pedido de providências - cnj - greve

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_____________________________________________________________________ Rua Dr. Nelson de Sá Earp, 95/301 e 303 – Centro – Petrópolis – RJ Praia do Flamengo, 66 - Bloco B - Grupo 418 - Flamengo Park Towers - Rio de Janeiro / RJ SEPN QD 504 BLOCO "C" ED.MARIANA 201.217.219 – Brasília - DF EXMO. SR. DR. PRESIDENTE DO E. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA JOÃO RICARDO AYRES DA MOTTA, brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB-RJ sob o n o . 84.803 e inscrito no CPF sob o n o . 011.200.847-09, e, JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO ALMEIDA FILHO, brasileiro, separado judicialmente, advogado inscrito na OAB-RJ sob o n o . 71.627 e inscrito no CPF sob o n o . 954.376.227-91, indicando o endereço da rua Dr. Nelson de Sá Earp, 95/301 e 304, na cidade de Petrópolis, ambos em causa própria, vêm postular PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS COM PEDIDO LIMINAR contra o EXMO. SR. DR. PRESIDENTE DO E. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, autoridade com sede na cidade do Rio de Janeiro, na av. Presidente Antônio Carlos, 375, 10º andar, e o SINDICATO DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, entidade sindical que vem atuando como substituto processual, com sede na cidade do Rio de Janeiro, na Travessa do Paço, 23 - 13º/14º and., Centro o que faz pelos fatos e fundamentos a seguir perfilados:

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Os advogados João Ricardo Ayres da Motta e José Carlos de Araújo Almeida Filho ajuizaram no Conselho Nacional de Justiça pedido de providências contra a greve dos serventuários.

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Praia do Flamengo, 66 - Bloco B - Grupo 418 - Flamengo Park Towers - Rio de Janeiro / RJ SEPN QD 504 BLOCO "C" ED.MARIANA 201.217.219 – Brasília - DF

EXMO. SR. DR. PRESIDENTE DO E. CONSELHO NACIONAL DE

JUSTIÇA

JOÃO RICARDO AYRES DA MOTTA, brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB-RJ sob o no. 84.803 e inscrito no CPF sob

o no. 011.200.847-09, e, JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO ALMEIDA FILHO, brasileiro, separado judicialmente, advogado inscrito na OAB-RJ sob o no. 71.627 e

inscrito no CPF sob o no. 954.376.227-91, indicando o endereço da rua Dr. Nelson de

Sá Earp, 95/301 e 304, na cidade de Petrópolis, ambos em causa própria, vêm postular

PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS COM

PEDIDO LIMINAR

contra o EXMO. SR. DR. PRESIDENTE DO E. TRIBUNAL DE

JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, autoridade com sede na

cidade do Rio de Janeiro, na av. Presidente Antônio Carlos, 375, 10º andar, e o

SINDICATO DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO, entidade sindical que vem atuando como

substituto processual, com sede na cidade do Rio de Janeiro, na Travessa do Paço, 23 -

13º/14º and., Centro o que faz pelos fatos e fundamentos a seguir perfilados:

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INICIALMENTE

O presente pedido de providências encontra arrimo

no art. 103-B, § 4º, I, II e III, de competência do Conselho, e, ainda, nos termos do § 5º,

do mesmo dispositivo, pelas alíneas I, II e III da Constituição da República, com a

redação que lhe foi conferida pela Emenda Constitucional 45/2004.

É que diante da grave crise que assola o Tribunal

de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, deflagrada pelos serventuários, sem qualquer

providência legal de qualquer órgão, os peticionários valem-se do texto constitucional

para reclamar deste Conselho, através de seu plenário e da Corregedoria, providências

que impliquem no restabelecimento da ordem no referido órgão judicial.

Somente a fim de concluir esta parte introdutória,

e, após terem os requerentes lido a página inicial deste E. Conselho, certamente a

medida a que se pretende alcançar entre os dias 01 a 05 de dezembro se tornará inviável,

ou, acaso assim não seja, somente beneficiária aos advogados e partes da Capital, mas

jamais do interior do Estado do Rio de Janeiro:

“Mutirão da Justiça do Rio vai antecipar mais de duas mil audiências

Quinta, 13 de Novembro de 2008

RIO - O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), realizará a Semana Nacional pela Conciliação, de 1º a 5 de dezembro próximo, antecipando mais de duas mil audiências que só se realizariam em meados de 2009. A Justiça priorizará a solução conciliatória para que os processos sejam resolvidos por acordo. A meta é superar os índices alcançados em 2006 e 2007, de 61% e 68%, respectivamente. O mutirão contará com a participação de 200 juízes togados, leigos e conciliadores no FORO CENTRAL DO RIO, sem contar com o incremento das audiências de conciliação nos juizados de todo o Estado. A novidade deste ano será a realização de 900 audiências nos ônibus da Justiça Itinerante, que ficarão estacionados em frente ao Foro Central, equipados com três salas, computadores, impressoras e toda infra-

