pedro couras - fonógrafo

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______________________________________________________________________________________________ Página 1 de 20 CAPÍTULO I Introdução Com a realização deste trabalho para a disciplina de História, quero aprender um pouco sobre uma das grandes invenções de todos os tempos – O FONÓGRAFO. Quero também saber como apareceu, quem o inventou, como evoluiu e a sua importância nos nossos dias.

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CAPÍTULO I

Introdução

Com a realização deste trabalho para a disciplina de História, quero

aprender um pouco sobre uma das grandes invenções de todos os tempos –

O FONÓGRAFO.

Quero também saber como apareceu, quem o inventou, como evoluiu e a sua

importância nos nossos dias.

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CAPÍTULO II

O Fonógrafo e a sua história

O que é um Fonógrafo?

Um Fonógrafo é um aparelho para registar e reproduzir o som.

É um instrumento que possibilita a inscrição e a reprodução mecânica das

vibrações do ar em toda a sua complexidade, quer sejam produzidas pela fala,

pelo canto, pela música ou mesmo por ruídos de qualquer natureza. Pela

primeira vez o Homem era capaz de registar sons e escutá-los à posteriori,

sempre que desejasse.

O fonógrafo, inventado em 1877, foi talvez a criação mais notável do americano

Thomas Edison.

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Como foi descoberto?

Anuncio na imprensa de 1901 em Portugal de um curioso fonógrafo.

A busca da conservação de sons vem de tempos longínquos. A possibilidade de

se poder registar a voz de uma pessoa ou um som de um instrumento, e depois

podermos ouvi-lo quando queremos e onde queremos é muito recente.

Reza a lenda que cerca de 2000 anos antes de Cristo um imperador chinês

recebera uma pequena caixa, oferta de um súbdito seu, quando o imperador

abriu a caixa uma mensagem sonora saiu de lá de dentro.

Mais de 3 500 anos depois, mais precisamente em 1548, O escritor francês

Francois Rabelais no seu livro “Pantagruel” descreve “Palavras congeladas”.

Avançamos um pouco mais no tempo e no século XVII, outro escritor francês,

Hector – Savinien Cyrano mais conhecido como Cyrano de Bergerac, descreve

numa das suas obras uma complicada caixa que permitia “ler com as orelhas”.

No século XVIII o barão Kempelen constrói o “Turco falante”, um boneco que

se movimentava e “falava”.

Em 1806 o físico Thomas Young, conhecido pelos seus trabalhos no campo da

elasticidade, consegue inscrever num cilindro revestido a negro de fumo as

vibrações dos sons, estas inscrições são feitas por um estilete “Inscriptor”.

Em 1857 é a vez do pintor francês Leon Scott inventar o Fonautógrafo, um

aparelho que registra o som, mas que não o reproduz. Leon Scott teve a ideia de

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gravar o som como uma série de linhas sinuosas. O seu aparelho era constituído

por um funil com uma membrana esticada na extremidade estreita, no centro

desta membrana estava fixada uma cerda de Porco, o estilete.

Este estilete roçava contra uma folha de papel escurecida com fumo enrolada

num cilindro que se movia manualmente, as vibrações do som faziam mexer o

estilete inscrevendo o som no papel, a máquina não podia era reproduzir o som

gravado.

Vinte anos depois da experiência de Leon Scott, a 18 de Abril de 1877, Charles

Cros entregou na academia das Ciências Francesa um pacote selado contendo

um projecto para um sistema de gravação e reprodução sonora. Charles Cros

chamou-lhe “Paléophone”.

A 18 de Agosto de 1877, o inventor americano Thomas Alva Edison conseguia

levar a experiência de Scott mais além, ao reproduzir o som gravado, chamou

ao seu invento “Fonógrafo”. Edison fez a primeira gravação com o celebre

poema "Mary has a little lamb".

Houve entretanto uma certa polémica em torno destes dois inventores pois as

suas máquinas eram semelhantes e baseadas no modelo de Leon Scott. A

paternidade da primeira gravação acabou por ser atribuída a Edison.

O Fonógrafo era constituído por um cilindro giratório em torno do seu eixo,

este cilindro era accionado manualmente por uma manivela de progressão axial

por sistema de parafuso.

