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A quarterly newsletter linking development workers around th world Uma revista trimestral que aproxima os trabalhadores da área de desenvolvimento de várias partes do mundo No.54 MAIO 2003 AGRICULTURA DOMÉSTICA Passo a Passo Preparação das sementes Ouro negro: composto Utilização de água servida • Cartas Controle natural de pragas e doenças Trabalho em conjunto Blocos de minerais Estudo bíblico: Investindo nossas vidas com sabedoria • Recursos O álcool e a propaganda LEIA NESTA EDIÇÃO indústrias. Nas regiões rurais freqüentemente há poucas oportunidades para atividades que não estejam relacionadas com a agricultura. São necessárias novas maneiras de se pensar e novas políticas, para que a agricultura se desenvolva. É necessário um enfoque maior nos métodos de cultivo sustentáveis e nas culturas básicas tradicionais. Observa-se freqüentemente que o acesso aos mercados e ao financiamento para as microempresas estimula o crescimento agrícola. Esta edição examina várias idéias práticas que podem oferecer algum auxílio em diferentes situações. Procuramos examinar todos os diferentes estágios do cultivo e introduzir idéias que possam ser úteis ao longo do ciclo da produção. Nas regiões urbanas, pode haver pouca ou talvez não haja nenhuma terra disponível para a agricultura. Entretanto, as pessoas ainda podem plantar ao longo das estradas, nas margens dos rios, do lado de fora de suas residências ou nos telhados e parapeitos das janelas. Começamos com idéias para a preparação das sementes, o aproveitamento máximo da terra restrita e a produção de composto para enriquecer os solos pobres. Depois, passamos para idéias de como utilizar a água servida e armazenar a safra. As páginas centrais ofere- cem receitas de como proteger as culturas contra pragas e doenças. Às vezes, pode ajudar muito trabalhar em pequenos grupos. Assim, examinamos como os diferentes grupos funcionam. Incluímos dicas para os criadores de animais que os alimentam com rações de baixa qualidade. Quando são necessários auxílio e orientação especializada, pode ser muito difícil encontrá-los. Assim, damos informações sobre algumas organi- zações dispostas a compartilhar suas habilidades e seu conhecimento. As futuras edições examinarão as questões solicitadas na pesquisa dos leitores do ano passado – famílias sob pressão, como lidar com desastres, finanças e orçamento. Se você recebeu uma nota pedindo para confirmar se deseja receber futuras edições da Passo a Passo (enviada a todos os leitores, com exceção dos que começaram sua assinatura a partir de 2002), por favor, confirme logo, caso contrário, você será automaticamente excluído da lista de endereços! Nos últimos anos, o desenvolvimento tem-se afastado da agricultura. Os governos, os doadores e as ONGs têm concentrado mais seus esforços em áreas tais como a educação, a saúde e a água. Por quê? Em alguns países, é porque todos os recursos investidos na agricultura, por muitos anos, tiveram pouco impacto. Em muitos países, a produção agrícola continua pobre, a renda dos agricultores é baixa e a migração das regiões rurais para as urbanas continua. A agricultura é importante? DA EDITORA Foto: Jim Loring, Tearfund Então, a agricultura, seja ela nas regiões rurais ou urbanas, é importante? Acredi- tamos que a resposta é definitivamente sim! A maioria dos pobres do mundo dependem da agricultura para obter a maior parte de seu alimento e de sua renda. Há um forte vínculo entre melhorar a produção agrícola e ajudar as pessoas a saírem da pobreza extrema. A produção agrícola ajuda o desenvolvimento de outras pequenas

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A quarterly newsletter linkingdevelopmentworkers around thworld

Uma revista trimestral que aproxima os trabalhadores da área de desenvolvimento de várias partes do mundo

No.54 MAIO 2003 AGRICULTURA DOMÉSTICA

Passo a Passo

• Preparação das sementes

• Ouro negro: composto

• Utilização de água servida

• Cartas

• Controle natural de pragas e doenças

• Trabalho em conjunto

• Blocos de minerais

• Estudo bíblico: Investindo nossasvidas com sabedoria

• Recursos

• O álcool e a propaganda

LEIA NESTA EDIÇÃO

indústrias. Nas regiões rurais freqüentementehá poucas oportunidades para atividades quenão estejam relacionadas com a agricultura.

São necessárias novas maneiras de se pensare novas políticas, para que a agricultura sedesenvolva. É necessário um enfoque maiornos métodos de cultivo sustentáveis e nasculturas básicas tradicionais. Observa-sefreqüentemente que o acesso aos mercados e ao financiamento para as microempresasestimula o crescimento agrícola.

Esta edição examina várias idéias práticasque podem oferecer algum auxílio emdiferentes situações. Procuramos examinartodos os diferentes estágios do cultivo eintroduzir idéias que possam ser úteis aolongo do ciclo da produção. Nas regiõesurbanas, pode haver pouca ou talvez não hajanenhuma terra disponível para a agricultura.Entretanto, as pessoas ainda podem plantarao longo das estradas, nas margens dos rios,do lado de fora de suas residências ou nostelhados e parapeitos das janelas.

Começamos com idéias para a preparaçãodas sementes, o aproveitamento máximo daterra restrita e a produção de composto paraenriquecer os solos pobres. Depois, passamospara idéias de como utilizar a água servida earmazenar a safra. As páginas centrais ofere-cem receitas de como proteger as culturascontra pragas e doenças. Às vezes, podeajudar muito trabalhar em pequenos grupos.Assim, examinamos como os diferentesgrupos funcionam. Incluímos dicas para oscriadores de animais que os alimentam comrações de baixa qualidade. Quando sãonecessários auxílio e orientação especializada,pode ser muito difícil encontrá-los. Assim,damos informações sobre algumas organi-zações dispostas a compartilhar suashabilidades e seu conhecimento.

As futuras edições examinarão as questõessolicitadas na pesquisa dos leitores do anopassado – famílias sob pressão, como lidarcom desastres, finanças e orçamento.

Se você recebeu uma nota pedindo paraconfirmar se deseja receber futuras edições daPasso a Passo (enviada a todos os leitores, comexceção dos que começaram sua assinatura apartir de 2002), por favor, confirme logo, casocontrário, você será automaticamenteexcluído da lista de endereços!

Nos últimos anos, o desenvolvimento tem-seafastado da agricultura. Os governos, osdoadores e as ONGs têm concentrado maisseus esforços em áreas tais como a educação,a saúde e a água. Por quê? Em alguns países,é porque todos os recursos investidos naagricultura, por muitos anos, tiveram poucoimpacto. Em muitos países, a produçãoagrícola continua pobre, a renda dosagricultores é baixa e a migração das regiõesrurais para as urbanas continua.

A agricultura éimportante? DA EDITORA

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Então, a agricultura, seja ela nas regiõesrurais ou urbanas, é importante? Acredi-tamos que a resposta é definitivamente sim!A maioria dos pobres do mundo dependemda agricultura para obter a maior parte deseu alimento e de sua renda. Há um fortevínculo entre melhorar a produção agrícolae ajudar as pessoas a saírem da pobrezaextrema. A produção agrícola ajuda odesenvolvimento de outras pequenas

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molho brotavam mais rápido e cresciammelhor. Em muitos casos, as culturasamadureciam mais cedo e produziam mais.Elas também floresciam mais cedo e, emalguns casos, foram registradas menosdoenças. Às vezes, o fato de ela ter ficadode molho não oferecia nenhum benefício,mas também não causava nenhum dano. Jáque deixar as sementes de molho custamuito pouco e tem muitas vantagens, aprática pode ser vista como muito útil paraos agricultores. A prática de se deixarem assementes de molho tornou-se muitopopular com os agricultores que fizeram asexperiências, assim como com seus amigose vizinhos, pois é simples, barata eextremamente eficaz.

A semente geralmente fica de molhodurante a noite e, então, é plantada no diaseguinte. Além de inchar levemente e pesarum pouco mais, a semente que fica demolho pode ser plantada da mesma formaque a semente que não fica de molho. Se asemente deixada de molho for mantidaseca, ela poderá ser guardada por váriosdias antes de ser semeada. Usando-se osperíodos de tempo recomendados natabela da página 3, a semente deixada demolho só germinará, se retirar umidadeadicional do solo após a semeadura.

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AGRICULTURA

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Quando as sementes são plantadas, elasprecisam absorver água do solo paragerminar. Isto pode levar muito tempo. Seeste período de tempo for diminuído,deixando-se as sementes de molho na águaantes de serem plantadas, a germinaçãoserá mais rápida, resultando numa culturamais saudável. A idéia de se deixarem assementes de molho na água não é nova,porém é raramente posta em prática deforma habitual, porque os agricultores nãotêm certeza de quanto tempo as sementesdevem ficar de molho, o que resulta emcasos de sucesso e outros de fracasso.

Os pesquisadores do Centre for Arid ZoneStudies (Centro de Estudos sobre ZonasÁridas) examinaram sementes deixadas demolho em fazendas de muitos países. Elescalcularam o período de tempo que assementes podiam ser deixadas de molhosem que se danificassem para umavariedade de culturas. Depois que o limiteseguro para cada cultura foi identificado,foram feitas experiências simples. Odesempenho das sementes que haviamficado de molho foi comparado com o dassementes que não haviam.

