páscoa: cremos na ressurreição! - rede metodista de ... · uma pessoa que vem da idola-tria, foi...

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Jornal mensal da Igreja Metodista Abril de 2009 Ano 123 número 4 Palavra Episcopal Oficial Pela Seara Missões Estudo Bíblico Entrevista Árvore de boa semente Plante. O Senhor dará o crescimento. Página 3 120 anos de educação teológica Fateo comemora lem- brando Credo Social. Página 4 Espaço Metodista 24 horas Uma igreja para a ci- dade que não dorme. Página 6 Como cantar em terra estranha? Uma reflexão sobre o Dia do Índio Página 10 Páscoa Você sabe o signifi- cado dessa palavra Página 12 Solidariedade aos povos indígenas Silas Moraes fala so- bre o GTME. Página 14 Páscoa: cremos na ressurreição! Tomar a cruz é assumir um corajoso compromisso com a Vida. Páginas 8 e 9 Campanha Oferta Missionária 2009 Acordo entre a República Fede- rativa do Brasil e a Santa Sé: Colégio Episcopal emite pronun- ciamento. Página 4. Pastor Cícero e família, da Igreja Metodista em João Pessoa, Paraíba. Templo e casa pastoral foram conquistados graças à Campanha do ano passado. Página 11 Creative-Commons REMNE

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Jornal mensal da Igreja Metodista • Abril de 2009 • Ano 123 • número 4

Palavra Episcopal

Oficial

Pela Seara

Missões

Estudo Bíblico

Entrevista

Árvore deboa semente

Plante. O Senhor daráo crescimento.

Página 3

120 anos deeducação teológica

Fateo comemora lem-brando Credo Social.

Página 4

Espaço Metodista24 horas

Uma igreja para a ci-dade que não dorme.

Página 6

Como cantar emterra estranha?

Uma reflexão sobre oDia do Índio

Página 10

Páscoa

Você sabe o signifi-cado dessa palavra

Página 12

Solidariedade aospovos indígenas

Silas Moraes fala so-bre o GTME.

Página 14

Páscoa: cremos na ressurreição!Tomar a cruz é assumir um corajoso compromisso com a Vida. Páginas 8 e 9

Campanha OfertaMissionária 2009

Acordo entre a República Fede-rativa do Brasil e a Santa Sé:Colégio Episcopal emite pronun-ciamento. Página 4.

Pastor Cícero e família, da Igreja Metodistaem João Pessoa, Paraíba. Templo e casa pastoralforam conquistados graças à Campanha do anopassado. Página 11

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Abril 20092 Palavra do leitor

Presidente do Colégio Episcopal: Bispo João Carlos LopesConselho Editorial: Magali Cunha, José Aparecido, Elias Colpini, Paulo Roberto SallesGarcia e Zacarias Gonçalves de Oliveira Júnior.Jornalista Responsável: Suzel Tunes (MTb 19311 SP)Estagiário de comunicação: José Geraldo Magalhães JúniorCorrespondência: Avenida Piassanguaba nº 3031 Planalto Paulista - São Paulo - SPCEP 04060-004 - Tel.: (11) 2813-8600 Fax: (11) 2813-8632home: www.metodista.org.br e-mail: [email protected]

A redação é responsável, de acordo com a lei, por toda matéria publicada e, sendoassim, reserva a si a escolha de colaborações para a publicação. As publicações assinadassão responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opiniãodo jornal. Propriedade da Associação da Igreja Metodista.

Órgão oficial da Igreja Metodista, editado mensalmente sob a responsabilidade do Colégio EpiscopalFundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário Rev. John James Ransom

A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada em convênio com oInstituto Metodista de Ensino Superior, que cuida da diagramação edistribuição do periódico. O conteúdo editorial é definido pela Sede Nacionalda Igreja Metodista.Editoração eletrônica: Maria Zélia Firmino de SáProjeto Gráfico: Alexander Libonatto FernandezImpressão: Gráfica e Editora RudcolorAssinaturas e RenovaçõesFone: (11) 4366-5537e-mail: [email protected] do Sacramento n. 230 Rudge Ramos - São Bernardo do Campo - SPCEP 09640-000 www.metodista.br/editora

Editorial

Ao ler a reflexão da pastora(a agora doutora) Blanches dePaula na matéria de capa destaedição, mais uma vez me deiconta de como o cristianismo ésurpreendente, de como elesubverte a lógica estabelecida.A cruz, símbolo de morte e dehumilhação, tornou-se símbolode vida e é ostentada com re-verência. Aquele que merecepunição, tem misericórdia.Aquele que doa, recebe. O queperde, ganha. Essa lógica àsavessas é que torna o cristia-nismo tão maravilhoso... E tãodifícil de ser vivenciado nodia-a-dia, pois muitas vezesele também contraria nossospróprios impulsos e a maneiracomo aprendemos a vivernuma sociedade que ainda nãoentendeu a mensagem da cruz.

A matéria de capa fala depessoas que encontraram nacruz o caminho da ressurreição.Creio que, como eu, você tam-bém acredita que “ressurrei-ções” também acontecem nestavida terrena. É possível “nascerde novo”, é possível morrer parao velho homem e andar em “no-vidade de vida” (Romanos 6.4).Anunciar essas Boas Novas àspessoas que dela necessitam énossa responsabilidade. Na edi-ção deste mês, além das histó-rias inspiradoras da matériacentral, você verá iniciativas depessoas que estão trilhando essecaminho nada fácil: a pastoraLourdes, anunciando esperançaaos latinos marginalizados emsolo americano (p. 11), o Conse-lho Latino Americano de Igrejasreativando sua Pastoral daNegritude (p.7); a solidariedadedas igrejas evangélicas aos(às)indígenas (na seção Missões, p.10, e também na entrevista dapágina 14). Esses são exemplosde pessoas e grupos cristãos queescolheram o caminho mais difí-cil: escolheram lutar em favor

Cruz e ressurreiçãodaqueles(as) que são maisdiscriminados(as) por nossa so-ciedade, escolheram a Cruz.

