peixes comerciais de manaus

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COMERCIAISPEIXES

MANAUSde

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Catalogação na FonteInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

S237pSantos, Geraldo Mendes

Peixes comerciais de Manaus/ Geraldo Mendes dos Santos, Efrem J. G. Ferreira, Jansen A. S.Zuanon. –Manaus: Ibama/AM, ProVárzea, 2006.p. 144, il.: color. ; 27x21cm.

ISBN 85-7300-211-5

1. Peixes. 2. Ictiofauna. 3. Fauna aquática. 4. Recursos pesqueiros. I. Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Gerencia Executiva do Ibama em Manaus / AM. II.Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea – ProVárzea. III. Título.

CDU (2.ed.)639.2.053

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTEMarina Silva

SECRETARIA DE COORDENAÇÃO DA AMAZÔNIAMuriel Saragoussi

PROGRAMA-PILOTO PARA A PROTEÇÃO DASFLORESTAS TROPICAIS DO BRASILNazaré Lima Soares

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOSRECURSOS NATURAIS RENOVÁVEISMarcus Luiz Barroso Barros

DIRETORIA DE FAUNA E RECURSOS PESQUEIROSRômulo José Fernandes Barreto Mello

COORDENAÇÃO-GERAL DE GESTÃO DE RECURSOSPESQUEIROSJosé Dias Neto

PROJETO MANEJO DOS RECURSOS NATURAISDA VÁRZEACoordenador: Mauro Luis Ruffino

RevisãoMaria José Teixeira - Edições IbamaHelionidia Carvalho de Oliveira - Edições IbamaAntônio Calafi - Edições Ibama

Projeto Gráfico e CapaTito Fernandes

IlustraçõesJosé Myrria e Karl Mokros

FotografiasEfrem Ferreira: páginas 11, 17,21,25,73,103Michael Goulding: páginas 16,20,24,72,102

EdiçãoInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais RenováveisProjeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea -ProVárzea/IbamaRua Ministro João Gonçalves de Souza, s/n. DistritoIndustrial – Manaus-AM – Brasil. 69075-830Tel: (92) 3613-3083/ 6246/6754/ Fax: (92) 3237-5616/6124Correio Eletrônico: [email protected]ágina na Internet: www.ibama.gov.br/provarzea.

Centro Nacional de Informação. TecnologiasAmbientais e EditoraçãoEdições IbamaSCEN Trecho 2, Bloco B - Subsolo Ed. Sede do Ibama70818-900 - Brasília, DFTelefone (61) 316 1065E-mail: [email protected]

Financiadores

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PEIXESCOMERCIAISMANAUS

de

Geraldo Mendes dos SantosEfrem Jorge G. FerreiraJansen A. S. Zuanon

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Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), pelo apoio à pesquisa, produção edivulgação do conhecimento.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Científico (CNPq), pela bolsa depesquisa (GMS) e suporte ao projeto (Processo 3013304/86-6).

À Lúcia Rapp Py-Daniel, Ana Paula Freire e Inês Cristina de Alencar, pela leitura crítica do texto.

Ao José Myrria e Karl Mokros, pelos desenhos e aprimoramento computacional das imagens dospeixes.

Ao Tito Fernandes, pelo trabalho de editoração.

Ao Michael Goulding, pela cessão de fotos.

Ao Jamil Tannús Neto, pelo trabalho em nanquim dos desenhos e esquemas.

Aos feirantes, pelo fornecimento de informações sobre o pescado.

Aos revisores do Ibama pelo esmero na correção do texto.

A todos aqueles que de uma forma ou outra contribuíram para a realização desta obra.

AGRADECIMENTOS

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SUMÁRIOPrefácio

Apresentação

Prólogo

Introdução

Metodologia

Considerações sobre o pescado em Manaus

Considerações sobre taxonomia

Chave de identificação para as ordens de peixes

Osteoglossiformes

Arapaimatidae

Osteoglossidae

Clupeiformes

Pristigasteridae

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Characiformes

Acestrorhynchidae

Anostomidae

Characidae

Curimatidae

Cynodontidae

Erythrinidae

Hemiodontidae

Prochilodontidae

Siluriformes

Auchenipteridae

Callichthyidae

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Doradidae

Loricariidae

Pimelodidae

Perciformes

Cichlidae

Sciaenidae

Bibliografia geral

Glossário pictórico

Índice de nomes comuns

Índice de nomes científicos

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PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

PREFÁCIO7

Os recursos pesqueiros da Amazônia têm sidotradicionalmente subestimados na sua importânciapelas autoridades governamentais. Prova disso é aquase inexistência de séries de dados estatísticos einformações científicas sobre a pesca nos diagnósticoseconômicos, informes ecológicos ou até publicaçõesturísticas sobre a região. As publicações do IBGE -Anuário Estatístico do Brasil e Recursos Naturais eMeio Ambiente nem sequer mencionam os recursospesqueiros, e os recursos hídricos são apenasmencionados em função do potencial energético.

A pesca na Amazônia tem um caráter artesanal emesmo assim, o peixe representa a principal fonte deproteína para consumo humano, particularmente daspopulações que habitam as margens dos rios e lagosda região. O consumo per capita de pescado nascidades de Manaus e Itacoatiara foi estimado entre 100e 200 g/dia na década de 70 e mais recentementeoutros autores indicam que as populações ruraisribeirinhas consomem cerca de 500 g/dia.

Estimativas mais conservadoras da produçãopesqueira indicam valores de 200.000 t/ano para todaa Bacia, sendo a maior parte correspondente aoterritório brasileiro. Estes valores representam entre 20e 25% do rendimento total da pesca (marinha e deágua doce) do Brasil, o que mostra a importância dosrecursos pesqueiros da região no contexto nacional.

O acompanhamento da atividade pesqueira constitui-seno melhor método de amostragem das populaçõesnaturais de peixes, fornecendo informações nãoapenas sobre a sua biologia e parâmetrospopulacionais, mas também, e principalmente, sobreos efeitos da exploração pesqueira sobre a densidadedos estoques. Assim, o ProVárzea/Ibama vem desde oano de 2000 realizando o monitoramento dodesembarque pesqueiro em 16 municípios ao longoda calha dos rios Solimões e Amazonas com o intuitode disponibilizar informações para subsidiar políticaspúblicas e medidas de ordenamento pesqueiro para aregião.

Um dos principais portos de desembarque naAmazônia é o porto de Manaus que desembarca, emmédia, mais de 20 mil toneladas/ano e um númerodiverso de espécies. E foram essas espécies que foramobjeto de análises que resultou esta obra que agoraapresentamos.

A presente publicação documenta de maneiraextremamente didática e com uma riqueza deinformações e detalhes as principais espéciesdesembarcadas e comercializadas no porto de Manause vem contribuir para o melhor conhecimento destarica fauna aquática amazônica que muito aindanecessita ser pesquisada.

Mauro Luis RuffinoCoordenador do ProVárzea/Ibama

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O Mercado Municipal “Adolpho Lisboa” deManaus, é uma instituição centenária, e umdos mais belos pontos turísticos da cidade. OMercado e as feiras espalhadas pelos bairrossão um museu com mostruário itinerante, poisao longo do ano, a composição das espéciesde pescado à venda vai se sucedendo.Algumas, que ora são muito abundantes, vãosendo substituídas por outras que, às vezes,só aparecem numa época bem definida, comoa sardinha. Assim, visitar o Adolpho Lisboa, oucruzar com uma feira ao vagar pela cidade, éuma delícia para os olhos do biólogo atento.

Este é um livro oportuno, escrito por três dosmaiores ictiólogos brasileiros, pesquisadoresdo Instituto Nacional de Pesquisas daAmazônia, em Manaus, que faz jus àespetacular ictiofauna a que se refere - a maisrica do planeta, os peixes da Amazônia. Asimagens, o texto de conteúdo científicorigoroso, embora acessível ao nãoespecialista, são primorosos. Assim, lê-lo ouapenas folheá-lo é um êxtase. Nele, estãocontidos anos de meticuloso estudo dematerial de museus, conversas com colegas dediferentes partes do país e do mundo, aulasassistidas e ministradas, dissertações e teses

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS 8

APRESENTAÇÃOdefendidas e examinadas, a experiência deinúmeras viagens e expedições de campo,permeadas por extenuante esforço físico, calorextremo, muita chuva e infinita curiosidade.

Para fechar a apresentação deste lindo livro,que honra a ictiologia brasileira, escolhi o queo grande ictiólogo americano Eigenmannescreveu em 1912, sobre a Amazônia, num deseus relatórios de expedição:

“Although all other things were sacrificed tothe two purposes mentioned, I cannot claimthat I accomplished them to my entiresatisfaction. The conditions were all so novel,the difficulties of travel so great, the heat sointense, the fauna so rich, the time and themoney at my command so limited, that I nowoccasionally regret that at this or that point Idid not use different means, or devote moretime to the objects in view. But to offset thisregret I have many solid satisfactions.” *

Miguel Petrere Jr.UNESP – Departamento de EcologiaCâmpus de Rio Claro (SP)

* "Embora todas as outras coisas tenham sidosacrificadas aos dois propósitos mencionados,não posso afirmar que eu os realizei cominteira satisfação. As condições eram tãonovas, as dificuldades de viagem tão grandes,o calor tão intenso, a fauna tão rica, o tempo eo dinheiro a minha disposição tão limitados,que agora ocasionalmente me arrependo queem um ou outro ponto não usei meiosdiferentes, ou dediquei mais tempo aospropósitos visados. Mas para compensar estepesar tenho satisfações muito sólidas .”

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PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

PRÓLOGOManaus ocupa uma posição estratégica nocenário amazônico, situada às margens dosrios Amazonas e Negro, na parte central damaior bacia hidrográfica do planeta. É a maiormetrópole da região, e conta com um mercadopesqueiro de extraordinária importância.Dados estatísticos das últimas décadas dãoconta de uma produção média anual em tornode 30.000 toneladas de pescado, resultandonuma intensa atividade sócioeconômica, daqual participam milhares de pessoas, tanto emManaus quanto no interior.Uma das características mais marcantes dopescado comercializado em Manaus é a altadiversidade de espécies de peixes.Curiosamente, essa mesma diversidade queencanta pesquisadores, turistas e curiososrepresenta uma dificuldade adicional paraquem deseja conhecer em detalhes o pescadoe a ictiofauna regional, pois são muitas assemelhanças de forma, coloração e hábitosentre as espécies.Quem já se dispôs a procurar fontes deinformações sobre os peixes do Brasil,especialmente da Amazônia, sabe dasdificuldades de se obter livros ou outraspublicações escritas em linguagem acessívelao público leigo. O presente trabalho é uma

iniciativa que se insere nesse contexto, tendocomo objetivo o fornecimento de informaçõesbiológicas básicas sobre as principais espéciesde peixes comercializadas no mercadomanauara. A carência por informação étamanha que quando uma publicação dessetipo é lançada é comum as pessoas esperaremque ela venha suprir todas as lacunasexistentes, como foi o caso de dois livrospublicados anteriormente sobre o tema:“Catálogo de peixes comerciais do baixo rioTocantins” de G.M. Santos, M. Jegu & B.Merona, de 1984, e “Peixes comerciais domédio Amazonas: região de Santarém” deE.J.G. Ferreira, J.A.S. Zuanon & G.M. Santos, de1998. Essas duas obras, em que o própriotítulo já restringia sua abrangência geográfica,são utilizadas, até hoje, como base para aidentificação de peixes em vários locais, tantona Amazônia quanto fora dela, o que podegerar confusões e erros em trabalhos técnicos.O livro que ora apresentamos foi escrito combase em informações obtidas exclusivamentedos peixes comercializados em Manaus.Evidentemente, o trabalho não contemplatodas as espécies de peixes de porte comercialexistentes na região, dada a enormediversidade ictiofaunística existente e a

variação na distribuição geográfica de certasespécies. Além disso, certos tipos de peixesacabam não chegando aos mercados emfunção do desinteresse pelo seu consumo, porrazões estritamente culturais. Podemosassegurar, contudo, que este livro pode serutilizado como base para a identificação damaioria das espécies comerciais encontradasnos mercados das principais cidades da calhado rio Amazonas, pois é desse sistemaaquático que a maioria do pescado regional éproveniente. As ilustrações das espécies, feitas por meio dacombinação de fotografias em papel comrecursos da tecnologia digital, representamuma tentativa de realçar o perfil, as formas e ocolorido e, assim, facilitar o reconhecimentodas espécies.É nossa esperança que esta obra seja útil a umpúblico diversificado e sirva, também, comoincentivo para que outros pesquisadores sejuntem a nós nessa tarefa instigante deproduzir e sintetizar conhecimentos sobre ospeixes, essa fantástica riqueza naturalamazônica.

Os autores

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PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

INTRODUÇÃOOs rios tiveram e continuam tendo papel fundamental naocupação e colonização da Amazônia. Foi por eles que aregião pôde ser explorada, e isso pode ser observadopela concentração da população ao longo das margensdos rios. Esse processo espontâneo de colonização, comforte vinculação aos rios, só foi complementadorecentemente com a abertura de grandes eixosrodoviários. Além de servir como caminhos (igarapé, porexemplo, significa “caminho de canoa”) e eixos dedesenvolvimento, os rios são, também, fonte do principalalimento para os habitantes da região: o peixe.Registros fósseis mostram que o uso de pescado comoalimento pelas populações indígenas amazônicasretrocede à pré-história, entre 3.000 e 1.500 a.C., e atéhoje a pesca é uma das atividades mais tradicionais naAmazônia. No diário feito por Frei Gaspar de Carvajal,sobre a viagem de Francisco Orellana, em 1541,descendo o rio Amazonas, é dito que: “... depois depassarem muita fome, chegando ao extremo decomerem cintos e solas de sapatos cozidos com ervas,encontraram uma povoação de índios que, ao vê-los,fugiram, deixando toda a comida existente, que foidevorada pelos espanhóis; mas após isso o contato foiamistoso, e os índios forneceram suprimento de peixes eaves para eles”. A pesca também é mencionada pelos colonizadoresportugueses e por viajantes europeus e americanos dosséculos XVII a XIX, como Pedro Teixeira, AlexandreRodrigues Ferreira, Johann Spix, Carl Friedrich Martius,Louis Agassiz, Alfred Wallace e Henry Bates; contudo elesestavam mais interessados nos aspectos da identificação edescrição das espécies de peixes, do que seu uso comorecurso natural. José Veríssimo, um paraense de Óbidos,publicou em 1895 o livro “A pesca na Amazônia”, sendoesse aparentemente o primeiro relato sobre a biologia eecologia dos peixes e a pesca no Brasil.A pesca se desenvolveu a partir da combinação das culturasindígenas locais e européias. Depois de séculos utilizandométodos tradicionais, essa atividade sofreu dois grandesimpactos: um, na década de 1930, com a introdução darede de cerco, e outro na década de 1960, com a chegadados fios de náilon, mais resistentes e baratos, para aconfecção das malhadeiras, sendo esses, até hoje, osprincipais métodos de captura de peixes na região.A pesca tem destacado papel sócioeconômico, quer comoprodutora de alimento, quer como geradora de trabalho,

renda e lazer para milhares de pessoas, tanto na zona ruralquanto urbana. É por meio dela que se explora o pescadopara consumo e para o comércio de peixes ornamentais.Os primeiros registros sobre a pesca na região deManaus datam do século XVIII, quando a capital daProvíncia era Barcelos, e houve a instalação de umPesqueiro Real na ilha do Careiro, para suprir compescado os habitantes dessa cidade. Essa é a origem donome “Lago do Rei” dado ao lago existente na ilha doCareiro, antes conhecida como Ilha do Pesqueiro Real.Atualmente, a produção pesqueira nas águas interioresda Amazônia brasileira está estimada em torno de217.000 toneladas por ano, sendo Manaus o maiorcentro produtor e consumidor, com um desembarqueque varia entre 22.000 e 35.000 t/ano. Essa pescaconcentra uma produção oriunda de rios situados numraio de aproximadamente 1.000 km a partir de Manaus, eque engloba o curso médio do rio Solimões/Amazonas eo curso inferior de seus principais afluentes, sobretudoos de água branca, como Purus, Juruá, Japurá eMadeira. Os rios de água preta, em especial o rio Negro,constituem a principal fonte de peixes ornamentaisdestinados ao mercado internacional de aquariofilia.Computando apenas o valor da venda direta do pescado,a um preço médio por quilo entre 0,50 e 1,00 dólar, essaatividade movimenta de 100 a 200 milhões de dólarespor ano. Se a essa cifra forem incluídos os custosenvolvidos na armação dos barcos, compra decombustível, gelo e alimentação, esses valores devempelo menos duplicar. Além disso, nessa atividadeparticipam diretamente cerca de 250.000 pessoas, nãoincluindo os ribeirinhos, que têm na pesca desubsistência uma de suas principais fontes de alimento(seguramente, a principal fonte de proteína animal). Opapel de destaque do peixe na vida dos ribeirinhos estáclaramente refletido no consumo de pescado, estimadoem mais de 400g/pessoa/dia, um dos maiores domundo.Com exceção da pesca industrial, praticada no estuáriodo rio Amazonas e cuja produção é destinada àexportação, todo o restante da pesca amazônica éartesanal, ou seja, pouco organizada e com produtividademuito variável ao longo das diferentes épocas do ano.Esse caráter artesanal se verifica tanto na forma desubsistência quanto na comercial, independendo se opescado se destina aos grandes centros populacionais da

região ou simplesmente ao consumo próprio ou daspequenas vilas do interior. Esse baixo nível de organizaçãoda pesca comercial se reflete na baixa qualidade geral dopescado oferecido à população, o que gera perdasdesnecessárias de alimento e um impacto adicional sobreos estoques naturais de peixes.Apesar da imensa riqueza de peixes amazônicos, estimadaentre 1.500 e 3.000 espécies, apenas uma parcela muitoreduzida dessa diversidade é explorada comercialmentepela pesca. Historicamente, a espécie de peixe maisimportante para a Amazônia foi o pirarucu, e até meadosdo século XX isso ainda era verdadeiro. Estudos sobre acomposição do pescado no mercado de Manaus, e deoutras cidades da Amazônia Central, mencionam que apesca comercial explora cerca de 100 espécies, sendoque aproximadamente 90% estão concentrados somentenuma dezena de espécies, destacando-se o tambaqui, ojaraqui, a matrinxã, o curimatã, o pacu e o tucunaré. Emvirtude dessa concentração do esforço de pesca empoucas espécies, existem evidências de que algunsestoques pesqueiros, especialmente o do tambaqui, jávêm sendo explorados acima de sua capacidade desuporte.A causa principal desse fenômeno pode ser atribuída auma pesca intensiva e descontrolada, praticada na regiãoao longo do tempo; entretanto, mais recentemente,causas indiretas e com influências crescentes, como odesmatamento (sobretudo das matas ciliares), a pecuáriaem áreas de várzea, a construção de hidrelétricas e amineração nos leitos dos rios têm contribuído paraacelerar esse problema. Diante dessas elevadas taxas deexplotação, e à enorme gama de distúrbios ambientais, éfundamental o estabelecimento de uma ampla basetécnico-científica, acessível a todos os segmentos e atoresenvolvidos na atividade pesqueira, como forma desubsidiar ações políticas, administrativas e educacionaisque visem sua exploração sustentável.Uma das grandes dificuldades para quem lida comestatística pesqueira, ou busca elaborar planos demanejo, é que as designações populares dos peixescomerciais geralmente não correspondem a espéciesbiológicas, mas sim a um conjunto de espécies, e àsvezes até de gêneros, distintos. Isso significa que ummesmo nome popular pode ser dado a duas ou maisespécies. Além disso, alguns nomes variam de um lugarpara outro, dificultando comparações entre os

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Page 14: Peixes Comerciais de Manaus

desembarques de diferentes regiões da Amazônia.Se, por um lado, a denominação popular é bastantevariável, espacial e temporalmente, e destituída de umreferencial que lhe dê estabilidade, observa-se tambémque ela encerra uma noção muito racional e prática,advinda do acurado senso de observação, experiênciae conhecimento por parte do pescador. Muitocomumente, há uma estreita relação entre aclassificação popular e a científica. Por exemplo: onome aracu refere-se a todos os representantes dafamília Anostomidae; bodós aos da família Loricariidae;branquinha aos representantes de Curimatidae; e carás,aos da família Cichlidae.Evidentemente, a nomenclatura popular é fruto de umvasto conhecimento empírico e tem servido como basefundamental para o conhecimento dos peixesamazônicos; entretanto, é preciso destacar o fato deque cada espécie biológica tem uma história naturaldistinta e, portanto, necessidades, hábitos e estratégiasde vida próprios. Nesse sentido, cada espécie deve sertratada individualmente, sobretudo quando se tem emvista planos detalhados de manejo. Assim, a corretaidentificação das espécies comercializadas e a aliança doconhecimento tradicional com o científico, devemconstituir uma preocupação constante e uminstrumento imprescindível a todo e qualquer processode explotação pesqueira.O presente trabalho se enquadra nesse contexto e foiconcebido, justamente, para tentar minimizar esseproblema. Seu principal objetivo é constituir-se numguia descritivo e ilustrado das principais espécies depeixes comercializadas no mercado de Manaus edestinadas ao consumo humano. Para cada espéciesão fornecidos os nomes científicos e populares, umacaracterização morfológica sucinta, informações sobreos hábitos de vida e indicação da sua participaçãorelativa na produção local e regional. Além disso, paracada espécie é fornecida uma bibliografia básica, emque o leitor poderá encontrar informações adicionaisou mais detalhadas a respeito das mesmas.Em escala mais ampla, o objetivo deste trabalho é associara nomenclatura científica com a popular, visando integrar,num texto simples e acessível, as informações disponíveissobre as espécies comercializadas nos mercados deManaus, contribuindo, assim, para o conhecimento e ouso sustentável desse importante recurso natural.

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

METODOLOGIAAs informações aqui apresentadas foram obtidas apartir de um projeto de pesquisa financiado peloConselho Nacional de Desenvolvimento Científico eTecnológico (Processo 3013304/86-6), cujo objetivoera identificar as espécies de peixes comercializadasnas feiras em Manaus. Para isso fizemos visitasquinzenais, entre março de 1998 e abril de 1999, atrês diferentes tipos de feiras:- Feiras livres (Fig. 1): Localizadas em áreasimprovisadas nos bairros residenciais. Nelas secomercializam pequenas quantidades de pescadorecebido de intermediários ou mesmo vendido pelospróprios pescadores. Normalmente, funcionam apenasuma vez por semana e têm caráter itinerante;- Feiras de bairros residenciais (Fig. 2): Localizadas emáreas fixas relativamente estruturadas nos bairros edos quais seus nomes são derivados. Nelas sãocomercializadas quantidades relativamente grandes depescado, que é vendido diariamente à população porpeixeiros profissionais e que o adquirem nas feiras docentro ou diretamente dos barcos que atracam noporto da cidade; e,- Feiras do centro (Fig. 3): Localizadas em áreas bemestruturadas e especialmente construídas para esse fimna zona central da cidade, próximas ao porto fluvial.Nela são comercializadas diariamente grandesquantidades de pescado, o qual é recebido diretamentedos barcos pesqueiros que ficam ancorados em seuentorno.As visitas foram realizadas nos finais de semana, pelamanhã, nas feiras do centro e de bairros residenciais,por serem esses os dias e horários em que há maior

quantidade de peixes à venda, e pela manhã nas feiraslivres, em diferentes dias da semana.Em cada visita era feita uma estimativa da participaçãorelativa de cada grupo de pescado, em relação aovolume da produção total, que se encontrava expostaà venda. As participações relativas ou graus deimportância, tanto para os grupos quanto para asespécies de pescado foram agrupadas nas seguintescategorias:Destacada: acima de 20%;Moderada: entre 5 e 20 %;Insignificante: abaixo de 5%.De cada espécie, foram adquiridos exemplares frescos eem bom estado para ilustração e confirmação daidentificação em laboratório. Foi anotado também o nomecomum dado a cada uma das espécies biológicasidentificadas.Figura 1 - Feira livre (rua Airão).

Figura 2 - Feira de bairro (Coroado).

Figura 3 - Feira do centro (Panair).

