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PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS VISITANTES DO PARQUE DAS FURNAS DO CATETE EM RELAÇÃO À GEOCONSERVAÇÃO Área temática: Turismo e patrimônio Autores: Ludmila Tobias da Costa ([email protected]) Antonio Soares da Silva ([email protected]) Instituição: Programa de Pós Graduação em Geografia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro Nova Friburgo é uma cidade da Região Serrana do estado do Rio de Janeiro que recebe ampla visitação turística que em parte se justifica por suas feições geomorfológicas. A Pedra do Cão Sentado, localizada no interior do Parque das Furnas do Catete, é um exemplo. As Furnas do Catete, que dão nome ao parque, consistem num grande conjunto de blocos de rocha angulosos de variados tamanhos. Tal configuração constituiu-se pela ocorrência de processos erosivos no maciço rochoso e posterior remoção de sedimentos mais finos, originando as furnas. Por seu valor pedagógico e turístico, as Furnas do Catete e a Pedra do Cão Sentado poderiam ser classificadas como patrimônios geológicos, ou seja, formas naturais, de rara ocorrência, que evidenciam os processos geológicos e geomorfológicos responsáveis pela sua formação. Portanto, tais formas relatam a formação da Terra. A geoconservação consiste no movimento de proteção dos elementos da geodiversidade, salvaguardando os patrimônios geológicos. Suas iniciativas buscam aproximar os visitantes de áreas naturais da geodiversidade ali existente, difundindo o conhecimento científico e despertando a sensibilização quanto à necessidade de sua defesa. Porém, os visitantes que hoje se dirigem ao Parque das Furnas do Catete pouco desfrutam deste aprendizado pois ali faltam recursos explicativos. Diante disso, este trabalho tem os objetivos de investigar o perfil geral dos visitantes do Parque das Furnas do Catete e avaliar a percepção destes em relação às Furnas do Catete e à Pedra do Cão Sentado tal como seu conhecimento acerca da geoconservação. A metodologia adotada consiste em revisão bibliográfica sobre o tema e aplicação de questionários aos visitantes. Os resultados iniciais mostram que mais da metade das pessoas entrevistadas demonstraram conscientização em relação à geoconservação, embora não estejam adaptadas à linguagem científica. Para a maioria, as rochas e as grutas são os principais atrativos da visitação e merecem o mesmo grau de preservação concedidos à fauna e à flora. Desta forma, é possível concluir que um considerável percentual tem a noção da importância de se adotar medidas geoconservacionistas. necessárias para garantir a proteção deste importante patrimônio. Palavras-chave: Geodiversidade; Patrimônio Geológico; Geoconservação; Furnas do Catete.

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PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS VISITANTES DO PARQUE DAS FURNAS DO CATETE

EM RELAÇÃO À GEOCONSERVAÇÃO

Área temática: Turismo e patrimônio

Autores: Ludmila Tobias da Costa ([email protected])

Antonio Soares da Silva ([email protected])

Instituição: Programa de Pós Graduação em Geografia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Nova Friburgo é uma cidade da Região Serrana do estado do Rio de Janeiro que recebe ampla

visitação turística que em parte se justifica por suas feições geomorfológicas. A Pedra do Cão

Sentado, localizada no interior do Parque das Furnas do Catete, é um exemplo. As Furnas do Catete,

que dão nome ao parque, consistem num grande conjunto de blocos de rocha angulosos de variados

tamanhos. Tal configuração constituiu-se pela ocorrência de processos erosivos no maciço rochoso

e posterior remoção de sedimentos mais finos, originando as furnas. Por seu valor pedagógico e

turístico, as Furnas do Catete e a Pedra do Cão Sentado poderiam ser classificadas como

patrimônios geológicos, ou seja, formas naturais, de rara ocorrência, que evidenciam os processos

geológicos e geomorfológicos responsáveis pela sua formação. Portanto, tais formas relatam a

formação da Terra. A geoconservação consiste no movimento de proteção dos elementos da

geodiversidade, salvaguardando os patrimônios geológicos. Suas iniciativas buscam aproximar os

visitantes de áreas naturais da geodiversidade ali existente, difundindo o conhecimento científico e

despertando a sensibilização quanto à necessidade de sua defesa. Porém, os visitantes que hoje se

dirigem ao Parque das Furnas do Catete pouco desfrutam deste aprendizado pois ali faltam recursos

explicativos. Diante disso, este trabalho tem os objetivos de investigar o perfil geral dos visitantes

do Parque das Furnas do Catete e avaliar a percepção destes em relação às Furnas do Catete e à

