pec das domésticas (s.s)

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Patrões tremem a “Bomba PEC das Domésticas” Desde abril as “vices-proprietárias” tiveram nove direitos trabalhistas assegurados pela Constituição Federal Por: Jesus Rios Após passar por dois turnos na Câmara dos De- putados e dois no Senado, tendo 66 votos favoráveis e nenhum contra, foi apro- vada no dia 26 de março de 2012 à Proposta de Emen- da à Constituição (PEC) das Domésticas. Criada em 2010 pelo deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), que ganhou agilidade em 2011 pela Convenção da Orga- nização Internacional do Trabalho (OTI). O trabalho doméstico demorou dezenas de anos para ser reconhecido de forma legal. Na Constitui- ção dizia que a doméstica é a representante da casa en- quanto a ausência dos pro- prietários. Dai a negação de receber aos direitos tra- balhistas por ser uma espé- cie de “vice-proprietária”. Trabalhava três vezes por semana em uma casa onde não era permitido fazer café, tinha que tomar antes de ir ao trabalho, ou após meus patrões irem trabalhar. Um dia estou- rei...Daquele dia em diante as coisas mudaram. Se para muitas o cafezinho não é permitido, já imaginou as fúrias dos patrões ao re- ceber a “Bomba PEC das Domesticas?”, desabafou Fausta Ferreira (42). Segundo o Ministério do Trabalho de sete milhões de domésticas em todo o país, apenas uma tem a carteira de trabalho for- malizada. Mas estes dados passaram a ser mudados desde o dia 2 de abril de 2013. Dos 16 direitos cons- titucionais, nove entraram em vigor e sete esperam a regulamentação. Esses direitos, também são váli- dos para babás, motoristas, jardineiros e caseiros, por serem considerados traba- lhos domésticos. ____________________

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Page 1: Pec das domésticas (s.s)

Patrões tremem a “Bomba PEC das Domésticas”Desde abril as “vices-proprietárias” tiveram nove direitos trabalhistas assegurados pela Constituição Federal

Por: Jesus Rios

Após passar por dois turnos na Câmara dos De-putados e dois no Senado, tendo 66 votos favoráveis e nenhum contra, foi apro-vada no dia 26 de março de 2012 à Proposta de Emen-da à Constituição (PEC) das Domésticas. Criada em 2010 pelo deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), que ganhou agilidade em 2011 pela Convenção da Orga-nização Internacional do Trabalho (OTI).

O trabalho doméstico demorou dezenas de anos para ser reconhecido de forma legal. Na Constitui-ção dizia que a doméstica é a representante da casa en-quanto a ausência dos pro-prietários. Dai a negação de receber aos direitos tra-balhistas por ser uma espé-cie de “vice-proprietária”. “Trabalhava três vezes por semana em uma casa onde não era permitido fazer café, tinha que tomar antes de ir ao trabalho, ou após meus patrões irem trabalhar. Um dia estou-

rei...Daquele dia em diante as coisas mudaram. Se para muitas o cafezinho não é permitido, já imaginou as fúrias dos patrões ao re-ceber a “Bomba PEC das Domesticas?”, desabafou Fausta Ferreira (42). Segundo o Ministério do Trabalho de sete milhões de domésticas em todo o país, apenas uma tem a carteira de trabalho for-malizada. Mas estes dados passaram a ser mudados desde o dia 2 de abril de 2013. Dos 16 direitos cons-titucionais, nove entraram

em vigor e sete esperam a regulamentação. Esses direitos, também são váli-dos para babás, motoristas,

jardineiros e caseiros, por serem considerados traba-lhos domésticos.

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