pequenos grupos findamentaÇÃo biblica

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  • 7/30/2019 PEQUENOS GRUPOS FINDAMENTAO BIBLICA

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    UmafUndamentaobblicaparaospeqUenosgrUposUmbertomoUra, doUtorem teologia pastoralProfessor de Formao Pastoral na Faculdade Adventista de Teologia e diretorde Desenvolvimento Espiritual do Unasp, campus Engenheiro Coelho.

    resUmo:Desde algumas dcadas ato presente, os Pequenos Grupos vmassumindo um importante papel nocrescimento e desenvolvimento deigrejas em todo o mundo. Tal cres-

    cimento, declarado como um fen-meno por diversos autores, tambmtraz desaos considerveis para suaconsolidao como um movimentobblico, teolgico e histrico. Esseestudo entende que h uma base b-blica para os grupos pequenos, e pro-pe essa fundamentao entendida a

    partir da claricao de seus concei-tos e de uma denio para os mes-mos. Os Pequenos Grupos, realmen-te, no esto prontos e funcionandono texto bblico, mas tm neles suaorigem e inspirao.

    abstract: Since a few decades agountil the present time, Small Groups

    have taken an important roll in thegrowth and development of chur-ches around the world. This growth,declared as a phenomenon by va-rious authors, also bring considerablechallenges for its consolidation as abiblical, theological and historicalmovement. This study understandsthat there is a biblical study for ha-ving small groups, and proposes thisfoundation parting from the clarica-tion of its concepts and of a denition

    for the same. Small Groups, really,are not ready and working in biblicalwritings, but have in them its originand inspiration.

    introdUo

    Os Pequenos Grupos ou Clulastm sido redescobertos como impor-tante instrumento de crescimento deigreja ao redor do mundo,1 h algu-mas dcadas;2 inclusive pela IgrejaAdventista do Stimo Dia (IASD) doBrasil.3 Tem sido entendido tratarem-se de grupos com poucas pessoas quese renem regularmente, com prop-sito especico e intencional.

    Desde ento tem havido um con-sidervel esforo por parte dos estu-diosos de Pequenos Grupos para orga-niz-los biblicamente e fundamentarsua teologia. Se os Pequenos Gruposso o que pretendem ser um fen-

    meno4, um movimento5 conformedeclarados e defendidos por telogose pastores do movimento, precisamde uma sustentao bblica e teolgi-ca consistente.

    Muitos eruditos tm enfatizadoessa necessidade, outros j se ante-ciparam a declarar que ela no exis-te. Esse estudo trata exatamente dafundamentao bblica dos PequenosGrupos, considerando sua necessida-de, sem ignorar seus desaos.

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    Antes, porm, de tratar da apre-sentao dessa base bblica, talvezfosse oportuno considerar que, aam-pla generalizao no uso deste termo

    Pequenos Grupos tem criado di-culdades para sua compreenso. Mui-tos passaram a atribuir esse nome auma variedade de atividades realiza-das com poucas pessoas, grupos pe-quenos que, insistentemente, tm sidochamados de Pequenos Grupos.6

    Este trabalho entende PequenosGrupos como um termo tcnico, com

    signicao substantivada que desig-na uma atividade especca. Isso secontrape ao uso livre e adjetivado domesmo, cuja percepo tem escapadoquando se trata grupos pequenos depessoas reunidas para qualquer na-lidade religiosa como se fossem Pe-quenos Grupos.7

    Para o atual contexto, portanto,Pequenos Grupos podem ser deni-dos como um sistema desenvolvidodentro de um processo organizadointencionalmente para o crescimentoespiritual, com multiplicao e con-servao de seus membros. Seu ob-jetivo missional envolve os aspectosespiritual e social, proftico e esca-

    tolgico. Seus diversos ministriosdesenvolvem-se a partir de reuniesinterativas, em grupos pequenos,compostos por membros da comuni-dade de f, seus familiares, amigos econvidados. Seus encontros aconte-cem em dia, local e horrio regulares,em comunho, atravs do louvor, ora-

    o, testemunho e estudo da Palavra.Tratando-se de um movimentoreligioso os Pequenos Grupos neces-sitam, obviamente, de uma criteriosa

    base bblica que lhes aporte. Pelotempo em que os grupos pequenosesto em funcionamento, e ainda nose apresentou uma fundamentao

    bblica, no quer dizer inexistncia damesma, mas indica a diculdade datarefa. Primeiro, porque a expressopequenos grupos, ou clula, noaparece uma nica vez em toda aBblia.8 Segundo, porque aquilo quese entende hoje por Pequenos Gru-pos, um verdadeiro sistema altamenteorganizado, no podem ser encontra-

    dos no Antigo Testamento; no NovoTestamento eles tambm no estomuito claros. Terceiro, as caractersti-cas (estratgias, estruturas, mtodos)dos Pequenos Grupos atuais diferembastante dos grupos pequenos dostempos bblicos. Ralph Neighbouradmite que os Pequenos Grupos noesto baseados sobre um slido en-tendimento teolgico do porque desua existncia.9 Realmente, conr-ma Comiskey, o Antigo Testamentodiz muito pouco sobre o ministrio degrupos pequenos.10

    osgrUpospeqUenosnoantigotestamento

    Neighbour e Comiskey parecembastante coerentes em suas opiniesquando se percebe que os textos aseguir so os nicos a tratar explici-tamente de organizao de grupos pe-quenos no Antigo Testamento.11

