a Maria sob a invocação do Coração Imaculado. Além disso, os santuários de Puy e de Lurdes Calam por si. HOLANDA Pais conquistado ao mar, coloca-se sob a protecção de Maria, como «Estrela do Man> no moste1ro de Maestrich. No ducado de Bravante reconhece-se implicitamente a sua soberania chamando <<Duquesa>) à Vir- gem do Bosque. É errada a ideia de considerar a Holanda como pala não católico. Re- censeamentos recentes dão 40% de católicos, isto é, quase tantos como todas as diversas confissões protes- tantes juntas, pois uns 17% declaram-se ccsem religião». O cristianism? ali desde o ano 300 e as suas pnmetras obras literárias e populares estão de- dicadas a Nossa Senhora: ccmistério.J)), «gozos» deliciosas peças de teatro que, a chamada «Maria do Ni- mega>), ainda se representam mente. Três séculos de lutas reli- glosas e a apostasia das do Norte não consegwra.m cx tmgu1r estas deliciosas Actualmente as man tf'Jstações tivas são nume rosas e ftequcmus. pouco, dcp oi;; dum retiro para tares, toda a guarnição foi em peregr:- nação, e atê nas regiões do norte, onde o protestantismo se mpre se mos- trou intransige nte, o sin dicato dos malinhe iros colocou-se .>ob a protecç.io de «Maria. Estrela do Mar )). HUNCR!A Nos pert mbados anos do X: Gist>la, ao c ... sar-se com o que fel S. Estêvão, conv erteu-o ao crisllanismo. Com ele a princesa alemã transfcrmou os selvagens e feros magiares cm Europa nação civilizada, que proclamou Rainha a Virgem Maria, dando Lhe para sempre o ceptro e a coroa, emblemas da realeza. No decurso dos séculos, a doação do pais à sua Rainha foi várias vezes renovada. A 27 de Junho de 1943, apesar do risco das represálias, o pre- sidente da Câmara de Budapeste con- sagrou solenemente a cidade ao Ima- culado Coração de Maria, e, quando o povo húngaro recita a ave-maria, não diz <<Santa Maria )> mas <<Santa Maria, nossa Rainha )). INGLATERRA A doutrina da Imaculada Conceição era comum na Irlanda no século IX. No século XI passou para a Inglaterra . Tradição ininterrupta assinala o pais como <<Domlnio de Maria)>. ecOs in- gleses - escrevia o Arcebispo Arnudel de Cantuária cm 1399 - somos o.; súbditos da sua herança e do seu reino )>. As imagens de Walsigm.n, Sudbury, Muswell, Iorque , Artley ... são todas Nossas Senhoras coroadas. A ideia é natural aos católicos ingleses e em toda a Grã-Brctanha é conhecido o cântico a Maria Rainha que tem a sua expressão prática na fesra da coroação que se celebra no mês de Maio. A sujeição a uma Rainha a quem por direito pertence o pais é um ideal profundamente gravado inglês desde os tempos z:nélls AJknin cantava: <<Tu Regma poli, via spes maxima nostra»; Chaucer, Lyd- gate, Hoocleve ... também o exprimem nas suas poesias c até um eco delas parece chegar a Spencer, Selly e Byron. As imagens que o temor ocultou du- rante as perseguições da Reforma são trazidas do <<desterro>) pela piedade de seus filhos, e sem vacilar podemos afirmar que a proclamação da Realeza de Maria com a impressionante cenmó- nia da coroação de Nosaa Senhora de Wembley, a 3 de Outubro de 1934. foi uma prova da sinceridade C:o seu e ntusiasmo. ITÁLIA O rito das coroações solenes e p ú- blicas tem origem na Itália. Em 1350 era antiga a cerimónia desta coroa- ção no Sábado Santo na prese nça do povo. Em 1631 Alexandre Sforza de u o ouro para a coroa. Os Papas P1o VI. Pio VIl e Gregório XVI oficiaram pes- soalmente no so:ene rito. Uma mani- festação imponente obstruiu as amplas avenidas de Roma permitindo com a passagem da procissão que conduzia a Virgem «Salus P.opuh Romani» da sua capela em Santa Man a Maior para S. Pedro do Vaticano onde Pio XII ia colocar sobro a sua fronte o rico diadema real sancionando o tltu!o de Rainha da Itália que o povo sempre Lhe deu, ao longo dos séculos . POLÓNIA A primeirü igreja da Polónia. na ilha do lago Lednica, foi consagrada a Maria. O do::umento mais antiqo da s1.1a literatura é o hino a «Bogorod;u:an As imagens de Maria, que ae contam às dezena'!, s3.o quase todas coroajas . A mai; lebre é a de Czestoc.howa, centro de peregrinações. Desde tem- pos imemoriais este povo não admite outra Rainha senllo Maria, até ao ponto de procurar ciosamente que nenhuma das suas princesas usurpe "tal nome . S. Pio X ratificou o titulo de <<Maria Rainha da Polónia)), permitindo incluir es ta invocação nas Ladainhas. A polaca Maria Winowska afirma que << por nada do mundo um polaco consentma em om!ti-la. Perante as dout rinas ma:- xistas e ateias do invaso1·, a p1••da.!e mariana permanece inquebran:a ,el ). Maria velará pelo catobcismo s,,mp:e arraigado do povo polaco. e Continua na p:\gin.1 4 O 7nês Rosário I Outubro é chamado o mês tio Rosário, talvez por, no dia 7. c;e cclciJrar a festa de Nossa Senhora do Rosário. Seja pelo que for, o que importa é fazer deste mês um mês de par- ticular c sincera devoção a Nossa Senhora, principalmente pela reza devota, atenta c meditada do terço, se não for possível do completo. Outubro r tamhém o mê!> em que se deu a última da., apa- ri\ 'Ôl'" c;eguida., de Senhora na Fátima, em 1917. Por tutlo i .. to. cnnvidamos lodos oc; associados da Pia União tio' l rutados da Fátima, membros do Exército Alui c todos os amigO!> c o to., dl' l"'ns'>a Senhora cm geral a 'i verem o próximo mês dl' Outuhro cm maior união com a Santíssima Virgem, sobretudo pela oraç ão do terço, insio;tentcmcnte pedida por Ela 55 anos neste local. E<,tá cm cau'\a o nosso amor filial para com a Mãe do Céu. o nos'>o tlc p:ll para o mundo c o nosso compromi'iso de tão., l' de at>óstoh>.., na salvação dn'i almas. _ .\las se kmbramos o próximo mês de Outubro como o «me., I do não queremos deixar de recordar tamiJém que o amor à \'irgem 1\Iaria c o cumprimento dos Seus amorosos pedidos na CO\a da Iria são exigências de todos O<; dias.

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Page 1: Peregrinaçao Mensal de Agosto€¦ · Maria, Rainha da A 8 de Dezembro de 1955, o Conselho da Europa aceitou, como símbolo da ... meçam com a saudação «Ave-Maria ... súbditos

- ~ -- - - --- -- -...... Uma das recomendações que :\'o<,sa Senhora fe1 \

na Fátima aos videntes foi que aprendessem a ler. Quererá isto certamente dizer que temos obrigação de nos valorizarmos !>Ob todos os a<,pectos, nomea-damente no cultivo da inteligência. Aproxima-se o começo de novo ano escolar. Que todos os estu­dantes sintam o grave dever de bem aproveitar o tempo c as qualidades que de Deus receberam para

"-realizarem dignamente a sua missiio na terra.