No ano seguinte Edison melhorou a sua invenção substituindo o papel por uma

folha de estanho, e separando o estilete de gravação do da reprodução.

Modelo original do fonógrafo de Edison

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Os cilindros de Edison tinham uma duração limitada 3 a 4 utilizações além do

mau som e curta duração das gravações, cerca de um minuto.

Em 1886, Chichester Bell, primo de A. G. Bell o inventor do telefone, e Charles

Sumner Tainer registaram a patente de um fonógrafo aperfeiçoado a que

chamaram Gramofone, e onde substituíram a folha de estanho por um cilindro

de cera mineral, o ozocerito, e o estilete de aço por um de safira em forma de

goiva.

Cilindro de Cera Gramofone Pathé modelo Coquet

CAPÍTULO III

Thomas Edison e a sua invenção

Thomas Edison

(1847 - 1931)

Num dia do outono de 1877, Edison mostrou ao chefe das suas oficinas, John

Krusei, o esboço de uma curiosa engenhoca. Krusei não achava difícil construir

a máquina que a planta mostrava ser bastante simples: um tubo metálico com

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uma espécie de funil, um diafragma de pergaminho e um cilindro de aço. O que

Krusei achava estranho era que tal máquina pudesse servir para alguma coisa.

Quando Edison afirmou que o aparelho seria capaz de repetir o que lhe

dissessem, o ceticismo aumentou. Krusei chegou a apostar com Edison uma

caixa de charutos, que perderia se a máquina chegasse a funcionar.

Quando a máquina ficou pronta, Edison envolveu o cilindro de aço numa folha

de estanho. Depois, enquanto o cilindro girava, cantou uma velha canção

popular dentro do funil: "Maria tinha um carneirinho. " Enquanto cantava, a

sua voz fazia vibrar a membrana de pergaminho, que por sua vez comandava

uma agulha que ia sulcando a superfície macia do estanho.

Chegou então o momento culminante. Posto novamente a funcionar o

aparelho, o sulco do estanho fazia vibrar a agulha e esta, por sua vez,

accionava a membrana de pergaminho. Para espanto e incredulidade dos

auxiliares que cercavam a máquina, voltou a soar a voz de Edison:

“Maria tinha um carneirinho..." E Krusei perdeu a aposta.

O Fonógrafo

Esse famoso episódio da carreira de Edison foi apenas um entre muitos, e

talvez não o mais significativo. Mas a sua influência sobre a tecnologia foi tão

profunda que é muito difícil extirpar os exageros e os mitos incluídos nas suas

numerosas biografias. O impacto das suas invenções, como o fonógrafo e a

lâmpada eléctrica, alterou os padrões de vida em todo o mundo. As suas

inovações eram tão revolucionárias que eram equivalentes, na época, ao

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trabalho de pesquisa, somado, de três ou quatro das mais importantes

empresas americanas de hoje.

À volta de figura tão dinâmica, perseverante e empreendedora, forçosamente

tinham de se acumular distorções lendárias. Mas o que existe de real na sua

vida já é suficientemente dramático e novelesco. Ainda hoje, a carreira de

Edison é um exemplo estimulante do individualismo empreendedor

americano. E torna-se possível dizer que Edison deixou como herança também

uma grande influência cultural sobre a nação em que viveu.

A invenção do fonógrafo é um exemplo destacado da capacidade inventiva de

Edison. O aparelho funcionou logo no primeiro teste, sem nenhuma

experiência prévia. Depois de construído e posto a funcionar o engenho, o

próprio Edison ficou admirado perante a sua criação. A certeza de que o

aparelho funcionaria tinha-lhe sido transmitida por outras experiências,

relacionadas com o registo de comunicações telegráficas, porém o êxito

imediato surpreendeu-o.

Outro facto estranho na história do fonógrafo foi a sua "incubação". A princípio

a invenção provocou espanto e polémica (muita gente suspeitava da presença

de algum ventríloquo durante as experiências). Mas a ninguém ocorreu dar

aplicação prática aquela invenção. Durante uns dez anos o aparelho ficou de

lado.