    Procura dentre o povo homenscapazes, tementes a Deus, homens

    de verdade, que aborream a avareza;pe-nos sobre eles por chefes de mil,chefes de cem, chefes de cinqenta echefes de dez (x 18:21).

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    Tomei, pois, os cabeas de vossastribos, homens sbios e experimenta-dos, e os z cabeas sobre vs, chefesde milhares, chefes de cem, chefes de

    cinquenta, chefes de dez e ociais se-gundo as vossas tribos (Dt 1:15).Parece claro, pelo contexto destas

    passagens (x 18:14-16; Dt 1:9-10,12-17), que trata-se de uma organi-zao scio-poltico-administrativa,no de um modelo de funcionamentoeclesistico com vistas evangeli-zao, conservao ou crescimento.

    Outra observao importante que apalavra casa, em hebraico (bait),12local imprescindvel para acontecer osPequenos Grupos, no aparece nessestextos, sugerindo que os grupos pe-quenos de Jetro no incluam reuniesnos lares. O xodo foi a experinciado povo de Israel como nao.13

    Flvio Josefo concorda que a di-viso em regimentos de mil e dequinhentos homens; os regimentos,ainda, em companhias de cem e decinquenta homens e essas companhiasem esquadras de trinta, de vinte e dedez homens comandados por ociais,que teriam nomes conforme o nmerode soldados sob seu comando,14 seria

    para auxiliar na liderana de Moiss,que estava sobrecarregado pela mul-tido de negcios.15

    osgrUpospeqUenosnonovotestamento

    A ocorrncia de grupos pequenosno Novo Testamento, porm, bastante

    frequente. Um conjunto de textos pauli-nos (Rm 16:5; 1Co 16:19; Cl 4:15; Fm2) foram selecionados para uma anlise,a m de se vericar se Paulo est real-

    mente tratando de Pequenos Grupos,como frequentemente so citados, ouest falando de grupos pequenos. Sejacomo for, encontra-se aqui uma impor-

    tante sinalizao de sua origem. Umareviso no sentido da palavra emseu contexto histrico-literrio ajudarnesse esclarecimento.

    Lawrence Richard, em seu comen-trio sobre Romanos 16:5, apresentaargumentos bastante elucidativos aodestacar o papel das casas nos cultosdos primeiros sculos e, surpreende, ao

    perceber os grupos pequenos j comoum fenmeno naquele perodo.

    Durante quase trs sculos o cristianismoera um fenmeno em grupo pequeno.Os primeiros cristos no construramgrandes igrejas ou catedrais. Em vez dis-so, reuniram-se em casas de culto e de

    partilha. Com base no tamanho das ca-sas das cidades do 1 sculo, as reunies

    devem ter acomodado um nmero muitolimitado de pessoas.16

    Sanday e Headlam concordamcom Richard e fazem um destaqueimportante. Eles dizem que

    no h provas decisivas at o terceiro s-culo da existncia de edifcios utilizados

    para as igrejas. As referncias parecem serpara todos os lugares, em casas particula-res, por vezes, muito provavelmente casasde uma grande dimenso. No NT temosem primeiro (At 12:12) a casa de Maria,a me de Joo [Marcos], onde muitos sereuniam e oravam.... No h razo parasupor que esta igreja era o local de encon-tro de todos os cristos romanos.17

    O segundo texto que trata da mes-ma questo 1 Corntios 16:19. Deacordo com Fausset, quila e Prisci-la (cf. At 18:2; Rm 16:3, 4),

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    originalmente expulsos da Itlia porClaudius, tinham chegado a Corinto (daa sua saudao aos Corntios ser apropria-da aqui) e, em seguida, mudaram-se comPaulo de Corinto para feso (At 18:2, 18,

    19, 26); aqui, como em Roma, posterior-mente, eles levantaram uma igreja (ouassemblia de is) na casa deles (Rm16:3, 5).... Em 1Co 16:20, Todos os ir-mos (isto , toda a igreja) parecem serdistinguidos como a igreja que est emsua casa, mas que era uma montagem

    parcial e privada fora da Igreja em geralde Corinto..18

    Henry apoia a posio de Fausset edemonstra que, entender a igreja comofuncionando em casa era bastante co-mum, inclusive por no estar limitada aum nmero pequeno de pessoas. Sendoassim, a prpria famlia pode ser entendi-da como uma igreja em casa.19

