pequenos objetos de madeira - compostagem de serragem …

17

Upload: others

Post on 27-Nov-2021

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Ministério do Meio AmbienteInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

Diretoria de FlorestasLaboratório de Produtos Florestais

PEQUENOS OBJETOS DE MADEIRAPOM

Gerson Henrique Sternadt

Brasília, 2002

República Federativa do BrasilFernando Henrique Cardoso

Presidente

Ministério do Meio Ambiente - MMAJosé Carlos Carvalho

Ministro

Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos - SQA

Regina Elena Crespo GualdaSecretária

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA

Rômulo José Fernandes Barreto MelloPresidente

Diretoria de Florestas - DIREFHumberto Candeias Cavalcanti

Diretor

Laboratório de Produtos Florestais - LPFMarcus Vinicius da Silva Alves

Chefe

Apresentação

O Brasil Joga Limpo é um programa de governo elaborado pelo Ministério do Meio

Ambiente, com a finalidade de desenvolver ações de melhor gestão dos resíduos nas

cidades e no campo por meio de um trabalho conjunto e participativo, integrando gov-

er-no e comunidade com vantagens no aspecto ambiental e social. O Brasil Joga Limpo é

um dos 305 programas que integram o Plano Plurianual 2000-2003, o Avança Brasil. São

objetivos deste programa: diminuir a geração de resíduos, aumentar a reciclagem e o

reaproveitamento dos mesmos, em consonância com as normas ambientais.

Esta publicação é parte integrante de um conjunto de oito módulos que formam o

curso "Capacitação de Agentes Multiplicadores em Valorização da Madeira e dos Resíduos

Vegetais". Essa ação educativa foi proposta pela Secretaria de Qualidade Ambiental nos

Assentamentos Humanos - SQA, cuja execução está sobre a responsabi-lidade do

Laboratório de Produtos Florestais - LPF.

O conteúdo do curso está lastreado na experiência desse Laboratório, acumulada em

vários anos de pesquisa e aborda o correto processamento da madeira. Com isso, se

pode reduzir, significativamente, a geração de resíduos, além de possibilitar a reciclagem

e transformação dos mesmos em novas matérias-primas ou insumos agrícolas, gerando

energia e também uma infinidade de outros produtos de boa qualidade.

Dentro desse programa de capacitação serão apresentadas as tecnologias de manejo

de resíduos, exemplificando, também, os processos disponíveis no Brasil e em outros

países. Essas tecnologias podem ser utilizadas para valorização de resíduos da indústria

madeireira, bem como para todos os oriundos da agricultura.

A expectativa é que, integrando gestão ambiental com valorização e conservação dos

recursos naturais e, ao mesmo tempo, considerando possíveis adequações em função das

características regionais, este material favoreça a adoção das tecnologias apropriadas. E

assim, gradativamente é possível que se consiga promover um maior e melhor aproveit-

amento dos potenciais agroflorestais, agregando valor a esses produtos, gerando

empregos e promovendo avanços no bem-estar social e ambiental das comunidades.

Regina Elena Crespo Gualda

Secretária de Qualidade Ambientalnos Assentamentos Humanos

do Ministério do Meio Ambiente

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA

Laboratório de Produtos Florestais - LPF

SAIN Av. L4 - Lote 470818-900 Brasília, DF - BrasilTel.: (61) 316-1209/316-1526Fax: (61) 316-1515/225-1182site: http://www.ibama.gov.bre-mail: [email protected]

Esta publicação do curso para capacitação de agentes multiplicadores em valorização da madeira e resíduos vegetais, tornou-se viável por

intermédio do convênio MMA/IBAMA/2001-06, da Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos, convênio esse que tem a coordenação, pelo MMA, de Paulo Brum Ferreira e pelo

LPF/IBAMA de Waldir Ferreira Quirino.

5841p Sternadt, Gerson Henrique Pequenos Objetos de Madeira - POM, Compostagem de

Serragem de Madeira / Gerson Henrique Sternadt. --- Brasília : LPF, 2002.

29p. :il. ; 22cm.

Curso para capacitação de agentes multiplicadores em valorização da madeira e resíduos vegetais

ISBN 85-7300-139-9

1. Objetos de Madeira. 2. Madeira. 3. Compostagem. I. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Diretoria de Florestas. Laboratório de Produtos Flo-

restais. II. Título.

CDU 674

O material desta publicação pode ser reproduzido, desde que citada a fonte. O conteúdo é de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es).

1ª Edição: 1ª Impressão (2002): 1.800 exemplares

Conteúdo TécnicoGerson Henrique Sternadt

Coordenação EditorialJoão Humberto de Azevedo

Tratamento RedacionalGuido Heleno

Diagramação e Arte FinalFelipe Venâncio Alves

Projeto Editorial/impressão

Ap

rese

nta

ção

Sumário

Introdução 7

Histórico e evolução 7

Os principais grupos de POM 8

POM artigos domésticos de madeira 9

Caráter dos POM domésticos 9

POM de caráter utilitário 9

POM domésticos de caráter decorativo 10

Sistema de produção 11

Evolução da produção, do artesanal ao industrial 11

O conceito indústrial de produção de POM 12

Mercado 13

Expansão do mercado POM 13

A importância do design para o mercado 16

Aspectos econômicos dos POM 16

Mercados e qualidades da madeira 16

Eco-design e POM 17

Consideração final 18

Sum

ário

IntroduçãoOs Pequenos Objetos de Madeiras, a cada dia mais, estão sendo conhecidos pela

maioria do setor madeireiro/moveleiro pela sigla POM. Esses objetos, relativamente pequenos em seu tamanho, têm uma grande importância em nosso cotidiano. São uti-litários de uso doméstico como tábuas de frios, acessórios de mesa e cozinha. Os POM nos chegam também como artigos esportivos, de decoração, brinquedos e com-plementos mobiliários.

