paulo vinÍcius talma prevalÊncia de lesÕes

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PAULO VINÍCIUS TALMA PREVALÊNCIA DE LESÕES OSTEOMIOARTICULARES EM ATLETAS DE VOLEIBOL DE QUADRA DA UFJF. Juiz de Fora 2009

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PAULO VINÍCIUS TALMA

PREVALÊNCIA DE LESÕES OSTEOMIOARTICULARES EM ATLETAS DE

VOLEIBOL DE QUADRA DA UFJF.

Juiz de Fora 2009

ii

PAULO VINÍCIUS TALMA

PREVALÊNCIA DE LESÕES OSTEOMIOARTICULARES EM ATLETAS DE

VOLEIBOL DE QUADRA DA UFJF.

Trabalho de Conclusão de

Curso apresentado a Faculdade de Medicina, Departamento de Fisioterapia, da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, como pré-requisito para a conclusão de curso.

Orientador Prof. Mestre Eduardo de Castro Assis

Juiz de Fora 2009

iii

PAULO VINÍCIUS TALMA

PREVALÊNCIA DE LESÕES OSTEOMIOARTICULARES EM ATLETAS DE

VOLEIBOL DE QUADRA DA UFJF.

Trabalho de Conclusão de

Curso apresentado a Faculdade de Medicina, Departamento de Fisioterapia, da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, como pré-requisito para a conclusão de curso.

Aprovado em ____/____/_____

BANCA EXAMINADORA

__________________________________

Prof. Mestre Eduardo de Castro Assis

1º Membro

__________________________________

Prof. Dr. Maurício Gattás Bara Filho

2º Membro

__________________________________

Médico José Roberto Maranhas

3º Membro

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço...

A Deus por me abençoar durante toda minha formação.

A minha mãe Vitalina, a minha irmã Lívia e demais familiares por sempre me

oferecerem compreensão e ajuda nos momentos mais difíceis.

A Cíntia por me apoiar com seu amor, carinho e paciência.

Ao meu orientador Eduardo, pela competência, atenção e dedicação no

desenvolvimento deste trabalho.

Aos queridos atletas, membros da comissão técnica e demais participantes da

equipe de voleibol da U.F.J.F. que permitiram a realização deste trabalho.

A todos os professores e amigos que estiveram ao meu lado em todas as etapas

importantes da minha formação.

A todos aqueles que, embora não mencionados aqui, contribuíram para a

realização deste trabalho.

v

RESUMO

O voleibol é hoje uma das modalidades esportivas mais praticadas em todo

o mundo, com milhões de adeptos e um diversificado número de profissionais

envolvidos em sua prática e estudo. Nosso objetivo foi avaliar as lesões esportivas

em atletas de vôlei de quadra. Realizamos um estudo prospectivo com os atletas

de voleibol de quadra da U.F.J.F., registrando a incidência de lesões

osteomioarticulares durante uma temporada esportiva e avaliando a associação

entre a ocorrência destas lesões com a prática do voleibol, através da incidência

das lesões osteomioarticulares em atletas e as lesões sofridas por acadêmicos do

curso de Educação Física da U.F.J.F., durante o mesmo período, sendo estes

praticantes de modalidades esportivas diversas. As duas populações foram

pareadas por gênero, idade e prática de atividade física regular. Os resultados

demonstraram que as lesões são mais prevalentes entre os atletas de voleibol de

quadra com maiores chances para os traumas articulares e as lesões músculo-

tendíneas. Em nosso estudo observamos que a última é a mais associada à

prática de voleibol de quadra.

Palavras-chave: Voleibol. Lesões osteomioarticulares. Fisioterapia esportiva.

1

vi

ABSTRACT

The volleyball is today one of the most practised sports modalities in the

whole world, with millions of adepts and a diversified number of involved

professionals in its practical and study. Our objective was to evaluate the sport

injuries in athletes of square volleyball. We realized a prospective study with the

athletes of square volleyball from U.F.J.F., registering the incidence of osteo-myo-

articular injuries during one sport season and evaluating the association between

the occurrence of these injuries with the practical of the volleyball, through the

incidence of the osteo-myo-articular injuries in athletes and the injuries suffered for

academics from the course of Physical Education from U.F.J.F., during the same

period, being these practitioners of diverse sport modalities. The two populations

were compared by sort, age and regular practice of physical activity. The results

demonstrated that the injuries are more prevalent between the athletes of square

volleyball, with bigger possibilities of articulate traumas and the muscle-tendinuos

injuries. In our study we observed that the last one is more associate to practises

of square volleyball.

Key-words: Volleyball. Osteo-myo-articular injuries. Sport physiotherapy.

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Identificação das populações de atletas e acadêmicos..................19

Tabela 2.1 - Lesões em atletas por tipo e segmento corporal..........................20

Tabela 2.2 - Lesões em atletas por tipo e segmento corporal..........................21

Tabela 3.1 - Lesões em acadêmicos por tipo e segmento corporal................21

Tabela 3.2 - Lesões em acadêmicos por tipo e segmento corporal................22

viii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................9

2 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 11

3 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................12

4 OBJETIVOS ...........................................................................................................15

5 METODOLOGIA .....................................................................................................16

5.1 Delimitação e Cenário do estudo......................................................................16

5.2 Coleta e Interpretação dos Dados ....................................................................16

6 RESULTADOS........................................................................................................19

7 DISCUSSÃO.......................................................................................................... 23

8 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 31

REFERÊNCIAS................................................ 32

APÊNDICE A.....................................................36

APÊNDICE B.....................................................38

APÊNDICE C.....................................................40

APÊNDICE D.....................................................43

ANEXO A...........................................................46

9

1- INTRODUÇÃO

O voleibol é hoje, um dos esportes mais populares e praticados em todo o

mundo, com aproximadamente duzentos milhões de adeptos (VERHAGEN et al.,

2004), perdendo apenas para o futebol (REESER et al., 2006). A Fédération

Internationale de Volleyball (FIVB) com 218 federações nacionais filiadas é hoje a

federação internacional de esportes mais extensa do mundo. Nos últimos anos,

tanto no panorama internacional como no nacional, amplia-se largamente sua

abrangência e o interesse pela sua prática (GHIROTOCC et al., 1997). Esta

modalidade esportiva é observada em instituições e associações diversas,

organizadas com equipes regulares nas mais diversas categorias, para a disputa

de competições em nível regional, estadual, nacional e até mundial (CBV, 2008).

Sua importância econômica torna-se evidente com o crescente interesse da

mídia na cobertura de competições nacionais e internacionais, transmitidas para

todo o mundo. Este esporte destaca-se também pelo seu caráter social auxiliando

na inclusão e educação de jovens e adolescentes, além de ser uma forma de lazer

para pessoas de todas as idades (SANTOS et al.).

A popularidade atingida por este esporte em nosso país é reflexo de uma série

de conquistas em nível mundial, nos últimos trinta anos pelas equipes brasileiras.

