patrÍcia pinto-monografia-versão final sem cap 5

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL AVALIAÇÃO DO USO DE SISTEMAS ECOLÓGICOS EM FORTALEZA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS PRÁTICAS ATUAIS E VISÃO DOS EMPREENDEDORES PARA AS CONSTRUÇÕES DO FUTURO Patrícia Pinto Gonçalves

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Page 1: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁCENTRO DE TECNOLOGIADEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL

AVALIAÇÃO DO USO DE SISTEMAS ECOLÓGICOS EM FORTALEZA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS PRÁTICAS

ATUAIS E VISÃO DOS EMPREENDEDORES PARA AS CONSTRUÇÕES DO FUTURO

Patrícia Pinto Gonçalves

FORTALEZA- CE

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Novembro-2009

1

Page 3: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

PATRÍCIA PINTO GONÇALVES

AVALIAÇÃO DO USO DE SISTEMAS ECOLÓGICOS EM FORTALEZA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS PRÁTICAS

ATUAIS E VISÃO DOS EMPREENDEDORES PARA AS CONSTRUÇÕES DO FUTURO

Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. André Bezerra dos Santos, Ph.D

FORTALEZA- CE

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2009

3

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PATRÍCIA PINTO GONÇALVES

AVALIAÇÃO DO USO DE SISTEMAS ECOLÓGICOS EM FORTALEZA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS PRÁTICAS

ATUAIS E VISÃO DOS EMPREENDEDORES PARA AS CONSTRUÇÕES DO FUTURO

Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil, da Universidade

Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Aprovada em ____/____/_____

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________

Prof. André Bezerra dos Santos, Ph.D (Orientador)

Universidade Federal do Ceará – UFC

_______________________________________________________

Adriana Guimarães Costa

Universidade Federal do Ceará – UFC

________________________________________________________

Aldecira Gadelha Diógenes

Universidade Federal do Ceará - UFC

Page 6: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

A Deus, pela vida.

Aos meus pais, pela força e apoio a mim dedicados em todos os anos de vida acadêmica.

À minha irmã, pelo carinho, cuidado e atenção que sempre teve comigo.

À minha avó, pelo carinho e apoio nos momentos difíceis

Aos meus amigos da faculdade, pela amizade e pelos dias de estudos.

Aos meus primos, pelo apoio e incentivo.

Aos meus tios, que sempre torceram por mim.

Page 7: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

AGRADECIMENTOS

Ao professor André Bezerra dos Santos pela orientação deste trabalho e, em especial,

pela dedicação, paciência, conselhos e amizade dedicados nesta graduação.

A professora Thaís Costa Lago Alves pela co-orientação deste trabalho.

Ao grupo GERCON pela oportunidade de estágio em trabalho científico durante a

graduação.

Aos meus amigos da faculdade: Paulo Rogério, Pedro Rodolfo, Vanessa, Marisônia,

Maria Micheline, Márcio Anderson, Euclides, Emanoel, Amanda e Karla pela amizade e pelo

apoio durante toda a caminhada universitária.

Aos engenheiros Hudson Silva, Madalena Soares e Eugênio Montenegro pela

compreensão e paciência que tiveram comigo durante meu estágio.

Ao engenheiro Geraldo Magela, pela oportunidade de entrevistá-lo.

Aos corretores Felipe Rabelo Pinto e Leandro Rabelo Pinto, pelo apoio profissional.

Aos meus amigos da comunidade face de cristo: Carla, Cabral, Anderson e Vanessa

pelas orações e pela valorização do ser humano.

Aos meus amigos de infância: Maria Clara, Paula, Carina, Mariana, Raíssa, Isabel,

Cecília, Tássia, Luiza, Lívia e Lia pelo carinho e compreensão.

A Universidade Federal do Ceará, em especial, ao curso de Engenharia Civil.

A Deus, que sempre esteve ao meu lado.

Page 8: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

RESUMO

O momento atual de desequilíbrio ecológico pelo qual passa o mundo exige que empresas de todos os ramos adotem e pratiquem técnicas sustentáveis, ou seja, elas devem reduzir os desperdícios dos recursos naturais como forma de perpetuá-los e garantir a sobrevivência das espécies hoje existentes na terra. O presente estudo tem como objetivo investigar as práticas sustentáveis atuais em Fortaleza, um estudo de caso, bem como entender a visão de empreendedores do ramo de construção quanto à tendência delas. O método de pesquisa foi dividido em seis etapas: inicialmente, foi realizada uma revisão bibliográfica. Em seguida, foi elaborado um questionário com o objetivo de abordar questionamentos sobre a aplicação e filosofia sustentável. A terceira etapa envolveu a seleção da empresa cujos empreendimentos foram alvos de estudos de casos desse trabalho. A quarta etapa tratou-se da entrevista com o engenheiro da empresa selecionada a fim de obter a visão da empresa sobre construções futuras, bem como identificar a prática de sistemas ecológicos. A penúltima etapa envolveu a busca pelo perfil do comprador dos empreendimentos citados neste trabalho, como uma forma de verificar se o consumidor exigia a presença de práticas sustentáveis no imóvel e se isso motivava o empreendedor. Ao final, foram feitas críticas a alguns pontos analisados durante a entrevista. Entre as principais conclusões deste estudo, está a constatação de que as principais práticas ecológicas encontradas em construções de Fortaleza são: reúso de água, técnica de uso da energia solar para aquecimento de água e sistemas inteligentes de iluminação. Outra conclusão importante deste estudo é de que tem crescido o interesse de construtores por técnicas sustentáveis, ainda que não seja acompanhada, no mesmo ritmo, pelo interesse de consumidores em empreendimentos deste tipo.

Palavras-chave: Práticas sustentáveis; Construção; Empreendedores.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Esquema de reúso de águas pulviais...................................................................17

Figura 2 - Cisterna de polietileno usada no armazenamento de águas pluviais...............18

Figura 3 – Esquema do sistema de reuso de águas cinzas em residências........................21

Figura 4 - Sistema de energia fotovoltaica ligada a bateria...............................................23

Figura 5 – Esquema de uma placa de aquecimento de água solar....................................24

Figura 6 - Sistema de aquecimento solar de água...............................................................25

Figura 7 – Reservatório térmico - Boiler.............................................................................26

Figura 8 - Esquema de aquecimento auxiliar a gás.............................................................27

Figura 9 – Países da América Latina líderes na capacidade de receber energia.............31

Figura 10 - Desenho da seção dos jardins suspensos (século V a.c)...................................32

Figura 11 - Antigo Ministério da Educação e Saúde...........................................................33

Figura 12 - Estrutura de um telhado verde.........................................................................35

Figura 13 - Fachada da obra A.............................................................................................42

Figura 14 - Canteiro do empreendimento A........................................................................43

Figura 15 - Planta baixa do empreendimento A..................................................................43

Figura 16 - Localização do empreendimento B...................................................................47

Figura 17 - Célula fotovoltáica usada para fins de aquecimento.............................................48

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Matriz de questões elaboradas..........................................................................41

Quadro 2 - Descrição do empreendimento A.......................................................................44

Quadro 3 - Comentários do entrevistado.............................................................................51

Quadro 4 - Tabela referente ao empreendimento C...........................................................53

Quadro 5 - Tabela referente ao empreendimento D...........................................................53

Quadro 6 – Tabela imobiliária do empreendimento B.............................................................54

Page 11: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5
Page 12: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................11

1.1 Justificativa do tema................................................................................................12

1.2 Problema da pesquisa..............................................................................................13

1.3 Objetivos...................................................................................................................13

1.3.1 Geral...............................................................................................................13

1.3.2 Objetivos específicos......................................................................................13

1.4 Estrutura do trabalho.............................................................................................14

2 SISTEMAS ECOLÓGICOS............................................................................................15

2.1 Gerenciamento de resíduos.....................................................................................15

2.2 Reaproveitamento de água.....................................................................................16

2.2.1 Reaproveitamento de Água Pluvial................................................................16

2.2.2 Reúso da Água Cinzas....................................................................................20

2.3 Energia solar............................................................................................................22

2.3.1 A utilização da energia solar..........................................................................22

2.3.2 Conversão elétrica..........................................................................................23

2.3.3 Conversão Térmica.........................................................................................24

2.4 Iluminação natural..................................................................................................27

2.5 Sistemas Inteligentes................................................................................................28

2.6 Outros sistemas ecológicos......................................................................................29

2.6.1 Energia eólica.................................................................................................29

2.6.2 Telhados verdes..............................................................................................31

2.6.3 Vidro...............................................................................................................35

Page 13: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

2.6.4 Insolação e ventilação.....................................................................................37

3 METODOLOGIA.............................................................................................................39

3.1 Delineamento da pesquisa.......................................................................................40

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS...............................................42

4.1 Empreendimento A..................................................................................................42

4.1.2 Descrição da estrutura....................................................................................43

4.1.3 Elementos de sustentabilidade........................................................................44

4.2 Empreendimento B..................................................................................................46

4.2.1 Descrição da estrutura....................................................................................46

4.2.2 Elementos de sustentabilidade........................................................................47

4.3 Entrevista.................................................................................................................49

4.4 Comparação de preço entre empreendimentos circunvizinhos..........................52

4.5 Perfil dos compradores dos empreendimentos A e B...........................................54

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS...................55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................57

ANEXOS.................................................................................................................................59

12

Page 14: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

1 INTRODUÇÃO

O nosso planeta possui recursos finitos, tais como água, ar, solo, energia, que precisam

ser protegidos e preservados tanto quantitativamente como qualitativamente para que a

sobrevivência humana e de outras espécies não seja ameaçada. Esse é o conceito de

sustentabilidade que surgiu na década de 1980 (NÓBILE, 2003). Tal definição tornou-se um

padrão seguido mundialmente e cada vez mais infiltrado em ramos econômicos e sociais,

visto que a humanidade tem experimentado das conseqüências danosas de desequilíbrios

ambientais.

Silva (2007) menciona que a construção civil contribui para esses desequilíbrios durante

toda sua cadeia produtiva, desde a extração de matérias primas como, minerais, madeiras e

rochas, passando pela construção, manutenção e demolição.

Para reduzir os impactos ambientais ocasionados pelas construções, adotam-se técnicas

sustentáveis de produção. A comprovação dos benefícios adquiridos através dessas medidas

sustentáveis pode ser vista em citações como a de Santicci (2007 apud CIPRIANI, 2007) que

menciona a economia de bilhões de dólares no setor de construções, que é responsável por

30% a 40% do consumo mundial de energia.

É por essas e outras vantagens que empreendimentos sustentáveis são cada vez mais de

interesse de grandes empresas no mundo. Para atender a essa crescente demanda, o mercado

brasileiro tem disponibilizado produtos e técnicas que auxiliam empresários na implantação

dos conceitos de sustentabilidade (KROTH, 2007). Entretanto, ainda é possível observar a

carência de soluções globais. Nesse sentido, uma implantação de redes sinérgicas integrando

as esferas industrial, profissional e acadêmica, poderá promover uma abordagem mais

abrangente sobre o problema ocasionado por esta carência, resultando no oferecimento de

soluções também abrangentes e de métodos e instrumentos eficientes para sua avaliação.