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PEIXES MERCADO DE MANAUS

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PESCADOOs peixes encontrados nos mercados de Manaus sãoreconhecidos por cerca de 50 diferentesdenominações populares, sendo que elas representamgeralmente grupos de espécies, e não espéciesbiológicas. Nosso trabalho verificou que tais grupos,num total de 53, correspondem a 100 espéciesbiológicas. Contudo, 36 desses grupos são formadospor apenas uma espécie (Tab. 1).O grupo dos bagres ou peixes-lisos é o maisdiversificado, com 22 espécies biológicas, seguido dosacarás com 15, aracus com 10, pacus com 6, piranhase branquinhas com 5 espécies cada (Tab. 1). Observe-se, no entanto, que o grupo dos bagres, caracterizadospelo corpo liso, sem escama, abrange vários sub-grupos com nomes específicos, como por exemplo:surubim, caparari, dourada, entre outros.Os peixes com maior participação nas feiras foram otambaqui e os jaraquis, correspondendo juntos a 47%da produção pesqueira. Essas duas espécies,juntamente com curimatã, matrinxã e tucunaré,perfazem cerca de 75% da produção total. Somando-seos pacus, as sardinhas, a pescada, a pirapitinga e ocaparari, constituem 90% da produção total domercado de Manaus.Além do tambaqui (Colossoma macropomum), matrinxã(Brycon amazonicus) e curimatã (Prochilodus nigricans),que são espécies únicas, os demais peixes dominantesforam Semaprochilodus insignis, no grupo dos jaraquis,Mylossoma duriventre, no grupo dos pacus, e Cichlamonoculus, no grupo dos tucunarés.Com exceção dos tucunarés, acarás e aruanã, que sãoterritorialistas e vivem em lagos, todas as espécies maisimportantes no mercado de Manaus são migradoras.Há uma grande oscilação nos níveis de participação dosdiferentes grupos de peixes ao longo do ano. Taisoscilações devem-se fundamentalmente às característicasecológicas das espécies, que podem se tornar maisvulneráveis à pesca (em função da formação decardumes em certas épocas do ano, por exemplo) oumais difíceis de serem capturadas (quando se dispersampelas grandes áreas de florestas alagadas durante ascheias). A produção pesqueira em Manaus é maior entreos meses de abril e novembro, com os picos ocorrendoentre agosto e outubro, o que coincide com os meses devazante. A Figura 4 mostra a variação da quantidade dopescado desembarcado mensalmente em Manaus com

Denominações Populares Nomes Científicos

ACARÁ (+) Astronotus crassipinnis (+++)Astronotus ocellatus (+)Caquetaia spectabilis (+)Chaetobranchopsis orbicularis (+)Chaetobranchus semifasciatus (+)Chaetobranchus flavescens (+)Geophagus proximus (+)Heros efasciatus (+)Hoplarchus psittacus (+)Hypselecara temporalis (+)Mesonauta festivus (+)Satanoperca jurupari (+)Satanoperca lilith (+)Symphysodon aequifasciatus (+)Uaru amphiacanthoides (+)

APAPÁ (+) Pellona castelnaeana (+++)Pellona flavipinnis (++)

ARACU (+) Anostomoides laticeps (+)Laemolyta varia (+)Leporinus agassizii (+)Leporinus falcipinnis (+)Leporinus fasciatus (+)Leporinus friderici (+)Leporinus trifasciatus (++)Rhytiodus argenteofuscus (+)Rhytiodus microlepis (++)Schizodon fasciatus (+++)

ARARI (+) Chalceus erythrurus

ARUANÃ (+) Osteoglossum bicirrhosum

BABÃO (+) Goslinia platynema

BACU-PEDRA (+) Lithodoras dorsalis

BICO-DE-PATO (+) Sorubim lima

BODÓ (+) Liposarcus pardalis

BRAÇO-DE-MOÇA (+) Hemisorubim platyrhynchos

Denominações Populares Nomes Científicos

BRANQUINHA (+) Curimata inornata (+)Potamorhina altamazonica (+++)Potamorhina latior (++)Potamorhina pristigaster (+)Psectrogaster amazonica (+)

CAPARARI (+) Pseudoplatystoma tigrinum

CARA-DE-GATO (+) Platynematichthys notatus

CUBIU (+) Anodus elongatus

CUIÚ-CUIÚ (+) Oxydoras niger

CURIMATÃ (++) Prochilodus nigricans

DENTE-DE-CÃO (+) Acestrorhynchus falcirostris

DOURADA (+) Brachyplatystoma rousseauxii

DOURADA-ZEBRA (+) Brachyplatystoma juruense

FILHOTE (+) Brachyplatystoma filamentosum

JACUNDÁ (+) Crenicichla sp. (+++)Crenicichla cincta (+)

JAÚ (+) Zungaro zungaro

JARAQUI (+++) Semaprochilodus insignis (+++)Semaprochilodus taeniurus (++)

JATUARANA (+) Brycon melanopterus

JEJU (+) Hoplerythrinus unitaeniatus

JUNDIÁ (+) Leiarius marmoratus

MANDI (+) Pimelodus blochii

MANDI-MOELA (+) Pimelodina flavipinnis

MANDI-PERUANO (+) Auchenipterus nuchalis

MANDUBÉ (+) Ageneiosus inermis

MAPARÁ (+) Hypophthalmus edentatus (+++)Hypophthalmus fimbriatus (+)Hypophthalmus marginatus (+++)

MATRINXÃ (++) Brycon amazonicus

ORANA (+) Argonectes longiceps (+)Hemiodus sp. (+++)

Tabela 1. Denominações populares e científicas dos peixescomercializados em Manaus, com indicação do grau desua importância econômica de acordo com os seguintescritérios: Destacada (+++, mais de 20%); Moderada(++, entre 5 e 20%); e, Insignificante (+, até 5%). Osgraus de importância indicados na primeira coluna sereferem à participação do grupo na produçãopesqueira geral, e os da segunda coluna ao grau deimportância de cada espécie no grupo a que pertence.

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Page 16: Peixes Comerciais de Manaus

Denominações Populares Nomes Científicos

PACU (++) Metynnis lippincottianus (+)Myleus rubripinnis (+)Myleus schomburgkii (+)Myleus torquatus (+)Mylossoma aureum (+)Mylossoma duriventre (+++)

PEIXE-CACHORRO (+) Cynodon gibbus

PEIXE-LENHA (+) Sorubimichthys planiceps

PESCADA (+) Plagioscion auratus (+)Plagioscion squamosissimus (+++)

PIRACATINGA (+) Calophysus macropterus

PIRAMUTABA (+) Brachyplatystoma vaillantii

PIRANAMBU (+) Pinirampus pirinampu

PIRANDIRÁ (+) Hydrolycus scomberoides

PIRARUCU (+) Arapaima gigas

PIRANHA (+) Pristobrycon striolatus (+)Pygocentrus nattereri (+++)Serrasalmus gouldingi (+)Serrasalmus rhombeus (+)Serrasalmus spilopleura (+)

PIRAPITINGA (+) Piaractus brachypomus

PIRARARA (+) Phractocephalus hemioliopterus

RIPA (+) Rhaphiodon vulpinus

SARDINHA (+) Triportheus elongatus (+++)Triportheus angulatus (++)

SURUBIM (+) Pseudoplatystoma fasciatum

TAMBAQUI (+++) Colossoma macropomum

TAMOATÁ (+) Hoplosternum littorale

TRAÍRA (+) Hoplias malabaricus

TUCUNARÉ (++) Cichla monoculus (+++)Cichla orinocensis (+)Cichla sp (+)Cichla temensis (++)

ZEBRINHA (+) Merodontotus tigrinus

Legenda: Destacada (+++, mais de 20%), Moderada (++, de 5 a 20%), e,Insignificante ( +, abaixo de 5%)

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Metr

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Desembarque Nivel rio

Figura 4. Curvas do nível do rio e da produção de pescado desembarcado em Manaus para os anos de 1994,1995 e 1996, segundo dados de Batista (1998).

relação ao nível da água do rio para os anos de 1994 a1996. A produção sobe com a subida da água, masquando o nível da água atinge o máximo ocorre umaqueda da produção, que volta a aumentar quando a águacomeça a baixar, sendo a menor produção no início daenchente (janeiro a março).A verificação de que o caparari (Pseudoplatystomatigrinum) tem uma participação expressiva nacomposição do pescado, ocupando o décimo lugar naprodução total, aliado ao fato de que essa espécieraramente figura em trabalhos anteriores sobreestatística pesqueira, sugere que ela pode estar sendoconfundida com o surubim (Pseudoplatystomafasciatum), um bagre muito parecido e com um nomebem mais conhecido. Esse fato pode estar ocorrendotambém com outros grupos de peixes, significandoque espécies realmente importantes na pesca estãosendo mascaradas sob o nome de outra espéciesemelhante e com nome mais popular ou maissugestivo à venda. Por outro lado, é possível que aabertura de novos mercados para essas espécies depeixes tenha produzido alterações desse tipo nosdesembarques de pescado regionais.Para um grande número de espécies não há literaturacientífica disponível; assim sendo, informações sobreaspectos biológicos relativos aos hábitos alimentares ereprodutivos não foram apresentadas ou foramfornecidas com certas ressalvas, com base em espécies

aparentadas. Esse fato mostra claramente a necessidadede se efetuar mais trabalhos básicos de biologia sobreas espécies que vêm sendo exploradas comercialmente.Apesar de suas limitações, acreditamos que o presenteestudo seja uma importante contribuição aoconhecimento dos peixes comercializados no mercadode Manaus, ao reunir num só volume informaçõestaxonômicas, biológicas e pesqueiras e também porevidenciar grupos de espécies que necessitam deestudos básicos de biologia e história natural.Espera-se que os nomes comuns aplicados nopresente trabalho, fruto de um grande levantamentojunto aos pescadores e comerciantes, possam ter suanomenclatura consagrada, o que contribuiria para aformação de uma base mais segura e coerente parafuturos trabalhos de estatística pesqueira e o manejodos recursos pesqueiros da região. Espera-se, acimade tudo, que os resultados deste trabalho sejam úteisaos técnicos das áreas de pesca e piscicultura e a todocidadão interessado no mais espetacular recursoalimentar da Amazônia ocidental, que são os peixes.

Fonte bibliográfica:Roberts, 1972; Böhlke et al., 1978; Meggers, 1984;

Santos, 1986/87; Merona, 1988; Bayley & PetrereJr., 1989; Ribeiro & Petrere Jr., 1990; Ruffino &Isaac, 1994; Cerdeira et al., 1997; Batista, 1998;Barthem, 1999; Goulding, 1999.

Page 17: Peixes Comerciais de Manaus

PEIXES MERCADO DE MANAUS

CONSIDERAÇÕES SOBRE TAXONOMIADesde a pré-história, quando o homem começou a secomunicar por palavras, ele classifica os seres vivos oubrutos, reais ou imaginários. Aos poucos, nossosancestrais foram aprendendo a diferenciar plantascomestíveis das venenosas, os solos férteis dos estéreis, eos metais mais apropriados para a confecção deutensílios e armas. Ao longo da história, o homemaprendeu que a prática de classificar seres e objetosfacilita a manipulação e a compreensão das coisas edos fatos, além de permitir que esse conhecimentoseja compartilhado entre pessoas, constituindo-se emum eficiente método de comunicação.Classificar é agrupar tipos com características comuns,tendo por objetivo tornar mais fáceis os conhecimentosgerais, particulares e comparativos. Em cada um dosidiomas existentes, os seres vivos receberam nomes,formando uma coletânea de muitos milhares dedenominações, impossíveis de serem conhecidas nomundo todo. Esse fato gerou a necessidade de sepadronizar todos os nomes dos seres vivos de modo que adenominação de qualquer um deles seja entendida emqualquer língua.Taxonomia, formada pela junção das palavras gregastaxon, que significa ordem ou arranjo, e nomos, quesignifica lei ou norma, é a ciência que lida com a descrição,identificação e classificação dos organismos,individualmente ou em grupo.Um sistema natural de classificação não se baseia apenasna morfologia e na fisiologia dos organismos adultos, mastambém no desenvolvimento embrionário dos indivíduos,nas características genéticas de cada espécie, na suadistribuição geográfica e no posicionamento dos seresperante seus ancestrais no processo de evolução dasespécies.Após muitas tentativas, em 1758 um médico ebotânico sueco, Karl von Linné, conhecido comoLineu, publicou o livro “Systema Naturae” no qualpropunha um sistema de classificação para as espéciesde plantas e animais, baseado em dois nomes, daí essesistema ser conhecido como classificação binominal.Em 1901, essas regras foram adotadas como padrãoe foram revistas em 1927 e 1961.As principais regras desse sistema são:1. Na designação científica, os nomes devem ser latinos oulatinizados.

2. Em obras impressas, todo nome científico deve serescrito em itálico (tipo de letra fina e inclinada),diferente do corpo tipográfico usado no texto corrido.Em trabalhos manuscritos, esses nomes devem sergrifados.3. Cada organismo deve ser reconhecido por umadesignação binominal, em que o primeiro termoidentifica o seu gênero e o segundo sua espécie.4. O nome relativo ao gênero deve ser um substantivosimples ou composto, escrito com inicial maiúscula.5. O nome relativo à espécie deve ser um adjetivo escritocom inicial minúscula.

No geral, as divisões taxonômicas na Zoologia são asseguintes:Espécie: grupamento de indivíduos com profundassemelhanças recíprocas (estruturais e funcionais), quemostram ainda acentuadas similaridades bioquímicas,idêntico cariótipo (conjunto de cromossomos) ecapacidade de reprodução entre si, originando novosdescendentes férteis e com o mesmo conjunto geral decaracterísticas.Gênero: conjunto de espécies semelhantes, embora nãoidênticas, e mais aparentadas entre si do que comquaisquer outros grupos de organismos.Família: conjunto de gêneros afins, isto é, muito próximosou parecidos, embora possuam diferenças maissignificativas do que a divisão em gêneros. Levam aterminação “idae”.Ordem: conjunto de famílias semelhantes; no caso dospeixes, todos os nomes de ordem terminam com osufixo “iformes”.Classe: conjunto de ordens afins.Filo: conjunto de classes afins.

Com base nesse sistema, o curimatã, por exemplo,seria assim classificado:Espécie: Prochilodus nigricansGênero: ProchilodusFamília: ProchilodontidaeOrdem: CharaciformesClasse: TeleostomiFilo: ChordataReino: Animalia ou Metazoa

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Page 18: Peixes Comerciais de Manaus

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO PARA AS ORDENS DE PEIXESCOMERCIAIS ENCONTRADAS NO MERCADO DE MANAUS

1. Corpo nu, sem escamas ou coberto total ouparcialmente com placas ósseas.......................................................... SILURIFORMES(bagres)

1a. Corpo coberto de escamas ................................. 2

2. Nadadeiras dorsal, anal e pélvica com alguns raiosduros, em forma de espinho; nadadeira pélvicasituada logo abaixo ou à frente da nadadeirapeitoral ............................................... PERCIFORMES(Acará, Jacundá, Pescada, Tucunaré)

2a . Nadadeiras com todos os raios moles eflexíveis .................................................................... 3

3. Língua ossificada e bastante áspera; nadadeirasdorsal e anal longas, quase unidas à nadadeiracaudal ................................... OSTEOGLOSSIFORMES(Aruanã, Pirarucu)

3a. Língua normal, carnosa e lisa; nadadeiradorsal normalmente distante da nadadeiracaudal ..................................................................... 4

4. Boca voltada para cima, uma fileira de espinhos naregião mediana do ventre e ausência de nadadeiraadiposa ................................. CLUPEIFORMES(Apapá)

4a. Boca em posição variável, geralmente terminal;ausência de espinhos na região ventral (exceção:piranhas e pacus); nadadeira adiposa presente(exceção: traíras e jejus) ............... CHARACIFORMES(Branquinha, curimatã, jaraqui, matrinxã, pacus,piranhas)

Identificar um peixe ou outro organismo qualquer éconhecer o nome cientifico da espécie ou categoriasuperior (gênero, família, ordem, classe, etc.) a quepertence. Para isso, diferentes meios são utilizados,sendo os mais comuns a consulta a especialistas, acomparação com a descrição original da espécie,fotografias ou exemplares previamente identificados eas “chaves de identificação”.Uma chave de identificação é elaborada a partir doordenamento, em forma dicotômica (= duas saídas),dos dados morfológicos e anatômicos básicos,característicos de cada espécie ou outra categoria emquestão. Normalmente, tal dicotomia inicia-se com oconjunto de caracteres precedido do número 1,seguido do conjunto de caracteres alternativosprecedidos do número 1a, e assim, sucessivamente,até o último.Para a correta utilização das chaves de identificação éimportante que a seqüência de alternativas seja feitacom cuidado e passo a passo, sempre confrontandoos dados do exemplar analisado, com os dadosfornecidos pela chave. Caso esses dados sejamconcordantes, chega-se a um determinado nome, quedeve ser o nome da espécie ou categoria em questão.Caso os dados sejam discordantes, passa-se para aalternativa seguinte, até que se chegue a outro nome.Caso se chegue à última alternativa da chave, sem quecom isso seja possível determinar o nome da espécieou categoria em questão, o processo deve serreiniciado, para conferência. Se, mesmo assim, não sechega a um resultado satisfatório, é sinal que a chavenão contempla a espécie ou outra categoria a que oexemplar sob análise pertence e nesse caso, aidentificação não pode ser feita pela chave, requerendoa consulta a outros meios.A seguir é apresentada uma chave de identificação paraas diversas ordens às quais os peixes apresentados nopresente trabalho pertencem. É com base nela que ocatálogo foi estruturado, sendo também cada umadelas indicada por uma cor de fundo diferente dasoutras.

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FAMÍLIA ARAPAIMATIDAEFamília de peixes com características primitivas econfinada às águas doces da África (Heterotisniloticus) e América do Sul (Arapaima gigas). Seusrepresentantes são caracterizados pela língua óssea eespinhosa, bastante áspera ao tato; corpo cilíndricona porção anterior e ligeiramente comprimido naporção posterior; escamas grandes e imbricadas, emforma de mosaico; nadadeiras dorsal e anal muitoalongadas, contornando grande parte da porçãoposterior do corpo e quase se unindo à nadadeiracaudal, que é curta. Até recentemente, os peixesdessa família eram incluídos na famíliaOsteoglossidae.Fonte bibliográfica: Neves, 1995; Queiroz, 1999;Ferraris Jr., 2003.

Nome científico: Arapaima gigas (Schinz, 1822).Outros nomes comuns: Bodeco, pirosca; paiche(Colômbia, Peru).Diagnose: Grande porte, chegando a mais de 2m e 200kg;corpo roliço; região ventral com seção arredondada. É opeixe mais famoso e emblemático da ictiofauna amazônica,não somente pelo seu porte, mas também pelo papelhistórico que tem desempenhado na pesca e, portanto, nasócioeconomia da região. O nome comum é de origemindígena, significando peixe (pira) e vermelho (urucu), emreferência à coloração de suas escamas.Biologia: Carnívoro, consome basicamente peixes eocasionalmente camarões, caranguejos e insetos; éterritorialista, tem preferência por lagos e não realiza migraçõesconsideráveis; respiração aérea obrigatória, permitindo ao peixepermanecer vivo fora da água por mais de 24 horas, desdeque seu corpo seja mantido úmido; a tomada de aratmosférico é vital e os adultos não tolerampermanecer submersos sem vir à tonapor mais de 40 minutos. Anecessidade de repetidas subidasà superfície se constitui numagrande ameaça para o pirarucu,tanto para adultos, que são alvoda pesca, quanto para osjovens que se tornam presasfáceis para predadores,principalmente aves. O início damaturação ocorre normalmente após o

quarto ou quinto ano de vida, em exemplares com 40 a 45kge 1,6 a 1,85m de comprimento. A desova é parcelada, já queos óvulos são expelidos em diferentes lotes ao longo do ano, eocorre com mais freqüência durante a subida do nível dos rios,entre outubro e abril. A fecundidade média é deaproximadamente 11.000 ovócitos; a larva eclode com cercade 12mm de comprimento. Há dimorfismo sexual no períododa reprodução: os machos ficam com a região posterior dacabeça e o dorso escurecidos e o flanco e ventreavermelhados. Os reprodutores fazem escavações deaproximadamente 30cm de diâmetro e 20cm deprofundidade, em lugares rasos, com menos de 1m deprofundidade, onde depositam os produtos gonadais eprotegem a prole. As larvas recém-nascidas permanecem noninho até por volta do quinto dia e depois começam a nadar ese agrupar em torno da cabeça do pai, que as protege contrapredadores. Os alevinos com cerca de um mês, tendo entre 8a 10cm de comprimento, normalmente já perderam a vesículavitelínica, tendo que buscar fontes alimentares externas,geralmente invertebrados e pequenos peixes.Importância econômica: Insignificante. Em 1895 JoséVeríssimo já afirmava que o pirarucu era a base da alimentaçãoamazônica, comparando seu papel ao da carne seca no sul doBrasil, e ao bacalhau na Europa e América do Norte. No séculoXIX a salga do pirarucu era tão importante que determinavauma época da região: “o tempo da salga”, que ocorre entresetembro e outubro. A forma de conservação desse peixe, asalga, além de seu tamanho e sabor, fizeram com que ele fossea principal fonte alimentícia das populações locais, já que a salgamantém a carne do pirarucu comestível por longos períodos,o que era fundamental numa época que não existiam outrosmeios de conservação de alimentos por longo tempo, como oresfriamento ou congelamento atuais. Embora hoje suaimportância seja insignificante, deve-se salientar que essaespécie, embora em pequenas quantidades, tem uma

presença constante nas feiras e mercados, tanto na forma depeixe salgado quanto na de peixe fresco. Assim sendo, aparticipação do pirarucu nas estatísticas pesqueiras podeser não apenas um reflexo de uma real diminuição da suaprodução, mas também de uma falha na coleta de dadosestatísticos. É bem provável que esse peixe não estejaentrando no mercado de Manaus por meio dos barcospesqueiros, que são amostrados no desembarque, maspor meio de outras vias, como os “recreios”, resultandoque sua produção não seja corretamente computada.Atualmente o pirarucu já é considerado por muitos comovulnerável, fato decorrente do intenso esforço de pescaque vem sendo aplicado sobre essa espécie desde o inícioda colonização da Amazônia. Apesar das medidas legaistomadas para sua proteção (proibição da captura deexemplares com tamanho abaixo daquele da primeiramaturação gonadal e proibição da captura na época dedesova), essa espécie continua sendo exploradaindiscriminadamente, pois é encontrada nos principaismercados e feiras durante todos os períodos do ano.Devido, sobretudo, à baixa densidade dos estoques e àsmedidas controladoras de sua captura, o pirarucu setornou um tipo de pescado bastante disputado, sendo omais caro da Amazônia. Atualmente seu preço nomercado de Manaus gira em torno de R$ 10,00 o quilo.Considerando um peso médio de 50 quilos para ospeixes de bom tamanho para comercialização, deduz-seque um exemplar renda cerca de R$ 500,00, o quecorresponde ao preço médio de um animal bovino degrande porte. Felizmente, experiências de manejo deestoques no ambiente natural, como tem ocorrido naárea da Reserva de Desenvolvimento SustentávelMamirauá, e os esforços para criação da espécie emcativeiro, dão um novo alento à preservação do pirarucuna Amazônia.

PIRARUCUOSTEOGLOSSIFORMES

ARAPAIMATIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS 18

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ARUANÃOSTEOGLOSSIFORMES

OSTEOGLOSSIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

FAMÍLIA OSTEOGLOSSIDAEOs representantes dessa família diferem dos membrosda família Arapaimatidae por apresentar pequenosbarbilhões na extremidade da maxila inferior ou queixo;ter o corpo muito comprimido lateralmente; oabdômen em forma de quilha, e a boca marcadamenteoblíqua. Existem cinco espécies de peixes nessa família,sendo que uma ocorre no sudeste da Ásia, duas naAustrália e Nova Guiné e duas na Amazônia. Somenteuma espécie foi encontrada nos mercados.Fonte bibliográfica: Aragão, 1980; Ferraris Jr., 2003.

Nome científico: Osteoglossum bicirrhosum (Cuvier,1829)Outros nomes comuns: Aruanã-branca, sulamba,macaco-d’água, baiano; arawana (Colômbia).

Diagnose: Porte grande, atinge mais de 1m e 5kg.Existe outra espécie descrita para a Amazônia, O.ferreirai, conhecida como aruanã-preta, restrita ao rioNegro, sendo diferenciada de O. bicirrhosum por termais raios nas nadadeiras dorsal (52-58 contra 42-50)e anal (61-67 contra 49-58), e mais escamas na linhalateral (37-40 contra 30-37). A distinção entre asespécies é mais fácil na fase juvenil, quando osindivíduos de O. bicirrhosum apresentam coloraçãogeral prateada e os de O. ferreirai ostentam uma faixalateral negra no corpo.Biologia: Carnívoro, consome invertebrados,principalmente insetos da ordem Coleoptera(besouros) e aranhas, além de peixes eocasionalmente anfíbios, répteis, aves e pequenos

mamíferos. Para capturar o alimento fora d´água,chega a pular até dois metros de altura acima dasuperfície. A reprodução ocorre durante a subida daságuas e os pais dispensam cuidados à prole, com osmachos acolhendo os ovos e os filhotes na boca. Operíodo de proteção dura cerca de três meses, duranteo qual os pais não se alimentam; fecundidade baixa,entre 100 e 210 óvulos. Ocorre comumente em lagose áreas marginais de rios.Importância econômica: Insignificante, mas ocorre commuita freqüência. O filé dessa espécie é comumenteencontrado à venda nos supermercados da cidade,mostrando ter um bom potencial de exploraçãoeconômica. É também utilizado como peixe ornamental,principalmente quando jovem.

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CLUP

EIFOR

MES

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APAPÁ-AMARELOCLUPEIFORMES

PRISTIGASTERIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

FAMÍLIA PRISTIGASTERIDAEEssa família inclui as sardinhas marinhas costeiras queocorrem em todos os oceanos tropicais e nas águas docesda América do Sul e do sudeste da Ásia. Elas sãodistinguidas externamente de outras sardinhas (Clupeidae)pela nadadeira anal longa, com 30 ou mais raios e corpocomprimido lateralmente; têm hábito principalmentepiscívoro e vivem em zonas abertas de rios e boca delagos. Até recentemente os peixes dessa famíliaestavam incluídos na família Clupeidae. Na Amazôniabrasileira são reconhecidos três gêneros (Ilisha,Pellona e Pristigaster) com pelo menos cinco espécies,sendo que duas delas foram encontradas no mercadode Manaus. Sua participação no pescado éinsignificante, em torno de 0,1% da produção total,entretanto, é um peixe relativamente freqüente.Fonte bibliográfica: Ferreira et al., 1998; Pinna & Dario,2003.

Nome científico: Pellona castelnaeana (Valenciennes,1847).Outros nomes comuns: Sardinhão-amarelo; bacalao(Colômbia); sardinón (Bolívia).Diagnose: Porte grande, até 60cm; 10 a 11 espinhosna linha abdominal entre a base das nadadeiras ventrale anal; e 11 a 13 rastros no ramo inferior do primeiroarco branquial; coloração amarelada, mais intensa nodorso.Biologia: Piscívoro.Importância comercial: Insignificante, no geral;destacada no grupo.

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Page 26: Peixes Comerciais de Manaus

APAPÁ-BRANCOCLUPEIFORMES

PRISTIGASTERIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

Nome científico: Pellona flavipinnis (Valenciennes, 1836).Outros nomes comuns: Sardinhão-branco; sardinón(Bolívia).Diagnose: Porte grande, até 50cm; 13 a 14 espinhosna linha abdominal entre a base das nadadeiras ventrale anal; 25 a 29 rastros branquiais no ramo inferior doprimeiro arco branquial; coloração esbranquiçada.Biologia: Carnívoro, consome principalmenteinvertebrados (insetos).Importância econômica: Insignificante, no geral;moderada no grupo.

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CHAR

ACIFO

RMES

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CHARACIFORMES

ACESTRORHYNCHIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

FAMÍLIA ACESTRORHYNCHIDAEOs membros dessa família alcançam de 15 a 35cm decomprimento padrão e apresentam corpo alongado,ligeiramente comprimido; escamas diminutas, fracamenteimplantadas; focinho longo e pontudo; boca terminal, coma maxila superior ligeiramente maior que a inferior; dentescaniniformes, de diferentes tamanhos, alguns em forma depresa, em ambas as maxilas; placa de dentes no palato;primeiro osso da série infra-orbital bastante longo eestreito e cobrindo a maior parte do osso maxilar; rastrosdo primeiro arco branquial pequenos, laminares eespinhosos; nadadeira dorsal localizada na porçãoposterior do corpo; hábito piscívoro; preferência por lagos,igarapés e áreas marginais de rios. A família inclui umgênero e cerca de 15 espécies, com insignificanteparticipação na pesca comercial; ocasionalmente, asespécies de menor porte são utilizadas na aquariofilia. Nomercado foi encontrada apenas uma espécie.Fonte bibliográfica: Menezes & Géry, 1983; Lucena &Menezes, 1998; Menezes, 2003.

DENTE-DE-CÃO

Nome científico: Acestrorhynchus falcirostris (Cuvier,1819).Outros nomes comuns: Uéua, cachorro, cachorrinho;peje perro (Peru).Diagnose: Porte grande, até 35cm; altura máxima docorpo contida aproximadamente seis vezes nocomprimento padrão; dentes caninos de diferentestamanhos; maxila superior com um par de presasrelativamente grandes, atrás de um par de pequenosdentes cônicos, encobertos por tecido carnoso; linhalateral com 140 a 175 escamas; 30 a 37 séries deescamas entre a origem da nadadeira dorsal e a linhalateral e 17 a 22 séries entre esta e a base da nadadeiraanal. A família foi criada recentemente para abrigar osrepresentantes do gênero Acestrorhynchus, antesincluídos em Acestrorhynchinae, como subfamília deCharacidae.Biologia: Piscívoro; caça as presas próximo à vegetação;apresenta preferência por peixes de pequeno porte, osquais são engolidos inteiros, às vezes em grandenúmero; há evidências de que desova mais de uma vezpor ano.Importância econômica: Insignificante.

