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PELOS BIGODÕES Número 03 – março/2015 by Sebo Gregos e Troianos – casa de leituras e Sala @escrevendo
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Gregos e Troianos - casa de leituras -
33333333 3 333333333333
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3 33 333 3
A teia
@LFelipeCesar
Luis Felipe Cesar
Sobre Coleiros eCoelhos
Carta de umaex-motorista
Sala @escrevendo
RALPHHOLZMANNA Caverna é um Mito
Maria Elisa Elisei
A artesã dasbonecas de pano
Germano Monerat
ESPAÇOCIÊNCIA & TECNOLOGIA
Diego Linx
SONE
Neto Resende
O fim a seu critério
Prof. Luciano Gonçalves
De má fé e ignorância
Ponto de encontro de olhares e ouvires, ideias e angústias.Pro-vocações de toda ordem, ainda que caóticas. A princípio, de Resende e Itatiaia.
Mas as coisas nunca se cabem no que as principiam. Limites não são bons definidores do que se faz
‘‘
Jorge Luis Borges
Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.
Número 03 –março/2015 Página 2
Parceiros de conteúdo e financiamento EditorialChegamos ao nº 3.Dum modo gostoso. Gostando do
processo. Processando um ou outro tropeço, típicos de quem aprende fazendo.
As simpatias que nos acolheram são muito mais importantes do que elas próprias imaginam. Nosso agradecimento é público. Tão verdadeiro que quase nos orgulhamos dele.
No nº 1 tivemos a colaboração de Washington Lemos, Ton Kneip e Hélder Câmara. No nº 2, de Rodrigo Prado, Julia Dile, Daniel Almeida e Pedro Miller. Neste, de Ralph Holzmann, Diego Linx, Germano Monerat, Neto Resende e Luis Felipe Cesar. É ou não um time de colaboradores de dar orgulho?
Prossigamos, então. Num misto de babação por este número ao mesmo tempo em que já estamos curtindo construir o próximo, que deve sair das rotativas em pleno dia 21 de abril.
ExpedienteCONTATO:
Custo total das três edições: R$ 2240[gráfica R$ 1910 / transporte R$ 300/
administração R$ 30]Verbas recebidas: R$ 670
A diferença de R$ 1570 foi coberta pelas duas instituições que nos dão suporte.
Parte dos anúncios é de cortesia, por simpatias, agradecimento ou parcerias de
várias naturezas.A distribuição das verbas que chegam e das que saem está à disposição de curiosos de
qualquer natureza: basta contatar-nos. Reafirmamos nosso compromisso de que ela
busca o equilíbrio necessário para cobrir os custos de
produção e apoiar os projetos anunciados.Não mais.
Diagramação amadora: voluntárioJoão Pedro Gonçalves da Silva,
ao qual agradecemos
Sebo: lugar de gente inteligente
Personal-néticosSabe a quem recorremos
para nos ajudar com trâmites internéticos? Ao Thales Luz e ao Washington Lemos. Sem eles... pediríamos ajuda a outros.
Mas eles fizeram com que isso não fosse necessário. Mais boa vontade como as deles, e o mundo seria melhor.
Gregos e Troianos - casa de leituras -
Livros novos e usados a preços que são ótima oportunidade.
E você ainda pode usar os seus livros para troca ou abatimento no valor da compra.
O mesmo vale para gibis, LPs, CDs e DVDs.
Número Página 303 – março/2015
A teiaA situação de escassez de
água que estamos vivendo é uma ótima oportunidade para buscarmos a construção e um pensamento mais integral e articulado sobre o mundo.
Ainda que essa afirmação possa parecer exagerada, exagero é pensar que podemos continuar a usar sem limites todo tipo de recursos que nosso planeta dispõe.
Mesmo sendo a nossa herança cultural indutora desse comportamento de descobrir-conquistar-explorar-consumir-descartar, a farta divulgação de estudos sobre os ciclos naturais - climáticos, ecológicos, hídricos etc. já não permite a quase ninguém, seja governante ou governado, continuar ignorando os fatos e agindo de forma irresponsável e inconsequente.
Desde Gilgamesh e sua batalha contra Humbaba, 2.750 aC, as florestas vêm sendo derrubadas para suprir recursos para construção, combustível, transporte e armamentos, itens essenciais para os muitos processos de colonização ao longo da história.
Avançando no tempo e começando a encontrar alguma inteligência na relação com o território, o exemplo da restauração da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, entre 1861 e 1874, pode ser considerado decisivo para o abastecimento de água e a amenização do clima naquela cidade.
O que não se podia imaginar, naquela época, era a relação entre as chuvas do sudeste brasileiro, a Amazônia e o Cerrado. Hoje, as fartas evidências entre chuvas e florestas não permitem mais os posicionamentos equivocados que ainda são praticados por alguns governantes. Exemplos clássicos recentes são as mudanças no Código Florestal, o enfraquecimento da legislação ambiental, as novas regras de acesso à biodiversidade e a redução do número de brigadistas para combate a incêndios florestais em 2015.
Fundado em 1988 pelo inglês Ramon Arthur Cole, o hotel mantêm suas tradições, como o chá das 5 (disponível em cada aposento)e o típico PUB Inglês. Além de contar com muitas histórias, curiosidades e uma pequena biblioteca que conta muito sobre o Reino Unido, o hotel possui uma piscina com um vasto deck que vai ao encontro com o Rio das Pedras, uma grande área verde e ótimos lugares para se apreciar. Já em fase de término, em breve teremos a sauna a seco (origem Finlandesa), uma piscina aquecida e uma piscina ecológica, atualmente muito difundida na Europa mas pouco conhecida no Brasil.
