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PEDRO PAULO DE ANDRADE SANTOS EXPRESSÃO IMUNO-HISTOQUÍMICA DA TRIPTASE EM MASTÓCITOS NOS FIBROMAS DE CÉLULAS GIGANTES E HIPERPLASIAS FIBROSAS DE MUCOSA ORAL NATAL – RN 2008

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PEDRO PAULO DE ANDRADE SANTOS

EXPRESSÃO IMUNO-HISTOQUÍMICA DA

TRIPTASE EM MASTÓCITOS NOS FIBROMAS

DE CÉLULAS GIGANTES E HIPERPLASIAS

FIBROSAS DE MUCOSA ORAL

NATAL – RN

2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA ORAL

CURSO DE MESTRADO EM PATOLOGIA ORAL

EXPRESSÃO IMUNO-HISTOQUÍMICA DA

TRIPTASE EM MASTÓCITOS NOS FIBROMAS

DE CÉLULAS GIGANTES E HIPERPLASIAS

FIBROSAS DE MUCOSA ORAL

NATAL – RN

2008

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Patologia Oral. Mestrando: Pedro Paulo de Andrade Santos Orientadora: Profª Drª Lélia Batista de Souza

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Catalogação da publicação. UFRN / Biblioteca Setorial de Odontologia

Santos, Pedro Paulo de Andrade.

Expressão Imuno-histoquímica da triptase em mastócitos nos Fibromas de

Células Gigantes e Hiperplasias Fibrosas de Mucosa Oral / Pedro Paulo de Andrade

Santos – Natal, RN- 2008.

147p : il.

Orientadora: Lélia Batista de Souza.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro

de Ciências da Saúde. Programa de Pós-graduação em Patologia Oral

1. Mastócitos – Dissertação. 2. Triptase – Dissertação. 3. Fibroma de células

gigantes – Dissertação. 4. Hiperplasia Fibrosa – Dissertação. 5. Mucosa oral –

Dissertação. 6. Imuno-histoquímica. I Souza, Lélia Batista de. II Título.

RN/UF/BSO/2008 BLACK D65

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DEDICATÓRIA

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Dedico esta vitória a Deus, dono de infinita bondade

que me deu a vida e que sempre esteve e estará presente

comigo em todos os momentos, me orientando, indicando

o verdadeiro caminho para que eu não me perca diante

das adversidades.

Aos meus pais Santos e Neide que são exemplos de

honestidade, dignidade e correção. São verdadeiros anjos

que sempre me incentivaram em todos os momentos,

sendo o meu verdadeiro alicerce, sem estes ensinamentos

eu não seria nada.

Dedico também ao meu irmão Paulo Roberto que

carinhosamente chamo de Beto, pelo seu carinho e

incentivo. Um verdadeiro irmão de todas as horas, meu

verdadeiro amigo.

Por mais que eu agradeça ainda é pouco, frente a

importância que vocês tem na minha vida e por me

ajudarem na realização de mais um sonho.

Meu eterno muito obrigado!!!!!

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AGRADECIMENTOS

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À minha orientadora, Profa. Dra. Lélia Batista de Souza, exemplo de dedicação e amor

à profissão, agradeço por todo o carinho, amizade, atenção, confiança e respeito

dispensados a minha pessoa nesses dois anos que passei como aluno de mestrado. Sua

correção e disciplina são exemplos que levarei comigo a vida inteira. Ser seu orientando

é motivo de orgulho para mim. Muito Obrigado por tudo !!!!!

Ao Prof. Dr. Leão Pereira Pinto, pelas palavras de incentivo e estímulo, pelos

ensinamentos, por ser o grande idealizador de uma realidade que é o Programa de Pós-

Graduação em Patologia Oral, me dando desta forma a oportunidade de desfrutar de tão

precioso convívio. Aqui vai o meu cordial muito obrigado!

À Profa. Dra. Roseana de Almeida Freitas, por todo o carinho, ensinamentos,

incentivo e pela sua alegria constante que motiva a todos ao seu redor, pelos meus

primeiros passos na publicação de artigos. Enfim um exemplo de profissional a ser

seguido, meu muito obrigado.

À Profa. Dra. Hébel Cavalcanti Galvão, pelo convívio sempre alegre, exemplo de

perseverança e dedicação. Agradeço a confiança depositada a mim na realização de

trabalhos que tivemos a oportunidade de executarmos juntos. Continue sendo este ser

singular que você é. Muito Obrigado!!!

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À Profa. Dra. Lélia Maria Guedes Queiroz, exemplo de profissional e mãe que sempre

tem uma palavra de incentivo e estímulo. Muito obrigado pelos ensinamentos, amizade

e pela convivência harmoniosa que sempre tivemos.

Ao Prof. Dr. Antônio de Lisboa Lopes Costa, que apesar de ser o atual Diretor do

Departamento de Odontologia e da sua vida muito atribulada, dividindo sua atenção em

todos os setores do departamento, sempre foi uma pessoa muito acessível e cordial.

Agradeço pela atenção, carinho e pelas considerações pertinentes a este trabalho que

hoje se torna realidade. Muito Obrigado!!

À Profa. Dra. Márcia Cristina da Costa Miguel, obrigado pelos ensinamentos,

momentos de alegria e descontração, além dos momentos em que me fizeram refletir,

para meu próprio engrandecimento. Obrigado pelas orientações e pela amizade !!

À Profa. Dra. Ana Myriam Costa de Medeiros, pela sua atenção, disponibilidade,

estímulo e confiança em mim na realização dos trabalhos durante minha permanência na

Clínica de Estomatologia. Muito Obrigado pelo carinho !!

À Profa. Dra. Lêda Bezerra Quinderé Cardoso, agradeço pelo carinho, confiança e

pelas considerações oportunas para o êxito deste trabalho.

À Betania Fachetti Ribeiro, pela amizade, carinho e, pelas vezes em que tirei seu juízo

durante todo o curso, saiba que sentirei sua falta aqui na Patologia, mas com certeza

você será muito feliz no seu Curso de Doutorado em João Pessoa. Muito Obrigado e até

breve !!

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À Ruth Lopes de Freitas Xavier, pela amizade, carinho, pelas nossas conversas e pela

nossa discussão que ao invés de nos afastar acabou nos aproximando ainda mais. E

muito feliz por ter você como futura colega de Doutorado. Muito Obrigado!!

À Déborah Pitta Paraíso Iglesias, pelo companheirismo, amizade, momentos de

descontração e pela disposição ao trabalho, que continuarão na nossa futura turma de

Doutorado. Muito Obrigado!!

Ao Marcelo Gadelha Vasconcelos, exemplo de superação e garra, obrigado pela

convivência sempre muito harmoniosa e pelos momentos de alegria que você me

proporcionou durante todo o curso.

Ao Domingos Flávio Saldanha Pacheco, obrigado pelo respeito, consideração e

carinho, além de suas inquietudes que o tornam uma pessoa singular. Sinto por não tê-lo

mais conosco nos próximos anos, mas com certeza, estará batalhando sempre.

Ao Cassiano Francisco Weege Nonaka, obrigado pela amizade, respeito,

disponibilidade e pelos ensinamentos que me transmitiu, além de ter me ajudado muito

nesta reta final do curso de mestrado, recebendo minha eterna gratidão!!

À nossa Karuzita, Karuza Maria Alves Pereira, pela amizade, carinho, pelas palavras

de orientação e incentivo que me fizeram perseverar diante das dificuldades. Muito

Obrigado!!

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Ao Geo como costumo chamar, George João Ferreira do Nascimento, obrigado pela

amizade, palavras de estímulo e orientações que foram úteis durante o curso.

À você Poli, como sempre te chamei, Pollianna Muniz Alves, companheira para todas

as horas, obrigado pelas palavras de estímulo, incentivo e pelos puxões de orelha!!!

À Cristina Ruan F.de Araújo, perdão por sempre ter tirado seu juízo, mas saiba que

aprendi e aprendo muito com seu jeito de ser. Obrigado por tudo!!!

Aos novos integrantes da Patologia, Bruna Rafaela, Alexandre Pinto, Valéria Freitas

e Bruna Amaral que tive o prazer de conviver neste último ano e fico feliz por ter a

possibilidade de continuar desfrutando desta amizade nos próximos anos.

À Martoca, Marta Rabelo Piva, pelos ensinamentos, orientações e amizade, que foram

preciosos nos meus primeiros passos na patologia. Muito Obrigado!!!

A todos os demais que constituem a patologia oral que tive o prazer de conviver nesses

últimos anos, João Goulart, Danielle Rocha, Manuel Gordon, Éricka Janine, Gustavo

Godoy, Janaína Lemos, Claudine Sousa e Roberta Cavalcanti, por todos os momentos

que passamos juntos e que com certeza ficaram presentes em minha memória.

Aos funcionários da Disciplina de Patologia Oral, Gracinha e Idel, pela amizade,

carinho e disponibilidade a mim dispensados.

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Ao biólogo, Hévio de Freitas Lucena, por toda a dedicação e disponibilidade frente ao

Laboratório de Imuno-Histoquímica.

Ao Francisco Canindé de Macedo e Sandrinha, técnicos do Laboratório de

Histopatologia pela amizade e preparo das lâminas para nosso estudo sempre de forma

responsável.

As amigas de todas as horas, Ivanna Maia e Francislene Ribeiro que sempre estiveram

comigo, torcendo para a realização deste sonho. A amizade de vocês é muito cara para

mim!! Obrigado por tudo!!

Aos amigos Gilmar de Freitas e Ciada, pessoas especiais que me ajudaram na

realização deste sonho. Meu sincero muito obrigado!!

Aos meus amigos da graduação que sempre me incentivaram na realização deste sonho,

Cybelle França, Angélica Galvão, Adriana Gonçalves, Raquel Mendonça, Jefferson

Augusto, Bruno Cezar e Leonardo Araújo.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo

suporte financeiro durante a realização do curso e na execução desta pesquisa.

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

Lista de ilustrações

Resumo

Abstract

Página

1. INTRODUÇÃO 25

2. REVISÃO DA LITERATURA 28

Fibroma de Células Gigantes 29

Hiperplasia Fibrosa 36

Mastócitos 38

Mediadores Inflamatórios dos Mastócitos 44

2.4.1.Triptase 46

2.4.2.Quimase 50

2.5. Mastócitos e Processos Patológicos 52

3. PROPOSIÇÃO 59

4. MATERIAL E MÉTODOS 62

4.1. Caracterização do Estudo 62

4.2. População 62

4.3. Amostra 62

4.4. Estudo Morfológico 62

4.5. Estudo Imuno-histoquímico 64

4.6. Análise do Perfil Imuno-histoquímico 66

4.7. Análise Estatística 66

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4.8. Implicações Éticas 67

4.9. Equipamentos e Material de Consumo 67

4.9.1. Equipamentos 67

4.9.2. Material de Consumo 68

6. RESULTADOS 70

7. DISCUSSÃO 108

10. CONCLUSÃO 125

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 128

12. ANEXOS 142

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

TABELAS Página

Tabela 2. Valores absolutos relacionados à quantidade de mastócitos degranulados, mastócitos não degranulados e mastócitos totais, por campo de maior aumento (400x), evidenciados através da triptase em hiperplasias fibrosas inflamatórias, segundo a localização em tecido epitelial e tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

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Tabela 1. Valores absolutos relacionados à quantidade de mastócitos degranulados, mastócitos não degranulados e mastócitos totais, por campo de maior aumento (400x), evidenciados através da triptase em fibromas de células gigantes, segundo a localização em tecido epitelial e tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

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Tabela 3. Valores absolutos relacionados à quantidade de mastócitos degranulados, mastócitos não degranulados e mastócitos totais, por campo de maior aumento (400x), evidenciados através da triptase em espécimes de mucosa oral normal, segundo a localização em tecido epitelial e tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

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Tabela 4. Valores absolutos e percentuais da quantidade de fibroblastos gigantes isolados e em proximidade a mastócitos, identificados através da triptase nos fibromas de células gigantes. Natal, RN – 2008. Tabela 5. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da quantidade de mastócitos evidenciados através da triptase em fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a localização em tecido epitelial, tecido conjuntivo e na totalidade do espécime. Natal, RN – 2008. Tabela 6. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da quantidade de mastócitos degranulados, evidenciados através da triptase em fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a localização em tecido epitelial, tecido conjuntivo e na totalidade do espécime. Natal, RN – 2008. Tabela 7. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da quantidade de mastócitos não degranulados, evidenciados através da triptase em fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a localização em tecido epitelial, tecido conjuntivo e na totalidade do espécime. Natal, RN – 2008.

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Tabela 8. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da quantidade total de mastócitos, evidenciados através da triptase em fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a localização no tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008. Tabela 9. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da quantidade de mastócitos degranulados, evidenciados através da triptase em fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a localização no tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008. Tabela 10. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da quantidade de mastócitos não degranulados, evidenciados através da triptase em fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a localização no tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008. Tabela 11. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da quantidade total de mastócitos, evidenciados através da triptase em fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a localização em áreas de fibrose e em disposição perivascular, na região superficial do tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008. Tabela 12. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da quantidade de mastócitos degranulados, evidenciados através da triptase em fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a localização em áreas de fibrose e em disposição perivascular, na região superficial do tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008. Tabela 13. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da quantidade de mastócitos não degranulados, evidenciados através da triptase em fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a localização em áreas de fibrose e em disposição perivascular, na região superficial do tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008. Tabela 14. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da quantidade total de mastócitos, evidenciados através da triptase em fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a localização em áreas de fibrose e em disposição perivascular, na região profunda do tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

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FIGURAS

Tabela 15. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da quantidade de mastócitos degranulados, evidenciados através da triptase em fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a localização em áreas de fibrose e em disposição perivascular, na região profunda do tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008. Tabela 16. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da quantidade de mastócitos não degranulados, evidenciados através da triptase em fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a localização em áreas de fibrose e em disposição perivascular , na região profunda do tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

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Figura 1. Fibroma de células gigantes oral caracterizado pela presença de tecido conjuntivo fibroso, revestido por epitélio pavimentoso estratificado, apresentando papilas epiteliais filiformes (Hematoxilina/ Eosina – 100x). Figura 2. Hiperplasia fibrosa inflamatória oral apresentando-se constituída por tecido conjuntivo fibroso denso sede de moderado infiltrado inflamatório, localizado predominantemente na região sub-epitelial e em localização perivascular revestido, por epitélio pavimentoso estratificado (Hematoxilina/ Eosina – 100x). Figura 3. Mucosa oral normal constituída por tecido conjuntivo fibroso denso e revestido por epitélio pavimentoso estratificado (Hematoxilina/ Eosina – 100x). Figura 4. Aspecto histológico de distribuição geral dos mastócitos em espécime de fibroma de células gigantes (Estreptoavidina-Biotina – 100x). Figura 5. Imunomarcação positiva dos mastócitos para a triptase em espécime de hiperplasia fibrosa (Estreptoavidina-Biotina – 100x). Figura 6. Mastócitos exibindo imunorreatividade para a triptase em espécime de mucosa oral normal (Estreptoavidina-Biotina – 100x).

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Figura 7. Presença de grande quantidade de mastócitos imunorreativos para a triptase localizados nas regiões basais e parabasais do epitélio em hiperplasia fibrosa oral (Estreptoavidina-Biotina – 400x). Figura 8. Aspecto microscópico da presença de mastócito exibindo imunorreatividade pela triptase localizado na área de fibrose em fibroma de células gigantes (Estreptoavidina-Biotina – 1000x). Figura 9. Aspecto histológico da presença de mastócitos não degranulados exibindo imunorreatividade para a triptase, em localização perivascular em hiperplasia fibrosa oral (Estreptoavidina-Biotina – 1000x). Figura 10. Aspecto microscópico de mastócitos degranulados apresentando “halo de triptase”, próximos a fibroblasto gigante em fibroma de células gigantes (Estreptoavidina-Biotina – 1000x). Figura 11. Imagem histológica de mastócitos não degranulados imunorreativos a triptase, dispostos em localização perivascular em hiperplasia fibrosa (Estreptoavidina-Biotina – 1000x). Figura 12. Aspecto microscópico da morfologia dos mastócitos, evidenciada pela expressão imuno-histoquímica da triptase, onde observamos mastócitos de forma oval (esquerda), fusiforme (centro) e arredondada à direita em hiperplasia fibrosa oral (Estreptoavidina-Biotina – 1000x). Figura 13. Aspecto histológico da presença de mastócitos em área de fibroblastos gigantes, evidenciando à esquerda o contato entre o mastócito e o fibroblasto gigante em fibroma de células gigantes (Estreptoavidina-Biotina – 1000x). Figura 14. Gráfico Box-Plot da quantidade de mastócitos nos espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008. Figura 15. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos degranulados nos espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008. Figura 16. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos não degranulados nos espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008. Figura 17. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes no epitélio dos espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008. Figura 18. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes no tecido conjuntivo dos espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008.

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Figura 19. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes na região superficial do tecido conjuntivo nos espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008. Figura 20. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes na região profunda do tecido conjuntivo nos espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008. Figura 21. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes em localização perivascular na região superficial do tecido conjuntivo nos espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008. Figura 22. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes em áreas de fibrose na região superficial do tecido conjuntivo nos espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008. Figura 23. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes em localização perivascular na região profunda do tecido conjuntivo nos espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008. Figura 24. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes em áreas de fibrose na região profunda do tecido conjuntivo nos espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008.

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RESUMO

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RESUMO

O fibroma de células gigantes constitui-se de uma neoplasia benigna,

caracterizada pela presença de células gigantes, mono, bi ou multinucleadas,

células estas que podem guardar relação com a presença de mastócitos. O

propósito desta pesquisa consistiu em analisar descritiva e comparativamente a

expressão imuno-histoquímica da triptase em mastócitos de fibroma de células

gigantes, hiperplasia fibrosa e espécimes de mucosa oral normal. Foram

selecionados 30 casos de fibroma de células gigantes, 10 casos de hiperplasia

fibrosa e 10 casos de mucosa oral normal, para a análise da expressão imuno-

histoquímica, determinação do número de mastócitos presentes, bem como a sua

forma e localização. Constatou-se diferença estatisticamente significativa

(p<0,001) em relação a quantidade de mastócitos entre os espécimes analisados,

onde o fibroma de células gigantes apresentou a menor quantidade de mastócitos e

a hiperplasia exibiu a maior concentração deste tipo celular. Embora a mucosa

oral tenha apresentado uma maior quantidade de mastócitos quando comparado

com os casos de fibroma de células gigantes, estes se encontravam em

localizações usuais no tecido conjuntivo em tecidos normais. Verificou-se,

diferença estatisticamente significativa, no que diz respeito ao número de

mastócitos não degranulados (p<0,001). Nas áreas de fibrose, observamos

diferença estatisticamente significativa (p<0,006) entre os espécimes. Com

relação aos mastócitos presentes em localização perivascular não se observou

diferença estatisticamente significativa. Na análise morfológica verificou-se uma

predominância de mastócitos ovais. Concluiu-se que embora uma menor

quantidade de mastócitos estivesse presente nos casos de fibroma de células

gigantes, estes exibiam maior relação com os fibroblastos gigantes presentes

nestas lesões em torno de 59,62%, sendo evidenciada também uma forte relação

entre estas células e áreas de fibrose tanto nos casos de fibroma de células

gigantes como de hiperplasias fibrosas e espécimes de mucosa oral normal,

utilizados como controle em nosso estudo, confirmando desta forma, o papel dos

mastócitos como indutor fibrinogênico.

