pasta e papel n°63 13

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The technical magazine covering the pulp and paper industry in Portugal and Brasil. By ENP Publishing Group

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Do conceito “indústria do papel”ao conceito “indústria da fibra florestal”

Apesar das grandes inovações introduzidas nos últimos anos, a indústria de pasta e papel é, de um modo geral, ainda vista como um setor “conservador”.

Esquece-se, quem assim a apelida, da introdução da pasta branca de eucalipto na produção de papéis, da transformação de papéis de uso comum (commodities) em produtos de alto valor acrescentado (caso de alguns papéis de escritório e tissue), da forma inovadora como é realizada a exploração sustentável da floresta, a forma consciente de preservação do ambiente, a utilização de fontes renováveis de energia na produção de eletricidade (a caldeira de recuperação bem pode ser apontada como a primeira bio refinaria…), etc.

Esquece-se da importância do projeto ATF (a nova fábrica de papel de Setúbal) com uma das maiores e mais sofisticadas máquinas do mundo para a produção de papéis finos; uma unidade que permitiu elevar o grupo Portucel Soporcel à posição de líder europeu na produção de papéis finos de impressão e escrita não revestidos (UWF). Pela sua relevante importância e pelo êxito que constituíram os seus primeiros anos de laboração, apresentamos, neste número de Pasta e Papel, uma extensa reportagem.Esquece-se da permanente disposição para a resolução dos eventuais estrangulamentos que, com o tempo ou no decorrer das otimizações, vão surgindo nas nossas fábricas. É o caso da evaporação da Soporcel na Figueira da Foz, com o desafio adicional de fazer o arranque da nova linha sem parar a velha evaporação, o que registamos também no presente número.

Mas então porque é um setor “conservador”? Porque, muitas vezes, está unicamente focada na eficiência, na qualidade, nos rendimentos, na produtividade.Uma abordagem essencial e absolutamente correta até ao momento em que novos desafios se perfilam no horizonte, principalmente motivado por um grave problema que atinge toda a humanidade: o aquecimento global, devido ao efeito de estufa! Agora, a indústria vê-se também confrontada com o desafio de reduzir as emissões de CO2 e aumentar o seu valor acrescentado, fazendo-o mediante a procura de novos produtos derivados dos vários componentes das fibras.Novos materiais genéticos, novas técnicas de silvicultura e de exploração florestal; novas utilizações dos componentes da fibra florestal; a concretização de um vasto conjunto de projetos inovadores, enquadrados no conceito da bio refinaria; o desenvolvimento dos denominados produtos bio, provenientes da bio massa, produzidos a partir de material biológico renovável; uma nova forma de aumentar o valor acrescentado – a bio economia – obtida pela produção de produtos com base em tecnologias sustentáveis, que minimizam o impacte no ciclo do carbono.O interessante texto de Teresa Presas, Diretora Geral da CEPI, que temos o prazer de publicar neste número da revista Pasta e Papel, é extremamente importante no apontar da fileira florestal como coração desta bio economia; mas também extremamente desafiante para nós todos, apelando a um contributo para a pesquisa e descoberta de tecnologias e processos que sejam mais eficientes, de baixo consumo de carbono, com melhor integração e mais sustentáveis. Mas, para tal, teremos de inovar, igualmente, na nossa maneira de pensar e agir, com um pensamento criativo e uma mentalidade entusiasmada, como apela o projeto Two Teams, que também apresentamos nestas páginas.O mesmo apelo é feito nas páginas deste número pelos Professores Elvira Fortunato e Rodrigo Martins - cuja colaboração muito nos honra – afirmando “ saibamos usar a nossa imaginação para visionarmos o mundo de amanhã”. No seu extremamente interessante e elucidativo texto “O futuro do papel ou o papel do futuro?” trazem-nos exemplos de novas utilizações do papel, pioneiras a nível mundial, resultado dos seus trabalhos de investigação realizados no CENIMAT – Departamento de Ciências dos Materiais da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

Um pensamento criativo e uma mentalidade entusiasmada símbolo de uma nova cultura; nova cultura que não renega, no entanto, os valores do seu passado, não esquecendo aqueles que trouxeram o setor ao patamar em que já se encontra. Figuras como José Manuel Soares de Oliveira, que nos deixou recentemente e que foi um grande especialista da indústria papeleira. Homenageamo-lo, com sentida emoção, nas páginas seguintes.

João de Sá NogueiraEditor

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Ponto de vista

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Sumário

REVISTA PORTUGUESA PARA A INDÚSTRIA PAPELEIRA

REDAÇÃO em PortugalJOÃO JOSÉ DE SÁ NOGUEIRA

Rua Dr. Leonel Sotto Mayor, 50-3° A2500-227 Caldas da Rainha - PORTUGALTél.: + (351) 918 432 627Fax: + (351) 262 838 569E-mail : [email protected]

REDACÇÃO & PUBLICIDADE no Brasil :ROBERTO T. SEBOK

Av. Piassanguaba, 104604060-001 São Paulo, BRASILTel +5511 9964 2775 /+5511 5587 5750Cel +55 11 9999 10 76Email : [email protected]

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36, rue Stanislas Julien - 45000 Orléans - FrançaTel : +33 238 42 29 00Fax : +33 238 42 29 10Email : [email protected]

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Editor de La Papeterie, l’Annuaire de la Papeterie, La Carte Papetière France, El Mapa Ibérica de la Industria Papelera, El Papel, Anuário Ibérico da Industria Papelera, Turkiye Ka-git Sanayii, Paper Middleast, Guia Latinoamericano

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2013

N° 63 - Outono 2013

Indice

PONTO DE VISTA por João de Sá Nogueira 3

IM MEMORIAMFaleceu o Eng. Soares de Oliveira 6

HISTÓRIAA indústria da celulose e do papel em Portugal 8

EM DESTAQUEInapa expande a sua atividade com compra de empresa na Turquia 12Grupo Portucel Soporcel continua a crescer no mercado angolano Grupo Portucel Soporcel consolida presença no mercado moçambicano Novos investimentos na AMS aumentam capacidade de transformaçãoe melhoram eficiência energéticaCelulose Riograndense adquire Parque de Madeiras à DemuthCenibra comemora 40 anos da sua fundaçãoFibria, a melhor do ano do ‘Valor 1000’Kimberly-Clark inaugura fábrica em Camaçari, BaíaKlabin promove a sustentabilidade com a nova tecnologia da Metsopara gestão da lixíviaMetso assina contrato de 22 milhões de euros com fornecedoresdo Rio Grande do SulMetso e Progen constituiram uma joint venture para construção e gestãode projetos no BrasilKemira conclui a expansão de sua linha de produção de peróxidode hidrogênio no UruguaiPapelera del NOA compra Quilmes na ArgentinaMéxico: Propasa começa a produzir cartão de alta qualidadecom equipamentos Voith

DEPOIMENTOUma visão para o futuro: A fileira florestal coração da bio economia 24

I&DO futuro do papel ou o papel do futuro? 28

REPORTAGEMA nova Fábrica de Papel de Setúbal 37

TECNOLOGIASEliminando estrangulamentos 42

FORNECEDORESUm player global iniciando a produção local em padrões mundiais 46Runtech faz história com fabricação de papel energeticamenteeficiente e amiga do ambiente 48

ESTATÍSTICASResumo estatístico da indústria papeleira portuguesa 2012 50

2013

ABK Machinery 7Andritz 52Ashland 15BTG 19Coatex (Arkema group) 2Hannecard 21Kemira 13

MIAC 9PaperEx 25Runtech 47Safem 27Sertec 20 23Sew Eurodrive 4Tissue World Americas 51

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José Manuel de Almeida Campos Soares de Oliveira, nascido a 30 de Janeiro de 1926 em Lisboa, frequentou

o Colégio Militar de 1936 a 1943, o Instituto Superior Técnico de 1943 a 1947 e a École Française de Papeterie do Instituto Politécnico de Grenoble, França, de 1947 a 1949.Toda a sua atividade profissional esteve relacionada com a indústria da celulose e do papel, tendo trabalhado em Portugal nas fábricas de papel da Matrena e da Abelheira (hoje Fapajal) como engenheiro fabril entre 1950 e 1958.De 1958 a 1962 assumiu a direção técnica do projeto da fábrica de celulose e papel da CCUP, Companhia de Celulose do Ultramar Português, construída no Alto Catumbela, em Angola.

Assumiu funções idênticas de 1965 a 1972 na criação, construção e lançamento da fábrica de pasta da Celulose do Tejo, em Vila Velha de Ródão.De 1962 a 1965 e de 1972 a 1975 exerceu funções técnico-comerciais e de gerência na Tecnil, em Lisboa.Em 1975, após uma ocupação da Tecnil, emigrou para o Brasil e transitou em 1978 para França onde se conservou até 1982, sempre ao serviço da empresa de engenharia finlandesa Jaakko

José Manuel Soares de Oliveira foi um técnico consagrado e um dos grandes especialistas da indústria papeleira, não apenas em Portugal mas também em países como Angola, Brasil, França, Colômbia,

Chile, entre outros, tendo projetado e coordenado a montagem de diversas fábricas em vários países.

Com uma grande formação humana, com uma simpatia cativante, sempre se mostrou disponível para uma palavra de orientação para os mais novos, que o procuravam dados os seus sólidos conhecimentos

técnicos e a esclarecida visão que tinha sobre a indústria da pasta e papel.Ainda em 16 de junho passado nos tinha enviado cópia do seu artigo em francês sobre a História da Indústria de Celulose e Papel em Portugal, publicado no site do Cerig de Grenoble INP-Pagora, na rubrica «Histoire de nos Métiers», transcrito do Bulletin de La Cellulose, n°65, Juin 2013.

Artigo semelhante, cujo texto nos enviou em setembro de 2012, tivemos o prazer de publicar no número da Primavera deste ano desta Revista. Como homenagem à memória deste ilustre técnico e grande amigo, publicamos de novo este interessante texto, agora com as fotografias originais recolhidas pelo Eng. Soares de Oliveira.

Pöyry & Co., tendo colaborado em diversos projetos no Brasil, no Chile, na Colômbia, em França e na Bélgica.Em 1982, por convite do Ministro Ricardo Baião Horta, foi nomeado membro do Conselho de Gerência da Portucel, funções que desempenhou até 1994, ano em que se reformou.Foi Presidente da Comissão Técnica Portuguesa de Normalização “Papel e Pasta” entre 1984 e 1994.No âmbito extraprofissional foi Presidente da Federação Portuguesa de Bridge entre 1986 e 1998, e Vice-Presidente da European Bridge League desde 1990, cargo que ainda conservava a título honorário.Participou ainda ativamente na Ação Católica – onde foi um dos responsáveis na época da Juventude Universitária Católica - e colaborou em jornais e revistas especializadas.Era casado com Maria Helena de Loureiro da Cunha Motta Soares de Oliveira e pai de Maria Luísa Mota Soares de Oliveira, Maria da Conceição Mota Soares de Oliveira Callé Lucas, José Pedro Mota Soares de Oliveira, Domingos da Cunha Mota Soares de Oliveira e Paulo da Cunha Mota Soares de Oliveira.

À sua Família apresentamos sentidos pêsames.

Fomos surpreendidos pela notícia do falecimento inesperado em 22 de junho do Eng. Soares de Oliveira. Recordamo-lo com muita admiração e grande saudade.

Faleceu o Eng. Soares de Oliveira

Im Memoriam

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Canavezes instalaram também durante a segunda metade do século XIX e o princípio do século XX quer esse tipo de máquinas contínuas quer a sua variante de “forma redonda”.Uma referência especial para o projeto da fábrica de papel da Renova, na Zibreira, iniciado em 1939. Nos anos 50 a Renova decidiu especializar-se em produtos de papel para usos domésticos e sanitários “para um bem-estar único e exclusivo”. A marca RENOVA destes produtos é atualmente (2012) comercializada com grande sucesso tanto em Portugal como em Espanha, França e Benelux.Uma referência também para as fábricas de papel de Porto de Cavaleiros e do Prado, em Tomar, que se especializaram em papel fiduciário filigranado de grande qualidade, sendo a Fábrica do Prado também muito conhecida no domínio das cartolinas de embalagem Multiplex produzidas com a utilização de múltiplas formas redondas.Uma referência finalmente para a produção de papel de cigarro de grande qualidade a partir de trapo pela Fábrica de Papel da Matrena durante os anos de 50 e de 60 do século XX.Porém a realidade não era brilhante. Segundo os dados publicados no livro “Linha de Rumo” abaixo referido, em 1945 existiam em Portugal 15 máquinas contínuas de fabrico de papel, 13 das quais com mais de 41 anos de funcionamento e 7 com idades entre os 55 e os 75 anos, “veneráveis antiguidades”.As dificuldades no abastecimento de pastas e de papel durante a segunda Guerra Mundial, associadas aos progressos na fabricação de pasta de madeira por meios químicos e à existência de matéria-prima lenhosa no país de excelente qualidade e de crescimento rápido (Pinus pinaster e Eucaliptus globulus) foram os argumentos decisivos para a criação da indústria da celulose em Portugal. O Engenheiro Ferreira Dias, Secretário de Estado da Indústria, 1940/1944, e Ministro da Economia, 1958/1962, foi um dos precursores da expansão exponencial desta indústria em Portugal.

Adescoberta da fabricação do papel a partir de fibras vegetais, atribuída ao chinês Tsai Lun, em 105 d.C., só chegou

à Europa em 1150, com a fábrica de Xativa em Espanha.Em Portugal, a primeira fábrica de papel de que há notícia foi instalada nas margens do Rio Lis em 1411.Por outro lado, as descobertas no domínio da fabricação da pasta de papel a partir da madeira por processos químicos ou mecânicos na segunda metade do século XIX criaram as condições de desenvolvimento desta indústria a nível mundial, sobretudo nos países grandes produtores de madeiras resinosas como os da Escandinávia e da América do Norte.

Nesta época e durante a primeira metade do século XX a indústria papeleira em Portugal conservou o seu carácter artesanal, se bem que se tenham verificado algumas iniciativas com imenso interesse, das quais a fabricação de celulose a partir do pinheiro marítimo (Pinuspinaster) em 1891, e mais tarde, em 1906, a partir do eucalipto pelo processo ao bissulfito, uma verdadeira estreia mundial, pela The Caima Timber Estate & Wood Pulp Company, Ltd. que se tornou mais tarde na Caima Pulp Co Ltd.No sector do papel, e conservando as suas pequenas fábricas que utilizavam meios artesanais, os

chamados « moinhos » onde se fabricava o papel « à mão », houve um certo número de unidades que instalaram máquinas contínuas Fourdrinier, de que a pioneira foi a Fábrica da Abelheira, em S. Julião do Tojal, montada em 1840.Outras fábricas, nomeadamente as do Prado e da Marianaia em Tomar, a da Lousã e a da Nova Companhia do Papel de Alenquer e, mais tarde, as da Matrena em Santa Cita, da Caima (Papel) em Oliveira de Azeméis e a de Marco de

A indústria da celulosee do papel em Portugal

J.N. Ferreira Dias Júnior - (Wikienergia)

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Ultramar Português, no Alto Catumbela, Angola, pastas de Eucalipto saligna e de sisal e de papéis diversos, arranque em 1962;

- Fábrica da SOCEL, em Setúbal, arranque em 1964, pasta kraft branqueada de Eucalipto globulus, produção inicial 100.000 t/a;

- Fábrica da CELBI, em Leirosa, arranque em 1967, pasta kraft branqueada de Eucalipto globulus, produção inicial 120.000 t/a;

- Fábrica INAPA, Setúbal, arranque em 1969, papéis de escrita e de impressão a partir de pasta de Eucalipto globulus em suspensão bombada da fábrica da SOCEL. A máquina de papel nº 2 arrancou em 1980 e a nº 3 em 1990. A INAPA foi comprada pela Portucel Industrial em 2000, passando o conjunto a chamar-se Portucel – Empresa Produtora de Pasta de Papel e Papel, S.A;

- Fábrica da CELTEJO, Vila Velha de Ródão, arranque em 1971, pasta kraft crua de pinho, produção inicial 75.000 t/a;

- Em 1973 criou-se uma empresa em Angola, a CELANGOL, para a produção de pasta de Eucalipto saligna na região do Lobito, e o equipamento foi adquirido. Contudo, no seguimento da situação política vivida neste país, foi decidido em 1979 montar esta fábrica em Portugal, em Lavos, nos arredores da Figueira da Foz, com a designação de SOPORCEL. A fábrica arrancou em 1984 e foi totalmente integrada com uma primeira máquina de papel em 1991 e uma segunda em 2000. No que diz respeito à largura útil (8,6m), estas duas máquinas eram semelhantes. Contudo, a segunda máquina, que só entrou em serviço dez anos mais tarde do que a primeira, dispunha de trunfos tecnológicos que a tornaram uma referência da nova geração das máquinas de papel de alta velocidade. Estas duas máquinas atingiram uma produção conjunta de 790.000 t/a de papéis UWF (papéis não revestidos sem pasta mecânica), com utilização total da pasta produzida na mesma fábrica.