Pedra do Cão Sentado tal como seu conhecimento acerca da geoconservação. A metodologia

adotada consiste em revisão bibliográfica sobre o tema e aplicação de questionários aos visitantes.

Os resultados iniciais mostram que mais da metade das pessoas entrevistadas demonstraram

conscientização em relação à geoconservação, embora não estejam adaptadas à linguagem

científica. Para a maioria, as rochas e as grutas são os principais atrativos da visitação e merecem o

mesmo grau de preservação concedidos à fauna e à flora. Desta forma, é possível concluir que um

considerável percentual tem a noção da importância de se adotar medidas geoconservacionistas.

necessárias para garantir a proteção deste importante patrimônio.

Palavras-chave: Geodiversidade; Patrimônio Geológico; Geoconservação; Furnas do Catete.

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1. Introdução

O parque das Furnas do Catete, criado em 1962, localiza-se no município de Nova Friburgo,

na região Serrana do estado do Rio de Janeiro, região Sudeste do Brasil. Popularmente é conhecido

como Parque do Cão Sentado devido ao seu ponto mais elevado, a Pedra do Cão Sentado, uma

formação rochosa no formato de um cão a 868 metros de altitude. Junto com outras feições

geomorfológicas da cidade, como os Três Picos, o Pico da Caledônia e a Pedra Riscada, a Pedra do

Cão Sentado se constitui num grande atrativo turístico. Sua imagem é frequentemente observada em

embalagens de produtos artesanais e propagandas de eventos e estabelecimentos relacionados a

Nova Friburgo.

Figura 1: Pedra do Cão Sentado (Foto: Ludmila Costa)

O trajeto da trilha no interior do Parque que conduz até o mirante de observação da Pedra do

Cão Sentado possibilita ao visitante conhecer as Furnas do Catete, um grande conjunto de blocos

rochosos de gnaisse de variados tamanhos e formatos angulosos que, equilibrados uns sobre os

outros, constituem as furnas. Parte de tal configuração pode ser visualizada na Figura 2. Desta

forma, os elementos da geoversidade, ou seja, “a variedade natural de aspectos geológicos

(minerais, rochas e fósseis), geomorfológicos (formas de relevo e seus processos) e do solo”

(GRAY, 2004, p.5) presentes na Terra, são os principais pontos de observação do Parque das

Furnas do Catete. Tanto a Pedra do Cão Sentado quanto as Furnas do Catete correspondem a

monumentos naturais de raras características capazes de evidenciar os processos geológicos e

geomorfológicos do passado que lhes deram origem.

Entretanto, os visitantes que hoje se dirigem ao Parque das Furnas do Catete pouco

usufruem deste aprendizado pois ali faltam recursos interpretativos acerca da geodiversidade local.

Há apenas um painel do Projeto Caminhos Geológicos (DRM, 2001), criado em 2000 pelo

Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM – RJ), com o propósito de

divulgar o conhecimento geológico acerca dos principais monumentos naturais do estado

(MANSUR e SILVA, 2011). Dessa forma, são praticamente inexistentes iniciativas de

geoconservação, ramo científico direcionado à proteção e conscientização da população em relação

à geodiversidade, salvaguardando os patrimônios geológicos, ou seja, “ocorrências geológicas que

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possuem inegável valor científico, pedagógico, cultural, turístico, ou outros” (BRILHA, 2005, p.

52).

Diante disso, esta pesquisa tem os objetivos de investigar o perfil geral dos visitantes e

avaliar a percepção destes em relação às Furnas do Catete e à Pedra do Cão Sentado, tal como a

noção destes acerca da geoconservação.

