pca 2009 - assembleia legislativa da paraÍba

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Diretoria de Auditoria e Fiscalização - DIAFI Departamento de Auditoria da Gestão Estadual – DEAGE Divisão de Auditoria das Contas do Governo do Estado I – DICOG I Processo 02507/10 Entidade Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba Gestor Arthur Paredes Cunha Lima Assunto Prestação de Contas Anual Exercício Exercício de 2009 RELATÓRIO DE ANÁLISE DA PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAL 1. OBJETIVO: Analisar aspectos do desempenho contábil, financeiro, orçamentário, patrimonial e operacional da Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba, a partir da documentação contida na Prestação de Contas e dos resultados dos trabalhos da inspeção in loco referentes ao exercício de 2009. 2. DO ENCAMINHAMENTO DA DOCUMENTAÇÃO A documentação pertinente à PCA – Prestação de Contas Anual referente ao exercício de 2009 da Assembleia Legislativa, Processo n° 02507/10, foi protocolizada nesta Corte em 15 de abril de 2010, fora do prazo determinado pela RN-TC-03/10, porém, conforme Circular n° 007/2010 – TCE GAPRE, de 29/03/2010, foi permitida, em caráter excepcional, a entrega das consolidações das Prestações de Contas do exercício de 2009 dos entes das administrações estadual e municipal, para o dia 18 de abril de 2010.

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Relatório inicial do TCE/PB referente à Prestação de Contas Anual, exercício 2009, da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba.

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Page 1: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

Diretoria de Auditoria e Fiscalização - DIAFI Departamento de Auditoria da Gestão Estadual – DEAGE

Divisão de Auditoria das Contas do Governo do Estado I – DICOG I Processo 02507/10 Entidade Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba Gestor Arthur Paredes Cunha Lima Assunto Prestação de Contas Anual Exercício Exercício de 2009 RELATÓRIO DE ANÁLISE DA PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAL

1. OBJETIVO:

Analisar aspectos do desempenho contábil, financeiro, orçamentário,

patrimonial e operacional da Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba, a partir da documentação contida na Prestação de Contas e dos resultados dos trabalhos da inspeção in loco referentes ao exercício de 2009.

2. DO ENCAMINHAMENTO DA DOCUMENTAÇÃO

A documentação pertinente à PCA – Prestação de Contas Anual referente ao exercício de 2009 da Assembleia Legislativa, Processo n° 02507/10, foi protocolizada nesta Corte em 15 de abril de 2010, fora do prazo determinado pela RN-TC-03/10, porém, conforme Circular n° 007/2010 – TCE GAPRE, de 29/03/2010, foi permitida, em caráter excepcional, a entrega das consolidações das Prestações de Contas do exercício de 2009 dos entes das administrações estadual e municipal, para o dia 18 de abril de 2010.

Page 2: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

3. ARQUIVOS ENVIADOS

DOCUMENTOS

AUTENTICAÇÃO

Relatório detalhado das atividades desenvolvidas. 067bb17bda729b4c11b657c3172f21a5

Copias de extratos registrando os saldos bancários do último dia do mês de dezembro, com respectivas conciliações comprovadas.

d03c3a2fcba0420a5e871f766b5207fb

Relação contendo os procedimentos licitatórios iniciados ou executados no exercício.

6ac51b2eb714d496a4a1a7f313453290

Relação contendo os contratos não contemplados na relação de procedimentos licitatórios.

9c6ed3e9c60612daf5fcdab1b918fd64

Inventário de bens móveis e imóveis, identificando a data da incorporação.

36aaa5b0fbea721ee3427e8a75a0921f

Relação da frota dos veículos da entidade, tratores, máquinas e implementos agrícolas.

1c94bb269b07c7b8a5036d3460e903de

4. DA COMPOSIÇÃO DO ÓRGÃO

Durante o período analisado, a composição da Assembléia Legislativa foi a seguinte:

CARGO NOME

Presidente Deputado Arthur Paredes Cunha Lima Vice-Presidente Deputado Ricardo Luiz B. de Lima Marcelo 1° Secretário Deputado Lindolfo Pires Neto Fonte: Relatório de Atividades.

5. DA SÍNTESE DAS ATIVIDADES EXECUTADAS PELO ÓRGÃO

A Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba no exercício de 2009 apreciou as seguintes proposituras:

ATIVIDADES EXECUTADAS EM 2009 TOTAL Medidas Provisórias 17 Sessões Especiais (Realizadas) 53 Proposta de Emenda Constitucional 03 Projetos de Leis Complementar 10 Projetos de Lei Ordinária 459 Projetos de Resolução 34 Projetos de Decretos Legislativos 03 Sessões Solenes Realizadas 50 Processos 12 Requerimentos 4.613

T O T A L 5.254 Fonte: Relatório de Atividades

Page 3: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

6. DO ORÇAMENTO

Dos Programas de Trabalho

A Lei nº 8.708, de 02 de dezembro de 2008, referente ao Orçamento Anual

do Estado da Paraíba para o exercício de 2009, fixou a despesa para a Assembléia Legislativa no montante de R$ 168.108.598,00 equivalentes a 2,87% da despesa total orçada para o Estado (R$ 5.854.806.444,00), tendo sido realizado o montante de R$ 156.601.583,53.

O orçamento da Assembléia Legislativa contemplou os seguintes programas:

Em R$ 1,00

PROGRAMA ORÇAMENTO DESPESA

EMPENHADA AH % AV%

APOIO ADMINISTRATIVO (5046) 114.148.438,00 123.794.995,81 108,45 79,05

APOIO AO EXERCÍCIO DO MANDATO (5286) 52.516.160,00 31.539.509,54 60,06 20,14

OPERAÇÕES ESPECIAIS (0000) 1.444.000,00 1.267.078,18 87,75 0,81

T O T A L 168.108.598,00 156.601.583,53 93,16 100,00

Fonte: SAGRES.

Das Ações: Em R$ 1,00

AÇÕES ORÇAMENTO DESPESA EMPENHADA

AH % AV%

ENCARGOS COM PESSOAL ATIVO 92.942.438,00 104.644.027,35 112,59 66,82 ATIVIDADE DE SUPORTE DE APOIO PAR-LAMENTAR

22.226.160,00 26.236.221,00 118,04 16,75

MANUTENÇÃO DE SERVIÇOS ADMINIS-TRATIVOS

12.640.000,00 11.532.221,55 91,24 7,36

VALE REFEIÇÃO E ALIMENTAÇÃO 4.905.000,00 5.792.123,23 118,09 3,70 ASSISTÊNCIA SOCIAL GERAL 13.000.000,00 5.303.288,54 40,79 3,39 DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES 1.364.000,00 1.247.578,18 91,46 0,80 ENCARGOS COM ÁGUA, ENERGIA E TELE-FONE

1.500.000,00 1.046.441,31 69,76 0,67

VALE TRANSPORTE 250.000,00 274.718,40 109,89 0,18 ALUGUEL DE IMÓVEIS 250.000,00 197.276,14 78,91 0,13 CONSERVAÇÃO, REFORMA E ADAPTAÇÃO DE IMÓVEIS

950.000,00 144.465,83 15,21 0,09

SERVIÇOS DE INFORMATIZAÇÃO 240.500,00 129.382,75 53,80 0,08 REPAROS E CONSERVAÇÃO DE VEÍCULOS 80.000,00 18.212,77 22,77 0,01 INDENIZAÇÕES E RESTITUIÇÕES 50.000,00 12.000,00 24,00 0,01 SEGUROS E TAXAS DE VEÍCULOS 20.000,00 8.187,52 40,94 0,01 AUXÍLIO FUNERAL 30.000,00 7.500,00 25,00 0,00 SEGUROS E TAXAS DE IMÓVEIS 10.500,00 4.680,79 44,58 0,00 ADMINISTRAÇÃO E MANUTENÇÃO DA FROTA DE VEÍCULOS

60.000,00 3.258,17 5,43 0,00

DEMAIS AÇÕES SEM EXECUÇÃO 17.590.000,00 0,00 0,00 0,00 T O T A L 168.108.598,00 156.601.583,53 93,16 100,00

Fonte: SAGRES.

