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PATOLOGIAS E PATRIMÔNIO CULTURAL (mapas de dados)

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PATOLOGIASE PATRIMÔNIO CULTURAL

(mapas de dados)

O PROCESSO PATOLÓGICO

• Denomina-se de processo patológico, toda ainvestigação de como se manifesta o danocom todas as suas características epossibilidades de reparo ou previsão daevolução desse dano (Carrió,1990).

MAPA DE DANOS

o mapa de danos é um material ilustrativocontendo a representação dos componentesconstrutivos (parede, piso, esquadria, telhado,etc.) e os danos encontrados, bem como asinformações necessárias para embasar ostrabalhos de intervenção e consolidação emprojetos de conservação e restauro.

Este material apresenta sobreposição deelementos gráficos, hachuras, fotografias, índices,cores, letras e legendas contendo dados sobre osdanos incidentes nos componentes da construçãoe nos materiais empregados na construção.

Logo, o mapa de danos é um instrumento queantecede a elaboração dos projetos deintervenções, conservação e restauro deedificações, sendo importante para identificar,quantificar, especificar e localizar as avarias naedificação.

Para a identificação desses danosutiliza-se, a princípio, os diversossentidos de percepção.

Entretanto, para que seja precisa, faz-se necessário realizar prospecções eanálises laboratoriais.

Tabela 1: O processo patológico e de danos:

gráfico sequencial e seus componentes

Localizar Identificar Especificar Quantificar

Determina a área ou o ponto exato

onde ocorre o dano.

Constata, comprova ou reconhece o

dano.

Detalha e particulariza

o dano.

Mensuraáreas

afetadas.

• A identificação das áreas prejudicadas e aelaboração dos mapas de danos é um pré-requisitodo diagnóstico para intervenções em um roteiropara o projeto de restauro.

• Desta forma, o conhecimento da patologia dasedificações é indispensável para todos os quetrabalham com a construção civil, emCONSERVAÇÃO E RESTAURO, pois conhecer osmateriais que foram empregados, os defeitos ou asdeteriorações que apresentam, assim como suascausas é fundamental na proposição deintervenções e procedimentos de tratamento, parareverter ou estabilizar os danos existentes emedifícios de interesse cultural.

PATOLOGIAS DAS EDIFICAÇÕESTabela 2: Estudo investigativo (diagnóstico de dano)

Sintoma Agente Causa

Manifestação percebida Ação determinante dano É o que ocasiona o dano

Exemplos

Manchas de umidade Infiltração Furo na tubulação de água

Perda de Material Cristalização de sais Presença de água associada a sais

Padronização de mapas de danos

Existem inúmeras formas de apresentarinformações graficamente e, no caso particulardos MAPAS DE DANOS, são tantas aspossibilidades que surge a necessidade de seorganizar uma proposta de padronização, jáque esses mapas são apresentados dediferentes maneiras, o que dificulta a leituraúnica, abrindo margem para interpretaçõesimprecisas.

A boa leitura do mapa de danos écondicionada pela facilidade em avaliarcorretamente os dados representados.

Padronização de mapas de danos

Existem inúmeras formas de apresentar informações graficamente e,no caso particular dos mapas de danos, são tantas as possibilidadesque surge a necessidade de se organizar uma proposta depadronização, já que esses mapas são apresentados de diferentesmaneiras, o que dificulta a leitura única, abrindo margem parainterpretações imprecisas.

A representação gráfica é integrante de um sistema de sinais que armazena, compreende e comunica por meio da construção da imagem.

Classificação dos danos• Sabendo-se que o universo dos danos é muitoamplo, os mesmos foram divididos em conjuntospara entendimento do todo e das partes que ocompõem. Deste modo, utilizou-se uma classificaçãode danos para a modelagem do banco de dados paraa base de dados Cronidas, estabelecendo três grupos:

• Grupo 1 - Agentes patológicos;

• Grupo 2 - Tipos de danos;

• Grupo 3- Incidência de danos em materiais ou componentes construtivos.

Essa classificação auxilia a caracterização do dano noestudo investigativo, definindo o diagnóstico.

Lista de danos

Grupo 1:Agentes

Grupo 2:Tipo de dano

Grupo 3:Incidência do dano

90 Danos*

* Número de danos inicial,por se tratar de uma basede dados poderá recebercolaborações deprofissionais.