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Page 30: Peixes Comerciais de Manaus

CHARACIFORMES

ANOSTOMIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

FAMÍLIA ANOSTOMIDAEOs membros dessa família possuem corpo alongado efusiforme; nadadeira anal curta, normalmente com novea onze raios; narinas anteriores com uma expansãocarnosa em forma de tubo; abertura branquial unida aoistmo; boca pequena, não protrátil; processoascendente do pré-maxilar bem desenvolvido, maxilasrelativamente curtas; dentes incisivos, côncavosinternamente, numa única fileira, em forma de escada,firmemente implantados, em número de 6 a 8 em cadamaxila; esses peixes, quando parados, normalmente seposicionam com a cabeça voltada para baixo; hábitoalimentar herbívoro a onívoro, consumindo basicamentefrutos, sementes, raízes, esponjas, insetos e outrosinvertebrados aquáticos. A maioria das espécies formacardumes e empreende migrações tróficas ereprodutivas e algumas delas têm destacada importância

ARACU-CABEÇA-GORDA

Nome científico: Anostomoides laticeps (Eigenmann,1912).Outros nomes comuns: Aracu.Diagnose: Porte médio, até 30cm; boca ligeiramentevoltada para cima; 8 dentes firmemente implantadosem cada maxila, sendo alguns da maxila superiorfracamente cuspidados e os demais incisiformes;

na pesca comercial e de subsistência. A família éformada por 12 gêneros e cerca de 140 espécies. Aparticipação desse grupo é insignificante,correspondendo a menos de 1% da produção total,entretanto, é um dos mais diversificados grupos depeixes no mercado de Manaus, representado por cincogêneros e 10 espécies.Fonte bibliográfica: Géry, 1977; Garavello, 1979;Santos, 1980a; b; 1981; 1982; Winterbotton, 1980;Santos & Jegu, 1989; 1996; Garavello & Britski, 2003.

coloração cinza com uma a três faixas transversaisdifusas sobre o tronco, sendo mais destacada aquelasituada entre as nadadeiras dorsal e ventral;ocasionalmente, ocorre também uma listra longitudinalincipiente, ao longo da linha lateral, mais evidente naporção posterior do corpo.Biologia: Onívoro, consome material vegetal e insetos; fazmigrações e desova uma vez por ano, provavelmente noalto curso dos rios; ocorre principalmente em rios daperiferia da bacia amazônica.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo, apesar de ser um dos aracus de maior porte.

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Page 31: Peixes Comerciais de Manaus

CHARACIFORMES

ANOSTOMIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ARACU-CABEÇA-GORDANome científico: Leporinus agassizi Steindachner, 1876Outros nomes comuns: Aracu; lisa (Colômbia, Peru).Diagnose: Porte grande, até 35cm; coloração cinza-amarronzada, com uma listra escura ao longo docorpo, iniciando-se na altura da nadadeira dorsal e seestendendo até o final do pedúnculo caudal; linha lateralcom 39 a 41 escamas; nadadeira adiposa com o centroalaranjado e a extremidade escura.

Biologia: Onívoro, consome principalmente insetos esementes; faz migrações e desova no início daenchente; ocorre principalmente nos afluentes de águaclara e escura.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo, apesar de ser um dos aracus de maior porte e maisapreciados na pesca.

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Page 32: Peixes Comerciais de Manaus

CHARACIFORMES

ANOSTOMIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ARACU-CABEÇA-GORDA

Nome científico: Leporinus friderici (Bloch, 1794).Outros nomes comuns: Aracu; boga (Bolívia); lisa(Peru).Diagnose: Porte médio, até 30cm; coloração castanhaa acinzentada, mais escura no dorso que no ventre;três ou ocasionalmente duas manchas escurasarredondadas ao longo da linha mediana do corpo;linha lateral com 39 a 41 escamas; cinco fileiras deescamas entre a nadadeira dorsal e a linha lateral e 4,5a 5 entre essa e a nadadeira ventral.

Biologia: Onívoro, consome insetos e material vegetal;ampla distribuição, inclusive fora da bacia amazônica,ocorre em vários tipos de água, sendo tambémencontrado em áreas alteradas, nos arredores dasgrandes cidades.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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Page 33: Peixes Comerciais de Manaus

CHARACIFORMES

ANOSTOMIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ARACU-CABEÇA-GORDA

Nome científico: Leporinus trifasciatus Steindachner,1876.Outros nomes comuns: Aracu; boga (Bolívia); lisa(Peru).Diagnose: Porte grande, até 40cm; corpo robusto,coloração cinza-escuro no dorso e cinza-claro noventre; três faixas transversais escuras sobre o tronco,sendo mais destacada aquela situada entre asnadadeiras dorsal e ventral; uma mancha arredondada

na base do pedúnculo caudal; parte inferior da cabeça eregião opercular alaranjadas; 6 dentes em cada maxila;linha lateral com 43 escamas, 6 fileiras horizontais deescamas entre a nadadeira dorsal e a linha lateral.Biologia: Onívoro, consome larvas de insetos ematerial vegetal; ocorre comumente em rios e lagos deágua branca.Importância econômica: Insignificante no geral;moderada no grupo.

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Page 34: Peixes Comerciais de Manaus

CHARACIFORMES

ANOSTOMIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ARACU-CANETANome científico: Laemolyta varia (Garman, 1890).Outros nomes comuns: Aracu.Diagnose: Porte médio, até 25cm; boca ligeiramentevoltada para cima; dentes da maxila superiorcuspidados e os da inferior com borda plana; porçãobasal do lábio inferior normalmente clara; coloraçãocinza, com uma a três faixas escuras transversais,geralmente esmaecidas; uma listra escura horizontal ao

longo do corpo; 6 a 6,5 séries de escamas entre aorigem da nadadeira dorsal e a linha lateral.Biologia: Onívoro, consome material vegetal e detritos;faz migrações e desova no início da enchente; ocorretanto em lagos quanto no canal do rio.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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Page 35: Peixes Comerciais de Manaus

CHARACIFORMES

ANOSTOMIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ARACU-COMUM

Nome científico: Schizodon fasciatus Spix & Agassiz, 1829.Outros nomes comuns: Aracu; boga (Bolívia); lisa(Colômbia, Peru).Diagnose: Porte grande, até 40cm; 8 dentes largos emulticuspidados em cada maxila; coloração cinza,intercalada por quatro faixas transversais escuras sobre otronco e uma mancha arredondada na extremidade dopedúnculo caudal.

Biologia: Herbívoro, consome algas, frutos, sementese folhas de gramíneas aquáticas; ocorre em rios deágua branca; reproduz-se uma vez por ano, no inícioda enchente; os alevinos se desenvolvem em lagos,normalmente entre os capins aquáticos.Importância econômica: Insignificante no geral edestacada no grupo. É a espécie mais importante entre osaracus.

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CHARACIFORMES

ANOSTOMIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ARACU-FLAMENGONome científico: Leporinus fasciatus (Bloch, 1794).Outros nomes comuns: Aracu; omima amarilla y negra(Colombia).Diagnose: Porte grande, até 35cm; 8 a 10 faixasescuras sobre fundo amarelo no tronco e cabeça; linhalateral com 43 a 45 escamas; 7 a 8 séries de escamasentre a origem da nadadeira dorsal e a linha lateral; nosjovens, com cerca de 5cm, algumas das faixasapresentam-se fundidas, separando-se à medida quecrescem.

Biologia: Onívoro, consome material vegetal e larvasde insetos; migrações reprodutivas, com desova umavez por ano, no início da enchente; ocorre comumentenas margens de rios e lagos de água branca.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo, apesar do porte e de ser muito apreciado naalimentação.

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CHARACIFORMES

ANOSTOMIDAE

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ARACU-PAU-DE-NEGONome científico: Rhytiodus argenteofuscus Kner, 1858.Outros nomes comuns: Aracu-pau-de-vaqueiro.Diagnose: Porte médio, até 30cm; boca ligeiramentevoltada para cima e cada maxila com 8 dentes incisivosde base estreita e bordas largas, ligeiramentecôncavas, com saliências pontudas; coloração cinza-escuro no dorso e cinza-claro no ventre, havendo umalinha reta separando esses dois padrões de coloração;escamas pequenas, em número de 52 a 55 na linha

lateral; 7 fileiras horizontais de escamas entre anadadeira dorsal e a linha lateral.Biologia: Herbívoro, consome algas e raízes de plantasaquáticas; desova uma vez por ano e os jovens sedesenvolvem em lagos de água branca, normalmentesob os capins aquáticos; ocorre comumente em lagose rios de água branca.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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CHARACIFORMES

ANOSTOMIDAE

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ARACU-PAU-DE-NEGO

Nome científico: Rhytiodus microlepis Kner, 1858.Outros nomes comuns: Aracu-pau-de-vaqueiro;seferino (Bolívia).Diagnose: Porte grande, até 40cm; espécie semelhantea R. argenteofuscus, diferindo desta pelo maior númerode escamas da linha lateral (86 a 92 em vez de 52 a 55) epelo colorido, uniformemente escuro ou amarronzado;ocasionalmente, ocorrem zonas mais escuras, em forma

de faixas incipientes sobre o tronco.Biologia: Herbívoro, consome algas e raízes de plantas;desova uma vez por ano e os jovens se desenvolvemgeralmente sob os capins aquáticos; ocorre comumenteem águas brancas, sobretudo em lagos.Importância econômica: Insignificante no geral emoderada no grupo. É a espécie de maior porte entreos aracus comercializados em Manaus.

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CHARACIFORMES

ANOSTOMIDAE

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ARACU-TESOURA

Nome científico: Leporinus falcipinnis Mahnert, Géry& Müller, 1997.Outros nomes comuns: Aracu.Diagnose: Porte grande, até 35cm; colorido de fundoamarelado com 12 a 14 faixas escuras, algumas delasunidas parcial ou totalmente; linha lateral com 41 a 43escamas; nadadeira caudal profundamente furcada;dorsal pontiaguda, com os primeiros raios bem maioresque os demais; nos jovens com cerca de 15cm, as

faixas sobre o corpo encontram-se anastomosadas,separando-se à medida que o peixe cresce; diferebasicamente de L. fasciatus pelo maior número dasfaixas transversais sobre o corpo.Biologia: Onívoro, consome insetos, esponjas e materialvegetal; ocorre apenas em rios de água preta, sendocomum no rio Negro.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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CHARACIFORMES

CHARACIDAE

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ARARIFAMÍLIA CHARACIDAE: Jatuarana, Matrinxã, Pacu,Piranha, Sardinha, Tambaqui, entre outros.É a família mais numerosa da ordem Characiformes,abrigando cerca da metade das espécies dessa ordem.Para melhor compreendê-la, muitos autores a subdividemem várias subfamílias, mesmo que as relações deparentesco entre elas ainda não estejam devidamenteestabelecidas. Na família estão incluídas espécies de porterelativamente grande e bem conhecidas, como a matrinxã(Bryconinae), piranhas, pacus, pirapitinga e tambaqui(Serrasalminae), e também espécies miúdas e de difícilidentificação, como as piabas (Tetragonopterinae). Dianteda alta diversidade e da falta de estudos sistemáticos, nãose pode ainda traçar características exclusivas para osmembros dessa família, entretanto eles se caracterizambasicamente pela presença de dentes em ambas as

Nome científico: Chalceus erythrurus (Cope, 1870).Outros nomes comuns: Rabo-de-fogo; sardinacolimorada (Colômbia).

maxilas; nadadeira anal relativamente longa; adiposa quasesempre presente (ausente somente em Erythrinidae); ossomaxilar geralmente denteado, principalmente na seçãopróxima à sua junção com o pré-maxilar. A família inclui 12subfamílias, aproximadamente 145 gêneros e 950 espéciesdescritas. No mercado de Manaus foram encontradas 18espécies, pertencentes a 11 gêneros.Fonte bibliográfica: Géry, 1972; 1977; Goulding, 1980;Paixão, 1980; Howes, 1982; Borges, 1986; Villacorta-Correa, 1987; 1997; Jegu & Santos, 1988; Zaniboni Filho,1992; Bittencourt, 1994; Machado-Allison & Fink, 1996;Oliveira, 1997; Zanata, 1997; Araujo-Lima & Goulding,1997; 1998; Lucena & Menezes, 1998; Pizarro, 1998;Lucena, 2000; Lima, 2001; 2003; Jegu, 2003.

Diagnose: Porte pequeno, até 20cm; perfil da regiãoabdominal arredondado; coloração cinza-prateado;nadadeiras caudal e anal vermelhas e pélvicasamarelas; escamas muito desenvolvidas, formandoapenas 3 fileiras entre a origem da nadadeira dorsal e alinha lateral e 2 entre esta e a base da ventral; linhalateral baixa, passando pela região abdominal, sendoas escamas perfuradas menores que as do restante docorpo; nadadeira anal curta, com 8 a 9 raiosramificados; lóbulo inferior da nadadeira caudalnormalmente maior e mais largo que o superior.Biologia: Onívoro, consome principalmente insetos,frutos e sementes; ocorre comumente nas áreasalagadas das cabeceiras de rios de pequeno a médioporte.Importância econômica: Insignificante, entretanto,apresenta certa importância na aquariofilia.

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CHARACIFORMES

CHARACIDAE

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JATUARANA

Nome científico: Brycon melanopterus (Cope, 1872).Outros nomes comuns: Matrinxã; sábalo, sabaleta(Colômbia).Diagnose: Porte grande, até cerca de 35cm; dentesmulticuspidados em 3 a 4 fileiras na maxila superior e 2fileiras na mandíbula, sendo a fileira principal formadapor dentes robustos e atrás da qual ocorre um par dedentes cônicos; uma mancha negra, difusa, iniciando-se na altura das nadadeiras ventrais, seguindo emdireção ao pedúnculo caudal e daí subindodiagonalmente pela nadadeira caudal; linha lateralcom 62 a 68 escamas; uma mancha preta ou cinza-escura na região umeral, imediatamente acima da linha

lateral. Existe certa confusão na atribuição dos nomesmatrinxã e jatuarana, pois as espécies são muitoparecidas e pertencentes a um mesmo gênero. Nãoraro, esses nomes são aplicados inversamente, isto é,a espécie denominada matrinxã num local, édenominada jatuarana em outro e vice-versa.Biologia: Onívoro, alimenta-se de frutos, sementes,artrópodes e explora intensivamente o igapó; desova total,no período de enchente. Ao contrário da matrinxã, não fazmigração reprodutiva em direção aos rios de água branca,desovando nos próprios afluentes em que habitam; ocorrepredominantemente em rios de água clara e preta.Importância econômica: Insignificante.

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CHARACIDAE

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MATRINXÃNome científico: Brycon amazonicus (Spix & Agassiz,1829).Outros nomes comuns: Rabo-de-fogo; sardinacolimorada (Colômbia).Diagnose: Porte grande, alcançando cerca de 40cm;dentes multicuspidados em 3 a 4 fileiras na maxila superiore duas fileiras na maxila inferior, sendo a principalformada por dentes robustos e atrás da qual ocorreum par de dentes cônicos; coloração cinza-amarelado,mais clara no ventre; escamas com as bordas escuras,formando linhas contínuas sinuosas, mais evidentes naporção terminal do corpo, onde aparecem em formade ziguezague; linha lateral com 69 a 80 escamas.

Biologia: Onívoro, consome basicamente frutos,sementes, insetos e outros invertebrados; os jovens epré-adultos têm maior preferência por peixes eartrópodes, enquanto os adultos preferem frutos esementes. Faz migração reprodutiva no início daenchente, quando desce os afluentes para desovar nosrios de água branca; realiza também uma migraçãotrófica, quando sobe os rios, na enchente/cheia, parase alimentar na floresta alagada. Além disso, faztambém deslocamentos de dispersão, quando deixa asáreas que estão secando e penetra no leito dos rios.Os alevinos e jovens são criados nas áreas de várzea,no período que vai da enchente até a seca; os adultos

e jovens recrutados das áreas de várzea fazem“arribação”, isto é, dispersam rio acima no período daseca. A pré-desova, que corresponde à fase derepouso e início da maturação gonadal ocorreenquanto os adultos permanecem no canal dosafluentes, no período de seca; o comprimento padrãomédio de primeira maturação sexual se dá em torno de32cm.Importância econômica: Moderada; entretanto, nasépocas de migração, ela apresenta importância destacada.Além da importância na pesca, é também um dos peixesmais utilizados na aqüicultura regional.

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CHARACIDAE

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PACU-BRANCOPPPPPACUSACUSACUSACUSACUSPacu é um nome aplicado a um conjunto de pelo menosoito gêneros e aproximadamente trinta espécies, sendoque nos mercados da Amazônia Central, asmais comuns pertencem aos gênerosMylossoma e secundariamente a Myleus eMetynnis, todos eles pertencentes àsubfamília Serrasalminae. Ascaracterísticas básicas desse grupo sãoo corpo bastante comprimido e alto,quase redondo; uma série de escudosósseos, em forma de serra, no ventre;dentes incisivos largos, algunsmolariformes, próprios para quebrar frutos esementes; os dentes se distribuem em duasfileiras na maxila superior e apenas uma namaxila inferior, sendo que atrás destageralmente ocorre um par de dentes na regiãomediana ou sinfisial; osso maxilar curto, semdentes; escamas diminutas; nadadeira dorsallonga, geralmente filamentosa nos machos,por ocasião da reprodução. Os pacus têmimportância relativa em torno de 5% daprodução total, representando o sexto lugarentre os peixes mais comercializados nomercado de Manaus. Durante a vazante,quando os peixes estão migrando no leito dorio e são mais vulneráveis à pesca, estaparticipação praticamente dobra, chegando a12%. No mercado de Manaus foramencontradas seis espécies de pacus, além dapirapitinga.

Nome científico: Myleus rubripinnis (Müller &Troschel, 1844).Outros nomes comuns: Pacu; gancho rojo (Colômbia).Diagnose: Porte médio, até 30cm; corpo alto eromboidal; nadadeira adiposa estreita, sendo sua basemenor que a distância que a separa da nadadeiradorsal, essa com 25 a 28 raios ramificados; coloraçãocinza-esbranquiçado, exceto em alguns indivíduos emque aparecem manchas vermelho-ferruginosas noopérculo, tronco e base inferior da nadadeira anal;esse colorido, no entanto, só ocorre nos machos emreprodução, sendo, portanto, um dimorfismo sexualtransitório; nas fêmeas, apenas a região opercular e

porção inferior da base da nadadeira anal ficamavermelhadas, sendo a mancha vermelha nessanadadeira continuada por uma mancha preta namargem posterior.Biologia: Herbívoro, alimenta-se basicamente de frutos esementes e o pico da desova se dá no início da enchente;ocorre comumente em rios de água clara.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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CHARACIDAE

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PACU-BRANCONome científico: Myleus torquatus (Kner, 1858).Outros nomes comuns: Pacu.Diagnose: Porte pequeno, até 20cm; corpo alto eromboidal; nadadeira adiposa estreita, sendo sua basemenor que a distância que a separa da dorsal;nadadeira anal com 33 e dorsal com cerca de 21 raiosramificados; coloração cinza-esbranquiçado; margemposterior das nadadeiras caudal e anal com uma faixaescura e relativamente larga ao longo de toda suaextensão.

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Biologia: Herbívoro, alimenta-se de frutos e sementes;ocorre comumente em rios de água clara.Importância econômica: Insignificante, no geral e nogrupo.

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PACU-GALO

Nome científico: Metynnis lippincottianus (Cope, 1870).Outros nomes comuns: Pacu.Diagnose: Porte pequeno, até 15cm; corpoarredondado; nadadeira adiposa longa, maior que adistância que a separa da nadadeira dorsal; dentesrelativamente curtos; um espinho ósseo na base danadadeira dorsal; anal com 30 raios ramificados; ramoinferior do primeiro arco branquial com cerca de 22rastros; coloração cinza-claro, com numerosasmanchas escuras arredondadas e alongadas, maisvisíveis no ventre; em alguns indivíduos aparece umamancha vermelha intensa, contornando externamentea abertura opercular, além de numerosas manchasescuras ou avermelhadas sobre as escamas da linhalateral e na porção superior do dorso. Esse padrão de

colorido representa um dimorfismo sexual apresentadopelo macho, no período de reprodução.Biologia: Onívoro, com tendência à herbivoria; ocorreprincipalmente em rios de água clara e preta.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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CHARACIDAE

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PACU-JUMENTONome científico: Myleus schomburgkii (Jardine &Schomburgk, 1841).Outros nomes comuns: Pacu, pacu-cadete.Diagnose: Porte grande, até 35cm; distingue-se dosdemais pacus por possuir uma faixa escura, transver-sal a ligeiramente inclinada sobre o tronco, maisacentuada entre o flanco e a base da nadadeira dorsal.

Biologia: Herbívoro, alimenta-se de frutos esementes; ocorre comumente nos afluentes

de água clara ou preta.Importância econômica: Insignificante

no geral e no grupo.

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PACU-MANTEIGANome científico: Mylossoma aureum (Agassiz, 1829).Outros nomes comuns: Pacu; palometa (Colombia).Diagnose: Porte pequeno, até 20cm de comprimento;corpo elevado e bastante comprimido; ausência deespinho na base da nadadeira dorsal; anal com 28 a34 raios ramificados e intensamente escamada; 8dentes na maxila inferior; 10 a 16 serras entre asnadadeiras ventrais e a anal, sendo a última serra nãounida à base dessa nadadeira; coloração uniformementeclara, exceto a extremidade do pedúnculo caudal, ondenormalmente aparece uma pequena mancha escura.

Biologia: Onívoro, com forte tendência herbívora;alimenta-se basicamente de material vegetal einvertebrados; empreende migrações tróficas ereprodutivas e a desova se dá no período de enchente;ocorre em rios de água branca e áreas alagáveis.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo; entretanto, em determinadas épocas temimportância moderada no grupo.

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PACU-MANTEIGANome científico: Mylossoma duriventre (Cuvier, 1818).Outros nomes comuns: Pacu, pacu-toba; pacupeba(Bolívia); palometa (Colômbia, Peru).Diagnose: Porte médio, até 25cm; diferencia-se de M.aureum pelo maior porte, maior número de serras nasérie entre as nadadeiras ventrais e anal (18 a 22),sendo a última unida ao primeiro raio dessa nadadeirae maior número de raios ramificados na anal (37).Apresenta coloração esbranquiçada, sendo a cabeça e

região ventral normalmente amarelo-alaranjadas;uma mancha escura no opérculo.

Biologia: Herbívoro, com tendência onívora;alimenta-se basicamente de frutos,

sementes e de larvas de insetosaquáticos. Os adultos ocorrem nas

várzeas e igapós onde consomemprincipalmente frutos, enquanto os jovens

alimentam-se de plantas aquáticas. O início damaturação sexual ocorre em indivíduos com cerca de16cm, estando todos aptos a reproduzir com 19cm decomprimento total. O período reprodutivo é longo,havendo dois picos de desova no período deenchente. Ocorre comumente em rios e lagos de águabranca.Importância econômica: Insignificante no geral edestacada no grupo. É a espécie de pacu maisimportante, chegando em certas ocasiões a 100% daprodução desse grupo de peixes.

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CHARACIDAE

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PIRANHA-AMARELAPIRANHASAs piranhas são mundialmente famosas por causa daslendas criadas a respeito de sua ferocidade. Elas ocorremapenas no continente sul-americano e são caracterizadaspor uma série de escudos ósseos em forma de serra nalinha mediana do ventre; maxilas superior e inferiorcom uma única série de dentes inseridos lado a lado,formando uma lâmina cortante; tem um espinho nabase anterior da nadadeira dorsal; a maioria dasespécies consome peixes, entretanto frutos, sementese invertebrados fazem parte da dieta de maneiraconstante ou ocasional; coloração bastante variada, emfunção do estágio de desenvolvimento e da coloraçãoda água em que vive. A participação das piranhas napesca comercial é baixa. No mercado de Manaus essegrupo representou menos de 1% da produção total,sendo formado por cinco espécies.

Nome científico: Serrasalmus spilopleura Kner, 1858.Outros nomes comuns: Piranha-tucupi, piranha;piraña (Bolívia).Diagnose: Porte médio, até 25cm; coloração cinza-escuro; extremidade da nadadeira caudal normalmentecom uma faixa escura larga, sendo acompanhada poruma estreita faixa branca na porção terminal; espaçointerorbital estreito, contido cerca de 2,5 vezes nocomprimento da cabeça; tem uma série de 4 dentes nopalato; um espinho na base anterior das nadadeirasdorsal e anal; em vida ou recém-coletada, essa espécieapresenta as escamas com reflexos amarelo-prateados.

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Biologia: Piscívoro, consome basicamente peixes eocasionalmente material vegetal.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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CHARACIDAE

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PIRANHA-BRANCANome científico: Pristobrycon striolatus (Steindachner,1908).Outros nomes comuns: Piranha, piranha-xidaua.Diagnose: Porte médio, até 25cm; coloração variável,formada por pequenas manchas escuras sobre fundoclaro, ou por numerosas faixas transversais escuras eclaras, alternadamente e mais concentradas no flancodorsal; nadadeiras com extremidades esbranquiçadas;

cabeça relativamente pequena, contida cerca de 3vezes no comprimento padrão; distância interorbitalestreita, contida cerca de 2,6 no comprimento dacabeça; ausência de espinho na base da nadadeiraanal; adiposa com base estreita, menor que o diâmetrodo olho; ausência de dentes no palato; osso suborbitalestreito, deixando uma zona nua larga e coberta depele.Biologia: Piscívoro, consome peixes e ocasionalmentematerial vegetal.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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PIRANHA-BRANCANome científico: Serrasalmus gouldingi Fink &Machado-Allison, 1992.Outros nomes comuns: Piranha.Diagnose: Porte médio, até 30cm; corpo commanchas escuras ovais e vermiculares nos indivíduosjovens e uniformemente claras nos adultos, acima de21cm de comprimento; olho bem desenvolvido,contido cerca de 3,8 vezes no comprimento da cabeça;base da nadadeira adiposa larga, equivalente aodiâmetro do olho; nadadeiras cinza-claras, comextremidades hialinas.