Um autêntico e peculiarhotel britânico
no coração de Penedo!
E não é só isso. Florestas dependem dos animais que ali vivem, que dependem de outros animais e de plantas como alimentos, que dependem do solo, que depende de microrganismos, que dependem de nutrientes, que dependem dos restos de plantas e de animais, que dependem do clima, que hoje, segundo a maioria dos cientistas, depende em boa parte do modo de vida da humanidade, além de depender dos grandes ritmos astronômicos, terrestres e solares.
A teia de relações e interdependências expressa com nitidez pela natureza é também, na devida proporção, aquela que nos conecta a um cenário muito muito maior, às vezes vislumbrado em momentos especiais: numa noite estrelada, ao por do sol, durante uma tempestade, na plenitude do amor ou na magia de um ritual.
Em Resende, a presença incontestável da montanha facilmente revela algumas teias, em especial a teia dos nossos rios. A maioria nasce na serra da Mantiqueira: Alambari, Pirapitinga, Preto, das Pedras, Água Branca... Outro, solitário, tem suas nascentes na serra da Bocaina: Sesmaria. Todos deságuam no rio Paraíba, que não mais pode ser utilizado diretamente pelos moradores daqui como era no passado.
O gigante Humbaba, protetor das florestas de cedro do hoje desértico Iraque, foi decapitado pelos conquistadores-saqueadores da época e não existe mais. Mas quem terá sido condenado, de fato, pela destruição daquela mata?
Luis Felipe Cesar
Gestor ambiental, jornalista, apicultor, ex-presidente da Agência do Meio Ambiente deResende. Diretorda ONGCrescente Fértil.
Ecopensamento
Número 03 – março/2015 Página 4
Pelos bigodes do poeta E estão todos convidados a ver aqui publicadas as suas ousadias em versos e estrofes. É só entrar em contato (pelo e-mail no expediente).
Uma provocação do poeta que inspirou o título deste informativo cultural: Paulo Leminski
+
ALERTA NUNCA CONFUNDAM COLEIROSCOM COELHOS: PODE DAR BODE
Tudo tem explicação. Em princípio, né?, porque com o Botafogo do meu amigo prof. Carlito acontece cada coisa... Que com frequência pretendem ser justificativas. Mas quase nunca o são.
E justamente porque não há justificativas, não achamos importante dar as explicações. A questão é que ao publicarmos um pouco do olhar poético do Gustavo Praça na nossa edição anterior, cometemos a atrocidade de confundir coleiros com coelhos. É!, fizemos isso. Óbvio que com gente do piso frio reproduzindo olhares de gente que, sendo da cidade também o é do mato, coisas assim são tendentes.
Pensamos em nos apoiar numa lição do Paulo Maluf, que defende a proposta de que nunca devemos nos desculpar. Porque, diz ele, com os inimigos não adianta, e com os amigos não é necessário. No entanto, como entendemos que Maluf deveria é estar preso, e não dando qualquer tipo de lição, o desconsideramos.
Resta-nos... rir da nossa trapalhada... fazer graça... publicar novamente o poema, tentando evitar essas “criatividades”... exercitar a humildade e pedir, publicamente, perdão.Ainda bem que foi com o Gustavo Praça, que de alma tão leve foi o primeiro a rir do nosso ridículo. Ele que não se sinta tão especial, foi só a primeira trapalhada das que, por inevitável, nos arriscamos a cometer a cada número.
De qualquer modo,prometemos punir(me)severamente o responsável:“ele” deverá assistir a duashoras de SBT e ouvir doisCds inteirinhos: um de funke outro de gospel.Castigaaaaço!
PASTORALÀ sombra do bambuzal,
O boi nelore rumina seu espírito.O bambuzal é à flor da pele:
Impossível a imobilidade,Mesmo com esse mormaço,
Mesmo com essas três horas da tarde.Ao pé dele, a estradinha faz uma curva e segue
Tateando sensualidade.Dois coleiros e um sabiá
(mínima, semínima, colcheia).Pousam nos fios cambados que,
Em contraponto,Seguem a melodia da estrada.
Graves, estendendo contida tensão por sobre tudo,Os grossos fios federais jogam o som
Dos violoncelos por entre os braços dos gigantes.O motor da moto no lugar da percussão
Do casco da mula é sóUma dissonância.
O que desafina é a câmara branca,Ladrilhada,Que espera,
Em série,O boi nelore.
Gustavo Praça é uma referência na cultura da nossa região. Li e
indico seus livros, e o retorno tem sido ótimo. Seu jornal O PONTE
VELHA há vinte anos narra, descreve e disserta sobre a nossa
comunidade. Com propriedade. Um encarte por aproximadamente
um ano foi um ensaio para que depois o PELOS BIGODÕES
ganhasse vida.O poema que nos mandou é, para
nós, como uma benção.Obrigado, Gustavo Praça!
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto. Casou com uma regência.
Foi infeliz.Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.Tentou ir para os EUA.
Não deu.Acharam um artigo indefinido em sua
bagagem.A interjeição do bigode declinava
partículas expletivas,conectivos e agentes da passiva, o tempo
todo.Um dia, matei-o com um objeto direto na
cabeça.
O assassino era o escriba
O coleiro, de nome científico Sporophila caerulescens,também é conhecido como Coleirinho, Coleirinha, Papa Capim, Papa Arroz ou Coleiro Tuí Tuí, e é uma ave do gênero Sporophila.