Page 4: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

Das Fontes de Recursos Utilizadas

Em R$ 1,00

FONTE DE RECURSO DESPESA ORÇADA AV% DESPESA

EMPENHADA AV% AH%

00-Recursos Ordinários 72.125.715,00 42,90 53.227.768,84 33,99 73,80

01-Cota-Parte do FPE 95.982.883,00 57,10 103.373.814,69 66,01 107,70

T O T A L 168.108.598,00 100,00 156.601.583,53 100,00 93,16Fonte: SAGRES.

7. DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

7.1. Despesa Autorizada

O Orçamento Anual, para o exercício de 2009, fixou, no Quadro de

Detalhamento de Despesa – QDD, para a Unidade Orçamentária Assembléia

Legislativa, o montante de despesas na ordem de R$ 168.108.598,00. No decorrer

do exercício, foram abertos Créditos Suplementares, no valor de R$ 28.597.379,75

e ocorreram anulações de dotações, no valor de R$ 39.004.594,75 restando o valor de

R$ 157.701.383,00 de Créditos Autorizados.

7.2. Execução da Despesa

Em R$ 1,00

ANO VALOR DA RCL VALOR EMPENHADO AH (%) 2007 3.541.647.000,00 125.046.882,43 3,53%

2008 4.222.911.000,00 140.526.817,18 3,33%

2009 4.625.675.000,00 156.601.583,53 3,39% Fonte: SAGRES e REO do Governo do Estado - 6º bimestre de 2007, 2008 e de 2009.

7.2.1. Das Despesas por Elemento

O Quadro a seguir demonstra a execução da despesa por Categoria

Econômica, Natureza da Despesa e Elemento de Despesa:

DESPESAS POR ELEMENTO VALOR EMPENHADO AV% Despesas Correntes 156.231.934,68 99,76 Pessoal e Encargos Sociais 105.891.605,53 67,62 Vencimentos e Vantagens Fixas - P. Civil 85.361.379,31 54,51 Salário Família 64.441,86 0,04 Obrigações Patronais 17.488.982,18 11,17

Page 5: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

Outras Despesas Variáveis – Pessoal Civil 1.729.224,00 1,10 Despesas de Exerc. Anteriores 1.247.578,18 0,80 Outras Despesas Correntes 50.340.329,15 32,14 Outros Benefícios Assistenciais 7.500,00 0,00 Obrigações Patronais 3.798.160,00 2,42 Diárias – Civil 544.630,00 0,35 Material de Consumo 409.588,22 0,26 Material de Distribuição Gratuita 55.360,00 0,04 Passagens e Despesas com Locomoção 7.302.513,67 4,66 Outros Serviços Terceiros – P.Física 17.785.181,22 11,35 Outros Serviços Terceiros – P.Jurídica 6.462.692,51 4,13 Obrigações Tributárias e Contributivas 4.680,79 0,00 Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas 4.381.825,51 2,80 Auxílio-Alimentação 5.792.123,23 3,70 Subvenções Sociais 921.463,03 0,59 Despesa de Exercícios Anteriores 0,00 - Indenizações e Restituições 2.874.610,97 1,84 Despesas de Capital 369.648,85 0,24 Investimentos 369.648,85 0,24 Obras e Instalações 0,00 - Equipamentos e Material Permanente 369.648,85 0,24

T O T A L 156.601.583,53 100,00 Fonte: SAGRES.

7.2.1.1 Despesas efetuadas com Pessoal e Encargos Sociais

Demonstrativo da Despesa com Pessoal (Art.55, Inc. I, alínea “a”, LRF)

O cálculo dos limites da despesa com pessoal da Assembleia Legislativa,

referente ao período de janeiro de 2009 a dezembro de 2009, é o seguinte:

RGF - ANEXO I Em R$ mil

DESPESAS EXECUTADAS

(janeiro/2009 a dezembro/2009)

DESPESA COM PESSOAL

RGF PUBLICADO

(A)

PORTARIA STN Nº 577/08

(B)

PARECERES PN-TC 77/00, PN-TC 05/04, PN-TC 12/07 e

PN-TC 18/09 (C)

DESPESA BRUTA COM PESSOAL (I) 104.644 108.377. 104.644

Pessoal Ativo

Pessoal Inativo e Pensionistas

Outras despesas de pessoal decorrentes de contratos de terceirização (§ 1º do art. 18 da LRF)1 17.785

DESPESAS NÃO COMPUTADAS (§ 1º do art. 19 da LRF) (II) 23.241 25.849

Indenizações por Demissão e Incentivos à Demissão Voluntária

Decorrentes de Decisão Judicial

Despesas de Exercícios Anteriores

Inativos e Pensionistas com Recursos Vinculados

Indenizações Diversas

Page 6: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

IRRF (Parecer PN TC 05/04) 5.752 8.360

Contribuições Patronais (Parecer PN TC nº 12/07) 17.489 17.489

DESPESA LÍQUIDA COM PESSOAL (III) = (I – II) 81.403 126.163 78.795

DESPESA TOTAL COM PESSOAL - DTP (IV) = (III a + III b) 81.403 126.163 78.795

APURAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO LIMITE LEGAL

RECEITA CORRENTE LÍQUIDA - RCL (V) 2 4.451.759 4.625.677 4.439.592

DESPESA TOTAL COM PESSOAL EM RELAÇÃO A RCL (VI) = (IV/V)*100 1,83% 2,26% 1,77%

LIMITE MÁXIMO (incisos I, II e III, art. 20 da LRF) - <2,00%> 89.035 97.139 93.231

LIMITE PRUDENCIAL (parágrafo único, art. 22 da LRF) - <1,90%> 84.583 92.282 88.569

Fonte - SIAF. 1 De acordo com manual técnico de demonstrativos fiscais, elaborado pela Secretaria do Tesouro Nacional, são consideradas no bojo das despesas com pessoal as terceirizações que se caracterizem como relação direta de emprego. 2A divergência observada entre o valor da Receita Corrente Líquida exposto na coluna (3) e aquela publicada pelo Governo do Estado deveu-se fundamentalmente à metodologia utilizada para obtenção do valor das deduções referentes a transferências constitucionais e legais aos municípios e aquela destinada à formação do FUNDEB.

