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Brasília - Dezembro de 2015 - Ano IV- N° 42 (Pág. 8 e 9) Pra começo de conversa Diretor das POM visita Guiné Bissau (Pág. 2)) (Pág. 4) Terra Raposa Serra do Sol recebe voluntários paulistas (Pág. 11) Encontro de missionários brasileiros na Europa (Pág. 3) Natal em terras de Missão O missionário, Pe. Norberto O Natal é comemora- do de acordo com a tradição do lugar em terras de Missão. Aqui temos a ence- nação do Natal na Guiné Bissau (à es- querda) e a celebra- ção na Tailândia direita). (Pág. 5 a 9) Estamos no final de mais um ano. É hora de se per- guntar sobre nossa atuação frente à imensa responsabili- dade que temos perante a Missão. Fizemos tudo o que tínhamos ao nosso alcance? Demos todas as nossas forças para o trabalho de evangelização ? Sabemos que todo o batizado tem o dever de transmitir sua fé aos que o rodei- am. Examinando toda a ação missionária da Igreja em to- das as partes do mundo, vemos que a participação de mis- sionários brasileiros ainda é pouca. Está faltando decisão e organização para que o nosso país envie mais trabalha- dores para a messe em outros países. “Duc in altum”! - disse o Mestre aos discípulos incrédulos. “Atirem as redes em águas mais profundas”. Este é o caminho, a rota. En- corajar-se para atirar as redes também fora da nossa comunidade, longe das honrarias, da comodidade de uma paróquia bem constituída, do conforto de uma casa quen- tinha, de um convento. E ir ao encontro desses nossos irmãos que estão à espera de uma mensagem evangélica. Por isso, o convite do Mestre: lancem as redes em águas mais profundas! Feliz Natal! Grande 2016! O editor. Natal é vida que renasce em Jesus Menino Deus... Natal é esperança dos pobres, das crianças acolhidas pelo Filho de Maria e José... Natal é viver a alegria de sentir que somos da grande família do Pai... Pe. Camilo Pauletti, diretor das POM Brasil

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Page 1: Pe. Camilo Pauletti, diretor das POM Brasil Natal em ... · Natal em terras de Missão O missionário, Pe. Norberto O Natal é comemor a-do de acordo com a tradição do lugar em

Brasília - Dezembro de 2015 - Ano IV- N° 42

(Pág. 8 e 9)

Pra começo de conversa

Diretor das POM visita Guiné Bissau

(Pág. 2))

(Pág. 4)

Terra Raposa Serra do Solrecebe voluntários paulistas

(Pág. 11)

Encontro de missionários brasileiros na Europa

(Pág. 3)

Natal em terras de Missão

O missionário, Pe. Norberto

O Natal é comemora-do de acordo com atradição do lugar emterras de Missão.Aqui temos a ence-nação do Natal naGuiné Bissau (à es-querda) e a celebra-ção na Tailândia (àdireita).

(Pág. 5 a 9)

Estamos no final de mais um ano. É hora de se per-guntar sobre nossa atuação frente à imensa responsabili-dade que temos perante a Missão. Fizemos tudo o quetínhamos ao nosso alcance? Demos todas as nossas forçaspara o trabalho de evangelização ? Sabemos que todo obatizado tem o dever de transmitir sua fé aos que o rodei-am. Examinando toda a ação missionária da Igreja em to-das as partes do mundo, vemos que a participação de mis-sionários brasileiros ainda é pouca. Está faltando decisãoe organização para que o nosso país envie mais trabalha-dores para a messe em outros países. “Duc in altum”! -disse o Mestre aos discípulos incrédulos. “Atirem as redesem águas mais profundas”. Este é o caminho, a rota. En-corajar-se para atirar as redes também fora da nossacomunidade, longe das honrarias, da comodidade de umaparóquia bem constituída, do conforto de uma casa quen-tinha, de um convento. E ir ao encontro desses nossosirmãos que estão à espera de uma mensagem evangélica.Por isso, o convite do Mestre: lancem as redes em águasmais profundas! Feliz Natal! Grande 2016!O editor.

Natal é vida que renasce em Jesus Menino Deus...

Natal é esperança dos pobres, das crianças acolhidas

pelo Filho de Maria e José...

