peça alegações finais sob a forma de memoriais

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Modelo de Peça Criminal

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1 VARA CRIMINAL DA COMARCA.Processo n 000123-10.2013.8.26.0005Autor: Ministrio Pblico.Denunciado: Custdio Divino

Custdio Divino, j qualificado nos autos do processo em epigrafe, atravs de seus procuradores ao final subscritos, vem respeitosamente presena de Vossa Excelncia nos termos do art. 403, 3 do Cdigo de Processo Penal, apresentar:

ALEGAES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS

Pelas razes de fato e de Direito a seguir expostas.

FATOSSegundo denuncia do Ministrio Publico, o denunciado encontra-se incurso nas sanes do crime prescrito no art. 33 da lei n 11.343/06, posto que foi preso em flagrante portando 243,72 g de Cannabis Sativa Lineu ( Maconha).A droga apreendida no foi submetida a exame pelo instituto de criminalstica, somente h nos autos o auto de apreenso.Custdio declarou- se usurio e dependente qumico, o local onde foi preso no daqueles conhecidos como ponto de trfico.Custdio primrio e no possui antecedentes criminais, porem, continua preso ate a presente data no centro de deteno provisria da comarca.Na audincia somente compareceram os policiais que efetuaram a priso de Custdio e eles confirmaram que a droga se encontrava com ele.

MRITO Conforme informaes dos autos percebe-se a ausncia de qualquer prova que o denunciado tinha a inteno de vender a droga apreendida no local do crime.Diante da insuficincia das provas, no h como imputar ao denunciado a autoria pela prtica de trfico de drogas, de forma que, nos termos do art. 386, V e VII do CPP, o juiz dever absolve-lo.As provas trazidas aos autos claramente ratificam o envolvimento do denunciado somente como usurio, estando provado que este no concorreu de forma alguma para a prtica do crime constante na denncia.Caso no seja este o entendimento do MM. Juzo, torna-se incontestvel ento a necessidade de aplicao do princpio doin dbio pro ru,uma vez que certa a dvida acerca da culpa a ele atribuda com relao acusao de Trfico de Drogas, pois o Ru no foi encontrado em atividade de traficncia.Neste sentido, temos o entendimento do tribunal de Rio Grande do Sul.APELAO CRIME. TRFICO DE ENTORPECENTES. INSUFICINCIA DE PROVAS. ABSOLVIO. IN DUBIO PRO REO. ART. 386, VI, DO CPP. A condenao do ru exige prova robusta da autoria do fato delituoso que lhe imputado. Remanescendo dvida, impe-se a absolvio, com fundamento no art. 386, VI, do CPP.( Apelao Crime N 70011856390, Terceira Cmara Criminal, Tribunal de Justia do RS, Relator: Danbio Edon Franco, Julgado em 08/09/2005.).

Neste mesmo entendimento segue doutrina de Luiz Flvio Gomes:

A tendncia mundial mais sensata, no momento, no considerar o usurio como criminoso. A criminalizao do porte de drogas para uso pessoal vem sendo refutada por todos os seguimentos acadmicos e cientficos avanados do planeta. As legislaes mais atualizadas (Espanha, Portugal, Sua etc.), excluram o usurio do mbito penal. J no h espao, dentro de uma politica de reduo de danos e riscos (que a politica europeia, oposta norte- americana) para a falida linha de War on Drugs (guerra s drogas); ( Gomes, Luiz Flavio, reforma penal: a nova lei de txicos no pas e a situao dos usurios. Pg. 25).

Desta forma Mirabete em sua doutrina entende que:

No caso de no haver prova da existncia do fato, mas no estar de subsumido a qualquer figura penal, a absolvio se impe.(Mirabete- Cdigo de Processo Penal Interpretado, pag.1002).

APELAO CRIME- TRFICO DE DROGAS. ART.33 DA LEI N 11.343/06. DESCLASSIFICAO. ART 28. PORTE PARA USO PRPRIO. A quantidade de drogas apreendida , ainda que possa ser destinada ao trafico, tambm incompatvel com o porte para consumo pessoal. (apelao crime n 70056948300, terceira cmara criminal, Tribunal de justia do RS, Relator> Jayme Weingastner Neto, julgado em 28/11/2013).

Numa simples anlise do art. 28 e do art. 33 da lei n 11.343/06 notrio que a vontade do agente e a destinao para uso pessoal, o simples indcio de materialidade do crime de trafico de drogas no argumento suficiente para a condenao pelo delito do art. 33.Alm do mais trata-se de um ru primrio e embora ntida a teses da absolvio por no comprovao do crime convm demonstrar a possibilidade de reconhecimento de substituio da pena privativa de liberdade por restritiva de direito.

DOS PEDIDOSAnte o exposto, requer Vossa Excelncia digne-se de:A) Absolver o acusado Custdio Divino, pela ausncia de provas da acusao.

B) Caso no seja este o entendimento, que seja absolvido por no existir prova suficiente para a condenao, com base no art. 386, VII, do CPP;C) Pelo princpio da eventualidade, que seja desclassificada a conduta para a prtica do art. 28 da lei 11.343/06, por existirem elementos suficientes para a afirmao de que o denunciado usurio de drogas.D) Caso Vossa Excelncia entenda pela condenao, requer que a pena seja fixada no mnimo legal e que o denunciado possa apelar em liberdade nos termos do art. 283 do CPP.

E) Requer expedio de soltura para o acusado

Nestes Termos pede e espera deferimento

(Local e Data)

(Procurador)OAB/UF (n)

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