- Em 1974 a Sociedade CELNORTE, Celulose do Norte, que sucedeu à SEGEMI, inaugurou a sua fábrica de Deocriste para a produção integrada de pasta kraft de pinho e de papel kraftliner, com uma capacidade inicial de 136.000 t/a.

- Em 1975, em resultado da situação política vivida em Portugal, as empresas CPC, SOCEL, CELTEJO e CELNORTE, e ainda as CELULOSES DO GUADIANA, futura PORTUCEL RECICLA, fábrica de embalagens de cartão canelado a

Em 1945, no seu livro “Linha de Rumo”, escreveu uma frase que resume bem o fundamento do interesse para a produção de pasta de papel neste país: “Quem souber que há em Portugal perto de 3 milhões de hectares de floresta, dos quais 40% são de pinhal, e verificar a importação que se faz de papéis e pasta de papel achará um desequilíbrio difícil de explicar. Isto me levou no encalço da indústria da celulose; e do desfiar persistente desta meada nasceram uma sociedade e uma licença”.

O primeiro grande projeto no domínio da celulose foi o da CPC, Companhia Portuguesa de Celulose, objeto dum pedido de alvará no ano de 1942, período de guerra, muito difícil do ponto de vista da realização de projetos desta dimensão. Esse projeto só pôde ser concretizado 11 anos mais tarde, em 1953, para a produção de pastas químicas cruas e branqueadas pelo processo chamado “ao sulfato” e de papéis kraft crus e brancos. A CPC foi pioneira na fabricação de pastas kraft de Eucalipto globulus e na sua utilização no fabrico de papéis de impressão e de escrita, fabricações essas iniciadas em 1957. Em 1958 a sua produção atingiu 70.000 t de pasta e 25.000 de papel. Atualmente (2012) a fábrica de Cacia só fabrica pasta branqueada de eucalipto de muito alta qualidade, com uma produção de 285.000 t/a.O sucesso da CPC está na base do desenvolvimento da indústria da celulose e do papel em Portugal. Sem contar com numerosos projetos que não puderam ser concretizados, os abaixo descriminados foram realizados nos anos 60 e70:- Fábrica da CAIMA, em Constância, arranque em 1961, pasta de eucalipto pelo bissulfito, produção inicial 30.000 t/a;

- Fábrica da CCUP, Companhia de Celulose do

CPC – Fábrica - (Aveiro e o seu Distrito)

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História

revestidos. A PORTUCEL é atualmente a maior produtora europeia de pasta branqueada de eucalipto bem como de papéis de impressão e de escrita não revestidos.Este Grupo produz o Navigator, um dos papéis mais apreciados e vendidos no mundo na categoria de Premium Office papers, papéis de escritório.

A PORTUCEL VIANA, de que 65% do capital foram subscritos pela Imocapital no ano 2000, foi finalmente comprada em 2005 pelo Grupo espanhol EUROPAC e constitui hoje a Europac Kraft Viana S.A. A fábrica foi aumentada e produz atualmente 370.000 t/a de papel kraftliner em duas qualidades: o Portoliner, muito apreciado nos mercados internacionais, e o Vianaliner com uma percentagem mais elevada de fibra secundária. A fábrica integra uma linha de produção de pasta (70% de pinho e 30% de eucalipto) e também uma linha de recuperação de fibra secundária (papéis velhos).Por seu lado, o Grupo ALTRI, criado em 2005 pela reestruturação da Cofina, adquiriu três fábricas de pasta, a saber, as da PORTUCEL TEJO (pasta de pinho crua transformada em 2008 em fábrica de pastas de pinho e de eucalipto branqueadas), da CELBI (pasta kraft branqueada de eucalipto) e a CAIMA (pasta pelo bissulfito de eucalipto branqueada). O Grupo ALTRI é hoje, 2012, um dos maiores produtores de pasta branqueada de eucalipto a nível mundial, com uma capacidade total de 950.000 t/a, das quais 660.000 t/a da Leirosa, 170.000 t/a do Ródão e 115.000 t/a de Constância.

José Manuel Soares de Oliveira,Setembro 2012

partir de pasta de palha de trigo, fundada em 1955, foram nacionalizadas e integradas numa nova empresa pública chamada PORTUCEL EP.

- Em 1993, pelo Decreto-Lei 39/93, estabeleceram-se as medidas de reestruturação da PORTUCEL EP em vista da sua reprivatização, o que foi decidido na Assembleia Geral de 31 de Maio desse mesmo ano com a criação de 8 novas sociedades anónimas: PORTUCEL SGPS, PORTUCEL INDUSTRIAL, PORTUCEL FLORESTAL, PORTUCEL EMBALAGEM, PORTUCEL VIANA, PORTUCEL TEJO, PORTUCEL RECICLA e GESCARTÃO SGPS.

A reprivatização da Portucel foi iniciada em 1975 com a venda em bolsa de 44% das acções da Portucel Industrial, continuada (2000) pela venda pública da Gescartão SGPS, da Portucel Viana, da Portucel Recicla e da Portucel Embalagem, e terminada em 2005 pela venda pública da Portucel Tejo.A fábrica da SOPORCEL, ex Celangol, foi adquirida pela PORTUCEL, Empresa Produtora de Pasta e Papel S.A., em 2001, dando lugar à criação do Grupo PORTUCEL SOPORCEL com 3 fábricas, a saber, as de Cacia, Figueira da Foz e Setúbal.O Grupo SEMAPA adquiriu em 2004 a maioria, 67%, do capital da PORTUCEL, Empresa Produtora de Celulose e Papel, S.A., e decidiu integrar a totalidade da produção de pasta em Setúbal.Para isso, a Portucel criou em Setúbal, integrada com a fábrica de pasta, a fábrica de papel “ATF – ABOUT THE FUTURE” onde instalou a maior e mais sofisticada máquina do mundo para a produção de papéis UWF (papéis não revestidos sem pasta mecânica). Esta máquina, construída pela Metso Paper Oy, arrancou em 2009, tem uma largura útil de 10,4 m e uma capacidade de 500.000 t/a. A máquina em questão consome cerca de 70% da produção da fábrica de pasta de Setúbal. As duas outras máquinas de papel de Setúbal, as da antiga Inapa, hoje Portucel Papel Setúbal, têm em conjunto uma produção de 295.000 t/a também de papéis UWF. A Portucel conta portanto com três máquinas de papel em Setúbal, a da ATF e as PM1 e PM3 da ex-Inapa, com uma capacidade total de 795.000 t/a de papéis UWF.Em 2010 a capacidade total do Grupo Portucel Soporcel, incluindo as unidades de Setúbal e a da Figueira, atingiu 1,6 milhões t/a de papéis não

CPC – Máquina de Papel - (Aveiro e o seu Distrito)

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Portugal

Inapa expande a sua atividade com compra de empresa na Turquia

AInapa - Investimentos, Participações e Gestão anunciou em 12 de agosto passado que vai

entrar na Turquia através da compra da totalidade do capital da empresa turca Korda à KHB e Beteiligungs e à Korab International Holding, por um valor não divulgado.Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Inapa adiantou que «este investimento vai permitir à empresa portuguesa a entrada num dos mercados mais dinâmicos do setor papeleiro, assumindo simultaneamente um lugar de liderança na Turquia e consolidando a presença do grupo neste negócio».Sediada em Istambul, a Korda «é uma empresa líder no setor da distribuição de papel na Turquia, focada sobretudo na indústria gráfica e que serve mais de 2.500 clientes através de infraestruturas logísticas em Istambul, Ancara, Izmir e Adana», referiu a empresa. No ano passado, a empresa turca registou um volume de negócios acima dos 72 milhões de liras turcas (cerca de 30 milhões de euros) e distribuiu 41 mil toneladas de papel.

A Inapa é atualmente o quarto maior grupo europeu no setor da distribuição de papel, com vendas que ascendem a um milhão de toneladas. Com a entrada na Turquia, a Inapa consolida a sua presença internacional, estando presente na Alemanha, França, Suíça, Espanha, Bélgica, Luxemburgo e em Angola. Com o mercado europeu a crescer lentamente, a Inapa quer diversificar geografias. Até agora, Angola era o único país fora da Europa onde a empresa portuguesa (com 32,7% do capital nas mãos do Estado) tinha presença. Alemanha e França são os principais clientes (pesam, respetivamente, 52% e 27% no total das vendas) e para contornar a redução de vendas nos mercados chave deu, agora, um passo nos mercados emergentes.“No sector do papel, a Europa cresceu 0,6% enquanto em mercados emergentes, como a Turquia, cresceu em média 6%. Temos de procurar crescimento fora da Europa e a Turquia foi o mercado que escolhemos”, disse José Félix Morgado, presidente da empresa.A pesar na decisão esteve o potencial de consumo:

90 quilos per capita, em comparação com 180 quilos na Europa. “Há aqui um potencial de crescimento importante. A maioria da população é jovem e a classe média está a aumentar”, ilustrou, na altura, Jorge Morgado.

Este ano, além da Korda, a Inapa já comprou a portuguesa Crediforma e alienou 60% da Print Media Factoring na Alemanha.A Crediforma é uma empresa de comunicação visual, com uma faturação na ordem dos 3 milhões de euros anuais especializada em serviços e produtos na área da impressão digital de grande formato. É responsável pela venda de equipamentos, necessários à impressão de grande formato como softwares, tintas, equipamentos de finalização e impressoras, sendo uma das empresas escolhidas pela HP como marca de confiança e parceiro oficial dentro da sua área.Esta aquisição foi justificada pelo grupo INAPA como consequência de uma estratégia delimitada para “aumentar o peso dos negócios complementares ao papel, com melhores perspetivas de rentabilidade e crescimento”.

No primeiro trimestre, o lucro da Inapa subiu 14% face ao período homólogo de 2012, para 1,11 milhões de euros e as vendas recuaram 6% para 228,3 milhões de euros.

Grupo Portucel Soporcel continua a crescer no mercado angolano

Ogrupo Portucel Soporcel participou na 30ª edição da FILDA – Feira Internacional de

Luanda, que decorreu entre 16 e 21 de Julho, com o objetivo de promover as suas marcas premium. Evento multissectorial de referência no mercado angolano, a FILDA congrega as mais diversas áreas de atividade, numa mostra única do potencial económico de Angola. “Os Desafios da Atração de Investimento: Estratégia, Legislação,

Em destaque

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Em destaque

Instituições, Infraestruturas e Recursos Humanos” foi o tema da edição deste ano, que teve como países convidados a Turquia e a China. No stand do Grupo, localizado na área de exposição da feira, estiveram presentes as marcas premium Navigator, Pioneer, Inacopia, Target e Soporset. Líder europeu na produção de papéis finos de impressão e escrita não revestidos, o Grupo foi responsável em 2012 por 52% das exportações europeias deste tipo de papel para África. Atendendo ao elevado potencial de crescimento económico do mercado angolano, o Grupo tem afetado, para este país, um orçamento específico e uma força de vendas dedicada, sendo atualmente o maior fornecedor de papel de qualidade para a impressão de livros escolares em Angola. A posição alcançada pelo Grupo assenta numa proposta de valor diferenciada e reconhecida como tal pelo mercado global. A estratégia de inovação e desenvolvimento de marcas próprias e o investimento em branding e marketing permitem hoje dispor de várias marcas líderes de mercado que se distinguem pela inovação e sustentabilidade ambiental. Merece particular relevo a marca Navigator, líder mundial no segmento premium de papéis de escritório.

Grupo Portucel Soporcel consolida presença no mercado moçambicano

Ogrupo Portucel Soporcel marcou presença, pela sexta vez consecutiva, na Feira Agropecuária, Comercial

e Industrial de Moçambique (FACIM), que decorreu em Maputo entre 26 de Agosto e 1 de Setembro de 2013. Os principais objetivos desta participação consistiram em, por um lado, divulgar o projeto de investimento que o Grupo está a desenvolver em Moçambique e, por outro lado, promover as marcas de papel premium consolidando a sua presença num mercado em franco crescimento.O Grupo tem seguido, com sucesso, uma estratégia de inovação e desenvolvimento de marcas próprias, que hoje representam mais de 60% das vendas de produtos transformados, e é neste sentido que estiveram em destaque na FACIM as marcas de papel Navigator - líder mundial no segmento premium de papéis de escritório -, Discovery e Soporset. Esta feira contribuiu ainda para fomentar parcerias comerciais com os clientes do continente africano e, em particular, de Moçambique.A Comissão Executiva do grupo Portucel Soporcel reforçou a importância de Moçambique na estratégia de desenvolvimento do Grupo, salientando que “A nossa presença em Moçambique representa uma aposta de futuro e uma etapa importante da nossa estratégia de expansão internacional. O potencial deste país africano para projetos

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florestais integrados com dimensão é reforçado pela sua localização estratégica face a mercados asiáticos emergentes, como China ou Índia, e também por condições naturais privilegiadas. De salientar ainda, no caso do projeto em curso, as afinidades culturais de Portugal com Moçambique”.Atualmente, o Grupo exporta 95% das suas vendas para mais de 110 países tendo sido responsável, em 2012, por 52% das exportações europeias de papéis finos de impressão e escrita não revestidos para África, indicador que ilustra bem a sua forte presença neste continente.A 49ª edição da FACIM teve lugar em Marracuene, Maputo, sob o lema “Expandindo o Horizonte dos seus negócios, otimizando as Sinergias!”. O stand do Grupo esteve integrado no Pavilhão de Portugal.

Projeto Portucel MoçambiqueO projeto de investimento florestal verticalmente integrado de produção florestal, de pasta de celulose e de energia que o grupo Portucel Soporcel está a desenvolver em Moçambique insere-se na sua estratégia de internacionalização, que visa a geração de valor de forma sustentada.Atendendo aos resultados muito encorajadores obtidos na fase inicial do projeto, sobretudo no que respeita aos ensaios de campo para determinação dos materiais vegetais com maior potencial e teste dos modelos de silvicultura, o Grupo tem vindo, ao longo do primeiro semestre de 2013, a promover a aceleração da operação florestal, nomeadamente com a preparação do lançamento do projeto para os viveiros de produção clonal, elemento essencial para o incremento da escala das plantações. Em simultâneo, foi dada continuidade aos estudos no domínio dos processos logísticos, tanto do abastecimento da matéria-prima e outros fatores de produção à fábrica, como da expedição da pasta de celulose de eucalipto, os quais permitirão concluir, ao longo do segundo semestre do ano, sobre os méritos relativos das diferentes alternativas em causa.“O investimento do grupo Portucel Soporcel em Moçambique representa um compromisso de longo prazo com o desenvolvimento do País. Além do impacto económico nas exportações e fortalecimento do tecido empresarial, terá um significativo contributo social, através da geração de emprego e dinamização da agricultura de

rendimento. Destacam-se, ainda, os benefícios não quantificáveis, como a transferência de competências tecnológicas e de gestão”, salienta a Comissão Executiva do grupo Portucel Soporcel.