6 Agentes 6 Tipos 12.Materiais e11 Componentesconstrutivos

Lista de danos

1. Abrasão 36. Desgaste 71. Perda de aderência

1. Alteração cromática 36. Deslizamentos de telhas 71. Perda de pigmento

1. Alveolização 36. Destacamento (descolamento) 71. Perfuração

1. Ausência de recobrimento de armadura

36. Destelhamento 71. Pichação (Grafismo)

1. Batidas (estocadas) 36. Diferenças de brilho no verniz 71. Pitting (furos)

1. Bolhas (vesiculas) 36. Eflorescência 71. Presença de plantas

1. Brocas (xilófago) 36. Enrugamento 71. Pulverulência

1. Calcinação 36. Entupimento de calha 71. Rachadura

1. Capilaridade 36. Enxame 71. Rasgos

1. Carbonatação do concreto 36. Erosão 71. Ressecamento

1. Carbonização 36. Erros de intervenção 71. Riscos

1. Cianoficeas 36. Erros de repintura 71. Saponificação

1. Cisalhamento 36. Escavação 71. Segregações no concreto

1. Clivagem 36. Escorrimento 71. Sujidade

1. Colonização biológica – biofilme 36. Esmagamento 71. Trinca

1. Concreção 36. Estresse externo 71. Vandalismo

1. Condensação 36. Estresse interno 71. Vazamento goteiras

1. Corrosão 36. Fadiga 71. Xilófagos marinhos incrustantes

1. Craquelê 36. Fissura 71. Xilófagos marinhos perfuradores

1. Criptoflorescência 36. Fratura 71. Extra sobre Pátina

1. Crosta negra36. Fungos (apodrecedores,

emboloradores)

*listagem inicial de danos, compossibilidade de inclusão de outros danospor profissionais colaboradores.

1. Crosta salina 36. Furos

1. Cupins térmitas 36. Gelividade

1. Defeito de fabricação 36. Infiltração

1. Defeito de solda 36. Intervenções anteriores

1. Defeitos congênitos (nós, fendas ou encurvamento)

36. Lacuna (perda)

1. Deformação (amassados) 36. Lascamento do concreto

1. Deformações (abaulamento) 36. Líquenes

1. Degradação diferencial 36. Lixiviação (presença de estalactites)

1. Dejetos, guano 36. Manchas superficiais

1. Delaminação (esfoliação, escamação)

36. Musgos

1. Desagregação 36. Ninhos

1. Desbotamento (fotodeterioração) 36. Oxidação

1. Descamação em placas 36. Oxidação do verniz

1. Descascamento 36. Peças trocadas

O INVENTÁRIO • O inventário é um dos instrumentos de proteção do

patrimônio cultural previstos no art. 216, § 1º, daConstituição Federal (CF 1988) ao lado de outros como otombamento e registro, assim como no art. 163 da LeiOrgânica do Município, sendo mais prático, de efeitos maisbrandos e de desenvolvimento mais eficiente e eficaz.

• Enquanto o tombamento normalmente salvaguarda bensconsiderados notáveis, o inventário tem alcance mais amplo,já que pode ser utilizado para proteger bens culturais maissingelos, que podem guardar elementos identitários de umaépoca, comunidade ou lugar.

• Dessa forma, o poder público ao inventariar um bemreconhece seu valor cultural e sua importância para acoletividade e que ao mesmo deve ser dada atenção especialvisando sua preservação.

Para o inventário, os bens culturais são separadosnas seguintes categorias, com modo de registrodocumental diferenciado:

• Estruturas Arquitetônicas e Urbanísticas;

• Bens Móveis;

• Bens Integrados;

• Patrimônio Arqueológico;

• Arquivos;

• Sítios Naturais;

• Patrimônio Imaterial.

COMPOSIÇÃO DO INVENTÁRIO

A elaboração do inventário compreende basicamente:

• Levantamento e identificação preliminar dos bens de interesse cultural a serem inventariados; • Levantamento de campo dos bens identificados e selecionados (levantamento fotográfico e de dados e informações in loco); • Pesquisa histórica e arquitetônica (bibliográfica; consulta a acervos de bibliotecas, arquivos – públicos, particulares, paroquiais – Câmara Municipal, PMOP e internet); • Reprodução e/ou transcrição de documentos; • Pesquisa oral/entrevistas; • Preenchimento das fichas de inventário; • Organização sistemática das fichas; • Listagem final dos bens inventariados; • Mapeamento dos bens inventariados (parte cartográfica);