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Pedro Apolinário - Explicação d

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  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 1

    EEXXPPLLIICCAAOO DDEE TTEEXXTTOOSS DDIIFFCCEEIISS DDAA BBBBLLIIAA

    Pedro Apolinrio

    Professor de Grego e Crtica Textual no Seminrio Adventista Latino-Americano de Teologia 4 EDIO (Corrigida) 1990 EDITORA UNIVERSITRIA ADVENTISTA INSTITUTO ADVENTISTA DE ENSINO Tel. (011) 511-4011 Estrada de Itapecerica (Km 23) 22-901 Santo Amaro So Paulo

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 2

    O Valor do Estudo da Bblia

    "O vigor de nossa vida espiritual est na proporo exata do lugar que a Bblia

    ocupa em nossa vida e em nossos pensamentos." George Mller. "Por que no tendes exaltado a Palavra de Deus acima de toda produo humana?

    No basta porventura manter-se achegado ao Autor de toda a verdade?" E. G. White. "A Bblia o mais poderoso instrumento que o pregador pode ter; com ela falo

    to confiantemente mais sofisticada ou mais degradada ou mais incrdula das pessoas. O alimentar-se da Palavra de Deus realmente faz o pregador." H. M. S. Richards.

    "Livro de minha alma aqui o tenho: a Bblia. No o encerro na biblioteca entre os de estudo. Conservo-o sempre cabeceira, mo. dele que tiro o po para a minha fome de consolo, dele que tiro a luz nas trevas das minhas agonias." Coelho Neto.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 3

    NDICE

    Prefcio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1. Por que Estudar Hebraico e Grego? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2. Justificao, Santificao e Glorificao . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 3. F e Obras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 4. Lei e Graa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 5. A Lei e o Evangelho Segundo Lutero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 6. A Predestinao Bblica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 7. Batismo com gua, Fogo e com o Esprito Santo . . . . . . . . . . . 77 8. O Vinho na Bblia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 9. Duas Embaraantes Passagens Relacionadas com Vinho . . . . 100

    10. A Palavra Inferno e a Bblia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103 11. O Arrependimento de Deus e do Homem . . . . . . . . . . . . . . . . 111 12. Pedro e a Pedra Mat. 16:15-19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 13. Camelo Pelo Fundo de uma Agulha? Mat. 19:24 . . . . . . . . . 131 14. Duas Problemticas Declaraes em Marcos 7:15 e 19 . . . . . 140 15. A Discutvel Terminao do Evangelho de Marcos . . . . . . . . 151 16. Uma Melhor Traduo de Romanos 1:17 . . . . . . . . . . . . . . . . 155 17. "Seja Entregue a Satans" I Cor. 5:5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158 18. Batismo Pelos Mortos I Cor. 15:29 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165 19. Partir e Estar Com Cristo Filip. 1:23 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171 20. Pregar aos Espritos em Priso I Ped. 3:19 . . . . . . . . . . . . . . . 177 21. Qual o Descanso de Hebreus 4:9? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184 22. Estudo Exegtico de Lucas 16:16 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192 23. "Hoje Estars Comigo no Paraso" Luc. 23:43 . . . . . . . . . . 198 24. Dia do Senhor Apoc. 1:10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203 25. Qual a Melhor Traduo de Apoc. 22:14? . . . . . . . . . . . . . . . . 209 26. O que Crem os Adventistas Sobre a Parusia . . . . . . . . . . . . . 214 27. Denominao para o Domingo no Novo Testamento Grego .... 222 28. Trs Dias e Trs Noites na Sepultura Mat. 12:40 . . . . . . . . 227 29. Jesus Filho de Deus e Filho do Homem . . . . . . . . . . . . . . . . 233 30. Uma Contradio Explicada pelo Grego Atos 9:7; 22:9 . . . 244 31. A Doxologia do Pai Nosso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 247 32. As Trs Testemunhas Celestiais de I Joo 5:7-8 . . . . . . . . . . . 253 33. Qual o Significado de Hilastrion em Rom. 3:25? . . . . . . . . . 258 34. Paracleto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265 35. Estudo das Palavras Antema e Maranata I Cor. 16:22 . . . . . 267 36. sculo Santo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 272 37. Novo em Grego e Novo em Portugus . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277 38. A Ira de Deus e a Ira do Homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 281 39. Alma e Esprito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 299

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 4

    40. O Amor A Maior das Virtudes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 312 41. Glossolalia ou Dom de Lnguas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 321 42. A Hermenutica e a Teologia da Libertao . . . . . . . . . . . . . . 336 Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 351

    APNDICE

    Da apostila: Anlise Textos Bblicos de Difcil Interpretao,

    volume I, de Pedro Apolinrio 1. O Problema da Dor e do Sofrimento Humano . . . . . . . . . . . . . . 357

    2. O Estudo de Trs Palavras Sagradas (Sel, Aleluia, Amm) . . . . 368

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 5

    PREFCIO Mais um livro! Exclamar algum. Haver necessidade para este trabalho? Sim, h e muita, mas prefiro que voc mesmo d a resposta aps a sua leitura. Quero fazer minhas as palavras introdutrias do livro Princpios de Interpretao

    Bblica de Louis Berkhof: "Em nossos dias a maior parte da confuso no terreno religioso e na aplicao

    dos princpios bblicos tem suas razes na m interpretao da Palavra de Deus. Isto verdade at mesmo nos crculos que aceitam firmemente a infalibilidade das Escrituras Sagradas''.

    Se um nome apropriado pudesse ser dado ao presente trabalho creio que o melhor seria Tentativas para Explicar Passagens Difceis da Bblia. Por que tentativas? Porque se todo o estudante, em qualquer ramo do saber, sente sua limitao diante da vasta imensido do saber, muito mais o pesquisador da Bblia sente a sua pequenez para exaurir da Fonte Sagrada do Saber todas as riquezas espirituais da Revelao Divina.

    Estas pginas foram escritas com a esperana de que elas possam ajudar a compreender passagens bblicas que sempre preocuparam os que manuseiam a Palavra de Deus. Se elas ajudarem a solucionar inquietaes doutrinarias, estou satisfeito, porque como bem declarou Louis Courier:

    "Qualquer produo do nosso esprito, uma vez que possa tornar-se til, est por si mesma justificada".

    Se este objetivo no for alcanado, ao menos estou satisfeito, porque lutei com esta finalidade.

    Esta apenas uma abertura do caminho, porque com a ajuda divina almejamos prosseguir at alcanar resultados mais positivos. Sei tambm que precisaria de mais tempo investigando e refletindo sobre alguns dos temas expostos, mas se fosse esperar pela completa realizao de tudo quem se animaria a escrever?

    Palavras apresentadas na edio do primeiro volume em 1980. Em 198l apareceu o segundo volume. Sendo que ambos se esgotaram, achei melhor fundi-los em um s, para isto retirando alguns captulos e acrescentando outros. Sugestes foram feitas para que apresentasse as apostilas em formato de livros, e por julg-las vantajosas foram aceitas.

    Ao compulsar este trabalho, o prezado leitor perceber que alguns assuntos so

    difceis, por requererem seleo de muito material existente. Procurei, na preparao dos diversos captulos, dar especial ateno as nossas fontes de informao, como o SDABC, Ministrio Adventista, escritos do Esprito de Profecia, Dicionrios e Comentrios Gregos, bem como estudos de autores conservadores afinados com as doutrinas das Escrituras Sagradas.

    No estudo de textos difceis lembremo-nos sempre da seguinte declarao.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 6

    "Algumas passagens da Escritura nunca sero perfeitamente compreendidas at que, na vida futura, Cristo as explique. H mistrios a serem elucidados, declaraes que a mente humana no pode harmonizar." Obreiros Evanglicos, pg. 312.

    Agradeo a Deus porque esta pesquisa foi til para mim e almejo que o seja

    tambm a todos os que desejam entender melhor os escritos divinos.

    Pedro Apolinrio

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 7

    POR QUE ESTUDAR HEBRAICO E GREGO? Para que me serviro estas matrias no trabalho futuro? Estou me preparando para pregar a Palavra e no ensinar grego e hebraico. Grego e hebraico so esquecidos e nenhum valor apresentam na vida prtica. Estudo estas matrias apenas para ser aprovado e no para us-las no ministrio. Estas declaraes e outras idnticas so ouvidas freqentemente de estudantes de

    Teologia e at mesmo de pastores de experincia. O assunto extenso, mas as idias seguintes so suficientes para mostrar o valor

    destas matrias: O grego e o hebraico no tero nenhum valor para aqueles que se contentam em

    permanecer na superfcie, para os que se satisfazem com a opinio dos outros a respeito de certos problemas bblicos. Nenhum valor ter o estudo do original para os que se satisfazem com alimento de segunda mo, para os que se contentam em cavar na areia.

    H grande recompensa fsica, mental e espiritual quando procuramos por ns mesmos, e auxiliados pelo Esprito Santo descobrimos a Verdade nas Escrituras para transmiti-la Igreja.

    O conhecimento das peculiaridades das lnguas bblicas nos possibilitam uma ligao mais direta com a fonte da Verdade.

    Ellen G. White nos diz que os ensinos bblicos, pela simplicidade de expresso, so acessveis at mesmo aos iletrados, mas ressalta a necessidade de cavar mais fundo atravs do diligente estudo com meditao e orao, para um rendimento mental e espiritual mais proveitoso. Ao Ministro de Deus convm descer mais fundo no estudo da Bblia, pois esta a orientao divina por intermdio de Sua serva.

    "Que o ministro jovem lute com os difceis problemas que se encontram na Palavra de Deus, e seu intelecto todo se despertar. medida que estuda diligentemente, as grandes verdades que se acham nas Escrituras, ser habilitado a pregar sermes que encerrem uma mensagem direta, definida, e ajudaro os ouvintes a escolherem o caminho certo."

    "O ministro que se arrisca a ensinar a verdade possuindo apenas leves noes da palavra de Deus, ofende o Esprito Santo."1

    "Penetrai alm da superfcie; os mais preciosos tesouros do pensamento aguardam o hbil e diligente estudante."2

    Sem dvida alguma o original nos ajudar a compreender melhor muitas

    mensagens bblicas. Por que tantas pessoas temem estudar o hebraico e o grego? Generalizou-se na mente dos estudantes que estas lnguas so muito difceis.

    Entretanto a prtica nos mostrar que elas no so mais difceis do que o portugus, ingls ou alemo. O hebraico, no incio mais difcil, por ser totalmente diferente da nossa lngua, mas a sua gramtica bastante simples em sua estrutura.

    O grego apresenta a vantagem de que 85% do alfabeto quase o mesmo do portugus. Muitos smbolos gregos so usados na matemtica, mas no h nenhum

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 8

    smbolo hebraico que nos seja familiar. A principal dificuldade com o grego est em seu complexo sistema verbal.