Inicia-se com os vice-campeonatos: mundial adulto masculino de 1982, na Argentina

e nos Jogos Olímpicos de 1984 em Los Angeles, culminando com a medalha de ouro

da equipe masculina nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, além das medalhas de

prata da equipe masculina, e de ouro da equipe feminina nos Jogos Olímpicos da

China 2008 (CBV, 2008).

Acompanhando esta tendência nacional, o voleibol é um dos esportes de

maior importância também em nossa região, destacando-se o título conquistado pela

equipe masculina da Universidade Federal de Juiz de Fora na série A2 dos Jogos do

Interior Mineiro 2008 (UFJF, 2008) e a revelação de atletas consagrados que atuam

no cenário nacional e mundial.

10

São inúmeros os benefícios proporcionados por esta atividade esportiva,

mas sua prática expõe o praticante a lesões desportivas, que afetam

principalmente o sistema osteomioarticular à medida que os atletas buscam a

superação dos seus limites (RIBEIRO, 2007). No esporte competitivo, o principal

objetivo é atingir o melhor desempenho individual possível, já em níveis escolares,

a recreação, educação e interação social são as metas principais (DAITEN et al.,

1999). Essas informações sugerem uma maior possibilidade de acometimento em

desportistas que em praticantes de atividades não competitivas (SANTOS et al.).

Lesões desportivas, que são caracterizadas como qualquer dano resultante da

participação no desporto, afetando um ou mais segmentos e tendo como

conseqüência à redução do nível de atividade, necessidade de cuidados,

aconselhamento médico ou ainda efeitos sociais e econômicos adversos

(PINHEIRO et al., 1998). As lesões decorrentes de práticas esportivas são

freqüentes e geram preocupações constantes na vida do atleta, do técnico e dos

dirigentes, pois alem do prejuízo físico e psiquiátrico para o atleta, também é

prejuízo financeiro para o clube e gera dificuldades para o técnico em seu plano

geral de treinamento (AMORIN et al., 1989).

11

2- JUSTIFICATIVA

Neste contexto, e como participante do projeto de extensão multidisciplinar

que desenvolve atividades com a equipe masculina de voleibol na Faculdade de

Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Juiz de Fora,

observamos que a preparação física e técnica aliada a treinamentos diários dos

atletas de voleibol de quadra assumem um grau de exigência física, que parece

ser um cenário contributivo para o surgimento de lesões associadas a sobrecarga

de estruturas osteomioarticulares.

Assim estamos abordando esta situação, a partir do desenvolvimento deste

estudo epidemiológico prospectivo com os atletas de voleibol de quadra da

Universidade Federal de Juiz de Fora, visto que os estudos sobre incidência de

lesões no voleibol durante treinos e jogos, são em sua maioria retrospectivos,

sendo informações sobre estudos prospectivos durante a temporada, escassos

(GERBERICH et al., 1987).

Observamos que algumas lesões parecem ter um nexo de causalidade com

a repetitividade e o excesso de uso de determinadas articulações durante a prática

esportiva do voleibol. Outras são agravadas com a execução de movimentos

característicos do esporte em geral, ou traumas comuns em práticas desportivas

diversas.

12

3- RERERENCIAL TEÓRICO

O voleibol não é considerado um esporte perigoso (REESER et al., 2006),

já que raramente há contato físico direto entre os atletas. Um estudo realizado

durante os Jogos Olímpicos de Atenas em 2004 apontou o voleibol como o

esporte com menor índice de lesões, entre oito modalidades esportivas disputadas

de forma coletiva (JUNGE et al., 2006). No entanto os indivíduos que praticam

esportes competitivos recebem uma sobrecarga muito alta durante a prática

desportiva, pois há a necessidade de um desempenho extremo. Essa sobrecarga

leva o organismo a situações limítrofes entre o desempenho de alto nível e as

lesões (COHEN et al., 2003). O voleibol é uma modalidade esportiva caracterizada

pela grande quantidade de saltos repetitivos durante movimentos de defesa

(bloqueio), movimentos de armação de jogadas (levantamento) e movimentos de

ataque (alguns tipos de saque e finalização de jogadas), (GOODWIN-

GERBERICH et al., 1987). Assim as lesões por sobrecarga funcional são muito

comuns no voleibol, chegando muitas vezes a serem mais incidentes do que

lesões agudas. Entre as lesões crônicas mais freqüentes podemos destacar: a

lombalgia mecânica, a tendinite do bíceps braquial, tendinite do tríceps sural e

tendinite patelar (RIBEIRO., 2007).

Estudos recentes tentam determinar os fatores de risco inerentes a prática

do voleibol (REESER et al., 2006). Já que cada uma das modalidades esportivas

apresenta um conjunto destes fatores peculiar à sua prática, no voleibol podemos

destacar: gênero, lesões prévias, controle neuromuscular e estabilidade articular,

situação de competição, volume de treinamento, posição do jogador, ausência de

equipamentos adaptativos e superfície da prática esportiva (REESER et al., 2006).

Adicionalmente os gestos específicos do esporte e os erros na técnica de

execução dos movimentos podem aumentar a prevalência de lesões (SWOBODA

et al., 1995), vale dizer que a exposição a uma rotina intensa e específica de

exercícios físicos, típicos de cada desporto, produz um resultado estético que

13

independe da nacionalidade, da etnia e dos hábitos de vida a que estão

submetidos os praticantes. Estas peculiaridades também se traduzem em

alterações posturais que estão associadas à eficiência do gesto desportivo, no

entanto, em longo prazo, podem evoluir para processos crônicos que limitam o

indivíduo para a prática de atividades físicas (KENDALL et al., 1995).

Foi destacado ainda, por (SOLA et al., 1986), a não aptidão individual como

outro fator predisponente de lesões. Já que atualmente, devido á forma com que o

voleibol é praticado, uma excelente condição física é essencial ao atleta, com o

propósito de suportar o dinamismo de uma partida e executar com eficiência a

grande variedade de gestos motores necessários á prática desportiva (CINQUE et

al., 2003). Entretanto a exata caracterização dos fatores de risco relacionados à

prática do voleibol, ainda não foi possível, em virtude das diferenças

metodológicas entre os estudos, e ao fato de alguns estudos serem muito

pequenos, não permitindo a comparação estatística significativa dos dados

(REESER et al., 2006). Apesar desta dificuldade iminente da caracterização dos

fatores predisponentes às lesões na prática desportiva do voleibol, os estudos de

incidência e prevalência de lesões têm-se mostrado importantes dentro do

contexto desportivo, pois o estudo epidemiológico é utilizado como mapeamento

dos problemas de saúde na população em questão e para investigar as causas.

Os dados produzidos pela epidemiologia fornecem bases para auxiliar a escolha

das intervenções a serem implementadas em função da situação encontrada

(PEREIRA, 2000). Assim os estudos sobre incidência e prevalência de lesões que

ocorrem na prática do voleibol ajudam os diversos profissionais que trabalham

neste esporte, a formular planos de trabalho para as competições e delinear

estratégias preventivas em relação às lesões mais comuns. Já que os métodos

utilizados na preparação dos atletas, visam atualmente ter sua prática justificada

por bases fisiológicas e biomecânicas (RIBEIRO., 2007).