Só depois deste tempo Edison resolveu dar-lhe atenção e aperfeiçoá-lo.

Gradualmente, foram surgindo o gramofone e o disco. Na sua forma primitiva,

porém, o aparelho serviria para orientar o aperfeiçoamento do telefone.

Procedimentos desse tipo eram comuns a Edison. Ele acreditava que a

experiência de lentas reelaborações da ideia e do aparelho conduziam sempre a

resultados práticos decisivos.

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Casa de Edison em Menlo Park

A "máquina falante" de Edison gerou tal perplexidade no povo que logo se

popularizou o cognome "Mago de Menlo Park". Menlo Park era a área

suburbana de Nova York onde Edison tinha construído uma mansão e os seus

laboratórios de pesquisa.

Samuel Edison, de origem irlandesa, exercia activa militância política no

Canadá. Quando falhou o movimento de independência, onde participava,

viu-se obrigado a emigrar para os Estados Unidos com a sua jovem esposa,

Nancy Elliot. Foi na cidade de Milan, Ohio, que nasceu Thomas a 11 de Março

de 1847.

Quando a família se mudou para Port Huron, no Michigan, o pequeno Tom já

estava na idade de frequentar a escola. Mas preferia as lições que lhe eram

ministradas pela sua mãe.

Na escola era mau aluno, pouco assíduo e desinteressado. Quando começou a

manifestar-se nele o gosto pela mecânica, também se desenvolveu, paralela-

mente, um profundo desejo de Independência. Cultivava hortaliças e frutas

para vender na cidade. Com o produto do próprio trabalho ajudava a família

pobre e conseguia dinheiro para comprar livros e instrumentos, material de

aprendizagem de que não dispunha na escola.

A freguesia aumentava e a produção dos seus artigos era insuficiente. Ocorreu-

lhe então a ideia de reabastecer-se na vizinha cidade de Detroit.

Mas, sempre prático, não podia desperdiçar o tempo nas viagens de comboio.

Durante a viagem, vendia jornais e, teve tanto sucesso como vendedor de

jornais, que logo se tornou também editor. Publicava um semanário, o "Weekly

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Herald" (Arauto Semanal), onde era ao mesmo tempo repórter, redactor,

gerente, tipógrafo e distribuidor. Fazia todo o trabalho no mesmo vagão que

lhe servia de laboratório, com equipamento improvisado e com a pouca

experiência dos seus quinze anos.

Essa fase da sua vida acabou mal. Um dia, a explosão de uma garrafa de

fósforo ateou fogo ao vagão e Edison foi despejado do seu laboratório-oficina.

Uma pancada no ouvido sofrido nessa ocasião é dado como causa de uma

mastoidite que lhe provocou a surdez, parcial que o perseguiria nos anos

seguintes.

Despejado do comboio, Edison defrontava-se com a realidade adversa. Tinha

vivido de expedientes até então, sem desenvolver nada capaz de lhe propiciar

um emprego estável. Num episódio imprevisto, porém, salvou a vida da filha

do chefe da estação ferroviária de Mount Clemens. Acolhido na casa com

gratidão, Edison pode aprender telegrafia.

A invenção de Morse, na época, oferecia muito interesse e compensações para

os que se dedicavam a ela. Edison, fascinado, em pouco tempo se tornava um

perito operador. Mas, enquanto manipulava o telégrafo, a sua mente inquieta

continuava a trabalhar, em busca de aperfeiçoamento para o aparelho.

A sua inteligência, que tornava tão fácil a obtenção de empregos, era também a

causa frequente das suas demissões: Edison raramente se conformava em

submeter-se à rotina estabelecida. Queria inovar. Um exemplo dessa

característica da sua personalidade foi a experiência num emprego nocturno.

Para poder dormir, inventou um dispositivo automático que o despertava a

horas fixas, para marcar o ponto, ou quando se aproximasse algum inspector.

Quando descobriram, Edison viu-se mais uma vez desempregado. Em 1869

estava em Nova York, sem trabalho e sem um níquel no bolso.

