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A Comunicação na Sociedade da Informação Marcelo Mendonça Teixeira * Índice Introdução ............................. 2 1 Comunicação: O Estado da Arte ............... 3 2 Os Tipos de Comunicação .................. 8 2.1 A Imprensa ......................... 11 2.2 O Cinema .......................... 13 2.3 O Telefone .......................... 15 2.4 O Rádio ........................... 17 2.5 A Televisão ......................... 19 3 As Novas Mídias ....................... 22 Conclusões ............................ 25 Agradecimentos .......................... 26 Referências ............................ 26 Resumo Um dos aspectos mais notáveis observados na sociedade da infor- mação é a convergência tecnológica dos meios de comunicação de mas- sa, através de um longo processo de adaptação de seus recursos co- municativos às mudanças evolutivas. Logo, as novas mídias tornam- se (pluralmente) uma extensão das mídias tradicionais, possibilitando * Doutorando em Ciências da Educação (Área de Especialização em Tecnologia Educativa) no Instituto de Educação da Universidade do Minho. Texto financiado pela Fundação Nacional para a Ciência e a Tecnologia e co-financiado pelo Fundo Europeu e pelo Programa Operacional Potencial Humano/POPH. marcelo.uminho.pt@ gmail.com

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade daInformaccedilatildeo

Marcelo Mendonccedila Teixeiralowast

IacutendiceIntroduccedilatildeo 21 Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte 32 Os Tipos de Comunicaccedilatildeo 821 A Imprensa 1122 O Cinema 1323 O Telefone 1524 O Raacutedio 1725 A Televisatildeo 193 As Novas Miacutedias 22Conclusotildees 25Agradecimentos 26Referecircncias 26

Resumo

Um dos aspectos mais notaacuteveis observados na sociedade da infor-maccedilatildeo eacute a convergecircncia tecnoloacutegica dos meios de comunicaccedilatildeo de mas-sa atraveacutes de um longo processo de adaptaccedilatildeo de seus recursos co-municativos agraves mudanccedilas evolutivas Logo as novas miacutedias tornam-se (pluralmente) uma extensatildeo das miacutedias tradicionais possibilitando

lowastDoutorando em Ciecircncias da Educaccedilatildeo (Aacuterea de Especializaccedilatildeo em TecnologiaEducativa) no Instituto de Educaccedilatildeo da Universidade do Minho Texto financiado pelaFundaccedilatildeo Nacional para a Ciecircncia e a Tecnologia e co-financiado pelo Fundo Europeue pelo Programa Operacional Potencial HumanoPOPH marcelouminhoptgmailcom

2 Marcelo Mendonccedila Teixeira

ao puacuteblico o acesso as informaccedilotildees numa grande variedade de dispos-itivos digitais Contudo o que distingue ambos os formatos eacute primor-dialmente a digitalizaccedilatildeo de conteuacutedos em bits Comenta-se ainda aflexibilidade de horaacuterios o custo reduzido e a democratizaccedilatildeo no pro-cesso de produccedilatildeo ediccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das informaccedilotildees em temporeal Outra seja a passagem de um modelo unidirecional para ummodelo multidirecional de comunicaccedilatildeo que estimula efetivamentea troca colaborativa de mensagens O socioacutelogo Marco Silva reconheceque eacute uma nova relaccedilatildeo entre a emissatildeo-mensagem-recepccedilatildeo diferentedaquela que caracteriza o modelo unidirecional proacuteprio dos meios decomunicaccedilatildeo de massa baseados exclusivamente na transmissatildeo deinformaccedilotildees Sob uma perspectiva empiacuterico-descritiva abordaremosno presente trabalho questotildees conceituais inerentes ao processo comu-nicativo humano a evoluccedilatildeo dos meios de comunicaccedilotildees enquanto in-terfaces mediadoras da comunicaccedilatildeo e a convergecircncia midiaacutetica para ouniverso virtual considerando ainda as transformaccedilotildees na cultura dacomunicaccedilatildeo de massas

Palavras-Chave Comunicaccedilatildeo Processo Comunicativo Meios deComunicaccedilatildeo Convergecircncia Tecnoloacutegica Novas Miacutedias

Introduccedilatildeo

O seacuteculo XX seraacute o seacuteculo das revoluccedilotildees previram Karl HeinrichMarx e Friedrich Engels e duas aacutereas do conhecimento concreti-

zaram o pensamento dos teoacutericos contribuindo decisivamente para arevoluccedilatildeo comunicativa e educacional da humanidade ndash as telecomuni-caccedilotildees e a informaacutetica Apoacutes o Governo Norte Americano ter criado aldquoAdvanced Research and Projects Agencyrdquo (Agecircncia de Pesquisas emProjetos Avanccedilados) em 1958 a ideia da comunicaccedilatildeo em rede surgeem Marccedilo de 1960 no artigo do Cientista Joseph Carl Robnett LickliderldquoMan-Computer Symbiosisrdquo (Simbioses Homem-Computador) publi-cado na revista Transactions on Human Factors in Electronics Na deacute-cada seguinte Vinton Cerf cunha o termo ldquoInternetrdquo (sistema global deredes interligadas de computadores) oferecendo a sociedade uma vastagama de recursos e serviccedilos Com a informatizaccedilatildeo generalizada dasmiacutedias de massa e perda de audiecircncia para as novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo muitas passaram a optar pela extensatildeo dos

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poacutelos de emissatildeo ou pela extinccedilatildeo das estruturas fiacutesicas e migraccedilatildeo parao universo virtual Os benefiacutecios da convergecircncia vieram em seguidaampliando-se a oferta de gecircneros e serviccedilos reduzindo custos e pas-sando a interagir em outras aacutereas do conhecimento aleacutem do entreteni-mento do jornalismo e da publicidade Os meios de comunicaccedilatildeo demassa foram reformulados e redefinidos e as novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo passaram a ser utilizadas em todos os camposdo saber Eacute neste contexto que se estabelece uma pluralidade de con-vergecircncias ndash da comunicaccedilatildeo humana a comunicaccedilatildeo em rede Aquiapresentamos uma investigaccedilatildeo empiacuterico-descritiva para conhecermosa extensatildeo desta problemaacutetica

1 Comunicaccedilatildeo O Estado da ArteFazemos referecircncia aos meios de comunicaccedilatildeo de massa como instru-mentos que intermediam o processo comunicacional mas regularmenteconfundimos com o canal de comunicaccedilatildeo Etimologicamente a pala-vra ldquoComunicaccedilatildeordquo tem origem no Latim ldquoCommunicatiordquo que sig-nifica ldquoaccedilatildeo de tornar algo comum a muitosrdquo (POYARES 1970) Acomunicaccedilatildeo ocorre quando o emissor traduz a sua ideia para uma lin-guagem ou coacutedigo que possa ser compreendido pelo receptor JeanCloutier autor que destaca o papel do ser comunicante enquanto ldquoE-MERECrdquo atesta que o homem possui duas caracteriacutesticas distintas (o deemissor e receptor) num processo natildeo linear e nem estaacutetico encontran-do-se este em movimento e variando conforme as diferentes formas decomunicaccedilatildeo Como forma de ampliar o conceito e determinar asserti-vamente as fases da comunicaccedilatildeo humana muitos estudiosos tecircm for-mulado teorias1 e modelos de representaccedilatildeo graacutefica O esquema pro-posto pelos norte-americanos Claude Elwood Shannon e Weaver War-ren (conhecido como mother of all models) tornou-se o escopo da in-vestigaccedilatildeo epistemoloacutegica no campo das Ciecircncia Sociais

1Teoria dos Efeitos Ilimitados ou Teoria Hipodeacutermica ndash Modelo de Lasswell -Teoria da Persuasatildeo ndash Teoria Funcionalista ndash Teoria Empiacuterica de Campo ndash TeoriaCriacutetica ndash Teoria Cultoroloacutegica ndash Teoria do Agendamento

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4 Marcelo Mendonccedila Teixeira

Figura 1 Teoria Matemaacutetica da Comunicaccedilatildeo ou Teoria daInformaccedilatildeo