A inserção de novos profissionais, junto a equipes de alto nível torna-se

necessário a fim de proporcionar as condições ideais para a prática esportiva e

reduzir a incidência de lesões osteomioarticulares, ganhando destaque neste

14

contexto a atuação do fisioterapeuta. Além da assistência na recuperação de

lesões, este profissional também atuará na prevenção e na potencialização das

condições de desempenho esportivo, com vistas à performance individual e

coletiva (RIBEIRO., 2007), para manter o desempenho do atleta no seu auge

(FONTANA., 1999).

Diante da importância hoje atribuída ao fisioterapeuta dentro do esporte, e

para ampliar o desenvolvimento da fisioterapia esportiva fundou-se em meados da

década passada a Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE), que

tem por objetivo reunir fisioterapeutas registrados nos Conselhos Regionais de

Fisioterapia e Terapia Ocupacional, que se dedicam à área esportiva. Sendo o

objetivo principal desta sociedade, divulgar o papel do fisioterapeuta do esporte, e

estimular a produção técnico-científica inserindo a fisioterapia no universo

esportivo (SONAFE, 2008).

15

4- OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Avaliar a prevalência de lesões desportivas na prática de voleibol de quadra

na equipe da Universidade Federal de Juiz de Fora.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1- Determinar a incidência de lesões osteomioarticulares em atletas de

voleibol de quadra da equipe da UFJF.

2- Classificar as lesões osteomioarticulares dos praticantes de voleibol de

quadra da equipe da UFJF e dos acadêmicos de educação física da

FAEFID.

3- Avaliar a probabilidade de associação entre a ocorrência de lesões

osteomioarticulares relacionadas à prática de voleibol de quadra.

16

5. METODOLOGIA

5.1. Delimitação e cenário do Estudo

Trata-se de um estudo epidemiológico prospectivo, de base populacional,

tendo como cenário a equipe masculina de voleibol da Universidade Federal de

Juiz de Fora acompanhada durante uma temporada esportiva com duração

aproximada de 10 meses. Neste período compuseram a equipe quinze atletas que

participaram de modo contínuo de treinamentos durante tempo parcial e de

competições em nível regional e estadual. Os treinamentos são realizados no

ginásio poliesportivo do Centro Olímpico da Faculdade de Educação Física e

Desportos da UFJF, no período compreendido entre o final da tarde e início da

noite, com duração média de três horas. A Fisioterapia neste contexto co-participa

do Projeto de Extensão: “Voleibol UFJF: iniciação e treinamento”, o que tornou

possível à realização deste estudo.

5.2. Coleta e interpretação dos dados

Todos os dados foram coletados no projeto, dentro das dependências da

Faculdade de Educação Física e Desportos da UFJF durante o período de dez

meses com a participação de três acadêmicos do curso de fisioterapia.

Inicialmente procuramos identificar todos os 15 atletas, obtendo dados

pessoais e registrados em fichas próprias (apêndice 1). Nelas foram anotadas

informações como: nome, data de nascimento, massa corpórea, estatura, tempo

de prática de voleibol, membro dominante, posição em quadra e histórico de

lesões anteriores. Acompanhamos treinamentos e jogos, verificamos e

classificamos as lesões dos atletas durante a temporada esportiva. Registramos

17

as lesões também quanto ao segmento corporal, estruturas anatômicas lesadas e

mecanismos de lesão e as lesões que ocorreram durante os jogos e nos

treinamentos, bem como o tratamento realizado e o tempo de recuperação.

Durante todo o estudo, adotamos o mesmo critério do Sistema de Registro

Nacional de Lesões Atléticas dos Estados Unidos da América (NAIRS), para

definir as lesões desportivas, caracterizando-as como um acontecimento que

limita a participação do atleta por no mínimo um dia após sua ocorrência

(SANCHES et al., 2007).

Para determinar a associação entre as lesões osteomioarticulares dos

atletas de voleibol de quadra em treinamentos e jogos e sua prevalência, fizemos

também o registro da incidência de lesões osteomioarticulares relacionadas à

prática de atividades físicas e desportivas diversas, na população de acadêmicos

de educação física da FAEFID/UFJF. Registramos os dados relativos aos

acadêmicos do gênero masculino, regularmente matriculados e freqüentes às

atividades do curso, que realizam atividades físicas e desportivas regulares em

variadas modalidades no mesmo período de duração da temporada da equipe de

voleibol da Universidade Federal de Juiz de Fora. A população de acadêmicos

estudada foi de 89 indivíduos.

Para a coleta das informações sobre os acadêmicos utilizamos o mesmo

formulário para registro dos dados dos atletas de vôlei de quadra. A metodologia

empregada no preenchimento destes formulários foi o preenchimento

conjuntamente com os pesquisadores.

Os dados acerca das lesões osteomioarticulares dos atletas de voleibol de

quadra e da população de acadêmicos foram agrupados e caracterizados por

segmento corporal afetado e tipo de lesão, a saber: muscular isolada (Mi), ligamentar

isolada (Li), traumas articulares com comprometimento muscular e/ou capsular e/ou

ligamentar com redução de arco de movimento (TMLC), músculo-tendíneas (MT),

afecções da coluna vertebral (ACV), relacionadas ou não com o gesto desportivo.

18

Os dados foram processados usando Excel Office 2003 a fim de

verificarmos a incidência dos expostos, isto é a população de atletas, e dos não

expostos praticantes de atividades esportivas regulares, os acadêmicos. As lesões

foram agrupadas por tipo e segmento corporal. Utilizamos para tratar os dados,

estatística descritiva e de verificação das medidas de associação e efeito para

determinação da razão de chance de prevalência, Odds de prevalência e

diferença entre prevalência de lesões osteomioarticulares isoladas na prática do

voleibol de quadra e da população de acadêmicos, segundo modelo proposto por

(MEDRONHO et al., 2002).

O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal de Juiz de Fora, e aprovado sem pendências (parecer nº

CAAE-0257.0.180.000-08). Todos os participantes foram informados sobre a

realização do estudo e aceitaram a publicação dos dados voluntariamente, após

assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido.

19

6. RESULTADOS

Durante os 10 meses da temporada desportiva, foram 200 sessões de

treinamento com um total de 600 horas. Durante este período foram disputadas

ainda 56 partidas, entre jogos em torneios e amistosos, totalizando 190 sets

disputados.

A população de atletas de voleibol da equipe da UFJF (ver tabela 1) foi

acompanhada durante todos os eventos, treinos e jogos. Compõe a equipe 15

indivíduos com tempo médio de prática do voleibol de 08 anos, 14 são destros e

01 canhoto; 07 apresentam histórico de lesões desportivas graves anteriores; a

equipe é composta por 03 levantadores, 02 líberos, 05 meios-de-rede, 02

atacantes de saída e 03 atacantes de ponta.