Natal é viver a alegria de sentir que somos da grande

família do Pai...Pe. Camilo Pauletti, diretor das POM Brasil

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TESTEMUNHO2

Jornal Digital das Pontifícias Obras Missionárias do Brasil

Brasília -Dezembro de 2015 - Ano IV - N° 42

Diretor: Pe. Camilo Pauletti

Edição: Jorn. Camilo Simon ( Reg. Prof. n° 3248)

SGAN 905 - 70790-050 Brasília - DF Fone 3340.4494E-mail: [email protected]

“Nossos missionários são muito dedicados etêm um grande amor por este povo.” Esta é a im-pressão do diretor nacional das Pontifícias ObrasMissionárias no Brasil (POM), padre Camilo Pauletti,que esteve entre os dias 14 e 23 de novembro emvisita aos missionários brasileiros que trabalham naGuiné Bissau.

Uma das finalidades das POM é prestar soli-dariedade e dar apoio aos missionários brasileirosna missão além-fronteiras. Atualmente mais de 40missionárias e missionários brasileiros atuam nasduas dioceses daquele país: Bafatá e Bissau.

País da África Ocidental, Guiné Bissau fazfronteira com o Senegal, ao norte. O territórioabrange 36.125 quilômetros quadrados de área, comuma população estimada em 1,6 milhão de pesso-as. Há carências nas áreas de energia, saúde, edu-cação, transportes, estradas e comunicação.

“É um país enfraquecido, com governo cor-rupto e com infraestruturas precárias. O povo temmuitas necessidades e costuma pedir qualquer coi-sa e dinheiro. Branco é visto como aquele que tem.Faltam líderes preparados para assumir responsa-bilidades”, relata padre Camilo.

O brasileiro, natural de São Paulo, dom PedroZilli, PIME, é o primeiro bispo de Bafatá, e está nadiocese há 15 anos. Ele ajudou a organizar a visitaaos brasileiros. Durante a qual, foi realizado no se-minário maior, um encontro com todos os semina-ristas diocesanos, religiosos e religiosas,contabilizando mais de 100 pessoas.

Para padre Camilo, o encontro foi significa-tivo pela troca de experiências, com momentos deanimação e cooperação missionária. O trabalho dosmissionários inclui evangelização e promoção hu-mana com educação e saúde, manutenção de orfa-natos e creches, Pastoral da Criança, promoção dasmulheres, apoio aos meios de comunicação, escolatécnica e outras formas de defesa da vida. “A pre-sença dos missionários tem reconhecimento tantodo povo como do governo, pois amenizam sofrimen-tos e promovem o crescimento humano”, destacapadre Camilo.

Aos poucos a Igreja do país vai formando pa-dres, catequistas e animadores da própria comuni-dade. Porém, ainda é uma Igreja jovem e com amissão de dar testemunho vivo da fé, num país quevivencia formas sincréticas das religiões islâmica e

cristã, combinando suas práticas com as crençastradicionais africanas.

O diretor das POM Brasil fala sobre a dedica-ção dos missionários: “Somos gratos ao ver a con-firmação da fé manifestada no compromisso, napromoção e apoio das vocações missionárias.

O Regional Sul 2 da CNBB (Paraná), com suas18 dioceses abriu recentemente uma missão nadiocese de Bafatá. A missão fica em Quebo e contahoje com o diácono Pedro e sua esposa Salete Lang.Recém chegados, os missionários estão criando todaa estrutura necessária para morar e desenvolver asatividades com o povo.São muitas as crianças e jovens, as igrejas ficamcheias nas celebrações dominicais. As “tabancas”,pequenas comunidades, estão espalhadas por todoo interior. A presença de muçulmanos é forte. Háum bom número de igrejas evangélicas com pasto-res brasileiros. No povo, é marcante a força da reli-gião e dos ritos tradicionais. “A Igreja católica, osmissionários e tudo o que fazem, constitui uma for-ça que impulsiona e favorece a vida. Os jovens ma-nifestam alegria e esperança de um futuro e umavida melhor”, finaliza padre Camilo.

Guiné Bissau, onde floresce o cristianismocom a presença de missionários brasileiros

Padre Camilo com missionários

Encontro com jovens na escola

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TESTEMUNHO 3

Roma acolhe missionários do Brasil para Encontro Anual

“A alegria de descobrir a misericórdia” foitema do 3º Encontro dos missionários brasileirosque trabalham com imigrantes na Europa. O even-to reuniu, no Colégio Mater Ecclesiae em Roma,nos dias 9 a 12 de novembro, 60 missionários emissionárias, entre bispos, padres, religiosos e re-ligiosas, leigos e leigas que atuam em diversos pa-íses europeus.

