pela inclusÃo do ciclismo nos curricula escolares · associada ao recurso excessivo do veículo...

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1 de 24 PELA INCLUSÃO DO CICLISMO NOS CURRICULA ESCOLARES A bicicleta é um meio que fomenta a realização de “atividades físicas promotoras de saúde, do bem-estar e da qualidade de vida” Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais A promoção de estilos de vida saudável através do desporto e, em particular, do ciclismo, constitui uma forma eficaz de combater a obesidade, doenças cardiovasculares e outras. A utilização da bicicleta em contexto desportivo, recreativo e/ou quotidiano, permite um incremento significativo nos níveis de bem-estar individual e coletivo, através de uma atividade acessível a qualquer pessoa, em qualquer local, ao longo de toda a sua vida. Complementarmente, a bicicleta é uma ferramenta com elevado potencial cultural, ambiental e económico, transversal à sociedade, ao conferir ganhos significativos ao nível da mobilidade e autonomia para os seus utilizadores, e humanizando a cidade pela redução da pressão associada ao recurso excessivo do veículo individual motorizado, promovendo a sustentabilidade das comunidades urbanas ou rurais. Diagnóstico Um estudo realizado no âmbito do Programa Nacional de Ciclismo para Todos, em parceria com a DGE, mostra que, apesar do número de alunos que usa a bicicleta como meio de transporte para a escola ser inferior a 1%, mais de 55% gostaria de o fazer 1 . E, apesar de apenas 16% admitirem não saber andar de bicicleta, os rastreios práticos efetuados mostraram que cerca de 50% de alunos não domina o padrão motor “andar de bicicleta”. Neste sentido, apresenta-se a presente recomendação, com vista à implementação do “aprender a pedalar” como matéria nuclear dos curricula escolares. 1 Questionário realizado nos Agrupamentos de Escolas de Alapraia, Alcochete, Benfica e Castanheira do Ribatejo, representando aproximadamente 8000 alunos, funcionários e professores. Os resultados foram obtidos após tratamento das cerca de 4000 respostas validadas pela Profª Ana Santos, no âmbito do Protocolo realizado entre a FMH – Universidade de Lisboa e a FPC.

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PELA INCLUSÃO DO CICLISMO NOS CURRICULA ESCOLARES

A bicicleta é um meio que fomenta a realização de “atividades físicas promotoras de

saúde, do bem-estar e da qualidade de vida” Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais

A promoção de estilos de vida saudável através do desporto e, em particular, do ciclismo,

constitui uma forma eficaz de combater a obesidade, doenças cardiovasculares e outras. A

utilização da bicicleta em contexto desportivo, recreativo e/ou quotidiano, permite um

incremento significativo nos níveis de bem-estar individual e coletivo, através de uma atividade

acessível a qualquer pessoa, em qualquer local, ao longo de toda a sua vida.

Complementarmente, a bicicleta é uma ferramenta com elevado potencial cultural, ambiental

e económico, transversal à sociedade, ao conferir ganhos significativos ao nível da mobilidade

e autonomia para os seus utilizadores, e humanizando a cidade pela redução da pressão

associada ao recurso excessivo do veículo individual motorizado, promovendo a

sustentabilidade das comunidades urbanas ou rurais.

Diagnóstico

Um estudo realizado no âmbito do Programa Nacional de Ciclismo para Todos, em parceria

com a DGE, mostra que, apesar do número de alunos que usa a bicicleta como meio de

transporte para a escola ser inferior a 1%, mais de 55% gostaria de o fazer1. E, apesar de

apenas 16% admitirem não saber andar de bicicleta, os rastreios práticos efetuados

mostraram que cerca de 50% de alunos não domina o padrão motor “andar de bicicleta”.

Neste sentido, apresenta-se a presente recomendação, com vista à implementação do

“aprender a pedalar” como matéria nuclear dos curricula escolares.

1 Questionário realizado nos Agrupamentos de Escolas de Alapraia, Alcochete, Benfica e Castanheira do Ribatejo, representando aproximadamente 8000 alunos, funcionários e professores. Os resultados foram obtidos após tratamento das cerca de 4000 respostas validadas pela Profª Ana Santos, no âmbito do Protocolo realizado entre a FMH – Universidade de Lisboa e a FPC.

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O Ciclismo como fator de desenvolvimento

Andar de bicicleta é das atividades físicas mais acessíveis e recomendadas para todas as

idades. Diz-se que “pedalar é voar sem asas” e, quem o faz, sabe o prazer que proporciona

deslocar-se apenas com o seu próprio esforço a uma velocidade considerável, fazendo

exercício sem poluir, e deslocando-se de forma acessível e confortável.

A consciência que a bicicleta é um elemento incontornável para o nosso futuro não para de

aumentar, tendo sido inclusivamente proposto em 2016 o Prémio Nobel da Paz. Mais do que

uma moda, o uso da bicicleta é uma tendência crescente, particularmente percetível na

Europa, onde governantes e opiniões publicas estão cada vez mais despertos para as

consequências ambientais e económicas que as opções seguidas até agora no que à

mobilidade diz respeito, têm que sofrer uma profunda alteração. É evidente a necessidade de

reduzir o predomínio do automóvel particular como principal modo de deslocação para inverter

o atual padrão de alterações climáticas e de mobilidade nas cidades.