Director e Editor interino: Padre Joaquim Domingues Gaspa1 ANO L N.0 600 13 DE SETEMBRO DE 1972 P U B L l C 11. Ç Ã O l\1 E N S A L

Proprietária e Administradora: «Gráfica de Leiria» - Largo Cónego Maia - Telef. 22336 Composto e impresso nas oficinas da «Gráfica de Leiria»

=========-------~-~-~-~- ~~-~~~--~~~~-~~~~~~--!~~~~~

Maria, Rainha da A 8 de Dezembro de 1955, o Conselho da Europa aceitou, como símbolo da

unidade europeia, uma bandeira: doze estrelas sobre fundo azul. Alguns homens eminentes que ocupam altos cargos em organismos eur~

peus julgam ver neste facto, levado a cabo sem intenção preconcebi~a mas que se tornou um simbolismo claramente marial, um ale~to ao mo~Imento

1J iniciado de colocar a unidade da Europa sob a protecçao de Mana. A ideia tem raizes profundas na história de quase todas as nações da Eu­

ropa que, caso notável, todas. oficial ou popularmente, escolheram a _me:>ma Rainha e todas Lhe renovaram, até ao presente, os testemunhos colectivos da sua fidelidade.

ALEMANHA

Recém-convertida por S. Bonifâcio, togo rivaliza com as outras nações, proclamando Maria Rainha. Um monge beneditino da Suávia (1054) pretende 1er dado a «Salve-Rainha» à Igreja Católica ; inscriçõe11 do século XII co­meçam com a saudação «Ave-Maria Imperatriz»; no século XIII Von Vol­gelwelde canta a «Maria Rainha» e os monges e cavaleiros, ao nomeá-la habitualmente, chamam-na «Senhora» e «Rainha)).

Perante os ataques de Lutero, S. Pe­dro Canisio exclamava: «Porque a não havemos de chamar Rainha?» E até Goethe, na cena final do Fausto, põe na boca do Dr. Marianus esta mvocação: «Soberana maior do mun­do ... Virgem incomparàvelmente pura, Rainha que escolhemos>).

O Santuário de Altonting foi o centro mais forte de resistência contra o na­r.Jsmo. Depois da guerra, partiu de Schontatt um movimento dirigido à coroação de Nossa Senhora. O Exército Azul lançou a ideia de consagrar o pais ao Imaculado Coração de Maria. Foi secundada por uma petição popu­lar numerosíssima. e o Cardeal de Colónia. assistido de vários bispos reurudos em Fulda, realizou-a a 25 de Setembro de 1954.

AUSTRI.r_

Mariazel é o centro mariano onde convergem a devoção e a entrega do povo austriaco a Maria reconhecida como Rainha. «Magna Mater Austriérm. Rainha e soberana que fez da nação o escudo da cristandade e fosso in­lransponível para os turcos, atribui-se­-lhe também actualmente a libe11ação d" jugo soviético.

BÉLGICA

De·toção tão antiga como moderna, a sua origem perde-se nos tempos, pois quando aparecem tcslemunhos j.i P.Stâ dotada de grande vitalidade. A sua h:stóna - como diz Péguy - é a «di' 1--.dos os dias>), simples, hab;tuJ.!, iem que nela surpreenda o extraor­d:nano

Ern 1932 apareceu em Beauring a ~virgem do Coração de Ouro>); em 1933, em Banneux, «Nossa Senhora dos l'obr ... s)). Em 5 de Setembro de 1954, vmte e se te das suas 1magen11 mais cé­•ebre~ (Monta1gu, Ba:xo Wabre, Groe­~.mgu.- Dadizelo .. ) avançavam len~a­r.lCme. em proc!ssão, entre o povo que cantava «Reinai sobre nÓS)>, para a planície de Koekelberg, ond<.>, pe­rante mais d e 300 000 peregrinos, o Cardeal Van Rocy consagrou a nacão a Mana Rainha.

FRANÇA

A França desde os seus inícios é chamada «Reino de Matia>). A esposa de Henrique IV dizia em seus versos que «a única coroa. real verdad_eira era a da Virgem, pots a sua de ramha não era senão vaidade, pó e fumo >). Luis XIU confirmou oficialmente o sen­tir popular consagrando o seu reino à Bem~venturada Virgem Maria, a 10 de Fevereiro de 1638. Sinal perpétuo desta consagração é o grande altar erecto na catedral de Paris e a insti­tuição da procissão solene de 15 de Agosto em todas as cidades e aldeias. Em 1906 foi coroada a imagem de Nossa Senhora da Paz na capela cons­truida no cemitério onde repousam as últimas vitimas do Terror desde 1794. Em 1943 o episcopado renovou a consagração da França a Maria sob a invocação do Coração Imaculado. Além disso, os santuários de Puy e de Lurdes Calam por si.

HOLANDA

Pais conquistado ao mar, coloca-se sob a protecção de Maria, invocand~-A como «Estrela do Man> no moste1ro de Maestrich. No ducado de Bravante reconhece-se implicitamente a sua soberania chamando <<Duquesa>) à Vir­gem do Bosque.

É errada a ideia de considerar a Holanda como pala não católico. Re­censeamentos recentes dão 40% de católicos, isto é, quase tantos como todas as diversas confissões protes­tantes juntas, pois uns 17% declaram-se ccsem religião». O cristianism? ~ata ali desde o ano 300 e as suas pnmetras obras literárias e populares estão de­dicadas a Nossa Senhora: ccmistério.J)), «gozos» deliciosas peças de teatro que, co~o a chamada «Maria do Ni­mega>), ainda se representam actua~­mente. Três séculos de lutas r eli­glosas e a apostasia das provin~as do Norte não consegwra.m cxtmgu1r estas deliciosas lradiçõc~.

Actualmente as man tf'Jstações col~:~c­tivas são numerosas e ftequcmus. Há pouco, dcpoi;; dum retiro para mtl~­tares, toda a guarnição foi em peregr:­nação, e atê nas regiões do norte, onde o protestantismo sempre se mos­trou intransigente, o sindicato dos malinheiros colocou-se .>ob a protecç.io de «Maria. Est rela do Mar)).

HUNCR!A

Nos pertmbados anos do s~culo X: Gist>la, ao c ... sar-se com o que fel S. Estêvão, converteu-o ao crisllanismo. Com ele a princesa alemã transfcrmou os selvagens e feros magiares cm

Europa nação civilizada, que proclamou Rainha a Virgem Maria, dando Lhe para sempre o ceptro e a coroa, emblemas da realeza. No decurso dos séculos, a doação do pais à sua Rainha foi várias vezes renovada. A 27 de Junho de 1943, apesar do risco das represálias, o pre­sidente da Câmara de Budapeste con­sagrou solenemente a cidade ao Ima­culado Coração de Maria, e, quando o povo húngaro recita a ave-maria, não diz só <<Santa Maria)> mas <<Santa Maria, nossa Rainha)).

INGLATERRA

A doutrina da Imaculada Conceição era comum na Irlanda no século IX. No século XI passou para a Inglaterra . Tradição ininterrupta assinala o pais como <<Domlnio de Maria)>. ecOs in­gleses - escrevia o Arcebispo Arnudel de Cantuária cm 1399 - somos o.; súbditos da sua herança e do seu reino)>. As imagens de Walsigm.n, Sudbury, Muswell, Iorque, Artley ... são todas Nossas Senhoras coroadas. A ideia é natural aos católicos ingleses e em toda a Grã-Brctanha é conhecido o cântico a Maria Rainha que tem a sua expressão prática na fesra da coroação que se celebra no mês de Maio.

