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Programa de Governo 2011 - 2014 Paulo Souto

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Nossas propostas para esta transformação seguem três Eixos Programáticos de Ação, centrados no Ser Humano, na Economia e na Gestão Pública. A premissa básica e realista dessas propostas é a de que a eficiência na oferta dos serviços públicos essenciais, a retomada do protagonismo econômico da Bahia no Nordeste e a modernização inovadora da gestão pública estadual, formarão nosso caminho seguro para superar as desigualdades sociais e regionais e fazer o desenvolvimento do nosso estado com geração de oportunidades para toda a nossa gente. Uma economia de base diversificada, de respeito ao meio ambiente e, ao um só tempo, de crescimento vigoroso e sustentado será uma meta do nosso governo, posto que constitui a plataforma mais sólida para a criação dos postos de trabalho e das oportunidades de negócios que assegurarão a renda necessária para a sobrevivência digna de todas as famílias baianas.

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Programa de

Governo

2011 - 2014

Paulo Souto

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Introdução

Antes reconhecida por seu dinamismo econômico, sua capacidade de atrair grandes empreendimentos industriais e de serviços, seu protagonismo na Região Nordeste, sua política fiscal responsável e sua gestão pública inovadora e comprometida com o cidadão, hoje a Bahia apresenta um quadro totalmente diverso.

Esses últimos anos foram especialmente difíceis para a Bahia, pois não conseguimos sequer acompanhar o crescimento do Nordeste. O que cresceu na Bahia foi o medo e a desesperança. O que cresceu entre nós foi a desilusão dos homens e mulheres que acreditaram nas promessas eleitorais e até hoje esperam pelo que foi prometido.

Nesses últimos quatro anos, a Bahia perdeu o rumo. Perdemos investimentos, perdemos prestígio nacional e estamos perdendo até nossa posição histórica de liderança regional no Nordeste.

Apesar disto, é necessário dizer às baianas e aos baianos que vivenciam em seu dia-a-dia as conseqüências dessa realidade, que a Bahia não precisa continuar assim como ela está. A Bahia precisa, pode e merece ser melhor.

Essa história de perdas, de promessas que não podem ser cumpridas, de omissão e incompetência começa a ser mudada. E começa como devem começar as grandes transformações: com a união de esforços e com a confiança de que, juntos, podemos vencer as dificuldades.

De nossa parte, portanto, apresentar uma alternativa concreta para a correção dos rumos da Bahia, mais que uma ação de natureza política, é uma obrigação cidadã. Uma obrigação de baianos que amam sua terra.

Juntos, de mãos dadas com todas as pessoas de bem do nosso estado, vamos enfrentar e vencer o populismo e o uso desmedido do dinheiro público na propaganda de obras que muitas vezes não existem nem mesmo como projetos.

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O que move nossa união e nos move neste momento é a certeza de que temos um compromisso do qual não podemos fugir. Um compromisso com o nosso estado e com a nossa gente. Porque o que estamos perdendo, na Bahia, é muito mais do que investimentos, posições econômicas e credibilidade nacional. O que estamos perdendo é o nosso futuro.

Nossas propostas para esta transformação seguem três Eixos Programáticos de Ação, centrados no Ser Humano, na Economia e na Gestão Pública.

A premissa básica e realista dessas propostas é a de que a eficiência na oferta dos serviços públicos essenciais, a retomada do protagonismo econômico da Bahia no Nordeste e a modernização inovadora da gestão pública estadual, formarão nosso caminho seguro para superar as desigualdades sociais e regionais e fazer o desenvolvimento do nosso estado com geração de oportunidades para toda a nossa gente.

Uma economia de base diversificada, de respeito ao meio ambiente e, ao um só tempo, de crescimento vigoroso e sustentado será uma meta do nosso governo, posto que constitui a plataforma mais sólida para a criação dos postos de trabalho e das oportunidades de negócios que assegurarão a renda necessária para a sobrevivência digna de todas as famílias baianas.

Mas sabemos que níveis satisfatórios de qualidade de vida somente poderão ser alcançados pelas pessoas se serviços adequados e de qualidade nas áreas de segurança, saúde e educação lhes forem oferecidos; se uma eficiente rede de proteção e estímulo aos mais necessitados for criada; e se for implantada no governo uma mentalidade inovadora na forma de trazer o Estado para junto do cidadão onde quer que ele esteja e qualquer que seja o serviço público demandado.

Estas idéias iniciais aqui propostas serão debatidas durante a campanha, momento fundamental para a discussão democrática com os baianos. Para isto servem a política e o processo eleitoral, para, em conjunto, buscarmos o plano de governo que melhor atenda aos anseios da população. Com este documento aberto, debateremos com a sociedade, em cima de proposições concretas, o melhor caminho para nosso estado. Este é o marco zero da concretização desse ideal e serve de base para a construção coletiva de uma Bahia mais forte e justa, uma Bahia mais

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desenvolvida e sustentável. A Bahia com que sonhamos e que merecemos.

Eixo Desenvolvimento Humano

A Bahia precisa de um forte e imediato choque nas áreas de Saúde e de Segurança Pública. É premente a necessidade de estancarmos a perda de vidas dos baianos e dos nossos visitantes.

Depois de conseguirmos aumentar significativamente a oferta de vagas dos últimos 20 anos, colocando as crianças nas escolas, certamente, hoje, a qualidade do ensino é nosso maior desafio.

Nosso projeto na área social e humana envolve a definição clara de foco na redução da pobreza e na promoção da inclusão econômica e social das populações pobres, urbanas e rurais, de forma sustentável.

As políticas setoriais do Eixo de Desenvolvimento Humano são as apresentadas a seguir.

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1. Política de Segurança Pública Dados oficiais da Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia e da Secretaria Nacional da Segurança Pública do Ministério da Justiça (tabela anexa) revelam que:

Entre 2006 e 2009 o número de homicídios na Região Metropolitana de Salvador pulou de 35 para 73 para cada 100 mil habitantes, ou seja, a violência mais do que dobrou na RMS no período do atual governo;

A capital baiana detém atualmente o pior índice de violência do país, depois apenas de Maceió (91 homicídios por cada 100 mil habitantes em 2009);

E infelizmente isto não fica só na capital. A violência avançou ferozmente também pelo interior;

A Bahia, que historicamente esteve ausente das listas de estados mais violentos do país, viu seu número de homicídios crescer de 3.278 em 2006 para 4.769 em 2009, ou seja, um aumento de 37% dos homicídios nos últimos 3 anos;

Enquanto isto, na maioria dos outros estados brasileiros o número de homicídios diminuiu no mesmo período, tal como em São Paulo, onde caiu de 6.057 para 4.557 (-39%); no Rio de Janeiro, onde houve queda de 6.057 para 5.794 (-10%); e em Pernambuco, com queda de 12%, de 4.478 em 2006 para 4.018 em 2009;

Apesar de ter uma população quase três vezes menor, a Bahia registrou em 2009 mais homicídios (4.769) do que o Estado de São Paulo inteiro (4.557). Em 2006, a Bahia tinha tido não mais do que 54% dos casos de São Paulo;

Ícone da violência no Brasil nos últimos anos, o Estado do Rio de Janeiro teve quase o dobro dos homicídios registrados na Bahia em 2006, mas em 2009 esses números quase se igualaram, com a Bahia chegando a nada menos do que 82% do número de homicídios do Rio. Não dá pra manter esta situação de desprezo com a vida dos baianos e dos nossos visitantes. É urgente, portanto, que se estanque, de imediato, a perda de vidas e a intranquilidade social geradas pela violência na Bahia. Ao contrário do descaso e da omissão do governo atual, Segurança Pública será prioridade absoluta no Governo Paulo Souto. Com base em articulação permanente com o Poder Judiciário, Ministério Público, Assembléia Legislativa, municípios e a União e pautada na

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absoluta observância dos Princípios Democráticos e da Lei, a Política de Segurança Pública será enérgica, transversal, integrada e pactuada com a sociedade, na busca de resultados a curto, médio e longo prazos que devolvam a tranquilidade à Bahia, focando na preservação da vida, na prevenção de furtos e roubos e na repressão ao crime organizado. Esta política será desdobrada em seis planos, a saber: Emergencial de Preservação da Vida; Emergencial de Prevenção à Criminalidade; Repressão ao Crime Organizado; Intensificação do Policiamento nas Ruas; Atenção ao Cidadão e Adequação Estrutural.

I – Plano Emergencial de Prevenção da Vida Este plano tem o objetivo de promover uma drástica e imediata diminuição dos indices de homicídios nas localidades mais afetadas pela criminalidade, por meio de:

A. Ações Integradas de Restauração da Cidadania - AIRC, Para retomar o controle de territórios com elevados índices de criminalidade, cuja existência vinha sendo negada na Bahia, serão realizadas operações policiais integradas a programas especiais de saúde, educação, habitação, infra-estrutura urbana, inclusão econômica (geração de ocupação e renda), tudo acompanhado do fortalecimento dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública e da Polícia Comunitária;

B. Adequação Territorial do Policiamento, Para acabar com o desequilíbrio, que concentra efetivo em determinadas áreas e mantém outras sem um mínimo necessário, favorecendo o surgimento de territórios dominados pela criminalidade e pela insegurança, a distribuição do efetivo e dos meios policiais será proporcional à população e às características dos diferentes territórios;

C. Policiamento Preventivo Dinâmico – PPD. Os volumes e os horários críticos para a presença policial em determinada área serão definidos a partir das informações fornecidas pelo Mapa do Crime na Bahia, instrumento de gestão da Segurança Pública a ser desenvolvido com as tecnologias mais modernas aplicáveis às necessidades específicas e ao dinamismo da atividade policial;

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D. Ações de Desarmamento, Para o recolhimento, em caráter intensivo e permanente, de armas ilegais;

E. Projeto de Proteção da Mulher. Ação transversal envolvendo policiais, a rede de atenção às mulheres em situação de violência, comunidade, Ongs, Igrejas, etc. com o objetivo de prevenir e evitar a violência doméstica e homicídios contra a mulher.

F. Projeto de Proteção aos Jovens e Idosos. Ação transversal envolvendo policiais, comunidade, Ongs, Igrejas, etc. e cidadãos das faixas etárias de maior incidência de homicídios (os jovens) e de maior vulnerabilidade (idosos), com o objetivo de prevenir e evitar mortes previsíveis.

II – Plano Emergencial de Prevenção à Criminalidade Este plano objetiva proteger nossos jovens, evitando seu aliciamento e criminalização em face do uso e abuso de drogas, a vitimização pela pedofilia e outras situações de risco social, por meio de:

A. Rede de proteção. A Assistência Social, a Polícia Civil, a Polícia Militar, a Rede de Saúde Pública, as Escolas, os Conselhos Tutelares, os Conselhos Comunitários de Segurança Pública e a Vara da Infância e da Juventude constituirão uma rede permanente, efetiva e compartilhada, com o objetivo de evitar a conduta de risco através da informação, educação, medidas protetivas e cautelares.

B. Rede de Redução do Dano. Em regime de emergência e em articulação com Igrejas e ONGs especializadas, com base nos dispositivos legais da calamidade pública e a partir da constatação de situação epidêmica que vivenciamos em relação ao uso e abuso de drogas, vão ser criados abrigos e centros para tratamento de dependentes de drogas ilegais, para previnir a criminalização e morte.

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III - Plano de Repressão ao Crime Organizado Este plano é voltado para coordenar ações efetivas e eficazes de repressão à mais importante das fontes geradoras da criminalidade, da perda de vidas, da intranqüilidade social e da perda de investimentos e empregos nos dias atuais, que é o crime organizado. O enfrentamento de organizações criminosas poderosas se dará por meio do uso de pessoal altamente especializado, equipado e treinado e de inteligência policial tática e estratégica, com suporte em análise criminal integrada.

A. AEI. Será criada, no âmbito das Secretarias de Segurança Pública e Justiça e Direitos Humanos, em articulação permanente com o Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público da Bahia, uma agência de inteligência específica e dedicada à repressão ao crime organizado em todas as suas formas e, em especial, ao tráfico de drogas, aos assaltos a bancos e aos grupos de extermínio, denominada – Agência Especial de Inteligência - AEI.

B. UEP. Para dar suporte às ações operacionais da AEI, será criada por reorganização das unidades existentes, com membros especialmente selecionados das polícias Militar, Civil e Técnica, uma Unidade Especial de Polícia – UEP - apta ao enfrentamento direto ao crime organizado, com armamento, equipamento e treinamento específicos. A UEP possuirá pessoal, meios e capacidade para atuar em articulação e com o suporte das Companhias da Policia Militar, do Centro de Operações Especiais da Policia Civil e da Inteligência Policial.

IV – Plano de Intensificação do Policiamento nas Ruas Com este plano será garantida a permanente e extensiva presença policial nas ruas, como força inibidora e repressora do crime, garantindo a vida, o patrimônio e a tranqüilidade do cidadão. O êxito deste plano será assegurado pelas seguintes providências:

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A. Aumento do Efetivo Policial. O efetivo da Polícia Militar da Bahia será ampliado para possibilitar o aumento do policiamento ostensivo e, por conseqüência, da tranqüilidade das pessoas;

B. Ampliação e Modernização da Centel e Centro de Operações para atendimento ágil das solicitações pelo 190;

C. Disque-Denúncia. Este programa será aprimorado e ampliado e passará a contar com uma Força Tarefa Exclusiva, de atendimento e investigação das demandas;

D. Videomonitoramento. O uso de sistemas de câmaras será ampliado e intensificado nos principais centros urbanos da Bahia, atrelando este serviço ao Centro de Operações e Unidades de Respostas Rápidas - URR, composto por policiais militares em motocicletas, para garantir reação policial imediata e, com isto, inibir a ação criminosa e diminuir a sensação de insegurança nas ruas;

E. Bases Estratégicas de Policiamento Comunitário. O conceito de policiamento por meio de módulos policiais, abandonado pelo atual governo, será retomado, com um novo formato e função. Serão implantadas Bases Estratégicas de Operação Policial - BEOP, com instalações padronizadas, funcionarão 24 horas por dia e contarão com viaturas, motocicletas e policiais, garantindo a ronda policial permanente nos bairros, o atendimento às ocorrências em menor tempo e o fortalecimento da relação de confiança entre as comunidades e a polícia;

F. Escola Segura. Será criado um programa específico, no âmbito conjunto das Secretarias de Segurança Pública e de Educação, visando à proteção do ambiente escolar e da integridade física dos alunos e dos professores, com fortalecimento da Cultura da Paz.

V – Plano de Atenção ao Cidadão Este Plano assegura as condições necessárias e suficientes para a efetivação de um verdadeiro salto de qualidade na eficiência operacional, na capacidade investigatória e no padrão de atendimento ao cidadão que busca atendimento policial de uma ocorrência:

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A. Delegacia Cidadã. Todas as delegacias policiais da capital e do

interior serão reestruturadas e modernizadas visando ao aumento de sua humanização e transparência. Nesta linha, será restaurada a capacidade de investigação das delegacias e todos os processos policiais, já desde o registro de ocorrência, serão conduzidos em ambiente digital;

B. Todo Cidadão receberá de imediato o registro de sua ocorrência. A partir de registro eletrônico, com assinatura digital e protocolo automático, não será mais necessário retornar às delegacias para buscar a cópia da ocorrência, a qual podendo ser disponibilizada pela Internet;

C. Acompanhamento automático. O cidadão de posse de seu protocolo poderá acompanhar via internet as providências sendo adotadas no âmbito de sua ocorrência;

D. Todas as Delegacias atenderão a todas os tipos de ocorrências. Caberá ao Delegado encaminhar a ocorrência à Especializada ou ao Departamento.

E. Assistência Social. Em cada Delegacia haverá uma Assistente Social para dar atenção às vítimas e auxiliar no encaminhamento das ocorrências;

F. Avalie sua Polícia. No site da SSP será disponibilizado espaço, ligado ao banco de dados da Corregedoria, para avaliação do atendimento das Delegacias, dos Policiais, das Unidades de Polícia ou de Viaturas Policiais, sem necessidade de identificação.

VI – Plano de Adequação Estrutural Este plano tem por objetivo criar as melhores condições possíveis para uma Política de Segurança Pública que produza resultados eficazes. Neste sentido é inegável a necessidade de:

A. Mais Presídios. Será ampliado o número de vagas nas unidades prisionais do estado, a fim de desafogar as delegacias e, com isto,

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permitir que Agentes e Delegados possam dedicar mais tempo ao seu trabalho precípuo de investigação policial;

B. Ampliar a Inteligência Policial. Os órgãos de Inteligência Policial e da Polícia Técnico-Científica ganharão reforço na capacitação de seus recursos humanos e na ampliação e modernização de seus recursos tecnológicos, tanto para elevar o padrão científico das investigações policiais e garantir a consecução de provas técnica e juridicamente sólidas, quanto para subsidiar as ações de combate às organizações criminosas;

C. Aferição dos resultados. Será implantado um sistema de monitoramento dos índices de criminalidade, para permitir a ação direta dos gestores com base em indicadores claros de responsabilidade funcional, facilitando e reforçando o princípio da autoridade e exação na condução do serviço público;

D. Correição. A corregedoria será modernizada e seus processos padronizados para facilitar a rapidez na apuração e prestação de contas à sociedade por crimes cometidos por policiais;

E. Análise Criminal Integrada ao Desenvolvimento Regional e Urbano. Para adequar o planejamento estratégico de Segurança Pública do Estado às necessidades do desenvolvimento regional e urbano, será criado o Laboratório de Análise Criminal – LAC - dotado de equipamentos, programas, bases cartográficas e banco de dados necessários para o tratamento e a consolidação de informações, para apoio a decisões estratégicas de governo, além de auditoria permanente por amostragem das ocorrências e das providências.

F. Valorização do Policial: Será criado um Grupo Executivo para propor ações claras e adequadas de apoio psicológico, médico e legal que visem a valorizar e proteger o policial e sua família; de organização e modernização dos planos de carreira; e de medidas que premiem as equipes e unidades que se destaquem positivamente.

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2. Política de Saúde

A utilização dos serviços de saúde representa o centro do funcionamento dos sistemas de saúde, cujos determinantes estão relacionados a fatores como gravidade e urgência da doença, recursos disponíveis, situação geográfica e características dos usuários.

Acesso é um conceito que se relaciona ao grau de facilidade com que os indivíduos obtêm cuidados de saúde e o quanto existe de (des)ajuste entre a necessidade, os serviços e os recursos utilizados.

O acesso é, portanto, a chave para que toda a população receba, como precisa e merece, serviços de saúde que ofereçam assistência eficiente, de qualidade e resolutiva.

Apesar disso, o que se assiste na Bahia é uma verdadeira peregrinação dos cidadãos em busca dos serviços, por conta das dificuldades para conseguir a assistência pretendida, seja pela insuficiente oferta seja porque o planejamento e a organização não estão adequados às necessidades da população.

Nesse contexto, salta aos olhos a pouca relevância conferida às ações de assistência básica nos últimos anos no estado, conforme revela a interrupção ou desaceleração na expansão do Programa de Saúde da Família-PSF, com ampliação de apenas 3% nas equipes e com cobertura de 53% (crescimento médio de menos de 1% ao ano a partir de 2007), enquanto entre 2003 e 2006 essa cobertura saltou de 20% para 50%, ou seja teve um crescimento de 150% nos 04 anos da administração Paulo Souto.

Outra situação que espelha o estrangulamento no acesso ocorre na alta complexidade, com a oferta de leitos de UTI, em que de 2007 até agora implantaram-se 132 leitos (26,5% em relação a 2003), enquanto no período entre 2003 a 2006 foram criados 314 novos leitos de UTI, significando incremento de 171% relativamente a 2002.

Melhorar o acesso significa organizar o sistema, de forma a garantir o cuidado, promovendo a ampliação da oferta dos serviços em todos os níveis de assistência (atenção básica, média e alta complexidade), com isto assegurando o cumprimento das diretrizes constitucionais da

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universalidade e da integralidade e contribuindo para a redução das desigualdades existentes em nosso estado.

Toda esta situação exige a imediata instauração de uma verdadeira revolução no acesso do cidadão aos serviços públicos de Saúde na Bahia.

Para isto, a Política de Saúde aqui proposta centra-se, de um lado, na ampliação da rede de atendimento, com 6 novos Hospitais Gerais, um hospital de referência para tratamento do câncer na Bahia e Centros de Especialidade Integral (CEI) em todas as regiões do estado, e, de outro, na introdução inovadora tanto do transporte de saúde, complementar ao tradicional transporte por ambulância, para garantir a todo cidadão ou cidadã com incapacidade física ou econômica, em qualquer região do estado, acesso para suas consultas e exames, quanto da realização de cirurgias em até 90 dias da data do encaminhamento pelos Centros de Especialidade Integral.

Dentre as várias ações operacionais estabelecidas nesta Política de Saúde, destacam-se:

I - Centros de Especialidade Integral – CEI

Com estes centros, vai-se promover uma revolução no atendimento de prevenção e diagnóstico, com unidades de atendimento no padrão SAC, enfrentando o maior problema da saúde pública do estado, qual seja o acesso da população aos serviços públicos de saúde, o que leva à sobrecarrega das emergências e hospitais.

Centros de Especialidade Integral (CEI) são unidades de assistência local que oferecerão atendimento de média complexidade em especialidades médicas (consultas) e de apoio a diagnóstico (exames) aos usuários do Sistema Único de Saúde – SUS, objetivando complementar as ações de atenção básica oferecidas pelo Programa de Saúde na Família –PSF – e pelas Unidades Básicas de Saúde –UBS – nos municípios.

Os CEIs ampliarão e reordenarão a oferta global (integralidade) de assistência à população, com ações curativas e de promoção que qualificarão as microrregiões de saúde, fortalecendo a descentralização e regionalização.

Constituídas como unidades estratégicas, com gerenciamento pelos municípios ou pelo Estado, os CEIs serão elementos de alta importância na

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organização da rede de serviços de saúde, com acesso assegurado a todos os usuários do sistema.

Observando as linhas do cuidado prioritário, como suporte na atenção básica e articulados com ações de alta complexidade, os CEIs resolverão os mais significativos problemas de sáude que hoje sobrecarregam a rede hospitalar, garantindo, entre outros aspectos, que:

A. Todas as mulheres a partir dos 45 anos possam fazer, anualmente,

mamografia e exame preventivo do câncer ginecológico no seu município ou região, sem os deslocamentos para a capital, como ocorre hoje;

B. Os homens possam relaizar exames diagnósticos do câncer de próstata, o que mais mata os homens adultos;

C. As doenças e problemas relacionados ao coração, pulmões, estômago, olhos, rins e ouvidos, além de exames complementares, sejam objeto de atendimento no próprio município ou região, inclusive com pequenas cirurgias, grandes curativos pós-cirurgicos e todos os manejos permitidos em hospitais-dia;

D. Os CEIs contarão com médicos especialistas e profissionais qualificados para prestar assistência diferenciada e humanizada desde crianças a idosos, fortalecendo a estrutura de saúde municipal, constituída de unidades básicas e unidades de pronto atendimento – UPAs.

