pedagogia da autonomia

88
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000. Responsável pelo resumo e montagem dos slides: Profa. Ma. Maria de Lourdes Granato Almeida

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FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.

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Page 1: Pedagogia da autonomia

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa, Rio de Janeiro:

Paz e Terra, 2000.

Responsável pelo resumo e montagem dos slides: Profa. Ma. Maria de Lourdes Granato Almeida

Page 2: Pedagogia da autonomia

Acervo fotográfico do Autor Igor Granato

Page 3: Pedagogia da autonomia

Cap. 1 Não há docência sem

discência

Ensinar exige rigorosidade metódica

Ensinar exige pesquisa

Ensinar exige respeito aos saberes

dos educandos Ensinar exige criticidade

Ensin

ar exig

e estética

e ética

Ensinar exige

corporeificação das palavras

pelo exemplo

Ensinar exige risco, aceitação do

novo e rejeição a discriminação

Ensinar exige reflexão

crítica sobre a prática

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Page 4: Pedagogia da autonomia

1.1 – Ensinar exige rigorosidade metódica

blogessenciaeequilibrio.blogspot.com

Page 5: Pedagogia da autonomia

• Uma de suas tarefas primordiais é trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se "aproximar" dos abjetos cognoscíveis. E esta rigorosidade metódica não tem nada que ver com o discurso "bancário" meramente transferido do perfil do objeto ou do conteúdo.

Page 6: Pedagogia da autonomia

• Ao ser produzido, o conhecimento novo supera outro antes que foi novo e se fez velho e se "dispõe" a ser ultrapassado por outro amanhã. Daí que seja tão fundamental conhecer o conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do conhecimento ainda não existente.

Page 7: Pedagogia da autonomia

1.2 – Ensinar exige pesquisa

ENSINAR EXIGE PESQUISA!

coeliribas.blogspot.com

http://www.google.com.br/imgres?q=Ensinar+exige+pesquisa

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Page 8: Pedagogia da autonomia

Ensinar, aprender e pesquisar lidam com dois momentos do ciclo gnosiológico: -o em que se ensina e se aprende o conhecimento já existente e -o em que se trabalha a produção do conhecimento ainda não existente.

A "dodiscência" - docência-discência - e a pesquisa, indicotomizáveis, são assim práticas requeridas por estes momentos do ciclo

•O saber de pura experiência feito.

Page 9: Pedagogia da autonomia

1.3 – Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos

mltiplasvivncias.blogspot.com

pelocorredordaescola.blogspot.com

Page 10: Pedagogia da autonomia

Porque não discutir com os alunos a realidade concreta a que se deva associar a disciplina cujo conteúdo se ensina, a realidade agressiva em que a violência é a constante e a convivência das pessoas é muito maior com a morte do que com a vida?

Page 11: Pedagogia da autonomia

Porque não estabelecer uma necessária "intimidade" entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos?

Page 12: Pedagogia da autonomia

1.4 – Ensinar exige criticidade"Ensin

ar exige criti

cidade, reflexão da metodologia, pensar e

agir.“

blogemiliodevasconcelosco

sta.blogspot.com

... a criticidade e a visão ampla: ler é pensar e

escrever é pensar duas ...

duvidesempre.blogspot.com

Page 13: Pedagogia da autonomia

É superar a curiosidade ingênua, sem deixar de ser curiosidade, pelo contrário, continuando a ser curiosidade, se criticiza. Ao criticizar-se, tornando-se então, curiosidade epistemológica, metodicamente "rigorizando-se" na sua aproximação ao objeto, percebe a sua relação com os demais dados e objetos e encontra cada vez maior exatidão.

Page 14: Pedagogia da autonomia

1.5 – Ensinar exige estética e ética

Assuntos como ética, estética, respeito e cidadania planetária devem estar ... educacaoambientalparatodos.blogspot.com

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Page 15: Pedagogia da autonomia

• A necessária promoção da ingenuidade a criticidade não pode ou não deve ser feita a distância de uma rigorosa formação ética ao lado sempre da estética.