    As lnguas bblicas requerem dedicao e constncia no seu aprendizado. John Know estudou grego aps os 50 anos. Alexander Maclaren tornou-se um dos mais competentes pregadores modernos, e uma das razes apresentadas para este sucesso, dizem os que o conheceram, foi o seu profundo conhecimento do grego e do hebraico. O conhecimento de uma faceta da vida de Erasmo deveria servir de estimulo aos nossos estudantes de teologia. Escrevendo a um amigo, enquanto estudava por conta prpria na Universidade de Paris, declarou: "Tenho-me dedicado inteiramente de corpo e alma ao estudo de grego, e assim que conseguir algum dinheiro, comprarei livros de grego e depois roupas." Por isso tornou-se um dos maiores eruditos da lngua grega no tempo da Reforma. Suas palavras no prefcio do Novo Testamento Grego, por ele editado em 1516, so significativas:

    "Estas pginas sagradas sintetizam a imagem viva de Seu Esprito. Elas vos daro o prprio Cristo, conversando, curando, morrendo, ressuscitando, o Cristo completo em uma palavra; elas daro Cristo a vs numa intimidade to especial que Ele seria menos visvel se estivesse em p diante dos vossos olhos."

    Hoje um dos debates mais comuns nas Faculdades de Teologia se o estudo do hebraico e grego deve ser opcional para os estudantes. Os estudantes so estimulados a escolherem matrias mais fceis e at ao seu ver mais importantes. lamentvel que as Faculdades de Teologia estejam seguindo a orientao de deixar opcional uma das lnguas bblicas ou ambas.

    lamentvel tambm que escolas do segundo grau e cursos superiores tirassem o latim e o grego de seus currculos, em decorrncia do progresso cientfico e do utilitarismo da nossa poca.

    Se no possvel ser um eficiente professor de portugus desconhecendo a lngua latina, muito menos algum poder ser um eficiente pregador se desconhecer as lnguas originais, em que a Palavra de Deus foi escrita.

    A utilidade da lngua grega jamais ser suficientemente exaltada; a ela devemos uma grande divida de nossa formao cultural. incontestvel que o grego o mais perfeito veculo na transmisso de idias.

    H estudantes de teologia que apresentam as seguintes perguntas: 1) Por que continuar a exigir o estudo do grego numa poca quando h tantas

    tradues? 2) No h muitas outras matrias mais prticas no currculo do que o estudo de

    lnguas bblicas? 3) Pode um estudante em dois anos de hebraico ou grego adquirir um preparo

    que o qualifique a usar satisfatoriamente o original? 4) Por que h tantos obreiros eficientes sem conhecer nada de lnguas bblicas,

    enquanto outros versados nestes estudos no alcanaram resultados consagradores?

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 9

    Extensas respostas poderiam ser dadas a cada uma destas inquiries. Tentemos algumas:

    1) No h nada a objetar quanto s vrias tradues da Bblia, pois, podemos obter muito auxlio comparando diferentes tradues, mas o sentido exato s obtido indo ao original. Os estudiosos tm chegado concluso que as tradues existentes so, muitas vezes, falhas em transmitir a exata nuana de significado do que foi escrito primitivamente, Existem boas tradues em portugus, mas quem depende apenas delas nunca poder falar com autoridade em assuntos referentes ao texto. Ele est sempre na dependncia do que os outros tm dito e jamais poder fugir da condio de inferioridade quando lhe perguntam sobre o significado original de alguma palavra.

    A seguinte verdade no deve ser olvidada: os herticos e falsos mestres sempre foram prontos a adotar uma traduo que estivesse em harmonia com suas idias preconcebidas.

    2) pergunta: no h outras matrias mais prticas no currculo? responderemos com outras interrogaes que nos levam a reflexionar.

    O que se entende por matrias prticas? H alguma coisa mais prtica do que a compreenso exata da Palavra de Deus? Que subsdio mais valioso para uma pregao expositiva do que um adequado

    conhecimento do original? possvel preparar um bom sermo sobre o inferno, o estado do homem na

    morte, vinho na Bblia, o arrependimento etc., sem conhecimento do hebraico e grego? 3) Quanto ao terceiro quesito apenas isto: ir depender muito do estudante, do

    seu interesse pela matria e sua dedicao ao estudo. 4) A quarta alegao no invalida nosso ponto de vista de que com o

    conhecimento das lnguas bblicas estes obreiros ter-se-iam tornado pregadores mais eficientes. O verdadeiro sucesso na obra de Deus no se deve ao fato de ter ou no conhecimento de grego, mas orao, ao estudo da Bblia, fidelidade no cumprimento dos deveres, sua tenacidade no trabalho, s bnos divinas.

    A seguinte verdade no deve ser desprezada: o sucesso de alguns sem conhecimentos acadmicos no se deve a essa deficincia, mas a despeito dela. Os exemplos citados de Moody e Spurgeon no invalidam nossa tese.

    O dicionarista Thayer disse: "A depreciao um tanto indiscriminada do estudo das lnguas mortas, na atualidade,

    no ocorre sem danosa influncia sobre os que se esto preparando Para ser expositores da Palavra Divina."

    O Pregador e Suas Ferramentas

    O homem civilizado se projetou de modo extraordinrio graas ao sbio uso de

    ferramentas. Quanto mais o homem progride mais ele sente necessidade de melhorar as ferramentas. E a eficincia depender da habilidade no manuseio da ferramenta adequada, O pregador moderno em seu escritrio de estudos um homem com suas

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 10

    ferramentas. Se ele no tiver ferramentas certas sobre sua mesa no poder produzir resultados rpidos, muito menos o trabalho de projeo que se espera de um mensageiro de Deus. Nenhum pregador pode estar satisfeito a no ser com o melhor que dele se espera. Geralmente pode aquilatar-se a qualidade do trabalho de um pregador observando os livros que ele tem em sua biblioteca.

    Seria muito til que entre seus livros se encontrassem o Velho Testamento em hebraico e o Novo em grego. Para o Velho Testamento o Dicionrio de Gesenius e The Analytical Hebrew and Chaldee Lexicon so valiosos. Dentre os bons dicionrios gregos destacam-se Thayer, Arndt and Gingrich, mas para efeitos prticas o "The Analytical Greek Lexicon" suficiente, Das gramticas hebraicas "A Practical Grammar for Classical Hebrew" est entre as mais didticas. As trs melhores para o grego no consenso dos estudiosos so a de Robertson, Blass e de Moulton.

    Exemplos Comprobatrios do Valor do Grego

    O pregador foi comissionado por Deus para pregar a palavra (II Tim. 4: 2).

    O ministro cristo no foi incumbido de pregar as opinies prevalecentes na filosofia, ou as mutveis hipteses da cincia, nem repousa sobre ele o dever de pregar o mais puro tipo de tica que conhece para tornar os homens melhores, mas para ser um eficiente pregador da Palavra de Deus ele precisa conhecer as lnguas em que ela foi escrita primitivamente.

    Das palavras estudadas por Kenneth Wuest destaquemos estas: 1) "E no vos conformeis com este sculo, mas transformai-vos pela renovao

    da vossa mente. . ." Rom. 12: 2. "Conformeis" em grego "suschematizo" e "transformai" "metamorfoomai".

    Suschematizo precedido da forte negativa "m" significa: "Parai de assumir uma expresso exterior que no vem de dentro de vs e que no representa o que sois, mas posta de fora e moldada de acordo com este sculo." O grego fornece as seguintes idias: santos que esto usando uma mscara, moldando-se de acordo com este sculo, pondo sobre si uma cobertura opaca que oculta a presena interior do Senhor Jesus e impede que o Esprito Santo manifeste a sua beleza na vida. Essas idias emergem do verbo conformar-se, mas isto do texto grego.

    O pregador toma a palavra "transformar" e encontra "metamorfoomai". O verbo simples significa "dar expresso exterior ao ntimo de algum, sendo que essa expresso provm desse ntimo e o representa." A preposio "meta" indica mudana. Ele traduz: "Mudai vossa expresso exterior (daquela que veio de vossa natureza totalmente depravada quando no estveis salvos) por aquela que vem do vosso intimo (como salvos que estais). Esta traduo traz novas e ricas idias: santos transfigurados, a vida exterior deve encontrar a sua fonte na natureza divina, a vida deve ser a expresso exterior de uma natureza interior, no um disfarce nos trajes do mundo. Apenas o grego pode guiar-nos a essas idias.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 11

    2) Uma curiosa palavra grega o verbo estudar de II Tim. 2:15: "Estuda para

    mostrar-te aprovado diante de Deus." Estudar, hoje se refere ao esforo para aprender, especialmente pelo ler e pensar. Fala de escola, livros, professores, e aplicao da mente na aquisio de conhecimento.

    A palavra grega no tem essa conotao de acordo com o "Vocabulary of the Greek Testament de Moulton and Milligan". Sua real significao seria: apressa-te, s impetuoso, usa de diligncia, faze um esforo para conseguir o teu melhor, implicando em todas as reas do servio e da vida crist.

    O rico sistema verbal grego com seus aspectos, tempos, modos e vozes apresenta verdades intraduzveis para lnguas modernas, como Joo 15:7 ilustra. O verbo "meno" significa permanecer, estar, habitar, abrigar. A famosa concordncia "Englishman's Greek Concordance" nos informa que na Bblia este verbo quando usado com pessoas implica em amizade, companheirismo, como nas passagens de Luc. 1:56; 19:5. Uma boa traduo para S. Joo 15:7 seria: Se voc mantiver uma viva comunho comigo e as minhas palavras forem recebidas por voc, ento haver um companheirismo constante, momento a momento, com o Senhor.

    Os exemplos poderiam ser multiplicados, como prova do riqussimo material

    existente disposio dos estudantes de grego.

    Concluso Sem algum conhecimento de hebraico e grego o Pastor no est altura de

    entender os comentrios crticos sobre as Escrituras; no poder ajudar os que lhe pedem auxlio em problemas de traduo; no pode estar seguro se sua citao bblica est apresentando o correto sentido primitivo e muito menos poder ser um fiel intrprete da palavra de Deus.

    Referncias: 1. Obreiros Evanglicos, pg. 95 2. Mensagens aos Jovens, pg. 262.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 12

    JUSTIFICAO, SANTIFICAO E GLORIFICAO Importncia do assunto: Este tema tem que ver com a salvao, e nada to essencial na Bblia quanto a

    nossa redeno. Justificao, santificao e glorificao so trs processos na salvao do ser humano.

    "A mensagem presente, a justificao pela f a mensagem de Deus... No h um em cem, que compreenda a verdade bblica sobre este tema, to necessrio para o nosso bem-estar presente e eterno."1

    "Isso, porm, eu sei que nossas igrejas esto perecendo por falta de ensino sobre o assunto da justia pela f em Cristo e verdades semelhantes."2

    "A mensagem da justificao pela f: a mensagem de Deus, a mensagem da verdade, a mensagem que Deus ordenou fosse dada ao mundo, a mensagem que leva as credenciais do cu a mensagem do terceiro anjo em linhas distintas e claras."3

    "Muitos que professam crer na mensagem do terceiro anjo, perderam de vista a justificao pela f."4

    "O tema central da Bblia, o tema em redor do qual giram todos os outros no Livro, o plano da redeno, a restaurao da imagem de Deus, na alma humana, o empenho de cada livro e passagem da Bblia o desdobramento deste maravilhoso tema."5

    "A justificao pela f, em seu mais amplo sentido, abrange todas as verdades vitais, fundamentais do evangelho, a comear pela situao moral do homem ao ser criado e implicaes: seguem-se vinte e duas verdades embutidas na justificao pela f."6

    A doutrina da justificao pela f em Cristo, de capital importncia para a nossa

    salvao tem sido neutralizada por Satans. Ela foi escondida durante sculos pelas tradies romanas, mas graas aos reformadores, destacando-se entre eles a figura mpar de Lutero, ela foi revelada novamente.