Como já sucede em vários países, as políticas públicas apostam fortemente no uso da

bicicleta como meio de transporte:

- Nos Estados Unidos, um dos países mais motorizados do mundo, o uso da bicicleta

aumentou 60% nos 10 anos que se seguiram a 2004;

- Na Holanda, o país com maior taxa de utilização de bicicleta do mundo, mais de 30 por

cento da população desloca-se de bicicleta;

- Copenhaga, capital da Dinamarca, apresenta uma taxa de utilização da bicicleta superior a

40% entre a sua população e as autoridades continuam a apostar no seu crescimento;

- A aposta no uso da bicicleta tem sido feita também na Hungria, onde a taxa de utilizadores

atinge já 19% da população;

Em Portugal, escasseiam os dados estatísticos sobre o uso da bicicleta, existindo como dados

oficiais mais recentes os números do Censos 2011, que indicam uma taxa de utilização a nível

nacional de 0,5%, que lhe confere um lugar no grupo do fim da tabela na Europa.

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Benefícios económicos e eficiência

A deslocação em bicicleta é o meio de deslocação mais eficiente, quando se avalia a energia

que é necessário despender: se andar a a pé já apresenta um bom resultado (por consumir

0,75 calorias por kg de peso/quilómetro), quem se desloca de bicicleta, além de conseguir

velocidades três a quatro vezes superiores, necessita apenas de um quinto de energia de

quem se desloca a pé.

Usar a bicicleta como meio de transporte é também económico. O preço de um velocípede

usado em boas condições pode custar pouco mais de 100 euros, que vai exigir uma baixa

manutenção e assegura a autonomia de transporte sem mais encargos significativos. Optar

pela bicicleta para as deslocações significa também ocupar nove vezes menos espaço público

de que quando se escolhe o automóvel.

Benefícios para a Saúde

As deslocações em bicicleta trazem benefícios para a saúde do ciclista e, consequentemente,

uma diminuição dos custos com a saúde e absentismo no trabalho, tanto para os indivíduos

como para o Estado. Uma análise agregada2 realizada pela Organização Mundial de Saúde

a um conjunto de estudos internacionais é conclusiva quanto às vantagens para a saúde de

pedalar diariamente para a escola ou trabalho.

Em França, uma investigação concluiu que o benefício económico (entre impactos diretos e

indiretos para a saúde, absentismo e produtividade) por quilómetro percorrido em bicicleta,

pedalando diariamente 30 minutos, é de 0,8€ a 1,2€ (aumentando com a idade do ciclista)3.

Contrariamente à perceção comum, o Centre for Diet and Activity Research (CEDAR) e a

Universidade de Cambridge demonstraram que pedalar é vantajoso e oferece claros

benefícios para a saúde, mesmo em cidades com elevada poluição atmosférica4. Mais

surpreendente ainda é a constatação que o interior de um veículo apresenta-se mais poluído

2 http://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0010/256168/ECONOMIC-ASSESSMENT-OF-TRANSPORT-INFRASTRUCTURE-AND-POLICIES.pdf?ua=1 3 http://www.epomm.eu/newsletter/electronic/docs/Emmanuel_Roche_CostBenefitCyclingFrance.pdf 4 http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0091743516000402

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do que o ar exterior e, portanto, um ciclista (tal como um peão) encontra-se menos exposto

aos agentes poluentes do que um condutor ou passageiro que use o automóvel5.

De acordo com os dados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico, realizado em

2015, 30% da população residente em Portugal é obesa. Promover a adoção de estilos de

vida saudável, fomentando o uso da bicicleta nas deslocações quotidianas contribui de forma

decisiva para este objetivo.

Sinistralidade Rodoviária e o atual Código da Estrada

Complementarmente às vantagens que o uso da bicicleta garante ao nível da mobilidade e

fluidez do tráfego, em particular nas grandes cidades, o aumento do uso da bicicleta tem

também reflexos diretos na diminuição do número de vítimas de sinistros rodoviários6.

Em Portugal, os ciclistas representam cerca de 4,7% do total nacional de vítimas de colisões,

despistes e atropelamentos, de acordo com os dados de 2015, disponibilizados pela

Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. Nesse mesmo ano, e apesar do aumento

notório do número de ciclistas na estrada, o número de vítimas mortais baixou de 35 para 25.

O atual Código da Estrada7 deixou de equiparar o ciclista a um veículo de tração animal, e

atribuiu-lhe um estatuto semelhante ao dos outros veículos que circulam na via pública. Sendo

um modo ativo de locomoção, tal como andar a pé, foram ainda estabelecidas regras para

promover a segurança dos ciclistas na via pública. Uma das mais importantes terá sido a

obrigatoriedade das viaturas motorizadas utilizarem a faixa adjacente e guardarem uma

distância mínima de 1,5 metros na ultrapassagem aos ciclistas.

A mobilidade própria para cada idade

Jardim de Infância e Escola Primária: distância média entre casa e escola varia entre os 500

m e os 2 km. Entre os 3 e os 6 anos, a criança necessita de um adulto para ser acompanhada

durante o percurso casa-escola.

5 http://www.healthyair.org.uk/healthiest-transport-option-video/ 6 http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0925753515001812 7 http://www.ansr.pt/SegurancaRodoviaria/CodigoDaEstrada/Pages/default.aspx

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Entre os 6 e os 7 anos, a maioria das crianças pode ir para a escola a pé, autonomamente, e

a partir dos 10 ou 11 anos, de bicicleta.