Os resultados foram notáveis. Osagricultores relataram que as culturasprovenientes de sementes deixadas de

Passo a PassoISSN 1353 9868

A Passo a Passo é uma publicação trimestral queprocura aproximar pessoas em todo o mundoenvolvidas na área de saúde e desenvolvimento. ATearfund, responsável pela publicação da Passo aPasso, espera que esta revista estimule novasidéias e traga entusiasmo a estas pessoas. A revistaé uma maneira de encorajar os cristãos de todas asnações em seu trabalho conjunto na busca damelhoria de nossas comunidades.A Passo a Passo é gratuita para aqueles quepromovem saúde e desenvolvimento. É publicadaem inglês, francês, português e espanhol.Donativos são bem-vindos.Os leitores são convidados a contribuir com suasopiniões, artigos, cartas e fotografias.Editora: Isabel CarterPO Box 200, Bridgnorth, Shropshire, WV16 4WQ, Inglaterra

Tel: +44 1746 768750 Fax: +44 1746 764594E-mail: [email protected]

Subeditora: Rachel BlackmanEditora – Línguas estrangeiras: Sheila Melot Administradoras: Judy Mondon, Sarah CarterComitê Editorial: Ann Ashworth, Simon Batchelor,Mike Carter, Paul Dean, Richard Franceys, MartinJennings, Ted Lankester, Simon Larkin, SandraMichie, Veena O’Sullivan, Nigel Poole, AlanRobinson, Rose Robinson, José Smith, Sudarshan Sathianathan, Ian WallaceIlustração: Rod Mill Design: Wingfinger Graphics Tradução: S Boyd, L Bustamante, Dr J Cruz, S Dale-Pimentil, N Gemmell, L Gray, R Head, M Machado, O Martin, N Mauriange, J Perry, L WeissRelação de endereços: Escreva, dando uma breveinformação sobre o trabalho que você faz einformando o idioma preferido para: FootstepsMailing List, 47 Windsor Road, Bristol, BS6 5BW,Inglaterra. Tel: +44 1746 768750 Mudança de endereço: Ao informar uma mudançade endereço, favor fornecer o número de referênciamencionado na etiqueta.Artigos e ilustrações da Passo a Passo podem seradaptados para uso como material de treinamentoque venha a promover saúde e desenvolvimento,desde que os materiais sejam distribuídosgratuitamente e que os que usarem estes materiaisadaptados saibam que eles são provenientes daPasso a Passo, Tearfund. Deve-se obter permissãopara reproduzir materiais da Passo a Passo.As opiniões e os pontos de vista expressos nascartas e artigos não refletem necessariamente oponto de vista da Editora ou da Tearfund. Asinformações técnicas fornecidas na Passo a Passosão verificadas minuciosamente, mas não podemosaceitar responsabilidade no caso de ocorreremproblemas.A Tearfund é uma organização cristã evangélica quese dedica ao trabalho de desenvolvimento eassistência através de grupos associados, a fim delevar ajuda e esperança às comunidades emdificuldades no mundo. Tearfund, 100 ChurchRoad, Teddington, Middlesex, TW11 8QE,Inglaterra. Tel: +44 20 8977 9144

Publicado pela Tearfund, uma companhia limitada,registrada na Inglaterra sob o No.994339.Organização sem fins lucrativos sob o No.265464.

Preparação das sementesAs culturas são como as crianças. Se receberem um bom começo na vida,elas geralmente crescerão e ficarão altas, fortes e saudáveis. Porém, se asculturas crescerem devagar após a germinação, elas freqüentemente serãomirradas, terão mais chances de serem danificadas pelas pragas e doenças eproduzirão menos.

Os agricultores do noroeste do Paquistão comparam o contraste entre o feijão-mungo preparado, à direita, e asemente não preparada, à esquerda.

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■ Quando a vala estiver cheia até a metade,derrame água para encharcar o lixo. Depoiscoloque o subsolo e, a seguir, a camadasuperior da terra.

■ Plante fileiras de sementes de legumes eervas. Algumas plantas úteis, que propor-cionam sabor e vitaminas para a alimentaçãofamiliar, são os tomates, espinafre, hortaliçasde folhas tradicionais, pimentões, feijões,cenouras, cebolas e todos os tipos de ervas.Procure cultivar as plantas mais altas, taiscomo os tomates e as trepadeiras de feijões,no meio. Cubra com matéria vegetal – umacamada fina de grama, palha, debulho dearroz e coisas semelhantes – e regue bem.

PERÍODO DE AUMENTO MÁX.CULTURA MOLHO (HORAS) PAÍSES EM QUE O TESTE FOI REALIZADO NA PRODUÇÃO

trigo 12 Índia, Nepal, Paquistão 37%

cevada 12 Paquistão 40%

arroz de terras altas 12–18 Índia, Nigéria, Gâmbia, Camarões 70%

milho 12–18 Índia, Nepal, Paquistão, Zimbábue 22%

sorgo 10 Paquistão, Zimbábue 31%

milheto 10 Paquistão 56%

grão-de-bico 8 Bangladesh, Índia, Nepal, Paquistão 50%

feijão-mungo 8 Paquistão 206%

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AGRICULTURA

Os agricultores foram incentivados aexperimentar com sementes deixadas demolho e sementes secas. Eles visitaram oscampos uns dos outros para comparar odesempenho da semente deixada de molhoem vários tipos de solos e níveis de manejo.Eles discutiram os pontos fortes e fracosdesta técnica e fizeram melhorias. Aoparticiparem das experiências, os agricul-tores puderam desenvolver e adaptar estatécnica e avaliar seus efeitos.

Artigo adaptado com autorização a partir de umdocumento de pesquisa escrito pelo Dr. DaveHarris, DFID, Plant Sciences ResearchProgramme, Centre for Arid Zone Studies,University of Bangor, Reino Unido.

Web: www.seedpriming.org

Este sistema funciona melhor, se váriasfamílias concordarem em trabalhar juntas,construindo uma horta a cada semana. Estaidéia também pode ser útil em campos derefugiados.

■ Marque uma área do tamanho de umaporta (mais ou menos 1m x 2m). Cave a terraaté chegar à profundidade da altura dojoelho. Se a terra for muito dura, não seráfácil! Ajuda ter várias pessoas trabalhandojuntas. Tenha cuidado para manter a camadasuperior da terra (de cor mais escura) nummonte separado do subsolo (de cor maisclara e com mais pedras).

■ Forre o buraco com grama e outrosmateriais orgânicos. Peça às famílias paratrazerem o lixo doméstico orgânico daqueledia e colocarem-no no buraco – cascas delegumes, papel velho e cascas de ovos. Sepuder obter estrume animal, coloque-otambém.

A água doméstica servida é ideal, desde quenão contenha sabão demais.

■ Se possível, obtenha uma cesta velhaquebrada e enfie-a no meio do canteiro. Aolongo de várias semanas, encha-a com resí-duos vegetais e ervas daninhas. Regue prin-cipalmente através desta cesta depois que asplantas jovens estiverem estabelecidas. Istofaz com que mais nutrientes vegetais sejamlevados com a água para o solo.

■ Agora decida a casa de quem será apróxima horta do tamanho de uma porta. Sehouver espaço, talvez você possa construirvárias delas.

A ACAT, na África do Sul, usou esta idéiaem KwaZulu-Natal com grande sucesso.Muitas pessoas ficaram admiradas de comoé fácil produzir seus próprios legumes. Umasenhora disse que achava que podia cultivarapenas plantas tradicionais, como o milho,mas agora ela pode plantar repolho,espinafre e cebolas. Seu marido ficou muitoimpressionado!

A ACAT (Africa Cooperative Action Trust) éuma parceira desde há muito tempo da Tearfund,que trabalha em KwaZulu-Natal. PO Box 943,Howick 3290, África do Sul.

Hortas do tamanho deuma portaMuitos lares, especialmente nas áreas urbanas, possuem pouco espaço parao plantio de culturas ou legumes. Entretanto, fora de quase todas as casashá uma área de solo exposto. O solo pode ser duro ou estéril, e as pessoasfreqüentemente não consideram a possibilidade de usá-lo para plantarlegumes. Porém, aqui está uma forma de usar esta espaço não utilizadopara uma horta minúscula.

Resultados das experiências

As mulheres da região de Umzumbe Cabane ajudam–seumas às outras a fazer hortas de legumes do tamanhode uma porta, usando uma camada de grama na base,para segurar a água no solo.

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AGRICULTURA

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O composto maduro ajuda as plantas acrescer melhor. Ele enriquece o solo, queperde os nutrientes devido à necessidadede alimento das plantas. Usando composto,as pessoas podem plantar mais legumes eárvores para se alimentarem. O compostosimplesmente copia a natureza. As folhascaem das árvores, as plantas crescem emorrem e o ciclo natural de decomposiçãodevolve os nutrientes ao solo. Muitaspessoas sabem sobre o composto, mas nãoreservam tempo para fazê-lo de formaorganizada. Muitos agricultores, ao invésdisto, fiam-se em fertilizantes químicos.Entretanto, estes são caros e não melhorama estrutura do solo.

Lemos, na Bíblia, sobre o interesse de Deuspela natureza. Por exemplo, Salmos 65lembra-nos de que Deus se interessa pelaterra, principalmente pelo solo fértil. Deuscriou tudo o que existe. Entretanto, há umtabu em muitas culturas quanto a tocar em“coisas sujas”, como o composto ou oestrume de vaca, e o ensino pode reforçaresta idéia. Para muitas pessoas, o propósitoda escolarização em Bangladesh é permitirque as crianças saiam da terra e passempara empregos “limpos”. Então, comoDeus vê a sujeira?