Fonte httpcmbell-labscomcmmswhatshannondayshannon1948pdf

O canal de comunicaccedilatildeo refere-se ao meio onde a mensagem eacutetransmitida (do emissor ao receptor) caracterizando-se em trecircs aspec-tos Visual ndash Auditivo ndash Cinesteacutesico Neste sentido o processo decomunicaccedilatildeo decorre da seguinte estrutura O coacutedigo eacute um sistemade significados comuns aos membros de uma cultura ou subcultura Oresultado dessa codificaccedilatildeo eacute a mensagem seja ela verbal ou natildeo ver-bal onde qualquer acontecimento comportamento ou objeto pode serpercepcionado a qual pode ser emitida eou interpretada independente-mente da vontade A linguagem engloba os diferentes sinais corporaise quando fala do sistema ldquonatildeo verbalrdquo aponta os seguintes canais Ex-pressatildeo facial ndash olhar ndash gestos e movimentos posturais ndash contato corpo-ral ndash comportamento espacial ndash e aspectos fiacutesicos Ou seja o coacutedigo eacuteconstituiacutedo por um conjunto de sinais de natureza distinta entre o emis-sor e o receptor da mensagem (CUNHA REGO CUNHA amp CABRAL-CARDOSO 2003)

Ao receber uma mensagem o receptor a descodifica o que consistena traduccedilatildeo dos seus aspectos verbais e natildeo verbais de forma que lheeacute atribuiacuteda um determinado significado (percepccedilatildeo) Esta aparente sim-plicidade eacute todavia permeada por inuacutemeras dificuldades inerentes aossistemas de significaccedilatildeo uma vez que tais significados satildeo muito maiso produto de uma cultura particular do que os significantes (ibidem)

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Desse modo as pessoas diferem em suas maneiras de perceber pensarsentir e agir e essas diferenccedilas individuais influenciam a dinacircmica in-terpessoal a formaccedilatildeo de grupos e a proacutepria cultura das instituiccedilotildees(SILVA 2000) Soares (2006 p1) recorda que as ldquomensagens satildeodocumentos registos e atestados do que efetivamente eacute importante efundamental para a vida em sociedade Natildeo importando qual seja seuconteuacutedo toda mensagem eacute sempre uma prova um testemunho na me-dida em que torna puacuteblico um pensamento traduz e confirma ideiastransformando-as em palavras sons e imagensrdquo

Ainda no processo comunicativo temos ldquoa respostardquo ou ldquofeedbackrdquotambeacutem conhecido como ldquoretroinformaccedilatildeordquo O feedback eacute um ele-mento importante no sistema de informaccedilatildeo e quando se encontra pre-sente no processo de comunicaccedilatildeo eacute nomeado de bilateral pois ocorreem dois sentidos ou seja aleacutem do envio da mensagem original a in-formaccedilatildeo retorna descodificada pelo receptor agrave fonte ou emissor paraque este possa conhecer o resultado de sua mensagem (CHIAVENATO1999) O feedback ajuda a melhorar o desempenho e a comunicaccedilatildeodas pessoas na medida que eacute fundamental para o desenvolvimento dacompetecircncia interpessoal no sentido da comunicaccedilatildeo com o intuito defornecer-lhes uma resposta e constitui-se em um processo de ajuda paramudanccedilas de comportamento (MOSCOVICI 2002)

Por fim as barreiras de comunicaccedilatildeo (ruiacutedos) estatildeo associadas adiferenccedilas de repertoacuterios rede de referecircncias valores conhecimentoshistoacutericos espaciais afetivos cientiacuteficos profissionais presentes emcada indiviacuteduo entre o emissor e o receptor (MOTTA amp CALDAS1997) Os ruiacutedos distraem confundem bloqueiam e interferem direta-mente no processo de comunicaccedilatildeo Como parte integrante do processochegamos as funccedilotildees da linguagem que satildeo recursos utilizados peloemissor ou destinataacuterio (pessoa que fala ou escreve) no momento detransmitir uma mensagem com o intuito de que ela seja compreendidapelo receptor ou destinataacuterio (aquele quem ouve ou lecirc a mensagem) ex-plicam Diniz e Borin (2010) Esses recursos podem ser utilizados comoforma de reforccedilar algum elemento linguiacutestico para que facilite a com-preensatildeo do receptor quando em contato com um determinado efeito(ibidem) A figura seguinte descreve com mais detalhes o processo dacomunicaccedilatildeo humana em oito fases

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Figura 2 As Fases da Comunicaccedilatildeo

Fonte httpsociologyofcommunicationblogspotcombr2008_05_01_archivehtml

O pensador russo Roman Jakobson amplia reformula e determinauma tipologia para as funccedilotildees da linguagem baseado no modelo triaacutedi-co da linguagem do psiquiatra alematildeo Karl Buumlhler As funccedilotildees da lin-guagem de Jakobson tornaram-se um marco na histoacuteria da linguiacutesticae natildeo apenas se limita aos estudos da linguagem Camocardi e Flory(2003) sob a eacutegide da obra ldquoLinguiacutestica e Comunicaccedilatildeordquo detalham es-sas funccedilotildees

bull Funccedilatildeo Emotiva ou Expressiva Ocorre quando haacute ecircnfase no e-missor e na expressatildeo direta de suas emoccedilotildees e atitudes numcontexto subjetivo e pessoal

bull Funccedilatildeo Referencial ou Denotativa Privilegia o contexto e evi-dencia o assunto o objeto os fatos os juiacutezos Eacute a linguagemda comunicaccedilatildeo das descriccedilotildees objetivas das narrativas conven-cionais das dissertaccedilotildees dos ensaios cientiacuteficos entre outros

bull Funccedilatildeo Apelativa ou Conotativa Orientada para o destinataacuterio eacutea funccedilatildeo que busca mobilizar a atenccedilatildeo do receptor produzindoum apelo

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bull Funccedilatildeo Faacutetica Quando a ecircnfase estaacute no canal para conferir suarecepccedilatildeo ou para manter a concexatildeo entre os falantes bem comoprolongar ou interromper a comunicaccedilatildeo temos a funccedilatildeo faacutetica

bull Funccedilatildeo Poeacutetica Dar-se quando a mensagem se volta para os seusproacuteprios constituintes tendo em vista produzir efeito esteacuteticoatraveacutes da ruptura da norma linguiacutestica ou de combinatoacuterias i-novadoras da linguagem

bull Funccedilatildeo Metaliguiacutestica Eacute a funccedilatildeo que visa agrave traduccedilatildeo do coacutedigoou agrave elaboraccedilatildeo do discurso seja ele linguiacutestico (escrito ou oral)ou extralinguiacutestico (muacutesica cinema pintura gestualidade tam-beacutem conhecidos como coacutedigos complexos

Cada um dos seis fatores descritos por Jakobson determina dife-rentes funccedilotildees da linguagem verbal Deste modo temos

Figura 3 Circuito da Comunicaccedilatildeo

Fonte Baseado em Camocardi e Flory (2003)

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Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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ao puacuteblico o acesso as informaccedilotildees numa grande variedade de dispos-itivos digitais Contudo o que distingue ambos os formatos eacute primor-dialmente a digitalizaccedilatildeo de conteuacutedos em bits Comenta-se ainda aflexibilidade de horaacuterios o custo reduzido e a democratizaccedilatildeo no pro-cesso de produccedilatildeo ediccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das informaccedilotildees em temporeal Outra seja a passagem de um modelo unidirecional para ummodelo multidirecional de comunicaccedilatildeo que estimula efetivamentea troca colaborativa de mensagens O socioacutelogo Marco Silva reconheceque eacute uma nova relaccedilatildeo entre a emissatildeo-mensagem-recepccedilatildeo diferentedaquela que caracteriza o modelo unidirecional proacuteprio dos meios decomunicaccedilatildeo de massa baseados exclusivamente na transmissatildeo deinformaccedilotildees Sob uma perspectiva empiacuterico-descritiva abordaremosno presente trabalho questotildees conceituais inerentes ao processo comu-nicativo humano a evoluccedilatildeo dos meios de comunicaccedilotildees enquanto in-terfaces mediadoras da comunicaccedilatildeo e a convergecircncia midiaacutetica para ouniverso virtual considerando ainda as transformaccedilotildees na cultura dacomunicaccedilatildeo de massas