A tabela anterior apresenta os cálculos inerentes à despesa de pessoal

da seguinte forma:

• A Coluna (A) - “RGF PUBLICADO” – demonstra os resultados

apresentados pelo Relatório de Gestão Fiscal referente ao terceiro quadrimestre de 2009,

que abrange o período de janeiro a dezembro de 2009, elaborado pela Assembléia

Legislativa do Estado da Paraíba.

• A Coluna (B) - “Portaria STN nº 577/08” – apresenta o cálculo

elaborado com base exclusivamente no que disciplina a Portaria 577/08 da STN, a qual

determina que devem ser registrados os valores acumulados da despesa bruta com

pessoal dos últimos doze meses, considerando as despesas de natureza remuneratória,

incluindo aquelas relativas à contribuição patronal ao Regime Próprio de Previdência

Social (RPPS) e ao Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), bem como aquelas

relativas a terceirizações que se caracterizam como relação direta de emprego. Alerta-se

para o fato de que, seguindo a metodologia de cálculo da STN, a Assembleia Legislativa

apresentou um total de despesa com pessoal da ordem de 2,26% da Receita Corrente

Líquida, ultrapassando, assim, o limite legal previsto no art. 20, inciso II, alínea “b”, da

LRF.

Vale salientar que as despesas relativas aos servidores tidos pelo gestor

como terceirizações foram efetuadas pelo Órgão por meio do Elemento de Despesa 36 –

“Outros Serviços de Terceiros Pessoa Física”, observou-se que, a partir de julho de

2007, o Órgão efetuou empenhos globais para pagamento de “serviços de suporte à

atividade parlamentar”, conforme Lei 8.291/07 (Lei Estadual nº 8.291, de 11 de julho de

Page 7: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

2007, que a partir de 1º de julho de 2007 extingue cargos comissionados da Assembléia

Legislativa do Estado e disciplina a execução de despesas de suporte à atividade

parlamentar). Logo, percebe-se que, apesar da mencionada lei dizer que extingue cargos

comissionados, na realidade, esse fato não ocorreu, pois o que houve foi uma mudança

na forma de pagamento, determinados cargos comissionados, pagos anteriormente,

através do Elemento de Despesa 11 – “Vencimentos e Vantagens Fixas”, após 1º de

julho de 2007, ficaram sendo pagos através do Elemento de Despesa 36. Nesse

contexto, e considerando que o artigo 18, § 1º, da Lei de Responsabilidade Fiscal

dispõe que os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à

substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras

Despesas de Pessoal", procedeu-se o cômputo das referidas despesas bem como dos

seus encargos no somatório da despesa total com pessoal.

Outrossim, de acordo com manual técnico de demonstrativos fiscais,

aprovado pela Portaria STN nº 577/2008, o conceito de despesa com pessoal não

depende da natureza do vínculo empregatício nem de avaliação jurídica sobre a

legalidade ou não da contratação:

“ O conceito de despesa com pessoal não depende da natureza do vínculo empregatício. Assim, as despesas com servidores, independentemente do regime de trabalho a que estejam submetidos, integram a despesa total com pessoal e compõem o cálculo do limite de gasto com pessoal. Assim, consideram-se incluídos tanto servidores efetivos, como cargos em comissão, celetistas, empregados públicos e agentes políticos. Esse também é o caso dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias, quer tenham sido contratados por meio de processo seletivo público ou não. O conceito de despesa com pessoal também não depende de avaliação jurídica sobre a legalidade ou não da contratação. Assim, tanto as contratações por tempo determinado para atender necessidade temporária de excepcional interesse público como as que poderão vir a ser contestadas à luz do instituto constitucional do concurso público, por exemplo, deverão ser registradas na despesa com pessoal, independentemente da verificação da legalidade ou validade das contratações, bem como das eventuais cominações que possam advir”.

• A Coluna (C) refere-se aos resultados apurados com base nos valores

levantados em consultas ao SIAF e ao SAGRES, considerando os Pareceres exarados

por esta Corte de Contas, a saber PN-TC 77/00, PN-TC 05/04, PN-TC 12/07 e PN-TC

18/09, os quais excluem, do cômputo das despesas com pessoal, respectivamente, os

valores referentes aos gastos com inativos e pensionistas do Órgão, os referentes às

Page 8: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

despesas com o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), a parcela relativa aos

encargos sociais parte empregador e as despesas relativas a terceirizações. Nesse caso, a

despesa de pessoal da Assembléia Legislativa alcançou o montante de 1,77% da Receita

Corrente Líquida.

7.2.1.2 Despesas efetuadas com Outras Despesas Varíáveis – Pessoal Civil

As despesas classificadas neste Elemento de Despesa (3.1.90.16),

importaram neste exercício no valor de R$ 1.729.224,00 (Doc. TC nº 05017/11).

Essas despesas consistem em duas parcelas anuais pagas a cada Deputado no

valor de 100% da sua remuneração, ou seja, R$ 12.384,00 (cada parcela), no início de

cada sessão legislativa, com o objetivo de compensar despesas para o comparecimento à

sessão legislativa ordinária ou à sessão extraordinária, o que já faz parte da rotina dos

membros do Poder Legislativo, não se configurando atividade extra no intuito de tratar

de assunto urgente e relevante para a sociedade.

7.2.1.3 Despesas efetuadas com Passagens e Despesas de Locomoção

Os gastos contabilizados no Elemento de Despesa - Passagens e Despesas

com Locomoção estão agrupados em duas categorias distintas: a primeira é destinada a

pagamentos de contratos de locações de veículos e passagens aéreas a serviço da

Assembléia; e a segunda, destinada a pagamentos das verbas de Apoio Terrestre

Parlamentar. As despesas referentes a Passagens e Locomoção serão analisadas no item

contratos e licitações. A análise da verba de apoio terrestre sugere as seguintes

considerações:

Da Verba de Apoio Terrestre Parlamentar

A Verba de Apoio Terrestre Parlamentar, regida pela Resolução nº 766/03,

teve seu valor fixado até o limite de 1,5 (um inteiro e cinqüenta da remuneração

auferida pelo Deputado Estadual), e de acordo com a Lei nº 8.244/07, a remuneração

dos deputados estaduais foi fixada em R$ 12.384,00.

Page 9: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

Durante o exercício em análise foram gastos recursos da ordem de

R$ 6.350.623,68, destinados à Verba de Apoio Terrestre dos gabinetes, por meio do

elemento de despesa 33 – Passagens e Despesas de Locomoção.

Esta verba é paga diretamente ao parlamentar, com emissão de empenho

global em nome de um deputado e o pagamento rateado entres os demais. A exemplo

das outras verbas aqui comentadas, também não há prestação de contas da aplicação

desses recursos na Secretaria de Finanças da Assembléia, desconhecendo-se a finalidade

para a qual se destinou essa verba repassada pessoalmente a cada parlamentar.

7.2.1.4 Despesas efetuadas com Outros Serviços de Terceiros - Pessoas

Físicas

Em análise prévia, constatou-se um elevado valor com despesas de

Serviços de Terceiros - Pessoa Física (R$ 17.785.181,22), em função das contratações

de serviços de terceiros, destinados ao cumprimento de atividades meio de suporte ao

mandato parlamentar.