Na Bíblia, as pessoas pobres e humildes sãoelevadas. A sujeira e o estrume de vacaestão no âmago da mensagem de Natal! Os pastores “sujos” nos campos, à noite,são os primeiros a receberem a notícia doMenino Jesus. Eles encontram o bebêenrolado numa coberta, deitado numamanjedoura (um cocho de comida de vaca).A mensagem para nós também, comoagricultores, pessoas marginalizadas ou declasse social baixa, é olhar para os pobres ever Deus trabalhando no mundo.

Produção de compostoO composto pode ser feito com qualquerresíduo vegetal disponível, inclusive palhade arroz e aguapés.

Os aguapés entopem os canais de água portoda a parte em Bangladesh e causam umgrande problema. Entretanto, se foremcortados em pedaços e colocados emmontes de composto, eles apodrecem

rapidamente e produzem um compostoexcelente. Pode-se também deixá-lossimplesmente apodrecendo nos campo,enriquecendo o solo para a próximaplantação.

Os agricultores perto de Jobarpar eBisherkandi aprenderam a fazer bolas decomposto de aguapés apodrecidos. Elesplantam mudas de árvores nas bolas evendem-nas às pessoas no mercado commuito sucesso.

Valas e montes decompostoNas regiões alagadas, recomenda-se fazermontes de compostos acima do solo. Nasregiões secas, podem-se abrir valas decompostos. As valas ou os montes devemter aproximadamente um metro quadradode tamanho. Para os montes, faça umaestrutura com estacas de madeira e galhosem três lados. Faça uma base de pedras outalos para a drenagem. Encha as valas ou osmontes com camadas de folhas mortas,ervas daninhas verdes, palha, solo, estrume,lixo da cozinha e cinzas dos fogos usadospara cozinhar.

São recomendados três valas ou montes.Novos materiais para o composto sãocolocados no monte ou na vala e, então,transferidos para um outro monte ou umaoutra vala a cada duas semanas, para arejar,misturar os materiais e acelerar o processode apodrecimento. Também é colocadaágua. O composto terminado, pronto paraser usado, pode ser guardado no terceiromonte ou na terceira vala. Cubra o com-posto com plástico ou esteiras, para protegê--lo do sol e da chuva e para evitar a perdade nutrientes vegetais. Os materiaisresiduais foram transformados em algonovo, produtivo e útil – ouro negro!

Peter Musgrave trabalhou com a Igreja deBangladesh por cinco anos. Seu endereço é: 3 Auckland Rd, Ilford, Essex, IG1 4SD, Inglaterra.

Tel/Fax: +44 (0)20 8554 0923 E-mail: [email protected]

Ouro negroA IMPORTÂNCIA DO COMPOSTO

A produção de composto é uma oportunidade vital, que pode salvarvidas, em que o lixo é guardado e usado produtivamente. O composto éfeito misturando-se materiais residuais orgânicos – tais como folhas, ervasdaninhas e palha – e deixando-os decomporem-se até formarem umaterra preta e farelenta. Os materiais necessários para fazê-lo podem serobtidos no local, são acessíveis e grátis.

Peter Musgrave

Em regiões alagadas, recomenda-se construir montes decomposto acima do solo.

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resíduos vegetais

estrume, solo, cinzas

pedras, talos

resíduos vegetais

resíduos vegetais

Diagramamostrando ascamadas deuma vala decomposto típica.

estrume, solo, cinzas

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As valas de armazenamento subterrâneo podem ser usadaspara armazenar legumes em regiões secas por alguns meses.Ter um bom suprimento de legumes armazenados melhora anutrição da família e significa que os legumes podem servendidos por um preço mais alto mais tarde no ano, quando nãopuderem ser obtidos facilmente. O armazenamento subterrâneomantém os legumes frescos durante a estação quente.

As raízes e os tubérculos, tais como a mandioca e as batatas, sãobons de serem armazenados subterraneamente. Os legumessólidos, como o repolho, também podem ser armazenados. Asvalas podem variar em tamanho, dependendo da quantidade de legumes a serem armazenados e donível do lençol de água. Geralmente elas têm de 1 a 2 metros de profundidade. Coloque os legumespróximos uns aos outros, sobre uma camada de areia, palha ou folhas. Coloca-se, então, umacamada grossa de folhas, como folhas de bananeira, em cima dos legumes, seguida de uma camadade 25 a 50cm de terra ou areia.

As folhas fornecerão alguma umidade para os legumes. Se o clima for muito seco, pode-se derramarum pouco de água sobre a vala de armazenamento ocasionalmente. Entretanto, a água em demasiafará com que os legumes apodreçam. As valas de armazenamento precisam ser verificadas periodica-mente, para se assegurar que os legumes que estiverem apodrecendo sejam retirados rapidamente,antes que a putrefação atinja os outros.

Se os legumes forem colocados em sacos feitos de tecido, juta ou papel forte eles poderão serretirados facilmente e isto poderá ajudar a evitar a propagação de doenças ou pragas. Pode-secolocar uma pequena quantidade de inseticida no fundo do buraco, para evitar insetos. Experimenteusar diferentes profundidades, tipos de folhas e níveis de umidade. Compare o tamanho e a qualidadedos legumes que foram armazenados por períodos de tempo diferentes.

Adaptado a partir de informações em Debacle, Vol. VI, Nos. 3 e 4 e no guia PILARES sobre Segurança Alimentar

Valas de armazenamento subterrâneo

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AGRICULTURA

permitindo-lhes irrigar árvores e plantarforragens para os animais domésticos e aves.

A INWRDAM produz um kit que consistede dois barris plásticos de 160 litros, com umfiltro e conectados com tubos. O kit ésuficiente para uma residência com dezpessoas e inclui irrigação por gotejamentopara uma horta de aproximadamente 2.000metros quadrados. Ele custa $250 dólaresamericanos. Eles também desenvolveramum tanque feito de blocos de concreto, queabastece várias famílias (até 30 pessoas), comum suprimento de irrigação por gotejamentopara uma horta de aproximadamente 4.000metros quadrados. Ele custa $1.200 dólaresamericanos.

As pessoas que usaram estes kits na Jordâniaestão muito satisfeitas. Elas economizam nascontas de água, pagam menos para esvaziarsuas fossas sépticas, e a produção de suashortas aumentou, porque a água usada paraa irrigação contém alguns nutrientes.

O Dr. Murad Jabay Bino é o Diretor daINWRDAM, P Box 1460, Jubeiha PC 11941,Amman, Jordânia. A INWRDAM aproveita aoportunidade para compartilhar suas experiênciascom outras pessoas.

E-mail: [email protected]: www.nic.gov.jo/inwrdam

Estão sendo realizadas pesquisas para estu-dar formas de se reciclar a água servida eusá-la para a irrigação de plantações. Todasas residências têm água servida resultante dese lavarem as roupas, a louça e dos banhos.Se for tratada, a fim de se remover a maiorparte do conteúdo de sabão, toda esta águapode ser usada para a irrigação. Israel, porexemplo, agora satisfaz dois terços de toda asua necessidade de irrigação através de águaservida tratada.

O uso de água servida (águas residuais, comosão tecnicamente chamadas) pode significarsimplesmente que os moradores dasresidências juntam a água servida e aderramam com baldes em cima das árvores edas culturas. Podem-se fazer filtros muitosimples com barris ou tambores comcamadas de carvão e areia para filtrar assubstâncias químicas e o teor de sabão, paraque a água seja menos prejudicial para asplantas.

A Inter-Islamic Network on Water ResourcesDevelopment and Management –INWRDAM (Rede Inter-islâmica para oDesenvolvimento e a Gestão de RecursosHídricos) tem trabalhado numa região ruralda Jordânia com o apoio financeiro do

International Development Research Centre– IDRC (Centro de Pesquisa de Desenvolvi-mento Internacional). Eles desenvolveramum sistema que usa filtros de água parareciclar a água servida para a irrigação. Estetrabalho tem ajudado muitas famílias,diminuindo suas contas de água e

O kit de filtro deáguas residuaisda INWRDAMem ação.

Quase metade da populaçãomundial vive em regiões urbanas.Sua necessidade de suprimentos deágua potável continua a aumentar e,muitas vezes, compete com asnecessidades de água da agricultura.Os pobres das regiões urbanas, comfreqüência, pagam caro para recebersuprimentos de água potável.

Utilização de águaservida na agricultura

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CARTAS

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PASSO A PASSO

47 WINDSOR ROAD

BRISTOLBS6 5BWINGLATERRA

Babosa (Áloe)Observei com interesse o uso popular daplanta babosa na Nigéria para o tratamentode várias doenças, inclusive infecções depele, queimaduras, problemas de estô-mago e doenças de olhos. As pessoas estãocultivando esta planta em seus quintais eganhando dinheiro com a venda dasmudas e do suco. Ela pode ser facilmentecultivada tirando-se mudas das folhas.

Há várias publicações de herbários descre-vendo o uso da babosa para o tratamento dedoenças. Entretanto, como promotor dasaúde, estou preocupado com a promoçãodesta planta como um remédio para a curade tudo.