Sobre o grupo Portucel SoporcelO grupo Portucel Soporcel é uma das mais fortes presenças de Portugal no mundo.A nova fábrica de papel teve um impacto significativo na economia nacional, posicionando o Grupo como líder europeu, e 6º a nível mundial, na produção de papéis finos de impressão e escrita não revestidos (UWF). O Grupo é também o maior produtor europeu, e o quinto a nível mundial, de pasta de celulose branqueada de eucalipto BEKP - Bleached Eucalyptus Kraft Pulp.

O grupo Portucel Soporcel encontra-se entre os três maiores exportadores em Portugal, sendo possivelmente aquele que gera o maior Valor Acrescentado Nacional. O Grupo representa aproximadamente 1% do PIB nacional, cerca de 3% das exportações nacionais de bens e quase 8% do total da carga contentorizada e convencional exportada pelos portos nacionais.A sua posição de liderança internacional, a forte contribuição para a economia nacional e a estratégia de crescimento e inovação que prossegue, a par das credenciais éticas e de sustentabilidade, levaram a que o Grupo fosse nomeado, em Junho de 2013, como a “Melhor Empresa da Europa”, pelos European Business Awards (ver notícia neste número de Pasta e Papel).É um grupo florestal verticalmente integrado, que dispõe de um Instituto de Investigação Florestal próprio, líder mundial no melhoramento genético do Eucalyptus globulus. Gere em Portugal uma vasta área florestal certificada pelos sistemas FSC®

(licença nº FSC C010852) e PEFC™ (PEFC/13-

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23-001), dispondo de uma capacidade instalada de 1,6 milhões de toneladas de papel, de 1,4 milhões de toneladas de pasta de celulose (das quais 1,1 milhões integradas em papel) e de 2,5 TWh/ano de energia eléctrica, atingindo um volume de negócios anual superior a 1,5 mil milhões de euros.

Fruto de um recente investimento na duplicação da capacidade de produção dos seus viveiros, o Grupo dispõe do maior viveiro de plantas florestais certificadas da Europa, com uma capacidade anual de produção de cerca de 12 milhões de plantas de diversas espécies, que se destinam à renovação da floresta nacional.O Grupo tem seguido, com sucesso, uma estratégia de inovação e desenvolvimento de marcas próprias, que hoje representam mais de 60% das vendas de produtos transformados, merecendo particular destaque a marca Navigator, líder mundial no segmento Premium de papéis de escritório.As vendas do Grupo têm como destino mais de 110 países nos cinco continentes, com destaque para a Europa e EUA. O Grupo promove a valorização e proteção da floresta desenvolvendo uma atividade de investigação própria e gerindo um património florestal de cerca de 120 mil hectares.O Grupo ocupa também uma posição de destaque no sector da energia, como primeiro produtor nacional de “energia verde” a partir de biomassa, representando aproximadamente 50% do total da energia elétrica produzida em Portugal a partir desta fonte renovável.No âmbito da sua estratégia de expansão internacional, o grupo Portucel Soporcel está a desenvolver o importante projeto de investimento florestal verticalmente integrado em Moçambique, que culminará com a construção de uma fábrica de produção de pasta de celulose com uma capacidade anual de 1,3 milhões de toneladas.

Novos investimentos na AMS aumentam capacidade de transformação e melhoram eficiência energética

AAMS-GC orgulha-se hoje e quatro anos depois de ter iniciado o seu processo produtivo, de ser

já uma referência no mercado de tissue na Península Ibérica, posicionando-se como uma empresa competitiva e apostando na criação de valor para com os seus stackholders e tendo sempre presente uma visão preocupada com o desenvolvimento sustentado nas suas três vertentes: comportamento ético, envolvente social e criação de valor.A visão dos empreendedores persiste e acompanha a vida da empresa, de que é exemplo os novos investimentos

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ascendendo a um valor de 11 milhões de euros e que a empresa concluiu recentemente. Os investimentos em causa direcionaram-se para o aumento da capacidade instalada ao nível do converting, bem como para a eficiência energética e logística interna. Com o aumento da capacidade na transformação, a empresa integrará toda a sua produção da máquina de papel, estando capacitada para satisfazer a crescente procura dos seus produtos e desta forma aumentar as vendas, as quais têm apresentado um crescimento sustentado ao longo dos anos, tendo alcançado em 2012, 42,2 milhões de euros e uma previsão para 2013 de 48,8 milhões euros.

De acordo com o atual Business Plan, a empresa espera chegar aos 67 milhões de euros em 2018 com uma taxa de exportação de 30%.

Brasil

Celulose Riograndense adquire Parque de Madeiras à Demuth

Com investimento de 96 milhões de euros, a Demuth fornecerá a maior linha individual

de movimentação de madeira do mundo para a Celulose Riograndense. A produção envolverá nos próximos 24 meses, mais de mil trabalhadores na produção do parque.A Celulose Riograndense, integrante do grupo CMPC, cumprindo o seu objetivo de dar prioridade à contratação de fornecedores locais para atender ao projeto de ampliação da sua unidade fabril, na cidade de Guaíba/RS e de acordo com o Governo do Estado em dar prioridade à contratação de empresas gaúchas, sabidamente com tecnologia de ponta, fechou um grande negócio com a Demuth Máquinas

Industriais Ltda, vencedora em concurso com outras duas grandes empresas multinacionais. O fornecimento do Parque de Madeiras representa a maior linha individual do mundo para fábricas de celulose, totalizando um investimento de96 milhões de euros.

A Demuth, empresa com mais de 30 anos de experiência no mercado de celulose conta com uma equipe de 550 funcionários, e as suas operações industriais são feitas em instalações próprias, sendo a primeira localizada em 10 mil metros quadrados de área construída na cidade de Novo Hamburgo e a segunda, e mais recente, em 23 mil metros quadrados na cidade de Portão. A estrutura fabril da empresa privilegia a funcionalidade em todos os seus setores.De acordo com o presidente da Demuth, Fredo Demuth, a empresa trabalhará com fornecedores gaúchos na fabricação e montagem dos parques contratados.

O presidente da Celulose Riograndense, Walter Lídio Nunes ressalta que “além de dar prioridade ao ganho social, com formação de mão-de-obra e fornecedores locais, estabelecemos como requisitos fundamentais para a escolha do parque, uma solução que contempla baixa emissão de pó e de ruído”. Lídio refere-se ao fato do conhecimento e experiência da Demuth, fornecedora de outros grandes parques de madeira, inclusive para o mercado internacional, e que tem na sua conceção dar prioridade à tecnologia sob o ponto de vista ambiental. Além dos 550 trabalhadores que já fazem parte da equipe da Demuth em Novo Hamburgo e Portão, a empresa contratará, ainda, mais 500 pessoas para a realização da obra estimada para os próximos 24 meses.

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Walter Lídio Nunes, Presidente da CMPC e Pedro Demuth, Presidente da Demuth

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compromisso. Um compromisso com quem trabalha na empresa, com os cidadãos de Guaíba e com aqueles que fazem do solo riograndense um lugar melhor para viver.

Cenibra comemora 40 anos da sua fundação

Uma das maiores produtoras mundiais de celulose branqueada de fibra curta de eucalipto, a CENIBRA foi fundada em 13 de setembro de 1973, no leste de Minas Gerais. O controlo acionista pertence à Japan Brazil Paper and Pulp Resources Development Co., Ltd. (JBP), um grupo de empresas japonesas de larga experiência no relacionamento com o Brasil. Juntamente com o desdobramento dos benefícios gerados pela presença de grandes indústrias do setor siderúrgico, a criação da CENIBRA e o início de suas atividades operacionais contribuíram de forma efetiva para a melhoria da qualidade de vida das comunidades e para destacar a região como polo de desenvolvimento do Estado de Minas Gerais. Há quatro décadas, o conhecido Vale do Aço passou a produzir também celulose de alta qualidade, a partir de florestas plantadas. A Empresa começou a operar em 1977, com a capacidade nominal de produção de 225 mil t/ano. Após sucessivas melhorias nas condições operacionais, a empresa foi gradualmente elevando os seus níveis de produção até chegar à capacidade atual. A sua produção anual é de aproximadamente 1.200.000 toneladas. Deste total, mais de 90% é dirigido ao mercado externo, principalmente Japão, Estados Unidos, países da Europa, América Latina e Ásia. Como reconhecimento de que trabalha dentro dos mais altos padrões internacionais de excelência a CENIBRA é certificada de acordo com as normas ISO 9001 / ISO 14001 / ISO IEC 17.025 e possui as certificações do Forest Stewardship Council - FSC e do Programa Nacional de Certificação Florestal (CERFLOR). O FSC (internacional) e o CERFLOR (nacional) são organizações independentes, compostas por representantes dos setores ambiental, económico e social, que estabelecem os princípios e critérios de gestão florestal sustentável. A CENIBRA finalizou o ano de 2012 com 7.622 empregos próprios e terceiros. Cálculos económicos estimam a geração de mais 45.500

A DemuthA Demuth Máquinas Industriais iniciou as suas operações em 1 de Junho de 1981, e atualmente, a empresa é um dos principais fornecedores na manipulação de madeira para a indústria de celulose. A tecnologia Demuth tem sido usada em importantes países tais como Brasil, Chile, Alemanha, Indonésia, Malásia, Portugal, Espanha, EUA, Uruguai e Venezuela.A empresa conta com uma equipe de 500 funcionários e suas operações industriais são feitas nas suas próprias instalações, sendo a primeira localizada em 10.000 metros quadrados de área construída na cidade de Novo Hamburgo e, a segunda e mais recente, em 23 mil metros quadrados na cidade de Portão.

A Demuth está atualmente desenvolvendo e atendendo muitos projetos, uma vez que a empresa se encontra numa posição tradicional no segmento de celulose. Esta posição é o resultado da aplicação de qualidade e confiabilidade na produção e entrega de uma grande linha de produção, contando com profissionais experientes e tecnologia própria, e de reconhecimento tecnológico mundial.

A Celulose RiograndenseA Celulose Riograndense, parte do grupo CMPC, é uma empresa gaúcha presente no mercado internacional de pasta de fibra curta de eucalipto. Conta com uma fábrica no município de Guaíba que ocupa hoje uma área de 106 hectares e investe no cultivo de florestas como fonte de suprimento de matéria-prima sustentável, com o fim de produzir riquezas para o estado do Rio Grande do Sul e seus cidadãos. Para a Celulose Riograndense, crescer com os gaúchos é mais que uma prioridade, é um

Unidade fabril da Demuth em Portão

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empregos indiretos, voltados total ou parcialmente para as atividades económicas e sociais da Empresa. Os efeitos multiplicadores dessa relação calculam que 183.000 pessoas formam o contingente familiar dos que contam com esses empregos para a sua subsistência. A Responsabilidade Social sempre foi uma preocupação da CENIBRA. Cumprindo além do exigido pela legislação, a Empresa assume o seu papel de Organização Cidadã, promovendo a preservação da biodiversidade, disseminando conceitos de educação e investindo na valorização da vida. Ciente dos aspetos sociais decorrentes de suas atividades, a CENIBRA desenvolve inúmeros programas com o objetivo de elevar os níveis de qualidade de vida das populações dos 54 municípios onde atua. A partir da análise do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios em que a Empresa atua, o Instituto CENIBRA realiza um plano de ação para contribuir de forma eficaz com o desenvolvimento destes municípios. Todas as ações do Instituto consideram também a análise da vocação cultural e económica dos municípios de atuação.

Fibria, a melhor do ano do ‘Valor 1000’

AFibria foi a melhor empresa do anuário Valor 1000, que, agora em sua 13ª edição,

premeia as empresas de melhor desempenho em 25 setores da economia. A empresa também foi apontada como a melhor do setor de Papel e Celulose, alcançando a primeira colocação em criação de valor e em receita líquida, segundo lugar em liquidez e terceiro em crescimento sustentável do setor. Nas breves palavras de agradecimento na cerimónia de entrega dos prémios, realizada em 19 de agosto em São Paulo, o presidente da Fibria, Marcelo Castelli, destacou entre outros aspetos o compromisso da empresa com a disciplina financeira e o uso sustentável dos recursos da floresta.

Kimberly-Clark inaugura fábrica em Camaçari, Baía

AKimberly-Clark Brasil, líder no mercado brasileiro com marcas de renome como Neve,

Intimus e Huggies Turma da Mónica, inaugurou a sua primeira fábrica no Nordeste e a quinta no País.A empresa, que já está presente no Nordeste desde 2008 com a Divisão de Negócios e o Centro de Distribuição em Recife, possui um plano de expansão que a levará a obter uma participação no mercado local correspondente ao já conquistado em outras regiões. “O Nordeste é o maior mercado consumidor em importantes categorias que atuamos como Cuidados Infantis e Femininos”, destaca o presidente da Kimberly-Clark, João Damato. “A nossa ambição é que todas as divisões tenham o mesmo peso nos negócios da Companhia”, finaliza. A nova unidade, que possui um Centro de Distribuição, foi construída no município de Camaçari, próximo ao Polo Petroquímico e de Salvador, com investimentos de perto de 32 milhões de euros. A fábrica será responsável pela produção dos principais produtos da empresa - como absorventes, fraldas infantis e papéis higiénicos - para o Nordeste. Atualmente, a empresa conta com quatro fábricas e três Centros de Distribuição, localizados no Sul, Sudeste e Nordeste do país.

Foram criados 430 empregos diretos e cerca de 1.300 indiretos com a nova fábrica, tornando-se um importante aumento de oportunidades e desenvolvimento para a comunidade. Cerca de 60% dos empregos foram ocupados por moradores de Salvador, Santo Amaro, Camaçari e cidades da região. O quadro é ocupado por 70% homens e 30% mulheres. Para dar início à operação baiana, os novos colaboradores passaram por mais de 1000 horas de treino, que se realizou em Camaçari e em São Paulo.

Para a Companhia, a sustentabilidade faz parte da sua estratégia de negócios, e, por isso, a unidade possui um programa de aproveitamento de água, que consiste em utilizar a água captada da chuva em balneários e lavatórios. A empresa estuda levar à região projetos de sucesso em outras unidades e aplicá-los na comunidade, como o Projeto Mulher Atuação, que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida das mulheres do município por meio da articulação com o poder público, sociedade civil e moradores para a garantia de direito das mulheres e melhoria nos indicadores comunitários da região.

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Kimberly-Clark inaugura fábrica em Camaçari, Baía

A Kimberly-Clark Brasil, líder no mercado brasileiro com marcas de renome como Neve, Intimus e Huggies Turma da Mónica, inaugurou a sua primeira fábrica no Nordeste e a quinta no País.A empresa, que já está presente no Nordeste desde 2008 com a Divisão de Negócios e o Centro de Distribuição em Recife, possui um plano de expansão que a levará a obter uma participação no mercado local correspondente ao já conquistado em outras regiões. “O Nordeste é o maior mercado consumidor em importantes categorias que atuamos como Cuidados Infantis e Femininos”, destaca o presidente da Kimberly-Clark, João Damato. “A nossa ambição é que todas as divisões tenham o mesmo peso nos negócios da Companhia”, finaliza. A nova unidade, que possui um Centro de Distribuição, foi construída no município de Camaçari, próximo ao Polo Petroquímico e de Salvador, com investimentos de perto de 32

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RecursosPara definição do local da nova unidade, a Kimberly-Clark realizou um amplo estudo sobre o mercado consumidor, disponibilidade de malha logística, localização de fornecedores, aspetos ambientais, como a emissão de CO2 ao longo da cadeia, aspetos fiscais e disponibilidade de mão-de-obra qualificada. Levando em consideração todas essas variáveis, concluiu-se que a região oferecia excelentes oportunidades para a construção da fábrica. Também pesou na decisão da Kimberly-Clark a instalação do Polo Acrílico em Camaçari, que produzirá matéria-prima utilizada na fabricação dos seus produtos.