Ao refletir sobre o tema do encontro, o pre-feito da Congregação para os Institutos de Vida Con-sagrada, o cardeal brasileiro, dom João Braz de Aviz,apresentou a Bula do papa Francisco sobre o Anoda Misericórdia. “Devemos viver relações degratuidade e fraternidade; estarmos dispostos asempre aprender; passar de uma espiritualidadeindividual para a comunitária e baixar-nos diantedo outro”, destacou o cardeal.

Do Brasil participaram o presidente da Pas-toral dos Brasileiros no Exterior (PBE), e bispo deCaxias do Sul (RS), dom Alessandro Rufinoni querepresentou a CNBB e o diretor das Pontifícias ObrasMissionárias (POM), padre Camilo Pauletti. “Foramdias de reflexão, partilha, convivência, celebraçõese encaminhamentos. Tivemos a oportunidade de en-contrar o papa Francisco na Praça São Pedro”, re-lata padre Camilo.

O trabalho maior dos missionários é com osimigrantes brasileiros e portugueses que vivem na

Europa. Outros atuam entre os imigrantes de paísesdo norte da África e da Ásia. Atendem comunida-des, grupos e favorecem a vivência da fé, dando-lhes apoio.

Ao refletir sobre a mobilidade humana, irmãAlbertina Pauletti, do Conselho geral das IrmãsScalabrinianas, relatou: “Quem migra se obriga amudar e quem acolhe também. Muitos são vítimasda violência, carregam medos e dúvidas. A Igrejadeve corresponder e acompanhar a mobilidade hu-mana, promover a cultura do encontro”.

Nos trabalhos de grupo, os participantes tive-ram a oportunidade de partilhar suas experiências.Há situações difíceis de sofrimento, tanto para quemacolhe quanto para quem é acolhido. A humanidadeestá empobrecida espiritualmente. Percebe-se umcerto “cancelamento” de Deus e um vazio interior.Para os missionários, quem serve e leva consolo étambém consolado. O caminho é ajudar nahumanização, aprender a se dispor no serviço, aco-lher com ternura e amor.

O encontro encerrou com uma avaliação eagradecimentos. Os missionários voltarão a se reu-nir nos dias 7 a 10 de novembro de 2016, em Lon-dres, na Inglaterra.

60 missionários reunidos em Roma

Os participantes em reunião

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TESTEMUNHO4

“ Como criança veio ao mundo o Senhor

Jesus, igual menino pobre deitado nas palhas e

feito de Luz”.

Aqui na Guiné Bissau todos estamos contentes.A festa do Natal nos traz alegria, temos Jesus e com Elecelebramos a vida de tantas e tantas crianças. Em Cacheudesde a primeira semana de Advento é feita a celebraçãonas comunidades (tabancas), mesmo que a maioria sejaanimista. A festa é a memória do verdadeiro sentido doNatal, para todas as crianças de zero a cinco anos que sãomais de 600, que fazem parte do seguimento nutricionalrealizado mensalmente.

Neste dia único do ano, todas as crianças arrumamos cabelos e vestem roupa nova. As mães somam o poucode cada e se multiplicam em muito onde todos revivema Graça e a magia de ser criança e receber um pequenogesto.

Com antecedência a equipe paroquial organiza osensaios com encenação e cantos próprios. Na véspera épreparada uma casinha feita de folhas de palmeiras ecoberta de palha seca típica dos mais empobrecidos. Nagrande Noite em que Deus quis fazer-se um meninohumano e deixado de lado porque não havia lugar paraEle, todos vão à igreja. A equipe ajuda reavivar a históriadesde a anunciação até o nascimento, com cantos, dançase muita alegria.

As vezes é feito o batizado das crianças. No diaseguinte preparam uma mesa geralmente em frente a casa,onde na abertura falam os padrinhos e pais rezandodesejando o melhor para sua vida. Ali estão familiares,amigos, vizinhos se alegrando com o novo membro dacomunidade.

A maioria dos que fazem parte da Igreja Católicasão jovens e após a missa vão a discoteca. O dezembro éa festa das festas, encontro das famílias, refeição farta eregada com muitas bebidas e som.”Contribuição das Irmãs franciscanas de N. S.

Aparecida de Cacheu, através de Ir. Solange.

Guiné Bissau: em todo o advento são realizadas festas natalinas

Encenação de Natal

Casal com o filho na encenação de Natal

Ir. Solange com crianças

Encenação do Natal debaixo de árvores

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TESTEMUNHO5

Nossa Comunidade no Congo, pertence àArquidiocese de Bukavu, leste do País (fronteira comRuanda), nós fazemos parte da Paróquia São PedroClaver à Nguba.