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estrutura necessária para a realização de audiências de conciliação, instrução e julgamento. A previsão do desembargador Murta Ribeiro, presidente do Tribunal de Justiça, é alcançar 70% nos índices de conciliação, superando a marca nacional divulgada pelo CNJ, de 42,4% no ano passado. O presidente do TJRJ disse que o crescimento imprevisível e exponencial da demanda nos Juizados Especiais Cíveis alcançou seu ápice em setembro deste ano, quando foram ajuizadas mais de 2.500 ações em cada juizado do Foro Central, o que exige gestão eficiente do acervo para redução do maior número possível de processos por acordo. Murta Ribeiro salientou ainda que "o acordo é o caminho mais curto e eficiente para a pacificação dos conflitos". Fonte: Assessoria de Comunicação TJRJ

Quando da análise de cabimento do presente

pedido, inclusive com LIMINAR a ser requerida ao final, este E. Conselho constatará

tanto a procedência do pedido, quanto os graves males que a greve dos serventuários

está causando não somente aos advogados, mas aos jurisdicionados, como um todo.

DOS FATOS

Os serventuários do Poder Judiciário do Estado do

Rio de Janeiro se encontram em greve, conforme anunciam, com grande orgulho, em

sua página na Internet, na data de hoje, há 55 dias, com início em 23 de setembro p.p.1.

Na mesma página, atacam a Ordem dos Advogados

do Brasil, com a nota que se apresenta, cujo texto é importante destacar:

“OAB, QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ! Em repúdio aos ataques que a direção da OAB-RJ vem desferindo ao constitucional direito de greve dos trabalhadores, os serventuários realizam, na próxima segunda-feira, dia 17, um ato em frente à sede da Ordem. Na oportunidade, farão o seu enterro simbólico. E A GREVE CONTINUA!”

1 http://www.sindjustica.org.br/

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A greve deflagrada pelos serventuários do Poder

Judiciário do Estado do Rio de Janeiro já é motivo de enérgica providência a ser

tomada, encontrando arrimo o pleito que se formula, na própria Constituição. E a

providência somente poderá seguir deste E. Conselho. Certo, ainda, conforme vem

decidindo o Superior Tribunal de Justiça, que o direito de greve dos servidores públicos

não se encontra regulamentado, não sendo o art. 37, da Constituição, auto-aplicável:

RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA. CONCESSÃO DE TUTELA ANTECIPADA CONTRA A FAZENDA. ESGOTAMENTO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SERVIDOR. GREVE. DESCONTO DOS DIAS PARADOS. POSSIBILIDADE. Não houve o necessário prequestionamento, nem a oposição de embargos declaratórios, quanto à alegação sobre a impossibilidade de se deferir medida judicial contra a Fazenda Pública que esgote o objeto da ação. Nos moldes de entendimento jurisprudencial desta Corte, é assegurado ao servidor público o direito de greve, mas não há impedimento, nem constitui ilegalidade, o desconto dos dias parados. Recurso provido. (REsp 402.674/SC, Rel. Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 04/02/2003, DJ 24/02/2003 p. 271) MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PUBLICO. GREVE. DESCONTO DOS VENCIMENTOS. 1- NA FALTA DE LEI COMPLEMENTAR QUE DISCIPLINE O DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PUBLICOS, O DESCONTO DOS DIAS DE FALTA AO TRABALHO NÃO CONSTITUI ILEGALIDADE. 2- RECURSO DESPROVIDO. (RMS 7.125/PA, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, SEXTA TURMA, julgado em 25/11/1996, DJ 05/05/1997 p. 17127)

A Ordem dos Advogados do Brasil, após longo

esperar e nada fazer, quando resolve atuar, é atacada. O Exmo. Sr. Dr. Presidente do E.

Tribunal de Justiça, por sua vez, se mantém em estado de verdadeira omissão diante do

caos que se apresenta.

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Os Juízes das Comarcas são reféns dos

serventuários, e, em descumprimento à LOMAN, sequer exigem que os funcionários

assinem o livro de ponto.

Trata-se de ato lesivo à população e violador de um

Direito Fundamental, que é o acesso à justiça, consagrado no art. 5º da Constituição da

República Federativa do Brasil.

Relativamente ao representado, a demonstração de

sua inércia se prova pela juntada do documento anexo (DOC. I), encaminhado pelo

sindicato grevista, aonde o mesmo solicita compreensão do Exmo. Sr. Dr. Presidente do

E. Tribunal de Justiça.

Até o presente momento, ao que tudo consta, o

pedido de compreensão vem sendo acatado pela autoridade representada, porque,

principalmente nas Comarcas do interior do Estado, diversamente da Capital, os

serviços mínimos não estão sendo prestados.

A conduta pacífica do Tribunal de Justiça do

Estado do Rio de Janeiro, independentemente de outras violações que se analisarão no

decorrer desta peça, afronta o art. 20 do Código de Ética da Magistratura:

“Art. 20. Cumpre ao magistrado velar para que os atos processuais se celebrem com a máxima pontualidade e para que os processos a seu cargo sejam solucionados em um prazo razoável, reprimindo toda e qualquer iniciativa dilatória ou atentatória à boa-fé processual.”