Page 15: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Assim, uma avaliação sobre as práticas sustentáveis na construção junto às construtoras e a

visão dos construtores acerca das tecnologias verdes faz-se necessário.

O presente trabalho foi realizado em uma empresa de construção civil que atua na

Região Metropolitana de Fortaleza. A seguir, é apresentada uma breve descrição desta

empresa que participou do estudo e a justificativa para a seleção da mesma.

Empresa A

A empresa selecionada, baseada no nosso conhecimento de mercado, se configura como

a primeira da área de construção civil a lançar empreendimentos ecológicos e a criar suítes

diferenciadas que privilegiam o conforto e a privacidade do casal. A cada lançamento, a

empresa vem procurando aliar novas tecnologias e novos conceitos imobiliários às exigências

dos atuais consumidores e seus familiares. A construtora é a única a possuir o Personal Space,

um sistema único que permite que cada cliente planeje seu próprio apartamento, escolhendo

entre as várias opções disponíveis de projeto e de acabamentos. Estes benefícios, aliados a

busca pela qualidade e a visão empreendedora, conferiram a empresa a certificação ISO 9001

no que se refere à incorporadora e construtora.

1.1 Justificativa do tema

Neste trabalho, busca-se estimular construtores e compradores de empreendimentos a

investirem em construções “sustentáveis” como uma forma de minimizar a destruição do

meio-ambiente que se torna cada vez mais iminente e irreversível.

Na Engenharia Civil, construções “sustentáveis” são aquelas que usufruem dos recursos

naturais sem comprometer a demanda dos mesmos em futuras gerações.

Para este trabalho foram escolhidos quatro sistemas ecológicos a serem aprofundados:

Gerenciamento de Resíduos de Construção e Demolição (RCD), sistemas inteligentes de

iluminação, sistemas de uso da energia solar e reaproveitamento de água. Estes sistemas são

normalmente os sistemas mais utilizados nos diagnósticos de sistemas ecológicos no Brasil e

no mundo.

12

Page 16: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

A escolha do sistema inteligente de iluminação deve-se aos grandes benefícios

econômicos e ecológicos que esse sistema traz, pois com a instalação de sensores é possível

utilizar somente o necessário de energia.

O uso da energia fotovoltaica trata-se de uma forma de garantir o abastecimento de

energia para a população, e diminuir a poluição gerada pelas formas de energia

convencionais, que utilizam em sua maioria o petróleo, gás natural e energia hidráulica. No

caso da cidade de Fortaleza, ela sugere uma satisfação ainda maior, pois a incidência solar é

demasiada nesta localidade, o que faz com que o aproveitamento energético seja máximo.

O Reaproveitamento de Água, quer pela captação das águas de chuva quer pelo reúso de

águas cinzas, foi escolhido por se tratar de um sistema que visa o maior aproveitamento

possível dos recursos naturais. É uma grande solução para reduzir o consumo de água da

concessionária, e minimizar o lançamento de esgotos nas redes coletoras.

1.2 Problema da pesquisa

Diante da justificativa apresentada, o problema da pesquisa deste trabalho de conclusão

de curso é representado pela seguinte questão: qual é a posição dos empresários do ramo de

construção em Fortaleza frente a esses sistemas ecológicos? Quais são as práticas ecológicas

mais usadas em Fortaleza?

1.3 Objetivos

1.3.1 Geral

Investigar algumas práticas sustentáveis de construção habitacional em Fortaleza, assim

como avaliar a visão dos empreendedores acerca das tecnologias verdes de construção.

1.3.2 Objetivos específicos

Desenvolver e aplicar um questionário que avalie o uso e visão dos construtores de

Fortaleza sobre as construções sustentáveis.

Buscar dados que apontem se a inclusão desses conceitos torna as construções mais

caras.

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Identificar o perfil dos compradores de edifícios concebidos de forma sustentável.

Conhecer os principais princípios da sustentabilidade aplicados nas edificações

analisadas.

Adquirir conhecimento sobre a gestão e eficiência da sustentabilidade no ambiente

construído.

1.4 Estrutura do trabalho

Cap. 1 – Introdução

Neste capítulo, é abordado o tema do projeto explorando a justificativa e o problema de

pesquisa bem como, os objetivos e a estrutura do trabalho.

Cap. 2 – Pesquisa bibliografia

No capítulo 2, são discutidas as principais tecnologias disponíveis no âmbito da

sustentabilidade em construções, visando fundamentar a análise do cenário que será

conhecido com a entrevista de campo.

Cap. 3 – Método de pesquisa

No capítulo 3, é apresentado o método de pesquisa do trabalho. São descritos as etapas e o

plano de ação da pesquisa.

Cap. 4 – Apresentação dos resultados

No capítulo 4, são apresentadas as práticas adotadas pela empresa nos empreendimentos

avaliados, a visão do diretor técnico da construtora com relação a futuras construções, uma

comparação de preços entre empreendimentos convencionais e ecológicos e o perfil dos

clientes dessas construções.

Cap. 5 – Discussão sobre os resultados

No capítulo 5, são discutidos os dados obtidos no capítulo anterior.

Cap. 6 – Conclusões e recomendações para estudos futuros

14

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No capítulo 6, são apresentadas as conclusões do trabalho e recomendadas algumas diretrizes

de estudo para trabalhos futuros.

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2 SISTEMAS ECOLÓGICOS

O homem não pode viver sem ciência nem tecnologia, tal como não pode viver contra a

natureza. O que, entretanto, necessita de maior atenção, é o ajuste da exploração natural, do

consumo humano e da densidade de ocupação humana perante a capacidade de suporte dos

ecossistemas locais (NÓBILE, 2003).

As tecnologias estudadas, neste trabalho, ajudam a ajustar essa relação entre exploração

dos recursos naturais pelos homens e o equilíbrio que estes ocasionam em ecossistemas.

2.1 Gerenciamento de resíduos

Segundo Silva (2007), a fim de definir as responsabilidades do poder público e dos

agentes privados em relação aos Resíduos da Construção e Demolição (RCD), o Conselho

Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), criou a resolução no. 307. Deixando nítido que o

produtor de resíduo é o responsável pelo destino dele, devendo, portanto, elaborar projetos de

gerenciamento destes gerados no canteiro de obras, que passam a ser obrigatórios e devem ser

apresentados ao poder público para aprovação destes projetos, de modo a impedir a

continuidade de procedimentos prejudiciais ao meio ambiente. As diretrizes, critérios e

procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil estabelecidos pela resolução no.

307, visam:

(a) a responsabilidade ambiental dos profissionais na elaboração dos projetos por meio

da redução e minimização do desperdício de materiais, exigência de manejos para a

eliminação dos impactos ambientais, diminuição dos custos finais dos empreendimentos;

(b) a responsabilidade ambiental dos profissionais nos canteiros de obras por meio da

limpeza do canteiro, segregação dos resíduos gerados e garantia de controle sobre o destino

dos resíduos em agentes legalmente licenciados, resultando numa maior limpeza e

Page 20: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

organização, maior economia e segurança para o trabalhador, assim como facilitação da

triagem dos resíduos e seu aproveitamento;

(c) a responsabilidade ambiental dos transportadores por meio de um correto manejo e

destinação dos resíduos, obedecendo a legislação municipal e aos dispositivos que

regulamentam as questões do meio ambiente;

(d) a responsabilidade ambiental dos receptores dos RCD por meio de áreas receptoras

definidas como: área de transbordo e triagem – licenciada pelo poder público municipal, área

de reciclagem e aterros de RCD e resíduos inertes – licenciados pelos órgãos estaduais do

meio ambiente.

Apesar de não ter sido feita uma avaliação da produção de RCD, as construções

sustentáveis devem minimizar a produção dos resíduos e promoverem a reciclagem do que

puder ser reciclado e dar um correto destino da outra fração, preferencialmente em aterros

sanitários.

2.2 Reaproveitamento de água

A água é um recurso limitado e precioso. Além disto, a distribuição desigual da água

pelas diferentes regiões do planeta faz com que haja escassez do recurso em várias regiões,

incluindo o estado do Ceará, que se localiza na região Semi-árida. Algumas das soluções

adotadas para preservar este recurso natural são:

2.2.1 Reaproveitamento de Água Pluvial

O sistema de reúso de águas pluvial, em linhas gerais, funciona da seguinte forma: as

águas captadas são transferidas para um reservatório isolado através de um sistema simples e

de baixo custo (tubulação de PVC, caixa d´água...), onde serão filtradas e armazenadas,

sendo, quando necessário, bombeadas para uma caixa d´água na cobertura da edificação,

conforme mostrado na Figura 1 .

Segundo Kroth (2007), existem duas formas conhecidas de captação de água de chuva:

a primeira é aproveitando a cobertura da casa, e a segunda é revestindo o subsolo de uma

17

Page 21: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

região de encosta com plástico e canalizando a água pré-filtrada pelo solo até uma caixa ou

reservatório.

De acordo com Neves et al. (2006), a armazenagem da água da chuva pode ser feita em

uma caixa separada ou diretamente na cisterna, caixa central do seu estabelecimento (Lares na

cidade, fazenda, sítios, chácaras etc.) ou ainda em cisternas secas e abandonadas,

reaproveitando-as, conforme pode ser visto na Figura 2 .

Figura 1 - Esquema de reúso de águas pulviaisFonte: Acqua Save (2009)

18

Page 22: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Figura 2 - Cisterna de polietileno usada no armazenamento de águas pluviaisFonte: Acqua Save (2009)

Conforme Neves et al. (2006), o dimensionamento da caixa de captação vai depender de

sua utilização. Se o objetivo for o abastecimento em água potável durante, por exemplo, o

período de seca, o volume da caixa a ser construída deverá ser determinado em função de

alguns fatores, tais como:

1- O consumo necessário de água para abastecer uma família durante o ano ou num

período curto (dias, semanas ou meses), na medida que podem existir no local, outras fontes

de água (cisterna, mina ou nascente, etc.);

2- A quantidade de água de chuva que a cisterna pode captar e armazenar, durante este

mesmo período, sendo dependente:

2.1- A quantidade de chuva da região (regime pluviométrico);

2.2- A área disponível para a captação, que por sua vez dependerá: do tipo de material,

ou seja, se é telha de barro, plástico, etc.; da superfície em que é captada, que pode ocorrer

perdas.

Pode-se usar este volume de água em potencial que se tem na região como fator

limitante do dimensionamento da caixa de captação, ou não; tudo dependerá de seu objetivo

em captar este tipo de água, e das condições financeiras disponíveis para realizá-lo.