Mas, como eu já havia dito,o cristianismo é surpreendente,paradoxal! Esse caminho durodo Reino de Deus é, também,um caminho de alegria. Porisso, é com alegria que as edu-cadoras do Departamento Na-cional de Trabalho com Criançasjá estão planejando as próxi-mas ações deste ano, incluindoo sugestivo tema para a EscolaBíblica de Férias de 2009: nos-sas crianças aprenderão a“aventura de caminhar comCristo”. É também com alegriaque a bispa Marisa apresenta,na Palavra Episcopal, algumasvitórias alcançadas a partir dasofertas missionárias do anopassado, conclamando toda aigreja a participar da campanhadeste ano, que beneficiará asigrejas do nordeste e tambémdo norte do país. E é com umaalegria de criança sapeca quepodemos ler a crônica em ho-menagem aos nossos pastores,pastoras, bispos e bispa, cujodia comemoramos bem no Do-mingo de Páscoa, 12 de abril:nossa irmã Geny se permitiubrincar com as palavras e ofe-receu aos nossos líderes espiri-tuais, em geral tãosobrecarregados(as) em suasagendas, a oportunidade derelembrar a infância. No iníciodo editorial disse que a pastoraBlanches agora é também dou-tora. Pois é, ela acabou seudoutorado em Ciências da Reli-gião. E na página de agradeci-mentos de sua tese, agradeceuà Igreja de Santa Isabel por tê-la “pastoreado” nesse períodode estudos. Achei muito bonito.Eu não disse que o cristianismoé paradoxal?

Suzel [email protected]

BatismoSou cristão e congrego na

Igreja Metodista do Catete-RJ.Tenho aprendido que Deus não édeus de confusão (1 Co 14.33 )Gostaria de expressar a minhaopinião sobre a matéria refe-rente ao batismo (edição de fe-vereiro de 2009) e tirar dúvi-das. Achei muito confuso essetipo de pensamento a respeitoespecificamente de dois pontosbásicos: 1. Batismo de crian-ças: Quando teve início o Batis-mo de crianças na IgrejaMetodista, foi aqui no Brasil oujá veio dos EUA? Se o Batismo éum sacramento, e Batismo decrianças não tem nada a vercom Batismo de adultos, atéporque adulto precisa de salva-ção e crianças não (delas é oReino dos céus, Mc 10-14b ),então porque o método de inclu-são das crianças na Igreja nãoé feito de outra forma paraevitar confusão na cabeça dosnovos convertidos ? Atos 10.47não justifica, uma vez quePedro, ao se dirigir à casa deCornélio, não estaria preocupa-do com as crianças, mas simcom a salvação dos adultos alipresentes ( Ensina a criança nocaminho em que deve andar ...Pv 22.6) 2. Considerar válido oBatismo da Igreja Católica:Uma pessoa que vem da idola-tria, foi batizada debaixo daautoridade de quem se submeteaos ídolos e faz orações paramortos (abominações perante oSenhor Deus). Essa pessoa nãotem maturidade para entenderque está debaixo de uma consa-gração maligna, por isso deve-mos deixar bem claro a ela queesse batismo de criança jamaispoderá ser reconhecido comoum batismo dos céus, a luz ja-mais terá comunhão com astrevas (2 Co 6.14) . Essa pes-soa pode ter muitas dificuldades

para crescer espiritualmente.Respeitosamente,

Diógenes de Magalhães,por e-mail.

Irmão Diógenes, para res-ponder às suas questões, con-sultamos o bispo StanleyMoraes, secretário do ColégioEpiscopal. Ele diz: “O o batismoinfantil é uma prática da Igrejadesde seu início, e tem seu fun-damento no ministério de Jesus.Somente nos últimos séculosalgumas igrejas deixaram debatizar crianças com base emuma interpretação incorreta daBíblia. Assim, esta prática veioa nós através dos missionários,mas eles a receberam desde oministério de Jesus. As criançassão recebidas na Igreja atravésdo sacramento de acolhimento,que é o batismo. Não podemosdiscriminá-las criando um outrosacramento válido só para cri-anças. Elas são parte do Reino eda Igreja. Em relação ao textode Atos citado pelo irmão, ondeestá escrito que ali só tinhamadultos e que o objetivo deleera os adultos? Todos precisa-vam conhecer a Jesus e recebero Espírito Santo. Numa casaexistem homens, mulheres, cri-anças e idosos. Em relação aobatismo de pessoas batizadasna Igreja Católica, nossa posi-ção é clara: “O batismo é comágua, em nome do Pai, do Filhoe do Espírito Santos”. O quetorna válido o batismo é o DeusTrino, simbolizado na água e nafórmula trinitária expressa.Quem liga a validade do batis-mo a uma denominação que apraticou está equivocado, poisestá tirando o Deus Trino docentro. É pelos méritos de Je-sus que somos batizados e sal-vos. Abraço fraterno,

Bispo Stanleyda Silva Moraes

Abril 2009 3Palavra Episcopal

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A casa era miúda. Uma ci-dade conhecida próxima a Re-cife, grande, em pleno desen-volvimento. Uma Igreja Central,com uma clara visão mis-sionária de expansão. Assim seiniciou mais um trabalho deevangelização em um dos bair-ros. Uma casa abriu suas por-tas e o evangelho foi anuncia-do. Por ser o evangelho opoder de Deus que salva o/apecador/a, logo pessoas seconverteram. Houve júbilo egratidão a Deus. A boa semen-te, mais uma vez, dava fruto.