Sobre a Kimberly-Clark A Kimberly-Clark é uma multinacional norte-americana presente no Brasil desde 1996 e apresenta uma linha completa de produtos de higiene pessoal e doméstica, com marcas fortes e de reconhecida qualidade no mercado. A Kimberly-Clark atua, ainda, no segmento institucional, atendendo ao comércio, à indústria,

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a restaurantes e a hotéis, por meio de sua Divisão Profissional. Além disso, a companhia possui uma Divisão de Saúde, com uma linha completa de produtos médico-hospitalares para o uso onde haja risco de contaminação.

Klabin promove a sustentabilidade com a nova tecnologia da Metso para gestão da lixívia

AKlabin SA, a maior produtora e exportadora de papel do Brasil, escolheu o novo Metso

Recovery Analyzer - Metso Metra - para a sua fábrica de Otacílio Costa, a maior fábrica de kraftliner da América do Sul e a segunda maior fábrica da Klabin. Com a instalação deste sistema de medida on line, a fábrica de pasta kraft será capaz de aumentar a qualidade da sua lixívia de cozimento, reagir mais rapidamente às perturbações e aumentar a produção do processo, contribuindo para promover a sustentabilidade dos seus processos.

O Metso Metra representa a última geração de processos de titulações automáticos para a otimização da recuperação de produtos químicos. Além das medições de controlo da caustificação já bem comprovadas, este analisador,

para além dos controlos de otimização de processos, permite uma operação mais amiga do ambiente da caldeira de recuperação, um maior rendimento do processo, um tempo de duração máximo, bem como economias de custos dos produtos químicos e de cal.A cooperação das duas empresas já se mantem há muitas décadas. Em várias ocasiões, a fábrica já aplicou soluções inovadoras da Metso para aumentar a eficiência dos seus processos.

Metso assina contrato de 22 milhões de euros com fornecedores do Rio Grande do Sul

AMetso Paper South America assinou um contrato de 22 milhões de euros com

fornecedores de Rio Grande do Sul, envolvendo equipamentos e prestação de serviços para a nova linha de pasta da CMPC Celulose Riograndense.

A negociação contempla as empresas gaúchas Metasa, Nova JVA e Intecnial, dos setores de engenharia e estruturas metálicas em carbono e aço inox.A expectativa do projeto é gerar cerca de 7 mil postos de trabalho na região durante o período de pico das obras. A assinatura dos primeiros contratos com os fornecedores do Rio Grande do Sul materializa o compromisso da contratação de profissionais da região metropolitana de Porto Alegre.A iniciativa, segundo comunicado da Metso, deve-se aos esforços conjuntos do governo, contratantes e dos próprios fornecedores. «Faz parte do interesse da Metso proporcionar às empresas gaúchas reais condições de alavancarem as suas cadeias produtivas e os seus processos tecnológicos, ampliarem a sua participação de mercado e tornarem-se mais competitivas no cenário nacional», destaca o comunicado.

Guaíba IIO fornecimento da Metso à CMPC Celulose Riograndense SA , estimado entre 800 e 900 milhões de euros, foi assinado no final de junho. O fornecimento da Metso inclui o digestor e a linha de fibras, máquina de secagem e enfardamento, evaporação, caldeira de recuperação, caustificação e forno de cal, incluindo uma solução de automação integrada e um simulador de formação da operação para todas as áreas do processo.Com a expansão da unidade de Guaíba, a linha alcançará, no primeiro semestre de 2015, a produção de 1,3 milhão de toneladas de pasta branqueada de eucalipto de mercado por ano. Os modernos equipamentos permitirão ainda a possibilidade da produção chegar a 1,5 milhão de toneladas, caso sejam realizados pequenos investimentos. Somente a Metso deverá criar cerca de 4 mil postos de trabalho durante o período de pico de instalação do projeto.«A confirmação desta encomenda conclui uma etapa importante no processo de construção da nova fábrica de celulose no Brasil. É um passo significativo na consolidação de um projeto que envolve um grande número de pessoas e recursos. Guaíba II é um projeto em que muitas pessoas têm trabalhado profissionalmente e incansavelmente. O profissionalismo e o compromisso com a saúde e a segurança da Metso foram elementos chave considerados pela CMPC durante o processo

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gestão e implementação de projetos, formaram uma joint venture, com o fim de fortalecer a estratégia e diversificar as atividades no Brasil. As partes fundaram uma nova empresa, a Valpro - Gerenciamento de Obras, Ltda, para responder exclusivamente aos projetos da Metso no mercado sul-americano nas áreas da fabricação de pasta e papel e energia, no fornecimento de serviços técnicos especializados para a construção e gestão de montagem, comissionamento e arranque. O valor do acordo não foi revelado. A sua sede é em São Paulo.

«Acreditamos no potencial do mercado de pasta, papel e energia. Continuará a ser um segmento interessante, especialmente com a procura chinesa, que impulsionou as exportações brasileiras de celulose», disse Eduardo Barella, presidente da Progen.A experiência da Progen na gestão e implementação de projetos, combinada com o conhecimento da Metso no negócio de pasta, papel e energia, são as maiores vantagens para a Valpro. «Esta empresa vai acrescentar valor aos

de decisão «, disse Gonzalo García, Secretário-Geral das Empresas CMPC.«Esta importante encomenda da CMPC é um reconhecimento do forte capacidade da Metso como um fornecedor completo para a indústria de pasta», disse, por seu lado, Pasi Laine, presidente da Unidade de Negócios Celulose, Papel e Energia da Metso. «Destaca a confiança dos nossos clientes no know-how que desenvolvemos localmente para a construção de fábricas de pasta completas.»A CMPC Celulose Riograndense faz parte do grupo chileno CMPC Celulose, uma das maiores empresas de base florestal da América Latina. As suas fábricas no Chile e no Brasil produzem cerca de 2,8 milhões de toneladas de pasta por ano.

Metso e Progen constituiram uma joint venture para construção e gestão de projetos no Brasil

AMetso e a Progen, a empresa brasileira de engenharia e consultoria especializada em

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novos projetos trazendo as melhores práticas de gestão que provaram ser bem-sucedidas noutros mercados», explicou Eduardo Barella, presidente da Progen.Edmund Schwarz, diretor de Projetos e Supply Chain da Metso, comentou que «a partir de agora teremos uma empresa líder totalmente dedicada à gestão no local, o que era realizado anteriormente por subcontratados. Vamos aliar o que há de melhor na Metso e na Progen e aplicá-lo na Valpro».

A Progen, a segunda maior empresa de engenharia e consultoria do Brasil, lidera o mercado de projetos de minérios no Brasil e aumentou os seus investimentos no setor de infraestruturas. Em 2011, adquiriu 80% da R. Peott, empresa de engenharia e projetos especializada em projetos de infraestruturas, especialmente no segmento portuário, e 50% das operações brasileiras de AudingIntraesa, um investimento que deu origem à Progen TAMA.

América Latina

Kemira conclui a expansão de sua linha de produção de peróxido de hidrogênio no Uruguai

AKemira concluiu com sucesso o projeto de expansão da linha de produção de peróxido

de hidrogénio em Fray Bentos, Uruguai. O peróxido de hidrogénio é produzido na mais moderna “ilha química” construída e operada pela Kemira desde 2007. A expansão da linha já estava prevista no projeto original de implementação desde 2005. O projeto foi executado de Abril de 2012 a Junho de 2013.“Os trabalhos foram concluídos dentro do prazo e orçamento estipulados, sem ocorrência de acidente ou incidente de qualquer tipo. A expansão da linha de produção dá um aumento de capacidade de cerca de 65%. Com isso, estamos prontos para atender a crescente procura do produto no mercado regional de pasta” - afirmou Pedro Cirillo, Diretor de Kemira Uruguai.“O investimento nessa expansão está em linha com a estratégia de crescimento da empresa no segmento Paper na América do Sul”, disse Hilton Casas, Presidente da Kemira na América do Sul.

Papelera del NOA compra Quilmes na Argentina

APapelera del NOA, em parceria com o fundo espanhol MW Gestora, adquiriu, no passado

mês de julho, o fabricante argentino Papelera Quilmes (ex-Massuh) e vai mudar o seu nome para Papel Pampa. A operação custou 3,3 milhões de euros, mas a NOA já comunicou que a unidade fabril precisa de muitos investimentos, uma vez que esteve inativa três anos, durante os quais muito equipamento foi roubado ou destruído.«Vamos reativar a fábrica, mas não sabemos quando. Estamos atualmente a analisar a situação para definir o que precisa ser feito. Os estudos devem levar pelo menos 180 dias,» disse um representante da Papelera del NOA, acrescentando que os novos proprietários planeiam investir mais 3,5 milhões de euros entre 2014 e 2017.

«O grupo Papel NOA tem a missão de substituir importações, apoiando o d e s e n v o l v i m e n t o da indústria local»,

afirmou a empresa. A NOA também disse que, dependendo dos estudos de viabilidade de produção, também poderá vir a produzir cartão canelado.A Papelera Quilmes foi uma tentativa frustrada do governo da Argentina em 2009 para manter em laboração a insolvente Papelera Massuh. O Ministro do Comércio Interno argentino, Guillermo Moreno, foi nomeado pelo presidente Cristina Kirtchner como principal executivo da Quilmes em maio 2009.Apesar desses esforços, a Papelera Quilmes acumulou dívidas, o que veio a impedir a empresa de continuar com a fabricação de papel. Moreno decidiu pelo encerramento em maio de 2010, quando a fábrica produzia 4 mil t/mês de papéis de impressão, bem como 100 t/dia de pasta de eucalipto. «É importante lembrar que, em 1998, a fábrica tinha cerca de 600 trabalhadores e produzia 6 mil t/mês de papel, sendo um dos maiores produtores de papel do país,» comentou um representante da NOA.A Papelera del NOA produz 4 mil t/mês de cartão canelado no Río Blanco, na fábrica de Jujuy, no norte da Argentina. «Pretendemos ter um papel importante na indústria de papel argentina

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com competitividade, agilidade e flexibilidade para o meio ambiente», afirmou a empresa, acrescentando que está sempre a analisar novos projetos de investimento.

México: Propasa começa a produzir cartão de alta qualidade com equipamentos Voith

Ofabricante mexicano de cartão Propasa escolheu a Voith para reconstruir a sua MP

3. A remodelação destinou-se ao aumento até 25% da produção, de modo a fabricar quase 500 t/dia de cartão e melhorar a qualidade final do seu produto.A primeira parte do projeto incluiu o fornecimento de uma caixa de chegada Masterjet Pro F/B com controlo de diluição ModuleJet II, bem como a reconstrução da secção de formação, incluindo um DuoShake que permitiu uma maior homogeneidade na formação da folha de papel. Além disso, o enrolador e a bobinadora foram modernizados. Numa segunda etapa, a seção de

secaria foi reconstruída.A Propasa também utilizou os serviços de engenharia básica da Voith para os sistemas de lubrificação, ventilação e vapor e condensado.Logo após o arranque, a máquina produziu papel vendável e houve uma melhora visível na qualidade do produto. Com este resultado, a empresa deu um passo importante no sentido de consolidar o crescimento do grupo em mercados altamente competitivos, como o do México e dos EUA. A segunda fase do projeto foi concluída em julho de 2013, quando duas seções de secagem foram adicionadas à máquina, possibilitando assim o aumento da velocidade da máquina.

A Productora de Papel, SA de CV (Propasa) é uma empresa mexicana que funciona há mais de 70 anos, dedicada à produção de cartão e liner revestidos, cartão para ondulado e para revestimento branco para o topo. Nos últimos anos, a empresa ampliou a sua capacidade de produção com vendas para os mercados do México, EUA e América Central.

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Éesta a visão da indústria europeia de pasta e papel, desenvolvida pela CEPI no seu roteiro até 2050.

Em 2050, a União Europeia terá uma população relativamente idosa e educada, comparada com o resto do mundo, contando com 15 milhões de pessoas mais do que hoje. A proporção das pessoas com mais de 65 anos terá duplicado. A União Europeia ainda será rica, comparada com outras regiões, mas a sua percentagem no PIB mundial terá diminuído. A concorrência pelos recursos e pela terra terá um grande enfoque, e a questão do “desenvolvimento” merecerá mais atenção do que outros problemas. Com recursos limitados e uma influência em declínio, a Europa terá de ajustar a sua economia e a sua indústria à realidade de 2050. Para isso, terá de extrair o máximo valor possível dos seus recursos limitados.A corrida para a bio economia já começou, e pode tornar-se no maior motor da economia global.Neste contexto, a metamorfose da indústria do papel já está em marcha. O nosso sector alargado da fileira florestal tem o conhecimento, a experiência, a logística e os sistemas estabelecidos para ter um lugar de grande relevância na bio economia.Mas não esta só. À medida que se agudizam

problemas como a ameaça das alterações climáticas, o esgotamento de matérias-primas e energias não renováveis, e a recessão financeira, cresce também o interesse por recursos naturais. Mas enquanto outros sectores procuram estratégias para apanharem o comboio da economia verde, as fábricas de pasta são já um exemplo de recuperação de energia a partir dos resíduos de um recurso renovável, de uma reciclagem inteligente e da regeneração de produtos químicos. O passo seguinte é intensificar a utilização desse recurso renovável, processando-a em produtos substitutivos de combustíveis fosseis.O caminho está aberto. 45% da madeira utilizada no sector é celulose com que se faz o papel. 25% é lenhina, utilizada como biomassa para a geração de energia. 25% é hemicelulose e 5% aquilo a que se chama extratáveis.Isto significa que para fazer as 140 milhões de toneladas de pasta atualmente produzidas a nível mundial, só 45% da madeira é utilizada, deixando assim 220 milhões de toneladas de material lenhoso para fabricar produtos inovadores. Em comparação, um total de 175 milhões de toneladas de produtos químicos são fabricados anualmente no mundo, que poderiam ser substituídos por produtos químicos derivados da madeira.

Imagine-se a viver num edifício de madeira de 20 andares, despertando de manhã em lençóis feitos com matéria-prima das nossas fábricas. Tomar o pequeno-almoço em chávenas feitas de papel. Limpar tudo com produtos sofisticados de tissue antes de fazer o seu próprio jornal, com temas escolhidos, enviado a partir da net para a sua impressora feita de material bio composto. Apanhar um autocarro alimentado por biocombustível produzido nas nossas instalações. Ir para o escritório e trabalhar com computadores construídos com materiais renováveis a partir de fibras florestais e onde as impressões são feitas em papel de alta qualidade. Voltar para casa e verificar que as suas compras on-line foram entregues em embalagens recicladas e inteligentes. Um mundo totalmente diferente. O mundo dos bio produtos, feitos de matéria-prima renovável, utilizando recursos de forma eficiente, e com reduzidas emissões de CO2.

Uma visão para o futuro:A fileira florestal coração da bio economia**Teresa PresasDiretora Geral da CEPI

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Isto vai requerer o estabelecimento de relações relevantes e de redes multidisciplinares para permitir às empresas, inventores e académicos, estarem atentos às possibilidades e saberem agarrá-las.É nessa base que a CEPI lançou o seu projeto “Two Teams”. Segundo o roteiro até 2050, realizar a descarbonização da indústria só é possível com tecnologias de rutura. Assim, duas equipas estão em competição num processo de “inovação aberta” para no espaço de um ano identificarem os conceitos de rutura mais promissores que podem ser aplicados à indústria de pasta e papel para reduzir as emissões de CO2. Cada equipa é composta por 16 membros, representantes de empresas produtoras de pasta/papel, fornecedores de equipamentos, de produtos químicos e energia, pesquisadores e académicos. Sem desvendar os conceitos por razões de confidencialidade e direitos de propriedade intelectual, é possivel adiantar que as equipas têm se inspirado na natureza (biomimética), em tecnologias de outros setores, e também em práticas diárias como a lavagem a seco. As ideias provém de várias partes, algumas em fase de laboratório, outras da literatura disponível, outras ainda saídas de arquivos, num espírito de equipa entusiasta, aberto e dedicado, para benefício de todo o sector.