Serão implantados Centros de Especialidade Integral em todas as regiões do estado. Os CEIs terão uma formatação básica, mínima (CEI I) e uma avançada (CEI II), que garantirão atendimento diversificado e de qualidade na extensão das demandas locais e regionais dos municípios em que serão implantados.

A. Os CEI I oferecerão serviços especializados em oftalmologia, ottorinolaringologia, clínica geral, cardiologia, ginecologia, mastologia, pequenas cirurgias, gastro-enterologia, urologia e traumato-ortopedia, além de procedimentos diagnósticos de radiologia convencional, mamografia, ultrassonografia, endoscopia digestiva, eco-cardiografia, ergometria, eletrocardiograma,

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audiometria, laboratório de patologia clínica, exames de anatomia patológica e tratamento de queimados pós-alta;

B. Cada CEI I terá equipe de 22 médicos especialistas, 10 profissionais de nível superior não médicos, 24 profissionais de saúde de nível médio e 34 profissionais técnico-administrativos.

C. Os CEI II oferecerão todos os serviços especializados do CEI I e mais: endocrinologia, angiologia e neurologia, com procedimentos diagnósticos adicionais em tomografia computadorizada, eletro-encefalografia e endoscopia respiratória;

D. Cada CEI tipo II terá equipe composta por 29 médicos especialistas, 10 profissionais de nível superior não médicos, 29 profissionais de saúde de nível médio e 35 profissionais técnico-administrativos.

II - Transporte em Saúde

Trata-se de sistema de transporte rodoviário, apropriado e gratuito para conduzir o usuário do SUS com incapacidade física ou econômica de uma cidade para outra, quando precisar de exames e consultas especializadas, em articulação com o PSF e os CEIs, com vistas à complementação diagnóstica e ao tratamento diferenciado.

O Transporte em Saúde será um serviço eletivo com agendamento prévio, sem urgência, oferecido de forma planejada, com qualidade e conforto, dando acesso àqueles que buscam o SUS. Os dados oficias e a própria experiência demonstram um grande absenteísmo das pessoas que agendam consultas, tratamento e exames em unidades de saúde, por dificuldades físicas e financeiras para a locomoção.

Parte do subsistema de rede de assistência municipal de saúde, que operará com ações primárias e secundárias, o Transporte em Saúde será feito da residência ou local de adoecimento até a unidade de saúde, UBS ou CEI, e entre unidades distintas.

O Transporte em Saúde vai ampliar o acesso dos cidadãos aos serviços de saúde pública com garantia de integralidade da assistência, um dos princípios do Sistema Único de Saúde, deslocando os usuários, quando necessário, com conforto e segurança, de uma cidade, ou unidade, que não possui determinado serviço, para outra que o ofereça.

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A diminuição das faltas nos serviços agendados, a obtenção de agilidade de realização e resultado dos exames, com diminuição dos gastos municipais e otimização dos recursos do SUS pelos municípios, são características do Transporte em Saúde, que apóia e favorece a gestão municipal de saúde pela impantação planejada de uma política regional de assistência, evitando sobreposição e desperdício.

As cidades menores passam a poder oferecer serviços especializados em seus territórios, contando com o deslocamento para os locais de assistência, assim como as cidades maiores podem avançar na organização dos atendimentos suplementares.

O Transporte em Saúde fará parte do subsistema de assistência composto pelo SAMU e o transporte de materiais e resíduos biológicos e contará com:

A. Centrais de controle do sistema regulatório de assistência equipadas com telefonia/rádio/internet, capazes de identificar com rapidez as clínicas cadastradas para os atendimentos, os prontuários eletrônicos dos usuários, os ônibus e rotas, operacionalizando o serviço de transporte de maneira eficaz;

B. Frotas de ônibus com ar condicionado, sanitários, poltronas confortáveis, adaptados para portadores de necessidades especiais e demais elementos de suporte para a segurança do serviço;

C. Equipamentos audiovisuais para divulgação de informações sobre

saúde preventiva e educação, contando com instrutor de saúde em cada veículo;

D. Agendamento prévio das Secretarias Municipais de Saúde com

unidades de saúde de maior complexidade cadastradas no sistema, com informações relevantes dos casos a serem atendidos;

E. Financiamento do Estado aos municípios, mediante acordo prévio

de procedimentos de referência dos usuários e do uso do sistema de transporte, modernizando o conceito do modelo de assistência;

F. Logística compartilhada entre estado e município para construção

de nova regulação de assistência à saúde, onde o acompanhamento e a prevenção sejam prioritários;

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G. Uso exclusivo de usuários do SUS e acompanhantes, quando necessários (crianças, idosos e portadores de necessidades especiais);

H. Definição da necessidade de deslocamento estabelecida a partir,

fundamentalmente, do atendimento das Unidades Básicas de Saúde – UBS e PSF;

I. Atendimento mais próximo da cidade de origem do usuário,

alinhado com o Plano Diretor de Regionalização da Secretaria de Saúde do Estado;

J. Normas de funcionamento definidas e rotas pré-estabelecidas, com

sistema de monitoramento do veículo;

K. Municípios serão estimulados a implantar Sistema Regulado de Assistência com Transporte em Saúde, com disponibilização de recursos financeiros para aquisição de ônibus e apoio logístico no processo de implantação do sistema;

III - Novos Hospitais

Reafirmando nosso compromisso histórico com a interiorização dos serviços médico-hospitalares e revertendo a situação instalada no estado desde 2007, quando apenas dois hospitais novos tiveram sua construção iniciada, a rede de internação e atendimento hospitalar na Bahia será fortalecida com a construção de 6 novos hospitais regionais.

A estrutura de saúde do nosso estado apresenta como características a extensa área territorial, o intenso processo de urbanização, a convivência de doenças com demandas crônico-degenerativas e emergentes, a pressão crescente por serviços de ponta e a concentração de leitos nos maiores centros urbanos ou em unidades com número inexpressivo de leitos.

Neste contexto, é imprescindível a adoção de medidas que, diante da precariedade da assistência, signifiquem mudança no panorama, com reordenação, ampliação e qualificação da rede de prestação de serviços de internamento. A continuidade da interiorização e regionalização, com a construção de novos hospitais, evitará o deslocamento de pacientes, garantindo agilidade no atendimento aos usuários.

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Em 2003 encontramos 184 leitos de UTI no sistema. Após entregar 314 novos leitos, deixamos o sistema com 498 em 2006, ou seja quase triplicamos o número entre 2003 e 2006. De outro lado, entre 2007 e 2009, apenas 76 novos leitos, ou seja, não mais do que 9% do total deixado em 2006, foram incorporados ao sistema nestes últimos três anos.

Na expansão da rede hospitalar e interiorização do atendimento, enquanto entre 2003 e 2006 foram construídos os hospitais do Oeste, em Barreiras, o Dantas Bião, em Alagoinhas, o de Ribeira do Pombal, a Maternidade Dr. José Maria de Magalhães e o Instituto do Coração, apenas 2 novos hospitais encontram-se em construção pelo atual governo, já que os hospitais de Juazeiro e Irecê já estavam em fase avançada de construção em 2006.

Serão construídos 6 novos hospitais gerais regionais, sendo 5 com 150 leitos cada e 1 com 200 leitos nas regiões de maior carência de assistência hospitalar, funcionando como referência para média e alta complexidade na sua respectiva microrregião.

Esta nova rede consistirá em hospitais com as seguintes características:

A. Serviço de cirurgia, diagnose, terapia clínica especializada e

reabilitação;

B. Urgência/emergência 24 horas, terapia intensiva adulta e infantil;

C. Clínica médica e cirurgia geral para adultos e crianças;

D. Atendimento especializado em ortopedia, cardiologia, gastro-enterologia, psiquiatria e hemoterapia;

E. Diagnóstico por bio-imagem;

F. Patologia clínica e anatomia patológica;

G. Atendimento a mais de 3 milhões de pessoas;

H. Capacidade anual de realizar mais de 1 milhão de consultas, 125 mil cirurgias, 2,5 milhões de procedimentos especializados, 1,5 milhões de exames laboratoriais, 100 mil exames de anatomia patológica,

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360 mil exames de Raio-X, 80 mil ultrassonografias e 60 mil procedimentos de ecografia;

I. Serão envolvidos 950 profissionais médicos, 2.100 profissionais de enfermagem e 1.700 outros profissionais, exceto pessoal terceirizado

IV - Hospital de Referência em Oncologia

Construção de uma unidade hospitalar pública especializada no tratamento do câncer, com pesquisa e residência médica.

O câncer é responsável por mais de 12% de todas as causas de óbito no mundo: mais de 7 milhões de pessoas morrem anualmente da doença. A incidência de câncer, estimada em 11 milhões de portadores em 2002, alcançará 20 milhões em 2020, segundo os organismos internacionais.

Na Bahia são mais de 20 mil novos casos anuais, para um total de aproximadamente 200 mil portadores, sem atendimento devido.

Ao mesmo tempo em que é nítido o aumento da prevalência de cânceres associados ao melhor nível socioeconômico – mama, próstata, cólon e reto – simultaneamente temos taxas elevadas de incidência de tumores geralmente associados à pobreza – colo do útero, pênis, estômago e cavidade oral.

Este cenário ilustra a necessidade de grande investimento no desenvolvimento de ações amplas e abrangentes para a melhoria no controle do câncer na Bahia, em todos os níveis: promoção da saúde, detecção precoce, assistência aos pacientes, vigilância a fatores de riscos, formação de recursos humanos, pesquisa e gestão.

Na Bahia hoje, uma consulta com oncologista pode levar até 6 meses para ser realizada, tempo suficiente para evolução da doença e até o óbito do paciente. A descontinuidade nos serviços de químio- e radioterapia no interior nos últimos anos agravou a situação de atendimento aos portadores.

Desta forma, é fundamental o enfrentamento da questão pelo Estado, sendo necessária a construção de um hospital de referência, com investimento em pesquisa, informação, prevenção e assistência, com as seguintes características:

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A. 300 leitos, sendo 30 leitos de UTI

B. Dotado de condições técnicas, equipamentos, instalações e recursos humanos adequados à prestação de serviços de alta complexidade para diagnostico definitivo e tratamento de câncer;

C. Planejado como unidade estratégica, funcionará como centro

coordenador para as macro e microrregiões de saúde, prestando assistência médico-hospitalar gratuita para portadores de câncer;

D. Equipamentos de última geração para diagnóstico e tratamento,

IGRT – radioterapia guiada por imagem, tomógrafo de alta precisão, acelerador linear para teleterapia, braquiterapia de alta taxa de irídio 126, e dosímetro clínico;

E. Desenvolvimento científico e tecnológico em projetos, pesquisa

básica e pesquisa aplicada; F. Diagnóstico e atendimento aos pacientes com suspeita de

câncer, com exames complementares em patologia clínica, imagenologia e anatomia patológica;

G. Cirurgia oncológica e acompanhamento; H. Oncologia clínica, com tratamento, acompanhamento e

avaliação;

I. Radioterapia e quimioterapia com atendimento, indicação e aplicação de radiações ionizantes e quimioterápicas;

J. Medidas de suporte com conjunto de ações para sustentação

das condições físicas, psicológicas e sociais dos pacientes; K. Reabilitação dos pacientes em tratamento para melhoria das

condições físicas e psicológicas para reintegração social;

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L. Cuidados paliativos com assistência ambulatorial, hospitalar e domiciliar, por equipe multiprofissional para controle da dor e outros sintomas;

M. Atendimentos nas áreas de cirurgia de cabeça e pescoço,

odontologia, oftalmologia, pediatria cirúrgica, plástica reparadora, cirurgia dos tecidos ósseos e conjuntivos, unidades de órteses e próteses, emergência, biologia molecular, raios-X com estereotaxia, ressonância nuclear magnética, radioterapia com simulador e acelerador linear, medicina nuclear como gama câmara, transplante de medula óssea, laboratório de histo-compatibilidade e unidade de hemoterapia e aférese;

N. Programa de residência médica, de treinamento e atualização

em cirurgia oncológica, clínica e radioterapia; O. Estruturação, a partir do hospital, da implantação de uma

unidade de assistência de alta complexidade – UNACON – em cada um dos municípios sede das macrorregiões do estado; e

P. Equipe de 300 médicos, 660 profissionais de enfermagem e

1.500 outros profissionais

V - Certificação da Atenção Básica

As equipes do PSF que adotarem iniciativas para melhorar seus conhecimentos e a atenção aos usuários receberão certificação, como reconhecimento do esforço na melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados.

A cobertura vacinal vem, de modo geral, melhorando nos últimos dez anos apesar de não conseguir o percentual de cobertura recomendado em alguns agravos, além da proteção da população às doenças transmissíveis estar demasiadamente vinculada a campanhas de vacinação, uma condição artificial na saúde pública.

A persistência de elevado percentual de doenças parasitárias e infecciosas e o aumento do número de casos de dengue e meningite, requerem uma preocupação adicional das autoridades sanitárias e a adoção de medidas urgentes, duradouras e eficazes.

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Os avanços na cobertura do Programa de Saúde na Família em mais de 100% (21,75% para 51,15%), das equipes de saúde na família em 100% (1.093 para 2.180) e das equipes de saúde bucal que mais que triplicaram (352 para 1.316) entre 2003 e 2006 sofreram uma grave estagnação. Três anos depois, hoje temos somente 56,6% de cobertura do PSF, 2.489 equipes de saúde da família (apenas 14% de melhoria) e 1.484 de equipes de saúde bucal (menos de 13% de aumento). Isto exige do Estado adotar uma estratégia de universalização do acesso e melhoria de cobertura e qualidade no atendimento.

A continuidade dos padrões de melhoria no atendimento de atenção básica é uma condição para uma melhor saúde, a que a população baiana tem direito. Apesar dos avanços obtidos na organização e oferta dos serviços, o estado apresenta um quadro de enorme heterogeneidade e profunda desigualdade regional nas possibilidades de acesso.

A rede assistencial apresenta-se, em geral, fragmentada e desarticulada, obrigando ao deslocamento dos usuários em busca de melhor atendimento.

Desta forma cabe ao estado, diante de situação de tal complexidade, uma forte ação setorial na ampliação qualitativa e quantitativa dos serviços de atenção básica.

A ampliação dos serviços pelos CEIs e pelo TRAS tem de ser acompanhada pela melhoria no atendimento das unidades básicas de saúde e do PSF nos municípios, colocando-os, por meio de certificação, no alinhamento da cobertura pretendida.

Os mecanismos de regulação devem ser fortalecidos para ordenar o fluxo de usuários e garantir a universalização do atendimento. Para isso o Estado irá incentivar a qualificação e fixação dos profissionais do PSF com a implantação do Fundo de Equalização Remuneratória, corrigindo as distorções regionais e ampliando a cobertura.

Para tanto, garantida a expansão do sistema básico, evitando sobrecarregar a rede, o estado irá oferecer aos municipios financiamento complementar para adesão ao programa de expansão e qualificação, com a devida certificação.

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VI - Garantia de Cirurgias Eletivas

Ampliação do acesso a cirurgias eletivas com compromisso de atendimento em no máximo 90 dias a partir da identificação da necessidade nas etapas de atendimento do PSF certificado e CEIs.

Existe uma grande demanda reprimida para ampliação do acesso a cirurgias, pelo que vai ser implantado o Programa de Garantia de Cirurgias, através do qual o estado fará investimentos diretos e oferecerá apoio aos municípios que aderirem aos programas de Certificação dos PSFs e implantação dos CEIs.

O objetivo é garantir a realização das cirurgias eletivas identificadas e justificadas no sistema em no máximo 90 dias a partir da identificação da necessidade.

Será beneficiada toda a população dos 417 municípios baianos, envolvendo toda a rede conveniada ao SUS e a rede pública.

VII - Centro de Especialidades Odontológicas – CEOs

Financiamento complementar aos municípios para instalação de centros de especialidades odontológicas.

Os centros de especialidades odontológicas são unidades públicas de saúde destinadas ao atendimento odontológico especializado de pacientes encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde – UBS do Programa de Saúde na Família.

Considerando a necessidade de ampliara a cobertura no estado, o governo assume a ampliação da cobertura, que estagnou-se entre 2007 e 2009, após quintuplicar a cobertura entre 2003 e 2006, com o compromisso de oferecer financiamento complementar aos municípios como forma de estimulo a expansão dos serviços.

A população vai dispor de um maior numero de unidades preparadas para um atendimento diferenciado. Os CEOs deverão ter, cada um, as seguintes características:

VIII - Centros de Atenção Psicossocial – CAPS

Financiamento complementar aos municípios para instalação de centros voltados à saúde mental e à prevenção ao uso abusivo de drogas e álcool.

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Implantação nos municípios de centros de atenção psicossocial – CAPS, em substituição aos hospitais psiquiátricos, observando o atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando internações, promovendo a inserção social das pessoas com transtornos mentais, dando suporte à saúde mental na rede básica.

A rede de atenção a saúde mental e dependentes químicos, composta por CAPS, serviços residenciais terapêuticos – SRT, centros de convivência, ambulatórios de saúde mental e referência de leitos, hospitais gerais, caracteriza-se por ser pública, e constituir a estrutura de organização do processo de reforma psiquiátrica.

A expansão dos CAPS com incentivo financeiro para os municípios que investirem na saúde mental é fundamental e deve ser focada na prevenção, com especial atenção e investimento no uso abusivo de álcool e drogas.

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3. Política de Educação

Após a solução, até 2006, do antigo problema da oferta de vagas escolares, certamente a qualidade do ensino é hoje o grande desafio da Educação Básica na Bahia.

Infelizmente não enfrentado pela atual administração, o desafio da melhoria da qualidade do ensino público será objeto de ações inovadoras e ousadas, como:

A. A preparação de nossas crianças desde a primeira infância;

B. A implantação de mecanismos que garantam a obtenção de um salto de qualidade no ensino e na aprendizagem em todos os níveis escolares;

C. A valorização dos nossos professores, seja com estímulos para melhoria de remuneração seja em sua formação acadêmica e capacitação continuada;

D. A garantia da existência de professor para todas as matérias e de sua presença na sala de aula;

E. A ampliação das opções curriculares e na expansão do número de escolas em tempo integral no Ensino Médio; e, com tudo isto,

F. A retomada da visão positiva de futuro pelos nossos jovens.

Atenção especial será conferida à oferta de ensino técnico-profissionalizante de nível médio e pós-médio, centrado nas vocações e perspectivas das diversas regiões do estado, a fim de aumentar a empregabilidade dos nossos jovens. A rede física de ensino, embora sob demanda atenuada desde 2006, será ampliada e requalificada na medida das necessidades impostas por requisitos de melhor distribuição geográfica e pelo aumento de oferta de ensino profissionalizante e de ensino médio em tempo integral. A par disto, será instituído um programa permanente de conscientização dos jovens para os riscos e efeitos da gravidez na adolescência, iniciando já na 6ª Série do Ensino Fundamental.

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Adicionalmente, impõe-se registrar aqui que a praga da violência nas escolas, que se alastrou muito nos últimos anos, não será deixada em paz. Ao contrário, será combatida com firmeza pelo Programa Escola Segura, incluído em nossa Política de Segurança Pública. As linhas mestras desta Política Estadual de Educação para os próximos quatro anos são as seguintes:

I - Primeira Infância Trata-se de programa de atenção à primeira infância por meio da formação de pais e cuidadores de crianças, articulado com os municípios e apoiando técnica e financeiramente a implantação de creches-família e o desenvolvimento do hábito da leitura em casa. O primeiro passo deste programa é apoiar e garantir que os protocolos de saúde e nutrição materno-infantil e de cuidados de puericultura tenham seu alcance ampliado e sejam rigorosamente cumpridos, a fim de assegurar que toda criança cresça em condições adequadas para seu pleno desenvolvimento físico e intelectual, independentemente da situação socioeconômica dos seus pais. A estratégia do programa é implementar ações articuladas com municípios, agentes comunitários e outras instituições, tais como:

A. A oferta de programas de formação de pais e cuidadores de

crianças, com benefícios atrelados;

B. O estabelecimento de estímulos e parcerias com os municípios, para a criação e manutenção de incentivos a formas alternativas de cuidar adequadamente das crianças de Zero a Quatro anos, a exemplo de atendimento domiciliar, visitação, creches-família ou outros;

C. A criação de um programa estadual de desenvolvimento do

hábito da leitura em casa, dado que um ambiente domiciliar estimulante para o desenvolvimento adequado da linguagem é fator essencial para o sucesso escolar da criança.

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D. A criação de um programa de estágio e formação profissional de cuidadores em creches, voltados para jovens, especialmente mulheres.

II - Qualidade na Pré-Escola e Ensino Fundamental Este programa visa implantar mecanismos de referência de conteúdo e de material didático-pedagógico para alunos e professores na rede pública de Ensino Pré-Escolar e do Ensino Fundamental. A pré-escola e o ensino fundamental são os pilares básicos da educação formal e funcional de todos os cidadãos. Portanto, quanto mais alta a qualidade nestes níveis de ensino mais preparada estará nossa gente para construir e assegurar um futuro digno. A implementação deste programa impõe ao Estado assumir o papel de articulador da rede municipal e exige o fortalecimento dos municípios na gestão do Ensino Pré-Escolar e do Ensino Fundamental, com incentivos aos que aderirem ao programa. As diretrizes deste programa são:

A. Treinamento e certificação de dirigentes de escolas e de

professores, com incentivos financeiros para a melhoria no desempenho dos alunos, com o uso de parte das transferências voluntárias do ICMS.

B. Apoiar os municípios para assegurar que não haja

descontinuidades na oferta do transporte e da merenda escolar, a fim de garantir a presença permanente de todas as crianças na escola;

C. Fortalecer a ação pedagógica, objetivando a alfabetização de

todas as crianças até o final do 1º ano do Ensino Fundamental e a melhoria dos níveis de desempenho escolar dos alunos de todas as séries, refletindo-se na melhoria dos índices da Bahia no IDEB;

D. A elaboração e organização, pelo Estado, dos programas de

ensino para a Pré-Escola e o Ensino Fundamental, com

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distribuição de materiais didático-pedagógicos de alta qualidade para alunos, pais e professores, e com instrumentos de treinamento, avaliação e gerenciamento do conteúdo dado em sala de aula;

E. A par destas medidas, será implantado um programa permanente de orientação e conscientização da nossa juventude para os riscos e os efeitos da gravidez na adolescência, iniciando já na 6ª Série do Ensino Fundamental.