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Biologia: Pouco conhecida; alimenta-se de peixes,frutos e sementes. Ocorre principalmente no rioNegro, mas já foi registrada também para os riosUatumã, Trombetas e alguns afluentes do rio Madeira.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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PIRANHA-CAJUNome científico: Pygocentrus nattereri Kner, 1858.Outros nomes comuns: Piranha, piranha-vermelha;piraña roja (Colômbia); palometa (Bolívia).Diagnose: Porte médio, até 25cm; corpo romboidal elargo, especialmente na porção anterior; cabeça curta erobusta; mandíbula massiva e prognata; espaçointerorbital bastante largo, contido cerca de 2 vezes nocomprimento da cabeça; olho pequeno, contido cercade 6 vezes no comprimento da cabeça; fontanela

estreita e longa, alcançando o nível médio do olho; umespinho na base anterior das nadadeiras dorsal e anal;ausência de dentes no palato; coloração cinza-arroxeado e iridescente; queixo e ventre normalmentealaranjados; dorso cinza-azulado; nadadeira caudalcurta e acinzentada.Biologia: Consome peixes, dos quais são arrancadospedaços; desova parcelada, no início da enchente;tamanho médio da primeira maturação sexual em

torno de 13cm nos machos e 15cm nas fêmeas; ovosaderentes, depositados sobre plantas submersas ecuidados por um ou ambos os pais; ocorre apenas emrios de água branca e é típica de ambientes lênticos.Importância econômica: Insignificante no geral edestacada no grupo. É a espécie mais comum dogrupo das piranhas no mercado.

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PIRANHA-PRETANome científico: Serrasalmus rhombeus (Linnaeus, 1766).Outros nomes comuns: Piranha, piranha-branca;piraña negra, puño (Colômbia).Diagnose: Porte grande, até 50cm de comprimento,sendo a maior das piranhas; corpo alto; mandíbulaprognata; distância interorbital relativamente estreita,contida cerca de 3 vezes no comprimento da cabeça;colorido uniformemente cinza-escuro nos adultos; nosjovens ocorrem numerosas manchas escurasarredondadas; nestes, também, a extremidade dasnadadeiras caudal e anal apresentam uma faixa escura,enquanto nos adultos ela é uniformemente cinza-escura; uma mancha escura, em forma de meia-lua outriangular, na região umeral.

Biologia: Onívoro, consome peixes, invertebrados,insetos e material vegetal; maturidade sexual emindivíduos com cerca de um ano de vida e comcomprimento padrão de aproximadamente 15cm;acima de 19cm de comprimento os indivíduos sãotodos adultos; desova mais de uma vez por ano, compico no período de enchente; ocorre comumente emrios e lagos, principalmente em águas pretas e claras.

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Tem sido uma das espécies de peixes mais bem-sucedidas em reservatórios artificiais ou dehidrelétricas na Amazônia, onde é intensivamentepescada, mas pouco aproveitada.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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PIRAPITINGA

Nome científico: Piaractus brachypomus (Cuvier, 1818).Outros nomes comuns: Cachama blanca (Colômbia);paco (Peru).Diagnose: Porte grande, alcançando até 70cm e 30kg,um dos maiores peixes de escamas de água doce.Caracteriza-se pelo corpo alto e robusto, duas fileirasde dentes na maxila superior, sendo que a externa écurva e a interna, reta, formando um hiato entreambas, ou seja, um espaço triangular carnosopróximo ao vértice da primeira fileira; essacaracterística provavelmente está relacionada aomecanismo de prender e quebrar o alimento; um parde dentes cônicos, situado logo atrás da fileira principalda mandíbula; nadadeira adiposa sem raios; coloraçãobem distinta entre jovens e adultos: em indivíduos comcerca de 10cm de comprimento, a porção ventral do

tronco e da cabeça é avermelhada e ocorremnumerosas manchas ovais escuras no dorso; emindivíduos adultos ou de maior porte, a coloração éuniformemente cinza-escuro.Biologia: Onívoro, com forte tendência à herbivoria;consome frutos e sementes, sobretudo no período decheia, quando a floresta está inundada e suadisponibilidade é bem maior; na seca, quando os peixesabandonam as matas alagadas e retornam ao leito dosrios e lagos, aumenta o consumo de folhas, moluscos,peixes, insetos e outros invertebrados. A pirapitinga fazduas migrações: uma ascendente, no início da vazante,quando sai da floresta alagada e se dirige às cabeceirasdos rios; e outra no início da enchente, quando descepara desovar, geralmente nos rios de água branca. Osjovens ocorrem normalmente em lagos de água branca e

são muito parecidos com a piranha-caju; ocorrenormalmente em rios de água branca e clara.Importância econômica: Insignificante, contudo,aumenta no período de cheia, quando o peixe estámigrando da floresta alagada em direção ao canal dorio. Além de ser muito utilizada na pesca, essa espécievem sendo utilizada com relativo sucesso napiscicultura; a reprodução induzida, bem como ocruzamento com tambaqui e pacu-caranha do pantanalmato-grossense são técnicas normalmente empregadaspara a obtenção de híbridos com ótimas característicaspara esse tipo de manejo; populações introduzidas emlagos artificiais na Venezuela nunca chegaram areproduzir, indicando que a migração é um processovital para a propagação natural da espécie.

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SARDINHA-COMPRIDASARDINHASPeixes de médio porte, alcançando cerca de 30cm decomprimento padrão e que se caracterizam pelo corpoalongado e bastante comprimido lateralmente; nadadeiraspeitorais bem desenvolvidas e ventrais atrofiadas; peitoexpandido e quilhado devido à hipertrofia dos ossoscoracóides, nos quais se inserem os músculos peitorais;linha lateral baixa, situada na região ventral; escamas bemdesenvolvidas, soltando-se com facilidade; dentesmulticuspidados, firmemente implantados em duasséries, em ambas as maxilas. Esse peixe tem umaimportância econômica relativamente grande,sobretudo por ser facilmente capturado em cardumese ser bastante acessível às camadas sociais de menorpoder aquisitivo; tem uma participação média nopescado total em torno de 3,5%, chegando a cerca de14% no período da seca. A produção no mercado deManaus está centrada em duas espécies.

Nome científico: Triportheus elongatus (Günther,1864).Outros nomes comuns: Sardinha; sardina (Bolívia,Colômbia).Diagnose: Porte médio, até 25cm; corpo bastantealongado, altura contida cerca de 4 vezes nocomprimento padrão; 24 a 29 rastros no ramo inferiordo primeiro arco branquial, sendo o tamanho destesaproximadamente a metade do tamanho dosfilamentos branquiais; linha lateral com 45 a 48escamas; nadadeira caudal alaranjada com a margemescura, com um pequeno prolongamento na porçãomediana; 6,5 fileiras de escamas entre a nadadeiradorsal e a linha lateral e 3 entre esta e a nadadeiraventral.

Biologia: Onívoro, com tendência herbívora; consomebasicamente frutos, sementes e outros itens vegetais einsetos; ocorre principalmente nas áreas de várzea ecursos inferiores dos principais afluentes do sistemaSolimões/Amazonas.Importância econômica: Insignificante no geral edestacada no grupo. É a espécie mais importante emais freqüente entre as sardinhas. Seu pico deprodução se dá no período de enchente.

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SARDINHA-PAPUDA

Nome científico: Triportheus angulatus (Spix &Agassiz, 1829).Outros nomes comuns: Sardinha; sapamama (Peru);sardina (Bolívia, Colômbia).Diagnose: Porte pequeno, até 20cm; corpo curto ealto, altura contida cerca de 3 vezes no comprimentopadrão; uma grande expansão quilhada e em forma de“papo” na região peitoral; nadadeira caudal com raioscentrais escuros e prolongados em forma de

filamento, cujo tamanho correspondeaproximadamente a 1/3 da nadadeira; 32 a 35 rastrosbem desenvolvidos no ramo inferior do primeiro arcobranquial, atingindo cerca da metade do tamanho dosfilamentos branquiais; linha lateral com 34 a 36escamas; 6 fileiras de escamas entre a origem dadorsal e a linha lateral e 2 fileiras desta até a origem danadadeira ventral; coloração cinza-metálico, maisescura no dorso; ocasionalmente aparecem pontos de

pigmentos sobre as fileiras de escamas ao longo dosflancos, formando listras curvas incipientes.Biologia: Onívoro, consome basicamente frutos,sementes, insetos e outros invertebrados; formacardumes e empreende migrações, sendo uma tróficana seca e outra reprodutiva na enchente; desova naságuas brancas e vive comumente em áreas de várzea.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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CHARACIFORMES

CHARACIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

TAMBAQUINome científico: Colossoma macropomum (Cuvier, 1818).Outros nomes comuns: Ruelo, bocó; cachama negra,gamitana (Colômbia, Peru).Diagnose: Grande porte, até 100cm de comprimentoe mais de 30kg; segundo maior peixe de escamas daAmérica do Sul, depois do pirarucu; corpo alto,romboidal, lábios grossos, dentes molariformes;ausência de espinho pré-dorsal; nadadeira adiposacom raios. No decorrer de seu desenvolvimento otambaqui sofre grandes variações tanto no padrão decoloração, quanto na forma do corpo: nos juvenis,com até 10cm de comprimento, ocorre uma manchaescura arredondada na região mediana do corpo, aonível da nadadeira dorsal, desaparecendocompletamente a partir desse tamanho; nos jovenscom até cerca de 30cm o corpo é bastante alto,tornando-se mais alongado na fase adulta. A coloraçãonos adultos é também bastante variável com a cor daágua, sendo mais escura nos indivíduos que vivem emrios de água preta e mais clara nos de água barrenta. Éuma espécie endêmica das bacias do Amazonas eOrinoco, sendo muito comum em lagos de várzea.

Biologia: Onívoro, os adultos consomem basicamentefrutos e sementes, tendo zooplâncton comocomplemento. É o único peixe de grande porte naAmazônia que possui rastros branquiais longos efortes dentes molariformes, sendo uma característicaanatômica singular que lhe permite alimentar-se tantode zooplâncton quanto de frutos e sementes. Aatividade alimentar dessa espécie é baixa no período devazante e seca, quando ela empreende migraçõesascendentes, de dispersão e utiliza suas reservas degordura acumuladas no fígado e cavidade abdominal;por outro lado, a atividade alimentar é muito alta porocasião da enchente/cheia, quando ocupa as florestasinundadas nas margens dos rios e lagos e onde hámaior disponibilidade de itens alimentares. Estômagobastante volumoso; na fase de intensa alimentação,chega a consumir uma quantidade de alimentocorrespondente a cerca de 9% do peso de seu corpo;

no período de seca permanece no leito dos rios;penetra nos afluentes de menor porte para explorar asmatas alagadas na enchente e cheia e se desloca paraos rios de águas barrentas para desovar; comprimentopadrão médio da primeira maturação é de 61cm,estando o total da população adulta aos 76cm; otamanho mínimo encontrado para fêmeas maduras foide 45cm; a proporção sexual é de aproximadamente1:1 na Amazônia Central e um número relativamentemaior de machos na bacia do rio Mamoré. A massa deovos é de aproximadamente 2 a 8% do peso corpóreoda fêmea e eles se desenvolvem mais acentuadamentedurante o período de seca, quando o peixe consomemenos alimento, mas possui grande quantidade degordura estocada, que chega a cerca de 10% do pesocorpóreo; a idade média dos indivíduos sexualmentemaduros é de 3,5 a 4 anos, quando atinge cerca de6,3kg; período de vida longo, de pelo menos 13 anos,tendo sido calculada uma expectativa de vida deaproximadamente 17 anos; para cada ano de vida, há

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Exemplar Adulto

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a formação de um anel nas escamas e otólitos, o qualé formado durante o período de vazante e seca, que,na Amazônia central, geralmente ocorre entre outubroe dezembro; peixes de idade conhecida apresentam omesmo padrão de anéis sazonais e diários, querestejam em condições naturais ou confinadas;evidenciando que há um ritmo endógeno para suaformação. Fecundidade bastante alta, aumentandocom o tamanho e peso das fêmeas. Indivíduos comtamanho médio de 80cm produzem cerca de 1,2 milhãode óvulos; cada um, quando maduro, medindo cercade 1,3mm de diâmetro; o número médio de ovócitospor grama de peso corpóreo é de aproximadamente 78;desova total, na enchente, em rios de água branca; aslarvas são carreadas pela correnteza durante 4 a 15dias, percorrendo de 400 a 1.300km; depois nadam emdireção aos lagos de várzea, onde passam as fases dejuvenil e pré-adulto; peixes jovens, entre 1,3 e 15cm decomprimento são encontrados exclusivamente entrecapins aquáticos, tanto enraizados quanto flutuantes,localizados nas margens de rios de água branca e emlagos ou enseadas próximas a esses mesmos rios; aslarvas começam a se alimentar de fontes externas ao

atingirem entre 5 e 7mm de comprimento, quandopassam a consumir zooplâncton, sobretudo cladóceros,rotíferos, copépodes e larvas de insetos, que são muitoabundantes nos lagos de várzea. A presença de maiorquantidade de gordura estocada na cavidade abdominalno período de seca é interpretada como uma adaptaçãopara a manutenção de um estoque de reservaenergética, utilizada no período de seca e para areprodução, que ocorre no início da enchente.Importância econômica: Destacada. Trata-se do peixemais importante na pesca e piscicultura da regiãoamazônica. Em 1976, foram comercializadas em Manausmais de 13.000t desta espécie, sendo que a produçãodiminuiu bastante a partir desta data, chegando a cerca de6.000t entre os anos de 1979 e 1986. Segundo dados daEstatística da Pesca do Ibama, em 2001 e 2002 aprodução de tambaqui no Amazonas foi de 2.663 e2.929,5 toneladas, respectivamente, representando apenas4,4% da produção total de pescado. Curiosamente, essaquantidade se mostra inferior à produção oriunda dapiscicultura do estado, que foi de 3.000 e 3.500t, no

mesmo período. Apesar do rápido incremento dapiscicultura regional, é improvável que a produção detambaqui, por esse meio, esteja sendo superior àprodução oriunda dos estoques naturais. No presenteestudo o tambaqui teve uma participação média de 26%da produção total no mercado de Manaus, sendo estabem maior no período de cheia, quando chega até a 45%da produção total. Esse dado, aliado ao fato de queexemplares dessa espécie vêm sendo vendidos comtamanho muito inferior ao permitido, em muitos casosabaixo de 20cm de comprimento total, é sintomático deuma comercialização fora dos parâmetros estipulados pelalegislação. Assim, a exemplo do que vem ocorrendo com opirarucu, é evidente que grande quantidade de tambaquiesteja entrando no mercado de Manaus por vias diversasdaquelas contempladas pelo sistema de coleta de dadospesqueiros oficiais e, portanto, comportando umaprodução real muito acima daquela normalmente citadanas estatísticas pesqueiras.

Exemplar Jovem

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CHARACIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

BRANQUINHA-CABEÇA-LISACURIMATIDAE

Nome científico: Potamorhina altamazonica (Cope, 1878).Outros nomes comuns: Branquinha; yahuarachi (Peru).Diagnose: Porte médio, até 30cm; corpo relativamentealongado; escamas diminutas e em grande número,havendo 90 a 120 na linha lateral; 21 a 27 séries deescamas entre a origem da nadadeira dorsal e a linhalateral e 17 a 23 entre esta e a origem da anal; região pré-pélvica transversalmente arredondada, sem quilha;corpo uniformemente prateado.

Biologia: Detritívoro, consome matéria orgânicafloculada, algas, detritos e microorganismosassociados; empreende migrações reprodutivas edesova no início da enchente; ocorre comumente emlagos de água branca.Importância econômica: Insignificante no geral edestacada no grupo. É a espécie mais importante entreas branquinhas no mercado de Manaus.

FAMÍLIA CURIMATIDAEOs membros dessa família apresentam corpo relativamenteelevado ou fusiforme; boca terminal ou subinferior;ausência de dentes; rastros branquiais ausentes ourudimentares; abertura branquial unida ao istmo; intestinobastante longo e enovelado; estômago alongado, comparedes grossas em forma de moela; hábitodetritívoro, consumindo matéria orgânica floculada,algas, detritos e microorganismos associados; amaioria dos curimatídeos forma grandes cardumes eempreende migrações tróficas e reprodutivas; algumasespécies são muito abundantes e largamentecapturadas na pesca comercial; outras são diminutas eusadas na aquariofilia. Como o nome comum indica, agrande maioria das espécies tem o corpouniformemente claro ou ocasionalmente apenas umamancha na base do pedúnculo caudal; habitaprincipalmente lagos e águas lênticas e tem hábitosdiurnos. A desova da grande maioria das espécies étotal e geralmente ocorre no início da enchente. Aparticipação média desse grupo de peixes na produçãototal foi insignificante, menos de 1%; entretanto, é umpescado barato e acessível às populações de baixarenda. No mercado de Manaus foram encontradascinco espécies, pertencentes a três gêneros.Fonte bibliográfica: Géry, 1977; Vari, 1984; 1989a;b;c; 2003.

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CHARACIFORMES

CURIMATIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

BRANQUINHA-CASCUDANome científico: Psectrogaster amazonica Eigenmann& Eigenmann, 1889.Outros nomes comuns: Branquinha.Diagnose: Porte pequeno, até 20cm; corpo curto ealto; escamas ctenóides, ásperas ao tato,principalmente na região ventral; região pré-pélvicatransversalmente arredondada; região pós-pélvica comuma série de espinhos voltados para trás e originadospela modificação das escamas que formam a margemda quilha; linha lateral com 53 a 55 escamas; 13 a 15séries de escamas entre a origem da dorsal e a linhalateral e 8 a 9 entre esta e a origem da ventral; corpo

uniformemente claro e prateado, exceto a base dosraios medianos da nadadeira caudal, que é tingida poruma pigmentação escura.Biologia: Detritívoro, consome matéria orgânica floculada,algas, detritos e microorganismos associados; formacardumes e faz migrações tróficas e reprodutivas; aprimeira maturação sexual ocorre em indivíduos com cercade 15cm de comprimento e a desova se dá no período deenchente; ocorre comumente em lagos de água branca eclara.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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Page 61: Peixes Comerciais de Manaus

CHARACIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

BRANQUINHA-COMUMCURIMATIDAE

Nome científico: Potamorhina latior (Spix & Agassiz,1829).Outros nomes comuns: Branquinha; sabalina (Bolívia);viscaino (Colômbia).Diagnose: Porte médio, até 30cm; corpo relativamentealongado; região pré-pélvica com uma quilha medianaque se estende até a porção pós-pélvica, porém semserras; linha lateral com 90 a 120 escamas; 15 a 18séries de escamas entre a origem da nadadeira dorsale a linha lateral e 16 a 20 entre esta e a origem da anal;coloração uniformemente cinza, ligeiramente maisescura no dorso e clara no ventre.Biologia: Detritívoro, consome matéria orgânica floculada,algas, detritos e microorganismos associados; empreendemigrações reprodutivas e desova no início daenchente, ocorrendo comumente em lagos de águabranca.Importância econômica: Insignificante no geral emoderada no grupo. É a segunda espécie maisimportante entre as branquinhas.

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Page 62: Peixes Comerciais de Manaus

CHARACIFORMES

CURIMATIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

BRANQUINHA-PEITO-CHATONome científico: Curimata inornata Vari, 1989.Outros nomes comuns: Branquinha.Diagnose: Porte pequeno, até 20cm; corporelativamente longo; boca subterminal; lábio superiorcarnoso, formando focinho saliente; 3 dobrascarnosas na parte superior da cavidade oral,acompanhada de apêndices secundários laterais àsmesmas; região pré-ventral achatada, sendo retangularna parte central e delimitada por uma quilha de cadalado; escamas ciclóides, lisas; linha lateral com cerca de60 escamas; 14 séries de escamas entre a origem da

nadadeira dorsal e a linha lateral e 9 entre esta e aorigem da ventral; nadadeira anal com 9 raiosramificados; coloração uniformemente clara.Biologia: Detritívoro, consome matéria orgânicafloculada, algas, detritos e microorganismosassociados; sua distribuição está confinada à porçãomédia e baixa da bacia amazônica, ocorrendonormalmente em lagos ou margens dos rios.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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Page 63: Peixes Comerciais de Manaus

CHARACIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

BRANQUINHA-PEITO-DE-AÇOCURIMATIDAE

Nome científico: Potamorhina pristigaster (Steindachner,1876).Outros nomes comuns: Branquinha.Diagnose: Porte médio, alcançando cerca de 25cm;corpo relativamente alto; região pré-pélvica côncava,com quilha em ambas as margens laterais; região pós-pélvica comprimida, com margem ventral serrilhada;escamas ctenóides, ásperas ao tato; linha lateral com86 a 106 escamas; 26 a 32 séries de escamas entre aorigem da dorsal e a linha lateral e 22 a 28 entre esta ea anal; coloração uniformemente clara, exceto a

extremidade do pedúnculo caudal, onde há umamancha escura arredondada.Biologia: Detritívoro, consome matéria orgânicafloculada, algas, detritos e microorganismosassociados; ocorre comumente em lagos, onde parecepassar todo seu ciclo de vida, sem empreendergrandes migrações.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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FAMÍLIA CYNODONTIDAE: Peixe-cachorro, ripa, pirandirá.Os membros dessa família apresentam porte médio agrande, até 70cm e caracterizam-se pelo corpobastante alongado e comprimido lateralmente; nadadeiraspeitorais muito desenvolvidas e em posição elevada; umaquilha na linha mediana pré-ventral; rastros branquiaisespinhosos; boca ampla e oblíqua; um par de presasexageradamente grandes na mandíbula, as quais se alojamnum orifício do palato quando a boca se encontra fechada,podendo aparecer com a ponta na superfície do crânio;além das presas ocorrem numerosos dentes agudos,caniniformes em ambas as maxilas; são peixespredadores, adaptados à vida pelágica; normalmentehabitam rios ou lagos, sendo raros em igarapés ouriachos; a cabeça desses peixes é comumente utilizada em

Nome científico: Cynodon gibbus Spix & Agassiz,1829.Outros nomes comuns: Cachorra, cacunda; chambira(Peru); perro (Colômbia).Diagnose: Porte médio, até 30cm; corpo relativamentecurto e alto, especialmente no seu terço anterior;

CHARACIFORMES

CYNODONTIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

PEIXE-CACHORROartesanato, como material exótico, em virtude dadentição exposta. A família inclui 5 gêneros e 14espécies, com baixíssima importância na pescacomercial, apesar do grande porte de alguns de seusrepresentantes. Sua participação no mercado deManaus é insignificante, abaixo de 1% da produçãototal, sendo encontradas três espécies do grupo,pertencentes a três gênerosFonte bibliográfica: Taphorn, 1992; Reis et al., 1998;Toledo-Piza et al., 1999; Toledo-Piza, 2000; 2003.

escamas ciclóides, lisas ao tato; nadadeira dorsallocalizada na altura ou mesmo ligeiramente atrás daorigem da anal; nadadeira caudal curta, destituída deescamas; uma mancha escura arredondada atrás damargem superior da abertura branquial e outra nabase da nadadeira caudal; nadadeira adiposauniformemente clara.Biologia: Piscívoro; consome peixes e em menorquantidade, insetos e outros organismos que caem nasuperfície d’água; desova no início da enchente; osadultos normalmente ocorrem no leito de rios e lagos,e os jovens entre a vegetação das margens de rios deágua branca.Importância econômica: Insignificante.

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Page 65: Peixes Comerciais de Manaus

Nome científico: Hydrolycus scomberoides (Cuvier, 1816).Outros nomes comuns: Cachorra; chambira (Peru);perro, payara (Colômbia).Diagnose: Porte grande, até 50cm; nadadeira dorsallocalizada à frente do nível da anal; escamas ctenóides,ásperas ao tato; nadadeira caudal curta, arredondada eintensamente escamada em quase toda sua extensão;base da nadadeira anal também bastante escamada;uma mancha escura alongada atrás da margemsuperior da abertura branquial; nadadeira adiposa amarelana base e preta na extremidade; demais nadadeirashialinas; caudal com a borda escura.

CHARACIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

PIRANDIRÁCYNODONTIDAE

Biologia: Piscívoro, consome peixes inteiros; desovano início da enchente próximo à vegetação ao longodas margens de rios; os adultos vivem principalmenteno leito dos rios e os jovens preferem o meio davegetação, especialmente às margens de rios de águabranca.Importância econômica: Insignificante.

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Page 66: Peixes Comerciais de Manaus

Nome científico: Rhaphiodon vulpinus Spix & Agassiz,1829.Outros nomes comuns: Cachorra; chambira (Peru);machete (Bolívia); payarín (Colômbia).Diagnose: Porte grande, até 70cm; corpo bastantealongado; nadadeira dorsal localizada atrás da origemda anal; escamas da linha lateral bem salientes e maisfirmemente implantadas que as demais; nadadeiracaudal curta, com os raios medianos maiores que oslaterais e às vezes prolongando-se em forma defilamento; coloração do corpo cinza-prateado.

CHARACIFORMES

CYNODONTIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

RIPABiologia: Piscívoro, consome basicamente peixes, mastambém insetos; desova no início da enchente; osadultos são encontrados normalmente no leito de riose em lagos, e as larvas e jovens entre a vegetação, aolongo das margens de rios de água branca.Importância econômica: Insignificante.

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Page 67: Peixes Comerciais de Manaus

FAMÍLIA ERYTHRINIDAE: Jeju, traíra.Os membros dessa família apresentam corpo cilíndrico;nadadeira dorsal com 8 a 15 raios e situada na verticalque passa pela origem da ventral; caudal arredondada;anal curta, com 10 a 11 raios; adiposa ausente;escamas relativamente grandes, em número de 34 a47 na linha lateral; abertura bucal longa, estendendo-se além da margem anterior da órbita; dentes cônicos ecaniniformes, de diversos tamanhos, firmementeimplantados em ambas as maxilas; placa de dentes nopalato; hábito carnívoro, algumas espécies consomempeixes e outras alimentam-se insetos e demaisinvertebrados. A família inclui 3 gêneros e 15 espécies,popularmente denominadas traíras e jejus, com grandeimportância na pesca de subsistência. No mercado deManaus foram encontradas duas espécies.Fonte bibliográfica: Géry, 1977; Taphorn, 1992; Oyakawa,2003.

Nome científico: Hoplerythrinus unitaeniatus (Agassiz,1829).Outros nomes comuns: Guaraja, agua dulce (Colômbia);shuyo (Peru); yayú (Bolívia).Diagnose: Médio porte, até 30cm; nadadeira dorsalcom 11 a 12 raios; nadadeira anal curta, com 10 a 12raios; linha lateral com 32 a 37 escamas; dentescaniniformes de diversos tamanhos em ambas as maxilas;uma listra escura longitudinal ao longo da linha lateral euma mancha arredondada sobre o opérculo; bexiganatatória intensamente vascularizada, adaptada pararespiração aérea.Biologia: Carnívoro, consome basicamente peixes,camarões e insetos e tem como táticas alimentares a tocaiae espreita. Alcança a maturidade sexual com cerca de 1ano e a desova ocorre no período da enchente;

fecundidade baixa, em torno de 6.000 ovócitos porpostura, sendo que cada um mede cerca de 1,5mm dediâmetro. No período reprodutivo, o macho apresentadimorfismo sexual na nadadeira anal, a qual se tornabastante intumescida na base. Além disso, há formação deuma bolsa epidérmica na base e porção posterior doúltimo raio da nadadeira anal e também nesse períodohá uma cessação da atividade alimentar por parte dosreprodutores. Há uma crença popular segundo a quala espécie “menstrua” em determinadas épocas do ano,provavelmente em decorrência das características acimacitadas. Esse fato é gerador de tabu quanto a seu consumocomo alimento.Importância econômica: Insignificante, aparecendoapenas esporadicamente no mercado de Manaus.

CHARACIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

JEJUERYTHRINIDAE

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Page 68: Peixes Comerciais de Manaus

Nome científico: Hoplias malabaricus (Bloch, 1794).Outros nomes comuns: Bentón (Bolívia); dormilón,moncholo (Colômbia); huasaco (Peru).Diagnose: Porte grande, até 40cm; corpo cilíndrico eescorregadio devido à intensa quantidade de mucoproduzido; coloração cinza-escura a amarronzada, àsvezes com barras angulares ao longo dos flancos;nadadeiras com faixas formadas por pequenas manchasescuras e claras, alternadamente; cabeça robusta, bastanteossificada; escamas duras e lisas; nadadeira caudalarredondada; dorsal com 13 a 15 raios; dentescônicos e caniniformes, de diversos tamanhos efirmemente implantados em ambas as maxilas. É um dospeixes mais comuns do Brasil, ocorrendo em todas as

bacias hidrográficas e em todo tipo de ambiente,inclusive em áreas poluídas.Biologia: Carnívoro, alimentando-se de peixes eocasionalmente de camarões e insetos aquáticos. Paracaptura de alimentos, utiliza a tática de emboscada, e aspresas são engolidas inteiras. Vive comumente em águaslênticas, como lagos, margens e remansos de rios e écapaz de suportar ambientes com baixíssimasconcentrações de oxigênio. Maturação sexual com um anoe cerca de 15cm de comprimento. O período de desova élongo, abrangendo cerca de cinco meses, mas o pico dadesova ocorre geralmente no começo da enchente. Afecundidade é baixa, em torno de 2.500 a 3.000 ovócitos,que apresentam diâmetro em torno de 2mm. Durante adesova, os reprodutores preparam ninhos, fazendo ou

limpando depressões do terreno, em águas rasas e osovos são guardados pelo macho. Tem a capacidade dese mover fora d’água e, graças a isso, normalmente fazmigração entre um corpo d’água e outro através davegetação ou terreno úmido. Apesar de não ser um peixemuito constante nos mercados, aparece com freqüênciarelativamente alta no período de seca, quando a pesca émais acentuada nos lagos. Em muitos reservatórios éutilizado na pesca esportiva.Importância econômica: Insignificante, mas tem umagrande importância na pesca de subsistência, pois, alémda sua ampla distribuição, é facilmente capturada comanzol e linhada.

CHARACIFORMES

ERYTHRINIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

TRAÍRA65

Page 69: Peixes Comerciais de Manaus

FAMÍLIA HEMIODONTIDAE::::: Cubiu, orana.Os membros dessa família apresentam corpo fusiforme;boca subterminal a inferior; dentes frágeis, geralmentemulticuspidados e com borda convexa; algunsgêneros são caracterizados pela ausência de dentes(Anodus) ou dentes em ambas as maxilas(Micromischodus sugillatus), mas em todas asespécies dos demais gêneros só ocorrem dentes namaxila superior; borda anterior da mandíbulaarredondada; maxila superior às vezes protrátil; umapálpebra ou membrana adiposa cobrindo totalmente oolho, exceto por uma abertura alongada verticalmenteou mesmo um pequeno orifício sobre a pupila; umsulco na região anterior do flanco, onde se encaixa oprimeiro raio da nadadeira peitoral, quando essa édeprimida sobre o corpo; nadadeira ventral com 9 a11 raios; uma mancha escura na linha mediana dotronco ou uma listra longitudinal ao longo do lóbuloinferior da nadadeira caudal; a maioria das espéciesconsome larvas de insetos, detritos, algas, perifíton ouplâncton; peixes pelágicos, formam cardumes eempreendem migrações reprodutivas. A família incluias subfamílias Anodontinae e Hemiodontinae, comcinco gêneros e cerca de 35 espécies. No mercado deManaus foram encontradas três espécies pertencentesa três gêneros.Fonte bibliográfica: Roberts, 1974; Géry, 1977; Langeani,1996; 1998; 2003.

Nome científico: Anodus elongatus Agassiz, 1829.Outros nomes comuns: Cubiu-orana; yulilla (Peru).Diagnose: Porte médio, até 30cm; corpo fusiforme,pedúnculo caudal estreito e nadadeira caudal bemdesenvolvida; linha lateral com 96 a 127 escamas; 14 a19 séries de escamas entre a nadadeira dorsal e a linhalateral e 11 a 14 entre esta e a base da ventral;coloração cinza-escuro, com uma mancha escura naregião mediana do corpo, na altura da linha lateral; 87a 202 rastros longos no primeiro arco branquial;ausência de dente; uma mancha escura no queixo.Biologia: Planctófago, alimenta-se basicamente depequenos invertebrados que formam o plâncton, comocladóceros, copépodos e rotíferos; desova na enchente;ocorre normalmente em lagos de água branca e clara;migra em grandes cardumes, ocasião em que sãopescados com mais intensidade.Importância econômica: Insignificante, entretanto emalgumas épocas do ano, quando os cardumes estãomigrando, são bem comuns.

CHARACIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

CUBIUHEMIODONTIDAE

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Page 70: Peixes Comerciais de Manaus

ORANASPeixes de pequeno a médio porte, entre 15 e 30cm decomprimento padrão; corpo fusiforme; dentesmulticuspidados na maxila superior; ausência dedentes na mandíbula; olho coberto por uma mem-brana adiposa; a maioria das espécies vive em águasabertas, forma cardumes e empreende migrações; temhabilidade para saltos fora d’água; alimenta-sebasicamente de algas e invertebrados. O grupo tembaixíssima participação na pesca, embora os cardumessejam facilmente capturáveis em determinadas épocasdo ano, quando se encontram em migraçãoreprodutiva. No mercado de Manaus foramencontradas duas espécies.

Nome científico: Argonectes longiceps (Kner, 1858).Outros nomes comuns: Orana.Diagnose: Porte pequeno, até 20cm; focinho comuma série de dobras na porção superior; pálpebraadiposa recobrindo totalmente o olho, exceto por umorifício diminuto, quase imperceptível, acima da pupila;maxila superior ligeiramente protrátil; linha lateral comcerca de 80 escamas; 14 a 15 séries de escamas entrea origem da nadadeira dorsal e a linha lateral e 8 entreesta e a origem da ventral; lóbulos da nadadeira caudalclaros nas porções proximal e distal, tendo a regiãointermediária uma faixa escura contínua, em forma de“v” horizontal e com o vértice dirigido para a cabeça.

CHARACIFORMES

HEMIODONTIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ORANA-COLARINHO67

Biologia: Onívoro, consome algas e pequenosinvertebrados.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

Page 71: Peixes Comerciais de Manaus

Nome científico: Hemiodus sp.Outros nomes comuns: Voador.Diagnose: Porte médio, até 25cm; corpo roliço ebaixo, com altura contida cerca de 4 vezes nocomprimento padrão; linha lateral com cerca de 120escamas; 26 séries de escamas entre a dorsal e a linhalateral e 16 entre esta e a base da ventral; uma manchaescura alongada no flanco, na região posterior danadadeira dorsal, com diâmetro aproximadamente domesmo tamanho do olho e a qual é eventualmenteseguida por uma faixa escura inconspícua, que vai até

o final do pedúnculo caudal; lóbulo inferior danadadeira caudal com uma faixa amarelada. Na revisãotaxonômica feita por Langeani (1996), esse peixe éconsiderado como espécie nova, sob o nome deHemiodus “microlepis-longo”.Biologia: Onívoro, alimenta-se de perifíton, formadopor algas associadas a um substrato, e demicroorganismos a ele associados; ocorreprincipalmente em rios de água branca.Importância econômica: Insignificante no geral edestacada no grupo. É a espécie de orana maiscomum nos mercados de Manaus.

CHARACIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ORANA-FLEXEIRAHEMIODONTIDAE

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Nome científico: Prochilodus nigricans Agassiz, 1829.Outros nomes comuns: Curimatá, grumatã, curimba,quebra-galho; bocachico (Colômbia, Peru).Diagnose: Porte grande, até 50cm e 3kg; lábiosbastante desenvolvidos, carnosos, em forma deventosa e bordejados por inúmeras papilas globularesou cristas carnosas; dentes diminutos, espatulados,móveis e numerosos, implantados em duas fileiras,sendo a interna em forma de V e a externa reta, aolongo da margem externa dos lábios; escamasctenóides, ásperas ao tato; nadadeira caudal comfileiras verticais irregulares e sinuosas de pequenasmanchas escuras; linha lateral com 44 a 51 escamas; 7a 11 fileiras de escamas entre a origem da nadadeiradorsal e a linha lateral e 7 a 9 fileiras entre esta e a

FAMÍLIA PROCHILODONTIDAE: Curimatã, jaraqui.Os membros dessa família são caracterizados pelocorpo fusiforme a elevado; um espinho bifurcado nabase da nadadeira dorsal; boca em forma de ventosa,com lábios espessos, carnosos e eversíveis;numerosos dentes diminutos, móveis, falciformes ouespatulados e distribuídos em duas séries na frente eem uma série na lateral dos lábios; intestino longo,bastante enovelado; estômago alongado e em formade moela, isto é, com paredes grossas e lúmenestreito. Os representantes dessa família têm hábitoalimentar detritívoro, consumindo detritos, matériaorgânica particulada, algas e perifíton; formamcardumes numerosos e empreendem longasmigrações reprodutivas e tróficas, podendo superargrandes obstáculos, como corredeiras e pequenascachoeiras; têm destacada importância na pescacomercial e de subsistência em toda a bacia amazônica.A família inclui três gêneros e 20 espécies, sendo quena área estudada foram encontradas três espécies.Fonte bibliográfica: Géry, 1977; Ribeiro, 1983;Vazzoler et al., 1989; Castro, 1990; Vazzoler & Amadio,1990; Fernandes, 1997; Oliveira, 1997; Castro & Vari,2003.

origem da nadadeira ventral.Biologia: Detritívoro, alimenta-se de algas perifíticas,microorganismos animais e matéria orgânica emdecomposição, geralmente depositada no fundo dosrios; forma cardumes e empreende longas migrações;desova na enchente, em rios de água branca ou clara;os alevinos e jovens são criados nas áreas de várzea;comprimento padrão médio da primeira maturaçãosexual em torno de 26cm, quando os machos atingemcerca de 1,7 e as fêmeas, 2,1 anos de idade.Importância econômica: Moderada. É um dos peixes maispopulares e de maior importância econômica em váriosmercados pesqueiros da região amazônica, chegando adominar a produção em determinadas épocas do ano,quando os cardumes estão migrando.

CHARACIFORMES

PROCHILODONTIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

CURIMATÃ69

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JARAQUIPeixe de porte médio, em torno de 35cm; dentespequenos, delicados e numerosos, implantados namargem externa dos lábios, em duas fileiras em cadamaxila, sendo a fileira interna em forma de V e a externaem linha reta; escamas ciclóides, ou seja, com bordaslisas; nadadeiras caudal e anal adornadas por bandasdiagonais escuras, intercaladas por bandas amarelo-alaranjadas; o número de bandas na nadadeira caudalaumenta com o crescimento dos indivíduos, variando de3 a 5 em cada lóbulo; forma imensos cardumes eempreende longas migrações; a desova ocorre no inícioda enchente; nessa ocasião, os reprodutores emergemem grupos pequenos para a desova na superfície oumeia água, enquanto os machos que se encontram nofundo produzem de maneira sincronizada sons audíveispelos pescadores. Os jaraquis representam em média20% da produção pesqueira, sendo o segundo maisimportante peixe do mercado de Manaus, superadosapenas pelo tambaqui; no entanto, eles ocupam aprimeira posição nas feiras de bairros. Além disso, é opeixe mais popular, pela grande aceitação e consumopelas populações de baixa renda da cidade. Faz parte dofolclore local, na lenda de fazer permanecer na região ovisitante que consumi-lo. Duas espécies ocorrem nomercado de Manaus.

Nome científico: Semaprochilodus taeniurus(Vallenciennes, 1817).Outros nomes comuns: Jaraqui; sapuara, yaraquí,bocachico cola de bandera (Colômbia).Diagnose: Porte grande, até 35cm; corporelativamente baixo e alongado; linha lateral com 64 a 77escamas; 12 a 14 séries de escamas entre a origem danadadeira dorsal e a linha lateral e igual número entre estae a origem da ventral; 23 a 26 séries de escamas ao redordo pedúnculo caudal; 16 a 22 séries de escamas entre acabeça e a origem da nadadeira dorsal.Biologia: Detritívoro, consome matéria orgânica, algas,bactérias, fungos e outros microorganismos depositadosem substratos; desova na enchente, um pouco antes dojaraqui-escama-grossa; comprimento total médio daprimeira maturação em torno de 25cm, sendo que aos32cm todos são adultos.Importância comercial: Destacada no geral emoderada no grupo. Cerca de 30% da produção dosjaraquis no mercado de Manaus.

CHARACIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

JARAQUI-ESCAMA-FINAPROCHILODONTIDAE

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Nome científico: Semaprochilodus insignis (Jardine &Schomburgk, 1841).Outros nomes comuns: Jaraqui; sapuara, yaraquí,bocachico cola de bandera (Colômbia).Diagnose: Porte grande, até 35cm; corpomoderadamente alto e romboidal; linha lateral com 47 a 53escamas; 9 a 11 séries de escamas entre a origem danadadeira dorsal e a linha lateral e igual número entre estae a origem da ventral; 18 a 22 séries de escamas ao redordo pedúnculo caudal; 11 a 15 séries de escamas entre acabeça e a origem da nadadeira dorsal; ocorre comumente

em rios de água branca e preta, empreendendomigrações anuais entre ambas.Biologia: Detritívoro, consome matéria orgânica, algas,bactérias, fungos e outros microorganismosdepositados em substratos; desova na enchente;comprimento total médio da primeira maturação emtorno de 26cm, sendo que com 36cm todos osindivíduos são adultos.Importância comercial: Destacada no geral e no grupo. Éa espécie mais comum, representando cerca de 70% daprodução de jaraquis no mercado de Manaus.

CHARACIFORMES

PROCHILODONTIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

JARAQUI-ESCAMA-GROSSA71

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SILU

RIFO

RMES

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SILURIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

MANDI-PERUANOAUCHENIPTERIDAE

FAMÍLIA AUCHENIPTERIDAE: Cangati, mandi-peruano,mandubé.

Os membros dessa família apresentam corpo nu,coberto apenas por pele; região dorsal do corpo, entrea cabeça e a origem da nadadeira dorsal, coberta complacas ósseas suturadas entre si e com limites bemevidentes externamente; nadadeira adiposa diminuta;olho coberto com tecido adiposo, sem órbita livre;nadadeira dorsal localizada na porção anterior docorpo, logo após a cabeça; dois ou três pares debarbilhões, sendo um maxilar e um ou doismentonianos, todos relativamente curtos, nenhumultrapassando o meio do corpo; uma depressão emforma de canal na região infra-orbital, onde se aloja obarbilhão maxilar. A maioria das espécies apresentahábito crepuscular ou noturno, nadandofreneticamente próximo à superfície à procura deinsetos ou outros itens alimentares; durante o período

Nome científico: Auchenipterus nuchalis (Spix &Agassiz, 1829).Outros nomes comuns: Bocón, jurarí (Colômbia);leguia (Peru).

diurno permanecem escondidos em fendas, buracosou debaixo de troncos e galhos. As espécies de maiorporte têm importância na pesca comercial e desubsistência, sendo muito comuns em lagos. A famíliaé formada por duas subfamílias, Centromochlinae eAuchenipterinae, sendo que essa última inclui a grandemaioria dos cangatis e também os mandubés oufidalgos, que por muito tempo foram consideradoscomo uma família à parte (Ageneiosidae). Ao todo, afamília é representada por 19 gêneros e 95 espécies.No mercado de Manaus foram encontradas duasespécies.Fonte bibliográfica: Mees, 1974; Ferraris Jr., 1988;2003b; Burgess, 1989; Walsh, 1990; Ferraris Jr. &Vari, 1999; Goulding et al., 2003.

Diagnose: Porte pequeno, até 20cm; focinho curto eolhos grandes; nadadeira anal longa, cobrindo quase ametade do perfil ventral; nadadeiras dorsal e peitoralestreitas e dotadas de um espinho fino e pungente;nadadeira adiposa diminuta; ampla distribuição nabacia amazônica, ocorrendo em rios e lagos de águasbrancas, claras e pretas.Biologia: Carnívoro, consome invertebrados,principalmente microcrustáceos e insetos; desova no inícioda enchente; fecundidade média em torno de 15.000ovócitos por postura; primeira maturação sexual emindivíduos com cerca de 15cm de comprimento;dimorfismo sexual secundário e transitório: no período dereprodução os machos desenvolvem ossificações nosbarbilhões maxilares, que se tornam rígidos e em forma de“S”, como chifres; o espinho da nadadeira dorsal tambémaumenta de tamanho e torna-se retorcido, sendo que essascaracterísticas regridem ao final do período reprodutivo.Importância econômica: Insignificante, só aparece nomercado esporadicamente.

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SILURIFORMES

AUCHENIPTERIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

MANDUBÉ

Nome científico: Ageneiosus inermis (Linnaeus, 1766).Outros nomes comuns: Fidalgo, palmito, boca-larga;bocón (Colômbia).Diagnose: Porte grande, até 50cm e 2kg; cabeçaachatada; olhos em posição lateral; boca muito grande,prognata, a maxila superior um pouco maior do que ainferior; dorso com coloração cinza-azulado uniforme eventre cinza-claro; distribui-se por toda a regiãoamazônica e ocorre tanto em lagos quanto em rios.

Biologia: Carnívoro, consome peixes, camarões eoutros invertebrados; apresenta acentuado dimorfismosexual temporário: o barbilhão maxilar e o primeiroraio da nadadeira dorsal desenvolvem-se bastante e setornam ossificados e com numerosos ganchos ouespinhos.Importância econômica: Insignificante, sua cotação énormalmente baixa no mercado pesqueiro.

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SILURIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

TAMOATÁCALLICHTHYIDAE

FFFFFAMÍLIA CALLICHTHYIDAMÍLIA CALLICHTHYIDAMÍLIA CALLICHTHYIDAMÍLIA CALLICHTHYIDAMÍLIA CALLICHTHYIDAEAEAEAEAE: Tamoatá.Os membros dessa família apresentam corpo roliço ecoberto por duas séries de placas altas e estreitas, unindo-se na zona mediana do corpo e com limites em formade ziguezague; nadadeira anal curta, com cinco a noveraios; boca pequena, ventral ou subterminal eprojetando-se para a frente quando fechada; doispares de barbilhões rictais, isto é, unidos pela base esituados nos cantos da boca; nadadeiras peitoral edorsal com o primeiro raio duro, às vezes em forma deespinho; nadadeira adiposa curta e precedida de umraio duro, espinhoso; ânus localizado próximo à basedas nadadeiras ventrais; série infra-orbital reduzida aum ou dois ossos; bexiga natatória encapsulada. Amaioria das espécies dessa família possui respiraçãodupla, aquática e aérea, sendo parte do intestinoadaptada para troca gasosa; alguns membros dafamília possuem a capacidade de se locomover emterrenos úmidos, por distâncias consideráveis esuportar águas desoxigenadas. As espécies de maiorporte são utilizadas na pesca de subsistência eocasionalmente na comercial e as menores, maiscoloridas, na aquariofilia. A família é formada por duas

Nome científico: Hoplosternum littorale (Hancock,1828).Outros nomes comuns: Tamuatá, tamboatá; caborja,soldado; buchere (Bolívia); hoplo (Colômbia).Diagnose: Porte pequeno, até 20cm; parte lateral docorpo coberta por apenas duas fileiras horizontais deplacas altas e dispostas de forma imbricada; ocorreprincipalmente em lagos e rios de água branca mastambém em igarapés. É uma das espécies maisabundantes em igarapés urbanos poluídos e com poucooxigênio dissolvido na água, provavelmente devido à suacapacidade de respiração aérea.

Biologia: Onívoro, consome principalmentemicrocrustáceos e larvas de insetos, especialmentequironomídeos, que em geral vivem no fundo de rios elagos, em locais com acúmulo de detritos orgânicos;respira o oxigênio do ar, o que permite à espécie habitarlocal com águas estagnadas e com muito pouco oxigêniodissolvido; reproduz-se no início da enchente, quandoconstrói um ninho de bolhas de ar e fragmentos vegetaisnas áreas marginais rasas; cuida da prole até que as larvaspassem a nadar ativamente; fecundidade média variandoentre 3.500 e 10.200 ovócitos, por postura. É possívelencontrar exemplares maduros a partir de 9cm decomprimento; dimorfismo sexual secundário: os espinhospeitorais são maiores, mais robustos e com as pontascurvas nos machos durante o período reprodutivo.Importância econômica: Insignificante. Os peixesnormalmente são comercializados vivos; na região da ilhade Marajó, no Pará, é alvo de uma pesca seletivadirecionada à exportação.

subfamílias: Callichthyinae, que inclui os tamoatás eCorydoradinae, as coridoras, correspondendo a umtotal de sete gêneros e cerca de 177 espécies. Nomercado de Manaus foi encontrada apenas umaespécie.Fonte bibliográfica: Burgess, 1989; Reis, 1997;2003; Pina, 1998.

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SILURIFORMES

DORADIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

BACU-PEDRAFAMÍLIA DORADIDAE: Bacu, cuiú-cuiú.....Os membros dessa família apresentam corpo robusto,sobretudo na porção anterior; uma série de placas ósseasao longo do lado do corpo, cada uma delas portando umespinho mediano e em certos casos, espinhos menoresacessórios; além dessa série, algumas espéciesapresentam placas secundárias, principalmente acima eabaixo do pedúnculo caudal; ossos do crâniofirmemente fusionados, deixando linhas de sutura visíveise formando uma armadura compacta e unida à placa quese encontra à frente da nadadeira dorsal; boca terminal ouinferior; três pares de barbilhões simples ou ramificados,livres ou unidos pela base; nadadeiras peitorais e dorsalcom acúleo forte e pungente; nadadeira anal curta com 10a 12 raios. Espécies de grande porte, como o cuiú-cuiú, são utilizadas na pesca comercial e desubsistência; outras, menores e coloridas, naaquariofilia. A família inclui 30 gêneros e 72 espécies.No mercado de Manaus foram encontradas apenasduas espécies.Fonte bibliográfica: Burgess, 1989; Higuchi, 1992;Sabaj, 2002; Goulding et al., 2003; Sabaj & Ferraris Jr.,2003.

Nome científico: Lithodoras dorsalis (Valenciennes, 1840).Outros nomes comuns: Bacu.Diagnose: Porte grande, até 90cm e 15kg; corpoquase inteiramente coberto por pequenas placasósseas parecidas com as do bodó, entretanto a fileirade placas laterais munidas de espinhos permanecevisível, permitindo caracterizá-lo facilmente como umdoradídeo; ocorre no sistema Solimões/Amazonas,sendo comum em rios e lagos de águas brancas.Biologia: Herbívoro, alimenta-se quase queexclusivamente de material vegetal, como frutos,sementes e capins aquáticos e explora tanto o fundoquanto a superfície. É um habitante comum das áreasde várzea, especialmente durante a enchente e cheiados rios, quando se dirige à floresta inundada embusca de alimento. Reproduz-se durante a enchente ea desova parece ser total. Larvas e jovens são

abundantes na região do estuário do rio Amazonas,que provavelmente funciona como um “berçário” paraessa e outras espécies de bagres. Os indivíduos jovensnão apresentam a ampla cobertura de placas ósseasque caracteriza os adultos; o desenvolvimento dessaarmadura óssea é gradual, à medida que o peixecresce. Algumas evidências indicam que o bacu-pedraatua como dispersor de sementes de certas plantas devárzea, o que provavelmente contribui para amanutenção da diversidade de espécies vegetaisnesses ambientes.Importância econômica: Insignificante.

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SILURIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

CUIÚ-CUIÚDORADIDAE

Nome científico: Oxydoras niger (Valenciennes, 1821).Outros nomes comuns: Cuiú, Cujuba, Cujubim; giro(Bolívia); sierra, copora (Colômbia); turushuki (Peru).Diagnose: Porte grande, chegando a 1,2m e 20kg;coloração cinza-escuro uniforme; boca subinferior,lábios carnosos, adaptados para sucção; apresentatentáculos carnosos no céu da boca. Até recentementeessa espécie era classificada no gênero Pseudodoras.

Biologia: Alimenta-se junto ao fundo, consumindodetritos e a fauna de invertebrados aquáticosassociada, principalmente larvas de insetos; reproduz-se durante o início da enchente; fecundidade em tornode 250.000 ovócitos, por desova. Têm sidoobservados exemplares maduros a partir de 54cm decomprimento.Importância econômica: Insignificante.

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SILURIFORMES

LORICARIIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

BODÓFAMÍLIA LORICARIIDAE: Bodó.Os membros dessa família apresentam corpo roliço ouachatado em seção transversal e coberto por placasósseas, formando três a cinco séries sobre o tronco, sendocada uma munida de pequenas estruturas ósseas, bastanteásperas ao tato ou mesmo perfurantes, denominadasodontódios; região abdominal achatada ou plana; bocainferior; lábios expandidos em forma de ventosa epapilosos; uma ou mais fileiras de dentes delgados,fracamente implantados e quase sempre com duascúspides assimétricas ou em forma de concha; um par debarbilhões curtos nos cantos da boca, na conexão entre oslábios superior e inferior; nadadeira adiposa, quandopresente, com um raio curto e duro na borda anterior;pedúnculo caudal normalmente longo e comprimido;nadadeiras peitorais e dorsal munidas de um espinho;intestino longo e enovelado. A maioria das espécies habitao fundo de lagos e rios, onde normalmente permaneceimóvel, às vezes em troncos, ou se movimenta lentamente;sua dieta é constituída basicamente de detritos, algas,larvas de insetos e outros microorganismos associados aofundo e ao perifiton; fecundidade baixa e ovócitosrelativamente grandes. Todas as espécies de grande portesão utilizadas na pesca de subsistência e comercial emuitas de pequeno porte são utilizadas na aquariofilia,sobretudo as coloridas e de formas exóticas. A famíliainclui seis subfamílias, 82 gêneros e cerca de 680espécies. No mercado de Manaus foi encontradaapenas uma espécie.Fonte bibliográfica: Brito, 1981; Burgess, 1989; Weber,1991; 1992; 2003; Goulding et al., 2003.