Esses conceitos de rutura aplicadas ao equipamento existente, permitirão aumentar a rentabilidade da produção de pasta e papel, permitindo assim investimentos em bio produtos inovadores de alto valor acrescentado. Esses bio produtos serão capazes de gerar o maior valor

É este o conceito proposto pela CEPI. Reduzirem 80% as emissões de CO2 na indústria de pasta e papel europeia e aumentar o seu valor acrescentado 50%, isto nos próximos 37 anos. O consumidor do futuro estará mais consciente dos desafios do nosso planeta. Sem dúvida procurará produtos com maior funcionalidade e menor pegada ecológica. A sociedade exigirá sistemas sem desperdício, nos quais todos os produtos residuais serão reutilizados ou devolvidos limpos aos solos. O desperdício de alimentos será banido, aumentando o valor da embalagem. O envelhecimento da população requererá novos produtos para maior qualidade de vida. As tecnologias da comunicação vão intervir e complementar as indústrias gráficas, que terão de oferecer papel com maior qualidade de impressão, menor peso, e aplicações mais diversificadas. Nanotecnologias, biotecnologias e inteligência artificial darão um molde à sociedade que ainda não somos capazes de imaginar.É para ter um lugar de relevo nesta extraordinária mudança que a indústria de pasta e papel se está a ajustar. Com novos modelos de negócio, novos produtos, novas competências. Como exemplo, há a participação de várias empresas europeias do nosso sector na recentemente lançada parceria pública e privada das bio indústrias (BRIDGE), comprometendo-se a contribuir no investimento de 2.8 mil milhões de euros, em contrapartida ao montante de 1 bilião de euros da Comissão Europeia, destinados a projetos de pesquisa e inovação na área da bio economia.As mais interessantes inovações do futuro resultarão da interação de várias disciplinas.

*Teresa PresasDiretora Geral da CEPI

Teresa Presas nasceu em 1952 em Portugal. Licenciou-se em Psicologia pelo Instituto de Psicologia Aplicada, de Lisboa. De 1972 a 1974, trabalhou para o Departamento de Pesquisa do Consumidor da Lintas Internacional.Trabalhou como jornalista para o semanário Expresso, em Lisboa, tendo também trabalhado nas rela-ções externas e internacionais do Instituto Português de Cinema. Teresa Presas entrou no setor do papel em 1982, como Diretora de Comunicação e Marketing da Tetra Pak Portugal. Mais tarde, foi nomeada Diretora de Comunicação e Meio Ambiente da Tetra Pak Europa e, em seguida, Vice-Presidente para os Assuntos Europeus da Tetra Pak Europa e África e Diretora de Assuntos Ambientais Corporativos da Tetra Pak International.

Entre 1991 e 2003 foi membro do Conselho de Administração e do Comitê Executivo de várias organizações, incluindo, a ACE (the Alliance for Beverage Cartons and the Environment), a ASSURE (Association for the Sustainable Use and Recovery of Resources in Europe) e a EUROPEN (European Organisation for Packaging and the Environment).Teresa Presas tornou-se Diretora da CEPI em setembro de 2003. Em 2006 foi eleita Presidente da ICFPA (The International Council of Forest & Paper Associations), cargo que ocupou até maio de 2012.

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essas necessidades, quem sabe veremos no futuro filas de consumidores à porta das lojas para comprarem um novo “gadget” à base de fibra florestal.

acrescentado possível a partir de matérias-primas renováveis e produtos recicláveis que irão ao encontro das necessidades dos consumidores de 2050. Se o setor estiver atento e souber satisfazer

O Projeto Two Teams

As tecnologias inovadoras estão no coração do “Roteiro da CEPI até 2050 para uma bio economia de baixo consumo de car-bono“. O sucesso na obtenção dos dois objetivos do roteiro - ou seja, 80% de descarbonização da indústria e 50% de criação de valor em 2050 - só será possível avaliando as tecnologias de ponta que estarão disponíveis até 2030. Para conseguir isso, a CEPI está a dar à inovação uma vantagem com o lançamento do projeto Two Teams. Consiste em duas equipas - Red and Blue - que incluem especialistas, cientistas, fabricantes, fornecedores e representantes da indústria de pasta e papel e de outros setores que competem na identificação de tecnologias e / ou processos que sejam

As equipas têm a liberdade de determinar o seu próprio processo de trabalho, mas devem fazer o seu melhor para olhar além de seu horizonte «convencional», não tendo medo de se aventurarem em territórios desconhecidos. Terão que ser criativas, inovadoras e engenhosas. Tentarão pensar de forma diferente, fora da sua «zona de conforto». Em novembro de 2013, pelo menos quatro conceitos genéricos de tecnologias de ponta serão entregues, em linha com os obje-tivos do Roteiro até 2050 da CEPI. O júri - composto por CEOs e dirigentes europeus de alto nível - irá selecionar o conceito vencedor, que será revelado durante a Reunião Anual da CEPI na Semana Europeia do Papel de 2013. Ambas as equipas estão à procura do máximo apoio de pessoas e organizações apaixonadas pelo futuro não só dentro da indústria de pasta e papel, mas também de fora do setor de modo a identificar novas ideias e conceitos. Todos os que tenham um pensamento criativo e uma mentalidade entusiasmada serão bem-vindos na apresentação de ideias que possam ajudar a projetar o futuro!

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Hoje em dia somos cada vez mais confrontados e por vezes até ficamos surpreendidos não só com os recentes

desenvolvimentos tecnológicos, em especial na área das tecnologias da informação e

comunicação, mas acima de tudo com a rapidez com que estes desenvolvimentos acontecem. Na altura em que escrevemos este artigo, estávamos em Deagu na República da Coreia do Sul (Agosto 2013), precisamente num congresso científico de tecnologias de informação organizado pela Sociedade Coreana de Informação e Mostradores (KIDS), mais concretamente na área dos mostradores planos e realmente ficamos com a sensação que estamos num outro mundo. Mesmo beneficiando de um mundo globalizado onde a informação circula à velocidade da internet, ainda conseguimos ficar surpreendidos com os

desenvolvimentos tecnológicos mais recentes e que tivemos o privilégio de ver localmente.

Uma forma de ilustrar a rapidez com que estes desenvolvimentos se fazem, assim como a importância que os mostradores têm e continuarão

a ter no nosso dia a dia, gostaríamos de partilhar com os leitores desta revista duas fotografias tiradas na Praça de São Pedro no Vaticano, uma em 2005, após a eleição de Sua Santidade Papa Bento XVI e outra mas recente de 2013 no mesmo local após a eleição de Sua Santidade Papa Francisco. Pensamos que as imagens e fazendo jus ao dito que uma imagem vale mais que mil palavras, escusamos de as comentar pois elas falam por si. Não temos duvidas que estamos cada vez mais rodeados de mostradores e estes já fazem parte da rotina das nossas vidas!

Aliás, hoje em dia já temos acesso num simples telemóvel, e nem precisamos de ter um de última geração, a um relógio, uma calculadora científica, uma câmara de filmar/fotografar assim como podemos aceder à internet. Talvez num futuro não muito longínquo possamos ter isto tudo mas por exemplo num simples i-relógio no nosso pulso, com a capacidade de um computador convencional.

A sessão de abertura deste congresso foi feita pelo CEO da LG Display Co. Ltd., Sang Beom Han, sob o título “Display your dream: better life

O futuro do papelou o papel do futuro?

I&D

Elvira Fortunato e Rodrigo Martins

CENIMAT, Departamento de Ciência dos Materiais, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, Cam-pus de Caparica, 2829-516 Caparica, Portugal

Elvira Fortunato, Professora Catedrática FCT-UNL e Directora do CENIMAT, [email protected] Martins, Professor Catedrático FCT-UNL e Presidente do DCM, [email protected]

Figura 1 – Fotografias tiradas aquando da nomeação de Sua Santidade Papa Bento XVI em 2005 e de Sua Santidade Papa Francisco em 2013. Através das fotografias é visível a diferença notória em termos do número de telemóveis utilizados para registarem em primeira mão este acontecimento.

Figura 2 – Modelo de i-watch em desenvolvimento pela Apple.

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O volume de lixo plástico existente no Oceano Pacifico Norte tem as dimensões do Estado do Texas, que provoca todos os anos a morte a mais de 100 000 animais marinhos. Atualmente, 41% de todas as embalagens produzidas no mundo são feitas de plástico, enquanto as embalagens baseadas em fibras de celulose (papel) é de apenas 20%.

Por outro lado, em termos de tecnologia cada vez mais é incentivado o desenvolvimento de electrónica em plástico, por ser flexível, dobrável e de baixo peso e custo, em especial para um conjunto de produtos considerados de utilização e aquisição massiva, como mencionamos no inicio deste artigo. É necessário alertar os cientistas e o cidadão comum que esta não é uma solução sustentável e deve ser de imediato controlada a sua utilização. De outra forma os danos ambientais causados serão catastróficos! O planeta necessita de outras soluções para os materiais e suas funções.

Se não lançarmos esse “lixo” nos oceanos, mas pelo contrário os queimarmos ou fragmentarmos e pulverizarmos em partículas muito pequenas, como acontece em muitos países em vias de desenvolvimento, em especial do hemisfério Sul, são libertas para a atmosfera substâncias muito tóxicas. Caso sejam enterradas podem envenenar

with dream displays”, que nos mostrou alguns dos conceitos em que a LG se encontra a trabalhar, na área dos mostradores planos, agora com a recente introdução da electrónica transparente, incluindo os futuristas mostradores muito similares a hologramas, onde poderemos ver imagens a 3D sem necessitar de utilizar óculos, que irão de certeza revolucionar a forma como comunicamos.

Cada vez mais somos solicitados a usar meios informáticos para estudarmos, comunicarmos, enfim, para uma miríade de funções, que ditam o nosso dia a dia e estão associados com o conforto e bem-estar social que todos buscamos. Para já, para o fazermos recorremos aos chamados computadores e mais recentemente aos “tablets”, que não são mais que um computador miniaturizado, com a dimensão de um mostrador e que praticamente acaba por ser o próprio mostrador. Com a utilização massiva destes componentes (monitores de computador, televisões, teclados, ratos, CPUs, circuitos impressos, impressoras, digitalizadores, máquinas de fotocópias, computadores portáteis, brinquedos, telemóveis, walkie-talkies, entre outros), produzimos toneladas e toneladas de lixo electrónico, difícil de ser reciclado, pois em muitos casos os materiais empregues não são “verdes” (amigos do ambiente). Pelo contrário, alguns circuitos electrónicos contêm substâncias tóxicas tais como mercúrio, chumbo, arsénio, cádmio e berílio, o que coloca problemas graves não só para o meio ambiente como para o ser humano.

Para além dos materiais semicondutores é frequentemente utilizado PVC, que é um material carcinogéneo e é muito utilizado em revestimentos plásticos de proteção. Por exemplo todos os anos são lançados para o oceano mais de 10 milhões de toneladas de embalagens e recipientes plásticos.

Figura 3 – Fotografia de um aterro de lixo electrónico.

Figura 4 – Rotas internacionais do lixo electrónico e recuperação manual de metais de placas de circuito impresso.

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os solos e em último caso os aquíferos, fonte vital da água que tanto necessitamos! Isto é, devemos parar para pensar que electrónica queremos, nomeadamente na chamada electrónica descartável, de utilização intensiva!

Assim, a questão que se coloca agora é a de se saber qual o futuro das tecnologias de informação e comunicação para os próximos 50 anos e que futuro vislumbramos para as mesmas, de forma sustentada? Esta questão é pertinente, em especial para a chamada electrónica descartável, chamada de baixo custo, que vão desde o simples diagnóstico, às etiquetas inteligentes ou jogos, onde bilhões de dispositivos e sistemas são produzidos e descartados quase todos os dias.Para esta pergunta não existe uma resposta óbvia, pois para além da criatividade, espera-se que saibamos usar a nossa imaginação para visionarmos o mundo de amanhã, onde o crescimento económico sustentado e o conforto social são os grandes desafios a vencer. Isto é, enquanto a electrónica é cada vez mais determinante na forma como comunicamos e transmitimos informação, mais e mais pretendemos que essa electrónica seja amiga do ambiente, o que não é compatível com a miríade de materiais diversos que hoje utilizamos, nomeadamente em termos da reciclabilidade dos mesmos.

Por outro lado, convivemos todos os dias com materiais que nos fornecem uma informação estática, não só para estarmos a par do dia a dia das nossas comunidades e do que se passa no mundo, desde a informação política, à cultura, ciência e desportos, mas também contribuírem para a nossa formação e servirem como meio de transporte de géneros (alimentares, farmacêuticos ou têxteis), baseado num material reciclável e amigo do ambiente, que é o papel, indústria

milenar que até hoje foi totalmente desenvolvida para ter as condições físicas e mecânicas e de cor, que permitam utilizá-lo para suporte de tinta/impressão ou em embalagens.

A área da embalagem e em especial da embalagem inteligente está a tornar-se cada vez mais num dos segmentos com uma forte aposta por parte das indústrias de papel e cartão, com o crescente interesse em transformar uma embalagem num produto que possa ser facilmente identificado e que permita interatuar com o utilizador, fornecendo-lhe informação pertinente, que vai desde saber o estado de validade do produto à forma como deve ser utilizado, por exemplo.Esta função é cada vez mais importante nas embalagens farmacêuticas, de forma a aumentar o controlo da prescrição médica. Este tipo de embalagem, designada de inteligente pode também ser usada para coletar dados sobre a satisfação do paciente com um dado tipo de medicamentação. Imagine, por exemplo ter uma embalagem que, lembre ao utilizador quando deve tomar um dado medicamento e que possa

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Figura 5 – Imagens elucidativas da poluição que afecta hoje em dia os oceanos, na sua grande maioria com embalagens de origem polimérica.

Figura 6 – Exemplos de embalagens farmacêuticas inteligentes, desenvolvidas pela Stora Enso e Delta/Cypak, onde é possível fazer desde o seguimento correto das tomas dos medicamentos ou mesmo responder a um inquérito sobre o medicamento em causa ou ainda a embalagem avisar o paciente que está na hora de tomar o medicamento, entre muitas outras funções que podem ser adicionadas.

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sustentável e que permita reduzir drasticamente a quantidade de lixo não reciclável ou de difícil reciclabilidade ou que seja não biodegradável, que continuaremos a produzir, pois cada vez mais o conforto dos cidadãos e o seu bem-estar apontam para o uso massivo de todas estas comunidades que a indústria vai produzindo.Já imaginaram o que seria ter-se electrónica feita em papel, o biopolímero mais abundante que existe na superfície da terra e 100% reciclável? Já se viram a interatuar com o papel do vosso Jornal e este responder-vos? Brevemente teremos um jornal de uma folha que nos fornece toda a informação necessária, na forma de um mostrador, que possui agregada uma memória capaz de guardar a informação e uma bateria auto-recarregável, por uma célula solar que permitirá a autonomia total do papel! Quem diz jornal diz telemóvel, jogos, testes de diagnóstico médico

armazenar informação e comunicá-la ao médico ou farmacêutico sobre como foi utilizada pelo paciente ou sobre a sua eficácia e validade! Imagine como o nosso quotidiano vai mudar com todas estas implementações, todas elas possíveis de realizar, quer usando a tecnologia do silício (com todos os problemas que daí advêm) ou outras tecnologias alternativas, bem mais sustentáveis.Este tipo de avaliação é também pertinente de ser efetuado, em termos de plataformas de diagnóstico rápido, descartável e que hoje em dia é baseada também na tecnologia do silício e usa, em mutos casos, sistemas híbridos de silício em suporte de plástico, dois componentes que contribuem para os problemas que hoje em dia a Humanidade enfrenta em termos de reciclagem.

Claramente que precisamos urgentemente de mudar, mas mudar para algo que seja realmente

Elvira Fortunato

Elvira Fortunato nasceu em Almada em 1964, é casada e tem uma filha.

Actualmente é Professora Catedrática no Departamento de Ciência dos Materiais da FCT-UNL e Directora do Centro de Investigação de Materiais da mesma universidade.