• Decência e boniteza de mãos dadas.

• Estar sendo é a condição, entre nós, para ser.

Page 16: Pedagogia da autonomia

1.6 – Ensinar exige corporeificação das palavras pelo exemplo

Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo; palavraemmim.blogspot.com

Page 17: Pedagogia da autonomia

O professor que realmente ensina, quer dizer, que trabalha os conteúdos no quadro da rigorosidade do pensar certo, nega, como falsa, a fórmula farisaica do "faça o que mando e não o que eu faço". Quem pensa certo está cansado de saber que as palavras a que falta corporeidade do exemplo pouco ou quase nada valem. Pensar certo é fazer certo.

Page 18: Pedagogia da autonomia

1.7 – Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a discriminação

Quando nos deparamos com o novo, o diferente é necessário que busquemos os ... gestaodoconhecimento-

... mudanças de velhas práticas e é o resultado de um processo de acumulação ... gestaodoconhecimento-

Page 19: Pedagogia da autonomia

É próprio do pensar certo a disponibilidade ao risco, a aceitação do novo que não pode ser negado ou acolhido só porque é novo, assim como o critério de recusa ao velho não é apenas o cronológico. O velho que preserva sua validade ou que encarna uma tradição ou marca uma presença no tempo continua novo.

Page 20: Pedagogia da autonomia

Faz parte igualmente do pensar certo a rejeição mais decidida qualquer forma de discriminação. A prática preconceituosa de raça, de gênero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia.

Page 21: Pedagogia da autonomia

1.8 – Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática

... que se viva na escola, não pode ser negligenciada e exige reflexão.portfoliopedagogia.blogspot.com

Page 22: Pedagogia da autonomia

• O pensar certo sabe, por exemplo, que não é partir dele como um dado dado, que se conforma a prática docente crítica, mas também que sem ele não se funda aquela.

• A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer.

• O saber que a prática docente espontânea ou quase espontânea, "desarmada", indiscutivelmente produz é um saber ingênuo, um saber de experiência feito, a que falta a rigorosidade metódica que caracteriza a curiosidade epistemológica do sujeito.

Page 23: Pedagogia da autonomia

• É fundamental que, na prática da formação docente, o aprendiz de educador assuma que o indispensável pensar certo não é presente dos deuses nem se acha nos guias de professores que iluminados intelectuais escrevem desde o centro do poder, mas, pelo contrário, o pensar certo que supera o ingênuo tem que ser produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador.

Page 24: Pedagogia da autonomia

1.9 – Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da

identidade cultural“Ensinar exige o reconhecim

ento e a

assunção da identidade cultural”

(Paulo ... saocamilo-es.br

Imag

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Imagens de imagens da cultura Maori

Page 25: Pedagogia da autonomia

• Assumir-se como sujeito porque capaz de reconhecer-se como objeto.

• A assunção de nós mesmos não significa

a exclusão dos outros.

• É a "outredade" do "não eu", ou do tu, que me faz assumir a radicalidade de meu eu.

Page 26: Pedagogia da autonomia

Cap. 2 Ensinar não é transferir conhecimento

Ensinar exige consciência do

inacabado

Ensinar exige o

reconhecimento de ser

condicionado

Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando

Ensinar exige bom senso

Ensinar exige

humildade,

tolerância e luta em

defesa dos direitos

dos educadores

Ensinar exige apreensão da realidade

Ensinar exige alegria e esperança

Ensinar exige a convicção

de que a mudança é

possível

Ensinar

exige

curiosidade

Page 27: Pedagogia da autonomia
Page 28: Pedagogia da autonomia

2.1 – Ensinar exige consciência do inacabado

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Page 29: Pedagogia da autonomia

• O inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da experiência vital.