Figura 2: Uma das furnas do Parque.

2. Geodiversidade, Patrimônio geológico e Geoconservação

A superfície da Terra é composta por uma multiplicidade de formas e elementos, moldados

por forças internas e externas em sintonia com as condições climáticas existentes em cada região e

com as espécies bióticas. Sendo assim, Brilha (2005) afirma que a geodiversidade seria

representada pelos diferentes tipos de rochas e minerais encontrados no planeta que sofrendo os

efeitos de sua dinâmica, dariam origem às diversas paisagens hoje existentes. Conforme Souza

(2009, p. 17), o termo geodiversidade “começou a ser usado na década de 1990, sendo uma analogia

geológica da biodiversidade, criado para dar ênfase à parte abiótica da natureza”.

Brilha (2005) utiliza o termo geossítio para se referir a presença de um ou mais elementos da

geodiversidade numa localização específica, bem delimitada geograficamente, de singular valor

científico, pedagógico, cultural, turístico ou outro. Segundo o autor, o “conjunto dos geossítios

inventariados e caracterizados numa dada área ou região” (p. 52) constitui o conceito de patrimônio

geológico.

O patrimônio geológico, por sua vez, corresponde às formas e processos naturais como

afloramentos de rochas, ocorrência de fósseis, minerais, feições geomorfológicas que apresentem

um grande valor didático, científico, turístico, entre outros. Sendo assim, atua como “recurso

documental de caráter científico, de conteúdo importante para o conhecimento e estudo da evolução

dos processos geológicos e que constitui o registro da totalidade da evolução do planeta”

(RUCHKYS, 2007).

No que se refere a temática da preservação ambiental, a maioria de seus argumentos e ações

ressaltam a biodiversidade, em detrimento à geodiversidade. Nascimento, Schobbenhaus e Medina

(2008), afirmam que no Brasil, a proteção da geodiversidade geralmente se dá casualmente, entre os

valores biológicos, estéticos e culturais. Entretanto, para a conservação dos ambientes naturais,

geodiversidade e biodiversidade deveriam adquirir o mesmo grau de importância pois a primeira

atua como substrato para o desenvolvimento e manutenção da segunda.

A geoconservação, denominada por Henriques et al (2011) como uma das vertentes mais

recentes da conservação da natureza e da paisagem, busca estimular um uso sustentável da

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geodiversidade, preservando o patrimônio geológico. Sharples (2002) a define como a proteção da

diversidade natural de processos e aspectos geológicos, geomorfológicos e de solo, mantendo sua

evolução natural. De acordo com este autor, à geoconservação são cabíveis as seguintes atribuições:

conservar e assegurar a manutenção da geodiversidade; proteger e manter a integridade dos locais

com relevância; amenizar os impactos adversos dos locais importantes em termos de

geoconservação; interpretar a geodiversidade para os visitantes de áreas protegidas; contribuir para

a manutenção da biodiversidade e dos processos ecológicos dependentes da geodiversidade.

Sendo assim, para Nascimento, Ruchkys e Mantesso-Neto (2008, p. 21), a “geoconservação

pode se dar por meio da criação de leis e programas específicos para o patrimônio geológico e/ou

por meio da sensibilização do público sobre a importância deste patrimônio”. Tal iniciativa deve ser

direcionada tanto para turistas e visitantes de áreas naturais quanto para as comunidades que vivem

em seu entorno. Sobre isso, Mansur et al (2013) destaca a necessidade de aproximar a população da

geodiversidade e de seus valores. A partir do momento em que passa a compreender

adequadamente sua importância, maior será o desejo e engajamento em sua proteção. Para isso, é

necessário estender a comunicação com o público em geral, adaptando uma complexa linguagem

científica à linguagem do senso comum. De acordo com Mansur e Silva (2011), isso pode ser feito a

partir de painéis, posters, folhetos, websites, entre outros, os quais devem lançar mão de textos e

artes convenientes com as informações a serem transmitidas.