Palavras-Chave Comunicaccedilatildeo Processo Comunicativo Meios deComunicaccedilatildeo Convergecircncia Tecnoloacutegica Novas Miacutedias

Introduccedilatildeo

O seacuteculo XX seraacute o seacuteculo das revoluccedilotildees previram Karl HeinrichMarx e Friedrich Engels e duas aacutereas do conhecimento concreti-

zaram o pensamento dos teoacutericos contribuindo decisivamente para arevoluccedilatildeo comunicativa e educacional da humanidade ndash as telecomuni-caccedilotildees e a informaacutetica Apoacutes o Governo Norte Americano ter criado aldquoAdvanced Research and Projects Agencyrdquo (Agecircncia de Pesquisas emProjetos Avanccedilados) em 1958 a ideia da comunicaccedilatildeo em rede surgeem Marccedilo de 1960 no artigo do Cientista Joseph Carl Robnett LickliderldquoMan-Computer Symbiosisrdquo (Simbioses Homem-Computador) publi-cado na revista Transactions on Human Factors in Electronics Na deacute-cada seguinte Vinton Cerf cunha o termo ldquoInternetrdquo (sistema global deredes interligadas de computadores) oferecendo a sociedade uma vastagama de recursos e serviccedilos Com a informatizaccedilatildeo generalizada dasmiacutedias de massa e perda de audiecircncia para as novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo muitas passaram a optar pela extensatildeo dos

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poacutelos de emissatildeo ou pela extinccedilatildeo das estruturas fiacutesicas e migraccedilatildeo parao universo virtual Os benefiacutecios da convergecircncia vieram em seguidaampliando-se a oferta de gecircneros e serviccedilos reduzindo custos e pas-sando a interagir em outras aacutereas do conhecimento aleacutem do entreteni-mento do jornalismo e da publicidade Os meios de comunicaccedilatildeo demassa foram reformulados e redefinidos e as novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo passaram a ser utilizadas em todos os camposdo saber Eacute neste contexto que se estabelece uma pluralidade de con-vergecircncias ndash da comunicaccedilatildeo humana a comunicaccedilatildeo em rede Aquiapresentamos uma investigaccedilatildeo empiacuterico-descritiva para conhecermosa extensatildeo desta problemaacutetica

1 Comunicaccedilatildeo O Estado da ArteFazemos referecircncia aos meios de comunicaccedilatildeo de massa como instru-mentos que intermediam o processo comunicacional mas regularmenteconfundimos com o canal de comunicaccedilatildeo Etimologicamente a pala-vra ldquoComunicaccedilatildeordquo tem origem no Latim ldquoCommunicatiordquo que sig-nifica ldquoaccedilatildeo de tornar algo comum a muitosrdquo (POYARES 1970) Acomunicaccedilatildeo ocorre quando o emissor traduz a sua ideia para uma lin-guagem ou coacutedigo que possa ser compreendido pelo receptor JeanCloutier autor que destaca o papel do ser comunicante enquanto ldquoE-MERECrdquo atesta que o homem possui duas caracteriacutesticas distintas (o deemissor e receptor) num processo natildeo linear e nem estaacutetico encontran-do-se este em movimento e variando conforme as diferentes formas decomunicaccedilatildeo Como forma de ampliar o conceito e determinar asserti-vamente as fases da comunicaccedilatildeo humana muitos estudiosos tecircm for-mulado teorias1 e modelos de representaccedilatildeo graacutefica O esquema pro-posto pelos norte-americanos Claude Elwood Shannon e Weaver War-ren (conhecido como mother of all models) tornou-se o escopo da in-vestigaccedilatildeo epistemoloacutegica no campo das Ciecircncia Sociais

1Teoria dos Efeitos Ilimitados ou Teoria Hipodeacutermica ndash Modelo de Lasswell -Teoria da Persuasatildeo ndash Teoria Funcionalista ndash Teoria Empiacuterica de Campo ndash TeoriaCriacutetica ndash Teoria Cultoroloacutegica ndash Teoria do Agendamento

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Figura 1 Teoria Matemaacutetica da Comunicaccedilatildeo ou Teoria daInformaccedilatildeo

Fonte httpcmbell-labscomcmmswhatshannondayshannon1948pdf

O canal de comunicaccedilatildeo refere-se ao meio onde a mensagem eacutetransmitida (do emissor ao receptor) caracterizando-se em trecircs aspec-tos Visual ndash Auditivo ndash Cinesteacutesico Neste sentido o processo decomunicaccedilatildeo decorre da seguinte estrutura O coacutedigo eacute um sistemade significados comuns aos membros de uma cultura ou subcultura Oresultado dessa codificaccedilatildeo eacute a mensagem seja ela verbal ou natildeo ver-bal onde qualquer acontecimento comportamento ou objeto pode serpercepcionado a qual pode ser emitida eou interpretada independente-mente da vontade A linguagem engloba os diferentes sinais corporaise quando fala do sistema ldquonatildeo verbalrdquo aponta os seguintes canais Ex-pressatildeo facial ndash olhar ndash gestos e movimentos posturais ndash contato corpo-ral ndash comportamento espacial ndash e aspectos fiacutesicos Ou seja o coacutedigo eacuteconstituiacutedo por um conjunto de sinais de natureza distinta entre o emis-sor e o receptor da mensagem (CUNHA REGO CUNHA amp CABRAL-CARDOSO 2003)

Ao receber uma mensagem o receptor a descodifica o que consistena traduccedilatildeo dos seus aspectos verbais e natildeo verbais de forma que lheeacute atribuiacuteda um determinado significado (percepccedilatildeo) Esta aparente sim-plicidade eacute todavia permeada por inuacutemeras dificuldades inerentes aossistemas de significaccedilatildeo uma vez que tais significados satildeo muito maiso produto de uma cultura particular do que os significantes (ibidem)

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Desse modo as pessoas diferem em suas maneiras de perceber pensarsentir e agir e essas diferenccedilas individuais influenciam a dinacircmica in-terpessoal a formaccedilatildeo de grupos e a proacutepria cultura das instituiccedilotildees(SILVA 2000) Soares (2006 p1) recorda que as ldquomensagens satildeodocumentos registos e atestados do que efetivamente eacute importante efundamental para a vida em sociedade Natildeo importando qual seja seuconteuacutedo toda mensagem eacute sempre uma prova um testemunho na me-dida em que torna puacuteblico um pensamento traduz e confirma ideiastransformando-as em palavras sons e imagensrdquo

Ainda no processo comunicativo temos ldquoa respostardquo ou ldquofeedbackrdquotambeacutem conhecido como ldquoretroinformaccedilatildeordquo O feedback eacute um ele-mento importante no sistema de informaccedilatildeo e quando se encontra pre-sente no processo de comunicaccedilatildeo eacute nomeado de bilateral pois ocorreem dois sentidos ou seja aleacutem do envio da mensagem original a in-formaccedilatildeo retorna descodificada pelo receptor agrave fonte ou emissor paraque este possa conhecer o resultado de sua mensagem (CHIAVENATO1999) O feedback ajuda a melhorar o desempenho e a comunicaccedilatildeodas pessoas na medida que eacute fundamental para o desenvolvimento dacompetecircncia interpessoal no sentido da comunicaccedilatildeo com o intuito defornecer-lhes uma resposta e constitui-se em um processo de ajuda paramudanccedilas de comportamento (MOSCOVICI 2002)