    Outro texto analisado, o terceirodentre os selecionados, que trata da

    questo do funcionamento da igrejanos lares dos cristos Colossenses4:15. Comentando sobre esse texto,Peter Obrien entende que

    igrejas em casa... so frequentementemencionadas nas cartas do NT. H oca-sio em que toda a congregao de umacidade pode ser pequena o suciente

    para se reunir na casa de um dos seus

    membros, e deve ser lembrado que noera assim at cerca de meados do tercei-ro sculo, quando os primeiros cristos

    possuam propriedades para propsitosde adorao.... Em outros lugares igrejasem casa parece ter sido o menor crculode companheirismo dentro de um grandegrupo. Alm da casa de Ninfas em Lao-dicia, conhecemos que em Colossos acasa de Filemom era usada como local de

    encontro (Fm 2). Em Filipos, a casa deLdia parece ter sido usada dessa manei-ra (At 16:15, 40) enquanto em CorntiosGaio descrito como hospedeiro e de

    toda a igreja (Rm 16:23), a qualicaotodo , seria desnecessrio se os co-rntios somente se encontrassem comoum simples grupo nas sucessivas cidadesonde eles viveram, e.g., em feso (1Co

    16:19) e Roma (Rm 16:15).20

    Norman Geisler declara que reuniodas igrejas nos lares foi uma prtica co-mum at antes que houvesse edifcios deigreja (Rm 16:5; 1Co 16:19; Fm 2).21Lightfoot demonstra ter a mesma com-preenso sobre a questo das casas queeram tratadas como igreja.22

    Finalmente, a quarta passagem sele-cionada que trata da expresso a igrejaem casa Filemom 2. Os estudiosos emgeral conrmam as posies dos estu-dos das passagens anteriores. Fausset,por exemplo, declara que na ausnciade uma igreja regular, nomeadamente ascasas de santos eram utilizadas para essanalidade.23 E Henry conclui: A casa

    de Filemom era uma igreja.24

    Essa declarao de Henry importante,porque, na verdade no se tratava da ausn-cia de uma igreja regular, pois a igreja fun-cionava regularmente nas casas. Esse tipode observao muito comum, indicandoque os comentaristas podero estar olhan-do a histria de trs para frente, tendo emmente o paradigma da igreja do presente.

    Encontra-se no Novo Testamento aocorrncia de pelo menos 229 vezes apalavra casa ().25 Otto Michel, emsistemtico estudo, apresenta o uso dapalavra em seu contexto histricoliterrio e seus respectivos empregos,em nove contedos.26 No nono tpico,The House as a Group in the Structureof the Christian Community, declara:

    O primitivo cristianismo estrutura suacongregao em famlias, grupos e ca-sas. A casa era tanto um local de comu-

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    nho como um local de encontro. Assimlemos da casa de Estfanas em 1Co 1:16,da casa de Filemom em Fm 2, a casa deCornlio em At 11:14, a casa de Ldia emAt 16:15, a casa da priso do governador

    em Filipos em At 16:31, 34.27

    P. Weigandt tambm apresentaum estudo exegtico da palavra (e ) e refora os conceitos deMichel. Demonstra que umapalavra de amplo uso no Novo Testa-mento e fora dele. O termo bastanteusado quando se trata de local de reu-

    nio da igreja apostlica.28Apesar de Sanday e Headlam co-

    mentarem que durante quase trssculos o cristianismo era um fen-meno em grupo pequeno29 e JamesD. G. Dunn mencionar que a Igrejafuncionava em base regular, talvezsemanalmente, ou mensalmente,30 emnenhum dos textos estudados (Rm15:5; 1Co 16:19; Cl 4:5; Fm 2) e deacordo com estes mesmos autores eoutros consultados31 a palavra esuas derivadas referem-se a uma re-unio de Pequenos Grupos conformeentendidos e praticados pelas igrejasnas ltimas dcadas.32

    Em considerao ao que foi trata-

    do at o momento possvel concluirparcialmente que os textos analisadosno Novo Testamento no demonstramque os Pequenos Grupos/Clulas soencontrados como um programaregular eclesistico. Essa percepo,todavia, no o bastante para desa-creditar os Pequenos Grupos comouma prtica encontrada na Bblia.