No entanto, antes de se pensar na melhor forma de comunicação com os visitantes, conhecer

o público alvo e a impressão prévia que este apresenta sobre o patrimônio visitado é fundamental.

Segundo Tilden (1977), a interpretação de uma certa área precisa relacionar a mensagem que se

deseja transmitir com a personalidade e experiência de seu observador. Esta impressão prévia tende

a variar de acordo com cada indivíduo pois resulta “da interação dos sentidos (visão, audição,

olfato, tato) e dos valores pessoais (caráter, personalidade, culturais, etc.). Dessa forma, a base

sócio-cultural e psicológica do observador propicia o grau de percepção das informações que o

ambiente fornece (PINHEIRO, 2004). Assim, Faggionato (2002) define percepção ambiental como

uma conscientização a respeito do ambiente e de seus elementos pelos seres humanos, aprendendo

a proteger e cuidar do mesmo.

Em síntese, os estudos de percepção ambiental podem se converter em importantes

instrumentos para a conservação das paisagens naturais, inclusive da geodiversidade, auxiliando na

reaproximação entre homem e natureza (FREITAS e MAIA, 2009) e na elaboração de projetos de

interpretação.

3. Geodiversidade das Furnas do Catete

A composição litológica do Parque das Furnas do Catete destaca-se pelo predomínio de

gnaisse, havendo muitas intrusões de veios de pegmatitos.

Dantas (2000) lembra que devido ao elevado gradiente do relevo montanhoso, a Serra dos

Órgãos, como também é chamada a Região Serrana do estado do Rio de Janeiro, é muito vulnerável

a eventos de erosão e movimentos de massa. Muitos destes eventos recentes, de origem quaternária,

produziram depósitos de tálus ou deixaram antigos descobertos, os quais constituíram as furnas.

Atualmente, esses movimentos se intensificam na Região Serrana devido ao desmatamento nas

áreas mais íngremes.

Sendo assim, os inúmeros blocos que compõem a paisagem geomorfológica das Furnas do

Catete originaram-se pela erosão do maciço rochoso, como é demonstrado na Figura 3. Antes da

erosão, o mesmo encontrava-se em sua forma intacta em sua posição inicial próxima ao Alto do

Catete. Monteiro (1942, p. 81) afirma que o fato de os veios de uns e de outros blocos se

corresponderem quase que perfeitamente é um sinal de que no passado todos esses blocos tenham

sido um único maciço.

As fraturas existentes no maciço, ora intacto, expandiram-se conforme ocorria a penetração

de água das chuvas e o crescimento de raízes de plantas em seu interior. Ao sofrer desagregação

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mecânica e alterações mineralógicas, a rocha fragmentou-se em clastos de variados tamanhos, desde

blocos e matacões até areias de granulometria média e fina. Desta forma, é possível afirmar que

estes clastos foram mobilizados provavelmente pela ação da gravidade, considerada um mau

selecionador de transporte de sedimentos devido à sua capacidade de carregar materiais de

diferentes granulometrias. Além disso, a forma angulosa dos blocos evidencia que o material das

Furnas do Catete foi transportado por um percurso pouco extenso. Já as grutas existentes na área

foram constituídas pelo posicionamento dos blocos, uns encaixados nos outros, concedendo

sustentação, e também pela retirada dos sedimentos mais finos, cujo transporte é facilitado.

Figura 3 Evolução geomorfológica das Furnas do Catete. (DRM, 2001).

Apesar de formas raras de extenso valor científico, pedagógico e turístico, as Furnas do

Catete e a Pedra do Cão Sentado não são formalmente consideradas como patrimônios geológicos

reconhecidos pela SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos). Originada

em março de 1997, a SIGEP recebe indicações de vários elementos da geodiversidade em território

brasileiro com potencial para serem considerados patrimônios geológicos e “realiza inventário ou

cadastro baseado em avaliações técnico científicas, envolvendo os membros da comissão e a

comunidade geocientífica em geral” (NASCIMENTO; SCHOBBENHAUS; MEDINA, 2008, p.

155). Em sua composição destacam-se representantes de entidades como Serviço Geológico do

Brasil (CPRM), Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o Insituto Brasileiro do

Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA), entre outras.