Nos termos do art. 14 do CPC, o art. 20 não se

aplica apenas aos advogados, mas a todos aqueles que de alguma forma participam do

processo. E, neste caso, a se adotar o contempt of court, inserido, ainda que de modo

capenga em nosso sistema judiciário, os servidores se encontram em total desrespeito,

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ao que tudo indica, pelo menos, com a benevolência do E. Tribunal de Justiça do Estado

do Rio de Janeiro.

O certo é que a greve não se justifica, porque o

movimento grevista se baseia no atraso da Assembléia Legislativa em aprovar

anteprojeto de lei encaminhado pela autoridade representada.

Na qualidade de Presidente do E. Tribunal de

Justiça do Estado do Rio de Janeiro, a autoridade representada tem o dever, nos termos

do art. 37 da Constituição da República, de zelar pelos princípios norteadores da

administração pública, dentre eles a legalidade.

E, como até o presente momento, a presidência do

E. TJERJ não se posicionou a respeito da greve, mister o pedido que ora se postula.

Quanto ao Sindicato dos Servidores, apesar de notificado pelo OAB, a fim de

manterem-se os serviços essenciais, quedou-se inerte.

DO DIREITO

O Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do

Rio de Janeiro, por força do art. 21 e 35 da, da LOMAN, deveria:

Art. 21 - Compete aos Tribunais, privativamente: V - exercer a direção e disciplina dos órgãos e serviços que lhes forem subordinados; Art. 35 - São deveres do magistrado: III - determinar as providências necessárias para que os atos processuais se realizem nos prazos legais; VIl - exercer assídua fiscalização sobre os subordinados, especialmente no que se refere à cobrança de custas e emolumentos, embora não haja reclamação das partes;

Seguindo-se ao disposto da LOMAN, nos termos

do RITJERJ (DOC. II), também seria competência do Tribunal manter o bom

andamento dos serviços forenses:

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Art.9º - Compete ao Conselho da Magistratura: III - promover as medidas de ordem administrativa necessárias à instalação condigna dos serviços judiciários e seu funcionamento; IV - determinar, mediante provimento geral ou especial, as medidas necessárias ao funcionamento da Justiça, ao seu prestígio e à disciplina forense; XX - baixar os atos normativos de sua competência, fixando sistemas e critérios gerais em matéria de administração de pessoal e de administração financeira;

Ilustrado Conselheiro,

A situação existente no TJERJ, na data de hoje,

com a aproximação do recesso, já que os prazos serão suspensos do dia 20 de dezembro

ao dia 08 de janeiro, merece enérgica providência por parte deste Conselho, nos termos

dos art. 103-B, da Constituição da República.

E a manifestação do Sindicato, que também se

encontra como representado nesta peça, é de total afronta aos poderes constituídos e à

Ordem dos Advogados do Brasil:

Data de Publicação : 04/11/2008 SINDICATO VAI AO CNJ PARA COMBATER REPRESSÃO À GREVE EM ANGRA DOS REIS No último dia 30 os serventuários da Comarca de Angra dos Reis foram surpreendidos com a publicação da Portaria Conjunta nº 01/2008, assinada por quatro magistrados. De forma autoritária, a Portaria proíbe “a prática de quaisquer atos referentes ao movimento grevista” no interior das Serventias. Uma das medidas relacionadas no documento está a remoção e inutilização de materiais, tais como cartazes e adesivos. Além de se tratar de um claro assédio moral, ameaçando punir quem a desrespeitar com “medidas disciplinares”, a Portaria coíbe a livre organização sindical dos trabalhadores. “A proibição de qualquer natureza, quando se trata de uma greve, é caracterizada como um ato repressivo”, declara Ana Carolina, advogada do Sind-Justiça.