Dzever Ishenge, PO Box 684, MakurdiBennue StateNigéria

EDITORA:

Os cientistas viram que o suco de babosa possuipropriedades antibióticas e coagulantes (coagulação dosangue). Isto significa que ela pode ser benéfica paratratar a prisão de ventre, a indigestão e infecções menossérias. Ela parece também acelerar a cicatrização deferimentos na pele. Ela atua como hidratante da pele, oque a torna muito eficaz no tratamento de queimadurascutâneas. Embora seja uma planta muito útil, elacertamente não é um remédio para a cura de tudo enunca deve ser apregoada como, por exemplo, uma cura para a AIDS/SIDA. Há também mais de 300espécies, e algumas podem ser venenosas. Portanto,tenha cuidado e obtenha orientação local sobre queespécies cultivar e usar.

Como fazer um remédiopara tratar a coccidiosenas aves (galinhas)Gostaria de contribuir com uma receitapara um remédio à base de ervas que ajudaa curar a coccidiose nas aves, a qual resultafreqüentemente em diarréia sangrenta,seguida de morte em duas semanas.

■ Junte levemente sementes de mamão,ainda não maduro.

■ Esmague, seque bem ao sol e triture atéformar um pó.

■ Junte flores de mamão macho (deárvores que não produzem frutos).

■ Mais uma vez, esmague, seque bem aosol e triture até formar um pó.

■ Misture os dois pós em quantidadesiguais.

■ Misture com água potável até formaruma pasta fina.

Dê esta mistura à ave assim que vir oprimeiro sinal de coccidiose, e isto ajudaráa curar a doença.

The Aged Family UgandaPO Box 2882, KampalaUganda

E-mail: [email protected]

AmarantoNossa Organização de AgriculturaOrgânica introduziu grãos de amaranto na culinária. As mulheres tradicionalmentesó cozinhavam as folhas como legumes,esquecendo-se dos grãos, os quaispossuem alto teor de proteína. Os grãospodem ser fritos com um pouquinho deóleo ou triturados em moinhos ou numapedra de moer e cozidos como mingaupara as crianças e outras pessoas dafamília.

O grão de amaranto possui um equilíbrioperfeito de aminoácidos essenciais eproteínas. Ele ajuda a curar a náusea, atontura e a anemia. Os leitores da Passo aPasso do leste da África podem enviar-nospedidos de sementes.

Yembe/Nasusi Organic Farming OrganisationPO Box 643, KimililiQuênia

EDITORA:

O amaranto pode ser encontrado por todo o mundo e égeralmente comido como legume.

Livros sobre agricultura emsuaíliDurante meu trabalho na Tanzânia,produzimos uma série de folhetos, tantoem inglês quanto em suaíli, sobre vários

tópicos relacionados com a agricultura,em grande parte baseados nos artigos daPasso a Passo. Não podemos enviá-los aindivíduos. Entretanto, se houverorganizações que possam fazer cópias dosfolhetos para distribuir, teríamos prazerem enviar cópias mestres deles.

Estes assuntos estão disponíveis tanto eminglês quanto em suaíli:

Kilimo Mseto (Agrosilvicultura)Utunzaji wa miti (Gestão de árvores)Mlonge (A árvore moringa)Misingi ya Ufugaji bora (Noções básicas dacriação de animais)Misingi ya lishe bora ya mifugo (Nutriçãoaperfeiçoada de animais)

Estes assuntos estão disponíveis somenteem suaíli:

Kurutubisha udongo (Melhoria da fertilidadedo solo)Utengenezaji wa mboji (Produção decomposto)

Kupima makingo maji (Medição de terraçoscom uma linha de nivelação)Os leitores devem enviar seus pedidos defolhetos para: [email protected] eexplicar como planejam usá-los.

Heinz HorschArushaTanzânia

Biblioteca da Passo a PassoAproveito ao máximo cada publicação daPasso a Passo e vejo que as edições nuncadeixam de ser relevantes. Guardo minhasedições como materiais de referênciapermanentemente em minha pequenabiblioteca pessoal. Algumas das seçõesque eu mais leio são as cartas dos leitorese os recursos. Isto tem-me permitidoentrar em contato com outras pessoas etrocar informações.

Possuo alguns manuais que gostaria decompartilhar com os leitores de espanhol.Eles são distribuídos gratuitamente comoparte de um programa governamentalaqui na Argentina. Acho que eles seriamúteis em outras regiões. Alguns dostópicos são: Como começar um mercado detroca de mercadorias, Horticultura orgânicaintensiva e Árvores frutíferas. Posso enviá-los por e-mail a qualquer leitorinteressado.

Walter ZurdoArgentina

[email protected].

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Em Bangladesh, as estradas são um dos únicos locaisaltos o suficiente para o cultivo de árvores, sem operigo de que as raízes sofram com a inundação daestação das chuvas. Em 1990, a maioria das estradaseram aterros, sem nenhuma árvore plantada ao longodelas. Agora, muitas ONGs estão incentivando osprogramas de plantio de árvores ao longo das estradas.

Em Suagram, os membros do Grupo de Mulheres deUdoghi plantaram 2.500 árvores resistentes àinundação à beira de 3km de estradas em 1994. Entreelas, estavam o mogno, bom para fazer móveis, aárvore-da-chuva, que cresce rapidamente, e variedadeslocais, boas para a construção de casas. Quando as árvores estiverem prontas para serem cortadas, odinheiro que provier delas será dividido entre o grupo de mulheres, a ONG (COB), que forneceu asmudas e a orientação, e o governo local (que permitiu o uso da terra). A estrada é bastante usada, eas pessoas estão gratas pela sombra que as árvores proporcionam.

Durante as épocas de inundações, as estradas com estas árvores oferecem abrigo para as pessoastemporariamente desabrigadas. As árvores também ajudam a melhorar o meio ambiente e oferecemalimento para os animais e folhas para composto. Algumas também produzem frutas ou possuempropriedades medicinais.

Peter Musgrave, 3 Auckland Road, Ilford, Essex, IG1 4SD, Reino Unido. E-mail: [email protected]

Programas de plantio de árvores

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CARTAS

SecadorDesenhei um secador simples feito degavetas, o qual é útil para secar folhas,tomates, ervas e frutas. Você constrói umaestrutura quadrada, de 1,5 metros de cadalado, sobre postes a 20cm acima do solo. Aestrutura contém quatro gavetas, umaacima da outra, mas cada uma é puxadapara um lado diferente. Na frente de cadagaveta, são colocados postes para segurá-las quando estiverem abertas.

De manhã, quando o sol começar a ficarquente, você abre as gavetas totalmente. À noite, ou se começar a chover, você asfecha. O conteúdo seca, porque fica quentedentro da cabine e há orifícios de ventila-ção, para permitir que o ar circule.

Pascal KazadiAction pour le DéveloppementBP 1377, BujumburaBurundi

E-mail: [email protected]

Crianças com deficiênciasGostaríamos de agradecer pela qualidadedas informações em Pas à Pas 49, a qualmelhora o status e aumenta a motivaçãodas pessoas com deficiências. Aqui, emnosso trabalho, enfrentamos váriosproblemas. São muito poucos os pais defilhos com deficiências que se interessampelo seu treinamento, preferindo assumir aresponsabilidade pelos que estão emescolas “normais”. A maioria das criançassurdas em nossa escola aqui em Tshela,foram quase abandonadas por seus pais.Por exemplo, não são fornecidos uniformes,matrículas, canetas e livros de exercíciopara suas necessidades escolares. Este tipode atitude cria uma sensação de inquietudenas mentes das crianças.

Todos os pais de crianças com deficiênciasdevem compreender que nada acontece poracaso, pois todas as coisas contribuemjuntas para o bem daqueles que amam aDeus (Romanos 8:28). Algumas famílias atése separam como resultado do nascimento

de uma criança deficiente. Entretanto, afamília deveria permanecer unida emoração e procurar formas e meios para ofuturo treinamento da criança.

A igreja deve dar o exemplo, incentivandoo status das pessoas com deficiências,aceitando-as como membros integrais. Por exemplo, permitindo que as pessoassurdas compreendam os sermões domini-cais através de tradução em linguagemgestual.

Roger Dimbi-SanzuCoordenador de programas da CERHABP 145, Tshela, Bas-fleuveRepública Democrática do Congo

Cultivo de legumes empouco espaçoMuitas pessoas que vivem em áreasurbanas acham difícil encontrar espaçopara cultivar legumes em casa. A falta deágua também pode ser um dos problemas.

Aqui está uma idéia simples para o cultivode legumes. Encha um saco de plásticovelho com terra até ao topo, colocandoadubo e composto, se possível. Talvezvocê queira enrolá-lo com arames, paramantê-lo firme.

Enfie um tubo de PVC ou um bambugrosso de mais ou menos 1 metro decomprimento no centro. Faça corteslaterais para plantar legumes, tais comoabóboras, e cultive legumes de folhas naparte de cima. Use o tubo para regar

periodicamente com água domésticaservida e acrescente urina de vacafermentada como fertilizante uma vez porsemana.

R. SarvanandhaRanjasthan, ThavadyKokuvilSri Lanka

EDITORA:

Também podem ser usados, da mesma forma, dois outrês pneus velhos de carro empilhados, com um plásticono fundo.

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9PA S S O A PA S S O 548 PA S S O A PA S S O 54

AGRICULTURA

Cinzas de madeira e de debulho de arroz

■ Junte as cinzas de debulho de arroz ou madeiraqueimada (eucalipto e cipreste são as maiseficazes).