III - Ensino Médio O Ensino Médio vai experimentar importante diversificação curricular, para oferecer novas opções de cursos, e grande expansão do número de escolas em tempo integral, como forma de melhorar mais rapidamente a qualidade do ensino, com a incorporação de atividades adicionais de reforço escolar, além da prática esportiva e do aprendizado profissionalizante, reduzindo o tempo ocioso e os riscos potenciais daí decorrentes para os nossos jovens. Atualmente a maioria dos alunos que chegam ao Ensino Médio não possui a qualificação necessária para ter êxito, o que gera um elevado nível de desperdício, visto que apenas pouco mais da metade desses jovens conclui o ensino médio e, mesmo assim, com um aproveitamento limitado. A oferta quase exclusiva de uma modalidade única de Ensino Médio é um dos fatores que contribui para esses resultados. O Estado irá ampliar a oferta de cursos médios técnicos, por meio de instituições próprias e de parcerias com o Sistema S e outras entidades, e desenvolverá novas modalidades de ensino médio voltadas para a melhoria da empregabilidade dos nossos jovens. Para estes fins:

A. Serão desenvolvidos currículos que permitam a oferta de

ensino médio diversificado, consistentes com a experiência pedagógica e com as características e demandas da cultura e da economia baiana e regional.

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B. Será ampliado significativamente, ao longo dos próximos quatro anos, o número de escolas de ensino médio em tempo integral da rede estadual de ensino, todas dotadas de laboratórios de ciências e de informática, biblioteca, quadras de esportes e conexão com a Internet, além de autonomia e estrutura gerencial adequada;

C. Ademais disto e em sintonia com o compromisso com a

melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis, a política já exposta para o Ensino Fundamental, de elaboração e distribuição de material didático-pedagógico de alta qualidade aos alunos, pais e professores e com instrumentos de treinamento, avaliação e gerenciamento do conteúdo dado em sala de aula, será aplicada também ao Ensino Médio;

D. Além dos resultados positivos que certamente serão

gerados por este programa, seja no desempenho dos alunos seja, por conseqüência, nos índices do IDEB e do ENEM, a passagem dos alunos da rede estadual de ensino da Educação Básica para o Ensino Superior será apoiada pelo Governo com a ampliação do consagrado Programa Universidade para Todos, de ensino pré-vestibular público e gratuito, para aumentar a competitividade dos alunos da rede pública no processo seletivo do Ensino Superior.

IV - Programa Jovem Trabalhando e Estudando

Este programa acopla a oferta de ensino profissionalizante para jovens em situação de distorção idade-série com a concessão de incentivos fiscais às empresas que lhes dêem emprego e de estímulo financeiro, sob a forma de poupança, aos próprios jovens, pela conclusão de sua formação profissional e da etapa correspondente da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

A Bahia possui milhares de jovens que não concluíram o ciclo da Educação Básica e não possuem formação profissional. Como se sabe, os jovens com escolaridade incompleta têm grande dificuldade para acesso ao mercado de trabalho e, em conseqüência, têm alta vulnerabilidade para se tornarem vítimas da atividade marginal ou mesmo criminosa.

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Este programa focaliza os jovens de 15 a 25 anos que não concluíram o ensino fundamental ou médio e se encontram fora do mercado formal de trabalho há mais de 6 meses. Visa promover o acesso desses jovens a empregos, estágios ou oportunidades de obtenção de renda, associado com oportunidades de formação profissional e continuidade dos estudos.

Sua implementação será articulada com os municípios e envolverá, transversalmente, as áreas governamentais de Trabalho e Emprego, Assistência Social, Saúde, Educação, e outros provedores de formação profissional e terá as seguintes características e ações:

A. Os jovens beneficiários serão cadastrados e empregados com

o compromisso de cumprir seu curso de formação profissional e, posteriormente, concluir a sua correspondente etapa da Educação de Jovens e Adultos (EJA), durante a duração do benefício.

B. O Programa oferecerá incentivos estaduais, como redução de impostos ou outros benefícios, para a empresa que empregar jovens inscritos no programa. Estes incentivos serão progressivos, aumentando para quem empregar o jovem por mais tempo.

C. Adicionalmente, vai ser oferecido um incentivo financeiro

direto, na forma de poupança jovem, para os participantes do Programa que concluírem o curso de formação profissional e a etapa correspondente da EJA.

V - Ensino Superior As Universidades Estaduais receberão forte apoio em seu papel de matrizes geradoras e difusoras do conhecimento em todas as suas áreas de concentração. A formação de recursos humanos de alto nível nas IES estaduais atenderá tanto as demandas gerais da sociedade quanto as necessidades de formação e capacitação continuada dos docentes da rede estadual de ensino, observadas as características e especificidades das diversas áreas do conhecimento.

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Buscando meios adicionais de formação de profissionais para melhor atender as demandas do nosso desenvolvimento, a Administração Estadual se empenhará junto ao Governo Federal para conseguir a implantação no estado do maior número possível de Faculdades de Tecnologia (FATEC), instituições que oferecem cursos superiores de formação de tecnólogos com duração máxima de três anos. Em sintonia com a diversidade de nossas vocações, demandas e interesses regionais e econômicos, os cursos que serão pleiteados deverão incluir tecnologia de alimentos, agronegócio, gestão financeira, automação, logística, construção civil, eletrônica, mecânica, metalurgia, mineração, construção naval, plástico, química, petróleo e gás, têxtil, turismo, meio-ambiente, hidráulica, radiologia e marcenaria.

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4. Política de Ação Social

A Cúpula do Milênio, da Organização das Nações Unidas, fechou no ano 2000 um compromisso para garantir uma vida melhor em 2015. Naquele momento, foram pactuadas as Metas do Milênio, que passaram boa parte dos últimos anos esquecidas pela sociedade brasileira.

Acabar com a fome e a miséria; prover educação básica de qualidade para todos; comprometimento com igualdade entre sexos e valorização da mulher; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde das gestantes; combater a AIDS e doenças endêmicas; promover a qualidade de vida e o respeito ao meio-ambiente; e união de todos pelo desenvolvimento.

Estas são as metas da ONU, que devem ser alcançadas até 2015, e estas são também as metas em torno das quais toda a administração estadual e a sociedade baiana se mobilizarão no período 2011-2014.

Para tanto, será desenvolvida uma agenda de trabalho voltada para o cumprimento das Metas do Milênio, a qual será a diretriz central da ação governamental.

I - Agenda 2015

A Agenda 2015 terá Câmara de Gestão comandada diretamente pelo Gabinete do Governador, para acompanhamento e controle das ações voltadas ao cumprimento das 8 Metas do Milênio.

A AGENDA 2015 será o instrumento principal de gestão das ações voltadas para o cumprimento das Metas do Milênio. Será, portanto, a diretriz central do trabalho do Governo em toda a sua dimensão social.

Ela reunirá as ações estabelecidas nos diversos setores da administração que tenham alcance social, urbano ou rural, muitas das quais, por sinal, já constantes do presente Plano de Governo, nas áreas de Saúde, Educação, Saneamento, Agricultura, Meio Ambiente, Segurança Pública, Cultura, Juventude e Esportes etc.

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Contemplará, também, outras iniciativas específicas de ação governamental, a exemplo das explicitadas a seguir:

A. Consenso Baiano de Combate à Pobreza. Este será um

documento que resultará das contribuições obtidas em debates com Prefeitos, Parlamentos Estadual e Municipais, Representantes da Bahia no Congresso Nacional, Tribunal de Justiça, Ministério Público, Intelectuais, Setores Produtivos, Universidades, Sindicatos e outras entidades da sociedade organizada, bem como organizações multilaterais de com projetos de combate à pobreza. Divergências por certo ocorrerão neste processo, mas, certamente, nenhuma delas terá qualquer relação com o objetivo maior da sociedade baiana, de ver cumpridas as Metas do Milênio em nosso estado.

B. Implantação da Coordenação Estadual de Vigilância da Exclusão.

Será estruturado um setor na administração estadual para o acompanhamento das vulnerabilidades sociais na Bahia, efetuando Vigilância Permanente das exclusões sociais e apontando as pertinentes ações integradas de mitigação.

C. Implantar o Escritório Social da Bahia. Utilizar as estruturas

administrativas dos chamados Regionais Governos nas mesorregiões do estado como Escritórios Sociais, para o levantamento e o encaminhamento da solução de demandas e proposições relevantes para o cumprimento das Metas do Milênio.

D. Carta aos trabalhadores da área social. Trata-se de documento

em que o Governador assume compromisso com a capacitação de gestores e conselheiros e com a criação da carreira de Gestores Sociais da Bahia, no modelo dos Gestores Públicos implantado em 2004, objetivando a formação de uma rede de competência e de inteligência na área social.

II - Professores na Família Apoiar as Prefeituras para que todas as Famílias do Programa Bolsa Família sejam visitadas semestralmente e possam estabelecer com as

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equipes técnicas prioridades para serem resolvidas. Os Estudantes mais vulneráveis devem ser visitados a partir de indicação da Rede Escolar. Os Professores da Família terão missão central de combater a evasão escolar, garantir os vínculos familiares e comunitários e, em conjunto com os Agentes Comunitários de Saúde, garantir as proteções sociais básicas, que são saúde e educação.

III - Usinas do Trabalho Programa de muito sucesso em Minas Gerais trata-se de intervenções urbanas em municípios mais vulneráveis e em áreas criticas, com ações e obras concretas, com a participação de todos os serviços estaduais essenciais e a contratação de mão de obra local, com remuneração, para a realização de intervenções associadas à profissionalização de adultos em situação de exclusão. A Chegada do Usinas do Trabalho tem como objetivo mudar o perfil da localidade e assegurar que o processo de Inclusão social sustentável está a caminho. O Usinas do Trabalho englobará o Programa de Habitação Popular, que construirá 60.000 unidades, com ênfase no atendimento à população em situação de risco.

IV - Defensorias da Juventude

Estruturar espaços em cada região do estado para a Defesa da Juventude,

nos campo Jurídico, Educacional, de Saúde e Cultural. Os problemas

apresentados pelo Jovem a sua Defensoria serão diligenciados ou

resolvidos pela equipe de formação Múltipla de que se comporão essas

Defensorias.

V - Programa Emergencial de Defesa Social

Este Programa objetivará a redução de danos urgentes de vulnerabilidade, com atendimento social nas áreas prioritárias de :

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A. Leite das Crianças: implantar programa para atender crianças com até quatro anos, lactantes grávidas carentes;

B. Tarifa Social: programa de isenção da tarifa de água e luz para

atendimento às famílias em vulnerabilidade; C. Portal da Comunidade: fazer a inclusão digital de associações

comunitárias de bairros pobres, propiciando à respectiva comunidade acesso aos benefícios e serviços prestados pela internet;

D. Serviços Especializados de Referência Regional: organizar e co-

financiar serviços de assistência social com abrangência regionalizada para o atendimento de pessoas vítimas de violência e outras formas de violação de direitos humanos, incluindo, entre outros serviços, abrigamento, alimentação, cuidados primários e atendimento psicológico;

E. Atendimento a Idosos em Situação de Risco: implementar

unidades de Centros Dia para a oferta de serviços de atendimento e de atenção aos idosos nas áreas de saúde, fisioterapia, psicologia, atividades ocupacionais, lazer e apoio sócio-familiar. e

VI - Virada Social

Parte integrante da AIRC – Ações Integradas de Restauração da Cidadania, o Programa Virada Social, no modelo implantado no Rio de Janeiro, irá promover ações de desenvolvimento social em áreas de elevado índice de violência e vulnerabilidade social, em articulação com a ação policial e os demais serviços que integram a rede de serviços e proteção social do Estado. Essa articulação transversal é a maneira mais eficaz de garantir resultados efetivos e duradouros no enfrentamento da situação de vulnerabilidade social em que essas comunidades se encontram e cuja face mais crítica é a detectada nos índices de criminalidade.

Como medida de promoção da segurança pública, o foco principal de uma intervenção integrada será a criança e o adolescente, tendo como instrumento as associações e instituições comunitárias e religiosas, e como finalidade básica proporcionar sua proteção e a quebra do elo que

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os liga à estrutura do crime organizado, particularmente o tráfico de drogas.

VII - Viva Bahia - Centros de Esporte, Cultura e Lazer

Expandir para todo o estado a experiência bem sucedida do Programa Viva Nordeste realizado no Governo anterior, focado como centro de formação da cidadania e proteção social, com fomento da cultura da paz.

Implantar nas comunidades de maior vulnerabilidade à violência um Centro de Esporte, Cultura e Lazer Viva Bahia, que é um equipamento público estadual, onde serão desenvolvidos ações e serviços no campo da interação social, do conhecimento, da qualificação e requalificação profissional e do esporte.

Cada Centro do Viva Bahia terá como parceiros organizações de assistência social e secretarias de governos municipais, de forma a garantir atuação articulada e integrada ao conjunto das políticas públicas setoriais, propiciando proteção e desenvolvimento social às pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social.

O Centro de Esporte Cultura e Lazer deve propiciar atendimento em múltiplas atividades, como esportes, desenvolvimento profissional, geração de renda, atividades culturais, Educação Ambiental, Juizado Itinerante, Defensoria Pública, Mediação de Conflitos, Emissão de Documentos e Prevenção de DST-AIDS e da gravidez precoce.

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5. Política de Juventude, Esporte e Lazer

A proposta é apostar na juventude como meio de transformar sua realidade social e econômica e, junto, a do próprio estado. Essa aposta baseia-se em visão estratégica e planejamento de longo prazo e será concretizada em dois focos principais: o estimulo à formação profissional e o esporte. O Protagonismo Juvenil é uma imposição. O inverso seria a perda do futuro. A janela de oportunidade se configura em sua qualificação como cidadãos e como capital humano capaz de interferir decisivamente na construção do seu próprio aprimoramento pessoal e familiar e do desenvolvimento social, econômico e ambiental do estado. Para isto, o desafio será oferecer aos jovens condições que fortaleçam sua capacidade realizadora e seu potencial de inserção social e econômica, com ações que incluam: redução da evasão escolar no Ensino Fundamental e no Ensino Médio; oferta de educação para o trabalho; prevenção da violência, do uso de drogas, das doenças sexualmente transmissíveis e da gravidez precoce, utilizando a Educação e o Esporte como ferramentas fundamentais para isto. Paralelamente, o governo fará investimentos no Esporte de modo a possibilitar ao jovem de qualquer origem ou classe de renda familiar a prática esportiva saudável e orientada, tanto com fins de lazer e integração social, quanto para a formação de atletas competitivos, contribuindo, com isto, para a diminuição da violência e da criminalização dos jovens. As políticas públicas para a juventude, esporte e lazer incluirão ações como as apresentadas a seguir:

I - Escolas de Línguas

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O conhecimento de uma língua estrangeira constitui importante diferencial para a empregabilidade do jovem. Com o mundo globalizado e o aumento do comércio exterior, as empresas precisam cada vez mais de profissionais que dominem outras línguas. A proposta é reforçar e ampliar a oferta do ensino de línguas estrangeiras tanto no sistema público de ensino quanto por meio da implantação de Centros de Estudos de Línguas (CEL) vinculados à Secretaria Estadual de Educação. A idéia é oferecer cursos gratuitos de línguas estrangeiras, para alunos da rede estadual de ensino a partir da 6ª série. Além de ampliar as possibilidades de inserção no mercado de trabalho, as escolas de línguas vão propiciar aos alunos e professores diferentes oportunidades de desenvolvimento de novas formas de expressão lingüística, enriquecimento curricular e acesso a outras culturas.

II - Saúde nas Escolas Será implantado um programa de atendimento vinculado ao Programa de Saúde na Família (PSF), especialmente direcionado aos jovens nas escolas, sem prejuízo do seu atendimento no próprio sistema e com foco na prevenção da gravidez na adolescência e na prevenção ao uso de drogas, com médicos e terapeutas especializados em atendimento de jovens.

III - Ensino Técnico para Jovens Cursos técnicos gratuitos, com duração de três semestres, serão oferecidos aos alunos da rede pública de ensino, para preparar técnicos em setores demandados pela vocação e pelas necessidades do mercado de trabalho de suas respectivas regiões. Esses cursos poderão ser oferecidos por Escolas Técnicas específicas ou por unidades de ensino médio já existentes, as quais terão sua infra-estrutura física e tecnológica adequada para esses fins. A eventual implantação de escolas específicas se dará em parceria com municípios e empresas. Os municípios serão responsáveis por garantir prédio adequado à implantação das novas unidades e as empresas terão a responsabilidade pela oferta de estágios aos técnicos em formação das novas unidades.

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IV - Orientação Vocacional

O fortalecimento da oferta de orientação vocacional acoplado com a flexibilização curricular que será implantada no ensino médio das escolas públicas baianas, será um importante instrumento de suporte aos estudantes para a tomada de decisões informadas sobre sua formação paralela ou adicional e sua escolha de carreira.

V - Poupança Estudantil

Seguindo a exitosa experiência do Programa Poupança Jovem do Governo de Minas Gerais, será criado na Bahia um programa de Poupança para os alunos regularmente matriculados no primeiro ano do Ensino Médio das escolas públicas estaduais, pelo qual os jovens participantes farão jus a um benefício financeiro pela conclusão de cada um dos três anos do nível médio. Esses valores são transferidos diretamente para a conta dos jovens participantes e só poderão ser sacados a partir da conclusão do ensino médio.

Entretanto, o programa não se restringirá ao auxílio financeiro. Ele incluirá também um conjunto obrigatório de atividades de aprendizagem complementar; atividades de caráter comunitário, cultural ou esportivo; programas de acompanhamento social; e outras atividades compatíveis com o crescimento dos jovens participantes nas esferas intelectual, profissional, social e de exercício da cidadania.

Assim, além da obrigação de freqüentar e concluir o Ensino Médio, os alunos assumirão, ao ingressar no programa, o compromisso de participar das ações complementares e de cumprir as regras de convivência estabelecidas no termo de adesão.

Na medida em que se baseia na convicção de que os jovens são os grandes protagonistas das mudanças e o ativo mais precioso para a construção do futuro da sociedade, o programa Poupança Estudantil procura garantir-lhes a oportunidade de se tornarem os sujeitos do respectivo desenvolvimento, adotando um comportamento de compromisso com seu próprio futuro. Nessa perspectiva, o aluno será incentivado a concluir o Ensino Médio e a conscientizar-se das especificidades da organização da sociedade e do trabalho no mundo contemporâneo e da sua condição de

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cidadão, de modo a melhorar suas chances de inserção bem sucedida no mercado de trabalho.

VI - Festival de Artes Estudantis Será promovido no âmbito da Secretaria de Educação um Festival de Arte da Rede Estudantil para apresentação e mostra das atividades artísticas desenvolvidas pelos alunos da Rede Pública Estadual de Ensino.

VII - Programa Esporte Social

Parte integrante da AIRC – Ações Integradas de Restauração da Cidadania, O Programa Esporte Social será implantação em núcleos de atividade esportiva no sentido sócio-educacional. Seu público alvo serão crianças, adolescentes e jovens no contra-turno das escolas, em comunidades com altos índices de violência. Capacitação profissional, reforço alimentar, orientação em cidadania e saúde preventiva serão algumas ações fundamentais do Esporte Social, que será desenvolvido em conjunto pelas secretarias de Educação, de Segurança Pública e outras com programas afins.

VIII - Jogos Abertos da Bahia Será implantado o Programa Jogos Abertos da Bahia - JAB para a promoção de competições esportivas entre escolas públicas da Bahia. Organizados em etapas regionais e final estadual na capital, esses jogos incluirão o maior número possível de escolas, atletas e modalidades esportivas e, seguramente, propiciarão a descoberta de muitos novos talentos esportivos em nosso estado. Serão, igualmente, importante fator de distanciamento dos jovens das situações de risco de violência e criminalidade.

IX - Jogos do Interior

Será estimulada, com a participação dos municípios, a implantação dos Jogos do Interior, organizados como competição poliesportiva entre seleções municipais, sempre que possível com equipes masculinas e femininas.

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X - Patrocínio do Esporte Será examinada a possibilidade de criação de uma Lei de incentivo fiscal para as empresas que promovam e patrocinem eventos culturais e esportivos no estado. Em razão dessa Lei, uma empresa com sede na Bahia poderá solicitar o abatimento de parcela dos recursos que teria que desembolsar para o pagamento do ICMS em troca do patrocínio a um evento esportivo ou uma equipe de sua escolha.

XII - Implantação de Vilas Olímpicas O projeto Vila Olímpica, baseado em experiências bem sucedidas de outros estados, será um dos principais projetos para o desenvolvimento e a integração social do jovem baiano. Estas Vilas funcionarão em rede com a Nova Vila Olímpica da Bahia, com intercâmbio de atletas, professores e treinamento. Será estimulada a construção de Vilas Olímpicas nas principais comunidades urbanas organizadas em associações, as quais oferecerão, em parceria com os municípios e a iniciativa privada, atividades para os jovens, adultos e a terceira idade, a partir de uma infra-estrutura esportiva básica de Quadras Esportivas, Ginásio, Piscina, Postos de Saúde, Escolas e Salas de Apoio, que serão implantadas de acordo com a avaliação dos equipamentos já existentes em cada comunidade. A proposta é que essas Vilas Olímpicas: ofereçam escolinhas de futebol, basquete, vôlei, natação e outros esportes a serem definidos com a participação da comunidade; tenham consultório médico com clínica geral e ortopedia; exijam a apresentação do boletim escolar das crianças e adolescentes e ofereçam palestras sobre temas esportivos e de cidadania atletas; e, na área da Cultura, estimules as atividades de teatro, música e dança.

XIII - Projeto Viva Criança Parte integrante da AIRC – Ações Integradas de Restauração da Cidadania, o Projeto Viva Criança é um projeto itinerante que funcionará nas comunidades de elevada vulnerabilidade à violência, nos finais de semana, proporcionando o resgate do envolvimento familiar em atividades infantis

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e lúdicas. Serão disponibilizadas oficinas e atividades recreativas para crianças e jovens abrangendo brinquedos como pula – pula, piscina de bolas e oficinas de pipa, bem como clínicas esportivas com desafios e atividades de iniciação, além de equipe de recreação e animação com exibição de filmes infantis e juvenis.