A cidade de Bukavu foi evangelizada pelosMissionários da África e Missionárias de NossaSenhora da África. O trabalho de evangelizaçãocomeçou há mais 100 anos e nos trouxe muitosfrutos. A Igreja cresceu, muitas congregaçõesdiocesanas e missionárias foram fundadas econtinuam o trabalho de evangelização.

Nós Missionárias de Maria - Xaverianasestamos presentes no Congo a partir de 1960. Deusnos abençoou com muitas vocações de irmãscongolesas que fazem seu trabalho de evangelizaçãono Brasil (Norte e sul), Tchad, Camarões, Tailândiae Itália. Nós tivemos a alegria de acolher irmãsXaverianas brasileiras que trabalharam aqui e agoratemos presente Maria de Oliveira do Paraná e Mariade Lourdes de Belém do Pará.

Em Bukavu o advento se caracteriza peloapostolado. As crianças de cada grupo e movimentoda paróquia organizam um apostolado como: visitaaos anciãos, aos doentes, aos presos, às crianças derua etc...

Neste período fazemos o apostolado aosanciãos da nossa paróquia numa parte do bairro quese chama Credit. As crianças foram convidadas atrazerem: arroz, feijão, farinha de mandioca, milho,vestidos, sapatos, sabão, dinheiro, etc... Cada qualconforme a sua possibilidade. Colocamos tudo emcomum e junto com os assessores fomos visitar aspessoas designadas. Quando chegamos na casa dapessoa a ser visitada, iniciamos sempre com umaoração preparada pelas crianças, conversamos umpouco para conhecer melhor a realidade e emseguida distribuimos os alimentos.

A cena mais bonita é ver a alegria dascrianças e das pessoas que nos receberam. É ummomento de graça, sobretudo para as crianças pois

elas aprendem a viver os mandamentos da IAMprincipalmente aquele que diz: “Saber partilharcom alegria mesmo se custa”. No dia em quefizemos o apostolado choveu muito e como o nossoBairro não tem asfalto a lama tomou conta dasruas e, por isso, tornou-se difícil caminhar. Mesmoassim as crianças tinham uma motivação mais forteque as encorajavam mutuamente. Foi umaexperiência edificante. Com as crianças e os seusdons, a luz do Menino Jesus entrou nas casas quevisitamos.

Nesse período temos a preparação dospresépios na paróquia e nas casas e a fabricaçãodos mesmos se faz com argila. Para envolver ascrianças da catequese paroquial, cada turmaprepara um presépio com material que temos aquina região: argila, folha de banana e palmito. Ospersonagens do presépio são feitos pelas criançasque durante a preparação fazem muitas perguntasinteressantes.

Um dia uma criança perguntou: “Irmãporque se diz que Jesus é pobre mesmo depois queos reis magos trouxeram para ele ouro, incenso emirra, então ele era rico?” Respondi: sim Jesus erarico em amor. E lhe expliquei: quando uma mãe dáa luz o que fazem os vizinhos? -Ah Irmã todos vêmna nossa casa com presentes bonitos e com gostosascomidas, com roupas para o recém nascido edinheiro para festejar e partilhar com os vizinhos.Assim os magos fizeram, souberam que Jesus havianascido, vieram visitá-lo trazendo presentesbonitos digno de um Rei como Ele.

Na construção do presépio coloca-se doissimbolos significativos: a grama verde, sinal daesperança e vida nova; Policiais, sinal de proteçãoe segurança do Menino Jesus e seus pais.

Congo: no Natal as crianças visitam os pobres

Distribuição de presentes aos pobres

Crianças visitam as famílias

(continua na página seguinte)

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TESTEMUNHO6

Para os cristãos o Natal é a grande festa, étambém chamada festa das crianças. Então cadapessoa tem o direito de comer bem e a vestir-sebem. Os pais devem fazer de tudo para comprarum vestido novo para todos os membros da família,sobretudo para as crianças. É neste dia do ano queuma criança pode pedir algo a um adulto e tem odireito de receber da família, ou de um vizinho oude um amigo da família.Véspera de Natal

Na véspera de Natal a celebração se faz naparóquia, normalmente à tarde ou à noite. Nestacelebração as crianças não participam. É umagrande festa, mesmo os que não participam decostume, vêm para esta celebração que tem umaduração de até cinco horas sem se cansar, é aalegria do Natal que envolve a todos.