A sujeição a uma Rainha a quem por direito pertence o pais é um ideal profundamente gravado n~ es~írito inglês desde os tempos z:nélls an~1go~ AJknin cantava: <<Tu Regma poli, via spes maxima nostra»; Chaucer, Lyd­gate, Hoocleve ... também o exprimem nas suas poesias c até um eco delas parece chegar a Spencer, Selly e Byron. As imagens que o temor ocultou du­rante as perseguições da Reforma são trazidas do <<desterro>) pela piedade de seus filhos, e sem vacilar podemos afirmar que a proclamação da Realeza

de Maria com a impressionante cenmó­nia da coroação de Nosaa Senhora de Wembley, a 3 de Outubro de 1934. foi uma prova da sinceridade C:o seu entusiasmo.

ITÁLIA

O rito das coroações solenes e pú­blicas tem origem na Itália. Em 1350 já era antiga a cerimónia desta coroa­ção no Sábado Santo na prese nça do povo. Em 1631 Alexandre Sforza deu o ouro para a coroa. Os Papas P1o VI. Pio VIl e Gregório XVI oficiaram pes­soalmente no so:ene rito. Uma mani­festação imponente obstruiu as amplas avenidas de Roma permitindo com difi~Suldade a passagem da procissão que conduzia a Virgem «Salus P.opuh Romani» da sua capela em Santa Mana Maior para S. Pedro do Vaticano onde Pio XII ia colocar sobro a sua fronte o rico diadema real sancionando o tltu!o de Rainha da Itália que o povo sempre Lhe deu, ao longo dos séculos.

POLÓNIA

A primeirü igreja da Polónia. na ilha do lago Lednica, foi consagrada a Maria. O do::umento mais antiqo da s1.1a literatura é o hino a «Bogorod;u:an As imagens de Maria, que ae contam às dezena'!, s3.o quase todas coroajas. A mai; célebre é a de Czestoc.howa, centro de peregrinações. Desde tem­pos imemoriais este povo não admite outra Rainha senllo Maria, até ao ponto de procurar ciosamente que nenhuma das suas princesas usurpe "tal nome.

S. Pio X ratificou o titulo de <<Maria Rainha da Polónia)), permitindo incluir esta invocação nas Ladainhas. A polaca Maria Winowska afirma que <<por nada do mundo um polaco consentma em om!ti-la. Perante as doutrinas ma:­xistas e ateias do invaso1·, a p1••da.!e mariana permanece inquebran:a,el ). Maria velará pelo catobcismo s,,mp:e arraigado do povo polaco.

e Continua na p:\gin.1 4

O 7nês ~o Rosário I Outubro é chamado o mês tio Rosário, talvez por, no dia 7. c;e

cclciJrar a festa de Nossa Senhora do Rosário. Seja pelo que for, o que importa é fazer deste mês um mês de par­

ticular c sincera devoção a Nossa Senhora, principalmente pela reza devota, atenta c meditada do terço, se não for possível do ro~ário completo.

Outubro r tamhém o mê!> em que se deu a última da., ~ci., apa­ri\'Ôl'" c;eguida., de :\os~a Senhora na Fátima, em 1917.

Por tutlo i .. to. cnnvidamos lodos oc; associados da Pia União tio' l rutados da Fátima, membros do Exército Alui c todos os amigO!> c th~ ' o to., dl' l"'ns'>a Senhora cm geral a 'i verem o próximo mês dl' Outuhro cm maior união com a Santíssima Virgem, sobretudo pela oração do terço, insio;tentcmcnte pedida por Ela há 55 anos neste local. E<,tá cm cau'\a o nosso amor filial para com a Mãe do Céu. o nos'>o dcc;t~jo tlc p:ll para o mundo c o nosso compromi'iso de eri~-tão., l' de at>óstoh>.., na salvação dn'i almas. _

.\las se kmbramos o próximo mês de Outubro como o «me.,

I do l~os.!rio)), não queremos deixar de recordar tamiJém que o amor à \ 'irgem 1\Iaria c o cumprimento dos Seus amorosos pedidos na CO\a da Iria são exigências de todos O<; dias.

Page 2: Peregrinaçao Mensal de Agosto€¦ · Maria, Rainha da A 8 de Dezembro de 1955, o Conselho da Europa aceitou, como símbolo da ... meçam com a saudação «Ave-Maria ... súbditos

VOZ DA FÁTIMA ------------------------------------------------------------------------------------------------------

19i~a • Junlao

I'LRlGR INOS DE AVEIRO

')ob a presidência do Sr. Bispo de A\ci-1 o. Dom Manuel de Almeida Trindade, clt.'\.tuou-sc a peregrinação das paróquias da Vera Cruz c da Glória, de Aveiro. O ...,r Bi-.po presidiu a uma concelebraçiio ~ J ig1u a palavra aos seus diocesanos.

l'fRCG RINAÇÃO DC CAVALEIROS lH ORDE'VI DOSA TO SEPULCRO

l m grupo de 30 membros da Ordem do s.mto Sepulcro, da Itália, efectuou uma peregrinação na qual \Cio o Cardeal S1rt, Ar.:cbisro de Génova

A CAPELA BIZA!'.IIl'. \ DO LXLRCITO AZUL

t om toda a solenidade própna das .:c­r tnwni.ls do rito bizantino, efectuou-se na .:apela do Centro Bizantino rus~o ça­wlico do F"crcito A1ul a bênção c s,ln ti­li(,..ação do kono~tasc, retábulo onde foram .:olocados 16 ícones representando figuras dc Cri•;to, da Virgem Maria e de diversO'> ,,mtoo;, c mais 24 ícones de menores pro­por~ôcs com figuras alusivas à Anuncia­cao, -.ida de Cristo c outro' com cenas ltt úrgicas do c:.llendário bi7antino rus~o.

Para partic1par nesta cerimónia \eio da Arn.:·rka do Norte uma peregrinação d~ 40 católicos de rito bitantino, com Dom \1igucl Dudick, llispo de Passa1c, q'le procedeu à bênção e inauguração do ~~onostasc, acolitado por Mons. .foC10 \h•v.att, director do Centro Bizantino Russo Católico, e \1ons. Bonestky, an­tigo director do Exército Azul. Assis­mam a este acto solene os senhores D . João Pereira Venãncio, Bispo de Leiria, c o seu auxiliar, Dom Domingos de Pinho Brandão, os superiores de v<Írias congrc­g..tçõcs da Fátima, os peregrinos ameri­t.:anos c ainda um grupo de 93 peregrinos da Suíça, 88 dos quais visitavam a Fátima rela primeira \C/.

PrREGRINt\ÇÃO DE M I EIROS

\l;m de mil pessoas. operários das 1\1 i­n.h da Panasqueira e ~uas famílias, vie­l.tm à Fátima pedir a Nossa Senhora a' \!raças celestiais para o seu trabalho c para a 'ua terra, no dia 11 .

Presidiu a esta peregrinação o Sr. D. l'oltc;trro da Costa Vaz, Bispo da Guarda, .: tomou parte nas cerimónias o P.'' Ma­nuel Va1 I cal, Pároco das Minas da Pa­nasqueira .