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O Departamento Jurídico do Sindicato já propôs ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) um Procedimento de Controle Administrativo, com pedido de liminar de caráter antecipatório. Caso seja acolhido no CNJ, a “portaria do mal” será desconstituída. Data de Publicação : 04/11/2008 A DÍVIDA NÃO É NOSSA Os serventuários do Judiciário estadual completaram 40 dias de greve, justa e legal, em defesa dos seus direitos, assegurados pela Constituição. Desde o início do ano temos buscado negociar, mas, nem o governo estadual, nem o Legislativo se dispuseram a agilizar o atendimento do nosso reajuste, que deveria vigorar desde maio passado. A persistência do impasse não cabe a categoria, mas sim aos três Poderes (Judiciário, Executivo e Legislativo) que, até agora, não se entendem da necessidade em cumprir suas obrigações com os serventuários. Por isso, consideramos, no mínimo, inadequada a posição do presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, ao nos incluir em suposta dívida com os cidadãos que recorrem à Justiça. Essa cobrança cabe sim, aos três Poderes do Estado, que, no final, são os responsáveis por tal situação. Vindo de alguém que já prestou seus serviços à nossa entidade, tal admoestação é incabível. Se o alegado impasse perdura, o presidente da OAB-RJ sabe que não nos. Essa cobrança cabe sim, aos três Poderes do Estado, que, no final, são os responsáveis por tal situação. Vindo de alguém que já prestou seus serviços à nossa entidade, tal admoestação é incabível. Se o alegado impasse perdura, o presidente da OAB-RJ sabe que não nos cabe qualquer culpa. Mesmo porque, em sua tentativa de intermediar uma solução com o sindicato, constatou, pessoalmente, a indisposição governamental em resolver a questão. Se o Legislativo, legislar, o Executivo, executar e o Judiciário fazer cumprir a lei, como em qualquer democracia séria, tudo estará resolvido. Que neste dia 5 (quarta-feira) os deputados aprovem nosso reajuste na íntegra, ou seja, 7,3% retroativos a maio, data-base da categoria. E que o governador o sancione, imediatamente. Se isso não acontecer, não só o presidente da OAB-RJ, mas também os cidadãos prejudicados saberão a quem cobrar a dívida. Essa cobrança cabe sim, aos três Poderes do Estado, que, no final, são os responsáveis por tal situação. Vindo de alguém que já prestou seus serviços à nossa entidade, tal admoestação é incabível. Se o alegado impasse perdura, o presidente da OAB-RJ sabe que não nos cabe

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qualquer culpa. Mesmo porque, em sua tentativa de intermediar uma solução com o sindicato, constatou, pessoalmente, a indisposição governamental em resolver a questão. Se o Legislativo, legislar, o Executivo, executar e o Judiciário fazer cumprir a lei, como em qualquer democracia séria, tudo estará resolvido. Que neste dia 5 (quarta-feira) os deputados aprovem nosso reajuste na íntegra, ou seja, 7,3% retroativos a maio, data-base da categoria. E que o governador o sancione, imediatamente. Se isso não acontecer, não só o presidente da OAB-RJ, mas também os cidadãos prejudicados saberão a quem cobrar a dívida. — Artigo de Amarildo Silva, presidente do Sind-Justiça, publicado no jornal O Dia de 4 de novembro.

A postura do Sindicato e a omissão do Tribunal de

Justiça do Estado do Rio de Janeiro, violando a Constituição e a LOMAN, provocam

um grande caos em todo o sistema. Os clientes – jurisdicionados e cidadãos – não

entendem o motivo de suas ações não tramitarem.

Em termos de alimentos, a situação se agrava,

porque, apesar de haver despacho dos magistrados a serem cumpridos, os serventuários

não se dignam de atender aos advogados. Situação extrema que merece enérgico

repúdio.

O desdenho do Sindicato dos Serventuários é de

tamanho acinte que já postularam junto ao CNJ, contra decisão incensurável do Juízo de

Angra dos Reis, cuja decisão se apresenta:

Conselho Nacional de Justiça

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PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO Nº 200810000027345

DECISÃO MONOCRÁTICA FINAL

Vistos.

O SINDICATO DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO vem ao CNJ propor procedimento de controle administrativo para invalidação de Portaria Conjunta expedida em 30.10.2008 por 4 Juízes de Direito Titulares da Comarca de Angra dos Reis, que estabelece proibições e limitações ao exercício do direito de greve dos serventuários da Justiça fluminense. Sustenta o descompasso do ato normativo com a jurisprudência atual do Supremo Tribunal Federal e assinala que os magistrados editaram o ato “sem orientação formal nenhuma de seus superiores hierárquicos” (REQ2, p. 4, item 11). Juntou procuração, estatuto, ata de eleição de sua diretoria e cópia do ato impugnado.

Relatados, DECIDO.

O presente caso em tudo se assemelha ao discutido no PCA 200810000024484, encerrado por decisão monocrática por mim proferida.

Tal como naquele precedente, agiu afoitamente o Sindicato requerente ao atacar ato normativo expedido por juízes de primeiro grau diretamente a este Conselho. Ocorre que a atuação do Conselho Nacional de Justiça em matéria de controle administrativo, orçamentário, financeiro e disciplinar é, em regra, meramente subsidiária: age quando os órgãos competentes não agiram ou agiram mal.

No presente caso, portanto, a apresentação da denúncia a este Conselho é precipitada porque não percorreu as instâncias regionais próprias (Corregedoria ou Órgão Especial do Tribunal de Justiça, a depender das regras internas atributivas de competência).

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O precedente lembrado no requerimento inicial apenas confirma o raciocínio aqui exposto: no PCA 200810000018599, TÉCIO, o ato hostilizado, como realça o próprio requerente, emanou da Presidência do tribunal requerido. Aqui, ao oposto, destacou o requerente, como enfatizado no relatório acima, que os magistrados autores do ato atacado não receberam nenhuma orientação de “seus superiores hierárquicos”.