Depois da celebração, se volta para casacantando e dançando a alegria da Salvação.Chegando em casa se acendem as velas ao redordo presépio dizendo : Hoje é Natal aqui. Alegria!Jesus nasceu… (Leo ni noeli kwetu, furaha, shangweYesu amezaliwa na lingua swahili)

Nesse período do Natal há uma melhorparticipação nas comunidades de base, com apartilha dos bens e uma atenção especial aos pobresda comunidade.Missa do dia

No dia de Natal a igreja fica lotada degente, com cinco missas todos os domingos. Asegunda missa é destinada às crianças. Todos vembem vestidos e durante a homilia se apresenta aencenação do Evangelho do nascimento de Jesus.Após a missa, todos voltam para suas casas,encontram a comida pronta e lá são convidados apartilhar a alegria do Natal. A refeição éacompanhada com cantos, músicas e danças e ascrianças recebem presentes. Nesse dia se visitafamiliares e amigos.Nas escolas

Habitualmente nós fazemosdecorações para desejar a todos umFeliz Natal. Cada aluno é convidadoa trazer um presépio, assim nós temosuma variedade do mesmo comexpressões diferentes. Raramente nóstemos a presença do Papai Noel.

Ir. Marie Dukuze MMX

Infância e Adolescentes Missionários deBukavu-Congo

Queridos (as) amigos (as) do Brasil,Jambo watoto wa Brésil! (bom dia criançasdo Brasil)!

Nós somos da Infância Missionáriado Congo e nós vos escrevemos para dizerum oi. Nós desejamos a vocês um Feliz Natale Feliz Ano Novo, e vos pedimos que rezemtodos os dias pelas crianças do mundo.

Nós da Infância e Adolescência deBukavu fazemos o nosso encontro todosábado das 16h às 17h. Eis aqui o nossoprograma: o primeiro sábado nós fazemoso ensinamento, o segundo, aespiritualidade, o terceiro, o apostolado eo quarto sábado, o artesanato.

Nós continuamos a rezar por vocêse nós vos amamos. Continuem a rezar a cadadia e continuem a fazer Jesus conhecido eamado.

Como vocês fazem vosso encontro?Onde vocês se encontram?

DE TODAS AS CRIANÇAS DO MUNDO,SEMPRE AMIGOS (AS). COM JESUS E MARIAMISSIONÁRIOS TODO DIA.Muito obrigado!

Natal no Congo

Bairro de Bukavu

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TESTEMUNHO 7

A celebração do Natal

Tailândia é essencialmente um paísde Missão. Ali trabalham missionários detodo o mundo. Os maristas do Brasil rea-lizam uma ação em diversos países vizi-nhos, coordenada pela missionária leigaNeiva Hoffelder, catarinense de Joaçaba.Eis o seu relato sobre o Natal:

“Para quem gosta de estar junto à famí-lia e amigos, celebrar o Nascimento de Jesuscom festa e presentes, certamente aqui não éum lugar que você encontrará espaço para ofazer. Na região asiática não se tem a tradiçãode comemorar o Natal, por serem países bu-distas, muçulmanos, induistas... e mesmo co-munistas, salvo em algumas partes onde seprestigia o turismo e é em vista deste que sefaz algumas celebrações e decorações natali-nas.

Comemoração do Natal na TailândiaEm Bangkok onde moro, não se comemo-

ra o Natal. Para os tailandeses, o Ano Novo émuito mais importante que o Natal, e nestaaltura reúnem-se com a família, oferecem pre-sentes e fazem os seus votos para o Ano Novo.Mas claro que nos centros comerciais, restau-rantes em Bangkok sempre é possível ver algu-mas referências ao Natal, no entanto para elesé um dia normal de trabalho. Na comunidade de missão onde vivoas pessoas também não são muito de comemo-rações, dar presentes... fizemos algumas co-midas diferentes do dia a dia, simples, masque lembre um pouco nossa tradição de cele-brar o Natal e participamos das celebraçõeslitúrgicas que são o ponto alto das celebraçõesNatalinas, com muito incenso e flores. No fi-nal da Celebração do Natal, é servido comidasnormais do dia a dia, gratuitamente a todos osparticipantes da missa. Em uma de nossas co-munidades de missão aqui na Tailândia, PalaU, uma vila de refugiados do Myanmar, que ficanas montanhas, se faz alguma celeração dife-renciada por ser uma vila de católicos, mastambém, com comidas normais do dia a dia. Éservido um jantar preparado pelas senhoras dacomunidade com comidas típica “Karan”, tri-bo de Myanmar de onde proveem, para todosno meio da vila gratuitamente, com o diferen-cial que se coleta alimentos de quem pode daralguma coisa, põe-se em comum e as senhoraspreparam a refeição. A base destas refeições éo arroz, inhame, gengibre, pimentas, condi-mentos... Em algumas paróquias nas cidadesé servido também carne de frango e porco co-zido com alguns vegetais. Assim acontecem ascelebrações por aqui, embora diferente, tam-bém conseguimos celebrar o Nascimento deJesus na simplicidade e alegria das criançascom as quais trabalhamos. ( Neiva Hoffelder, mis-sionária leiga)