Palavras-chave: Mastócitos, triptase, Fibroma de células gigantes, hiperplasia

fibrosa, imuno-histoquímica.

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ABSTRACT

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ABSTRACT The giant cell fibroma is a benign neoplasm characterized by the presence of mono, bi

or multinucleate cells, which can have a connection to the presence of mast cells. This

research aims to analyze, descriptively and comparatively, the immunohystochemistry

expression of the tryptase in mast cells of the giant cell fibroma, fibrous hyperplasia and

samples of the normal oral mucosa. Thirty cases of giant cell fibroma, ten cases of

fibrous hyperplasia and ten cases of normal oral mucosa were selected for the analysis

of the immunohistochemistry expression, determination of the number of present mast

cells, as well as their location and shape. It could be stated that there was a statistically

significant difference (p<0,001) in relation to the quantity of mast cells among other

samples analyzed where the giant cell fibroma presented lesser quantity of mast cell and

the hyperplasia showed higher concentration of this cellular type. Although the oral

mucosa has presented a higher quantity of mast cells when compared to the giant cells

fibroma, these were found in usual locations in the connective tissue in normal tissues.

There could be noticed a statistically significant difference in relation to the number of

non-granulated mast cells (p<0,001). On the areas of fibrosis, we could observe a

statistically significant difference (p<0,006) among the samples. In relation to the

present mast cells in perivascular location, no statistically significant difference was

found. On the morphological analysis there was a predominance of oval mast cells. It

was concluded that despite of the fact there was a lesser quantity of mast cells present in

cases of giant cell fibroma, they appeared to have a stronger relation to the present giant

fibroblasts in this lesions, around 59,62%, being also evidenced a strong relation

between these cells and the fibrosis areas in both cases of giant cell fibroma and fibrous

hyperplasias and samples of normal oral mucosa, used as control group in our study,

confirming, this way, the role of the mast cells as fibrinogenous inductor.

Keywords: Mast cells; Tryptase; Giant Cell Fibroma; Fibrous Hyperplasia; Immunohistochemistry.

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INTRODUÇÃO

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1. INTRODUÇÃO*

O fibroma de células gigantes ou fibroblastoma constitui-se em uma

neoplasia fibrosa benigna, caracterizada por um crescimento focal reativo da

mucosa oral, exibindo várias células gigantes multinucleadas predominantemente

localizadas no tecido conjuntivo sub-epitelial. Diferentemente do fibroma

traumático, ele não parece estar associado com irritação crônica (MIGHELL,

ROBINSON, HUME, 1996; NEVILLE et al., 2004).

Muito se especula a respeito do papel dos mastócitos no tecido conjuntivo.

Sugere-se que estes tipos celulares participem na regulação das células e no

controle do acúmulo de componentes do tecido conjuntivo. Dados obtidos em

várias pesquisas levam ao indicativo de que os mastócitos são células

potencialmente fibrogênicas, através da liberação de potentes mediadores de

fibrose (BERTON et al, 2000; GARBUZENKO et al, 2002).

Estudos recentes mostram uma interação entre células tumorais estreladas

(células gigantes e mononucleares) e mastócitos evidenciados tanto nos

colagenomas de células gigantes quanto nos fibromas solitários escleróticos

(RAMOS et al, 2002).

Para a identificação das subpopulações de mastócitos é necessário detectar

as enzimas secretadas por estas células, sendo as principais enzimas a triptase e a

quimase (ROJAS et al, 2005; CAUGHEY, 2007).

A triptase é verificada em todos os mastócitos humanos, sendo que sua

presença é desconhecida em qualquer outro tipo celular. Conseqüentemente, a

constatação de triptase em fluidos humanos biológicos é interpretada como um

* Trabelho de Dissertação normatizado e apresentado de acordo com a ABNT-NBR 6023/ 2002

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indicador da ativação dos mastócitos (HARVIMA, 1999; ABBAS, LICHTMAN,

2005).

Com relação a forma ativa da quimase nos mastócitos, isto sugere que este

mediador pode desempenhar papel estimulador para o acúmulo de células

inflamatórias, modular a permebilidade epitelial, entretanto sabe-se do papel da

quimase na modulação das funções fibroblásticas (ANDOH et al, 2006).

Frente a importância dos mastócitos a partir das inúmeras funções que os

mesmos executam, e baseado na constatação das interações entre mastócitos e

células gigantes, o presente trabalho tem por objetivo analisar, descritiva e

comparativamente, a expressão imuno-histoquímica da triptase em mastócitos nos

fibromas de células gigantes de mucosa oral, verificando ainda se esta interação

celular descrita anteriormente também ocorre nesta entidade patológica, bem

como fazer uma análise comparativa com as hiperplasias fibrosas e mucosa oral

normal.

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REVISÃO DA LITERATURA

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Fibroma de Células Gigantes

O fibroma de células gigantes ou fibroblastoma trata-se de uma neoplasia

benigna de origem mesenquimal, caracterizada por um crescimento focal reativo

da mucosa oral, sem associação com trauma crônico, onde se verifica no tecido

conjuntivo a presença de células gigantes multinucleadas.. (MIGHELL,

ROBINSON, HUME, 1996; NEVILLE et al., 2004).

A primeira descrição desta entidade foi realizada por Weathers e Callihan

(1974), onde identificou-se a presença de células gigantes multinucleadas e

mononucleares em 108 espécimes dos mais de 2.000, obtidos no período de 1957

a 1973, diagnosticados anteriormente como hiperplasia fibrosa, fibroma ou pólipo

fibroepitelial. Nesta oportunidade, foram detalhadas as características

histopatológicas peculiares deste tipo de lesão, destacando a presença das células

gigantes de variadas formas como: estreladas, fusiformes e angulares,

predominantemente localizadas na lâmina própria. Mas, que poderiam estar

presentes em toda a lesão de forma dispersa.

Houston (1982) em um estudo analisando as características clínicas de 464

casos, descreve o fibroma de células gigantes como uma lesão assintomática,

localizada predominantemente na gengiva, de crescimento exofítico, pediculado

na maioria dos casos, com superfície áspera e de dimensões diminutas.

A origem das células que determinam o diagnóstico histopatológico para o

fibroma de células gigantes, vem sendo amplamente investigada ao longo dos

anos. No início, acreditava-se que estas células eram derivadas de fibroblastos

atípicos, histiócitos ou possivelmente melanócitos, devido a presença de melanina,

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apresentando expansões citoplasmáticas dendríticas e localizadas próximo ao

epitélio. Sugeriu-se também que as células gigantes poderiam ser resultado de

uma fusão de fibrobastos, especulando-se ainda uma possível etiologia viral.

Também foram citadas que estas células podem ser de origem fibroblástica,

células da musculatura lisa vascular da mucosa oral normal ou de um granuloma

piogênico pré-existente (WEATHERS, CAMPBELL, 1974; HOUSTON, 1982).

O fibroma de células gigantes representa aproximadamente cerca de 2 a 5%

de todas as proliferações fibrosas em cavidade oral, submetidas a biópsia. A

maioria ocorrendo nas três primeiras décadas de vida, com uma média de idade de

30 anos para os homens e de 26 anos para as mulheres. Alguns estudos mostram

uma ligeira predileção por mulheres, bem como maior ocorrência em indivíduos

da raça branca (MAGNUSSON, RASMUSSON, 1995; ALBUQUERQUE

JÚNIOR et al, 2001; NEVILLE et al, 2004).

Com relação a localização desta lesão, observa-se que cerca de 50% dos

casos ocorrem na gengiva, sendo a gengiva mandibular afetada duas vezes mais

que a gengiva maxilar. O segundo sítio anatômico de ocorrência é a língua com

aproximadamente 23%, o palato está envolvido em 18,5%, a mucosa jugal em 6%

e os lábios estão envolvidos em cerca de 2,5% (HOUSTON, 1982;

ALBUQUERQUE JÚNIOR et al, 2001, NEVILLE et al, 2004).

O fibroma de células gigantes é mais comum na gengiva, e em pacientes

mais jovens, enquanto as duas lesões muito confundidas do ponto de vista clínico

e que fazem diagnóstico diferencial com o fibroma de células gigantes, a

hiperplasia fibrosa e o fibroma ocorrem, geralmente, em pacientes de mais idade e

acomete preferencialmente a mucosa jugal (MAGNUSSON, RASMUSSON,

1995).

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Clinicamente, esta entidade se apresenta como uma tumefação localizada,

séssil ou pediculada, indolor, usualmente com menos de 1 cm, superfície

cerebriforme, papilar, com coloração semelhante a mucosa normal e que pode ser

facilmente confundida com outras lesões fibrosas (HOUSTON, 1982; NEVILLE

et al, 2004).

Estudos realizados posteriormente por Magnusson e Rassmusson (1995)

utilizando a imuno-histoquímica, não revelaram positividade para a proteína S-

100 e para neurofilamentos, descartando a origem a partir de nervos periféricos.

Neste estudo, constatou-se ainda que estes tipos celulares não exibiram

positividade para o fator VIII, lectina de ligação endotelial inespecífica, lisozima

e também para citoqueratinas, indicando assim, nenhuma relação com células

endoteliais, células gigantes de tecido de granulação ou relação com células

epiteliais escamosas, respectivamente. Verificou-se positividade para a vimentina,

um marcador de células de linhagem mesenquimal.

Esta positividade para a vimentina foi constatada também em um estudo

realizado por Miguel et al (2003), no qual analisaram a imunorreatividade das

células gigantes para a vimentina e HHF-35. Odell, Lock e Lombardi (1994), em

estudo anterior, destacam uma forte expressão para a vimentina e para o anticorpo

5B5 (prolil 4-hidroxilase), anticorpo este relacionado com a síntese de colágeno

em fibromas de células gigantes.

Em outro estudo realizado por Souza et al (2004) utilizando a vimentina,

HHF-35, CD68 e Fator XIIIa foi reafirmada a positividade das células gigantes

estreladas para a vimentina, na maioria dos casos de fibroma de células gigantes.

Observou-se ainda que na hiperplasia fibrosa e no pólipo fibro-epitelial, a

expressão imuno-histoquímica para a vimentina em células gigantes estreladas foi

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detectada em um menor número de casos. Mediante estes achados a hipótese mais

plausível é que estas células derivem de uma linhagem fibroblástica.

No que diz respeito ao comportamento dos fibroblastos gigantes, estudos

realizados utilizando dois marcadores de proliferação celular (PCNA e o Ki-67)

em fibromas de células gigantes, constataram que a maior parte das células

multinucleadas foi positiva para o PCNA, com variabilidade na intensidade de

marcação, indicando uma heterogeneidade no metabolismo nuclear do PCNA.

Com relação as diferenças de intensidade de marcação destas células,

possivelmente as que exibiam marcação nuclear mais evidente, tinham passado

pelo ciclo celular recentemente em relação aos núcleos menos imunorreativos .

Entretanto, a ausência de marcação para o Ki-67 nos mesmos tipos celulares,

assim como ausência de mitoses, podem indicar que na ausência de citocinas, o

ciclo celular não está envolvido na formação das células gigantes multinucleadas

em fibroma de células gigantes (MIGHELL, ROBINSON, HUME, 1996).

Do ponto de vista histopatológico, o fibroma de células gigantes é composto

por um tecido conjuntivo geralmente arranjado frouxamente, às vezes

mixomatoso, e ocasionalmente se apresenta maduro e compacto (WEATHERS,

CALLIHAN, 1974, NEVILLE et al, 2004). A vascularização é usualmente

proeminente, com vênulas e capilares bem formados, não se evidenciando

proliferação endotelial. A inflamação é raramente vista, exceto se a superfície

epitelial estiver ulcerada. Quando presente, esta inflamação é geralmente mista,

exibindo tanto células da inflamação crônica quanto células polimorfonucleares da

inflamação aguda (WEATHERS, CALLIHAN, 1974; MAGNUSSON,

RASMUSSON, 1995; ALBUQUERQUE JÚNIOR et al, 2001).

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A característica consistente para o seu diagnóstico é a presença de células

gigantes exibindo formas estreladas, anguladas ou fusiformes de

aproximadamente, 20 a 40 mm de diâmetro. Estas células estão localizadas

predominantemente na lâmina própria, próximas ao epitélio, mas, podem estar

presentes em toda a extensão da lesão (WEATHERS, CALLIHAN, 1974;

HOUSTON, 1982; MIGHELL, ROBINSON, HUME, 1996; REGEZI, SCIUBBA,

2000; MIGUEL et al, 2003; NEVILLE et al, 2004).

Verifica-se que a presença de células gigantes não é exclusiva do fibroma de

células gigantes, sendo também detectadas em outras lesões fibrosas como o

fibroma ungueal, angiofibroma acral e fibroblastoma desmoplásico (CAMPOS,

GOMEZ, 1999; MIGUEL et al, 2003) e mais especificamente nas hiperplasias

fibrosas e fibromas da cavidade oral (REGEZI et al, 1987).

Destaca-se ainda a papila retrocanina que é uma lesão de desenvolvimento

semelhante microscopicamente ao fibroma de células gigantes que ocorre

lingualmente na gengiva do canino inferior, sendo freqüentemente bilateral e

comumente se apresenta como uma pequena pápula de coloração rósea com

menos de 5 mm de diâmetro. As papilas retrocaninas são comuns , tendo sido

relatadas em 25 a 99% das crianças e adultos jovens, diminuindo sua prevalência

para 6 a 19% com o avanço da idade, sugerindo desta forma que esta variação

anatômica normal desapareça com a idade (REGEZI, SCIUBBA, 2000;

NEVILLE et al, 2004).

Os limites citoplasmáticos destas células são usualmente distintos, com

alguma perda de precisão na visualização destes limites restrita ao ápice nas

extensões angulares destas células gigantes. Processos dendríticos podem ser

vistos e um espaço artificial ou resultado da separação das fibras colágenas

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perifericamente ao citoplasma pode estar presente. O citoplasma se apresenta

basofílico e granular, contendo alguns vacúolos e, ocasionalmente, esta

vacuolização pode ser mais extensa, conferindo ao citoplasma uma aparência

clara. Algumas células, especialmente nas proximidades do epitélio podem conter

quantidades variáveis de grânulos de coloração marrom, semelhantes a melanina

(WEATHERS, CALLIHAN, 1974; MAGNUSSON, RASMUSSON, 1995).

Ultra-estruturalmente, observa-se no citoplasma destas células uma grande

quantidade de retículo endoplasmático rugoso, poliribossomos e ribossomos

livres, sugerindo semelhança com fibroblastos. Entretanto, é evidente uma maior

quantidade de microfibrilas, cujo diâmetro varia entre 50 a 100Å, localizadas na

periferia nuclear, tanto em células mononucleadas quanto nas multinucleadas.

Quando ocorre aumento no número dessas fibrilas, nota-se um preenchimento do

citoplasma, com extensão para o interior dos processos dendríticos assim como,

condensações microfibrilares, levando a uma total substituição ou redução das

organelas. Estas microfibrilas são descritas também em sarcomas sinoviais,

sarcomas epitelióides, na contratura de Dupuytren e em mixomas odontogênicos.

Sua função em fibroblastos no tecido de granulação e na contratura de Dupuytren

tem relação com propriedades contratéis. Já no fibroma de células gigantes, tanto

a origem quanto a função das microfibrilas permanecem desconhecidas

(WEATHERS, CAMPBELL, 1974).

Geralmente estas células são mononucleares mas, células exibindo dois

núcleos são freqüentemente vistas. O núcleo se apresenta amplo, variando sua

forma de arredondada a oval, podendo ser vesicular. A cromatina se apresenta

uniformemente distribuída e geralmente apresenta um nucléolo. Entretanto,

algumas células podem conter até 7 ou 8 núcleos, formando as células gigantes

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multinucleadas. Quando apresentam múltiplos núcleos, elas assumem a

configuração das células gigantes de Langerhans. No que diz respeito a mitoses,

elas não são evidenciadas (WEATHERS, CALLIHAN, 1974; MAGNUSSON,

RASMUSSON, 1995; MIGUEL et al, 2003; NEVILLE et al, 2004).

O epitélio presente nestas lesões é do tipo pavimentoso estratificado

paraceratinizado ou ortoceratinizado, podendo eventualmente ser hiperceratótico

exibindo características como acantose, espongiose focal, alteração vacuolar por

degeneração hidrópica, alterações estas inerentes ao tecido epitelial de

revestimento. Por outro lado, constata-se atrofia epitelial intercalada com

projeções papilares endofíticas de aspecto filiforme, características presentes na

totalidade dos fibromas de células gigantes analisados por diversos autores

(WEATHERS, CALLIHAN, 1974; HOUSTON, 1982; ALBUQUERQUE

JÚNIOR et al, 2001).

O tratamento para as lesões diagnosticadas como fibroma de células

gigantes é realizado de maneira conservadora, através da excisão cirúrgica. A

possibilidade de recorrência existe, porém é rara (NEVILLE et al, 2004).

Em estudo realizado por Houston (1982), analisando 401 casos de fibroma

de células gigantes, foi verificada recorrência em apenas dois casos. As lesões

recorrentes são clínica e histopatologicamente idênticas as lesões originais e a

natureza inócua destas lesões, mantém a excisão cirúrgica simples como

tratamento de escolha.

2.2. Hiperplasia Fibrosa

A hiperplasia fibrosa é considerada um crescimento reativo focal que

aparece circundando as margens ou bordas de próteses totais ou parciais

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removíveis mal adaptadas, estando relacionada com irritação crônica causada por

estas e por outras forças oblíquas resultantes de desajustes oclusais. Acredita-se

também que o espaço criado entre a borda da prótese e a mucosa, causado pela

reabsorção óssea, seja mais importante na patogênese da HFI do que a pressão de

irritação das bordas da prótese (PINTO-COELHO et al , 2000; MIGUEL et al,

2003).

A medida que as cristas ósseas da mandíbula ou maxila são reabsorvidas

pelo uso prolongado da prótese, as bordas estendem-se gradualmente cada vez

mais para o vestíbulo, onde a irritação crônica e o traumatismo podem provocar a

formação excessiva de tecido conjuntivo fibroso. O resultado é o surgimento de

pregas indolores de tecido conjuntivo fibroso (REGEZI, SCIUBBA, 2000).

Usualmente a massa tecidual é firme e fibrosa, embora algumas lesões

sejam eritematosas e ulceradas, semelhantes ao granuloma piogênico. O tamanho

pode variar desde lesões com menos de 1cm de tamanho a lesões grandes que

envolvem a maior parte do comprimento do vestíbulo, podendo ocorrer tanto na

maxila quanto na mandíbula, sendo a região anterior mais afetada, e constata-se

uma predileção pelo sexo feminino (NEVILLE et al, 2004).