    Indica apenas que o uso intencionalde certos textos retirados de seu sig-nicado original no est adequado

    para este objetivo. Igualmente impor-tante perceber que a igreja crist dosprimeiros sculos operava com baseem grupos pequenos que se reuniam

    nas casas igrejas em casa.Em seu trabalho Os PequenosGrupos e a Hermenutica: EvidnciasBblicas e Histricas em Perspecti-va, Wilson Paroschi questiona osPequenos Grupos baseado em algunsconceitos, principalmente o da pres-critibilidade no livro de Atos. Ele dizque, nos moldes atuais, os Pequenos

    Grupos no representam exatamentea prtica primitiva da igreja.33

    Isso est correto, quando defen-sores de Pequenos Grupos queremdizer que estes j foram praticadosno perodo apostlico. Por outro lado,ignorar que existe uma relao entremodelos, no parece correto; assimcomo negar que os grupos pequenosdo perodo apostlico sirvam de mo-delo para hoje baseado na repetiohistrica, ou na importncia exage-rada que alguns deram s prticas dolivro de Atos, ou numa interpretaohermenutica baseada na falta deprescritibilidade. Isso tambm noconvence. Os Pequenos Grupos de

    hoje no so os Pequenos Grupos doperodo apostlico, mas, com certeza,tm neles sua origem bblica, modeloe inspirao adaptados e contextuali-zados para essa poca.

    Paroschi declara que um errotratar o livro de Atos como um manu-al da igreja, e a igreja apostlica comoum modelo em tudo para a igreja de

    todos os tempos e lugares.34 Realmen-te, considerar o livro de Atos como ummanual da igreja, e a igreja apostlica

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    como um modelo em tudo parecemesmo um exagero. Porm, esse ar-gumento no elimina o fato de que aigreja apostlica no livro de Atos tem

    diversas prticas, ainda que no pres-critivas. Isso, porm, no o bastantepara desautorizar os grupos pequenoscomo uma prtica saudvel e reco-mendvel para a igreja de outras po-cas, especialmente, quando um profetautiliza o mesmo livro de Atos comomodelo dessas mesmas prticas.35

    A discusso travada na matria em

    questo, no deveria ser entre o uso b-blico e legtimo dos Pequenos Grupos ea hermenutica no livro de Atos, mas en-tre o uso ilegtimo de textos bblicos malaplicados do livro de Atos por alguns au-tores e defensores de Pequenos Grupos ea hermenutica no livro de Atos.

    Alm disso, no que o prprio au-tor concorda,36 no necessrio ha-ver prescritibilidade de uma prticada igreja do passado para autorizaressa mesma prtica no presente. Emsegundo lugar, mesmo no havendoprescritibilidade h uma consistentedescritibilidade dos grupos pequenosno texto bblico eles so histricos.No h como separar a igreja apos-

    tlica dos grupos pequenos nos lares,pois era assim que a igreja apostlicafuncionava.37 Essa a sua histria. E essa prtica que vem sendo resga-tada desde o sculo XVIII, por JooWesley,38 por diversas igrejas evan-glicas histricas, entre inmerasoutras,39 e pela Igreja Adventista doStimo Dia, desde seus primrdios.40

    E, nalmente, necessrio entendera diferena entre grupos pequenos ePequenos Grupos. Os Pequenos Gru-

    pos no esto prontos no texto bbli-co, mas os grupos pequenos esto notexto bblico; eles no so prescriti-vos no texto bblico, mas eles esto

    descritivos no texto bblico.

    osgrUpospeqUenoseasigrejasemcasa

    Os grupos pequenos esto pre-sentes no texto bblico, no, todavia,como Pequenos Grupos, como se su-punha ou se critique. Encontram-se,

    porm, muito bem caracterizados noprincpio igrejas no lar ou, comopreferem os escritores da rea, igre-jas em casa. Wolfgang Simson, emsua obra Casas que transformam omundo, atm-se especialmente a es-clarecer as peculiaridades e funciona-mento das igrejas nos lares no perodoneotestamentrio. Simson deixa claro

    que a igreja desse perodo funciona-va nas casas no como uma estrat-gia, no como um mtodo escolhido,mas como nica forma de existncia.Declara que os primeiros cristos ainda por muitos anos aps a conclu-so do cnon bblico reuniam-se emcasas, geralmente no recinto maior deque um dos membros dispunha.41

    Antes do perodo de governo de [Alexan-dre] Severo (222-235 A.D.) era expres-samente proibido por decreto construirtemplos cristos ou prdios eclesisticos.Isso signicava que as igrejas nos laresrepresentavam a nica forma de igrejavivel e mais ou menos tolervel.42

    Icenogle refora esse conceito de

    que os grupos pequenos do Novo Tes-tamento tinham o epteto de igreja, aodeclarar que, durante os tempos do

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    Novo Testamento, o povo de Deuscontinuou a ter encontros em gru-pos pequenos chamados (reunies ou igrejas).43 Portanto, os

    grupos pequenos do perodo neotesta-mentrio eram igrejas com poucaspessoas que se reuniam nas casas igrejas em casa. No eram PequenosGrupos/Clulas conforme se entendeno presente, porm, hospedavam emseu modus operandi um princpiobsico dos Pequenos Grupos/Clulasdo presente as reunies nas casas.