Seu habitat são campos abertos e capinzais, ocorrendo praticamente em todo Brasil, com exceção da Região Amazônica e Nordeste, tornando o Coleiro um pássaro muito conhecido e criado no Brasil 1 . Devido ao crescente desmatamento observa-se o aparecimento destas aves em regiões urbanas, sendo avistados nos quintais das casas e nas ruas das cidades, à procura de alimento. Alimenta-se principalmente de pequenas sementes. Quando criada em cativeiro, sua dieta baseia-se em alpiste.
Reino: AnimaliaFilo: ChordataClasse: AvesOrdem: PasseriformesFamília: EmberizidaeGênero: Sporophila Espécie: S. caerulescens
Classificação científica
Reino: AnimaliaFilo: ChordataSubfilo:VertebrataClasse: MammaliaOrdem: LagomorphaFamília: LeporidaeGênero: Pentalagus
Os coelhos são mamíferos1 lagomorfos da família dos leporídeos, em geral dos gêneros Oryctolagus e Sylvilagus. Caracterizam-se pela cauda curta e as orelhas e patas compridas. Esses pequenos mamíferos encontram-se facilmente em muitas regiões do planeta. O termo é utilizado para referir as espécies de oito géneros, incluindo o coelho-de-amami (Pentalagus), os coelhos-americanos (Sylvilagus) e o coelho-pigmeu (Brachylagus). Alguns autores[1] incluem o género Caprolagus no grupo dos coelhos (coelho-asiático), mas a maioria classifica-o como pertencente às lebres. A espécie mais comum é a Oryctolagus cuniculus, ou coelho-europeu.
Número Página 503 – março/2015
Carta de umaex-motorista aosnovos donos do seu carro
Descubra por que a paulistana Gabriela Vuolo, de 33 anos, vendeu seu automóvel para se deslocar de transporte público,a pé e de bicicleta em São Paulo e veja sua carta aos novos proprietários do carro. O depoimento foi postado no Facebook e reproduzido no site ‘‘vadebike.org’’, que aliás, recomendamos.
‘‘Em agosto de 2009, eu comprei um carro. Era a coisa mais cara que
eu já tinha comprado até então e eu lembro bem do frio na barriga. Hoje eu
vendi esse carro. Um pouco porque precisei, um pouco porque escolhi – tava
cansada de dirigir em São Paulo e cheguei à conclusão de que aquele carro já
não me trazia a desejada liberdade e independência.
Nesses 5 anos e meio, eu descobri outros jeitos de me deslocar pela
cidade. E descobri que a liberdade pode estar em tirar um cochilo no busão
(como eu fiz hoje, voltando do cartório); ou então em voltar pedalando pra
casa; ou então eu caminhar distâncias que antes eu julgava enormes (e de
quebra encontrar amigues pelo caminho ♥). Vender o carro me deu um alívio
tremendo, mesmo sentindo um frio na barriga igual ao que senti quando eu
comprei – porque, afinal, viver sem carro será algo completamente novo pra
mim.
Deixei uma cartinha simpática pros novos donos (porque ativista que é
ativista deixa recado até nessa hora, rs). Transcrevo aqui pra quem tiver saco
de ler.
E deixo também um beijo pras pessoas que botaram pilha e que me
inspiram todos os dias, provando que sim, viver sem carro é possível – e talvez
seja bem melhor.
Obrigada. ♥ #
“Queridos Fulano e Fulana,
Antes de mais nada, obrigada por comprarem meu carro! Vocês nem
imaginam como isso será importante neste momento da minha vida…
Agradeço demais, de verdade.
maisamormenosmotor
Como vocês sabem, hoje deixo de ser uma motorista diária e passo a
ser uma pedestre e ciclista. Escolhi outros jeitos de me locomover pela cidade,
e por isso gostaria de deixar quatro pedidos para vocês:
1 - Por favor, deem sempre preferência ao pedestre – mesmo quando ele não
estiver na faixa. Lembrem-se de que aquela pessoa que caminha é um carro a
menos na rua – e portanto, menos trânsito e menos poluição! Nem sempre há
faixas e calçadas decentes por onde o pedestre passa, mas o pedestre é
sempre bem mais frágil do que o carro. Por isso, todo cuidado é pouco.
.
2 - Por favor, tenham cuidado com ciclistas como eu. Nós também somos
bastante frágeis – qualquer deslize ou imprudência recai sobre nossos corpos, e
não sobre a lataria (como acontece com um carro). Ultrapassagens em alta
velocidade podem fazer com que a gente desequilibre e caia, por causa do
deslocamento de ar. Passar muito pertinho também – é por isso inclusive que o
Código de Trânsito diz que os veículos devem manter 1,5m de distância na hora
de ultrapassar bicicletas. É difícil medir 1,5m ali, no meio do trânsito, então, por
garantia,
basta mudar de faixa na hora de ultrapassar. Não custa nada – e, por outro lado,
uma ultrapassagem descuidada pode custar nossa vida. Lembrem-se de que o
ciclista também é um carro a menos na rua – e portanto menos trânsito e menos
poluição.
.
3 - Por favor, deem preferência aos ônibus. Eles transportam muitas pessoas ao
mesmo tempo. Se todas essas pessoas resolvessem ter um carro, teríamos
muitos carros a mais na rua. Mais carros = mais trânsito, mais poluição e mais
stress. Respeitar a faixa de ônibus e dar preferência aos coletivos beneficia todo
mundo – quem anda de carro e quem anda de ônibus.