I. Uma história comum

Você pode contar uma his-tória semelhante a esta, não?Quantos casos como este vocêconhece? Um lar se abre, pesso-as se achegam e Jesus Cristosalva vidas. Surge um pontomissionário. Depois, já é umacongregação. Mais um tempo ejá temos uma igreja local. Quebênção! É o Reino de Deus quese expande, que se desenvolve.

II. De igreja a Igreja

Se há um/a cristão/ã te-mente a Deus, então aí está aIgreja - corpo vivo de Cristo.Não estou falando de Igrejadenominação, mas de pessoasque, em número de dois ou deum milhão são servas de Cris-to. Este corpo de Cristo só au-menta, graças a Deus. Até quechega a um ponto que a casado irmão/ã não comporta aspessoas. Surge o templo,edificação humana destinada àadoração em família. Grandegrupo, que surgiu sob os cuida-dos de alguém, os membrosdesta Igreja são pessoas que semultiplicam. Aleluia!

Árvore de boa semente

Marisa CoutinhoEpiscopisa na Região

Missionária do Nordeste

III - Início é tudo?

Depois da fogueira ace-sa, vem o discipulado; é preci-so forjar o caráter do/a novo/a cristão/ã à luz da Pa-lavra. Esta nova criatura care-ce vestir-se da armadura deDeus: Ef. 6:10-18. O disci-pulado é o modo de vida cristãque prepara o/a guerreiro/a ecapacita a permanecer em mis-são. Só um/a cristão/ã madu-ro/a pode dizer: “...Tanto seiestar humilhado com tambémser honrado, de tudo e em to-das as circunstâncias, já tenhoexperiência, tanto de farturacomo de fome. Posso enfrentarqualquer coisa com a força queCristo me dá.” (Fl. 4:12-13)

IV. Oferta missionáriae missão

Como o povo de Deus seexpande, as necessidades tam-bém se ampliam. O corpo deCristo se auxilia mutuamente:dons são colocados a serviçouns/as dos/as outros/as; pes-soas se deslocam de templospara pontos missionários/as evice-versa, para fortalecerem aobra de Deus. Pessoas sãovocacionadas aos diversos mi-nistérios, inclusive ao pastoral.É o povo de Deus que caminhaem missão.

Os/as mais maduros/as au-xiliam os/as neófitos/as. As co-munidades maiores auxiliam asiniciantes. As que estão se esta-belecendo, abrem novas frentesmissionárias em novos lares.Que grande bênção! E é aqui quecabe o destaque a um movimen-to convencional marcante: asofertas missionárias do quartodomingo e a OFERTA MIS-SIONÁRIA NACIONAL.

V. A oferta missionáriana REMNE

A Área Nacional faz um sé-rio desafio à nossa RegiãoMissionária: que ela adquira asua autonomia em governo,proclamação da Palavra e sus-tento financeiro. Este é umdesafio que cabe a todos/asque querem ver a obra de Deusexpandir-se. Por quê? Ora, AU-TONOMIA significa: ser uma

igreja local, com pessoas capa-citadas a:

1) Exercerem a expansãomissionária, alcançando pesso-as para Cristo Jesus;

2) Exercerem o governo(dons e ministérios, CLAMs,plano de ação missionário etc);

3) Exercerem o seu própriosustento, no exercício destamissão.

Louvado seja Deus porque oSenhor vem arregimentando no-vas vidas para Cristo. Louvadoseja Deus porque elas têm sidocapacitadas para o exercício dogoverno, da proclamação da Pa-lavra e do sustento próprio.

E que grande bênção aOFERTA NACIONAL nos temsido, quando nos ajudam a in-vestir na expansão missionária.Como assim?

a) Temos falta de templos ede residências pastorais pró-prios. Isto significa que temosque usar recursos financeirospara suprir esta carência;

b) Com isto, ficamos commenos recursos para investirna expansão missionária e nacapacitação;

c) Cada vez que a ofertamissionária nacional chega aténós e nos permite adquirir umterreno, construir um templo ecomprar uma residência pasto-ral, alcançamos a autonomiacom mais rapidez. E, portanto,estamos mais munidos/as derecursos para a expansãomissionária. Aleluia!

Veja alguns exemplos1. João Pessoa - Até início

do ano passado não tínhamostemplo próprio na capital daParaíba. Hoje temos: a) Umtemplo grande, em fase final deconstrução. b) Uma residênciapastoral. c) E, por isto a Igrejacaminha para a sua autonomia.

2. Teresina - capital do Piauí- com a oferta missionária na-cional compramos um terreno ehoje temos um templo abençoa-do que abriga uma Igreja. E acelebração da autonomia destacomunidade está marcada paraos dias 22 a 24 de maio desteano. No dia da experiência deWesley teremos mais uma Igrejametodista adulta, no Nordeste.

3. Guararapes – com a ofertanacional compramos o terreno

ao lado do primeiro templo (su-ficiente para a época - 1973,mas insuficiente para os dias dehoje). Com a ajuda damembresia, com parcerias comigrejas de outras Regiões e como apoio dos/as Voluntários emMissão, construímos um templopara mais de 400 pessoas emfrente à estação de metrô. Ecompramos uma residência pas-toral. No dia 10 de fevereiro de2009 celebramos a autonomiadesta comunidade: ela, agora,não depende de recurso externoou regional para manter-se.