Nome científico: Liposarcus pardalis (Castelnau, 1855).Outros nomes comuns: Acari, acari-bodó, cascudo;carachama negra (Peru); cucha (Colômbia); zapato(Bolívia).Diagnose: Porte grande, até 50cm; distingue-se damaioria das espécies de bodós pelo grande número deraios da nadadeira dorsal, de 12 a 14; ocorre em áreasde várzea, em lagos e margens de rios de águasbrancas. Essa espécie foi largamente citada naliteratura até recentemente como Pterygoplichthysmultiradiatus.Biologia: Iliófago, alimenta-se de matéria orgânicaparticulada e microorganismos associados, comoprotozoários, fungos e bactérias; vive no fundo de lagos erios, em locais de substrato mole, composto por lama edetritos; apresenta respiração aérea acessória,processada através do estômago, que tem forma de“U”, paredes extremamente finas e ricamentevascularizado na porção posterior. Por ser um órgãorespiratório acessório, o estômago não retém oalimento, sendo apenas uma passagem para ointestino longo e enovelado. Em ambientes bemoxigenados, o bodó tem uma respiração totalmenteaquática, mas onde há pouco oxigênio, ele vem à tona

para tomar o ar atmosférico. Foi observado que, forad’água e com o corpo umedecido, essa espécie podepassar cerca de dois dias vivo. Desova na vazante,quando constrói ninho (uma depressão ou buraco) nofundo de lagos ou em barrancos de rios; fecundidadeem torno de 1.000 a 5.000 ovócitos; período dereprodução longo, com 2 a 3 posturas por ano, sendoque o pico de desova se dá normalmente no final daseca e início da enchente; cuida da ninhada até aeclosão das larvas. É uma das últimas espécies depeixes a abandonar as áreas de várzea durante operíodo da seca dos rios e é comum haver grandesmortandades de bodós que findam aprisionados emlagoas até a dessecação completa daqueles ambientes.Importância econômica: Insignificante. Apesar deocorrer em pequena quantidade, é um peixe muitofreqüente no mercado de Manaus e muito utilizadopara o preparo de caldeiradas. É comercializado vivonas feiras e mercados e dele se aproveita tanto a carnequanto a ova, sendo que os teores de gordura sãoextremamente baixos (0,1% e 1,3%, respectivamente).Além de ser consumida in natura, sua carne também éaproveitada para a fabricação de farinha-de-peixe(piracuí), um produto muito utilizado na região,sobretudo nas áreas interioranas.

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SILURIFORMES

BABÃOPIMELODIDAE

FAMÍLIA PIMELODIDAE: Bagre, dourada, mandi, filhote,piramutaba, pirarara, surubim e outros.

Os membros dessa família apresentam corpo nu, semplacas ou escamas, apenas coberto por pele; trêspares de barbilhões longos, sendo um maxilar e doismentonianos; aberturas branquiais amplas,prolongando-se para a frente, até próximo ao queixo epara trás, além da inserção do primeiro raio danadadeira peitoral; órbita com margem livre; dentesviliformes, quase sempre inseridos em placasdentígeras, em ambas as maxilas; nadadeiras peitoraise dorsal geralmente com o primeiro raio transformadoem espinho pungente; adiposa bem desenvolvida;canais da linha lateral cutâneos ramificados ou

Nome científico: Goslinia platynema (Boulenger, 1898).Outros nomes comuns: Bagre; baboso, flemoso(Colômbia); mota flemosa (Peru).Diagnose: Porte grande, até 1m; cabeça deprimida,olhos pequenos, barbilhões maxilares largos eachatados; coloração cinza-azulado no dorso e amarelano ventre, sem pintas ou manchas; ocorre na calhaprincipal do Solimões/Amazonas e afluentes de águabranca, ocorrendo eventualmente em áreas de várzea.Biologia: Carnívoro, consome peixes e invertebrados;realiza migrações anuais, aparentemente para reproduzir-se nas cabeceiras dos rios de águas brancas. Não háinformações disponíveis sobre a fecundidade, tamanho daprimeira maturação sexual e tipo de desova, mas éprovável que siga o padrão das demais espécies, comdesova total no período de enchente.Importância econômica: Insignificante.

anastomosados na cabeça e parte anterior do corpo. Afamília inclui 31 gêneros e 90 espécies, denominadasconjuntamente de bagres ou peixes-lisos, mas comvários nomes populares específicos. Algunsrepresentantes desse grupo estão entre os maiorespeixes de água doce da América do Sul e a maioriaapresenta destacada importância na pesca comercialou de subsistência. No mercado de Manaus foramencontradas 22 espécies pertencentes a 16 gêneros.Fonte: MaCDonagh, 1937; Goulding, 1979; 1980; Carvalho,1980; Britsky, 1981; Reid, 1983; Goulding & Ferreira,1984; Carvalho & Goulding, 1985; Stewart, 1986; Zuanon,1990; Fernandez, 1992; Silvergrip, 1992; Barthem &Goulding, 1997; Lundberg, 1998; Pina, 1998; Alonso,1998; 2002; Lundberg & Parisi, 2002; Goulding et al.,2003; Lundberg & Littmann, 2003.

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SILURIFORMES

PIMELODIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

BICO-DE-PATO

Nome científico: Sorubim lima (Bloch & Schneider,1801).Outros nomes comuns: Jurupensém; cucharo(Colômbia); paleta (Bolívia).Diagnose: Porte grande, até 50cm; maxila superiormuito mais longa do que a inferior, deixando à mostrauma larga faixa de dentes muito pequenos quandoobservado em vista ventral; cabeça muito achatada; olhoslocalizados lateralmente, bem distantes entre si; ocorre em

toda a bacia amazônica, em sistemas de águas brancas,claras e pretas, mas é mais abundante em rios de águabranca.Biologia: Carnívoro, consome principalmente pequenospeixes e camarões; há informações de que utiliza a maxilasuperior proeminente para aprisionar camarões junto aofundo, o que reforça a caracterização do bico-de-patocomo um dos poucos peixes especializados no consumodessa presa nos rios amazônicos. As poucas informações

disponíveis sobre aspectos biológicos e ecológicosindicam que essa espécie reproduz-se durante aenchente. Durante a vazante é possível observarpequenos cardumes desse peixe movimentando-secontra a correnteza nas “pontas d’água” que seformam junto aos barrancos do rio; entretanto, não háindicações de que essa espécie realize longasmigrações reprodutivas.Importância econômica: Insignificante.

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SILURIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

BRAÇO-DE-MOÇAPIMELODIDAE

Nome científico: Hemisorubim platyrhynchos(Valenciennes, 1840).Outros nomes comuns: Liro, jurupoca; toa (Peru).Diagnose: Porte grande, até 50cm; diferencia-se dasdemais espécies de bagres exploradas comercialmentepor possuir a maxila inferior mais longa que a superiore projetando-se sobre ela quando a boca se encontrafechada; coloração cinza ou amarronzada com váriasmanchas escuras e arredondadas no corpo; ocorreem quase toda a bacia amazônica, em rios e lagos deáguas brancas, pretas e claras.

Biologia: Carnívoro, consome pequenos peixes einvertebrados. Não há muitas informações publicadassobre essa espécie, além de citações breves; éprovável que tenha o mesmo padrão reprodutivo damaioria dos demais grandes bagres, com desova totaldurante a enchente.Importância econômica: Insignificante.

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SILURIFORMES

PIMELODIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

CAPARARI

Nome científico: Pseudoplatystoma tigrinum(Valenciennes, 1840).Outros nomes comuns: Surubim-tigre; chuncuina(Bolívia); pintadillo tigre (Colômbia); puma zúngaru(Peru).Diagnose: Porte grande, atinge mais de 1m e 20kg;coloração cinza, com barras negras emendadas entre si,em forma de rede, nas laterais do corpo; cabeça longa eachatada, com uma constrição na região mediana dofocinho; nadadeira caudal com lóbulos arredondados.

Parecida com o surubim, mas diferencia-se dele pelopadrão de coloração e forma da cabeça; ocorre em rios elagos de águas brancas, claras ou pretas.Biologia: Piscívoro, consome principalmente peixes deescamas e sarapós (Gymnotiformes). Demonstraintensa atividade crepuscular e noturna, quando osindivíduos dessa espécie caçam suas presas próximoàs margens; desova total, no início da enchente;fecundidade em torno de 1.500.000 ovócitos porpostura; exemplares a partir de 45cm de comprimento

são considerados sexualmente maduros.Importância econômica: Insignificante,contudo, é uma espécie muito importante napesca comercial em toda a Amazônia,inclusive em outros países como o Peru,Colômbia, Bolívia e Venezuela. Suaparticipação média no mercado de Manaus éligeiramente superior à registrada para osurubim, sendo às vezes comercializado comesse nome.

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SILURIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

CARA-DE-GATOPIMELODIDAE

Nome científico: Platynematichthys notatus (Jardine,1841).Outros nomes comuns: Coroatá, coronel; capaz,capitán (Colômbia); mota labio rojo (Peru).Diagnose: Porte grande, até 60cm; cabeça curta e alta;focinho curto; barbilhões achatados; nadadeira dorsalprolongando-se em um filamento; corpo quase quetotalmente coberto por pequenas pintas escuras; umamancha escura no lóbulo inferior da nadadeira caudal;ocorre nos canais de rios de águas brancas, pretas eclaras, com ampla distribuição na Amazônia.

Biologia: Há evidências de que seja piscívoro,alimentando-se ocasionalmente de camarões; desovatotal no início da enchente; indivíduos jovens, comcerca de 10cm, têm sido encontrados no fundo docanal do rio Amazonas e em praias, no período daseca.Importância econômica: Insignificante.

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SILURIFORMES

PIMELODIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

DOURADANome científico: Brachyplatystoma rousseauxii (Castelnau,1855).Outros nomes comuns: Dorado (Colômbia, Peru);saltador (Bolívia).Diagnose: Porte grande, até 1,8m e 30kg; difere dasdemais espécies de peixes lisos pela coloração típica,com a cabeça prateada e o corpo amarelo-dourado;barbilhões curtos e maxilas superior e inferior decomprimentos aproximadamente iguais; ampladistribuição na Amazônia, desde o estuário até ascabeceiras do rio Amazonas; ocorre principalmente emsistemas de águas brancas, mas também é encontradaem rios de água preta; habita principalmente o canaldos rios, mas indivíduos jovens também sãoencontrados em áreas de várzea.

Biologia: Piscívoro, consome peixes inteiros;empreende grandes migrações, locomovendo-sedesde o estuário até as cabeceiras do Amazonas ealguns afluentes, onde ocorre a desova; os ovos e aslarvas são carreados rio abaixo até o estuário, que é olocal de crescimento e alimentação das formas jovens;período de reprodução longo, com desova total;primeira maturação sexual por volta do quarto ano devida, em indivíduos com pelo menos 1m decomprimento. Entre os grandes bagres amazônicos,essa espécie parece ser a mais pelágica, já quenormalmente é encontrada à meia água.Importância econômica: Insignificante nas feiras deManaus, entretanto é muito importante na indústria depescado.

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SILURIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

DOURADA-ZEBRAPIMELODIDAE

Nome científico: Brachyplatystoma juruense(Boulenger, 1898).Outros nomes comuns: Zebra, flamengo; apuy, camiseto,siete barbas (Colômbia); zúngaro alianza (Peru).Diagnose: Porte grande, até 60cm; cabeça alta ecoberta por pele grossa; colorido de fundo cinza-amarronzado, com oito a dez faixas transversais escurassobre o tronco; apresenta ampla distribuição naAmazônia, mas ocorre sempre em pequeno númerode exemplares; habita principalmente rios de águasbrancas e parece ser mais comum na região do altoSolimões.Biologia: Não há informações detalhadas sobre aspectosbiológicos e ecológicos dessa espécie, mas como amaioria dos grandes bagres, é provável que sejapiscívoro e desove durante a enchente.Importância econômica: Insignificante.

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SILURIFORMES

PIMELODIDAE

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FILHOTENome científico: Brachyplatystoma filamentosum(Lichtenstein, 1819).Outros nomes comuns: Piraíba; lechero, valentón(Colômbia); salton (Peru).Diagnose: É o bagre amazônico que atinge maiortamanho, alcançando cerca de 2,5m e 150kg;coloração uniforme, sendo cinza no dorso e claro noventre; barbilhões roliços e estreitos; nadadeirasadiposa e anal com base aproximadamente de mesmotamanho. Ocorre em quase toda a bacia amazônica,em rios de águas brancas, pretas e claras, mas é muitomais comum nas águas brancas. Geralmente o nomefilhote é aplicado a exemplares de menor porte, até1,5m de comprimento padrão e 50kg, e piraíba, aexemplares maiores, entretanto há evidências de queesses nomes referem-se a duas espécies distintas.

Biologia: Carnívoro, consome peixes, sendo ospequenos bagres e os peixes de escamas que formamcardumes, os alimentos preferidos. Apesar do grandetamanho potencial, exemplares grandes são poucocomuns, provavelmente devido aos efeitos históricosda pesca comercial. A piraíba também parece realizarmigrações, mas não forma grandes cardumes; alémdisso, a migração não parece estar relacionadaimediatamente à reprodução, pois não envolve peixesem estágio avançado de maturação gonadal. Aspectosreprodutivos são pouco conhecidos, mas háevidências de que a desova seja total durante aenchente e ocorra nas cabeceiras do rio Amazonas.Importância econômica: Insignificante, entretanto tem altacotação de preço no mercado e é muito consumida nobaixo Amazonas.

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Observação: Uma outra espécie de filhote ou piraíba,chamada por alguns pescadores de “filhote capapreta”, tem sido há muitos anos confundida com apiraíba verdadeira, B. filamentosum. O filhote capapreta foi recentemente descrito comoBrachyplatystoma capapretum (Lundberg & Akama,2005) e pode ser diferenciado da espécie anterior pordetalhes da coloroção, formato da dentição enadadeira caudal menos furcada. Infelizmente, não hácomo diferenciar as duas espécies na maioria dostrabalhos já publicados sobre a piraíba, e os dados decaptura pela pesca comercial disponíveis até apresente data provavelmente incluem exemplaresdessas duas espécies.

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JAÚPIMELODIDAE

Nome científico: Zungaro zungaro (Humboldt, 1821).Outros nomes comuns: Pacamom, pacamão, jundiá;amarillo, pejesapo (Colômbia); muturo (Bolívia).Diagnose: Grande porte, até 1,60m de comprimento e110kg; corpo curto e roliço; cabeça ampla; coloraçãogeral cinza-amarelado, com numerosas manchasescuras e pequenas no corpo; ocorre em quase toda abacia amazônica, em rios de água branca, preta e clara;habita principalmente o canal principal dos grandes rios eé considerado comum nos poções formados a jusante decorredeiras.

Biologia: Carnívoro, consome peixes de diversos tipose crustáceos; fecundidade em torno de 3.640.000ovócitos; tamanho médio dos exemplares sexualmentemaduros em torno de 1,20m; há evidências de que adesova seja total e que realiza migrações em direção àscabeceiras de grandes rios para desovar, no início daenchente.Importância econômica: Insignificante, sendo suacotação de preço a menor entre os grandes bagres.

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JUNDIÁNome científico: Leiarius marmoratus (Gill, 1870).Outros nomes comuns: Jandiá; bagre pintado(Bolívia); barbudo, yaqué (Colômbia).Diagnose: Porte grande, até 50cm; nadadeira dorsallarga, com 9 a 10 raios ramificados; padrão decoloração formado por manchas enegrecidas sobreum fundo marrom-claro; ampla distribuição na baciaamazônica; ocorre com maior freqüência emambientes de águas correntosas, mas sempre empequeno número.

Biologia: Há poucas informações disponíveis,possivelmente refletindo a sua raridade nas coletas naAmazônia brasileira, todavia, parece alimentar-se depeixes e invertebrados.Importância econômica: Insignificante.

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MANDI-COMUMPIMELODIDAE

Nome científico: Pimelodus blochii Valenciennes,1840.Outros nomes comuns: Picalón (Colômbia); bagre (Peru).Diagnose: Porte pequeno, até 20cm; corpo roliço aligeiramente elevado; cabeça alta e fortementeossificada; olhos grandes; nadadeiras dorsal e peitoralcom espinho forte e pontiagudo; nadadeira adiposaalta e de contorno anguloso; coloração variável entrecinza e amarelada, às vezes formando uma ou duasfaixas claras longitudinais nos lados do corpo; ampladistribuição na bacia amazônica, sendo especialmenteabundante em rios e lagos de águas brancas; ocorretambém em rios e igarapés maiores, tanto em águasclaras quanto pretas.Biologia: Onívoro, consome frutos, detritos, invertebradose pequenos peixes; forma cardumes no período da seca,os quais são explorados pela pesca comercial em algumasregiões da Amazônia; desova no início da enchente; umafêmea pode depositar cerca de 115.000 ovócitos; osmenores exemplares sexualmente maduros medem cercade 14cm.Importância econômica: Insignificante, entretanto emalgumas feiras de bairros ocorre em grande quantidade emdeterminadas épocas do ano.

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MANDI-MOELANome científico: Pimelodina flavipinnis Steindachner,1876.Outros nomes comuns: Fura-calça (Pará); blanquillo(Bolívia); mota con puntos (Peru).Diagnose: Porte médio, até 30cm; corpo alongado;boca distintamente subterminal e focinho longo;ausência de espinho nas nadadeiras peitorais e dorsal;nadadeira adiposa longa e baixa; corpo cinza-amareladocom numerosas manchas escuras arredondadas;estômago constituído por uma musculatura forte, bemdesenvolvida, semelhante a uma moela de ave,responsável pelo nome “moela” e indicativa de que suadieta inclui alimentos de consistência dura ou envolvidos

em “casca” rígida.Biologia: Carnívoro, consome invertebrados, comoinsetos e crustáceos, os quais são capturados junto aofundo. Não há dados publicados sobre a reproduçãodo mandi-moela, mas supõe-se que a desova sejatotal, no início da enchente.Importância econômica: Insignificante, só aparece nomercado esporadicamente.

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MAPARÁPIMELODIDAE

MAPARÁSAté recentemente, os maparás eram enquadrados numafamília à parte, denominada Hypophthalmidae. São peixesde porte grande, atingindo cerca de 50cm e diferemdos demais peixes lisos pela posição dos olhos,praticamente voltados para baixo; rastros branquiaislongos e numerosos; abertura branquial muito ampla elivre do istmo; nadadeira anal muito longa e ausênciade espinho nas nadadeiras (entretanto, em indivíduosjovens com cerca de 10cm de comprimento, háespinhos relativamente frágeis nas nadadeiraspeitorais). Sua participação no mercado de Manaus épequena, em torno de 3% da produção total, mas seufilé congelado é muito comum nos supermercados dacidade; são muito explorados no baixo Amazonas. Nomercado de Manaus foram encontradas três espécies,as quais podem ser separadas por detalhes doformato do focinho, da nadadeira caudal e pela largurados barbilhões.

Nome científico: Hypophthalmus edentatus Spix &Agassiz, 1829 .Outros nomes comuns: Maparate (Peru).Diagnose: Distingue-se dos demais maparás pelofocinho curto e a nadadeira caudal apenas levementefurcada, com o lóbulo inferior arredondado. Podealcançar até 35cm de comprimento.Biologia: Planctívoro, consome microcrustáceos,algas, larvas de insetos e outros itens diminutosfiltrados na coluna d’água; desova parcelada durante ofinal da seca e início da enchente, produzindo cerca de80.000 ovócitos, por desova; primeira maturaçãosexual aos 22cm de comprimento.Importância econômica: Insignificante no geral edestacada no grupo. É a segunda espécie maisimportante entre os maparás.

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MAPARÁNome científico: Hypophthalmus marginatusValenciennes, 1840.Outros nomes comuns: Maparate (Peru).Diagnose: Além das características já citadas para ogrupo, apresenta focinho longo e a nadadeira caudalprofundamente furcada, com lóbulos pontiagudos.Atinge cerca de 50cm de comprimento.Biologia: Planctívoro, consome microcrustáceos e algas,embora inclua também larvas de insetos e outros itensdiminutos filtrados na coluna d’água.Importância econômica: Insignificante no geral edestacada no grupo. É a espécie mais importante entreos maparás.

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MAPARÁ-BICO-DE-PENAPIMELODIDAE

Nome científico: Hypophthalmus fimbriatus Kner, 1858.Outros nomes comuns: Mapará.Diagnose: Difere das duas outras espécies de maparáspelos barbilhões muito largos, em forma de pena.Atinge cerca de 30cm de comprimento. Ocorre em riose lagos com diversos tipos de água, mas parece sermais comum em rios de água preta.Biologia: Planctívoro, consome microcrustáceos e algas,embora inclua também larvas de insetos e outros itensdiminutos filtrados na coluna d’água.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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PEIXE-LENHANome científico: Sorubimichthys planiceps (Spix &Agassiz, 1829).Outros nomes comuns: Pejeleña, paletón, cabo dehacha,(Colômbia); achacubo (Peru); paleta (Bolívia).Diagnose: Porte grande, até 1,2m e 12kg; corpolongo e roliço; maxila superior maior que a inferior,deixando exposta a placa de dentes; focinho com aextremidade arredondada em forma de meia-lua;cabeça muito larga e achatada, coberta por numerosospontos negros; coloração do corpo típica, com umafaixa longitudinal negra separando o ventre branco e odorso cinza com pontos negros; ocorre principalmenteem águas correntes do sistema do Solimões/Amazonas, incluindo os afluentes de água branca.

Difere do bico-de-pato, que também apresenta maxilasuperior expandida, por possuir nadadeira dorsalpintada, além de outros detalhes do colorido.Biologia: Há evidências de que a dieta inclui peixes einvertebrados, a desova seja total, no início daenchente e de que realize migrações, mas não se sabese forma cardumes, nem se a movimentação rio acimaestá relacionada com a desova iminente. Ocorre comfreqüência em áreas rasas, especialmente emambientes de praias.Importância econômica: Insignificante, entretanto tem altacotação no mercado, inclusive como peixe ornamentalna fase juvenil.

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PIRACATINGAPIMELODIDAE

Nome científico: Calophysus macropterus(Lichtenstein, 1819).Outros nomes comuns: Urubu-d’água, pintadinho;simí, mota (Colômbia); blanquillo (Bolívia).Diagnose: Porte grande, até 40cm e 1kg; bocaligeiramente subterminal; maxila superior com apenasduas fileiras de dentes bem alinhados; barbilhõesroliços; corpo geralmente cinza-amarelado comnumerosas manchas ou pontos escuros; ocorre emrios e lagos, em todos os tipos de águas, mas éespecialmente abundante em rios de água branca.Biologia: Carnívoro, consome peixes e invertebrados;entretanto, como um dos nomes comuns sugere, éextremamente voraz, oportunista e necrófago, consumindoocasionalmente restos de peixes e outros animais mortos,frutos e restos vegetais. Embora não haja estudosconclusivos a respeito, há evidências de que a desova sejatotal, na enchente.

Importância econômica: Insignificante. Sua maiorimportância está relacionada aos prejuízos causados àpesca. É comum observar grupos de piracatingasatacando peixes capturados em malhadeiras, em meioa grupos de candirus. Atualmente há uma pesca muitointensa da piracatinga no Médio e Alto Solimões, comvistas à exportação para a Colômbia. Os peixes sãoaprisionados em gaiolas de madeira, tendo como iscasas carcaças de jacarés e botos abatidos exclusivamentepara esse fim, gerando uma crescente preocupaçãocom essa pesca altamente predatória.

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PIRAMUTABANome científico: Brachyplatystoma vaillantii(Valenciennes, 1840)Outros nomes comuns: Mulher-ingrata, piaba (BaixoAmazonas); pirabutón, pujón (Colômbia); manitoa (Peru).Diagnose: Porte grande, até 1m e 10kg; corporobusto; maxila superior um pouco mais longa que ainferior; base da nadadeira adiposa mais longa que ada anal; coloração uniformemente acinzentada, sendomais clara no ventre; ocorre ao longo do sistema doSolimões-Amazonas e nos principais afluentes de águabranca, embora também seja conhecida em sistemasde água preta, como no rio Orinoco (Venezuela); épouco freqüente em áreas de floresta alagada navárzea.Biologia: Piscívoro, a dieta inclui pequenos peixes lisos

e também peixes de escamas que formam cardumesem certas épocas do ano; ocasionalmente consomeinvertebrados; não há informações conclusivas sobre areprodução, mas há evidências de que a desova sejatotal, na enchente; a primeira maturação sexual ocorreem exemplares com cerca de 50cm de comprimento;o local provável de desova situa-se nas cabeceiras dorio Amazonas, para onde os peixes adultos migramquando atingem cerca de três anos de idade. As larvassão levadas pela correnteza até a região do estuário dorio Amazonas, onde passam os dois primeiros anos devida.Importância econômica: Insignificante. Apesar disso, é umdos bagres mais explorados no baixo Amazonas e naregião do estuário, onde existe uma pesca industrialbaseada na captura dessa espécie e destinada àexportação.

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PIRANAMBUPIMELODIDAE

Nome científico: Pinirampus pirinampu (Spix &Agassiz, 1829).Outros nomes comuns: Barba-chata, barbado;barbachato, barbiplancho (Colômbia); mota fina (Peru).Diagnose: Porte grande, até 60cm; corpo roliço,ligeiramente elevado; nadadeiras sem espinho; adiposalonga, estendendo-se até próximo à base da dorsal;barbilhões achatados; palato sem dente; dentes bucaisem placas relativamente largas; coloração uniformementecinza, mais clara no ventre que no dorso; ocorre em riose lagos de água branca, preta e clara.

Biologia: Piscívoro, consome basicamente pequenospeixes e, às vezes, invertebrados; é comum observarindivíduos dessa espécie atacando peixes presos emmalhadeiras, em meio a grupos de piracatingas ecandirus-açu (Cetopsidae). O padrão reprodutivo deveser semelhante aos demais grandes bagres, comreprodução na fase inicial da enchente; não háevidências de que realize longas migraçõesreprodutivas.Importância econômica: Insignificante.

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PIRARARANome científico: Phractocephalus hemioliopterus(Bloch & Schneider, 1801)Outros nomes comuns: Guacamayo, musico(Colômbia); torre (Peru); general (Bolívia).Diagnose: Porte grande, até 1m e 50kg; corporobusto, curto e largo. Diferencia-se imediatamentedos demais grandes bagres pelo padrão de colorido:dorso cinza-escuro a oliváceo e ventre branco-amarelado, havendo um limite muito bem definidoentre as duas áreas de coloração; cabeça coberta por

pontos escuros; nadadeira caudal e extremidades dadorsal e peitorais alaranjadas a vermelhas; uma placaóssea grande e rugosa, em forma de feijão ou rim,localizada imediatamente à frente da nadadeira dorsal.Biologia: Onívoro, alimenta-se de peixes, frutos einvertebrados, sobretudo caranguejos; entre os peixesconsumidos, os pequenos bagres e bodós parecem ser ospreferidos; ocorre principalmente no canal de rios, ajusante de corredeiras e cachoeiras. Indivíduos jovensocasionalmente são encontrados em áreas de várzeas,

igapós e praias. Há evidências de que a desova ocorradurante a enchente; fecundidade média em torno de300.000 ovócitos; exemplares maduros a partir de85cm de comprimento-padrão.Importância econômica: Insignificante. Suacomercialização é feita geralmente em mantas; sua peletem sido aproveitada para o curtimento e produção decouro, e os juvenis vendidos como peixesornamentais.