    Ainda concordando com a po-sio de Simson, Martin apresentaessa importante declarao:

    Escavaes arqueolgicas de 1930-31,no local onde hoje a Sria descobriramuma casa igreja do terceiro sculo. Esteedifcio em Dura-Europos mostra evi-dncias de ter sido remodelado a partirde uma residncia privada em um lugar

    para acomodar tambm encontros daigreja crist. Quando igrejas comearama erguer seus prprios edifcios (a partirdo quarto sculo), igrejas em casa torna-ram-se obsoletas, e a natureza da igrejamudou.44

    A declarao de Martin transbor-da de interesse pelo menos em dois

    aspectos. Primeiro, porque indicaque a mudana da casa-residnciapara casa-igreja j estava ocorrendoantes do quarto sculo. Muito natu-ral. Havia um aumento expressivono nmero de cristos, e a famliaque ali residia necessitava de ummnimo de privacidade. Mesmo as-sim, a igreja em casa mantinha suas

    caractersticas. Segundo, diz res-peito mudana da natureza da ig-reja, quando esta sai das casas para

    os edifcios pblicos, perdendo asua maior marca operacional a re-unio nos lares.

    Fica assim conciliada a razo

    porque Lucas, ao escrever o livro deAtos, e Paulo, ao escrever suas car-tas fazem referncia s igrejas nascasas (: At 2:46; 5:42; 16:40;20:20; Rm 16:5; 1Co 16:19; Cl4:15; Fm, 2). Essa era a nica ma-neira possvel da igreja funcionare sobreviver45. William Barclay,46John Mallison47 e F. F. Bruce con-

    rmam que os grupos formados noperodo do Novo Testamento eramigrejas em casa.48

    Igreja em casa, portanto, umconceito que se autodene:49 umaigreja que funciona em casa, no emprdios, edifcios ou catedrais; cujolimite de membros dependia de suaestrutura fsica. Algumas cabiam atcerca de 120 pessoas (At 1:15); seuscultos eram marcados por grandesimplicidade,50 voltados para a co-munho, o partir do po e as oraes(At 2:46; 6:4; 1Co 11:20-27).

    Simson bastante enftico ao de-clarar que, as igrejas em casa seg-uem um modelo do Novo Testamento

    e no um modelo da histria eclesis-tica posterior.51 Tambm bastantepersuasivo ao apresentar os mesmostextos utilizados pelos autores do mo-vimento celular como argumento afavor das igrejas em casa (Rm 16:5;1Co 16:19; Cl 4:15; Fm 2).52

    Observe-se que os textos acimatrazem a palavra casa como local

    onde a igreja se reunia. Isso indicanaturalmente que igrejas em casa estomais bem contextualizadas que Peque-

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    nos Grupos ou Clulas. O modelo dasigrejas em casa j est pronto e funcio-nando no texto bblico, sem qualquernecessidade de arranjos ou analogias.53

    Floyd Filson, em seu conceituadoartigo The Signicance of the EarlyHouse Churches, faz a seguinte de-clarao: Foi a hospitalidade desteslares que tornou possvel a adoraocrist, a refeio comum, e a coragemsustentada pelo companheirismo dogrupo. O movimento cristo real-mente enraizou-se nesses lares.54

    conclUso

    Esse estudo encerra-se entendendoque ofereceu evidncias consistentesa indicar que o movimento de Peque-nos Grupos/Clulas segue a mesmatrilha do movimento igreja em casa,em grupos pequenos, cuja origem

    est inquestionavelmente incrustadano texto bblico. Possivelmente, aviso simplista e precria sobre o queso os Pequenos Grupos/Clulas pre-cipite a utilizao de textos bblicosde maneira inadequada, comprom-etendo e dicultando desnecessari-amente sua justicativa bblica. Poroutro lado, minimizar a importncia

    dos Pequenos Grupos apenas baseadono conceito da no-prescritibilidadeignorando as evidncias histrico-textuais do livro de Atos e de toda aBblia outro extremo.

    ainda importante ressaltar quea base bblica para os Pequenos Gru-

    pos no se limita ao livro de Atos, enem mesmo s epstolas paulinas, oque j os tornariam bem consisten-tes. Os Pequenos Grupos apoiam-se

    em profundos conceitos e princpiosencontrados em seus marcos bbli-cos, teolgicos e histricos, perce-bidos atravs do texto sagrado desdeGnesis, e da histria sagrada desdeo den.55 Desde ali, na formao dahumanidade, Deus toma a iniciativade reunir a famlia humana em tornodo altar do sacrifcio, provendo-lhe

    calor, abrigo, companhia e comu-nho pelo sangue do Cordeiro (Gn1:27; 2:7-8, 20-21).56

    Segue-se a simbologia atravsdos tempos, atravs de patriarcas eprofetas (Gn 12:7-8; 22:9-13; 46:1;1Sm 7:9-10), do povo escolhido Isra-el (x 27:1-8), do remanescente (Ed

