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Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

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Page 1: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

Pensamento e ação na indústria de abate

José Marçal Jackson Filho

Fundacentro/RJ

Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

Page 2: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

Pragmatismo como perspectiva• Convite: Nova perspectiva, reflexão sobre a

ação para mudar a ‘situação problemática atual’

O surgimento de ‘mudanças revolucionárias na OT tem ultrapassado o entendimento das implicações para a qualidade da vida no trabalho e a segurança a saúde ao trabalhar’. Agenda científica proposta pela NIOSH.

Embora, nos dias de hoje, assista-se à negação do pensamento, da reflexão, como se fossem anti-produtivos e desnecessários para a ação.

Page 3: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

Re-estruturação produtivaNovos capitalistas, dependência do

capital financeiroDiluição do papel do empregador

Cadeias de fornecedoresRe-engenharia

Novos e velhos modos de organização da produção

Novas tecnologiasFormas precárias de emprego

Page 4: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

Estado de Saúde dos trabalhadores da União Européia (Paoli et al, 2000)

- Um trabalhador sobre quatro declarou sofrer de problemas de dores nas costas (34%), de estresse (28%), de fadiga geral (24%) e de dores musculares nos pescoços e nos ombros (23%).- Trabalhadores referem estar submetidos a riscos de hiper-solicitação: prazos muito curtos, forte repetição, cadências muito elevadas.- Os riscos associados a problemas tradicionais continuam importantes.- Além disso, 9% dos trabalhadores sofreu alguma forma de intimidação durante o último ano.

Page 5: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

Nova organização do capitalNovas modos e práticas de gestãoNovas formas de organização das

empresas e do trabalho

INTENSIFICAÇÃO DO TRABALHO

Agravos à saúde:Problemas musculo-esqueléticos

Distúrbios do comportamentoMortes por excesso de trabalho nos canaviais

Suicídios de engenheiros

Page 6: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

Grande número de trabalhadores doentes, afastados, excluídos.

Sistema de produção de concepção ‘ultrapassado’

Grande custo social – econômico pouco aparente, disperso, individualizado

Certa indeterminação – demonstração dos problemas e causas

Situação Problemática

Justifica a presença do Estado: ação pública digna de nota

Page 7: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

De acordo com a Engenharia de produção

PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO

Bens e serviço

s

INPUT OUTPUT

Materiais Informações

Consumidores

Instalações Pessoal

Ambiente

Baseado em Slack et al.

Page 8: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO

Bens e serviço

sINPUT OUTPUT

Materiais Informações

Consumidores

Instalações Pessoal

Ambiente

Baseado em Slack et al.

Page 9: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO

Bens e serviço

sINPUT OUTPUT

Materiais Informações

Consumidores

Instalações Pessoal

Ambiente

Trabalho

Baseado em Slack et al.

LER-DORT

Page 10: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

Características do trabalho na Indústria de Produção em Massa

• Exigência / pressão temporal.• Outros riscos presentes (esforços físicos,

temperatura, falta de espaço).• Mudanças posturais em função das exigências.• Necessidade de administrar o tempo. • Conflito: rapidez x precisão. • Antecipação de incidentes.• Longo tempo de aprendizado.

Page 11: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

TRABALHAR

SAÚDE

Biológico

Psicológico

Psíquico

Social

DISCIPLINAS

PROFISSÕES

recursos

condicionantes

Daniellou (1998)

Page 12: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

TRABALHAR

PODER PENSAR PODER DEBATER

PODER AGIR

Daniellou (1998)

Page 13: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

TRABALHAR limitado

PODER PENSAR PODER DEBATER

PODER AGIR

Daniellou (1998)

Page 14: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

Conseqüências à Saúde

• Risco de acidentes.

• Problemas musculares: LER/DORT.

• Distúrbios do comportamento (irritação, ansiedade, dificuldade de dormir, etc.).

• Influência na vida fora do trabalho

Page 15: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

A prevenção é possível?

• A idéia de prevenção: existência de riscos e ações de controle.

• As medidas “de prevenção” restringem-se à ação sobre as pessoas e aos postos.

• Incidência de LER/DORT: 10 - 20 %. Processo de seleção natural.

Page 16: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

Da impossibilidade da prevenção

• Nos sistemas atuais, o aparecimentos de casos é efeito ‘secundário’ dos sistema de produção.

• Pode-se dizer que os casos de LER/DORT são inerentes ao desenho do sistema de produção.

Page 17: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

SST e Organização

• Aspectos organizacionais não são, não podem ser fatores considerados na prevenção dos agravos à saúde

• Organização é mecanismo para aumento da produtividade, de rentabilidade

Page 18: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

AC

A D

D T

P

R

Page 19: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

Custos do adoecimento

• Transferência dos custos ao Estado

• Estado, por meio do INSS, tem ação contraditória

• Custos recaem para os indivíduos e suas famílias

• Problemas sociais nos municípios pequenos

Page 20: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

O que fazer para mudar ? Como se organizar para fazê-lo ?

Pode-se aceitar tal situação ?

Quem são os atores do processo de mudança

Situação Problemática

Problema público, presença do Estado: qual política e ação ?

Page 21: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

Sob a perspectiva dos projetos

• Projeto como ‘vontade relativa ao futuro’

• Processo que leva de uma situação que existe a uma situação desejada

• Várias soluções possíveis

Page 22: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

S E

S 3

S 4

S 2

S 1

Page 23: Pensamento e ação na indústria de abate José Marçal Jackson Filho Fundacentro/RJ Florianópolis, 12 de dezembro de 2008

Projeto implica em:

• Definição de objetivos– Qual trabalho queremos no futuro ?– Qual modelo de desenvolvimento

pretendemos ? Qual política ?

• Meios disponíveis (custos, tempo)

• Atores e seu papel

• Modo de organização próprio

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Solução atores relação saberes critérios

Negar o problema

EmpresasSindicatosAgentes pub

confronto DireitoErgonomia 1XErgonomia 2

legal

Melhorar SP EmpresasSindicatosAgentes pub

Cooperaçãonegociação

EngenhariaErgonomia

EconômicoCusto

Novo SPNova cadeia

Mais atores sociais

Cooperação Mais disciplinas

Sociais EconômicosAmbientais

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A política necessária

• Recursos públicos e privados

• Chamado para instituições em Projeto de novas formas de produção

• A política do desenvolvimento econômico não justifica a injustiça social

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Pergunta para todos nós.

Mas, para torná-la possível, é preciso recolocar o pensamento e a deliberação coletiva na base das ações.

Qual sociedade queremos? Como se organizar para fazê-lo ?

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Obrigado por sua atenção!

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