VIII. O desafio paraeste ano

Congregação Metodista nobairro da Promessa em Vitóriada Conquista/BA.

Há sete anos um lar abriusuas portas para os/as meto-distas. O povo convertido com-prou um terreno, com umacasa que servia como templo.Mas o local ficou pequeno. Ven-deu-se aquele e comprou-se umterreno maior. O templo estáquase pronto - também lindo eacolhedor. E pessoas se conver-tendo. Para que essa Igreja nãodependa mais de recurso regio-nal ou nacional, só lhe falta aresidência para o/a obreiro/a.Comprando a casa pastoral con-solidamos de vez, esta comuni-dade. Daí para frente, o recur-so de que dispõe será investido,todo ele, na expansãomissionária. Assim, no ano de2010, teremos mais uma igrejaque se mantém com seus pró-prios recursos.

ConclusãoA sua oferta missionária é

boa semente, que tem crescidoe produzido fruto.

Convidamos você a confe-rir, visitando-nos. Se puderestar conosco, trazendo pesso-almente a oferta missionária,entre em contato.

Sede RegionalRua Desembargador Góes Ca-valcante, 331 - Parnamirim -Recife - PEFone: (81)3202-3050

Em Cristo, testemunhando aGraça e fazendo discípulos/as.

Abril 20094 Oficial

O Acordo feito no dia 13 de novembro de 2008 entre a Repú-blica Federativa do Brasil e a Santa Sé (Igreja Católica) tem ge-rado muitas discussões na imprensa. Teme-se que o acordo, fir-mado para estabelecer, entre o governo brasileiro e a IgrejaCatólica, direitos e obrigações mútuas, represente uma ameaça àlaicidade e autonomia do Estado Brasileiro. Para este acordo terplena validade ele tem de ser aprovado pelo Congres-so Nacional (Senado Federal e Câmara dos Deputados). Por isso,a Igreja Metodista vem se manifestar sobre este tema, medianteum Pronunciamento do Colégio Episcopal.

Declaração do Colégio Episcopalda Igreja Metodista

O Colégio Episcopal vem a público expor o seuposicionamento em face dos termos do Acordo entre a RepúblicaFederativa do Brasil e a Santa Sé, relativo ao Estatuto Jurídicoda Igreja Católica no Brasil firmado no último dia 13 de novembropelo Ministro do Exterior do Vaticano, Dom Dominique Mamberto,e pelo Chanceler Celso Amorim. Este ato foi firmado durante avisita do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Papa Bento 16.

Considerando-se os termos do Acordo:

Pronunciamento do Colégio Episcopal acerca do Acordo entrea República Federativa do Brasil e a Santa Sé relativo ao

Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasila) Reafirmamos o direito da liberdade religiosa como um dos

pilares indispensáveis de uma sociedade democrática e, nesse sen-tido, uma das conquistas determinantes da democracia brasileira.

b) Proclamamos a importância constitucional do Estado Laico, ouseja, levando-se em consideração a liberdade de escolha religiosa.Igualmente, defendemos a separação entre o Estado e a Igreja.

c) Entendemos que o Acordo entre a República Federativa do Brasile a Santa Sé fere os preceitos Constitucionais diante de seu Art. 19da Constituição Brasileira de 1988.

d) Apelamos ao Senado Brasileiro a não aprovação do presenteacordo entre Santa Sé e República Brasileira, a fim de garantir ospreceitos Constitucionais.

e) Por fim, declaramos, enquanto Igreja Metodista, nossocompromisso com a vida manifestada em Jesus Cristo, em termosde justiça, paz, solidariedade, cidadania e tolerância.

Aproveitamos a oportunidade, para intercedermos em favor detodo povo de Deus a fim de que se promova um discipulado trans-formador, à luz do Evangelho de Cristo e das demandas do Reino.

São Paulo, 4 de março de 2009.

Bispo João Carlos Lopes.Presidente do Colégio Episcopal.

Faculdade de Teologia comemora 120 anos e homenageia ICPNas novas de-

pendências doEdifício Ômega daFaculdade de Teo-logia da Universi-dade Metodistade São Paulo,inauguradas nodia 13 de março,três painéis emgrafiato contam ahistória da presen-ça social meto-dista no Brasil.Um deles é dedi-cado ao Credo So-cial, com destaquepara o missioná-rio Hugh ClarenceTucker, fundador do centenário Instituto Central do Povo, primeirainstituição social fundada no país e que atende, até os dias dehoje, a população carente do Morro da Providência, Rio de Janei-

O Colégio Episcopal convoca os/as candidatos/as à OrdemPresbiteral para realização de Exame para Ingresso na OrdemPresbiteral, que será realizado no dia 21 de setembro de 2009, das14h00 às 18h00, no local estabelecido pela Comissão MinisterialRegional. Esta exigência contempla os artigos canônicos 26, itemV, 63, item XIII e 101 § 3º, o Regulamento da Ordem Presbiterale o Regulamento do Exame da Ordem Presbiteral.

Edital de ConvocaçãoExame para ingresso na Ordem Presbiteral - 2009

As informações complementares estarão à disposição dos/dascandidatos/as no site da Área Geral da Igreja Metodista

(www.metodista.org.br<http://www.metodista.org.br/> ),

nas Comissões Ministeriais Regionais, nas Sedes Regionais e nasinstituições teológicas da igreja a partir do dia 10 do corrente.