    10:34-36; 12:43), at ao tempo deCristo (Lc 1:8-9, Mt 27:41), quandoo prprio Filho de Deus apresen-tado como o Cordeiro de Deus quetira o pecado do mundo (Jo 1:29). Enovamente Ele rene Sua igreja emtorno de Si e a comissiona na tarefade pregar o Evangelho (Mc 16:14-16). O modelo de comunho perma-

    nece, em grupos pequenos, em tornodo Cordeiro, de Seu testemunho ede Sua Palavra (At 1:12-14; 2:42). nessa Palavra, atravs de suas narra-tivas inspiradas, profticas e histri-cas que os Pequenos Grupos encon-tram seu gnesis.

    referncias

    1 Christian Schwarz, O desenvolvimen-to natural da igreja (Curitiba, PR: Editora

    Evanglica Esperana, 1996), p. 3. Ver tam-bm Robert Michael Lay, Hlio R. Nichele,ed.,Manual do auxiliar de clula (Curitiba,PR: Ministrio Igreja em Clula, 1998), p.

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    20-28; Joel Comiskey, Crescimento explosi-vo da igreja em clula (Curitiba, PR: Minis-trio Igreja em Clulas, 1997), p. 15; RussellBurrill, Como reavivar a igreja no sculo 21(Tatu: Casa Publicadora Brasileira, 2005), p.

    19. 2 William A. Beckham,A segunda refor-ma: a igreja do Novo Testamento no sculo

    XXI(Curitiba: Ministrio Igreja em Clulas,2007), p. 11.

    3 Os Pequenos Grupos hoje esto sendorecomendados em todos os programas dasUnies e Campos da IASD do Brasil atravsdas Resolues de Foz do Iguau: Recomen-daes do Departamento dos Ministrios Pes-soais para o Conclio Quinquenal da DSA,Foz do Iguau, 30/10 a 09/11/2005; e da Pro-

    posta sobre Pequenos Grupos, Documento dePequenos Grupos da DSA, votado em maiode 2007, no Centro de Vida Saudvel (CEVI-SA), Engenheiro Coelho, So Paulo; e do do-cumento Diviso Sul-Americana, Propostado II Frum de Pequenos Grupos da DSA,Aprofundando a Caminhada, Braslia, DF,02-05 de novembro de 2008.

    4 Comiskey, Crescimento explosivo, p.

    15; Burrill, Como reavivar, p. 19; Jeffrey Ar-nold,Pequenos grupos sua misso na igrejae na comunidade (Arapongas: Grca e Edi-tora Aleluia, 2000), p. 25; Beckham, p. 15.

    5 Beckham, p. 11, 13 e 16; Arnold, p. 25.6 Srgio Leoto, Iniciando Pequenos

    Grupos I. Pesquisa realizada no site http://www.igeva.com.br/pages/estudos.php?id_estudo=313, acessado em 5 de dezembro de2008.

    7 Pesquisa feita no site http://www.igeva.com.br/pages/estudos.php?id_estudo=313,acessado em 5 de dezembro de 2008.

    8 Weverton Miranda, Pequenos Gru-pos. Pesquisa realizada no sitehttp://www.pibac.org.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=51&Itemid=64, aces-sado em 5 de dezembro de 2008.

    9 Ralph W. Neighbour, Jr., Where do WeGo From Here? A Guide Book for the Cell

    Group Church (Houston: Touch Publications,2000), p. 228.10 Joel Comiskey, A Cell-Based Min-

    istry: A Positive Factor Church Growth in

    Latin America (Ph.D. tese, Fuller Theologi-cal Seminary, Pasadena, California, 1997), p.13.

    11 Embora no livro de Neemias, captulo3, encontre-se uma organizao de trabalha-

    dores em grupos, percebe-se, porm, que setrata de um trabalho especco, de um mu-tiro, que se encerrou no momento em quea obra terminou cinquenta e dois diasdepois (Ne 6:15).

    12 Ver James Swanson, Dictionary ofBiblical Languages with Semantic Domain:Hebrew Old Testament(Oak Harbor: LogosResearch Systems, Inc., 1997), p. 1074.

    13 Atilio Ren Dupertuis, De Egipto aCanan: el evangelio en el xodo (BerrienSprings: Pioneer Publications, 1995), p. 29.

    14 Flvio Josefos, Histria dos hebreus:obra completa (Rio de Janeiro: Casa Publica-dora das Assemblias de Deus, 1992), p. 92.

    15 Ibid.16 Lawrence O. Richards, The Bible Read-

    ers Companion (Wheaton: Victor Books,1991), p. 752.

    17 W. Sanday e Arthur C. Headlam, Aq-uila and Priscilla, A Critical and Exegetical

    Commentary on the Epistle of the Roman(New York: C. Scribners sons, 1979), p.420.Ver tambm In their house [Rm 16:5],Francis D. Nichol, ed., The Seventh-day Ad-ventist Bible Commentary (Hagerstown: Re-view and Herald, 1976), 6:652.