XIV - Apoio ao Esporte Amador O Governo implantará uma linha de financiamento com o objetivo de apoiar o esporte amador do Estado. Do programa poderão participar entidades esportivas que pratiquem pelo menos 6 esportes olímpicos. Os recursos deverão ser aplicados, exclusivamente, no esporte amador. Ao contribuir com os clubes e entidades na preparação de atletas e formação de equipes, não apenas se estimula o interesse da população pelo esporte amador, mas se projeta a Bahia através do esporte.

XV - Nova Vila Olímpica da Bahia Em função das exigências da FIFA, o modelo adotado na construção da nova Arena da Fonte Nova deixou a Bahia sem um centro olímpico, pela perda dos equipamentos que lá existiam, tais como piscina, pista de atletismo e ginásio de grande porte. A proposta é realizar esforços para criar no Complexo do Estádio de Pituaçu a nova Vila Olímpica da Bahia, equipada com Pista de Atletismo, Parque Aquático Olímpico, e Moderno Ginásio que atenda a todas as exigências do Comitê Olímpico para competições de alto nível.

XVI - Arena da Fonte Nova O Governo Paulo Souto irá concluir as obras da Fonte Nova, com instalações que ofereçam aos usuários o conforto e a comodidade de um estádio de primeira qualidade e que atendam às exigências da FIFA, para que em já em 2013, se possível, a Bahia possa brilhar na Copa das Confederações.

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6. Política Cultural

Seguramente poucos estados brasileiros e até mesmo poucos países possuem uma personalidade cultural tão forte e marcante quanto a da Bahia. E esta força não é apenas histórica, no sentido estático, de passado. Não. Apesar de ser o berço do país e de se exibir muito sob a imagem do Pelourinho, a Bahia não tem cara de passado.

Sua cultura é presente e, portanto, viva, evolutiva e sempre renovada, nutrida pela diversidade e pluralidade, e, assim, dependente de ambiente social igualitário e democrático que assegure sua base de criatividade. Nestes termos, a cultura da Bahia não é apenas capaz de se transformar. Ela é vetor de transformação, como requisito para sua própria renovação.

Deste permanente vigor da nossa cultura resulta que as políticas públicas setoriais tenham que ter no dinamismo, na abrangência da diversidade, no envolvimento das forças criativas e no estímulo ao mercado cultural as suas bases de sustentação.

Por isto, o marco conceitual da política aqui proposta é o compartilhamento de ações entre o Estado e o mercado, de forma a assegurar a indução e a vitalidade da atividade cultural no nosso estado, respeitadas as especificidades de cada parte e valorizando as dimensões social e econômica da cultura como espaço insubstituível para o exercício da cidadania e como fonte geradora de empregos e renda.

Ações específicas da política cultural do estado incluem:

A. Diversificação dos mecanismos de fomento, atualmente restritos

a editais e ao fundo de cultura;

B. Formulação de programas específicos com foco no empreendedorismo e nos mercados culturais emergentes e independentes, de forma a constituir cadeias e arranjos produtivos;

C. Execução de um Planejamento Estratégico, em parceria com as

classes produtoras e gestoras da cultura baiana, com o objetivo

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de tornar o produto cultural baiano competitivo e atrativo para fins de investimentos privados;

D. Apoio à potencialização nacional e internacional da dimensão

econômica da cultura baiana em suas expressões de maior inserção mercadológica e potencial de agregação de valor de imagem;

E. Valorização da diversidade cultural através do apoio às

diferentes expressões de grupos sócio-culturais de perfil étnico, geracional, estético, e confessional e das manifestações tradicionais, experimentais, eruditas, populares, mercantis e alternativas;

F. Manutenção e revitalização das atividades do acervo cultural

público baiano, formado por museus, teatros, casas de cultura, monumentos históricos, bibliotecas etc;

G. Implantação de bancos de dados consistentes e qualificados

sobre os números da cultura, incluindo o PIB da Cultura e o Censo Cultural da Bahia;

H. Estímulo aos espaços culturais no interior e na capital;

I. Incentivo ao hábito da leitura, com fortalecimento do Sistema de

Bibliotecas Públicas;

J. Apoio à Bienal do Livro da Bahia, bem como à realização de feiras e festivais literários, a exemplo da Feira Literária Internacional de Paraty;

K. Estímulo ao acesso da população aos programas e projetos

culturais;

L. Estímulo ao intercâmbio internacional artístico e cultural, recebendo espetáculos, orquestras, exposições e enviando a produção do Estado a outros países, mediante parcerias e convênios;

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M. Criação do Projeto “Cultura Itinerante” para apoiar caravanas culturais de música popular e erudita, dança e teatro no Estado;

N. Criação de um Calendário Fixo de Eventos Culturais,

contemplando projetos que incluam as diversas linguagens artísticas; e

O. Retomada e ampliação do Prêmio Anual Jorge Amado, para o

cinema, a literatura, o teatro, a música e a dança. Além das ações especificas, implantaremos ações estruturantes, como segue:

I - Novo FazCultura O Programa FazCultura será revitalizado como instrumento de estímulo à participação da iniciativa privada no fomento à cultura, em bases que contemplem a organização de cadeias produtivas independentes, com incremento de parcerias público-privadas nas áreas da produção profissional e da circulação do produto cultural baiano para fora do estado.

II - Virada Cultural O governo promoverá a Virada Cultural da Bahia, um mega-evento anual que oferecerá 24 horas de atrações culturais gratuitas por toda a cidade, incluindo peças teatrais, recitais de músicas clássicas, shows de diversos artistas e exposições. Nesta linha e com base na experiência bem sucedida de São Paulo, será estimulada a realização deste evento também nos principais municípios baianos. Os benefícios são múltiplos e incluem: levar as pessoas a se apropriarem do espaço público, assumindo e celebrando sua cidade por meio da cultura; ampliar a oferta de cultura e entretenimento; apoiar os movimentos artísticos e culturais das comunidades; fortalecer a dimensão cultural do turismo e agregar valor cultural aos produtos locais;

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desenvolver e divulgar o calendário oficial de atividades culturais da cidade e estreitar a colaboração das prefeituras com a indústria cultural.

III - Fábricas de Cultura – Bases de Ação Cultural Será criado um sistema de ensino técnico público de Arte, ou Fábricas de Cultura e Bases de Ação Cultural, que se destinará a promover a participação eqüitativa de jovens em atividades artísticas e culturais que contribuam para o seu desenvolvimento integral. Essas “fábricas” terão a estrutura necessária para o oferecimento de cursos e oficinas de formação técnica profissional direcionada para as várias atividades artístico-culturais, tais como cenografia, iluminação, cinema, cinegrafia, música, roteiro e teatro, dentre outras. A Fábrica de Cultura Central terá sede no Pelourinho e será o grande centro de formação e propagação da cultura baiana, articulando cursos e oficinas com os melhores especialistas em cada área artística.

IV - Bahia Pólo Audovisual Esta será uma iniciativa de apoio ao Cinema na Bahia, com incentivos fiscais aos segmentos ligados à indústria cinematográfica que se instalem no estado, potencializando a Bahia como grande centro nacional e internacional de locação e produção de filmes. O estado também oferecerá apoio à atividade audiovisual, com financiamento, infra-estrutura e o resgate do Pólo de Teledramaturgia do Irdeb, com novos estúdios cinematográficos, consolidando esse vetor da produção cultural.

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Eixo

Desenvolvimento Econômico

A Bahia precisa retomar o protagonismo na região Nordeste,

potencializando todas as suas vocações econômicas e sua capacidade de

atrair e induzir novos empreendimentos, a fim de garantir os empregos, a

renda e os investimentos sociais de que necessitamos.

Para isso precisamos aumentar o investimento público federal no estado,

em investimentos diretos e nas transferências voluntárias, estabelecendo

meta rigorosa de também aumentar significativamente os investimentos

públicos estaduais anuais ao longo dos próximos quatro anos, além de um

consistente programa de investimentos públicos e privados em infra-

estrutura, com garantia de fontes de financiamento federais - BNDES e

FNE - e internacionais – BID, BIRD e Banco Mundial.

Precisamos voltar a estimular os investimentos privados em

ambiente favorável, com a ampliação dos atuais empreendimentos

e a atração de novos, a partir de compromisso estratégico do

Governador e mobilização de recursos com prioridade

orçamentária, articulação federal e incremento de PPPs.

Para recuperar nossa competitividade na atração de novos

investimentos e nossa tradicional posição de protagonistas no

desenvolvimento nordestino, temos que implantar um programa de

logística integrada, envolvendo portos, hidrovias, ferrovias, rodovias

e aeroportos, inclusive com foco na mobilidade urbana nos grandes

centros, especialmente Salvador.

A continuidade da interiorização industrial e do apoio ao

agronegócio bem como a retomada de investimentos privados em

turismo e do apoio institucional aos arranjos produtivos locais serão

priorizadas.

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1. Logística, Transportes e Mobilidade

I - Portos da Bahia A estadualização da Autoridade Portuária na Bahia é decisiva para garantir nossa competitividade na atração de novos investimentos industriais e de serviços para o estado. A importância dos portos como elemento catalisador do desenvolvimento econômico está por demais documentada na história da humanidade, desde a antiguidade até os dias atuais. Exemplos recentes e marcantes da relação biunívoca entre um sistema portuário moderno e robusto e o suporte e a indução do crescimento econômico são o da Coréia do Sul e, especialmente, o da China. O mesmo tipo de exemplo, só que, infelizmente, no sentido inverso, é o da Bahia. Por sua ineficiência e sucateamento, decorrentes de mais de dez anos sem qualquer obra ou ação de expansão, melhoria ou modernização, o atual sistema portuário da Bahia não é apenas ruim, como denuncia o fato de 35% das cargas em geral e 53% das cargas conteinerizadas destinadas ou oriundas da Bahia serem movimentadas por portos de outros estados. Ele também não é meramente danoso para nossa economia, como revela sua incapacidade de atender à demanda já instalada da nossa agropecuária e da nossa indústria e, mais ainda, de fazer frente ao potencial crescimento dessas áreas e ao surgimento de novas e grandes demandas como as das promissoras indústrias de minério de ferro e de siderurgia no nosso estado. Pior do que tudo isto, ele não é nada menos que uma tragédia, um potencial exterminador do futuro da nossa economia, na medida em que, ao invés de ser um elemento de atração, ele tornou-se, na verdade, um instrumento cada vez mais forte de indução da fuga de novos empreendimentos da Bahia em direção a outros estados, a exemplo de Pernambuco e do Ceará.

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A reversão deste quadro exige a adoção de medidas urgentes e corajosas, como a estadualização da Autoridade Portuária, para permitir mais rapidez nas decisões e maior sintonia do setor com o desenvolvimento regional e a integração logística do estado ao cenário econômico nacional e internacional. Afinal, pouco adianta ter ferrovias, estradas e pontes se não se conta com portos eficientes, modernos e de alta produtividade, para servir de hub de entrada e saída dos nossos produtos. As ações iniciais vão ser focadas na dragagem e imediata ampliação do terminal de contêineres do porto de Salvador, na ampliação e requalificação do complexo portuário de Aratu e na construção de um novo porto offshore, ligado à malha ferroviária projetada pelo governo federal para integração oeste-leste, no sul do estado. Além disso, serão exploradas as possibilidades de destinação do atual porto de Ilhéus e dos três primeiros armazéns do porto de Salvador para infra-estrutura turística, conceituando-os como hubs para cruzeiros internacionais e turismo náutico. Com sua modernização e conseqüente aumento de produtividade, os equipamentos portuários existentes e os novos a serem construídos seguramente devolverão a competitividade necessária para fazer a Bahia retornar à rota dos investimentos no Nordeste e estancar a tragédia anunciada que hoje estamos vivendo. A estratégia, portanto, passa por um plano de ataque imediato, com a ampliação dos portos existentes, associada a um plano de médio e longo prazos para a construção de um novo equipamento que integre e dê dimensão econômica às malhas ferroviária e rodoviária existentes e às que se agregarão. Dois outros importantes componentes dessa rede de integração logística multimodal centrada no novo sistema portuário da Bahia receberão atenção aguda do governo estadual. O primeiro é a Hidrovia do São Francisco, do Oeste do Estado até Juazeiro, cuja concretização será perseguida com toda a firmeza pela Autoridade Portuária Estadualizada, e o outro é revitalização da Ferrovia Centro Atlântico, tanto para o transporte dos grãos trazidos do Oeste para Juazeiro pela Hidrovia quanto para o transporte de minério de ferro do distrito ferrífero da região de Casa Nova, Remanso e Sento Sé, um dos mais destacados e promissores

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do Estado. O Governo do Estado não poupará esforços para atrair a Vale e o Governo Federal para esta parceria no desenvolvimento da Bahia.

II - Linha Azul – Complexo Viário do Recôncavo Construção de nova estrada litorânea no entorno da Baia de Todos os Santos, para potencialização do turismo na ilha de Itaparica e no Recôncavo Baiano e suporte logístico aos novos estaleiros e à produção agrícola e pesqueira da região. Apesar da queda registrada nos últimos três anos, o turismo na Bahia tem crescido bastante nas últimas décadas, assumindo papel de indiscutível destaque nos planos nacional e internacional. Isto resultou dos investimentos realizados pelos pequenos, médios e grandes empreendedores turísticos locais, nacionais e internacionais e, principalmente, das inúmeras obras de infra-estrutura e planos estratégicos setoriais executados pelas gestões estaduais anteriores nas mais diversas regiões do Estado. Uma das áreas do estado que reúne, a um só tempo, um elevado potencial turístico e uma grande carência de infra-estrutura de acesso é a Baia de Todos os Santos, cuja inserção na rede do turismo estadual carece de uma malha rodoviária que integre todo o Recôncavo a Salvador. Daí surge a necessidade de construção de uma via litorânea que amplie os acessos às localidades da Ilha e do Recôncavo a partir de Salvador. Esta via é aqui designada de Linha Azul, em referencia à Linha Verde, da década de 1990, que integrou o Litoral Norte do estado a Salvador, como extensão da Estrada do Coco, ambas estas estradas previstas já nos planos de turismo da década de 1970. Além do aspecto estritamente turístico, a Linha Azul requalifica a integração do Recôncavo ao processo de desenvolvimento da RMS ampliada, fortalecendo as condições de mobilidade da população e dando suporte de infra-estrutura logística para a instalação de estaleiros e outros empreendimentos industriais em toda a região. Serão mais de cinco milhões de pessoas beneficiadas pela obra já que sua área de influência atinge até Feira de Santana e Santo Antônio de Jesus.

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Ademais disto, a conexão desta nova via com a BA-001, via BA-878, e com a Linha Verde, via Salvador, permitirá a interligação rodoviária direta da Ilha de Itaparica com toda a costa baiana, a mais extensa do Brasil, por rodovias litorâneas estaduais.

III - Programa de Estradas – Premar 2 e Novas Estradas Continuidade do Programa de recuperação de estradas estaduais iniciado em 2006 com financiamento do BIRD, agora com ênfase nos acessos aos municípios e expansão da rede de estradas estaduais. O Estado da Bahia, através do DERBA, estruturou no governo anterior um programa de reabilitação e manutenção de rodovias, financiado pelo Banco Mundial – BIRD. O programa foi baseado no modelo PREMAR - Programa de Restauração e Manutenção de Rodovias no Estado da Bahia - um tipo de contrato criado pelo BIRD para viabilizar a recuperação e manutenção de rodovias que foi aplicado na rede rodoviária sob responsabilidade do Governo da Bahia, em trechos onde eram maiores os fluxos de circulação de mercadorias e pessoas. Este projeto teve uma repercussão significativa sobre as áreas com maior sobrecarga de transportes e que se encontravam em condições precárias de utilização, afetando a produção econômica em todos os níveis. A deficiência na manutenção da rede rodoviária federal e o conseqüente deslocamento de um volume expressivo de tráfego para a malha estadual contribuiu para a deterioração do sistema rodoviário baiano, elevando os custos de transportes e, por conseqüência, da produção, e aumentando o número de acidentes, a despeito dos intensos esforços do Governo do Estado de então para ampliar a rede de acesso a novas regiões produtoras e recuperar parte da malha deteriorada. O Premar refletiu a estratégia de melhorar a articulação física do Estado e ordenar a sua estrutura de transportes, ações fundamentais para maior integração e equilíbrio espacial, bem como para potencializar o aproveitamento integral do potencial competitivo da nossa economia.

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Trata-se de uma nova filosofia de contratação, na qual uma mesma empresa que ganha o contrato de restauração/reabilitação do trecho de rodovia fica responsável pela sua manutenção por cinco anos. Esta parece ser uma excelente maneira de garantir-se um maior cuidado na atividade de restauração, uma vez que a mesma empresa que executou essa tarefa terá a seu cargo a manutenção do trecho, o que ocorrerá a um preço fixo, devendo a medição ser executada através de indicadores de qualidade do pavimento. Os compromissos mínimos assumidos na presente proposta incluem as seguintes ações:

A. Recuperação e Manutenção de 2.000 km de estradas estaduais, devolvendo a esses trechos padrão e condições próprias de trafegabilidade;

B. Construção de rodovias asfaltadas de acesso às sedes municipais de Buritirama, Catolândia, Campo Alegre de Lourdes, Jacaraci, Jucuruçu, Mansidão, Maraú, Mirante, Morpará, Mortugaba, Piraí do Norte e Ribeirão do Largo, não deixando qualquer sede municipal sem essa facilidade;

C. Construção de novos trechos da estrada BA – 001 que, em conjunto, completarão integralmente esta via rodoviária litorânea do extremo norte ao extremo sul da Bahia, incluindo os segmentos Canavieiras – Belmonte; Trancoso – Prado; Caravelas – Nova Viçosa; e Mucuri-Divisa/ES;

D. Construção de novas estradas asfaltadas entre Alagoinhas e a Linha Verde; Sento Sé e Xique-Xique; Estreito – Buritirama – Mansidão; e Anel da Soja – Coaceral, dentre outras;

E. Duplicação da Estrada Ilhéus – Itabuna; e

F. Construção de novas estradas vicinais entre os platôs do Oeste e a BR-242 e na região de Correntina, Rosário e o Rio Formoso, dentre outras.

IV - Novos Aeroportos – A Bahia conectada com o Brasil

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A atual administração estadual paralisou a expansão dos aeroportos no interior iniciada na gestão anterior, agravando os problemas logísticos e praticamente isolando determinadas regiões do estado. Nesta área, a presente proposta embute o firme e inarredável compromisso com a reforma e a ampliação dos aeroportos de Salvador e de Barreiras e com a construção de aeroportos novos em Porto Seguro, Ilhéus e Vitória da Conquista. Na mesma linha, serão efetuadas melhorias em aeroportos de menor porte como os de Senhor do Bonfim, Bom Jesus da Lapa e outros, bem como será garantida a manutenção e a operação, inclusive com a solução de eventuais pendências formais em que alguns se encontram, dos diversos outros aeroportos que compõem a malha aeroportuária do estado. Com estas ações estará garantido não apenas um salto de qualidade nos equipamentos de maior porte, com forte impacto no nosso turismo, na nossa economia e na prestação de melhores serviços aos cidadãos baianos e a nossos visitantes, senão também, restará assegurado o pleno funcionamento do nosso amplo complexo aeroportuário, para a movimentação de pessoas e cargas e potencialização do nosso desenvolvimento regional.

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2. Política de Desenvolvimento Agrícola O agronegócio baiano tem tido um relevante papel no processo de desenvolvimento econômico e social da Bahia, respondendo por quase 30% das exportações e do PIB baiano e, como tal, contribuindo para a geração de empregos, de renda e de divisas para o estado. A par da continuidade da expansão da nossa matriz produtiva, em área, em culturas e em ganhos de produtividade, o potencial da agroindustrialização com adensamento das cadeias há que merecer atenção e estímulos especiais do governo. Veja-se, por exemplo, que enquanto o índice de efeito multiplicador da agregação de valor na agropecuária brasileira é de 3,2 vezes, na Bahia ele é de 2,3 e na Região Oeste, de grande potencial se resolvidas as equações logísticas, não passa de 1,25. Ou seja, é grande o potencial de crescimento que temos pela frente na agroindustrialização. E, dada a dimensão e as demandas do agronegócio baiano, esse crescimento da agroindustrialização comporta não apenas as vertentes do beneficiamento e da comercialização, a jusante, senão também as de insumos, defensivos, fertilizantes e maquinários, a montante, aproveitando também as perspectivas de expansão dos mercados agrícolas nordestino, nacional e internacional. Outra frente importante de atenção há que ser a modernização técnica da agricultura praticada pelos pequenos produtores, para impedir sua perda de produtitividade e de renda. A qualificação e modernização deste setor, suportada em programas de educação técnica massiva e em investimentos em logística de produção e de escoamento, é, portanto, questão de sobrevivência econômica das famílias e de estabilidade social. A estrutura técnica de defesa agropecuária implantada em governos anteriores distinguiu a Bahia e valorizou nossa pecuária. Agora é preciso avançar na qualificação e agregação de valor aos seus produtos.

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A revitalização da lavoura cacaueira deve sair do papel, com a continuidade dos investimentos e o perssistente trabalho de pesquisa para a solução dos problemas. A política para a expansão e consolidação do agronegócio da Bahia nos próximos anos desdobra-se nos seguintes programas.

I - Programa de Bioenergia da Bahia Como alternativa ao uso de combustiveis fósseis, a cana-de-açúcar se consolidou, na produção de energia e matéria-prima, como uma das melhores opções de fontes renováveis. A Bahia possui amplas possibilidades de produção de cana em condições de sequeiro e por irrigação, para se tornar um grande pólo de etanol. Temos mais de 600 mil hectares no extremo sul com produtividade superior à obtida em outros estados brasileiros, o que resulta em excelente potencial para a atração de investimentos e empreendimentos agro-industriais de porte nos municípios de Teixeira de Freitas, Ibirapuã, Medeiros Neto, Caravelas, Lajedão, Vereda, Itamaraju, Eunápolis e Santa Cruz de Cabrália. Além da cana-de-açúcar, a Bahia apresenta extraordinária vocação para cultura de oleaginosas, dispondo de uma área superior a 10 milhões de hectares. Mamona e girassol podem ser produzidos no semi-árido e no cerrado, dendezeiros no baixo-sul e o pinhão-manso em todo o estado, além da soja no Oeste. A demanda por biodiesel é crescente e o objetivo é atrair investimentos para a construção de usinas processadoras, com correspondente expansão da área produtiva de lavouras oleoaginosas no Semi-Árido, cerrados do Oeste, Baixo Sul, Litoral Norte, Nordeste e Recôncavo Baiano. A expectativa, dadas as condições favoráveis à atração de novos empreendimentos em etanol e biodiesel, é de geração de mais de 85 mil empregos em pequenos, médios e grandes empreendimentos, com forte injeção de recursos nas economias das regiões alcançadas, com impacto em comércio, serviços e na arrecadação pública.

