patagonia ameaçada

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de 16 a 22 de junho de 2011 9 américa latina Juliana Kroeger e Fernando Evangelista de Santiago e Valparaíso (Chile) A PATAGÔNIA chilena, uma das maio- res reservas naturais do planeta, está no centro de uma polêmica internacional. Um projeto, aprovado no dia 9 de maio por uma comissão nomeada pelo gover- no, prevê a construção de um complexo hidrelétrico com cinco represas na região de Aysén, no sul do Chile. Desde então, uma onda de protestos toma conta das ruas do país e vem se espalhando por di- versas capitais, como Roma, Madri, Pa- ris, Estocolmo, Berlim, Cidade do Méxi- co e Buenos Aires. As hidrelétricas serão instaladas nos rios Baker e Pascua e provocarão a inun- dação de 5.910 hectares de terras, apro- ximadamente 8.300 campos de futebol. Segundo o Conselho de Defesa da Pata- gônia Chilena, as grandes represas des- truirão os rios e matarão peixes, plantas aquáticas, aves e outras espécies. Tam- bém destruirão vales, bosques e terras agrícolas, além de remover milhares de pessoas de suas casas. A linha de trans- missão de energia, com mais de 2 mil km de extensão, causará danos em parques nacionais, centros turísticos e áreas in- dígenas. A empresa espanhola Endesa, contro- lada pela Enel (Itália), e a Colbún (Chi- le) compõem a Hidroaysén, empresa res- ponsável pela construção da obra, esti- mada em 3 bilhões de dólares. A propos- ta é gerar uma média anual de 18.430 GWh, o que contribuiria para a indepen- dência e estabilidade energética do Chi- le. O país produz somente 4% dos com- bustíveis fósseis que consome, como pe- tróleo, gás e carvão. Todo o resto precisa ser importado. Oposição ao projeto “A energia limpa e renovável produ- zida pelas hidrelétricas”, arma Daniel Fernández, vice-presidente executivo da Hidroaysén, “é o único jeito de evitar um caos energético no país”. Segundo ele, o projeto provocará a inundação de so- mente 0,05% de Aysén, com uma eci- ência 4,4 vezes maior do que Itaipu, con- siderando a área alagada e a produção de energia. As obras iniciam em 2013 e as usinas estarão em pleno funcionamen- to em 2025. Para o economista Manfred Max-Neef, vencedor do Prêmio Nobel Alternativo em 1983, a armação de Fernández é fal- sa e a Hidroaysén será o projeto mais destrutivo da história do Chile. “Repre- sas arrasam não apenas as belezas na- turais incomparáveis, mas também sen- timentos, memórias, sonhos e tradições de milhares de famílias de sacricados agricultores”. E questiona: “as pessoas que insistem em tal projeto, conhecen- do todos os seus alcances e impactos, são perversas ou apenas estúpidas?”. Max-Neef faz parte dos 74% dos chi- lenos contrários à construção das hidre- létricas, segundo pesquisa realizada pe- lo diário La Tercera. O reexo disso está nas ruas do país, principalmente nas sex- tas-feiras e nos sábados, quando ocor- rem atos populares, quase todos orga- nizados através de redes sociais na in- ternet. Em apenas duas semanas, regis- traram-se manifestações em 25 cidades chilenas. O primeiro grande ato, no dia 20 de maio, reuniu 40 mil pessoas na capital Santiago. Na ocasião, houve confron- to com a polícia, 53 manifestantes fo- ram presos e dezenas caram feridos, de um lado e de outro. O sargento da polí- cia Mauricio Muñoz foi atingido no ros- to por um skate e teve que ser submeti- do a uma cirurgia para reconstrução da órbita ocular. Símbolo nacional O presidente chileno Sebastián Piñe- ra, em entrevista à agência EFE, armou que “este clima de beligerância e de in- transigência não faz bem para a demo- cracia” e que o caminho do seu governo sempre foi o do diálogo e do respeito às diferenças. Ele sabe que as hidrelétricas podem enfraquecer sua popularidade e desgastar sua imagem no exterior. Editorial do New York Times do dia 23 de maio, intitulado “Mantenham a Pata- gônia selvagem”, alerta que as usinas são “potencialmente desastrosas”. Robert F. Kennedy Jr., advogado do Conselho de Defesa Estadunidense para Recursos Naturais, solicitou a Piñera o cancela- mento do projeto. “É o lugar mais lindo, creio eu, do planeta. Não conheço lugar algum como a Patagônia”, disse ao jornal britânico The Guardian. No Brasil, projetos de grandes hidrelé- tricas também enfrentam rejeição popu- lar, como a usina paraense de Belo Mon- te, no rio Xingu, e a usina de Jirau, no rio Madeira, em Rondônia. Além de mobili- zar as populações atingidas e ecologistas, o impacto social e ambiental das obras tem conquistado cada vez mais visibili- dade no cenário internacional. A Comis- são Mundial de Barragens, constituída