    A Igreja Adventista e a Justificao pela F Nossa igreja, nos seus primrdios, correu o risco de entrar por sendas legalistas,

    mas damos graas a Deus, porque Ele nos mostrou o caminho seguro neste assunto. Este importante tema, estudado com interesse e entusiasmo pelos pastores Jones e Waggoner, foi apresentado em 1888, na Assemblia da Associao Geral de Minepolis. Ele foi bem recebido pelo Presidente da Associao Geral e por Ellen G, White. Uma intensa e constante campanha foi encetada para que este ensino merecesse um lugar de destaque em nossos arraiais; contribuindo muito para a divulgao destas idias pregaes e artigos da mensageira deste movimento.

    Alguns leigos e mesmo obreiros como Uriah Smith, a princpio rejeitaram a doutrina da justificao pela f, temendo que estava havendo uma volta ao esprito das igrejas protestantes de onde havamos sado.

    Muitos adventistas, naqueles idos, e ainda hoje, apegados ao insidioso legalismo que ainda viceja em nossos arraiais, no podem ou no querem compreender esta

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 13

    maravilhosa verdade, crendo que uma doutrina antibblica, logo espria, caracterstica do protestantismo.

    Diante destas afirmativas a nica concluso segura esta: como igreja precisamos compreender melhor este assunto, pregando mais sermes para que nosso povo o compreenda com clareza e objetividade.

    O que Justificao?

    Para Vincent, Word Studies in the New Testament, vol. III, pg. XI: "Justificao

    pela f envolve unio pessoal com Cristo e conseqente morte para o pecado e ressurreio moral para novidade de vida."

    " a obra de Deus ao lanar a glria do homem por terra, e fazer pelo homem o que no lhe possvel fazer em seu prprio poder."7

    "A justificao um ato da livre graa de Deus, mediante a qual Ele perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos aos seus olhos, baseado somente na retido de Crio, a ns imputada, e recebida exclusivamente pela f."8

    "Ser justificado independentemente das obras ser justificado sem contar com qualquer coisa que merea tal justificao." Hodge.

    " a imputao divina da justia de Cristo ao nosso nome individual."9 Justificao uma parte do processo completo da salvao. "A justificao um ato declarativo de Deus. Este ato de declarar o homem

    justificado no como o ato de Deus regenerando o homem. Na regenerao efetua Deus uma mudana radical no homem, mas na justificao Ele declara, apenas, que no pode mais conden-lo e o restaura Sua graa. Deus no faz o homem justo por declar-lo justificado. Uma das maiores glrias do evangelho esta doutrina, que Deus, o justssimo entre todos, pode justificar o injusto sem praticar injustia."10

    Caminho a Cristo explica o que justificao da seguinte maneira: "Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis, por

    pecaminosa que tenha sido a vossa vida, considerados justos por Sua causa. O carter de Cristo substituir o vosso carter e sereis aceitos diante de Deus exatamente como se no houvsseis pecado."

    Em outras palavras, assim poderia ser explicada: aceitando a Cristo como nosso Salvador pessoal, Deus nos liberta de toda a culpa, cobre-nos com o manto da justia de Cristo, em lugar dos farrapos da nossa justia, vendo Deus em ns a perfeita e imaculada justia de Seu Filho.

    Justificar, segundo o pensamento da Reforma do sculo XVI, significa considerar justo e nunca tornar justo como defendia o catolicismo. A igreja catlica no considera a justificao como uma imputao legal da parte de Deus, mas sim tornar-nos ou fazer-nos justos.

    Da leitura de Romanos 8:33 e 34 se conclui que justificar e condenar apresentam significao contrria. Se condenar declarar algum culpado, justificar declarar justo e no tornar ou fazer justo.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 14

    O livro F e Obras, pg. 94, de Ellen G. White confirma este conceito ao declarar: "Justificao o contrrio de condenao."

    De modo geral, os comentaristas defendem que justificao um ato exclusivamente judicial. Josu de Oliveira no livro O Aspecto Jurdico da Justificao insiste muito nesta tecla: "Justificao no um ato de graa, mas sim de justia. Na pgina 16 escreveu: "Justificao luz da Bblia um vocbulo judicirio, por mostrar nossa relao para com as sagradas leis do cdigo divino luz das quais os crentes so julgados."

    O conhecido professor Hans K. LaRondelle esposa a mesma idia ao declarar sobre a justificao:

    "Justificao a divina atribuio ou imputao da justia de Cristo, a crdito, perante Deus, do crente arrependido (Rom. 4:4-8). Trata-se de uma transao judicial de Cristo como mediador celeste, pela qual somos feitos retos para com Deus e temos acesso ao corao do Pai (Rom. 5:1-2) sendo, como resultado imediato que o amor de Deus derramado em nosso corao pelo Esprito Santo que nos foi outorgado (Rom. 5:51. Desse modo, sem qualquer mrito de nossa parte recebemos o Esprito Santo pela f em Cristo (Gl. 3:2, 5), e pode apropriadamente ser dito que somos justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Esprito do nosso Deus (1 Cor. 6:11)"11

    Hans Joachim Iwand declara: "Assim a justificao do homem diante de Deus tem sempre carter 'forense', isto , desenrola-se diante do frum de Deus que julga justamente."12

    Mrio Veloso diverge deste conceito ao afirmar: "A justificao pela f, conseqentemente no um simples ato forense ou

    justificao objetiva. Em verdade a justificao pela f um ato pelo qual Deus declara justo o homem injusto e pecador (II Cor. 5:21), porm, a reconciliao implica necessariamente uma transformao das relaes existentes entre o homem inimigo e Deus. Esta transformao subjetiva descrita pela paz que o homem inimigo recebe para tornar-se amigo de Deus no ato da justificao. Em sua atitude inimiga o homem perdeu sua verdadeira relao com Deus e dirige-se para a morte. No h nada que ele possa fazer para sair desta situao. Somente a justia de Cristo pode transform-lo porque esta ' um princpio que transforma o carter e rege a conduta'. Mediante a justificao Deus perdoa ao homem. O perdo de Deus no meramente um ato judicial pelo qual Ele nos livra da condenao. no somente perdo pelo pecado, mas livramento do pecado. o trasbordamento de amor redentor que transforma o corao."13

    Processa-se a justificao no momento em que o homem aceita a Cristo como seu

    Salvador pessoa1.

    Paulo e a Justificao Pela F O nascimento de Cristo foi o fato mais significativo que j aconteceu neste

    mundo. O Criador dos cus e da Terra, que habita na luz inacessvel, torna-se um

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 15

    membro da famlia humana. Este ser ilimitado e onipotente nasceu de uma mulher, cresceu em humildade lar campesino, viajou como um pregador itinerante, morreu em ignomnia e vergonha, ressurgiu da sepultura e ascendeu ao cu. Os doze apstolos foram escolhidos como testemunhas oculares destas coisas.

    Depois da ascenso, Cristo escolheu um outro homem atravs de quem o Esprito Santo mostraria a real significao daqueles histricos eventos que os doze apstolos testemunharam.

    em Paulo que o Evangelho, dado aos filhos de Israel em tipos, sombras e promessas totalmente revelado (Col. 1:26; Efs. 3:5; Rom. 16: 25-26; 1 Pe. 1:10-12; Heb. 1:2).

    O tema do evangelho de Paulo era Cristo e Ele crucificado para a justificao de pecadores (I Cor. 2:2; Gl. 1:4). Naturalmente os outros apstolos tambm enfatizaram a salvao de pecadores atravs de Jesus, mas Paulo mostra como o evangelho uma revelao da justia de Deus ( Rom. 1:16-17).

    Uma das grandes questes que perturbaram os comentaristas bblicos foi esta: Como poderia um Deus justo justificar pecadores sem cometer injustia? Como ser misericordioso com os transgressores da lei de Deus e consistente com os reclamos da justia divina?

    Dentre as acusaes feitas por Satans, esta parecia ser a mais destacada: Deus no poderia ser ao mesmo tempo justo e misericordioso para com o pecador. O pecado aparentemente colocara a Deus diante do seguinte dilema:

    1) Se usasse apenas a Sua justia, o homem deveria morrer, pois o salrio do pecado a morte. Mas o amor de Deus havia provido um meio pelo qual o Filho de Deus, tornar-se-ia o substituto do homem.

    2) Sendo Deus misericordioso, podia perdoar aos pecadores sem levar em conta Suas leis e Sua justia, mas esta no a justificao que Deus nos proporciona.

    Como podia Deus aplicar o castigo sendo misericordioso e perdoar ao pecador

    sendo justo? Se Deus matasse o homem, Satans o acusaria de tirano. Se lhe perdoasse, Deus seria mentiroso. A soluo para este impasse Deus apresentou na cruz, sendo ao mesmo tempo

    justo e misericordioso. Desde que o pecador devia morrer para que se cumprisse a justia, Cristo morreu em seu lugar, e pela sua morte oferece ao transgressor da lei tambm a Sua misericrdia. A justia e a misericrdia de Deus foram harmonizadas na cruz como declara Paulo em Rom. 3:25 e 26, ao declarar que Ele ao mesmo tempo justo e justificador daquele que tem f em Jesus.

    No Apndice da Bblia Vida Nova, pg. 341, lemos: "Uma vez que do ponto de vista de Deus, no h nem sequer um justo (Rom.

    3:10), como pode um Deus justo justificar o injusto? Rom. 8:33. Que o perdoe, compreende-se; mas atribuir-lhe justia (que esse injusto no tem), declar-lo justo e ainda manter Deus Sua prpria justia, como o poder?

    Paulo nos ensina que graas obra de Cristo, o veredito final pode ser reconhecido por antecipao; que os homens reconciliados com Deus podem ter desde

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 16

    j a certeza do pronunciamento final de justos. Mas sobre que base? Pelo fato de ter Cristo morrido por ns. . . justificados pelo seu sangue (Rom. 5: 9). base do sacrifcio de Cristo, de Sua vida entregue, Deus pode atribuir justia a quem no a possui em si. Mas de que maneira? Graciosamente por Sua graa, responde Paulo. (Rom. 3:24). Esta ddiva preciosa oferecida a todos, porm recebida somente pelos que depositam confiana em Cristo. (Rom. 3:22; 4:16; Col. 2: 16)."

    O que Deus pede, de ns para sermos justificados? De acordo com Paulo, em Gl. 2:16, preciso que tenhamos f. Desta declarao jamais se deve concluir que a f a nossa salvadora.

    Ellen G. White diz claramente: "A f no nossa salvadora. Cristo o nosso Salvador."

    F a mo que se estende e se apega s promessas de Deus. Nenhum mrito existe na f.