Microscopicamente, caracteriza-se por um epitélio pavimentoso

estratificado freqüentemente hiperplásico, ceratinizado, alternando áreas de

hiperceratose e paraceratose.O tecido conjuntivo varia de acordo com o estágio de

desenvolvimento da lesão, apresentando um tecido granulomatoso nas lesões

jovens e com um conjuntivo denso e fibroso nas lesões mais antigas (PINTO-

COELHO, ZUCOLOTO,1998).

Verifica-se hiperplasia do tecido conjuntivo fibroso onde o epitélio de

revestimento é hiperparaceratótico, com hiperplasia irregular das papilas. Em

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algumas vezes, o epitélio apresenta hiperplasia papilar inflamatória ou hiperplasia

pseudoepiteliomatosa (TAMARIT-BORRÀS, 2005).

Áreas focais de ulceração não são incomuns, especialmente na base das

fissuras entre as pregas. Um infiltrado crônico variável está presente; algumas

vezes, ele pode apresentar eosinófilos ou folículos linfóides. As glândulas

salivares menores se estiverem presentes no espécime, mostram usualmente

sialoadenite crônica (NEVILLE et al, 2004).

Quando se analisa a presença de outros tipos celulares presentes nesta lesão,

podemos através de estudos histoquímicos, verificar a presença de mastócitos em

hiperplasia papilar, constatando que os mastócitos se apresentavam em maior

número quando comparados a mucosa oral normal (FLAMAGAN, PORTER,

1968).

A conduta de tratamento para as hiperplasias fibrosas varia desde a remoção

da prótese para diminuir o edema e o eritema em lesões incipientes, como também

a possibilidade de se utilizar a excisão cirúrgica convencional com bisturi,

curetagem, eletrocirurgia, criocirurgia e laser a base de CO2 (NEVILLE et al,

2004; NAVEEN, BHASKARAN, 2007).

2.3. Mastócitos

Os mastócitos são células secretoras multifuncionais do sistema imune que

participam da regulação da resposta imunológica, pela liberação de mediadores

químicos, seguido a um estímulo apropriado (WASSERMAN, 1994; ZHAO et al,

2001).

Estes tipos celulares foram descobertos em 1877 por Paul Ehrlich, que

acreditava no fato de que os mastócitos eram abundantes, especialmente em

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animais bem alimentados (Mast = well fed = bem alimentado). Estas células são

encontradas principalmente no tecido conjuntivo frouxo e, em algumas exceções,

sua presença é verificada em tecidos e órgãos de vertebrados maiores, podendo

estar correlacionados com o conteúdo do tecido conjuntivo, sendo que os

“verdadeiros” mastócitos aparecem em maior número nos anfíbios e peixes

(MILLER et al, 1978).

São considerados filogeneticamente como células velhas, que

aparentemente ocorrem em todas as espécies, na circulação sanguínea. Em

mamíferos, os mastócitos são habitantes normais do tecido conjuntivo, exceto em

tecidos avasculares, como: osso mineralizado, cartilagem e córnea, congregando

assim um destacado padrão ao redor de pequenos vasos sanguíneos, vasos

linfáticos, terminações nervosas e glândulas produtoras de muco (NORRBY,

2002; METZ et al, 2007).

A origem dos mastócitos tem sido motivo de muitas discussões. Questiona-

se, se estes tipos celulares são produtos finais da transformação de outras células

ou sejam resultado de divisão mitótica em suas variadas formas granulares.

Concluindo que a maioria dos mastócitos, são divididos mitoticamente na fase de

desenvolvimento de células precursoras fibroblásticas não granulares (ASBOE-

HANSEN,1968; JANDINSKI, SONIS, DOKU, 1972).

Abbas e Lichtman (2005) afirmam que todos os mastócitos derivam de

progenitores situados na medula óssea. Normalmente, mastócitos maduros não

são encontrados na circulação. Os progenitores migram para os tecidos periféricos

como células imaturas e sofrem diferenciação in situ. Mastócitos maduros são

encontrados em todo o corpo, predominantemente próximos aos vasos

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sanguíneos, nervos e sob o epitélio. Eles também estão presentes em órgãos

linfóides.

As contribuições dos mastócitos na defesa do hospedeiro estão relacionadas

a função de células efetoras do sistema imune inato e na resposta a processos

alérgicos, químicos e biológicos, como microorganismos e parasitas, tendo sido

extensivamente investigado este fato. Verifica-se um aumento no interesse pelo

vasto potencial das funções dos mastócitos e interações na resposta imune,

incluindo o entendimento do papel dos mastócitos na modulação da resposta

imune humoral e eventos celulares (BATISTA, RODINI, LARA, 2005).

É importante dizer que a expressão fenotípica dos mastócitos não é estática,

e seu padrão secretório se altera de acordo com o micro ambiente (CH’NG et al,

2006).

Ao exame microscópio os mastócitos humanos variam em forma e possuem

núcleos redondos, com grânulos ligados por membrana e corpos lipídicos no

citoplasma. Esses grânulos contêm proteoglicanas acídicas que se ligam à

corantes básicos existindo dois subconjuntos principais de mastócitos que diferem

por localização anatômica, conteúdo de grânulos e por atividade (LI, KRILIS,

1999; ABBAS, LICHTMAN, 2005).

Os grânulos dos mastócitos contêm proteoglicanas ácidas que se ligam a

corantes básicos, como o azul de toluidina, o que leva estes grânulos a adquirirem

freqüentemente, uma cor que é diferente daquela do corante original, sendo

denominados grânulos metacromáticos (PEREIRA PINTO et al, 1997; KUMAR,

ABBAS, FAUSTO, 2005).

Os mastócitos humanos se dividem em mastócitos mucosos e mastócitos do

tecido conjuntivo. Os mastócitos mucosos estão presentes predominantemente na

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mucosa intestinal e nos espaços alveolares dos pulmões, sendo identificados com

mais freqüência pela presença de triptase e não de outras proteases neutras nos

grânulos, estando a presença desses mastócitos mucosos na dependência das

células T. Já os mastócitos do tecido conjuntivo mostram pouca dependência das

células T, sendo este grupo identificado pela presença de várias proteases neutras

nos grânulos, e se dividem em dois sub-tipos: os mastócitos que secretam somente

triptase e os mastócitos que secretam tanto a triptase quanto a quimase, em adição

a outras proteases, incluindo catepsina G e a carboxipeptidase. Esta

heterogeneidade pode expressar por si só diferentes características histoquímicas,

bioquímicas e funcionais. No homem, os mastócitos do tecido conjuntivo são

encontrados na pele e na submucosa intestinal (YAMANAKA et al, 2000;

ABBAS, LICHTMAN, 2005; ROJAS et al, 2005; OSHITANI et al, 2006).

Além da secreção da triptase, quimase e carboxipeptidase verifica-se a

secreção de outros mediadores potentes, como a histamina, a heparina, o sulfato

de condroitina e citocinas como a interleucina-3 (IL-3), IL-4, IL-5, IL-6, IL-8, IL-

10, IL-13, IL-16, o fator de necrose tumoral α, prostaglandina D2, leucotrieno C4,

fator de ativação plaquetária e mediadores lipídicos (BERTON, 2000;

HUTTUNEN, HARVIMA, 2005, OLIVEIRA NETO et al, 2006).

Observamos a presença de mastócitos tanto na reação inflamatória aguda

quanto na crônica, expressando em sua superfície o receptor que liga a porção Fc

da IgE (FcεRI). Nas reações agudas, a IgE ligada aos receptores Fc das células,

reconhece os antígenos de maneira específica e as células sofrem degranulação,

liberando mediadores, como a histamina e os produtos da oxidação do ácido

aracdônico. Esse tipo de resposta ocorre durante as reações anafiláticas a

alimentos, picada de insetos ou drogas, freqüentemente com resultados

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catastróficos. Quando apropriadamente reguladas, as respostas podem beneficiar o

hospedeiro. Os mastócitos também estão presentes nas reações inflamatórias

crônicas e podem produzir citocinas que contribuem para a fibrose (KUMAR,

ABBAS, FAUSTO, 2005).

Vale destacar que esta ativação dos mastócitos se dá pela ligação cruzada de

moléculas do FcεRI, que ocorre pela ligação de antígenos multivalentes às

moléculas de IgE anexas, e como conseqüência desta ativação, temos três tipos de

respostas biológicas: secreção do conteúdo pré-formado de seus grânulos por um

processo regulado de exocitose, síntese e secreção de mediadores de lipídios, além

de síntese e secreção de citocinas (ABBAS, LICHTMAN, 2005).

Em adição a imunoglobulina E (IgE), associada a resposta imune, a ativação

e degranulação dos mastócitos pode ser realizada também por múltiplos

mecanismos, incluindo a sinalização via receptores Fcγ, que são necessários para

ativação associada a imunoglobulina G (IgG). A habilidade da IgG na ativação de

mastócitos, indica a promoção da ligação celular entre IgG e a progressão das

doenças inflamatórias auto-imunes (OKRUHLICOVA et al, 2007).

Os mastócitos são bem conhecidos por causar reação de hipersensibilidade

tipo I, desempenhando papel em doenças inflamatórias crônicas como artrite

reumatóide, esclerodermia e doenças intestinais inflamatórias (DANILEWICZ,

WAGROWSKA- DANILEWICZ, 2004).

Ressalta-se ainda que os mastócitos exerçam funções relevantes nos tecidos

como homeostase, remodelação e reparo (CRIVELLATO et al, 2003).

A respeito das interações entre mastócitos e células T, verifica-se que os

mastócitos podem secretar citocinas, nas respostas tipo Th1 e Th2, influenciando

na diferenciação das células T, sendo capazes de modular a proliferação e a

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produção de citocinas nas respostas de células T CD8+ (RODINI, BATISTA,

LARA, 2004).

Verifica-se uma interação entre células tumorais estreladas (células gigantes

e mononucleares) e mastócitos em colagenomas cutâneos, lesões fibrosas de pele

e em neurofibromas cutâneos (RAMOS et al, 2002; SOUZA et al, 2004).

Nas interações entre mastócitos e fibroblastos, os mastócitos se apresentam

como fontes e indutores do fator de crescimento fibroblástico e epitelial, através

da habilidade que os mastócitos tem de induzir o fatores de crescimento

fibroblástico tipos 2 e 7 além do fator de crescimento epitelial ligado a heparina

(ARTUC, STECKELINGS, HENZ, 2002).

Em tecidos pulmonares com doenças como sarcoidose, alveolite fibrosante,

displasia broncopulmonar, assim como asma e doenças pulmonares obstrutivas

crônicas, têm se verificado um aumento no número de mastócitos e estes se

apresentam localizados em posição próxima aos fibroblastos (AKERS et al,

2000).

A mesma proximidade é vista em processos alérgicos, onde se verifica que a

triptase proveniente dos mastócitos promove uma ligação entre mastócitos,

fibroblastos e eosinófilos (LEVI-SCHAFER, PILIPONSKY, 2003).

Em estudos realizados, utilizando tecidos irradiados pela radioterapia,

verificou-se em algumas áreas da derme uma associação muito próxima entre

mastócitos e fibroblastos. Estes achados sugerem um possível papel dos

mastócitos em realçar a síntese de colágeno na pele e fibrose induzida pelo

tratamento radioterápico (RIEKKI et al, 2004).

Postula-se ainda uma relação entre mastócitos e células multinucleadas

bizarras, relação esta também vista em leiomiomas atípicos (YAVUZ et al, 2001).

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Sabe-se que os mastócitos mantém uma relação com fibroblastos através de

junções intercelulares tipo gap. Estas junções promovem canais para a passagem

direta de pequenas moléculas entre as células, sendo a passagem dessas moléculas

entre as células a responsável pela coordenação e por sincronizar a sinalização

celular (MOYERS, SAGGERS, EHRLICH, 2004).

Estas junções gap são constituídas por conexinas que permitem o

movimento de íons e moléculas menor que 1 kd, sabendo desta proximidade entre

mastócitos e fibroblastos, especulou-se a respeito da presença destas conexinas

em mastócitos, pois, verifica-se a presença das conexinas (Cx26, Cx32 e Cx43) na

membrana citoplasmática de fibroblastos. Estudos foram realizados e constatou-se

a presença de duas conexinas (Cx32 e Cx43) em mastócitos, embora esta relação

com as conexinas não expliquem todos os mecanismos de atuação dos mastócitos,

ela é importante por ser um outro mecanismo de interação entre mastócitos e

fibroblastos (VLIAGOFTS et al, 1999).

2.4. Mediadores Inflamatórios dos Mastócitos

As funções efetoras dos mastócitos são mediadas por moléculas solúveis

liberadas por estas células em ativação. Esses mediadores podem ser divididos em

pré-formados, que incluem aminas biogênicas e macromoléculas granulares, e em

recentemente sintetizados, incluindo mediadores secundários, derivados de

lipídios e citocinas (ABBAS, LICHTMAN, 2005).

Com relação as aminas biogênicas, a amina vasoativa mais importante é a

histamina, responsável por causar intensa contração do músculo liso, elevação da

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permeabilidade vascular e elevada atividade secretória das glândulas nasais,

brônquicas e gástricas (KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 2005).

As enzimas que estão contidas no interior dos grânulos são representadas

pela triptase e quimase, duas proteases neutras, além de diversas hidrolases ácidas.

Estas enzimas são responsáveis por lesão tecidual, e promovem também a

produção de quininas e desta forma ativam proteínas do complemento (C3a)

atuando em suas proteínas precursoras (HARVIMA et al, 1999; KUMAR,

ABBAS, FAUSTO, 2005; CAUGHEY, 2007).

Como proteoglicanas, podemos destacar a heparina e o sulfato de

condroitina, utilizadas como matrizes para o armazenamento de outros

mediadores nos grânulos, além de prevenir o acesso dessas substâncias ao restante

da célula (BERTON et al, 2000; ABBAS, LICHTMAN, 2005; KUMAR,

ABBAS, FAUSTO, 2005; OLIVEIRA NETO et al, 2006).

Quanto aos mediadores secundários, estes são divididos em duas classes: os

mediadores lipídicos, que atuam na ativação da fosfolipase A2, enzima esta que

atua nos fosfolipídios da membrana para produzir o ácido aracdônico, dando

origem aos leucotrienos e as prostaglandinas, via ciclooxigenase e lipooxigenase,

respectivamente (PEREIRA PINTO et al, 1997; ABBAS, LICHTMAN, 2005;

KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 2005). O fator ativador de plaquetas (PAF) é

produzido por algumas populações de mastócitos com função de estimular a

agregação, liberação de mediadores plaquetários (histamina e serotonina) e função

relacionada a permeabilidade vascular, adesão e quimiotaxia leucocitárias, vaso e

broncoconstricção. Quando em baixa concentração, apresenta alto potencial

vasodilatador, aumento da permeabilidade de vênulas e, por fim, estimulação de

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outros mediadores, como por exemplo, os leucotrienos (PEREIRA PINTO et al,

1997).

Os mastócitos são fonte de várias citocinas que executam funções

importantes na fase tardia da hipersensibilidade imediata, por sua capacidade de

recrutar e ativar células inflamatórias, além de regular o crescimento,

diferenciação e maturação dos grânulos citoplasmáticos. Dentre estes podemos

citar o fator de necrose tumoral (TNF), interleucina-1 (IL-1), IL-3, IL-4, IL-5, IL-

6, o fator estimulador de crescimento para macrófagos e granulócitos (GM-CSF),

quimiocinas, além da proteína inflamatória de macrófagos (MIP)-1α e a MIP-1β

(LI, KRILIS, 1999; NORRBY, 2002; KUMAR, ABBAS, FAUSTO, 2005).

2.4.1. Triptase

Hallgren e Pejler (2006) citam que a triptase foi descoberta em 1960 por

Glenner e Cohen, representando uma enzima que apresentava uma atividade

semelhante a tripsina e esta atividade é comumente referida como triptase. Ao

longo dos anos, muitas informações sobre a triptase, proveniente dos mastócitos

têm sido coletadas, entretanto pouco se sabe sobre sua real função biológica. Por

exemplo, o substrato verdadeiro para a triptase ainda não foi identificado e o seu

papel em mastócitos relacionado as patologias não é conhecido.

Esta enzima é encontrada em todos os mastócitos humanos, sendo a sua

presença desconhecida em qualquer outro tipo celular. Conseqüentemente, a

constatação de triptase em fluidos humanos biológicos é interpretada como um

indicador da ativação dos mastócitos (HARVIMA, 1999; ABBAS, LICHTMAN,

2005).

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É também considerada um marcador confiável, sendo capaz de identificar

tanto mastócitos imaturos quanto maduros, destacando-se ainda, que a triptase é

produzida em um estágio precoce do desenvolvimento dos mastócitos

(SAMORAPOOMPICHIT et al, 2006).

A triptase é uma protease neutra de serina com peso molecular de 134 kDa.

Os genes que codificam a triptase dos mastócitos estão localizados no braço curto

do cromossomo 16. Esta enzima é formada por quatro subunidades covalentes e

cada subunidade tem um sítio enzimático ativo. Há dois tipos principais de

triptase, a α-triptase e a β-triptase, que exibem uma seqüência idêntica em torno

de 90%. As β-triptases são classificadas em βI-, βII-, e βIII-triptases, já as α-

triptases classificam-se em αI- e αII-triptases (PAYNE, KAM, 2004).

A α-triptase apresenta duas formas bem similares já citadas anteriormente a

αI e αII. Esta α-triptase humana foi considerada incapaz de ser processada em sua

forma madura. Apesar disso, uma α-triptase recombinante foi vista unida a um

tetrâmero ativo, entretanto sua atividade foi extremamente baixa quando

comparada a β-triptase. A α-triptase dispõem de um processamento defeituoso do

terminal N e como conseqüência temos uma secreção contínua se compararmos a

que é proveniente diretamente dos grânulos secretórios (HALLGREN, PEJLER,

2006).

A β-triptase compreende cerca de 25% de todas as proteínas armazenadas

nos grânulos secretórios dos mastócitos como tetrâmeros enzimaticamente ativos

em um complexo com a heparina, que por sua vez facilita a conversão de

monômeros de β-triptase maduros em tetrâmeros e os estabiliza. Este tipo Beta é a

principal forma da triptase, que é liberada durante a degranulação dos mastócitos e

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isolada por exemplo, em tecidos pulmonares humanos normais (PANG et al,

2006).

Além da α e da β-triptase podemos destacar ainda a γ-triptase e a δ-triptase.

A γ-triptase se divide em γI e γII. Estas enzimas são expressas em ambas as

linhagens celulares de mastócitos e em mastócitos das vias aéreas. Em contraste

com a α e β-triptases, as γ-triptases contém um domínio terminal C hidrofóbico,

seguido por uma pequena porção terminal citoplasmática. As γ-triptases são

provavelmente proteínas transmembranares ancoradas, tanto na membrana

plasmática quanto na membrana dos grânulos secretórios. Existe ainda uma outra

triptase transmembranar denominada TMT, que pode ser idêntica a γI-triptase ou

pelo menos similar em cerca de 98 a 99% dos casos (HALLGREN, PEJLER,

2006).