Licenciou-se em 1985 em Engenharia Física e dos

Materiais, tendo-se doutorado e agregado em Microelectrónica e Optoelectrónica em 1995 e 2005, respectivamente na FCT-UNL. Possui mais de 400 artigos publicados em revistas científicas internacionais do ISI, tendo obtido vários prémios, dos quais se destacam: o Estímulo à Excelência, edição 2005 atribuído pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia do MCTES; Medalha de Ouro Cidade de Almada 2007; Prémio Investigação 2008, atribuído pelo jornal “O Ribatejo”; prémio “Seeds of Science 2009” atribuído pelo Ciência Hoje; Profissional do Ano de 2008, atribuído pelo Rotary Clube da Costa de Caparica; Personalidade do ano 2009 atribuído pela Associação para a Promoção do Multimédia e da Sociedade Digital; Prémio Inovação 2008 atribuído pela revista Exame Informática; Prémio Rotary distrito 1960 na categoria Investigação e Tecnologia 2008-09; Primeiro lugar nos “Green Awards” 2009 com o trabalho sobre o transístor de papel; Membro honorário Rotary Club de Almada e prémio Paul Harris, 2009.

especial de reconhecimento científico na área da Electrónica

Transparente e Paper-e, Finlândia, Novembro 2009.

desenvolvimento na área da electrónica impressa em S. José, California, EUA.

Universidade de Galati na Roménia.

República por aclamação em Março de 2009.

Grande Oficial nas comemorações do 10 de Junho de 2010.

Manuel dos Santos desde 2012.

desde 2012.

Ciências Exactas e Engenharias desde 2010.

Letters Physica Status Solidi” desde Novembro 2006 da

Science desde 2012.

editora Elsevier.

Crystalline Solids” da editora Elsevier.

É pioneira a nível Europeu na área da electrónica transparente, nomeadamente Transístores de Filme Fino (TFTs) e co- inventora do primeiro transístor e memória de papel. Recebeu em 2008 a primeira bolsa de investigação científica avançada, concedida pelo European Research Council no valor de 2,25 M€ com o projecto “Invisible”.

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descartáveis, etiquetas inteligentes, passaportes seguros, computadores descartáveis, etc.

Soa como algo do mundo mágico de Harry Potter, não é? Ou talvez pensem que estamos a escrever ficção científica. Não, não estamos, e daqui a uns anos, esta será uma realidade do nosso quotidiano, onde cada vez mais recorreremos à electrónica descartável e de baixo custo baseada em materiais totalmente recicláveis, como acontece com o papel e os materiais usados para a sua funcionalização (basicamente óxidos de metais abundantes na natureza e não tóxicos).

Hoje em dia a Europa representa cerca de 30% da produção mundial do papel, criando direta ou indiretamente mais de 85 000 postos de trabalho, a que corresponde um volume de negócio bruto superior a 100 mil milhões de Euros. Atualmente a utilização de papel de escrita/fotocópia encontra-se em declínio, face à utilização crescente do chamado e-paper, que faz com que os chamados livros e jornais electrónicos

estejam numa fase crescente de utilização, pois a informação, como imaterial que é, está compactada num mesmo espaço, tornando-se a assim mais confortável de ser utilizada pelos leitores finais. Por exemplo, nos EUA desde finais de 2011 que existem mais e-books que livros em suporte de celulose. Por outro lado, em termos de papel/derivados para embalagem, cada vez mais se está a apostar num tipo de embalagem inteligente e interativa, havendo uma crescente incorporação de electrónica para controlo e

transmissão de informação, essencialmente para efeitos de segurança, onde se pretende um corte radical no volume de embalagens de plástico existentes atualmente, por embalagens de papel, por razões de sustentabilidade ambiental.

Num futuro se calhar não muito distante, vamos poder ver o papel com

outras funções e até mesmo, sermos capazes de fabricarmos o nosso próprio telemóvel…descartável! Isto é, o papel, indústria milenar que produz os materiais mais leves, inquebráveis, flexíveis e mais baratos que se conhece, pode vir a ser o componente básico e alternativo à electrónica de consumo descartável, 100% verde, usado para produzir os diferentes circuitos electrónicos que constituem os circuitos integrado, como os transístores, os CMOS (Complementary Metal Oxide Semicondutor), memórias, baterias, resistências, condensadores, bobinas, entre muitos outros limitados somente pela nossa imaginação [1]!

Para além disso, as tecnologias usadas, como a impressão por jacto de tinta, são muito baratas e permitem simplesmente usar a quantidade de material necessária “ao escrever o circuito”, o que não acontece com as tecnologias convencionais, onde mais de 20-40% do material empregue é desperdiçado! Isto é, no futuro, teremos impressoras a imprimirem electrónica, usando tintas electrónicas, de acordo com o sistema que pretendermos produzir. Para isso basta-nos adquirir um kit no supermercado… electrónico!

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Figura 8 – Artigo publicado na revista The Economist sobre o transístor de papel desenvolvido no CENIMAT em 2008 (http://www.economist.com/node/12415202).

Figura 7 – Jornal utilizado nos filmes do Harry Potter com mostradores incorporados, permitindo visualizar notícias em tempo real.

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no papel convencional, evita a dispersão da luz, permitindo ter um papel que é simultaneamente composto por fibras de celulose e que por outro lado é transparente, como se pode observar nas imagens das figuras 11 e 12.

Por outro lado, é possível funcionalizar as próprias fibras de papel, sendo possível mesmo produzir junções do tipo p-n semicondutoras. Este díodo de papel usa a distribuição de carga assimétrica para controlar seletivamente a direção de difusão do iões, num processo de transporte de cargas que é bastante similar ao da junção semicondutora convencional, agora substituindo electrões por iões. Tal foi recentemente mostrado por investigadores do Instituto de Tecnologia da Georgia, Atlanta e da Universidade de Sichuan, Chengdu [7]. Pensamos que este resultado irá revolucionar a área da celulose, pois é possível através da funcionalização da matriz celulósica dotar este material de propriedades semicondutoras e/ou condutoras para além das isolantes que já possui, em termos intrínsecos.Em termos de biossensores baseados em papel, o CENIMAT em conjunto com o Instituo Nacional de Investigação Agrária e Veterinária iniciou recentemente em Portugal o projeto Lab-on-Paper

A combinação desta nova aplicação do papel com tecnologias de processamento de baixo custo para o fabrico dos circuitos integrados por impressão por jacto de tinta é uma área em que o CENIMAT é pioneiro a nível mundial e conquistou reputação internacional ao fabricar o primeiro transístor de papel em 2008 [2] e memória de papel [3], a que seguiu a bateria de papel de estado sólido auto recarregável [4], o primeiro CMOS [5] (unidade base para o fabrico de circuitos integrados e de muito baixo consumo energético) ou o primeiro conceito de portas lógicas [6], tudo isto em papel! Mais, somos também capazes de desenvolver e fabricar células solares em papel usando materiais inorgânicos, atividade em que somos pioneiros a nível mundial! Tal mereceu um destaque especial na conceituada revista “The Economist” na edição de Outubro de 2008.E porque trabalhamos na área da electrónica transparente, nada mais ambicioso que conseguir ter papel transparente mas 100% celulose. Foi recentemente desenvolvido no CENIMAT em conjunto com a Prof. H. Godinho nanopapel obtido a partir das fibras de celulose do algodão. A grande vantagem deste papel é que devido ao facto de possuir nanofibras de celulose densamente compactadas sem espaços vazios, como acontece

Figura 9 – Fotografia do transístor de papel, em que o papel funciona simultaneamente como o material isolante do transístor e o substrato e correspondente característica eléctrica (curva de transferência típica de um transístor de efeito de campo) [2].

Figura 10 – Fotografia da prova de conceito de um CMOS em papel e correspondente características elétricas, respectivamente a chamada curva de transferência (escura) e de ganho (azul).

Figura 11 – a) Fotografia da flor do algodão; b) Imagem de microscopia electrónica de varrimento das fibras de celulose do algodão sem tratamento e c) Imagem de microscopia electrónica de varrimento do filme transparente de celulose, onde é possível observar o tamanho nanométrico das fibras assim como a redução drástica de porosidades.

Figura 12 – Gráfico de transmitância na zona do visível e infravermelho próximo, onde é possível observar uma transmitância superior a 80% (no fundo do gráfico pode observar-se uma fotografia ótica de uma membrana de celulose) e correspondente característica eléctrica do transístor transparente.

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Rodrigo Ferrão de Paiva Martins

Rodrigo Ferrão de Paiva Martins Natural de Nova Lisboa (Angola), nascido a 15 de Setembro de 1951, nacionalidade Portuguesa; Casado, com dois filhos.Endereço Institucional:Departamento de Ciências dos Materiais da FCTUNL, Campus da Caparica; Telefone:-351-21-2948564; Telefax intl-351-21-2957810; Email: [email protected]; [email protected]

Professor Catedrático da Universidade Nova de Lisboa em Engenharia de Materiais, especialidade Microelectrónica, 2001; Agregado em Engenharia de Materiais, especialidade, Materiais Semicondutores e Microelectrónica, na Universidade Nova de Lisboa, 1988; Mestre em Tecnologia de Semicondutores Amorfos pela Universidade Dundee, Escócia, 1977; Licenciado em Engenharia Electrotécnica, Correntes Fracas, pela Universidade de Luanda (Angola), 1974; Membro sénior da Ordem dos Engenheiros; Membro da Academia de Engenharia (Dezembro de 2012).

Atualmente exerce as seguintes funções: Presidente do Conselho de Departamento do Departamento de Ciências dos Materiais da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT-UNL) desde1989; Presidente da European Materials Research Society (EMRS), 2011/2013; Membro da Academia de Engenharia de Portugal (desde 2013) Membro da Comissão Diretiva da Plataforma Europeia “Energy Materials Industrial Research Initiative- EMIRI”, potencial Parceria Publico Privada Europeia, Dezembro de 2012; Membro do Conselho de Gestão e Administração da plataforma Europeia Alliance for Materials, desde Janeiro de 2013; Membro da Comissão Executiva da plataforma Europeia MatVal; Membro da Cpmissão de Aconselhamento da rede Europeia EU-KNIGHTS; Membro do Conselho Consultivo do IDS-FunMat, 2013-2017 e do Programa Internacional de Mestrado em Materiais Funcionais Avançados e Engenharia da Universidade de Bordéus, como membro da Comissão de Acompanhamento Externa de garantia de qualidade (2013-2017); Membro da Comissão de Aconselhamento do programa HORIZON 2020 da CE, na área dos Materiais e Nanotecnologias (2013-2020); Membro do grupo de trabalho sobre Tecnologia de Materiais da FCT.

Membro do grupo de trabalho de definição da área de Manufacturing da EU, para o 8º programa quadro, desde Novembro 2011; Membro da Plataforma Europeia Nanofutures, designado pelos grupos CRF (FIAT) e ST Microelectronics (desde Junho de 2011); membro do Conselho de Administração do Instituto de Novas Tecnologias (Uninova), 2006: Fundador e Director do Centro de Excelência de Microelectrónica e Optoelectrónica de Processos (CEMOP) do Uninova, 1988-presente; Responsável do grupo de Investigação em Nanotecnologias, Optoelectrónica

e Materiais electrónicos do CENIMAT, 1991-presente;Fundador e primeiro diretor do Centro de Investigação de Materiais (CENIMAT) da FCT-UNL, 1991-1995;Assistente no Departamento de Engenharia Electrotécnica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 1975-1977; Assistente no Departamento de Engenharia Electrotécnica da Universidade de Luanda/Angola 1974-1975; Assistente no DCM-FCT-UNL 1979-1986.

Durante este período obteve os seguintes prémios e distinções: Prémio bienal de Investigação da Cidade de Almada, 1ª edição, 2012; Doutor Honoris Causa, Universidade de Galati, Roménia, 2012; Prémio Nacional de Ciência e Tecnologia 2010/2011, dado pelo distrito 1960 da Fundação Rotária Internacional, 2011; Prémio melhor trabalho de Investigação apresentado na JID da Sociedade Coreana de Mostradores (KIDS) ao trabalho «Self-sustained n-Type Memory Transistor Devices Based on Natural Cellulose Paper Fibers» (autor), 2010; Primeiro lugar no concurso “Green Awards 2009” para o trabalho do transístor de papel (co-autor); 1º Prémio na categoria de Investigação e Desenvolvimento dado pela IDTechEx Printed Electronics USA para o trabalho Paper-e® (co-autor), 2009; Profissional do ano de 2008 pelo Clube Rotary de Almada; Prémio Inovação 2008, dado pela revista Exame Informática (co-autor); Prémio Estímulo à Excelência, MCTES, 1ª edição, 2004.

Orientou ou coorientou 140 Engenheiros, 15 mestres e 17 doutores. Atualmente coordena ou co-coordena 9 doutorandos. Em termos de pós-doutorados foi responsável por 18.Desde o inicio da sua carreira como doutorado (1982), coordenou, foi responsável ou participou em 110 projectos, dos quais 45 internacionais, a que corresponde uma verba global de cerca de 28 milhões de euros. Nos últimos 10 anos coordenou e participou em mais de 30 projectos de investigação científica num total superior a 8 M€ dos quais 11 são internacionais.Neste período submeteu em autoria e co-autoria 69 patentes, das quais 18 já concedidas (uma em parceria com a SAMSUNG) assim como o registo da marca paper® em 14 países.

Publicou mais de 780 publicações científicas nas áreas de Materiais semicondutores, Optoelectrónica, Conversão de Energia e Tecnologia de Películas finas e suas aplicações. De entre estas, 450 publicações em revistas citadas no Science Citation Index (SCI). É co-autor em dois livros e editor de 4 livros, para além de ser autor/co-autor em seis capítulos de livros.Organizou e/ou participou na realização de 9 conferências internacionais; organizou 8 simpósios/reuniões de trabalho/cursos Internacionais e preferiu até à presente data 140 comunicações convidadas, para além de ter participado/participar em mais de 50 comissões científicas.Editor das revistas: Journal of non-oxide glasses (http://www.infim.ro/~jnog/), desde 2009; Annals of Dunarea de JOS, Romania, desde 2007; Materials Science Forum, desde 1995; Journal of Materials, desde 2012. Caparica, 24 de Agosto de 2013

Rodrigo Ferrão de Paiva Martins

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[8], que visa o desenvolvimento de testes de diagnóstico descartáveis, baratos e de simples e rápida utilização, explorando a tecnologia bastante promissora da microfluídica em papel. Os dispositivos baseiam-se na fabricação de microcanais em papel simples hidrófilo, delimitados por barreiras constituídas por cera hidrofóbica. Para além das vertentes económica e social, estes testes vêm acrescentar uma vertente de sustentabilidade ambiental às caraterísticas ASSURED (Affordable, Sensitive, Specific, User-friendly, Rapid and robust, Equipment-free and Delivered to those in need), pela inexistência de resíduos tóxicos e poluentes na sua produção e eliminação após utilização, basta queimar os dispositivos de papel.

Os testes rápidos tornaram-se relativamente comuns nos países desenvolvidos, sendo um bom exemplo o vulgar teste da gravidez, como métodos complementares de diagnóstico. Apesar da sua simplicidade, ainda assim a maioria destes testes rápidos apresenta custos de fabricação que poderão limitar uma utilização mais abrangente em regiões económica e socialmente mais desfavorecidas. Tem sido

assim desenvolvida investigação no sentido de providenciar plataformas de diagnóstico mais baratas, portáteis e robustas para aplicação em situações de carência de recursos financeiros, técnicos e/ou de pessoal especializado. É neste contexto que a microfluídica em papel tem vindo a ser explorada, também pelo nosso grupo, visando o desenvolvimento de biossensores de baixo custo e de fácil utilização. Estes sensores poderão vir a ser adaptados à detecção de inúmeros compostos, tais como drogas, hormonas, enzimas, ácidos nucleicos ou outros marcadores biológicos indicadores de patologias, infecciosas ou não-infecciosas, complementando o seu diagnóstico e a monitorização dos efeitos das terapias administradas aos pacientes. Para além da fabricação de dispositivos de diagnóstico, a tecnologia de microfluídica em papel poderá revelar-se também muito promissora noutros contextos importantes, como o controlo da qualidade alimentar e ambiental.