Mas, nessa época, o seu destino sofreu uma reviravolta. Durante o tempo em

que havia passado como operador de telégrafo, conseguiu inventar um

aparelho registador de números e letras, para mensagens telegráficas. E em

Nova York tal aparelho teria enorme aplicação: as cotações da Bolsa de Valores

precisavam ser transmitidas rapidamente.

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O alcance desse invento - o teletipo - foi logo percebido por uma emproas de

corretagem. Especuladores da Bolsa poderiam fazer fortuna com sistema tão

rápido de comunicações. Ofereceram-lhe 40.000 dólares pela patente.

Da noite para o dia estava rico. Construiu um laboratório de pesquisas, mais

parecido com uma oficina mecânica. E, no período de 1870 a 1875, continuou a

investigar o telégrafo, em busca de novos aperfeiçoamentos e aplicações.

Como resultado desse trabalho, inventou os sistemas dúplex e quadrúplex, que

permitiam a transmissão simultânea de duas e quatro mensagens através de

um mesmo cabo. Era um dispositivo de enorme importância. O telégrafo, único

sistema de comunicação rápida a distância, tornou-se a conquista científica de

maior rendimento económico de então. A reputação de Edison e a sua riqueza

atingiam níveis nunca sonhados por ele.

Em 1876, a grandeza dos seus recursos e a amplitude das suas actividades

motivaram a construção de um verdadeiro centro de pesquisas em Menlo Park.

Era quase uma cidade industrial, com oficinas, laboratórios, assistentes e

técnicos capacitados. Nessa época, Edison chegou a propor a meta de produzir

uma nova invenção de dez em dez dias. Não chegou a tanto, mas é verdade

que, num certo período de quatro anos, conseguiu patentear 300 novas

invenções, o que equivale praticamente a uma criação de cinco em cinco dias.

CAPÍTULO IV

A evolução das gravações e sua reprodução desde a descoberta de Edison até

aos nossos dias O passo seguinte é dado por Emile Berliner, um imigrante americano de

Hanôver, em 1888. Este inventor mudou a forma dos cilindros para discos

planos de 33 cm de diâmetro e 6,4 cm de espessura.

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Enquanto se gravavam sons em cilindros e discos o dinamarquês Valdemar

Poulsen patenteia, em 1898, o primeiro sistema de gravação magnético o

“Telegraphone”.

Na máquina original a gravação era feita em fio de aço do género usado para os

pianos. O arame saía de um carreto onde estava enrolado e passava por um

electroíman que o magnetizava segundo um padrão que variava de acordo com

os sons captados por um microfone, enrolando-se noutro cilindro.

Para reproduzir o som gravado era só passar o arame magnetizado pelo

electroíman e por indução magnética geravam-se correntes eléctricas que eram

transformadas no som original nos auscultadores. Este sistema, embora

melhorado ao longo dos anos, manteve-se até aos anos 40, quando foi

substituída pela fita de plástico revestida a óxido de ferro.

A máquina de Poulsen ganhou o Grande Prémio da Exposição Mundial de

Paris em 1900.

A concorrência entre os Cilindros e os Discos atingiu o auge na viragem do

século XIX para o século XX, acabando o Cilindro por ser totalmente derrotado

em 1905, quando os Irmãos Pathé adoptaram o Disco.

Discos “Pathé” de uma só face.

Nestes primeiros tempos as gravações eram muito demoradas pois cada

cilindro ou disco era gravado individualmente, ou seja, para fazer dez discos o

artista tinha de cantar dez vezes.

Esta situação terminou em 1892 quando Emile Berliner passou a usar um disco

original para se fazer outros. Aqui o artista só precisava de cantar uma vez,

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para fazer vários discos. Com esta nova técnica os discos passaram a ser

prensados com o recurso a matrizes, obtidas por galvanoplastia num composto

à base de goma-laca, e que se manteria em uso até ao aparecimento da

microgravação em 1943.

Em 1907, a Columbia Gramophone apresenta ao público pela primeira vez, um

disco de dupla face e com a espessura de um centímetro. Esta novidade era tão

espectacular, que a Columbia deu ordens aos seus vendedores para atirarem os

discos ao chão, para provarem que eram inquebráveis.