Devido a isso, constata-se a existência de um grande mercado a ser explorado, tanto interno quanto externo. Portanto, o segmento de POM ganha maior relevância para aqueles que, direta ou indiretamente, estão envolvidos na produção dos chamados Pequenos Objetos de Madeira. O objetivo principal deste trabalho é oferecer uma visão ampla dos Pequenos Objetos de Madeira - POM - enfocando tópicos como:• Históricoeevolução• Osprincipaisgrupos• Sistemasdeprodução• Mercado

Histórico e EvoluçãoNa evolução da humanidade, a madeira foi uma das primeiras matérias utilizadas, tanto

como utensílios domésticos (ver Figura 1) ou na fabricação de armas. A madeira, por estar presente em todos as fases dessa evolução, passou a ter uma importância maior do que o seu próprio uso. Casas, pontes, mobiliário e mesmo objetos de arte são encontrados em sítios arqueológicos e servem para caracterizar momentos significativos de povos e de suas civili-zações.

Figura 1 - Colher, com marcas de entalhe do artesão nítidas, lembrando o conhecimento do homem de uma das mais antigas matérias prima.

Figura 2 - Carranca para proteção e animais, serviam de temas para objetos decorativos de madeira do homem primitivo que perduram até hoje.

Peq

uen

os

ob

jeto

s d

e m

adei

ra

POM artigos domésticos de madeira

Caráter dos POM domésticos Os POM referentes a artigos de madeira são classificados como: de caráter utilitário

(funcional) e os de caráter decorativo.

POM de caráter utilitário Este conjunto de produtos POM para uso doméstico compreende os destinados ao

serviço de mesa e os utensílios de cozinha ou para outros usos domésticos, estejam ou não torneados. Veja na Figura 5 alguns POM de caráter utilitário bem comuns que podem ser descritos como: • tábuasparacortarpão;• tábuasparaqueijoedemaistábuasparacortaretrinchar;• saleirosepimenteiras;• saladeirasecoberturaparasaladas;• colhereseespátulasdemadeira;• potes;• copos,pratosepratinhos;• caixasparaespeciariasedemaisartigosdecozinha;• oveiras,taçasejarros;• rodinhaparapastelarias;• pinçaseprendedoresderoupa.• agulheiros.

9

Quanto mais o homem foi civilizando-se e aperfeiçoando suas relações sociais, tam-bém foram aprimorando as formas e o processo de produção de objetos de madeira e foram criadas múltiplas funções para esses objetos, independente de tamanho (Ver Figuras 2 e 3).

Os principais grupos de POMEm relação aos Pequenos Objetos de Madeira (POM), podemos agrupá-los em:• artigosdomésticosdecaráterutilitário(colheres,porta-copo,bandejas);• artigosdomésticosdecaráterdecorativo(moldurasparaquadroseespelhos);• complementosdeoutrosprodutos(cabosdevassouraeparaferramentas);• artigosdeusopessoal(pulseiras,brincos,chaveiros);• complementosdemobiliário(caixas,estojos,abajures);• brinquedos(verFigura4);• artigosesportivoseoutros.

8

Figura 3 - Utensílios de madeira de uso pessoal, comum desde a antiguidade até hoje e, utilitários de uso doméstico.

Figura 5 - Exemplos de POM de artigos domésticos de madeira.Figura 4 - Exemplo de POM brinquedos de madeira.

Peq

uen

os

ob

jeto

s d

e m

adei

ra

Peq

uen

os

ob

jeto

s d

e m

adei

ra

Sistema de produção

Evolução da produção, do artesanal ao industrial

Assim como o domínio da madeira pelo homem foi gradual, o mesmo aconteceu em relação ao sistema de produção dos POM. Mesmo depois da Revolução Industrial, ocor-rida no Século XVIII, os Pequenos Objetos de Madeira, por suas particularidades, con-ti-nuaram sendo fabricados, em sua maioria, dentro do sistema de produção artesanal. Atualmente a produção de pequenos objetos de madeira – POM pode ser dividida em artesanal e industrial.

Estamos chamando aqui de sistema artesanal de produção todo aquele no qual o homem executa todas tarefas da produção, geralmente tendo como produto peças indi-vidualizadas, frutos de habilidade manual. A produção artesanal é o começo, o meio e o fim do sistema produtivo em nossa sociedade. No início, por falta de capital ou em con-seqüência do momento histórico de cada país, tudo se produzia artesanalmente. Não se utiliza a máquina como objeto ou idéia de produzir. A atenção do homem se concentra no produto e não na produção.

Os produtos artesanais, embora ricos em criatividade e conteúdos artístico cultural, carecem de padronização e de escala produtiva (ver Figura 8). Em qualquer sociedade a etapa artesanal de produção de POM sempre ocorre, existindo ou não recursos florestais.

A maioria da produção de POM no Brasil é artesanal no seu sentido mais amplo do termo, apesar de se ter uma certa regularidade no desenho e na forma. Alguns produtos são feitos com máquinas e parcialmente à mão.

É importante fazer a distinção entre os manufaturados de madeira de fabricação em série e o de artesanato, principalmente em razão das preferências alfandegárias esta-be-lecidas pela União Européia, EUA, Canadá e México.

Conclui-se que existe um grau de dificuldade na produção dos POM conforme a Figura 7. Isto implica em aceitar vários conceitos de produção oriundos das indústrias, em um grau de complexidade relativamente simples.

11

POM domésticos de caráter decorativoEste grupo de produtos POM compreende todos os outros objetos pequenos de

madeira de uso doméstico de caráter decorativo, ver Figura 6. O tipo de acabamento ornamentado desses POM é uma das principais características para determinar a sua classificação.