Decididamente que a indústria do papel irá sofrer uma forte revolução, a começar por ela própria e revolucionar várias indústrias a começar pela indústria electrónica, farmacêutica, alimentar, segurança, entre outras.

Podemos neste momento responder à questão colocada inicialmente: O futuro do papel ou o papel do futuro?

Figura 14 – Esquema das etapas de fabricação do dispositivo de microfluídica em papel para detecção de glucose e exemplificação de microfluídica em papel.

I&D

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Figura 13 – Características eléctricas de uma junção díodo 100% celulose, adaptado da referência [7].

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Sim, há futuro para o papel mas o papel do futuro não terá nada a ver como o conhecemos atualmente.

Referências

[1] R. Martins, I. Ferreira, and E. Fortunato, «Electronics with and on paper,» Physica Status Solidi-Rapid Research Letters, vol. 5, pp. 332-335, Sep 2011.

[2] E. Fortunato, N. Correia, P. Barquinha, L. Pereira, G. Goncalves, and R. Martins, «High-performance flexible hybrid field-effect transistors based on cellulose fiber paper,» Ieee Electron Device Letters, vol. 29, pp. 988-990, Sep 2008.

[3] R. Martins, P. Barquinha, L. Pereira, N. Correia,

G. Goncalves, I. Ferreira, and E. Fortunato,

Applied Physics Letters, vol. 93, Nov 2008.[4] I. Ferreira, B. Bras, J. I. Martins, N. Correia, P.

Barquinha, E. Fortunato, and R. Martins, «Solid-state paper batteries for controlling paper transistors,» Electrochimica Acta, vol. 56, pp. 1099-1105, Jan 2011.

[5] E. Fortunato, P. Barquinha, and R. Martins, «Oxide Semiconductor Thin-Film Transistors: A Review of Recent Advances,» Advanced Materials, vol. 24, pp. 2945-2986, Jun 2012.

[6] R. F. P. Martins, A. Ahnood, N. Correia, L. Pereira, R. Barros, P. Barquinha, R. Costa, I. M. M. Ferreira, A. Nathan, and E. Fortunato, «Recyclable, Flexible, Low-Power Oxide Electronics,» Advanced Functional Materials, vol. 23, pp. 2153-2161, May 2013.

Based Ionic Diode Fabricated from Oppositely Charged Microfibrillated Cellulose,» Journal of Physical Chemistry C, vol. 116, pp. 9227-9234, Apr 2012.

[8] B. Veigas, J. M. Jacob, M. N. Costa, D. S. Santos, M. Viveiros, J. Inacio, R. Martins, P. Barquinha, E. Fortunato, and P. V. Baptista, «Gold on paper-paper platform for Au-nanoprobe TB detection,» Lab on a Chip, vol. 12, pp. 4802-4808, Nov 21 2012.

I&D

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1. A ATF – About the Future na estratégia de desenvolvimento do grupo Portucel Soporcel

Ogrupo Portucel Soporcel é, hoje, um dos maiores players mundiais do sector de Pasta e Papel (P&P) e uma referência na

indústria e no mercado, fruto de uma abordagem integrada ao modelo de negócio – investigação aplicada, floresta, pasta de celulose, energia renovável e papel.

A estratégia de crescimento do Grupo e os importantes investimentos realizados entre 2008 e 2012 em desenvolvimento industrial e energético, que ascenderam a mais de 900 milhões de euros, permitiram a consolidação da sua posição quanto à qualidade dos seus activos e capacidade operacional. O grupo Portucel Soporcel encontra-se entre os três maiores exportadores em Portugal, sendo possivelmente aquele que gera o maior Valor Acrescentado Nacional. Representa aproximadamente 1% do PIB nacional, cerca de 3% das exportações nacionais de bens e cerca de 9% do total da carga contentorizada exportada pelos portos nacionais.

A nova Fábrica de Papel de Setúbal, inaugurada em 2009, é o empreendimento mais emblemático do ambicioso plano de investimentos concretizado. Integra uma das maiores e mais sofisticadas máquinas de papel do mundo, para produzir papéis de escritório e para a indústria gráfica, com capacidade para 500 mil toneladas anuais, tendo permitido elevar a capacidade anual de produção de papel do Grupo para 1,55 milhões toneladas. A elevada procura dos produtos e marcas do Grupo permitem operar permanentemente com 100% da capacidade instalada.

Tendo visto a sua capacidade instalada de papel aumentada em 50%, o Grupo posicionou-se como líder europeu na produção de papéis finos

Quando se passam quatro anos após o arranque da nova máquina de papel da fábrica de Setúbal do Grupo Portucel Soporcel, temos o maior prazer em assinalar esta efeméride trazendo ao conhecimento dos leitores da revista Pasta e Papel o assinalável êxito que constituiu o seu arranque e o seu desenvolvimento.

A nova Fábrica de Papel de Setúbal

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Reportagem

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de grandes desafios, a ATF é o resultado da experiência dos últimos 20 anos nas fábricas de papel da Soporcel e da antiga Inapa, que são hoje partes integrantes do grupo Portucel Soporcel. Esta experiência foi decisiva para ir ao encontro de uma solução tecnológica de vanguarda que congregasse a alta produtividade com elevada qualidade.

A ATF é uma referência mundial na produção deste tipo de papel. Alia uma grande capacidade produtiva, uma elevada eficiência e, principalmente, uma enorme flexibilidade para produzir diferentes grades com elevada espessura e baixa gramagem. Estes atributos são consolidados nos equipamentos com alto grau de inovação tecnológica, que resultaram de um trabalho extenso e cuidadoso das equipas de engenharia do Grupo, em estreita colaboração com os diferentes fornecedores. São disso exemplos a MP4 (Máquina de Papel 4), os armazéns automáticos de bobinas e paletes e as máquinas de corte e embalagem Cut Size.

Quatro anos decorridos após o arranque os resultados são visíveis. Rapidamente foram atingidos os indicadores de produção e vendas que serviram de base ao desenho da fábrica. Em 2012, o terceiro ano completo de operação, atingiu-se a capacidade nominal da fábrica de 500 000 toneladas. (Gráfico 1)

de impressão e escrita não revestidos (UWF na terminologia anglo saxónica) e 6º a nível mundial.

Este projecto veio confirmar a capacidade empreendedora do grupo Portucel Soporcel que, graças a um planeamento e execução rigorosos, e à dedicação de uma equipa altamente qualificada e empenhada, ergueu a nova fábrica dentro do exigente calendário estabelecido e com um valor global inferior ao orçamento.

2. Evolução e percurso da ATF desde o seu arranque até hojeCarlos BrásDiretor Fabril ATF

O nome escolhido para a nova fábrica de papel - About the Future (ATF) - traduz perfeitamente a ideia conceptual desta nova fábrica, cujo arranque se deu a 15 de Agosto de 2009.Concebida para ser uma fábrica de papel fino de impressão e escrita de futuro, num contexto

Gráfico 1 – produções anuais vs capacidade nominal

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Devido ao elevado nível de inovação tecnológica, era presumível que a curva de arranque pudesse ser mais estendida no tempo, apesar da convicção de que, após ultrapassadas as dificuldades iniciais devidamente equacionadas e objeto de planos de contingência, teria um forte potencial para acelerar essa curva. Foi precisamente isto que aconteceu.

A curva de arranque da MP4 compara positivamente com a anterior máquina de papel que entrou em funcionamento na Europa, a MP2 do Complexo Industrial da Figueira da Foz (Soporcel), que arrancou em julho de 2000 e possui características equivalentes à MP4 em termos de “runnability”. (gráfico 2)Para o sucesso da ATF foi fundamental a forte aposta no capital humano, com recrutamento de novos engenheiros, operadores e técnicos de manutenção que integraram as equipas originárias das outras fábricas do Grupo. As equipas foram sujeitas a um intensivo programa de formação, com enfoque na componente prática, sempre usufruindo do conhecimento e da experiência alcançados nas outras unidades fabris, em especial para a da Figueira da Foz, que apresenta uma realidade mais próxima da ATF.

3. A MP4 – 4 anos de laboração na 1ª pessoa João Rebóia Supervisor da MP4

Em 2009 abracei o maior desafio profissional da minha carreira ao integrar a equipa da ATF no arranque daquela que é uma das maiores mais

e sofisticadas máquinas de papel do mundo, e certamente a maior na Europa para a produção de UWF, com uma largura final de folha de 10,4 metros.A MP4 foi concebida com alguns equipamentos inovadores que, à data do seu arranque, apenas haviam sido testados em máquina piloto, e que permitem produzir papel com elevadas propriedades em termos de lisura e índice de mão. Numa máquina que pode ser classificada como um protótipo, muitos desafios e algumas incertezas se colocavam. O pick-up com uma folha de 11 metros de largura a percorrer a distância de 65 metros a velocidades acima dos 1600 metros por minuto é marcante. Com o bem-sucedido arranque da nova máquina inicia-se, simultaneamente, um processo de otimização, essencial para que rapidamente se atingisse uma operação estabilizada a velocidade de cruzeiro. À fase de arranque

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Gráfico 2 – t / d / m para 80 g/m2 nos primeiros 40 meses

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A conciliação entre a enorme dimensão, a sofisticação e a versatilidade foi um empreendimento que o grupo Portucel Soporcel fez diferente e bem.

Para o sucesso do projeto contribui não só o conhecimento e experiências adquiridos no passado, mas também a vontade de ser disruptivo em relação a alguns paradigmas do papermakinge a aceitação de correr riscos, embora conhecidos e reversíveis.

Embora o mercado esteja mais pragmático e low cost, ainda há lugar para a diferenciação pelo reconhecimento de uma qualidade superior. Neste contexto é vital ter a capacidade de produzir uma larga gama de produtos, dos mais económicos aos mais premium, com gramagens cada vez mais baixas, ainda que igualmente funcionais, com elevada rigidez e lisura e com características estruturais e de superfície muito variadas e extremadas. A MP4 do Complexo Industrial de Setúbal permite obter esta gama alargada de produtos a custos competitivos, numa só máquina de papel, sem prejuízo significativo da runnabilitye da eficiência operacional.

Na ATF, a combinação de uma tecnologia pioneira, concebida para potenciar atributos estruturais únicos ao papel, com uma excelente fibra de Eucalyptus globulus, resulta num suporte industrial ao modelo de negócio do grupo Portucel Soporcel que o tornou líder europeu no sector dos papéis finos não revestidos.

E essa não é uma liderança baseada apenas na capacidade, mas também numa qualidade elevada e consistente, nos custos competitivos e na fiabilidade enquanto parceiro, requisitos fundamentais de sucesso num mercado altamente competitivo.

seguiu-se uma alargada fase de testes e ensaios com o objetivo de atingir os níveis de quantidade e qualidade pretendidos, na qual o know-how interno foi fundamental. Na minha mente, e na mente de toda a equipa, surge a perceção do enorme potencial da MP4 para fabricar produtos de elevada qualidade, com um alto valor acrescentado indispensável para o sucesso e crescimento da Empresa. Os resultados dos primeiros anos denotam uma boa consolidação da aprendizagem e deixam antever excelentes perspetivas para o futuro.

4. A ATF no contexto atual da indústria internacional de P&P Carlos Vieira Diretor do Complexo Industrial da Figueira da Foz

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5. O papel da ATF na estratégia comercial do gPSHermano MendonçaDiretor Marketing

O aumento de capacidade decorrente da instalação da nova máquina de papel no Complexo Industrial de Setúbal tem permitido, não só consolidar a presença do Grupo nos principais países Europeus, mas também a sua entrada e crescimento em novas geografias, um pouco por todo o Mundo.

As inovações tecnológicas disponíveis na MP4 permitiram enriquecer a oferta do Grupo em papéis premium e em papéis de baixas gramagens, segmentos em que é líder de mercado, com uma quota de mais de 50% e 60% na Europa, respetivamente.

Este crescimento reforçou a estratégia do grupo Portucel Soporcel, que reside no desenvolvimento de marcas próprias, tais como o Navigator, o papel de escritório premium mais vendido a nível mundial. Em 2012, mais de 60% das vendas de papel do Grupo foram feitas em marcas próprias, que apresentam um crescimento de 39% no volume vendido comparativamente com 2009,

ano em que a nova fábrica iniciou a sua atividade.

A entrada em funcionamento da ATF contribuiu também para reforçar a perceção que o mercado em geral tem do grupo Portucel Soporcel enquanto empresa vanguardista e inovadora. A aposta em tecnologia moderna, tanto a nível de produção de papel como toda a área de transformação (corte e embalamento), veio demonstrar a importância do Grupo não só a nível europeu como também a nível mundial, no segmento de papéis finos de impressão e escrita não-revestidos.

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Com uma produção de cerca de 800 mil t / ano de papéis finos não revestidos, a fábrica da Portucel Soporcel da Figueira

da Foz é uma das maiores da Europa. As operações são integradas verticalmente desde a floresta até ao produto final papel, incluindo 560 mil t / ano de pasta branqueada de eucalipto e a produção de energia verde a partir de biomassa.

A fábrica tem uma história única: os seus sistemas de produção foram projetados e construídos em meados da década de 1970 para serem instalados em Angola. Após a revolução em Portugal e a independência de Angola, o equipamento foi armazenado por vários anos até que a sua instalação em

Portugal foi decidida. A construção na Figueira da Foz começou em 1981.

De 880 a 1 600 tJoão Prina, um engenheiro químico de formação, chegou à Figueira da Foz, com a idade de 24

anos, durante o arranque da fábrica em 1983. Os outros três engenheiros contratados na ocasião com Prina para chefiarem os turnos de laboração também ainda trabalham na fábrica.

O Eng. João Prina é agora Diretor de Produção de Pasta e Energia. Recorda a capacidade inicial de projeto do digestor - 880 t AD/ dia. «Muito do equipamento principal, incluindo o digestor, tem já 30 anos», diz Prina. «Hoje produzimos 1.600 t

Um projeto para remover o constrangimento causado pela antiga linha de evaporação da Soporcel na Figueira da Foz apresentou um desafio interessante. Fazer o arranque da nova linha de evaporação sem parar a velha tornou ainda o desafio mais interessante.

Eliminando estrangulamentos*

Tecnologias

*Robert Puhr,Andritz

Os engenheiros da Andritz, Otto Greis (à esquerda) e Juha Latva-Koivisto na nova linha de evaporação

Da esquerda para a direita: João Ferreira, Engenheiro de Processo, Sanna Semi da Andritz e João Prina

“Sabíamos que necessitávamos de uma

abordagem focada no

ganhar o negócio”Sanna Semi, Diretora de

Vendas, Andritz

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Tecnologias

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a fim de ganhar o negócio», diz ela. «A nossa proposta foi renovar parte da linha já existente e propor uma linha de menor dimensão de quatro efeitos que iria trabalhar em paralelo. Também planeámos com vista ao futuro, elaborando um projeto que permite a adição futura de mais dois evaporadores. Além disso, foi proposto a adição de um sistema de tratamento integrado do condensado e de um concentrador comum para ambas as linhas. Planeámos fazer isso numa paragem muito curta - sabendo que a nossa abordagem seria uma forma menos arriscada e mais rentável para a fábrica para obter a capacidade exigida de 75% de teor de sólidos secos.

Arranque sem paragemTrabalhando com José Henriques da Exporatlas,

AD / dia com apenas pequenas modificações no digestor. Embora, sejamos claros, tenhamos concretizado muitos projetos ao longo dos anos para eliminar estrangulamentos».

Um destes estrangulamentos eram os evaporadores com 30 anos de idade. «Estávamos a enviar lixívia com apenas 67% de matéria seca para a caldeira», explica Prina, «mas depois da instalação da caldeira de recuperação Andritz em 2005 e uma nova turbina a vapor de alta pressão, em 2010, seria um passo natural aumentar a eficiência energética da linha de evaporação «.