em 1998, concluiu que as represas cau- sam graves impactos ambientais, com custos mais elevados do que o previsto. A estudante chilena Paula Abarzúa, de 16 anos, presente em todos os protestos realizados na cidade portuária de Valpa- raíso, acusa o governo de escolher a op- ção mais fácil e menos inteligente. “Po- deríamos usar a energia solar do deserto e os ventos do sul para produzir energia. As hidrelétricas, além de destruir uma das nossas mais bonitas paisagens, de deslocar famílias, vão matar nosso sím- bolo nacional”, completa. Paula refere- se ao huemul, o cervo sul andino, animal nativo da Patagônia chilena e ameaçado de extinção. “A energia produzida pela Hidroay- sén não será usada pela população”, ar- gumenta Rosa Martínez, de 48 anos, mi- litante do Partido Ecologista e também presente na manifestação de Valparaíso. “A energia será usada para abastecer as minas do norte do país, empresas multi- nacionais”. A mineração é um dos pilares da eco- nomia do Chile, um dos principais pro- dutores de cobre do mundo. O país pos- sui ainda grandes jazidas de ouro, pra- ta, ferro, chumbo, zinco e magnésio. Há, atualmente, 3.493 empresas minerado- ras no Chile, segundo o Serviço Nacional de Geologia e Mineração. Insatisfação crescente Apesar dos números positivos da eco- nomia, os atos contra as hidrelétricas ganharam força porque coincidem com uma crescente insatisfação popular. O aumento das tarifas do transporte, o aumento da criminalidade e a queda na qualidade da educação estimularam o clima de revolta. A questão da água também está presente, já que a Cons- tituição chilena, de 1980, aprovada no governo Augusto Pinochet (1973-1990), e o Código de Águas, de 1981, permiti- ram a privatização quase total dos re- cursos hídricos. Para completar o cenário de eferves- cência política, isso ocorre nos dias da exumação do corpo do ex-presiden- te Salvador Allende (197-1973), morto em 11 de setembro de 1973, dia do golpe militar liderado por Pinochet. O procedimento está sendo feito para elucidar as circunstâncias de sua mor- te: se cometeu suicídio, como sustenta a versão da ditadura, ou se foi assassi- nado. Além de Allende, o corpo do poeta Pablo Neruda, Prêmio Nobel de Literatu- ra em 1971, morto 12 dias depois do gol- pe, e o corpo do ex-presidente Eduardo Frei, morto em 1982, também serão exu- mados. Há indícios de que eles tenham sido assassinados. Os manifestantes, em sua maioria, são jovens nascidos no período pós-re- gime militar, que não vivenciaram os três anos de governo de Salvador Allen- de nem os 17 de ditadura de Augusto Pi- nochet. Porém, os dois ex-presidentes são citados com frequência nos atos de rua, nos debates políticos ou em qual- quer referência que se faça à história re- cente do Chile. “Muita gente morreu, muita gente lu- tou para que tivéssemos uma democra- cia, e democracia pressupõe participa- ção nas decisões”, argumenta a estudan- te Susan Marín, de 15 anos. Junto a mi- lhares de pessoas, bandeira em punho, ela grita pelas ruas de Valparaíso: “Isto não é um governo de verdade, isto é uma cópia do Pinochet”. Em uma das faixas, carregada pelos es- tudantes em Santiago, lia-se a frase pro- nunciada por Allende um pouco antes de sua morte: “vale a pena morrer pelas coi- sas sem as quais não vale a pena viver”. “Desta vez”, gritou um estudante com megafone nas mãos, “a justiça vai preva- lecer, desta vez eles não vão pisar sobre os nossos sonhos e sobre o nosso futuro, desta vez a nossa voz será ouvida”. An- tes de entregar o megafone a quem esta- va ao lado e sumir anônimo no meio da multidão, completou: “Iremos até o m. Viva a Patagônia livre e selvagem”. Patricio Rodrigo e Hernán Sandoval, representantes do Movimento Patagô- nia Sem Represas, armam que recorre- rão a todas as instâncias legais, adminis- trativas e políticas para deter a constru- ção das hidrelétricas. Patagônia ameaçada CHILE Instalação de cinco hidrelétricas na região, que abriga uma das mais importantes reservas de água doce do mundo, provoca uma série de manifestações no país andino e em várias capitais europeias e latino-americanas As hidrelétricas serão instaladas nos rios Baker e Pascua e provocarão a inundação de 5.910 hectares de terras 2 mil km de extensão terá a linha de transmissão da energia gerada pelas novas hidrelétricas No Brasil, projetos de grandes hidrelétricas também enfrentam rejeição popular, como a usina paraense de Belo Monte, no rio Xingu Rio Baker, na Patagônia chilena, onde será construída uma das usinas hidrelétricas Manifestação em Valparaíso, na Plaza Sotomayor Juan Pablo Garnham Juliana Kroeger