Nas escolas secundárias: distância média entre casa e escola é inferior a 10 km. Entre os 12

e os 18 anos, os estudantes das escolas secundárias ainda continuam sob a autoridade

parental, mas, muitas vezes, são mais sensíveis aos temas da mobilidade sustentável e das

mudanças de clima. Os jovens possuem o sentido de grupo – de “tribos” – e têm um

comportamento responsável quando se trata de defender uma causa justa e de lutar por um

projecto colectivo.”8

É notório a significância da utilização de transporte que conduza a uma mobilidade sustentável

como é o exemplo da utilização da bicicleta, relacionada com redução da pegada ecológica

(poluição do ar, sonora, congestionamento de tráfego, etc.), com o aumento da autonomia

das crianças e jovens, o aprender a lidar com o risco (existe um aumento significativo de

acidentes com jovens de maior idade, por falta de conhecimentos e vivências), a socialização

entre pares, a capacidade de decisão para a realização de pequenas e médias deslocações,

e por fim a aquisição de um estilo de vida ativo e saudável (combate ao sedentarismo,

obesidade e falta de cultura física).

O PNEF tem contemplado o Cicloturismo e Ciclocrosse como matéria alternativa para o 2.º e

3.º Ciclo com três níveis – Introdução, Elementar e Avançado. Tendo em vista a definição de

estratégia nacional, nos quais destacamos o Ciclando – Plano de Promoção da Bicicleta e

outros transportes suaves (IMT) e o Plano de Promoção da saúde e bem-estar (DGS),

considera-se que deverá existir uma mudança de paradigma do PNEF no que concerne às

atividades velocipédicas, tornando nuclear esta matéria. Na expressão físico-motora do 1.º

Ciclo tão pouco está integrada, situação que consideramos desajustada.

Devemos salientar que “Portugal é dos países da União Europeia onde menos se utiliza a

bicicleta como modo de transporte. Em 2007 era o terceiro Estado Membro que menos

utilizava a bicicleta. Com valores inferiores a Portugal (1%) estava apenas Malta (0,8%) e o

8 Master Gestão Intercultural e Ambiental das Escolas - 3 EMI

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Luxemburgo (0,6%). Em 2010, apesar da percentagem de deslocações em bicicleta ter

aumentado (1,6%), igualando a Espanha, Portugal continua a registar uma fraca utilização da

bicicleta, apenas superando o Chipre (0,3%) e Malta (0%).” 9

Ainda no “Ciclando”, no seu ponto 4 – O recurso aos modos suaves benefícios e

constrangimentos (pág.32), são enunciadas uma série de situações que nos levam a

concretar a premente necessidade de introduzir nos curricula de expressão físico-motora e

educação física o “Ciclismo do Quotidiano”, considerando que é uma competência que incube

ao estado, na qual todas as crianças e jovens têm o direito de aprender a andar de bicicleta,

com qualidade e em segurança. Devemos exortar que o “Ciclismo do Quotidiano” consiste em

formação para a vida, para a cidadania, uma vez que, como modo de transporte ativo

pode/deve acompanhar-nos ao longo da vida. Refira-se que se trata de garantir a conquista

de uma competência nos períodos críticos de aprendizagem, competência essa que se ganha

e não se perde ao longo da vida (envolve jogos de musculatura profunda). Contribui para

combater o analfabetismo motor, que deverá estar completamente erradicado no fim da

escolaridade básica (in Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais).

A bicicleta contempla experiências de aprendizagem:

- inclusivas

- tempo de prática de atividade física com significado e qualidade

- significativas

- agradáveis

- variadas

- são realizadas num ambiente pedagógico que promove a cooperação e a entreajuda, o

respeito pelos outros, o sentido de responsabilidade, a segurança e o espirito de iniciativa,

apresentando-se como terreno excelente para a Educação para a Cidadania (in Curriculo

Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais, Competências Específicas Educação

Física)

9 Ciclando - Plano de Promoção da Bicicleta e Outros Modos Suaves (p21)

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De uma forma geral em termos metodológicos todos os alunos deverão passar por um

processo de formação com três etapas a definir:

1 – Domínio da Bicicleta – Técnica individual (Nível introdução) – Perímetro delimitado

e seguro (escola)

Montar; desmontar; equilibrar a baixa e alta velocidade; a pedalar e sem pedalar, usar

mudanças de velcoidades, desacelerar, travar; derrapar; contornar; evitar; ultrapassar

obstáculos, acelerar, rolar. Adaptar a altura do selim à sua estatura.

2 – Integração no Grupo – Técnica Coletiva (Nível Elementar) – Perímetro delimitado e

seguro (escola)

Afastar-se; dobrar; parar; posicionar-se; reagrupar; antecipar; ir à roda; fazer relevos; realizar

sprints. Realizar pequenas manutenções da bicicleta.

3 – Adaptação ao meio ambiente. (Nível Avançado) – Contexto espaço urbano/via

pública

Responde positivamente a problemas que se apresentam em situações diversas como:

adquirir e interiorizar as regras e sinais de trânsito, bem como comportamentos de defesa;

circular na via pública, em ciclovias; realizar travessia/passeios, percorrer circuitos;

ultrapassar obstáculos; realizar atividades várias (Road-Books, Orientação; Jogos de Pista;

as várias especialidades da BMX/estrada/BTT). Adaptar a bicicleta às suas principais medidas

antropométricas e realizar manutenção da bicicleta.

Sabemos que se terá de realizar um esforço significativo ao nível da formação de professores.

