pensamento crítico 2008/9

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Pensamento crítico 2008/9 Aula 12, 2-12-08

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Pensamento crítico 2008/9. Aula 12, 2-12-08. Resumo. Moral e ética Utilidade como fundamento moral Utilitarismo Problemas morais na decisão Problemas éticos Decisão acerca de fundamentos da moral. Moral e Ética. Porquê estudar isto?. Moral e Ética. Porquê estudar isto? - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Pensamento crítico 2008/9

Pensamento crítico2008/9

Aula 12, 2-12-08

Page 2: Pensamento crítico 2008/9

Resumo

Moral e éticaUtilidade como fundamento moral

• Utilitarismo

Problemas morais na decisãoProblemas éticos

• Decisão acerca de fundamentos da moral.

Page 3: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

Porquê estudar isto?

Page 4: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

Porquê estudar isto?Nas decisões queremos comparar

alternativas e escolher a melhor.Mas melhor para quem? Para alguém

em particular ou de acordo com um critério universal?

Este é um problema ético

Page 5: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

Ética“Ethos” – carácter pessoal.“ta ethika” – inquirir sobre a natureza

do bem e do mal

Moral“Mores”- costumes e hábitos sociais.

Page 6: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

Muitos consideram Ética = Moral Mas aqui vamos distinguir:

Moral é o conjunto de crenças e regras acerca do bem e mal, justiça e injustiça, etc.

Ética é a análise crítica do fundamento da moral.

Page 7: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

ExemplosRoubar é errado

• Afirma uma norma moral, uma norma universal que avalia uma acção.

Porque é que roubar é errado?• Uma questão ética, acerca do

fundamento da moral.

Page 8: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

A ética e a moral focamAcções

• Certas ou erradas.

Consequências• Boas ou más

Carácter• Virtudes ou vícios

Motivo• Boas ou más intenções

Page 9: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

Nós vamos considerarAcções

• Certas ou erradas.

Consequências• Boas ou más

(Mais relevantes para a decisão e pensamento crítico)

Page 10: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

AcçõesErrada (não permitida)Certa (permitida)

• Obrigatória• Opcional

• Neutra ou supererrogatória.

Page 11: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

A moral assume uma noção partilhada de certo e errado, bom e mau.

Não roubes porqueDeus castigaVais presoPrejudica os outros

Page 12: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

A moral assume uma noção partilhada de certo e errado, bom e mau.

Não roubes porqueDeus castigaVais presoPrejudica os outros

• Só esta é uma afirmação moral; as outras apenas apontam consequências pessoais

Page 13: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

A moral exige afirmações impessoais e universais.É errado escravizar pessoas

• Aplica-se a todas as pessoas, em todas as sociedades e em todos os tempos.

• Mesmo no tempo da escravatura era errado.

Page 14: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

Falácia do relativismoPropor algo como verdade para uma

pessoa mas falsa para outros.

Page 15: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

Falácia do relativismoPropor algo como verdade para uma

pessoa mas falsa para outros.No caso da ética o relativismo é

falacioso porque contradiz o objectivo de universalidade moral

• Dizer que certas práticas são eticamente permissíveis em certas culturas mas não noutras.

Page 16: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

Falácia do relativismoÉ verdade que preferências e

objectivos (a utilidade) pode variar entre pessoas e culturas

Mas não é eticamente aceitável que as regras pelas quais estas preferências são ponderadas variem.

Page 17: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

Falácia do naturalismoDeve ser porque é.

• A falácia de derivar um imperativo da mera descrição dos factos.

E.g. Contracepção ou reprodução medicamente assistida são imorais por serem contra a natureza

• A pasta de dentes também...

Page 18: Pensamento crítico 2008/9

Moral e Ética

Falácia do naturalismoAfirmações prescritivas ou normativas,

como as da moral, não podem ser consequência de meras descrições.

• “Não deves matar” não deriva de “matar causa sofrimento” a menos que se assuma “não deves causar sofrimento”.