Não sendo, pois, o ato normativo conjunto de juízes impugnado, porque ainda insubmetido a qualquer crivo hierárquico, controlável pelo CNJ, indefiro de plano o pedido do requerente.

Publique-se.

Dê-se ciência desta decisão ao TJ/RJ.

Depois de efetivada a intimação, arquive-se este procedimento.

Brasília, 5 de novembro de 2008.

ANTONIO UMBERTO DE SOUZA JÚNIOR

Conselheiro Relator

O Sindicato afronta o Poder Judiciário e os

advogados, sem que qualquer providência tenha sido tomada até o presente momento.

Os atos processuais estão sendo publicados, mas os prazos não se encontram suspensos.

Como dito, trata-se de verdadeiro caos no sistema Judiciário fluminense.

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E a Emenda Constitucional 45/2004 veio a lume

exatamente para eliminar estas distorções sem precedentes. E, nos termos dos artigos já

avocados nesta peça, mister se faz a análise pormenorizada de todos os atos que violam

o texto constitucional, RAZÃO PELA QUAL TEM TOTAL PERTINÊNCIA O

PEDIDO QUE ORA SE FORMULA.

ART. 103-B, § 4º

Compete ao CNJ, por força do dispositivo

constitucional, o controle da atuação administrativa do Poder Judiciário. Como se viu

anteriormente, em medida lídima, os Juízes de Direito da Comarca de Angra dos Reis

foram vistos como criminosos e violadores de direitos, porque assinaram portaria

conjunta impedindo a crise e o caos que esta malsinada greve vem causando.

O Sindicato, além de ajuizar procedimento sem o

menor cabimento neste Conselho, agride, em sua página, o Judiciário e afronta a Ordem

dos Advogados do Brasil.

O que causa maior estranheza é que nenhuma

medida concreta se fez até o presente momento, como se ACESSO À JUSTIÇA não

fosse um DIREITO FUNDAMENTAL. A população padece diante da inexistência de

ato administrativo com o fim de coibir ilegal e despropositado movimento.

O art. 103-B, § 4º., faz expressa menção ao art. 37

da Carta Política de 1988. E, nestes termos, compete à administração pública zelar pelos

princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

O que dizer em relação ao princípio da legalidade,

se a greve dos servidores públicos não se encontra regulamentada? E, ainda, quanto ao

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princípio da eficiência? Não se possui um Judiciário eficiente diante de uma greve de

proporções inimagináveis.

Diante da inércia do Tribunal de Justiça do Estado

do Rio de Janeiro e da postura radical do Sindicato, impedindo que um serviço

essencial, garantidor dos Direitos Fundamentais do Homem seja consumado, certo é que

há nítida e flagrante violação ao art. 37 da Constituição e os princípios ali consagrados

se desmoralizam.

POSSÍVEL ILÍCITO PENAL A SER INVESTIGADO

Ilustre Conselheiro,

Ainda que em estado de greve, de um serviço

essencial, alguns servidores não estão comparecendo ao local de trabalho, sendo certo

que os Juízes de Direito não exigem a assinatura do livro ponto. Esta providência, por

ser de caráter administrativo, deveria competir ao Presidente do Tribunal de Justiça do

Estado do Rio de Janeiro.

Nos termos do art. 323 do Código Penal, ainda que

em greve, deveriam todos os servidores se encontrarem no local de trabalho, ao invés de

participarem de festas e churrascos conclamados pelo Sindicato da classe. E esta é a

inteligência do referido artigo:

Abandono de função Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. § 1º - Se do fato resulta prejuízo público: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

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Como o art. 103-B, § 4º, IV, determina a remessa

ao órgão ministerial para apuração de possível ilícito, mister se faz a adoção dos

procedimentos liminares requeridos ao final desta peça, inclusive para a manutenção

dos serviços essenciais.

A greve, como vem sendo praticada, há mais de 50

dias, pode ser considerada abandono de função, porque os serventuários não se

encontram trabalhando e os cartórios estão vazios. Completamente vazios!

E, inexistindo legislação que trate da greve no

serviço público, há exercício arbitrário das próprias razões, a ser apurado em devido

procedimento ministerial:

Exercício arbitrário das próprias razões

Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.

Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.

Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

INCISO III

DO CONHECIMENTO DE RECLAÇÃO CONTRA O PODER

JUDICIÁRIO E SEUS SERVIÇOS AUXILIARES

É missão constitucional deste Conselho o exercício

administrativo dos órgãos do Poder Judiciário e de seus auxiliares.