A população de acadêmicos do curso de Educação Física da U.F.J.F. do

gênero masculino que aceitaram participar da pesquisa e que praticam regularmente

atividades desportivas e físicas é de 89 indivíduos (ver tabela 1). Destes 83 são

destros e 06 canhotos. A atividade desportiva mais praticada é o futebol de campo

totalizando 62 praticantes. Quanto à freqüência da prática esportiva encontramos a

média de 3,5 vezes por semana.

TABELA 1 - Populações de atletas e acadêmicos (médias)

Idade (anos) Massa Corpórea (Kg) Estatura (m) IMC

Atletas

21,8 (± 2,9)

81,93 (± 12,71)

1,89 (± 0,09)

22,75

(± 2,19) Acadêmicos

21,5 (± 2,4)

76,25 (± 9,77)

1,77 (±0,06)

24,2

(±2,05)

20

Foram registradas 18 lesões entre os atletas de voleibol, estas foram

agrupadas por tipo e por segmento corporal (ver tabelas 2.1 e 2.2). Do total de

lesões 50% são consideradas crônicas e 50% lesões agudas. As lesões crônicas

mais incidentes foram: as músculo-tendíneas na articulação do joelho e do ombro.

Em relação às lesões agudas destacaram-se os traumas articulares de tornozelo,

alem das lesões musculares isoladas. Durante toda a temporada o índice de lesão

foi de 1,2 por atleta.

Quanto à posição em quadra observamos entre os levantadores lesões

músculo-tendíneas de joelho, punho e traumas articulares nos dedos da mão

direita. Entre os líberos lesões musculares isoladas, sendo que um mesmo atleta

foi acometido duas vezes; entre os meios-de-rede encontramos lesões músculo-

tendíneas de joelho e de ombro, traumas articulares de tornozelo e uma afecção

da coluna vertebral lombar. Os atacantes de saída apresentaram traumas

articulares de tornozelo e lesões músculo-tendíneas de ombro. Já os atacantes de

ponta, apresentaram traumas articulares de tornozelo e dos dedos da mão direita

e lesões músculo-tendíneas de joelho e de ombro.

TABELA 2.1 - Lesões dos atletas de voleibol por tipo e segmento corporal:

membros superiores.

Cabeça/ tronco Ombro Punho Mão TOTAL

Lesão muscular isolada - - - - -

Lesão ligamentar isolada - - - - -

Trauma articular - - - 28,6%(2) 28,6%(2)

Lesão músculo-tendínea - 42,9%(3) 14,3%(1) - 57,2%(4)

Coluna vertebral 14,3%(1) - - - 14,3%(1)

TOTAL 14,3%(1) 42,9%(3) 14,3%(1) 28,6%(2) 100%(7)

21

Tabela 2.2 - Lesões em atletas de voleibol por tipo e segmento corporal:

membros inferiores.

Coxa Joelho Tornozelo TOTAL

Lesão muscular isolada 27,3%(3) - - 27,3%(3)

Lesão ligamentar isolada - - - -

Trauma articular - - 36,4%(4) 36,4%(4)

Lesão músculo-tendínea - 36,4%(4) - 36,4%(4)

Coluna vertebral - - - -

TOTAL 27,3%(3) 36,4%(4) 36,4%(4) 100%(11)

Entre os acadêmicos foram registradas 58 lesões (ver tabelas 3.1 e 3.2). Do

total, 44 (76%) são consideradas agudas e 14 (24%) crônicas. As lesões crônicas

mais incidentes foram as músculo-tendíneas de membros superiores. Em relação

às lesões agudas, destacaram-se os traumas articulares de membros inferiores.

Durante a vigência da pesquisa o índice de lesão foi de 0.65 por acadêmico. Estas

lesões acarretaram um tempo médio de 40 dias de afastamento. Durante este

período, em 25 lesões o acadêmico (43%) permaneceu apenas em repouso. Em

apenas 13 (22,5%) delas os acadêmicos realizaram tratamento fisioterápico

Tabela 3.1- Lesões em acadêmicos por tipo e segmento corporal: membros

superiores.

Cabeça

e

tronco

Ombro Braço Antibraço Punho Mão TOTAL

Lesão muscular isolada 8%(2) 4%(1) 4%(1) - - - 16%(4)

Lesão ligamentar isolada - 4%(1) - - - - 4%(1)

Trauma articular 8%(2) 20%(5) - - - 20%(5) 48%(12)

Lesão músculo-tendínea - 4%(1) - 20%(5) 4%(1) - 28%(7)

Coluna vertebral 4%(1) - - - - - 4%(1)

TOTAL 20%(5) 32%(8) 4%(1) 20%(5) 4%(1) 20%(5) 100%(25)

22

Tabela 3.2 - Lesões em acadêmicos por tipo e segmento corporal: membros

inferiores.

Quadril Coxa Joelho Perna Tornozelo TOTAL

Lesão muscular isolada - 15%

(5)

- 3%

(1)

- 18%

(6)

Lesão ligamentar isolada - - 12%

(4)

- 3%

(1)

15%

(5)

Trauma articular - - 15%

(5)

- 36%

(12)

51%

(17)

Lesão músculo-tendínea 3%

(1)

- 12%

(4)

- - 15%

(5)

Coluna vertebral - - - - - -

TOTAL 3%

(1)

15%

(5)

39%

(13)

3%

(1)

39%

(13)

100%

(33)

O risco relativo para ocorrência de lesões entre os atletas praticantes de

voleibol é maior (RR 0,73) quando comparado com os acadêmicos (RR 0,53). Ao

compararmos as duas, a razão de chances para ocorrência de lesões entre os

atletas é maior 1,4 vezes que em relação aos acadêmicos.

Em relação ao tipo de lesão mais incidente, as músculo-tendíneas foram as

de maior acometimento, sendo mais características nos atletas de voleibol, com

um risco atribuível de 70%, assim os atletas apresentam 1,5 vezes mais chance

de desenvolverem este tipo de lesão em relação aos acadêmicos analisados.

Para as afecções da coluna vertebral, apesar da baixa incidência entre os

atletas, as chances de ocorrência são muito maiores em relação aos acadêmicos

de educação física que praticam atividades esportivas de modo regular, cerca de 6

vezes mais chances.

23

7- DISCUSSÂO

A identificação e acompanhamento dos atletas durante a temporada

desportiva ocorreram de forma bastante satisfatória, já que contamos com total

colaboração dos atletas, comissão técnica e demais membros do projeto de

Extensão: “Voleibol UFJF: iniciação e treinamento”.

O instrumento de coleta de dados mostrou-se adequado em relação ao

pretendido. Ao lado de informações facilmente fornecidas e sem margem de erro

como: data de nascimento, massa corpórea, estatura, atividades desportivas

praticadas com regularidade e sua freqüência semanal. Informações mais

complexas relacionadas ao tipo de lesão sofrida e sua localização, também foram

bem coletadas, já que se tratavam de acadêmicos do curso de Educação Física,

também familiarizados com a nomenclatura das lesões e estruturas anatômicas,

alem de contarem com a presença do pesquisador durante o preenchimento do

questionário, vindo a auxiliá-los diante de quaisquer dúvidas.