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Princípios éticos

A fundação da moralidadeUtilitarismo(s)

• Consequencialista

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Princípios éticos

UtilitarismoRelacionado com a teoria normativa

da utilidade esperada.Maior bem para o maior número

• E.g. Vacina contra doença A ou doença B? A que causar mais mortes e sofrimento.

• (Em oposição a qual afecta as pessoas com mais dinheiro)

Como?

Page 21: Pensamento crítico 2008/9

Princípios éticos

Utilitarismo nos actos • (Act Utilitarianism)

Agir sempre de forma a maximizar a utilidade para todos

• A utilidade aqui pode ser entendida como tudo o que permite que cada um atinja os seus objectivos. Prazer, segurança, liberdade, saúde, etc...

Problema de ser uma teoria prescritiva difícil de seguir.

Page 22: Pensamento crítico 2008/9

Princípios éticos

Utilitarismo nas regras• (Rule Utilitarianism)

Seguir regras tais que resultem, em geral, na maximização da utilidade.

É usar o utilitarismo como teoria normativa das regras, que por sua vez nos dão a teoria prescritiva.

Evita o custo do cálculo mas pode levar a problemas com as excepções.

Page 23: Pensamento crítico 2008/9

Princípios éticos

Utilitarismo na motivação • (Motive Utilitarianism)

Lidamos melhor com regras positivas que negativas.

A moral deve assim inculcar motivações que tendam a resultar em acções com mais utilidade para todos.

Lavagem cerebral?

Page 24: Pensamento crítico 2008/9

Princípios éticos

Utilitarismo a dois níveisUtilitarismo nas regras, mas o

utilitarismo nos actos quando as regras não são apropriadas.

É criticado porque parece enfraquecer o cumprimento das próprias regras, que são vistas como meras orientações gerais questionáveis (mas será isto mau?)

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Utilitarismo (problemas)

Comparar utilidadesÉ pior para a Júlia não ouvir música

ou para o João não conseguir estudar?

“Tradeoff”

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Utilitarismo (problemas)

Comparar utilidadesÉ pior para a Júlia não ouvir música

ou para o João não conseguir estudar?

“Tradeoff”• Claro em alguns casos. E.g. Gastar 30€

numa garrafa de vinho ou comprar uma de 15€ e usar o resto para curar alguém de lepra.

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Utilitarismo (problemas)

Comparar utilidadesÉ pior para a Júlia não ouvir música

ou para o João não conseguir estudar?

“Tradeoff”• Difícil noutros. Deve o utente pagar a

portagem ou ser paga pelos contribuintes todos?

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Utilitarismo (problemas)

MaximizarA utilidade total?A utilidade média?

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Utilitarismo (problemas)

Conclusão Repugnante (Derek Parfit)Uma mulher grávida tem uma doença.

Se se curar a criança nasce saudável mas se não se curar a criança nasce deficiente.

Uma mulher tem uma doença. Se engravidar agora a criança nasce deficiente, mas se engravidar mais tarde a criança nasce saudável.

Page 30: Pensamento crítico 2008/9

Utilitarismo (problemas)

Conclusão Repugnante (Derek Parfit)Princípio da impersonalidade total.Implica que a redução na qualidade

de vida de uns possa ser compensada pelo aumento de pessoas vivas...

Page 31: Pensamento crítico 2008/9

Utilitarismo (problemas)

Monstro de utilidade (Robert Nozick)Um ser que tem 100 vezes mais

prazer que qualquer outro por cada unidade de recursos que usa.

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Outros sistemas

Contratualismo John Rawls

• Do véu de ignorância deriva-se uma noção de justiça.

• Posições abertas a todos e desigualdades económicas só permitidas se em benefício de todos

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Outros sistemas

Deontologia Immanuel Kant

• É o acto em si que é bom ou mau, certo ou errado. As consequências e até a motivação (no sentido emocional) não importam

• Imperativo categórico:• Age somente, segundo uma máxima tal, que

possas querer ao mesmo tempo que se torne lei universal.