.
4 - Por último, por favor, sejam gentis. São Paulo tem um trânsito maluco e
muitas vezes a gente esquece que quem está dentro do outro carro são
pessoas, como nós e nossos familiares. Não custa nada ser gentil, dar
passagem, não fechar cruzamentos, não parar sobre a faixa de pedestre, etc.
Tenho certeza que vocês, assim como eu e muita gente, também querem uma
cidade melhor e menos estressante. Mas se a gente não começar fazendo a
nossa parte, isso não vai acontecer nunca.
Eu fui bastante feliz com este carro nos
últimos 5 anos e meio e ele foi muito útil
pra mim. Espero que o mesmo valha pra
vocês!
Boa sorte, e nos vemos nas ruas,”
Número Página 603 – março/2015
Aulas de REDAÇÃO- particulares ou em grupo, preparatório para Enem e concursos.
Os encontros focam em três tópicos: gramática, técnica dissertativa e abordagem do conteúdoA cada encontro são passados propostas de textos para serem entregues durante a semana. A devolutiva é feita no encontro seguinte, com análises e, se for o caso, indicações para que seja
reelaborada. Cada texto é lido junto com o aluno, para apontamento das virtudes, dos progressos, e de como o texto poderia ter sido melhor desenvolvido.
Variada indicação de fontes para, ao longo do ano, melhorar o entendimento dos assuntos mais “cotados”.
A cada encontro corresponde farto material de apoio.
REDAÇÃO para alunos daESCOLA PÚBLICA > Turma 1
- contato > 2109.0246
Espaço de encontros para aulas de Filosofia e Redação, na sala 817 (8º andar do Bloco B) do Resende Shopping
Sala @escrevendo
Vamos estudar LATIM?
A GREGOS E TROIANOS – casa de leituras estápatrocinando a primeira turma de Redação
para jovens do 3º ano do EnsinoMédio da ESCOLA PÚBLICA.
As candidatas e os candidatos devemretirar a Ficha de Inscrição
no sebo. Ela deve ser devolvida preenchidae acompanhada de uma carta de apresentação
de uma professora ou professor.13 encontros de 2 horas-aula / às segundas: 20h30
Material gratuito. Correção de textos
Estamos cadastrando interessadas einteressados em compor uma turma de
estudos de latim. A contribuição financeira
de cada uma/um será baixa, já queos custos corresponderão apenas ao
material,ao uso da salae aos honorários do
professor.
Este é o nº 3 do nosso PELOS BIGODÕES.O que você está achando? Conte para nós.
Críticas e sugestões podem ser enviadas [email protected]
Contato: celular(24) 99927.0857
facebook.com/mariaelisaelisei
Algumas bonecas podem ser compradas na Gregos e Troianos, com 100% dos
valores entregues à artesã.
Maria Elisa Elisei Bonecas de pano
Número Página 703 – março/2015
“… Te espero de braços abertos, Helena.”Depois de assinar, guardou a carta no envelope e copiou o endereço dado no Jornal. Talvez ele respondesse dessa vez. O seu amigo carteiro tocou a campainha mais ou menos às 10:00 com as contas do mês. Ela lhe passou uma nota e a carta. Pediu que postasse para ela. Assim, nem saiu de casa. Distraída, em vez de dar os 5 reais que daria ao rapaz, deu 10. Ele não falou nada. Nem ela. Não fez falta à ninguém.Enquanto se servia de café, Helena se perguntava se o Martins responderia dessa vez. Afinal, aquela coluna parecia ter sido escrita toda para ela. “Todas as noites parece que me falta alguma coisa.Ou a mim ou a ti.Ou aos dois.”Agora que podia ler com menos paixão, ela podia reconhecer o porquê da maioria de seus amigos desdenhar aqueles escritos. Martins era piegas.Todo o mês em sua coluna de fim de caderno ele se declarava a uma mulher idealizada e delicada. Mas ela o amava assim mesmo. Afinal, ela mesmo podia ser delicada. Procurou na caixa bagunçadíssima de recordações e escritos a coluna que ele escrevera naquele Janeiro antes de terem se conhecido. Riu o riso da nostalgia, e se sentiu mais à vontade com a consciência da carta recém-enviada. Não faria mal algum. Sentou-se na escrivaninha de frente pra janela, respondeu os emails e parou para ouvir o pássaro na gaiola do andar de cima cantar alegremente que voar parecia estúpido. Ela riu da afirmação veemente, engoliu o resto de café (frio) e preparou a casa para receber a primeira aluna do dia.——————————————————————————————Devia ser a milésima carta que essa mulher mandava. Heitor Martins recebera o massivo pacote de três contas e cinco cartas na caixa postal naquela manhã de segunda-feira. Subiu as escadas curioso ao ler o nome da mulher naquela caligrafia horrorosa. Não abrira as últimas duas porque elas estavam com marcas de batom. Heitor não abria cartas de amor. Naquela não havia marca alguma, mas ele não pretendia abri-la mesmo assim.Aliás, não abriu uma carta sequer antes de pagar as três contas pela internet e jogar os envelopes no lixo reciclável. Só então sentou-se na escrivaninha do quarto-escritório iluminado pelo abajur para ler as correspondências.Em um dia comum, abriria todas as cinco, passaria os olhos e colocaria cada uma em sua respectiva caixa. Lia o suficiente