    18 A. R. Fausset, The First Epistle of Paulthe Apostle to the Corinthians, A Commen-tary, Critical and Explanatory, on the Old and

    New Testaments (Oak Harbor: Logos Re-

    search Systems, Inc., 1997), 1Co 16:19.19 Matthew Henry, The First Epistle ofSt. Paul to the Corinthians,Matthew HenrysCommentary on the Whole Bible: Completeand Unabridged in One Volume (Peabody:Hendrickson, 1996), 1Co 16:19.Ver tambmJohn A. Witmer,Romans, The Bible Knowl-edge Commentary: An Exposition of theScriptures, vol. 2 (Wheaton: Victor Books,1983-c1985), p. 548; Church in theirhouse [1 Co 16:19], Nichol, 6:817.

    20 Peter T. Obrien, Colossians 4:7-18,Word Biblical Commentary, vol. 44 (Waco:Word Books, 1982), p. 256-257.

    21 Norman L. Geisler, Colossians, The

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    Bible Knowledge Commentary: An Exposi-tion of the Scriptures, vol. 2 (Wheaton: Vic-tor Books, 1983-c1985), p. 685.

    22 Joseph Barber Lightfoot, Saint PaulsEpistles to the Colossians and to Philemon,

    Classic Commentaries on the Greek New Tes-tament (London and New York: Macmillanand Co., 1886), p. 241.Ver ainda Nymphas[Cl 4:15],Nichol, 7:218.

    23 A. R. Fausset, The Epistle of Paul toPhilemon, A Commentary, Critical and Ex-planatory, on the Old and New Testaments(Oak Harbor: Logos Research Systems, Inc.,1997), Fm 2.

    24 Matthew Henry, The Epistle of St.Paul to Plilemon, Matthew Henrys Com-mentary on the Whole Bible: Complete andUnabridged in One Volume (Peabody: Hen-drickson, 1996), Ph 2.Ver tambm Thy hou-se [Fm 2], Nichol, 7:378.

    25 Ver J. Goetzmann, , O NovoDicionrio Internacional de Teologia doNovo Testamento (So Paulo: Vida Nova,1981), 1:365-368. Ver tambm W. E. Vine,M. F. Unger e W. White, Vines Complete

    Expository Dictionary of Old and New Tes-

    tament Words (Nashville: Thomas Nelson,1996), 2:308-309.

    26 Otto Michel, Theological Dic-tionary of the New Testament, Gerhard Kit-tel e Gerhard Friedrich, ed., (Grand Rapids:Eerdmans, 1985), 5:119-130.

    27 Ibid.28 P. Weigandt, Okos,Exegetical Dic-

    tionary of the New Testament(EDNT), HorstRobert Balz and Gerhard Schneider, ed.,

    (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1990-c1993),2:495.Para estudo completo ver idem,EDNT,2:495, 500-503.

    29 Sanday, CECER, p. 420.30 James D. G. Dunn,Romans 9-18. Word

    Biblical Commentary (Dallas: Word Publish-ing, 1992), p. 893.

    31 Weigandt, EDNT, 2:495, 500-503;Sanday, CECER, p. 420; Dunn,Romans 9-18.WBC, p. 893; Peter Obrien, Colossians4:7-8. Word Biblical Commentary (Waco:Word Books, 1982), p. 256-257; Idem, Phi-lemon 1-3. WBC, p. 273.

    32 Para entender como funcionam as prin-cipais Igrejas em Clulas, ver Ministrio

    Igreja em Clulas, http://www.celulas.com.br/; Touch Ministry, http://www.touchusa.org/; Cell Church Network - Hong Kong,www.ccmnglobal.com/; Igreja EvanglicaElim, http://www.igrejaselim.org.br/; E para

    entender como funcionam algumas Igrejasem Pequenos Grupos, ver Igreja Adventistado Stimo Dia, www.pequenosgrupos.com.

    br/; Primeira Igreja Batista em Arraial doCabo, http://www.pibac.org.br/site/index;IGEVA - Igrejas Evanglicas, http://www.igeva.com.br/pages/comunidades.php.

    33 Wilson Paroschi, Os Pequenos Gru-pos e a Hermenutica: Evidncias Bblicas eHistricas em Perspectiva, (Engenheiro Co-elho, So Paulo, 2009).

    34 Paroschi, p. 6.35 Ver, por exemplo, Ellen G. White,

    Atos dos apstolos (Tatu: Casa PublicadoraBrasileira, 2006), p. 91-92; Ellen G. White,Servio cristo (Tatu: Casa Publicadora Bra-sileira, 2004), p. 72-73.

    36 Ver Paroschi, p. 9.37 Ver Robert Fitts, The Church in the

    House A Return to Simplicity (Kaulua-Ko-na, HI, s.d.), p. 9; http://robertftts.com/63.

    38 Ver, por exemplo, Howard Snyder, TheRadical Wesley: Pattern for Church Renewal(Grand Rapids: Zondervan, 1987); D. Mi-chael Henderson,John Wesleys Class Meet-ing (Neppanee: Evangel Publishing House,1997).