    A Bblia de Jerusalm traz o seguinte comentrio a Rom. 1:16: "A f um ato pelo qual o homem se entrega a Deus, que ao mesmo tempo

    verdade e bondade, como a fonte nica da salvao." Para Paulo f significa confiana em Cristo. "F um dom divino que nos

    permite crer naquilo que no vemos. l Cor. 12:9; Heb. 11:1 e 3." A doutrina da justificao pela f, resumidamente explicada em Fil. 3:9 e

    amplamente expressa nas Epstolas aos Glatas e aos Romanos. O livro de Glatas apresenta rigorosamente a salvao pela graa mediante a f

    em Cristo, com nfase na justificao pela f. Os estudiosos tm encontrado na carta aos Romanos os trs aspectos da salvao

    : a) Justificao - Rom. 3: 21 a 5: 21. b) Santificao - Rom. - capitulo 6, 7 e 8. c) Glorificao - Rom. 12 a 16. No curso de Doutrina da Salvao do Dr. Hans K. LaRondelle, janeiro de 1983,

    ele salientou que a expresso "pela f", aparece 25 vezes nos primeiros 4 captulos de Romanos e apenas 2 vezes "viver". Em Romanos 5 a 8 as expresses se invertem, pois "pela f" aparece 2 vezes, e "viver", 25 vezes. Em Romanos 1 a 4 existe uma concentrao no aspecto da f - justificao; enquanto nos captulos 5 a 8, a nfase est na maneira de viver, isto , a santificao.

    O estudioso Matthew Arnold condensou a doutrina paulina da justificao pela f em Romanos da seguinte maneira:

    "O primeiro captulo se refere aos gentios, e seu comentrio : Vs no tendes justia. O segundo captulo se refere aos judeus, e seu contedo : Vs no tendes mais justia do que eles, embora assim penseis. O terceiro capitulo apresenta a f em Cristo como a nica fonte de justia para todos os seres humanos. O quarto captulo d idia da justificao pela f o respaldo do Velho Testamento e da histria de Abrao. O captulo quinto insiste nas causas pelas quais devemos estar agradecidos e gozosos pelo dom da justificao mediante a f em Cristo; ademais, um a histria de Ado como uma ilustrao. O captulo seis coloca esta importantssima pergunta: 'Em que consiste esta f em Cristo,

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 17

    qual eu, Paulo me refiro?' E responde a esta pergunta. O captulo sete ilustra e explica sua resposta. Mas o captulo oito, at o verso 28, amplia e completa a pergunta. O restante do captulo oito expressa o sentido de segurana e gratido que a soluo do assunto colocado pode proporcionar. Os captulos nove, dez e onze apoiam a tese do captulo dois to difcil para um judeu, to fcil para ns segundo a qual a justia no se obtm por meio da lei judaica; finalmente fala com esperana e gozo de um resultado final das coisas que ho de ser favorveis para Israel."

    A Justificao e a Lei

    As Epstolas aos Glatas e Romanos provam que o crente salvo pela f, naquilo

    que Cristo fez por ele, e no por sua dedicao na prtica de boas obras, ou por sua diligncia na observncia aos preceitos da lei (Gl. 2:16, Rom. 3:28).

    Se confrontarmos Romanos 3:28, onde diz que o homem justificado pela f, independente das obras da lei, com Fil. 2:12 onde Paulo afirma: desenvolvei a vossa salvao com temor e tremor, parece haver contradio entre estas duas passagens. Como possvel dizer em Romanos que o homem justificado independentemente das obras da lei e em Filipenses afirmar que temos de operar a nossa salvao? Nenhuma contradio pode haver nestas duas declaraes do mesmo apstolo.

    Paulo diz taxativamente que ningum pode tornar-se justo diante de Deus por seu prprio esforo. Ningum pode apresentar-se perante Deus pensando ser aceito por ter praticado obras meritrias. A razo para isto apresentada em muitas passagens bblicas, como exemplo Ecles. 7:20 e Rom. 3:23.

    A pessoa que aceitou a Cristo como seu Salvador revelar sua converso no viver e no agir. Depois de crer, deve seguir um viver correto praticando as obras. Esta declarao de Lutero jamais deve ser esquecida: "No nos tornamos justos praticando coisas justas, mas praticamos coisas justas sendo justos." Com esta frase ele cortou o n grdio da filosofia aristotlica, tambm aceita pela igreja catlica que assim poderia ser expressa: praticando as virtudes o homem se torna justo diante de Deus.

    A crena adventista quanto observncia da lei e da prtica de obras est bem consubstanciada no seguinte pargrafo:

    "As obras da lei no podem expiar pecados passados. A justificao no pode ser adquirida. Ela s pode ser recebida pela f no sacrifcio expiatrio de Cristo. Logo, neste sentido, as obras da lei nada tm a ver com a justificao. Ser justificado sem obras significa ser justificado sem que haja qualquer mrito de nossa parte na justificao."14

    Na melhor biografia que j foi escrita sobre Cristo lemos: "Uma religio legal nunca poder conduzir almas a Cristo; pois destituda de

    amor e de Cristo. . . . Nossas prprias obras jamais podero comprar a salvao."15

    Lutero e a Justificao Pela F "Lutero buscou alvio para o corao opresso, na renncia e no afastamento do

    mundo, como monge, mas no o encontrou. Em 1500 encetou viagem a Roma, como

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 18

    delegado, esperando l encontrar alvio do peso que o esmagava. Ao enxergar de longe a cidade, exclamou: 'Santa Roma, eu te sado!' Ficou, porm, decepcionado e chocado com a impiedade que l encontrou. Ps-se afinal a subir de joelhos a escada de Pilatos, apinhada de gente supersticiosa. Arrastou-se de degrau em degrau, repetindo a cada degrau suas oraes at que uma voz de trovo lhe pareceu bradar dentro de si: 'O justo vive pela f!' Ergueu-se imediatamente, viu a loucura de sua esperana de alvio mediante obras de merecimento. Uma nova vida seguiu-se a essa nova luz. Sete anos depois pregou ele suas teses na porta da igreja de Wittenberg e iniciou a Reforma."16

    Comeou a ler intensamente a Bblia e na carta aos Glatas encontrou o ensino da justificao pela f. Esta epstola de Paulo causou profunda impresso em sua vida, escrevendo o notvel Comentrio aos Glatas, onde apresenta o pensamento central do cristianismo, a justificao do pecador exclusivamente por causa dos mritos de Cristo.

    Outros estudiosos afirmam que ele descobriu a doutrina da justificao pela f na epstola aos Romanos. Este pormenor no tem muita importncia quando sabemos que Romanos foi uma expando de Glatas, pois as duas cartas so bastante semelhantes quanto ao seu tema e contedo. Lutero em seu prefcio Epstola aos Romanos escreveu:

    "Esta epstola a verdadeira obra prima do Novo Testamento, contm o mais puro evangelho, e digna e credora no somente que o cristo a aprenda de cor, palavra por palavra, seno que a trate como o po cotidiano da alma, porque impossvel que seja lida ou estudada demasiadamente, pois quanto mais algum a maneja, mais preciosa chega a ser, e mais doce o seu sabor."

    Todas as confisses de f protestantes so unnimes em mostrar o que justificao, como ilustra o Artigo IV da Confisso de Ausburgo:

    Sobre a Justificao

    "Isto ensinamos: que no somos justificados diante de Deus em virtude de nossos

    mritos e obras, seno que somos justificados gratuitamente, na virtude de Cristo, pela f, crendo que Cristo morreu para expiar nossos pecados e por Seu intermdio recebemos o perdo dos pecados."

    O Conclio de Trento teve como escopo principal combater a reforma, mas o debate nmero um do conclio, foi justamente a questo da justificao pela f.

    Diferena Entre Perdo e Justificao

    "Justificao, por exemplo, mais do que perdo. Ambas so doutrinas referentes

    salvao e intimamente relacionadas entre si. Entretanto, no so a mesma coisa. " luz da Bblia, o pecador perdoado por Deus, sem, todavia, ser considerado

    justo. Remitir as penas de uma lei a favor de um ru uma coisa. Declarar que esse ru inocente e justo, em face da lei, coisa diferente.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 19

    "O perdo cancela a culpa, e as penalidades do pecado. A Justificao declara que as exigncias da lei esto plenamente satisfeitas, e que o acusado Justo.

    "Perdo ato soberano da livre graa de Deus. Justificao ato judicial, resultante do acrdo de um Tribunal infalvel, no qual os crentes so julgados e so encontrados sem culpa. Por isto, Deus os proclama Justos.

    "Perdo, luz da Bblia e da razo, ato negativo. Justificao ato essencialmente positivo. Enquanto o perdo pe de lado a culpa, a Justificao declara a justia.

    "Pelo perdo, o pecador se despe dos andrajos vis dos seus pecados e das suas imundcies. Enquanto que a Justificao o adorna com as vestes talares da justia de Cristo a ele imputada."17

    O comentarista Lange afirma: "Os versos 7 e 8 de Rom. 4 provam claramente que o perdo dos pecados faz

    parte da justificao; mas isso apenas como seu lado negativo, o que est inseparavelmente vinculado ao seu lado positivo, a saber, a imputao e a aplicao da justia de Cristo, o que contm o grmen e o poder da santificao."

    Justificao pela F no Velho Testamento

    Muitos erram ao pensar que a justificao pela f seja ensinada apenas depois de

    Cristo, quando na realidade ela ensinada com o mesmo vigor nos dois testamentos. A lembrana das seguintes passagens confirma nossa assertiva: 1) Deut. 32:4: Tudo o que Deus faz e , s justia. 2) Isa. 11:4: Ele julgar com justia. 3) Sal. 72: 2: Livra-me por tua justia. 4) Jer. 23: 6: O Senhor ser chamado: Justia Nossa. 5) Em Isa. 53 se encontra a justificao do mpio atravs do sofrimento do

    Messias. Os personagens do Velho Testamento no foram salvos por obedecerem ou

    praticarem boas obras, mas atravs de Cristo, como nos diz Paulo, citando o exemplo de Abrao em Romanos 4:2-3.

    No apenas em Romanos esta verdade apresentada, pois em Glatas 3:8, 11, 24 ele trata do fundo histrica da justificao no Antigo Testamento. Paulo faz bem claro em seus escritos que a justificao pela f no uma novidade excntrica por ele inventada. Ela foi apresentada a Abrao quando Deus predisse que em sua semente todas as naes da terra seriam abenoadas. Gn. 12:1-3.

    O exemplo mais significativo de justificao pela f do Velho Testamento o de Abrao, como nos indica Gn. 15:6: "Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justia."

    Abrao citado por Paulo (Rom. 4:3; Gl. 3:6) como contestao ao falso ensinamento da justificado pelas obras. Ser de bom alvitre tambm frisar que este

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 20

    mesmo personagem bblico apresentado por Tiago em oposio queles que negam o lugar das obras na vida do cristo.

    Benefcios da Justificao

    Paulo apresenta alguns destes benefcios: a) Rom. 5:1 Temos paz com Deus. b) Rom. 5: 2 Abre-se o caminho para nosso acesso a Deus. c) Rom. 5: 3 e 4 D-nos a esperana de uma vida melhor. d) Efs. 2:10 A justificao nos leva a produzir boas obras. e) Temos alegria e felicidade na vida. f) Proporciona-nos a esperana de uma vida futura.