A δ-triptase exibe dois tipos identificados, a δI e δII, que diferem apenas na

posição de um aminoácido. Este tipo de triptase contém um códon prematuro de

restrição, resultando em uma proteína madura curta e graças a esta parada abrupta

é que ocorre a alteração da especificidade do substrato significantemente. Apesar

deste códon de restrição, a tríade catalítica permanece intacta , o que reflete na

habilidade da δ-triptase de quebrar substratos peptídicos sintéticos, com

especificidade de clivagem por proteínas semelhantes a tripsina. Na análise

imuno-histoquímica, verifica-se que a δ-triptase é primeiramente expressa nos

mastócitos de tecidos como cólon, pulmões e coração assim como as células

MHC-1 (HALLGREN, PEJLER, 2006).

Recentes investigações sobre o papel da triptase tem enfocado a capacidade

de clivar certos substratos extra-celulares como o peptídeo vasoativo intestinal,

peptídeo relacionado a calcitonina, fibronectina e cininogênios. A triptase por si

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só é capaz de provocar a liberação de histamina dos mastócitos, sendo um potente

fator de crescimento para as células epiteliais, fibrinogênese, aumento da

contração da musculatura lisa das vias aéreas e degradação do já citado peptídeo

vasoativo intestinal. Ressaltamos que a triptase tem demonstrado ser mitogênica

para fibroblastos, células de músculo liso e células epiteliais brônquicas (KONDO

et al, 2001; SHAOHENG et al, 2003).

Além disso, sabe-se que a triptase é uma potente enzima pro-angiogênica e

que foi reconhecida recentemente como responsável pela degradação da gelatinase

presente na matriz extracelular (ROJAS et al, 2004).

Durante a inflamação a triptase pode estimular a liberação de granulócitos

quimiotáticos para a IL-8 e regulação da expressão do ICAM-1 nas células

epiteliais, induzindo a expressão de RNAm para a IL-1β que pode ser importante

para o recrutamento de células inflamatórias para os locais de ativação dos

mastócitos. Entretanto, a liberação da triptase proveniente dos mastócitos ativados

pode estimular a secreção de outros mastócitos vizinhos, levando a amplificação

do sinal (PAYNE, KAM, 2004).

Há evidências de que a triptase presente nos mastócitos é capaz de ativar o

receptor de protease ativado (PAR-2), que apresenta papel crucial nas doenças

inflamatórias de diversos tecidos, incluindo intestino, pele e vias aéreas

(KETABCHI et al, 2007).

A triptase presente nas vias aéreas estimula a proliferação dos fibroblastos

do pulmão e brônquicos “in vitro”. Os resultados deste estudo também indicam

que a triptase estimula a proliferação de fibroblastos via PAR-2 (MATSUSHIMA

et al, 2006)

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A triptase pode estar envolvida no desenvolvimento de fibroses renais

intersticiais, incluindo a nefrite túbulo intersticial aguda ou crônica, onde a

triptase dos mastócitos não apresenta somente potencial mitogênico, mas também

é um estimulador para a síntese das proteínas da matriz extracelular pelos

fibroblastos renais humano (KONDO et al, 2001).

Nos testículos, por exemplo, os mastócitos presentes que secretam somente

a triptase são encontrados em indivíduos saudáveis. Já a presença de mastócitos

que secretam tanto a triptase quanto a quimase, têm relação com quadros de

azoospermia obstrutiva, azoospermia idiopática e varicocele (YAMANAKA et al,

2000).

Li e Krilis (1999) afirmam que a triptase em condições normais, não pode

ser identificada através de testes imuno-histoquímicos.

2.4.2. Quimase

A quimase é uma protease de serina, localizada exclusivamente nos

grânulos dos mastócitos e sua liberação dos grânulos é feita junto com outros

mediadores pré-formados. A grande quantidade da quimase em forma ativa nos

mastócitos sugere que este mediador pode desempenhar papel em doenças

relacionadas a mastócitos (ANDOH et al, 2006).

Em humanos, a expressão de quimase assim como a catepsina G, estão

confinadas amplamente em mastócitos que expressam quimase e em mastócitos

que expressam tanto triptase quanto a quimase os quais tendem a ser abundantes

na derme da pele (CAUGHEY et al, 2007).

A presença ou ausência desta enzima é utilizada como critério para a

caracterização de subconjuntos de mastócitos, como foi abordado anteriormente.

Não se conhecem as funções dessa enzima in vivo; entretanto, várias atividades

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demonstradas in vitro, sugerem efeitos biológicos importantes. Sabemos que a

quimase pode converter a angiotensina I em angiotensina II, podendo ainda

degradar a membrana basal da epiderme e estimular a secreção de muco (ABBAS,

LICHTMAN, 2005).

Também é responsável pela indução de apoptose em células do músculo

cardíaco in vitro, estando envolvida na remodelação tecidual e de colágeno

através da ativação das MMPs, IL-1β, TGF-β e na proliferação de fibroblastos

(JAHANYAR et al, 2007).

Os mastócitos que secretam a quimase são identificados posteriormente aos

mastócitos que secretam triptase, já que os que secretam quimase aparecem

tardiamente, apresentando positividade maior em mastócitos da pele do que a

encontrada em outros tecidos (BAIN, 1999).

Embora ainda obscuro, a quimase humana parece ter função relacionada

com a defesa do hospedeiro, por exemplo, contra parasitas. A maioria das

quimases tem maior potencial destrutivo. Isso ocorre devido à capacidade que elas

tem de clivar uma grande variedade de peptídeos e proteínas alvo. Entretanto, as

quimases são mais susceptíveis a inibição pelas anti-peptidases, incluindo as

serpinas e α2-macroglobulina, sendo assim apresentam período de vida curto após

sua secreção (CAUGHEY et al, 2007).

A quimase desempenha importante papel nos vários tipos de patologias,

como por exemplo: aterosclerose, deficiência cardíaca, fibrose, coagulação e

fibrinólise, além de proliferação da musculatura lisa das vias aéreas. Relata-se

ainda, que a quimase não está somente presente em grânulos de mastócitos.

Estudos demonstram que células positivas para a quimase, também existem em

células CD34+ na medula óssea (SHIMIZU et al, 2004).

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Estudos realizados por Sommerhoff, Nadel e colaboradores (1990),

constataram que a quimase e a catepsina G relacionada a mastócitos são

estimuladores potentes de secreção das células serosas, presentes nas glândulas

das vias aéreas. Porém, evidenciou-se que uma grande quantidade de mastócitos,

ricos em quimase estavam localizados na periferia das glândulas submucosas,

conferindo a quimase um papel de destaque, no que diz respeito a estímulo de

secreção (CAUGHEY et al, 2007).

Em úlceras crônicas de perna, verifica-se que níveis significativos tanto de

quimase quanto de triptase são constatados em biópsias destas lesões. Observa-se

que no microambiente formado entre o acúmulo de mastócitos e as bordas

epiteliais, o nível de atividade da quimase, assim como da triptase e histamina,

podem ser suficientes para resultar uma deficiência na aderência epitelial,

crescimento ou mesmo destacamento de ceratinócitos da base da úlcera

(HUTTUNEN, HARVIMA, 2005).

2.5. Mastócitos e Processos Patológicos

Estudos realizados em polpas dentárias saudáveis e polpas inflamadas pela

ação da cárie, demonstraram a presença de mastócitos em quadros de pulpite

crônica hiperplásica e a ausência de mastócitos em polpas saudáveis (MILLER et

al, 1978; FREITAS et al, 2006).

Diversos autores detectaram também a presença de mastócitos em tecido

pulpar inflamado, especialmente na inflamação crônica (FARNOUSH, 1984;

WALSH, DAVIS, SAVAGE, 1995; FREITAS et al, 2006)

Em lesões periapicais, a produção e secreção de histamina pelos mastócitos,

pode contribuir para a expansão do cisto periapical; dessa forma, a histamina que

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exibe propriedades vasoativas, pode liberar proteínas plasmáticas que irão se

difundir para o fluido localizado no lúmen cístico, causando aumento na pressão

osmótica e, conseqüentemente, expansão do cisto (SMITH, SMITH, BASU,

1989).

Pesquisas realizadas comparando a presença de mastócitos em granulomas e

cistos periapicais, revelam que o número de mastócitos em cistos periapicais é

maior do que em granulomas, estando presentes em áreas de atividade

inflamatória, entre polimorfonucleares, em contato com linfócitos e macrófagos

espumosos, assim como nas proximidades de fibroblastos, ao redor de nervos e

adjacente a vasos sanguíneos, comumente visto, tanto em granulomas quanto em

cistos periapicais. Destaca-se ainda, nos cistos, a presença de mastócitos

localizados justoepitelialmente no tecido conjuntivo e em áreas intra-epiteliais

(RODINI, BATISTA, LARA, 2004).

Com relação à reabsorção óssea, Teronen et al (1996) verificaram que

mastócitos tipicamente degranulados estavam situados na periferia de cistos

odontogênicos, próximos ao osso circundante, sugerindo que os mastócitos assim

como a secreção de triptase por estes tipos celulares, atuem como contribuintes

para a reabsorção óssea durante o crescimento cístico.

Nas úlceras aftosas recorrentes os mastócitos foram encontrados em grande

quantidade, e se apresentavam em sua maioria degranulados, não podendo ser

ignorado seu papel ativo na patogênese deste tipo de lesão (NATAH et al, 1998).

Em doenças periodontais foi observado também um aumento no número de

mastócitos que podem participar tanto de eventos destrutivos, quanto dos

mecanismos de defesa para a doença periodontal, via secreção de citocinas,

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incluindo a perpetuação da resposta Th2, migração celular e processo de

cicatrização (BATISTA, RODINI, LARA, 2005).

Hall (1969) descreve a presença de mastócitos em lesões clinicamente

semelhantes, localizadas na gengiva, como a gengivite descamativa, o líquen

plano, o pênfigo e o penfigóide verificando a presença de uma quantidade

significantemente grande de mastócitos nessas lesões.

Em estudos realizados com líquen plano oral, constatou-se que os

mastócitos participam da patogênese desta lesão, demonstrando a interação entre

mastócitos e linfócitos T, destacando a secreção do RANTES(Regulado pela

ativação da expressão e secreção das células T normais), um potente mediador

inflamatório produzido e secretado pelas células T, como um dos promotores para

a degranulação dos mastócitos (ZHAO et al, 2001; ZHAO et al, 2002).

Rojas et al (2004) estudando a presença de mastócitos em queilite actínica,

verificaram um número aumentado de mastócitos quando comparado ao lábio

normal e que mastócitos secretores de quimase e triptase estavam localizados

especialmente nas áreas de elastose solar, com predomínio dos mastócitos

secretores de triptase.

Foi demonstrada a presença da substância P (Pain = Dor), um neuropeptídeo

presente em fibras nervosas e sua associação com mastócitos em articulação

têmporo-mandibular (ATM), onde o produto da degranulação dos mastócitos e a

liberação da substância P podem contribuir para a inflamação na ATM (HENRY

et al, 2001).

Por muito tempo, os mastócitos têm sido relacionados com crescimentos

neoplásicos onde em 1879, Ehrlich relatou numerosos mastócitos no estroma de

carcinomas humanos e desde então, vários estudos foram realizados descrevendo

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as várias populações de mastócitos em diferentes tipos de tumores. Dentre estes,

foi evidenciado haver um número aumentado de mastócitos em tumores gástricos

e o decréscimo no número, em tumores da parótida (JANDINSKI, SONIS,

DOKU, 1972; ELPEK et al, 2001).

Oliveira Neto et al (2006) evidenciaram em seus estudos um decréscimo no

número de mastócitos em carcinomas de células escamosas oral e apesar desta

diminuição, foi constatado um contato morfológico entre mastócitos e células

tumorais.

Vários estudos no entanto são consonantes ao afirmar, que os mastócitos

estão significantemente aumentados em humanos, nos casos de carcinomas de

células escamosas intra-orais e em lábio, sendo associados com a progressão do

tumor (IAMAROON et al, 2003; ROJAS et al, 2005).

Devido a grande diversidade de papéis executados pelos mastócitos na

degradação de matriz extra-celular, angiogênese, respostas imune inata e

adquirida, e secreção de produtos específicos, já citados anteriormente, acredita-

se que os mastócitos possam contribuir para a progressão tumoral. Estudos

recentes mostram que os mastócitos estão significantemente mais numerosos em

carcinomas de células escamosas intra-orais e de lábio, sendo associado com

fatores que favorecem o tumor. Em modelos experimentais de carcinogênese, a

densidade de mastócitos exibe correlação com o desenvolvimento do carcinoma,

através da regulação da angiogênese durante os estágios pré-malignos e malignos.

Outros estudos porém sugerem aos mastócitos um efeito antagonista ao tumor

(OLIVEIRA NETO et al, 2006).

Pesquisas constatam que alta densidade de mastócitos, tem sido associada

com prognóstico ruim e aumento da angiogênese em lesões malignas em pulmão

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(KANKKUNEN, HARVIMA, NAUKKARINEN, 1997) e esôfago (ELPEK et al,

2001).

Ribatti et al (2003) verificaram em melanomas cutâneos, uma relação

próxima entre densidade de mastócitos e angiogênese, durante a progressão desta

neoplasia, encontrando um grande número de vasos sanguíneos e de mastócitos

em melanomas de pior evolução, ressaltando desta forma, o significado

prognóstico dos mastócitos com liberação da triptase em tumores humanos.

Muito se especula a respeito do papel dos mastócitos no tecido conjuntivo.

Sugere-se que estes tipos celulares participem na regulação das células e no

controle do acúmulo de componentes do conjuntivo. Dados obtidos em várias

pesquisas levam ao indicativo de que os mastócitos são células potencialmente

fibrogênicas, através da liberação de potentes mediadores de fibrose (BERTON et

al, 2000; GARBUZENKO et al, 2002).

Recentemente, por exemplo tem se demonstrado que a triptase é um fator

fibrogênico capaz de estimular a síntese de RNAm das fibras colágenas e

quimiotaxia, onde mastócitos, mesmo em baixas concentrações, podem ser

capazes de modular várias atividades dos fibroblastos localizados na matriz

colagênica. Os principais efeitos estão relacionados a proliferação celular, síntese

de colágeno e de proteína total, assim como produção e ativação da MMP-2.

Todas estas características estão presentes nas etapas iniciais da fibrose,

caracterizada pelo aumento no número de fibroblastos e uma aceleração na síntese

e remodelação da matriz extracelular (BERTON et al, 2000).

Em estudos realizados, verificou-se que a triptase estimula a atividade

proliferativa de fibroblastos conjuntivais em meio de cultura e este estímulo foi

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mediado pelo já conhecido receptor para a triptase, o PAR-2 (ASANO-KATO,

2005).

Frungieri et al.(2002) propôs um novo mecanismo pelo qual a triptase

derivada dos mastócitos induz a proliferação de fibroblastos nos casos de fibrose.

Onde a triptase e o receptor PAR-2 induzem a expressão da ciclooxigenase 2

(COX2).

Com relação aos efeitos da triptase na proliferação fibroblástica a grande

maioria dos autores relatam uma influência mitogênica deste típico produto dos

mastócitos. Neste estudo verifica-se um significante aumento na proliferação

fibroblástica depois do estímulo com a triptase (ALBRECHT et al, 2005).

Esta mesma relação de mastócitos através da triptase com o receptor de

protease ativado (PAR-2) é vista em doenças como a artrite reumatóide e

osteoartrite (NAKANO et al, 2007).

Além da fibrose, os mastócitos também estão implicados na promoção da

angiogênese. Estudos envolvendo tumores malignos sólidos, atribuem aos

mastócitos papel relacionado a angiogênese tumoral, onde a densidade de

mastócitos parece ser um marcador prognóstico de confiança. Vários fatores

angiogênicos, como por exemplo o fator de crescimento endotelial vascular

(VEGF), heparina, fator de crescimento fibroblástico (FGF) e os inibidores como

a angiostatina, fator plaquetário tipo IV, e a trombospondina-1 são encontrados

em mastócitos. Porém, a triptase também é considerada um potente fator

angiogênico (NORRBY, 2002; IAMAROON et al, 2003; RIBATTI et al, 2007).

Sabendo-se das inúmeras funções desempenhadas pelos mastócitos nos

diferentes tipos de processos patológicos como por exemplo, reabsorção óssea,

fibrose, interação com células gigantes multinucleadas, degradação de matriz

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extracelular, angiogênese e sua associação com a progressão neoplásica,

objetivamos nesta pesquisa identificar a presença de mastócitos, bem como sua

possível interação com as células gigantes multinucleadas presentes nas lesões

estudadas através de estudo imuno-histoquímico, realizando uma análise

comparativa com a hiperplasia fibrosa e a mucosa oral normal.

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PROPOSIÇÃO

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3. PROPOSIÇÃO

Sabendo que os mastócitos funcionam como marcadores biológicos importantes

para identificação da formação de neoplasias benignas bem como a carcinogênese oral,

o propósito da presente pesquisa, foi analisar descritiva e comparativamente, a

expressão imuno-histoquímica da triptase nos fibromas de células gigantes, objetivando

identificar os mastócitos e possível associação com as células gigantes multinucleadas,

bem como seu papel na fibrose e progressão destas lesões, realizando uma análise

comparativa com a hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal.

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MATERIAL E MÉTODOS

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Caracterização do Estudo

Esta pesquisa consistiu em uma análise descritiva e comparativa da

expressão imuno-histoquímica da triptase em mastócitos presentes nos espécimes

de fibromas de células gigantes orais (Fibroblastomas), comparando com

espécimes de hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal.

4.2. População

Do total de casos registrados e diagnosticados nos arquivos do Serviço de

Anatomia Patológica da Disciplina de Patologia Oral da Faculdade de

Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN, selecionou-

se os casos de fibroma de células gigantes, hiperplasias fibrosas e mucosa oral

normal que constituiram a amostra.

4.3. Amostra

A amostra foi constituída por 30 casos de fibroma de células gigantes oral, 10

casos de hiperplasia fibrosa e 10 casos de mucosa oral normal, todos emblocados em

parafina, onde os casos de mucosa oral normal serviram como controle do estudo.

4.4. Estudo Morfológico

Para o estudo morfológico, foram utilizadas lâminas com cortes de 5µm de

espessura do material incluído em blocos de parafina, corados pela técnica da

Hematoxilina/Eosina (descrita adiante) e posteriormente examinados à

microscopia de luz, sendo realizada uma análise descritiva dos aspectos

histológicos observados nos fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas e

em mucosa oral normal.