para saber se eram cartas de amor, elogios sérios ou elogios puxa-sacos. Cartas de amigos ou inimigos. As ameaças de morte ele jogava fora, porque “essa energia negativa não faz bem”. Ao sentar-se, analisou o nome da remetente e o tom histórico que “Helena” provocava em seus ouvidos pretensiosos atiçou-o a curiosidade. Enquanto rasgava o envelope, abriu a gaveta à sua direita e puxou um controle remoto. Ligou o som, e o disco do Eric Clapton com o BB King que estava ali há semanas encheu o escritório. Abriria um whisky, se pudesse. Mas havia parado de beber. Ao retomar a atenção ao envelope, cortou a mão no papel da cartinha de amor da tal da Helena. Devia ser um sinal dos deuses. Iria lê-la por último. As outras duas eram elogios puxa-sacos. Ele sabia, pois eles escreviam “senhor” para ele, um jovem de 35 anos. Já era o suficiente. Catalogou-as e abriu cuidadosamente o envelope da destinatária apaixonada, agora com uma ou duas gotas de sangue. Ao rever a caligrafia, assustou-se, e quase desistiu. Mas ao ler as primeiras duas palavras, cedeu:“Meu bem;
Apesar de você não ter me respondido das últimas vezes, devo tentar outra vez pois é o que o coração manda. Não sei exatamente porquê você decidiu me ignorar, mas eu lembro que nos lençóis brancos daquele hotel fino que você me levou você sabia o meu nome. E eu sabia o seu, porque eu o gritei várias vezes. Você provavelmente estava bêbado. Minto, você estava bêbado. Eu lembro, pois o bafo de cigarro e cerveja ainda me dá arrepios. Eu lembro de você me trazendo num táxi no dia seguinte. Lembro de dormirmos o dia inteiro nesta mesma cama, que eu agora agarro e procuro o seu cheiro. Eu cancelei todas as aulas naquele dia, coisa que eu não fazia nunca. Hoje eu faço quando quero. Obrigado por isso, aliás. Se esta carta um dia servir de alguma coisa, que seja por isso. Te agradeço pelo bem causado, e pelo mal eu espero que você venha corrigir. Correndo, com essa mania que você tem de correr quando têm as coisas mal-resolvidas. Te espero de braços abertos,Helena”.——————————————————————————————Helena ouviu a campainha naquela segunda-feira como quem ouve música. Foi dançando até a porta sem saber porquê. Quando viu o Martins sem fôlego, perdeu o próprio. Não sabia se voltava a dançar. Aquela dúvida realmente parecia importante. Vê-lo ali de novo parecia um bom motivo para dançar.Não pra ele. Depois de olhá-la brevemente, Heitor pareceu lembrar-se do que estava fazendo ali. Beijou-a impavidamente e chutou a porta atrás dele para fechá-la. Puxou as pernas fartas e carregou-as com pressa (não agressivo, apenas com pressa), para o quarto, que ele, naturalmente, sabia onde era. Já Helena, depois do beijo, não teve mais dúvidas. Parecia encarar tudo aquilo com a naturalidade de quem fazia isso sempre. Ria de sua pressa, e o seduzia calmamente, como se estocasse os impulsos animalescos de Martins para a hora que mais lhe fosse conveniente. Transaram apaixonados, almoçaram, ouviram música e transaram mais apaixonadamente ainda. Passaram o resto do dia juntos, como amantes que se encontram depois de muito tempo. Ele releu a carta em voz alta com ela e ambos riram e se divertiram com as lembranças dos bons momentos que ela citava. Com todas as aulas canceladas, ela pôde passar a tarde emaranhada em lençóis com ele. Ambos dormiram, eventualmente, com o cair do Sol.—————————————————————————————— O alarme da televisão acordou Martins com o volume estridente da chamada do Jornal matinal. O som parecia um clamor da televisão para ser desligada. Conseguiu. Ao estender o controle, lembrou-se de que passara uma tarde inteira vendo TV outra vez. Por essas e por outras, ele vivia dizendo que “o mal de se trabalhar em casa é a que sucumbir ao ócio é tão fácil quanto estalar os dedos. E tão voluntário quanto”. Não havia pensado nisso (nem na antítese entre sucumbir e voluntariar-se) enquanto se esbaldava de salgadinhos e refrigerantes ou ria de uma comédia qualquer. No entanto, o remorso, atrasado, sacudiu seus ossos e acordou-o de vez. Assim, levantou-se, arrumou a cama e abriu as cortinas do quarto. Sorriu para a janela, pois não chegou a reparar na vista. Tomou café lendo o jornal, rindo das tirinhas e acenando positivamente nas colunas de opinião. Às vezes, balançava a cabeça com as matérias de capa. “Que absurdo é o mundo que vivo”, dizia para si mesmo. Meia hora depois, tirou a mesa, lavou a louça e dirigiu-se à mesa recentemente adicionada ao quarto: “Porque escrever não é trabalho, é arte”. Parafraseou textos antigos para as colunas bestas dos jornais menores e depois passou três horas destrinchando a ideia brilhante do mês pra coluna n'o Globo. Dessa vez iria falar do próprio texto. Metalinguagens são inteligentes e originais, afinal. Melhor ainda se conseguisse adicionar um tanto de ironia. Quando finalmente concluiu, murmurou para si mesmo:- Perfeito!