Neste grupo de POM estão os artigos de caráter decorativo como:• portas-jóias;• abajur;• decorativosdefrutaseoutrosalimentos;• porta-livros;• suporteornamentalespecial;• porta-vela;• estanteseprateleiras;• cabides;• candelabro.

10

Figura 6 - Exemplos de POM artigos domésticos de madeira de caráter decorativo.Figura 7 - Grau de dificuldade de produção dos principais grupos de Pequenos Objetos de Madeira - POM.

Peq

uen

os

ob

jeto

s d

e m

adei

ra

Peq

uen

os

ob

jeto

s d

e m

adei

ra

A matéria plástica possui um processo industrial mais desenvolvido que o da madeira. A sua base de competitividade está nas máquinas de alta produção (extrusoras e injeto-ras), que permitem a produção de milhares de peças por dia.

Mercado

Existe a possibilidade do Brasil aproveitar melhor os recursos madeireiros, os seus resíduos da indústria de serrarias com vantagens econômicas e ambientais. Os POM podem ser uma alternativa viável e lucrativa para expandir o mercado interno e aumen-tar as exportações.

O mercado POM possui comportamento diferenciado dos demais grupos de produ-tos da madeira, com canais de distribuição e comercialização próprios.

Outro fator a ser considerado em relação ao mercado dos Pequenos Objetivos de Madeira é o ecológico. Há, atualmente, um sentimento favorável a materiais que pro-voquem o mínimo impacto ambiental, que sejam recicláveis e biodegradáveis. A madei-ra, portanto, enquadra-se perfeitamente nesse conceito. Além disso, a madeira é recur-so natural renovável e de grande potencial de aproveitamento de seus resíduos.

A título de exemplo, utensílios domésticos e de escritório que até há pouco tempo tinha o mercado dominado por produtos de plástico, já estão sendo gradualmente substituído por POM (ver Figura 10). Ou seja, utilizando-se conceitos produtivos modernos e ecologica-mente corretos, pode-se expandir o mercado para um público atento às questões ambi-entais.

Expansão do mercado POM O mercado dos POM, à primeira vista, é bastante promissor. Mas todo aquele que

quiser participar desse segmento de negócios tem que saber bem quem será o consumi-dor de seu produto, quais são as suas exigências, gostos e poder aquisitivo.

A aceitação dos POM é constatada pela pauta de exportação que tem se mantido em crescimento. O mercado interno é também cada vez maior. Embora não se disponha de estatísticas esta é uma avaliação pessoal do autor. Em situação similar, se utiliza estimati-vas estatísticas derivadas dos dados econômicos e sociais do IBGE, da Fundação Getúlio

13

Quando consideramos a produção de cabos de ferramentas e/ ou cabos de vassoura, (ver Figura 9) o processo produtivo está resolvido com apenas uma máquina, o torno para cabos de vassoura e de ferramentas. Neste caso a madeira entra na máquina como um sólido retangular e se converte em um sólido cilíndrico ou oval, o produto final. Como este processo é muito simples é o POM mais fabricado nas serrarias. A dificuldade começa quando se deseja fazer POM mais complicados que envolvem várias operações industriais de montagem de diversas peças.

O conceito industrial de POMNo processo industrial a atenção do homem se volta para a produção. Quem realiza

o trabalho é a máquina e o homem serve a máquina de matéria-prima, dá manutenção e retira o produto final da área de produção.

Em uma sociedade desenvolvida o produto industrial é suficiente para atender as necessidades do homem. O tempo livre que sobra é destinado para atender as necessi-dades de criatividade e realização na atividade artesanal (ver Figura 8).

A produção industrial de POM requer a fabricação em série, uma divisão racional do trabalho na fábrica e da aplicação na adequação dos componentes intercambiáveis. A exemplo disso, os puxadores de gaveta que devem se encaixar perfeitamente às peças para os quais foram feitos.

Os componentes intercambiáveis requerem um trabalho preciso, exigindo máquinas e moldes de trabalho exatos. Com moldes simples pode-se aumentar considerável a pro-dutividade das máquinas básicas para trabalhar madeira e garantir a precisão.

Se a manutenção das máquinas existentes na marcenaria é boa, e elas são do tipo industrial, não é preciso substitui-las por um equipamento mais pesado, complexo e caro para produzir POM. Sempre que existirem conhecimentos técnicos, é possível construir moldes de trabalho adequados a custos muito reduzidos, tornando assim possível a pro-dução em série e se conseguir o aumento da produtividade para competir no mercado.

No que se refere aos POM, devido a sua grande variedade de funções e modelos, a produção é dificultada por não existir uma máquina específica para cada produto. Assim, para produzir um único POM, muitas vezes tem que se usar mais de seis máquinas e equipamentos. A solução disso vai exigir a utilização de dispositivos e moldes capazes de encurtar o caminho da produção e, assim, eliminar etapas.

Na produção em escala de POM é alta a possibilidade de que o industrial tenha que projetar a sua máquina e é, quase certo, que o projeto da ferramenta seja indispensável.

Vantagens das técnicas de produção:• possibilitamoaproveitamentodamatéria-prima;• produzemmenosresíduos;• têmmenorimpactoambiental;• evitam o desperdício de tempo e dinheiro em tarefas e operações

desnecessárias no pro-cessoprodutivo;• utilizamoconhecimentogeradopelapesquisaquantoàmadeiraesuaspro-

priedades tecnológicas e aumentam os lucros.É preciso levar em consideração que os POM componentes de outros produtos fabri-

cados em massa, são privilégio de quem domina a tecnologia da madeira, o desenho, as máquinas programáveis e a mão-de-obra especializada. Este conjunto de fatores leva à produção de POM de preço mais competitivo.