Outro aspecto particular encontrado no Parque das Furnas do Catete se refere à interação

entre biodiversidade e geodiversidade. Segundo Monteiro (1942, p. 81), “No meio daquelas grutas

encolhedoras e rudes, onde o sol penetra coado, e a custo, pelas fendas das rochas agressivas”, as

espécies da Mata Atlântica ali existentes precisaram se adaptar às condições peculiares impostas

pelo meio físico para conseguir se desenvolver e sobreviver em meio aos blocos rochosos.

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4. Metodologia

A primeira parte da metodologia consistiu em revisão bibliográfica sobre Geodiversidade,

Patrimônio Geológico e Geoconservação e sobre o Parque das Furnas do Catete, as quais são muito

restritas. Além da Placa do Projeto Caminhos Geológicos (DRM, 2001), foi encontrada uma obra

de Monteiro (1942).

A segunda parte consistiu em analisar o perfil geral dos visitantes e a percepção destes em

relação à geodiversidade local, representada pelas Furnas do Catete e pela Pedra do Cão Sentado,

além de verificar a noção destes em relação à geoconservação. Para isso foi elaborado um

questionário com treze perguntas (doze objetivas e uma discursiva).

Tal questionário foi elaborado baseado na metodologia de Mansur e Silva (2011) cuja

pesquisa tinha o objetivo de avaliar o nível de compreensão das pessoas que liam os painéis do

Projeto Caminhos Geológicos, implementado pelo Departamento de Recursos Minerais do estado

do Rio de Janeiro. Como mencionado anteriormente, a intenção de tal iniciativa foi popularizar o

conhecimento geológico acerca dos monumentos naturais mais visitados do Rio de Janeiro. Assim,

a intenção dos autores destinou-se a verificar se os objetivos do projeto estavam sendo alcançados

Desta forma, nesta pesquisa realizada com visitantes do Parque das Furnas do Catete, os

questionários foram elaborados em duas partes. A primeira aspirava a conhecer o perfil dos

visitantes do Parque e conteve perguntas sobre idade, sexo, nível de escolaridade, cidade de origem,

a forma através da qual conheceu o Parque, a razão da visita e a quantidade de vezes em que já

havia estado ali anteriormente. A segunda parte, procurando atender ao objetivo de avaliar a

percepção dos visitantes em relação às Furnas do Catete e à Pedra do Cão Sentado tal como seu

conhecimento acerca da geoconservação, indagou o visitante a respeito dos seguintes aspectos:

leitura e compreensão do painel do Projeto Caminhos Geológicos (DRM, 2001) na entrada do

Parque, elemento natural da trilha que mais chamou sua atenção, necessidade ou não de proteger

elementos da geodiversidade e conhecimento em relação a patrimônios geológicos.

Ressalta-se que os questionários foram elaborados sob uma linguagem o mais próximo

possível do senso comum para facilitar sua compreensão perante o público.

No total, foram aplicados cem questionários em três datas diferentes: 11 de outubro (25

entrevistas), 20 de novembro (65 entrevistas) e 26 de dezembro (10 entrevistas) de 2014.

Apenas foram abordadas as pessoas que realizaram o trajeto de ida e volta da trilha que

conduz até o mirante de observação da Pedra do Cão Sentado. Optou-se por esta decisão pois o

percurso da trilha é a única forma de contato com as Furnas do Catete e com a Pedra do Cão

Sentado. Os questionários foram respondidos individualmente. Ninguém se recusou a participar.

Os dados foram tabulados para melhor visualização e análise. Em seguida foram plotados

em gráficos. A única questão discursiva , que indaga o visitante sobre áreas com patrimônios

geológicos já visitadas por ele, foi analisada separadamente através da leitura das respostas e

posterior síntese.

Quanto aos dados relativos à idade, estes foram separados por classes de diferentes faixas

etárias dos participantes. Essa divisão em classes foi feita de acordo com os intervalos que foram

perceptíveis nos dados obtidos na pesquisa.