Por fim as barreiras de comunicaccedilatildeo (ruiacutedos) estatildeo associadas adiferenccedilas de repertoacuterios rede de referecircncias valores conhecimentoshistoacutericos espaciais afetivos cientiacuteficos profissionais presentes emcada indiviacuteduo entre o emissor e o receptor (MOTTA amp CALDAS1997) Os ruiacutedos distraem confundem bloqueiam e interferem direta-mente no processo de comunicaccedilatildeo Como parte integrante do processochegamos as funccedilotildees da linguagem que satildeo recursos utilizados peloemissor ou destinataacuterio (pessoa que fala ou escreve) no momento detransmitir uma mensagem com o intuito de que ela seja compreendidapelo receptor ou destinataacuterio (aquele quem ouve ou lecirc a mensagem) ex-plicam Diniz e Borin (2010) Esses recursos podem ser utilizados comoforma de reforccedilar algum elemento linguiacutestico para que facilite a com-preensatildeo do receptor quando em contato com um determinado efeito(ibidem) A figura seguinte descreve com mais detalhes o processo dacomunicaccedilatildeo humana em oito fases

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Figura 2 As Fases da Comunicaccedilatildeo

Fonte httpsociologyofcommunicationblogspotcombr2008_05_01_archivehtml

O pensador russo Roman Jakobson amplia reformula e determinauma tipologia para as funccedilotildees da linguagem baseado no modelo triaacutedi-co da linguagem do psiquiatra alematildeo Karl Buumlhler As funccedilotildees da lin-guagem de Jakobson tornaram-se um marco na histoacuteria da linguiacutesticae natildeo apenas se limita aos estudos da linguagem Camocardi e Flory(2003) sob a eacutegide da obra ldquoLinguiacutestica e Comunicaccedilatildeordquo detalham es-sas funccedilotildees

bull Funccedilatildeo Emotiva ou Expressiva Ocorre quando haacute ecircnfase no e-missor e na expressatildeo direta de suas emoccedilotildees e atitudes numcontexto subjetivo e pessoal

bull Funccedilatildeo Referencial ou Denotativa Privilegia o contexto e evi-dencia o assunto o objeto os fatos os juiacutezos Eacute a linguagemda comunicaccedilatildeo das descriccedilotildees objetivas das narrativas conven-cionais das dissertaccedilotildees dos ensaios cientiacuteficos entre outros

bull Funccedilatildeo Apelativa ou Conotativa Orientada para o destinataacuterio eacutea funccedilatildeo que busca mobilizar a atenccedilatildeo do receptor produzindoum apelo

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bull Funccedilatildeo Faacutetica Quando a ecircnfase estaacute no canal para conferir suarecepccedilatildeo ou para manter a concexatildeo entre os falantes bem comoprolongar ou interromper a comunicaccedilatildeo temos a funccedilatildeo faacutetica

bull Funccedilatildeo Poeacutetica Dar-se quando a mensagem se volta para os seusproacuteprios constituintes tendo em vista produzir efeito esteacuteticoatraveacutes da ruptura da norma linguiacutestica ou de combinatoacuterias i-novadoras da linguagem

bull Funccedilatildeo Metaliguiacutestica Eacute a funccedilatildeo que visa agrave traduccedilatildeo do coacutedigoou agrave elaboraccedilatildeo do discurso seja ele linguiacutestico (escrito ou oral)ou extralinguiacutestico (muacutesica cinema pintura gestualidade tam-beacutem conhecidos como coacutedigos complexos

Cada um dos seis fatores descritos por Jakobson determina dife-rentes funccedilotildees da linguagem verbal Deste modo temos

Figura 3 Circuito da Comunicaccedilatildeo

Fonte Baseado em Camocardi e Flory (2003)

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Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 3

poacutelos de emissatildeo ou pela extinccedilatildeo das estruturas fiacutesicas e migraccedilatildeo parao universo virtual Os benefiacutecios da convergecircncia vieram em seguidaampliando-se a oferta de gecircneros e serviccedilos reduzindo custos e pas-sando a interagir em outras aacutereas do conhecimento aleacutem do entreteni-mento do jornalismo e da publicidade Os meios de comunicaccedilatildeo demassa foram reformulados e redefinidos e as novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo passaram a ser utilizadas em todos os camposdo saber Eacute neste contexto que se estabelece uma pluralidade de con-vergecircncias ndash da comunicaccedilatildeo humana a comunicaccedilatildeo em rede Aquiapresentamos uma investigaccedilatildeo empiacuterico-descritiva para conhecermosa extensatildeo desta problemaacutetica

1 Comunicaccedilatildeo O Estado da ArteFazemos referecircncia aos meios de comunicaccedilatildeo de massa como instru-mentos que intermediam o processo comunicacional mas regularmenteconfundimos com o canal de comunicaccedilatildeo Etimologicamente a pala-vra ldquoComunicaccedilatildeordquo tem origem no Latim ldquoCommunicatiordquo que sig-nifica ldquoaccedilatildeo de tornar algo comum a muitosrdquo (POYARES 1970) Acomunicaccedilatildeo ocorre quando o emissor traduz a sua ideia para uma lin-guagem ou coacutedigo que possa ser compreendido pelo receptor JeanCloutier autor que destaca o papel do ser comunicante enquanto ldquoE-MERECrdquo atesta que o homem possui duas caracteriacutesticas distintas (o deemissor e receptor) num processo natildeo linear e nem estaacutetico encontran-do-se este em movimento e variando conforme as diferentes formas decomunicaccedilatildeo Como forma de ampliar o conceito e determinar asserti-vamente as fases da comunicaccedilatildeo humana muitos estudiosos tecircm for-mulado teorias1 e modelos de representaccedilatildeo graacutefica O esquema pro-posto pelos norte-americanos Claude Elwood Shannon e Weaver War-ren (conhecido como mother of all models) tornou-se o escopo da in-vestigaccedilatildeo epistemoloacutegica no campo das Ciecircncia Sociais

1Teoria dos Efeitos Ilimitados ou Teoria Hipodeacutermica ndash Modelo de Lasswell -Teoria da Persuasatildeo ndash Teoria Funcionalista ndash Teoria Empiacuterica de Campo ndash TeoriaCriacutetica ndash Teoria Cultoroloacutegica ndash Teoria do Agendamento

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Figura 1 Teoria Matemaacutetica da Comunicaccedilatildeo ou Teoria daInformaccedilatildeo

Fonte httpcmbell-labscomcmmswhatshannondayshannon1948pdf

O canal de comunicaccedilatildeo refere-se ao meio onde a mensagem eacutetransmitida (do emissor ao receptor) caracterizando-se em trecircs aspec-tos Visual ndash Auditivo ndash Cinesteacutesico Neste sentido o processo decomunicaccedilatildeo decorre da seguinte estrutura O coacutedigo eacute um sistemade significados comuns aos membros de uma cultura ou subcultura Oresultado dessa codificaccedilatildeo eacute a mensagem seja ela verbal ou natildeo ver-bal onde qualquer acontecimento comportamento ou objeto pode serpercepcionado a qual pode ser emitida eou interpretada independente-mente da vontade A linguagem engloba os diferentes sinais corporaise quando fala do sistema ldquonatildeo verbalrdquo aponta os seguintes canais Ex-pressatildeo facial ndash olhar ndash gestos e movimentos posturais ndash contato corpo-ral ndash comportamento espacial ndash e aspectos fiacutesicos Ou seja o coacutedigo eacuteconstituiacutedo por um conjunto de sinais de natureza distinta entre o emis-sor e o receptor da mensagem (CUNHA REGO CUNHA amp CABRAL-CARDOSO 2003)

Ao receber uma mensagem o receptor a descodifica o que consistena traduccedilatildeo dos seus aspectos verbais e natildeo verbais de forma que lheeacute atribuiacuteda um determinado significado (percepccedilatildeo) Esta aparente sim-plicidade eacute todavia permeada por inuacutemeras dificuldades inerentes aossistemas de significaccedilatildeo uma vez que tais significados satildeo muito maiso produto de uma cultura particular do que os significantes (ibidem)