Nos últimos decênios a indústria de POM se desenvolveu muito rapidamente. Atualmente as fábricas mais avançadas funcionam segundo princípios de produção utiliza-dos na transformação de metais e plásticos.

12

Figura 8 - Exemplos de POM artigos domésticos de madeira de caráter decorativo.

Peq

uen

os

ob

jeto

s d

e m

adei

ra

Peq

uen

os

ob

jeto

s d

e m

adei

ra

Tomando-se como exemplo os artigos domésticos de madeira é indispensável co-nhecer os possíveis mercados de consumidores para se produzir uma gama de pro-dutos POM para uso doméstico (Ver Figura 9). A Internet, as feiras e as revistas comer-ciais especializadas dos países importadores são instrumentos úteis de coleta de infor-mação. As informações que se buscam são:• evoluçãododesenhodoPOM;• tipo de POM com boa demanda. As instituições nacionais encarregadas de fornecer informações das exportações bra-

sileiras para avaliar a demanda POM podem ser pesquisadas no MDIC – Ministério de Desenvolvimento da Indústria e Comércio e Turismo, que pode ser acessado em http://www.mdic.gov.br/comext/default.htm. e o Ministério das Relações Exteriores o BRASIL TRADENET em http://www.braziltradenet.mre.gov.br/defaultIE.asp e o portal do exportador em http://www.portaldoexportador.gov.br/. Nesses sites é possível se obter estatísticas das exportações de produtos pela Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM e pelo sistema internacional HS – Harmonized System.

Esses organismos governamentais podem providenciar uma coleção dos principais POM que se vendem nos países objetos de estudo, catálogos e revistas. Utilizando-se da Internet é possível coletar imagens de POM comercializados na Rede. Essas coleções de produtos e de imagens de produtos permitem conhecer as exigências de matéria-prima e de desenho em determinados países.

Uma pesquisa brasileira em supermercados, feiras, na Internet e nas lojas de pre-sentes e artigos do lar pode trazer informações de mercado do mesmo tipo. Essas infor-mações permitem colocar os pequenos objetos de madeira no mercado, com maior segurança.

15

Vargas, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA - e outros institutos de pesquisas. Com isso, por inferência, se pode ter uma noção do mercado e de seu comportamento.

Para se aquilatar o nicho de mercado para o segmento citamos as exportações de POM que, em 1973 eram de 15 milhões de dólares e, em 1999, giravam em torno de 50 milhões de dólares/ano, com perspectivas de crescimento.

Segundo dados da SISCOMEX (2000) o Brasil exportou POM no período de 1989 a 1999para128países.Destes,10paísestiveramparticipaçãoinferiora84,46%doquan-tume87,4%dovalordoexportado.Ospaísesquemaisimportarampequenosobjetosdemadeira foram:EstadosUnidos (34,95%doquantume45,90%dovalor),Bélgica(15,07%doquantume12,66%dovalor),ReinoUnido(12,88%doquantume10,59%dovalor),Alemanha(10,24%doquantume9,33%dovalor),França(6,73%doquan-tume2,80%dovalor),Itália(2,95%doquantume1,92%dovalor)eArgentina,PortoRico, Israele Irlanda (os4últimospaísescomquantumevalormenoresque2,67%).Considerandoesses10países,osEstadosUnidospagarammelhorpreço,US$1,74porkg,eaFrançaopiorpreço,comUS$0,54porkg.OsEUAsão,portanto,omaiorimpor-tador individual com US$ 163,69 milhões e uma quantidade de 95,5 milhões de quilos, no período de 1989 a 1999.

Para os países denominados (outros 118 países) as exportações brasileiras destinaram 8,81%doquantume8,80%dovalor.

Identifica-se cinco principais produtos exportados de maior percentual do valor (US$)querepresentam82,6%dovalorFOB(US$)e86,06%doquantum,oqueevi-dencia uma forte concentração das exportações de POM nesses produtos, a saber:1.madeiran/conífera,emtiras,paramóveis,quadros;2.armaçõesecabos,demadeira,deferramentas,escovas,eoutros;3.moldurasdemadeira,fotografias,espelhos,outros;4.cabosdemadeira,paraferramentas;5. cabos de madeira, para vassouras.

14

Figura 9 - Espelhos de madeira e cabos, bastão de basebol, espula de tecelagem. Figura 10 - Artigos POM de escritório.

Peq

uen

os

ob

jeto

s d

e m

adei

ra

Peq

uen

os

ob

jeto

s d

e m

adei

ra

Eco-design e POM O eco-design é um movimento mundial que utiliza técnicas de marketing voltadas

para o desenvolvimento sustentável, com o mínimo impacto ambiental, incentivando novas atitudes comportamentais dos consumidores, gerando uma demanda de mercado para produtos “verdes”.

O mercado está valorizando os aspectos ambientais dos produtos de madeira, sua qualidade de ser biodegradável, renovável e, em alguns casos, reciclável. O comércio de produtos POM diminuiu consideravelmente nas últimas décadas. Este fato se deveu a entrada de produtos plásticos no mercado, que concorreram diretamente com os POM, devido ao seu baixo preço. Mas essa tendência está se revertendo, pois os consumidores estão retornando aos materiais de origem natural, como a madeira.

Isso faz com que a indústria madeireira tenha baixo impacto sobre o meio ambiente e portanto, se enquadre nos critérios de um empreendimento politicamente correto.

Os POM podem seguir a linha de desenho do eco-design com mais facilidade que os produtos equivalentes feitos de outros materiais.

No eco-design se utilizam conceitos no desenho dos produtos, como a possibilidade de desmontar o produto e reutilizar a sua matéria-prima.

Os eco-produtos e as eco-marcas seguem critérios ecológicos e cada país desenvolve a sua abordagem nacional e internacional.