Comidas do dia a dia Crianças comemoram o Natal

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Natal em cidades cristãs da Índia

TESTEMUNHO8

A missionária brasileira Ir.Lázara Siqueira que trabalha naÍndia, nos revela uma facetadaquele país durante o Natal,especialmente no Estado deKerala, onde o cristianismo é vividocom mais intensidade pelascomunidades. Diz Ir. Lázara:

“Natal é festa de amoruniversal e se celebra com muitaalegria e felicidade. Kerala éfamosa no sul da Índia por celebraro Natal. A cidade festeja o Natalcom doces natalinos, fogos deartifício, presentes e o presépio. Aestrela de Natal, além de outrasdecorações, antes de iniciar os festejos do Ano Novoestá em toda a parte. Ela está em todas as missas etambém no comércio, que dá um tom de estação dealegria. Os cristãos em Kerala decoram as casas enas igrejas celebram com cantos natalinos. Modelos

em miniatura do presépio, colocando o nascimentode Cristo estão por toda a parte. Milhares de pessoasse reúnem nas igrejas de Kerala durante esteperíodo. As igrejas costumam ficar abertas dia enoite.

A cidade é Kochin celebra o Natal com muitofascínio. Podem ser vistas casas ornamentadas com

motivos natalinos, como também as igrejasricamente adornadas.

Outra cidade é Trivandrum que é a capitalde Kerala. Ali a ornamentação de Natal pode servista em mercados. Existem shoppings como o de

Chalai e Palayam que ornamentam suaslojas com motivos natalinos. Há mercadosque oferecem tortas e doces, bem comouma feira especial de Natal. Também épossível visitar as igrejas como a catedralde Maria, a igreja Mãe e Deus e a catedralde São José.

Já a cidade de Kovalan é famosa porseu inverno e por gozar de um climaagradável com dias de sol e noitesventosas. Pode-se celebrar o Natal etambém ter o prazer de frequentar ocarnaval durante este tempo.

A região de Munnar é de colinas eum lugar ideal para festejar o Natal. É

conhecida pelas suas temperaturas e pelo climaameno. Há muito verde em toda a parte e por issoa celebração de Natal torna um sonho inesquecível.Também é possível visitar as igrejas em Munnarcomo a igreja de Cristo e muitas outras.

Igreja enfeitada em Kochin A estrela de Natal no comércio

Presépio em Trivandrum

Coral de crianças

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TESTEMUNHO 9

Natal em terras do primeiro mundoIr. Gerci Lopes de Souza, paranaense de

Kaloré, pertence à congregaçao das IrmãsMissionárias das Servas do Espírito Santo. Atuana Espanha, um país do primeiro mundo, nalocalidade de Ponferrada, como professora noColégio Espírito Santo. Ir. Gerci nos conta como éa celebração de Natal num país católico, com umatradição milenar.

“Neste momento estamos preparando-nospara celebrar o natal. Na Espanha a festa maisimportante não é o Natal senão a festa dos ReisMagos. Mesmo assim, em nosso colégio,preparamos com os alunos de educação infantilum festival de Natal para pais, familiares e

amigos.Um dos costumes, também daqui, nestaépoca de fim de ano, é semear estrelas nas ruas,ou seja, um grupo de alunos de educação primáriaacompanhados de pais, profesores e irmãs nosconcentramos em uma paróquia juntamente comoutros colegios. Primeiro, fazemos uma reflexãorelacionada com o Natal, depois, distribuimos unsselos com formato de estrela para que os alunospossam presentear aos que passam nas ruas edesejar-lhes Feliz Natal. Enquanto os alunos estãodistribuindo as estrelas, um grupo do colégio seconcentra em uma rua principal da cidade e juntosse dedicam a cantar diferentes canções de Natal.Também no colégio celebramos com todos oscursos uma eucaristía e cantamos diferentescanções natalinas. É a maneira que temos decelebrar o Natal aqui com os alunos”.