Salpique as cinza ao redor das plantas jovens.Continue a salpicar cinzas novas por duasou três semanas até que as plantasestejam bem estabelecidas. Umaoutra alternativa é fazer uma valacom 8–10cm de largura aoredor do canteiro inteiro eenchê-la com cinzas.

Eficaz contra roscas,caracóis, lesmas emariposas-do-nabo.

Controle natural depragas e doençasHá três abordagens para se lidar com as pragas

e doenças nas culturas e nos legumes…

Piretro■ Seque meio quilo de flores recém abertas.■ Esmigalhe as flores secas.■ Ferva de 15 a 20 minutos em 2 litros

de água.■ Acrescente sabão, misture e filtre antes

de usar.

Eficaz contra os afídeos, as moscas brancas e as cochonilhas.

Você também pode fazer pó de piretro,triturando as flores secas. Polvilhe pela casa,para matar pulgas e percevejos.

Tratamento para mudasou rebentões de plantasEsta é uma receita de fungicida (queprevine contra o apodrecimento causadopor vários fungos) e nematicida (queprevine contra os danos causados pelosnematódeos – criaturas minúsculas,parecidas com vermes, que comem asraízes e os tubérculos). Ela tem sido usadacom muito sucesso com rebentões detaioba antes de serem plantados.Qualquer outro tipo de muda também sebeneficiaria.

■ Triture juntos:• 1 xícara (chávena) de cinzas de

madeira• 1 punhado de raízes de gengibre

frescas• 1 punhado de dentes de alho.■ Acrescente um punhado de folhas de

mamoeiro e triture novamente com umlitro de água.

■ Dilua esta mistura em 5 litros de água emexa.

Mergulhe os rebentões e brotos na soluçãoe deixe o líquido secar lentamente àsombra. Repita o processo pela segundavez. Plante os rebentões como de costume.Três semanas após o plantio, esta soluçãopode ser salpicada sobre o solo ao redordas plantas jovens.

As plantas, assim como as pessoas, crescem melhor, se forem “bem alimentadas”. Os solos férteis, alimentados todos os anos com

composto e adubo, produzem plantas fortes e saudáveis, resistentes aoataque das pragas e das doenças. As variedadeslocais, adaptadas ao clima e aos solos, tambémpodem ser mais resistentes às pragas e doençaslocais. Escolha as melhores plantas naépoca da colheita para recolhersementes. Não coma os melhores

legumes e as safras que ama-durecerem primeiro. Ao invés

disto, guarde as sementes destas,para que, a cada ano, suas safras

melhorem em produção e emresistência às pragas e

doenças.

Compilado a partir de informações doDr. Mulowayi Katembwe, AMAVIC,BP 140, Goma, República Democráticado Congo, e do Presbyterian RuralTraining Centre (PRTC), Kumba,Camarões.

Estes pesticidas são feitos com plantas existentes no local. Na maioria das receitas, é acrescentada uma pequena

quantidade de sabão, para fazer com que asolução grude nas folhas. Filtre-as usandoum pedaço de pano ou tecido de saco.

Aplique os pesticidas na hora dopoente, ou logo depois, para causar omínimo dano possível aos preda-

dores úteis. Use um pulverizador ouregador, ou mergulhe um galho

cheio de folhas na solução esalpique as plantas.

Observe cuidadosamente que pragas atacam as culturas e quepredadores atacam estas pragas. Desta forma, você poderá

identificar os predadores úteis, tais como as vespas, as moscassirfídeas, os planipenes, os pássaros e as rãs. Ao invés de procurardestruir todos os insetos, auxilie eincentive os insetos e os pássarosúteis. As áreas com ervasdaninhas podem incentivar

os predadores úteis a semultiplicarem.

Pimenta-malagueta■ Pique uma xícara (chávena) de

pimenta-malagueta (cuidadopara não esfregar os olhos!).

■ Acrescente 2 litros de água.■ Deixe de molho na água por

2 ou 3 dias ou ferva por 15minutos.

■ Acrescente sabão em pó oulascas de sabão, misture efiltre.

Durante a estação seca, aplique uma vez porsemana. Durante a estação das chuvas, apliquetrês vezes por semana.

Eficaz contra as lagartas, os afídeos e as formigas.

1Cultive plantasfortes e saudáveis

2 Use o controle biológico

3 Pesticidasnaturais

Receitas para pesticidas naturais…

Mamão■ Pegue 1kg de folhas de

mamoeiro, 2 colheres de chá dequerosene e deixe de molho em10 litros de água por 3 horas.

■ Filtre e salpique as plantas.

Eficaz contra várias pragas.

CUIDADO!Tenha muito cuidado ao fazer e usaros pesticidas naturais. Use umapanela velha, que não seja maisusada para cozer alimentos emantenha-a bem longe das crianças.Use luvas ou sacos de plástico nasmãos. Qualquer planta tratada com ospesticidas naturais devem ser lavadascom água antes de ser usada.

Tabaco■ Pegue dois punhados de folhas

secas (200g) ou de pontas decigarros.

■ Ferva de 15 a 20 minutos em 2litros de água.

■ Acrescente sabão, misture e deixeesfriar antes de filtrar.

■ Dilua com 5 litros de água.

Aplique uma vez por semana.

Eficaz contra a broca das hastes domilho, lagartas, afídeos, moscas egorgulhos, assim como contracarrapatos nos animais.

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Há alguns anos atrás, realizei umapesquisa que estudava o trabalho de 75grupos autoformados em Uganda e Gana.Foram aprendidas muitas coisasfascinantes, e o valor da combinação deesforços era óbvio. Há vários aspectosinteressantes, quando examinamos comoproduzir alimento em situações difíceis.

Senso de propósitoOs grupos se formam por muitos motivos –por ordem de autoridades locais, paraobter alfabetização, para economizardinheiro, para construir uma sala de aula,para cultivar e processar plantas para aalimentação ou para solicitar subvençõesde ONGs. Os grupos que são indepen-dentes, possuem um senso de propósitoclaro e trazem benefícios a seus membrospodem continuar por muitos anos.

LiderançaÀs vezes, os grupos são reunidos por umlíder dominante, que continua a controlar oque eles fazem. Estes líderes podemoferecer uma direção clara – por exemplo,no cultivo, no processamento ou na

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DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

PA S S O A PA S S O 54

Isabel Carter

comercialização das culturas agrícolas – demaneira que todos os membros sebeneficiam. Os grupos em que os líderespossuem outros motivos escondidos –principalmente se estes consistirem emlucros financeiros – têm poucas probabili-dades de prosperar. A liderança dominante,entretanto, provavelmente não incentivaráa discussão e a reflexão, e, assim, as habili-dades e a confiança dos membros não sedesenvolverão. Os grupos com líderes queincentivam seus membros a discutir,planear e avaliar suas atividadesgeralmente são particularmente bem-sucedidos.

ConfiançaOs grupos que aprenderam atrabalhar em conjunto em atividadespráticas bem-sucedidas podem criarlaços fortes de confiança com otempo. Os membros ficam maisdescontraídos na companhia unsdos outros, começam fortesamizades, são capazes de fazerbrincadeiras uns com os outros esão confiantes na discussão. Esta

confiança pode permitir que o grupo dêpassos mais ambiciosos e planeie umamudança maior, simplesmente porque aspessoas sabem que podem contar umascom as outras. Raramente há atalhos parase chegar a esta confiança, a qualgeralmente se desenvolve ao longo devários anos de amizade e experiência.

DinheiroA administração segura de dinheiro dentrodos grupos é muito importante. Osmembros precisam de saber que podemconfiar totalmente em seu tesoureiro e seusadministradores. Sem esta confiança, seutrabalho em conjunto tende a limitar-se atrabalhar lado a lado e compartilhar osbenefícios. Por exemplo, os grupos demulheres geralmente compartilham otrabalho de processamento de suas safras e,então, vendem-nas separadamente.Entretanto, quando há uma confiançaverdadeira, as mulheres podem combinarseu dinheiro e usá-lo para empreendi-mentos conjuntos mais ambiciosos. Elaspodem alugar mais terras para o plantio desuas culturas ou legumes e trabalhar nelasem conjunto, sabendo que seu trabalhobeneficiará a todas igualmente. Elas podemtrabalhar para comprar juntas equipa-mento de processamento, tais comomoinhos, moedores de mandioca ouequipamento para o engarrafamento deazeite-de-dendê (óleo de palma) ou suco defrutas. Os grupos também podem começarsistemas de crédito renovável, pagandouma pequena quantia de dinheiro cada vezque se encontrarem, para que haja umaquantia global, que possa ser emprestada aum dos membros em cada encontro. Destaforma (dependendo do tamanho dogrupo), seria emprestada uma grande somaa cada um dos membros uma vez a cada

Nas páginas centrais da Passo a Passo 53 pedíamos às pessoas para queconsiderassem seus recursos – não apenas examinando seus recursosfinanceiros (que podem ser muito pequenos), mas também outros tipos derecursos. Por exemplo, a maioria das pessoas possuem acesso a recursoshumanos e sociais. Quase todos possuem uma família e amigos e vivem emalgum tipo de comunidade. Em situações difíceis, trabalhar em conjunto comoutras pessoas pode trazer benefícios consideráveis.

O valor do trabalhoem conjunto

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DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

um ou dois anos. Os homens da Associaçãode Agricultores de Rwancereere, no su-doeste de Uganda, contribuíam com umsaco de batatas ou o equivalente em dinheiro a cada colheita. Isto proporcionouum fundo para que os membros pudessemobter pequenos empréstimos.