O conceito de produtos descartáveis está sendo revisto em favor do aumento da durabilidade dos produtos, na menor geração de lixo.

17

A importancia do design para o mercadoOutro fator importante no mercado de POM é o design. É ele que tem contribuído

para a aceitação dos nossos produtos no exterior e será ele determinante na expansão do mercado interno.

O design é tão importante quanto maquinaria moderna e um processo ágil de pro-dução do POM.

Os POM exigem design e tratamento específico de mercado. Assim os brinquedos de caráter lúdicos têm uma abordagem de design e de canais de distribuição diferentes dos POM brinquedos de caráter pedagógico.

Os POM de cozinha de caráter utilitários têm um mercado maior que os de caráter decorativo (Ver Figuras 5 e 6).

Os componentes de outros produtos como cabos e adereços decorativos possuem um mercado constituído de empresas produtoras de outros produtos e geralmente não dependem diretamente do consumidor final. Exemplo disso são os fabricantes de cabos de panela, facas, puxadores e outros produtos como cabos de ferramentas.

Alguns POM são adereços e compõem-se com os móveis como objetos de decoração: estatuetas, porta-livro, suporte de jóias, caixas e escrínios (Ver Figuras 10 e 11).

Aspectos econômicos dos pequenos objetos de madeiraSe a produção de POM se concentra em artigos de valor agregado elevado, o produ-

torpoderásebeneficiaraoobterumvalordeaté500%superioraovalorproduzido.Porexemplo,umaargolademadeiraparacortinatemumpreçonafábricadeUS$0,04;com a transformação, uma argola de madeira trabalhada, de desenho análogo e de custo análogo de fabricação, tem um preço de venda de fábrica de U$ 0,25.

Os mercados sinalizam o preço que é possível alcançar um determinado tipo de POM. Pode-se inferir também quais os tipos de POM possuem maior demanda.

Para se saber das quantidades e preço dos POM no mercado nacional é preciso recorrer à pesquisa específica para cada produto POM. Normalmente essas pesquisas são realizadas por empresas especializadas. O dados de quantidade, volume, mercado e destino dos POM considerados neste trabalho basearam-se em informações estatísticas de exportação SISCOMEX (Detalhamento de informações estatísticas de exportação do Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX do qual faz parte o Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior - MDIC). Sobre esta base de dados é possível calcular a remuneração do exportador.

Mercados e qualidades da madeiraOs POM possuem uma propriedade mercadológica interessante em relação aos

demais produtos de madeira: não é exigente na espécie de madeira a não ser nas pro-priedades específicas do produto. Assim, a madeira para brinquedos não pode conter produtos tóxicos e nem lascar, em forma de felpas, quando quebrada.

Os cabos de martelo, cabo de ferramenta e outros, devem de ser fortes o suficiente para não se romperem quando a ferramenta a que dá suporte esteja em ação.

A madeira deve estar em consonância com o design, a forma, a função e a originali-dade do produto.

Quando o produto atende às necessidades básicas de sua função a madeira pode ser de qualquer espécie. Assim, os POM são produtos que podem difundir novas espécies de madeira no mercado.

16

Figura 11 - Artigos POM de caráter decorativo e utilitário.

Peq

uen

os

ob

jeto

s d

e m

adei

ra

Peq

uen

os

ob

jeto

s d

e m

adei

ra

Ministério do Meio AmbienteInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

Diretoria de FlorestasLaboratório de Produtos Florestais

COMPOSTAGEM DE SERRAGEM DE MADEIRA

Gerson Henrique Sternadt

Brasília, 2002

Consideração finalConforme foi enfocado neste trabalho, os pequenos objetos de madeira POM têm

tudo para ganharem evidência tanto no mercado interno quanto no externo.Temos ainda uma reserva de matéria-prima tanto em quantidade quanto em va-rie-

dade de espécies de madeira. Isso possibilita se lançar mão de madeiras das mais diver-sificadas cores, resistentes, capazes de atenderem as exigências dos POM.

Aqui foram apresentados elementos básicos no tocante aos POM. Outras questões deverão ser pesquisadas e estudadas por todo aquele que deseja desenvolver os produ-tos pequenos objetos de madeira.

18

Sumário

Introdução 23

Sistemas de compostagem 23

Fundamentos do processo de compostagem 23

Ar 24

Água 24

Alimento 24

Outras considerações 24

Descrição do roteiro do processo de compostagem 25

Mistura correta – cálculo do composto termófilo 25

Conteúdo de umidade 26

Relação Carbono/Nitrogênio (C:N) 28

Consideração final 29

Sum

ário

IntroduçãoEmbora exista uma grande variedade de possibilidades para a utilização do lixo de

madeira, muitas delas não têm merecido a devida atenção por parte de nossa sociedade. Abaixo se destacam exemplos de produtos que podem ser feitos do lixo da madeira

reciclada. Chips de Madeira coloridoOs chips são feitos de toras, paletes e de destopos e refil de tábuas e pranchões.

Utiliza-se um corante orgânico. Os chips são usados em coberturas decorativas em torno de casas e edifícios, árvores, canteiros de flores. Podem ser usados também para contro-lar o crescimento de ervas daninhas em áreas inacessíveis ao cortador de grama.

Chips de madeiraOs chips de madeira são feitos de toras, troncos, galhos, paletes e pedaços de cortes

de dimensionamento de madeira. Os chips de madeira são usados no tratamento do lixo. Fibra de playgroundA fibra de playground é feita somente de madeira de lixo limpa. O material não pode

conter vidro, prego, etc. Tipicamente os materiais reciclados incluem estes itens nas toras e recortes de madeira. A fibra de playground é utilizada em escolas, parques, pro-priedades particulares como cobertura para caminhos e carreiros. A fibra para play-ground não pode conter corantes ou tintas.