As universidades que ministram formação inicial na área da educação física e desporto devem

incluir nos seus curricula as atividades velocipédicas. Não produzir esta alteração levará

indubitavelmente a um atraso geracional com implicações muito graves. A complementar esta

situação e ao nível da formação contínua, as entidades responsáveis (ME-DGE-CNDE e FPC)

deverão encontrar formas de colaboração, num processo de sinergias, com o fim de atingir o

máximo de professores titulares do 1.º ciclo e professores de educação física que estão a

leccionar no sistema educativo.

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Um bom exemplo é o que está acontecer entre a ME-DGE-CNDE e FPC com dois projetos

fundamentais – um primeiro denominado Programa Nacional de Ciclismo para Todos

(PNCpT) e um segundo projeto, na área da formação contínua na modalidade da BTT no

desporto escolar, neste caso envolvendo um terceiro parceiro que são os centros de formação

docente.

Na expressão físico-motora do 1.º ciclo deverá estar integrada a matéria, com carácter

nuclear – como “Ciclismo do quotidiano” – em perímetro delimitado e seguro.

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Nível Introdução – 1.º Ciclo de escolaridade – 1.º e 2.º Anos

O objetivo deste nível está definido como: sabe pedalar em perímetro delimitado e

seguro

O Aluno:

1 – Conhece qual a altura do selim adaptada à sua estatura e solicita a um adulto a sua

regulação.

2 – Conhece e utiliza as normas de segurança

- utiliza capacete homologado, adaptado e devidamente apertado (óculos por fora das fitas –

graduados ou não)

- usa roupa justa ao corpo

- utiliza luvas para as mãos não escorregarem dos punhos e, em caso de queda, aquelas

serem protegidas

- compreende a necessidade de utilizar adequada pressão nos pneus e travões devidamente

afinados

3 – Conhece e faz uso de comportamentos de defesa:

- avisa sonora e visualmente quando vai afrouxar, parar, virar (esquerda ou direita) e

ultrapassar

- verifica condições de segurança no momento do arranque, em relação a outros elementos

em proximidade

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4 – Cumpre um percurso em bicicleta (BMX, BTT, outras) num espaço plano – tipo

polidesportivo descoberto, realizando um trajeto com limite de tempo previamente

estabelecido - Gincana, realizando com equilíbrio e coordenação as habilidades:

1 Saber montar na bicicleta. Arranca a pedalar já sentado no selim, (mãos no guiador) com um pé de apoio, com grandes/médias oscilações laterais.

2 Andar em linha reta a pedalar e sem pedalar.

Comprimento – 2 a 5 metros Largura do corredor – 25 a 50 cm Não pisa/pisa ligeiramente a linha desenhada e não põe o pé no solo.

3 Realizar curvas à direita e à esquerda (Slalom).

Distância entre pinos – 1,5m. Com 5 a 7 pintos Não toca nos pinos e não põe o pé no solo.

4

Em andamento em linha reta retirar as duas mãos do guiador alternadamente (a pedalar e sem pedalar.

Anda 5 m com mão esquerda no guiador e outros 5 m com a mão direita no guiador. Pode ter algumas oscilações laterais.

5 Baixar o tronco para passar por baixo (definir altura da fasquia elástica do Salto em altura).

1,00 m – roda de 20 polegadas 1,10 m – roda de 24 polegadas 0,90 –1,50 m – largura entre postes Não toca na fasquia, nem nos postes, não põe pés no solo, com pequenas oscilações

6 Travagem num determinado espaço (retangular desenhado 2 m X 1 m).

Realiza o final da travagem dentro de um retângulo de 2 m x 1 m iniciando a desmontagem da bicicleta.

7 Saber desmontar da bicicleta.

Após parar a bicicleta, deixa que esta se incline para um lado para pousar o pé e com as mãos no guiador, desmonta levantando a perna contrária por detrás do selim.

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Nível Elementar – 1º Ciclo de escolaridade – 3.º e 4.º Anos

O objetivo deste nível está definido como: sabe pedalar em perímetro delimitado, seguro e habilitado para circuitos de prevenção rodoviária e para

gincanas de nível avançado

O Aluno:

1 – sabe escolher uma bicicleta adaptada à sua estatura (tamanho de quadro e

rodas).

2 – conhece qual a altura do selim adaptada à sua estatura e solicita a um adulto a

sua regulação.

3 – Conhece e utiliza as normas de segurança

- utiliza capacete homologado, adaptado e devidamente apertado (óculos por fora as

fitas – graduados ou não)

-usa roupa justa ao corpo

- utiliza luvas para as mãos não escorregarem dos punhos e, em caso de queda,

aquelas serem protegidas

- compreende a obrigatoriedade de utilizar luzes e refletores na bicicleta

- compreende a necessidade de utilizar adequada pressão nos pneus e travões

devidamente afinados

4 – Conhece e faz uso de comportamentos de defesa:

- avisa sonora e visualmente quando vai afrouxar, parar, virar (esquerda ou direita) e

ultrapassar

- verifica condições de segurança no momento do arranque, em relação a outros

elementos em proximidade

- mantém contacto com a bicicleta em três pontos (pedais, selim e guiador);

- antecipa os movimentos de outros veículos, executando a trajetória mais segura

- reconhece a importância de assumir um correto posicionamento na via

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5 – Cumpre um percurso em bicicleta (BMX, BTT, outras) num espaço plano – tipo

polidesportivo descoberto, realizando um trajeto com limite de tempo previamente

estabelecido - Gincana, realizando com equilíbrio e coordenação as habilidades:

1 Saber montar na bicicleta. Arranca a pedalar já sentado no selim ou fora do selim, (mãos no guiador) com pé de apoio, sem oscilações laterais, ou muito pequenas.