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TÉCNICA HISTOQUÍMICA DA HEMATOXILINA/ EOSINA (H/E)

• Xilol I (15 minutos)

• Xilol II (15 minutos)

• Álcool Absoluto (3 minutos)

• Álcool 95° GL (3 minutos)

• Álcool 70° GL (3 minutos)

• Água corrente (5 minutos)

• Hematoxilina de Harris (5 minutos)

• Água corrente (5 minutos)

• Solução álcool-ácida a 1% (passagem rápida)

• Água corrente (5 minutos)

• Eosina de Lison (2 minutos)

• Álcool 70° GL (3 minutos)

• Álcool 95° GL (3 minutos)

• Álcool Absoluto (3 minutos)

• Xilol I (3 minutos)

• Xilol II (3 minutos)

• Xilol III (3 minutos)

• Montagem em Resina Permount® (Fischer Scientific, Fair Lawn,

NJ, USA)

4.5. Estudo Imuno-histoquímico

Do material emblocado em parafina foram obtidos cortes de 3 µm de

espessura e estendidos em lâminas de vidro previamente limpas e preparadas com

adesivo à base de Organosilano (3-aminopropyltriethoxi-silano, Sigma Chemical

Co, St Louis, MO, USA). O material foi posteriormente submetido a anticorpo

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para identificação de mastócitos, a Triptase, clone AA1 (Dako), sendo empregado,

nesta técnica imuno-histoquímica, o método da estreptoavidina-biotina (SABC-

streptoavidin biotin complex).

TÉCNICA DA IMUNO-HISTOQUÍMICA - LSAB -TRIPTASE (Dako)

• Xilol I a 59°C (30 minutos)

• Xilol II a temperatura ambiente (20 minutos)

• Álcool Absoluto I (5 minutos)

• Álcool Absoluto II (5 minutos)

• Álcool Absoluto III (5 minutos)

• Álcool 95° GL (5 minutos)

• Álcool 80° GL (5 minutos)

• Hidróxido de amônia a 10% em etanol 95°GL (10 minutos)

• Lavagem em água corrente (10 minutos)

• Água destilada (dupla passagem de 5 minutos cada)

• Recuperação antigênica com citrato pH 6,0 Pascal (Dako)

• Água corrente (10 minutos)

• Água destilada (dupla passagem de 5 minutos cada)

• Bloqueio da peroxidase endógena com peróxido de hidrogênio a 10

volumes (duas trocas de 15 minutos cada)

• Lavagem em água corrente (10 minutos)

• Água destilada (dupla passagem de 5 minutos cada)

• Imersão em solução tampão de TRIS-HCL, pH 7.4 (dupla passagem

de 5 minutos cada)

• Incubação dos cortes com o anticorpo primário para os mastócitos, a

triptase, clone AA1 (Dako), com diluição de 1:50, a 60 minutos em

temperatura ambiente

• Dupla lavagem de 5 minutos cada, em solução TRIS-TWEEN 20 a

1% em TRIS-HCL, pH 7.4, para melhor identificação dos mastócitos

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• Incubação com o anticorpo secundário LSAB por 30 minutos em

temperatura ambiente, complexo estreptoavidina biotina peroxidase

por 30 minutos em temperatura ambiente

• Dupla lavagem de 5 minutos cada ,TRIS-HCL, pH 7.4

• Revelação da reação com a solução cromógena Diaminobenzidina a

0,03% (Sigma Chemical Co, St Louis, MO, USA) diluída em 100 ml

de TRIS-HCL, ativada por 1200µl de peróxido de hidrogênio a 10

volumes em câmara escura (3 minutos)

• Lavagem em água corrente (10 minutos)

• Lavagem em água destilada

• Contracoloração com Hematoxilina de Mayer (10 minutos)

• Água corrente (10 minutos)

• Água destilada (dupla passagem de 5 minutos cada)

• Álcool 70° GL (2 minutos)

• Álcool 95° GL (2 minutos)

• Álcool Absoluto I (3 minutos)

• Álcool Absoluto II (3 minutos)

• Álcool Absoluto III (3 minutos)

• Xilol I (5 minutos)

• Xilol II (5 minutos)

• Xilol III (5 minutos)

• Montagem em Resina Evermount® (Easy Path)

4.6. Análise do perfil imuno-histoquímico Foi analisada a expressão imuno-histoquímica dos mastócitos utilizando a triptase,

nos fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas e em mucosa oral normal,

verificando-se a presença ou ausência, a distribuição da marcação e a quantidade de

mastócitos degranulados e não degranulados, tanto no epitélio quanto no tecido

conjuntivo e sua proximidade a estruturas As amostras foram analisadas por um único

observador em um microscópio de luz com um aumento de 100x (LEICA ATC 2000)

onde foram selecionadas áreas de maior densidade de mastócitos e com um aumento de

400x, foram verificados um total de 20 campos, sendo 10 campos no epitélio (5 campos

na região supra-basal e 5 campos na região basal e para-basal) e 10 campos no tecido

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conjuntivo (5 campos na lâmina própria e 5 campos na submucosa). A contagem de

células foi realizada utilizando o aparelho para contagem celular (LEUCOTRON).

Posteriormente, sob aumento de 400x em meio ao tecido epitelial, os casos foram

categorizados de acordo com a localização dos mastócitos imunorreativos nos estratos

epiteliais.

No componente conjuntivo, os mastócitos foram categorizados quanto a

quantidade de mastócitos degranulados e não degranulados, localização e proximidade

com estruturas como vasos sanguíneos, fibroblastos, áreas de maior deposição

colagênica e células gigantes. Os dados obtidos, foram anotados em fichas individuais,

conforme modelo em anexo (Ficha 1 e 2).

4.7. Análise Estatística Os resultados obtidos foram submetidos a testes estatísticos de Kruskal-Wallis,

com o objetivo de testar as hipóteses aventadas no presente estudo. Os dados obtidos

digitados originalmente na planilha eletrônica Excel (Microsoft Windows XP Home

edition®) e posteriormente exportados para o programa SPSS Data editor 13.0, onde

foram subtidos aos testes estatísticos, assim como confecção de tabelas e gráficos.

4.8. Implicações Éticas O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP/UFRN), registrado com o

protocolo nº 075-07 e parecer 230/2007.

4.9. Equipamentos e Material de Consumo

4.9.1. Equipamentos

1) Micrótomo

2) Geladeira

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3) Freezer

4) Banho-maria histológico

5) Microscópio Óptico Binocular LEICA ATC 2000

6) Estufa

7) Capela para exaustão de gases

8) Fotomicroscópio

9) pHmetro

10) Pipetas automáticas (de volumes ajustáveis)

11) Forno de Microondas (potência de saída 900W)

12) Balança de precisão

13) Vidraria

14) Destilador

4.9.2. Material de Consumo

1) Eosina de Lison

2) Complexo steptavidina-biotina

3) Hematoxilina de Mayer

4) Hematoxilina de Harris

5) Anticorpo monoclonal anti-triptase

6) Anticorpo policlonal anti-catepsina G

7) Lâminas de vidro para microscopia

8) Lamínulas de vidro para microscopia (24x32mm)

9) Navalhas descartáveis para micrótomo

10) Organosilano

11) Resina do tipo Permount®

12) Solução Tampão TRIS-HCL

13) Solução de Tween 20 a 1%

14) Parafina Sólida

15) Ácido Cítrico Monohidratado

16) Peróxido de Hidrogênio 10 vol

17) Hidróxido de Amônia

18) EDTA

19) Luvas

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20) Xilol P.A

21) Cloreto de Sódio P.A

22) Formaldeído P.A

23) TRIS-HCl P.A

24) Álcool Absoluto

25) Álcool 95°GL

26) Álcool 80°GL

27) Álcool 70°GL

28) Metanol

29) Acetato de Amônia

30) Água Destilada

31) Fosfato de Sódio monobásico monohidratado P.A

32) Fosfato de Sódio dibásico anidro P.A

33) Soroalbumina bovina (BSA)

34) Azida Sódica

35) Tampão PBS

36) Diaminobenzidina

37) Papel filtro

Os equipamentos e o material de consumo utilizados nesta pesquisa foram

cedidos pelo Laboratório de Anatomia Patológica e Imuno-histoquímica da

Disciplina de Patologia Oral do Departamento de Odontologia e do Programa de

Pós-Graduação em Patologia Oral ambos da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte (UFRN).

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RESULTADOS

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5. RESULTADOS

Foram analisados microscopicamente 30 casos de fibroma de células

gigantes, comparando com 10 casos de hiperplasia fibrosa e 10 casos de mucosa

oral normal. Os mastócitos foram claramente identificados pela utilização do

anticorpo anti-triptase (Dako), sendo sua imunorreatividade forte e confinada ao

citoplasma desta célula ou se apresentava mais clara e difusa sugerindo

degranulação.

A menor concentração de mastócitos foi evidenciada no fibroma de células

gigantes com uma quantidade variando entre 14 a 135 mastócitos por caso (Tabela

1). Em posição intermediária, constatamos que os espécimes de mucosa oral

normal abrigaram uma quantidade de mastócitos entre 55 a 146 (Tabela 3). Os

casos de hiperplasia fibrosa apresentaram a maior densidade de mastócitos, cuja

quantidade por lesão variou de 40 a 583 (Tabela 2).

As médias de mastócitos encontradas por espécimes foram 60,93 para o

fibroma de células gigantes, 211,5 para a hiperplasia fibrosa e 92,6 para mucosa

oral normal (Tabelas 1,2 e 3).

Quando analisamos a quantidade de mastócitos no epitélio, verificamos que

a maior quantidade esteve presente mais uma vez nas hiperplasias fibrosas,

variando de 3 a 123 (Tabela 2), seguido pelos casos de fibroma de células

gigantes, exibindo de 3 a 25 mastócitos por espécime (Tabela 1). Entretanto, na

mucosa oral normal, em 80% dos casos, não evidenciamos a presença de

mastócitos no componente epitelial.

No tecido conjuntivo, constatamos as maiores concentrações de mastócitos

por espécimes quando comparados ao revestimento epitelial. A menor quantidade

destes elementos celulares foi exibida pelo fibroma de células gigantes com

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variação de 14 a 120 mastócitos, constituindo uma média de 5,75 mastócitos

(Tabela 1), seguido pela mucosa oral normal apresentando quantidade de

mastócitos entre 55 a 121(Tabela 3), com média de 8,85 células. Nos casos de

hiperplasia fibrosa foi encontrada a maior densidade de mastócitos com média de

16,71, variando de 52 e 460 mastócitos nestes espécimes (Tabela 2).

Focalizando a análise com relação à quantidade de mastócitos na lâmina

própria e na submucosa, constatamos que a lâmina própria albergou a maior

quantidade de mastócitos em relação à submucosa, independentemente do tipo de

espécime analisado.

Nos casos de fibromas de células gigantes verificamos na lâmina própria

uma média de 30,17 mastócitos, sendo 9 a menor quantidade e 58 a maior

quantidade destas células. Quando da análise na submucosa, a média de

mastócitos foi 27,37, exibindo desde áreas sem nenhum mastócito a quantidades

máximas de 62 mastócitos.

Nos casos de hiperplasias fibrosas, quando da avaliação da lâmina própria,

constatamos que a menor quantidade de mastócitos foi 15 e a maior 196, o que

representa uma média de 84 mastócitos, nesta localização. Na submucosa,

verificamos uma média de 83,1 mastócitos, sendo 25 o menor valor e 264 a maior

quantidade de mastócitos presentes.

Nos casos de mucosa oral normal, constatamos uma média de 45,8

mastócitos na lâmina própria, sendo 27 e 73 a menor e a maior quantidade de

mastócitos verificadas por espécime, respectivamente. Na submucosa, verificamos

uma média de 42,7 mastócitos com 23 a menor quantidade e 61 a maior

quantidade destes elementos celulares.

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Uma outra análise por nós realizada foi quanto a presença de mastócitos

degranulados ou não e nesta análise verificamos que nos casos de fibroma de

células gigantes, o percentual de mastócitos degranulados foi de 58,75% enquanto

que os não degranulados corresponderam a 41,25% (Tabela1). Nos casos de

hiperplasias fibrosas, o percentual foi de 20,42% para degranulados e 79,58% para

não degranulados (Tabela 2) e nos casos de mucosa oral normal, encontramos

percentuais de 40,53% e 59,47% para mastócitos degranulados e não

degranulados, respectivamente (Tabela 3).

No que diz respeito aos fibroblastos gigantes presentes no fibroma de

células gigantes, verificamos que a menor quantidade destes tipos celulares foi em

número de 15 e a maior quantidade nos espécimes analisados foi de 143, sendo

um total de 1979 fibroblastos gigantes encontrados o que dá uma média de 65,96

fibroblastos gigantes por lesão (Tabela 4).

Analisando a presença de fibroblastos gigantes e uma possível relação com

os mastócitos presentes nos casos ora analisados, seja através do contato

morfológico ou através do contato com o halo de triptase, constatamos que o

maior número de fibroblastos gigantes associados a mastócitos encontrado foi 97

e a menor quantidade de associações foi em número de 9. Verificamos também

que em 59,62% dos fibroblastos gigantes foi evidenciada associação destas

células com os mastócitos presentes (Tabela 4).

Comparando o número médio total de mastócitos em fibromas de células

gigantes, hiperplasias fibrosas e em mucosa oral normal, o teste de Kruskal-Wallis

(Tabela 5) demonstrou haver diferença estatisticamente significativa entre essas

lesões, onde a hiperplasia fibrosa exibiu as maiores médias destes elementos

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celulares no revestimento epitelial (p = 0,003), no tecido conjuntivo (p < 0,001) e

nos espécimes como um todo, com valor de p < 0,001 (Tabela 5).

Para a análise da quantidade de mastócitos degranulados nos espécimes

estudados, utilizando o teste Kruskal-Wallis, verificou-se uma diferença

estatisticamente significativa (p = 0,019) no componente epitelial onde o número

de mastócitos degranulados foi maior para as hiperplasias fibrosas em relação aos

outros tipos de espécimes. Entretanto, quantidades semelhantes foram encontradas

nos casos de fibromas de células gigantes e nos de mucosa oral normal (Tabela 6).

Quando analisamos os dados de avaliação no tecido conjuntivo, verificamos

através do teste de Kruskal-Wallis que não houve diferença estatisticamente

significativa, nos casos constantes deste estudo, havendo quantidades semelhantes

para os três tipos de espécimes analisados no que diz respeito ao número de

mastócitos degranulados no tecido conjuntivo. O mesmo foi verificado quando

analisou-se esta degranulação nos espécimes de fibroma de células gigantes,

hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal como um todo, não havendo diferença

estatisticamente significativa (Tabela 6).

Com relação ao número de mastócitos não degranulados, constatamos pelo

teste de Kruskal-Wallis, diferenças estatisticamente significativas (p<0,001),

verificando-se que a hiperplasia fibrosa exibiu a maior quantidade desses

elementos não degranulados tanto no componente epitelial, como no tecido

conjuntivo bem como no espécime como um todo. Vale salientar que os casos de

fibroma de células gigantes e de mucosa oral normal apresentaram médias

semelhantes quando da avaliação em epitélio (Tabela 7).

No tecido conjuntivo, verificamos através do teste de Kruskal-Wallis, maior

quantidade de mastócitos não degranulados nos casos de mucosa oral normal,

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quando comparados aos de fibroma de células gigantes com medianas de 54,5 e

13,5, respectivamente. Analisando o espécime como um todo, esta mesma relação

persistiu, exibindo mediana de 57 células para os casos de mucosa oral normal e,

de 15, para os casos de fibromas de células gigantes.

Quando foram feitas as análises correspondentes as regiões superficial e

profunda dos espécimes em questão, aplicando-se o teste Kruskal-Wallis

(p<0,001), constatou-se que na região superficial, os casos de hiperplasia fibrosa

exibiram maior quantidade de mastócitos (mediana = 87), seguidos pelos casos de

mucosa oral normal (mediana = 44,5) e os casos de fibroma de células gigantes

(mediana = 27,5). Na região profunda, observou-se a mesma relação descrita

anteriormente, com medianas de 69,5 para os casos de hiperplasia fibrosa, 42 para

mucosa oral normal e 26 para o fibroma de células gigantes (Tabela 8).

Na avaliação das mesmas regiões do tecido conjuntivo, quando se analisou a

presença de mastócitos degranulados nos espécimes, aplicando o teste de Kruskal-

Wallis, não foi constatada diferença estatisticamente significativa (Tabela 9).

Entretanto, na análise dos mastócitos não degranulados nas regiões

superficial e profunda do tecido conjuntivo, aplicando o teste de Kruskal-Wallis,

foi verificada diferença estatisticamente significativa (p<0,001) com

predominância de mastócitos nas hiperplasias fibrosas, seguida da mucosa oral

normal e do fibroma de células gigantes exibindo menor densidade de mastócitos

(Tabela 10).

Ao analisarmos a quantidade de mastócitos em áreas de fibrose e em

disposição perivascular na região superficial do tecido conjuntivo, encontramos

através do teste de Kruskal-Wallis, diferenças estatisticamente significativas entre

os casos de hiperplasia fibrosa e de mucosa oral normal nas áreas de fibrose, onde

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a hiperplasia exibiu maior quantidade de mastócitos. Os casos de mucosa oral

normal apresentaram quantidades semelhantes aos de fibroma de células gigantes.

Em localização perivascular observou-se menores concentrações de mastócitos,

sendo a maior concentração encontrada nos casos de hiperplasia fibrosa (mediana

= 12), seguido pela mucosa oral normal (mediana = 7,5) e mediana 6 para o

fibroma de células gigantes (Tabela 11).

Quando se analisou a quantidade de mastócitos degranulados em áreas de

fibrose e em disposição perivascular na região superficial do tecido conjuntivo,

constatou-se que houve diferença estatisticamente significativa quando aplicado o

teste de Kruskal-Wallis (p = 0,006) nas áreas de fibrose entre os espécimes, sendo

a maior quantidade de mastócitos degranulados encontrados nos casos de fibroma

de células gigantes (mediana = 11), seguido pelos casos de hiperplasia fibrosa

(mediana = 9) e de mucosa oral normal (mediana =3). Na região perivascular não

houve diferença estatisticamente significativa entre os espécimes estudados

(Tabela 12).

Quanto a quantidade de mastócitos não degranulados na região superficial

do tecido conjuntivo, verificou-se diferença estatisticamente significativa em áreas

de fibrose pelo teste de Kruskal-Wallis, havendo uma maior quantidade de

mastócitos nos casos de hiperplasias fibrosas com uma mediana de 45; para os

casos de mucosa oral normal a mediana foi 9,5 e para os de fibroma de células

gigantes, 3. Também, foi evidenciada diferença estatisticamente significativa na

análise dos resultados dos achados perivasculares, verificando-se uma maior

quantidade de mastócitos não degranulados nos casos de hiperplasias fibrosas

(mediana = 10,5), seguida pelos casos de mucosa oral normal (mediana = 6) e de

fibroma de células gigantes com mediana igual a 2 (Tabela 13).

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Com relação ao número total de mastócitos na região profunda do tecido

conjuntivo, verificou-se através do teste de Kruskal-Wallis, diferença

estatisticamente significativa, visto que em áreas de fibrose, houve uma maior

quantidade de mastócitos nos casos de hiperplasias fibrosas (mediana = 81,5),

seguido pelos casos de fibroma de células gigantes (mediana = 22,5) e de mucosa

oral normal (mediana = 14). Perifericamente aos vasos sanguíneos, verificou-se

maior quantidade total de mastócitos nos casos de hiperplasias fibrosas (mediana

= 22,5), seguida pelos casos de mucosa oral normal (mediana = 8,5) e de fibroma

de células gigantes com mediana igual a 6 (Tabela 14).