A trajetória missionária de Ir. Gerci é mar-cante. Em 1995 deixou a família para ingressarno Convento com as Irmãs Missionárias Servasdo Espírito Santo em Ponta Grossa –PR. Naquele

ano, a comunida-de vocacionalNossa Senhora doCaminho contavacom 12 jovensque aspiravam aser religiosas.

A pri-meira experiênciacomo postulantefoi en Toledo –PR, em uma dascomunidades depastoral. Comonoviça fez umaexperiência de

seis meses em um dos colégios, Santos Anjos –SC. Estas experiências e outras outras não menci-onadas, ajudaram muito Ir. Gerci para entenderhoje o significado de uma missão alémfronteiras.Ela conta que

“Em 2003 fiz minha primeira profissão e aprofissão perpétua em 2008. Em julho do ano se-guinte, com destino permanente, passei a fazerparte de uma de nossas comunidades internacio-nais. Há seis anos moro e trabalho no ColegioEspírito Santo de Ponferrada em Espanha. Souformada em pedagogía com licenciatura em edu-cação infantil. Me dedico especialmente à minhaprofissão.Estou muito feliz e realizada vocacio-nal e profissionalmente. Poder representar o meupaís e também a minha província do Brasil - Sulque me enviou a terras estrangeiras é uma alegriaimensa. Não é fácil ser missionária na Europa es-pecialmente em países do primeiro mundo. É umdesafio muito grande, mas também, uma experi-ência gratificante.Feliz Natal a todos”.

Ir. Gerci

Festival de Natal

Distribuição de estrelas de Natal nas ruas

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Atentado em Bangladesh: missionário foi atingido por tiros

‘Dinajpur, 19 Novembro 2015Não sei se vocês já são informados ou não

do ocorrido. Me explico: Ontem, quarta-feira pelamanhã parti com a moto de Khejurpur paraDinajpur. Khejurpur fica a‘ 75 Kms de Dinajpur,que é a sede da nossa diocese, uma cidade no nortedo Bangladesh. Os missionários do PIME chegaramnesta região mais de 160 anos atrás. Assim queentrei na casa regional do PIME em Dinajpur, pecebique tinha um clima estranho. O padre Carlo Dotti,o reitor da casa me disse: “ligamos para vocêmilhares de vezes, e você que não responde a essemaldito celular...”. Eu lhe respondi simplesmenteque pilotando uma moto que vai veloz como aminha, em uma estrada congestinada seriaimpossível sentir a vibração do celular. E depoisde um respiro profundo o padre Dotti me disse: “O padre Piero Parolari sofreu uma tentativa deassassinato. Tudo aconteceu lá pelas 8 da manhã,quando tu, Almir viajava também na estrada, epor isso tentamos desesperadamente saber ondevocê se encontrava, e principalmente se você

estava bem “. Fiquei sem palavras, peguei o meucelular e vi que tinha de fato recebido muitastelefonadas... logo pergurtei sobre a situação dopadre Piero, e o padre Dotti com um rosto triste merespodi dizendo: “ Um santo homem como o Piero...está na sala operatória... ele foi atingido na nuncae perdeu muito sangue. Dizem que ele está em umasituação muito crítica... Não sei se consegui explicarbem o ocorrido.

O padre Piero foi transferido à Dhaka, capi-tal do Bangladesh de avião ontem mesmo pela tar-de... Agora ele se encontra fora de perigo de vida,porém muito chocado e com várias feridas. De fato,quando ele foiatingido pedala-va a sua velhabicicleta indo aohospital comofaz todas as ma-nhãs. Ele segueos doentes quesão mandados aDinajpur das di-ferentes mis-sões... Ele ficouinconsciente por um bom tempo, pois o impacto dabala que feriu a sua nunca foi muito forte...

Este é o terceiro estrageiro que sofre umatentado deste gênero. No mês de setembro foramassassinados un leigo italiano e un outro laicojaponês. E também alguns pastores protestantessefreram tentativas de assassinato. A situação émuito tensa aqui. O medo de ser o próximo se tornoupara nós missionários uma realidade depois quetentaram assassinar uma pessoa assim boa como opadre Piero. Rezem por nós...

A polícia nos proibiu de sairmos de casa. E sealguém sair, precisa sair acompanhado de guardascostas... uma sitação terrível para nós missionáriosneste momento aqui no Bangladesh.