2 Andar em linha reta a pedalar e sem pedalar.

Comprimento – 5 a 10 metros Largura do corredor – 30 a 50 cm Não pisa a linha desenhada e não põe o pé no solo.

3 Realizar curvas à direita e à esquerda (Slalom).

Distância entre pinos – 1,5m. Com 5 a 7 pintos Não toca nos pinos e não põe o pé no solo.

4

Em andamento em linha reta retirar alternadamente as duas mãos do guiador a pedalar e sem pedalar.

Anda 5 m com mão esquerda no guiador e outros 5 m com a mão direita no guiador. Pode ter algumas oscilações laterais. Durante os 10 metros da destreza deve pedalar +/- 5 m.

5

Em andamento em linha reta olhar para trás (olhar para trás 5 m e contar os dedos de uma mão (examinador).

Após passar o examinador – 5 m, mantém a condução da bicicleta (sem pedalar), olha para trás e verifica quantos dedos tem o examinador no ar, sem provocar grandes oscilações laterais.

6 Retirar bidon da grade e tornar a pôr andando a direito.

Num espaço de 10 metros, retira o bidon da grade e torna a coloca-lo na grade em andamento (pode ou não pedalar), sem grandes oscilações ou pôr o pé no solo.

7

Realizar uma curva à direita e à esquerda apertada (equilíbrio estático com um determinado perímetro a definir).

O diâmetro interior do circuito tem 2,5 metros, com entrada de 50 cm. Realiza curva à D/E dentro do círculo, sai e torna entrar para realizar a curva no sentido contrário ao anterior. Não pisa a linha e não põe o pé no solo.

8 Baixar o tronco para passar por baixo (definir altura da fasquia elástica do Salto em altura).

1,00 m – roda de 20 polegadas 1,10 m – roda de 24 polegadas 1,25 m – roda de 26 e + 26 polegadas 0,90 –1,50 m – largura entre postes Não toca na fasquia, nem nos postes, não põe pé no solo, com pequenas oscilações

9 Travagem num determinado espaço (retangular desenhado 2 m X 1 m).

Realiza o final da travagem dentro de um retângulo de 2 m x 1 m iniciando a desmontagem da bicicleta.

10 Saber desmontar da bicicleta.

Ao parar a bicicleta levanta o rabo do selim e procura com um pé o solo junto da roda da frente. Pousa o pé, com as mãos no guiador, desmonta levantando a perna contrária por detrás do selim.

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2ºCiclo, 3º Ciclo e Secundário

Modalidade de: Ciclismo do Quotidiano

Nível Introdução O objetivo deste nível está definido como: sabe andar de bicicleta em contexto

fechado/seguro e realiza circuitos de prevenção rodoviária e gincanas de nível avançado, incluindo a realização de desníveis (subida e descida), faz uso de comportamento de defesa, conhece a composição da bicicleta e realiza

pequenas reparações e manutenções.

O Aluno:

1 - Coopera com os companheiros, no cumprimento das normas de segurança

estabelecidas, na preservação e arrumação do material, admitindo as indicações que

lhe dirigem.

2 - Conhece os elementos que compõem a bicicleta e as respetivas funções e utiliza

esse conhecimento na reparação, manutenção e utilização da bicicleta:

- escolhe uma bicicleta de tamanho adaptado à sua estatura (tamanho de quadro e

roda);

- regula a altura do selim;

- coloca a corrente nas rodas pedaleiras e/ou carretos sempre que a mesma sai do

lugar;

- desmonta as duas rodas da bicicleta e respetivo pneu, remenda ou substitui a

câmara-de-ar, verifica o pneu (se existem “picos”), torna a montar tudo e enche o pneu

com ar - Bomba de ar. (blocagem rápida/”porcas – 14 mm)

3 – Conhece e utiliza as normas de segurança:

- coloca o capacete homologado na cabeça, ajusta-o ao seu tamanho e fecha a fivela

do mesmo, com o separador de fita por debaixo do lóbulo da orelha.

- se utiliza óculos as hastes devem ir fora das fitas que seguram o capacete.

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- Utiliza luvas.

- coloca roupa justa apropriada à utilização da bicicleta, para não encravarem nas

partes móveis da bicicleta.

- veste-se com roupa tendo em conta as condições climatéricas que vão estar durante

atividade.

- compreende a necessidade de utilizar adequada pressão nos pneus e travões

devidamente afinados

- compreende a obrigatoriedade de utilizar luzes e refletores na bicicleta

4 – Conhece e faz uso de comportamentos de defesa:

- mantém contacto com a bicicleta em três pontos (pedais, selim e guiador);

- avisa sonora e visualmente quando vai abrandar, parar, virar (esquerda ou direita)

e ultrapassar.

- reconhece a importância de assumir um correto posicionamento na via, ocupando o

meio da faixa de rodagem quando esta só permite um veículo (circuitos de prevenção

rodoviária).

- estabelece contacto visual com os outros utilizadores da via pública.

- avisa visual e sonoramente das manobras a realizar antecipadamente para quem vai

detrás ter tempo para reagir (abrandar, parar, virar à esquerda ou à direita, afrouxar e

ultrapassar).

- antecipa a possibilidade de comportamentos disruptores por parte de outros

utilizadores da via pública, baseando-se na velocidade e trajetória do veiculo,

executando a trajetória mais segura.

- diminui a velocidade na aproximação de uma escolha de itinerário ou passadeira de

peões.