Gramofone modelo de 1912 Gramofone portátil DECCA

Os laboratórios Bell experimentam em 1919 o registo eléctrico, gravações

obtidas electricamente através de um microfone, em vez de um vocal, e o

primeiro “pick-up”, testado por Lionel Gurt e H. Merriman. O “pick-up” é a

célula fonocaptora e compõe-se de uma ponta, a agulha, e um sistema

conversor. O sistema conversor aproveita as variações introduzidas no campo

magnético de uma bobine condutora, produzindo pequenas correntes eléctricas,

que ao serem amplificadas reproduzem o som original.

Os Gramofones estariam em moda até finais dos anos 20, altura em que

apareceram os primeiros gira-discos eléctricos.

A gravação em disco era prática comum, mas paralelamente a gravação

magnética ia-se impondo para outros fins que não o de fazer discos. Desde que

Poulsen inventou o “Telegraphone”, que as melhorias foram muitas, mas ao

chegar a década de 30, ainda se gravava em fio de aço e este ainda se manteria

em uso, em muitas estações de Rádio, até aos anos 40.

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Em 1934, a BASF produzia na Alemanha a primeira fita de gravação magnética,

para uma máquina da AEG Telefunken. A fita era de plástico revestido num

dos lados com um pó de óxido de ferro, o que permitia uma diminuição no

peso e no tamanho dos carretos e o aumento da fidelidade e duração da

gravação.

Este invento é um avanço considerável na gravação sonora, a partir de agora as

estações de rádio já podiam gravar os seus programas e manipulá-los em

estúdio. Se houvesse um engano, podia ser corrigido a partir do ponto em que

ocorreu a gafe e não repetido na totalidade, como acontecia com os discos.

Em 1935 foi transmitido o primeiro concerto registado em fita magnética,

durante a exposição de Rádio de Berlim.

Gravador “Magnetophon” da A.E.G. (1945)

Mesmo com a II Guerra Mundial as empresas alemãs estiveram um passo à

frente das suas congéneres europeias e americanas. No fim da guerra as

máquinas apreendidas a estações de rádio alemãs foram entregues a firmas

como a EMI na Grã-Bretanha e a Ampex nos Estados Unidos.

A firma inglesa Electric & Musical Industries, mais tarde EMI, inventou em

1933 as gravações estereofónicas, gravando alguns discos de 78 revoluções por

minuto.

Após a II Guerra Mundial o Vinil iria sobrepor-se à goma-laca, o material de

que eram feitos os discos à mais de 50 anos, e este novo material permitia que

os sulcos dos discos fossem mais estreitos, o que poderia reduzir a velocidade e

aumentar a duração dos mesmos tocando cerca de 23 minutos de cada lado a 33

1/3 rpm. Este novo disco foi introduzido pela Columbia recebeu o nome de

Long Playing ou simplesmente LP.

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A gravação manteve-se praticamente inalterável desde durante uma década, os

estúdios gravavam em bobines de fita magnética em Mono e depois passavam a

uma matriz, que faria vários discos de vinil iguais, para serem distribuídos por

pontos de venda.

Só em 1958 é que o panorama musical muda com a introdução de discos de 45 e

33 ingleses Decca e Pye foram as primeiras a introduzir este género de disco no

mercado, 25 anos depois dos primeiros discos estéreo de 78 rpm da EMI.1/3

rpm, estereofónicos. A firma americana Audio Fidelity e as firmas

Disco de vinil de 45 Revoluções Por Minuto

A gravação profissional avançava e, para os amadores, as empresas iam criando

aparelhos mais pequenos de bobines. Nos anos 60, a empresa holandesa Philips

introduziu no mercado a cassete, uma pequena caixa que continha os carretos e

a fita magnética, transformando a gravação doméstica, e a profissional também,

dos 30 anos seguintes.

Cassete áudio analógica

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A década de setenta traz uma novidade à gravação: a quadrifonia. Este sistema

grava quatro sinais de som independentes. Pretendia-se com esta solução criar

um ambiente mais realista, colocando 4 altifalantes em torno do ouvinte

(surround), esta solução só seria viável comercialmente em finais dos anos 90

com a introdução do DVD Vídeo, DVD Audio e Super Audio Compact Disc,

mas numa versão de 5 colunas mais um sub woofer.