19

Page 23: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

De acordo com Neves et al. (2006), a escolha do local para a construção da caixa ou

reservatório de captação deverá atender aos seguintes requisitos:

1. A caixa deve ser montada no lugar mais baixo, podendo receber por gravidade á água

escoada de todos os lados do telhado. No caso de se usar o plástico enterrado, a água que

escorrerá por toda a extensão do mesmo, também deverá estar acima da caixa;

2. Buscar solos de preferência arenosos ou sem pedras grandes. O tipo do terreno

estabelece a profundidade possível para a escavação, que pode levar a caixa a ter um volume

reduzido. Por outro lado, a presença de material duro no fundo da caixa a ser construída,

torna-a mais segura;

3. Deve-se procurar um local afastado de árvores ou arbustos cujas raízes possam

provocar rachaduras e conseqüente vazamento na parede da caixa;

4. Para prevenir o perigo de contaminação da água armazenada, a caixa deve ser

implantada a, pelo menos, 10 a 15 metros de distância de fossas, latrinas, currais e depósitos

de lixo;

5. A caixa de captação ou armazenamento quando for usada como uma cisterna, ou seja,

usando balde para retirar a água, poderá ser construída próxima da cozinha para facilitar o

acesso à água pela dona de casa.

E, ainda, de acordo com Neves et al. (2006), a água armazenada na caixa pode sofrer

contaminação de duas maneiras:

1. Água muito tempo armazenada sem cloração;

2. Água que entra no reservatório já com contaminação, proveniente da sua passagem

pelo telhado da casa. É fato que o telhado recebe vários tipos de depósitos trazidos pelo vento,

como folhas, papel, lixo, etc., além da poeira. É também o lugar de passagem de animais

como ratos, pássaros e insetos.

Pelo risco apresentado acima, é recomendável limpeza e inspeção das caixas e dos

demais componentes envolvidos no sistema freqüentemente.

20

Page 24: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

2.2.2 Reúso da Água Cinzas

Águas cinzas, como define Lamine et. al. (2007 apud VALENTINA, 2009), trata-se

daquele volume residuário sem contribuição de efluentes das bacias sanitárias, sendo assim,

diz respeito apenas ao volume de água produzido por chuveiros, lavatórios, máquinas de

lavar, pias de cozinha e tanques.

As características das águas cinza, assim como o volume de água consumida em um

domicílio, variam regionalmente. Três fatores que afetam significativamente a composição

das águas cinza são: qualidade da água de abastecimento, tipos de rede de distribuição tanto

da água cinza quanto da água potável e os usos da água nas residências (LAMINE et al. 2007

apud VALENTINA, 2009).

Conforme Valentina (2009), o sistema de reúso de água cinzas, em suma, funciona da

seguinte forma: com exceção a das cozinhas, o volume de água advindo de aparelhos tais

como: chuveiro, pias, máquinas de lavar e tanques que são abastecidos pela companhia

responsável, é deslocado através de tubulações de PVC para uma Estação de Tratamento de

Águas Cinzas (ETAC), que de uma forma geral trata-se de uma Estação de Tratamento de

Esgoto (ETE). O tratamento de águas cinza deve cumprir quatro critérios: segurança da saúde,

qualidade estética e viabilidades técnica e econômica. Após a saída da estação, a água cinza

tratada passa por um processo de desinfecção com cloro que ocorre, dentro de um reservatório

inferior de água de reúso. A partir desse ponto, a água cinza tratada e desinfetada é bombeada

para a caixa d´água que fica na cobertura da construção, sendo esta diferente daquela que

armazena água potável, como pode ser visto na Figura 3. Ao ser armazenado nesse nível

superior do empreendimento, a água cinza tratada será disponibilizada principalmente para:

• Descarga de bacias sanitárias;

• Uso da água para irrigar jardins;

• Uso da água para lavar carros.

Assim parte da água residencial, cerca de 30% segundo Cipriani (2007), deixará de ser

recebida da distribuidora local. É preciso atentar, entretanto, a um ponto especial do sistema

21

Page 25: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

que é a do tratamento da água que contem o sabão e matéria orgânica humana que, se parada

por alguns dias, inicia um processo de decomposição.

Figura 3 – Esquema do sistema de reuso de águas cinzas em residências Fonte: Valentina (2009)

Segundo Gonçalves (2006), a implantação de sistemas de reúso de águas cinza requer

segregação de tubulações, ou seja, faz-se necessário que as águas cinzas escoem para a

estação de tratamento por tubulações diferentes das águas provenientes de vasos sanitários,

para não haver contaminação. Se as águas cinza, após tratadas, forem utilizadas para descarga

de vasos sanitários, devem também ser transportada por uma tubulação específica para esse

abastecimento, ou seja, há uma rede dupla de abastecimento domiciliar: uma rede de

abastecimento com água potável, para atender a pias, chuveiros, tanques, máquinas de lavar e

outra de água de reúso, abastecendo vasos sanitários.

As tubulações devem possuir cores distintas e não ter nenhuma interligação entre elas. É

recomendável que as válvulas e os registros de cada rede possuam abertura e fechamentos

ETEÁgua

pot á vel

Água

re ú so

Irrigação

Esgoto sanitária

ETE

Ar condicionado

Água

potável

Água

reuso Descarga sanitária

22

Page 26: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

diferenciados. No caso de falta de água de reúso, os vasos sanitários devem ser abastecidos

com água potável (GONÇALVES, 2006).

2.3 Energia solar

Segundo Kroth (2007), energia solar trata-se da energia luminosa captada do Sol, que é

transformada em alguma outra forma de energia utilizável pelo homem, seja diretamente para

aquecimento de água ou ainda como energia elétrica ou mecânica.

Ainda segundo Cipriani (2007), a Terra recebe 1410 W/m2 de energia, medição feita

numa superfície normal (em ângulo reto) com o sol durante seu movimento de translação ao

redor do Sol. Dessa energia, cerca de 19% é absorvida pela atmosfera e 35% é refletida.

Trata-se, portanto, de uma energia não poluente, em abundância em países tropicais e cuja

fonte, o Sol, é gratuita.

2.3.1 A utilização da energia solar

Segundo Cipriani (2007), o aumento cada vez maior da demanda por abastecimento

energético tem sido uma das principais características de nossa sociedade, ao menos sob um

ponto de vista prático e material. Pois indústria, meios de transporte e até mesmo a agricultura

e a vida urbana necessitam de energia para seu funcionamento e desenvolvimento.

Ainda de acordo com Cipriani (2007), mais de 98% de nossa energia procede de

combustíveis fósseis: carvão, petróleo e gás natural. As reservas destes combustíveis fósseis

são limitadas como todos os recursos naturais e, como a exploração deles está muito acelerada

por causa do crescente consumo, é possível prever a falta destes recursos para a continuidade

de práticas atuais.

Cada vez mais, pessoas comuns são mais bem informadas, devido à crescente eficiência

dos meios de comunicação, o que gera um fortalecimento da consciência comum, quanto à

necessidade da manutenção de nossas reservas esgotáveis de energia e do desenvolvimento

tecnológico no setor de aproveitamento de fontes de energia alternativas.

23

Page 27: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Frente a esta realidade, seria irracional não buscar, por todos os meios tecnicamente

possíveis, aproveitar uma fonte de energia limpa, inesgotável e gratuita, como a energia solar,

os métodos de captação dela e possíveis usos e aplicações.

Assim, são apresentados métodos de conversão térmica e elétrica da energia solar, bem

como seus usos e aplicações.

2.3.2 Conversão elétrica

Segundo Kroth (2007), a utilização deste sistema é de grande importância em zonas

afastadas dos centros urbanos desprovidas de redes de transmissão de energia elétrica. Na

zona urbana do Brasil, seu custo benefício ainda é desfavorável, comparado às formas de

energia convencionais, mas os materiais empregados na sua fabricação estão em via de

tornarem-se cada vez mais econômicos. Este sistema depois de instalado praticamente não dá

custos de manutenção e diminui drasticamente o consumo de energia. As placas fotovoltaicas

devem ser encaradas como o futuro da energia residencial para o país (KROTH, 2007).

Estes sistemas possibilitam a geração de energia elétrica capaz de suprir toda a demanda

de uma residência se corretamente dimensionados. O sistema, na Figura 4, mostra como

funciona a energia fotovoltaica ligada a baterias.

Figura 4 - Sistema de energia fotovoltaica ligada a bateria. Fonte: Heliodinamica (2009)

A energia solar é convertida em eletricidade pelas células semi-condutoras presentes nas

placas fotovoltaicas. A radiação solar incide sobre a célula, esta por sua vez libera elétrons no

seu interior que se deslocam para uma das superfícies tratadas da célula, gerando uma

diferença de potencial e voltagem, entre as duas superfícies da célula, de onde é obtida a

corrente elétrica desejada. Um módulo do painel solar é o conjunto de várias destas células.

24

Page 28: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Os módulos solares são ligados em série e geram corrente contínuas (RIERA, 2003 apud

KROTH, 2007).

Na seqüência dos painéis solares, há um regulador de carga, responsável pelo controle

do nível de carga das baterias, para evitar uma sobrecarga ou descarga excessiva nas mesmas.

A energia, então, é destinada para o banco de baterias, responsável por acumular a energia

necessária para o uso à noite ou em momentos de pouca insolação. Estas baterias podem ser

do tipo estacionário (deep-cycle) ou automotivo (HELIODINAMICA, 2009).

Nesta etapa, a energia ainda não está pronta para ser utilizada pelas redes elétricas

residenciais, pois a corrente gerada pelas placas é contínua de 12, 24 ou 48 volts, e precisando

ser transformada em 110 ou 220 volts de corrente alternada. O aparelho responsável por esta

transformação é o inversor, outro papel importante deste aparelho é prevenir que anomalias na

rede ou na geração da energia causem danos ao sistema elétrico da casa, em caso de

anomalias o sistema desconecta a rede das baterias (HELIODINAMICA, 2009).

É possível o uso de baterias sem os inversores, porém os equipamentos abastecidos

deverão funcionar necessariamente em 12 volts, como no caso das lâmpadas fluorescentes

compactas, TVs, aparelhos de som e bombas hidráulicas (HELIODINAMICA, 2009).

2.3.3 Conversão Térmica

Esse sistema, segundo Quinteros (2001), funciona da seguinte forma: os raios de sol

atravessam a tampa do coletor, feita de vidro, incidem em aletas feitas de cobre ou alumínio

pintadas com uma tinta especial e escura, gerando a máxima absorção da radiação solar

(Figura 5).

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Page 29: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Figura 5 – Esquema de uma placa de aquecimento de água solarFonte: Quinteros (2001)

Então o calor captado é transferido por condução para a água que passa no interior da

placa em tubos de cobre em forma de serpentina e, posteriormente, vão ao reservatório

térmico. No caso do reservatório estar em um nível superior aos coletores o fluxo da água é

um fenômeno físico devido à diferença de densidade da água quente e da água fria, conforme

mostrado na Figura 6. A água que está na serpentina é aquecida e ao diminuir sua densidade

fica mais leve, encaminhando-se em direção do reservatório, dando assim lugar à água mais

fria e mais pesada (KROTH, 2007).

26

Page 30: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Figura 6 - Sistema de aquecimento solar de águaFonte: Quinteros (2001)

Se o reservatório possuir grande volume ou estiver em um nível com pouca diferença de

cota, o fluxo de água pode ser forçado através de uma bomba hidráulica. Neste caso, o

reservatório deve ser diferenciado para suportar as pressões atuantes pela água no sistema

(QUINTEROS 2001).