Fazendo uma análise da quantidade de mastócitos degranulados na região

profunda do tecido conjuntivo, observou-se diferença estatisticamente

significativa em áreas de fibrose pelo teste de Kruskal-Wallis (p<0,001) com

medianas de 16,5 para os casos de hiperplasia fibrosa, 14 para os de fibroma de

células gigantes e 5 para os de mucosa oral normal. Quanto a análise perivascular

não houve diferença estatisticamente significativa entre os espécimes estudados

(Tabela 15).

Quando se analisou a quantidade de mastócitos não degranulados na região

profunda do tecido conjuntivo, observou-se utilizando o teste de Kruskal-Wallis,

diferença estatisticamente significativa tanto em áreas de fibrose (p<0,001) quanto

em disposição perivascular (p<0,001). Evidenciamos maiores concentrações de

elementos celulares não degranulados nos casos de hiperplasias fibrosas (mediana

= 66,5) e menores quantidades na mucosa oral normal (mediana = 9,5) e nos de

fibromas de células gigantes (mediana = 6). Na localização perivascular, segue a

mesma ordem, onde os casos de hiperplasia fibrosa que exibiram uma mediana de

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15,5, os de mucosa oral apresentaram o valor de 5,5 de mediana e nos casos de

fibroma de células gigantes, apresentando a menor mediana cujo valor foi 3.

No que diz respeito a morfologia dos mastócitos presentes nos espécimes

estudados, verificamos que o tipo de mastócito predominante foi o de morfologia

oval e o de menor densidade foi o fusiforme.

Em fibromas de células gigantes verificamos que no total de mastócitos

presentes, 60,1% eram de morfologia oval, 34,27% arredondada e 5,63%

fusiforme. Na lâmina própria, verificou-se que 61,26% dos mastócitos eram ovais,

33,94% arredondados e 4,8% fusiformes, enquanto que na submucosa

constatamos que 59,47% se apresentavam ovais, 33,84% arredondados e 6,69%

fusiformes.

Quando analisamos estes achados em disposição perivascular verificamos

que nos fibromas de células gigantes, verificamos que os mastócitos de

morfologia oval predominavam com um percentual de 63,02%, seguido pelos

arredondados (27,6%) e pelos fusiformes (9,38%).

Em áreas de fibrose nos mesmos espécimes analisados constatamos um

percentual de 59,75% para os mastócitos ovais, 34,72% para os arredondados e

5,52%, para os fusiformes.

No que diz respeito ao contato do mastócito com os fibroblastos gigantes

observamos que em 60,6% esse contato era feito com mastócito de forma oval,

35,24% arredondado e, 4,16%, fusiforme.

Com relação ao total de mastócitos presentes nas hiperplasias fibrosas,

observou-se que 50,92% eram de morfologia oval, 45,37% arredondada e 3,71%

fusiforme. Na lâmina própria verificou-se que o maior percentual foi de

mastócitos arredondados correspondendo a 49,86%, seguido pelos ovais

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(44,84%) e fusiformes (5,3%); na submucosa, constatamos que 55,57% se

apresentavam ovais, 41,9% arredondados e 2,53% fusiformes.

Com relação a disposição perivascular verificamos que nos casos de

hiperplasia fibrosa, os mastócitos de morfologia oval predominavam com um

percentual de 61,03%, seguido pelos arredondados com 26,35% e pelos

fusiformes, com 12,62%.

Em áreas de fibrose nos mesmos espécimes analisados constatamos um

percentual de 51,89% para os mastócitos ovais, 47,4% para os arredondados e

0,71% para os fusiformes.

Nos espécimes de mucosa oral normal observamos no número total de

mastócitos predominância da forma oval correspondendo a 64,23%, 25,05% eram

de morfologia arredondada e, 10,72%, fusiforme. Na lâmina própria evidenciamos

que 65,54% dos mastócitos eram ovais, 20,58% arredondados e 13,88%

fusiformes. Na submucosa, constatamos que 62,88% se apresentavam ovais,

29,69% arredondados e, 7,43%, fusiformes.

Em localização perivascular nos casos de mucosa oral normal, verificamos

que os mastócitos de morfologia oval predominavam com um percentual de

63,74%, seguido pelos arredondados com 25,73% e pelos fusiformes com

10,53%.

Constatamos, nas áreas de fibrose, um percentual de 64,52% para os

mastócitos ovais, 24,66% para os arredondados e 10,82% para os fusiformes.

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Tabela 1. Valores absolutos relacionados à quantidade de mastócitos degranulados, mastócitos não degranulados e mastócitos totais, por campo de maior aumento (400x), evidenciados através da triptase em fibromas de células gigantes, segundo a localização em tecido epitelial e tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

Caso Tecido Epitelial Tecido Conjuntivo Total

DG NDG Total DG NDG Total DG NDG Total

1 0 0 0 70 24 94 70 24 94 2 0 0 0 24 47 71 24 47 71 3 4 9 13 70 50 120 74 59 133 4 0 0 0 23 0 23 23 0 23 5 0 0 0 41 13 54 41 13 54 6 7 0 7 72 7 79 80 7 87 7 0 0 0 7 48 55 7 48 55 8 0 0 0 47 11 58 47 11 58 9 0 0 0 63 5 68 63 5 68 10 9 5 14 34 12 46 43 17 60 11 0 0 0 55 9 64 55 9 64 12 3 1 4 37 52 89 40 53 93 13 7 2 9 46 6 52 53 8 61 14 2 0 2 26 13 38 28 13 41 15 8 17 25 35 75 110 43 92 135 16 2 0 2 24 6 30 26 6 32 17 0 0 0 49 14 63 49 14 63 18 0 0 0 30 12 42 30 12 42 19 0 0 0 30 18 48 30 18 48 20 0 0 0 18 38 56 18 38 56 21 0 0 0 20 12 32 20 12 32 22 3 0 3 14 30 44 17 30 47 23 6 6 12 9 36 45 15 42 57 24 0 0 0 35 64 99 35 64 99 25 0 1 1 29 11 38 29 12 41 26 0 0 0 18 30 48 18 30 48 27 0 0 0 6 37 43 6 37 43 28 0 0 0 9 5 14 9 5 14 29 0 0 0 34 16 49 34 16 50 30 4 1 5 47 8 52 51 9 60

Total 55 42 97 1022 709 1731 1077 752 1829 Média 1,83 1,4 3,23 34,06 23,6 57,7 35,9 25,03 60,93

Legenda: DG – Degranulados; NDG – Não degranulados.

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Tabela 2. Valores absolutos relacionados à quantidade de mastócitos degranulados,

mastócitos não degranulados e mastócitos totais, por campo de maior aumento (400x),

evidenciados através da triptase em hiperplasias fibrosas inflamatórias, segundo a

localização em tecido epitelial e tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

Caso Tecido Epitelial Tecido Conjuntivo Total

DG NDG Total DG NDG Total DG NDG Total

1 17 31 48 26 86 112 41 117 158 2 20 47 67 61 169 230 81 216 297 3 17 21 38 53 84 137 70 105 175 4 0 0 0 17 80 97 18 80 98 5 8 35 43 47 219 176 55 254 309 6 5 20 25 36 163 199 41 183 224 7 4 119 123 6 454 460 10 573 583 8 0 0 0 7 33 40 7 33 40 9 3 4 4 44 8 52 49 12 71

10 1 2 3 19 149 168 20 151 171 Total 75 279 351 316 1445 1761 391 1724 2115 Média 7,5 27,9 35,1 31,6 144,5 176,1 39,1 172,4 211,5

Legenda: DG – Degranulados; NDG – Não degranulados.

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Tabela 3. Valores absolutos relacionados à quantidade de mastócitos degranulados,

mastócitos não degranulados e mastócitos totais, por campo de maior aumento (400x),

evidenciados através da triptase em espécimes de mucosa oral normal, segundo a

localização em tecido epitelial e tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

Caso Tecido Epitelial Tecido Conjuntivo Total

DG NDG Total DG NDG Total DG NDG Total

1 17 8 25 41 80 121 58 88 146 2 0 0 0 38 82 120 38 82 120 3 0 0 0 18 53 72 18 53 71 4 0 0 0 32 86 118 32 86 118 5 0 0 0 25 74 89 25 74 89 6 0 0 0 55 36 91 55 31 96 7 0 0 0 42 22 64 42 22 65 8 0 0 0 28 18 55 28 22 55 9 0 0 0 37 27 64 37 27 64

10 21 4 25 26 56 82 47 61 107 Total 38 12 50 342 534 876 380 546 926 Média 3,8 1,2 5,0 34,2 53.4 87,6 38,0 54,6 92,6

Legenda: DG – Degranulados; NDG – Não degranulados.

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Tabela 4. Valores absolutos e percentuais da quantidade de fibroblastos gigantes

isolados e em proximidade a mastócitos, identificados através da triptase nos fibromas

de células gigantes. Natal, RN – 2008.

Caso

Fibroblastos gigantes

Isolados

n (%)

Proximidade a mastócitos

n (%)

Total

n (%)

1 7 (21,21%) 26 (78,79%) 33 (100%) 2 26 (49,06%) 27 (50,94%) 53 (100%) 3 21 (22,82%) 71 (77,18%) 92 (100%) 4 33 (37,93%) 54 (62,07%) 87 (100%) 5 21 (29,17%) 51 (70,83%) 72 (100%) 6 19 (45,24%) 23 (54,76%) 42 (100%) 7 24 (33,33%) 48 (66,67%) 72 (100%) 8 30 (53,57%) 26 (46,43%) 56 (100%) 9 28 (44,44%) 35 (55,56%) 63 (100%) 10 8 (36,36%) 14 (63,64%) 22 (100%) 11 9 (20,93%) 34 (79,07%) 43 (100%) 12 18 (33,96%) 35 (66,04%) 53 (100%) 13 32 (34,04%) 62 (65,96%) 94 (100%) 14 31 (38,75%) 49 (61,25%) 80 (100%) 15 54 (48,22%) 58 (51,78%) 112 (100%) 16 9 (39,14%) 14 (60,86%) 23 (100%) 17 36 (46,76%) 41 (53,24%) 77 (100%) 18 65 (63,73%) 37 (36,27%) 102 (100%) 19 26 (38,24%) 42 (61,76%) 68 (100%) 20 32 (36,79%) 55 (63,21%) 87 (100%) 21 36 (48,65%) 38 (51,35%) 74 (100%) 22 6 (40%) 9 (60%) 15 (100%) 23 15 (44,12%) 19 (55,88%) 34 (100%) 24 13 (32,5%) 27 (67,5%) 40 (100%) 25 52 (38,52%) 83 (61,48%) 135 (100%) 26 46 (32,17%) 97 (67,83%) 143 (100%) 27 9 (32,15%) 19 (67,85%) 28 (100%) 28 19 (57,58%) 14 (42,42%) 33 (100%) 29 23 (36,51%) 40 (63,49%) 63 (100%) 30 51 (61,45%) 32 (38,55%) 83 (100%)

Total 799 (40,38%) 1180 (59,62 %) 1979 (100%)

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Tabela 5. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da

quantidade de mastócitos evidenciados através da triptase em fibromas de células

gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a

localização em tecido epitelial, tecido conjuntivo e na totalidade do espécime. Natal,

RN – 2008.

Localização

Espécime

n

Mediana

Q25-Q75

Média dos postos

KW

p

Tecido Epitelial

FCG

HFI

MON

30

10

10

0

31,5

0

0 - 4,25

2,25 - 52,75

0 - 6,25

23,08

37,95

20,30

11,398 0,003

Tecido Conjuntivo

FCG

HFI

MON

30

10

10

52

152,5

86,5

42,75 - 68,75

85,75 - 206,75

64 - 118,50

18,57

38,50

33,30

17,614 0,001

Todo espécime

FCG

HFI

MON

30

10

10

56,5

173

95

42,75 - 68,75

87 - 242,25

64 - 118,50

18,68

38,90

32,55

17,360 0,001

Legenda: FCG – Fibroma de células gigantes; HFI – Hiperplasia fibrosa inflamatória; MON – Mucosa oral normal.

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Tabela 6. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da

quantidade de mastócitos degranulados, evidenciados através da triptase em fibromas de

células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a

localização em tecido epitelial, tecido conjuntivo e na totalidade do espécime. Natal,

RN – 2008.

Localização

Espécime

n

Mediana

Q25-Q75

Média dos postos

KW

p

Tecido Epitelial

FCG

HFI

MON

30

10

10

0

4,5

0

0 - 3,25

0,75 - 17

0 - 4,25

23,32

35,85

21,70

7,950 0,019

Tecido Conjuntivo

FCG

HFI

MON

30

10

10

32

31

34,5

19,50 - 47

14,50 - 48,50

25,75 - 41,25

25,45

24,00

27,15

0,235 0,889

Todo espécime

FCG

HFI

MON

30

10

10

33

41

37,5

19,50 - 49

16 - 58,75

27,25 - 48,25

24,60

26,60

27,10

0,292 0,864

Legenda: FCG – Fibroma de células gigantes; HFI – Hiperplasia fibrosa inflamatória; MON – Mucosa oral normal.

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Tabela 7. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da

quantidade de mastócitos não degranulados, evidenciados através da triptase em

fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal,

segundo a localização em tecido epitelial, tecido conjuntivo e na totalidade do espécime.

Natal, RN – 2008.

Localização

Espécime

n

Mediana

Q25-Q75

Média dos postos

KW

p

Tecido Epitelial

FCG

HFI

MON

30

10

10

0

20,5

0

0 - 1

0,75 - 38

0 - 1

22,40

39,00

21,30

14,595 0,001

Tecido Conjuntivo

FCG

HFI

MON

30

10

10

13,5

107,5

54,5

8,75 - 37,25

68,25 - 164,50

25,75 - 80,50

18,22

40,15

32,70

20,042 0,001

Todo espécime

FCG

HFI

MON

30

10

10

15

135

57

9,75 - 39

67,50 - 191,25

27 - 83

18,37

40,15

32,25

19,436 0,001

Legenda: FCG – Fibroma de células gigantes; HFI – Hiperplasia fibrosa inflamatória; MON – Mucosa oral normal.

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Tabela 8. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da

quantidade total de mastócitos, evidenciados através da triptase em fibromas de células

gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a

localização no tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

Localização

Espécime

n

Mediana

Q25-Q75

Média dos postos

KW

p

Região superficial

FCG

HFI

MON

30

10

10

27,5

87

44,5

19,25 - 40,25

43,50 - 115,25

31,50 - 59

19,30

37,60

32,00

14,325 0,001

Região profunda

FCG

HFI

MON

30

10

10

26

69,5

42

21 - 31,25

37,75 - 94,50

31,25 - 58,25

18,60

39,35

32,35

17,986 0,001

Legenda: FCG – Fibroma de células gigantes; HFI – Hiperplasia fibrosa inflamatória; MON – Mucosa oral normal.

Tabela 9. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação da

quantidade de mastócitos degranulados, evidenciados através da triptase em fibromas de

células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a

localização no tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

Localização

Espécime

n

Mediana

Q25-Q75

Média dos postos

KW

p

Região superficial

FCG

HFI

MON

30

10

10

13

14,5

20

7,75 - 23,25

9,50 - 29,50

12,50 - 24,75

23,67

25,50

31,00

1,906 0,386

Região profunda

FCG

HFI

MON

30

10

10

17,5

10,5

14

9 - 25,50

4,75 - 21

10,75 - 16,75

27,87

21,15

22,75

2,042 0,360

Legenda: FCG – Fibroma de células gigantes; HFI – Hiperplasia fibrosa inflamatória; MON – Mucosa oral normal.

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Tabela 10. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação

da quantidade de mastócitos não degranulados, evidenciados através da triptase em

fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal,

segundo a localização no tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

Localização

Espécime

n

Mediana

Q25-Q75

Média dos postos

KW

p

Região superficial

FCG

HFI

MON

30

10

10

10

58,5

24,5

5 - 18,50

31,75 - 86

13,25 - 38

19,48

39,80

29,25

15,435 0,001

Região profunda

FCG

HFI

MON

30

10

10

6

53,5

28

2,75 - 18,25

29,75 - 81,75

18,25 - 44,25

17,87

40,00

33,90

21,475 0,001

Legenda: FCG – Fibroma de células gigantes; HFI – Hiperplasia fibrosa inflamatória; MON – Mucosa oral normal.

Tabela 11. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação

da quantidade total de mastócitos, evidenciados através da triptase em fibromas de

células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a

localização em áreas de fibrose e em disposição perivascular, na região superficial do

tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

Localização

Espécime

n

Mediana

Q25-Q75

Média dos postos

KW

p

Áreas de fibrose

FCG

HFI

MON

30

10

10

14,5

52

13,5

11,75 - 18

20,75 - 85,75

9 - 17,75

22,45

40,35

19,80

13,270 0,001

Periferia de vasos sangüíneos

FCG

HFI

MON

30

10

10

6

12

7,5

5 - 8,25

8 - 17,75

6 - 11,50

20,53

38,40

27,50

11,670 0,003

Legenda: FCG – Fibroma de células gigantes; HFI – Hiperplasia fibrosa inflamatória; MON – Mucosa oral normal.

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Tabela 12. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação

da quantidade de mastócitos degranulados, evidenciados através da triptase em fibromas

de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a

localização em áreas de fibrose e em disposição perivascular, na região superficial do

tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

Localização

Espécime

n

Mediana

Q25-Q75

Média dos postos

KW

p

Áreas de fibrose

FCG

HFI

MON

30

10

10

11

9

3

8 - 14

7,25 - 15,5

2 - 6,75

29,53

26,35

12,55

10,276 0,006

Periferia de vasos sangüíneos

FCG

HFI

MON

30

10

10

3,5

2,5

2

2 - 5

0,75 - 3,25

0,75 - 6

28,82

18,55

22,50

4,344 0,114

Legenda: FCG – Fibroma de células gigantes; HFI – Hiperplasia fibrosa inflamatória; MON – Mucosa oral normal.

Tabela 13. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação

da quantidade de mastócitos não degranulados, evidenciados através da triptase em

fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal,

segundo a localização em áreas de fibrose e em disposição perivascular, na região

superficial do tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

Localização

Espécime

n

Mediana

Q25-Q75

Média dos postos

KW

p

Áreas de fibrose

FCG

HFI

MON

30

10

10

3

45

9,5

2 - 6

12,25 - 70,75

7,5 - 12

17,53

42,75

32,15

25,227 0,001

Periferia de vasos sangüíneos

FCG

HFI

MON

30

10

10

2

10,5

6

1 - 5

6,25 - 17

2,75 - 7,25

19,02

40,15

30,30

17,392 0,001

Legenda: FCG – Fibroma de células gigantes; HFI – Hiperplasia fibrosa inflamatória; MON – Mucosa oral normal.