4.Resultados e discussão

A análise dos cem questionários respondidos permitiu verificar que 59% dos entrevistados

foram mulheres e 41% homens.

Quanto à faixa etária, o visitante mais jovem abordado tinha a idade de 9 anos e o mais

idoso 78. O maior grupo apresentou idades entre 25 e 34 anos (29%), conforme mostra o Gráfico 1.

Segundo Mansur e Silva (2011), no Reino Unido, como é apresentado nas pesquisas de Hose (1996;

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1998) a maioria dos visitantes de áreas com elevado interesse geológico costuma ter idades entre 45

e 64 anos. Nesta pesquisa, tal intervalo atingiu percentual de 21%.

O nível de escolaridade revelou-se alto pois 40% possui ensino superior enquanto outros

20% afirmaram possuir pós graduação. Respectivamente, os percentuais para Ensino Médio, Ensino

Fundamental e Ensino Fundamental incompleto foram, respectivamente 21%, 17% e 2%.

Gráfico 1: Faixas etárias dos visitantes do Parque das Furnas do Catete

A própria cidade de Nova Friburgo é a que mais envia visitantes para o Parque (39%). A

Tabela 1 mostra as cidades de origem dos visitantes e o quantitativo vindo de cada uma. A segunda

cidade que mais enviou visitantes foi São Paulo (21%). Esse fato ocorreu pois no dia 20 de

novembro esteve no Parque uma excursão de lá proveniente, com 16 participantes. Em terceiro

lugar aparece a cidade do Rio de Janeiro (10%), de onde partem muitos dos turistas que vão a Nova

Friburgo, que também é o caso de Niterói e São Gonçalo, cidades pertencentes à Região

Metropolitana do Rio de Janeiro. Os municípios de Cordeiro, Teresópolis, em quarto lugar,

correspondendo a um percentual de 5%, são vizinhos ao município de Nova Friburgo, daí a

facilidade para estas pessoas em visitar o Parque. Dois moradores da cidade de Miami (EUA),

sendo uma uma brasileira acompanhada de um norte-americano, participaram da entrevista, ambos

com 26 anos de idade.

Em relação ao modo através do qual conheceram o Parque, 55% souberam de sua existência

através de amigos e familiares. Televisão e Internet foram mencionados por 7% e 6%,

respectivamente. Alguns entrevistados, somando o percentual de 9%, disseram conhecer o Parque

devido à sua fama na cidade. Dentre estas pessoas sete são moradoras de Nova Friburgo e duas

atualmente não são, mas lá nasceram. Já os 16 indivíduos que estiveram no Parque no dia 20 de

novembro acompanhando um grupo de excursão de São Paulo, afirmaram ter conhecido o Parque

através da empresa que organizou o evento. Dentre os entrevistados, 7% não especificou como

conheceram o Parque e, junto com os participantes da excursão foram incluídos no item OUTROS,

como é possível observar no Gráfico 2.

O percentual de 49% disse estar no Parque pela primeira vez (Gráfico 3). Somente oito

destes são moradores de Nova Friburgo com idades que variam dos 13 aos 36 anos. Dentre os 51%

que estavam no Parque por vezes repetidas, 23 entrevistados lá estavam pela segunda vez e sete

pela terceira. O número de 21 pessoas afirmou ter ido lá quatro vezes ou mais. Destas apenas quatro

não são moradores de Nova Friburgo.

A razão da ida ao Parque por parte da grande maioria dos entrevistados foi o lazer (93 %).

Uma minoria afirmou ter ido por motivos profissionais. Tratam-se dos guias turísticos que

acompanhavam a excursão vinda de São Paulo, com 36 e 47 anos, realizada com objetivo

recreacional, e de um grupo de quatro pessoas de uma emissora de televisão local com a intenção de

0%5%

10%15%20%25%30%35%

% D

OS

VIS

ITA

NTE

S

IDADE

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gravar um programa de esportes, cuja faixa etária está entre 21 e 24 anos. Percebe-se que nenhum

destes se deslocou ao parque para exercer atividade profissional ou educativa relacionada

diretamente às geociências. Um entrevistado afirmou ter ido para práticas religiosas. Tais dados

estão expressos no Gráfico 4.