Através da Lei nº 8.291/2007, extinguiu-se os cargos de provimento em

comissão, integrantes do grupo de apoio parlamentar da Assembléia Legislativa, e para

viabilizar o exercício desta atividade, o Órgão passou a contratar pessoas físicas em

substituição a esses servidores. O quadro a seguir demonstra a evolução dessas despesas

a partir de 2007 quando começaram essas contratações.

DESPESAS POR ELEMENTO

VALOR EMPENHADO

2007

VALOR EMPENHADO

2008

VALOR EMPENHADO

2009

AH%

Despesas Correntes 124.867.528,11 140.252.074,28 156.231.934,68 11,39Pessoal e Encargos Sociais 83.381.614,56 86.728.544,41 105.891.605,53 22,10 Vencimento e Vantagens Fixas - P. Civil 69.880.093,32 69.999.540,94 85.361.379,31 21,95 Obrigações Patronais 11.565.435,83 14.343.678,54 17.488.982,18 21,93Outras Despesas Correntes 41.485.913,55 53.523.529,87 50.340.329,15 5,95

Outros serviços terceiros – Pessoa Física 17.023.624,74 23.377.333,30 17.785.181,22 23,92

Obrigações Patronais 3.524.143,31 4.932.353,93 3.798.160,00 22,99 Fonte: SAGRES.

Após exame da execução das despesas, verificou-se que:

a) Embora a Lei Estadual 8.291/2007 (Doc. TC nº 05013/11), discipline alocar os

recursos orçamentários destinados aos cargos extintos em contratação de

Page 10: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

prestadores de serviços, a folha de pessoal continuou em crescente majoração

nos últimos exercícios que se seguiam à vigência da Lei;

b) As contratações desses prestadores de serviços realizadas através dos gabinetes

dos Deputados resultaram em gastos com Obrigações Patronais nas despesas

de natureza “Outras Despesas Correntes” de R$ 3.524.143,31 em 2007,

R$ 4.932.353,93 3 em 2008 e R$ 3.798.160,00 em 2009.

Desta forma, as despesas a título de Outros Serviços de Terceiros – Pessoa

Física que se seguiram à extinção dos cargos não se aplicaram à substituição dos

ocupantes do pessoal do quadro de provimento em comissão extintos, haja vista o

acréscimo, e não diminuição, da folha de pagamento.

Conforme registra a contabilidade da Assembleia Legislativa,

R$ 21.583.341,22 foram gastos com pagamento de prestação de serviço de suporte a

atividade parlamentar neste exercício.

Considerando que a Verba de Suporte à Atividade Parlamentar patrocina

essas despesas, a Auditoria entende estarem em desacordo com os princípios

administrativos do controle, da transparência e da finalidade pública, haja vista a clara

evidência de que se trata de um subsídio direto percebido pelos Parlamentares, já que

nas planilhas demonstradas nas cotas percebidas por cada parlamentar são descontados

valores como imposto de renda, associações, cooperativas e outros descontos,

confundindo-se com a própria remuneração dos Deputados, devendo entrar no cômputo

dos gastos com pessoal, para o controle do limite constitucional ao qual estão sujeitos.

O mais agravante nesta despesa é a falta de documentação comprobatória

dos pagamentos realizados aos prestadores desses serviços, cuja verba é rateada

entre os Deputados, inexistindo na Secretaria de Finanças da Assembléia Legislativa as

respectivas prestações de contas dos recursos repassados (Doc. TC nº 05014/11).

Portanto, sugere-se que o setor competente deste Tribunal - Departamento de

Auditoria de Atos de Pessoal e Gestão Previdenciária, proceda auditoria nos referidos

Atos de contratações para verificação das atribuições desenvolvidas pelos contratados e

das observâncias dos limites previstos na legislação pertinente à matéria, tendo em vista

que a forma adotada para tais contratações deixa dúvidas quanto ao efeito do cálculo

limite da despesa com pessoal estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Page 11: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

7.2.1.5 Despesas efetuadas com Outros Auxílios Financeiros a Pessoas

Físicas

Através das Resoluções nºs 525A/95, 539/95 e 765/03, que regulamentaram a

Lei n° 8.222/07 até o final de sua vigência em 15 de julho de 2009, a Mesa da

Assembléia Legislativa ficou autorizada a gerir recursos de Assistência Social,

assegurando ainda o repasse da Verba Social de Apoio aos Gabinetes Parlamentares aos

Deputados no exercício do mandato.

Assim, as despesas contabilizadas no Elemento 48 – Outros Auxílios

Financeiros a Pessoas Físicas, tiveram aplicações distintas – Os recursos de Assistência

Social aplicados pela Mesa da Assembléia e as Verbas Sociais de Apoio ao Gabinete

Parlamentar aplicadas diretamente pelos Gabinetes dos Deputados.

O quadro a seguir demonstra os dispêndios realizados neste elemento de

despesa:

Despesa Exercício 2009

(R$) Elemento de

Despesa Legislação

Ajuda Financeira 1.011.409,96 48 Resolução 596/97 e Lei 8222/07 Apoio Gabinete Social 3.370.416,55 48 Resolução 765/03 Total 4.381.825,51 -------------- Fonte: SAGRES.

Da Ajuda Financeira gerida pela mesa da Assembléia

A Resolução Nº 596/97 autoriza à mesa a gerir recursos para Assistência

Social, entrando em vigor em maio de 1997. Fundamentada nesta Resolução a

Assembléia Legislativa vinha fazendo nos últimos anos um assistencialismo constante.

Em 14 de maio de 2007 foi sancionada a Lei n° 8.222/07 (Doc. TC nº 05054/11) que

passou a disciplinar os procedimentos para a execução orçamentária no que tange ao

auxílio supletivo, à assistência social aos servidores e, complementarmente às pessoas

carentes e entidades sem fins lucrativos.

Vale ressaltar que tal Lei não se insere nas competências

constitucionalmente atribuídas ao Poder Legislativo no que se refere à distribuição de

recursos financeiros de caráter social ou assistencial.

No exercício de 2009 foram gastos R$ 4.381.824,51 com despesas para

Assistência Social geridas pela mesa da Assembléia. Através de amostragem dos

Page 12: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

processos dos beneficiários que foram analisados pela auditoria e juntados aos autos

conforme documentos digitalizados.

A seguir, um demonstrativo dos processos analisados:

NE Beneficiários Objeto Valor Observação

01144 Maria do Socorro Bezerra de Oliveira

Ajuda financeira para intervenção cirúrgica

25.000,00 Solicitado pelo Dep. Branco Mendes

01113 Aguinaldo Veloso Borges Ribeiro Ajuda financeira para tratamento médico

46.572,03

01112 Enivaldo Ribeiro Ajuda financeira para tratamento médico 17.059,20

Solicitado pelo Dep. Aguinaldo Ribeiro

00471 Ricardo Barbosa Ajuda financeira para Implantes dentários 31.600,00

Solicitado pelo Dep. Ricardo Barbosa

00143 José Henrique de Araujo Medeiros Produção de eventos na festa do município de Bernardino Batista

22.000,00 Solicitado pelo Dep. Lindolfo Pires

00142 José Henrique de Araujo Medeiros Produção de eventos na festa do município de Carrapateira

22.000,00 Solicitado pelo Dep. Lindolfo Pires

00141 José Henrique de Araujo Medeiros Produção de eventos na festa do município de Triunfo

22.000,00 Solicitado pelo Dep. Lindolfo Pires

00270 José Henrique de Araujo Medeiros Produção de eventos na festa do município de Triunfo

22.000,00 Solicitado pelo Dep. Lindolfo Pires

00372 João Palmeira Sobrinho Produção de eventos na festa do município de Areia de Barauna

22.000,00 Solicitado pelo Dep. Antonio Mineral

00398 José Henrique de Araujo Medeiros Produção de eventos na festa do município de S.José da Lagoa Tapada

23.000,00 Solicitado pelo Dep. Lindolfo Pires

00371 Sebastião Vasconcelos Porto Ajuda financeira para reparação de pálpebras (cirurgia plática)

18.428,00 Solicitado pelo próprio beneficiário

00140 João Bosco de Sousa Ajuda financeira para tratamento cirúrgico 15.000,00

O tratamento foi para filha do beneficiário.