• Onde há vida, há inacabamento. • Mas só entre mulheres e homens o

inacabamento se tornou consciente.• A invenção da existência a partir dos

materiais que a vida oferecia levou homens e mulheres a promover o suporte em que os outros animais continuam, em mundo. Não percebem sua existência.

Page 30: Pedagogia da autonomia

A invenção da existência envolve: - a linguagem, a cultura, a comunicação em níveis mais profundos e complexos do que o que ocorria e ocorre no domínio da vida, a "espiritualização" do mundo, a possibilidade de embelezar como enfear o mundo e tudo isso inscreveria mulheres e homens como seres éticos.

Page 31: Pedagogia da autonomia

2.2 – Ensinar exige o reconhecimento de ser

condicionado

Por

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Page 32: Pedagogia da autonomia

Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Esta é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado. A diferença entre o inacabado que não se sabe como tal e o inacabado que histórica e socialmente alcançou a possibilidade de saber-se inacabado.

Page 33: Pedagogia da autonomia

Na verdade, seria uma contradição se, inacabado e consciente do inacabamento, o ser humano não se inserisse movimento de busca. É neste sentido que, para mulheres e homens, estar no mundo necessariamente significa estar com o mundo e com os outros.

Page 34: Pedagogia da autonomia

NÃO É POSSÍVEL: estar no mundo sem história, sem por ela ser feito, sem cultura, sem "tratar" sua própria presença no mundo, sem sonhar sem cantar, sem musicar, sem pintar, sem cuidar da terra, das águas, sem usar as mãos, sem esculpir, sem filosofar, sem pontos de vista sobre o mundo, sem fazer ciência, ou teologia, sem assombro em face do mistério, sem aprender, sem ensinar, sem ideias de formação, sem politizar.

Page 35: Pedagogia da autonomia

2.3 – Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando

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Page 36: Pedagogia da autonomia

• O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros.

Transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência, o professor que:

• desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua sintaxe e a sua prosódia;

• Ironiza o aluno, que minimiza, que manda que "ele se ponha em seu lugar" ao mais tênue sinal de sua rebeldia legitima

Page 37: Pedagogia da autonomia

2.4 – Ensinar exige bom senso

Do

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Page 38: Pedagogia da autonomia

A vigilância do meu bom senso tem uma importância enorme na avaliação que, a todo instante, devo fazer de minha prática.

É o meu bom senso que me adverte de exercer a minha autoridade de professor na classe, tomando decisões, orientando atividades, estabelecendo tarefas, cobrando a produção individual e coletiva do grupo não é sinal de autoritarismo de minha parte. É a minha autoridade cumprindo o seu dever.

Page 39: Pedagogia da autonomia

2.5 – Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos

direitos dos educadores

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Page 40: Pedagogia da autonomia

• O combate em favor da dignidade da prática docente é tão parte dela mesma quanto dela faz o respeito que o professor deve ter à identidade do educando, à sua pessoa, a seus direito de ser.• O meu respeito de professor à pessoa

do educando, à sua curiosidade, à sua timidez, que não devo agravar com procedimentos inibidores exige de mim o cultivo da humildade e da tolerância.

Page 41: Pedagogia da autonomia

2.6 – Ensinar exige apreensão da realidade

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Page 42: Pedagogia da autonomia

• Mulheres e homens, somos os únicos seres que, social e historicamente, nos tornamos capazes de aprender. Por isso, somos os únicos em que aprender é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada.

• Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito.

Page 43: Pedagogia da autonomia

• Toda prática educativa demanda a existência de sujeitos, um que, ensinando, aprende, outro que, aprendendo, ensina, daí o seu cunho gnosiológico;

• a existência de objetos, conteúdos a serem ensinados e aprendidos; envolve o uso de métodos, de técnicas, de materiais; implica, em função de seu caráter diretivo, objetivo, sonhos, utopias, ideais.

• A sua politicidade, qualidade que tem a prática educativa de ser política, de não poder ser neutra.