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Desse modo as pessoas diferem em suas maneiras de perceber pensarsentir e agir e essas diferenccedilas individuais influenciam a dinacircmica in-terpessoal a formaccedilatildeo de grupos e a proacutepria cultura das instituiccedilotildees(SILVA 2000) Soares (2006 p1) recorda que as ldquomensagens satildeodocumentos registos e atestados do que efetivamente eacute importante efundamental para a vida em sociedade Natildeo importando qual seja seuconteuacutedo toda mensagem eacute sempre uma prova um testemunho na me-dida em que torna puacuteblico um pensamento traduz e confirma ideiastransformando-as em palavras sons e imagensrdquo

Ainda no processo comunicativo temos ldquoa respostardquo ou ldquofeedbackrdquotambeacutem conhecido como ldquoretroinformaccedilatildeordquo O feedback eacute um ele-mento importante no sistema de informaccedilatildeo e quando se encontra pre-sente no processo de comunicaccedilatildeo eacute nomeado de bilateral pois ocorreem dois sentidos ou seja aleacutem do envio da mensagem original a in-formaccedilatildeo retorna descodificada pelo receptor agrave fonte ou emissor paraque este possa conhecer o resultado de sua mensagem (CHIAVENATO1999) O feedback ajuda a melhorar o desempenho e a comunicaccedilatildeodas pessoas na medida que eacute fundamental para o desenvolvimento dacompetecircncia interpessoal no sentido da comunicaccedilatildeo com o intuito defornecer-lhes uma resposta e constitui-se em um processo de ajuda paramudanccedilas de comportamento (MOSCOVICI 2002)

Por fim as barreiras de comunicaccedilatildeo (ruiacutedos) estatildeo associadas adiferenccedilas de repertoacuterios rede de referecircncias valores conhecimentoshistoacutericos espaciais afetivos cientiacuteficos profissionais presentes emcada indiviacuteduo entre o emissor e o receptor (MOTTA amp CALDAS1997) Os ruiacutedos distraem confundem bloqueiam e interferem direta-mente no processo de comunicaccedilatildeo Como parte integrante do processochegamos as funccedilotildees da linguagem que satildeo recursos utilizados peloemissor ou destinataacuterio (pessoa que fala ou escreve) no momento detransmitir uma mensagem com o intuito de que ela seja compreendidapelo receptor ou destinataacuterio (aquele quem ouve ou lecirc a mensagem) ex-plicam Diniz e Borin (2010) Esses recursos podem ser utilizados comoforma de reforccedilar algum elemento linguiacutestico para que facilite a com-preensatildeo do receptor quando em contato com um determinado efeito(ibidem) A figura seguinte descreve com mais detalhes o processo dacomunicaccedilatildeo humana em oito fases

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Figura 2 As Fases da Comunicaccedilatildeo

Fonte httpsociologyofcommunicationblogspotcombr2008_05_01_archivehtml

O pensador russo Roman Jakobson amplia reformula e determinauma tipologia para as funccedilotildees da linguagem baseado no modelo triaacutedi-co da linguagem do psiquiatra alematildeo Karl Buumlhler As funccedilotildees da lin-guagem de Jakobson tornaram-se um marco na histoacuteria da linguiacutesticae natildeo apenas se limita aos estudos da linguagem Camocardi e Flory(2003) sob a eacutegide da obra ldquoLinguiacutestica e Comunicaccedilatildeordquo detalham es-sas funccedilotildees

bull Funccedilatildeo Emotiva ou Expressiva Ocorre quando haacute ecircnfase no e-missor e na expressatildeo direta de suas emoccedilotildees e atitudes numcontexto subjetivo e pessoal

bull Funccedilatildeo Referencial ou Denotativa Privilegia o contexto e evi-dencia o assunto o objeto os fatos os juiacutezos Eacute a linguagemda comunicaccedilatildeo das descriccedilotildees objetivas das narrativas conven-cionais das dissertaccedilotildees dos ensaios cientiacuteficos entre outros

bull Funccedilatildeo Apelativa ou Conotativa Orientada para o destinataacuterio eacutea funccedilatildeo que busca mobilizar a atenccedilatildeo do receptor produzindoum apelo

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bull Funccedilatildeo Faacutetica Quando a ecircnfase estaacute no canal para conferir suarecepccedilatildeo ou para manter a concexatildeo entre os falantes bem comoprolongar ou interromper a comunicaccedilatildeo temos a funccedilatildeo faacutetica

bull Funccedilatildeo Poeacutetica Dar-se quando a mensagem se volta para os seusproacuteprios constituintes tendo em vista produzir efeito esteacuteticoatraveacutes da ruptura da norma linguiacutestica ou de combinatoacuterias i-novadoras da linguagem

bull Funccedilatildeo Metaliguiacutestica Eacute a funccedilatildeo que visa agrave traduccedilatildeo do coacutedigoou agrave elaboraccedilatildeo do discurso seja ele linguiacutestico (escrito ou oral)ou extralinguiacutestico (muacutesica cinema pintura gestualidade tam-beacutem conhecidos como coacutedigos complexos

Cada um dos seis fatores descritos por Jakobson determina dife-rentes funccedilotildees da linguagem verbal Deste modo temos

Figura 3 Circuito da Comunicaccedilatildeo

Fonte Baseado em Camocardi e Flory (2003)

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Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

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STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

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WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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4 Marcelo Mendonccedila Teixeira

Figura 1 Teoria Matemaacutetica da Comunicaccedilatildeo ou Teoria daInformaccedilatildeo

Fonte httpcmbell-labscomcmmswhatshannondayshannon1948pdf

O canal de comunicaccedilatildeo refere-se ao meio onde a mensagem eacutetransmitida (do emissor ao receptor) caracterizando-se em trecircs aspec-tos Visual ndash Auditivo ndash Cinesteacutesico Neste sentido o processo decomunicaccedilatildeo decorre da seguinte estrutura O coacutedigo eacute um sistemade significados comuns aos membros de uma cultura ou subcultura Oresultado dessa codificaccedilatildeo eacute a mensagem seja ela verbal ou natildeo ver-bal onde qualquer acontecimento comportamento ou objeto pode serpercepcionado a qual pode ser emitida eou interpretada independente-mente da vontade A linguagem engloba os diferentes sinais corporaise quando fala do sistema ldquonatildeo verbalrdquo aponta os seguintes canais Ex-pressatildeo facial ndash olhar ndash gestos e movimentos posturais ndash contato corpo-ral ndash comportamento espacial ndash e aspectos fiacutesicos Ou seja o coacutedigo eacuteconstituiacutedo por um conjunto de sinais de natureza distinta entre o emis-sor e o receptor da mensagem (CUNHA REGO CUNHA amp CABRAL-CARDOSO 2003)

Ao receber uma mensagem o receptor a descodifica o que consistena traduccedilatildeo dos seus aspectos verbais e natildeo verbais de forma que lheeacute atribuiacuteda um determinado significado (percepccedilatildeo) Esta aparente sim-plicidade eacute todavia permeada por inuacutemeras dificuldades inerentes aossistemas de significaccedilatildeo uma vez que tais significados satildeo muito maiso produto de uma cultura particular do que os significantes (ibidem)

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Desse modo as pessoas diferem em suas maneiras de perceber pensarsentir e agir e essas diferenccedilas individuais influenciam a dinacircmica in-terpessoal a formaccedilatildeo de grupos e a proacutepria cultura das instituiccedilotildees(SILVA 2000) Soares (2006 p1) recorda que as ldquomensagens satildeodocumentos registos e atestados do que efetivamente eacute importante efundamental para a vida em sociedade Natildeo importando qual seja seuconteuacutedo toda mensagem eacute sempre uma prova um testemunho na me-dida em que torna puacuteblico um pensamento traduz e confirma ideiastransformando-as em palavras sons e imagensrdquo

Ainda no processo comunicativo temos ldquoa respostardquo ou ldquofeedbackrdquotambeacutem conhecido como ldquoretroinformaccedilatildeordquo O feedback eacute um ele-mento importante no sistema de informaccedilatildeo e quando se encontra pre-sente no processo de comunicaccedilatildeo eacute nomeado de bilateral pois ocorreem dois sentidos ou seja aleacutem do envio da mensagem original a in-formaccedilatildeo retorna descodificada pelo receptor agrave fonte ou emissor paraque este possa conhecer o resultado de sua mensagem (CHIAVENATO1999) O feedback ajuda a melhorar o desempenho e a comunicaccedilatildeodas pessoas na medida que eacute fundamental para o desenvolvimento dacompetecircncia interpessoal no sentido da comunicaccedilatildeo com o intuito defornecer-lhes uma resposta e constitui-se em um processo de ajuda paramudanccedilas de comportamento (MOSCOVICI 2002)