II - Expansão Agricola da Região Oeste

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A região Oeste é responsável por mais de 70% da produção de grãos de todo o estado, se consolidando nas duas ultimas décadas como uma das mais importantes fronteiras agrícolas do país. Com clima regular e domínio tecnológico, surgiu uma classe empresarial agrícola profissionalizada que, com o suporte do governo do estado na criação de infra-estrutura e políticas públicas eficazes, fez da região um absoluto caso de sucesso no agronegócio brasileiro. Há, porém, uma vasta área, estimada em 2 milhões de hectares, localizada nas porções sul e noroeste da região Oeste, pronta para incorporação ao processo produtivo, mas sem nenhuma ação governamental concreta nos últimos 3 anos. O objetivo, pois, é aumentar em cerca de 30% a área cultivada da Região Oeste em 4 anos, com a incorporação de 500 mil hectares de soja, algodão, milho, café e arroz. Isto implicará aumento da produção regional para quase 5 milhões de toneladas anuais e benefícios às populações dos municípios de Cocos, Jaborandi, Correntina, Formosa do Rio Preto e Riachão das Neves, em estradas e demais itens enfra-estruturais, dinamização econômica e geração de emprego e renda. Outras metas para esta região incluem a construção de uma nova estrada entre o anel da soja e Coaceral, a ligação dos platôs à rodovia BR-242, por meio de novas estradas vicinais que beneficiarão a porção noroeste da região, e a construção de um conjunto de estradas vicinais na região de Correntina, Rosário e o Rio Formoso, bem como o reforço da subestação do Rio das Éguas, para fomentar a irrigação, na parte sul da região.

III - Sul da Bahia Produtivo Uma serie de ações para a Região Sul do estado, com o fortalecimento das suas vocações produtivas, especialmente entre pequenos e médios produtores, faz parte das prioridades do plano de agronegócios para a nova gestão, como segue:

A. Apoiar a expansão do cultivo de flores tropicais, fortalecendo os

polos existentes e estimulando a ampliação da área de cultivo de novos plantios, atendendo às demandas regionais e nacionais, com

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alocação de financiamento e criação de um centro de comercialização na região, beneficiando os municípios de Valença, Ituberá, Piraí do Norte, Camamu, Ilhéus, Itabuna, Buerarema, Una, Canavieiras e Porto Seguro;

B. Consolidar a produção regional de espécies frutíferas tropicais, com a substituição das variedades de bananeiras e abacaxi por cultivares permanentes e resistentes a enfermidades e com o estímulo à produção e agroindustrialização de cupuaçu, cajá e graviola, para a produção de doces, polpa, sucos, geléias e conservas;

C. Estímulo e subsídio à instalação de pequenas e médias indústrias processadoras de cacau, devidamente certificadas, com foco em diferenciais de qualidade, na região cacaueira do sul da Bahia, transformando as amêndoas em licor e derivados e aproveitando os subprodutos. O alvo será o mercado diferenciado com a implantação de indústrias de derivados e produção de cacau fino com capacitação e financiamento dos pequenos agricultores;

D. Fortalecimento do cultivo da macadâmia nos municípios de Eunápolis, Teixeira de Freitas e Itamaraju, utilizando clones com características horticulturais superiores, expandindo a área de produção da espécie e triplicando o total produzido em 4 anos, e aumentando as exportações;

E. Consolidação da cadeia produtiva do Palmito, aproveitando as condições climáticas favoráveis da região, por meio da massiva utilização de material genético superior, do aperfeiçoamento da produção de mudas de pupunha, da utilização da técnica de micropropagação e da ampliação da área cultivada, triplicando a produção para 34 milhões de hastes/ano e gerando 3000 empregos; e

F. Apoio à produção de Piaçava, com cultivo tecnicamente formado, no litoral sul do estado, com agregação de valor e organização da cadeia produtiva, de intensivo uso de mão de obra. O objetivo é desenvolver novos métodos de germinação de sementes com mehoramento genético, estabelecendo um sistema de produção que ordene o cultivo em áreas favoráveis e a formação de mudas mais produtivas em viveiros, assim como o manejo, a colheita, o

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beneficiamento e a comercialização, ampliando a área de cultivo e a oferta de tecnologia avançada aos pequenos e médios produtores.

IV – Irrigação Nesta área, será realizado um amplo programa de ampliação da área irrigada no estado, com foco nas seguintes ações:

A. Médio Paraguaçu – existem extensas manchas de solos com aptidão para agricultura irrigada na área de influência da barragem Bandeira de Melo, abrangendo uma área de 15.000 hectares nos municípios de Itaberaba, Marcionílio Souza, Boa Vista do Tupim, Iaçu, Itaetê e Rafael Jambeiro. O objetivo é alavancar a aptidão regional para a produção de frutas frescas e viablizar a expansão da agroindústria de polpas e de frutas, quintuplicando em 4 anos a área de produção com apoio na infra-estrtutura e em financiamento direcionado;

B. Alto Paraguaçu – Fortalecimento e ampliação da área de agricultura irrigada da Chapada Diamantina, na área de influência dos municípios de Mucugê e Ibicoara, consolidando o polo hortícola existente e o diversificando com a introdução da citricultura;

C. Bacia do Rio de Contas – regularizar a irrigação na Bacia do Rio de

Contas pela construção de barragens e incorporação de novas áreas irrigadas, especialmente para fruticultura, abrangendo a região dos municípios de Rio de Contas, Livramento de Nossa Senhora, Jussiape, Barra da Estiva, Dom Basílio e Brumado, que se consolidará como grande pólo de produção de frutas;

D. Tucano – ampliação e consolidação do polo irrigado de Tucano, baseado no potencial hídrico subterrâneo da bacia de Tucano, com a implantação de áreas de olericultura e de fruticultura nos municípios de Tucano, Ribeira do Pombal, Ribeira do Amparo, Nova Soure, Cipó, Banzaê e Cícero Dantas; e

E. Platô de Irecê – Em articulação com o governo federal, na busca de ações compensatórias pela transposição das águas do Rio São Francisco, está incluído nesta proposta um projeto de canal de

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irrigação, ou ramificação do canal do Baixio de Irecê, para atender a região do Platô de Irecê e, por sua alta fertilidade, capacidade e cultura produtiva, transformá-la em um grande polo de fruticultura e hortigranjeiros, além da ampliação da tradicional produção de feijão.

V - Projeto Coco-da-Bahia A cultura do coco ocupa lugar de destaque nas microrregiões Litoral Norte, Extremo Sul, Baixo Sul e Cacaueira, apesar da escassez pluviométrica e das pragas que geram queda do rendimento. Os entraves na comercialização sacrificam os preços alcançados pelos produtores, fundamentando a necessidade de ações imediatas para o desenvolvimento da cultura no estado. O objetivo é elevar a produção e o rendimento, através da renovação dos coqueirais nos principais municípios produtores, com a implantação de um programa intensivo de assistência técnica a 3.000 produtores, a recuperação de áreas produtivas e a criação do Centro de Profissionalização dos Produtores de Coco-da-Bahia, contemplando ações nos municípios de Valença, Uruçuca, Maraú, Camamu, Ubaitaba, Ilhéus, Conde, Rio Real, Mata de São João, Esplanada, Alagoinhas, Jandaíra, Acajutiba, Aporá e Canavieiras, gerando mais de 20.000 empregos com a instalação incentivada de novas indústrias de derivados de coco.

VI -Produção de Madeira A participação do Brasil no mercado mundial de produtos florestais é de 2%, computadas as diferentes áreas e incluído o eucalipto. As florestas plantadas visam garantir o suprimento para as indústrias de papel e celulose, siderurgia a carvão vegetal, serrados, compensados, lâminas e painéis reconstituídos. A região do Planalto de Conquista cultiva mais de 2.000 hectares de eucalipto no ponto de corte, mas tem potencial de 300.000 hectares. O objetivo é expandir e consolidar o agronegócio do reflorestamento no âmbito das regiões Sudoeste e Chapada Diamantina, utilizando os recursos edafoclimáticos favoráveis para a exploração do eucalipto e de

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outras espécies florestais como a teca. Será estimulada, por meio de incentivos, financiamentos e oferta de infra-estrutura de estradas e de energia, a implantação de novas áreas de plantio florestal, com assistencia técnica a 2.000 produtores nos municípios de Poções, Barra do Choça, Planalto, Vitória da Conquista, Belo Campo, Tremedal, Cândido Sales, Encruzilhada, Ribeirão do Largo, Ibicoara, Mucugê, Barra da Estiva, Bonito, Seabra, Piatã e Morro do Chapéu. Objetivando o adensamento da cadeia produtiva, o governo se empenhará para atrair para a região uma grande fábrica de compensados, aglomerados e MDF, a fim de agregar valor à produção de madeira regional e criar as bases para a instalação de uma APL de produção de móveis, seguindo os exemplos de Caxias do Sul (RS), Ubá (MG) e Mirassol (SP) e o modelo italiano de arranjo produtivo da indústria moveleira.

VII – Seringueira O agronegócio borracha na Bahia está localizado na Região Sudeste, onde a seringueira é encontrada em 28 municípios, com área plantada de 22.000 hectares. Entre os pólos produtores destacam-se o Baixo Sul, que dispõe de maior extensão, seguido de Una, Extremo Sul e Centro. A criação de uma politica voltada para o estímulo a este setor, em associação com o cacau, café e outros cultivos perenes, terá efeitos muito positivos na revitalização da economia dessas regiões. O objetivo é fomentar o plantio da seringueira garantindo a competitividade da cadeia, com melhoria na qualidade e na produtividade, enfatizando o papel da cultura na eficácia do seqüestro de carbono e como moderadora das funções ecológicas, além da geração direta de emprego e renda nas regiões afetadas. Será implantada uma infra-estrutura botânica, com viveiros e jardins clonais, para a produção de mudas enxertadas nas proximidades das futuras áreas de plantio, com disponibilização de linhas de crédito consorciadas e expansão das áreas de seringais, utilizando o sistema agroflorestal e beneficiando 64 municípios do Litoral Sul do estado pertencentes aos agrossistemas de Almada, Camacã, Canavieiras, Ibicuí,

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Ipiaú, Itamaraju, Itagimirim, Jequiriçá, Medeiros Neto, Porto Seguro, Valença e Una.

VIII - Programa Pescado A diminuição da captura de pescado e o aumento da demanda abrem novos mercados e possibilitam, pelas condições dos recursos hídricos disponíveis, a implantação a curto e médio prazo de projetos produtivos viáveis economicamente e capazes de gerar emprego e renda. A difusão da tecnologia de cultivo de peixes marinhos em tanques-rede no litoral será uma alternativa concreta, assim como a consolidação do polo de piscicultura do complexo de barragens de Paulo Afonso e Glória, com a ampliação do número de tanques já existentes e a implantação de novos tanques também nos reservatórios de Sobradinho, Casa Nova e Sento Sé. Também serão implantados novos tanques-rede nos polos regionais de Ponto Novo, Filadélfia, Barra, São Gonçalo dos Campos, Cachoeira e Santo Antônio de Jesus e será consolidado o polo de aquicultura marinha nas regiões do Sul e Baixo Sul, com projetos de cultivo de peixes e moluscos nos municípios de Taperoá, Cairu, Camamu, Canavieiras, Una e Itacaré e o polo de carcinicultura no Sul e Extremo Sul, nos municípios de Caravelas, Nova Viçosa, Maraú e Canavieiras.

IX - Cabraforte III O sucesso do Programa Cabraforte, que abrangeu 50 municípios, deve ser continuado, recuperando o padrão de qualidade desprezado e incluindo novos municípios, especialmente os de IDH mais baixo, com foco nos pequenos produtores. O objetivo maior é o aumento da renda pela ovinocaprinocultura em mais 50 municípios e 36,4% do semi-árido, nos próximos quatro anos, com a instalação de 1.600 pontos de água, 60 mil cisternas, 300 hectares de forragens irrigadas, bem como assistência técnica a 80.000 produtores com imóveis rurais de até 100 hectares.

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Nos muncipios de Mirante, Caetanos e Bom Jesus da Serra, de baixos índices pluviométricos e de desenvolvimento humano, será associado à caprinovinocultura o cultivo de vagens de algaroba para fornecimento de 10 mil toneladas anuais à indústria de ração da Serra da Pipoca, beneficiando mais de 2.000 produtores.

X - Agricultura Familiar O projeto baseia-se na exploração de atividades agropecuárias e agroindustriais diversificadas e integradas, com ênfase na escala econômica de produção, na verticalização e nas demandas de mercado. A recuperação das aplicações do Pronaf na Bahia, que diminuiu à metade o número de famílias beneficiadas em 2009 se comparado a 2006, acompanhada por um extenso programa de qualificação profissional e assistência técnica, gerando sustentabilidade, é uma medida fundamental para a melhoria da produtividade do pequeno agricultor e sua melhoria de renda. As metas desta proposta começam com a promoção de um novo ciclo de desenvolvimento econômico da região de Irecê, valorizando a agricultura familiar, formatando novos arranjos produtivos e assistindo 4 mil famílias, nos municípios de América Dourada, Barra do Mendes, Barro Alto, Cafarnaum, Canarana, Central, Gentio do Ouro, Ibipeba, Ibititá Irecê, Itaguaçu, João Dourado, Jussara, Lapão, Morro do Chapéu, Mulungu do Morro, Presidente Dutra, São Gabriel, Uibaí e Xique-Xique. Será implantada infra-estrtura hídrica com pequenas barragens, adutoras, pontos de água e sistemas simplificados de irrigação e uma matriz agroindustrial com cerca de 100 unidades de recepção e resfriamento de leite, 5 fábricas de ração e 5 centrais de classificação e embalagem de ovos, para gerar um efetivo salto qualitativo e quantitativo na produção de leite, ovos, carne suína, caprinos, mel e hortifrutigranjeiros na região.. No Sudoeste ampliado, os agricultores familiares serão assistidos na exploração de atividades agropecuárias e agroindustriais em sinergia com a vocação produtiva da região, para garantir o aumento da renda de cada uma das 5.500 famílias envolvidas, nos municípios de Aracatu, Boquira, Botuporã, Brumado, Caculé, Caetité, Candiba, Caturama, Condeúba,

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Cordeiro, Dom Basílio, Érico Cardoso, Guajeru, Guanambi, Ibiassucê, Ibipitanga, Iuiú, Jacaraci, Lagoa Real, Licínio de Almeida, Livramento de Nossa Senhora, Macaúbas, Maetinga, Malhada, Malhada de Pedras, Mortugaba, Palmas de Monte Alto, Paramirim, Pindaí, Piripá, Presidente Jânio Quadros, Rio de Contas, Rio do Antônio, Rio do Pires, Sebastião Laranjeiras, Tanque Novo e Urandi. Serão implantados pontos de infra-estrutura hídrica, adutoras, sistemas simplificados de irrigação, bem como 50 unidades de recepção e resfriamento de leite, 5 fábricas de ração, 5 centrais de classificação e embalagens de ovos e 5 unidades de beneficiamento de algodão, para incrementar a produção de algodão, leite, 540 ovos, caprinos e olerícolas. No Oeste, serão assistidas 8.000 famílias, permitindo a consolidação das cadeias produtivas vocacionadas, integrando-as a atividades agropecuárias e agroindustriais sinérgicas e diversificadas e garantido a melhoria da renda de cada família de agricultores familiares, nos municípios de Angical, Baianópolis, Barreiras, Canápolis, Catolândia, Coribe, Cotegipe, Cristópolis, Formosa do Rio Preto, Mansidão, Riachão das Neves, Santa Maria da Vitória, Santa Rita de Cássia, São Desidério, Santana, São Féliz do Coribe, Serra Dourada, Tabocas do Brejo Velho e Wanderley. Serão implantados pontos de água, adutoras, sistemas simplificados de irrigação e cerca de 90 unidades de recepção e resfriamento de leite, 10 fábricas de ração, 10 packing house múltiplos, um matadouro e 10 patrulhas mecanizadas, para assegurar o incremento da produção de leite, carne de frango caipira, ovos, carne suína, caprinos e olerícolas.

XI - Nossa Raiz II Apesar de ser o segundo maior produtor de mandioca do país, a produtividade na Bahia ainda é muito baixa (12,2 t/ha) devido ao baixo uso de tecnologia, à instabilidade climática e ao nível de fertilidade dos solos em algumas regiões. A mandioca é um recurso versátil e de grande valor, tanto para o consumo humano quanto para o arraçoamento de animais, como forragem, silagem, raiz integral ou ração industrial. Dentro da diversificação da cultura da mandioca, o amido modificado e a fécula são os derivados industriais mais importantes, pois a partir deles pode-se produzir diversos subprodutos com valor agregado.

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A meta é expandir este programa para além das regiões Baixo Sul e Recôncavo, foco da prmeira etapa, pelo aumento da eficiência da cadeia produtiva, com a incorporação de tecnologia. Serão distribuídos cerca de 30.000 kits de produção, implantadas 100 unidades para processamento de farinha e fécula, 300 unidades de experimentação e demonstração (UED), 20 campos de multiplicação de sementes (manivas) e 2 fecularias de porte industrial, nos municípios de Alagoinhas, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Caetité, Cruz das Almas, Feira de Santana, Irecê, Itaberaba, Itabuna, Jacobina, Jequié, Juazeiro, Paulo Afonso, Ribeira do Pombal, Santa Maria da Vitória, Seabra, Senhor do Bonfim, Serrinha, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista, atingindo 20.000 produtores organizados em associações e gerando mais de 150 mil empregos em 4 anos.

XII – Sisal A cultura sisaleira apresenta-se como uma das melhores alternativas de desenvolvimento para a região do semi-árido, onde se concentram os municípios com IDH mais baixo do estado. Dela poderão depender as comunidades rurais limitadas pelas condições climáticas que dificultam outras alternativas de exploração econômica. O programa prevê atuação em 37 municípios, nos polos do Piemonte, Nordeste e Paraguaçu, com assistência técnica para 16.000 produtores de sisal e capacitação de 250 associações em modelos de gestão e de aplicação de ações de pesquisa e desenvolvimento. As metas são o aumento da produção em cerca de 30%, atingindo 300 mil toneladas/ano e a ampliação da oferta de fibras de qualidade em 20%, com base na agricultura familiar.

XIII -Mel da Bahia A apicultura constitui uma das mais destacadas atividades agropecuárias da Bahia, com cerca de 6.000 apicultores, na sua quase totalidade usando o sistema de apicultura fixa e cerca de 80% reunidos em associações e cooperativas. Além da importância econômica, essa atividade produz impacto sociais signficativos, pois vem sendo praticada essencialmente por pequenos produtores. Sabendo-se que 85% da produção de mel do

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estado é clandestina, a expansão da atividade requer incremento na produtividade e profissionalização, para obtenção de um produto de qualidade certificada. A meta deste programa é a instalação de 100 unidades de beneficiamento, com melhoria da produtividade de 20 para 40 kg/colméia/ano, estabelecendo parcerias com laboratórios e com centros de capacitação, visando ao aumento da produção certificada e à redução da produção clandestina.

XIV - Abate Saudável A Bahia possui cerca de 40% do rebanho bovino do Nordeste, com mais de 10 milhões de cabeças, com destaque para os polos do Oeste, Extremo Sul, Feira de Santana e Itapetinga. A garantia da disponibilidade de um produto que atenda a demanda de alimentos com sustentabilidade ambiental, segurança alimentar, saúde humana e responsabilidade social, exige a participação efetiva dos órgãos governamentais, com adequação de matadouros, transporte e comercialização em padrões higiênico-sanitários de última geração. A meta nesta área é, portanto, estimular a implantação de frigoríficos nas regiões ainda não atendidas com equipamentos e procedimentos de abate, transporte e comercialização modernos e compatíveis com as exigências da legislação pertinente.

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3. Política de Turismo Os dados e projeções das entidades internacionais do turismo indicam que o nível de desaceleração resultante da crise financeira de 2008 deve permanecer por alguns anos, com retomada apenas na segunda metade da atual década. Neste cenário, é forçoso ousar, preparar-se e aproveitar as oportunidades que se apresentem, especialmente os eventos de forte apelo turístico que teremos no Brasil ao longo desta década, quais sejam a Copa de 2014, de que seremos uma subsede, e as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Impõe-se, pois, à Bahia confrontar as ameaças presentes de perda de posições no ranking turístico nacional, fortalecendo sua promoção turística, e adotando medidas voltadas para o aumento do fluxo e a atração de novos empreendimentos turísticos. o protagonismo do trade turístico baiano e sua interação com o poder público, redefinindo o restabelecendo a força da imagem e da marca do estado, conquistadas com planejamento eficaz e muito profissionalismo e fortalecendo o papel Nesta direção, as políticas de turismo no estado incluirão as providências a seguir apresentadas.

I - Promoção Turística da Bahia

A situação mundial do turismo torna ainda mais necessário nos próximos anos o esforço de promoção turística do Estado no Brasil e no exterior. A força da imagem e da marca da Bahia, conquistada com planejamento eficaz e muito profissionalismo, há que ser potencializada para, a par de outras medidas de organização, infra-estrutura, investimentos e melhoria da área de segurança pública, elevar o nível de atratividade do nosso turismo. Estas ações resultarão de estratégias compartilhadas com o trade turístico, especialmente os Convention Bureaus e as associações setoriais.

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II - Infra-estrutura Turística O estabelecimento de Parcerias Público-Privadas apresenta-se como alternativa concreta a ser explorada na busca de soluções para a melhoria da infra-estrutura turística da Bahia. Várias são as áreas e as possibilidades de utilização de PPP. A solução do problema de um novo Centro de Convenções em Salvador, por exemplo, que, de resto, já provoca consideráveis perdas ao turismo baiano, será equacionada com a aplicação deste tipo de mecanismo de parceria institucional. Nos termos da presente proposta, o governo estadual se compromete com a solução deste problema nos próximos 4 anos, dando a Salvador um novo e moderno equipamento e facilidades associadas, para recolocar nossa capital de volta ao circuito dos grandes eventos do turismo de negócios. Igual compromisso é assumido com a conclusão dos centros de convenção de Itabuna e Feira de Santana. Ainda no campo da infra-estrutura, várias das ações previstas na política setorial de logística, a exemplo da Linha Azul, que interligará, pelo litoral, a Ilha de Itaparica e o Recôncavo Baiano a Salvador, bem como diversas rodovias propostas, em especial a conclusão integral da Rodovia BA-001 ao longo de todo o nosso litoral, terão evidentes desdobramentos positivos para o turismo no Estado. Ademais disto, no que se fizer necessário, o Estado adotará iniciativas próprias mediante programas específicos de financiamento junto a órgãos nacionais e a organizações multilaterais, a exemplo do BID.