Os mineiro~ tomaram parte na prO<..IS­~.lo das velas c na missa concelebrada pelo Sr Bispo da Guarda que lhes dirigiu a t'alavra.

Também estiveram na Fátima centenas dc paroquianos da Amadora c da paróquia dd Candelária, além de muitos outros pe­regrinos de outras localidades que toma­ram parte na missa c procissão com a ima­gem da Virgem da capela das aparições.

Igualmente os católicos da colónia ita­liana residentes no nosso País efectuaram a wa peregrinação anual presidida pelo P. Carrara. reitor da Igreja de Nossa Se­nhora do Lorcto de Lisboa.

PEREGR INAÇÃO DE CRIADAS

1\.Jais de 3.000 empregadas domésticas, filiadas da Obra de Santa Zita (Obra de Previdência e Formação das Criadas) 1 euntram-sc no Santuário, em pcregrina­~·ao que se real iza pela 17.• \CZ.

As cerimónias em que tomaram P<trtc empregadas domésticas de vários ponto~ do Pais principiaram com uma con.:cntra­çJo junto da capela das aparições c sau­daç<to a Nossa Senhora pelo Director da Obra, P. José Craveiro v ieg:.ts, com a prc­\ença do Assistente Nacional. P. Roque Prata, c mais 30 assistentes diocesanos.

Na noite de sábado, dia 17, efectuou-se a procis\ão das velas e hora santa presidi­d .t pelo \'ig:trio fpiscopal do Porto, Có­n.:;;o C:trvalho d..: Sousa, abade das An­ta~. que diri.:;iu diversas meditações.

À, 7 ho1 Js do dia 11!, o Sr. Dom Antó­nto Ribeiro, Patriarca de Lisboa, presidiu it concelebração de 30 sacerdotes, assis­tentes da Obra de Santa Zita das dioceses de todo o P<tís.

Ao ofcrtono as associadas da Obra da cidade de Li<,boa fltcram entrega a Mons. Mário Correia, da O. V. S., duma oferta para os Seminários do Patriarcado.

Numa as,cmblcia presidida pelo Sr. Patnarca foi prestada homenagem a 300 empregadas domésticas que comemoraram a ... hodao, de prata como liliadas da O. P. I . C . O Sr. Dom António Ribeiro en­tregou a cada uma dela~ uma medalha comcmoratiV<l.

(fe..:tuou-'c ainda um encontro de assis­tentes c responsáveis diocesanos da Obra, dur;~ntc o qual o PJdrc Gil, Pároco da Sé de Leiria, tc-.tcmunhou a importància da o.:fccti\aÇito nos centros da Obra de reuniões cspcciali7adas para a formação moral c profissional das ressoas ligadas ft O. 1'. I . C.. Foram aprc ... entados di­' o.:rsos testemunhos.

I (li prestada homenagem à acção da União Internacional das Associações C<~­tólicas das Empregada~ do Lar ( I. A. G.) de que fa1cm parte, :~ lém do nos>O ~ais, L'>panha, llitlia. Alcmanh:~, Suiça, Aus­tria c Colõmb1a.

V:írias empregadas domésticas, emigran­te' em Paris, Roma, Milão c outras ter­ras, uniram-se a e<.ta peregrinação, en­' iando te legramas de adesão. Recebe­ram-se ainda telegrama' das primeiras coopen1doras da família que, no dia 16 de Setembro, do iniciar as suas actividades cm Nov<~ l ishoa c outras .:idades de An­gola.

A Obra de Santa Zita principiou a t.:ons­truir na I átima um edificio destinado a Jardim de lnrãncia, casa de retiros e con­ferênci·" c de repouso c recreio para pes­soas d.: idade c ainda p<~ra C>cola rrofis­sional para cmrrcgadas.

ORDLNA(ÃO DUM SACERDOTE DA CONG RI"GAÇÃO MONFORTINA

No Seminário do Anjo de Portugal, da Congregação dos Padres Monfortinos, o Senhor Hispo auxiliar de Leiria conferiu a ordem de presbítero ao P. José Pereira de Sou"'· religioso monfortino.

A cerimónia revestiu-se de grande sole­nidade a>si~tindo o Provincial c superiores c alunos do Seminário da Congregação Monfortina, os rcpresentant.:s das Orden~ c Congregações cstabdccida~ na Fátima, o representante do Santuário, o Pároco c autoridades da freguesia c grande nú­mero de fiéis da Cova da Iria.

Assistiram ainda o Pároco de Amarante, terra da naturalidade do néo-saccrdote, os pais, família c rcso;oas amigas do P. Sousa.

A ordenação sacerdotal foi conferida d urante a concelebração de numerosos ~accrdotes, tendo o Senhor Bispo auxil iar de Leiria proferido uma substancial ho­milia acerca do que deve ser o Padre na conjuntura actual da Igreja c do mundo.

Comungaram numerosas pessoas e, no fim da missa, foram distribuídas lem­branças da ordenação do P. José Pereira de Sousa.

À noite houve um jantar de confratcr ­ntlaçào entre o novo padre, os superiores dJ Congregação Monfortina e outros, fa­miliares e amigos do P . Sousa. Vários sacerdotes c o utras pessoas brindaram relo apostolado sacerdotal do novo mis­SIOnário monfortino.

BRASil~ IROS QUL V}\O A TURit\1

Um numl'l'tlso grupo de brasile iros, a 111<110r ·p;trtc do I stad o de Minas, passou pelo Santu.írio, a (;aminho de Turim, aon­de " ·'o com..:morar o primeiro t.:entenário da fund.l.;.io da Congregação Salesiana.

1'rcsid1u a c.;ste grupo Dom José Eugé­nio Correta, Bispo d..: Caratinga, c com ele vinham Mom. I w-; de frcitas Pires, Reitor do Scmini1rio de Juil de rora (Mtnas) c u Cónego .\liguei d..: Ca~tro, Pároco d.t catedral de Juiz de Fora.

Os brasileiros, que assistiram na Ba-

stlica a uma .:oncelcbração presidida pelo Bispo de Caratinga, 'isitaram os túmulos dos videntes c estiveram na capela das aparições a orar diante da imagem de Nossa Senhora.

A Fátima é o primeiro santuário da Europa que este grupo visita, tencionando visitar também Lurdes, Chartres c outros da Espanha, França, Inglaterra, Bélgica, Holanda, Alemanha, Suíça, Áustria e Itália.

PEREGR INAÇÃO DE DOENTES MILITARES

Em gmnde ambiente de fervor c devoção religiosa, efectuou-se a peregrinação de doentes militares que vieram à Fátima sufraga r as almas dos soldados mortos pela Pátria, pedir a Nossa Senhora as melhoras c o conforto espiritual de todos os doentes dos hospitais militares, orar pela paz no mundo e pelas Forças Ar­madas, recordando especialmente mili­tares que sofrem c lutam no Ultramar, e suplicar a No~~a Senhora - Mãe da Igreja - que acolha sob a sua protecção todos os cristãos.

Incorporaram-se nesta peregrinação 574 doentes militares dos Hospitais, principal e anexo de Li~boa, c das regiões militares do Porto, Coimbra c Tomar.