Tabela 1: Origem e quantitativo de visitantes

Origem do

visitante Quantidade

Aracaju (SE) 2

Cachoeiras de

Macacu (RJ) 1

Conceição da Barra

(ES) 2

Cordeiro (RJ) 5

Duas Barras (RJ) 2

Guararema (SP) 1

Macaé (RJ) 2

Nitéroi (RJ) 4

Nova Friburgo (RJ) 39

Rio de Janeiro (RJ) 10

São Gonçalo (RJ) 4

São Paulo (RJ) 21

Teresópolis (RJ) 5

Miami (EUA) 2

Total 100

Gráfico 2: Modo através do qual os visitantes souberam da existência do Parque.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

INTERNET TV AMIGOS EFAMILIARES

FAMA NACIDADE

OUTROS

% D

OS

VIS

ITA

NTE

S

COMO CONHECEU O PARQUE

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Gráfico 3: Frequência de visitação

Gráfico 4: Razão da visita ao Parque das Furnas do Catete

Quando questionados se leram ou não o painel explicativo do DRM (Departamento de

Recursos Minerais/Serviço Geológico do Estado do Rio de janeiro), 56% afirmou ter lido, como

consta no Gráfico 5. Como se trata de um painel com informações técnicas e científicas a respeito

da formação das Furnas do Catete, foi perguntado às pessoas que leram o painel se conseguiram

entender as informações ali apresentadas. A intenção era verificar se as mesmas estão expressas

numa linguagem compreensível pelo público em geral. Os resultados foram os seguintes: duas

pessoas afirmaram não compreender o que estava escrito no painel, ambas com curso superior (uma

com curso superior apenas e uma com pós graduação). Outras nove (seis delas com curso superior e

pós graduação) disseram ter entendido parcialmente e 45 (27 com curso superior e pós graduação)

afirmaram entender totalmente as informações. Quanto aos 44% que não leram o painel, 19

entrevistados que não viram o painel, pode devido à sua localização cerca de 10 metros antes da

entrada do Parque. Caso o mesmo estivesse mais próximo à entrada, onde os visitantes tendem a

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

NUNCA 1 VEZ 2 VEZES 3 VEZES OU MAIS

% D

OS

VIS

ITA

NTE

S

QUANTAS VEZES JÁ VISITOU O PARQUE

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

LAZER PRÁTICARELIGIOSA

TRABALHO

% D

OS

VIS

ITA

NTE

S

MOTIVO DA VISITA

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parar momentaneamente para pagar o ingresso de acesso ao Parque, a possibilidade de notar sua

presença e de ler suas informações seriam maiores.

Gráfico 5: Percentual das respostas assinaladas nos questionários em relação à leitura do painel interpretativo.

Para 80% das pessoas entrevistadas, os componentes da geodiversidade foram os elementos

que mais despertaram sua atenção ao percorrer a trilha para o mirante de observação da Pedra do

Cão Sentado. As rochas foram apontadas por 42% e as cavernas por 38%. Apenas 7% se referiram à

vegetação e 2% aos animais (Gráfico 6).

Gráfico 6: Elementos que os visitantes apontaram como maiores atrativos do Parque

Ao serem indagados se as rochas, assim como a flora e a fauna, também deveriam ser

preservados pelas ações ambientalistas, 99% disseram sim. Apenas um não soube opinar. Sobre

saber o que é um patrimônio geológico, 66% afirmaram positivamente e acrescentaram que as

Furnas do Catete e a Pedra do Cão Sentado deveriam ser considerados patrimônios geológicos.