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Questões

Nem tudo na ética são soluções...• A maior parte são problemas.

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Questões

Actos e omissõesÉ pior matar uma criança ou deixar

uma criança morrer à fome?Ivan é alérgico ao molho da salada. O

João não diz nada ou sugere que o Ivan prove o molho. É pior quando sugere?

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Questões

Duplo efeitoTomás de Aquino

• Nada impede que um acto tenha um efeito pretendido e outro que seja secundário. O secundário é moralmente menos relevante

• O acto de se defender pode ter o efeito secundário de matar o atacante.

Será por isto que matar em defesa é legítimo? E “danos colaterais”?

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Questões

“Trolley problems”Philippa FootJudith Jarvis Thomson

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Questões

Page 39: Pensamento crítico 2008/9

Questões

Utilitarismo (e a maioria):Sim.

Mas alguns:Mudar o rumo é participar no mal,

transformando um acidente em algo intencional

Será que cinco vidas valem mais que uma?

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Questões

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Questões

Maioria:Não porque neste caso estamos

intencionalmente a matar alguémA morte do escuteiro no outro cenário

era acidental (efeito duplo) Thompson

No outro cenário ninguém tinha mais direito de não ser atropelado, mas este homem tem o direito de não o atirarem.

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Questões

Page 43: Pensamento crítico 2008/9

Questões

Maioria:Aceitam matar o homem neste casoMas neste caso o seu sacrifício não é

acidental (efeito duplo) mas instrumental no salvamento dos outros...

(mas se não fizermos nada estaremos a usar os outros cinco para salvar um?)

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Questões

Page 45: Pensamento crítico 2008/9

Questões

Thompson:Um cirurgião tem 5 pacientes que

precisam de transplantes para sobreviver.

Um viajante saudável vem fazer um exame de rotina. Deve o médico matá-lo para salvar os outros?

Page 46: Pensamento crítico 2008/9

Moral da história

Desconfiem das soluções simples para problemas éticosPensamento crítico.

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Âmbito e implicações

A ética toca aspectosPessoaisProfissionaisSociais

Page 48: Pensamento crítico 2008/9

Âmbito e implicações

A ética toca aspectosPessoais

• A forma como agimos com os outros.• Os princípios de cada um (e diferenças)

ProfissionaisSociais

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Âmbito e implicações

A ética toca aspectosPessoaisProfissionais

• Códigos de conduta profissional. Pode ser uma conduta individual, mas não é do foro pessoal.

Sociais

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Âmbito e implicações

A ética toca aspectosPessoaisProfissionaisSociais

• Regras que se aplicam a todos (leis, costumes)

• Nem sempre coincide com a lei.

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Âmbito e implicações

A lei tem alguma relação com a moral, mas não corresponde necessariamente.Estacionar mais tempo que o que

pagámos é ilegal mas não imoralMentir é imoral mas não ilegal

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Ética na decisão

AntesCarácter, virtudes, intenção

MeiosDeveres, direitos

ResultadosConsequências, utilidade

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Resumo

Ter atenção aos diferentes problemas éticos.

Visar princípios impessoais.Ter atenção a possíveis contradições

entre diferentes intuiçõesEvitar as falácias do relativismo e

naturalismo.

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Resumo

Nesta aula:• Pensamento crítico é importante para a

ética.

Próxima aula• Ética é importante para o pensamento

crítico.

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Ficha 4

Decidir que tema vão escolher para o trabalho final

Não é obrigatório seguir essa decisão (mas poupam trabalho)

Será avaliada pela estrutura do texto e, principalmente, pelo método dado para decisões (cap. 11).

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Trabalho Final

Tema livre, mas escolham um que dê para

• Análise crítica do material consultado• Decisão • Aspectos morais, enviesamentos e erros

Escrevam um texto bem estruturado.• Serão avaliados pela capacidade auto-

crítica...

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Próximas semanas

9 a 12Ética

14Entrega da ficha 4

16 a 19Revisões e dúvidas.

21Entrega do trabalho final.