5 - Conhece e cumpre as regras e sinais de trânsito (de perigo; proibição, obrigação

e informação) de acordo com o código da estrada para velocípedes sem motor,

realizando um circuito de prevenção rodoviária com os seguintes elementos:

- curva à direita (sinal de proibido e obrigatório);

- curva à esquerda (sinal de proibido e obrigatório);

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- entra, mantem-se e sai de rotunda (sinal de sentido obrigatório giratório);

- entra em estrada com e sem (sinal de perigo e de proibição (STOP) ;

- abranda/para em passadeira;

- cumpre o significado das cores do semáforo (cor verde, amarela e vermelha).

- Conhece e cumpre a sinalética dos agentes reguladores de trânsito (polícias

sinaleiros).

6 - Cumpre um percurso em bicicleta em piso alcatroado, empedrado ou em todo

terreno suave – tipo gincana:

- num trajeto dentro da escola;

- num espaço fechado.

Com o piso seco ou molhado, com desníveis e angulações de curvas suaves, num

limite de tempo previamente estabelecido, realizando com equilíbrio e coordenação

as técnicas individuais básicas de condução.

6.1 – Doseia convenientemente o esforço de acordo com a distância ou tempo da

actividade.

6.2 – Seleciona de forma adequada o que comer e beber e os momentos para o fazer.

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1 Saber montar na bicicleta em andamento.

Arranca com um pé no pedal e mãos no guiador, passando a perna livre por cima/detrás do selim, sem oscilações laterais, ou muito pequenas.

2 Andar em linha reta a pedalar e sem pedalar.

plano/subida/descida Comprimento – 2 a 10 metros Largura do corredor – 25 a 50 cm Não pisa a linha desenhada e não põe o pé no solo.

3 Realizar curvas à direita e à esquerda (Slalom).

Plano/subida/descida Distância entre pinos – 1,5m. Com 5 a 7 pintos Não toca nos pinos e não põe o pé no solo.

4 Em andamento em linha reta retira alternadamente as mãos do guiador, sem pedalar e a pedalar.

Anda 5 m com mão esquerda no guiador e outros 5 m com a mão direita no guiador. Pode ter algumas oscilações laterais. Durante os 10 metros da destreza deve pedalar cerca de 5 m.

5 Em andamento em linha reta retira as duas mãos do guiador ao mesmo tempo

Plano/subida/descida Anda cerca de 5 metros sem as mãos no guiador sem grandes oscilações laterais e mantendo a direção

6

Em andamento em linha reta olhar para trás (olhar para trás 5 m e contar os dedos de uma mão (examinador).

Após passar o examinador – 5 m, mantém a condução da bicicleta (sem pedalar), olha para trás e verifica quantos dedos tem o examinador no ar, sem provocar grandes oscilações laterais e mantendo a direção.

7

Agarra, quer com a mão direita como a esquerda um objeto colocado num plano inferior/superior e coloca-o num plano superior/inferior.

Num espaço de 5 metros com a mesma mão. Num espaço de 10 metros com troca de mão. Sem grandes oscilações ou pôr o pé no solo.

8

Realizar uma curva à direita e à esquerda apertada (equilíbrio estático com um determinado perímetro a definir).

O diâmetro interior do circuito tem 2,5 metros, com entrada de 50 cm. Realiza curva à D/E dentro do círculo, sai e torna entrar para realizar a curva no sentido contrário ao anterior. Não pisa a linha e não põe o pé no solo.

9 Baixar o tronco para passar por baixo (definir altura da fasquia elástica do Salto em altura).

1,00 m – roda de 20 polegadas* 1,10 m – roda de 24 polegadas 1,25 m – roda de 26 e + 26 polegadas 0,90 –1,50 m – largura entre postes Não toca na fasquia, nem nos postes, não põe pé no solo, com pequenas oscilações

10 Retirar bidon da grade, bebe água e torna a pô-lo na grade, em andando a direito.

Num espaço de 10 metros, pode ou não pedalar, sem grandes oscilações ou pôr o pé no solo.

11 Travagem em equilíbrio num determinado espaço e período de tempo.

Realiza a travagem (travão dianteiro e traseiro) dentro de um retângulo de 2 m x 1 m mantendo o equilíbrio, sem colocar os pés no solo entre 5 e 10 segundos para de seguida tornar arrancar.

12 Saber desmontar da bicicleta em andamento.

Ao abrandar para parar a bicicleta (travão dianteiro e traseiro), levanta o rabo do selim, levantando uma perna por cima/detrás do selim e procura o solo, entre a perna que está no pedal e o quadro da bicicleta.

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Nível Elementar

O objetivo deste nível está definido como: Conhece os benefícios de deslocar-

se de bicicleta, sabe andar de bicicleta em contexto fechado/aberto em vários tipos de terreno (escola, ruas, estradas e todo terreno), com diferentes

desníveis, cumpre as regras e sinais de trânsito, optando por ter comportamentos de defesa e realiza manutenção à bicicleta.

O Aluno: 1 – Coopera com os companheiros, no cumprimento das normas de segurança

estabelecidas, na preservação e arrumação do material, aceitando e dando sugestões

que permitam a melhoria das suas prestações.

2 – Conhece os benefícios de deslocar-se em bicicleta ao nível da pegada ecológica

(impacto ambiental).

3 - Conhece os elementos que compõem a bicicleta e as respetivas funções e utiliza

esse conhecimento na preparação, manutenção e utilização da bicicleta.