01083 Nivaldo Manoel de Sousa Ajuda financeira p médico 16.000,00

0734 Maria Dantas Ribeiro

Ajuda financeira para despesas com internação, cirurgia e UTI 20.000,00

O tratamento foi reali-zado em Jorge Henrique Estrela Cartaxo.

01231 Zenóbio Toscano de Oliveira Verba Social 14.847,65 Não há comprovação das despesas

00027 Linalva Silva de Souza Ajuda financeira para tratamento odontológico

12.000,00 Servidora da Assembleia

00181 Vandery dos Santos Silva Produção de eventos Areia de Baraúna.

13.000,00 Solicitado pelo Dep. Antonio Mineral

00253 Eliane Marcena da Silva Ajuda financeira para tratamento odontológico

11.900,00

00177 Tereza Neuma Gonzaga Ajuda financeira para tratamento médico

11.000,00

01339 Clarence Pires de Sá Neto Ajuda financeira para tratamento médico

11.200,00 Não há comprovante das despesas alegadas.

00958 Alberoni Mendes de Sousa Tratamento Médico 27.194,64

Despesa paga a Unimed autorizada pe-lo Sindicado dos servi-dores da assembleia

Page 13: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

Alguns comentários são pertinentes, diante dos processos vistos:

1. Conforme a Nota de Empenho n° 01113, de 03/06/2009, o Deputado Aguinaldo

Veloso Borges Ribeiro foi contemplado com uma ajuda financeira no valor de

R$ 46.572,03 para tratamento de saúde em São Paulo no Hospital Sírio Libanês,

sem qualquer justificativa, já que não é função do Poder Legislativo fazer

assistência social ou qualquer outro tipo de assistencialismo, e, mesmo que

fosse, o Deputado não estaria no rol de pessoas carentes às quais o Estado impõe

seu poder de tutela com o objetivo de prover suas necessidades mais

elementares, e assim garantir o mínimo de cidadania a essas pessoas. Ressalta-se

que o citado Deputado tem seu plano de saúde (UNIMED) pago pela

Assembleia Legislativa, através da VIAP (Verba Indenizatória de Apoio

Parlamentar) e mesmo assim recorreu à verba pública para financiar suas

despesas em hospital particular.

Na mesma data, conforme Nota de Empenho n° 01112, a pedido

do Deputado Aguinaldo Ribeiro, foi concedida uma ajuda financeira a fim

de custear despesas com tratamento médico no valor de R$ 17.059,20 ao

Sr. Enivaldo Ribeiro, pai do referido Deputado, também no Hospital Sírio

Libanês, bem como sem qualquer critério e sem justificativa para essa prática, a

qual afronta de forma grosseira o Princípio da Impessoalidade e da Moralidade,

ambos consagrados em nossa Lei Maior.

Com isso, os gastos de pai e filho para o trato de questões particulares,

pagos com recursos públicos, importaram em R$ 63.631,23, que, somados aos

R$ 73.316,22, destinados ao tratamento médico no Hospital Sírio Libanês e à

hospedagem em São Paulo da Sra. Sílvia Maria Veloso Borges Ribeiro, irmã do

Deputado Aguinaldo Ribeiro, no exercício de 2008, totalizaram R$ 136.947,45,

deixando evidente que os recursos da Assembléia Legislativa atende interesse

particulares beneficiando uma única família.

2. Observaram-se pagamentos realizados a entidades para custear eventos com

montagens de palcos, sonorização e apresentações de bandas, totalizando

R$ 269.600,00 dentro da amostra analisada, sem qualquer vínculo com a

Page 14: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

atividade parlamentar. Esses serviços foram pagos a firmas de promoção de

eventos, estabelecidas no município de Santa Luzia e adjacências, como a PQR

10 – Produções e Eventos, Júnior Produções e Eventos, Badalo Produções e

Eventos e Sttar Promoções e Eventos, esta última impossibilitada de consulta ao

site da Receita Federal, haja vista que ao inserir seu CNPJ, apresenta “Erro na

Consulta”.

Lembramos que algumas firmas que atuam nesse ramo de atividade

daquela região, já foram objeto de denúncias e encontram-se em investigação.

Além de já figurarem em relatórios deste Tribunal com irregularidades na

prestação de seus serviços.

3. O Deputado Zenóbio Toscano através da Nota de Empenho nº 01231, recebeu

a importância de R$ 14.847,65, sem qualquer comprovação que justifique o

repasse financeiro ao parlamentar, constando apenas cópia da NE e as cópias de

cheques, todos no nominais ao Deputado.

4. A Nota de Empenho nº 00471 apresenta a realização de uma despesa,

contemplando o Deputado Ricardo Barbosa com um tratamento dentário no

valor de R$ 31.600,00, sem qualquer justificativa para a concessão de tal

benefício, sem um critério previamente estabelecido, assim como não observou

o Princípio da Impessoalidade na Administração Pública, o qual foi gravemente

afrontado.

Ressalva-se que tais auxílios financeiros vão de encontro à legislação

vigente, tendo em vista que a Assembléia não tem como fim a atividade assistencialista

e benfeitora, além de não atenderem ao próprio ato que regulamenta a Lei, mencionado

anteriormente.

As despesas com a concessão da Ajuda Financeira, durante o quinquênio

2005/ 2009, atingiram o montante de R$ 12.379.291,00 (Doze milhões trezentos e

sessenta e nove mil, duzentos e noventa e um reais).

DESPESA 2005 2006 2007 2008 2009 TOTAL

Ajuda Financeira

1.773.125,00 1.294.566,00 3.287.094,00 5.013.096,00 1.011.409,00 12.379.291,00

Page 15: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

Da Verba de Apoio Social de Gabinete

Resolução Nº 765/03 de 06/05/03, fixou o valor da verba de Apoio Social

de Gabinete Parlamentar até o limite de um inteiro e setenta e cinco da remuneração

auferida pelo deputado.

Esta verba de Gabinete foi autorizada pela Resolução 596/97 assegurando o

repasse do recurso aos gabinetes dos parlamentares, sem, contudo, estabelecer critérios

concretos e objetivos para utilização dessas verbas.