O número de lesões insidiosas (crônicas) dos atletas de voleibol durante a

temporada desportiva representou 50% do total, o que é corroborado por

(BRINNER e BENJAMIN, 1999) que relatam que o alto índice de lesões insidiosas

é perfeitamente normal, onde estas lesões geralmente variam entre 50% a 80% do

total de lesões dentro do voleibol de alto nível. Na literatura destacam-se entre as

lesões crônicas que mais acometem estes atletas, as lesões músculo-tendíneas

de joelho e ombro (REESER et al., 2006. VERHAGEN et al., 2004). Em nosso

estudo também encontramos estas lesões crônicas como as mais incidentes.

As lesões de ombro por sobrecarga, podem representar entre 8% e 20% de

todas as lesões que ocorrem no voleibol, é a lesão que ocasiona maior tempo de

afastamento, média 6,5 semanas (REESER et al., 2006), em nosso estudo este

tipo de lesão representou 16,6% do total de lesões.

24

Conforme estudo realizado por (LO et al., 1990), as lesões crônicas de

ombro acometem um número maior de jogadores de voleibol, quando comparados

com outras modalidades esportivas dentre elas: natação, basquetebol e tênis.

Segundo (TEITZ et al., 1997) as lesões no ombro do jogador de voleibol,

geralmente no tendão do supra-espinhoso, têm justificativa no desalinhamento

articular causado pelo desequilíbrio de forças entre rotadores externos, mais

fracos e pouco trabalhados, e os rotadores internos, fortes e bem trabalhados.

Esse desequilíbrio causa uma anteriorização e superiorização do úmero dentro da

glenoumeral. Na hora de um ataque ocorre uma força, com grande explosão no

vetor dos rotadores internos, os rotadores externos realizam uma contração

excêntrica para a desaceleração final do ataque, o que provoca um stress tênsil

nos tendões do manquito rotador, que com a repetição se agrava. Alem desta

diferença de força entre rotadores internos e externos, com conseqüente

acometimento do manquito rotador, (KUGLER et al., 19966) observaram sinais de

depressão do ombro, lateralização da escápula e maior encurtamento das

estruturas posteriores e inferiores da cápsula no ombro dominante de jogadores

de voleibol, o que levaria a um distúrbio dos movimentos de rolamento e

deslizamento da cabeça umeral gerando dor e incapacidade funcional.

Como foi explicitado as lesões crônicas de ombro no voleibol, estão

intimamente relacionadas ao excesso de uso desta articulação. Segundo estudo

realizado por (SANTOS et al, 2005) em uma equipe amadora de voleibol, o

número médio é de 22 cortadas/treino, em nosso estudo verificamos cerca de 200

sessões de treinamento, representando uma média de 4400 ataques por jogador

durante a temporada, isto apenas em treinamentos, excluindo-se todas as partidas

disputadas. No entanto como foi mencionado o estudo de (SANTOS et al, 2005)

foi realizado em uma equipe amadora, segundo (REESER et al., 2006) um atleta

de alta performance pode fazer até 40000 ataques durante uma temporada, assim

a cintura escapular estaria exposta a uma carga cumulativa, e tal sobrecarga gera

repercussões. Em nosso estudo as lesões crônicas de ombro ocorreram em

jogadores que realizam constantemente o movimento de ataque, portanto mais

25

susceptíveis a ocorrência deste tipo de lesão, dos jogadores envolvidos um é

meio-de-rede, um é atacante de ponta e um atacante de saída.

Apesar de já elucidados os mecanismos que levam a maioria das lesões

crônicas de ombro nos jogadores de voleibol, não encontramos estudos

específicos abordando a prevenção para este tipo de lesão. No geral admiti-se

que um correto alinhamento biomecânico e preparação adequada das estruturas

desta articulação constituem a melhor forma de prevenção. Quando da lesão já

instalada seria importante à redução no tempo, isto é no volume de treino,

realizando um tratamento eficaz com volta às atividades normais no momento

certo, para evitar novas lesões (REESER et al., 2006).

Quanto às lesões músculo-tendíneas de joelho, segundo (REESER et al.,

2006), sua incidência entre jogadores de voleibol do sexo masculino é de

aproximadamente 50%. Em nosso estudo verificamos que essas lesões

correspondem a aproximadamente 45% de todas as lesões crônicas, e a 22% do

total de lesões. (BRINNER e BENJAMIN, 1999) relatam que o grande número de

lesões no joelho ocorre porque a atividade de salto é praticamente integral dentro

do voleibol, está presente nas ações de bloqueio, ataque, levantamento e até

mesmo durante alguns tipos de saques, fazendo com que o joelho seja a

articulação que possue uma sobrecarga maior, e por conseqüência o maior local

de lesões e degenerações, tanto para a subida dos saltos, quanto para o impacto

das quedas. (ESPANHA, 1989) destaca que alem de excessivas repetições de

gestos motores técnicos, estas lesões decorrem de má formação das estruturas

mecânicas da articulação, como a forma da patela, erros de postura, joelhos varo

e valgo, entre outras situações.

O excesso de uso desta articulação pode ser comprovado no estudo de

(SANTOS et al, 2005), onde atletas amadores realizavam em média vinte e dois

ataques e vinte e seis bloqueios por sessão de treinamento. Assim apenas nestas

duas ações, seriam em média quarenta e oito saltos por sessão de treinamento,

trazendo estas médias para o nosso estudo seriam durante toda a temporada,

apenas em treinamentos cerca de nove mil e seiscentos saltos, fora

26

levantamentos e saques. Lembrando que esta média de quarenta e oito saltos por

treinamento refere-se a atletas amadores, em atletas de maior performance, este

número pode ser bem maior. Segundo (REESER et al., 2006), esta sobrecarga

verificada, sobretudo no tendão patelar, causa uma desorganização das fibras

colagenosas principalmente próximo à junção osso-tendão, o que pode levar a

uma morte por apoptose das células tendíneas.

Em nosso estudo os portadores de lesões músculo-tendíneas relatavam

sintomatologia na inserção no tendão patelar. Um dos atletas, com lesão bilateral,

atua como meio-de-rede, posição com maior demanda de saltos. Em relação aos

outros dois atletas, um joga como atacante de ponta, realizando também grande

número de saltos, e o terceiro, o levantador da equipe, apresenta

concomitantemente diagnóstico médico de Síndrome de Osgood-Schulater, além

de realizar muitos saltos, o que é prática comum durante os levantamentos.

Estudos que propõe intervenção para este tipo de lesão também são

escassos na literatura. Algumas formas de prevenção destacadas por (REESER et

al., 2006) são diminuir a carga de treinamento em superfícies duras, diminuindo a

sobrecarga sobre o mecanismo extensor do joelho, quanto ao uso de órteses, a

utilização da bandagem para o tendão patelar, tem sido usada e visa redistribuir

as forças que atuam sobre o tendão patelar, mas ainda necessita-se de estudos

para comprovação. Quanto à reabilitação, têm-se mostrado eficaz, programas de

treinamento excêntrico, da articulação do joelho. No estudo de (RIBEIRO, 2007) o

autor relatou como possíveis causas da baixa incidência de tendinite patelar o

excelente piso de treinamento do ginásio onde os atletas treinavam, o piso

apresentava caixa de ar, programa cuidadoso de musculação para corrigir

desequilíbrios entre quadríceps e isquiotibiais e preocupação na escolha correta

dos calçados, que auxiliavam na absorção do impacto durante a aterrissagem.