III - Fortalecimento do Protagonismo e Governança do Trade

A relação entre o governo estadual e o Trade Turístico baiano será fortalecida visando a potencializar o seu protagonismo como ator principal da atividade turística no estado. A par disto, a proposta é reformatar e simplificar a estrutura de instâncias de governança, que, no âmbito estadual, será centrada no Conselho Estadual de Turismo, órgão superior de deliberação colegiada, criado por

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Lei, vinculado ao órgão responsável pela coordenação da política estadual de turismo e composto por representantes do 1º, 2º e 3º setores. No âmbito municipal, será estimulada a formalização de órgãos similares. O Conselho Estadual de Turismo terá uma rede de Escritórios Regionais, para estimular o desenvolvimento regional do turismo, e funcionará com coordenações de Escritórios Regionais de Fomento ao Turismo; de Crédito e Investimentos Privados; de Legislação e Normas; de Infra-estrutura; de Promoção e Comercialização; e de Desenvolvimento Sustentável. Esta iniciativa resultará na simplificação estrutural e de nomenclaturas; na objetividade na formulação da política pública de turismo; na transparência das deliberações; e na incorporação das conferências municipais e estaduais à gestão do turismo.

IV - Qualificação da mão-de-obra e dos serviços Poucos aspectos de uma política de turismo têm tanta relevância para a sustentabilidade da atividade quanto a qualidade da mão-de-obra e dos serviços oferecidos. Infelizmente a atual administração estadual revelou-se insensível a este princípio, pelo que se torna absolutamente indispensável não apenas a retomada, senão também o fortalecimento de ações como o Programa Bahia Qualitur. O Bahia Qualitur é um programa que investe na qualificação e certificação de profissionais pelas normas da ABNT. Além disso, certifica as empresas do setor, de acordo com as normas ISO, para dar maior acreditação mercadológica aos serviços turísticos oferecidos. O Bahia Qualitur oferecerá cursos voltados para a geração do primeiro emprego e para a manutenção da empregabilidade, contemplando ocupações ligadas direta e indiretamente ao turismo. Esses cursos incluirão idiomas, noções de gastronomia e serviços de A&B, noções de hotelaria e serviços hoteleiros e outras disciplinas afins.

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V - Turismo Náutico

Problemas infra-estruturais e a enorme degradação da segurança pública no período da atual administração estadual, que, de resto afeta toda a sociedade, vêm comprometendo as possibilidades de crescimento do nosso turismo náutico. Um estado como a Bahia, com a extensão litorânea e as paradisíacas baías que possui, não pode se dar ao luxo de negligenciar as iniciativas de potencialização deste importante segmento do turismo. Por isto, a presente proposta embute o compromisso de empenho máximo e de adoção de todas as medidas necessárias para o estímulo a eventos náuticos, a proteção aos velejadores, a captação de investimentos em marinas e em serviços especializados de construção e reparo de embarcações e a implantação de novos piers turísticos no estado.

VI - Turismo Cultural Após três anos de completo abandono e degradação, uma proposição de reforma do Pelourinho como a feita pela atual administração, em pleno período eleitoral, não soa convincente, muito menos séria. Além dos baianos em geral e dos moradores e comerciantes locais, a politização desta matéria tem um outro evidente perdedor: o turismo da Bahia. Nosso compromisso histórico e reconhecido com este Patrimônio Cultural Material da Bahia e da Humanidade será retomado com vigor, tanto com a continuidade das etapas de obras ainda não efetuadas seja com a presença forte e integrada do Estado, na adoção de todas as medidas necessárias e suficientes para sua revitalização, com especial atenção para a segurança e o apoio ao desenvolvimento de programação de atividades culturais de nível e intensidade compatíveis com a importância desta área para nossa história e para nosso turismo. A atenção governamental com outros sítios do nosso Patrimônio Cultural Material, além do Pelourinho, também será retomada e fortalecida, reafirmando nossa marca de compromisso com este setor. Para tanto, serão explorados todos os meios disponíveis, como os programas federais pertinentes, o incentivo à iniciativa privada e a captação de investimentos de fundos internacionais de apoio a esta área.

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Outras iniciativas relevantes no âmbito do resgate e revitalização do nosso Patrimônio Cultural material e imaterial incluem:

A. Implantação de programa de educação afro-indo-brasileira no sistema de ensino público, com o propósito de fortalecer em nossas crianças, jovens e adultos os elementos que conferem identidade cultural ao nosso povo;

B. Implantação de programa de formação cultural afro-indo-brasileira em nível superior tecnológico, incluindo história, línguas e etnias; música e dança; poesia e literatura; artes plásticas e artesanato; agro-negócio; pesca e mariscagem; e gastronomia, a fim de estimular a profissionalização de jovens e adultos e o aproveitamento econômico dos nossos valores culturais;

C. Apoio técnico e mercadológico a iniciativas de empreendedorismo cultural voltado para o aproveitamento dos valores culturais existentes;

D. Implantação de programa de bolsa cultural para crianças, jovens e adultos engajados em projetos sociais de resgate e valorização;

E. Implantação de programa de estruturação e promoção do patrimônio cultural material e imaterial afro-indo-brasileiro, com oferta turística regional prioritária, através de roteiros regionais integrados que apresentem esse diferencial competitivo de alto valor agregado, resultante da autenticidade cultural e dos cenários históricos existentes;

F. Implantação de programa de estruturação de museus culturais a céu aberto em comunidades de alto nível de engajamento e autenticidade cultural imaterial, organizando sua oferta na forma de roteiros regionais integrados a serem comercializados diretamente pelo grupo local, através de venda direta ao turista, além da comercialização através dos agentes de viagem e guias de turismo; e

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G. Implantação de programa para a promoção integrada (regional) da oferta turística cultural material e imaterial no mercado nacional e internacional, para captação de visitantes.

VII - Sistema de Informações Turísticas As Fichas Nacionais de Registro de Hóspede (FNRH) têm processo de preenchimento fastidioso para o hóspede, custo elevado para os operadores do turismo e são subaproveitadas, por razões que vão do mau preenchimento à não remessa das fichas pelos hotéis e, especialmente, pelo fato de que, em papel, terminam por inviabilizar, até para fins de segurança, a sua plena utilização. A informatização da FNRH surge então como uma alternativa absolutamente exeqüível de solução para estes problemas, sem ferir a nova Lei Geral do Turismo e em sintonia com as diretrizes do Plano Nacional de Turismo, que prevê a estruturação de um Sistema Nacional de Informações Turísticas. A proposta, portanto, é retomar a implantação do Banco de Dados da Ocupação Hoteleira, iniciada em 2006 e injustificadamente descontinuada na atual administração estadual. Trata-se de sistema central on-line e “web-based”, destinado à coleta de informações sobre o turismo nacional e à criação de cadastro único de turistas e estabelecimentos, baseado nos dados constantes da Ficha Nacional de Registro de Hóspedes. Sua natureza informatizada facilitará a elaboração e disponibilização on-line de relatórios estatísticos para as autoridades locais, estaduais e nacionais do Turismo e da Segurança Pública, além de:

A. Servir de base fundamental para a criação do Sistema Nacional de Estatística do Turismo, previsto no Plano Nacional de Turismo;

B. Possibilitar e facilitar a realização de estudos e pesquisas sobre Turismo;

C. Reunir e sistematizar informações confiáveis e atualizadas do turismo nacional e seus fluxos internos e externos;

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D. Revelar com mais nitidez as características e o dimensionamento da

oferta e da demanda turística, nos mercados nacional e internacional;

E. Integrar dados e informações turísticas com políticas de segurança pública estaduais e federais, aspecto especialmente importante quando da realização de eventos de grande apelo turístico como, por exemplo, a Copa do Mundo de Futebol de 2014;

F. Fomentar a qualificação e capacitação continuada dos meios de hospedagem baianos e brasileiros, frente à globalização verificada no segmento;

G. Criar as bases para o lançamento do Cartão Nacional do Turismo, como um instrumento de fidelização e fomento do DESTINO BRASIL.

VIII - TAX FREE Turístico Visando a estimular o incremento do turismo internacional na Bahia e adotando uma prática comum em muitos países mundo afora, a proposta é implantar um Programa de devolução do ICMS incidente sobre os produtos adquiridos na Bahia e levados ao exterior pelo turista internacional. Além do estímulo ao turismo propriamente dito, este programa certamente será também um grande incentivo ao comércio e à indústria da variada linha de produtos ligados ao turismo.

XIX - Postos de Formação e Informação Turística Infelizmente, na atual administração, os turistas perderam o acesso à informação turística sobre o nosso Estado. Havia 13 Postos de Informação em 2006. Nenhum foi acrescido e, pior, muitos estão fechados ou com funcionamento absolutamente precário, como se observa no Aeroporto de Salvador, na Praia do Forte, em Lençóis e em Ilhéus. A proposta, pois, é reativar esses postos e introduzindo o conceito Central de Relacionamento com o Turista, para garantir aos nossos visitantes

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informação turística de qualidade. Além disto, e já tendo em vista eventos como a Copa de 2014, os postos de Informação passarão a atuar também como centros de formação turística, instruindo e formando a comunidade local no receptivo dos nossos visitantes.

Nesta linha, os novos postos terão ambiência que identifique e divulgue o Destino Bahia; terão fortalecida sua estrutura de serviços de apoio ao turista, com telefone público, serviços bancários do tipo 24 horas e terminais CyberNet, por exemplo; e terão estrutura própria para exposição e comercialização de artesanato local e souvenirs e para a difusão das boas práticas do turismo ambientalmente sustentável.

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4. Política de Meio-ambiente

O êxito das políticas públicas ambientais verdadeiramente comprometidas com a sustentabilidade deriva de sua capacidade de, no estrito cumprimento da legislação ambiental, alcançar o equilíbrio na aplicação dos seus instrumentos de comando e controle e dos seus instrumentos econômicos.

O paradigma centrado exclusivamente na reparação, fiscalização e punição há que ser contrabalançado com uma postura de fomento às iniciativas, públicas ou privadas, que se demonstrem de fato sustentáveis. Afinal, o conceito de sustentabilidade não se confunde nem se restringe à mera preservação.

O alcance dos objetivos dessas políticas demanda, portanto, a criação de uma ambiência político-institucional dentro da qual não se transija com o rigor técnico e legal nos procedimentos, mas, na mesma medida e com o mesmo vigor, exija-se o compromisso com os legítimos anseios e necessidades de desenvolvimento econômico e social das gerações atual e futuras de baianos.

Este é o marco filosófico em que se assenta a política de gestão ambiental aqui apresentada.

I - Adesão das Instituições Executivas a Política Ambiental Respeitados os marcos legais que se lhes impõem em seus respectivos âmbitos, as instâncias responsáveis pela execução da gestão ambiental do estado atuarão de forma harmônica, institucional e consentânea com as diretrizes das políticas públicas setoriais, desestimuladas quaisquer iniciativas personalistas ou partidárias que comprometam o cumprimento dos seus propósitos institucionais. Para tanto, o compromisso é com a gestão técnica desses órgãos e com o estabelecimento de regras que os comprometam exclusivamente com suas funções institucionais de gestores ambientais.

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II - Compromisso com Agilidade Não raro a lentidão na execução dos procedimentos exigidos dos órgãos ambientais pode, ela sozinha, significar a inviabilização da concretização de um projeto ou empreendimento econômica ou socialmente importante, mesmo que as exigências técnicas e legais visando à garantia da sustentabilidade pudessem ser adequadamente atendidas pelas empresas ou entidades pleiteantes. Ou seja, por sua lentidão, ao invés de agentes do desenvolvimento sustentável, os órgãos ambientais terminam, nessas ocasiões, por se transformar em verdadeiros entraves ao desenvolvimento e ao alcance dos anseios da sociedade. Por isto, o compromisso da presente proposta é com a agilidade na execução dos procedimentos técnicos e burocráticos dos órgãos ambientais estaduais. Para tanto, investir-se-á na ampliação e modernização da base tecnológica e de informatização, bem como na valorização e capacitação continuada e permanente das equipes técnico-administrativas dessas entidades, oferecendo-lhes, com isto, os meios necessários e suficientes para uma resposta rápida aos pleitos da sociedade, sem prejuízo do cumprimento das exigências legais e dos valores basilares da sustentabilidade.

III - Educação Ambiental A educação ambiental constituirá iniciativa permanente e transversal em todas as ações da administração pública estadual, com ênfase no uso racional da água, na biodiversidade, na gestão de resíduos e nos princípios da sustentabilidade. O público alvo preferencial serão as crianças e os jovens, alcançados de forma direta nas escolas de Educação Básica e na comunidade, por agentes ambientais especialmente capacitados para esta atividade, e por

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meio de campanhas públicas comprometidas com a incorporação dos valores ambientais pela sociedade.

IV - Criação do ICMS Ecológico O ICMS Ecológico constitui uma importante ferramenta fiscal, criada pioneiramente no estado do Paraná, para fomentar a proteção ambiental. Consiste na alteração dos critérios de divisão do ICMS pela redução do percentual destinado ao Valor Agregado Final (VAF) e repasse da diferença por critérios de ordem ambiental ligados à Conservação Ambiental, ao Saneamento Ambiental, à Proteção de Mananciais e à Educação Ambiental. Dentre seus benefícios diretos e indiretos destacam-se: (a) o aumento dos recursos destinados à proteção e à educação ambiental; (b) a possibilidade de municípios sem forte vocação econômica contarem com uma fonte significativa de recursos para suas atividades em favor de ações sustentáveis; (c) o estímulo ao ecoturismo; e (d) a melhoria da gestão ambiental municipal e dos seus gestores.

V - Licitações Verdes Por esta proposta, um percentual das licitações estaduais será destinado a produtos que sejam feitos com materiais renováveis e/ou reciclados ou de produtos que reconhecidamente tenham sido produzidos sob parâmetros de sustentabilidade. A utilização do poder de compra do estado será um elemento forte de estímulo à produção de bens a partir de matrizes renováveis; de fomento ao desenvolvimento de tecnologias limpas; de criação de padrão de competitividade em bases sustentáveis; e de estímulo ao surgimento de novos empreendimentos com foco em recuperação/reuso ambientais.

VI - Inovação e Meio Ambiente

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O estreitamento dos laços entre a área de Ciência, Tecnologia e Inovação e a área ambiental será estimulado, de modo a promover a geração e o uso de tecnologias limpas nos processos produtivos. Para isto os atores tecnológicos serão mobilizados em torno de editais específicos que apóiem a formação e estruturação de redes interinstitucionais de pesquisa, fomentem incubadoras ambientais e se dediquem aos principais itens da agenda ambiental do estado. Esta iniciativa estimulará o desenvolvimento de tecnologias de ponta nas áreas de recuperação de resíduos, tratamento de efluentes e reuso de água; a capacitação de diferentes atores sociais envolvidos com a temática; e a promoção de sinergias entre áreas afins para a superação de problemas concretos do estado na área - sobretudo em se tratando de passivos ambientais relevantes e ativos ambientais significativos.

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5. Política de Saneamento e Recursos Hídricos

No campo do Saneamento Básico e Ambiental e da Gestão dos Recursos Hídricos ainda há vários pontos a atacar na Bahia. Como se sabe, os investimentos em água e em saneamento têm retorno assegurado pelo seu caráter social e ambiental e pelos seus efeitos na saúde e na qualidade de vida das pessoas, reduzindo tanto a perda de vidas quanto os gastos públicos com o atendimento de saúde.

A Bahia precisa e merece ter seus rios limpos, sua água usada em bases sustentáveis e sua população atendida com serviços de abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgotos de qualidade e pelo menor custo possível.

Esta Política de Governo de Saneamento e Recursos Hídricos assume este compromisso, centrando seu foco no aumento da cobertura dos serviços de saneamento e de abastecimento de água e na gestão adequada dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos do estado, com a execução do conjunto de ações a seguir desdobrado.

A. Expansão dos serviços de esgoto tratado, ainda muito aquém do

desejável, para garantir que, além da Região Metropolitana de Salvador, uma quantidade mínima de 100 municípios sejam atendidos. Note-se que, no que se refere à atuação da EMBASA e excluindo-se a RMS, apenas cerca de 50 municípios têm rede de esgotamento sanitário com tratamento. Ainda assim, metade desses municípios não tem sequer 20% de sua população atendida por este serviço (tratamento). Trata-se, portanto, de um empenho governamental muito vigoroso.

B. Construção de barragens que potencializem o uso sustentável da

água nas bacias do Rio de Contas, Rio Paraguaçu, Rio do Antônio, Rio Gavião e Rio Santo Onofre, além de barramentos de menor porte que levem à perenização de vários rios regionalmente importantes, como o Rio Santo Onofre e outros;

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C. Execução das adutoras a partir do reservatório da barragem Bandeira de Melo, construída na administração anterior e infelizmente não aproveitada pela atual administração para beneficiar a população daquela região;

D. Execução das obras de adução indicadas a partir das barragens

anteriormente referidas, visando ao abastecimento de água de mais de uma centena de povoados, distritos e sedes municipais, bem como à ampliação da produção agrícola irrigada no estado;

E. Continuação e ampliação do Projeto Tucano, iniciado na

administração anterior e praticamente paralisado na atual, uma vez que o segundo lote do programa (a que o governo atual se refere como primeiro) só agora no segundo semestre de 2010 tem suas obras iniciadas;

F. Solução de situações críticas de ameaça de colapso no

abastecimento de água, como a de Itabuna, das regiões de Guanambi, Irecê, Senhor do Bonfim, Jacobina, Macaúbas, Boquira e da Região do Sisal. Dado o elevado volume dos investimentos necessários para essas obras, este esforço será compartilhado com o governo federal, na linha das ações compensatórias pela transposição das águas do Rio São Francisco;

G. Ênfase no Saneamento Rural, com foco nos pequenos núcleos

populacionais do semi-árido ainda não atendidos, nas populações indígenas, nas comunidades quilombolas, além dos povoamentos próximos a cursos d’água ainda não abastecidos, reafirmando a prioridade do governo com as populações rurais pobres do estado. A opção preferencial será sempre por sistemas convencionais de abastecimento, com água canalizada em cada domicílio;

H. Eliminação dos entraves burocráticos que impedem o avanço do

PAC-Saneamento no atual governo, como demonstra o fato de que o governo atual não conseguiu realizar sequer a metade do que deveria ter sido executado neste programa até o presente;

I. Avanço no ordenamento institucional do setor de Saneamento na

Bahia, reconstruindo a articulação deste com a gestão de recursos

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hídricos, com maior proveito para o crescimento do índice de tratamento dos esgotos urbanos;

J. Criação um programa assemelhado ao PRODES, criado pela Agência

Nacional de Águas em 2001, para realizar a “compra de esgoto tratado”, objetivando o aumento da taxa de cobertura do serviço de tratamento de esgoto no estado;

K. Apoio aos municípios na elaboração e execução dos seus

respectivos Planos Diretores de Limpeza Pública, melhorando as condições do ambiente urbano e contribuindo para a preservação dos rios mediante uma disposição adequada dos resíduos finais;

L. Ainda nesta linha, apoio aos municípios para que se alcance a

cobertura de 98% de toda a população urbana do Estado servida com coleta e transporte do lixo e a universalização de aterros sanitários e simplificados para municípios com populações maiores e menores do que trinta mil habitantes, respectivamente;

M. Apoio aos municípios na execução de obras e intervenções

indicadas por estudos relativos à drenagem urbana, objetivando melhorar a convivência com grandes chuvaradas em algumas cidades de maior porte;

N. Apresentação periódica à sociedade da melhoria nos índices de

saúde pública comparados com a evolução dos investimentos em saneamento, divulgando a importância de todos colaborarem com o saneamento básico e ambiental;

O. Inserção vigorosa do uso racional da água nos programas

governamentais de educação ambiental;

P. Retomada e intensificação do monitoramento da qualidade das águas dos nossos rios e dos nossos aqüíferos subterrâneos; e

Q. Apoio aos comitês de bacia hidrográfica, muitos dos quais criados

na administração anterior, despartidarizando-os e contribuindo para o aprimoramento de suas ações institucionais voltadas para a defesa e o aproveitamento sustentável do potencial das respectivas das bacias.

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6. Política de Ciência, Tecnologia e Inovação

O mundo vive um acelerado processo de valorização do conhecimento, potencializado a partir do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação e de outras áreas do conhecimento, a exemplo das engenharias, da biotecnologia, da nanotecnologia e da gestão.

A recente crise econômica aprofundou ainda mais o entendimento de que agregar valor, ampliar a competitividade e contemplar a sustentabilidade são fundamentais para os negócios e as organizações.

O foco em desenvolvimento tecnológico e inovação como elemento-chave da competitividade está priorizado nas nações mais ricas do mundo. Os países desenvolvidos entenderam essa dinâmica previamente e as potências emergentes, principalmente China e Índia, já acompanham essa direção em diversas áreas.

A partir de 1996, o Brasil aperfeiçoou seu marco regulatório relacionado à propriedade intelectual (Lei de Propriedade Industrial, 1996); criou os Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia (1999), mobilizando recursos para o fortalecimento da infra-estrutura científica e tecnológica; ampliou os recursos ao longo de toda a década de 2000; elaborou e implantou a Lei de Inovação (2004) e os benefícios fiscais à inovação (2005), criando mecanismos de incentivo às empresas, aproximando academia e empresas, e alocando recursos para esses desafios; definiu a PITCE – Política industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (2004) e a PDP - Política de Desenvolvimento Produtivo (2008), orientando empresários e sociedade sobre as prioridades de desenvolvimento definidas pelo poder central.

Adicionalmente, incentivou a criação e consolidação de instituições muito relevantes para a área, como o CGEE – Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, as Conferências Nacionais, Regionais e Estaduais de CT&I, as Semanas Nacionais de C&T, as Olimpíadas Brasileiras de Matemática, além de centros de pesquisa, instituições tecnológicas, agências de fomento e universidades.

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O PAC de CT&I mobilizou entre 2007 e 2010 aproximadamente R$ 41 bilhões.

A Bahia sempre teve protagonismo na produção de conhecimento no Brasil. Além de historicamente contar com grandes cientistas, escritores e artistas, obras como a de Anísio Teixeira são lembradas como grandes contribuições para o desenvolvimento da Nação.

Em 1959, o estado criou a primeira fundação de apoio à pesquisa, que foi descontinuada posteriormente. Outras unidades da Federação implantaram suas fundações de amparo à pesquisa ao longo dos anos 1960, 1970, 1980 e 1990.