- lava a bicicleta e lubrifica as suas partes móveis (corrente, desviadores, pedais);

- afina os calços ou pastilhas dos travões (V-Brakes/Travões de Disco);

- afina as mudanças da bicicleta – dianteira e traseira;

- nas saídas de escola, leva uma câmara-de-ar (individual e adequada ao tamanho de

roda), bomba de mão, conjunto de chaves sextavadas, chave de cravar elos de

corrente.

4 – Conhece e utiliza as normas de segurança:

- utiliza luzes, dianteira (branca fixa) e traseira (vermelha intermitente), quando existe

pouca visibilidade (noite, amanhecer, entardecer, más condições climatéricas –

nevoeiro, chuva).

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5 – Conhece e faz uso de comportamentos de defesa:

- utiliza um suporte dianteiro no guiador, ou traseiro, nas escoras ou espigão do selim,

para levar os seus haveres (mala de trabalho, da escola, lancheira, etc.), devidamente

acondicionados.

- sempre que não for possível utilizar dispositivos de transporte de carga na bicicleta

(como alforges ou prateleiras frontais ou traseiras), utiliza mochila, esta deverá estar

devidamente ajustada às costas.

- realiza uma escolha criteriosa sobre as vias públicas a percorrer, optando pelas que

estão preparadas para utilização da bicicleta, com menor trafego, menor velocidade

máxima e com maior visibilidade (luz artificial e sol).

- quando anda em grupo, mantem o grupo coeso (mais impacto visual e mais fácil de

ultrapassar).

- mantem uma distância suficiente para o veiculo da frente para poder reagir e no caso

de chuva, aumenta a distância.

- prepara-se para travar quando observa crianças perto da faixa de rodagem.

- quando ultrapassa um veículo grande (camião, autocarro), confirma que não há

gente a cruzar a rua pela sua frente.

- Nas deslocações para zonas não urbanas leva o telemóvel para a necessidade de

chamada de emergência.

6 - Conhece e cumpre as regras e sinais de trânsito (de perigo; proibição, obrigação

e informação) de acordo com o código da estrada, realizando um percurso citadino

(baixo impacto) com os seguintes elementos:

- curva à direita (sinal de proibido e obrigatório);

- curva à esquerda (sinal de proibido e obrigatório);

- entra, manter-se e sair de rotunda (sinal de sentido obrigatório giratório);

- entra em estrada com e sem prioridade (sinal de perigo e de proibição (STOP) ;

- abranda/para em passadeira;

- cumpre o significado das cores do semáforo (cor verde, amarela e vermelha).

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- conhece e cumpre a sinalética dos agentes reguladores de trânsito (polícias

sinaleiros).

7 - Cumpre um percurso em bicicleta em piso alcatroado, empedrado ou em todo

terreno suave:

- num trajeto dentro da escola;

- num espaço fechado;

- na via pública.

Com o piso seco ou molhado, com vários desníveis e angulações de curvas, num

limite de tempo previamente estabelecido, realizando com equilíbrio e coordenação

as técnicas individuais e coletivas básicas de condução em sintonia com as

desmultiplicações e travões, mantendo altos níveis de segurança no que respeita a

outros veículos, bens, pessoas ou animais:

7.1 – Doseia convenientemente o esforço de acordo com a distância ou tempo da

actividade.

7.2 – Seleciona de forma adequada o que comer e beber e os momentos para o fazer.

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Equilíbrio sentado e em pé

Plano horizontal – posição de velocidade cruzeiro - peso do ciclista distribuído sobre as duas rodas (mais na detrás); - tronco alto com braços ligeiramente fletidos; - sentado ou em pé; - cotovelos ligeiramente afastados do tronco e fletidos para o exterior (baixo). - mãos agarrar os punhos e nas manetas de travões (dianteiro e traseiro). Subidas - peso do ciclista distribuído sobre as duas rodas; - baixa o tronco em direção ao guiador quanto mais acentuada é a subida; - cotovelos ligeiramente afastados do tronco e fletidos para baixo com as mãos a exercer força no guiador para baixo e para trás; - Senta-se na ponta do selim ou pedala em pé com o tronco sobre o tubo horizontal, quanto mais acentuado é a subida Descidas - tronco direito, abaixado com o rabo fora do selim e atrasado; - braços semi-fletidos para fora com efeito de amortecimento; - mãos a agarrar os punhos e as manetas de travão (dianteiro e traseiro), para controlar a descida. - pernas fletidas para efeito de amortecimento e afastadas do quadro para não sofrer vibrações da bicicleta. - pés paralelos e a efetuar força sobre os pedais para equilibrar a bicicleta.

Propulsão (Cadência de pedalada e desmultiplicação – diferentes velocidades)

- antecipa a colocação de mudanças, realizando um escalonamento suave; - mantém alinhamento da corrente entre pedaleira e carretos; - realiza uma pedalada de frequência alta; - pedala sentado; - pedala em pé , sobre os pedais, baloiçando a bicicleta com os braços lateralmente, com o fim de juntar força das pernas/braços. - realiza pedalada de pistón.

Mudanças de direção

- modera a velocidade antes da curva, utilizando os travões (dianteiro e traseiro); - coloca mudança mais leve devido à perda de velocidade; - procura aumentar o raio da curva o mais possível tendo em conta as varias inclinações possíveis entre o ciclista e a bicicleta (noção de aderência). - coloca o pedal do lado de fora da curva em baixo e exercer força.