Devido aos altos custos de produção e das aparelhagens reprodutoras o sistema

foi abandonado, tendo sido feias apenas poucas gravações neste sistema.

A década de 70, assiste ao aparecimento da gravação digital, usando a técnica

“PCM”, Pulse Code Modulation, num gravador de vídeo profissional, pela

“Nippon Columbia” EM 1977, usou-se este sistema durante mais de uma

década. Estas primeiras gravações basearam-se num trabalho desenvolvido

pela B.B.C. em 1972, para ligar os estúdios aos emissores por transmissão

digital.

Em finais da década a Sony e a Phillips aliaram-se para desenvolver um disco

digital de apenas 11,5 cm de diâmetro e com a duração de uma hora de um só

lado.

Em 1983, começou a comercialização deste suporte digital com o nome de

Compact Disc, ou simplesmente CD.

Compact Disc Digital Audio

O CD era anunciado como o “som superior e eterno”, pois os fabricantes

apregoavam que o disco não sofria de desgaste, não era tocado por nenhuma

agulha como no vinil, e por ser digital o som era de “superior qualidade”.

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Dez anos depois, o CD, ainda não se tinha conseguido impor, pois a qualidade

do som era inferior ao disco de vinil, sofria dos mesmos problemas de

manuseamento, era preciso ter cuidado para não riscar a face gravada, e para

terminar até os leitores sofriam de “microfonia”, ou seja de captar as vibrações

da energia acústica emanada pelas colunas, tal e qual uma agulha de gira-

discos.

O CD acabou por se impor não pelas suas “qualidades” mas porque

simplesmente era mais barato fabricar CDs do que discos de Vinil. Os velhinhos

LPs deixaram de ser fabricados em massa, no início dos anos 90.

Paralelamente ao lançamento do CD, e a entrada na era da gravação digital,

havia que pensar na substituição das velhas cassetes e bobines de fita analógica.

Trabalhando agora em campos separados a philips e a Sony, apresentam duas

soluções de gravação doméstica digital.

A empresa holandesa apresenta a sucessora da cassete analógica “D.C.C”.,

Digital Compact Cassete. Este suporte era igual às cassetes analógicas mas de

gravação digital e os gravadores de DCC até podiam ler as cassetes analógicas.

Não teve sucesso comercial e a philips deixou de comercializar este suporte em

meados dos anos 90.

A empresa nipónica apresentou em finais da década de 80, o “D.A.T.”, Digital

Audio Tape, uma cassete totalmente diferente e de qualidade de som superior

ao CD, mas devido ao seu preço e à falta de cassetes DAT pré-gravadas, apenas

conheceu sucesso nos meios profissionais.

Cassete DAT

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Após o fracasso comercial do DAT a Sony apresenta em 1993 um suporte digital

novo, com uma qualidade próxima da de um CD: O Mini-Disc.

Mini-Disc. O sucessor da cassete áudio analógica

O Mini-Disc apresentou-se como uma alternativa viável à cassete analógica, que

nos anos 90 era ainda o suporte mais popular, acesso directo a faixas,

regravável um Milhão de vezes sem perda de qualidade, digital, etc.. Este

suporte depressa ganhou adeptos, até porque o CD gravável ainda não era uma

opção ao alcance de todos. Naquela altura os CD-R só gravavam uma vez, eram

caros, assim como o equipamento que os gravava. Os CD-RW, apareceram

depois, mas ainda eram mais caros.

O CD em 1994, sofre uma melhoria, embora esta “melhoria” não seja

consensual, com a introdução do “H.D.C.D.”, “High Definition Compatible

Digital”, um sistema da americana “Pacific Microsonics, Inc.”. Quando os

discos são gravados com este sistema soam melhor em leitores de CD

convencionais, e os leitores HDCD tiram melhor partido das gravações em CDs

normais, o ideal era o disco e o leitor serem HDCD.

Com o abandono da DCC, por parte da Philips, esta começou a comercializar

gravadores de CDs, fazendo concorrência ao MD, mas ainda assim sem grande

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sucesso pois a gravação de CDs estava dominada pelos computadores. Mas por

esta altura a cassete analógica ainda cá estava.