Decidiu analisar o correio antes de sair para o almoço. Desceu os dois lances de escada em disparada. Adorava receber o carinho de quem lia seus escritos. Duas cartas, nenhuma conta. Subiu as escadas um pouco mais feliz. Ao sentar-se à escrivaninha do escritório (as cartas, por inúmeros motivos, eram trabalho), abriu a gaveta à sua direita e pescou um controle remoto. O disco do Eric Clapton com o BB King que estava ali há semanas encheu o quarto.Voltou-se para os envelopes. O primeiro era belíssimo. Revirou-o e a caligrafia da remetente (Carolina, do Rio Grande do Sul) era maravilhosa. Não quis rasgar algo feito com tanto esmero. Ao procurar o estilete, se deparou com uma gotinha de sangue seca manchando a madeira. Tentou limpá-la com muito esforço, mas uma ínfima marca permaneceu. Soube então que se incomodaria com ela para sempre. Justamente porque não sabia explicar de maneira alguma como aquilo havia surgido ali.————————————————————————————————Outro pássaro atingiu a janela do quarto de Helena naquela manhã. Ela acordara com o baque. Eles morriam no parapeito e ela sofria ao lembrar-se do evento o resto do dia. Ainda meio sonsa, levantou e deu descarga no sanhaço azul, chorosa. Enquanto retornava à cama, vislumbrou a carta no criado mudo e se perguntou ainda chorosa se Martins leria aquela. Helena precisava que ele lesse. Precisava que ele entendesse que desde aquela madrugada que acordou sozinha nenhuma madrugada era mais a mesma. Ela podia lembrar dos olhos cheios de certeza dele. Podia lembrar da música que soava quando ela abriu a porta. Podia lembrar da forma como ele imitara seu tom de voz ao ler sua carta em voz alta. Nesta última memória, considerou a real possibilidade dele fazer chacota com aqueles escritos também. Quase os rasgou. Decidiu tomar um banho, no entanto.Saiu aliviada da suíte e peregrinou até a cozinha. Ajustou a cafeteira e ligou o computador na sala. Quando retornou com o café pronto, seu programa de emails notificava-a de todas as novidades da madrugada. Olhou para todas as notícias nos portais online com o desdém do “sempre o mesmo”. Riu de sua família enfurecida e seus amigos paranóicos querendo saber dela. Textos em caixa alta intercalados com textos apaziguadores e cheios de ânimo. Nada daquilo fazia sentido. Não via o motivo da preocupação. “Até parece que me não me vêem faz tempo”. Não respondeu nenhum, rindo da necessidade recorrente do ser humano de manter contato. Mal completou tal pensamento e a campainha tocou. Ela atendeu o carteiro sorrindo com a carta que escrevera pra Heitor na madrugada anterior. Ele recebeu a carta e continuou com as mãos abertas. Ela riu amarelo e lhe entregou 10 reais. Notou antes de fechar a porta que não era o valor que tinha em mente. Parou-o no elevador, corrigiu o erro e voltou ao apartamento.Ao fechar a porta, outro pássaroatingiu a janela, dessa vez bemà sua frente, na sala. Quandose aproximou, podia ouvi-lomoribundo, murmurando baixinho:“Voar é uma estupidez maravilhosa”.
A Caverna é um Mito
RALPHHOLZMANNArtista de várias possibilidades e ousadias.Graduando de Psicologia
Professor britânico de inglêsRecém-chegado em Resende,
com 20 anos de experiencia preparandoalunos para os exames de FCE, CAE, CPE,TOEFL, IELTS, e conversação, inglês para
viagens, médicos e advogados,em São Paulo, Brasilia e Rio de Janeiro,
dá aulas individuais e em grupo, e faz traduções (português > inglês)
(021) 97224 4008 (024) 99955.1291
Robin Ward CAIO MARCELLO COSSÚ
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Número Página 803 – março/2015
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Número Página 603 – março/2015
No campus de Resende da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, há mais de 4 anos o projeto Espaço Ciência & Tecnologia vem sendo desenvolvido. Coordenado pelo Departamento de Matemática, Física e Computação, este projeto tem como objetivo despertar nos jovens o interesse pela Ciência, mostrando que todos aqueles que são curiosos possuem a condição necessária para se tornarem Cientístas, se assim desejarem. Assim, o projeto reúne um conjunto de atividades extensionistas voltadas para divulgação e popularização de ciência, visando estimular o gosto por ela em seu público-alvo (segmentado em alunos universitários da área de ciências exatas, alunos e professores de Física e Matemática do ensino médio e alunos do ensino fundamental). O projeto vem recebendo apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e desde sua criação, diversas atividades foram desenvolvidas, dentre elas destacamos: eventos, visitas técnicas, oficinas para professores, minicursos, palestras e nos últimos anos iniciamos um conjunto de palestras voltadas para crianças da educação infantil na faixa dos 5 e 6 anos. O projeto possui uma página na internet, com a descrição das suas atividades no endereço: https://sites.google.com/site/espacocienciaetecnologia/home.
O projeto também possui um Canal no youtube.com, onde estão disponíveis vídeos de palestras, minicursos, e oficinas, disponível no endereço: https://www.youtube.com/user/GermanoAmaralMonerat.
Até o momento são mais de 71000 acessos!
Germano Amaral Monerat.
VOCÊ CONHECE O PROJETOESPAÇO CIÊNCIA & TECNOLOGIA?