Page 44: Pedagogia da autonomia

2.7 – Ensinar exige alegria e esperança

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Page 45: Pedagogia da autonomia

A esperança é uma espécie de ímpeto natural possível e necessário, a desesperança é o aborto deste ímpeto. A esperança é um condimento indispensável à experiência histórica. Sem ela, não haveria História, mas puro determinismo. Só há História onde há tempo problematizado e não pré- dado.

Page 46: Pedagogia da autonomia

“como motivação de minha briga porque, histórico, vivo a Historia como tempo de possibilidade e não de determinação. Se a realidade fosse assim porque estivesse dito que assim teria de ser não haveria sequer por que ter raiva. Meu direito à raiva pressupõe que, na experiência histórica da qual participo, o amanhã não é algo pré-datado, mas um desafio, um problema. A minha raiva, minha justa ira, se funda na minha revolta em face da negação do direito de "ser mais" inscrito na natureza dos seres humanos”

Page 47: Pedagogia da autonomia

2.8 - Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível

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Page 48: Pedagogia da autonomia

• É o saber da História como possibilidade e não como determinação.• O mundo não é. O mundo está sendo. • Como subjetividade curiosa,

inteligente, interferidora na objetividade com que dialeticamente me relaciono, meu papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrências.

Page 49: Pedagogia da autonomia

• Não sou apenas objeto da História mas seu sujeito igualmente. • No mundo da História, da cultura,

da política, constato não para me adaptar mas para mudar.

Page 50: Pedagogia da autonomia

2.9 – Ensinar exige curiosidade

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Page 51: Pedagogia da autonomia

• Se há uma prática exemplar como negação da experiência formadora é a que dificulta ou inibe a curiosidade do educando e, em consequência, a do educador.

• O educador que, entregue a procedimentos autoritários ou paternalistas que impedem ou dificultam o exercício da curiosidade do educando, termina por igualmente tolher sua própria curiosidade.

Page 52: Pedagogia da autonomia

• A construção ou a produção do conhecimento do objeto implica o exercício da curiosidade, sua capacidade crítica de "tomar distância" do objeto, de observá-lo, de delimitá-lo, de cindi-lo, de "cercar" o objeto ou fazer sua aproximação metódica, sua capacidade de comparar, de perguntar.

• Estimular a pergunta, a reflexão crítica sobre a própria pergunta, o que se pode pretender com esta ou com aquela pergunta em lugar da passividade em face das explicações discursivas do professor, espécies de respostas a perguntas que não foram feitas.

Page 53: Pedagogia da autonomia

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Ensinar exige

segurança,

competência

profissional e

generosidade

Ensinar exige

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Ensinar exige saber escutar Ensinar exige

tomada

consciente de

decisões

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Cap. 3 – Ensinar é uma especificidade

humana

Page 54: Pedagogia da autonomia

3.1 – Ensinar exige segurança, competência profissional e

generosidade

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Page 55: Pedagogia da autonomia

• O professor que não leve a sério sua formação, que não estuda, que não se esforce para estar à altura de sua tarefa não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe.

• Não significa, porém, que a opção e a prática democrática do professor ou da professora sejam determinadas por sua competência científica.

Page 56: Pedagogia da autonomia

• Há professoras cientificamente preparados mas autoritários a toda prova. O que quero dizer é que a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor.

• Outra qualidade indispensável à autoridade em suas relações com as liberdade é a generosidade. Não há nada mais que inferiorize mais a tarefa formadora da autoridade do a mesquinhez com que se comporte.

Page 57: Pedagogia da autonomia

3.2 – Ensinar exige comprometimento

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Page 58: Pedagogia da autonomia

Não posso escapar à apreciação dos alunos. E a maneira como eles me percebem tem importância capital para o meu desempenho. Daí, então, que uma de minhas preocupações centrais deva ser a de procurar a aproximação cada vez maior entre o que digo e o que faço, entre o que pareço ser o que realmente estou sendo.