Em relação às lesões agudas, destaca-se como mais prevalente em nosso

estudo, o trauma articular de tornozelo, com quatro ocorrências entre os atletas de

voleibol, sendo que em um dos jogadores de modo bilateral, desta forma o trauma

articular de tornozelo, representou aproximadamente 45% de todas as lesões

27

agudas, e 22% do total de lesões. Estes dados são corroborados por (GOODWIN-

GERBERICH et al., 1987) que já destacavam os traumas de tornozelo como a

lesão aguda mais encontrada no voleibol, com incidência variando de 15% a 60%

do total de lesões agudas. (REESER et al., 2006) afirmam que o mecanismo de

aproximadamente 75% das lesões agudas de tornozelo, são lesões por inversão

após contato na rede, com adversários ou com jogadores da mesma equipe

durante uma ação de bloqueio. Em um estudo epidemiológico realizado por

(FORTES et al., 2008) a porcentagem de lesões de tornozelo devido a contato

com um segundo atleta são semelhantes à de (REESER et al., 2006), cerca de

71%. No estudo de (FORTES et al., 2008) foi mostrado que 78,5% das lesões

agudas de tornozelo ocorreram durantes as jogadas de ataque ou bloqueio, e

ainda que 79,6% dos jogadores que apresentaram este tipo de lesão atuavam

como meios-de-rede ou atacantes de ponta e saída, posições mais envolvidas nas

jogadas que acontecem na rede. Em nosso estudo, as quatro lesões ocorreram

por contato com outro atleta na rede, dos atletas lesionados um é meio-de-rede,

um atua como atacante de saída e o jogador que apresentou lesão bilateral atua

como atacante de ponta. Outro fator descrito como predisponente para lesões

agudas de tornozelo segundo (TILLMAN et al., 2004) é o fato de 45% das

aterrissagens de ataque e 43% das aterrissagens de defesa são realizadas em

apoio unipodal, o que é descrito como um mecanismo potencial de lesão em

joelho e tornozelo para atletas de voleibol.

A forma de prevenção das lesões agudas de tornozelo mais discutida

na literatura é o uso de órteses nesta articulação, também conhecidas como

estabilizadores. Alguns estudos como o de (REESER et al., 2006), afirmam que

sua eficácia ainda não é comprovada, já (THONNARD et al., 1996) após

realização de uma investigação biomecânica sobre a estabilidade com a órtese,

verificou um aumento do torque da articulação do tornozelo, neutralizando o

movimento de inversão e mantendo a articulação em uma posição anatômica

apropriada, com melhor contato entre as superfícies articulares. Mas a utilização

deste tipo de dispositivo entre os atletas de voleibol ainda é pequena, em estudo

28

realizado por (WATKINS et al., 1992) apenas 14% a 28% dos atletas usavam

suportes para o tornozelo, em nosso estudo cinco atletas faziam uso da órteses,

representado 33% do total de atletas. O curioso é que a maioria dos jogadores

passa a utilizar este tipo de proteção após a ocorrência de uma lesão, no estudo

de (FORTES et al., 2008), 68,9% dos atletas que sofreram lesão aguda de

tornozelo, passaram a usar órteses. Em nosso estudo dos três jogadores

acometidos por este tipo de lesão, dois iniciaram o uso da proteção.

Outras formas de prevenção deste tipo de lesão citadas na literatura são:

aumentar a rede até o chão e realização de um programa de treinamento técnico

que inclua aproximação apropriada na rede, salto, aterrissagem e movimento

correto de bloqueio (REESER et al., 2006). Outra estratégia importante é um

trabalho cuidadoso de recuperação dos atletas que sofreram este tipo de lesão e

que irão retornar as atividades, segundo (REESER et al., 2006) até 80% das

lesões agudas de tornozelo envolvem tornozelos previamente lesados, sendo que

o risco de voltar a sofrer uma lesão nos seis a doze primeiros meses após o

evento inicial, é dez vezes maior do que em atletas sem lesão prévia. Estes

números são corroborados pelo estudo de (VERHAGEN et al., 2004) onde das

quarenta e uma lesões de tornozelo encontradas, trinta e um destes atletas já

haviam apresentado lesão prévia. Desta forma a recuperação deve ser bem

criteriosa, e o retorno às atividades só deve ocorrer após pleno restabelecimento

da lesão, uma das abordagens a ser usada no tratamento destes atletas segundo

(REESER et al., 2006) é a prancha proprioceptiva, pois mesmo sendo um recurso

simples, reduz substancialmente o risco de novas lesões.

Outra lesão aguda encontrada em nosso estudo foi à lesão muscular

isolada, com três casos. Sendo que um dos líberos foi acometido duas vezes,

com uma lesão de musculatura glútea e outra de musculatura posterior de coxa, já

o outro libero apresentou lesão de musculatura adutora. As lesões musculares

isoladas são pouco prevalentes no voleibol, estando mais relacionadas a

atividades desportivas, onde há contato direto freqüente entre os atletas e que

envolvam movimentos rápidos e de explosão muscular, caso do futebol (COHEN

1

29

et al., 1997). Como os dois atletas que apresentaram este tipo de lesão em nosso

estudo, atuam como líberos, realizam, portanto movimentos bruscos e rápidos

para as defesas, o que em parte pode explicar a ocorrência destas lesões.

Encontramos ainda em nosso estudo uma afecção da coluna vertebral,

segmento lombar; dois traumatismos de dedos das mãos e uma lesão músculo-

tendínea de punho, que podem facilmente ser relacionadas à prática do voleibol. A

lesão lombar, que se apresentou de maneira crônica, explica-se pelo fato da

coluna lombar ser o segmento que suporta maior peso corporal com maior

mobilidade, apresentando maior incidência de queixas com relação aos outros

segmentos da coluna vertebral (LOPES et al., 1994). O atleta acometido por este

tipo de lesão atua como meio-de-rede, realizando grande número de saltos

durante treinamentos e jogos. Como forma de prevenção deste tipo de lesão,

podemos citar as mesmas medidas adotadas nas lesões músculo-tendíneas de

joelho, como diminuição da sobrecarga de treinamento em superfícies duras, e o

uso de calçados que auxiliem na absorção do impacto.

Quanto às lesões traumáticas dos dedos das mãos e a lesão músculo-

tendínea de punho, podemos citar que o voleibol é uma modalidade esportiva,

onde há grande envolvimento de forças nos dedos das mãos e punhos, sendo que

estas regiões tornam-se muito vulneráveis no impacto com a bola (WATKINS et

al., 1992), predispondo tanto a lesões agudas, como o traumatismo dos dedos,

como a lesões por stresse repetitivo, caso da lesão músculo-tendínea do punho.