Com o advento da Lei n° 8.222/07, os procedimentos para execução

orçamentária, no que tange ao auxílio supletivo, foram disciplinados para atender à

assistência social aos servidores e, complementarmente às pessoas carentes e entidades

sem fins lucrativos.

Até o final de sua vigência em 15 de julho de 2009, foi gasto no exercício o

montante de R$ 3.370.416,55 destinado a este fim. O estágio final da realização desta

despesa (o pagamento) não está comprovado, pois não há Prestação de Contas por parte

dos parlamentares a Secretaria de Finanças daquela Instituição, desconhecendo-se a

efetiva aplicação desses recursos (Doc. TC nº 05019/11).

A título de concessão de auxílios e assistência social gerida pelos gabinetes

dos parlamentares, contabilizado no elemento de despesas 48 – Outros Auxílios

Financeiros a Pessoas Físicas, o Órgão emitiu mensalmente empenhos globais para

pagamento de “verba social de apoio parlamentar” em nome de um dos deputados e os

pagamentos foram rateados entre todos.

As despesas com a concessão de auxílios e assistência social geridos pelos

gabinetes dos parlamentares, durante o quinquênio 2005/2009, atingiram a importância

de R$ 27.552.019,67.

DESPESA 2005 2006 2007 2008 2009 TOTAL Auxílios e

Assistências Sociais

5.004.940,73 6.895.179,36 5.790.583,50 6.490.897,53 3.370.416,55 27.552.017,67

Desta forma, a realização desta despesa atenta contra a responsabilidade na

gestão fiscal, em detrimento dos princípios da moralidade, publicidade e da finalidade

pública.

Page 16: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

7.2.1.6 Despesas efetuadas com Indenizações e Restituições

No dia 18 de agosto de 2009 passou a vigorar a Resolução n° 1.457/2009,

elaborada e promulgada com base no art. 12, § 1°, V, “l”, da Resolução n° 469, de 28 de

novembro de 1991 (Regimento Interno da Assembleia Legislativa), a qual institui a

Verba Indenizatória de Apoio Parlamentar (VIAP), cuja finalidade é custear,

exclusivamente, os gastos dos Deputados Estaduais no pleno exercício de seus

mandatos na Assembleia Legislativa.

Em análise dos gastos efetuados com a VIAP, no valor total no exercício de

R$ 2.874.610,97, a Auditoria constatou que essa verba tem servido para atender,

exclusivamente, os interesses particulares dos Deputados, sem que haja qualquer

vinculação ao mister do Poder Legislativo previsto em nossa Lei Maior, ao qual cabe,

dentre outras atribuições, discutir e aprovar leis e fiscalizar os gastos de recursos

públicos e a execução dos programas do Poder Executivo.

Esses gastos foram efetuados com locações de automóveis, locações de

imóveis, pagamentos de almoços e outras refeições, assessorias contábeis, assessorias

jurídicas, serviços de publicidade, locação de mesas e cadeiras, confecção de

materialgráfico, hospedagens, segurança eletrônica, etc..., em sua maioria, sem

justificativa e sem a devida comprovação, constando apenas recibos.

Algumas delas beiram o absurdo, como, por exemplo, as despesas com

refeições que em alguns casos superaram o valor de R$ 500,00 em um único dia.

Foi o caso da despesa constante na Nota de Empenho n° 2196 de 23/10/2009, no valor

de R$ 1.500,00, referente a 100 almoços na Churrascaria Show Ltda. no Município

de Patos, promovida pelo Deputado Antônio Pereira Neto (Antônio Mineral); na

NE n° 2196 nos dias 25, 29 e 30/10/2009, nos valores de R$ 650,00, R$ 525,00 e

R$ 368,50, respectivamente, emitida em favor de Regina Lúcia de Oliveira Dantas, bem

como na NE n° 1922, que nos dias 22 e 23/09/09 importou em gastos nos valores de

R$ 277,64 e R$ 523,82, respectivamente, referentes a 23 refeições na Picanha do Basto,

cuja despesa foi originada pelo Deputado Carlos Marques Castro Júnior; na NE n° 1924

de 10/09/2009, no valor de R$ 950,00, em favor da Churrascaria Cariri, além do valor

de R$ 694,00 no dia 15/09/2009, em favor de Sonho Doce Festas Ltda., de

responsabilidade do Dep. Carlos Alberto Batinga Chaves; como também na Nota de

Empenho n° 1921 de 30/09/2009, no valor de R$ 2.006,29, em favor do restaurante

Page 17: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

Cassino da Lagoa Ltda. ME, gasto este originado pelo Dep. Arthur Paredes Cunha

Lima., dentre outros (Doc. TC nº 05020/11, 05236/11, 05237/11, 05238/11, 05239/11,

05240/11, 05244/11, 05245/11, 05247/11, 05248/11, 05249/11, 05251/11, 05252/11,

05253/11, 05255/11, 05256/11, 05257/11, 05258/11, 05260/11, 05261/11, 05262/11,

05263/11, 05264/11, 05266/11, 05267/11, 05268/11, 05269/11, 05272/11, 05273/11,

05276/11, 05277/11, 05278/11, 05280/11, 05282/11, 05284/11, 05285/11 e 05287/11).

7.2.1.7 Inconstitucionalidade das Resoluções que amparam a verba de

Assistência Social, Apoio ao Gabinete e Apoio Terrestre, assim

como a Lei n° 8.222/07.

A realização destas despesas fere frontalmente os princípios administrativos

do controle, da transparência e da finalidade pública que se encontram determinados no

art. 37 da Constituição Federal.

Há de se alertar que a concessão de auxílios assistenciais endereçados a

alguns beneficiários gera privilégios, em detrimento dos demais servidores, pessoas

necessitadas e entidades filantrópicas que não auferem igual benefício.

Para o caso em estudo, observa-se o simples assistencialismo, coroado por

doações financeiras isoladas, que, em nenhuma hipótese, é consagrado pelo

ordenamento jurídico pátrio, conforme dita a Constituição Federal, em seu art. 37:

“Art.37- A Administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...”

Também se verifica que estas despesas, mesmo que fossem atribuições do

Poder Legislativo, contrariam o art. 26 da LRF que prevê o seguinte:

“Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias e estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais” (grifo nosso).

Page 18: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

E ainda, deve-se citar a Lei Nº 8.620 de 15 de julho de 2008, que dispõe

sobre a LDO para o exercício de 2009, quando os seus art. 21, 22 e 23 prevêem:

“Art. 21 – É vedada a destinação de recursos a título de subvenções sociais, ressalvadas aquelas destinadas a entidades privadas sem fins lucrativos que preencham uma das seguintes condições ou atendam aos requisitos da Lei n° 7.020/2001:

I – sejam de atendimento ao público, de forma

gratuita, nas áreas de assistência social, saúde, esporte ou educação, e estejam registradas no Conselho Estadual de Assistência Social - CEAS;

II – sejam vinculadas a organismos nacionais ou internacionais de natureza filantrópica, institucional ou assistencial reconhecido nacionalmente pelo Conselho Nacional de Assistência Social.

III – tenham proposta de trabalho aprovada pelo Conselho Gestor do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza do Estado da Paraíba.

Parágrafo único – Para habilitar-se ao recebimento de subvenções sociais, a entidade privada sem fins lucrativos deverá apresentar declaração de funcionamento regular no ano de 2008, emitida por autoridade local competente.