As cerimónias foram organizadas e di­rigidas pela Chefia do Serviço de Assis­ti!ncia Religiosa do Exército, participa(\do nelas o respectivo chefe, Rev. P.• Braula Reis, P .• Pedro Gamboa, chefe do serviço de assistência religiosa da Região Militar de Lisboa, Dr. José Guerreiro, adjunto da Chefia do Exército, P.e Pedro de Ma­cieira, o. f. c., capelão do Hospital Militar do Porto, capelão militar de Coimbra c P.~ Francisco Jorge, capelão da Região Militar de Tomar.

As cerimónias principiaram por uma concentração junto da Capela das Apa­rições, procissão de velas e celebração penitencial no dia 29. No dia 30 os doen­tes tomaram parte numa concelebração presidida pelo Padre Gamboa que fez uma homilia adequada . As cerimónias foram abrilhantadas com cftnticos, e na altura

própria comungaram muitos peregrinos Ajudou cm tudo um grupo de scnho

ras da Secção Au,iliar da Cruz \ ermclh;• Portuguesa.

Assistiram à missa o general l\loura do' Santos, governador militar de Lisboa. e ll chefe do E. M. do Q. G. L., corond Igreja .

As cerimónias desta pcrcgrmaçào la· minaram com a procissão com a 1111a· gem de Nossa Senhora, cm que o andor foi conduzido pelos soldados, entrc .:•in· ticos de louvor à Santíssima Virgem.

Muitos doentes ficaram hospedados 11'' hospital do Santuário. Grande parto.: ficou alojada no Grande Albergue. ond.: foram tomadas as refeições. A organi7a­ção de transportes c alojamento~ este'.: a cargo do Major Ferreira, chefe da 4 ' Repartição do Governo Militar de Lisbo.t

FATIMA, 13-7 - 1972 - Um casal vietnamês, residente na França, que tomou parte na peregrinação mensal.

Peregrinaçao Mensal de Agosto Constituíram uma grandiosa manifesta­

ção de fé e devoção a ='lossa Senhora as cerimónias efectuadas, nos dias 12 e 13, no Santuário. Tomaram parte mais de 150.000 pere!(rinos procedentes de vários pontos do país, na sua maior parte dioce­sanos de Leiria que vieram agradecer as aparições c homenagear o Bispo D. José Alves Correia da Silva, primeiro iniciador desta peregrinação diocesana e cujo cente· nário do nascimento ocorre este ano.

Entre os peregrinos estavam muitos milhares de emigrantes portugueses, assim como peregrinos procedentes da Alemanha, França, Bélgica, Irlanda do Norte (que vieram pedir a paz para a sua martirizada tcrrn), Itália, lnglaterrn, Canadá, América do Norte, Brasil e diversos outros países.

As cerimónias foram presididas pelo Sr. D. Domingos de Pinho Brandão, Administmdor Apostólico da diocese de Leiria, e tiveram a presença do Bispo resignatário desta diocese e de Dom Bernardo James Murphy, Bispo de Hamil­ton, nas Ilhas Bcnnudas, que era acompa­nhado de Moos. FiJipc de Macedo, capelão da colónia portuguesa nestas Ilhas.

No dia 12, à tarde, efectuou-se a entrada solene dos peregrinos de Leiria, que se con­gregaram em volta da capela das apari­ções onde o S r. Dom Domingos lhes deu as boa~-vindas c saudou Nossa Senhora. Muitas paróquias lcvarnm os seus estan­dartes. Os Párocos acompanharam os fiéis. O Administrador Apostólico de Leiria proferiu palavras de homenagem aos Bispos de Leiria, O. José Alves Correia' da Silva c O. J oão Pereira Venâncio, cuja acção apostólica evocou.

À noite, houve a procissão das velas antecedida da reta do terço com leituras bíblicas c cântico~ c prc~:ação pelo S r. Dom Domingos de Pinho Brandão. Efectuou-se, em seguida, a procissão eucarística que per­correu o recinto.

Integrada nc~ta pcregrin;~ção, realizou-se, pela 14.• \ez, a peregrinação dos agentes

da Polícia de Segurança Públic:t e suas fa · mUias. Estiveram presentes 2.600 pessoa\ que, antes do Início das cerimónias oficiais. tomaram parte numa reunião com o capelão· -chefe, Padre Lúcio do Rego Marçal, cm que estiveram presentes o Comandante Geral, General Carvalhaís, muitos coman­dantes distritais e vários graduados.

Os peregrinos da Polícia tomaram parH• na procissão das velas e na hora-santn.

Na manhã do dia 13, o capelão-chefe presidiu a uma concelebração com mai~ quatro capelães auxiliares na qual partici­param os comandantes c todos os peregri­nos da P. S. P ..

A missa das 6 horas c meia foi concclt'­brada por onze sacerdotes sob a presidência do Sr. Dom João Pereira Vcn:incio, Bispo resignatário de Leiria. Foram distribuída~ mais de 20.000 comunhões.

Pelas 10 horas, fez-se a reza do terço 1:

a procissão com a imagem de Nossa Se­nhorn. Incorporaram-se os Prelados, sa­cerdotes, muitos estandartes e os guarda~ da Polícia de Segurança Pública.

Presidiu à concelebração de 31 sacerdote' o Sr. Dom Domingos de Pinho Brandão que fez a homilia. A oração dos fiéis foi proferida cm diversas linguas c ao ofer­tório efectuou-se a oferta do trigo para :1

confecção das hóstias c partículas que, du­rante o ano, forem gastas na Fátima.

Em lugares especiais assistiram ao~ actos dezenas de doentes e os comandantes da Polícia e o presidente da 'Câmara de Vila Nova de Ourém.

Depois da missa, o Sr. Bispo recitou a consagração ao Imaculado Coração de Maria e o Bispo das Bermudas deu a bênção com o Santíssimo Sacramento aos doent<'~ c a todo o povo.

No fim da peregrinação, o Sr. O. Do­mingos voltou a ter palavras de homena­gem para com os bispos de Leiria, no­meadamente para o S r. O. Alberto Cosme do Amaral, cujo 33.• ani\·ersário dá orde­nação saccrdotnl ocorria neste dia. - SIS

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VOZ DA FÁTIMA

A Fátima no Mundo Dom João Venâncio pela devoção a Nossa Senhora da Fátima em qualquer parte ·do mundo.

NO BRASIL

Duma carta que recentemente nos escreveu Frei Fulgêncio Chaves, ca­puchinho do Brasil, residente em Ga­ribaldi, que esteve em Portugal durante 15 anos o muitas vezes visitou o San­tuário da Fátima onde gostava de pres­tar serviços, respigamos os seguintes apontamentos sobre a devoção a Nossa Senhora da Fátima na grande Nação •r mã do lado de lá do Atlântico :

Precisamente em Garibaldi, Estado do Rio Grande do Sul, há uma ermida e m honra de Nossa Senhora da Fátima, nd qual se fazem funções litúrgicas todos o.> dias 13 com grande afluência de fiéis.

Nos cassados dias 26, 27 e 28 de Maio, ·houve a festa em honra de Nossa Senhora de Caravaggio, no seu santuário no município de Farrou­pllha, d o mesmo Estado. Os peregri­nos foram calculados em ZOO mil e foram distnbuidas 47.000 comunhões. Foi um g rande êxito.

1\IAGEi\1 D.\ SE~IIORA DA FÁTii\IA PARA A 1<ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA I'ORTL'GL'ESA»

No passado dia 14 de Maio, chegou ao Aeroporto Internacional do Galeão (R1o de Janeiro) a imagem de Nossa Senhora da Fátima, doada por Manuel Rodrigues à Associação Atlética Portu­guesa , com sede na ilha do Governador.