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Nos termos da ORIENTAÇÃO No. 1 deste

Conselho, o qual os requerentes se permitem transcrever, é dever do Poder Judiciário

zelar pela prestação jurisdicional rápida e eficaz. Uma greve, contudo, não permite que

tal desiderato se alcance:

ORIENTAÇÃO Nº 1 – CORREGEDORIA/CNJ Orienta as Corregedorias de Justiça quanto à adoção de medidas destinadas ao aperfeiçoamento do controle sobre o andamento processual, a fim de evitar excesso injustificado de prazos. O MINISTRO CORREGEDOR NACIONAL DE JUSTIÇA, usando de suas atribuições, tendo em vista o disposto no art. 31, VIII, do Regimento Interno deste Conselho e CONSIDERANDO QUE A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004 INTRODUZIU A RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO COMO GARANTIA FUNDAMENTAL (CF, ART. 5º, INCISO LXXVIII), estabeleceu a aferição do merecimento dos magistrados para fins de promoção e acesso também pelo critério de presteza, bem como previu impedimento à promoção do juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal (art. 93, inciso II, c e e); Considerando que compete às Corregedorias de Justiça controlar, por meio estatístico, a tramitação dos feitos nos órgãos jurisdicionais que lhes são vinculados (Loman, art. 39), inclusive quanto à presteza e à duração do processo; Considerando que compete à Corregedoria Nacional processar a representação por excesso de prazo, prevista no art. 80 do Regimento Interno do CNJ, e que devem ser evitadas situações de demora na prestação jurisdicional como a verificada na Representação por Excesso de Prazo nº 09/2005, julgada em 29 de novembro de 2005, resolve ORIENTAR as Corregedorias de Justiça na adoção de medidas para o aperfeiçoamento do controle sobre o andamento processual, a fim de evitar excesso injustificado de prazos ou a excessiva duração do processo, em especial: 1. Controle estatístico dos processos em tramitação nos órgãos jurisdicionais que lhes são vinculados, com identificação periódica daqueles que apresentem evidente excesso de prazo para a prática de ato de competência do magistrado ou a cargo da secretaria ou cartório. 2. Verificação das causas dos excessos de prazo nos casos que apresentem grande desvio da média ou maior incidência no mesmo órgão jurisdicional, com adoção de providências destinadas a retomar o andamento dos feitos, inclusive, se necessário, com fixação de prazo para a prática do ato. 3. Levantamento estatístico periódico da duração média dos processos nos juízos, atentando para que a comparação leve em conta especificidades como, por exemplo, competência, localização, número de magistrados e de servidores em atuação, número de computadores

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disponíveis, entre outras. Do resultado desse levantamento dar ciência aos magistrados e buscar esclarecer as causas de eventuais desvios expressivos da média, sejam para maior ou para menor tempo de duração dos processos, a fim de solucionar os casos de duração excessiva e de estender, por meio de atos normativos, boas práticas que tenham garantido menor tempo na prestação jurisdicional. 4. Estímulo ao uso dos recursos de informática no controle do andamento processual pelos magistrados, com a finalidade de permitir que identifiquem preventivamente situações de demora na prestação jurisdicional e possam, antes de se tornar necessária a intervenção do órgão correcional, imprimir regular andamento aos feitos sob sua jurisdição. 5. Realização de seminários e cursos objetivando capacitar magistrados e servidores quanto ao uso dos recursos tecnológicos disponíveis, especialmente os de informática, bem como coletar e divulgar sugestões voltadas à racionalização dos serviços, como meio de se alcançar maior celeridade processual. 6. Informação à Corregedoria Nacional de Justiça das medidas implementadas que tenham apresentado resultado satisfatório no tocante à presteza na prestação jurisdicional e à duração razoável dos processos. Publique-se e encaminhem-se cópias a todas as Corregedorias de Justiça. Brasília, 30 de março de 2006. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO Corregedor Nacional de Justiça Conselho Nacional de Justiça

Neste diapasão, mister se faz a aplicação de sanção

administrativa aos grevistas. Como medida lídima, deve o Exmo. Sr. Dr. Presidente do

E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro ser instado a promover atos que

resolvam o impasse e decretar a ilegalidade da greve, ou, ainda, determinar que os

Juízes de Direito imponham o seu dever de fiscalizar os serviços auxiliares, inclusive

com a determinação de assinação de ponto.

Greve não é sinônimo de férias!

Apesar de a Ordem dos Advogados do Brasil,

através de sua Seccional-RJ, ter ajuizado medida contra o segundo representado, como

se extraí da nota a seguir, de nada adiantou, porque o movimento paredista continua

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insensível aos clamores da população e a administração do Tribunal de Justiça do

Estado do Rio de Janeiro em flagrante omissão:

A pedido da OAB/RJ, Justiça dá liminar que obriga serventuários a manter 50% do pessoal trabalhando2

Da redação da Tribuna do Advogado

13/11/2008 - No fim da tarde desta quinta-feira, o juiz Guilherme Diefenhthaeler, da 15ª Vara Federal, concedeu liminar solicitada pela OAB/RJ e determinou que os serventuários da Justiça, em greve há quase dois meses, mantenham pelo menos 50% do pessoal trabalhando para garantir atendimento das demandas urgentes. Caso a decisão não seja cumprida, o SindJustiça terá que pagar multa de R$ 10 mil por dia.