    Qual a Minha Parte na Justificao? Parcialmente a resposta a esta pergunta j foi apresentada, mas podemos

    acrescentar: Preciso crer em Cristo. Crer confiar em tudo o que Ele faz e est fazendo por

    ns. "O que significa crer em Cristo? Significa sentir necessidade dEle; crer que Ele

    pode e quer salv-lo agora mesmo; e lanar-se sem reservas sobre Sua misericrdia, confiando unicamente nEle para a salvao."18

    Pastor Morris Venden, autor do livro Righteousness by Faith and the Three Angels Messages, escreveu:

    "Se gostareis de ter toda a mensagem da salvao unicamente pela f em Cristo, podeis sintetiz-la em dois versculos: S. Joo 15:5, que declara: 'Sem mim nada podeis fazer.' Quanto? 'Nada!' isso mesmo e nada mais!' A outra passagem Fil. 4:13: "Tudo posso naquele que me fortalece.' Quanto? 'Tudo'. to simples assim. O menor menino ou menina pode compreend-lo. Sem Cristo, nada posso fazer. Com Ele, tudo possa fazer. Portanto a nica coisa que posso realizar ir ter com Cristo. Isso tudo que posso fazer para ser salvo.''19

    Consciente de que nada posso fazer vou a Cristo, e a promessa bblica esta : ". . . e o que vem a mim, de modo nenhum o lanarei fora." S. Joo 6:37.

    Paulo, em suas epstolas emprega 154 vezes a expresso "estar em Cristo".

    Santificao O que santificao? Aps sermos justificados, o Senhor trabalhar em ns e por

    ns, na obra de preparar-nos para o Cu, isto santificao. A santificao pode ser comparada a uma escada com muitos degraus que levam

    da terra ao Cu. Mas s existe uma escada assim, e precisamos descobrir onde ela comea antes de tentar subir. Os caminhos que a ela conduzem so: O chamado de

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 21

    Deus, o arrependimento, a converso, a justificao, a regenerao ou novo nascimento. Cumpre a ns trilharmos estes caminhos.

    A palavra santificao apresenta uma gama muito variada de significados. Relacionada com os pertences do culto do santurio "pr parte para uso santo", "tornado livre do pecado", "purificado". Em nosso contexto, a palavra empregada no processo pelo qual, depois da justificao, o cristo deve desenvolver um carter que o qualifique para o cu.

    "A santificao comea por ocasio da converso, e continua atravs de toda a vida do crente. o gradual desenvolvimento de um carter semelhante a Cristo, produzido pela submisso do crente graa de Deus. Abrange todo o momento da vida, e de importncia progressiva. Significa perfeito amor, obedincia e perfeita conformidade vontade de Deus."20

    Os que se convertem a Cristo so por Ele santificados, isto , separados para Deus, e por isso denominados santos. Atos 9:32; Rom. 1:7.

    A santificao um processo de desenvolvimento espiritual, auxiliado pelo Esprito Santo, para que o homem possa prestar verdadeiro culto (servio) ao Pai. Rom. 12:1.

    Segundo a Bblia, o propsito da santificao que o velho homem deixe de viver e Cristo viva nele.

    Justificados pela f, declarados justos perante Deus, ou libertos da culpa de nossos pecados no passado, estamos preparados para a santificao ou para vencer o pecado em Cristo. Justificao a obra de Cristo por ns, enquanto santificao a obra de Cristo em ns. Disse algum que: "Converso dar o primeiro lugar para Deus em nossa vida, enquanto santificao permitir que Ele continue sendo o primeiro em nossa vida."

    A justificao deve trazer como conseqncia a santificao, tendo a Cristo como o orientador em nossa vida. Gl. 2: 20; Efs. 3:14-19.

    A aceitao de Cristo significa pautar a nossa vida pela Sua Palavra. Heb. 12:14. A Sua Santa lei deve ser o nosso padro de procedimento e de justia. Um carter formado semelhana de Cristo o alvo a ser atingido. Efs. 4:13. "Santidade constante acordo com Deus. No seremos ns aquilo que Cristo to

    grandemente deseja que sejamos cristos em atos e em verdade para que o mundo possa ver em nossa vida uma revelao do poder salvador da verdade? Este mundo nossa escola preparatria e enquanto aqui estivermos enfrentaremos provas e dificuldades. Mas estamos seguros enquanto nos apegarmos quele que deu Sua vida como uma oferta por ns..."21

    Paulo em suas epstolas deu muita nfase santificao como atestam os seguintes passos:

    a) Rom. 8:1-11. Estes versos revelam que a justificao pela f e a operao do Esprito resultam em uma vida de santidade.

    b) II Cor. 5:17. "E assim, se algum est em Cristo, nova criatura: as cousas antigas j passaram; eis que se fizeram novas."

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 22

    c) I Cor. 1:30. "Mas vs sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justia, e santificao, e redeno."

    d) Col. 2:6. "Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele." e) I Tess. 4:3. "Pois esta a vontade de Deus, a vossa santificao." Pedro faz apelo idntico: "Porque escrito est: Sede santos, porque eu sou Santo."

    I Ped.1:16.

    Diferena Entre Justificao e Santificao Na prpria igreja adventista no tem havido uniformidade na distino entre

    justificao e santificao, pois um de nossos lderes, na Austrlia, cr que justificao no inclui santificao; do outro lado, os americanos defendem que justificao pela f inclui santificao.

    Ellen G. White advertiu-nos para que no tentssemos "definir minuciosamente os delicados pontos de distines entre justificao e santificao" onde a inspirao silencia."22

    Barclay explica a diferena entre justificao e santificao nos seguintes termos: "Por meio de Jesus mudou-se nosso 'status quo' em relao a Deus. Pecadores

    que ramos fomos postos na devida relao para com Deus. Mas isto no basta. No s tinha que ser mudada nossa relao, mas tambm nosso estado. O pecador salvo no pode continuar pecador; tem de tornar-se homem reto. . . Aquele que mudou nossa relao para com Deus pode tambm mudar nossa estado. Comea Ele pondo os pecadores na devida relao com Deus, mesmo quando ainda so pecadores; prossegue Ele, por Sua graa, a habilitar esses pecadores a cessar seu pecado e tornarem-se homens bons. Existem nomes tcnicos para esses fatos. A mudana do nosso 'status quo' justificao; aqui onde comea todo o processa da salvao. A mudana de nossa estado santificao; aqui onde continua o processa de salvao e jamais termina, at que O vejamos face a face e sejamos semelhantes a Ele."23

    A seguinte frase de Ellen G. White oportuna para diferenar justificao e santificao:

    " imputada a justia pela qual somos justificados; aquela pela qual somos santificados, comunicada."24

    Hans K. LaRondelle afirma: "Existem dois erros que ameaam nossa compreenso da relao bblica entre a

    justificao e a santificao. Um deles a separao das duas, o qual ilegitimamente vai alm da distino que Paulo fez das mesmas. O outro a identificao total das duas de tal maneira que uma delas absorvida pela outra."25

    Paulo em Col. 2:6 nos apresenta a diferena entre estes dois processos de salvao: "Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele." Receber o Senhor Jesus Cristo justificao. Andar nele (permanecer nele) santificado.

    Morris Venden afirma:

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 23

    "A justificao pela f constitui o fundamento da salvao, e a santificao pela f representa as paredes erguidas sobre esse fundamento."26

    Poderamos acrescentar ser a glorificao o privilgio de habitar nesse edifcio para sempre.

    O pensamento seguinte digno de nota: "Se algum escritor quisesse interpretar as passagens da Escritura que se referem

    justificao pela f como se elas nos desobrigassem com respeito santidade, tal interpretao deveria ser rejeitada, porque contrria ao esprito do evangelho."27

    Seis meios usados para a Santificao dos Crentes: a) Deus. I Tes. 5:23. "O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o vosso

    esprito, alma e corpo, sejam conservados ntegros e irrepreensveis na vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo."

    b) Jesus Cristo. l Cor. 1:30. "Mas vs sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte da Deus sabedoria, e justia, e santificao, e redeno."

    c) O Esprito Santo. l Ped. 1:2. "Eleitos, segundo a prescincia de Deus Pai, em santificao do Esprito, para a obedincia e a asperso do sangue de Jesus Cristo: Graa e paz vos sejam multiplicadas."

    d) A Palavra. S. Joo 17:17. "Santifica-os na verdade; a tua palavra a verdade."

    e) Provas. Tiago 1:2-4. f) A Igreja. Efs. 4:11-13.

    Ellen G. White e a Santificao

    No livro A Santificao ela nos apresenta preciosas gemas sobre este assunto, de onde quero destacar apenas dois excertos:

    "A santificao bblica no consiste em forte emoo. Eis onde muitos so levados ao erro. Fazem dos sentimentos o seu critrio, Quando se sentem elevados ou felizes, julgam-se santificados. Sentimentos de felicidade ou ausncia de gozo no evidncia de que a pessoa esteja ou no santificada. No existe tal coisa como seja santificao instantnea. A verdadeira santificao obra diria, continuando por tanto tempo quanto dure a vida." Pg. 10.

    "A santificao uma obra diria. Que ningum se engane a si mesmo com a crena de que Deus lhe perdoar e o abenoar, enquanto est pisando um de Seus mandamentos. A prtica voluntria de um pecado conhecido silencia a testemunhadora voz do Esprito e separa de Deus a alma. Quaisquer que sejam os xtases do sentimento religioso, Jesus no pode habitar no corao que desrespeita a lei divina. Deus apenas honrar queles que O honram." Pgs. 102-103.

    "A santificao um processo pelo qual o crente se torna realmente santo e justo." A. B. Langston.

    Deus espera que seus filhos, pelo processo da santificao, alcancem o alvo que Ele tinha em vista quando lhe ofereceu o perdo e o regenerou.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 24

    Glorificao o ato final no processo da salvao. Paulo nos ensinou que ela viria em ltimo

    lugar. Rom. 8:30. a recompensa dos que foram justificados e santificados por Cristo. Rom. 8:19-

    23; 1 Tes. 4:16-17; II Ped. 3:13. A glorificao ser aps a segunda vinda de Cristo. As promessas relativas a este evento so muitas nas Escrituras, como nos revelam

    as seguintes passagens: a) Isa. 62:11. ". . . Eis que vem o teu Salvador; vem com Ele a Sua recompensa, e diante dele o

    seu galardo." b) I Tes. 4:17 ltima parte: ". . . e assim estaremos para sempre com o Senhor" d) II Tim. 4:8. "J agora a coroa da justia me est guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dar

    naquele dia, e no somente a mim, mas tambm a todos quantos amam a sua vinda." d) Apoc. 22:14. "Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras, para que lhes assista o

    direito rvore da vida, e entrem na cidade pelas portas." Os telogos falam da salvao em trs tempos como indicam os verbos no

    original grego: Passado Justificao. Fui salvo. o que Cristo fez por ns. Tito 3:5. Presente Santificao. Sou salvo. o que Cristo est fazendo por ns. I Cor.

    1:18. Futuro Glorificao. Serei salvo. o que Cristo far por ns. Rom. 5:9. O seguinte quadro apresenta uma sntese e cotejo das trs facetas da salvao: Justificao salvao de nossos pecados passados. Santificao salvao de nossos pecados presentes. Glorificao seremos salvos de um mundo de pecado, Justificao limpa os registros de nossa vida. Santificao conserva os registros limpos. Glorificao no h mais lembrana desses registros, Justificao liberta-nos da penalidade ou culpa do pecado. Santificao liberta-nos do poder do pecado. Glorificao liberta-nos da presena do pecado. Justificao entregamo-nos a Cristo. Santificao seguimos o caminho com Cristo.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 25

    Glorificao estaremos com Cristo. Justificao nosso ttulo para o cu. Santificao nossa idoneidade para o cu. Glorificao o privilgio de estar no cu. Justificao um ato de graa. Santificao o crescimento na graa. Glorificao o desfrute da graa. Justificao momentnea. Santificao prolonga-se por toda a vida. Glorificao estende-se por toda a eternidade. Justificao um processo pontilhar. Santificao um processo linear. Glorificao um processo imensurvel. A composio seguinte intitulada: Lugar da santificao, apesar de repetitiva em

    alguns de seus conceitos til para diferenar Justificao, Santificao e Glorificao.