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Nível Avançado

O objetivo deste nível está definido como: Conhece os benefícios de deslocar-se de bicicleta, sabe andar de bicicleta em contexto fechado/aberto, em vários

tipos de terreno (escola, ruas, estradas e todo terreno), com diferentes desníveis, cumpre as regras e sinais de trânsito, optando por ter comportamentos de defesa e realiza manutenção à bicicleta.

O Aluno:

1 - Coopera com os companheiros, no cumprimento das normas de segurança

estabelecidas e na preservação e arrumação do material, admitindo as indicações que

lhe dirigem e dando sugestões que permitam a melhoria das suas prestações.

2 – Conhece os benefícios de deslocar-se em bicicleta ao nível da pegada ecológica

(impacto ambiental).

3 - Conhece os elementos que compõem a bicicleta e as respectivas funções e utiliza

esse conhecimento na preparação, manutenção e utilização da bicicleta.

- prepara a bicicleta à sua forma de andar, mantendo-a limpa e lubrificada (antes,

durante - o possível - e depois).

- muda e afina os calços ou pastilhas dos travões (V-Brakes/Travões de Disco);

- muda e afina as mudanças da bicicleta – dianteira e traseira;

- arranja uma corrente partida usando a chave de cravar elos de corrente e/ou

utilizando um elo rápido.

4 – Conhece e utiliza as normas de segurança:

5 – Conhece e faz uso de comportamentos de defesa:

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6 - Conhece e cumpre as regras e sinais de trânsito (de perigo; proibição, obrigação

e informação) de acordo com o código da estrada, realizando um percurso citadino de

médio impacto.

7 - Cumpre um percurso em bicicleta em piso alcatroado, empedrado ou em todo

terreno:

- num trajeto dentro da escola;

- num espaço fechado;

- na via pública.

- Em zona de campo (mata, floresta)

Com o piso seco ou molhado, com vários desníveis e angulações de curvas, num

limite de tempo previamente estabelecido, realizando com equilíbrio e coordenação

as técnicas individuais e coletivas básicas de condução em sintonia com as

desmultiplicações e travões, mantendo altos níveis de segurança no que respeita a

outros veículos, bens, pessoas ou animais:

7.1 – Doseia convenientemente o esforço de acordo com a distância ou tempo da

actividade.

7.2 – Seleciona de forma adequada o que comer e beber e os momentos para o fazer,

tendo em conta o tempo da atividade.

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Equilíbrio (Equilibração – Sentado e em pé)

Plano horizontal – posição de velocidade cruzeiro Plano horizontal – posição de velocidade - peso do ciclista distribuído sobre as duas rodas; - tronco estirado e baixo com braços ligeiramente fletidos; - sentado ou em pé; - cotovelos ligeiramente afastados do tronco e fletidos para o exterior (baixo). - mãos a agarrar os punhos e nas manetas de travões (dianteiro e traseiro). - pedala em pistón ou em redondo (estribos ou pedais de encaixe) Subidas Descidas

Propulsão (Cadência de pedalada e desmultiplicação – diferentes velocidades)

- realiza pedalada em redondo (estribos ou pedais de encaixe); - realiza sprints com partida parado, pé no solo, conforme ganha velocidade, aumenta a desmultiplicação.

Mudanças de direção

- exerce força para baixo no punho do lado de fora da curva; - Inicia o pedalar o mais rápido possível para perder mínimo de velocidade (após o vértice da curva); - Leva o rabo fora do selim, com pernas semi-fletidas para amortecer e afastadas do quadro; - realiza curvas em trajetória neutra, rápida (vértice adiantado, atrasado e neutro) e de emergência; - Conforme as condições de aderência realiza vários tipos de inclinação entre ciclista e bicicleta.

Saltos Pequenos drops

- ao aproximar-se do obstáculo o corpo do ciclista pressiona a bicicleta para o solo, com os braços e as pernas; -mesmo antes do obstáculo o corpo do ciclista sobe rapidamente, puxando os punhos do guiador para cima (levanta a roda da frente) e puxando os pedais para cima e para trás (levanta a roda traseira); - quando da receção, o corpo deve amortecer o impacto fletindo os braços e pernas, com o fim de absorver o impacto. baixando-se, com o fim de novamente.

Andar na roda do ciclista dianteiro

- mantem: * uma distância pequena da sua roda dianteira com a roda traseira do ciclista que vai à sua frente (20-50 cm); * uma trajetória e velocidade constantes; * mãos nas manetas de travões.

Relevos simples 2/3

- mantem uma distância pequena da sua roda dianteira com a roda traseira do ciclista que vai à sua frente (20-50 cm); - mantem uma trajetória e velocidade constantes; - mantem as mãos nas manetas de travões; - após um tempo determinado na frente, o ciclista afasta-se e deixa passar os que iam na roda, colocando-se em última posição.

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Lisboa, 10 fevereiro de 2017

Os Professores de Educação Física

(colaboração no âmbito do protocolo entre a DGE e o Programa Nacional de Ciclismo para Todos)

Mário Alpiarça (Agrupamento de Escolas D. José I – Vila Real Stº António)

Agostinho Silva (Agrupamento de Escolas de Alcochete)

Ana Cristina Costa (Agrupamento de Escolas de Benfica)

Luís Saldanha (Agrupamento de Escolas de Castanheira do Ribatejo)

A Federação Portuguesa de Ciclismo

Gabriel Mendes (Diretor Técnico Nacional)

Jorge Pina (Diretor - Escolas de Ciclismo)

Sandro D. Araújo (Coordenador do Programa Nacional de Ciclismo para Todos)