O reservatório térmico, Boiler (Figura 7), tem como característica principal manter a

temperatura da água o mais quente possível; em dias normais a temperatura da água dentro do

sistema, mesmo no período da noite, fica acima da temperatura de uso, sendo necessária a

mistura com água fria. Isto garante a não necessidade de sistema auxiliar em períodos em que

não há sol. Os cilindros são feitos de cobre, inox ou polipropileno e, posteriormente, são

revestidos com isolante térmico. Os reservatórios vendidos no mercado variam de tamanho, e

devem ser dimensionados de acordo com o uso diário da água quente na residência. O

principal fator de dimensionamento é a quantidade de banhos e seu tempo médio, porém,

27

Page 31: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

também são levados em conta todos os pontos de uso, como a cozinha, pias de lavatórios e

lavanderia (QUINTEROS 2001).

Figura 7 – Reservatório térmico - BoilerFonte: Quinteros (2001)

Todo sistema de aquecimento solar necessita de um sistema auxiliar de aquecimento

para períodos em que a demanda de sol não é suficiente ou haja excesso de uso. Estes

sistemas podem ser elétricos, no próprio boiler, ou a gás, esquematizado na Figura 8, ou

podem ser instalados nos pontos de uso, como é o caso do chuveiro e torneiras elétricas

(QUINTEROS, 2001).

Figura 8 - Esquema de aquecimento auxiliar a gás.

28

Page 32: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Fonte: Solarminas (2009)

2.4 Iluminação natural

A iluminação natural pode ser utilizada sem acrescentar um excesso de carga térmica

no ambiente. Segundo Cipriani (2007), soluções como as prateleiras horizontais refletoras, ou

os protetores solares externos de rastreamento azimutal, são ferramentas de projeto, viáveis e

disponíveis. Comenta também sobre a existência de ferramentas computacionais que auxiliam

projetos e reformas a contemplar a melhor forma de usar a luz natural. Elas são capazes de

aliar a modelagem computacional, elaborando modelos em três dimensões (3D) ou, ainda, a

maquete eletrônica, e associar as características físicas da luz com os procedimentos

analíticos, calculando desde a entrada da luz natural por uma abertura até as interações ou

múltiplas e inúmeras reflexões entre as diversas superfícies, materiais, cores e, inclusive,

fontes de luz.

A partir da estimativa da iluminação natural, pode-se projetar a luz artificial, que será

complementar, e apenas acionar o que for absolutamente necessário. Pode haver a conjugação

com sensores de forma a automatizar tal controle.

Afinal, é de se esperar que escritórios de Arquitetura e Engenharia, incorporadores,

órgãos públicos e empresas privadas interessadas em qualidade ambiental e eficiência

energética passem a adotar a tecnologia para, além de seduzir o cliente e o usuário pelos

aspectos visuais das apresentações, utilizarem tais ferramentas e a luz como instrumentos a

serviço da qualidade do ambiente construído, do conforto nas condições de trabalho e do bem-

estar da sociedade, com economia de recursos energéticos, por um desenvolvimento

sustentável e por uma arquitetura ecologicamente correta.

2.5 Sistemas Inteligentes

Segundo Cipriani (2007), a designação de edifício inteligente começou a ser utilizada

no Brasil há cerca de 10 anos atrás, no sentido de nomear o "caminho contemporâneo",

voltado para a elevação da qualidade da arquitetura do setor comercial e conseqüentemente

para a redução no consumo de energia. Apostou-se na automação como se ela fosse uma

ferramenta suficiente para resolver todos os problemas e insuficiências arquitetônicas.

29

Page 33: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

A maioria dos edifícios projetados, desde então, possuem um equipamento de

monitoramento ou supervisionamento para poderem ser comercializados como "inteligentes".

Cipriani (2007) faz uma crítica a classificação de edifícios inteligentes para construções cujos

processos de automação predial não estão acompanhados de uma variável pouco considerada,

mas essencial à categoria. A variável é a arquitetura inteligente, pois para a implantação do

sistema de monitoramento de qualquer que seja o circuito é preciso extinguir todas as

possibilidades que as tecnologias passivas oferecem. De acordo com Cipriani (2007), elas são:

A forma;

A correta escolha dos materiais em função da forma;

As condições climáticas locais;

Os edifícios vizinhos e sua influência no projeto;

Os quadrantes de maior radiação;

Os protetores solares exteriores;

A possibilidade de captação da luz natural sem elevar excessivamente a carga;

Térmica;

A contribuição das cargas internas;

A amplitude térmica local;

A unidade relativa média do ar;

A direção e a velocidade dos ventos predominantes.

Depois de esses requisitos estarem satisfatórios, Cipriani (2007) cita as condicionantes

da etapa de tecnologias ativa:

1. Divisão espacial dos circuitos;

2. Escolha de lâmpadas;

3. Escolha de luminárias;

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Page 34: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

4. Escolha dos ambientes com controle individual das condições de conforto;

5. Iluminação de emergência;

6. Viabilidade de implantação de iluminação de tarefa ou iluminação setorizada;

7. Localização correta dos sensores do condicionamento ambiental;

8. Controladores de demanda de pico;

9. Gerenciamento dos elevadores entre outros.

Após a resolução destas variáveis, pode-se falar em automação predial, que terá como

atividade primordial o gerenciamento dessas variáveis.

2.6 Outros sistemas ecológicos

2.6.1 Energia eólica

Segundo o Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas

(CERPCH), denomina-se energia eólica a energia cinética contida nas massas de ar em

movimento (vento). Seu aproveitamento ocorre através da conversão da energia cinética de

translação em energia cinética de rotação, com o emprego de turbinas eólicas, também

denominadas aerogeradores, para a geração de energia elétrica, ou através de cataventos e

moinhos para trabalhos mecânicos, como bombeamento de água.

O custo dos equipamentos, que era um dos principais entraves ao aproveitamento

comercial da energia eólica, caiu muito entre os anos 1980 e 1990 (CERPCH, 2009).

A avaliação do potencial eólico de uma região requer trabalhos sistemáticos de coleta e

análise de dados sobre velocidade e regime de ventos. Geralmente, uma avaliação rigorosa

requer levantamentos específicos, mas dados coletados em aeroportos, estações

meteorológicas e outras aplicações similares podem fornecer uma primeira estimativa do

potencial bruto ou teórico de aproveitamento da energia eólica.

Diversos levantamentos e estudos realizados e em andamento (locais, regionais e

nacionais) têm dado suporte e motivado a exploração comercial da energia eólica no Brasil.

31

Page 35: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Os primeiros estudos foram feitos na Região Nordeste, principalmente no Ceará e em

Pernambuco. Com o apoio da ANEEL e do Ministério de Ciência e Tecnologia – MCT, o

Centro Brasileiro de Energia Eólica – CBEE, da Universidade Federal de Pernambuco –

UFPE publicou em 1998, a primeira versão do Atlas Eólico da Região Nordeste. Com o

auxílio de modelos atmosféricos e simulações computacionais, foram feitas estimativas para

todo o país, dando origem a uma versão preliminar do Atlas Eólico Brasileiro que foi

concluído pelo CBEE em 2002 (CERPCH, 2009).

A Figura 9 apresenta a classificação dos países líderes da América Latina em relação à

capacidade para receber energia eólica e o potencial instalado.

32

Page 36: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

 Figura 9 – Países da América Latina líderes na capacidade de receber energia Fonte: Ecodesenvolvimento (2009)

2.6.2 Telhados verdes

Segundo Lohmann (2008), civilizações antigas do Rio Tigre e Eufrates já usavam

técnicas de cobertura ajardinadas e entre os séculos XIV a.C e VI a.C, construções chamadas

de Zigurates, que eram de pedra e acessadas por um conjunto de escadas com vegetação no

topo, conforme mostra a Figura 10. Os Zigurates foram descobertos pelo arqueólogo ingleses

Sir Leonard Woolley. Essas técnicas de construção tinham o objetivo de reduzir o calor das

planícies da Mesopotâmia.

33

Page 37: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Figura 10 - Desenho da seção dos jardins suspensos (século V a.c). Fonte: Lohmann (2008)

Os telhados vivos caracterizam-se pela aplicação de vegetação sobre a cobertura de

edificações com impermeabilização e drenagem adequadas. Ao agir positivamente sobre os

subsistemas termodinâmico (conforto ambiental), físico-químico (qualidade do ar) e

hidrometeórico (impacto pluvial), a utilização dos telhados vivos proporciona o aumento da

qualidade de vida da população. Eles também contribuem na redução de problemas

ambientais, especialmente os ligados à poluição e às enchentes e inundações, causados pela

alta carga pluvial.

De acordo com Lohmann (2008), os telhados vegetais contemporâneos tiveram o

começo do seu desenvolvimento em países de língua germânica. Isso se deveu a combinação

da pressão de grupos ecologistas com o aumento da produção científica nas áreas de

construção e sócio-ambientais, e tem apresentado excelentes resultados, sendo adotadas não

só em empreendimentos residenciais como também comerciais e industriais. Até mesmo em

prédios de construtoras e empreendedoras os telhados vivos têm sido aplicados em função da

alta rentabilidade decorrente do aumento da durabilidade da impermeabilização da cobertura.

Vale ressaltar que o sucesso da experiência alemã fez com que vários estados e municípios

acrescentassem na legislação ambiental e no código de obras, aspectos relativos a esse tipo de

telhado.

No Brasil, principalmente sob a influência das idéias modernistas de Le Corbuseir,

construiu-se o Ministério da Educação e Saúde, entre 1936-43, como mostra a Figura 11. O

34

Page 38: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

jardim da cobertura foi uma das primeiras obras realizadas por Roberto Burle Marx, em 1938.

Já o projeto arquitetônico foi elaborado por Lúcio Costa, Affonso Reidy, Jorge Moreira,

Carlos Leão, Ernani Vasconcellos e Oscar Niemeyer, baseados em oficinas ministradas por

Le Corbusier e em alguns esboços feitos durante a sua estadia no Brasil em 1936 (BRUAND,

1984 apud LOHNMANN, 2008).

Figura 11 - Antigo Ministério da Educação e Saúde Fonte: Lohmann (2008)

Algumas das vantagens do uso dos telhados vivos são:

Redução do stress térmico e da recepção da radiação ultravioletas da cobertura da

edificação;

Diminuição da carga térmica da edificação, diminuindo a demanda de ar

condicionado;

Diminuição de águas pluviais, não sobrecarregando a rede de esgotos;

35

Page 39: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Redução da poluição do ar, através da absorção da radiação solar e transformação do

CO2 em O2 pela fotossíntese;

Absorção de ruídos;

Bastantes adequados a cidades de clima tropical.

De acordo com Lohmann (2008), os telhados vivos têm duas classificações: intensivos

ou extensivos. A diferença entre essas categorias está na função da escolha da vegetação. Os

telhados intensivos caracterizam-se pelo uso de plantas que demandam maior consumo de

água, adubo e manutenção geral. Já os telhados extensivos se caracterizam pela alta

resistência às variações pluviais, tornando praticamente desnecessária sua manutenção. Nesse

último caso, também o uso de camadas mais estreitas e leves de substratos minimizam os

custos com a estrutura.