Combustível de caldeiraSão feitos de paletes, embalagens de madeira, recortes, troncos, C&D (construção &

demolição), toras e galhos. Tipicamente são utilizados por indústria e companhias elétricas.Cama de animaisAs camas de animais são feitas somente de lixo de madeira limpa. São materiais

reciclados que incluem toras, galhos e recortes. São utilizadas por fazendeiros, criadou-ros, lojas de animais, zoológicos e proprietários domésticos.

CoberturaA cobertura é feita de madeira, tora, casca, folhas etc. O material fica envelhecido e

ganha uma consistência fina que ajuda na decomposição. São utilizados para cobertura de chão, coberturas decorativas, jardinagem e paisagismo.

Dentre as possíveis utilizações da serragem uma das alternativas é a compostagem, que passaremos a examinar a seguir.

Sistemas de compostagemBasicamente, existem dois métodos de compostagem:• Normaloutradicional–queexigemaistempoparaseobterocompostoe,• Dealtatecnologiaoucompostagemrápida.Para os ambos os processos é necessário ambiente propício para o desenvolvimento

de microorganismos.Para o caso de compostagem doméstica foram desenvolvidos compostores, que são

aparelhos pouco maior que tambores de 200 litros, específicos para tal finalidade.

Fundamentos da compostagemA compostagem ideal só ocorre em ambiente que oferece condições de vida para

microorganismos.

23

Co

mp

ost

agem

de

serr

agem

de

mad

eira

Quando o composto está pronto?O composto é tido como pronto quando é escuro e tem cheiro de terra. Além disso,

no composto pronto, é difícil reconhecer qualquer matéria que foi utilizada para a com-postagem. Na verdade, não existe um ponto exato de um composto pronto, mas, um momento a partir do qual ele já poderá ser utilizado.

Em que se pode usar o composto pronto?O composto acabado pode ser usado na agricultura, principalmente em horticultura,

em jardins, plantas domésticas e outros.

Como o composto beneficia o solo?Os benefícios são vários e alguns fazem pelo solo o que os fertilizantes sintéticos não

podem.Os compostos adicionam a matéria orgânica, promovendo uma melhor interação

entre a água e o solo. Nos solos arenosos o composto age como uma esponja, retendo a água quando em

excesso e liberando-a quando estiver mais seco. A este processo está associada a possi-bilidade da manutenção das raízes mais superficiais, permitindo maior desenvolvimento das plantas, por reter o lençol freático mais próximo da superfície.

Em solos argilosos o composto ajuda a manter a porosidade, tornando a drenagem mais rápida.

O composto também inocula no solo um grande número de micróbios (bactérias e fungos) criando o habitat que eles precisam para viver. Os micróbios extraem os nutrien-tes minerais de parte do solo e, eventualmente, os repassam para as plantas.

Descrição do processo de compostagemPara melhor compreensão do processo de compostagem apresenta-se a seguir uma

descrição e roteiro para se fazer uma compostagem pelo método tradicional.

Mistura correta – cálculo do composto termófiloNo processo tradicional, sem o emprego de tecnologias de aceleração da composta-

gem, uma das primeiras tarefas é fazer a combinação correta dos ingredientes. No processo de compostagem, dois parâmetros são particularmente importantes:

conteúdo de umidade e relação carbono e nitrogênio (C/N).A umidade é essencial para todos os organismos vivos, principalmente para os

micróbios que têm na água uma função de protetora, como é a pele para o ser humano. Umidadeabaixode35%a40%,diminui,consideravelmente,astaxasdedecomposiçãoe,abaixode30%,elasvirtualmentecessam.

A porosidade do material que vai ser decomposto, o tamanho da pilha são fatores que devem ser considerados para que ocorra uma compostagem correta. São estes fatores que determinam a quantidade de água e o nível de circulação de ar necessário para ação dos micróbios.

O limite superior da umidade varia com diferentes materiais e, é uma função do tamanho da partícula e características estruturais, ambas afetam a sua porosidade. Para amaioriadasmisturas,55%a60%éolimiterecomendadoparaoconteúdodeumi-dade. Como a compostagem é usualmente um processo secante (por meio da evapo-ração causada pelo aquecimento gerado durante a atividade microbiana) o conteúdo de umidade inicial, geralmente, fica nessa faixa de variação superior.

Dentre os muitos elementos requeridos para a decomposição microbiana, carbono e

25

O composto é constituído de bilhões de micróbios (fungos, bactérias, etc.) que dig-erem o lixo, como a serragem, que é o seu alimento.

Os condicionantes para que os microorganismos atuem são: ar, água e alimento.

ArO ar é importante para a compostagem com micróbios aeróbicos, que é a ideal. No

caso da pilha de compostagem ficar sem a adequada oxigenação, por meio da circulação do ar, os micróbios anaeróbicos tomarão conta da pilha e o processo de compostagem se tornará lento, além de passar a emitir odor desagradável. Por este motivo é impor-tante revirar a pilha para arejar o seu conteúdo.

ÁguaO ideal é que a pilha tenha a umidade de uma esponja que se ajuste às necessidades

do composto. Neste ponto se tem um filme de água cobrindo cada partícula da pilha, tornando fácil aos micróbios viverem e se dispersarem através da pilha.

A falta de umidade na pilha vai prejudicar a ação dos micróbios e a compostagem se tornará lenta.

Alimento O alimento para os micróbios se constitui de grandes cadeias de moléculas de açúcar

que formam a fonte de energia para os micróbios do composto, como a serragem e o pó de serra.

Os elementos verdes são fontes de nitrogênio, aminoácidos e proteínas que multipli-cam os micróbios aos bilhões. Uma boa mistura de serragem e elemento verde pode ba-lancear a cultura de micróbios. Esta mistura tem de ser cuidadosamente balanceada com água e ar.