Com amizade, gratidão e espírito missionário,

Almir Azevedo-PIME Bangladesh’

O missionário brasileiro do PIME, Pe. Almir Azevedo nos relata a difícilsituação de trabalho em Bangladesch. Desde 2013, Almir trabalha numpaís onde os cristãos são apenas 0,3 % . A maioria são muçulmanos. Seucolega, o italiano o Pe. Piero Parolini foi alvejado com tiros na nuca, noúltimo dia 19 de novembro. Em setembro passado foram mortos doismissionários. Eis o relato angustiante do Pe. Almir:

Pe. Almir

Polícia de Bangladesch

TESTEMUNHO

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Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RO) recebe voluntários paulistas

O sacerdote Norberto Savietto, da diocesede Jundiaí, esteve por uma semanavisitando povos indígenas da reservaRaposa do Sol, em Roraima. Eis aqui seutestemunho:

“Tive a alegria de participar de uma equipenuma missão no estado de Roraima, na região daRaposa Serra do Sol, onde existem 75 aldeiasindígenas. Formamos 14 equipes e cada uma deveriavisitar três ou quatro centros, para preparar a festade 100 anos de evangelização dos povos indígenas.Realizamos a missão entre os dias 24 e 29 de agosto.A equipe foi formada por um padre e mais oitolideranças, dois adultos e seis jovens, todosindígenas.

Raposa Serra do Sol é uma Terra Indígenasituada no nordeste de Roraima, destinada à possepermanente das etnias ingaricós, macuxis,patamonas, taurepangues e wapixanas. A área de1.743.089 hectares foi homologada em 15 de abrilde 2005. Mais da metade da área é constituída porvegetação de cerrado, denominada de “lavrado”.A porção montanhosa culmina com o monteRoraima, em cujo topo se encontra a tríplicefronteira entre Brasil, Guiana e Venezuela.

A visita foi uma grande surpresa, uma gran-de alegria, uma experiência concreta de vida emcomunidade. Em todas as aldeias, a recepção eracalorosa, alegre e festiva. Jovens e adolescentesvestidos com características indígenas (pinturas,enfeites com penas), dançando e cantando, primei-ramente em macuxi e depois em português. Trata-ram com muito carinho as equipes missionárias eserviam o melhor que podiam. As mesas eram co-munitárias e muito fartas. Nas reuniões os líderesda comunidade: pajé, tuxaua, capataz, vaqueiro,catequista e professor explanavam as responsabi-lidades de suas funções e descreviam um pouco de

sua história, suas lu-tas e vitórias. Todosconfirmavam em seusrelatos as décadas desofrimentos, humilha-ções, perseguições eassassinatos, que pas-savam no tempo dasinvasões de fazendei-ros e garimpeiros emsuas terras.

As atividades erammuitas, pois a

permanência em cada aldeia era curta. Além daspalestras tinham sempre batizados, casamentos,confissões e primeiras comunhões. Tudo num climade alegria, fraternidade. Era uma festa em todaaldeia. Todos unidos na oração, na escuta da palavrade Deus e nas refeições, ao estilo dos primeiroscristãos.

De uma aldeia para outra tínhamos que fazeruma longa caminhada, mais ou menos 20 km,subindo as montanhas em meio a muitas pedras,carregando mochila e material litúrgico. O trajetodemorava de quatro a cinco horas, debaixo de umsol esturricante. Além da força de Deus, o queanimava a equipe era a consciência que lá adiantetinha um povo, outra aldeia com irmãos esperandoansiosamente a nossa chegada. Assim quechegávamos era outra recepção calorosa, nosmesmos moldes das primeiras, com alguns detalhesparticulares de cada grupo.

De um modo geral deu para concluir que ospovos indígenas, bem evangelizados, são pessoastranquilas, pacíficas, com objetivos muito claros,privilegiando primeiramente a comunidade e, emseguida, a família. Hoje são livres, têm famíliasnumerosas (média de seis ou sete filhos), as criançasbrincam livremente, as mães são tranquilas.

Reúnem-se todos os dias às 6 horas para aoração da manhã. Todos os domingos celebram aPalavra. O missionário consegue visitar somenteuma ou duas vezes ao ano, devido à dificuldade dechegar às comunidades e o grande número dealdeias.

Temos muito que aprender com os povosindígenas, em sua tranquilidade, paz e liberdadeem todos os sentidos. Para mim foi uma experiênciamarcante. Fui para ensinar e aprendi muito maisdo que ensinei. Bendigo a Deus por aquela semana.Será inesquecível”.

* Pe. Norberto Savietto pertence ao clero dadiocese de Jundiaí e atua em Roraima pelo ProjetoMissionário Sul 1 - Norte 1

Uma das pregações

TESTEMUNHO

Pe. Norberto