De acordo com Lohmann (2008), os telhados vivos são compostos por várias camadas,

cada qual com uma função específica (Figura 12):

Camada de impermeabilização: para impedir a infiltração de água na laje;

Camada de proteção: para impedir danos na impermeabilização;

Camada de drenagem: responsável pela regulagem da retenção de água e por uma

camada de drenagem rápida;

Camada de filtragem (facultativo): impede a passagem dos substratos para a camada

de drenagem o que prejudicaria o sistema de drenagem e a circulação do ar;

Camada de substrato: camada onde se encontram os nutrientes dando suporte à

vegetação, retendo e absorvendo água. O tipo de substrato bem como a altura do

mesmo irá variar conforme a vegetação escolhida e o tipo de telhado. Em se tratando

de telhados extensivos, normalmente a altura do substrato varia entre 4 e 19 cm.;

Camada de vegetação: consiste na cobertura vegetal propriamente dita e que vai

depender do tipo de telhado. Nos telhados extensivos as espécies que podem ser

utilizadas apresentam menor variação uma vez que se trata de plantas mais rústicas

que não demandam maiores cuidados com manutenção.

36

Page 40: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Figura 12 - Estrutura de um telhado verde. Fonte: Cipriani (2007)

2.6.3 Vidro

Através do desenvolvimento tecnológico, o vidro tem se tornado mais sofisticado e

dotado de características que contribuem para aperfeiçoar o desempenho energético-ambiental

dos edifícios. Como as áreas envidraçadas são os pontos de maior contato entre o interior da

habitação e o clima exterior, o aumento da seletividade em relação ao que passa do exterior

para o interior (e vice versa), tem permitido maiores áreas envidraçadas em proporção às áreas

opacas da fachada para obter, no interior, um maior grau de luminosidade, sem prejudicar o

desempenho energético-ambiental do edifício.

Para se alcançar um excelente desempenho energético-ambiental, o projetista dará os

contributos quantitativos, tanto no que diz respeito à dimensão dos vãos, como à especificação

do sistema, sempre sujeito a desenvolvimento tecnológico. O que permanece à vista de todos,

é apenas a característica do vidro incolor, ainda a escolha preferencial para edifícios de

habitação, uma vez que permite a entrada de toda a luminosidade disponível para o interior da

habitação (CIPRIANI, 2007).

Ainda, de acordo com Cipriani (2007), existe um conjunto de qualidades novas que

resultam do desenvolvimento tecnológico do vidro que é extremamente importante ter em

consideração no momento de selecionar criteriosamente este material para um dado projeto. A

especificação do vidro varia consoantes os contextos específicos em que se pretende aplicar o

painel de vidro duplo, dado este representar, cada vez mais, o papel de um filtro que

37

Page 41: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

transmite, tanto para o interior como para o exterior, apenas uma parte controlável da

radiação.

Sobretudo nos projetos ou reabilitações em que se pretende aumentar a luminosidade

nas divisões e, conseqüentemente, aumentar as áreas envidraçadas, é importante considerar os

seguintes aspectos técnicos (CIPRIANI, 2007):

O coeficiente de transmissão térmica do vão envidraçado (designado por fator U)

depende de três aspectos fundamentais: as características técnicas dos próprios

vidros duplos, a qualidade da caixilharia e o grau de proteção oferecido pelo sistema

de sombreamento exterior;

O fator solar do vidro resulta da soma do fluxo transmitido e do fluxo irradiado pelos

raios solares que incidem sobre o vão e deve ser o adequado para o contexto

específico em que o vidro é aplicado;

O coeficiente de transmissão luminosa do vidro deve ser o adequado para as

atividades que se exercem no interior;

A relação entre a transmissão luminosa e o fator solar é muito relevante sendo

designada por índice de seletividade e calculada, dividindo a transmissão luminosa

pelo fator solar;

As propriedades de segurança e de resistência mecânica do painel de vidro duplo, em

que pelo menos um dos vidros deve resistir ao impacto mecânico do vento e

precaver a intrusão ou mesmo a quebra;

O grau de resistência à sujidade do vidro exterior, que contribui para reduzir a

manutenção, bem como a utilização de produtos químicos a empregar na sua

limpeza.

Algumas indicações úteis para a especificação do vidro, sempre duplo, num projeto de

edifício em contexto urbano, novo ou a reabilitar, em que as áreas envidraçadas não

ultrapassam os 25% da área útil da habitação e em que, pelo menos, as paredes externas são

maciças, capazes de armazenar os ganhos solares térmicos. Para facilitar a manutenção e

38

Page 42: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

limpeza é importante que todas as janelas proporcionem o acesso a ambas as faces e que se

especifique um vidro que tenha elevada resistência à sujidade (CIPRIANI, 2007).

2.6.4 Insolação e ventilação

Segundo Cipriani (2007), a correta utilização dos recursos passivos, como o efeito da

insolação, do sombreamento, da evaporação da água, da variação de temperatura entre o dia e

a noite e da ventilação natural, além de conferir valor de conforto às estruturas, também as

deixam mais bela.

Utilizar tecnologias solares passivas significa obter os maiores benefícios possível do

clima, dos materiais de construção, dos princípios clássicos de transferência de calor e das

propriedades térmicas das envolventes exteriores. Tais benefícios, apesar de não suprirem

completamente as necessidades de edifícios do setor terciário, podem reduzir enormemente

influência das cargas externas nas cargas internas. Alguns desses exemplos são:

Ar condicionado e aquecimento artificial. Em algumas localidades o uso de

intervenções artificiais é a solução mais adequada. Nestes casos, a correta instalação

e a adoção de equipamentos mais eficientes, tais como: ar condicionado de janela e

split, ventiladores, são cuidados necessários;

O uso da cor. Cores escuras em superfícies externas absorvem mais o calor solar

(bom para locais que necessitam de aquecimento). O contrário também é válido, já

cores claras têm maior reflexão da radiação, reduzindo os ganhos de calor dos

fechamentos opacos. Assim como, cores claras no interior da edificação podem ser

usadas estrategicamente junto com sistemas de iluminação artificial e/ou natural.

Sistema de aberturas: tem importantíssima função na busca do conforto. A promoção

de ventilação cruzada, renovação do ar por bandeiras basculantes no frio, ou ganho

de calor solar, direcionando as aberturas para a incidência do sol, são estratégias

fundamentais.

Há também a possibilidade do uso dessas estratégias de maneira combinada, ou seja,

por meio de aberturas que ora aquecem, ora resfriam. Uma janela voltada ao sol, por exemplo,

39

Page 43: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

pode aquecer no inverno, mas também pode apresentar uma proteção (brises móveis) para os

dias quentes do verão.

Cipriani (2007) sempre que a análise bioclimática do local indicar períodos de calor,

essas proteções são necessárias.

Uso da vegetação como sombreamento: É possível que uma proteção solar não seja

suficiente para sombrear adequadamente uma abertura. Na fachada oeste, por

exemplo, um brise adequado às necessidades de sombreamento no verão deveria, em

alguns casos, bloquear completamente a radiação solar. Em algumas horas da tarde o

sol estará quase perpendicular à fachada, o que induziria a uma proteção que

praticamente obstruísse a abertura. Para efeito de iluminação, isso não seria adequado,

pois acarretaria necessidade de iluminação artificial (CIPRIANI, 2007).

40

Page 44: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

3 METODOLOGIA

O método de pesquisa utilizado no desenvolvimento deste trabalho pode ser dividido em

seis etapas.

a) Revisão bibliográfica;

b) Elaboração de questionário (ver anexo);

c) Seleção da empresa a ser analisada;

d) Entrevista com um engenheiro da empresa selecionada;

e) Busca pelo preço de empreendimentos convencionais na mesma região dos

empreendimentos sustentáveis analisados;

f) Busca pelo perfil do comprador dos empreendimentos sustentáveis analisados;

g) Conclusões e recomendações para trabalhos.

Na primeira etapa do trabalho, foram estudados diversos trabalhos sobre concepção,

implantação e uso dos sistemas ecológicos. Em seguida, foi elaborado um questionário,

conforme detalhado no Anexo, abordando assuntos sobre tecnologias ecológicas.

Para aplicar esse questionário, foi necessária uma etapa de seleção da empresa para o

estudo de caso, a qual se configurava como a primeira da área de construção civil a lançar

empreendimentos ecológicos.

A quarta etapa consistiu em uma entrevista onde foi aplicado na empresa selecionada o

questionário elaborado durante as etapas anteriores. Durante esse momento, buscou-se

diagnosticar as práticas adotadas pela empresa em suas obras e a visão dos empreendedores

quanto às futuras construções.

Page 45: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

A quinta etapa tratou-se da busca pelo custo de unidades de construções convencionais

na mesma região a das obras sustentáveis analisadas, de forma a se identificar se o custo de

construções consideradas mais ecológicas eram maiores.

A sexta etapa tratou-se da busca pelo perfil do consumidor, ou seja, quais foram os

principais critérios ou principais motivações que levaram esses compradores a buscarem

construções mais ecológicas.

No final, foram apontadas as críticas sobre o panorama atual da sustentabilidade na

construção civil em Fortaleza e, também, as iniciativas bem sucedidas. No apontamento das

críticas foram propostas melhorias na área de sustentabilidade do ambiente construído.

3.1 Delineamento da pesquisa

Visto que a pesquisa consistia em conhecer e analisar os sistemas ecológicos utilizados

por uma empresa construtora na cidade de Fortaleza, se fez necessário buscar alinhar idéias e

conhecimentos adquiridos na etapa de revisão bibliográfica, com a elaboração de perguntas

que de fato levassem a entender o sistema empregado pela Empresa A, ou seja, as práticas e

visão dos sistemas ecológicos no futuro. Por fim, as perguntas foram compiladas em uma

matriz de questões como ilustra o Quadro 1 abaixo:

ÁREA PERGUNTA

Filosofia Sustentável

A empresa tem em sua missão e visão a sustentabilidade, construir e promover o desenvolvimento do país em equilíbrio com o meio ambiente?A empresa já adotou as técnicas sustentáveis em quantos empreendimentos?A empresa se preocupa em trabalhar com empresas que buscam sustentabilidade (fornecedores de materiais com autorização ambiental, subempreiteiros...) ?

Como a empresa conheceu as técnicas sustentáveis em construções?

Sistema de Reúso de Água

A empresa faz uso da tecnologia de reúso de águas cinza no empreendimento? Por quê?

E quanto ao reúso de águas pluviais? Por quê? Em caso afirmativo, qual a aplicação da água reutilizada?

Qual a tecnologia de tratamento de efluente mais utilizada?

A empresa estaria disposta a inclusão do reúso de águas cinzas mesmo não havendo ainda a normatização?

Sistema de conforto térmico

e energético

Os projetos arquitetônicos e estruturais contemplam o melhor aproveitamento da iluminação natural no empreendimento?