A serragem e o pó de serra são pobres em nitrogênio. Por este fato, a serragem pode levar muito tempo para se decompor e, talvez seja mais interessante utilizá-la como cobertura na agricultura. Caso a madeira tenha sido tratada pode-se ter produtos tóxicos indesejáveis como o arsênico. A madeira tratada com CCA geralmente contém arsênico, cromo e cobre que podem contaminar o solo.

Outras consideraçõesAs pilhas de compostagem não precisam estar quentes para se obter sucesso.

Com uma boa aeração, umidade e a mistura adequada dos ingredientes, a pilha vai decompor em temperaturas de 30 graus centígrados. Claro que as pilhas aquecidas vão decompor um pouco mais rapidamente.

O calor no interior da pilha é gerado por bilhões de micróbios ocupados em digerir os ingredientes da pilha. Geralmente o calor das pilhas significa mais micróbios e que as condições estão permitindo a eles terem um metabolismo rápido e, por conseguinte, um processo de compostagem mais acelerado. Para que uma pilha ganhe temperatura e permaneça quente por um longo período, o seu tamanho deve ser de um metro cúbico. Uma pilha nesse tamanho permite a vida de bilhões de micróbios em seu interior, com uma camada de material isolante que a circunda. As pilhas inferiores a um metro cúbico não possuem material suficiente para promover o isolamento necessário para reter o calor. Pode-se aumentar o isolamento da pilha recobrindo-a com grama ou folhas.

Para esclarecer mais sobre a compostagem apresentam-se a seguir algumas pergun-tas mais freqüentes.

24

Co

mp

ost

agem

de

serr

agem

de

mad

eira

Co

mp

ost

agem

de

serr

agem

de

mad

eira

em que:Mn=conteúdodeumidade(%)dematerialnWw = peso úmido da amostra, eWd = peso da amostra após seca.

e) Suponha, por exemplo, que o peso seja 10 g de grama verde (Ww) em um reci-pi-entede4gequeapósasecagemorecipientemaisagramasecapesou6,3g.Subtraindoas4gdopesodocontainerrestam2,3gdematerialseco(Wd) da amostra. O percen-tual de umidade é dado por:

Mn = ((Ww-Wd)/Ww) x 100 = ((10 - 2.3) / 10) x 100 =77%paraagramaverde

f) Escolha a meta de umidade para a mistura de compostar. A maioria das literaturas recomendaumconteúdodeumidadede50%a60%porpesoparaascondiçõesótimasde compostagem.

g) O próximo passo é calcular as quantidades relativas dos materiais que devem de ser combinados para se obter a umidade desejada. A fórmula geral para o percentual de umidade é:

em que:Qn = massa do material n ("como está", ou "peso úmido")G=umidadedesejada(%)Mn=conteúdodeumidade(%)domaterialn.Pode-se utilizar esta fórmula diretamente para calcular o conteúdo de umidade da

mistura de materiais e, tentar diferentes combinações até se obter os resultados de uma variação razoável. Pode-se tentar esta fórmula na versão eletrônica para 3 materiais.

Pode-se usar o método de tentativa e erro para determinar as proporções de uso da mistura que vai funcionar, mas não é a maneira mais rápida. Para dois materiais a equação geral pode ser simplificada e resolvida para a massa de um segundo material (Q2) requerido para balancear uma dada massa de um primeiro material (Q1). Note que a umidade deve de estar entre os dois conteúdos de umidade a serem misturados.

Por exemplo, suponha que se deseje compostar 10 kg de grama (conteúdo de umi-dadeiguala77%).Paraseobterametadeconteúdodeumidadede60%paraamistu-radocomposto,énecessáriacalcularamassadafolhagemnecessária(umidadede35%):

Q2 = (Q1 x G) - (Q1 x M1)

M2 - GQ2 = ((10 kg) (60) - (10 kg) (77)) / (35 - 60) = 6.8 kg folhas

nitrogênio são os mais importantes e os mais comumente limitantes do processo de compostagem (ocasionalmente o fósforo pode também ser limitante).

O carbono é também importante por ser uma fonte de energia. Os Carboidratos constituemmaisde50%damassadascélulasdosmicróbios.Éoseublocoquímicodeconstituição básica

O nitrogênio é componente essencial das proteínas. As bactérias possuem em sua biomassa de mais de 50% de proteínas, necessitando de muito nitrogênio para umcrescimento rápido.

Quando não se tem nitrogênio suficiente, a população de micróbios não crescerá até o seu ponto ótimo, diminuindo o ritmo da compostagem. Em contraste, muito nitrogênio permite um rápido crescimento microbiano e acelera a decomposição mas, isto pode criar problemas sérios de odor, porque o oxigênio é todo utilizado e as condições anaer-óbicas ocorrem.

Além disto, uma parte do excesso de nitrogênio vai gerar gás amônia, que provoca odores desagradáveis. O fator negativo do excesso de nitrogênio é sua transformação em gás amônia, que se evapora, reduzindo a quantidade utilizável do nitrogênio no interior do bolo da compostagem.

Matéria orgânica com alto conteúdo de nitrogênio, tal como grama fresca cortada, requer um manejo mais cuidadoso para assegurar o transporte do oxigênio (convecção e difusão).

Na compostagem é importante se manter equilibrada a relação carbono e nitrogênio para se ter às condições adequadas á proliferação, sobrevivência, e ação bacteriológica. No tocante às matérias orgânicas, se busca a relação C/N de 30 para 1 (por peso), na pilha de compostagem, o que vai manter o processo aproximadamente balanceado, em-bora vários outros fatores possam interferir.

Como calcular a relação C / N e, ao mesmo tempo, manter adequada a umidade em uma pilha de compostagem formada por diferentes matérias orgânicas?