    A Justificao o ponto de partida. A Santificao o caminho a percorrer. A Glorificao a meta a que se tem de chegar. A Justificao a lavagem das vestes. A Santificao andar com as vestes brancas. A Glorificao entrar nas bodas do palcio real. A Justificao nos faz sair do poo do pecado. A Santificao nos guarda de cair novamente nele. A Glorificao far desaparecer o poo. A Justificao a justia divina imputada ao pecador. A Santificao a santidade divina comunicada ao crente. A Glorificao a glria divina partilhada com o santo. A Justificao o ladro na cruz. A Santificao Enoque andando com Deus. A Glorificao assentar-se mesa com Abrao, Isaque e Jac. A Justificao Cristo na cruz do Calvrio.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 26

    A Santificao Cristo no trono da graa. A Glorificao Cristo em Sua 2 vinda em glria e majestade. A Justificao ocorreu quando estvamos no mundo (passado). A Santificao ocorre enquanto andamos pelo caminho que conduz ao cu

    (Presente). A Glorificao ocorrer quando chegarmos ao cu (futuro). A Justificao : "Eis que j ests so". A Santificao : "Vai-te e no peques mais". A Glorificao : "No haver lembrana das coisas passadas". A Justificao obra de um momento. A Santificao obra de toda a vida terrestre. A Glorificao obra da eternidade. A Justificao fazer o barco afundado flutuar. A Santificao a viagem de barco at o porto desejado. A Glorificao a chegada ao porto da salvao. "Por isso que Deus nos escolheu desde o princpio para a salvao pela

    santificao do Esprito e f na verdade." II Tess. 2:13.

    Referncias: 1. Ellen G. White, Review and Herald, 3-9-1889. 2. ____________, Obreiros Evanglicos, pg. 301. 3. ____________, Review and Herald, 28.5-1954. 4. ____________, Testemunhos Seletos, vol. II, pg. 366. 5. ____________, Educao, pgs. 125-126. 6. ____________, Christ Our Righteousness, pg. 607. A.G. Daniels. Ver Revista

    Adventista, maro de 1966, pg. 6. 7. Ellen G. White, Testemunhos para Ministros, pg. 456. 8. Catecismo de Westminster. 9. Justificao, Santificao e Glorificao, p. 27, Hans K. LaRondelle.

    10. Esboo de Teologia Sistemtica de A.B. Langston, pg. 285. 11. Doutrina da Salvao, pg. 56, Hans K. LaRondelle. 12. A Justia da F, pg. 69. 13. O Homem Uma Pessoa Vivente, pg. 188. 14. SDABC, vol. 6, pg. 509. 15. O Desejado de Todas as Naes, pg. 280. 16. 6.000 Illustrations, pg. 400. 17. O Aspecto Jurdico da Justificao, pgs. 17 e 18 Josu A. de Oliveira. 18. Teologia Sistemtica de Strong, pg. 840.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 27

    19. Meditaes Matinais, 11-2-1981. 20. Introduo da Lio da Escola Sabatina de 8 de agosto de 1959. 21. Manuscrito 61, 2-7-1903. Citado em Meditaes Matinais de 2-7-1983. 22. Comentrio sobre Romanos 3:24-28 do SDABC. 23. The Letter to the Romans, pgs. 75 e 76. 24. Mensagens aos Jovens, pg. 35. 25. Doutrina da Salvao, pg. 20. 26. Meditaes Matinais 11-2-1981. 27. Histria, Doutrina e Interpretao da Bblia, pg. 153 Joseph Angus.

    F E OBRAS

    Para boa compreenso de qualquer assunto necessrio definir palavras para ter

    noes exatas do seu significado. Que f? Dentre tantas definies coligidas estas se avultam por sua expressividade: "A f um ato pelo qual o homem se entrega a Deus." Bblia de Jerusalm,

    pg. 1472. Conservando a idia anterior, mas usando outras palavras: a completa entrega

    da nossa vida aos cuidados de Deus. "F a reao do homem diante de uma ao de Deus." Meditaes Matinais 6-

    5-1981. Em Romanos 12:3 Paulo nos lembra que a f constitui um dom concedido a cada

    pessoa. Sua definio real segundo o sentido que Jesus lhe deu : confiana. Assim a definiu Ellen G. White: "A f a confiana em Deus, ou seja a crena de

    que ele nos ama e conhece perfeitamente o que para o nosso bem." Educao, pg. 253.

    "F salvadora uma transao, mediante a qual, os que recebem a Cristo se ligam em concerto com Deus." Obreiros Evanglicos, pg. 261.

    a atitude de completa confiana em Cristo, de dependncia exclusiva dele e ainda o abandono pelo homem de toda a confiana em seus prprios esforos para obter a salvao.

    O Novo Dicionrio da Bblia, editado em portugus por R, P. Shedd, vol. II, pg. 609, explica o que f: "F significa lanar-se sem reservas nas mos misericordiosas de Deus."

    F significa apegar-se s promessas de Deus em Cristo, dependendo inteiramente

    da obra terminada de Cristo referente salvao. F implica em completa dependncia de Deus e plena obedincia ao Senhor. F

    o ato de entrarmos numa relao de concerto com Deus. Cristo deu f um valor importante na salvao, como nos mostram as passagens

    de Mat. 15:28 e Luc. 7:50.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 28

    F no Velho Testamento

    A palavra encontrada apenas duas vezes. Deut. 32: 20 e Habacuque 2:4

    (hebraico e). Seria seu exguo emprego o desprestgio da f, no Velho Testamento? No.

    Embora a palavra seja pouco freqente, a idia de f salientada por vocbulos que transmitem o mesmo sentido, tais como: crer, confiar, esperar, que ocorrem em abundncia.

    Mesmo nestas duas passagens, os comentaristas acham que os termos hebraicos mais significam lealdade, perseverana, fidelidade, do que f.

    era confiana em Deus (YHWH). Para Paulo, f (pistis) confiana em Cristo.

    F em o Novo Testamento

    No Novo Testamento, a f altamente preeminente, porque agora Cristo se

    tornou muito mais real. O substantivo pistis (f) aparece 243 vezes; o verbo pisteo (exercer f, crer,

    confiar) se encontra 241 vezes, enquanto o adjetivo pistos = fiel, ocorre 67 vezes.

    Salvao e Boas Obras Boas obras podem ser definidas assim: obedincia s leis de Deus, prestar-lhe

    adorao, levar uma vida santa, praticar a caridade, visando granjear mritos para a salvao. Nas palavras de Paulo seriam as "obras da lei".

    Biblicamente, ou de acordo com Tiago, a pessoa justificada diante de Deus deve pr em ao a sua f, realizando boas obras. Teologicamente n6s as chamaramos obras da f, da graa ou do amor.

    A salvao no o fruto das boas obras. Por mais significativas que sejam nossas boas obras elas no podem desfazer os nossos pecados, porm, ao aceitar a Cristo desejamos fazer o bem.

    Ellen G. White comentando Rom. 3:20 e 21 disse: "Que ningum assuma a restrita e mesquinha posio de que qualquer das obras

    do homem possa ajudar de alguma maneira a saldar a dvida de sua transgresso. Este um engano fatal.

    "Entende-se este assunto to vagamente que milhares e milhares de pessoas que pretendem ser filhos de Deus so filhos de Satans, devido a confiarem em suas prprias obras. Deus exigiu boas obras, a lei as reclama, mas como o homem se colocou em pecado, onde suas boas obras eram destitudas de valor, somente a justia de Deus pode valer.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 29

    "Tudo o que o homem pode fazer, concernente sua prpria salvao, aceitar o convite: Quem quiser tome de graa da gua da vida." The SDA Bible Commentary, vol. 6, pg, 1071.

    O homem sempre comete um erro em religio quando transforma meios em fins. Jejum, orao, ir igreja, guardar o sbado, praticar boas obras no so fins, mas meios que nos ajudam na vida espiritual.

    Se nossas obras nos garantissem a salvao privaramos a Cristo de ser nosso Medianeiro, nosso Salvador.

    Qual a Posio Adventista Sobre F e Obras?

    "Dentre as nossas crenas fundamentais com os cristos conservadores e os

    credos protestantes histricos, cremos: "Que a salvao por meio de Cristo pela graa somente, pela f em seu sangue.

    Que o homem justificado pela f." Questions on Doctrine, pg. 22. Nossa crena est fundamentada em Rom, 3: 28. "Conclumos, pois, que o

    homem justificado pela f, independentemente das obras da lei." O verso 27 de Rom, 3 torna claro, que se o homem fosse justificado pelas obras, ele teria razes para se vangloriar, mas sendo justificado porque Jesus o objeto de sua f, ento todo o crdito pertence a Deus,

    E. G. White, com muita propriedade, nos ensina que toda a glria pertence a Deus, ao definir justificao da seguinte maneira: " a obra de Deus ao lanar a glria do homem no p e fazer pelo homem aquilo que ele por si mesmo no pode fazer." Testemunhos para Ministros, pg. 456.

    "Ser justificado sem obras significa ser justificado sem que haja qualquer mrito de nossa parte na justificao." SDABC, vol. 6, pg. 509.

    A mensageira deste movimento muito escreveu sabre a relao entre f e obras, Eis uma de suas declaraes:

    "As obras jamais nos salvaro; o mrito de Cristo que tem eficcia. Por meio da f nele, Cristo torna todos os nossos imperfeitos esforos aceitveis a Deus. A f que devemos ter no a f inoperante; a f salvadora a que opera por amor e purifica a alma," Signs of the Times, 16-6-1890.

    Se a pessoa no salva por meio de obras, muitos concluem ento que no h

    necessidade de praticar boas obras. necessrio fazer bem claro a diferena entre fazer obras visando alcanar a salvao e praticar obras porque a pessoa foi salva.. . No primeiro caso boas obras so causa ou meio de salvao; no segundo, as boas obras so o resultado, os frutos daquele que nasceu de novo.

    Lutero e as Boas Obras

    Lutero foi um homem extraordinrio, levantado por Deus para combater as trevas

    espirituais, que se alastravam pelo mundo em conseqncia de ensinos no

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 30

    sancionados pelas Escrituras. Entre estes falsos ensinos se encontrava a importncia que a Igreja Catlica deu s obras no plano da salvao. Sentencia ela: O Homem salvo pela f e pelas obras. Para ela as obras esto em p de igualdade com o sacrifcio de Cristo na cruz do Calvrio. A igreja fez uma grande confuso de "meios" e "fins". Se as obras salvassem, os homens teriam do que se gloriar e por seu intermdio alcanariam o cu. Jesus Cristo o nico caminho para o cu. As obras nunca foram meios de salvao.

    O Pai da Reforma combateu tenazmente o ensino catlico, mas como homem sujeito a falhas e imperfeies foi a outro extremo anulando totalmente as obras.