Até os anos 1990, a função C&T ficou limitada à SEPLANTEC – Secretaria Estadual de Planejamento, Ciência e Tecnologia.

Em 2001, o governo estadual criou a FAPESB – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estados da Bahia, agência estadual de fomento à ciência, tecnologia e inovação, criada de acordo com os mais modernos conceitos em prática no país na época.

No processo de implantação também foi definido um percentual da receita tributária líquida do estado para o orçamento anual da FAPESB, o que gerou grande ânimo por toda a comunidade científica, tecnológica e de empresas de base tecnológica e/ou inovadoras.

Em 2003, foi criada a SECTI – Secretaria Estadual de CT&I, a princípio extraordinária, com o objetivo de dotar a Bahia de órgão coordenador da política de estado da área.

A primeira tarefa da SECTI foi desenvolver, discutir e elaborar uma Política Estadual de CT&I que funcionasse como orientação para as iniciativas de todos os atores do Sistema Local de Inovação.

A Política desenvolvida e discutida em audiências públicas foi aprovada pelo Conselho Estadual de C&T, reimplantado em 2003, ampliado e com nova representatividade.

A política estadual de CT&I foi composta por quatro eixos témáticos: fortalecer a base científica, a competitividade empresarial, o desenvolvimento sócio-ambiental e realinhar a área de Tecnologia de Informação e Comunicação, entendida como portadora de futuro. Além dos eixos, a Política Estadual de CT&I escolheu dois projetos estratégicos:

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a implantação do Parque Tecnológico de Salvador e de um Programa de Inclusão Digital.

Assim, com um conselho estratégico estadual, presidido pelo governador do estado, uma secretaria estadual específica, uma política atualizada e desafiadora, uma agência especializada no fomento e recursos, estava criado o ambiente propício para que o desenvolvimento de CT&I passasse a ocupar lugar de destaque nas prioridades da sociedade baiana.

Todos os eixos temáticos e projetos estratégicos definidos na Política Estadual de CT&I obtiveram relevantes avanços no período 2003 – 2006, reduzindo a distância entre a Bahia e unidades da Federação de desenvolvimento mais acelerado com base em CT&I. O quadriênio foi caracterizado por esse clima positivo, de esperança e de recuperação do espaço perdido no âmbito nacional na área.

Ao final de 2006, a Bahia era classificada como o exemplo recente a ser seguido, com a profissionalização da atuação, recursos crescentes, prioridade estratégica, instrumentos e institucionalidades em pleno funcionamento.

Os resultados desse período são muito impactantes: duplicação do número de cursos de doutorado disponíveis, ou seja, fábricas de gente qualificada para fazer face aos desafios de desenvolvimento do estado; viabilização de mais de 10 mil bolsas e projetos de pesquisa e inovação; modernização e criação de laboratórios de pesquisa; desenvolvimento de novas instituições e projetos estratégicos, aquisição de equipamentos; inclusão da agenda de inovação junto às empresas; e uma ampliação significativa das ações junto ao cidadão, através dos Infocentros, centros digitais de cidadania, com oferta variada de serviços públicos.

Um projeto estratégico relacionado às empresas, o Programa de Fortalecimento da Atividade Empresarial – PROGREDIR, teve seu financiamento contratado junto ao BID, passando a contar com recursos relevantes para o desenvolvimento econômico e social a partir de Arranjos Produtivos Locais.

O Projeto TECNOBAHIA – Parque Tecnológico de Salvador é a iniciativa mais relevante e complexa da Política Estadual de CT&I.

Há mais de 1.000 projetos de parques tecnológicos em planejamento ou implantação no mundo, sendo que cerca de 50 deles são no Brasil.

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Os parques de C&T são entendidos como espaços urbanos privilegiados de aglutinação de empresas de alto potencial, corporações líderes na área de tecnologia, universidades, centros de pesquisa, agentes públicos, fontes de financiamento, laboratórios e áreas de convivência.

Os parques científicos e tecnológicos exercem forte poder de atração junto às empresas que exigem mão de obra de alto nível, com remuneração diferenciada.

Com o início de nova gestão no poder executivo estadual, estará aberta nova possibilidade de realinhamento dos esforços da Bahia na área de CT&I.

A agenda será intensa e deverá ser pautada por:

A. Clara prioridade à função CT&I na agenda do Governo Estadual: além de dever fazer parte da comunicação do governo estadual, os recursos constitucionais serão garantidos no orçamento e executados conforme os preceitos legais;

B. Alinhamento de CT&I com as prioridades da sociedade baiana: a inovação deve contaminar positivamente todas as demais funções do estado, principalmente saúde, segurança, educação e gestão, que precisam de novas soluções com base em conhecimento e tecnologia. É preciso dar o salto qualitativo que essas atividades exigem, articulando os planos específicos das áreas, valorizando a agregação de conhecimentos e a articulação entre governo, instituições de ciência e tecnologia e empresas;

C. Discussão de nova Política Estadual de CT&I: organização de agenda de construção participativa e democrática da nova política estadual para a área, atualizando a proposição de 2003, frente às novas demandas e oportunidades identificadas, a exemplo das energias renováveis, da sustentabilidade, do pré-sal e da Copa do Mundo 2014;

D. Revalorização do Conselho Estadual de CT&I: recomposição qualificada e definição de agenda estratégica para o conselho;

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E. Valorização da atuação operacional integrada SECTI-FAPESB: planejamento integrado entre as principais instituições do poder executivo estadual de forma a potencializar a execução da Política Estadual de CT&I;

F. Alinhamento com as políticas e programas federais, privilegiando parcerias: a lógica de descentralização de recursos por parte do Ministério de Ciência e Tecnologia deve ser entendida como oportunidade de alavancagem dos recursos estaduais, a partir da cooperação em todas as iniciativas que possuam condições de replicabilidade na Bahia;

G. Operacionalização do TECNOBAHIA: o tempo de maturação do projeto do parque tecnológico exige que ocorram rápidos avanços. A inauguração da infra-estrutura básica e do prédio principal devem ser entendidas como medidas prioritárias para a viabilização do projeto. As regras de ocupação devem ser explicitadas e discutidas com a sociedade, especialmente com empresas locais e instituições de ciência e tecnologia.

I –Diretrizes em Ciência, Tecnologia e Inovação

O lugar a ser perseguido pela Bahia com base em ciência, tecnologia e inovação deve ser ampliado, com ambição global.

A proposta de ação está baseada em duas questões básicas:

A. Ciência, Tecnologia e Inovação são decisivas para a qualidade de vida do cidadão. O desenvolvimento de iniciativas de ciência, tecnologia e inovação possui forte carga simbólica, estando associado a questões que interferem na qualidade de vida da população, com forte apelo, especialmente junto aos estratos mais jovens da população;

B. Ciência, Tecnologia e Inovação são muito importantes para a Gestão Pública. O desenvolvimento de esforços de ciência, tecnologia e inovação está muito associado à eficiência da gestão pública, por permitir a racionalização de processos e, principalmente, a capacidade de atendimento aos desafios do governo.

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Em função dessas questões básicas, os principais elementos da Política de Ciência, Tecnologia e Inovação são:

A. Tecnologia e Inovação para Desenvolvimento Social: a incorporação de avanços do conhecimento permitem efetivas melhorias da qualidade de vida da população, a partir da intensificação de instrumentos e tecnologias no setor público, bem como o desenvolvimento e difusão de inovações que ajudem a solucionar problemas relevantes em áreas como gestão, segurança, saúde e educação. Na área social, a tecnologia deve viabilizar melhor e maior acesso aos serviços públicos e privados, a exemplo de capacitação, lazer, segurança, saúde, obtenção de documentos, exercício da cidadania, entre outros. Isso pode ser viável a partir da articulação dos Infocentros e das novas iniciativas de expansão da banda larga no país;

B. Tecnologia e Inovação para Desenvolvimento Econômico: o foco é a geração de emprego e renda, a partir do fomento à interação entre as fontes de conhecimento e o setor produtivo, especialmente estruturados em Arranjos Produtivos Locais, incentivando esforços de inovação e de empreendedorismo, que reforçam a competitividade dos negócios, estimulando a criação de oportunidades de ocupação qualificada em diversos níveis, além da atração de investimentos e da ampliação do atendimento ao cidadão. Devem ser criados estímulos e melhores condições sistêmicas para a inovação e para o desenvolvimento da atividade empresarial, visando a criação de novas oportunidades, a melhoria da competitividade das empresas, especialmente em fomento, capacitação, incentivos fiscais e desburocratização;

C. Tecnologia e Inovação para Melhoria na Gestão Pública: as novas tecnologias possuem grande potencial de contribuir para a melhoria da gestão pública nas áreas de segurança, por exemplo, através da ampliação do monitoramento por câmeras de regiões com alta incidência de crimes; na área de saúde, com as novas técnicas de diagnóstico, que aceleram os processos de cura, ou com a marcação virtual de consultas e exames; na área de

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educação, com as vantagens da educação à distância e das novas tecnologias de ensino-aprendizagem; e no planejamento e gestão, ampliando as oportunidades de acesso aos serviços públicos;

D. Fortalecimento do Capital Social e Humano: para fazer face a todos os desafios de desenvolvimento, em tempos de Sociedade do Conhecimento, em que o principal ativo está baseado em pessoas, é crucial investir na formação de recursos humanos. Isso inclui o fortalecimento da base científica, para ampliar a formação de pessoas, o desenvolvimento acelerado de oferta de cursos técnicos de curta duração com foco específico em áreas com demandas prioritárias, a exemplo de construção civil, tecnologia da informação, energia e saúde, e na articulação permanente com os setores demandantes, a fim de ajustar os parâmetros de formação.

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7. Política Industrial

O novo processo de industrialização e desenvolvimento econômico da Bahia não pode desprezar os seus dois grandes pilares de sustentação: aquele de natureza complementar à matriz industrial brasileira e que resulta da produção de insumos industriais, principalmente química e petroquímica; e o segundo caracterizado por ser de economia integrada ao agronegócio brasileiro e mundial de grãos, frutas e papel e celulose.

Esta complementação e integração fizeram da economia baiana a sexta do país e um espaço importante da acumulação de capitais a nível global. Por outro lado, o modelo de desenvolvimento formou uma sociedade com uma grande concentração espacial, socioeconômica e setorial da riqueza e do produto, além de diversos contrastes, como o fato de abrigarmos a maior população rural do país e o maior contingente de produtores de subsistência.

Com a implementação de um novo ambiente macroeconômico a partir dos anos 90, a indústria baiana passa por uma reestruturação produtiva, principalmente no pilar integração, além da vinda de novos investimentos em setores globalizados, a exemplo dos setores calçadista, automotivo e de pneus.

Neste novo período, os indicadores apontam uma lenta mudança na estrutura econômica. Existem na Bahia áreas que praticam uma produção moderna e globalizada, comandada pelo capital financeiro nacional e multinacional, que precisam ser incentivadas e expandidas.

O apoio ao adensamento da cadeia produtiva da agroindústria baiana, seja pela produção de insumos, seja pela agregação de valor e processamento industrial da produção, expandindo sua integração ao agronegócio moderno brasileiro, precisa ser visto imediatamente como uma janela de oportunidade. Os Grãos no Oeste, o papel e celulose no extremo-sul, a fruticultura no médio São Francisco, precisam de incentivos e esforços de coordenação do Governo, para expandirem sua matriz industrial.

A grande meta industrial para a Bahia é estabelecer condições logísticas e infra-estruturais necessárias para o desenvolvimento de arranjos

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produtivos e adensamentos de cadeias nas sub-regiões de gestão, que devem trabalhar em sintonia e criar no estado da Bahia uma economia baseada em redes. A integração da Bahia à matriz logística do Brasil é fundamental, para gerar alternativas de escoamento e de intercâmbio comercial com os estados limítrofes, seja por rodovias, hidrovias ou ferrovias. Daí a necessidade de aportes federais, além de projetos estruturantes de longo prazo, em uma rede multimodal que reconecte, em curto prazo, a Bahia aos estados vizinhos e ao Brasil.

I - Matriz Industrial em Rede O Estado na Bahia deverá induzir, atuar na promoção e estruturar uma forma de inserção produtiva industrial que crie nova dependência. No sentido atual, depender quer dizer participar, estar integrado aos crescentes fluxos de comércio e investimentos mundiais. Para tanto, deve centralizar seus esforços sistêmicos na montagem de uma rede de logística, educação e qualificação da sua população, ações de resto destacadas neste Plano de Governo, buscando a integração aos mercados a partir de uma matriz industrial consistente, sustentável e competitiva Deve-se reter o fato de que uma economia baseada em redes é intensiva em coordenação. Isto quer dizer que os mecanismos institucionais prevalentes em épocas anteriores devem ser remodelados. A questão passa pela organização e montagem de condições sistêmicas e uma grande ênfase no papel do planejamento do sistema de apoio. Nesta perspectiva, a política industrial e a atração de investimentos focalizará aqueles segmentos fornecedores das externalidades fundamentais para o avanço do investimento privado nacional e internacional na economia do estado. O estado da Bahia combina regiões que acolhem atividades novas para a realidade do Nordeste do Brasil com a necessidade de recuperar pólos produtivos em novas bases, uma vez que os problemas neles encontrados são de natureza sistêmica, demandando, portanto, planejamento e coordenação estatal. Em alguns casos trata-se de aproveitar o conhecimento acumulado e a infra-estrutura – ainda que deficitária – já instalada. Em outros, capacitar o estado para enfrentar a concorrência de pólos de elevada produtividade de outras regiões do país – já inseridas

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nacional e internacionalmente – utilizando as vantagens reveladas pelo estado.

II - Expandir a Agroindústria Em uma mesma região convivem problemas de natureza distinta, desde aqueles relacionados às tarefas de recuperação da atividade cacaueira e da capacidade instalada na região até os problemas originados do protagonismo social que se opõe a investimentos em cadeias agroindustriais já consolidadas e inseridas internacionalmente, como no caso da instalação de novas plantas de papel e celulose com base em fibra curta no sul da Bahia. Regiões em que o empreendedorismo criou as bases de uma nova atividade no estado carecem de infra-estrutura, redes de difusão de conhecimento tecnológico e de mecanismos de inserção produtiva que as coloquem em mesmo nível para competir com as regiões já estabelecidas - e altamente capacitadas. Tal situação seria desejável - pois os sinais estão claros - se o estado não tivesse limitações em sua capacidade de investimento, potencializada pelo crescente aumento, nos últimos anos, do custeio da máquina estadual e perda de investimentos diretos do tesouro estadual e de financiamento do FNE e do BNDES para outros estados. Portanto é necessário o enfrentamento da questão de aumentar os investimentos públicos estaduais na infra-estrutura para atração e desenvolvimento industrial, com base em um estado mais direcionado a metas e produtividade da máquina. Situações há em que a atividade econômica está em franca decadência, mas, devido ao potencial do Estado e sua importância no cenário nacional, não cabe abandoná-la à própria sorte. Nestes casos se exige, além da mobilização de recursos, conhecimento dos problemas, uma vez que eles estão combinados de forma a criar um estado de paralisia que aumenta a probabilidade de fracasso de qualquer tipo de proposição isolada. Trata-se aqui especificamente da região Sul do Estado e da produção cacaueira, que colocou a Bahia em destaque no cenário nacional nas décadas de 70 e 80 e que hoje combina baixa produtividade com

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desemprego e crise social. A recuperação da matriz industrial cacaueira, aproveitando nichos de mercado, com investimentos em novas tecnologias, terá que ser uma das prioridades. Há de se contornar também os conflitos decorrentes dos investimentos realizados em papel e celulose no Sul da Bahia, derivados em parte das características de monocultura e enclave do plantio do eucalipto de fibra curta, que apesar de apresentar inserção internacional, capacidade empresarial e demanda de mercado, sofre a oposição de grupos locais. Neste caso, a diretriz principal parece ser a implantação de sistemas que motivem a geração de externalidades sociais por parte desses empreendimentos, notadamente a implantação de uma APL do Pólo Moveleiro liderada por uma indústria de compensados e aglomerados, possibilitando tanto a expansão da indústria de celulose, quanto a dinamização da economia local a partir de uma indústria de uso intensivo de mão de obra. Outra ação é o aproveitamento do potencial para a indústria de biodiesel pela formação de redes de fornecedores crescentemente tecnificados e o estabelecimento de contratos de médio e longo prazo, que permitam, antecipadamente, evitar que intermediários condenem o cultivo ao círculo vicioso de baixo preço/baixa tecnificação que hoje marcam o cultivo. Há que se ter claro que ao fato de a Bahia ser o maior produtor de mamona do Brasil devem ser agregados, para configurar uma vantagem comparativa, os cultivos da palma e soja que apresentam maior facilidade para organizar a produção em bases competitivas, potencializando esta matriz industrial.

III - Apoio a Indústria Existente A continuidade da política de incentivos fiscais deve ser criteriosamente acompanhada e alinhada com o planejamento do desenvolvimento nacional, com plena articulação com os investimentos federais, evitando o aprofundamento do hiato entre o eixo sul-sudeste e o nordeste do Brasil. Não se pode abandonar programas setoriais que atraíram investimentos industriais de forte papel multiplicador para toda a estrutura produtiva do

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estado. Apesar de baseados em menor custo de produção para as empresas, alguns resultados interessantes foram alcançados. Desse modo o Desenvolve deve ser um elemento continuado e transitório, promovendo a expansão e modernização dos empreendimentos industriais já instalados, condicionado à geração de novos produtos, processos e difusão de tecnologia, com geração de novos empregos e compensação de investimentos infra-estruturais necessários a expansão da matriz. O futuro industrial da Bahia deve aproveitar a base existente para projetar novos avanços, diminuindo a dependência retroalimentada pelo sistema de incentivos, sem abandonar, entretanto, os programas de sucesso que aumentaram a demanda agregada e , por conseqüência direta, o nível de renda interna.

IV - Desenvolvimento Regional Observa-se que os “pólos dinâmicos” da economia baiana estão concentrados nas bordas do território e estabelecem fracas relações entre si, desempenhando atividades basicamente voltadas para o mercado externo e alguns pólos de serviços e turismo. Dentre os pólos mais relevantes, destacam-se: os municípios da RMS articulados com Feira de Santana e com os municípios de Alagoinhas, Catu e Pojuca (Macrorregião de Salvador) como centro industrial e econômico do Estado; o Extremo Sul, principalmente os municípios de Eunápolis e Teixeira de Freitas, cuja atividade relevante é a produção de papel e celulose; o cerrado baiano, onde o cultivo de soja e algodão, nos moldes do agro-negócio, determina importante o vetor de crescimento econômico do oeste do Estado; a região de Juazeiro, importante centro logístico e com atividades de fruticultura; Vitória da Conquista, Itabuna e Jequié, sendo pólos de serviços; e Ilhéus, como um pequeno pólo industrial e de turismo. Ressalta-se, entretanto, que no Estado não se desenvolveram municípios de porte médio e redes de cidades com dinâmicas complementares, mas sim cidades que polarizam algumas regiões do Estado. A criação dessa matriz sistêmica para suporte a interiorização industrial é o grande desafio proposto para o desenvolvimento regional. Em linhas gerais, do ponto de vista da dinâmica socioeconômica e sua relação espacial, observam-se na Bahia três grandes áreas: o Litoral, o

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Oeste e o “miolo” ou o semi-árido, cada uma com características específicas. Contrastando com as bordas do território baiano mais desenvolvidas, representadas pelo litoral e o oeste, o “miolo” – o semi-árido, que representa 2/3 do nosso território e onde moram 43% da população do estado, é pobre economicamente, sua base econômica é uma agricultura familiar não capitalizada e suas condições climáticas são ruins para a prática agrícola, necessitando de investimento em capital para cumprir seu papel de integração do estado baiano. Partindo-se destas três macro áreas definidas: litoral, miolo e oeste, e da necessidade da atuação do estado como indutor do desenvolvimento a partir de uma política única de divisão territorial e de atuação em cada uma das regiões na consolidação e fortalecimento de núcleos urbanos, pretende-se estabelecer a seguinte divisão em 7 macro-territórios, a saber: RMS ampliado, Baixo Sul, Extremo Sul, Semi-Árido Sul, Semi-Árido Norte, Baixo São Francisco e Extremo Oeste. Com a promoção de pelo menos uma cidade média em cada macro-território, pela política de descentralização administrativa regional do Eixo Desenvolvimento de Gestão deste Plano de Governo, procura-se garantir uma estruturação para o desenvolvimento cumprindo o Estado o papel de indutor, com a criação de uma nova economia urbana e de serviços em cada uma delas. O desenvolvimento regional e industrial consistente depende de um amplo programa de urbanização de vias para as cidades médias de cada uma das regiões, dotando-as de infra-estrutura suficiente para cumprir seu papel de articuladoras regionais e compondo uma rede de cidades motoras da desconcentração dos investimentos e descentralização administrativa. Uma maior densidade socioeconômica das diversas regiões do estado evitará a crescente concentração demográfica em Salvador, que agrava os problemas urbanos. A interiorização da gestão e dos investimentos industriais visa, entre outros efeitos, a diminuição da pressão social na capital, possibilitando um melhor planejamento urbano.

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A dinâmica econômica do estado encontra-se em seus extremos, sendo que a RMS ampliada produz 54,82% do PIB baiano. Esta é formada por 14 municípios dos 417 existentes do estado, ou seja, 3,4% dos municípios baianos produzem mais da metade do PIB estadual. A concentração socioeconômica na RMS; alguns pólos com dinâmica própria; e um grande espaço homogêneo, representado por municípios que não possuem uma dinâmica econômica bem definida e que estão à margem do desenvolvimento social e econômico, caracterizam a economia baiana, e isto precisa mudar com o estado assumindo seu papel de indutor, seja pela continuidade, sob uma nova matriz, da interiorização industrial, iniciada nos anos 90, seja neste novo momento, com a descentralização administrativa como indutor do desenvolvimento. Vale destacar adicionalmente que diversas regiões do estado são conhecidas por sua prodigalidade em recursos minerais, realidade, aliás, estabelecida historicamente, mas que vive um momento especialmente promissor com a entrada em cena das novas e importantes jazidas de minério de ferro descobertas nas regiões de Caetité e de Casa Nova – Sento Sé, e daquelas de bauxita da região de Jequié-Jaguaquara. Por sua considerável expressão econômica e grande impacto potencial no desenvolvimento de suas respectivas regiões, estes projetos merecerão especial atenção na política de industrialização e desenvolvimento regional, com suporte, incentivos e garantias necessários a sua viabilização.