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SURUBIMPIMELODIDAE

Nome científico: Pseudoplatystoma fasciatum (Linnaeus,1766).Outros nomes comuns: Pintado, cachara; pintadillorayado (Colômbia); doncella (Peru); surubi (Bolívia).Diagnose: Porte grande, até 1m de comprimento e12kg; focinho uniformemente largo; nadadeira caudalcom lóbulos caudais arredondados; dorso escuro eregião ventral esbranquiçada, com barras negrasestreitas nas laterais do corpo, intercaladas por riscosverticais brancos; ocorre em rios com diferentes tiposd’água, tanto no leito, quanto em lagos e igarapés demédio porte.Biologia: Carnívoro, consome principalmente peixes;

exemplares juvenis também consomem invertebrados,especialmente camarões; hábito noturno; desova total,na enchente; fecundidade média de 1,5 milhão deovócitos; primeira maturação sexual a partir de 45cm;é considerada uma espécie hermafrodita protogínica,ou seja, todos os filhotes nascem como fêmeas, sendoque uma parte se transforma posteriormente emmachos.Importância econômica: Insignificante, nota-se,todavia, que essa espécie apresenta uma importânciamuito grande tanto na pesca comercial quanto napiscicultura em várias partes da Amazônia, incluindoPeru, Bolívia e Venezuela.

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ZEBRINHANome científico: Merodontotus tigrinus Britski, 1981.Outros nomes comuns: Zebra; cebra (Peru); sieterayas (Colômbia).Diagnose: Porte grande, até 50cm; colorido geralcomposto por um fundo branco e aproximadamente 15faixas transversais negras estreitas, inclinadas e bemdefinidas sobre o tronco; nadadeira caudal também comfaixas negras verticais muito distintas; embora ocorrasempre em pequena quantidade, a distribuição dessaespécie parece ser ampla e confinada a rios de águabranca, com exemplares coletados nas bacias dos riosCaquetá (Colômbia) e Madeira, e próximo a Manaus eSantarém.

Biologia: Piscívoro; não há informações detalhadassobre aspectos biológicos e ecológicos para essaespécie e nem se sabe se realiza ou não longasmigrações reprodutivas, como a maioria dos demaisbagres.Importância econômica: Insignificante. Raríssima nomercado, no entanto, é uma espécie muito valorizadacomo peixe ornamental, apesar da proibição formal daexploração de peixes utilizados como alimento pelapopulação humana, para o mercado de aquários.

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PERC

IFORM

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ACARÁ-AÇUCICHLIDAE

Nome científico: Astronotus crassipinnis (Heckel,1840).Outros nomes comuns: Apaiari.Diagnose: Porte médio, até 35cm; espécie muitoparecida e comumente confundida com Astronotusocellatus, da qual difere, entre outras características,pela ausência de manchas oceladas na base danadadeira dorsal.Biologia: Não há referências de dados biológicos paraessa espécie na Amazônia, entretanto, como é muitosemelhante e simpátrica com a outra espécie do gênerosempre citada (A. ocellatus), é provável que asinformações ecológicas conhecidas se apliquem,indistintamente, a ambas.Importância econômica: Insignificante no geral edestacada no grupo. É a espécie mais comum eabundante entre os acarás.

ACARÁSAcará ou cará é um nome de origem indígena quequer dizer “escamoso ou cascudo”. A maioria dasespécies é onívora, tem hábitos diurnos e sedentários,vive normalmente em lagos e zonas marginais de rios;na época de reprodução, forma casais que constroemninhos e cuidam da prole. Além de apreciadas comoalimento, muitas espécies são utilizadas como peixesornamentais. Na Amazônia os acarás sãorepresentados por cerca de 100 espécies, sendo oacará-açu destacadamente o mais importante napesca, tanto em produção quanto em valor unitário.Os acarás têm uma participação insignificante nomercado, com cerca de 1% da produção total, mastêm grande importância na pesca de subsistência.Foram encontradas 15 espécies, sendo esse o grupocom o maior número de espécies biológicas entretodos os peixes comerciais.

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FAMÍLIA CICHLIDAE: Acará, tucunaré, jacundá.Peixes caracterizados pela presença de apenas umanarina de cada lado do focinho; linha lateral geralmentecomposta por dois ramos isolados, sendo um superior eoutro inferior; vários espinhos na nadadeira dorsal, umespinho na pélvica e pelo menos três espinhos na anal; amaioria das espécies vive em águas lênticas, tem hábitoonívoro, desova parcelada e cuida da prole. A famíliacompreende um dos grupos de peixes mais numerosos domundo, com mais de 1.300 espécies, sendo queaproximadamente 450 delas ocorrem na América do Sul.No mercado de Manaus foram encontrados trêsgrupos, formados por 22 espécies.Fonte bibliográfica: Lowe-McConnell, 1969; Goldstein,1973; Ferreira, 1981; Kullander, 1986; 2003; Kullander &Ferreira, 1988; Kullander & Nijssen, 1989; Cala et al., 1996;Ferreira et al., 1998; Oliveira Jr., 1998.

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CICHLIDAE

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ACARÁ-AÇU

Nome científico: Astronotus ocellatus (Agassiz, 1831).Outros nomes comuns: Apaiari, carauassu; pavo real,carahuasú (Colombia); palometa real (Bolívia); oscar.Diagnose: Porte médio, até 35cm; base dasnadadeiras dorsal e anal densamente escamadas;nadadeira anal com três espinhos; um ocelo na partesuperior da base da nadadeira caudal e duas ou maismanchas arredondadas, normalmente em forma deocelo, na base da nadadeira dorsal.

Biologia: Onívoro, com tendência à carnivoria; consomepeixes, insetos, camarões e eventualmente frutos esementes; na natureza, desova do início da enchente atéa cheia; primeira maturação gonadal com cerca de25cm de comprimento e idade entre 15 e 24 meses; naépoca da reprodução forma casais que desovam emninhos, podendo desovar mais de uma vez por ano;fecundidade baixa, entre 1.500 e 2.000 ovócitos.Importância econômica: Insignificante no geral e no grupo.

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ACARÁ-BARARUÁCICHLIDAE

Nome científico: Uaru amphiacanthoides Heckel, 1840.Outros nomes comuns: Bararuá, baru.Diagnose: Porte médio, até 25cm; corpo alto,achatado lateralmente; dentes grandes, com base larga;nadadeira dorsal com 14 a 16 espinhos, e anal com 8 a 9espinhos; coloração marrom-claro, com uma grandemancha escura triangular iniciando-se sob a nadadeirapeitoral e indo até a base da caudal.Biologia: Herbívoro, consome algas filamentosas eperifíton.Importância comercial: Insignificante no geral e no grupo.

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PERCIFORMES

CICHLIDAE

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ACARÁ-BOARI

Nome científico: Mesonauta festivus (Heckel, 1840).Outros nomes comuns: Acará-bandeira, bererê,mereê; mojarra, festivo, ciclido bandera (Colômbia).Diagnose: Porte pequeno, até 15cm; uma faixa pretaoblíqua que vai da boca até os raios moles danadadeira dorsal; um ocelo, ocupando toda a porçãosuperior da base da nadadeira caudal; 7 a 8 espinhos e

12 a 13 raios moles na nadadeira anal.Biologia: Herbívoro, consome principalmente algasfilamentosas; ocorre comumente entre a vegetaçãoflutuante, junto à superfície da água.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo. É explorada como peixe ornamental.

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PERCIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ACARÁ-BRANCOCICHLIDAE

Nome científico: Chaetobranchopsis orbicularis(Steindachner, 1875).Outros nomes comuns: Acará, acará-cascudo, acará-tucumã.Diagnose: Porte pequeno, até 15cm; rastrosbranquiais longos e numerosos; 4 a 6 espinhos nanadadeira anal; uma mancha arredondada sobre o ramosuperior da linha lateral, no meio do corpo.

Biologia: Planctófago, consome pequenos animais doplâncton, como cladóceros, copépodos e outros;ocorre comumente em lagos.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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PERCIFORMES

CICHLIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ACARÁ-CASCUDONome científico: Caquetaia spectabilis (Steindachner,1875).Outros nomes comuns: Acará, acará-rosado.Diagnose: Porte médio, até 25cm; boca grande emuito protrátil; 6 espinhos na nadadeira anal; umamancha arredondada no meio do corpo, abaixo da

linha lateral e uma pequena mancha arredondada naporção superior da base da nadadeira caudal.Biologia: Carnívoro; ocorre em águas lênticas.Importância comercial: Insignificante no geral e no grupo.

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PERCIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ACARÁ-CASCUDOCICHLIDAE

Nome científico: Hypselecara temporalis (Günther, 1862).Outros nomes comuns: Acará-chocolate, acará-marrom, acará-vinagre.Diagnose: Porte pequeno, até 20cm; nadadeira dorsalcom 16 a 17 espinhos; anal com 6 a 8 espinhos;coloração marrom-escuro, com uma mancha escuraarredondada no meio do flanco; uma manchaarredondada preta sobre o ramo superior da base danadadeira caudal; uma faixa escura, que vai do olho atéa base da nadadeira caudal, passando sob a manchado meio do corpo; região inferior da cabeça e parteanterior do ventre de coloração vermelho-vinho.Indivíduos em reprodução apresentam manchasamareladas irregulares pelo corpo.

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Biologia: Carnívoro, consome peixes e insetos.Importância comercial: Insignificante no geral e nogrupo. É bastante valorizada como peixe ornamental.

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PERCIFORMES

CICHLIDAE

ACARÁ-DISCONome científico: Symphysodon aequifasciatusPellegrin, 1904.Outros nomes comuns: Disco.Diagnose: Porte pequeno, até 20cm; corpo alto,bastante comprimido lateralmente em forma dedisco; várias fileiras de escamas na base das

nadadeiras dorsal e anal; 8 a 9 faixas escurastransversais sobre o corpo. Os exportadores

de peixes ornamentais reconhecem trêsvariedades, de acordo com a cor

predominante: disco-marrom(axelrodi), verde (aequifasciata) e

azul (haraldi). Existe outra espécie,S. discus, com distribuição maisrestrita aos rios de água preta etributários da margemesquerda do rio Amazonas.Biologia: Onívoro, consomealgas, insetos e crustáceos;vive nas margens de rios e

lagos entre galhossubmersos e vegetação

marginal. Os filhotesrecém-nascidosalimentam-se domuco produzidopela pele dos pais,nos primeiros diasde vida.

Importânciaeconômica: Insignificante

no geral e no grupo. A realimportância dessa espécie está

relacionada à aquariofilia,alcançando preço bastante elevado

no exterior.

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PERCIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ACARÁ-JURUPARICICHLIDAE

Nome científico: Satanoperca jurupari (Heckel, 1840).Outros nomes comuns: Acará-bicudo, acará-papaterra; mojarra cerrillo (Colômbia).Diagnose: Porte médio, até 25cm; apresenta umlóbulo bem desenvolvido no ramo superior doprimeiro arco branquial; uma pequena mancha emforma de ocelo na porção superior da base danadadeira caudal. Existe mais uma espécie simpátrica,

S. acuticeps, que pode ser confundida com essa, masque pode ser separada por apresentar três manchasredondas nos lados do corpo.Biologia: Onívoro, consome pequenos invertebrados erestos vegetais; ocorre tanto nas margens de riosquanto em lagos.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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PERCIFORMES

CICHLIDAE

ACARÁ-PAPAGAIONome científico: Hoplarchus psittacus (Heckel, 1840).Outros nomes comuns: Acará.Diagnose: Porte médio, até 35cm; uma mancha pretana porção superior da base da caudal; cerca de 7faixas verticais escuras nos lados do corpo e uma faixaescura do olho até a mancha da caudal, sendointerrompida entre as faixas verticais; 15 espinhos nanadadeira dorsal e 5 na anal; coloração azul-

esverdeado, ficando amarronzada após algunsminutos fora d’água; parte ventral do corpoavermelhada e algumas listras vermelhas sobre acabeça, entre a ponta do focinho e os olhos.Biologia: Piscívoro, consome pequenos peixes.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo. Tem importância no mercado de peixesornamentais.

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Page 117: Peixes Comerciais de Manaus

PERCIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ACARÁ-PRATACICHLIDAE

Nome científico: Chaetobranchus flavescens Heckel, 1840.Outros nomes comuns: Acará-branco.Diagnose: Porte médio, até 25cm; rastros branquiaislongos e numerosos; uma mancha arredondada nomeio do corpo; 3 espinhos na nadadeira anal; ausênciade escamas sobre as nadadeiras dorsal e anal etambém de ocelo na base da caudal.Biologia: Planctófago, consome pequenos animais doplâncton, como cladóceros, copépodos e outros;ocorre comumente em lagos.Importância comercial: Insignificante no geral e no grupo.

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PERCIFORMES

CICHLIDAE

ACARÁ-PRATANome científico: Chaetobranchus semifasciatusSteindachner, 1875.Outros nomes comuns: Acará-branco, acará-tucunaré.Diagnose: Porte médio, até 25cm; rastros branquiaislongos e numerosos; 3 espinhos na nadadeira anal;escamas na base das nadadeiras dorsal e anal; umocelo na base da caudal e quatro ou cinco faixas

verticais curtas e largas sobre o corpo.Biologia: Planctófago, consome pequenosorganismos do plâncton, como copépodos,cladóceros e outros; ocorre comumente em lagos.Importância comercial: Insignificante no geral e no grupo.Contudo, em algumas épocas, chega a até 20% daprodução dos acarás. Tem sido utilizado napiscicultura.

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Page 119: Peixes Comerciais de Manaus

PERCIFORMES

ACARÁ-PRETOCICHLIDAE

Nome científico: Heros efasciatus Heckel, 1840.Outros nomes comuns: Acará-peneira, acará-peba,acará-roxo.Diagnose: Porte pequeno, até 20cm; 7 a 8 espinhosna nadadeira anal; coloração olivácea, com pontospretos formando linhas longitudinais regulares sobre ocorpo; apresenta 6 a 7 faixas escuras verticaisinconspícuas sobre o tronco, sendo a última, maisevidente, localizada entre os raios moles da nadadeiradorsal e a anal.

Biologia: Onívoro, com forte tendência à herbivoria,consome algas filamentosas, sementes, larvas deinsetos e pequenos crustáceos.Importância comercial: Insignificante no geral e nogrupo, embora apresente importância como peixeornamental.

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Page 120: Peixes Comerciais de Manaus

PERCIFORMES

CICHLIDAE

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ACARÁ-RÓI-RÓINome científico: Geophagus proximus (Castelnau, 1855).Outros nomes comuns: Acará-papa-terra, acarátinga;mojarra (Colômbia).Diagnose: Porte médio, até 30cm; ramo superior doprimeiro arco branquial com um lóbulo bemdesenvolvido, na margem do qual ocorrem rastroscarnosos; base das nadadeiras dorsal e anal

escamadas; nadadeira anal com 3 espinhos; umamancha escura arredondada no meio do corpo, naaltura dos espinhos da nadadeira dorsal.Biologia: Onívoro, consome sementes, frutos, insetos,crustáceos e algas; ocorre comumente na margem de riose em lagos.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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PERCIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ACARÁ-TUCUNARÉCICHLIDAE

Nome científico: Satanoperca lilith Kullander &Ferreira, 1988.Outros nomes comuns: Acará.Diagnose: Porte médio, até 30cm; um lóbulo bemdesenvolvido no primeiro arco branquial; uma manchaarredondada no meio do corpo, sobre o ramosuperior da linha lateral e uma mancha em forma deocelo sobre o ramo superior da base da caudal.Biologia: Onívoro, consome principalmente larvas deinsetos, crustáceos, peixes e vegetais.Importância comercial: Insignificante no geral e no grupo,apesar de ser um dos maiores acarás.

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PERCIFORMES

CICHLIDAE

JACUNDÁJACUNDÁSOs jacundás pertencem ao gênero Crenicichla ecaracterizam-se pelo corpo alongado, com altura contidamais que 3,5 vezes no comprimento padrão e 3 ou 4espinhos na nadadeira anal; participação insignificante naprodução pesqueira, aparecendo apenas esporadicamenteno mercado de Manaus. Na Amazônia esse grupo estárepresentado por cerca de 30 espécies, sendo que apenasduas foram encontradas no mercado de Manaus.

Nome científico: Crenicichla cincta Regan, 1905.Outros nomes comuns: Peixe-sabão, joaninha.Diagnose: Porte médio, até 25cm; 12 faixas verticaisescuras sobre corpo, não atingindo a região abdomi-nal; a primeira faixa, logo à frente do primeiro espinhodorsal, une-se com uma faixa longitudinal que sai doolho e vai até a segunda faixa, sobre a nadadeirapeitoral.Biologia: Carnívoro, consome peixes e pequenosinvertebrados.Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo.

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Page 123: Peixes Comerciais de Manaus

PERCIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

JACUNDÁCICHLIDAE

Nome científico: Crenicichla sp.Outros nomes comuns: Peixe-sabão, joaninha.Diagnose: Porte pequeno, até 20cm; corpodesprovido de faixas; uma mancha vermelha verticalsobre o opérculo, uma escura sob a nadadeira peitorale uma mancha menor, também escura, sobre a baseda nadadeira caudal.Biologia: Carnívoro, consome peixes e pequenosinvertebrados.Importância econômica: Insignificante no geral edestacada no grupo. É a espécie de jacundá maisfreqüente.

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PERCIFORMES

CICHLIDAE

TUCUNARÉTUCUNARÉConhecido como “pavón” no Peru e Colômbia, “samapi” naBolívia e “peacock bass” em países de língua inglesa.Esse peixe é caracterizado pela boca larga, mandíbulaprotrátil e maxila exposta; nadadeira dorsal com umentalhe, sendo a primeira porção constituída por raiosduros ou espinhos, em número de 12 a 15 e asegunda por raios moles, em número de 15 a 18;nadadeira anal com 3 espinhos e 10 a 11 raios moles equase completamente cobertos por escamas. Opadrão de colorido dos tucunarés é variável, com apresença de faixas verticais ou manchas (oceladas ounão) escuras, sobre um fundo amarelo-oliváceo;ventre claro, tornando-se avermelhado em algunspeixes na época da reprodução; um ocelo na base danadadeira caudal em indivíduos a partir de 10cm decomprimento. Como a maioria dos representantes dafamília Cichlidae, durante a reprodução, os tucunarésformam pares, preparam ninhos e dispensamcuidados à prole; a desova é parcelada, isto é, ocorremais de uma vez por ano. A reprodução se dá

Nome científico: Cichla sp.Outros nomes comuns: Tucunaré-paca.Diagnose: Porte grande, até 50cm; pontosesbranquiçados distribuídos em fileiras horizontais poucouniformes ao longo do corpo. É muito parecida com C.temensis, mas diferencia-se pelo maior diâmetro dospontos esbranquiçados; corpo mais curto e alto; escamasao longo do corpo em número abaixo de 100.Provavelmente se trata de uma espécie não descritacientificamente, com distribuição aparentemente restrita aosistema do rio Uatumã.Biologia: Piscívoro, pouco se conhecendo de seushábitos reprodutivos e comportamentais.Importância econômica: Moderada no geral einsignificante no grupo. Eventualmente aparece emgrande quantidade no mercado.

normalmente em águas lênticas e os óvulos, uma vezfecundados, ficam aderidos a troncos, galhos ououtros substratos duros. Além disso, os pais sãoterritorialistas, atacando e não permitindo a entrada deoutros peixes em sua zona de proteção.Originário da bacia amazônica, o tucunaré foiintroduzido em quase todas as demais baciashidrográficas do Brasil e até mesmo de outros paísesdas Américas do Sul, Central e do Norte. Por ser umpeixe voraz e de grande porte, é muito apreciado napesca esportiva e no controle de espécies muitoprolíficas, como tilápia. No Centro-Oeste brasileiroexistem muitas fazendas que se dedicam à sua criaçãopara a prática de pesca esportiva no sistema pesque-e-pague.É um dos cinco peixes mais importantes do mercado deManaus, com uma participação média de 9%, chegandoem alguns períodos a cerca de 19% da produção total;além disso, é uma espécie muito freqüente, ocorrendo aolongo de todo o ano em todas as feiras. No mercado deManaus foram encontradas quatro espécies:

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PERCIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

TUCUNARÉ-BOTÃOCICHLIDAE

Nome científico: Cichla orinocensis Humboldt, 1821.Outros nomes comuns: Tucunaré-borboleta, tucunaré.Diagnose: Porte grande, até 50cm; presença de 3manchas em forma de ocelo na linha horizontalmediana do corpo, além do ocelo caudal; suadistribuição geográfica é restrita às bacias dos riosNegro e Orinoco.Biologia: Piscívoro.Importância econômica: Moderada no geral einsignificante no grupo.

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PERCIFORMES

CICHLIDAE

TUCUNARÉ-COMUM

Nome científico: Cichla monoculus Spix & Agassiz, 1831.Outros nomes comuns: Tucunaré; pavón (Colômbia).Diagnose: Porte grande, até 40cm; menos de 100escamas na linha longitudinal do corpo; pedúnculocaudal relativamente elevado; 3 a 4 faixas verticaisescuras sobre o tronco, não atingindo a região ventral;uma mancha horizontal contínua ou mesmointerrompida, na altura da base da nadadeira peitoral.Essa espécie foi por muito tempo denominadaerroneamente de Cichla ocellaris, uma espécie endêmicade rios do Suriname e da Guiana, tendo registro para

afluentes do rio Branco na fronteira do Brasil com aGuiana; assim sendo, muitas informações obtidas naAmazônia Central e a ela referidas, podem ter sidorealizadas, de fato, com C. monoculus, a espécie maiscomum nas proximidades de Manaus.Biologia: Carnívoro, consome peixes e em menorescala, camarões, e eventualmente insetos; é sedentáriae normalmente se refugia nas pausadas e galhadassubmersas. O início da época reprodutiva coincide como início da temporada de chuvas, ainda no período deáguas baixas dos rios, estendendo-se pelo período de

enchente; a fecundidade média é de aproximadamente7.400 ovócitos por postura; o tamanho mínimo e médioda primeira maturação é de cerca de 23 e 27cm,respectivamente, estando todos os indivíduos na faseadulta ao atingirem cerca de 28cm. A relaçãocomprimento/idade indica que no primeiro ano de vidao turunaré alcança cerca de 25cm, chegando à plenamaturação sexual com pouco mais de dois anos.Importância comercial: Moderada no geral e destacadano grupo. Espécie dominante entre os tucunarés, comparticipação média de 75% da produção.

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PERCIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

TUCUNARÉ-PACACICHLIDAE

Nome científico: Cichla temensis Humboldt, 1821.Outros nomes comuns: Tucunaré-pinima, tucunaré-açu; pavón (Venezuela).Diagnose: Porte grande, até 80cm; numerosasmanchas claras em forma de pontos que se distribuemem faixas longitudinais regulares sobre o corpo; maisde 110 escamas na linha longitudinal do corpo; linhalateral, em muitos casos, não interrompida; pedúnculocaudal estreito, com altura entre 24% e 27% docomprimento padrão; quando atinge mais de 50cm decomprimento, as pintas brancas ficam menos visíveis,podendo tornar-se totalmente ausentes e nesse casopode ser confundido com a espécie anterior, embora

as faixas transversais sejam mais compridas,estendendo-se até a região ventral.Biologia: Carnívoro, consome peixes, camarões einsetos; sua distribuição parece restrita aos rios deágua preta, como o Negro.Importância econômica: Moderada no geral e nogrupo. Segunda espécie mais importante entre ostucunarés e também de grande importância na pescaesportiva.

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PERCIFORMES

SCIAENIDAE

PESCADA-BRANCAFAMÍLIA SCIAENIDAE: PescadaOs peixes dessa família são caracterizados pelapresença de dois espinhos na nadadeira anal; linhalateral contínua, do opérculo até o final da nadadeiracaudal, sendo que as escamas da linha lateral sãomaiores que aquelas do restante do corpo; nadadeiracaudal romboidal, com uma projeção mediana emforma de lança; grupo formado por cerca de 70gêneros, principalmente marinhos e estuarinos,amplamente distribuído pelos oceanos, sendo cincodeles exclusivamente de água doce; quatro ocorremna Amazônia (Petilipinnis, Plagioscion, Pachypops ePachyurus), com cerca de quatorze espécies.Fonte bibliográfica: Annibal, 1981; Cassati, 2001;2003.

PESCADASPeixes de médio a grande portes, até 50cm decomprimento; bentônicos, isto é, vivem próximo aofundo e sedentários, com preferência por lagos epoços profundos de canais de rios; hábitoscrepusculares e noturnos; carnívoros, alimentando-sebasicamente de peixes e camarões; desova parcelada,com um pico no período da seca. No mercado deManaus as pescadas são altamente valorizadas econtribuem com cerca de 2% da produção pesqueira,sendo encontradas duas espécies.

Nome científico: Plagioscion squamosissimus (Heckel,1840).Outros nomes comuns: Pescada; corvina (Bolívia); curvinata(Colômbia).Diagnose: Porte grande, até 50cm; coloração uniformementecinza-claro a prateada, com uma pequena mancha escura nabase da nadadeira peitoral.Biologia: Carnívoro, consome basicamente peixes quandoestão em rios de água preta, e peixes e camarões, quando emáguas brancas, ocasionalmente consome também insetos;primeira maturação sexual com 18 a 20cm de comprimento;a reprodução ocorre nos períodos de vazante e seca. Nessaépoca os machos produzem sons característicos (“roncos”),audíveis fora d’água.Importância econômica: Insignificante no geral e destacadano grupo. É a espécie mais importante desse grupo, tendouma participação média de 95% das pescadas.

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Page 129: Peixes Comerciais de Manaus

PERCIFORMES PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

PESCADA-PRETASCIAENIDAE

Nome científico: Plagioscion auratus (Castelnau, 1855).Outros nomes comuns: Pescada.Diagnose: Porte grande, até 40cm; coloração do corpouniformemente escura; olho pequeno, contido mais decinco vezes no comprimento da cabeça.Biologia: Pouco conhecida, entretanto há evidênciasde que tenha hábitos semelhantes aos da maioria dasespécies de pescada, ou seja, vive junto ao fundo,alimenta-se de peixes e camarões e desova nosperíodos de vazante e seca.

Importância econômica: Insignificante no geral e nogrupo, apesar de os exemplares comercializados,normalmente, apresentarem tamanhos grandes e acotação de preço ser alta.

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Page 130: Peixes Comerciais de Manaus

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

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Page 135: Peixes Comerciais de Manaus

PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

GLOSSÁRIO PICTÓRICOAbertura branquial: abertura que conecta as brânquias como meio externo; normalmente ocorre uma de cada lado dacabeça, abrindo-se próximo à base da nadadeira peitoral; éatravés delas que a água utilizada no processo respiratório élançada para fora.

Alevino: estágio embrionário dos peixes caracterizado pelaausência da bolsa vitelínica.

Anastomosado: ramificado, em forma de anastomose ourede; que tem muitos pontos de junção.

Arco branquial (Fig. 1): conjunto de ossos alongados earticulados que sustenta as brânquias dos peixes; em suaparte interna inserem os rastros e na parte externa, osfilamentos branquiais; desse conjunto, o ossoceratobranquial é normalmente o mais desenvolvido,seguindo-lhe o epibranquial acima e o hipobranquial abaixo.