Art. 22 – É vedada a destinação de recursos a título de auxílio, previstos no art. 12, § 6º, da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, às entidades privadas, ressalvadas àquelas, sem fins lucrativos e desde que sejam:

I – de atendimento direto e gratuito ao público e voltadas para o ensino especial;

II – voltadas para as ações de saúde e educação e de atendimento direto e gratuito ao público e que estejam registradas no Conselho Estadual de Assistência Social – CEAS.

Art. 23 – A execução das despesas de que tratam os arts. 21 e 22 desta Lei atenderá, ainda, ao disposto no art. 26 da Lei Complementar Federal nº 101, de 04 de maio de 2000, e às regras da Lei 7.020/2001, a serem observadas por todas as unidades das Administrações Direta e Indireta do Estado.”

Page 19: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

A prestação desses serviços, quando executada sem procedimentos pré-

organizados, desprovidos do planejamento e das técnicas adequadas, que visem a

potencializar os resultados atingidos, frente aos dispêndios feitos, definitivamente não

se coadunam com o estabelecido na legislação (Lei n° 4.320/64 – Lei das Finanças

Públicas e Lei n° 8.742/93 – Lei Orgânica da Assistência Social). Transfere-se nítida a

harmonia existente entre as espécies normativas mencionadas. Ambas prevêem a

atuação eficiente da Administração Pública. Uma e outra ditam o processo correto a ser

seguido.

No que se refere aos seus servidores, a Assembléia Legislativa do Estado já

oferece benefícios (além daqueles em epígrafe) direcionados ao bem estar do corpo de

funcionários no ambiente de trabalho, tais como: creche a disposição dos filhos dos

servidores, subsídio ao plano de saúde privado dos servidores efetivos, assim como o

auxílio funeral.

Por fim, a Auditoria entende que estes desembolsos atentam contra os

princípios da impessoalidade e economicidade administrativas, princípios esses

basilares da Lei Complementar n° 101/00.

Além dos argumentos já expostos, ressalta-se que não se insere nas

competências constitucionalmente atribuídas ao Poder Legislativo a distribuição de

benefícios de caráter social ou assistencial. Sobre o assunto, este Tribunal já se

posicionou por meio do Parecer nº 59/95.

“(...) A Câmara Municipal não deve se utilizar do erário para praticar Assistência Social. A função típica da Câmara Municipal corresponde ao nível máximo de normatizar e regular a administração do município através de Processo Legislativo. A função de Assistência Social é da Prefeitura Municipal”.

Diante das manifestações aqui narradas, esta Auditoria encerra por entender

pela impossibilidade de concessão pela Assembléia Legislativa do Estado de auxílios

à assistência social, econômica e financeira, posto que não se mostra compatível com

a legislação vigente (Constituição Federal, Lei Complementar n° 101/00, Lei Federal

nº 4.320/64 e Lei Federal nº 8.742/93). Entendendo, ainda, ser irregular o repasse de

Page 20: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

verbas aos gabinetes parlamentares para dispêndio sem critérios e sem transparência dos

gastos para os quais estão destinados.

A execução dessas verbas, que envolveu relevante montante de recursos

públicos, teve como única finalidade atender interesses particulares dos Deputados, não

se configurando objeto de interesse da sociedade, e nem contribuindo para a atividade

legiferante, principal atribuição do Poder Legislativo, conforme quadro demonstrativo a

seguir:

Elemento

de Despesa

Verba Valor global

(R$)

Valor por cada Deputado (36)

(R$) 3.1.90.16 Ajuda de custo. 1.729.224,00 48.034,00 3.3.90.33 Verba Terrestre. 6.350.623,68 176.406,21

3.3.90.36 Suporte à Atividade Parlamen-tar (Serviços de Terceiros.

21.583.341,22 599.537,26

3.3.90.48 Verba Social de Gabinete. 3.370.416,40 93.622,68

3.3.90.93 VIAP – Verba Indenizatória de Apoio Parlamentar.

2.874.610,97 79.850,30

T O T A I S ===���� 35.908.216,27 997.450,45 Fonte: SAGRES.

Conforme depreende-se da tabela acima, cada Deputado custou à sociedade o

valor de R$ 997.450,45, apenas no exercício de 2009, valor este representado por várias

verbas de livre manuseio para satisfação de interesses próprios ou de determinadas

pessoas.

Convém ressaltar que seus subsídios não estão computados no presente

levantamento.

7.2.1.8 Despesas de exercícios anteriores.

Das despesas com indenizações de férias

No exercício em análise, os gastos realizados com indenizações de férias não

gozadas por servidores da Assembléia Legislativa totalizaram R$ 216.429,56, segundo

processos de despesas (Doc. TC nº 05015/11).

Inicialmente, faz-se observar o que a Lei Complementar nº 58, de 30 de

dezembro de 2003, disciplina sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da

Paraíba:

Page 21: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

“(...) Art 79. O servidor fará jus a trinta dias consecutivos de férias anuais,

que podem ser acumuladas, até no máximo de dois períodos, no caso de

necessidade do serviço.

§ 1º - O direito às férias se perfaz a cada 12 meses de efetivo exercício.

§ 2º - O gozo de férias, observado o interesse público, dar-se-á até o

vigésimo quarto mês após a aquisição do direito de que trata o § 1º deste

artigo.

§ 3º - No vigésimo terceiro mês após a aquisição de cada período, a

Administração deverá conceder automaticamente o gozo de férias”. (grifo

nosso)

Salienta-se, de início, que não existe legislação estadual que regule a forma

de compensação do direito de férias não gozadas, mesmo no caso de interesse público.

A legislação apenas dita o limite temporal, que pode ir até, no máximo, dois períodos

consecutivos, e as condições materiais de acúmulo do descanso, que são

especificamente direcionadas para o caso de necessidade do serviço. Contudo, como

dito, têm-se observado a contínua concessão de indenizações de períodos acumulados

de férias, endereçadas a alguns servidores, em alguns casos, por anos consecutivos,

conforme detectado mediante análise documental pela Auditoria, impedindo-lhes ou

levando-os a se abster do exercício de um direito subjetivo garantido, há muito, pelo

nosso ordenamento jurídico.

Percebe-se, assim, a inexistência de uma escala apropriada de férias, cujas

concessões sejam planejadas para cada exercício, permitindo, aos gestores e aos

servidores, fazerem alterações de acordo com a conveniência do serviço, sem, contudo,

promover ou permitir que se promovam abusos.

A Auditoria considera de essencial importância a implantação, pela

Assembleia, de uma política que promova a recuperação adequada das condições físicas

e mentais despendidas pelo servidor no exercício de suas funções, e, nesse contexto,

cumpre expor aqui o entendimento manifestado no voto do Ministro Maurício Corrêa,

do Supremo Tribunal Federal (STF), relativo ao Recurso Extraordinário nº 202.626-

3/Distrito Federal:

Page 22: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

Assim sendo, esta Auditoria, fundamentada na Lei Complementar nº 58/03,

e seguindo o entendimento do Ministro Maurício Corrêa do STF, considera irregulares

não só o acúmulo de férias por mais de dois períodos consecutivos, mas, também,

qualquer percepção em pecúnia, seja de um, dois, ou mais períodos, por configurar a

disponibilidade de direitos, que são, por natureza, indisponíveis e inalienáveis.