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ro. Outro paineldestaca o Planopara Vida e Mis-são da IgrejaMetodista, comimagens de lide-ranças metodistasf u n d a m e n t a i spara o estabeleci-mento das diretri-zes sociais daIgreja Metodista,como Bispo ScillaFranco e bispoIsac Aço. Tambémreceberam umahomenagem espe-cial os pastoresDerly Chaves,

Duncan Reily e o bispo Almir dos Santos, nomes que compõem ahistória dos 120 anos de Educação Teológica Metodista, tema doterceiro painel histórico do novo prédio.

Abril 2009 5Pela Seara

Nos dias 14 e 15 de fevereiro aconteceu na Sede Nacional daIgreja Metodista, em São Paulo, a reunião do Departamento Na-cional de Trabalho com Crianças, DNTC, com as coordenadoras re-gionais. Foram dois dias marcados por muito trabalho e tambémmuita alegria, criatividade e, sobretudo, louvor a Deus que temfeito grandes maravilhas na vida das coordenadoras e no trabalhocom as crianças nas regiões.

O tema 2009 do DNTC – “A aventura de caminhar com Cristo”– foi orientador nas devocionais, trazendo à memória as criançasde cada canto do país. Na primeira devocional de acolhida, a equi-pe recebeu o desenho de um pé simbolizando os passos a seremdados durante este ano. Então, cada coordenadora expressou comosonha a caminhada com as crianças. Um caminho com possibilida-des, esperança, percepção, ensino, sensibilidade, capacidade,tranquilidade e bem. E ainda neste caminho também a responsa-bilidade de construir, desconstruir e influenciar mais pessoas. Par-

A aventura de caminhar com CristoEste é o tema do Departamento Nacional de Trabalho com Crianças para o ano de 2009.

ticiparam da reunião a revda Joana D´Arc, Secretária da Vida eMissão da Igreja, Revda Renilda Martins, coordenadora do Educa-ção Cristã (CONEC) e Revda Rute Bertoldo Vieira Moraes, Coorde-nadora Nacional da Escola Dominical.

Congresso 2010

O Congresso Nacional comCrianças que acontecerá nos dias13, 14, 15 e 16 de fevereiro de2010, em São Paulo deverá teruma representação de cinco cri-anças por região. O objetivo éouvir as crianças sobre como es-tão vivenciando os espaços nasigrejas e proporcionar um entro-samento e troca de conhecimen-tos e experiências entre as crian-ças das regiões. O encontrooferecerá oficinas, teatro e ain-da momentos para composição,criação e muitas surpresas. Paraescolha das crianças as regiõesseguirão as orientações que serão divulgadas pelas coordenadorasregionais a partir de maio. Será um momento importante e con-tamos com o apoio e as orações das igrejas.

Elci Lima – Coordenadora Nacional de Trabalho comCrianças [email protected] Metodista

Telefones:(11) 2605-7341/9627-0565

“Ensina a criança no caminho emque deve andar”...Os chinelinhosconfeccionados pelas participantesdo encontro: lembrança simbólica eótima idéia para a Escola Bíblica deFérias deste ano.

Entre fevereiro e março deste ano, a Igreja Metodista no Brasilteve o privilégio de receber três irmãos da terra natal do metodismo:o reverendo Thomas Quenet, secretário para a América Latina e oCaribe da Igreja Metodista na Grã Bretanha; o Rev. David Gamble,recém-eleito presidente da Igreja Metodista na Grã Bretanha e suaesposa Elizabeth. O Rev. David Gamble foi eleito em julho de 2008e assume a presidência da Igreja apenas em julho de 2009. Como écostume na Igreja da Inglaterra, ele está dedicando este ano a co-nhecer as igrejas, tanto as de seu país quanto igrejas do exterior,para aprofundar as relações de parceria e irmandade.

Em São Paulo, nossos irmãos ingleses visitaram várias igrejaslocais, a Faculdade de Teologia e a Sede Nacional. O reverendoDavid Gamble, em sua primeira visita ao Brasil, surpreendeu-secom o contraste entre riqueza e pobreza na cidade de São Paulo,mas ficou encantado com a recepção calorosa que recebeu noslugares que visitou. “Chamou-me a atenção a generosidade e aexpressão de alegria em vários lugares surpreendentes, como nasfavelas, por exemplo. Nas igrejas, fomos recebidos como se fôs-semos mais que irmãos”, disse ele. Quando perguntado sobre oque a Igreja Metodista na Inglaterra poderia ensinar aos seus irmãose irmãs brasileiros, o reverendo Gamble disse que precisa “ouvir,antes de pretender ensinar”: “Talvez precisemos aprender nova-mente a alegria, a vitalidade e a energia que vi no último domingona Igreja Metodista em Jardim Bonfiglioli”(São Paulo), disse ele.

Thomas Quenet destacou um fato curioso: “depois de mais detrês semanas aqui no Brasil, hoje pela primeira vez ouço a pala-vra crise”. Num momento em que os EUA e os países europeusressentem-se do impacto da crise econômica, o povo brasileiroparece já acostumado a lidar com situações de crise, constatou opastor. Para Thomas esta já é a terceira visita. Ele veio fazer umcurso intensivo de português, uma vez que já domina o espanhol,como secretário América Latina e o Caribe. Está empenhado em

Irmãos da terra de WesleyConhecem Igrejas Metodistas no Brasil e estreitam relações de parcerias

aprender nosso idioma para fortalecer os laços de união que járesultaram no envio de um missionário brasileiro para a Inglater-ra: o pastor Oséias da Silva, sua esposa, a pastora Jane e o filhoJúnior estão na cidade inglesa de Tewkesbury desde 2006.