Ressaltamos que duas dessas lesões foram apresentadas por levantadores,

jogadores que estão em contato constante com a bola, mais susceptíveis portanto

a estas forças. Uma técnica bastante consagrada na prevenção das lesões

traumáticas dos dedos são as bandagens realizadas nesta região.

Nos acadêmicos do curso de Educação Física da UFJF das cinqüenta e

oito lesões, quarenta e quatro (76%) foram consideradas agudas e quatorze (24%)

foram consideradas lesões crônicas. Este alto número de lesões agudas pode ser

explicado pela atividade esportiva mais praticada por estes acadêmicos, o futebol,

com sessenta e dois praticantes. No estudo de (COHEN et al., 1997) realizado

1

30

com atletas jogadores de futebol, 86,6% das lesões encontradas foram agudas.

Esse número de lesões agudas no futebol deve-se ao constante contato físico

entre os atletas e aos movimentos rápidos e vigorosos que exigem explosão

muscular, predispondo a lesões musculares. Outro fato importante em relação aos

acadêmicos é o tempo longo de afastamento das atividades esportivas causado

pelas lesões, em média quarenta dias. Possivelmente este longo tempo de

afastamento relaciona-se ao fato de que vinte e cinco das cinqüenta e oito lesões

encontradas (43%) não foram tratadas, o acadêmico permaneceu apenas em

repouso. Em apenas treze casos (22,5%) foi realizado tratamento fisioterápico.

Quando comparamos os atletas praticantes de voleibol e os acadêmicos, no

primeiro grupo encontramos 1,2 lesões/por atleta durante os dez meses da

temporada esportiva, enquanto que o segundo grupo apresentou no mesmo

período 0,66 lesões/por acadêmico. Enquanto os acadêmicos tiveram uma

freqüência semanal de atividades de 3,5 dias, os atletas realizavam cinco sessões

de treino semanais, fora os cinqüenta e quatro jogos disputados durante a

temporada.

1

31

8- CONCLUSÂO

Foi possível em nosso estudo verificarmos que a prática esportiva visando o

alto rendimento, expõe os atletas de voleibol a lesões desportivas, que afetam

estruturas anatômicas importantes, muitas vezes já alteradas em virtude do longo

tempo de prática.

No treinamento desportivo concentra-se o trabalho no gesto esportivo,

sobrecarregando grupos musculares específicos, e em alguns casos

desconsiderando a ação sobre os músculos profundos que agem sobre a

manutenção da estabilização articular. Neste contexto, tão importante quanto o

desenvolvimento das qualidades específicas para o alto rendimento, é motivo de

preocupação a postura e o equilíbrio muscular. Estes influenciam no rendimento

dos atletas e podem minimizar a incidência das lesões desportivas.

Assim, acreditamos que medidas profiláticas entre as sessões de

treinamentos e jogos são tão importantes como o próprio esforço realizado em

cada sessão de treino para o rendimento máximo do atleta. Reforça-se, desse

modo, a importância da participação do fisioterapeuta durante todas as fases de

preparação dos atletas de voleibol de quadra.

Acreditamos também na participação do fisioterapeuta na adoção de

medidas preventivas de modo contínuo, em que este profissional assume o

tratamento do atleta minimizando lesões relacionadas a altas intensidades de

treinos e ao grande número de jogos.

Observamos ainda, o acometimento mais prevalente em atletas de vôlei de

quadra das lesões músculo-tendíneas que acreditamos ser diretamente

relacionada à repetitividade do gesto esportivo com altas intensidades. Também

as afecções da coluna vertebral mostraram-se mais prevalentes nos atletas de

voleibol de quadra em comparação com acadêmicos de educação física que

praticam atividades esportivas diversas e regulares.

1

32

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1

36

APÊNDICES

APÊNDICE A

Formulário de registro de dados e lesões dos atletas de voleibol de quadra

da UFJF.

1-Nome Completo:__________________________________________________

2-Data de Nascimento:_______________________________________________

3- Massa corpórea : _________________________________________________

4- Estatura: ________________________________________________________

5- Desde que ano pratica voleibol? _____________________________________

6- Praticou outro esporte anteriormente?_________________________________

7- Membro Superior Dominante?_______________________________________

9 - Atua em que posição?_____________________________________________

10- Já teve alguma lesão grave antes do início deste estudo, que tipo de lesão,

quanto tempo ficou afastado da prática do voleibol, realizou algum tipo de

tratamento?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

1

37

11- Lesões registradas durante o estudo:

1- Muscular isolada ( ).

2- Ligamentar isolada ( ).

3-Traumas articulares com comprometimento muscular e/ou capsular e/ou

ligamentar com redução de arco de movimento ( ).

4- Músculo-tendíneas ( ).

5- Afecções da coluna vertebral ( ).

Data da lesão:

Segmento corporal afetado:

Tipo de tratamento realizado:

Tempo de recuperação:

11- Lesões registradas durante o estudo:

1- Muscular isolada ( ).

2- Ligamentar isolada ( ).

3-Traumas articulares com comprometimento muscular e/ou capsular e/ou

ligamentar com redução de arco de movimento ( ).

4- Músculo-tendíneas ( ).

5- Afecções da coluna vertebral ( ).

Data da lesão:

Segmento corporal afetado:

Tipo de tratamento realizado:

Tempo de recuperação:

38

APÊNDICE B

Formulário para inquérito de dados e lesões dos acadêmicos do curso de

educação física da UFJF.

1- Nome Completo:__________________________________(Gênero Masculino)

2- Data de Nascimento:______________________________________________

3- Período que cursa EF:_____________________________________________

4- Peso: _______________________ 5- Estatura: _________________________

6- Que atividades desportivas pratica com regularidade? Basquetebol ( ) Atletismo

( ) Futebol ( ) Handebol ( ) Gin. Artística ( ) Natação ( ) Judô ( ), outros:

__________________________________________________________________

7 – Qual a freqüência semanal de prática destas modalidades? ( ) 3 x p/sem ( )

4x p/sem ( ) 5x / sem ( ) mais de 5x

8 – Pratica voleibol de quadra com regularidade? ( ) sim ( ) não

9- Membro dominante? _______________________________________________

10- Esporte ou atividade preferido (a)?___________________________________

11 - Sofreu alguma lesão nos últimos 10 meses? ( ) Sim ( ) Não

Caso tenha sofrido alguma lesão desportiva nos últimos 10 meses, favor

preencher o quadro abaixo.

1

39

TIPO DE LESÃO DATA SEGMENTO TRATAMENTO

REALIZADO TEMPO DE

RECUPERAÇÃO 1- Muscular isolada (Mi) 2- Ligamentar isolada (Li) 3-Traumas articulares com comprometimento muscular e/ou capsular e/ou ligamentar com redução de arco de movimento (TMLC). 4- Músculo-tendíneas (MT) 5- Afecções da coluna vertebral (ACV)

40

APENDICE C

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO AOS ATLETAS

DE VOLEIBOL DE QUADRA DA UFJF.