A imagem mede um metro e qua­renta e pesa cinquenta quilos e foi aguardada por centenas de fiéis, que a acompanharam em procissão pela Ilha do Governador até à sede do clu­be , onde foi rezada missa de acção de g raças pelo Padre Pedro Gabriel de Vasconcelos.

f.M COLÓNIA (ALEMANHA)

Como já no ano passado, também este ano os portugueses de Colónia (Alemanha) e dioceses vizinhas se reu­niram, em fins de Maio, na catedral daquela cidade para a sua festa em honra de Nossa Senhora da Fátima.

Estiveram presentes mais de 5.000 pessoas.

Depois do terço, houve missa concele­brada por vários sacerdotes portu­gueses e presidida por um dos Bispos Auxiliares da diocese, o qual, antes da homilia, quis expressar o seu agrado por aquela manifestação de fé dos portugueses que exortou à fidelidade a vida cnstà. A missa seguiu-se proCISsão no interior da catedral.

A festa prolongou-se com o convívio dos portugueses e um belo passeio de barco pelo Reno, o que mais reforçou a amizade e a alegria de quantos, idos de perto ou de longe, ali se juntaram.

NO LUXEMBURGO

Assumiram grande brilho e fervor religioso por parte das comunidades portuguesas do Luxemburgo as festas ali celebradas em fins de Maio último e m honra de Nossa Senhora da Fátifna.

A imagem, oferta do Sr. Bispo de Leiria aos portugueses daquele país, para a doarem ao Bispo e povo do Luxemburgo, benzida em 13 de Maio na Fátima, chegou à cidade do Lu­remburgo na tarde do dia 21, ini­ciando-se logo as cerimónias de ho­menagem a Nossa Senhora.

Até ao dia 26 houve pregação sobre a mensagem da Fátima na igreja dos Padres Redentoristas, onde se celebra o culto para os portugueses do centro da capital. Culminou essa pregação com uma procissão bem ordenada, p1edosa e com elevado número de fiéis.

Entretanto, fazia-se a preparação noutros lugares do pais para as di­versas comunidades portuguesas.

No dia 28 de Maio mais de 6.000 portugueses 1dos de todos os lados do Luxemburgo e também da Bélgica e França e ainda de numeroso grupo

de Colónia (Alemanha) acompanhados do seu missionário, se concentraram em Wiltz, pequena cidade a 60 quiló­metros da capital.

Da igreja de Wiltz a procissão, pre­sidida pelo Bispo da Diocese, seguiu por entre cãnticos e fervorosas ora­ções até ao Alto da Fátima.

Na concelebração, o Prelado do Lu­xemburgo, que presidia, dirigiu pa­lavras de louvor e incitamento aos portugueses, elogiando a sua fé e honestidade, o seu amor ao trabalho e o seu respeito e dedicaifãO pela familia, virtudes, disse, que os im­punham à consideração de todos os luxemburgueses e que ele justamente sublinhava para que as mantivessem intactas na terra que tinham escolhido para lugar de trabalho.

O Sr. P.• Aurélio Granada, terminada a missa, fez, em nome dos portugueses do Luxemburgo, a entrega oficial da imagem ao Sr. Bispo, sublinhando o significado de tal oferta.

O Prelado luxemburguês agradeceu comovido, dizendo da sua alegria em receber tal oferta, e indicando o lugar em que desejava que ficasse dali em diante à veneração de luxembur­gueses e portugueses: a igreja de Niederwiltz.

Foi por entre lenços brancos a ace­nar e fervorosos cãnticos, a que se juntaram muitas lágrimas, que se rea­lizou o «adeus final», passando a imagem por entre a massa compacta de portugueses, a caminho do carro que a levou à igreja onde ficará ao culto.

EM VILLIERS-SUR-MARNE (FRANÇA)

Esquecida na nossa Redacção; en­contrámos a notícia duma festa reali­zada em Maio de 1964, em Vi/Jiers­-Sur-Marne, pelos emigrantes portu­gueses residentes naquela zona, e à qual presidiu Sua Ex.• Rev.m• o Sr. Dom João Pereira Venâncio, então Bispo de Leiria.

Apesar da distância do tempo, não queremos deixar de a publicar, até porque constitui mais um testemunho do zelo e do amor inexcedíveis do Sr.

No passado dia 1 de Maio, realizou-se em Villiers-sur-Marne, a 15 km de Paris, a festa em honra de Nossa Se­nhora da Fátima e S. José Operário, que este ano foi presidida por S. E:x:. • Rev.~• o Sr. Bispo de Leiria, vindo expressamente de Portugal, a convite dos Padres do Coração de Maria a quem está confiada a Missão Portuguesa de Paris e poder assim satisfazer os dese­jos de milhares de leirienses, seus dio­cesanos, que labutam nesta região de Champigny.

Eram 16 horas quando principiou a Missa campal, celebrada por S. Ex. • Rev.•• que, ao Evangelho, dirigiu à multidão que se apinhava no vasto recinto a palavra quente e inflamada dum Bispo verdadeiramente cordima­riano, convidando a todos a cumprirem integralmente a Mensagem salvadora da Fátima. A Comunhão centenas de pessoas abeiraram-se da Sagrada Mesa, a receberem o Pão dos fortes.

Seguiu-se a consagração das fam~ aos S~. Corações de Jesus e Mar~a e a bênção do Santissimo Sacramento. Imediatamente a seguir, pôs-se em marcha uma grandiosa procissão pelas ruas da vila, em que tomaram parte mais de 7.000 portugueses, na sua

Interessa ao cristiio ser uma alma educada. Interessa-lhe sobretudo ser uma alma educada para Cristo, orientada para Ele.

Educar e orientar para Cristo e personalizar-se em Cristo, assumir corpo e alma em Cristo, fa:zer de CriftO centro de ~ida e de amor, enrai:zá-IG, tornn-10 meta de aspirações c ideais.

A alma educada para Cristo vê no Mestre o pleno sentido da vida. . Uma vida já cnrai:zada em Cristo, a que esteja anexa a dor, não poderá dei­

xar de se transformar em ascensão. A dor, desde que se aceite, passa a ser escola de perfeição. ~escola, e~quanto

ensina a suportar, a aperfeiçoar-se na paciência, a entender o plano salvtflco de Deus, a irmanaçio universal do sofrimento, a ocasião de mérito, a satisfação da pena dos pecados, a oblaçlio penitencial pelos pecndorc~. c a solidariedade com o primogénito Cristo Jesus que sofreu inocente a crucw d.1 inwlaç-lo total.

O sofrimento aceite é escola; o sofrimento rejeitado ~l·rá ocu\ião pcrdid.t de mérito.

A boa alma aceita a realidade do sofrimento, t>ersuJdindo-se de que está num mundo onde também existe o mal, e não um mundo absoluto.

Tomará consciência desta realidade, solidariLando-se com a cruz alheia. O cristão bem sabe que, um dia, irá ao encontro do mi~tório pascal, onde

deparo com a vid.1 livre de qualquer sofrimenro. nccolbe a cantar o que scme-.Jra com lágrimas (Sal., 125, 6). .