Thomas fala sobre a convivência com um missionário brasilei-ro contando uma história. “O pastor Oséias chegou em julho emTewkesbury. Em setembro, começou a chover. Choveu muitas se-manas, as águas subiram e inundaram quase toda a cidade. Acasa do pastor Oséias ficava numa das poucas ruas que aindaestava a salvo da água. O que ele fez? Por instinto e cuidadopastoral, ele pegou o carro, foi ao supermercado, comprou garra-fas de água potável e começou a distribuir para pessoas da igrejae da comunidade. Ele não perguntou a ninguém o que fazer. Elesabia que era parte da missão da Igreja. Essa foi a nossa expe-riência de ter um excelente pastor. Recebemos o melhor que po-díamos. Damos graças a Deus por isso”, testemunha.

A animada equipe do DNTC: esforço de todas as regiões para fazer um belo tra-balho envolvendo as crianças.

Igreja de Vila Rica no Jardim Tango em São Paulo. Da esquerda para a direi-ta: Evangelista Sérgio Roberto de Souza; Pra. Joana D´Arc Meireles; Pra SuelyJerep Smarzaro; Alexandre Pupo Quintino; Elizabeth Gamble; David Gamble(presidente da Ig. da Inglaterra) Thomas Quenet (Secretário de Missões paraAmérica Latina e Caribe) e Luciana Escobar.

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Abril 20096 Pela Seara

A Terceira Região Eclesiástica da Igreja Metodista está concre-tizando um projeto pioneiro: o Espaço Metodista 24 horas. Loca-lizado bem no centro da cidade de São Paulo – rua Major Diogo,285, Bela Vista – o prédio com três andares e um salão para 500pessoas foi concebido para ser um espaço de convivência e even-tos que atenda às necessidades de uma cidade que não dorme.Foi assim que o Bispo Adriel de Souza Maia apresentou o local paraos(as) convidados(as) a conhecer as novas instalações – cerca de100 pessoas, entre integrantes do Colégio Eleitoral e liderançasmetodistas leigas e clérigas.

“É uma iniciativa ousada”, reconhece o bispo. “Este vai serum espaço construído a partir das necessidades da comunidade”.Ele explica que o Espaço Metodista 24 é multiuso: pode receber

Uma igreja para a cidade que não dormevigílias de igrejas, reuniões, projetos sociais, atendimento pas-toral. Quem vai decidir é a própria comunidade. Por isso, o pri-meiro passo será fazer uma pesquisa na vizinhança para definircomo a Igreja Metodista pode intervir naquela região da cidade.Outra iniciativa da Sede Regional será lançar um concurso de“idéias”: as cinco melhores idéias direcionadas à utilização doEspaço Metodista 24 horas receberão um prêmio e todas as boassugestões com vistas à missão irão compor um “Banco de Idéi-as”. Afinal, o voluntariado é considerado peça-chave para o suces-so do projeto: além de pastores e pastoras, uma escala devoluntários(as) garantirá que o Espaço Metodista fique de portasabertas 24 horas.

O prédio onde funcionará este projeto pioneiro foi cedido pelaIgreja Metodista Coreana, cujosmembros hoje congregam nobairro da Luz. Por isso, entre aspalavras proferidas pelo BispoJoão Carlos Lopes, um especialagradecimento foi feito aos ir-mãos e irmãs coreanos. Congra-tulando a Terceira Região pelainiciativa, o Bispo presidentelembrou que a Igreja não deveapenas esperar que pessoas ve-nham até ela, mas tem o com-promisso de ir em busca daque-les que dela precisam.

Espaço para 500 pessoas comiluminação especial e telão.

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Abril 2009 7Pela Seara

Há 61 anos na cidade de Anápolis, Goiás, com uma congrega-ção estabelecida e caminhando para a emancipação, a IgrejaMetodista nunca foi tão divulgada quanto agora! Desde fevereirode 2008, através do “Projeto Mostrando a Cara”, idealizado pelaevangelista Gabriela Albertin, finalmente a cidade de Anápolispassou a conhecer a Igreja Metodista como uma “ComunidadeMissionária a Serviço do Povo”. O Projeto oferece cursos gratuitosà comunidade e, nesse ano de 2009, começamos uma série depalestras informativas nas áreas de psicologia, saúde, família edireito civil, que vão ao encontro das necessidades da população.Em 2008 oferecemos cursos de culinária e artesanato apenas naCongregação, mas agora a Igreja Central também já está a todovapor, com o início do curso de “Doces Cristalizados” e a Palestrasobre o “Compromisso da Igreja com a Criança e o seu Desenvol-vimento”, que aconteceu no dia 28 de fevereiro. Muitas pessoasdesconheciam a nossa denominação e elogiaram nossa iniciativade “mostrar a nossa cara”! Isso é “Testemunhar a Graça!”.

Informou: Gabriela Albertin - Evangelista e Acadêmica do CTP

Igreja Metodista emAnápolis “mostra a cara”

O curso de culinária da Igreja em Anápolis: capacitação oferecida a mulhe-res e homens

Com o lema “Rumo certo, escolha feita”, a Igreja Metodistaem Rudge Ramos (São Bernardo do Campo/SP, 3ª Região) abordouo programa de discipulado durante acampamento realizado no fe-riado de carnaval. Aproximadamente 150 pessoas participaram doencontro, ocorrido entre os dias 20 e 24 de fevereiro em RibeirãoPires (região metropolitana de São Paulo)

Os estudos direcionados sobre o tema foram levados aosacampantes pelos reverendos Jonadab Almeida (6ª Região), MarcosMunhoz da Costa (igreja local), Nicanor Lopes (5ª Região) e pelobispo Paulo Ayres Mattos. Também esta-va presente a pastora Thelma do Nasci-mento, da igreja local. “As palestrasforam importantes para dar consistênciaao programa de discipulado que preten-demos proporcionar a toda a igreja lo-cal”, avaliou o pastor Marcos. Outrosmomentos marcantes do acampamentoforam o batismo e profissão de fé doirmão Thyago Oliveira e o também tra-dicional “Culto da Fogueira”.