Quando foi pedido que escrevessem alguns nomes de áreas com patrimônios geológico por eles

visitados, 45 pessoas souberam dar exemplos coerentes. As respostas envolveram especificamente

nomes de feições geológicas e geomorfológicas ou nomes de Parques ou lugares onde se localizam

muitos dos elementos da geodiversidade de alto valor estético, turístico, científico, didático,

0%

20%

40%

60%

80%

100%

SIM VI, MAS NÃO LI NÃO

% D

OS

VIS

ITA

NTE

S VOCÊ VIU E LEU O PAINEL EXPLICATIVO NA

ENTRADA DO PARQUE?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

ANIMAIS CAVERNAS ROCHAS VEGETAÇÃO NÃO SOUBEOPINAR

% D

OS

VIS

ITA

NTE

S

ELEMENTOS MAIS ATRATIVOS

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cultural, entre outros. Ressalta-se que algumas pessoas escreveram respostas que se referem a

feições geomorfológicas de Nova Friburgo e cidades próximas, como o Pico da Caledônia, a Pedra

Riscada, o Parque Estadual Três Picos e o Parque Estadual da Serra dos Órgãos. Outros lugares

também muito citados foram: Gruta de Maquiné (MG), Chapada Diamantina (BA), Parque Estadual

de Ibitipoca (MG) e o Parque Estadual Turístico do Alto da Ribeira (SP).

5. Considerações finais

Os estudos de percepção ambiental são de grande utilidade para a conservação de áreas

naturais e de seus elementos bióticos e abióticos. Conhecer o perfil de seus visitantes e os elementos

que mais lhe atraíram na área, possibilita encontrar a melhor maneira de comunicação com o

público pois permite a escolha de recursos interpretativos que dialoguem com maior clareza com o

perfil destas pessoas.

Os visitantes do Parque das Furnas do Catete que participaram desta pesquisa mostraram-se

sensibilizados em relação à geodiversidade local. Tanto que 80% dos entrevistados apontaram as

rochas e as cavernas como os elementos naturais que mais lhe impressionaram durante o percurso

da trilha. No entando, hoje somente é permitido ao público contemplá-los. A ausência de recursos

interpretativos próximos aos pontos de maior interesse da trilha impossibilita um aprendizado maior

em relação às Furnas do Catete e à Pedra do Cão Sentado. Por outro lado, a geodioversidade se

enfatiza como o grande atrativo do Parque, cujas características devem ser apropriadas por uma

iniciativa de implantação de recursos interpretativos.

Embora o percentual de 99% responder que as rochas também devem ser preservadas,

assim como a fauna e a flora, é importante lembrar que 34% desconhece o significado de

patrimônio geológico. Por tal razão, nota-se que há uma demanda de ações de geoconservação junto

ao população em geral.

Como não foram observadas visitas educativas nos dias em que a pesquisa foi conduzida no

Parque, propõe-se à gestão do Parque uma parceria com escolas do entorno. Seria uma tentativa de

aproximar a comunidade local e os monumentos naturais.

De acordo com Mansur e Silva (2011) no Brasil os painéis são a principal forma de

comunicação com o público a respeito da difusão do conhecimento geológico, uma das metas da

geoconservação. No entanto, nem todos os visitantes de áreas naturais estão habituados a lê-los,

como foi demonstrado nesta pesquisa, em que 44% não leu o único painel existente na área. Isso é

outro fato que demonstra que ali são necessários mais recursos. Uma sugestão seria a elaboração de

um mapeamento da trilha com destaque para cavernas e os pontos em que se localizam os aspectos

da geodiversidade local que remetem aos processos que deram origem às Furnas do Catete e à Pedra

do Cão Sentado. Alguns exemplos destes aspectos são: fraturas nas rochas causadas por

intemperismo físico, veios de pegmatito, interação entre bio e geodiversidade, além das cavernas. O

resultado deste mapeamento poderia vir inserido em um pequeno folheto, com a sinalização de cada

um dos pontos de interesse, acompanhado de breves descrições a respeito de cada um.

Espera-se que este trabalho sirva para despertar a gestão do Parque das Furnas do Catete em

relação à demanda de mais recursos interpretativos. Como alternativa de continuidade desta

pesquisa, sugere-se um estudo sobre a inclusão de tais recursos. Deve-se salientar que tais recursos

necessitam estar em sintonia com o perfil dos visitantes, sendo capazes de conferir importância a

geodiversidade local e aos processos que levaram à sua formação, sem causar danos à paisagem

natural.

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