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Tabela 14. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação

da quantidade total de mastócitos, evidenciados através da triptase em fibromas de

células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a

localização em áreas de fibrose e em disposição perivascular, na região profunda do

tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

Localização

Espécime

n

Mediana

Q25-Q75

Média dos postos

KW

p

Áreas de fibrose

FCG

HFI

MON

30

10

10

22,5

81,5

14

14 - 26,25

39,50 - 110

10,75 - 17,5

23,97

41,85

13,75

19,467 0,001

Periferia de vasos sangüíneos

FCG

HFI

MON

30

10

10

6

22,5

8,5

4 - 8,25

12,75 - 23,50

6 - 10,25

18,43

43,90

28,30

23,518 0,001

Legenda: FCG – Fibroma de células gigantes; HFI – Hiperplasia fibrosa inflamatória; MON – Mucosa oral normal.

Tabela 15. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação

da quantidade de mastócitos degranulados, evidenciados através da triptase em fibromas

de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal, segundo a

localização em áreas de fibrose e em disposição perivascular, na região profunda do

tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

Localização

Espécime

n

Mediana

Q25-Q75

Média dos postos

KW

p

Áreas de fibrose

FCG

HFI

MON

30

10

10

14

16,5

5

10,75 - 19

7 - 22,25

3 - 8,25

29,07

29,75

10,55

13,206 0,001

Periferia de vasos sangüíneos

FCG

HFI

MON

30

10

10

3

3

2

2 - 4,25

1,5 - 6,25

2 - 3,25

26,70

26,50

20,90

1,296 0,523

Legenda: FCG – Fibroma de células gigantes; HFI – Hiperplasia fibrosa inflamatória; MON – Mucosa oral normal.

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Tabela 16. Parâmetros utilizados no cálculo do teste de Kruskal-Wallis para avaliação

da quantidade de mastócitos não degranulados, evidenciados através da triptase em

fibromas de células gigantes, hiperplasias fibrosas inflamatórias e mucosa oral normal,

segundo a localização em áreas de fibrose e em disposição perivascular , na região

profunda do tecido conjuntivo. Natal, RN – 2008.

Localização

Espécime

N

Mediana

Q25-Q75

Média dos postos

KW

p

Áreas de fibrose

FCG

HFI

MON

30

10

10

6

66,5

9,5

2,75 - 9

20,50 - 86,75

5 - 12,5

19,45

44,00

25,15

21,352 0,001

Periferia de vasos sangüíneos

FCG

HFI

MON

30

10

10

3

15,5

5,5

1 - 4

10 - 21,25

3,75 - 8

17,12

45,05

31,10

29,777 0,001

Legenda: FCG – Fibroma de células gigantes; HFI – Hiperplasia fibrosa inflamatória; MON – Mucosa oral normal.

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Figura 1. Fibroma de células gigantes oral caracterizado pela presença de tecido conjuntivo fibroso, revestido por epitélio pavimentoso estratificado, apresentando papilas epiteliais filiformes (Hematoxilina/ Eosina – 100x).

Figura 2. Hiperplasia fibrosa inflamatória oral apresentando-se constituída por tecido conjuntivo fibroso denso sede de moderado infiltrado inflamatório, localizado predominantemente na região sub-epitelial e em localização perivascular revestido, por epitélio pavimentoso estratificado (Hematoxilina/ Eosina – 100x).

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Figura 3. Mucosa oral normal constituída por tecido conjuntivo fibroso denso e revestido por epitélio pavimentoso estratificado (Hematoxilina/ Eosina – 100x).

Figura 4. Aspecto histológico de distribuição geral dos mastócitos em espécime de fibroma de células gigantes (Estreptoavidina-Biotina – 100x).

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Figura 5. Imunomarcação positiva dos mastócitos para a triptase em espécime de hiperplasia fibrosa (Estreptoavidina-Biotina – 100x).

Figura 6. Mastócitos exibindo imunorreatividade para a triptase em espécime de mucosa oral normal (Estreptoavidina-Biotina – 100x).

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Figura 7. Presença de grande quantidade de mastócitos imunorreativos para a triptase localizados nas regiões basais e parabasais do epitélio em hiperplasia fibrosa oral (Estreptoavidina-Biotina – 400x).

Figura 8. Aspecto microscópico da presença de mastócito exibindo imunorreatividade pela triptase localizado na área de fibrose em fibroma de células gigantes (Estreptoavidina-Biotina – 1000x).

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Figura 9. Aspecto histológico da presença de mastócitos não degranulados exibindo imunorreatividade para a triptase, em localização perivascular em hiperplasia fibrosa oral (Estreptoavidina-Biotina – 1000x).

Figura 10. Aspecto microscópico de mastócitos degranulados apresentando “halo de triptase”, próximos a fibroblasto gigante em fibroma de células gigantes (Estreptoavidina-Biotina – 1000x).

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Figura 11. Imagem histológica de mastócitos não degranulados imunorreativos a triptase, dispostos em localização perivascular em hiperplasia fibrosa (Estreptoavidina-Biotina – 1000x).

Figura 12. Detalhe da morfologia dos mastócitos, evidenciada pela expressão imuno-histoquímica da triptase, onde observamos mastócitos de forma oval (esquerda), fusiforme (centro) e arredondada à direita (Estreptoavidina-Biotina – 1000x).

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Figura 13. Detalhe da presença de mastócitos em área de fibroblastos gigantes,

evidenciando à esquerda o contato entre o mastócito e o fibroblasto gigante

(Estreptoavidina-Biotina – 1000x).

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Mucosa oral normalHiperplasia fibrosaFibroma de células gigantes

600

500

400

300

200

100

0

Qua

ntid

ade

tota

l de

mas

tóci

tos

37

15

Figura 14. Gráfico Box-Plot da quantidade de mastócitos nos espécimes de fibroma de

células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008.

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Mucosa oral normalHiperplasia fibrosaFibroma de Células Gigantes

80

60

40

20

0

Qua

ntid

ade

tota

l de

mas

tóci

tos

degr

anul

ados

Figura 15. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos degranulados nos

espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal.

Natal, RN – 2008.

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Mucosa oral normalHiperplasia fibrosaFibroma de células gigantes

600

500

400

300

200

100

0

Qua

ntid

ade

de m

astó

cito

s nã

o de

gran

ulad

os

15

37

Figura 16. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos não degranulados nos

espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal.

Natal, RN – 2008.

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Mucosa oral normalHiperplasia fibrosaFibroma de células gigantes

125

100

75

50

25

0

Qua

ntid

ade

de m

astó

cito

s no

epi

télio

37

10

4115

Figura 17. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes no epitélio dos

espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal.

Natal, RN – 2008.

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Mucosa oral normalHiperplasia fibrosaFibroma de células gigantes

500

400

300

200

100

0

Qua

ntid

ade

de m

astó

cito

s no

con

junt

ivo

37

3

Figura 18. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes no tecido

conjuntivo dos espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa

oral normal. Natal, RN – 2008.

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Mucosa oral normalHiperplasia fibrosaFibroma de células gigantes

200

150

100

50

0

Qua

ntid

ade

de m

astó

cito

s na

reg

ião

supe

rfic

ial d

o co

njun

tivo

Figura 19. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes na região

superficial do tecido conjuntivo nos espécimes de fibroma de células gigantes,

hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008.

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Mucosa oral normalHiperplasia fibrosaFibroma de células gigantes

300

250

200

150

100

50

0

Qua

ntid

ade

de m

astó

cito

s na

reg

ião

prof

unda

do

conj

unti

vo

15

28

37

3

Figura 20. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes na região

profunda do tecido conjuntivo nos espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia

fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008.

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Mucosa Oral NormalHiperplasia FibrosaFibroma de células gigantes

25

20

15

10

5

0Mas

tóci

tos

em lo

caliz

ação

per

ivas

cula

r na

reg

ião

supe

rfic

ial d

oco

njun

tivo

17

11

Figura 21. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes em localização

perivascular na região superficial do tecido conjuntivo nos espécimes de fibroma de

células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008.

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Mucosa Oral NormalHiperplasia FibrosaFibroma de células gigantes

200

150

100

50

0

Mas

tóci

tos

loca

lizad

os e

m á

reas

de

fibr

ose

na r

egiã

o su

perf

icia

l do

conj

unti

vo36

5

42

Figura 22. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes em áreas de

fibrose na região superficial do tecido conjuntivo nos espécimes de fibroma de células

gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008.

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Mucosa Oral NormalHiperplasia FibrosaFibroma de células gigantes

30

25

20

15

10

5

0

Mas

tóci

tos

em lo

caliz

ação

per

ivas

cula

r na

reg

ião

prof

unda

do

conj

unti

vo

Figura 23. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes em localização

perivascular na região profunda do tecido conjuntivo nos espécimes de fibroma de

células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008.

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Mucosa Oral NormalHiperplasia FibrosaFibroma de células gigantes

150

120

90

60

30

0Mas

tóci

tos

em á

reas

de

Fib

rose

na

regi

ão p

rofu

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do c

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ntiv

o

5

Figura 24. Gráfico Box-Plot da quantidade total de mastócitos presentes em áreas de

fibrose na região profunda do tecido conjuntivo nos espécimes de fibroma de células

gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal. Natal, RN – 2008.

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DISCUSSÃO

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6. DISCUSSÃO

O fibroma de células gigantes representa uma lesão dos tecidos moles orais

descrita pela primeira vez por Weathers, Callihan (1974), anteriormente, esta

lesão encontrava-se no grupo de lesões fibrosas reacionais focais da mucosa oral

(ALBUQUERQUE JÚNIOR et al, 2001; MIGUEL et al, 2003). Entretanto outros

autores consideram que o fibroma de células gigantes seja uma neoplasia benigna

com características histopatológicas distintas exibindo células gigantes

multinucleadas. Diferentemente do fibroma traumático, ele não parece estar

associado com irritação crônica, representando aproximadamente de 2 a 5% de

todas as proliferações fibrosas da boca submetidas a biópsia (MIGHELL,

ROBINSON, HUME, 1996; NEVILLE et al, 2004).

Magnusson, Rasmusson (1995) relatam que a gengiva é a localização mais

comum do fibroma de células gigantes com tamanho menor do que 1 cm.

Outros autores como Odell, Lock, Lombardi (1994) citaram esta predileção

pela mucosa gengival e foram ainda mais específicos quando relataram que a

gengiva mandibular é a mais acometida e acrescentaram ainda que a ponta e a

borda lateral de língua são dois sítios também muito freqüentes para esta lesão.

Microscopicamente, os fibromas de células gigantes exibem características

muito particulares, sendo constituídos por tecido conjuntivo fibroso usualmente

arranjado frouxamente com ausência de inflamação e revestido por epitélio

pavimentoso estratificado hiperplásico, sendo constatada a presença de células

gigantes mono, bi ou multinucleadas, fusiformes ou ainda estreladas, localizadas

predominantemente na lâmina própria papilar, sendo esta sua principal

característica histopatológica (WAETHERS, CALLIHAN, 1974; MAGNUSSON,

RASMUSSON, 1995; ALBUQUERQUE JÚNIOR et al, 2001).

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Pinto-Coelho, Zucoloto, (2000) e Naveen, Bhaskaran, (2007), concordam

que a hiperplasia fibrosa ao contrário do fibroma de células gigantes trata-se de

uma lesão persistente causada basicamente pelo uso prolongado de prótese

defeituosa que aparece circundando as margens ou bordas de próteses totais ou

parciais removíveis mal adaptadas, estando relacionada com irritação crônica,

exibindo microscopicamente epitélio pavimentoso estratificado

predominantemente hiperplásico e tecido conjuntivo apresentando variações de

deposição colagênica de acordo com a etapa do seu desenvolvimento.

A presença de células gigantes por vezes multinucleadas e dendríticas são

características do fibroma de células gigantes porém, não restrita a estas entidades,

podendo também serem encontradas em outras lesões fibrosas orais, como a

hiperplasia fibrosa, o fibroma, a papila retrocanina e em uma variedade de lesões

localizadas em outras regiões do organismo (WEATHERS, CALLIHAN, 1974;

ODELL, LOCK, LOMBARDI, 1994; MIGUEL et al, 2003; SOUZA et al, 2004).

Os mastócitos são células que constituem o único componente efetor do

sistema imunológico, sendo encontrados em praticamente todos os órgãos e

tecidos do nosso organismo, representando a maior fonte de histaminas , proteases

e outros mediadores químicos potentes implicados em uma variedade de

processos inflamatórios e imunológicos, sendo a triptase o principal componente

secretado pelos grânulos dos mastócitos.

Considera-se que estes elementos celulares estão envolvidos no controle

vascular na injúria tecidual e reparo, inflamação alérgica, e defesa do hospedeiro.

A significante contribuição dos mediadores mastocitários para o dano tecidual e

propagação da resposta inflamatória, torna o controle da atividade dos mastócitos

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vital para o manejo de várias doenças inflamatórias (BATISTA, RODINI, LARA,

2005).

Crivellato et al (2003) acrescentam que estas relevantes funções citadas

anteriormente, devem-se ao estímulo que estes elementos celulares exercem sobre

o tecido conjuntivo, atuando sobre fibroblastos e células endoteliais.

Os mastócitos estão preferencialmente localizados na superfície de mucosas,

na pele e ao redor de vasos sanguíneos e linfáticos. Possuindo um papel único no

processo inflamatório, muitas vezes em contato com terminações nervosas

contendo substância P, que pode atuar de forma bidirecional com informação para

o sistema imune e nervos. Um grande número de fatores, como drogas,

neuropeptídeos, hormônios, vírus, toxinas e porque não, traumas podem

desencadear a síntese e secreção de mediadores dos mastócitos (NATAH et al,

1998; HENRY et al, 2001).

Rojas et al (2004); Andoh et al (2006) e Hallgren, Pejler (2006) concordam

que as principais classes de proteases liberadas pelos mastócitos incluem a

triptase, quimase que exibe propriedade antigênica e enzimática similar a

catepsina G e carboxipeptidase.

A presença da triptase é exclusiva dos mastócitos, encontrada no interior de

grânulos secretores, exibindo várias atividades biológicas, como a fibrinogênese,

aumento da contração do músculo liso das vias aéreas e degradação do peptídeo

intestinal vasoativo, sendo a triptase mitogênica para fibroblastos, células do

músculo liso e células epiteliais brônquicas (KONDO et al, 2001; SHIMIZU et al,

2004; CAUGHEY, 2007).

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Por sua vez, Huttunen, Harvima (2005) e Pang et al (2006) acrescentam que

a triptase pode além de estimular a proliferação fibroblástica, estimular a síntese

de colágeno, assim como seu envolvimento na angiogênese.

Vários autores afirmam que os níveis de triptase nos fluidos biológicos, têm

sido usado como indicador do número de mastócitos e de ativação (HARVIMA,

1999; PAYNE, KAM, 2004; ABBAS, LICHTMAN, 2005).

Relatou-se que em tumores benignos de pele, o número de mastócitos se

apresentava menor, quando comparado a pele normal e ocasionalmente este

número de mastócitos é igual ou superior (JANDINSKI, SONIS, DOKU, 1972).

No duodeno verificou-se, que altos valores no total de mastócitos com

positividade pela triptase, está correlacionado com arquitetura vilosa normal

enquanto que baixos níveis na densidade de mastócitos, está relacionada a uma

estrutura vilosa defeituosa (CRIVELLATO et al, 2003).

Observou-se que as maiores densidades de mastócitos estavam presentes em

locais de inflamação crônica, onde há evidências que estes tipos celulares estejam

implicados em uma ampla variedade de respostas adaptativas e patológicas,

associadas a locais de inflamação persistente (METZ et al, 2007).

Os nossos achados corroboram com estas afirmativas, visto que o fibroma

de células gigantes, uma neoplasia benigna de origem mesenquimal, apresentou a

menor quantidade de mastócitos num total de 1828 mastócitos em comparação

com a hiperplasia fibrosa que exibiu um total de 2115 mastócitos, quantidades

próximas de mastócitos, visto que se tratam de lesões que exibem um

considerável componente fibroso, no entanto, a mucosa oral normal exibiu uma

quantidade de apenas 926 mastócitos.

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Este achado da quantidade de mastócitos ser superior nas hiperplasias

fibrosas reafirma mais uma vez, se tratar de uma condição inflamatória que, exibe

maior presença de células inflamatórias inclusive mastócitos que atuam por

exemplo, na vasodilatação em processos inflamatórios.

Em nossa pesquisa, procuramos analisar o tipo de mastócito presente nos

casos avaliados, considerando a sua propriedade de apresentar-se degranulado ou

não pelo fato de que, Natah et al (1998) constataram que a degranulação dos

mastócitos em diferentes espécimes, é de difícil identificação, no entanto

acreditam que os “halos de triptase” ao redor de mastócitos em tecidos, são os

indicadores mais confiáveis para a atividade de degranulação dos mastócitos.

No entanto, ressalta-se ainda que o estado de degranulação dos mastócitos

pode sugerir seu estado de ativação (AKERS, et al, 2000).

Em nosso estudo verificamos que apesar do fibroma de células gigantes

exibir a menor quantidade de mastócitos entre os espécimes analisados,

evidenciamos, no entanto, maior quantidade de mastócitos degranulados, ou seja,

que apresentavam os “halos de triptase” envolvendo-os, sendo encontrado um

total de 1077 mastócitos degranulados no fibroma de células gigantes, já nos

casos de hiperplasia fibrosa e de mucosa oral normal encontramos quantidades

semelhantes de mastócitos degranulados ou seja, 391 e 380 mastócitos por

espécime, respectivamente.

Mediante esses achados, podemos sugerir que a maior quantidade de

mastócitos degranulados encontrados nos fibromas de células gigantes, poderia

ser responsável para estimular a proliferação fibroblástica presente neste tipo de

lesão.

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Com relação ao número total de mastócitos não degranulados, encontramos

significância estatística entre os espécimes estudados, onde a hiperplasia fibrosa

exibiu as maiores concentrações confirmando sua natureza inflamatória, já o

fibroma de células gigantes exibiu a menor concentração de não degranulados,

sugerindo que os mastócitos presentes nos fibromas de células gigantes estejam

em sua maioria ativos, ou seja, degranulados provavelmente atuando em áreas de

fibrose e talvez em possível relação com os fibroblastos gigantes.

Podemos inferir ainda que ao compararmos o fibroma de células gigantes

com a hiperplasia fibrosa, a diminuição no número de mastócitos verificada no

fibroma de células gigantes se deu basicamente às expensas dos mastócitos não

degranulados, já que a quantidade de mastócitos degranulados foi semelhante.

Na opinião de Natah et al, (1998) em condições normais, os mastócitos não

são encontrados no epitélio da mucosa oral sendo verificada uma maior

quantidade de mastócitos nas proximidades da camada basal. Entretanto, a mera

presença de mastócitos e sua atividade de degranulação no epitélio, não

necessariamente significa que desempenhem um papel destrutivo, mas podem

estar envolvidos no processo de reparo. Artuc, Steckelings, Henz (2002)

acrescentam que os mastócitos possuem a capacidade de induzir um fator de

crescimento epitelial ligado a heparina.

Nossos achados constataram a presença de mastócitos no epitélio dos

espécimes de fibroma de células gigantes, hiperplasia fibrosa e mucosa oral

normal, onde confirmamos que a menor quantidade de mastócitos esteve presente

na mucosa oral normal, seguido pelo fibroma de células gigantes e por fim a

hiperplasia fibrosa com a maior quantidade de mastócitos.