Por fim as barreiras de comunicaccedilatildeo (ruiacutedos) estatildeo associadas adiferenccedilas de repertoacuterios rede de referecircncias valores conhecimentoshistoacutericos espaciais afetivos cientiacuteficos profissionais presentes emcada indiviacuteduo entre o emissor e o receptor (MOTTA amp CALDAS1997) Os ruiacutedos distraem confundem bloqueiam e interferem direta-mente no processo de comunicaccedilatildeo Como parte integrante do processochegamos as funccedilotildees da linguagem que satildeo recursos utilizados peloemissor ou destinataacuterio (pessoa que fala ou escreve) no momento detransmitir uma mensagem com o intuito de que ela seja compreendidapelo receptor ou destinataacuterio (aquele quem ouve ou lecirc a mensagem) ex-plicam Diniz e Borin (2010) Esses recursos podem ser utilizados comoforma de reforccedilar algum elemento linguiacutestico para que facilite a com-preensatildeo do receptor quando em contato com um determinado efeito(ibidem) A figura seguinte descreve com mais detalhes o processo dacomunicaccedilatildeo humana em oito fases

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Figura 2 As Fases da Comunicaccedilatildeo

Fonte httpsociologyofcommunicationblogspotcombr2008_05_01_archivehtml

O pensador russo Roman Jakobson amplia reformula e determinauma tipologia para as funccedilotildees da linguagem baseado no modelo triaacutedi-co da linguagem do psiquiatra alematildeo Karl Buumlhler As funccedilotildees da lin-guagem de Jakobson tornaram-se um marco na histoacuteria da linguiacutesticae natildeo apenas se limita aos estudos da linguagem Camocardi e Flory(2003) sob a eacutegide da obra ldquoLinguiacutestica e Comunicaccedilatildeordquo detalham es-sas funccedilotildees

bull Funccedilatildeo Emotiva ou Expressiva Ocorre quando haacute ecircnfase no e-missor e na expressatildeo direta de suas emoccedilotildees e atitudes numcontexto subjetivo e pessoal

bull Funccedilatildeo Referencial ou Denotativa Privilegia o contexto e evi-dencia o assunto o objeto os fatos os juiacutezos Eacute a linguagemda comunicaccedilatildeo das descriccedilotildees objetivas das narrativas conven-cionais das dissertaccedilotildees dos ensaios cientiacuteficos entre outros

bull Funccedilatildeo Apelativa ou Conotativa Orientada para o destinataacuterio eacutea funccedilatildeo que busca mobilizar a atenccedilatildeo do receptor produzindoum apelo

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bull Funccedilatildeo Faacutetica Quando a ecircnfase estaacute no canal para conferir suarecepccedilatildeo ou para manter a concexatildeo entre os falantes bem comoprolongar ou interromper a comunicaccedilatildeo temos a funccedilatildeo faacutetica

bull Funccedilatildeo Poeacutetica Dar-se quando a mensagem se volta para os seusproacuteprios constituintes tendo em vista produzir efeito esteacuteticoatraveacutes da ruptura da norma linguiacutestica ou de combinatoacuterias i-novadoras da linguagem

bull Funccedilatildeo Metaliguiacutestica Eacute a funccedilatildeo que visa agrave traduccedilatildeo do coacutedigoou agrave elaboraccedilatildeo do discurso seja ele linguiacutestico (escrito ou oral)ou extralinguiacutestico (muacutesica cinema pintura gestualidade tam-beacutem conhecidos como coacutedigos complexos

Cada um dos seis fatores descritos por Jakobson determina dife-rentes funccedilotildees da linguagem verbal Deste modo temos

Figura 3 Circuito da Comunicaccedilatildeo

Fonte Baseado em Camocardi e Flory (2003)

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Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 5

Desse modo as pessoas diferem em suas maneiras de perceber pensarsentir e agir e essas diferenccedilas individuais influenciam a dinacircmica in-terpessoal a formaccedilatildeo de grupos e a proacutepria cultura das instituiccedilotildees(SILVA 2000) Soares (2006 p1) recorda que as ldquomensagens satildeodocumentos registos e atestados do que efetivamente eacute importante efundamental para a vida em sociedade Natildeo importando qual seja seuconteuacutedo toda mensagem eacute sempre uma prova um testemunho na me-dida em que torna puacuteblico um pensamento traduz e confirma ideiastransformando-as em palavras sons e imagensrdquo

Ainda no processo comunicativo temos ldquoa respostardquo ou ldquofeedbackrdquotambeacutem conhecido como ldquoretroinformaccedilatildeordquo O feedback eacute um ele-mento importante no sistema de informaccedilatildeo e quando se encontra pre-sente no processo de comunicaccedilatildeo eacute nomeado de bilateral pois ocorreem dois sentidos ou seja aleacutem do envio da mensagem original a in-formaccedilatildeo retorna descodificada pelo receptor agrave fonte ou emissor paraque este possa conhecer o resultado de sua mensagem (CHIAVENATO1999) O feedback ajuda a melhorar o desempenho e a comunicaccedilatildeodas pessoas na medida que eacute fundamental para o desenvolvimento dacompetecircncia interpessoal no sentido da comunicaccedilatildeo com o intuito defornecer-lhes uma resposta e constitui-se em um processo de ajuda paramudanccedilas de comportamento (MOSCOVICI 2002)

Por fim as barreiras de comunicaccedilatildeo (ruiacutedos) estatildeo associadas adiferenccedilas de repertoacuterios rede de referecircncias valores conhecimentoshistoacutericos espaciais afetivos cientiacuteficos profissionais presentes emcada indiviacuteduo entre o emissor e o receptor (MOTTA amp CALDAS1997) Os ruiacutedos distraem confundem bloqueiam e interferem direta-mente no processo de comunicaccedilatildeo Como parte integrante do processochegamos as funccedilotildees da linguagem que satildeo recursos utilizados peloemissor ou destinataacuterio (pessoa que fala ou escreve) no momento detransmitir uma mensagem com o intuito de que ela seja compreendidapelo receptor ou destinataacuterio (aquele quem ouve ou lecirc a mensagem) ex-plicam Diniz e Borin (2010) Esses recursos podem ser utilizados comoforma de reforccedilar algum elemento linguiacutestico para que facilite a com-preensatildeo do receptor quando em contato com um determinado efeito(ibidem) A figura seguinte descreve com mais detalhes o processo dacomunicaccedilatildeo humana em oito fases

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6 Marcelo Mendonccedila Teixeira

Figura 2 As Fases da Comunicaccedilatildeo

Fonte httpsociologyofcommunicationblogspotcombr2008_05_01_archivehtml

O pensador russo Roman Jakobson amplia reformula e determinauma tipologia para as funccedilotildees da linguagem baseado no modelo triaacutedi-co da linguagem do psiquiatra alematildeo Karl Buumlhler As funccedilotildees da lin-guagem de Jakobson tornaram-se um marco na histoacuteria da linguiacutesticae natildeo apenas se limita aos estudos da linguagem Camocardi e Flory(2003) sob a eacutegide da obra ldquoLinguiacutestica e Comunicaccedilatildeordquo detalham es-sas funccedilotildees

bull Funccedilatildeo Emotiva ou Expressiva Ocorre quando haacute ecircnfase no e-missor e na expressatildeo direta de suas emoccedilotildees e atitudes numcontexto subjetivo e pessoal

bull Funccedilatildeo Referencial ou Denotativa Privilegia o contexto e evi-dencia o assunto o objeto os fatos os juiacutezos Eacute a linguagemda comunicaccedilatildeo das descriccedilotildees objetivas das narrativas conven-cionais das dissertaccedilotildees dos ensaios cientiacuteficos entre outros

bull Funccedilatildeo Apelativa ou Conotativa Orientada para o destinataacuterio eacutea funccedilatildeo que busca mobilizar a atenccedilatildeo do receptor produzindoum apelo