Apesar do compromisso assumido com a Seccional da OAB, os dirigentes do SindJustiça não puseram ontem em votação, na assembléia da categoria, a proposta de que os serventuários atendessem os mandados de pagamento - uma das questões urgentes que, com a greve, foram afetadas.

A OAB/RJ reconhece a procedência da reivindicação salarial dos serventuários, mas não compactua com o corporativismo que marcou o movimento e que fez com que a greve - de um instrumento legítimo de luta dos trabalhadores - se transformasse num autêntico pesadelo para centenas de milhares de pessoas que precisam do Judiciário para resolver problemas urgentes.

Se é verdade que o governador Sérgio Cabral e a Assembléia Legislativa têm responsabilidade direta pelo impasse, a insensibilidade e a intransigência dos serventuários transformou seu movimento em uma greve que, na prática, é contra a população.

Assim, depois de inúmeras tentativas de mediar um acordo, à OAB/RJ só restou a alternativa de recorrer à Justiça, em defesa dos legítimos interesses da população e dos advogados.

Esperamos, agora, com a decisão do judiciário, uma rápida normalização dos serviços.

Contudo, a OAB ficou apenas na esperança. E não

se pode mais admitir um movimento paredista que fere Direitos Fundamentais.

2 http://www.oab-rj.org.br/index.jsp?conteudo=7833

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E a medida, como se vê da página inicial do

Sindicato representado, debocha da medida legal da OAB (DOC. III):

“TODOS À ALERJ NO DIA 19! A votação do PL 1.666/08 acontece na próxima quarta-feira. E vai ser tudo ou nada nesta reta final. A greve da categoria já demonstrou que os serventuários sabem lutar. Agora, temos que mostrar que também podemos vencer! E nesta segunda,dia 17, tem enterro da diretoria da OAB-RJ. Leia mais aqui! (DOC. IV)”

Como se vê, Ilustrado Conselheiro, o segundo

representado DESCUMPRE MEDIDA JUDICIAL e nada demais se lhe acontece.

Enquanto isto, tanto a população quanto a classe dos advogados padece. O Poder

Judiciário, por sua vez, na presença do 1º representado, nada faz, mantendo-se omisso.

Deve-se destacar que a medida enérgica que

deveria ser adotado pelo TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO é ex-officio, independendo de provação de quem quer que seja.

Somente este Conselho, diante dos ditames

constitucionais, poderá resolver impasse de extrema gravidade e conseqüências

desastrosas.

A missão do Judiciário é pacificar conflitos. E os

conflitos se agravam com a greve.

Um diretor do Sindicato (DOC. V), afirma,

literalmente, que ninguém ousará acabar com esta greve:

GREVE POR TEMPO INDETERMINADO!!! Por FASSANO - DIRETOR - em 17/11/2008 E-mail : ([email protected])

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GUERREIROS E GUERREIRAS: Nada nem ninguém vai impedir que o nosso movimento grevista, aliás, o maior de todos os tempos na história que nossa categoria escreveu no cenário político do Rio de Janeiro,continue firme e forte! Que a nossa dignidade, nossa capacidade de lutar, de empreender esforços para manter o lema LIBERDADE E VIDA dentro dos corações e mentes de cada um de nós, prossiga no caminhar com passos largos e coordenados! Até agora, O PAREDÃO DA DIGNIDADE não conseguiu ser demolido por qualquer tentativa de nenhuma das instituições que se nos contrapõem! Nem, tenho a certeza como a de que vou morrer e vocês também, um dia, conseguirão diminuir a intensidade da coragem, da determinação, da abnegação com que ele foi erigido. Independentemente da concessão da medida liminar à OAB/RJ pelo juízo da 15a.Vara Federal, que ainda necessita que o Oficial de Justiça receba o mandado, encontre um dos diretores, devolva o mandado, este seja juntado, para, então começar a vigorar, precisamos entender que a GREVE LEGAL, JUSTA, IMPRESCINDÍVEL tem regras próprias, regulamentos que não sofrem interferência de agentes alienígenas ao movimento, uma vez que, quando deflagrada, rompeu com todos os vínculos hierárquicos estabelecidos pelo status quo! A GREVE e seus guerreiros e guerreiras que a materializam não se subordinam a nenhum poder, até porque, esse podres poderes é que, por não cumprirem a lei, obrigaram os Sserventuários da Jjustiça do Rio de Janeiro a ingressarem com medida de exceção, com seu único argumento fáctil, que é parar as atividades diárias, mantendo as de emergência, como fizemos até agora. Por que a OAB/RJ, ciosa de manter a legalidade, justeza, os direitos e garantias individuais(lê-se aqui MANDADOS DE PAGAMENTO!!!), não entrou com alguma medida legal cabível para demover o governador Cabral, a ALERJ da intenção de não cumprir a Lei 4.620/05, escrita no art. 16? Por que? GREVISTAS:NÃO PODEMOS ARREDAR O PÉ DE NOSSO MOVIMENTO! O PAREDÃO DA DIGNIDADE TEM QUE CONTINUAR DE PÉ E À ORDEM!!! SOMOS, TODOS, CADA UM DE PER SI, UMA TORRE DE VIGIA DA DEMOCRACIA, DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, DA JUSTIÇA!!! Sejamos alheios a tudo e todos que querem nos obrigar a aceitar que O PODER JUDICIÁRIO, O PODER EXECUTIVO E O PODER LEGISLATIVO é que têm razão nesse episódio da GREVE! A OAB/RJ tem que entender que o Judicário não cumpriu a Lei 4.620/05, somente encaminhando a mensagem em junho. Que a ALERJ não cumpriu a lei nem o regulamento, votando em regime de URGÊNCIA e aprovando a mensagem, sem emenda-la(vício de iniciativa).E o Executivo, interferindo D-I-T-A-T-O-R-I-A-L-M-E-N-T-E nos outros poderes. Nós, os grevistas, estamos lutando com todas as nossas forças para manter incólume o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, por isso, somos merecedores de uma VITÓRIA PLENA!!! ÂNIMO, COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS! NÃO DEVEMOS NOS ABATER POR QUALQUER COISA!!! Toda luta começa com uma vontade irrecusável de vencer! Ousar lutar, ousar vencer!!! Francisco Fassano