Muitos- di:z a Imitação -acompanharam .Je~us até ao Tabor, pouco~ ate ao Calvário.

lfá dias um dos nossos cristãos sofreu na via pública a fractura da perna e braço esquerdos. Le\ado ao hospital, \erificou-se que a fractura da perna oferec!a certa gravidade c havia necessidade duma intcrvcnçiío cirúrgica. Este cristao imediatamente pediu um Sacerdote para lhe ministrar o~ Sacramentos que foram recebidos já na própria sala de operações.

I Põe-te tu, minha alma, também cm ordem, a fim de o Senhor te encontrar

bem aprontada na hora cm que chegar. Con~crva sempre a brilhar a chama da Fé.

1\lo\RIA DE :'\OR0'\11.\ E LORE~A

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maioria homens que não cessaram de cantar até à rouquidão : - «A v e ... Ave ... Enquanto houver portugueses, Tu serás o seu amor! ... ».

Ao recolher da procissão, três crian­cinhas da diocese leiriense, que re­presentavam os três pastorinhos, diri­giram à Senhora a sua prece fervente, em diálogo poético, por todos os enu­grantes portugueses :

Vossos filhos emigrantes não os esqueçais, Senhora. Dai-lhes fé e confiança hoje e sempre a toda a hora! .. .

E, depois de breves palavras de en­cerramento por Sua Ex.• Rev.••, foi o adeus final à Virgem que arrancou lágrimas de muitos olhos, deixando em todos profundas saudades da Fá­tima tão distante e tão perto de cada um destes bons portuguese s .

Horário das Missas

7 - 8.30 - 10.30 - 12 -15.30 - 17 e 19 horas.

A missa das 15.30 h é espe­cialmente destinada aos grupos de peregrinos que utilizem, para a visita à Fátima, os circuitos turísticos organizados por agên­cias de viagens.

Aos domingos, esta missa ce· lebra-se na capela das Aparições .

I Peregrinação Nacional da Surdos ao Sa ntuír i o da Fátima

Promovida pela •Associação Portu­guesa de Surdos •. em comemoração do XIV aniversário da sua fundação, c~tá projectada para o dia J 5 do próximo D.:)~ de Outubro a 1 PEREGRJNAÇAO NACIONAL DE SURDOS ao Santu.írio de Nossa Senhora da Fátima sob a orien­tação do Rev.mo Padre surdo-mudo espa­nhol Agustin Yanez Valer, na qual se e~pera venham a tomar parte não só todos os surdos-mudos do país, mas tambÇm um grande número da vizinha nação espanhola.

A cerimónia constará de Missa solene celebrada pelo Rev.mo Padre Yanez Valer (conhecedor da linguagem mímica do~ surdos-mudos), a que se seguirã a pro­cissão da via-sacra e um almoço de confraternização com a pre~nça de tudos os participantes.

A Comissão promotora convida todo' os surdos-mudos, sem e.xcepção, a r.:unl­rem..se no Santuário da Fátima, a fim de que a peregrinação se revista dJ m.liur grandiosidade e solenidade.

Maria, Rainha da Europa (Vern da 4.• pAgina)

na nossa história: na Fátima, a 13 de Maio de 1917.

Em 1946, é na Fátima, «altar do mundo», que se celebra o terceiro centenário da proclamação da realeza perpétua da Virgem feita por D. J~o ~V, seguindo a linha do nosso pnmeuo rei, coroando Nossa Senhora como Rainha e Mãe de Portugal.

* * * MARIA RAINHA: Eis o objectivo ba­

sico que ditou wna mesma linguagem, já desde os seus inícios, a todos os idiomas da Europa, inspirou a sua poes:a mais pura, a sua arte mais expre~siva, a sua música mais popular e ma.IS su­blime e despertou em todos o mesmo anelo espontãneo e confiado de re­conhecer Maria como Mãe amorosa e Rainha toda-poderosa.

Fruto desta realidade é a imagem de Nossa Senhora da Europa colocada sobre os Alpos, a dois mil metros de altura na fronteira ítalo-suiça, que plasm~ a expressão dum sentimento colectivo e evidencia que a Europa, unida sob a invocação d e Maria, seria o eco deste sentir para que não haja [ronteiras nem divisõe s.

(De «Aventura», Maio de 1971)

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4 VOZ DA FÁ TlMA

Bom ~ia, Senhora! V ENHO saudar-Te hoje um pouco à pressa. Vqu para féri as.

Reconheço que me são necessárias para descansar um pouco este corpo e este espírito, para retemperar as energias físicas e morais gastas num ano todo cheio de

trabalho, por vezes um pouco esgotante. É hábito que toda a gente tenha férias nestes meses. Mais

do que hábito, é um direito natural consignado já nas leis sociais. O Papa, os reis, os governantes, os homens de negócios, os

trabalhadores e os operários, os professores e os estudantes, os jovens e as crianças, têm direito a férias anuais. «Procuramos assim recuperar as forças físicas e especialmente as forças espiri­tuais», disse Paulo VI no início das férias deste ano.

Penso nas minhas férias, mas não quero ser egoísta, Senhora, penso também nas férias daqueles que as não têm: os pobres, os

I doentes, para os quais as férias só chegarão no último dia da sua existência.

Penso nas férias de tantos dos nossos emigrantes, alegres, rui­dosos, a inundar de vida cidades, vilas e aldeias do nosso Pais. Dentre estes, aJguns viram estas férias tràgicamente interrompidas. Mais umas tantas cruzes ficaram a assinalar, por essas estradas fora, a interrupção do período de férias alegremente iniciado ...

Mas a minha prece de hoje, Senhora, é para que Tu me ajudes a passar bem as minhas férias. Tu sabes o que quero dizer com «passar bem as férias».

Desejo umas férias com sol para me tostar, com campos para caminhar, montes para subir, para me cansar, com grandes sombras para respirar livremente o ar e a frescura. Com tempos livres para I «fazer as minhas coisas», com uma ou outra viagem para conhecer «mundos», paisagens, admirar monumentos.

Desejaria férias com horas para procurar amizades, com capacidade para escutar a quem tenha necessidade, corno eu, de desabafar, de comunicar anseios, projectos de realizações espirituais e materiais, com decisão para comprometer-me em tarefas que mereçam a pena, apesar do meu descanso.

Férias para, em tranquilidade; ler livros, não me contentando com os meros livros policiais e outros de valor duvidoso do ponto de vista moral, humano e até literário, e revistas mundanas, mas procurando páginas belas de leitura agradável, para alimentar o espírito com pensamentos puros e elevados.

Quereria ainda férias com a valentia de m~itos «não» que tenha de pronunciar com custo, e com a firmeza de muitos «sim» ainda que isso me custe; com a graça necessária para defender a minha alma de mil perigos; com a serenidade e hombridade neces­sárias para aceitar os sacrifícios e renúncias de um ano inteiro de trabaJho e actividades. Quero, em suma, umas boas férias, no seu significado exacto.

Ajuda-me, pois, Senhora, a ter estas boas férias! - F. P. O.

MAR IA, RA INHA DA EUROPA SUlÇA

«Mãe da Pátria» chamam os suiços a Nossa Senhora de Einsielden, cuja história remonta até à origem da Con­federação Helvética. Sob as invoca­ções de Lausana, domina no pais do Leman; do campo, na estrada do grande S. Bernardo; de Wasemblin, no território da Lucerna ; de Basileia, no alto Reno.