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bull Funccedilatildeo Faacutetica Quando a ecircnfase estaacute no canal para conferir suarecepccedilatildeo ou para manter a concexatildeo entre os falantes bem comoprolongar ou interromper a comunicaccedilatildeo temos a funccedilatildeo faacutetica

bull Funccedilatildeo Poeacutetica Dar-se quando a mensagem se volta para os seusproacuteprios constituintes tendo em vista produzir efeito esteacuteticoatraveacutes da ruptura da norma linguiacutestica ou de combinatoacuterias i-novadoras da linguagem

bull Funccedilatildeo Metaliguiacutestica Eacute a funccedilatildeo que visa agrave traduccedilatildeo do coacutedigoou agrave elaboraccedilatildeo do discurso seja ele linguiacutestico (escrito ou oral)ou extralinguiacutestico (muacutesica cinema pintura gestualidade tam-beacutem conhecidos como coacutedigos complexos

Cada um dos seis fatores descritos por Jakobson determina dife-rentes funccedilotildees da linguagem verbal Deste modo temos

Figura 3 Circuito da Comunicaccedilatildeo

Fonte Baseado em Camocardi e Flory (2003)

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8 Marcelo Mendonccedila Teixeira

Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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10 Marcelo Mendonccedila Teixeira

nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 11

21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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12 Marcelo Mendonccedila Teixeira

milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 13

tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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Figura 2 As Fases da Comunicaccedilatildeo

Fonte httpsociologyofcommunicationblogspotcombr2008_05_01_archivehtml

O pensador russo Roman Jakobson amplia reformula e determinauma tipologia para as funccedilotildees da linguagem baseado no modelo triaacutedi-co da linguagem do psiquiatra alematildeo Karl Buumlhler As funccedilotildees da lin-guagem de Jakobson tornaram-se um marco na histoacuteria da linguiacutesticae natildeo apenas se limita aos estudos da linguagem Camocardi e Flory(2003) sob a eacutegide da obra ldquoLinguiacutestica e Comunicaccedilatildeordquo detalham es-sas funccedilotildees

bull Funccedilatildeo Emotiva ou Expressiva Ocorre quando haacute ecircnfase no e-missor e na expressatildeo direta de suas emoccedilotildees e atitudes numcontexto subjetivo e pessoal

bull Funccedilatildeo Referencial ou Denotativa Privilegia o contexto e evi-dencia o assunto o objeto os fatos os juiacutezos Eacute a linguagemda comunicaccedilatildeo das descriccedilotildees objetivas das narrativas conven-cionais das dissertaccedilotildees dos ensaios cientiacuteficos entre outros

bull Funccedilatildeo Apelativa ou Conotativa Orientada para o destinataacuterio eacutea funccedilatildeo que busca mobilizar a atenccedilatildeo do receptor produzindoum apelo

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bull Funccedilatildeo Faacutetica Quando a ecircnfase estaacute no canal para conferir suarecepccedilatildeo ou para manter a concexatildeo entre os falantes bem comoprolongar ou interromper a comunicaccedilatildeo temos a funccedilatildeo faacutetica

bull Funccedilatildeo Poeacutetica Dar-se quando a mensagem se volta para os seusproacuteprios constituintes tendo em vista produzir efeito esteacuteticoatraveacutes da ruptura da norma linguiacutestica ou de combinatoacuterias i-novadoras da linguagem

bull Funccedilatildeo Metaliguiacutestica Eacute a funccedilatildeo que visa agrave traduccedilatildeo do coacutedigoou agrave elaboraccedilatildeo do discurso seja ele linguiacutestico (escrito ou oral)ou extralinguiacutestico (muacutesica cinema pintura gestualidade tam-beacutem conhecidos como coacutedigos complexos

Cada um dos seis fatores descritos por Jakobson determina dife-rentes funccedilotildees da linguagem verbal Deste modo temos

Figura 3 Circuito da Comunicaccedilatildeo

Fonte Baseado em Camocardi e Flory (2003)

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8 Marcelo Mendonccedila Teixeira

Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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10 Marcelo Mendonccedila Teixeira

nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 11

21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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bull Funccedilatildeo Faacutetica Quando a ecircnfase estaacute no canal para conferir suarecepccedilatildeo ou para manter a concexatildeo entre os falantes bem comoprolongar ou interromper a comunicaccedilatildeo temos a funccedilatildeo faacutetica

bull Funccedilatildeo Poeacutetica Dar-se quando a mensagem se volta para os seusproacuteprios constituintes tendo em vista produzir efeito esteacuteticoatraveacutes da ruptura da norma linguiacutestica ou de combinatoacuterias i-novadoras da linguagem

bull Funccedilatildeo Metaliguiacutestica Eacute a funccedilatildeo que visa agrave traduccedilatildeo do coacutedigoou agrave elaboraccedilatildeo do discurso seja ele linguiacutestico (escrito ou oral)ou extralinguiacutestico (muacutesica cinema pintura gestualidade tam-beacutem conhecidos como coacutedigos complexos

Cada um dos seis fatores descritos por Jakobson determina dife-rentes funccedilotildees da linguagem verbal Deste modo temos

Figura 3 Circuito da Comunicaccedilatildeo

Fonte Baseado em Camocardi e Flory (2003)

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8 Marcelo Mendonccedila Teixeira

Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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12 Marcelo Mendonccedila Teixeira

milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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8 Marcelo Mendonccedila Teixeira

Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 11

21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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12 Marcelo Mendonccedila Teixeira

milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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14 Marcelo Mendonccedila Teixeira

ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

ReferecircnciasARMES R (1999) On viacutedeo ndash o significado do viacutedeo nos meios de co-

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 11

21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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12 Marcelo Mendonccedila Teixeira

milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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14 Marcelo Mendonccedila Teixeira

ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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16 Marcelo Mendonccedila Teixeira

chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

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STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

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WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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14 Marcelo Mendonccedila Teixeira

ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 17

o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

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    • O Telefone
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      • As Novas Miacutedias
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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

ReferecircnciasARMES R (1999) On viacutedeo ndash o significado do viacutedeo nos meios de co-

municaccedilatildeo Satildeo Paulo Summus Editorial

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

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DENICOLI S (2011) TV digital ndash sistemas conceitos e tecnologiacuteasCoimbra Graacutecio Editor

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28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

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RODRIGUES C (2009) Jornalismo participativo um conceito dife-rentes praacuteticas Anaacutelise de casos em Portugal e Espanha Re-cuperado em 25 de Abril 2011 de httpconferencias

ulusofonaptindexphpsopcom_ibericosopcom_iberico09

paperviewFile412409

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30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

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WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

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municaccedilatildeo Satildeo Paulo Summus Editorial

BARBOZA N (2007) Cinema ndash arte cultura histoacuteria Rio de JaneiroNelson Alves Barboza

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

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28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

MARTINS W (1957) A palavra escrita Satildeo Paulo Editora Anhembi

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ulusofonaptindexphpsopcom_ibericosopcom_iberico09

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ROSS J (2007a) Voip ndash Voz sobre IP Rio de Janeiro Antenna EdiccedilotildeesTeacutecnicas

_____ (2007b) Televisatildeo analoacutegica e digital Rio de Janeiro JulioRoss

RUIZ A (2003) O modelo de cinema legado pela Vera Cruz InADAMI A HELLER B amp CARDOSO H (Org) (2003) Miacute-dia cultura comunicaccedilatildeo pp17-44 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

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30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

SAAD B (2008) Estrateacutegias 20 para a miacutedia digital Internet infor-maccedilatildeo e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo

SAMPAIO I (2004) Televisatildeo publicidade e infacircncia Fortaleza An-nablume

SANTAELA L (2008) O impacto das novas miacutedias sobre a cultura InVILLARES FAacuteBIO (org) (2008) Novas miacutedias digitais (audiovi-sual games e muacutesica) ndash Impactos poliacuteticos econocircmicos e sociaispp17-52 Rio de Janeiro E-papers