Assumo pesquisar ante aos questionamentos que não sei de pronto.

Page 59: Pedagogia da autonomia

3.3 – Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de

intervenção no mundo

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Page 60: Pedagogia da autonomia

• Intervenção que além do conhecimento dos conteúdos bem ou mal ensinados e/ou aprendidos implica tanto o esforço de reprodução da ideologia dominante quanto o seu desmascaramento.

• Nem somos, mulheres e homens, seres simplesmente determinados nem tampouco livres de condicionamentos genéticos, culturais, sociais, históricos, de classe, de gênero, que nos marcam e a que nos achamos referidos.

Page 61: Pedagogia da autonomia

• Os reacionários vão dizer que não há outro jeito a não ser a sua resignação. Há uum fatalismo histórico. • Mas, minha voz tem outra semântica, tem

outra música. Falo da resistência, da indignação, da justa ira dos traídos e dos enganados. • Somos pois estamos sendo. Nossa

intervenção mesmo que queiramos nunca é neutra

Page 62: Pedagogia da autonomia

3.4 – Ensinar exige liberdade a autoridade

"Ensinar exige liberdade e autoridade“ pensaacabeca.blogspot.com

Mafalda: odeio obediênciacandidoneto.blogspot.com

Page 63: Pedagogia da autonomia

AUTORIDADE

A tensão entre autoridade e liberdade sempre estará

presente e é importante que esteja e de forma cada vez

mais consciente. Negar essa tensão compromete o

aprendizado da autonomia, pois é comum o exercício

legítimo da autoridade ser confundido com

autoritarismo. O mesmo acontece com a liberdade

que pode se confundir com licenciosidade.

LIBERDADE

Page 64: Pedagogia da autonomia

3.5 – Ensinar exige tomada consciente de decisões

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Page 65: Pedagogia da autonomia

A raiz mais profunda da politicidade da educação se acha na educabilidade mesma do ser humano, que se funda na sua natureza inacabada e da qual se tornou consciente. Inacabado, histórico, necessariamente o ser humano se faria um ser ético, um ser de opção, de decisão.

Page 66: Pedagogia da autonomia

3.6 – Ensinar exige saber escutar

Saber Ouvir. reflexosdomeuser.blogspot.com

A arte de saber ouvir. ouvir. CL Luiz Carlos de Oliveira * distritolc8.com.br

Page 67: Pedagogia da autonomia

• Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo que, em certas condições , precise de falar a ele. O que jamais faz quem aprende a escutar para poder falar com é falar impositivamente.

• Até quando, necessariamente, fala contra posições ou concepções do outro, fala com ele como sujeito da escuta de sua fala crítica e não como objeto de seu discurso. O educador que escuta aprende a difícil lição de transformar o seu discurso, às vezes necessário, ao aluno, em uma fala com ele.

Page 68: Pedagogia da autonomia

blogessenciaeequilibrio.blogspot.com

3.7 – Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica

Page 69: Pedagogia da autonomia

A capacidade de penumbrar a realidade, de nos "miopizar", de nos ensurdecer que tem a ideologia faz, por exemplo, a muitos de nós, aceitar docilmente o discurso cinicamente fatalista neo-liberal que proclama ser o desemprego no mundo uma desgraça do fim do século. Ou que os sonhos morreram e que o válido hoje é o "pragmatismo" pedagógico, é o treino técnico-científico do educando e não sua formação de que já não se fala. Formação que, incluindo a preparação técnico-científica, vai mais além dela.

Page 70: Pedagogia da autonomia

3.8 – Ensinar exige disponibilidade para o diálogo

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Page 71: Pedagogia da autonomia

• Minha segurança não repousa na falsa suposição de que sei tudo, de que sou o "maior".

• Minha segurança se funda na convicção de que sei algo e de que ignoro algo que se junta a certeza de que posso saber melhor o que já sei e conhecer o que ainda não sei.