Para os interessados uma descrição mais detalhada destas atividades pode ser
encontrada no artigo
‘’RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM DIVULGAÇÃO E POPULARIZAÇÃO DE CIÊNCIA’’
Em Extensão, Uberlândia, v. 13, n. 2, p. 79-86, jul. / dez. 2014.Este encontra-se disponível no
endereço eletrônico: http://www.seer.ufu.br/index.php/revextensao/article/view/
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Tão pertinho!Tão tranquilo!
Tão bonita!
Professor do Departamento de Matemática, Física e Computação da Faculdade de Tecnologia da UERJ
Doutor em Física pela UFF
Atua em Cosmologia Quântica e Inflacionária, Caos e Sistemas Dinâmicos e na Divulgação de Ciências
Ps.: Nós, do PELOS BIGODÕES, achamos essa ‘‘atuação’’ muito... estranha.
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Número Página 1003 – março/2015
Cecil, são diversos os motivos que me levaram a deixar esse bilhete e ir embora, mas acredito que você será capaz de compreender as adversidades que compõem essa decisão tão logo que eu lhe conte os eventos da última semana.
Quando eu cheguei aqui, munido apenas das roupas do corpo e uma maleta de perfumes artesanais, acreditava que essa seria minha chance de mudar o meu destino e o primeiro sinal foi te ver atrás desse balcão. Senti que nos conectamos de uma forma única e pude aos poucos comprovar que tínhamos uma compatibilidade fora do comum. Eu não tive coragem de dizer uma palavra sequer sobre isso, não queria estragar tudo, eu precisava de um plano certeiro. Você, em momento nenhum, desconfiou que eu fosse um fugitivo. Talvez até arriscasse um palpite por conta da evidente loucura, desapego e um contraditório fanatismo, mas a verdade é que eu fui acusado injustamente por mútiplos crimes em todos os lugares onde estive e essa era minha última parada antes de me entregar de vez.
É muito difícil falar sobre a infelicidade de estar na hora errada, no lugar errado, com todas as circunstâncias jogando contra mim. Tantos eventos infelizes me fizeram perceber melhor os detalhes: a arma suja de sangue nas minhas mãos que discavam o número do socorro, minhas impressões deixadas nos copos das casas, uma maleta muito semelhante à minha repleta de drogas e um retrato falado mal feito fizeram minha ruína nesses últimos anos. Eu custei a entender que tudo acontecia em determinado prazo. Em cada cidade que eu visitava eu dispunha de um tempo de bons eventos até que algo muito ruim acontecesse. Variava muito, mas descobri que no mínimo eram cinco dias e no máximo, dez.
Eu tenho um primo distante que me deve a vida e poderia me ajudar a fugir daqui com você para um lugar livre de eventos trágicos, onde poderíamos começar do zero e reinventar minha maldição. Infelizmente, não fui capaz de prever as mudanças nas regras dos acontecimentos, logo que comecei o plano de fuga, as coisas vieram a desandar.Até o presente momento, estou sendo perseguido pela polícia por ser suspeito do sequestro do prefeito, roubo de veículo, invasão de domicílio e falsidade ideológica (disso eu tive culpa). Eu tentei por diversas vezes contornar a situação e provar que não tinha nada a ver com isso, mas era tarde demais. Algumas impressões permanecem e pequenos detalhes acabam me colocando em problemas, de maneira contínua.
Nem tudo é tragédia, querida Cecil, acredito que finalmente tenha descoberto como isso funciona. Percebi que há meses não durmo e tudo o que vejo em minha volta é estanhamente familiar. Você provavelmente tem outro nome e eu devo ter esbarrado contigo em alguma rua. É difícil entender isso, mas sinto que tudo já estava armazenado em minha memória. Estou encurralado, em breve eles chegarão, mas dessa vez não vou fugir. Meu corpo parece dormente, sinto muita sede, meus olhos doem, espere por mim. É com você que eu quero estar e vou te procurar com todas minhas forças assim que acordar desse sonho.
SONE
– Educador Social, formado em Psicologia, músico amador e escritor ocasional. Morador de Resende há 27
anos, fã de Isaac Asimov e poesia Vogon.
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Número Página 1103 – março/2015
Quadrinhos
gibis, mangás, literaturaem quadrinhos, técnica
de desenho. Venha conhecer nosso acervo.
Neto Resende é Engenheiro Agrônomo e já participou de projetos de pesquisa dedicados ao estudo da influencia das alterações climáticas na dinâmica funcional de bacias hidrográficas. Hoje, um pouco desiludido com o método científico. Acredita que contribui mais desenhando do que fazendo ciência.
O fim a seu critério
Se você é um brasileiro que aceitou o aquecimento global, que vem se preocupando com furacões no Caribe, com enchentes na Indonésia, e acha que a humanidade vai para o buraco em breve, sim, isto pode ser uma charge. Mas se você não acredita em disco voador, mula sem cabeça, no STF e nem nas alterações climáticas, pra você meu amigo, isto é um simples e inofensivo cartum. Bom, deixe eu me explicar... A charge, termo que vem do francês charger (que significa carregar, exagerar ou atacar violentamente), nada mais é do que um desenho que satiriza um fato real, relacionado a personagens reais, marcadamente contextualizados aos acontecimentos do nosso cotidiano. Na essência, as charges utilizam-se de caricaturas, mas não se excedem tanto na descrição de personagens quanto os cartuns.Estes, considerados como anedotas gráficas, são formas de representação de fatos atemporais, nos quais não se inserem personagens reais ou fatos verídicos. Os artifícios gráficos utilizados extrapolam a realidade, e são carregados de um olhar fantasioso, surrealista, como no caso de grande parte das famosas historias em quadrinhos. Então, se você acredita que o planeta vai sucumbir devido a tamanha poluição e desmatamento, esse desenho é sim uma charge, e convém se preparar para receber futuramente esse tipo de imigrante no nosso pais. Mas se você é descrente de tudo que cientistas dizem sobre o aumento do nível do mar, derretimento de geleiras, e escassez das chuvas, sim, isto é um cartum - mas não se espante se sua torneira secar ou se você conseguir fritar (novamente) um ovo no asfalto no próximo verão.