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A maior concentração de mastócitos no epitélio foi evidenciada nas

camadas basal e para-basal confirmando os achados de Natah et al, (1998) e a

maior concentração de mastócitos degranulados foi encontrada no epitélio das

hiperplasias fibrosas.

Em nosso estudo, constatamos, a presença de mastócitos no tecido

conjuntivo de todos os espécimes analisados, onde foi observado que a maior

quantidade em valores absolutos esteve presente na hiperplasia fibrosa, seguido

pelo fibroma de células gigantes, já a mucosa oral normal exibiu a menor

densidade de mastócitos. Quando realizada a análise estatística verificou-se que a

menor concentração de mastócitos esteve presente no tecido conjuntivo dos

fibromas de células gigantes, concordando desta forma com os relatos de Berton

et al (2000) e Andoh et al (2006) afirmando que os mastócitos estão presentes no

tecido conjuntivo em aproximadamente todos os órgãos.

Observamos ainda que a maioria dos mastócitos presentes tanto na

hiperplasia fibrosa quanto na mucosa oral normal se apresentam não degranulados

e esta quantidade superior de mastócitos na hiperplasia confirma que, em se

tratando de uma condição inflamatória, os mastócitos se apresentem em maior

quantidade e distribuídos por todo o espécime, enquanto a mucosa oral normal,

apresenta quantidades menores que a hiperplasia e maiores que o fibroma de

células gigantes, já que os mastócitos são residentes do tecido conjuntivo normal,

estes achados coincidem com os relatos de Oshitani et al (2006) que mencionaram

a presença de mastócitos no tecido conjuntivo do intestino na Doença de Crohn,

destacando a presença de mastócitos degranulados em maior quantidade na

camada muscular, assim como na submucosa destes pacientes, sugerindo desta

forma que mastócitos degranulados desempenhem papel na fibrose.

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O fibroma de células gigantes por se tratar de uma neoplasia benigna exibe

as menores quantidades de mastócitos que pode ser explicado, por exemplo, pelo

fato de se tratar de uma lesão que apresenta menor aporte sanguíneo.

Analisando a quantidade total mastócitos nas regiões superficiais e

profundas do tecido conjuntivo, nossos achados foram estatisticamente

significativos, onde verificamos as maiores densidades de mastócitos presentes na

hiperplasia fibrosa tanto na região superficial quanto na região profunda, no

entanto o fibroma de células gigantes apresentou a menor quantidade.

No que diz respeito a quantidade de mastócitos degranulados, nas regiões

superficiais e profundas do tecido conjuntivo nos espécimes analisados, não

constatamos significância estatística.

Já com relação ao número de mastócitos não degranulados, encontramos

diferença estatisticamente significativa, sendo os maiores valores encontrados na

hiperplasia fibrosa para as regiões superficiais e profundas, respectivamente, e os

menores valores verificados no fibroma de células gigantes.

Com estes achados no tecido conjuntivo, verificamos que apesar de ter sido

evidenciada maior quantidade de mastócitos nos casos de hiperplasia fibrosa, a

grande maioria destas células encontravam-se não degranuladas, enquanto que nos

casos de fibroma de células gigantes apesar de exibir uma menor quantidade total

de mastócitos, constatamos uma maior quantidade de mastócitos degranulados. Já

na mucosa oral normal constatamos um predomínio de mastócitos não

degranulados.

Desta forma, podemos sugerir que os mastócitos, encontrados no fibroma

de células gigantes atuem de forma distinta neste tipo de lesão, onde os mastócitos

na região superficial podem desempenhar função relacionada aos fibroblastos

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gigantes, já que esta relação é possível e, na profundidade do conjuntivo, devido a

forte relação com fibroblastos gigantes sugerimos uma atividade indutora de

fibrose, confirmada pela análise estatística.

Mediante estes achados, sentimos a necessidade de analisar a quantidade de

mastócitos presentes tanto na localização perivascular quanto em áreas de fibrose

nas regiões superficiais e profundas do tecido conjuntivo dos espécimes em

questão, com o objetivo de tentar explicar a atuação dos mastócitos nos

espécimes.

Ao compararmos as regiões superficiais e profundas dos espécimes

estudados, verificamos que tanto o fibroma de células gigantes quanto a

hiperplasia fibrosa exibiram as maiores quantidades de mastócitos na região

superficial, enquanto que na mucosa oral normal verificamos exatamente o

contrário, uma quantidade de mastócitos maior na camada profunda do tecido

conjuntivo.

No fibroma de células gigantes poderíamos mais uma vez sugerir, que essa

maior quantidade de mastócitos presente na região superficial do tecido

conjuntivo, seja reflexo da relação célula-célula entre fibroblastos gigantes e

mastócitos, no entanto no que diz respeito a hiperplasia fibrosa verificamos que as

maiores concentrações de mastócitos guardam relação com a presença de um

maior infiltrado inflamatório nesta região, já a mucosa oral normal apresentou

maior quantidade de mastócitos exatamente na porção profunda do conjuntivo por

se tratar da localização habitual de mastócitos em tecidos normais.

Os mastócitos como residentes normais do tecido conjuntivo são capazes de

secretar numerosos mediadores inflamatórios que respondem frente a uma

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agressão tecidual e ainda pode estar implicado em processos fibróticos através da

liberação de potentes mediadores fibrogênicos.

No que diz respeito a relação entre mastócitos e fibrose Berton et al (2000)

verificaram em seus estudos que mesmo quantidades pequenas de mastócitos,

podem ser capazes de modular muitas atividades dos fibroblastos sediados na

matriz de colágeno.

Os mastócitos através de seus mediadores químicos como a triptase, a

carboxipeptidase A e a prostaglandina D2, são reponsáveis por aumentar a

proliferação fibroblástica e a síntese de colágeno (GARBUZENKO et al, 2002).

Kondo et al (2001) acrescentam que os mastócitos são a maior fonte de fator

de crescimento fibroblástico na inflamação crônica, fator este que é mitogênico

para uma grande variedade de tipos celulares, incluindo fibroblastos, células do

músculo liso e células endoteliais, desempenhando importante papel na

cicatrização de feridas e na fibrose.

Albrecht et al (2005) referem que os mastócitos influenciam a ação dos

fibroblastos envolvidos em processo de remodelação tecidual. A proliferação dos

fibroblastos é uma característica na reorganização do tecido conjuntivo,

cicatrização de feridas e fibrose. Fato este comprovado anteriormente por Riekki

et al (2004) que confirmaram que o papel dos mastócitos em tecidos submetidos a

ação da radioterapia, sugeria um aumento na síntese de colágeno e indução de

fibrose.

Akers et al (2000); Frungieri et al (2002); Levi-Schafer, Piliponsky (2003);

Asano-Kato et al (2005); Matsushima et al (2006) concordam que a triptase

presente nos mastócitos é responsável por estimular a proliferação dos

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fibroblastos, conseqüentemente fibrose e, este estímulo se dá via receptor de

ativação de protease o PAR-2.

Em nossos achados, verificamos que, quando analisada a quantidade total de

mastócitos em áreas de fibrose nos espécimes estudados (p<0,001), encontramos a

maior quantidade de mastócitos presente nas hiperplasias fibrosas, seguido pelo

fibroma de células gigantes e a menor quantidade presente em áreas de maior

colagenização da mucosa oral normal.

Estes achados guardam forte correlação com a literatura pertinente, visto

que tanto o fibroma de células gigantes quanto a hiperplasia fibrosa exibiram

maior quantidade de mastócitos nas áreas de fibrose, o mesmo não foi visto em

áreas mais colagenizadas da mucosa oral normal e esta mesma relação foi

constatada para os mastócitos degranulados e não degranulados. Verificamos que

a quantidade de mastócitos degranulados foi superior nas hiperplasias fibrosas,

entretanto esta quantidade de degranulados foi similar a encontrada nos fibromas

de células gigantes em áreas de fibrose, sugerindo desta forma que, os mastócitos

em fibromas de células gigantes apesar da menor quantidade total estejam

ativados em sua maioria nas áreas de fibrose, se considerarmos que a quantidade

de degranulados esteja relacionada com mastócitos ativos.

Nas hiperplasias fibrosas, uma exuberante quantidade de mastócitos não

degranulados foi verificada.

Em mucosa oral normal quando comparadas as quantidades de mastócitos

degranulados e não degranulados constatamos uma maior quantidade de

mastócitos não degranulados.

No tocante a possível relação entre mastócitos e angiogênese, vários autores

são consonantes ao afirmar que os mastócitos estão implicados no processo

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normal e patológico de angiogênese, tanto nas doenças inflamatórias como nos

tumores, onde muitas vezes os mastócitos são capazes de modular as funções das

células endoteliais, e estimular outras células que facilitam a angiogênese como

fibroblastos, células epiteliais e macrófagos que atuam de forma a secretar

proteases angiogênicas e citocinas (IAMAROON et al, 2003; RIBATTI et al,

2003; NORRBY, 2002; ; CH’NG et al, 2006; RIBATTI et al, 2007).

Em nossos achados, verificamos a presença de mastócitos em localização

perivascular e sendo estes evidenciados em maior quantidade, nas hiperplasias

fibrosas e a menor quantidade nos casos de fibromas de células gigantes.

Apesar destes resultados, constatamos que na maioria dos casos estas

células não se apresentavam degranuladas, enquanto mais uma vez, a menor

quantidade de não degranulados foi encontrada nos fibromas de células gigantes.

Não sendo verificada diferença estatisticamente significativa, com relação

ao número de mastócitos degranulados presentes na localização perivascular entre

os espécimes analisados.

Quando analisamos a presença de mastócitos em localização perivascular na

região superficial do tecido conjuntivo nos casos analisados, verificamos a mesma

relação, onde a maior quantidade geral de mastócitos e de não degranulados, está

presente nas hiperplasias fibrosas, e mais uma vez constata-se que as menores

densidades de mastócitos foram encontradas nos fibromas de células gigantes.

Nas regiões profundas do tecido conjuntivo dos espécimes analisados,

verificou-se a mesma relação no que diz respeito a quantidade de mastócitos total

e a quantidade de mastócitos degranulados e não degranulados, descrita no

parágrafo anterior.

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Mediante os resultados encontrados, verificamos que a hiperplasia fibrosa

detêm, as maiores quantidades de mastócitos na localização perivascular, isso

pode ser explicado por se tratar de uma condição inflamatória e, esses mastócitos

posicionados nesta localização poderiam atuar na vasodilatação e em segundo

plano atuar na angiogênese.

Na mucosa oral, o número de mastócitos verificados perivascularmente,

seria considerado normal, pois é a localização em que os mastócitos são

comumente encontrados em tecidos normais.

Já a menor quantidade de mastócitos na localização perivascular, em

fibromas de células gigantes, poderia ser explicada por uma menor quantidade de

vasos presentes nesta neoplasia e, portanto menor quantidade de mastócitos, nesta

localização.

Sabemos que os mastócitos desempenham um papel importante em doenças

fibroproliferativas, liberando mediadores importantes, sendo a triptase o principal

deles e, que a relação entre mastócitos e fibroblastos ocorre graças ao receptor

PAR-2, parece plausível considerar que os mastócitos atuem sobre estes tipos

celulares, por vezes estimulando a proliferação fibroblástica.

No que diz respeito a existência de uma relação de proximidade entre

mastócitos e células gigantes multinucleadas, assim como, entre mastócitos e

fibroblastos, vários autores são consonantes ao afirmar que esta relação é vista em

várias lesões em diversas regiões do nosso organismo (AKERS et al, 2000;

RAMOS et al, 2002; LEVI-SCHAFER, PILIPONSKY, 2003; RIEKKI et al,

2004; SOUZA et al , 2004).

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Outros autores acrescentam que esta relação entre fibroblastos e mastócitos,

se dá as expensas de junções intercelulares tipo gap (MOYERS, SAGGERS,

EHRLICH, 2004).

Sabendo que a presença de fibroblastos gigantes é característica, mas não

exclusiva dos fibromas de células gigantes que, exibem estes tipos celulares em

maior quantidade, analisamos também a presença dos fibroblastos gigantes nos

espécimes de hiperplasia fibrosa, visto que esta última, pode também exibir este

tipo celular. Desta forma realizou-se a contagem dos fibroblastos gigantes, onde

constatou-se que a quantidade desses elementos celulares foi de 1979 nos

fibromas de células gigantes, já nos casos de hiperplasia fibrosa, notamos apenas a

presença de fibroblastos gigantes, dispostos escassamente na região superficial do

conjuntivo em 20% dos casos analisados.

Baseados no que refere a literatura, no presente estudo analisamos a

possível relação entre mastócitos e fibroblastos gigantes, e concordamos com os

relatos dos diversos autores, pois encontramos esta relação de proximidade do

fibroblasto gigante, quer seja através do contato morfológico (célula-célula) ou

através do contato com o “halo de triptase” que circunda o mastócito degranulado.

Do total de 1979 fibroblastos gigantes encontrados nos casos de fibroma de

células gigantes, 1180 apresentavam relação com mastócitos, ou seja, cerca de

59,62%.

Um outro fato evidenciado foi que marcadamente na proximidade dos

mastócitos, os fibroblastos gigantes se apresentavam em sua maioria bi ou

multinucleados, sugerindo que a triptase presente nos mastócitos, poderiam ter

influência sobre o desenvolvimento desses fibroblastos, já que existe essa

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comunicação com os mastócitos, através do receptor PAR-2 para a triptase na

superfície dos fibroblastos.

Kondo et al (2001) relatam que a triptase presente nos mastócitos não tem

somente um potencial mitogênico, mas também estimulador da síntese de

proteínas da matriz extra-celular dos fibroblastos.

A observação de que a maior relação dos mastócitos esteve presente com

células bi e multinucleada, entra em concordância com o descreve Yavuz et al

(2001) que encontrou no leiomioma atípico uterino, uma proximidade entre

mastócitos e células bizarras multinucleadas. Possivelmente os mastócitos chegam

a esta área de células multinucleadas devido a produção de fatores quimiotáticos

produzidos por estas células bizarras.

Esta mesma relação entre fibroblastos gigantes e mastócitos não foi

evidenciada nos casos de hiperplasias fibrosas.

Analisando a morfologia mastocitária, verificamos que os tipos de

mastócitos encontrados foram, o oval, o arredondado e o fusiforme. Sendo o oval

o tipo mais freqüente, o arredondado presente em posição intermediária e o

fusiforme, o menos freqüente nos espécimes de fibroma de células gigantes,

hiperplasia fibrosa e mucosa oral normal, por nós estudados.

Apenas na região superficial do conjuntivo nos casos de hiperplasias

fibrosas é que houve um maior percentual de células arredondadas, fato este que

não se repetiu nas demais localizações do conjuntivo quer seja na região

superficial, profunda, áreas de fibrose e na localização perivascular.

Um outro fato que merece ressaltar é quando da avaliação da relação entre

fibroblasto gigante e mastócitos o tipo mais freqüente de mastócito presente foi o

oval, correspondendo a 60,6%.

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Já o tipo fusiforme, o menos encontrado, obteve os maiores percentuais em

localização perivascular.

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CONCLUSÕES

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7. CONCLUSÕES

Diante dos nossos resultados, podemos concluir que: 1- A triptase foi expressa em todos os espécimes estudados,

destacando-se os mastócitos presentes no tecido conjuntivo, os

quais se distribuíam tanto na porção superficial quanto na porção

profunda, localizados predominantemente nas áreas de fibrose, em

proximidade com fibroblastos gigantes e presente em localização

perivascular.

2- Houve um maior número de mastócitos nos casos de hiperplasias

fibrosas, sendo verificada a menor densidade mastocitária nos

casos de fibromas de células gigantes, embora a quantidade de

mastócitos degranulados praticamente não tenha variado entre

essas duas lesões, o que demonstra que a diminuição no número de

mastócitos se deu às expensas dos mastócitos não degranulados.

3- Evidenciou-se uma relação entre mastócitos e fibroblastos

gigantes predominantemente dos tipos bi e multinucleados,

presentes nos fibromas de células gigantes.

4- Verificou-se forte relação dos mastócitos com áreas de fibrose nos

casos de fibromas de células gigantes e de hiperplasia fibrosa,

assim como em áreas de maior deposição colagênica nos

espécimes de mucosa oral normal.

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5- Constatou-se uma menor quantidade de mastócitos dispostos em

localização perivascular em fibroma de células gigantes,

possivelmente devido a uma menor vascularização destas lesões,

quando comparado aos casos de hiperplasia fibrosa e mucosa oral

normal.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS *

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ANEXOS

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11. ANEXOS

ANEXO 1 Lâmina Nº _____________ Diagnóstico Histopatológico:____________________ Anticorpo utilizado: TRIPTASE

Análise Qualitativa da Imuno-expressão

EPITÉLIO Camadas Mastócitos Ordem Presença de Mastócitos Degranulados Superficial

Espinhosa

Basal

CONJUNTIVO

Mastócitos Ordem Mastócitos degranulados

Proximidade a Estruturas

Região Superficial

( ) Justoepitelial ( ) Fibroblastos Gigantes ( ) Vasos Sanguíneos ( ) Fibrose

Região Profunda

( ) Vasos Sanguíneos ( ) Fibrose

Legendas: Mastócitos: Presente (X) Ausente (0) Ordem da quantidade de mastócitos nas camadas epiteliais e conjuntivo: 1º , 2º, 3º Presença de Mastócitos degranulados: Presente (X) Ausente (0)

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ANEXO 2

Lâmina Nº _____________ Diagnóstico Histopatológico:____________________ Anticorpo utilizado: TRIPTASE

Análise Quantitativa da Imuno-expressão Epitélio

Camadas Epiteliais

Nº de Mastócitos degranulados

Nº de Mastócitos não degranulados

C1 C2 C3 C1 C2 C3 Superficial

Região para-basal e basal

Conjuntivo

Regiões do Conjuntivo

Nº de Mastócitos degranulados

Nº de Mastócitos não degranulados

C1 C2 C3 C1 C2 C3

Região Superficial

Região Profunda

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ANEXO 3

Análise Quantitativa dos Mastócitos por Áreas de Maior Densidade no Tecido Conjuntivo

Nº ___________ Espécime___________________

Campo 1 Campo 2 Campo 3 Campo 4 Campo 5

Fibroblastos Gigantes

Degranulados: Não-degranulados: Total:

Degranulados: Não-degranulados: Total:

Degranulados: Não-degranulados: Total:

Degranulados: Não-degranulados: Total:

Degranulados: Não-degranulados: Total:

Vasos Sanguíneos

Degranulados: Não-degranulados: Total:

Degranulados: Não-degranulados: Total:

Degranulados: Não-degranulados: Total:

Degranulados: Não-degranulados: Total:

Degranulados: Não-degranulados: Total:

Fibrose Degranulados: Não-degranulados: Total:

Degranulados: Não-degranulados: Total:

Degranulados: Não-degranulados: Total:

Degranulados: Não-degranulados: Total:

Degranulados: Não-degranulados: Total:

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