Barbilhão (Fig. 2): estrutura filamentosa com função táctil-sensitiva; ocorre ao redor da boca e de acordo com aposição em que se encontra localizado, é denominado demaxilar (extremidade da maxila superior); mentoniano(queixo ou mento) e rictal (canto da boca); é uma estruturacomum em bagres, especialmente aqueles de hábitocrepuscular ou noturno.

Bexiga natatória: estrutura em forma de saco, repleta de ar,situada na parede superior da cavidade abdominal e comfunção hidrostática; em alguns peixes, como o pirarucu, elafoi transformada num órgão bastante vascularizado, comforma e função pulmonar.

Boca subterminal (Fig. 3): abertura bucal ligeiramenteinclinada para cima ou para baixo, em relação ao eixolongitudinal do corpo.

Boca terminal (Fig. 3): abertura bucal no mesmo nível doeixo longitudinal do corpo.

Bolsa epidérmica: dilatação muscular da parte interna damembrana que cobre a abertura branquial de certos gruposde peixes, especialmente fora do continente sul-americano.

Canais látero-sensoriais: rede de tubos nervosos que seabrem na superfície do corpo; ao contrário da linha lateral,que normalmente ocorre ao longo da linha mediana do

corpo, esses canais se ramificam por várias partes do troncoe cabeça.

Caniniforme (Fig. 4): dente com extremidade pontiaguda eperfurante, em forma de dente de cão.

Carnivoria: hábito alimentar de consumir animais.

Carnívoro: que se alimenta de animais, vertebrados ouinvertebrados.

Cladóceros: animais invertebrados, geralmentemicroscópicos, do subfilo Crustacea, caracterizados por doispares de antenas ramificadas na porção anterior da cabeça euma carapaça fina que cobre a parte dorsal do corpo; têmvida livre e normalmente fazem parte do plâncton.

Comprimento padrão (Fig. 5): medida do corpo,compreendida entre a extremidade do focinho e a base danadadeira caudal.

Cônico (Fig. 4): em forma de cone; diz-se do dente curto,com extremidade fina, abaulada e base relativamente larga.

Copépodos: animais invertebrados, geralmente microscópicos,do subfilo Crustacea, caracterizados por um olho mediano evários segmentos na parte posterior do tronco.

Coracóide: um dos ossos que forma a cintura escapular,conjunto de ossos situado na base anterior da nadadeirapeitoral.

Cúspide (Fig. 4): conjunto de entalhes, seguidos porsaliências na margem dos dentes de certos peixes; quandoocorrem uma, duas, três, cinco ou mais cúspides, o dente édenominado, respectivamente, uni, bi, tri, penta oumulticuspidado.

Desova: liberação de ovócitos maduros da fêmea, duranteum período reprodutivo; quando a liberação dos ovócitosocorre apenas uma vez num período de ciclo anual, diz-seque a desova é total e quando a liberação é feita em duas oumais parcelas no decorrer de um ano, diz-se que ela éparcial ou parcelada.

Detritívoro: que se alimenta de detrito.

Detrito: material orgânico, resultante da decomposição devegetais e animais e que normalmente ocorre associado amicroorganismos no fundo de lagos ou ao redor de raízes,troncos e galhos caídos.

Dimorfismo sexual: característica morfológica externadistinta entre o macho e fêmea de uma mesma espécie eque se manifesta temporária ou permanentemente, massempre ligada ao sexo.

Distal: diz-se de um apêndice ou estrutura secundáriasituada na parte mais distante a uma outra estrutura,considerada maior ou mais importante; contrapõe-se aproximal, que é situada na parte mais próxima.

Enovelado: em forma de novelo; diz-se do intestino bastantelongo e com muitas voltas em torno de si mesmo.

Escama ciclóide (Fig. 6): tipo de escama arredondada, lisae achatada.

Escama ctenóide (Fig. 6): tipo de escama semelhante àciclóide, mas apresentando pequenos dentes na parteposterior exposta.

Escudo ósseo (Fig. 2): conjunto de ossos bastanteresistentes e fortemente fusionados que cobre o teto dacabeça; comum em certos grupos de peixes, sobretudonaqueles que vivem no fundo.

Espatulado: em forma de espátula, isto é, com a baseestreita e margem larga.

Eversível: que pode ser revirado ou dobrado sobre simesmo.

Falciforme: em forma de foice, ou seja, côncavo e comuma porção projetada sobre a outra.

Filamentos branquiais (Fig. 1): filamentos ricamentevascularizados e que se projetam do arco branquial emdireção ao meio externo, mas sempre coberto pelamembrana branquial; é neles que ocorre a troca gasosa noprocesso de respiração aquática, típica dos peixes.

Fitoplâncton: algas microscópicas que fazem parte do plâncton.

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Page 136: Peixes Comerciais de Manaus

Flanco: lado ou costado do peixe; diz-se normalmente daregião do corpo situada acima da linha lateral e à frente ouao nível da nadadeira dorsal.

Fontanela: espaço entre os dois ossos frontais,normalmente visível sob a pele do topo da cabeça; a formae posição dessa estrutura são utilizadas para caracterizarcertas espécies de peixes.

Furcada (Fig. 7): em forma de furca ou forquilha, isto é,com dois ramos divergentes, a partir de uma basecomum.

Fusiforme: em forma de fuso, isto é, alongado eligeiramente abaulado no meio.

Fusionado: unido; diz-se de duas estruturas que seencontram firmemente conectadas uma a outra.

Herbivoria: hábito alimentar de consumir alimentos deorigem vegetal.

Herbívoro: que se alimenta de material de origem vegetal.

Hialina: cor clara e transparente, semelhante ao vidro.

Ictiófago: que se alimenta de peixes; o mesmo quepiscívoro.

Iliófago: que se alimenta de lodo ou detrito.

Incisiforme: semelhante à forma incisiva.

Incisivo (Fig. 4): dente com borda reta ou abaulada; nãoperfurante, mas cortante.

Igapó: termo indígena que significa mata ou florestaalagada; botânicos usam este termo para identificar asmatas alagadas de rios de águas pretas e claras.

Interorbital: espaço entre a margem dos olhos,geralmente medido pela parte superior da cabeça.

Istmo (Fig. 8): parte ventral da cabeça, situada entre asduas aberturas branquiais e que lhes dá sustentação.

Lêntica: água parada ou com baixa correnteza, típica delagos, poças ou rios represados.

Linha lateral (Figs. 5 e 9): conjunto de escamas comporos, normalmente localizado ao longo da linha medianado tronco, através do qual o sistema sensorial se ramifica ese conecta com o meio externo; o número de escamasperfuradas da linha lateral é normalmente utilizado comoum importante caráter diagnóstico de espécie ou grupo deespécies.

Lóbulo (Fig. 9): cada uma das duas ramificações danadadeira caudal; o tamanho, forma e disposição doslóbulos constituem-se em caráter distintivo paradeterminadas espécies.

Lóbulo do arco branquial (Fig. 1): expansão carnosapresente no ramo superior do primeiro arco branquialcaracterística de alguns gêneros da família Cichlidae.

Lúmen: oco ou espaço vazio presente em determinadasestruturas internas; aplicado geralmente ao interior dointestino ou do estômago.

Maturação: finalização do desenvolvimento de umorganismo que se torna sexualmente apto a se reproduzir.

Maxila (Fig. 10): estrutura óssea que margeia a boca,suportando os lábios. Os principais ossos que a formamsão o pré-maxilar e maxilar (maxila superior) e o dentário(maxila inferir ou mandíbula) e normalmente é nela que osdentes bucais estão inseridos.

Migração: deslocamentos regulares que os cardumes decertas espécies empreendem entre áreas distintas de umadeterminada bacia hidrográfica. Os principais motivos dasmigrações são a busca de fontes alimentares (migraçõestróficas), de locais apropriados para a reprodução(migrações reprodutivas) ou a conquista de novas áreasde colonização (migração dispersiva). As migraçõesreprodutivas são também denominadas de piracemas.

Molariforme (Fig. 4): dente em forma molar, isto é, comborda enrugada e resistente, própria para quebrar etriturar os alimentos.

Multicuspidado (Fig. 4): dente com três ou mais cúspidesna borda.

Nadadeira (Figs. 2, 5 e 9): estrutura dos peixes,adaptada para a locomoção e equilíbrio e formada porraios simples, ramificados, moles ou duros em forma deespinho; existem as pares (peitorais e ventrais ou pélvicas)e ímpares (dorsal, caudal, anal e adiposa). Alguns gruposde peixes adaptados a ambientes específicos, como ofundo ou lama, acabaram perdendo uma ou maisnadadeiras ou as apresentam transformadas em simplespregas ou filamentos; a forma, tamanho e número de raiossão normalmente utilizados como importantes caracteresdiagnósticos de muitos grupos de peixes.

Ocelada: em forma de ocelo ou olho; diz-se normalmentede certos tipos de mancha escura com halo amarelado.

Onívoro: que consome alimentos mistos, ou seja, deorigem animal e vegetal.

Opérculo (Fig. 10): nome genérico dado ao conjunto deossos localizados na porção terminal da cabeça e queforma a cobertura das brânquias. Normalmente, éformado pelos ossos opérculo (normalmente o maior),interopérculo, subopérculo e pré-opérculo.

Órbita (Fig. 10): espaço geralmente arredondado,localizado na lateral da cabeça e onde se encaixa o olho; namaioria dos peixes, a margem da órbita é livre, ficando oolho em contato direto com a água; em certos grupos, apele ou uma membrana adiposa se expande a partir damargem, cobrindo o olho parcial ou totalmente.

Ovo: célula que resulta da fecundação, fusão de umgameta feminino e um gameta masculino.

Ovócito: cada uma das células que, por meio de divisõesmeióticas, dão origem ao óvulo.

Óvulo: célula reprodutiva feminina, após a fecundação setransforma em ovo.

Palato: parte superior, também denominada teto oucéu da boca; essa área é normalmente sustentada porossos e revestida por membrana lisa, carnosa ou em

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forma de pregas; em alguns grupos, o palatoapresenta dentes isolados, firmemente implantados,como em algumas piranhas, ou dentes curtos enumerosos, fixados em placas, como na maioria dosbagres; normalmente, o número de dentes e oformato dessas placas são tidos como importantecaráter diagnóstico.

Pedúnculo caudal (Fig. 2): região posterior do corpo,situada entre o final da nadadeira anal e a base dacaudal; quase sempre, é sobre ele que se localiza anadadeira adiposa; tanto seu comprimento quanto suaaltura, bem como o número de fileiras de escamas aoseu redor, são normalmente utilizados na diagnose dedeterminadas espécies.

Pelágico: que habita o meio da coluna d´água; diz-sedos peixes que são bons nadadores e exploram aságuas abertas de rios e lagos.

Pélvica (Figs. 5 e 9): nadadeiras pares, situadas próximoà linha abdominal, geralmente na área situada entre asnadadeiras peitorais e anal; são também denominadas denadadeiras ventrais. Elas também podem estar localizadasmais anteriormente, abaixo da nadadeira peitoral, oumesmo anteriores a estas nadadeiras. Estruturas situadasà frente ou atrás da nadadeira pélvica, são denominadaspré- e pós-pélvica, respectivamente.

Perifíton: comunidade de plantas, animais e detritosassociados que vivem sobre substratos, como raízes,galhos, pedras, ou outros objetos submersos; estacomunidade constitui-se em rica fonte alimentar,geralmente explorada por peixes iliófagos, raspadorese sugadores, como os jaraquis e as branquinhas.

Piscívoro: que se alimenta de peixes; o mesmo queictiófago.

Planctívoro: que se alimenta de plâncton; o mesmoque planctófago; a principal adaptação a esse hábitosão os rastros branquiais longos e numerosos queatuam como peneira ou filtro para remover o alimentoda água que entra pela boca e é lançada fora pelasbrânquias.

Planctófago: que se alimenta de plâncton; o mesmoque planctívoro.

Plâncton: conjunto de microorganismos que vivem no meioaquático, sujeitos aos movimentos da água e que seconstituem em importante fonte alimentar; se vegetais, sãodenominados fitoplâncton e se animais, zooplâncton; no casode larvas e ovos de peixes são chamados de ictioplâncton.

Processo ascendente: expansão óssea que se alonga emdireção à parte superior ou posterior do corpo; énormalmente aplicado ao osso pré-maxilar, constituinte damaxila superior, o qual se alonga para cima, em direção aoteto do crânio.

Prognata: que tem as maxilas alongadas e proeminentes;diz-se normalmente da maxila inferior que se projeta alémou sobre a maxila superior, quando a boca se encontrafechada.

Prolificidade: característica do que é prolífico; que geraprole numerosa; fecundo.

Protrátil: que protrai, isto é, que se expande para fora; diz-se normalmente da boca de certos peixes, como osacarás, que se projeta para fora no ato de procura eapreensão do alimento, voltando-se, em seguida, para suaposição normal.

Proximal: diz-se de um apêndice ou estrutura secundáriasituada na parte mais próxima a uma outra estrutura,considerada maior ou mais importante; contrapõe-se àdistal, que é situada na parte mais afastada.

Quilha: seção afilada em forma de V.

Raios (Fig. 5): cada uma das estruturas filamentosas quesustentam a membrana das nadadeiras dos peixes; sãodenominados ramificados ou simples, conforme tenha ounão ramificações, podendo ser ainda moles, como nogrupo dos Characiformes, ou duros, em forma deespinho, como na maioria dos bagres e acarás.

Rastro branquial (Fig. 1): filamentos carnosos,membranosos ou ósseos, situados ao longo da faceinterna dos arcos branquiais; nos peixes planctófagos, elessão bem desenvolvidos e numerosos, sendo utilizadospara separar o alimento particulado da água que passapelas brânquias; nos peixes ictiófagos, eles são utilizados

para reter a presa, antes de ser engolida.

Rotíferos: animais invertebrados, geralmentemicroscópicos, de vida livre ou associada a substrato, ebastante utilizados pelos peixes planctófagos; essesinvertebrados são caracterizados pelo corpo coberto poruma cutícula, sem músculo, e por uma série de cíliosvibráteis na extremidade anterior do corpo e por umafaringe mastigadora.

Sedentário: que tende ao repouso ou se locomove porcurtas distâncias; diz-se normalmente de peixes, como osacarás e traíras, que habitam lagos ou áreas confinadas,não empreendendo migrações.

Série infra-orbital (Fig. 10): série de ossos estreitos elamelares que circundam a parte inferior e posterior daórbita da maioria dos peixes; geralmente apresentamdepressões ou furos, por onde passam nervos da cabeça.

Serras (Fig. 9): série contínua de ossos curtos epontiagudos, em forma da lâmina de um serrote, situadanormalmente na linha mediana do ventre de certos peixes,como pacus e piranhas; em outros casos, como em certasbranquinhas, as serras não são ósseas, mas resultantes deescamas modificadas.

Sínfise (Fig. 8): parte mais distal do queixo,correspondente ao ponto de convergência ou junção dosossos da mandíbula.

Suborbital: refere-se a manchas, ossos ou outrasestruturas situadas na região abaixo do olho.

Subsistência: aquilo que serve para subsistir; diz-se dapesca praticada sem interesse comercial, apenas paraalimentação do pescador e de seus familiares.

Várzea: terreno periodicamente inundado pelas águas deum rio; na Amazônia os botânicos usam este termo paracaracterizar as áreas alagadas dos rios de águasbrancas.

Viliforme (Fig. 4): dente diminuto e frágil, com bordaincisiva, mas não perfurante ou cortante.

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Vitelínica: relativo ao vitelo, que é a parte do ovoformada por substâncias nutritivas necessárias aodesenvolvimento do embrião.

Zooplâncton: animais microscópicos que fazem parte doplâncton.

Figura 3

Figura 1

Figura 2

Figura 4

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Figura 5

Figura 6 Figura 7

Figura 8

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Figura 9

Figura 10

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PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ÍNDICE DE NOMES COMUNSAcará 12, 15, 104, 108, 109, 113, 118Acará-açu 104, 105Acará-bandeira 107Acará-bararuá 106Acará-bicudo 112Acará-boari 107Acará-branco 108, 104, 115Acará-cascudo 109, 110Acará-disco 111Acará-jurupari 112Acará-marrom 110Acará-papagaio 113Acará-papa-terra 112, 117Acarápeba 116Acará-peneira 116Acará-prata 114, 115Acará-preto 116Acará-rói-rói 117Acará-rosado 109Acará-roxo 116Acarátinga 117Acará-tucumã 108Acará-tucunaré 115, 118Acará-vinagre 110Acari 79Acari-bodó 79Achacubo 95Agua dulce 64Amarillo 88Apaiari 104, 105Apapá 12, 15, 22, 23Apuy 86Aracu 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36Aracu-cabeça-gorda 27, 28, 29, 30Aracu-caneta 31Aracu-comum 32Aracu-flamengo 33

Aracu-pau-de-nego 34, 35Aracu-tesoura 36Aracu-pau-de-vaqueiro 34, 35Arari 12, 37Arawana 19Aruanã 12, 15, 19Aruanã-branca 19Aruanã-preta 19Babão 12, 80Baboso 80Bacalao 22Bacu 12, 17Bacu-pedra 77Bagre 15, 80, 90Bagre pintado 89Baiano 19Bararuá 106Barba-chata 98Barbachato 98Barbado 98Barbiplancho 98Barbudo 89Bentón 65Bico-de-pato 81Blanquillo 91, 96Bocachico 69Bocachico cola de bandera 70, 71Boca-larga 75Bocó 54Bocón 74, 75Bodeco 18Bodó 12, 79Boga 29, 30, 32Braço-de-moça 82Branquinha 12, 15, 56, 57, 58, 59, 60Branquinha-cabeça-lisa 56Branquinha-cascuda 57

Branquinha-comum 58Branquinha-peito-chato 59Branquinha-peito-de-aço 60Buchere 76Cabo de hacha 95Caborja 76Cachama blanca 51Cachama negra 54Cachara 100Cachorra 61, 62, 63Cachorrinho 26Cachorro 26Cacunda 61Camiseto 86Cangati 74Caparari 12, 83Capaz 84Capitán 84Carachama negra 79Cara-de-gato 12, 84Carahuasú 105Carauassu 105Cascudo 79Cebra 101Chambira 61, 62, 63Chuncuina 83Ciclido bandera 107Copora 78Coroatá 84Coronel 84Corvina 125Cubiu 12, 66Cubiu-orana 66Cucha 79Cucharo 81Cuiú 78Cuiú-cuiú 12, 77, 78

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Cujuba 78Cujubim 78Curimatá 69Curimatã 12, 15, 69Curimba 69Curvinata 125Dente-de-cão 12, 26Disco 111Doncella 100Dorado 85Dormilón 65Dourada 12, 80, 85Dourada-zebra 12, 86Festivo 107Fidalgo 75Filhote 12, 80, 87Flamengo 86Flemoso 80Fura-calça 91Gamitana 54Gancho rojo 40General 99Giro 78Grumatã 69Guacamayo 99Guaraja 64Hoplo 76Huasaco 65Jacundá 12, 15, 119, 120Jandiá 89Jaraqui 12, 15, 69, 70, 71Jaraqui-escama-fina 70Jaraqui-escama-grossa 71Jatuarana 12, 37, 38, 39Jaú 12, 88Jeju 12, 15, 64Jundiá 12, 88, 89

Jurarí 74Jurupensém 81Jurupoca 82Lechero 87Leguia 74Liro 82Lisa 28, 29, 30, 32Macaco-d’água 19Machete 63Mandi 12, 80Mandi-comum 90Mandi-moela 12, 80, 91Mandi-peruano 12, 74Mandubé 12, 74, 75Manitoa 97Mapará 12, 92, 93, 94Mapará-bico-de-pena 94Maparate 92, 93Matrinxã 12, 15, 37, 38, 39Mojarra 107, 117Mojarra cerrillo 112Moncholo 65Mota 96Mota con puntosMota fina 98Mota flemosa 80Mota labio rojo 84Mulher-ingrata 97Musico 99Muturo 88Omima amarilla y negra 33Orana 12, 66, 67Orana-colarinho 67Orana-flexeira 68Oscar 105Pacamão 88Pacamom 88

Paco 51Pacu 13, 15, 37, 40, 41, 42, 43, 44, 45Pacu-branco 40, 41Pacu-cadete 43Pacu-galo 42Pacu-jumento 43Pacu-manteiga 44, 45Pacupeba 45Pacu-toba 45Paiche 18Paleta 81, 95Paletón 95Palmito 75Palometa 44, 45, 49Palometa real 105Pavo real 105Pavón 123, 124Payara 62Payarín 63Peixe-cachorro 13, 61Peixe-lenha 13, 95Peixe-sabão 119, 120Peje perro 26Pejeleña 95Pejesapo 88Perro 26, 61, 62Pescada 13, 15, 125, 126Pescada-branca 125Pescada-preta 126Piaba 97Picalón 90Pintadillo rayado 100Pintadillo tigre 83Pintadinho 96Pintado 100Pirabutón 97Piracatinga 13, 96

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Piraíba 87Piramutaba 13, 80, 97Piraña 46Piraña negra 50Piraña roja 49Piranambu 13, 98Piranha 13, 15, 37, 46, 47, 48, 49, 50Piranha-amarela 46Piranha-branca 47, 48, 50Piranha-caju 49, 51Piranha-preta 50Piranha-vermelha 49Piranha-xidaua 47Pirapitinga 13, 51Pirarara 80, 89Pirarucu 13, 15, 18Pirosca 18Pujón 97Puma zúngaru 83Puño 50Quebra-galho 69Rabo-de-fogo 37Ripa 13, 61, 63Ruelo 54Sabaleta 38Sabalina 58Sábalo 38, 39Saltador 85Salton 87Sapamama 53Sapuara 70, 71Sardina 52, 53Sardina colimorada 37Sardinha 13, 37, 52, 53Sardinha-comprida 52Sardinhão-amarelo 22Sardinhão-branco 23

Sardinha-papuda 53Sardinón 22, 23Seferino 35Sierra 78Siete barbas 86Siete rayas 101Simí 96Soldado 76Sulamba 17Surubi 100Surubim 13, 80, 100Surubim-tigre 83SuyoTambaqui 13, 37, 54Tamboatá 76Tamoatá 13, 76Tamuatá 76Toa 82Torre 99Traíra 13, 15, 64, 65Tucunaré 13, 15, 104, 121, 123Tucunaré-açu 124Tucunaré-borboleta 122Tucunaré-botão 122Tucunaré-comum 123Tucunaré-paca 121, 124Tucunaré-pinima 124Turushuki 78Uéua 26Urubu-d’água 96Valentón 87Viscaino 58Voador 68Yahuarachi 56Yaqué 83Yaraquí 70, 71Yayú 64

Yulilla 66Zapato 79Zebra 86, 101Zebrinha 13, 101Zé-do-ó 61Zúngaro alianza 86

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PEIXES COMERCIAIS DE MANAUS

ÍNDICE DE NOMES CIENTÍFICOSAcestrorhynchus falcirostris 12, 26Ageneiosus inermis 12, 75Anodus elongatus 12, 66Anostomoides laticeps 27Arapaima gigas 13, 18Argonectes longiceps 12, 67Astronotus crassipinnis 12, 104Astronotus ocellatus 12, 105Auchenipterus nuchalis 12, 74Brachyplatystoma filamentosum 12, 87Brachyplatystoma juruense 12, 86Brachyplatystoma rousseauxii 12, 85Brachyplatystoma vaillantii 13, 97Brycon amazonicus 12, 39Brycon melanopterus 12, 38Calophysus macropterus 13, 96Caquetaia spectabilis 12, 109Chaetobranchopsis orbicularis 12, 108Chaetobranchus flavescens 12, 114Chaetobranchus semifasciatus 12, 115Chalceus erythrurus 12, 37Cichla monoculus 13, 123Cichla orinocensis 13, 122Cichla sp. 13, 121Cichla temensis 13, 124Colossoma macropomum 13, 54Crenicichla cincta 12, 119Crenicichla sp. 12, 120Curimata inornata 12, 139Cynodon gibbus 13, 61Geophagus proximus 12, 117Goslinia platynema 12, 80Hemiodus sp. 12, 68Hemisorubim platyrhynchos 12, 82Heros efasciatus 12, 116Hoplarchus psittacus 12, 113Hoplerythrinus unitaeniatus 12, 64

Hoplias malabaricus 13, 65Hoplosternum littorale 13, 76Hydrolycus scomberoides 13, 62Hypophthalmus edentatus 12, 92Hypophthalmus fimbriatus 12, 94Hypophthalmus marginatus 12, 93Hypselecara temporalis 12, 110Laemolyta varia 12, 31Leiarius marmoratus 12, 89Leporinus agassizi 12, 28Leporinus falcipinnis 12, 36Leporinus fasciatus 12, 33Leporinus friderici 12, 23Leporinus trifasciatus 12, 30Liposarcus pardalis 12, 79Lithodoras dorsalis 12, 77Merodontotus tigrinus 13, 101Mesonauta cf. festivus 12, 107Metynnis lippincottianus 13, 42Myleus rubripinnis 13, 40Myleus schomburgkii 13, 43Myleus torquatus 13, 41Mylossoma aureum 13, 44Mylossoma duriventre 13, 45Osteoglossum bicirrhosum 12, 19Oxydoras niger 12, 78Pellona castelnaeana 12, 22Pellona flavipinnis 12, 23Phractocephalus hemioliopterus 13, 99Piaractus brachypomus 13, 51Pimelodina flavipinnis 12, 91Pimelodus blochii 12, 90Pinirampus pirinampu 13, 98Plagioscion auratus 13, 126Plagioscion squamosissimus 13, 125Platynematichthys notatus 12, 84Potamorhina altamazonica 12, 56

Potamorhina latior 12, 58Potamorhina pristigaster 12, 60Pristobrycon striolatus 13, 47Prochilodus nigricans 12, 69Psectrogaster amazonica 12, 57Pseudoplatystoma fasciatum 13, 100Pseudoplatystoma tigrinum 12, 83Pygocentrus nattereri 13, 49Rhaphiodon vulpinus 13, 63Rhytiodus argenteofuscus 21, 34Rhytiodus microlepis 12, 35Satanoperca jurupari 12, 112Satanoperca lilith 12, 118Schizodon fasciatus 12, 32Semaprochilodus insignis 12, 71Semaprochilodus taeniurus 12, 70Serrasalmus gouldingi 13, 48Serrasalmus rhombeus 13, 50Serrasalmus spilopleura 13, 46Sorubim lima 12, 81Sorubimichthys planiceps 13, 95Symphysodon aequifasciatus 12, 111Triportheus angulatus 13, 53Triportheus elongatus 13, 52Uaru amphiacanthoides 12, 106Zungaro zungaro 12, 88

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E s t a e d i ç ã o f o i p r o d u z i d a n o

p r i m e i r o s e m e s t r e d e 2 0 0 6 , e m

M a n a u s , u t i l i z a n d o a s f o n t e s

D I N e H e l v e t i c a C o n d e n s e d

s o b r e p a p e l m a t e 1 2 0 g / m 2 .

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