_____ (2007) Linguagens liacutequidas na era da mobilidade Satildeo PauloPaulus

SANTOS C (2003) Landell de Moura Aspectos relevantes para atrajetoacuteria do reconhecimento Recuperado em 12 de Agosto 2011de httppaginasufrgsbralcarencontros-nacionais-13o-encontro-2005-1Landell20de20Mouradocview

SEVERINO M amp OLIVEIRA M (2010) Fontes e tecnologias de ge-raccedilatildeo distribuiacuteda para atendimento a comunidades isoladas InABREU Yolanda OLIVEIRA M amp GUERRA M (org) (2010)Energia economia rotas tecnoloacutegicas pp 266-322 MaacutelagaEumedNet

SILVA B (1998) Educaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Braga Centro de Estudosem Educaccedilatildeo e Psicologia da Universidade do Minho

SILVA L (2000) Transformaccedilotildees na cultura organizacional Um es-tudo de caso na administraccedilatildeo puacuteblica Recuperado em 15 de Ou-tubro 2011 de httpwwwfafichufmgbr~larpsemanarplucianahtm

SOARES D (2006) Poder e responsabilidade Recuperado em 10 deNovembro 2011 de httpwwwportalgenscombr

SURHONE L TIMPLEDON M amp MARSEKEN S (2010) Prosu-mer Saarbruumlcken VDM Verlag

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

STRAUBHAAR J LAROSE R amp DAVENPORT L (2011) MediaNow Understanding Media Culture and Technology BostonWadsworth Publishing

STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

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WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

ReferecircnciasARMES R (1999) On viacutedeo ndash o significado do viacutedeo nos meios de co-

municaccedilatildeo Satildeo Paulo Summus Editorial

BARBOZA N (2007) Cinema ndash arte cultura histoacuteria Rio de JaneiroNelson Alves Barboza

BIAGI S (2011) Media impact An introduction to mass media Bos-ton Wadsworth

BRANCO A (2011) O cinema nas deacutecadas de 30 a 50 do seacuteculo XXUma visatildeo histoacuterica Recuperado em 20 de Novembro 2011 dehttpwwwipvptforumedia515htm

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

CAacuteDIMA F (2009) A concentraccedilatildeo dos media o pluralismo e a ex-periecircncia democraacutetica In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CAR-DOSO L (Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp85-110Lisboa Quimera

CAMOCARDI E amp FLORY S (2003) Estrateacutegias de persuaccedilatildeo emtextos jornaliacutesticos literaacuterios e publicitaacuterios Satildeo Paulo Arte ampCiecircncia Editora

CARDOSO G (2009) Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeoem rede In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CARDOSO L(Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp15-54 LisboaQuimera

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_____ (2009) Communication Power New York Oxford UniversityPress

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_____ REGO A CUNHA R amp CABRAL-CARDOSO C (2003)Manual de comportamento organizacional e gestatildeo Lisboa Edi-tora RH

CHIAVENATO I (1999) Administraccedilatildeo nos novos tempos Rio deJaneiro Campus

CLOUTIER J (1973) A new character in education Emerec and hisself-media Montreal Centre audio-visuel da Universiteacute de Mon-treacuteal

DENICOLI S (2011) TV digital ndash sistemas conceitos e tecnologiacuteasCoimbra Graacutecio Editor

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28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

FABRIS A (2008) A invenccedilatildeo da fotografia Repercussotildees sociais InFABRIS A (Org) (2008) Fotografia ndash usos e funccedilotildees no seacuteculoXIX pp11-38 Satildeo Paulo EDIUSP

FIDLER R (1997) Mediamorphosis Understand new media Thou-sand Oaks Pine Forge Press

FIORELLI M (2010) Interfaces graacuteficas convergentes ndash da escolaalematilde de Bauhaus ao design multimiacutedia Recuperado em 5 deOutubro 2011 de httpwwwintercomorgbrpapersnacionais2010resumosR5-2627-1pdf

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_____ (1992) Media performance Mass communication and the pu-blic interest University of Amsterdam Sage Publications

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

MARTINS W (1957) A palavra escrita Satildeo Paulo Editora Anhembi

MOTTA F amp CALDAS M (1997) Cultura organizacional e culturabrasileira Satildeo Paulo Atlas

MOSCOVICI F (2002) Desenvolvimento interpessoal Treinamentoem grupo Rio de Janeiro Joseacute Olympio

NICOLAU M (2010) A busca por uma web semacircntica cognitiva JoatildeoPessoa Revista Temaacutetica ano VII no 7

PAMPANELLI G (2004) A Evoluccedilatildeo do Telefone e uma Nova Formade Sociabilidade O Flash Mob Razoacuten y Palabra nuacutemero 41 Re-cuperado em 2 de Agosto 2011 de httpwwwrazonypalabraorgmxanterioresn41gazevedohtml

PIZZOTTI R (2003) Enciclopeacutedia baacutesica da miacutedia eletrocircnica SatildeoPaulo Senac Satildeo Paulo

POYARES W (1970) Comunicaccedilatildeo Social e Relaccedilotildees Puacuteblicas Riode Janeiro Agir

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_____ (2007b) Televisatildeo analoacutegica e digital Rio de Janeiro JulioRoss

RUIZ A (2003) O modelo de cinema legado pela Vera Cruz InADAMI A HELLER B amp CARDOSO H (Org) (2003) Miacute-dia cultura comunicaccedilatildeo pp17-44 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

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30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

SAAD B (2008) Estrateacutegias 20 para a miacutedia digital Internet infor-maccedilatildeo e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo

SAMPAIO I (2004) Televisatildeo publicidade e infacircncia Fortaleza An-nablume

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias
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26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

ReferecircnciasARMES R (1999) On viacutedeo ndash o significado do viacutedeo nos meios de co-

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28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

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JAKOBSON R (2008) Linguiacutestica e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Cultrix

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POYARES W (1970) Comunicaccedilatildeo Social e Relaccedilotildees Puacuteblicas Riode Janeiro Agir

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RODRIGUES C (2009) Jornalismo participativo um conceito dife-rentes praacuteticas Anaacutelise de casos em Portugal e Espanha Re-cuperado em 25 de Abril 2011 de httpconferencias

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SEVERINO M amp OLIVEIRA M (2010) Fontes e tecnologias de ge-raccedilatildeo distribuiacuteda para atendimento a comunidades isoladas InABREU Yolanda OLIVEIRA M amp GUERRA M (org) (2010)Energia economia rotas tecnoloacutegicas pp 266-322 MaacutelagaEumedNet

SILVA B (1998) Educaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Braga Centro de Estudosem Educaccedilatildeo e Psicologia da Universidade do Minho

SILVA L (2000) Transformaccedilotildees na cultura organizacional Um es-tudo de caso na administraccedilatildeo puacuteblica Recuperado em 15 de Ou-tubro 2011 de httpwwwfafichufmgbr~larpsemanarplucianahtm

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SURHONE L TIMPLEDON M amp MARSEKEN S (2010) Prosu-mer Saarbruumlcken VDM Verlag

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STRAUBHAAR J LAROSE R amp DAVENPORT L (2011) MediaNow Understanding Media Culture and Technology BostonWadsworth Publishing

STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

html

WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

CAacuteDIMA F (2009) A concentraccedilatildeo dos media o pluralismo e a ex-periecircncia democraacutetica In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CAR-DOSO L (Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp85-110Lisboa Quimera

CAMOCARDI E amp FLORY S (2003) Estrateacutegias de persuaccedilatildeo emtextos jornaliacutesticos literaacuterios e publicitaacuterios Satildeo Paulo Arte ampCiecircncia Editora

CARDOSO G (2009) Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeoem rede In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CARDOSO L(Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp15-54 LisboaQuimera

CASTELLS M (2010) The rise of the Network Society ndash The informa-tion age Economy society and cultura Malden Wiley-Black-well

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