O interessante é que poucos dos grupos dehomens observados estavam muito interes-sados em combinar seu dinheiro destaforma! Os homens preferiam compartilharnovas idéias e tecnologias, ao invés detrabalhar em conjunto. Por exemplo, OsCriadores de Bois de Bikyiiteng, em Gana,ajudaram a compartilhar treinamento nouso de bois para a aragem, e todos osmembros estavam trabalhando para obterseus próprios bois. A Associação deApicultores de Tanyigbe compartilharamhabilidades em apicultura e processamentode mel.

Os grupos que se formam apenas paraobter uma subvenção ou empréstimo deuma ONG para começar um pequenonegócio raramente têm êxito. Isto é porqueeles não passaram pelo processo gradualde criação de confiança e pela experiênciado trabalho em conjunto. A menos que umgrupo tenha estado reunindo-se e traba-lhando em conjunto com êxito por doisanos ou mais, é improvável que usem asubvenção ou o empréstimo semproblemas.

InformaçõesUma das descobertas da minha pesquisafoi que os grupos permitiam a troca eficazde idéias. Os membros apoiavam-semutuamente ao experimentarem-nas, e, seas idéias fossem bem-sucedidas, eles asdifundiam rapidamente entre os outrosmembros. Alguns grupos reservavam partede seus encontros para compartilhar edemonstrar novas habilidades einformações.

AfiliaçãoOs grupos levavam a afiliação de formamuito séria. As pessoas não podiam ficarentrando ou saindo da afiliação quandobem entendessem. Na verdade, algunsgrupos até multavam os membros que nãocomparecessem aos encontros comregularidade. A afiliação era vista como umprivilégio, o qual, às vezes, exigia umalonga espera. Ocasionalmente os nãomembros que estavam sendo consideradospara a afiliação recebiam permissão paracomparecer aos encontros. Os grupos bem-sucedidos atraíam novos membros, osquais poderiam ameaçar a futura existência

do grupo, se o número se tornasse grandedemais. Em muitos casos, os gruposlimitavam o seu número ou estabeleciamobstáculos para a afiliação, geralmentefinanceiros.

Quase todos os grupos elegiam membrosde comitês formais e mantinham registrosde atas, o que era surpreendente, visto queeram todos informais e autoformados.

Diferenças entre os sexosUm pouco mais da metade dos gruposvisitados eram de mulheres. Apenas 15%eram de homens. Um terço dos grupostinham um número equilibrado de homense mulheres, muitas vezes, incluindomaridos e mulheres. As mulheres estavammais dispostas a investir tempo e esforçopara estabelecer iniciativas a longo prazo,tais como plantações de árvores, produçãoe comercialização de legumes ou criação deanimais. Os homens preferiam que osbenefícios fossem óbvios para eles comoindivíduos, desde o início, tais como otreinamento de bois e o acesso a hortasirrigadas.

Apoio socialA afiliação ao grupo oferecia um sistema deapoio social importante. Este tendia a sermais forte entre os grupos de mulheres,cujas afiliadas tinham mais probabilidadesde trabalhar em conjunto e passar maistempo em companhia umas das outras. Por exemplo, as mulheres mais velhasfalaram da certeza que sentiam de que,durante doenças e mortes na família,outras afiliadas as apoiariam e um grandenúmero delas compareceria ao seu funeral.As mulheres mais jovens falaram da ajudae do aconselhamento recebido. Nos gruposcom sistemas de crédito renovável, osmembros mencionaram que, se um delesestivesse em dificuldades financeiras, a suavez de receber o empréstimo poderia serantecipada.

Por exemplo, a Associação de Mulheres deZangbogu, sediada numa região muitopobre do norte de Gana, perto de Wa,encontrava-se quinzenalmente. As afiliadastrabalhavam juntas, cultivando árvorespara lenha, amendoim, soja e criandoporcos. Seus maridos haviam ficadoimpressionados com suas façanhas eemprestaram ao grupo cinco hectares. Osaspectos sociais, tais como o apoio àsafiliadas com problemas de saúde e aorganização de um pequeno sistema decrédito, desempenharam um papelimportante no grupo.

AutoconfiançaUma das observações mais surpreendentesda pesquisa foi o aumento de autocon-fiança que resultou dos grupos bem-sucedidos com o tempo. Os grupos queexperimentaram idéias diferentes e tiveramsucesso com algumas delas, ganharamautoconfiança, primeiramente dentro dogrupo. Depois, porém, esta confiançafreqüentemente se estendia à habilidade delidar com outras pessoas da comunidademais ampla, inclusive com ONGs e com osfuncionários do governo. Por exemplo, oGrupo de Mulheres de Ihimbi, perto deKabale, Uganda, ou Sokode Novi, perto deHo, em Gana, visitava periodicamentedepartamentos ou funcionários governa-mentais para solicitar treinamento ouaconselhamento.

Isabel Carter tem editado a Passo a Passo paraa Tearfund há 14 anos. Ela realizou umapesquisa detalhada sobre as formas como asinformações são trocadas a nível de base edesenvolveu os materiais PILARES como umamaneira de colocar estas descobertas em ação.

Viveiro de árvores – Grupo deMulheres de Ihimbi, Uganda.

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INGREDIENTES A B C

melaço 5kg 1kg –

uréia 1kg 1kg 1kg

sal 0,5kg 1kg 1kg

cimento em pó 0,5kg 0,5kg 0,5kg

barro – – 1,5kg

farelo de cereais ou farinha de 2,5kg 6,5kg 6kg

semente de algodão

água – 5ltr 3–4ltr

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SAÚDE ANIMAL

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Blocos de minerais

Melhor nutriçãoOs cientistas descobriram que pequenasmudanças no equilíbrio dos nutrientes eminerais dados aos animais podemresultar num crescimento mais rápido,numa produção de leite maior e tambémnuma maior fertilidade. Uma nutriçãomelhor é importante para os animais enão apenas para as pessoas!

A maioria dos animais beneficiam-semuito com níveis mais altos de nitrogênio,que os ajuda a digerir materiais vegetaisduros, como talos e moitas. Os mineraiscomo o enxofre, o fósforo, o sódio, o cálcioe o magnésio também melhoram suasaúde. Podem-se comprar blocos deminerais ou de sais caros – mas a boanotícia é que os fazendeiros podem fazê--los de forma muito barata usando umamistura dos seguintes ingredientes:

Uréia (um fertilizante inorgânico de baixocusto) é uma fonte barata de nitrogênio.

Melaço (um derivado da refinação deaçúcar) é uma boa fonte de minerais evitaminas.

Materiais para a liga, que fazem com que osblocos fiquem firmemente colados,incluem o cimento, o barro ou quiabo

triturado. O barro de um ninho de cupimtriturado e peneirado é o ideal.

Outros derivados úteis que podem serusados, se houver bastante disponibili-dade, são o sedimento do azeite-de-dendê(óleo de palma), debulho de trigo ouarroz, farinha de semente de algodão efarinha de coco.

Exemplos de receitas parablocos de mineraisSão mostradas três receitas (A, B e C) natabela, para que os agricultores escolham aque use os ingredientes mais fáceis deserem encontrados em suas regiões.

Quando a terra é escassa ou infértil, os animais, com freqüência, sobrevivemcom uma alimentação pobre de moita, refugo das colheitas e palha. Nestascondições, os animais crescem e reproduzem-se lentamente, produzindomenos leite e carne. Entretanto, a demanda de produtos animais, seja deleite, carne ou couro, permanece alta. Quaisquer idéias que possamincentivar um crescimento e uma saúde melhor dos animais são bem-vindas.

■ Dissolva a uréia em água ou em melaço.Num recipiente separado, misture osoutros ingredientes secos. Junte lentamenteo líquido feito com a uréia aos ingredientessecos, para fazer uma pasta grossa. Acres-cente água, se necessário, mas apenas osuficiente para misturar tudo junto (demaneira que, se você apertar a mistura, nãosaia nenhuma água).

■ Coloque em caixas de madeira, baciasde metal grandes, cabaças ou latas grandesforradas com sacos de plástico. Deixe osblocos endurecerem por duas semanas.Quando estiverem secos, leve-os para forapara os seus animais. Não se deve permitirque eles os comam em demasia, pois auréia contida nos blocos pode ser preju-dicial para os animais, se consumida emexcesso. Uma sugestão útil é deixá-los àdisposição dos animais perto das fontes deágua, assim eles podem usá-los por curtosperíodos de tempo todos os dias. Os blocospodem ser colocados no chão ou amar-rados a uma árvore ou a um poste de cerca.

Geração de recursosAlguns fazendeiros e grupos comunitárioscomeçaram a produzir saleiros paravender em seu povoado como uma ativi-dade para gerar recursos. Os fazendeirosdo Quênia não podiam pagar o preço dosblocos de minerais comerciais, mas quandoalguns grupos de fazendeiros começaram aproduzir blocos de minerais locais, oshabitantes do povoado começaram acomprá-los.

Estes blocos devem ser usados apenas paraanimais adultos que pastem (ruminantes)tais como gado, ovelhas, cabras e camelos.Eles não devem ser usados com cavalos,burros, mulas ou aves (galinhas).

Baseado em informações fornecidas por A.Issaka e F. Djangno em Baobab 25 e KristinDavis e Don Cobb (Echo DevelopmentNotes 65 e 76).