Para além de um teor de sólidos secos mais elevado, a fábrica desejava melhorar a qualidade dos condensados para obter uma melhor lavagem na linha de fibra. «E, como podem imaginar», diz Prina, «os antigos evaporadores necessitavam de limpeza cada três ou quatro meses, pelo que queríamos melhorar a sua disponibilidade.»

Atualização muito rápidaSegundo Prina, o fato dos operadores da Figueira da Foz estarem familiarizados com a tecnologia de lamela dos evaporadores não significava que isso assegurasse que a Andritz fosse ganhar a encomenda para a modernização da linha de evaporação. «Seria confortável para nós manter uma tecnologia que conhecíamos, mas estávamos abertos para avaliar tecnologias concorrentes.»

Sabendo disso, Sanna Semi, Diretora de Vendas, liderou o esforço de vendas da Andritz. «Sabíamos que teríamos que pensar de maneira diferente, com uma abordagem mais focada no custo-eficiência,

Prina (à esquerda) com José Henriques da Exporatlas, representante da Andritz em Portugal

Vista em primeiro plano da nova linha de evaporação de quatro efeitos. Ao fundo, a caldeira de recuperação Andritz (instalada em 2005).

natural aumentar a

João Prina, Diretor de Produção de Pasta e Energia

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O trabalho foi um desafio, de acordo com Lintunen e Prina, principalmente devido aos apertados prazos e cronograma. «Basicamente incorporámos os novos equipamentos na linha existente e fizemos todo o trabalho em 14 meses», diz Lintunen.

Satisfação com os resultados «Estamos satisfeitos com o desempenho da linha, desde o seu arranque», diz Prina. «O projeto correu muito bem. Seguro, na hora, sem atrasos, dentro do orçamento e com bons resultados até agora. Rendimento, sólidos secos, eficiência do stripper e consumo de energia estão de acordo com o planeado. «Posso dizer que tivemos um apoio muito bom da Andritz. Logo que um problema aparece, trabalhamos em conjunto para resolvê-lo. Sendo um homem do processo, aprecio muito termos uma comunicação fácil, sempre que temos uma questão relacionada ou com o processo ou com a operação».

Hoje, na Figueira da Foz estão a queimar-se 74-75% de sólidos secos e atingiu-se a capacidade de projeto de 120 t / h de evaporação. «A qualidade do condensado é muito alta», diz Prina. «Tenho de admitir que sobredimensionámos um pouco o stripper devido a problemas que tivemos no passado. Deste modo, não há nenhum problema no tratamento de 100% dos condensados «.

representante da Andritz em Portugal, Semi e a sua equipa foram capazes de obter a encomenda em Julho de 2011. O arranque ocorreu, conforme planeado, em setembro de 2012.

Tapio Lintunen foi o Diretor de Projeto da Andritz. «Este foi um projeto muito interessante para mim», diz Lintunen. «Nos meus 33 anos de trabalho em projeto, esta era a primeira vez que não tinha necessidade de parar a linha existente para arrancar a nova. Normalmente temos uma paragem para realizar as ligações, mas concebemos um projeto em que a paragem não era necessária. «

Isto foi conseguido fazendo um trabalho prévio na linha existente, em janeiro de 2012, durante a paragem habitual da fábrica. «Instalámos os condensadores de superfície na linha velha e colocámos válvulas em vez de flanges cegas. Desta forma, a nova linha e os equipamentos compartilhados poderiam entrar em operação sem parar outra vez a linha antiga «, diz Lintunen.

Tecnologias

Técnicos do laboratório analisando a lixívia negra(teor de sólidos e composição)

Stripping numa tubagem (tecnologia patenteada da Andritz), que remove o metanol e os componentes de enxofre no fluxo de condensado. Os benefícios são a redução significativa do COD no efluente, menor consumo de energia durante o aquecimento do condensado secundário e menor consumo de água pela utilização de condensado limpo em vez de água fresca.

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Aremoção de água da teia e das prensas da máquina de papel é uma das operações mais gastadoras de energia na

indústria de papel. A remoção de água é feita pelo vácuo criado por um sistema de vácuo da máquina de papel. As caixas aspirantes e os rolos aspirantes extraem a mistura de ar e água da folha. Tradicionalmente, as bombas de anel de água têm sido utilizadas para criar o vácuo. O sistema de turbo ventilador EcoPump desenvolvido pela Runtech Systems muda radicalmente o custo de remoção de água.

«Em comparação com a antiga tecnologia da bomba de anel de água, o sistema turbo ventilador poupa 40-60 por cento do consumo de energia do sistema de vácuo da máquina de papel. Nos turbo ventiladores, a energia elétrica do motor é convertida em calor e transferida para o ar expelido. Esta energia calorífica pode ser reciclada para utilização na fábrica de papel. A tecnologia tradicional da bomba de anel de água também consome água, nos piores casos, mais de 1.000.000 de metros cúbicos por ano. Num sistema de turbo ventilador, a água não é necessária. Em comparação com as grandes bombas de anel de água, as bombas turbo também são significativamente menores e mais leves «, afirma Antti Puurunen, Diretor de Vendas da Runtech Systems.

A Runtech Systems está a desenvolver a sua tecnologia de turbo ventiladores em Kotka, onde os ventiladores também são montados. Os outros fornecedores não oferecem ventiladores com tecnologia comparável. De acordo com o Diretor de Negócios Antti Teräsvuori, os existem ventiladores de velocidade fixa disponíveis, mas diferem fundamentalmente dos produtos da Runtech Systems.

«Existem turbo ventiladores no mercado, mas a sua velocidade de rotação não pode ser ajustada como nos nossos ventiladores. Assim, a energia é desperdiçada e os citados valores de economia de energia não podem ser alcançados, como acontece com o nosso equipamento. As configurações de ventiladores EcoPump são automatizadas, de modo que o funcionamento dos ventiladores é otimizado em todas as circunstâncias, «explica Teräsvuori.

Puurunen e Teräsvuori dizem que o consumo de energia do sistema de vácuo de uma máquina de papel, equipado com bombas de anel de água pode ser superior a 6 megawatts.

Os turbo ventiladores EcoPump podem reduzir para metade esse valor de consumo de energia. Isto é particularmente importante em países que investem fortemente na redução do consumo

No processo de fabricação de papel, as várias fases de remoção da água da folha utilizam uma quantidade enorme de energia. O turbo ventilador Ecopump, desenvolvido na Finlândia pela Runtech Systems, permite que uma máquina de papel poupe até 60 por cento no consumo de energia do seu sistema de vácuo.

Runtech faz história com fabricaçãode papel energeticamente eficiente e amiga do ambiente

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Fornecedores

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Fornecedores

de energia. Puurunen sugere que a redução do consumo de energia é mais sustentável do que o aumento da capacidade de produção.

Um curto paybackUma máquina de papel tem dois a seis turbo ventiladores no seu equipamento auxiliar, dependendo do tamanho da máquina.

Além disso, a sua montagem requere algum trabalho em ligações elétricas e em tubagem. Geralmente, os turbo ventiladores podem facilmente substituir as bombas de anel de água.Os benefícios dos turbo ventiladores são tão significativas que se pagam muito rapidamente.

« Nós calculamos que o sistema EcoPump se paga em cerca de 1-2 anos. No melhor dos casos, o período de retorno tem sido bem menor que um ano «, diz Teräsvuori.

Na maioria das vezes, a Runtech Systems fornece os componentes essenciais para o cliente e

supervisiona a instalação e trabalhos de tubagem feitos pelo cliente. No entanto, se necessário, também é possível fazer a encomenda chave na mão à Runtech. De acordo com Puurunen e Teräsvuori, quando os ventiladores são montados na altura certa, eles são extremamente rentáveis.

Os turbo ventiladores da Runtech Systems podem ser instalados em todas as máquinas de papel existentes só com pequenas modificações. O controlo do turbo ventilador é feito ligando-o ao sistema de controlo do processo existente na máquina de papel.

Forte crescimentoO volume de negócios da Runtech Systems cresceu, em quatro anos, de 4,3 milhões de euros para mais de 10 milhões de euros. A empresa tem clientes na Europa, América do Norte, África e Ásia.

De acordo com Puurunen, o mercado chinês é particularmente tentador, onde muitas novas

Antti Puurunen (à esquerda) e Antti Teräsvuori apresentam o substituto em titânio do rotor do turbo ventilador.O rotor em compósito de fibra de carbono desenvolvido pela Runtech Systems reduz o desgaste dos rolamentos do ventilador devido à sua leveza ,tornando, assim, possível haver intervalos maiores entre manutenções.

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Fornecedores

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foi finalmente rompida e a indústria de papel percebeu o potencial da nossa tecnologia.

Os nossos clientes têm dito que não existe de momento alternativa sensível para os nossos produtos», diz Teräsvuori com prazer.

A Runtech Systems, fundada em 1998, é uma empresa finlandesa especializada no desenvolvimento e fabricação de componentes de máquinas de papel.

A sua gama de produtos inclui as bombas turbo, sistemas avançados de raspas e soluções de encaminhamento da folha sem cordas.

máquinas de papel são construídas todos os anos. O governo chinês também estabeleceu metas exigentes para refrear o consumo de energia, pelo que há uma procura de tecnologia que economize energia.

Puurunen e Teräsvuori sabem que a Runtech Systems ainda é um player pequeno, o que cria o desafio de chegar e convencer os clientes potenciais. A direção é certa, no entanto, e as hipóteses de sucesso da empresa são promissoras.«Em 13 anos, temos instalado um total de 115 turbo ventiladores, dos quais 35 foram instaladas no ano passado. As pessoas já começaram a acreditar em nós. A tecnologia conservadora

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Para fazer com que as marcas internacionalmente reconhecidas e tecnologias estejam disponíveis para os

produtores brasileiros de papel e cartão, a Coatex empresa francesa - parte do Grupo Arkema - tem investido significativamente em sua nova fábrica Araçariguama.

O principal negócio da Coatex é a criação e produção de aditivos de reologia à base de água para uso em uma grande variedade de processos e de formulações à base de água, estabelecendo uma posição forte na Europa, em um setor altamente competitivo. Para as indústrias de Papel e Cartão, a Coatex se concentra em fornecer soluções para controlar e otimizar o processo de revestimento e para assegurar a estabilidade das lamas minerais. Graças ao seu amplo conhecimento em minerais e em polímeros, Coatex fornece aditivos reológicos para outros mercados, como tintas e revestimentos, construção e, claro, de processamento de minerais.

Para aproveitar o forte crescimento do Brasil e da América Latina e do dinamismo da economia, a Coatex adquiriu no ano passado um a fábrica em Araçariguama, na grande São Paulo.

«Nossa unidade tem agora a capacidade de produzir de acordo com a mais alta qualidade e normas de segurança exigidas por um grupo internacional», destacou Oswaldo Maccarone, Gerente da fábrica brasileira da Coatex.

Forte parceriaA Omya e a Coatex têm uma longa história em comum. Por muitos anos, estamos trabalhando em conjunto para ajudar os produtores de papel e cartão para reformular suas cores de revestimento, a fim de reduzir os custos finais e melhorar a operacionalidade das máquinas.

Foi, portanto, evidente expandir a sua parceria para a América Latina: a Omya está agora representando os aditivos Coatex no mercado brasileiro de papel e cartão.

Muito consciente dos desafios enfrentados pelos fabricantes de papel, Guillermo Bluvol, vice-presidente de vendas de papel Omya América do Sul, afirma: «Estamos muito entusiasmados por oferecer ao mercado soluções latino-americanos projetados ao longo dos anos com aditivos Coatex e sua sinergia com os carbonatos de cálcio Omya. Isto irá permitir um melhor desempenho e máximo de benefícios para os produtores de papel”.

Um player global iniciando a produção local em padrões mundiais

Fornecedores

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Fornecedores

pasta e papel - Outono 2013 49

Embora em termos de tecnologia de revestimento, o ink jet trás novos desafios que abordam as características chaves de desempenho exigidos pelo papel para ink jet - como maior retenção de água, controle de viscosidade e absorção da tinta. Ele é outro grande exemplo da capacidade de inovação da equipe de R&D da Coatex.

Com estas novas soluções, formulações de revestimento para ink jet são mais fáceis de produzir e podem ser misturados com as cores de revestimento regulares. A sua utilização permite encurtar a transição entre os tipos de papel e reduzir o tempo de lavagem e geração de efluentes o que permite economias de custo significativas.

Um processo altamente exigenteA indústria de papel e cartão enfrenta desafios muito exigentes. Papéis de alta qualidade, revistas e embalagens são demandados. A forte concorrência tem levado a indústria a criar unidades de produção enormes operando em alta velocidade. Assim, o desafio é desenvolver um controle de processo perfeito para combinar qualidade e custos combinados a todos os requisitos regulamentares. Coatex focou seus esforços em R&D para desenvolver produtos e lidar com esse desafio. A linha Rheocoat™ foi escolhido por muitos fabricantes de papel em todo o mundo por sua alta eficiência. O uso da linha Rheocarb™ permite melhorar a operabilidade de processo permitindo maior teor de sólidos e, portanto, de maior qualidade a custos mais baixos. As tecnologias reconhecidos em muitos mercados estão agora disponíveis a partir da planta de Araçariguama no Brasil.

Soluções otimizadas para o mercado de ink jetEntre as inovações mais recentes, podemos mencionar o ink jet. Esta tecnologia está gerando interesse dos editores, pois proporciona incrível flexibilidade para adaptar a sua impressão para cada cliente individual.

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pasta e papel - Outono 2013

Resumo estatístico da indústriapapeleira portuguesa 2012

Estatísticas

50

Valores provisórios

Indicadores Florestais 2012

Área sob gestão (hectares) 207883

Plantas produzidas (mil plantas) 14372

Área ardida sob gestão (hectares) 897

Investimento em ações de silvicultura preventiva (mil euros) 2342

Investimento em investigação e desenvol-vimento florestal (mil euros) 3456

Indicadores de produção - Indústria de Pasta

Aquisição de madeira(mil m3 eq. s/casca) 7387

Consumo de madeira(mil m3 eq. s/casca) 7710

Consumo de papel para reciclar (mil ton) 327

Produção de pastas virgens (mil ton) 2489

Produção de pasta de fibra recuperada 293

Indicadores de produção -Indústria de Papel e Cartão

Consumo de pastas para papel (mil ton) 1759

Produção total de papel (mil ton) 2132

Produção de papel para usos gráficos (mil ton) 1553

Produção de coberturas para cartão canelado (mil ton) 414

Produção de papel e cartão de embala-gem e empacotamento (mil ton) 47

Produção de papéis de uso doméstico e sanitário (mil ton) 103

Indicadores de Comércio Externo

Exportações de pasta (mil ton) 1022

Importações de pasta (mil ton) 101

Exportação de papel para recuperar(mil ton) 433

Exportação de papel (mil ton) 1977

Importação de papel (mil ton) 962

Indicadores Ambientais

Captação de Água Total (milhões de m3) 96

Sólidos Suspensos Totais (mil ton) 2,7

Carência Química de Oxigénio (mil ton) 28,4

Gases Acidificantes (mil ton CO2 eq.) 3,6

Gases com Efeito de Estufa(mil ton CO2 eq.) 1237

Indicadores Energéticos

Consumo de Combustíveis Fósseis (TJ) 21274

Consumo de Biomassa (TJ) 47254

Produção de Energia Elétrica (TWh) 3,5

Consumo de Energia Elétrica (TWh) 2,5

Indicadores Sociais

Emprego Direto (nº trabalhadores) 3115

Horas de Formação (mil de horas) 109

Despesa com a medicina no trabalho (mil euros) 1142

Investimentos em segurança e saúde ocupacional (mil euros) 2233

Horas de trabalho perdidas com aci-dentes de trabalho (mil horas) 17

Indicadores Financeiros

Vendas (milhões de euros) 2375

Resultado líquido (milhões de euros) 291Fonte: CELPA - Associação da Indústria Papeleira

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