• Minha segurança se alicerça no saber confirmado pela própria existência de que, se minha inconclusão, de que sou consciente, atesta, de um lado, minha ignorância, me abre, de outro, o caminho para conhecer.

Page 72: Pedagogia da autonomia

O sujeito que se abre ao mundo e aos outros inaugura com seu gesto a relação dialógica em que se confirma como inquietação e curiosidade, como inconclusão em permanente movimento na História.

Falar e ouvir com a mesma paixão. Paixão que transforma, que realiza.

Page 73: Pedagogia da autonomia

3.9 – Ensinar exige querer bem aos educandos

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Page 74: Pedagogia da autonomia

• A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. • O que não posso obviamente permitir é que minha

afetividade interfira no cumprimento ético de meu dever de professor no exercício de minha autoridade.

• Não posso condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele.

• A minha abertura ao querer bem significa a minha disponibilidade à alegria de viver.

• Justa alegria de viver, que, assumida plenamente, não permite que me transforme num ser "adocicado" nem tampouco num ser arestoso e amargo.

Page 75: Pedagogia da autonomia

• E ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.

• É esta percepção do homem e da mulher como seres "programados, mas para aprender" e, portanto, para ensinar, para conhecer, para intervir, que me faz entender a prática educativa como um exercício constante em favor da produção e do desenvolvimento da autonomia de educadores e educandos.

Page 76: Pedagogia da autonomia

• Como prática estritamente humana jamais

pude entender a educação como uma experiência fria, sem alma, em que os sentimentos e as emoções, os desejos, os sonhos devessem ser reprimidos por uma espécie de ditadura reacionalista.

• Nem tampouco jamais compreendi a prática educativa como uma experiência a que faltasse o rigor em que se gera a necessária disciplina intelectual.

Page 77: Pedagogia da autonomia

VAMOS REVER

Palavras importantes em Paulo Freire

Page 78: Pedagogia da autonomia

Epistemologia

A expressão

"epistemologia" deriva

das palavras gregas

"episteme", que significa

"ciência", e "Logia" que

significa "estudo",

podendo ser definida em

sua etimologia como "o

estudo da ciência".

Gnosiologia

É o ramo da filosofia

que se preocupa

com a validade do

conhecimento em

função do sujeito

cognoscente,ou

seja, daquele que

conhece o objeto

Page 79: Pedagogia da autonomia

Assujeitado

Objetoaquele que não tem consciência, não age e é manipulável.

(Ver "Alienação").

Sujeito - indivíduo consciente e capaz de agir autônoma

REIFICADO – TORNAR COISA - COISIFICAR

Page 80: Pedagogia da autonomia

É não estar absolutamente certo de nossas certezas

Pensar certo

Page 81: Pedagogia da autonomia

Condicionado x Determinado Cuidado, Escola! tropis.org

Page 82: Pedagogia da autonomia

Aprender nossa

vocação

Aprendizagem permanente

Nossa

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Page 83: Pedagogia da autonomia

Diminuir a distância entre a fala e a ação

Page 84: Pedagogia da autonomia

Fatalidade histórica

HistoricidadeMOVIMENTO

AÇÃO REFLEXÃO

POSSIBILIDADEDETERMINISMO DESESPERANÇA IMOBILIDADE NIILISMO

Page 85: Pedagogia da autonomia

CUIDADO

Processo de naturalização da

miséria, do fatalismo

histórico

NATURALNORMAL

COMUM CULTURAL

Page 86: Pedagogia da autonomia

CURIOSIDADE / CRIATIVIDADECURIOSIDADE / CRIATIVIDADE

Page 87: Pedagogia da autonomia

AtivismoA teoria sem a prática vira

'verbalismo', assim como a prática sem teoria, vira ativismo. No

entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis, a ação

criadora e modificadora da realidade.Paulo Freire

Page 88: Pedagogia da autonomia

ENSINAR VEM DEPOIS QUE SE DESCOBRE QUE É POSSÍVEL APRENDER