“Prevalência de lesões osteomioarticulares em atletas de voleibol de quadra

da UFJF.”

RESPONSÁVEIS:

Pesquisador: Prof. Ms. Eduardo de Castro Assis

INSTITUIÇÃO: Universidade Federal de Juiz de Fora

Faculdade de Medicina/Departamento de Fisioterapia

ENDEREÇO: Campus Universitário - Bairro Martelos - Juiz de Fora - MG.

CEP: 36036-330

CCS – Centro de Ciências da Saúde

Departamento de Fisioterapia sala F-231

O Senhor está sendo convidado como voluntário a participar da pesquisa

“Prevalência de lesões osteomioarticulares em atletas de voleibol de quadra da

UFJF”. Neste estudo pretendemos investigar as principais lesões que ocorrem no

voleibol de quadra, correlacionando-as com a prática diária desta atividade, seja

em treinamentos ou jogos.

O motivo que nos leva a este estudo é a grande popularidade desta

modalidade esportiva, e sua relevante importância social e econômica, inclusive

em nossa região. Com o presente estudo, poderemos caracterizar as lesões

intrínsecas decorrentes da prática desta modalidade esportiva, o que propiciará

1

41

futuramente um trabalho preventivo em relação á ocorrência de lesões, o que só é

possível após a caracterização das mesmas.

Para este estudo adotaremos os seguintes procedimentos: acompanhamento

dos jogadores de voleibol da equipe da Universidade Federal de Juiz de Fora,

realizando o registro das lesões ocorridas em treinamentos e jogos, durante uma

temporada esportiva (com duração de 10 meses). Os atletas serão cadastrados

através de um questionário contendo os seguintes dados: identificação do atleta,

peso, estatura, tempo de prática esportiva e de voleibol, membro dominante,

posição em quadra e histórico de lesões anterior à coleta de dados.

Para participar deste estudo o senhor não terá nenhum custo, nem receberá

qualquer vantagem financeira. O senhor será esclarecido sobre o estudo em

qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou recusar-se a

participar. Poderá retirar seu consentimento ou interromper a participação a

qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não

acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma como é tratado pelo

pesquisador.

Sua participação no presente estudo envolve risco considerado mínimo.

Ressaltamos que, caso lhe aconteça qualquer dano pessoal durante a entrevista a

qual será submetido, qualquer forma de ressarcimento será de responsabilidade

do autor.

O pesquisador irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo.

Os resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome

ou o material que indique sua participação não será liberado sem a sua

permissão. O Senhor não será identificado em nenhuma publicação que possa

resultar deste estudo.

Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que

uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável, no Centro de Ciências

da Saúde – Departamento de Fisioterapia sala F-231, e a outra será fornecida a

você.

1

42

Eu, ______________________________________________, portador do

documento de Identidade _____________________________ fui informado dos

objetivos do estudo “Prevalência de lesões osteomioarticulares em atletas de

voleibol de quadra da UFJF”, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas

dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e

modificar minha decisão de participar se assim o desejar. Declaro que concordo

em participar desse estudo, e recebi uma cópia deste termo de consentimento

livre e esclarecido e me foi dada à oportunidade de ler e esclarecer as minhas

dúvidas.

Juiz de Fora, _________ de __________________________ de 2008 .

Nome Assinatura participante Data

Nome Assinatura pesquisador Data

Nome Assinatura testemunha Data

Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá

consultar o:

CEP- Comitê de Ética em Pesquisa/UFJF

Campus Universitário da UFJF

Pró-Reitoria de Pesquisa

CEP 36036.900

Fone: 32 3229 3788

1

43

APÊNDICE D

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO AOS ACADÊMICOS

DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UFJF.

“Prevalência de lesões osteomioarticulares em atletas de voleibol de quadra

da UFJF.”

RESPONSÁVEIS:

Pesquisador: Prof. Ms. Eduardo de Castro Assis

INSTITUIÇÃO: Universidade Federal de Juiz de Fora

Faculdade de Medicina/Departamento de Fisioterapia

ENDEREÇO: Campus Universitário - Bairro Martelos - Juiz de Fora - MG.

CEP: 36036-330

CCS – Centro de Ciências da Saúde

Departamento de Fisioterapia sala F-231

O Senhor está sendo convidado como voluntário a participar da pesquisa

“Prevalência de lesões osteomioarticulares em atletas de voleibol de quadra da

UFJF”. Neste estudo pretendemos investigar as principais lesões que ocorrem no

voleibol de quadra, correlacionando-as com a prática diária desta atividade, seja

em treinamentos ou jogos.

O motivo que nos leva a este estudo é a grande popularidade desta

modalidade esportiva, e sua relevante importância social e econômica, inclusive

em nossa região. Com o presente estudo, poderemos caracterizar as lesões

intrínsecas decorrentes da prática desta modalidade esportiva, o que propiciará

44

futuramente um trabalho preventivo em relação á ocorrência de lesões, o que só é

possível após a caracterização das mesmas.

Para este estudo adotaremos os seguintes procedimentos: identificação e

registro das lesões esportivas sofridas nos últimos 10 meses pelos acadêmicos do

curso de educação física da UFJF através de um questionário contendo os

seguintes dados: identificação do acadêmico, peso, estatura, atividades físicas

praticadas e sua freqüência semanal, membro dominante e as informações quanto

ás lesões.

Para participar deste estudo o senhor não terá nenhum custo, nem receberá

qualquer vantagem financeira. O senhor será esclarecido sobre o estudo em

qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou recusar-se a

participar. Poderá retirar seu consentimento ou interromper a participação a

qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não

acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma como é tratado pelo

pesquisador.

Sua participação no presente estudo envolve risco considerado mínimo.

Ressaltamos que, caso lhe aconteça qualquer dano pessoal durante a entrevista a

qual será submetido, qualquer forma de ressarcimento será de responsabilidade

do autor.

O pesquisador irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo.

Os resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome

ou o material que indique sua participação não será liberado sem a sua

permissão. O Senhor não será identificado em nenhuma publicação que possa

resultar deste estudo.

Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que

uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável, no Centro de Ciências

da Saúde – Departamento de Fisioterapia sala F-231,e a outra será fornecida a

você.

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Eu, ______________________________________________, portador do

documento de Identidade _____________________________ fui informado dos

objetivos do estudo “Prevalência de lesões osteomioarticulares em atletas de

voleibol de quadra da UFJF”, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas

dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e

modificar minha decisão de participar se assim o desejar. Declaro que concordo

em participar desse estudo, e recebi uma cópia deste termo de consentimento

livre e esclarecido e me foi dada à oportunidade de ler e esclarecer as minhas

dúvidas.

Juiz de Fora, _________ de __________________________ de 2008 .

Nome Assinatura participante Data

Nome Assinatura pesquisador Data

Nome Assinatura testemunha Data

Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá

consultar o:

CEP- Comitê de Ética em Pesquisa/UFJF

Campus Universitário da UFJF

Pró-Reitoria de Pesquisa

CEP 36036.900

Fone: 32 3229 3788

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ANEXO A

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