    Ensinava ele: exaltemos a f e a f somente. Nada de obras, nem para a salvao (aqui ele estava bem certo), nem para o salvo (nesta afirmao ele estava errado, porque contrria ao ensino bblico).

    Ele descobrira pelo estudo de Romanos e Efsios que a justificao independente das obras (Romanos 3:21 a 31; Efsios 2:8 e 9).

    Lutero, no compreendendo bem que as boas obras so o efeito e no a causa da nossa salvao, no soube harmonizar Paulo com Tiago.

    Escudado em Paulo, que o grande telogo do Novo Testamento, concluiu que a salvao era independente das obras, como declara ele em Rom. 3:24 e Efs. 2:8-9; por isso no podia aceitar o que Tiago afirmava no captulo 2 verso 24.

    Chegou a ser impiedoso para com Tiago, chamando a sua carta de Epstola de Palha, afirmando ainda que daria seu barrete de doutor a quem pudesse harmonizar Paulo e Tiago.

    bom saber que somos salvos: a) Pela graa a fonte. Rom. 3:24; Efs. 2:8. b) Pelo sangue o meio. Rom. 5:9. c) Pela f o mtodo. Rom. 5:1. d) Pelas obras so os frutos, as evidncias. Tiago 2:24.

    O Crente e as Obras O crente no pratica boas obras para ser salvo, porm est salvo pela f em

    Cristo, por isso as pratica. Enas Tognini no livro O Cristo e as Obras, pgina 20, nos apresenta esta

    importante verdade: "Em Efsios 2:8, Paulo, pelo Esprito Santo diz: 'Pela graa sois salvos mediante

    a f. . .' Nesta maravilhosa escritura temos as duas partes envolvidas no plano da salvao: Deus e o homem. Da parte de Deus a Graa. Graa favor de Deus, presente de Deus. A Mo de Deus est estendida para o homem com o presente eterno, que Jesus. O Salvador lhe oferecido inteiramente de graa, isto , sem dinheiro e sem preo. A parte do homem a F. O homem estende a sua mo e recebe de Deus o

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 31

    presente que Jesus. E nesse ato de Deus dar e o homem receber, consumou-se a salvao."

    A parte do homem apenas dizer: "Sim, eu aceito o sacrifcio que Cristo fez por mim, eu creio." Isto f.

    As boas obras so condenadas quando praticadas visando salvao, porm, so

    necessrias e aceitas por Deus como resultado da salvao que Cristo nos oferece gratuitamente.

    As Escrituras aconselham a prtica das boas obras quando realizadas com o Esprito de Cristo obras da f, da graa ou do amor.

    Os textos bblicos exaltadores das boas obras so abundantes: a) Salmo 90:17 "Confirma sobre ns as obras das nossas mos," b) Prov. 10:16 "A obra do justo conduz vida." c) Ecles. 12: 14 "Porque Deus h de trazer a juzo todas as obras at as que

    esto escondidas, quer sejam boas, quer sejam ms," As seguintes passagens de Paulo so a comprovao mxima de que ele esperava

    que os crentes praticassem boas obras como frutos da salvao. a) Tito 2:7 "Torna-te, pessoalmente, padro de boas obras." b) Col. 1:10 ". . . frutificando em toda a boa obra." c) I Tim. 6:18 "Que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras." d) Efs. 2:10 "Pois somos feitura dele, criados em Cristo para as boas obras." e) Atos 9:36 "Tabita era notvel pelas boas obras que fazia." f) Apoc. 2:10 "Conheo as tuas obras." g) Mat. 21:18-20. A condenao da figueira que no produzia frutos a prova

    mxima do desejo de Cristo que Seus filhos produzam boas obras. "Devemos ter receio de uma religio em que as pessoas simplesmente se

    assentam, esperam e no fazem nada." Meditaes Matinais, 14.7.1981. A f e as obras so coisas excelentes, mas cada uma no lugar que a Bblia lhe

    destina no plano da salvao. Aps a Associao Geral de Minepolis (1888), declarou E. G. White que as

    pessoas estavam em "grande perigo de adotar conceitos errneos sobre a f e as obras." (Ms. 23, 1891), em virtude do estudo da Justificao pela F, que muitos aceitaram, outros assumiram posio neutra, mas alguns a rejeitaram. Visando orientar a Igreja ela escreveu artigos e proferiu sermes esclarecedores. Dezoito deles esto reunidos no opsculo: F e Obras.

    Paulo e Tiago se Harmonizam Os crticos da Palavra de Deus chegam a afirmar que a Bblia entra em

    contradio consigo mesmo, no tocante f e s obras. Parece haver contradio entre

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 32

    Paulo e Tiago neste sentido se compararmos Rom. 3, 4 e Gl. 3 com Tiago 2. O estudo cuidadosa dos escritos dos dois nos comprova que no h nenhuma incoerncia entre ambos luz dos princpios exegticos. Uma anlise serena nos leva concluso de que h perfeita harmonia entre os dois.

    Os passos seguintes nos ajudaro a equacionar o problema enfrentado por Lutero e por muitos estudiosas da Bblia.

    1) Fazer um confronto entre as passagens aparentemente conflitantes, isto , coloc-las uma ao lado da outra: Rom. 3:20-31; Gl, 3: 6-14 e Tiago 2: 14-26.

    2) A leitura atenta dessas pores, especialmente no Novo Testamento Vim suficiente para esclarecer o sentido.

    3) O estudo do contexto das epstolas valiosa para ampliar a nossa compreendo.

    Tiago se dirige a Judeus (1:1) "s doze tribos que se encontram na Disperso". Eram cristos ou crentes em Cristo. No captulo 2 ele os chama 4 vezes de irmos (versos 1, 5, 14 e15). Se eram crentes j tinham a Cristo no corao, Sendo crentes no iam fazer obras para alcanar a salvao, apenas deviam pratic-las para provar que eram crentes. Eles afirmavam ter f, mas Tiago a chama de "morta", porque no a evidenciavam nas obras.

    Paulo escreveu aos Glatas, porque os membros das igrejas da Galcia, influenciados por mestres judaizantes pensavam que adquiririam a salvao cumprindo as obras e mincias do judasmo (Gl. 2:16; 3:1-6). Paulo torna claro que ningum poderia ser salvo por suas aes ou pela guarda da lei.

    Em Romanos 3:28 ele diz: "somos salvos pela f em Cristo, e no pelas obras boas que fazemos" (Novo Testamento Vivo).

    Tiago 2:24 "Assim vocs vem que a pessoa aprovada por Deus por meio de suas aes, e portanto, que um homem salvo pelo que faz, como pelo que cr". (Novo Testamento Vivo).

    Onde Paulo diz "f", Tiago afirma "obras". So contraditrios? No. Paulo est escrevendo para judeus que queriam alcanar a salvao guardando preceitos da lei, fazendo as boas obras.

    A pessoa salva do pecado somente por Cristo. "Nada que v alm de Cristo" (Gl. 1:9). Para o cu s h um caminho, Cristo (Joo 14:6); a salvao s possvel por Ele (Atos 4:12); Ele o nico mediador (I Tim. 2: 5).

    "A vida de Cristo que est no convertido ter que manifestar-se em obras, no para viver, mas porque est vivo, no para se salvar, mas porque est salvo. Paulo nunca combateu obras para o salvo, pelo contrrio, estimulou-as repetidamente. Paulo condenou, e isso sim, obras como meio de salvao." O Cristo e as Obras, de Enas Tognini, p. 55.

    Paulo e Tiago estavam no mesmo palco, de costas um para o outro, cada um tratando com problemas especficos.

    Paulo combatia o legalismo (o uso indevido da lei, o esforo para obter mritos atravs de obras). Tiago enfrentava o problema do intelectualismo, pessoas que tinham uma f na mente. Defendiam que a f, sem as obras, suficiente. Tiago diz a estes que

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 33

    eles no tinham f, porque no a revelavam em obras de amor. Tiago no acredita em f e obras, mas em f que opera.

    Paulo condena as obras da lei e Tiago defende as obras da f, do amor ou da graa.

    Se o contexto indica que eles esto falando de obras diferentes, a hermenutica nos instrui que diferente deve ser a sua explicao.

    Tognini no mesmo livro e mesma pgina j citados conclui: "Se uma pessoa diz que cr em Jesus, prove isso realizando algo. Paulo atenta

    para a causa da salvao, Tiago para os efeitos da mesma salvao; Paulo fala em f, Tiago em obras, ambos, porm, se referem mesma salvao; f que produz obras e obras que provam a f."

    O que mais intrigava a Lutero era que Paulo e Tiago defendiam suas posies aparentemente contraditrias com o mesmo exemplo bblico, o de Abrao. Paulo afirma que o Patriarca foi justificado pela f, sem qualquer obra de lei; enquanto Tiago diz que Abrao foi justificado por obras, quando estava disposto a oferecer o seu filho ao Senhor. Paulo olha para o ato da salvao, o momento em que o Senhor entrou e possuiu o corao do Patriarca; Tiago, porm, contempla o efeito dessa f, que se manifestou no oferecimento de Isaque no monte Mori.

    Enas Tognini conclui de maneira feliz suas ponderaes ao dizer: "Paulo contempla a causa da salvao, que a f em Cristo e Tiago o efeito da

    mesma salvao que so as obras. Paulo no combateu as obras, nem Tiago a f. Cada uma delas legtima em seu devido lugar."

    Em Gnesis 15 Abrao foi justificado pela f (Paulo cita o verso 61, mas em Gnesis 22, Deus justificou Abrao por suas obras, mas obras de f. F em ao o que Tiago nos apresenta no capitulo 2 de seu livro, ilustrando-a com a experincia de Abrao relatada. o captulo do sacrifcio.

    Concluses

    "Que ningum diga que vossas obras nada tm que ver com vossa categoria e

    posio diante de Deus. No juzo, a sentena pronunciada ser de acordo com o que tenha sido feito ou deixado de fazer." Mensagens Escolhidas, livro 1, pg, 381.

    Como igreja jamais depreciemos as boas obras, porque "a justia de Cristo consiste em aes corretas e boas obras provenientes de motivos puros e altrustas." Testimonies, vol., 3, pg. 528.

    errado pensar em Paulo enaltecendo a f e apoucando as obras e julgar que

    Tiago exalta as obras e minimiza a f. Paulo condena as obras para a salvao, mas a exemplo de Tiago conclama os

    crentes, que aceitaram a Cristo, para as praticarem.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 34

    F e obras longe de serem princpios contraditrios, quando biblicamente compreendidas, ambas so processos de salvao, apenas dois lados de uma grande verdade que o Esprito Santo nos ajuda a harmonizar.

    Nota

    Dentre as fontes consultadas para este captulo, as mais expressivas foram: O Cristo e as Obras, de Enas Tognini. F e Obras de E. G. White. Justificao, Santificao e Glorificao de Hans LaRondelle.

    LEI E GRAA

    Introduo Infelizmente, membros de Igrejas Evanglicas e at estudantes de Teologia de

    certas faculdades crem firmemente que a lei se ope graa. Anote estas declaraes: "Pondo o assunto em seu devido lugar, somente quando a lei feita um meio de

    salvao, entra ela em choque com os princpios da graa. A lei destina-se a revelar o pecado; a graa destina-se a salvar do pecado. Nenhum conflito pode existir entre ambas."1

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 35

    Os dispensacionalistas, contrariando o ensino bblico, tm defendido duas pocas distintas: dispensao da lei Velho Testamento e dispensao da graa Novo Testa mento.