A teoria para responder a pergunta acima é relativamente simples – álgebra colegial. Em seguida estaremos enfocando este tema, começando pela questão da umidade.

Conteúdo de umidadeSegundo Nancy Trautmann and Tom Richard (http://www.cfe.cornell.edu/compost/calc/

moisture_content.html) a decisão das proporções da mistura de vários materiais para fazer o composto, a umidade resultante da mistura é um dos fatores críticos a ser con-siderado.

Os seguintes passos esquematizam como organizar a mistura inicial que vai ter a umidade no nível desejado para a compostagem ótima. 1) Calcular o percentual de umidade de cada material que se quer compostar.

a) Pesar um pequeno recipiente.b) Pesar 10 g do material no recipiente.c) Secaraamostrapor24horasa105–110grausCentígradosemumforno.d) Pesar novamente a amostra, subtrair o peso do recipiente e, determinar o

con- teúdo de umi-

2726

Mn = ((Ww- Wd)/Ww) x 100

G = (Q1 x M1) + (Q2 x M2) + (Q3 x M3) + ...

Q1 + Q2 + Q3 + ...

Q2 = (Q1 x G) - (Q1 x M1)

M2 - G

Co

mp

ost

agem

de

serr

agem

de

mad

eira

Co

mp

ost

agem

de

serr

agem

de

mad

eira

A mistura de 3 ou mais materiais também pode ser solucionado de maneira similar (a álgebra é mais complicada), mas para uma solução da quantidade de cada material preci-sa ser especificada. Para encontrar a massa do terceiro material (Q3) os primeiros dois (Q1 and Q2) mais os três conteúdos de umidade (M1, M2, and M3) e o objetivo da umi-dade (G), é solucionada por:

Pode-se calcular a relação de misturas baseados na meta da umidade para 3 materiais.

Relação carbono/nitrogênio (C:N)Qualquer matéria orgânica possui uma relação de carbono e de nitrogênio (C:N) em

seus tecidos. Na Tabela 1 se tem a relação de C:N dos lixos orgânicos mais comuns. É bom lembrar que a relação ideal das matérias orgânicas para que a ação dos micróbios da compostagem seja eficiente é de C:N 30:1. Esta combinação, junto com a umidade, volume e área superficial, é o que torna uma pilha quente pela ação microbiana.Tabela 1 - Relação C:N dos lixos orgânicos mais comuns.

Para facilitar o entendimento se usa o termo marrom (carbono) e verde (nitrogênio).

A regra geral é de se utilizar uma parte de marrom e duas partes de verde.

A seguir um exemplo prático de cálculo da relação C:N.

A mistura de duas partes de folhas verdes (que tem a relação C:N de 20:1) com uma parte de folhas secas vai resultar uma relação C:N de 33:1, muito perto da ideal. O pro-cesso é o seguinte: adicionar 20:1 mais 20:1 (as duas partes de verde) com 60/1 (as folhas secas). O total é 100 /3 ou 33/1.

2928

Material orgânico Relação C:N

Esterco de gado (fresco) 15:1

Legumes (feijão, ervilha, tomate, etc.) 15:1

Grama, restos de poda de folhas 20:1

Esterco com mato 23:1

Mato (fresco) 25:1

Feno(aeco) 40:1

Folhagem(fresca) 40:1

Folhas (seca) 60:1

Mato (seco) 90:1

Palha, espiga de milho 100:1

Acículas de Pinus spp. 10:1

Pó de madeira de serra 500:1

Cavaco de madeira (maravalhas) 700:1

Vamos ver de outra maneira60/1 + 20/1 + 20/1 = (100/3)/3 = 33/1Utilizando as relações C:N (C/N é outra maneira de escrever) da Tabela 1, pode-se

resolver diversos problemas ligados à compostagem. Admitindo-se que todos os volumes são iguais, cada pilha de material abaixo tem aproximadamente o mesmo tamanho.

1. Fazendo-se uma pilha de 2 partes de grama verde, uma parte de acículas de Pinus spp e uma parte de esterco fresco de gado produzem uma relação C:N de _____________ ?20/1+20/1+110/1+15/1=4165/4=41/12. Uma pilha tem uma mistura de uma parte de palha, uma parte de folhas secas e

três partes de grama verde. Qual é a relação C:N __________ ? (consulte a Tabela 1 e tente resolver este o os outros problemas abaixo).

3. Dispõe-se de todo o resíduo de um jardim e alguma quantidade de serragem de madeira para formar uma pilha. Os ingredientes são: uma parte de pó de serra, 2 partes de grama verde e uma parte de folhas verdes. A relação C:N desta pilha é _____________.4. Seumapartedapilhaforesterco,umapartefolhase2partesdegramaverde,

qual é a relação C:N? A relação C:N é _________________ .

Consideração finalA compostagem é conhecida desde a época bíblica e nas culturas da antiga Índia. A

prática da compostagem, aliada à pesquisa e à tecnologia faz, hoje, desse processo uma importante ferramenta nas práticas agrícolas politicamente correta, não agressivas ao meio ambiente.

Portanto existem os mais variados conhecimentos sobre a prática da compostagem. Tanto os profissionais da área agronômica, pesquisadores agrícolas e ambientais, além de vasta bibliografia e informações sistematizadas na Internet poderão tirar possíveis dúvidas nos procedimentos da compostagem.

Atualmente, o Brasil já conta com empresas especializadas em compostagem e reci-clagem, tanto no âmbito governamental quanto na iniciativa privada, que poderão ser acionadas para empreendimentos mais significativos.

Q3 = (G xQ1) - (G xQ2) - (M1 x Q1) - (M2 x Q2)

M2 - G

Co

mp

ost

agem

de

serr

agem

de

mad

eira

Co

mp

ost

agem

de

serr

agem

de

mad

eira