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Suprimentos e Períféricos
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Número Página 1203 – março/2015
Como ajudar?Doando para a entidade. Você pode se
comprometer com uma pequena quantia mensal ou mesmo com doações esporádicas.
Doando ração ou material de limpeza.Participando de bazares que frequentemente
buscam arrecadar fundos.Você pode vender livros para a GREGOSE
TROIANOS e solicitar que os valores obtidos sejam destinados à Cãodomínio. Aliás, você mesmo pode,
na hora, fazer o depósito no cofrinho que a entidade mantém no sebo.
Cena 1
Em 2010 o CQC induziu deputados federais a assinar PEC (Proposta de Emenda Constitucional) de inclusão de cachaça na cesta básica. A desonestidade do programa estava em omitir que os assessores caçam essas assinaturas, e que elas são dadas apenas para que os projetos de lei sejam encaminhados a várias comissões para serem analisados, e que, por óbvio, tal proposta não passaria nem pela primeira análise. Lamentável que Marcelo Tas e Mônica Iozzi se prestem a esses papéis.
Cena 2
Em 2010 o Fantástico denuncia que um analfabeto teria sido aceito como estudante de Direito na Universidade Estácio de Sá. A desonestidade do programa estava em omitir que não é função do vestibular selecionar quem tem condições de freqüentar a universidade, mas tão somente servir de funil para a relação candidato/vaga. E que a Estácio, até por ser uma entidade de direito privado tem o legítimo direito de ter quantos alunos puderem pagar sua mensalidade. Como qualquer lanchonete ou curso de inglês. A desonestidade se completa ao omitir que na matrícula seria exigido o comprovante de conclusão do Ensino Médio. Lamentável que Pedro Bial e Glória Maria se prestem a esses papéis.
Cena 3
Em 2011, o lamentável deputado Jair Bolsonaro, ao responder a uma pergunta de Preta Gil sobre o que faria se um filho se apaixonasse por uma negra, ele se confundiu, e deu uma resposta que poderia ser enquadrada no Código Penal. Muitos viram oportunidade de cassação, num exemplo de oportunismo barato, porque era evidente que ele se confundiu. Atrapalhou-se por ser obcecado pela questão do homossexualismo. Nem é preciso Freud, qualquer novato da Psicologia explicaria isso. Que essa vergonha para os militares e para qualquer cidadão compromissado com os direitos humanos e até mesmo com o Cristianismo seja deputado, é sinal de vitalidade da nossa democracia, ainda que para desgosto dele. Nossa democracia permite que até um inimigo dela seja candidato e, se votado suficientemente, que tome posse.
Finalmente, Cena 4
No Enem de 2012, novos escândalos: redações com a grafia “enchergar” e “trousse” receberam pontuação 1000; e outras, com receitas de miojo e trechos do hino do Palmeiras não foram desclassificadas. Na época escrevi mais pormenorizadamente no jornal Beira-rio sobre isso. Os erros de grafia foram tão isolados que o Edital não legitimava que se operasse o desconto mínimo, que seria de 20% da pontuação. Já as “do miojo” e “do hino do Palmeiras” receberam a pontuação de 560 e 500, respectivamente. Ou seja, foram consideradas como muito, muito medíocres. A avaliação havia sido bem feita.
Os cenários apresentados acima têm a pretensão de demonstrar como é fácil denunciar “escândalos”. E difícil analisá-los à luz da racionalidade. Resultado: desinformação sobre o processo legislativo, Estácio de Sá achincalhada, e eu, logo eu, defendendo Bolsonaro.
No achincalhe da Estácio, o Ministro da Educação da época, Paulo Renato (PSDB), foi populista: tornou obrigatória a Redação nos vestibulares. Pronto e resolvido, numa canetada: analfabetos seriam identificados (como se houvesse alguma chance de se matricularem).
No entanto, em relação ao Enem, além da determinação para que as “brincadeiras” desclassificassem os textos (nada contra, mas não faz muita diferença prática), temos um efeito colateral muito grave: o medo da pontuação 1000.
No Enem de 2013 apurou-se uma pontuação 1.000 para cada grupo de 10.000 redações. Pior ainda no Enem de 2014, em que se apurou uma pontuação 1.000 para cada grupo de 23.600 redações. Um absurdo estatístico tão grande que seria o equivalente a, por exemplo, dando aula em todas as turmas de todos os três anos do Ensino Médio de uma das melhores escolas particulares de todo o sul do estado, aplicando 15 redações para cada estudante, premiarmos uma única nota 10 a cada... pasmem... nove anos.Duvido que os melhores professores conseguissem identificar metade desses textos de pontuação 1000 se eles fossem apresentados num lote com 5.000 das outras melhores redações.
Esses são os efeitos de uma mídia que com frequência se mostra inescrupulosa, vil e covarde, somada a uma platéia com dificuldades gigantescas de filtrar a informação que recebe.
Prof. Luciano Gonçalves
@escrevendo
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Quando a má fé seencontra com a ignorância