O formato e a orientação da edificação são projetados para maximizar a

42

Page 46: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

exposição da edificação às brisas do verão? (Orientando corretamente o projeto, e aplicando alguns recursos à forma do edifício. Ainda, o estudo da forma e da orientação pode explorar a iluminação natural e favorecer os ganhos de calor solar)Que tipo de vidro é usado nas janelas? A escolha deste vidro é baseada na busca por uma maior eficiência energética? (O tipo de vidro também pode ser escolhido visando uma maior eficiência, de acordo com a utilização do ambiente. Existem vidros reflexivos, duplos ou triplos, espectralmente seletivos etc. Em climas quentes, deve-se evitar o uso de películas absorventes. Em climas frios podem-se usar vidros que permitam a entrada do calor solar (ondas curtas), mas impeçam a saída das ondas longas)Que outra(s) destas técnicas energéticas e de conforto térmico é adotada pela empresa em sua obra?

Sistema de energia solar

A empresa faz uso de energia solar? Qual a forma de conversão? Por quê?

Sistema de Telhado Verde

A empresa conhece e/ou aplica a técnica de telhado verde? Se não, pensa em fazê-la?

Outros sistemasExistem outras técnicas, além das comentadas neste questionário, adotadas pela empresa que são consideradas sustentáveis? Por que as adota? Como é aplicada? Como as conheceu?

Visão do empreendedor

Qual a visão da empresa a cerca das construções do futuro?

Sistema de Gerenciamento

de Resíduos

A empresa faz agregação do RCD e a reutilização do mesmo de alguma forma? O que está se fazendo com o gesso? Qual o destino final normalmente dado?A empresa durante a entrega da obra estimula o programa de coleta seletiva?

Quadro 1 - Matriz de questões elaboradas

43

Page 47: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Foi feita uma pesquisa sobre as aplicações de técnicas sustentáveis: práticas atuais e

visão dos empreendedores sobre construções futuras em uma determinada empresa.

4.1 Empreendimento A

Lançado na cidade de Fortaleza e trata-se um empreendimento considerado sustentável

em vários aspectos, apesar de não possuir a certificação de empreendimento sustentável

(LEED), conforme mostrado na Figura 13 e Figura 14.

Figura 13 - Fachada da obra AFonte: Encarte fornecido pela empresa A

Page 48: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Figura 14 - Canteiro do empreendimento A

4.1.2 Descrição da estrutura

O empreendimento tem duas torres de quatorze andares, cada qual com quatro

apartamentos e quatro opções de plantas, como mostra o quadro 2 e a Figura 15 abaixo:

Figura 15 - Planta baixa do empreendimento A Fonte: Encarte fornecido pela empresa

45

Page 49: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Opção 1 Opção 2 Opção 3 Opção 4

3 suítes (sendo 1 reversível)

2 suítes (sendo 1 master e 1 reversível) + gabinete

1 suíte (máster ampliada)+ gabinete

3 suítes (sendo 1 master e 1 reversível)

4 vagas na garagem 4 vagas na garagem 4 vagas na garagem 4 vagas na garagem

142,36m2 71,18m2 71,18m2 71,18m2

Quadro 2 - Descrição do empreendimento A

Sua entrega está prevista para dezembro de 2010. Todos os apartamentos foram

vendidos em 21 dias. Dentro da infra-estrutura do condomínio podemos contar com:

Área de lazer para adolescentes e adultos:

Sala de ginástica e musculação;

Quadra poliesportiva;

Salão de festas com bar, copa, cozinha e lavabo;

Salão de jogos equipado;

Piscina com raia aquecida e deck;

Churrasqueira na varanda.

Área de lazer só para crianças:

Playground e playbaby.

4.1.3 Elementos de sustentabilidade

Dentro de sua infra-estrutura pode-se contar com os seguintes elementos sustentáveis:

Água

Medição individual de água fria, água quente e de água potável;

Aproveitamento total da água do poço profundo com tratamento específico;

46

Page 50: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Ponto de água potável na cozinha;

Tratamento de águas utilizadas para reaproveitamento nos jardins e lavagens.

Todas as águas de chuveiros, lavatórios e drenos de ar condicionado serão tratadas em

estação de tratamento de esgoto e reutilizadas no local, o que representará uma redução de

40% no consumo de água do referido prédio. O sistema funciona de maneira simples: a água é

captada por um sistema de tubulação distinto do que vai para o sumidouro (fossa). Em

seguida, é conduzida para um sistema de filtragem, que elimina materiais sólidos em

suspensão. Enquanto a água limpa vai para uma caixa d´água destinada para o aproveitamento

da água, o resíduo líquido e sólido da etapa de filtração segue para a canalização de drenagem

de águas pluviais. Tal concepção tende a diminuir de forma significativa os esgotos

produzidos. Os chuveiros e lavatórios terão redutores de vazão com o intuito de diminuir o

consumo de água.

Energia

Energia solar convertida em elétrica através de células fotovoltaicas para

iluminação dos acessos de veículos e pedestres;

Energia solar para aquecimento da água da piscina;

Energia solar para aquecimento da água dos chuveiros;

Energia eólica convertida em elétrica para halls de entrada.

O dimensionamento energético da fachada e um projeto luminotécnico integrado com

automação predial irão minimizar a utilização de ar condicionado e aumentar o conforto

térmico dos moradores. O uso desses elementos contribui para que o condomínio se torne

mais barato, pois há um menor consumo de recursos vindo de concessionárias.

Geral

Sala de coleta seletiva para o condomínio;

Uso de materiais de reduzido custo e manutenção;

Uso de dry Wall;

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Page 51: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Coleta seletiva durante a fase da obra;

Shaft´s com previsão para melhorias, adequação e fácil manutenção;

Localização privilegiada.

4.2 Empreendimento B

Depois de lançar o empreendimento anterior, a empresa lançou esse outro

empreendimento com a mesma linha estrutural do primeiro.

4.2.1 Descrição da estrutura

Será construído em uma área de 2.860 mil m², com duas torres, cada qual com vinte e

dois andares e quatro apartamentos por andar, este têm cerca de 98,76 m² de área, são

voltados para o nascente e têm duas vagas na garagem. Lançado em outubro de 2009, com

previsão de entrega para outubro de 2012. A venda de 75% deste empreendimento se deu em

27 dias. O condomínio conta com:

Área de lazer para adolescentes e adultos:

Sala de ginástica e musculação;

Quadra poliesportiva;

Salão de festas com bar, copa, cozinha e lavabo;

Salão de jogos equipado;

Piscina com raia aquecida, deck, sauna, bar;

Churrasqueira na varanda.

Área de lazer só para crianças:

Parque aquático infantil e deck molhado;

Muro para escalada;

Playground e playbaby;

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Page 52: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Muro decorado;

Área pedagógica.

4.2.2 Elementos de sustentabilidade

Ainda na fase de construção serão implantadas diversas ações de preservação ambiental

relativas a resíduos, uso da água do poço profundo com tratamento específico e redução do

consumo de Energia no empreendimento. Está sendo adotada uma série de ações para a

construção e aquisição de materiais tendo como foco principal a construção sustentável tendo

em mente que os recursos naturais são finitos e os ganhos sócio-ambientais com um

empreendimento podem ser de grande valia para a sociedade. O empreendimento contará

ainda com o uso de materiais de reduzido custo de manutenção.

Nos conceito sustentável destacam-se:

a) Localização

A localização do terreno é um dos pontos de alta sustentabilidade deste

empreendimento, uma vez, que o mesmo fica situado em um raio de 400m de lojas,

supermercados, praças, escolas, etc., conforme mostrado na Figura 16. Isso reduzirá

deslocamentos dos moradores, reduzindo a emissão de CO2.

Figura 16 - Localização do empreendimento BFonte: Encarte fornecido pela empresa

b) Uso da água de poço profundo;

c) Uso de energia solar para aquecimento da água da piscina e dos chuveiros da suíte máster e reversível;

d) Uso de energia solar transformada em elétrica para iluminação dos acessos dos veículos, dos pedestres e garagens dos pilotis;

O funcionamento do sistema solar é composto pelas células fotovoltaicas (Figura 18) e

reservatórios térmicos. Quando há a radiação solar aumenta a temperatura, a água fica mais

Empreendimento B

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Page 53: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

leve, sobe, passa pelos coletores e retorna ao reservatório mais quente do que ela saiu. Esse

sistema fica circulando enquanto tem sol. O sistema complementar (gás) funciona por

automação que é acionado para controle de temperatura. Se o sol não consegue atingir 50º,

que é a temperatura de uso dessa água, entra o sistema complementar automaticamente para

compensar a diferença, que pode variar de 1 a 30ºC. A posição dessas células no

empreendimento, ainda, é incerta visto que os profissionais envolvidos nele não chegaram a

um consenso.

Figura 17 - Célula fotovoltáica usada para fins de aquecimento Fonte: Encarte fornecido pela empresa

e) Uso de energia eólica transformada em elétrica suficiente para iluminar o hall do pilotis;

Neste empreendimento utilizar-se-á a energia eólica para mover turbinas conhecidas

como aerogeradores, estes equipamentos também não têm localização certa ainda. O

engenheiro Geraldo Magela prevê que eles ficarão na cobertura do edifício, para confirmar

isso, falta o aval do calculista.

f) Aproveitamento total da água do poço profundo com tratamento específico;

g) Ponto de água potável na cozinha;

h) Esquadrias de PVC com vidro duplo e ar incorporado;

Esse tipo de material proporcionará ao morador um conforto térmico e acústico visto que se trata de um produto com características isolantes e reguladoras.

j) Coleta seletiva durante a fase da obra e manual de gerenciamento Ambiental para condomínio.

50

Page 54: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Durante a execução da obra e após a sua entrega será adotada a coleta seletiva de

resíduos. Foi projetada uma sala específica de separação de materiais e será entregue aos

moradores um manual de gerenciamento ambiental do empreendimento, para o bom uso das

tecnologias empregadas no empreendimento.

Outras inovações adquiridas pela empresa neste empreendimento são:

k) Uso de gás natural;

l) Medição individual de água fria, água quente, de água potável e de gás natural;

m) Triturador de resíduos orgânicos na pia da cozinha;

n) Coleta seletiva de lixo nos pavimentos;

o) Receptor adequado para lixo selecionado no pilotis;

p) Porta de acesso à suíte máster com isolamento acústico;

q) Moderno sistema de automação para controle de iluminação das áreas comuns externas e para acionamento das bombas das piscinas.

4.3 Entrevista

Segundo o diretor técnico da empresa na qual foi feita a entrevista, a aceitação dos dois

empreendimentos sustentáveis foi bastante satisfatória, tanto que a empresa planeja dar

continuidade a esse tipo de construção. Por meio da entrevista foi possível avaliar a visão do

engenheiro sobre diversos aspectos, tais como os observados no quadro a seguir:

ÁREACOMENTÁRIOS DO DIRETOR TÉCNICO DA

EMPRESA SELECIONADA

A empresa e as obras sustentáveis

“A obra A foi o primeiro empreendimento da empresa com a preocupação de inovação ecológica, o qual foi lançado há 2 anos. Tem previsão de ser entregue em outubro de 2010”.“Acredita-se que pelo sucesso obtido com as vendas desses dois empreendimentos... muitos outros desse tipo serão feitos. O engenheiro espera uma resposta das universidades para novas inovações”.