Uma pergunta, diante da postura xiita do segundo

representado: Estar-se-á diante de uma desobediência?

Por mais esta postura do Sindicato grevista, deverá

o órgão ministerial ser instado a manifestar-se neste lamentável episódio na história do

Judiciário brasileiro.

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ART. 103-B, § 5º, ALÍNEAS I, II E III

Tendo em vista o impasse criado pelo Sindicato

representado, que se apresenta totalmente insensível aos reclamos da sociedade, a

norma contida no inciso III, como conseqüência dos incisos I e II, deve ser aplicada.

Se o Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro

não consegue decretar o retorno de seus funcionários ao serviço público, de natureza

essencial, como proclama a Constituição, poderá este Conselho determinar que

auxiliares de outros Tribunais integrem o Judiciário fluminense neste momento.

E esta é uma atitude lídima do Exmo. Sr. Dr.

Ministro Corregedor, porque a greve, como se prova pela juntada dos documentos, não

terá fim a não ser com medidas jurídicas e eficazes.

Por esta razão, o pedido liminar que se formula, e,

conforme recente decisão do E. Supremo Tribunal Federal, a aplicação da Lei de Greve

para os serventuários do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro.

PEDIDO

Em face do exposto, por clara desobediência a

decisão judicial, bem assim por atentar contra DIREITOS FUNDAMENTAIS,

requerem os postulantes,

INITIO LITIS

a concessão de medida liminar, para:

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a) seja considerada a abusividade da greve perpetrada pelos servidores do Poder

Judiciário do Estado do Rio de Janeiro, devendo os mesmos retornarem aos seus postos

de serviço, no prazo máximo de vinte e quatro (24) horas, sob pena de instauração de

processo administrativo para justa causa, ainda mais diante da decisão proferida pelo

Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal da 15ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Rio de

Janeiro;

b) para que o EXMO. SR. DR. PRESIDENTE DO E. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO determine, nos termos da LOMAN, a efetiva

fiscalização, por parte dos Juízes que compõem o Poder Judiciário do Estado do Rio de

Janeiro, a assinação do ponto pelos serventuários, bem assim a mantença dos mesmos

em seus postos de trabalho;

c) seja compelido o 2º representado a cumprir decisão judicial, a fim de manter 50% dos

serviços essenciais em funcionamento;

d) seja o EXMO. SR. DR. PRESIDENTE DO E. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO a convocar membros de outros órgãos do Judiciário,

ou, se assim não entender V. Exa., que esta medida seja tomada por este Conselho.

No mérito, Ilustrado Conselheiro, requerem

providências no sentido de extirpar movimento desprovido de legalidade e legitimidade,

com a confirmação da medida liminar e a determinação do PODER JUDICIÁRIO DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO, na pessoa de seu EXMO. SR. DR. PRESIDENTE,

adote as medidas necessárias ao restabelecimento da normalidade, a fim de convocar

auxiliares de outros órgãos do Poder Judiciário, a fim de normalizar o andamento dos

feitos pendentes.

Relativamente ao Sindicato, 2º representado, que o

mesmo, como substituto processual, seja compelido a extinguir o movimento em

questão.

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Finalmente, que outras medidas previstas no

Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça sejam tomadas, a fim de impedir a

mantença de movimento que desdenha do Judiciário, da OAB, dos advogados e de toda

a população.

Deverão os representados serem intimados a

prestarem suas informações, no prazo legal, sob pena de violarem as determinações

deste Conselho.

A fim de provar tudo quanto narrado, protestam

por prova documental superveniente e testemunhal.

PP. deferimento

Brasília, 17 de novembro de 2008

João Ricardo Ayres da Motta

OAB-RJ 84.803

José Carlos de Araújo Almeida Filho

OAB-RJ 71.627