    A finalidade deste estudo harmonizar a lei com a graa, colocando cada uma em seu devido lugar.

    Comentrios Gerais

    I. Que Lei? Na Bblia, a palavra empregada com mltiplos significados. a) Designa o Pentateuco. Luc. 24:44. b) A lei dada a Moiss no Monte Sinai. Rom. 5:13; Gl. 3:17,19. c) empregada no sentido de expresso da vontade de Deus e do Seu carter

    justo e santo. Rom. 3:20; 7:12; I Tim. 1:8; Tiago 1:25. Em outras palavras: a expresso do carter de Deus em termos humanos.

    Como igreja cremos nesta trplice finalidade da lei. 1) Ela nos mostra o pecado ou convence-nos de que somos pecadores. "Pela lei

    vem o pleno conhecimento do pecado." Rom. 3: 20. 2) Guia o pecador a Cristo. Efs. 4:24-25. 3) Ser a norma do juzo. Tiago 2:12. As leis so as normas estabelecidas por Deus para que por elas pautemos a nossa

    vida. II. O que Graa? a) Favor imerecido. Ddiva a que se no faz jus. b) uma qualidade intrnseca de Deus, que brota do Seu amor por ns, levando-

    o a fazer tudo em nosso favor a fim de que possamos ser salvos. c) a fonte de nossa salvao. "Porque pela graa sois salvos, mediante a f; e

    isto no vem de vs, dom de Deus." Efs. 2:8. d) "Graa a mo de Deus que se estende em direo a Terra. F a mo do

    homem que se ergue para pegar a mo de Deus." Dicionrio Adventista. e) a aceitao do homem por parte de Deus.

    "A graa divina, eis o grande elemento do poder salvador; sem ela, todo o esforo humano intil." CPPE, pg. 487.

    f) Elemento divino que nos d poder para obedecer lei de Deus. "Sem a graa de Cristo impossvel dar um passo em obedincia lei de Deus." Selected Messages, vol. 1, pg. 372.

    g) "A graa uma qualidade que d ao homem a fora de executar as exigncias de Deus." Lutero.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 36

    Os Adventistas e a Lei Como igreja j fomos acusados de crermos na justificao pela obedincia lei. uma realidade inegvel, que antes de 1888 nossos pregadores encareciam muito

    a lei de Deus, mas aps a Conferncia Geral de Minepolis graas atuao segura de Ellen G. White e os estudos dos pastores Waggoner e Jones passamos a encarecer a Justificao pela F.

    A acusao de crermos que somos salvos pela guarda dos mandamentos infundada. Ningum poder provar atravs de nossas sermes e de nossa literatura esta idia antibblica.

    A rica bibliografia adventista confirma que jamais atribumos lei uma funo salvadora. Nossa posio quanto aos Dez Mandamentos esta: So grandes preceitos morais, imutveis, obrigatrios a todos os homens, em todas as pocas. xo. 20:1-17.

    Aceitamos a declarao do eminente telogo batista, Strong, em sua Teologia Sistemtica, pg. 538:

    "A lei de Deus , por conseguinte, simplesmente uma expresso da natureza divina, em forma de reivindicaes morais."

    No pargrafo oitavo, das Crenas Fundamentais dos Adventistas do Stimo Dia

    se encontra: "O homem justificado, no pela obedincia da lei, mas pela graa que h em

    Cristo Jesus. Aceitando a Cristo, ele reconciliado com Deus, justificando por seu sangue quanto aos pecados cometidos no passado e salvos do poder do pecado pela permanncia de Sua vida nele."

    A seguinte declarao de Santo Agostinho oportuna: "Pela lei tememos a Deus,

    pela graa confiamos nele."

    O Legalismo e a Guarda dos Mandamentos Nos dias de Paulo havia trs erros concernentes lei e graa, erros esses que

    tm perdurado at os nossos dias. Esses erros so: 1) O Legalismo o ensino que somos salvos pelas obras, observando

    cerimnias e preceitos da lei. O livro de Romanos refuta esse erro. 2) O Antinomianismo. Ensina que se somos salvos pela graa, no faz diferena

    alguma como vivemos e nos conduzimos. A epstola de Tiago uma resposta a este erro doutrinrio. 3) O galacianismo. o ensino que somos salvos pela graa, mas, aps isto,

    somos guardados pela lei. Em outras palavras: Somos salvos pela f e obras. Paulo guiado pelo Esprito Santo escreveu a carta aos Glatas combatendo esta heresia. Ver Novo Testamento Interpretado, de Russel Norman Champlin, 4 vol. pg. 435.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 37

    Deploravelmente, h muita gente entre ns no sabendo distinguir o legalismo da guarda dos mandamentos. Legalismo no guardar a lei, obedecer a Deus, mas guardar a letra da lei para obter mritos diante de Deus. Legalismo o mau uso da lei.

    A obedincia necessria, mas depender de nossa obedincia para a salvao totalmente contrria ao esprito do evangelho.

    Os judeus afirmavam que Jesus no interpretou bem a lei, quando sabemos que Ele o verdadeiro intrprete da lei.

    Nossa atitude para com a lei deve ser a que Cristo teve, como est relatada na profecia messinica de Isaas 42:21 "Foi do agrado do Senhor, por amor de sua prpria justia, engrandecer a lei e faz-la gloriosa."

    Hal Lindsey na obra Satan is Alive and Well on Planet Earth, pg. 163, escreveu: "Se procurarmos ser justificados como crentes pela obedincia a qualquer lei,

    negamos o poder de Cristo em nossa vida. Isto o que Paulo afirma em Gl. 5:1-5. "Obedincia o resultado de um relacionamento espiritual com Cristo e no o

    meio para alcanar esse relacionamento." Ellen G. White escreveu: "H dois perigos contra os quais os filhos de Deus particularmente aqueles s

    que s h pouco aceitaram Sua graa devem, especialmente, evitar. O primeiro. . . o de considerar as prprias obras, confiando em qualquer coisa que se possa fazer, a fim de se colocar em harmonia com a vontade de Deus. Aquele que procura se tornar santo por suas prprias obras, guardando a lei, tenta o impossvel. Tudo que o homem possa fazer sem Cristo est poludo de egosmo e pecado. . . .

    "O erro oposto e no menos perigoso o de que a crena em Cristo isenta o homem de guardar a lei de Deus, considerando que somente pela f que nos tornamos participantes da graa de Cristo e que as obras nada tm que ver com nossa redeno." Caminho a Cristo, pgs. 59-60.

    O Bispo Hopkins ensinou: "Pregar a justificao pela lei, como um concerto, legalismo e torna sem efeito

    a morte e os mritos de Jesus Cristo. Mas pregar a obedincia lei como regra, evanglico."

    Paulo e a Lei

    H algumas expresses paulinas que so mal compreendidas porque no so

    explicadas de acordo com uma exegese correta. Paulo escrevendo a Timteo (I Tim. 1:8) exps a sua concepo sobre a lei.

    "Sabemos, porm, que a lei boa se algum dela se utiliza de modo legitimo." A traduo da The New English Bible transmite bem a idia do original: "A lei uma excelente coisa, contanto que a consideremos como lei".

    I. "Morrer para a Lei" Em Rom. 7:4-6 ele declara que morremos para a lei e fomos dela libertados.

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 38

    Em Glatas 2:19 afirma: "Porque eu, mediante a prpria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. .."

    O contexto e outros princpios exegticos nos informam que as expresses: "morrer para a lei" e "ser libertados da lei" significam o seguinte: O lao que nos ligava lei como caminho para ser aceito por Deus tem que ser quebrado.

    Notem a declarao do comentarista Stamm: "A morte para, a lei significa deixar de obedecer lei como meio que nos assegura a boa vontade divina."

    Morrer para a lei, jamais quis significar que no temos mais a obrigao de guardar a lei, mas sim morrer para a lei como meio de justificao.

    "Quem procura alcanar o cu por suas prprias obras, guardando a lei, tenta uma impossibilidade." Mensagens Escolhidas, livro 1, pg. 364.

    Os fariseus ensinavam que a "" encerra os elementos da vida dos judeus; todos quantos lhe obedecessem viveriam, e aqueles que lhe fossem desobedientes morreriam. (Ver Deut. 30:11-20).

    Com a expresso "morrer para a lei" Paulo fazia referncias ao rompimento da crena que a guarda da lei era o caminho para nossa aceitao perante Deus.

    II. "No estais debaixo da lei" Muitos evanglicos citam a expresso de Paulo: "no estamos debaixo da lei"

    (Rom. 6: 14-15; Gl. 5:18), querendo significar que a lei moral foi abolida. Os adventistas ensinam que "debaixo da lei' significa "debaixo da condenao da

    lei". No estar debaixo da lei no quer dizer estar desobrigado de cumpri-la, mas sim no ser culpado de sua transgresso. A nica maneira de no estarmos debaixo da lei cumpri-la. Se transgredimos uma lei, incorremos em multa, priso, ou qualquer punio enfim.

    A lei nos informa o que devemos fazer, a graa nos lembra que devemos aceitar a Cristo, porque Ele nos capacita a cumprir as exigncias da lei. A graa divina no erradica a lei dando ao homem licena para pecar. Isto amplamente expresso em Romanos 6-8.

    O que Paulo fez foi condenar terminantemente crenas errneas dos judeus como as seguintes: a lei para ele era equivalente ao plano divino para a salvao do mundo; o homem era aceito por Deus guardando os seus mandamentos.

    III. "Sem lei se manifestou a justia de Deus" Rom. 3:21. Com esta declarao Paulo tinha em mente a justia independente das obras da

    lei, dos mritos humanos. IV. "O Sbado findou na cruz" O Sr. Walter Martin, no livro The Truth About Seventh Day Adventism afirma

    que o sbado como lei se cumpriu, no sendo mais obrigatrio aos cristos. Na pgina

  • Explicao de Textos Difceis da Bblia 39

    161 ele afirma: "Em mais de um lugar, o Novo Testamento comenta desfavoravelmente sobre a prtica de qualquer tipo de observncia legalista de dias", acrescentando mais adiante que "o apstolo Paulo ensinou que o sbado, assim como a lei se cumpriu na cruz e no era obrigatrio aos cristos."

    Em defesa de suas afirmaes cita textos do Novo Testamento, sendo o primeiro deles Col. 2:13-17. A explicao para este texto bblico se encontra em nossa apostila: Leia e Compreenda Melhor a Bblia.

    Poucos versos do prprio Paulo so suficientes para provar que ele jamais foi contra a lei.

    Rom. 3:31 "Anulamos, pois, a lei, pela f? No, de maneira nenhuma, antes confirmamos a lei."

    Rom. 7:12 "Por conseguinte, a lei santa; e o mandamento, santo e justo e bom."

    A. R. Vidler, em seu livro Natural Law, pg. 25, escreveu: "A lei de utilidade aos crentes como um padro de obedincia a Deus, na vida

    de f, por meio da qual os frutos do Esprito possam surgir."

    Aparente Contradio de Paulo "O objetivo da Epstola aos Romanos, comparado com o da Epistola aos Glatas,

    explica uma aparente contradio entre as duas cartas: Numa, permitida a observncia dos dias (Rom. 14:5); noutra, proibida