Fornecedores de materiais com autorização ambiental,

subempreiteiros...

“Nesses empreendimentos, o tratamento da natureza está sendo feito em todas as áreas... você pergunta se eu só tenho fornecedores que trabalham com material reciclado... não! Porque a indústria de reciclados, no Brasil, ainda é lenta e cara... iríamos

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Page 55: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

depender da eficiência dos outros. Procuramos trabalhar de maneira ecológica sem depender dos fornecedores”.

Fontes de informação sobre as técnicas sustentáveis

“Conhecemos as técnicas sustentáveis através de pesquisa de todos os meios e criatividades... arquitetos não entraram nisso... as tecnologias estão aí... meios de comunicação e internet ajudaram, bem como engenheiros”.

Reúso de água

“Na obra A, a região não tem rede de esgoto, então fomos obrigados a usar uma estação, parte desse esgoto tratado será usado no aguamento de plantas no pilotis”.

“Se a gente pudesse contar com a cumplicidade dos compradores, o que a empresa teria feito... que, em um futuro próximo, pode-se fazer... esse esgoto tratado voltaria para uma caixa seccionada em duas e essa água tratada voltaria a ser usada nas bacias sanitárias. Mas, a empresa tem que ter a cumplicidade dos compradores, essa água que viria, poderia ter odor, vir com resíduos”.

Águas pluviais“Tratando-se de uma região onde chove pouco... essa técnica seria um marketing falso...”.

“Técnicas de otimização da ventilação e iluminação”

“Técnicas de otimização da ventilação e iluminação é um grande “engodo””.

“Em 1999, ele pôs esquadria maximizar inferior- a pessoa deitada na cama teria a ventilação direcionada para ela... esquadria cara e o pessoal não utilizam por excesso de ventilação. Fecham a janela, colocam cortina e ligam o ar condicionado”.

Vidro“Na obra B, será usada esquadria de vidro duplo com ar incorporado”.

Energia Solar

“Cada apartamento terá um chuveiro aquecido através da energia captada nas células fotovoltaicas localizadas nas coberturas dos dois prédios”.

“É através do uso de energia solar, que a economia será revertida em ganhos em favor dos moradores. Com o aquecimento da água dos chuveiros, por exemplo, os clientes serão beneficiados com a redução de cerca de 30% em suas contas”.

Telhado Verde “Conhecemos... entretanto, não será possível fazê-

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Page 56: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

la, nesses empreendimentos, pois as células fotovoltaicas ficarão na coberta”.

Energia Eólica

“Teremos aerogeradores... os sistemas de placas de captação de energia eólica e solar irão gerar cerca de 900 watts/hora. A energia também irá servir para o aquecimento da água da piscina adulto”.

“O uso de fontes alternativas de energia está deixando de ser uma opção e tende a se tornar uma necessidade. Além de poupar o uso de combustíveis fósseis e diminuir a emissão de carbono, estes recursos aproveitam fontes naturais como a energia solar, eólica”.

Qual a visão da empresa acerca das construções do futuro?

“Estamos acostumados a reagir diante do perigo que a gente sente e vê... como a devastação você ainda não vê e sente pouco você não se preocupa... só agora estamos começando a nos preocupar...

Daqui a 10 anos, as pessoas esclarecidas de hoje, serão consumidoras de inteligência ecológica... a solução é por aí porque o mundo não vai se acabar!”“As construtoras estarão, cada vez mais, preocupadas em manter as pessoas em casa... evitar assaltos e uso de carro”.

Coleta Seletiva“Deixaremos lixeira de segregação de lixo na entrega da obra... só é preciso atitude por parte do comprador”.

Quadro 3 - Comentários do entrevistado

Ao analisar as respostas obtidas nesta entrevista, é possível identificar que consciência

ecológica não é a principal motivação da implantação de sistemas ecológicos por parte da

empresa. Uma amostra disso é a adoção de reúso de água no empreendimento A que tem

como principal incentivo a ausência de rede de esgoto pública na região onde está localizado.

Obrigatoriamente, a empresa teria que colocar uma estação (ETE) e, já que iria fazê-lo,

aproveitou para incrementar com o reúso de uma parte desse esgoto tratado na irrigação dos

jardins.

A ausência do sistema de reúso de água no empreendimento B é outra justificativa para

essa conclusão, pois apesar de se tratar de um sistema que promove benefícios ecológicos,

não foi adotado. Outros fatores, tais como, falta de espaço, presença de rede coletora, foram

mais decisivos para não adotar o sistema.

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Page 57: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

A propaganda de baratear o condomínio com os sistemas ecológicos presentes nas obras

da empresa é bastante interessante. Entretanto, não é o fator mais atrativo para o cliente que

coloca, como primeiro critério de avaliação, o preço do empreendimento.

A empresa se compromete em colocar lixeiras de segregação de resíduos nas

construções, mas não menciona sobre a divulgação de cartilhas ou qualquer outro meio de

informação sobre educação ambiental e conceitos desse sistema. Isso, provavelmente,

comprometerá o bom uso das lixeiras, pois sem esse trabalho informativo, pessoas sem o

conhecimento da importância e funcionamentos delas, irão desrespeitá-las ou mesmo ignorá-

las.

Outro ponto em que a empresa precisa rever, pois é alvo de critica, é a questão de ver o

reaproveitamento de águas pluviais como um marketing “enganativo”. Segundo André

Bezerra dos Santos, professor adjunto da Universidade Federal do Ceará, há pesquisas que

mostram as vantagens de se adotar esse sistema em cidades como Fortaleza.

4.4 Comparação de preço entre empreendimentos circunvizinhos

Alguns dos valores imobiliários, fornecidos pelo corretor Felipe Rabelo Pinto, Felipe

Rabello Imóveis, de empreendimentos próximos aos analisados neste trabalho, com uma infra

estrutura de lazer similar ao dos empreendimentos analisados, entretanto, não apresentam

sistemas ecológicos em sua estrutura, trata-se de empreendimentos convencionais.

1) Empreendimento C – Empresa B

A seguir, no quadro 4, as informações sobre esse empreendimento convencional. A fim

de fazer um comparativo, foi dividido o valor da unidade pela área privativa. Neste

empreendimento, obtivemos por volta de R$ 3820,00/m2.

Aptos Área privativa Preço Total

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Page 58: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

101/102 232,81m2 R$ 890.000,00

Especificações do Apartamento

Os apartamentos tipo serão constituídos de varanda com churrasqueiras, sacadas, sala de estar e jantar, quatro suítes, closet, copa, área de serviço, dependência completa de empregada e área de compressores.

Prazo de Entrega

Junho de 2012

Localização

Av. Engenheiro Santana Junior 2977 - Cocó

Obs: Dados obtidos da tabela imobiliária correspondente ao mês de setembro de 2009. Podem ser modificados conforme orientação da construtora.

Quadro 4 - Tabela referente ao empreendimento C

2) Empreendimento D – Empresa C

A seguir, no quadro 5, as informações sobre esse empreendimento convencional. A fim

de fazer um comparativo, foi dividido o valor da unidade pela área privativa. Neste

empreendimento, obtivemos por volta de R$ 2970,00/m2.

Aptos Área privativa Preço Total

101/102 136m2 R$ 404.824,56

Especificações do Apartamento

Os apartamentos tipo serão constituídos de lavabo, sala de estar e jantar, varanda, três suítes, rouparia, copa, área de serviço, dependência completa de empregada.

Prazo de Entrega

Dezembro de 2011

Localização

Rua Tertuliano Potiguar 1092 - Aldeota

Obs: Dados obtidos da tabela imobiliária correspondente ao mês de setembro de 2009. Podem ser modificados conforme orientação da construtora.

Quadro 5 - Tabela referente ao empreendimento D

3) Empreendimento B – Empresa A

A seguir, no quadro 6, as informações sobre esse empreendimento sustentável. A fim de

fazer um comparativo, foi dividido o valor da unidade pela área privativa. Neste

empreendimento, obtivemos por volta de R$ 3.075,00/m2.

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Page 59: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Aptos Área privativa Preço Total

101/102/103/104 98,76m2 R$ 303.638,97

Especificações do Apartamento

Ver capítulo 4, empreendimento B

Prazo de Entrega

Outubro de 2012

Localização

Rua Professor Francisco Gonçalves 1311 - Cocó

Obs: Dados obtidos da tabela imobiliária correspondente ao mês de setembro de 2009. Podem ser modificados conforme orientação da construtora.

Quadro 6 – Tabela imobiliária do empreendimento B

Comparando os valores por metro quadrado dos empreendimentos acima e

considerando que eles estão localizados em uma mesma região, pode-se constatar que os

empreendimentos convencionais possuem valores próximos ao empreendimento com adoção

de sistemas ecológicos. Não quer dizer que os sistemas ecológicos adotados pela empresa A

não encareçam a obra, mas que de alguma forma a empresa amenizou o repasse desses custos

adicionais (em comparação com uma obra convencional) aos clientes.

4.5 Perfil dos compradores dos empreendimentos A e B

Segundo Camila Mareco, funcionária do setor de planejamento e controle da empresa

A, e o corretor Felipe Rabelo, Felipe Rabello Imóveis, as inovações construtivas, tais como as

aplicadas nos empreendimentos A e B, são absorvidas apenas como bônus pelos clientes.

Eles, em geral, visam principalmente à localização e o preço. Ainda, de acordo com Camila

Mareco, “no empreendimento A e B, não se teve um número significativo de compradores

estrangeiros, apenas alguns de fora do estado”.

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Page 60: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS

O trabalho apresentou os principais sistemas ecológicos empregados por uma empresa

pioneira em construções sustentáveis. São eles: reúso de água, técnica de uso da energia solar

para aquecimento de água e sistemas inteligentes de iluminação.

Verificou-se também, através deste estudo, que o conhecimento de práticas sustentáveis

e a disseminação de informações relacionadas à minimização de impactos ambientais podem

melhorar a qualidade do ambiente construído e até baratear custos de operação do

empreendimento. Todos os agentes envolvidos no processo de construção devem se

conscientizar e buscar uma integração entre eles para que os princípios da sustentabilidade

façam parte dos empreendimentos.

Não foi possível ter acesso ao orçamento das construções, mas, foi possível constatar

que os sistemas ecológicos têm custos elevados em sua implantação, entretanto a empresa

analisada comprometeu parte de seus lucros para implantá-los e não repassar os custos

adicionais deles aos clientes. Durante este estudo, também foi possível chegar a conclusão de

que os clientes desses empreendimentos aprovam as inovações sustentáveis, no entanto, não

as têm como principal motivação de compra, visam em primeiro plano o valor da unidade e a

localização dele.