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DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

Melhorou a nutrição As pessoas agoracomem muito mais legumes e possuemuma dieta mais equilibrada.

Saúde As famílias costumavam cultivarsuas próprias plantas medicinais. Hojeem dia, a maioria compra remédios naslojas. A PRODAD está tentando recupe-rar a tradição do cultivo de plantasmedicinais para economizar gastos.

Economia As pessoas podem economizardinheiro produzindo seus próprioslegumes.

Espiritual A igreja aprendeu que o seutrabalho estaria incompleto, se ela sósatisfizesse as necessidades espirituaisdas pessoas e negligenciasse as práticas.Eles acreditam que as hortasmelhoraram tanto a dieta quanto a vidaintegral da família.

PRODAD (Programa de Alimentación yDesarrollo) é um programa da igrejaAssembléias de Deus, em Condega,Nicarágua.

Investindo nossas vidascom sabedoriaPodemos fazer três coisas com nossas vidas. Podemos desperdiçá-las,podemos gastá-las ou podemos investi-las. A Bíblia ensina-nos ainvestir nossas vidas, para fazermos algo de construtivo para a eter-nidade. Não devemos viver nesta terra como consumidores. Ao invésdisso, devemos contribuir com nossas vidas. Teremos de prestar con-tas a Deus sobre como investimos nossas vidas. Passemos algum temporefletindo sobre como usamos nossas habilidades, recursos, tempo eexperiência.

Leia Mateus 25:14-30

• Discuta o que o homem, o servo e a propriedade representam nesta parábola.

• Os servos têm alguma influência sobre o que lhes é dado?

Tudo o que possuímos pertence a Deus. Temos a permissão de tomar-mos coisas emprestadas por um certo número de anos. Não trouxemosnada para este mundo e não levaremos nada deste mundo conosco,quando partirmos. Estamos aqui para administrarmos os recursos deDeus.

Versículo 15 Deus deu a cada um de nós talentos únicos. Discutatodos os talentos ou dons que lhe vierem a mente. As pessoas recebemtalentos diferentes, mas não há ninguém que não os possua.

Versículos 16-18 Deus espera que usemos nossos talentos. Um dia Elenos perguntará, “O que você fez com o que recebeu?”.

• Por que está errado enterrar o que Deus nos deu? O que nos faria agirassim?

Versículos 19-23 Se usarmos nossos dons e talentos para servir asoutras pessoas, começaremos a crescer. Deus incentiva-nos a nos lan-çarmos a isto com fé. Se usarmos nossos talentos com sabedoria, sere-mos recompensados.

• Como podemos usar mais nossos talentos ou dons?

• O que Deus disse a seus administradores? Qual foi sua recompensa?

Versículos 24-30

• Quais foram os motivos que este administrador deu por não usar seutalento?

• Quanto ele respeitava seu mestre?

O medo muitas vezes impede que as pessoas usem seus talentos. Hátrês tipos de medo: dúvida quanto a si próprio (falta de autocon-fiança), constrangimento (medo do que os outros irão pensar) e auto-piedade. Lembre-se de que Deus gosta de usar pessoas imperfeitas.Uma nota de 100 dólares, por mais suja ou rasgada que esteja, aindavale 100 dólares. Aos olhos de Deus, nunca perdemos nosso valor!

• Como podemos lidar com os medos que nos impedem de servir a Deus?

• O que motiva nosso próprio desejo de servir a Deus?

Discuta o versículo 29, o qual é muito desafiador.

• Já observamos isto em nossas próprias vidas ou nas vidas dos outros?

Deixemo-nos ser incentivados a investir nossos talentos com sabedoria.Precisamos pegar o pouco que temos e começar a usá-lo para servir asoutras pessoas. Então, talvez, possamos ver Deus multiplicando nossostalentos também!

De Keve Társaság, uma associação de pessoas profissionais e de negócioscristãs, 1091 Budapest, Kálvin tér 7, Hungria.

ESTUDO BÍBLICO

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Agricultor Luis Bellorin com uma boa colheita.

PRODADUma das principais atividades daPRODAD, na Nicarágua, é incenti-var as hortas.

A PRODAD ensina às pessoas que culti-var legumes melhora tanto a nutriçãoquanto a economia do lar. Eles usam umterreno de demonstração, para incen-tivar as famílias sobre os benefícios dashortas. A PRODAD fornece treinamentoprático no cultivo de legumes e plantasmedicinais.

As famílias usam água servida dacozinha para aguar as hortas. Istofunciona bem, desde que ela nãocontenha muitas substâncias químicas.

Este programa teve um impacto emvárias aspectos da vida familiar:

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RECURSOS

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LivrosBoletinsMateriais de treinamento

Solar Water Disinfection: a guidefor the application of SODISA EAWAG/SANDEC publicourecentemente um manual sobre o uso dadesinfecção solar da água, SODIS (doinglês, Solar Water Disinfection), mencio-nada na Edição 51 da Passo a Passo.

O manual sobre SODIS foi escrito paratrabalhadores de campo que estejam incen-tivando o uso deste método. Ele contéminformações sobre SODIS, suas vantagens elimitações, informações detalhadas sobreseu uso e fatores importantes a serem con-siderados, com base em mais de dez anosde experiência na promoção da SODIS.

O manual pode ser obtido gratuitamente,como arquivo PDF, no web: www.sodis.ch

Regula MeierhoferSANDEC/EAWAG, PO Box 611, CCH-8600 DuebendorfSuíça

E-mail: [email protected]

CD-ROM de Educação sobre a MaláriaUma nova versão deste CD-ROM educativopode agora ser obtido através do RoyalPerth Hospital, em inglês, francês eespanhol. As cópias são gratuitas para asinstituições médicas e educativas.

O website do hospital contém informaçõesatualizadas sobre o diagnóstico, a preven-ção e o tratamento de malária. Entretanto, oCD-ROM é particularmente útil para oscentros que não possuem acesso seguro àInternet.

www.rph.wa.gov.au/labs/haem/malaria

Para obter o CD-ROM, escreva para:

Graham IckeMalaria On-Line ProjectRoyal Perth HospitalPerthAustrália

E-mail: [email protected]

Mwongozo kwa waelimishaji waelimu ya afyaDr. M. Serventi e T. Zebroff

Um folheto bem ilustrado sobre educaçãona área da saúde, disponível apenas emsuaíli, contém informações sobre váriostópicos, inclusive higiene, tratamento deúlceras e diarréia, nutrição, amamentaçãoe prevenção da malária. Ele custa 1 dólaramericano e pode ser obtido através de:

LVIA CoordinatorPO Box 1498, DodomaTanzânia

SEPASALO SEPASAL (Survey of Economic Plantsfor Arid and Semi-Arid Lands –Levantamento de Plantas Econômicaspara Terras Áridas e Semi-Áridas) é umbanco de dados sobre as utilizações demais de 6.220 plantas silvestres de terrasáridas, com enfoque na África. OSEPASAL está sendo desenvolvido emantido no Royal Botanic Gardens, emKew, com uma sede regional estabelecidanos National Museums of Kenya (MuseusNacionais do Quênia), em Nairobi. OSEPASAL reúne e troca informações, a fimde ajudar a apoiar o uso sustentável deterras áridas tropicais. Eles registramnomes científicos e comuns, distribuição,ecologia, usos, análises químicas, fontes de

sementes (quando possível) e referências.Um projeto recente (Safra silvestreafricana) está reunindo informações sobreo conteúdo de nutrientes de plantascomestíveis silvestres africanas.

Você pode entrar em contato com oSEPASAL por e-mail, carta ou através deseu website. Se escrever, por favor, forneçatantos detalhes quanto possível sobre oseu trabalho e os tipos de informações deque precisa (por exemplo, o tipo deplantas em que está interessado, o país, oclima e as condições ambientais). Porfavor, observe que eles não cobrem asculturas comerciais principais ou plantasamplamente cultivadas.

SEPASALCentre for Economic BotanyRoyal Botanic Gardens, KewRichmond, Surrey, TW9 3AEInglaterra

E-mail: [email protected]: www.rbgkew.org.uk/ceb/sepasal

The Honey Bee NetworkEsta rede visa trocar conhecimentos eidéias de forma a beneficiar tanto aspessoas que os estão compartilhandoquanto os que estão aprendendo com elas.

Aconselhamento técnicoNão são muitas as pessoas que têm a sorte de ter aconselhamentoespecializado a sua disposição. Entretanto, aqui estão algumas organizaçõesque podem fornecer orientações úteis e práticas. Por favor, observe que estasnão são agências financiadoras. Portanto, não os faça perder tempo pedindo-lhes dinheiro.

NOTA AOS LEITORESA Passo a Passo é lida na África, Europa e América do Sul. A línguaportuguesa muda de um continente para o outro. Alguns artigos podemestar escritos em um estilo diferente do português que você fala. Espe-ramos que isto não venha a mudar a sua apreciação pela Passo a Passo.

NB Escrevemos “AIDS/SIDA”, porque alguns de nossos leitores co-nhecem a doença como “AIDS”, enquanto outros a chamam de “SIDA”.

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Problemas com o sal em Orissa, Índia

A Agromisa teve um pedido de informações, através de uma ONG holandesa, de uma região dedesastre em Orissa. Como resultado das enchentes graves de 1999, o teor de sal do solo havia-setornado um problema em muitas partes de Orissa. Há um projeto na região que procura ajudar osagricultores afetados através do fornecimento de materiais para plantio (arroz) e fertilizante (uréia).Foram solicitadas à Agromisa possíveis soluções para os problemas relacionados com o sal.