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Juliana Kroeger e Fernando Evangelista • Jornal Brasil de Fato, 16 a 22 de junho de 2011 • Instalação de cinco hidrelétricas na Patagonia, que abriga uma das mais importantes reservas de água doce do mundo, provoca uma série de manifestações no Chile

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de 16 a 22 de junho de 2011 9américa latina

Juliana Kroeger e Fernando Evangelista

de Santiago e Valparaíso (Chile)

A PATAGÔNIA chilena, uma das maio-res reservas naturais do planeta, está no centro de uma polêmica internacional. Um projeto, aprovado no dia 9 de maio por uma comissão nomeada pelo gover-no, prevê a construção de um complexo hidrelétrico com cinco represas na região de Aysén, no sul do Chile. Desde então, uma onda de protestos toma conta das ruas do país e vem se espalhando por di-versas capitais, como Roma, Madri, Pa-ris, Estocolmo, Berlim, Cidade do Méxi-co e Buenos Aires.

As hidrelétricas serão instaladas nos rios Baker e Pascua e provocarão a inun-dação de 5.910 hectares de terras, apro-ximadamente 8.300 campos de futebol. Segundo o Conselho de Defesa da Pata-gônia Chilena, as grandes represas des-truirão os rios e matarão peixes, plantas aquáticas, aves e outras espécies. Tam-bém destruirão vales, bosques e terras agrícolas, além de remover milhares de pessoas de suas casas. A linha de trans-missão de energia, com mais de 2 mil km de extensão, causará danos em parques nacionais, centros turísticos e áreas in-dígenas.

A empresa espanhola Endesa, contro-lada pela Enel (Itália), e a Colbún (Chi-le) compõem a Hidroaysén, empresa res-ponsável pela construção da obra, esti-mada em 3 bilhões de dólares. A propos-ta é gerar uma média anual de 18.430 GWh, o que contribuiria para a indepen-dência e estabilidade energética do Chi-le. O país produz somente 4% dos com-bustíveis fósseis que consome, como pe-tróleo, gás e carvão. Todo o resto precisa ser importado.