Atividades culturais e recreativastambém colaboraram para a confraterni-zação dos irmãos e irmãs do Rudge. A

Acampamento com discipuladoIgreja Metodista em Rudge Ramos reuniu cerca de 150 pessoas em Ribeirão Pires (SP)

“Retomar la Reconstrucción de esta Pastoral de Negritud es unmandato de la Asamblea de Buenos Aires” Com esta frase o Pre-sidente do CLAI, Bispo Julio Ernesto Murray, iniciou a reunião doGrupo referente do CLAI com representantes da América Latina eCaribe dando as boas vindas para a reconstrução da Pastoral deNegritude do CLAI, até então, uma iniciativa da Região do Brasil.

Estiveram reunidos em São Paulo nos dias 24 e 25 de janeirode 2009 oito pessoas que, são do Grupo de Referência do CLAIpara retomar a construção desta pastoral: Ashley Hodson (IgrejaMorávia – Nicarágua), Darli Alves (IPIB/ Secretário Executivo doCLAI/Região Brasil), Diná da Silva Branchini (Coordenadora doMinistério de Ações Afirmativas Afrodescendentes da IgrejaMetodista no Brasil), Hernani Silva (Igreja Pentecostal “O Brasilpara Cristo” e Secretário Executivo da CENACORA), Bispo JulioErnesto Murray (Igreja Episcopal Anglicana do Panamá e Presiden-te do CLAI), Marilia Schüller (Igreja Metodista e Koinonia PresençaEcumênica e Serviço, Romer Portillo (Igreja Pentecostal daVenezuela e Diretor da Escuela Ecumênica y de InvestigacionRamon Castillo) e Vera Maria Roberto (IPIB).

Texto e foto: Revista Nuevo Siglo http://claibrasil.org.br

Pastoral de Negritude emreconstrução no CLAI

tradicional gincana teve a equipe Azul como vencedora, e a “Noitedos Talentos” brindou os acampantes com apresentações musicais,cênicas e danças. “O convívio foi gostoso entre gerações diferen-tes. Visivelmente podíamos verificar as faixas etárias presentesem um ambiente que oferecia espaço para todos desde as pales-tras até as atividades lúdicas”, disse o pastor Marcos.

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O segredo messiânico é um dos pontos centrais do Evangelhode Marcos. Gostaria de contar-lhes um segredo, mas para issoprecisam acompanhar com a razão e o coração. Saber esse segre-do não é tirar vantagens sobre outras pessoas. Para saber esse se-gredo é preciso saber ouvir e guardar bem essas palavras. É umsegredo diferente, pois depois de revelado, pode ser contado paraas pessoas. Esse segredo está relacionado ao nosso compromissocom Cristo. E gostaria de compartilhar três dimensões desse se-gredo no texto de Marcos 8.31-38.

Pensar as coisas deDeus

O texto inicia com os des-dobramentos da confissão dePedro sobre quem era Jesus.Após a confissão de Pedro, Je-sus começa a discorrer sobreos acontecimentos quepermeariam sua vida. EmboraPedro houvesse confessado queJesus era o Cristo, não aceitouo fato de Jesus relevar tudo oque iria acontecer com ele, ouseja, seu sofrimento. Nessesentido, Jesus o chama de Sa-tanás (adversário), pois a com-preensão dele ainda não alcan-çou o patamar dospensamentos divinos. Ou seja,Jesus explicita que a expectati-va de Pedro era que o Messias viesse com um arsenal que demons-trasse seu poderio sobre o Império. O Messias de Pedro é feitosob “medida” para sua vontade, à sua imagem e semelhança,seus interesses e caprichos, como nos lembra José Bortolini nolivro “O evangelho de Marcos: para uma catequese com adultos”(Editora Paulus, 2003, p.169). Esse Messias retratado desta formaé “pensar as coisas dos homens” (Mc 8.33) e não de Deus. Háuma ligação estreita entre a dificuldade que os discípulos têmpara saber quem e como é o Messias com a cura do cego emBetsaida (Mc 8.24-25). Os discípulos não conseguem ver de formanítida o Messias.

Tomar a cruz

O Evangelho de Marcos faz um convite para o significado deseguir a Cristo e suas conseqüências. Num contexto desafiador, oconvite de seguir a Cristo é também comprometer-se com osvalores do Reino não encontrados na proposta do Império da épo-ca onde as exclusões são bem conhecidas por todos nós.

Cremos na ressurreição!Tomar a cruz é assumir um corajoso compromisso com a Vida

Tomar a cruz é assumir um profundo compromisso com Cristoem que uma das conseqüências pode ser a morte. A cruz é o sím-bolo dos condenados à pior pena existente da época. Tomar a cruzé compreender que a proposta de mudanças advindas de Cristonão começa com violência, preconceito, exclusão social, de gêne-ro, dos doentes, violência, embora no grupo dos discípulos exis-tissem pessoas ligadas aos movimentos cuja força eram as ar-mas. Os discípulos não haviam compreendido ainda o sentido damissão de Cristo. Por isso que, negar a si mesmo é negar as es-

truturas que mantinham a“vida” naquela época, negar oconforto advindo do império. Acruz é o risco de assumir ocompromisso com a vida noolhar de Cristo. Assumir a cruz équestionar as estruturas queproduzem a morte, é uma rup-tura com as estruturas de con-forto e segurança. Assumir acruz é estabelecer relacionamen-tos de solidariedade e partilhanum mundo individualista e coma lógica da acumulação.