    39 Ver Christian Schwarz, O desenvolvi-mento natural da igreja (Curitiba, PR: Edito-ra Evanglica Esperana, 1996); Roberto Mi-chael Lay, Hlio R. Nichele, ed., Manual do

    auxiliar de clula (Curitiba: Ministrio Igrejaem Clula, 1998); Joel Comiskey, Cresci-mento explosivo da igreja em clula (Curiti-

    ba: Ministrio Igreja em Clulas, 1997).40 A Igreja Adventista traz desde sua ori-

    gem a prtica de estudo da Bblia em grupospequenos, em suas reunies. A seguir, algu-mas poucas obras que ensinam essa prtica:Ellen G. White, Conselhos sobre a escola

    sabatina (Santo Andr, SP: Casa PublicadoraBrasileira, 1984); Manual da escola sabati-na (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira,1995); Departamento da Escola Sabatina,Au-

    xiliar do programa para o jardim da infncia(Santo Andr, So Paulo: Casa Publicadora

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    umafundamentaobblicaParaosPequenosgruPos / 93

    Brasileira, 1966); Laveta Maxine Payne, Cal-led to Teach a Sabbath School Class (Hagers-town: Review and Herald, 1969).

    41 Simson, p. 63.42 Ibid., p. 77.43

    Icenogle, p. 14.44 Ernest Martin,Believers Church BibleCommentary: Colossians, Philemon (Scotda-le: Herald Press, 1993), p. 297.

    45 Daniel Rode, Uma Teologia de Pe-quenos Grupos, emMinistrio, julho-agostode 2009, p. 19-20.

    46 Ver William Barclay, The Letter tothe Romans (Philadelphia: The WestminsterPress, 1955), p. 228.

    47 Ver John Mallison, Growing Christiansin Small Groups (London: Scripture Union,1989), p. 5.

    48 Ver Frederick F. Bruce, The Epistles tothe Ephesians and Colossians (Grand Rap-ids: Eerdmans, 1957), p. 309-310.

    49 Para uma compreenso mais pormeno-rizada sobre conceitos e denies de igrejasem casa, ver Robert e Julia Banks, The Chur-ch Comes Home (Peabody, MS: HendricksonPublishers, 1998), p. vii-viii e 6.

    50 George Eldon Ladd, Teologia do NovoTestamento (So Paulo: Hagnos, 2002), p. 320.

    51 Ibid., p. 109.52 Robert Fitts, comentando sobre es-

    ses textos, declara o seguinte: A partir dasEscrituras, evidente que a igreja primitivareunia-se nas casas. Eles no tinham edifciosde igrejas. Tais edifcios no apareceram ato ano 232 A.D. Naqueles primeiros dias noeram chamadas de igrejas-casa. Eles eram

    a Igreja que se reunia na casa de algum. notvel que o mais explosivo perodo decrescimento da Igreja na histria, at recente-

    mente, teve lugar durante aqueles primeirosanos. Robert Fitts, The Church in the House

    A Return to Simplicity (Kaulua-Kona, HI,s.d.), p. 9. Pesquisa feita no site http://rober-tftts.com/63, acessado em 8 de dezembro de

    2008.53 Alguns autores do movimento celular ede grupos pequenos que apresentam a analo-gia das clulas: Neighbour, Where do We Go,

    p. 223; Lay, p. 27-31; Cox, p. 61; Aluzio A.Silva,Manual da viso de clulas (Goinia:Videira, 2008), p. 27; Comiskey, Crescimen-to explosivo, p. 19.

    54 Floyd V. Filson, The Signicance ofthe Early House Churches, em Journal of

    Biblical Literature, 58 (1939): p. 109112.55 O estudo atual limita-se a apresentar

    um resumo do tema Uma FundamentaoBblica para os Pequenos Grupos. Escapa ao

    propsito do mesmo apresentar uma funda-mentao teolgica e histrica dos PequenosGrupos. Para um estudo mais pormenoriza-do sobre o tema, inclusive a respeito dos seis

    princpios bblicos dos Pequenos Grupos,ver Jos Umberto Moura, Uma Fundamen-tao Bblica, Teolgica e Histrica desde

    uma Perspectiva da Igreja Adventista do S-timo Dia (DTP tese, Seminrio AdventistaLatino-Americano de Teologia, EngenheiroCoelho, So Paulo, 2009).

    56 Ver Wuthnow,I Come Away, p. 349;El xodo [12:151], Comentario bbli-co mundo hispano xodo (CBMH), DanielCarro, Jos Toms Poe e Rubn O. Zorzo-li, ed., (El Paso, TX: Editorial Mundo His-

    pano, 1997), 2:114-126; Ellen G. White,

    Mensagens escolhidas, 3 vols. (Santo An-dr: Casa Publicadora Brasileira, 1966),1:280.