Oposição ao projeto“A energia limpa e renovável produ-

zida pelas hidrelétricas”, afi rma Daniel Fernández, vice-presidente executivo da Hidroaysén, “é o único jeito de evitar um caos energético no país”. Segundo ele, o projeto provocará a inundação de so-mente 0,05% de Aysén, com uma efi ci-ência 4,4 vezes maior do que Itaipu, con-siderando a área alagada e a produção de energia. As obras iniciam em 2013 e as usinas estarão em pleno funcionamen-to em 2025.

Para o economista Manfred Max-Neef, vencedor do Prêmio Nobel Alternativo em 1983, a afi rmação de Fernández é fal-sa e a Hidroaysén será o projeto mais destrutivo da história do Chile. “Repre-sas arrasam não apenas as belezas na-turais incomparáveis, mas também sen-

timentos, memórias, sonhos e tradições de milhares de famílias de sacrifi cados agricultores”. E questiona: “as pessoas que insistem em tal projeto, conhecen-do todos os seus alcances e impactos, são perversas ou apenas estúpidas?”.

Max-Neef faz parte dos 74% dos chi-lenos contrários à construção das hidre-létricas, segundo pesquisa realizada pe-lo diário La Tercera. O refl exo disso está nas ruas do país, principalmente nas sex-tas-feiras e nos sábados, quando ocor-rem atos populares, quase todos orga-nizados através de redes sociais na in-ternet. Em apenas duas semanas, regis-traram-se manifestações em 25 cidades chilenas.

O primeiro grande ato, no dia 20 de maio, reuniu 40 mil pessoas na capital Santiago. Na ocasião, houve confron-to com a polícia, 53 manifestantes fo-ram presos e dezenas fi caram feridos, de um lado e de outro. O sargento da polí-cia Mauricio Muñoz foi atingido no ros-to por um skate e teve que ser submeti-do a uma cirurgia para reconstrução da órbita ocular.

Símbolo nacionalO presidente chileno Sebastián Piñe-

ra, em entrevista à agência EFE, afi rmou que “este clima de beligerância e de in-transigência não faz bem para a demo-cracia” e que o caminho do seu governo sempre foi o do diálogo e do respeito às diferenças. Ele sabe que as hidrelétricas podem enfraquecer sua popularidade e desgastar sua imagem no exterior.

Editorial do New York Times do dia 23 de maio, intitulado “Mantenham a Pata-gônia selvagem”, alerta que as usinas são “potencialmente desastrosas”. Robert F. Kennedy Jr., advogado do Conselho de Defesa Estadunidense para Recursos Naturais, solicitou a Piñera o cancela-mento do projeto. “É o lugar mais lindo, creio eu, do planeta. Não conheço lugar

algum como a Patagônia”, disse ao jornal britânico The Guardian.

No Brasil, projetos de grandes hidrelé-tricas também enfrentam rejeição popu-lar, como a usina paraense de Belo Mon-te, no rio Xingu, e a usina de Jirau, no rio Madeira, em Rondônia. Além de mobili-zar as populações atingidas e ecologistas, o impacto social e ambiental das obras tem conquistado cada vez mais visibili-dade no cenário internacional. A Comis-são Mundial de Barragens, constituída em 1998, concluiu que as represas cau-sam graves impactos ambientais, com custos mais elevados do que o previsto.

A estudante chilena Paula Abarzúa, de 16 anos, presente em todos os protestos realizados na cidade portuária de Valpa-raíso, acusa o governo de escolher a op-ção mais fácil e menos inteligente. “Po-deríamos usar a energia solar do deserto e os ventos do sul para produzir energia. As hidrelétricas, além de destruir uma das nossas mais bonitas paisagens, de deslocar famílias, vão matar nosso sím-bolo nacional”, completa. Paula refere-se ao huemul, o cervo sul andino, animal nativo da Patagônia chilena e ameaçado de extinção.

“A energia produzida pela Hidroay-sén não será usada pela população”, ar-gumenta Rosa Martínez, de 48 anos, mi-litante do Partido Ecologista e também presente na manifestação de Valparaíso. “A energia será usada para abastecer as minas do norte do país, empresas multi-nacionais”.