Manuscritos do século XII falam da «Realeza de Maria», e desde que Otão I dotou o mosteiro de Einsielden, até à coroação de Nossa Senhora de Genebra e de Friburgo (em 1937 e em 1946, respectivamente) inclinam-se dian­te de Maria os suiços orgulhosos, que não se inclinaram nunca diante de r eis nem de imperadores

PORTUGAL

A história da realeza de Maria iden­tifica-se com a história da realeza d e Portugal. Por isso, com razão Portugal se honra de ser chamado «'l'erra de Santa Maria». O nosso p rimeiro rei, D. Afonso Henriques, invocava a Virgem com o titulo de «Ra!nha Santa Maria».

A 28 de Abril de 1142 faz a prlmflira crmsagração oficial de Por t llgal Nossa Senhora na Sé de Lame ,~o.

deixando solenemente declarado que « ( ... ) se alguém intentar coisa que contrarie esta vassalagem e promessa de feudo, sendo vassalo seja dester­rado do meu reino, e sendo Rei (o que Deus não consinta) haja nossa maldição e não se conte no número de meus des­cendentes».

Numa época de crise e re;'olução como foi o começo do reinado de D. João I, aparece como «Condestável do Reino» um devoto fervoroso da Virgem, D. Nuno Alvares Pereira.

Noutra hora atribulada da nossa his­tória , em 1640, de novo encontramos a Virgem Nossa Senhora. Uma vez al­cançada a paz do Reino, reuniu D. João lV os !rês estados, conseguindo que ele­gessem Nossa Se nhora da Conceição por d efensora e protectora do Reino e seus dominioR de além-mar, jurando confessar e d efend er, com sacrificio da própria vida, se necessário fosse , que a Virgem Nossa Senhora tinha sido concebida sem pecado original.

É ainda outro momento düícil para Portugal, depois d os tempos maus do final da Monarquia e das desordens pro­vocadas p elo advento da República, que surge a protecção maternal da Virgem

e Conclui n:. pág. J

Efemérides da Fátima em Setembro 1917 - 13 - Quinta aparição de Nossa

Senhora aos pastorinhos Lúcia, Jacinta e Francisco. 23 - Assalto ao local das apa­rições e sacrllega procissão em Santarém, com os objectos rou­bados na Cova da Iria. 27 - Interrogatório da Jacinta feito em casa de seus pais, em Aljustrel, pelo Cónego Manuel Nunes Formigão. A Jacinta de­clara ter visto Nossa Senhora no dia 13 de cada mês desde Maio. Esclarece diversos por­menores das aparições.

1935 - 12 -Depois dum reconheci­mento parcial, o cadáver da Jacinta, que apareceu incor­rupto, foi trasladado do cemi­tério de Vila Nova de Ourém para o da sede da freguesia da Fátima. Aqui foi colocado num mausoléu juntamente com os restos mortais de seu irmão Francisco.

1939 - 13 - O Senhor Bispo de Leiria torna público o pedido de Nossa Senhora à Lúcia sobre a devoção dos cinco primeiros sábados.

1940 - 15 - O Instituto de Nossa Se­nhora das Dores da Fátima manda editar pagelas com a gravura da Jacinta e a sua vida e uma súplica ao Imaculado Coração de Maria a pedir a beatificação da serva de Deus. Esta pagela tem o «imprimatur» do Senhor Bispo de Leiria.

1948 - 20 - A revista americana LIFE publica uma fotografia do Sr. Bispo de Leiria tirada no Paço, em Leiria, com a célebre carta ãa Lúcia contendo o manuscrito com a última parte do chamado «segredo» da Fátima.

1954 - 30 -O Santo Padre Pio XII no­meia o Sr. D. João Pereira Ve­nâncio bispo titular de Eureia do Epiro e auxiliar de D. José Alves Correia da Silva, Bispo de Leiria.

1958 - 8 - Grandiosa peregrinação de 600 americanos presidida pelo Cardeal Francisco Spellman, Arcebispo de Nova Iorque, que celebra missa e profere uma saudação a Nossa Senhora. 13 -O Senhor Dom João Pe­reira Venâncio é nomeado Bis­po de Leiria. .

1960 - 23 - O primeiro ministro da Irlanda, Sr. Sean Lemans, visita o Santuário onde admira a va­liosa custódia de ouro e pedras preciosas oferecida pelos cató­licos do seu pais.

1961 - 15 a 18 -Reunião do XVI Con- · gresso da União Nacional de Caridade da Espanha com a presença do Cardeal Arcebispo de Santiago de Compostela e dos bispos de Albacete e de ' Segorbe.

1962 - 13 -Ao sair para Roma para tomar parte no II Concílio Ecuménico do Vaticano, o Sr. Bispo de Leiria determina que o Santuário fique «em clima de Concilio» e que todas as pere­g'rinações tenham, até ao en­cerramento deste, como pri­meira intenção o seu bom êxito .

1967 - 13 - O Cardeal Beran, Arce bispo d e Praga, Checoslová­quia, residente em Roma, vem a Fátima para tomar parte na peregrinação. Toma também parte na peregrinação deste d ia o Cardeal José Lefebvre, Arcebispo de Burges, França. 19 - O Arcebispo de Manila, Filipinas, Cardeal Rufino San-10~'. vem como peregrino ao ; ntuá ·io onde ce lebra-::::1:r sa.

27 - O Cardeal D. José Bueno y Monreal, Arcebispo de Se­vilha, Espanha, presid e à ceri­mónia da bênção e entrega da estátua de Santo Inácio de Loiola, colocada na colunata do Santuário.

1969 - 13 -Dezenas de milhar de pe­regrinos tomam parte nas co­memorações do 4.° Centená­rio do Rosário, a que presidem diversos Bispos. 28 - O povo da Fátima e mUl­tas outras pessoas prestam ho­menagem aos reitores do San­tuário com o descerramento dos seus retratos no salão da Casa dos Retiros.

1970 - 6 a 8 - Peregrinação interna­cional de ciganos com a pre­sença do Pró-Presidente da Comissão Pontüicia de Migra­ções e Turismo e ae 3.000 ci­ganos de vários países da Europa. 19 -Vem em peregrinação a Fátima a esposa do Presidente da República das Filipinas, que deposita nas mãos da imagem da Capelinha o seu terço de ouro e pedras preciosas .

1971 - 1 a 7 -Realiza-se a XXII Se­mana de Estudos Gregorianos da Fátima, sob a presidência do Director do Instituto Pontiricio de Música Sacra de Roma.

Aniversário de Paulo VI No próximo dia 26 de Setembro,

ocorre o 75. o aniversário natalício de Sua Santidade o Papa Paulo VI, Pastor supremo da Igreja Católica.

Neste dia e sempre, elevemos a Deus por intercessão de Nossa Se­nhora da Fátima uma prece fervorosa pelo Santo Padre, Vigário de Jesus Cristo, para que tenha saúde, força c graça para dirigir a Igreja de Deus no mundo conturbado de hoje.

Que o Senhor no-lo conserve, abençoe e vivifique e o livre das mãos dos seus inimigos são os votos respeitosos e filiais da «Voz da Fátima».

Medalha Comemo rativa do Centenária do Sr I o I Jo é

A medalha comemorativa do cem• · nário do nascimento do Senhor D. fos•' Alves Correia da Silva - o «Bispn c'<> Nossa Senhora» - de que falám ' s r;o número d e Junho custa 350$00. EsU à venda na Secretaria das Comem orJ­ções do Centenário de Dom José Alves Correia da Silva (Seminário de Leiria), no Santuário da Fátima, na Gráfica de Leiria P nas casas da especialidade. 1