As culturas variam em sua tolerância de sal. O arroz e o milho são culturas sensíveis, porém o sorgoe o trigo são muito menos sensíveis ao alto teor de sal. Os níveis de sal no solo mudam no decorrerdo ano. Na estação úmida, o teor de sal cai como conseqüência das chuvas excessivas. Na estaçãoseca, o teor de sal aumenta, à medida que a água subterrânea com um alto teor de sal sobe pelo solo.A Agromisa aconselhou contra o plantio de arroz por um ou dois anos. Eles também recomendaramque os solos fossem drenados. Os solos com níveis altos de sal são freqüentemente ácidos (com umpH baixo), o que significa um uso pequeno de muitos dos fertilizantes. Entretanto, a uréia é uma boaescolha de fertilizante nestas condições, pois não acrescenta mais sal ao solo, ao contrário de outros.Depois que o solo se recupera, é aconselhávelusar fertilizantes orgânicos, tais como estrumee composto, que ajudam a melhorar a estruturado solo, o teor de matéria orgânica e osorganismos vivos do solo.

Agromisa em ação

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RECURSOS

Ela põe pessoas inovadoras em contato eincentiva comentários, a comunicação e otrabalho em rede nos idiomas locais. Elaproduz um boletim repleto de informa-ções práticas e, na Índia, possuemassociações locais usando idiomas comotamil, hindi, gujurati e kannada.

Honey Bee NetworkSRISTI, PO Box 15050, Ambavadi POAhmedabad 380015GujaratÍndia

E-mail: [email protected]: http://csf.colorado.edu/sristi

ECHOA ECHO lida com pedidos técnicos,geralmente relativos a aconselhamentosobre que culturas e árvores apropriadaspoderiam ser introduzidas. Eles pedemque os pedidos de informações enviadospor e-mail forneçam o endereço postalcompleto e o nome da organização com aqual as pessoas estão trabalhando. Se forpossível obter informações completassobre o clima local, elas serão muito úteis.Eles recomendam que você lhes digaquais são as quatro culturas mais comunsna região e a época do ano em que elas sãoplantadas e colhidas.

ECHO17391 Durrance RoadNorth Ft Myers, FL 33917EUA

E-mail: [email protected]

Christian Veterinary MissionEsta organização oferece um serviço parapequenos fazendeiros que não possuemacesso a um serviço veterinário,permitindo-lhes que consultem umespecialista nesta área sobre a saúdeanimal. Há um formulário à disposição,que pede todas as informações necessáriaspara se fazer um diagnóstico. Vocêtambém pode enviar informações porcarta ou e-mail. Deve-se fornecer o

máximo de informações possíveis. Porexemplo:

■ localização e descrição da fazenda(paisagem, região)

■ clima em cada estação■ número de animais doentes e

saudáveis por idade, sexo e tipo■ se os animais doentes foram mantidos

separados e que método é usado■ distância da fazenda mais próxima com

a mesma espécie de animais doentes■ saneamento e nutrição animal, métodos

de controle de vermes e insetos■ sintomas (sinais de doença, tempera-

tura do corpo, qualquer tratamentofeito). Todos os sintomas devem serdescritos, por menores que pareçam.

Christian Veterinary MissionC/o World ConcernBox 33000SeattleWashington 98133EUA

E-mail: [email protected]

Agromisa FoundationA Agromisa foi fundada em 1934 e estáligada ao Centro de Pesquisas daUniversidade de Wageningen, nos PaísesBaixos. Ela visa trocar informações sobre aagricultura sustentável de pequena escala

e tópicos relacionados. Seu grupo-alvo é apopulação desprivilegiada das regiõesrurais.

O principal objetivo da Agromisa éfortalecer a autoconfiança e melhorar osmeios de sustento através da troca deexperiências e conhecimento. Eles acreditamque a lacuna entre o conhecimento científicoe o conhecimento dos agricultores deveriaser preenchida.

O Centro de Informações para Recursos daAgromisa possui três seções:

■ A Seção de Publicações, responsável porescrever, traduzir e publicar a série Agrodok.Estes folhetos práticos também estarãodisponíveis em CD-ROM a partir de 2003. O objetivo é publicar a série a nível maislocal, para que seja mais adaptada para ascondições locais e, se necessário, nosidiomas locais.

■ A Seção de Aconselhamento, que administraa biblioteca e o Serviço de Perguntas eRespostas. Este serviço usa pessoas comexperiência em redes de organizações e éfornecido gratuitamente.

■ A Seção de Treinamento, que organizaencontros de treinamento de duas semanasem “Participação no Desenvolvimento” nosPaíses Baixos e de uma semana em outrospaíses.

AGROMISAPO Box 41, 6700 AA WageningenPaíses Baixos

Fax: +31 317 419 178E-mail: [email protected]: www.agromisa.org

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O que as propagandas não mostram é odano que as bebidas alcoólicas em excessopodem causar para a saúde, o sucesso e obem-estar de um indivíduo, uma família euma comunidade.

Examinar as propagandas cuidadosamentepode ajudar as pessoas a:

■ aprender como a propaganda asincentiva a comprar e consumir bebidasalcoólicas

■ compreender que a propagandafreqüentemente apresenta idéias sobreas bebidas alcoólicas que não sãoverdadeiras

■ encontrar formas de transmitirmensagens mais verdadeiras sobre asbebidas alcoólicas aos outros.

As seguintes atividades podem serrealizadas com gruposcomunitários. Elas levamaproximadamente duashoras, embora talvezvocê prefira organizaroutros encontros para aetapa final.

Identifiquem propagandas de bebidas alcoólicas.Peça às pessoas parapensarem sobre aspropagandas de bebidasalcoólicas que tenhamvisto ou ouvido. Mostreexemplos do jornal local,por exemplo.

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MOBILIZAÇÃO COMUNITÁRIA

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Examinem as idéias que as empresas estãovendendo. Para ajudar a discussão, façaperguntas como…

■ O que vocês percebem nestaspropagandas? Descrevam as figuras.

■ Quem vocês acham que as propagandasatraem?

■ O que eles querem que as pessoaspensem sobre as bebidas alcoólicas? Porquê?

Examinem como a realidade das bebidasalcoólicas, com freqüência, é diferente. Peça aogrupo para que pense sobre a veracidadedas idéias que as propagandas estãoapresentando. Reflita sobre como oconsumo excessivo de álcool pode afetar osindivíduos, as famílias e a comunidadeinteira.

Criem mensagens alternativas sobre as bebidasalcoólicas. As grandes empresas não são asúnicas que podem fazer propagandas.Alguns grupos comunitários estão usandoas propagandas como uma forma dedivulgar informações sobre os efeitosprejudiciais das bebidas alcoólicas. Peça aogrupo para criar novas propagandas comsuas próprias mensagens e compartilharemsuas idéias com o resto do grupo. Elespodem querer:

■ escrever uma canção ou poema sobre osproblemas causados pela embriaguez nacomunidade

■ desenhar uma figura que possa serpintada na parede

■ acrescentar figuras ou mensagens a umapropaganda do jornal, para alterá-la

■ criar um script para uma propaganda derádio

■ dramatizar uma propaganda de TV comuma nova mensagem.

Planejem como divulgar as mensagens. Peça aogrupo para discutir como suas idéiaspodem ser divulgadas na comunidade.Talvez eles possam fazer uma peça, pintaruma figura numa parede ou pedir à estaçãode rádio algum tempo no ar. Por exemplo,um grupo de mulheres chamado MASUM,na Índia, escreveu uma peça que observavacomo os políticos e os proprietários deterras ricos usavam as bebidas alcoólicaspara ter controle sobre as pessoas. Embora,no início, elas estivessem preocupadas comas reações que poderiam desencadear, apeça foi bem recebida e, no final, mostradana televisão.

Adaptado de Women’s Health Exchange, Edição 9, produzido pela Hesperian Foundation,1919 Addison Street, Suite 304, Berkeley,California 94704, EUA.

E-mail: whx:hesperian.orgWeb: www.hesperian.org

Publicado pela: Tearfund, 100 Church Rd,Teddington, TW11 8QE, Inglaterra

Editora: Dra Isabel Carter, PO Box 200, Bridgnorth, Shropshire, WV16 4WQ, Inglaterra

Os funcionários da Tearfund passam uma boa partedo seu tempo revisando milhares de pedidos parafinanciamento, os quais não podemos apoiar. Istoafasta-os do trabalho importantíssimo de levar boasnovas aos pobres através das atuais parcerias. Por favor, observe que todas as propostas definanciamento serão rejeitadas, a menos que sejamprovenientes dos atuais parceiros da Tearfund.

BEBA A CERVEJA SILVA!

SEJA OMELHOR!

As propagandas moldam o quepensamos e como nos sentimos. Elas vendem mais do que o próprioproduto. Elas vendem idéias oumensagens que incentivam as pessoas acomprar o produto. As empresas que produzem bebidas alcoólicasgastam muito tempo e dinheiro criando imagens que fazem com queconsumir bebidas alcoólicas pareça atraente. A mensagem que elastransmitem é que as bebidas alcoólicas tornarão a vida melhor.

O álcool e a propaganda(publicidade)

“Não há água, trabalho, escolas ouhospitais aqui. Mas o que é que

sempre nos dão? Dão-nos bebidasalcoólicas todos os dias, sem falta.”