A mineração é um dos pilares da eco-nomia do Chile, um dos principais pro-dutores de cobre do mundo. O país pos-sui ainda grandes jazidas de ouro, pra-ta, ferro, chumbo, zinco e magnésio. Há, atualmente, 3.493 empresas minerado-ras no Chile, segundo o Serviço Nacional de Geologia e Mineração.

Insatisfação crescenteApesar dos números positivos da eco-

nomia, os atos contra as hidrelétricasganharam força porque coincidem comuma crescente insatisfação popular. Oaumento das tarifas do transporte, oaumento da criminalidade e a quedana qualidade da educação estimularamo clima de revolta. A questão da águatambém está presente, já que a Cons-tituição chilena, de 1980, aprovada nogoverno Augusto Pinochet (1973-1990),e o Código de Águas, de 1981, permiti-ram a privatização quase total dos re-cursos hídricos.

Para completar o cenário de eferves-cência política, isso ocorre nos dias daexumação do corpo do ex-presiden-te Salvador Allende (197-1973), mortoem 11 de setembro de 1973, dia do golpemilitar liderado por Pinochet.

O procedimento está sendo feito para elucidar as circunstâncias de sua mor-te: se cometeu suicídio, como sustenta a versão da ditadura, ou se foi assassi-nado. Além de Allende, o corpo do poeta Pablo Neruda, Prêmio Nobel de Literatu-ra em 1971, morto 12 dias depois do gol-pe, e o corpo do ex-presidente Eduardo Frei, morto em 1982, também serão exu-mados. Há indícios de que eles tenham sido assassinados.

Os manifestantes, em sua maioria,são jovens nascidos no período pós-re-gime militar, que não vivenciaram ostrês anos de governo de Salvador Allen-de nem os 17 de ditadura de Augusto Pi-nochet. Porém, os dois ex-presidentessão citados com frequência nos atos derua, nos debates políticos ou em qual-quer referência que se faça à história re-cente do Chile.

“Muita gente morreu, muita gente lu-tou para que tivéssemos uma democra-cia, e democracia pressupõe participa-ção nas decisões”, argumenta a estudan-te Susan Marín, de 15 anos. Junto a mi-lhares de pessoas, bandeira em punho, ela grita pelas ruas de Valparaíso: “Isto não é um governo de verdade, isto é uma cópia do Pinochet”.

Em uma das faixas, carregada pelos es-tudantes em Santiago, lia-se a frase pro-nunciada por Allende um pouco antes de sua morte: “vale a pena morrer pelas coi-sas sem as quais não vale a pena viver”. “Desta vez”, gritou um estudante com megafone nas mãos, “a justiça vai preva-lecer, desta vez eles não vão pisar sobre os nossos sonhos e sobre o nosso futuro, desta vez a nossa voz será ouvida”. An-tes de entregar o megafone a quem esta-va ao lado e sumir anônimo no meio da multidão, completou: “Iremos até o fi m. Viva a Patagônia livre e selvagem”.

Patricio Rodrigo e Hernán Sandoval, representantes do Movimento Patagô-nia Sem Represas, afi rmam que recorre-rão a todas as instâncias legais, adminis-trativas e políticas para deter a constru-ção das hidrelétricas.

Patagônia ameaçadaCHILE Instalação de cinco hidrelétricas na região, que abriga uma das mais importantes reservas de água doce do mundo, provoca uma série de manifestações no país andino e em várias capitais europeias e latino-americanas

As hidrelétricas serão instaladas nos rios Baker e Pascua e provocarão a inundação de 5.910 hectares de terras

2 milkm de extensão terá a linha de

transmissão da energia gerada pelas novas hidrelétricas

No Brasil, projetos de grandes hidrelétricas também

enfrentam rejeição popular, como a usina paraense de Belo

Monte, no rio Xingu

Rio Baker, na Patagônia chilena, onde será construída uma das usinas hidrelétricas

Manifestação em Valparaíso, na Plaza Sotomayor

Juan Pablo Garnham

Juliana Kroeger