Das despesas com servidor sem exercício no órgão

Dentre essas indenizações, constatou-se o pagamento ao Sr. Irapuan Sobral

Filho, no valor de R$ 24.972,36, referente a dois períodos de férias não gozadas

(2007/2008 e 2008/2009), o qual, de acordo com os dados constantes no SAGRES, é

servidor efetivo da Assembleia Legislativa, cuja nomeação se deu em 03/07/1981.

Entretanto, em pesquisa efetuada na rede mundial de computadores,

verificou-se que o referido servidor é advogado radicado em Brasília, cidade na qual

tem sua atuação profissional, conforme se vislumbra nas pautas de julgamento do TCU

anexadas, referentes a diferentes processos, em 04/2009, 07/2010 e 03/2011. Além

disso, conforme o processo de despesa, a conta bancária na qual foi efetuado o depósito

da referida quantia, situa-se em Brasília, Agência n° 4884-4, C/C n° 10410-8, no

seguinte endereço: SAFS, QD. 2, LOTE 2, BLOCO 2 SALA 203, Ed. Via Office Zona

Cívico-Administrativa, CEP 70070-700 - BRASILIA (DF).

Diante do exposto, conclui-se que a Assembleia Legislativa vem efetuando

pagamento indevido de salários a servidor sem exercício no Poder Legislativo estadual,

cujo domicílio e o centro de suas atividades laborais estão em Brasília, em nada se

relacionando com as atividades do Poder Legislativo Estadual (Doc. TC n° 05015/11).

“Aos servidores em atividade é permitida acumulação do direito ao gozo das

férias até o máximo de 2 (dois) períodos, no caso de necessidade do serviço,

como previsto no art. 77 da Lei 8.112/90, aplicável aos servidores do Governo

do Distrito Federal ‘ex vi’ da Lei GDF 119/90. Exaurida essa permissão

máxima, imperioso é o gozo das férias, não sendo devida qualquer percepção

em pecúnia, em razão da acumulação permitida pela norma, sendo-lhe

preservado o direito de férias nos períodos requeridos.” (grifo nosso)

Page 23: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

8. RESTOS A PAGAR

Os Restos a Pagar, inscritos em 2009, totalizaram R$ 1.296.449,95

representando 0,83% da despesa realizada no exercício, tendo sido totalmente pagos em

2010 (Doc. digitalizado n° 05016/11), conforme exposto na tabela abaixo:

NOTA DE EMPENHO

INSCRIÇÃO NO SIAF

VALOR (R$)

CREDOR OBSERVAÇÃO

02858 01 57.003,65 INSS Inst Nacional de Seg. Social

Nota de Pagamento nº 128

02861 02 944.677,30 INSS Inst Nacional de Seg. Social

Nota de Pagamento nº 129

02862 03 294.769,00 INSS Inst Nacional de Seg. Social

Nota de Pagamento nº 130

1.296.449,95 Fonte: SIAFI e SAGRES.

9. ADIANTAMENTOS

Durante o exercício de 2009 foram concedidos apenas 02 adiantamentos no

valor de R$ 4.000,00, cada um, em nome da servidora Maria Freitas da Silva, a qual

prestou contas conforme a legislação pertinente e não se encontrava em alcance ao final

do exercício de 2009.

10. LICITAÇÕES

A Assembléia Legislativa realizou, no exercício de 2009, 56 procedimentos

Licitatórios, com destaque para o Termo Aditivo que renova o contrato por um período

de 12 meses, no valor de R$ 3.427.632,00, com a empresa Classic Viagens e Turismo

Ltda, além da Concorrência n° 01/2009, no valo de R$ 900.000,00, para contratação de

uma empresa para prestação de serviços na área de publicidade e propaganda, cuja

empresa vencedora foi a Mix Com. Agências de Propaganda e Publicidade Ltda.

A seguir, um resumo dos procedimentos realizados:

Licitações Realizadas:

MODALIDADE QUANTIDADE Concorrência 01 Dispensa de licitação 10 Inexigibilidade 07 Pregão 13 Adesões a Atas 05 Termos Aditivos 20

T O T A L 56 Fonte: Quadro Demonstrativo dos Processos Licitatórios/2009.

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11. DENÚNCIAS

Não há registro de denúncias sobre irregularidades ocorridas no exercício de 2009.

12. CONCLUSÕES

A presente análise foi feita por amostragem da documentação apresentada

pela Assembléia, assim como daquela verificada in loco, não eximindo o gestor de

outras irregularidades posteriormente detectadas, além do relatório.

12.1 DAS RECOMENDAÇÕES

RECOMENDAÇÕES SUGERIDAS PELA AUDITORIA

Item/Subitem do Relatório

Descrição

7.2.1 Garantir a prestação de contas das verbas destinadas aos gabinetes parlamentares para cumprimento das regras peculiares, finalidades e legislações as quais estão sujeitas estas despesas.

7.2.1.4 Realização por parte do Departamento de Auditoria de Atos de Pessoal e Gestão Previdenciária deste Tribunal, de auditoria nos contratos de prestadores de serviços para cumprimento de atividades meio de suporte ao mandato parlamentar.

7.2.1.5 Observância das normas de responsabilidade fiscal e demais dispositivos legais concernentes a destinação de recursos públicos para assistência social ou para concessão econômica e financeira a pessoas físicas.

7.2.1.5 Encaminhar cópia do presente relatório ao Ministério Público para uma melhor apuração das despesas realizadas com as empresas produtoras de eventos citadas neste relatório, haja vista a denúncia já feita a esta Corte.

12.2 DAS IRREGULARIDADES DETECTADAS

IRREGULARIDADES DETECTADAS

Item/Subitem do Relatório

Descrição Valor (R$)

7.2.1.2 Pagamento de 2 (duas) parcelas anuais extras a cada Deputado para exercer atividades rotineiras, não se configurando trabalho extra de caráter urgente e relevante para a sociedade.

1.729.224,00

Page 25: PCA 2009 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA

7.2.1.3 Ausência da Prestação de Contas dos repasses da Verba de apoio Terrestre aos gabinetes parlamentares.

6.350.623,68

7.2.1.4 Repasse de verbas aos gabinetes parlamentares para pagamento de serviços prestados sem comprovação dos pagamentos para os quais foram destinados.

21.583.341,22

7.2.1.5 Realização de despesas com assistência social incompatível com as atribuições conferidas ao Poder Legislativo, realizadas tanto pela Mesa Diretora, quanto pelos Deputados através de seus Gabinetes.

4.381.825,51

7.2.1.6 Despesas de caráter indenizatório efetuadas pelos Deputados para atender a interesses particulares.

2.874.610,97

7.2.1.7 Inconstitucionalidade em relação às Resoluções e Leis que autorizaram o pagamento das diversas verbas utilizadas pelos Deputados.

7.2.1.8 Pagamento de indenizações indevidas de férias. 216.429,56 7.2.1.8 Pagamento de salários, inclusive férias indenizatórias, a

servidor cujo domicílio e centro de suas atividades situam-se em Brasília.

É o relatório João Pessoa, 31 de março de 2011.