Constatou-se também que a incorporação de diretrizes e metas sustentáveis pelo

mercado poderá ocorrer por diversos fatores, como: aspectos de responsabilidade social das

empresas, busca de oportunidades e de novos mercados, redução de custos á longo prazo e

maior lucratividade, agregação de valor ao produto oferecido, melhoria da imagem

corporativa e reconhecimento dos esforços dispensados a sustentabilidade. Diante do cenário

atual, a competitividade e a permanência no mercado são fatores decisivos capazes de levar as

Page 61: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

empresas do setor à adoção de novas práticas de construção. Como sugestão para trabalhos

futuros, tem-se:

Analisar os custos de implantação desses sistemas ecológicos;

Analisar a economia gerada por esses sistemas ecológicos aos usuários deles;

Desenvolver novos sistemas ecológicos a serem implantados em construções;

Verificar a compatibilização desses sistemas com as certificações como leed;

Estabelecer critérios para avaliação de sustentabilidade em construções.

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Page 62: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livro, folheto, trabalho acadêmico (teses, dissertações, entre outros), manual, guia, catálogo, enciclopédia, dicionário etc.

CIPRIANI, T.L. Edificações sustentáveis: Princípios básicos e analise de estudo de caso. 2007. Tese (Graduação em Engenharia civil) - Faculdade de Engenharia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

GONÇALVES, R. F. (coordenador). Uso racional da água em edificações. PROSAB – Edital 4, 2006.

KROTH, A. Sistemas ecológicos: Estimativa de custos e avaliação econômica aplicados em edificações na construção civil. 2007. Tese (Graduação em Engenharia civil) - Faculdade de Engenharia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

LOHMANN, A. Desempenho higrotérmico de cobertura vegetal inclinada em dois protótipos construídos na região de Florianópolis. 2008. Tese (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.

NEVES, M.V.; BERTOLO, E.; ROSSA, S. Aproveitamento e reutilização da água para usos domésticos. Jornadas de Hidráulica Recursos Hídricos e Ambiente. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). 2006. Porto. Portugal, 2006

NÓBILE, A.A. Diretrizes para a sustentabilidade ambiental em empreendimentos

habitacionais. 2003. Tese (mestrado em Engenharia civil) – Faculdade de Engenharia Civil

da Universidade Estadual de Campinas, São Paulo.

SILVA, V.G. Indicadores de sustentabilidade de edifícios: estado da arte e desafios para o desenvolvimento no Brasil. Revista Ambiente Construído. Porto Alegre, v.7, nº 1, jan/mar. 2007.

VALENTINA. R.S.D. Gerenciamento da qualidade e da quantidade de água cinza em uma edificação residencial de alto padrão com vistas ao seu reuso não-potável. 2009. Tese (mestrado em Engenharia Ambiental) – Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2009.

Textos obtidos em meios eletrônicos

ACQUA SAVE. Disponível em: <http://www.acquasave.com.br/index_acqua.php3>. Acesso em: 03 ago. 2009 às 20:00hs.

Page 63: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

CERPCH. Disponível em: <http://www.cerpch.unifei.edu.br/eolica.php>. Acesso em: 01 out. 2009 às 21:30hs.

ECODESENVOLVIMENTO. Disponível em: <http://m.ecod.org.br/conteudo/noticias/energia-eolica-brasil-lidera-ranking-da-al-em>. Acesso em: 14 ago. 2009 às 22:00.

HELIODINÂMICA. Disponível em: <http://www.heliodinamica.com.br/>. Acesso em: 04 set. 2009 às 21:00hs.

QUINTEROS, André Ricardo. Aquecimento de Água por Energia Solar. Revista Sinergia, São Paulo, SP, 2001. Disponível em: <http://www.cefetsp.br/edu/sinergia/andre2.html>. Acesso em: 17 abr. 2009 às 21:30hs e 07 out. 2009 às 21:00hs.

SOLARMINAS. Disponível em: <http://www.solarminas.com.br>. Acesso em: 14 ago. 2009 às 20:00hs.

Resoluções e Normas

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 307 de 5 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30702.html>. Acesso em: 28 jul. 2009 às 21:00hs.

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Page 64: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

ANEXOS

Page 65: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

Questionário aplicado durante a entrevista

         

AVALIAÇÃO DO USO DE SISTEMAS ECOLÓGICOS EM FORTALEZA: PRÁTICAS ATUAIS E VISÃO DOS

EMPREENDEDORES PARA AS CONSTRUÇÕES DO FUTURO

 

           

           

           

                                   

                                   

 

Questionário integrante da monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil.  

                                   

  Projeto de Graduação da aluna Patrícia Pinto Gonçalves              

                                   

                                   

  ENTREVISTA  

                                   

  DADOS INICIAIS                    

                                     Empresa:                   Data da entrevista:  

  Obra:                            

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  Endereço da Obra:                      

                                   

                                   

                                   

                           

      Engenheiro entrevistado     Patrícia Pinto Gonçalves    

                                   

         

 

                 

  FILOSOFIA SUSTENTÁVEL                  

                                   

 1. A empresa tem em sua missão e visão a sustentabilidade, construir e promover o

desenvolvimento do país em equilíbrio com o meio ambiente?  

                                   

     Não. A empresa não se preocupa em utilizar qualquer método ou técnica que visem minimizar impactos ao meio ambiente.  

       

                                         Não. Mas pensa em adotar técnicas sustentáveis em breve. Está pesquisando produtos e  

63

Page 67: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

mercado nessa área de sustentabilidade.       

                                   

     Sim. A empresa utiliza de algumas técnicas sustentáveis consideradas usuais somente (tal como sensores de presença), visando menores custos ao cliente e menor impacto ao meio ambiente

 

       

       

                                   

     Sim. A empresa utiliza tanto de técnicas sustentáveis consideradas usuais (tais como sensores de presença) bem como técnicas mais ousadas (tal como reuso de água),visando menores custos ao cliente e menor impacto ao meio ambiente.

 

       

       

       

                                

 

  2. A empresa já adotou as técnicas sustentáveis em quantos empreendimentos? 

       

                          

       

      Até 4.                          

                                 

      Entre 4 e 10                      

                                   

      Mais de 10                      

                                   

64

Page 68: PATRÍCIA PINTO-MONOGRAFIA-versão final sem cap 5

 3. A empresa se preocupa em trabalhar com empresas que buscam sustentabilidade (fornecedores

de materiais com autorização ambiental, subempreiteiros...)?  

                          

       

    sim   não                      

                                   

 4. Como a empresa conheceu as técnicas sustentáveis em construções?

          

                          

       

      Através de congressos, palestras e artigos.                

                                   

      Através de meios eletrônicos (internet...)                

                                   

      Através de arquitetos, engenheiros e outros especialistas de sua organização          

                                   

      Através dos fornecedores (de materiais, de serviços...)              

                                   

      Através dos meios de comunicação (televisão, rádio...)              

                                   

  TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS                  

                                   

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 1. A empresa faz uso da tecnologia de reuso de águas cinzas no empreendimento? Por

quê?        

                                   

    sim   não                      

                                   

  Justificativa:                          

 R.

 

   

   

   

   

   

   

 2. E quanto ao reuso de águas pluviais? Por quê? Em caso afirmativo, qual a aplicação da

água reutilizada?      

                                   

    sim   não                      

                                   

  Justificativa:                            R.  

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  3. Qual a tecnologia de tratamento de efluente mais utilizada?  

                                   

      Enviada ao Sanear                    

                                   

Anaeróbio (através de digestor, UASB, etc)

                     

                                   

      Aeróbio                        

                                   

      Qual o destino do material removido no tratamento?                R.  

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 4. A empresa estaria disposta a inclusão do reuso de águas cinzas mesmo não havendo ainda a

normatização?    

 R.

 

   

   

   

   

   

 5. Os projetos arquitetônicos e estruturais contemplam o melhor aproveitamento da iluminação

natural no empreendimento?  

                                   

    sim   não                      

                                   

 

6. O formato e a orientação da edificação é projetado para maximizar a exposição da edificação às brisas do verão? (Orientando corretamente o projeto, e aplicando alguns recursos à forma do edifício. Ainda, o estudo da forma e da orientação pode explorar a iluminação natural e favorecer os ganhos de calor solar).  

                                   

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    sim   não                      

                                   

 

7. Que tipo de vidro é usado nas janelas ? A escolha deste vidro é baseada na busca por uma maior eficiência energética? (O tipo de vidro também pode ser escolhido visando uma maior eficiência, de acordo com a utilização do ambiente. Existem vidros reflexivos, duplos ou triplos, espectralmente seletivos etc. Em climas quentes, deve-se evitar o uso de películas absorventes. Em climas frios podem-se usar vidros que permitam a entrada do calor solar (ondas curtas), mas impeçam a saída das ondas longas)  

 R.

 

   

   

   

   

   

 8. Que outra(s) destas técnicas energéticas e de conforto térmico é adotada pela empresa

em sua obra?      

                                   

     Pinturas externas (fachada) que favoreçam melhor conforto térmico ao interior do ambiente (tons claros em regiões quentes e tons escuros em regiões frias);  

       

       

      Sistemas de aberturas *;                    

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      Uso da vegetação como sombreamento **;                

                                   

      Uso de lâmpada e luminárias econômicas;                

                                   

      Uso de sensores;                    

                                   

 

Sistema de aberturas:O sistema de aberturas tem importantíssima função na busca do conforto. A promoção de ventilação cruzada, renovação do ar por bandeiras basculantes no frio, ou ganho de calor solar, direcionando as aberturas para a incidência do sol, são estratégias fundamentais.  

 

** O uso de vegetação é uma estratégia boa, pois se pode fazer uso de uma espécie “caduca”, ou seja, que perde folhas no inverno, e assim sombrear a janela no verão, a permitir a incidência da radiação quando necessária.  

                                   

  9. A empresa faz uso de energia solar? Qual a forma de conversão? Por quê?          

                                   

      Conversão Elétrica                    

                                   

      Conversão Térmica                    

                                   

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  Justificativa:                          

 R.

 

   

   

   

   

   

   

 10. A empresa conhece e/ou aplica a técnica de telhado verde**? Se não aplicar, pensa em

fazê-lo?      

 R.

 

   

   

   

   

   

   

 

* Os telhados verdes caracterizam-se pela aplicação de vegetação sobre a cobertura de edificações com impermeabilização e drenagem adequadas. Ao agir positivamente sobre os subsistemas termodinâmico (conforto ambiental), físico-químico (qualidade do ar) e hidrometeórico (impacto pluvial), a utilização dos telhados verdes proporciona o aumento da qualidade de vida da população.        

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Também contribuindo para a redução de problemas ambientais, especialmente os ligados à poluição e às enchentes e inundações, causados pela alta carga pluvial.

 11. Existem outras técnicas, além das comentadas neste questionário, adotadas pela empresa que

são consideradas sustentáveis?  

 R.

 

   

   

   

  Por que as adota?                      

 R.

 

   

   

   

  Como as conheceu?                    

 R.

 

   

   

   

  Como é aplicada?                        R.  

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  12. Qual a visão da empresa a cerca das construções do futuro?            

 R.

 

   

   

   

 13. A empresa faz agregação do RCD e a reutilização do mesmo de alguma forma? O que está

se fazendo com o gesso? Qual o destino final normalmente dado?  

 R.

 

   

   

  14. A empresa durante a entrega da obra estimula o programa de coleta seletiva?  

 R.

 

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