Em 1996, aparece um suporte novo de vídeo que traz uma novidade em som: o

Surround.

O “D.V.D.”, Digital Versatile Disc, foi a tecnologia que mais rapidamente teve

sucesso junto dos consumidores, enquanto o CD demorou cerca de quinze anos

para se impor, o DVD apenas precisou de três.

O DVD-Video, trazia a novidade do surround, cinco canais de som

independentes e mais um de baixas frequências, traziam para casa o som do

cinema. Neste suporte três formatos de som eram concorrentes: o Doldy Digital;

o DTS e o MPEG multichanel.

O MPEG multichanel depressa foi abandonado, mantendo-se o Doldy Digital e

o DTS como formatos concorrentes.

O aparecimento do DVD-Video trouxe de novo à tona as deficiências do CD,

numa altura em que os discos de vinil voltavam a aparecer nas prateleiras das

discotecas, talvez por nostalgia ou porque ainda se fabricavam gira-discos. Isto

fez com que Philips e Sony se juntassem outra vez para criar o sucessor do CD,

já que se falava do DVD-Audio, para sucessor do CD, esta “reunião” fez surgir

o “S.A.C.D.”, Super Audio Compact Disc”.

O primeiro leitor SACD. O Sony SCD1

O DVD-Audio é uma melhoria em relação ao CD, tem melhor som e é

multicanal, mas a gravação ainda é em PCM, como à 30 anos.

O SACD é também um salto qualitativo em relação ao CD e um passo à frente

do DVD-Audio, pois grava em “D.S.D.”, “Direct Stream Digital”, que é um

avanço em relação ao PCM.

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Enquanto os sistemas de alta definição tentam ganhar posição no mercado,

formatos baseados em computador e fortemente comprimidos, como o mp3 ou

wma, ganham terreno principalmente nos consumidores mais jovens. A

Internet proporcionou isso mesmo.

Cartão Smartmedia, um dos muitos formatos em que é possível

gravar música em mp3, wav, ou outro formato com compressão.

Neste começo de século ainda não está decidido quem vai suceder ao CD, se o

DVD-Audio se o SACD, ambos têm apresentado argumentos, embora o SACD

esteja melhor posicionado, mas os formatos sem partes móveis também estão a

ganhar terreno e qualidade.

CAPÍTULO V

Curiosidades

� Em 1878 - Thomas Alva Edison obtém autorização do imperador D. Pedro II para comercializar o seu fonógrafo no Brasil, poucos meses após a sua invenção.

� Sobre o trabalho e a genialidade, Thomas Edison disse o seguinte: “Génio são 2% de inspiração e 98% de transpiração.

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CAPÍTULO VI

Conclusão

Com este trabalho, vi que foi em grande parte pela influência de Edison que a

ciência norte-americana passou a orientar-se para a satisfação das necessidades

imediatas do Homem, numa perspectiva de utilidade que ainda hoje se verifica

e que tornou os Estados Unidos a maior potência industrial do século XX.

O grande papel de Edison na ciência não foi, portanto, o de pesquisa pura, de

descoberta de propriedades fundamentais da matéria. A sua mente prodigiosa,

ao contrário, orientou-se para a aplicação prática de princípios estabelecidos

por cientistas que o antecederam.

Quero ainda sensibilizar todas as pessoas que hoje ouvem música ou que

vêm um filme, que se lembrem desta tão importante invenção, pois sem ela

não podíamos ouvir as vozes das pessoas que cantam, que falam nos filmes,

etc…

CAPÍTULO VII

Bibliografia

Ciência Ilustrada, Abril S.A.Cultural e Industrial. Os Cientistas, Abril S.A.Cultural e Industrial. Biografias, Gerson Ferracini, Editora Scipione. Física, Beatriz Alvarenga e Antônio Máximo, Editora Scipione pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Edison www.netsaber.com www.infopedia.pt www.telefonia.no.sapo.pt pt.shvoong.com/books/dictionary/1629287-invenções ocharlatao.livejournal.com www.tecnosapiens.com.br digartmedia.wordpress.com