V - Agência de Desenvolvimento da Bahia O padrão centralizado de formular e operar políticas públicas, marcado pela verticalidade na relação Estado-Sociedade, pela generalidade espacial e pela segmentação setorial, está dando lugar a um padrão descentralizado, caracterizado pela horizontalidade dessa relação, pela interação dos agentes/atores sociais envolvidos e pela integração e territorialidade das políticas públicas. Da mesma forma, estas transformações que vêm ocorrendo estão requalificando os métodos de planejamento econômico que, no Brasil, tradicionalmente mantiveram um corte centralizador. Nesse sentido, a planificação vem cedendo lugar à gestão do desenvolvimento. No que se

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refere às instituições pertinentes a padrões descentralizados de políticas públicas e de gestão do desenvolvimento, merece destaque a criação de instituições de caráter intermediário entre os setores público e privado - ou ‘mesoeconômicas’ - a exemplo das Agências de Desenvolvimento – ADs. Nesse sentido, as Agências de Desenvolvimento apresentam-se como uma alternativa institucional de organização de processos inovadores de formulação e operacionalização de políticas públicas. Apesar da variedade de suas atividades, de seus âmbitos de atuação e de suas formas institucionais, as ADs são, em geral, organismos criados sob o amparo do Setor Público, embora não sejam necessariamente de propriedade ou comando exclusivamente estatal. Situam-se, em geral, no mesoplano entre o público e o privado (nível público, mas não estatal) e são estatuídas de maneira concertada entre os agentes sociais envolvidos, possuindo elevada autonomia de ação. As Agências de Desenvolvimento (ADs) vêm sendo usadas como modelos integradores de ações dos setores púbico e privado. Têm por objetivo dar mais celeridade às ações estratégicas de desenvolvimento econômico e de políticas públicas. São uma iniciativa que se tem mostrado efetiva no exterior e em alguns estados do Brasil (Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerias, Ceará, etc.) A proposta é criar uma rede de Agências de Desenvolvimento Local (ADLs) na Bahia, constituídas sob a forma jurídica de associações, ONGs ou empresas públicas, sem fins lucrativos e espalhadas, objetivando um modelo de gestão integrada de desenvolvimento. Essas ADLs agirão como células independentes visando o diagnóstico, o fomento e o planejamento estratégico para o desenvolvimento econômico e social local. Através das ADLs, os municípios passarão a interferir, direcionar e gerenciar o processo de desenvolvimento econômico de sua comunidade, não ficando tão dependentes das ações e políticas públicas do governo central. O Projeto evidentemente inclui a AD Central, ou Agencia de Desenvolvimento Econômico da Bahia, que será uma Empresa Pública com atuação em nível estadual, responsável pela atração, gerenciamento e coordenação de projetos e negócios estruturantes nacionais e

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internacionais para o Estado, bem como pela elaboração de planos de negócios para empresas interessadas em investir no Estado, atuando na:

A. Atração de investimentos e negócios para os setores industriais, comerciais e de serviços;

B. Disponibilização de infra-estrutura e acompanhamento de projetos estruturantes para o estado;

C. Assessoramento empresarial e tributário;

D. Análises setoriais e identificação de potencialidades de investimento no estado;

E. Desenvolvimento e promoção institucional da Bahia no Brasil e no exterior, através da participação em feiras, eventos setoriais, conferências, rodada de negócios e seminários nacionais e internacionais;

F. Ações regionais de desenvolvimento econômico através das agências de desenvolvimento local (ADLs);

G. Articulação intergovernamental e interinstitucional com entidades em nível federal, estadual e municipal; e

H. Articulação com fontes de financiamento nacional e internacional. As ADLs, que serão implantadas em rede ligadas à Agencia Central, terão atuação em nível regional e serão co-financiadas pelo Estado e operadas pelos próprios municípios e regiões (prefeituras municipais e lideranças locais), como empresas privadas focadas na geração de oportunidades de negócios para os setores produtivos locais. Inicialmente o modelo seria aplicado a municípios que apresentem alguma forma de desenvolvimento (ex: Pólos e distritos industriais, um setor terciário forte, potencialidades minerais, agroindústria, etc.) e depois seria replicado para outras sedes regionais.

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As linhas de atuação que estarão presentes na maioria de casos de ADLs locais e sua rede de serviços aos agentes sociais envolvidos, serão focada na informação, capacitação, inovação tecnológica, design, marketing, internacionalização dos negócios, adensamento de cadeias produtivas e articulação de financiamentos. A idéia central é a criação de um novo modelo de desenvolvimento para a Bahia, através de uma rede de agências de desenvolvimento, para avançarmos no padrão descentralizado de relação Estado-Sociedade, ancorado nessas agências locais.

VI - Arranjos Produtivos Locais A Bahia mantém um perfil muito concentrado setorial, empresarial e espacialmente. A estratégia industrial tem de passar pela diversificação e adensamento da base econômica com inclusão social, cabendo ao estado o papel de articulação e fomento à expansão da indústria em novos moldes, rompendo com o modelo concentrado na produção de bens intermediários, com rígidos padrões de verticalização e produção. A criação de uma rede articulada de micro e pequenas empresas de base tecnológica com impacto em todo o território baiano é fundamental a este processo de interiorização do desenvolvimento e da matriz produtiva da Bahia. O fortalecimento dos mecanismos de cooperação entre empresas abre espaço para a disseminação das ações de fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais – APLs. A retomada deste processo, iniciado institucionalmente em 2004, e desprezado pelo atual governo, será uma das principais metas da nova política industrial, estimulando a capacitação tecnológica e a inovação dos agentes envolvidos nas redes identificadas de cooperação, fortalecendo os arranjos produtivos e alinhado as ações estaduais às recomendações das instituições multilaterais de crédito. A expansão e consolidação do CrediAPL será priorizada, a despeito do reduzido volume de operações, pois os resultados deste tipo de ação pública pulverizada dependem de continuidade e criação de cultura empreendedora, fundamentais ao sucesso dos Arranjos Produtivos.

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A formulação de propostas alternativas ao desenvolvimento baseadas na formação de APLs deve ser intensificada e ampliada, com fortalecimento tecnológico e capacitação, estreitando os vínculos intersetoriais, adensando as cadeias produtivas e aproveitando a estratégia de desenvolvimento regional baseada na desconcentração e fomento à formação de capitais regionais que podem conferir sustentabilidade às iniciativas. Portanto, organizar novos APLs em municípios com vocação econômica já mapeada é uma meta prioritária da nova política industrial. Agrupadas em Arranjos Produtivos Locais – APLs, as pequenas e micro empresas se tornam mais eficientes e capacitadas para a competição no mercado interno e externo, pelo aprimoramento da qualidade, pelo maior uso de inovações e pelo estímulo à capacidade associativa e aos laços de cooperação entre empresas e empresários. Há maior geração de valor adicionado pelas empresas, com impacto positivo sobre o emprego e o desenvolvimento regional. O novo governo implantará novos APLs, além de fomentar a consolidação, ampliação e interiorização dos APLs de Tecnologia da Informação, Transformação Plástica, Confecções, Fruticultura, Fornecedores Automotivos, Turismo, Piscicultura, Derivados da Cana, Caprinovinocultura, Rochas Ornamentais e Sisal.

VII - Expansão da Indústria Petroquímica A base da matriz industrial baiana precisa ser revigorada e estimulada, evitando perda de competitividade. Na economia baiana é fundamental evitar a estagnação dos segmentos industriais básicos, a exemplo da Petroquímica e Petróleo e Gás. Após mais de 30 anos de operação, o Pólo Petroquímico de Camaçari, para se manter competitivo em escala global, necessita de uma revitalização, com suporte em fatores geradores de custos, como matéria-prima, logística e energia. Na infra-estrutura, além das ações em estradas – com a consolidação das PPPs na zona de influência –, a estadualização da Autoridade Portuária na Bahia, com imediata modernização dos portos de Aratu e Salvador, a reestruturação do modal ferroviário com a implantação do anel de

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Camaçari e a expansão da faixa de servidão das dutovias, serão tratadas de forma prioritária na política industrial do estado. Além das ações propostas de fomento à qualificação técnica, pesquisa e desenvolvimento tecnológico e equacionamento de questões ligadas ao ICMS, serão redefinidos os papéis do COFIC associando-o à Agencia de Desenvolvimento da Bahia, revisando conceitos e implantando ações baseadas na competitividade da cadeia petroquímica em curto, médio e longo prazos. A política industrial dará apoio à busca de matérias primas e energia que evitem a perda de competitividade, com suporte político junto à indústria de petróleo e gás. A minimização da adversidade do cenário mundial do eteno requer a disponibilização e precificação do gás natural em patamares compatíveis com o mercado norte-americano, com o fornecimento de gás de refinaria e nafta que garanta a competitividade das cadeias petroquímicas, aproveitando a oportunidade para o mercado de propeno, que pode ser disponibilizado em grande escala, capturando as margens crescentes do mercado internacional e alavancando a atração de novos investimentos em unidades consumidoras desse monômero, com a construção simultânea de projetos de ácido acrílico, polipropileno e isopropanol em escala econômica. Na área de petróleo e refino, a possibilidade de integração entre a refinaria e a central petroquímica deve ser estimulada, compartilhando correntes, matriz energética, ativos e serviços. O potencial estimado com a integração energética e correntes líquidas e gasosas que são sub-utilizadas nas operações isoladas é de 200 milhões de dólares anuais, com a utilização de tubovias para trocas de correntes e insumos. Outra demanda fundamental à expansão competitiva do Pólo Petroquímico de Camaçari, pela integração com a Refinaria, é a utilização de parte do gás de Manati e Gasene para separação do Etano, precificado em patamares internacionais, em substituição à nafta importada, estimulando a implantação de novas unidades de MVC/PVC. Em longo prazo a política industrial direcionada para a principal matriz da Bahia, passa pelo alinhamento produtivo entre petróleo, gás e refino com

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as atividades petroquímicas e a orientação dos investimentos de acordo com a vocação e as vantagens competitivas do complexo, como posição geográfica, acompanhando a tendência global de sustentabilidade, com a produção de biomassa, aditivos para bio-combustíveis, fertilizantes, defensivos agrícolas, plásticos de engenharia e produtos para tratamento de efluentes, entre outros.

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Eixo

Desenvolvimento de Gestão

A marca da inovação administrativa que caracteriza a Bahia desde a criação do SAC na década de 90, há que ser consolidada e modernizada.

Nesta frente, o caminho mais alinhado com a modernidade é o da expansão do modelo SAC para toda a administração pública. Mas não

apenas expandi-lo, senão também elevá-lo a um novo patamar de modernidade tecnológica para o atendimento não presencial, via internet,

por meio de computador, telefone, nos postos do SAC ou em terminais interativos públicos.

De outro lado, por sua vasta extensão territorial e suas diferenças regionais, a Bahia de hoje exige uma real descentralização administrativa, desconcentrando o poder da capital, para assegurar a presença do Estado

lá na ponta, com prestação eficiente de serviços públicos e com a interiorização do desenvolvimento econômico, social e ambiental.

O planejamento como ferramenta de gestão, com revisão de procedimentos orçamentários e da estrutura da administração pública, vai ser fortalecido para alinhar, de forma sustentável, a gestão governamental

com os melhores modelos administrativos, centrados na excelência da qualidade, na qualificação e valorização do funcionalismo e no

estabelecimento de metas e busca de resultados.

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1. SAC Net

De volta para o futuro: Criar ambiente eletrônico de total interação entre o cidadão e o governo – solução das demandas pela Internet – e-GOV.

Os governos de todo o mundo se esforçam para prestar serviços cada vez melhores aos cidadãos. Hoje já se conta com tecnologia para oferecer funções mais e mais complexas, ainda assim com alta qualidade, segurança e eficiência, dentro do conceito de eGOV, governo eletrônico.

Com o SAC, o primeiro governo Paulo Souto inovou na oferta de serviços públicos e revolucionou a forma de atendimento ao cidadão baiano. Pioneiro, este programa tornou-se modelo para outros estados brasileiros e para outros países, a partir do reconhecimento e premiação que recebeu da Organização das Nações Unidas.

Uma segunda e natural etapa deste processo, adequado ao conceito de “gastar menos com o governo e mais com a população”, será a implantação do SAC Net, reunindo e estendendo todos os serviços da administração pública para o ambiente Web.

Pela via da informatização, transforma-se não apenas a forma de registro de informações, mas, especialmente, a relação de proximidade entre o governo e o cidadão. A prestação do serviço público passa a chegar ao cidadão a qualquer tempo e onde quer que este se encontre, por seu computador ou telefone e em centros tecnológicos e de atendimento, como o próprio SAC, por exemplo.

Dentre as diversas áreas do serviço público que comportam essa modernização, já se pode, desde logo, indicar o registro eletrônico das ocorrências policiais, com disponibilização da cópia pela internet, a solicitação remota da 2ª via da cédula de identidade e o acompanhamento do processo de seu interesse nas instâncias policiais. Mas a meta é facilitar a vida do cidadão em toda a sua possível interação com o governo e em todas as áreas da administração pública, abrangendo, além da Segurança Pública, Saúde, Educação, Empregos, Desenvolvimento Social e outras, inclusive o acompanhamento, para fins de controle social, de todas as ações, projetos e contratos em execução no âmbito estadual.

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Ademais disto, o eGOV permite articular e integrar as formas de comunicação do governo com os cidadãos, com outras esferas (Municipal e Federal), com outros poderes (Legislativo e Judiciário), bem como com empresas e o terceiro setor.

Mediante a adoção de normas e linguagem comuns e de padronização tecnológica com foco no cidadão e não na burocracia, a articulação e a integração mencionadas possibilitarão que as funções de diferentes sistemas sejam dispostas em portais de serviços integrados, permitindo ao usuário, onde quer que esteja e a qualquer hora do dia, resolver seus problemas e obter os serviços que demanda de forma simples e rápida, sem o gasto de tempo e o desconforto que, de outra forma, lhe imporia a burocracia e independentemente de qual seja a entidade pública por ele demandada.

Mas, apesar da rede de computadores ter-se tornado cada vez mais importante e disseminada, muitas pessoas em áreas pobres e na zona rural não podem usar esta nova tecnologia e, por conseqüência, os serviços por ela disponibilizados.

Por força desta realidade, o Estado não apenas apoiará as ações federais de universalização da tecnologia de banda larga, para a superação da exclusão digital, mas, mesmo antes, buscará oferecer na maior proximidade possível dessas pessoas, instrumentos como Caixas Eletrônicos Interativos, que lhes permitam a um só tempo participar e usufruir dessa modernização dos serviços públicos e exercitar de forma mais plena seus direitos de cidadão.

A implantação do SAC Net envolverá um conjunto ambicioso de diretrizes, estratégias e metas de curto, médio e longo prazos, cumprindo-se as três seguintes etapas:

A. Desenvolvimento e oferta piloto de alguns dos serviços que

compõem o atual conjunto de serviços prestados pelo SAC, dentro das próprias unidades deste programa. Ao longo desta etapa estarão sendo definidas as soluções tecnológicas e legais para a transição de todos os serviços já prestados pelo SAC para o novo sistema do SAC Net;

B. Ampliação dos serviços abrangidos e oferta dos mesmos em Pontos de Acesso do Cidadão a serem implantados em escolas públicas, prefeituras, Infocentros, hospitais, estações rodoviárias, aeroportos

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e shoppings, no formato de caixas eletrônicos interativos. Concomitante com esta etapa, serão definidas as soluções para a expansão do programa para todas as demais áreas da administração pública estadual; e

C. Transição de todos os serviços e áreas da administração pública estadual para o ambiente Web e expansão da rede de oferta destes serviços para aproximá-la de todos os cidadãos baianos.

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2. Planejamento Estratégico: Contruindo o Futuro

A definição de uma agenda social, econômica, ambiental e fiscal claramente delineada será a base da concepção de um Estado ágil, moderno e que assuma seu papel de agente fundamental do desenvolvimento sustentável da Bahia; a instituição de sistema de avaliação permanente de indicadores de desempenho da gestão pública; e o comprometimento de todo o funcionalismo público, por meio de permanente qualificação e de benefícios diretos por resultados alcançados, ou meritocracia, são elementos decisivos na formatação do Estado necessário para a construção de uma Bahia sustentável e melhor.

O planejamento com a modernização da gestão pública voltada para a eficiência será assentado em três premissas básicas, a saber:

A. Qualidade Fiscal, com equilíbrio das contas públicas como pressuposto da ação governamental e da elevação da capacidade de investimento estratégico;

B. Gestão Eficiente, com ênfase na qualidade dos serviços e do atendimento ao cidadão, na produtividade do gasto setorial e na transparência da administração; e

C. Foco nos Resultados, com monitoramento e avaliação permanente do desempenho do Governo, mensurado pela evolução dos indicadores finalísticos, com Coordenação de Governo por Áreas de Resultados e com incentivos ao funcionalismo por Acordo de Resultado.

A estratégia contemplará o desenvolvimento baseado num conjunto integrado de ações para a construção de um estado focado em resultados, quais sejam: integração regional competitiva; sustentabilidade ambiental; perspectiva integrada do capital humano; rede de cidades; investimento e negócios; e bem-estar social, no modelo de sucesso implementado em Minas Gerais. Na integração regional competitiva perseguiremos metas de agregação de valor no agronegócio, acesso a mercados para os investimentos

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privados, integração logística de alta capacidade e adensamento de cadeias produtivas industriais. Na sustentabilidade ambiental, as metas serão: o fortalecimento e harmonização dos sistemas estaduais de gestão ambiental e de recursos hídricos; o aprimoramento da gestão da cadeia de resíduos urbanos e industriais, preferencialmente por meio do fortalecimento de parcerias público-privadas; o fomento ao desenvolvimento de tecnologias apropriadas ao uso sustentável das riquezas naturais; e uma política adequada à sustentabilidade dos pólos florestal, naval, mineral, siderúrgico, petroquímico, automotivo, de papel e celulose, de petróleo e gás e de novas matrizes da indústria e do turismo. Na perspectiva integrada do capital humano, a visão terá a perspectiva do ciclo de vida – uma população saudável, educada e bem nutrida; do investimento no desenvolvimento humano como um dos caminhos para a quebra da perpetuação da pobreza intergeracional; da promoção de um salto na qualidade no ensino e na escolaridade da população; e na prioridade nos jovens, com estímulo ao protagonismo juvenil, enfatizando seu desenvolvimento integral e sua inserção no mercado de trabalho. Na formação de redes de cidades, o objetivo será assegurar a oferta de serviços públicos de qualidade em qualquer ponto do território baiano; o desenvolvimento de uma rede de cidades criativas, dinâmicas, seguras e bem cuidadas, com ampla gama de serviços públicos e privados e detentora de amenidades urbanas; a ampliação da inserção logística nacional e internacional da Região Metropolitana de Salvador; e o aprimoramento e consolidação dos instrumentos de planejamento e gestão dos municípios na Bahia. No investimento e negócios buscar-se-á o aumento da eficiência produtiva, possibilitando maior inserção das empresas baianas nos mercados globais; a promoção de investimentos orientados pela agregação de valor; uma maior articulação do poder público com o setor produtivo, gerando redução da informalidade e mão-de-obra capacitada para as demandas do mercado; o fortalecimento da competitividade e a ampliação da capacidade de inovação das empresas e dos arranjos produtivos; e a construção de um ambiente de negócios favorável, com agressividade competitiva do setor público.

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Na promoção do bem-estar social, função básica do setor público, os objetivos serão: a redução sustentável dos índices de violência; a superação da pobreza crônica por meio, principalmente, da oferta de serviços de educação e saúde de qualidade e da inclusão econômica e social das parcelas mais pobres das populações urbanas e rurais; o desenvolvimento de ações de assistência social com vistas ao atendimento da população em situação de vulnerabilidade; e a articulação das políticas públicas com foco na intervenção integrada em áreas de concentração de pobreza. A concepção por áreas de resultado, que são “núcleos focais” de concentração dos melhores esforços e recursos, visa à obtenção de resultados finalísticos para a transformação da realidade. Cada área de resultados será alvo da intervenção de um Grupo de Projetos Estruturantes, agrupados em função de sua sinergia e sua capacidade transformadora. Esses projetos serão iniciativas estratégicas para atuação do Estado, com monitoramento intensivo mensal, cada um deles contemplando ações, metas e marcos para o período 2011-2014. Disto resultará uma agenda setorial ou plano de ação construído a partir da identificação dos principais gargalos estruturais e administrativos. Para o sucesso deste planejamento, é fundamental a participação e o comprometimento efetivo dos colaboradores envolvidos, pelo que se torna necessário construir um Acordo de Resultados com toda a máquina pública. Acordo de Resultados, no modelo eficiente implantado pelo Governo em Minas Gerais, é um instrumento gerencial de busca de alinhamento das instituições com a estratégia governamental, a partir da pactuação de resultados, que se dá pela negociação entre os dirigentes dos órgãos e o Poder Executivo. Este tipo de acordo visa efetivar a estratégia de governo pela contratualização de resultados e sua respectiva avaliação; alinhar as ações de cada órgão com o planejamento estratégico do Governo; melhorar a eficiência dos serviços prestados à sociedade, aumentando a qualidade do gasto público; dar transparência às ações das instituições públicas e facilitar o controle social sobre a administração estadual; e estimular, valorizar e destacar servidores, dirigentes e

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órgãos ou entidades que cumpram suas metas e atinjam os resultados previstos. Este processo propiciará o reexame da situação das carreiras do funcionalismo e o estabelecimento de diálogo construtivo com os servidores visando à solução dos problemas encontrados.

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3. Descentralização e Interiorização Administrativa A diminuição da centralização administrativa em Salvador, com a criação de Governos Regionais em cada uma das mesorregiões do estado, aproximará o governo das pessoas e regiões mais distantes da capital. O verdadeiro desenvolvimento regional, com interiorização e integração da Bahia, somente se efetivará pela desconcentração dos investimentos e pela descentralização administrativa. Para isto, além da ênfase na retomada do processo de atração de investimentos direcionados para o interior, a efetiva presença do governo nas regiões mais distantes do estado deixará de ser mero tema de discursos. A Bahia terá sua divisão regional padronizada para toda a máquina pública e vai ser dotada de administrações regionais em cada uma das suas mesorregiões, iniciando por aquelas de fronteira e mais distantes da capital. Estas administrações regionais serão ligadas diretamente ao Gabinete do Governador e trabalharão de forma articulada com todas as secretarias e demais órgãos da administração estadual. O papel delas será acompanhar e coordenar todas as ações do governo em sua respectiva região, com foco na qualidade dos serviços públicos ali prestados, e servir de interface de proximidade entre o governo e as populações regionais, principalmente para levantar e transmitir as necessidades e as prioridades regionais diretamente para o Governador.

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