Perder para Salvar

O texto nos apresenta umjogo de palavras entre salvar eperder. A morte física é umapossibilidade para quem assumeo compromisso com o Reino de

Deus, como já mencionado. Há a possibilidade de morte violentano seguimento a Jesus. Portanto seguir a Cristo é um risco queenvolve a vida que não é a proposta pelo “reino dos homens”.Portanto, em Cristo temos uma nova cidadania. Essa cidadaniaé inclusiva. Coloca em questionamento também que a vida nãoé sinônimo de posse, mas de desprendimento. O jogo de pala-vras expresso no texto vincula a lógica do ganhar e perder noReino de Deus. Ganhamos quando repartimos e nos doamos aooutro. Perdemos quando acumulamos em nós mesmos a riquezado Reino, quando os valores que acumulamos são terrenos: co-biça, violência, preconceito. Perder está ligado diretamente aonegar a si mesmo que já mencionamos anteriormente. Perder asestruturas de morte e salvar as estruturas de vida. Assim a con-fissão de Pedro deve ser revisitada: deve compor a tríade apaixão-morte-ressurreição. Por meio de Cristo, Deus quer procla-mar a trazer justiça, paz e assim seu Reino.

Revda Blanches de Paula (sermão proferido em culto naFaculdade de Teologia, no dia 11 de março de 2009).

Nos testemunhos a seguir, conheça histórias de irmãos e irmãs que, seguindo a Cristo,transformaram estruturas de morte em esperança de vida.

Uma nova vida em Jesus

Nasci em Minas, sou filho de uma professora e costureira que,não sei como, trabalhava três turnos e costurava de madrugada.Infância feliz, mesmo no início das drogas eu lia muito e quandonão tínhamos um livro, lia até bula de remédio, direto na quími-ca; os distúrbios de sono de mamãe me atiçavam a curiosidade,fui ler a bula, proibia bebida alcoólica... Eis o começo.

Mais tarde, quando as doses, mesmo aumentadas diariamente,não resolviam, procurei drogas novas, pessoas novas e um novoe complicado mundo. Só um viciado é capaz de descrever a faltada droga, eu escrevi tempos atrás que, se acorrentarmos um vi-ciado e deixarmos a droga por perto, ele sacrificará o resto dosdentes roendo. Chega uma hora que droga perde a graça, viciadonão sente prazer com drogas, ele sofre sem elas e assim usa dro-gas, a qualquer preço.

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Não há um dia certo pra começar no crime... meu dia foi apósuma surra terrível, sem motivos, aplicada por conhecidos. Nohospital, conheci o homem que me ofereceu vingança, topei nahora, mesmo sabendo que jamais sairia da gangue; aprendi váriasfunções, desde cão de guarda a cobrador, e tudo que fosse neces-sário e que outro não quisesse fazer. Minha vida foi então viradaao avesso. Um dia, aceitei um convite pra assistir a um culto doscrentes (Apocalipse 3.20: “Eis que estou à porta e bato...”)

Então, deixei drogas, gangue, armas e fui morar em outracidade. Mas era conhecido, apanhei de polícia e até de gente queapanhava de mim antes de Jesus, me mudavam de lugar, fiquei narua, até numa igreja eu morei; perambulei por aí.

Belo Horizonte, 1985. Eu trabalhava como cinegrafista e davatestemunho em igrejas e escolas. Neste tempo, gente como euera chamada de ralé do céu pelos crentes de nascença... Eu estavadeprimido, minha sensação era de ter entendido errado, tenteidesistir, era infeliz, mais que antes de Jesus, não queria voltar aser ladrão nem cão de guarda e pra ser crente eu não servia...Mas, numa segunda-feira, descendo uma rua no centro li: “Venhaorar conosco”. Na agonia eu entrei, sentei bem atrás, genteorando; eu só consegui chorar, amargo, desesperado, lembrando

o dia em que aceitei Jesus.Sem tempo pra fugir,

umas pessoas se aproxima-ram, uma jovem sentou dolado e foi tão gente boaque eu quase esqueci quemeu era, “ralé do céu”. Des-cansei, parecia meninochegando em casa depoisda escola, seguro. LúciaEstela, amiga até hoje,Rodrigo da Ivana, o Jonaseu conheci em seguida.

Ninguém foi mais feliz que eu.Frequentei a casa do Paulo e da Lúcia, da família Bonfatti e fui

professor de Escola Dominical, reeditei o livro “Um Grito no Escu-ro” e daí, fui para o seminário. Mas começou a queda: passei a es-colher em qual igreja pregaria, namorava uma moça crente, mastambém tinha uma incrédula (que nunca levei à igreja), entrei pra“fraternidade do choppinho sem remorso” e em muito pouco tempoo seminário, a igreja na periferia, os empregos, o noivado, tudovirou fumaça. Meses, tempo suficiente pra voltar às ruas, semtrabalho fui “manguear” em frente ao SUS Campos Salles, local ondese distribui sopa, onde eu havia evangelizado e de onde havia ti-rado vários mendigos: era mendigo onde fora missionário. Ninguémfoi mais infeliz que eu. Cadeia, pneumonia, derrame de pleura,surras, chão gelado, e quando agonizava ficava na esquina tentan-do ouvir um pedaço de hino na Central. Até o dia em que voltei praigreja, enfermo. Muitos ajudaram, mas ajuda mesmo foi o rev.Edson e Paulo Costa me mandarem pra Missão Vida. Foi aqui, semglamour nem holofotes, que Deus tratou comigo, conheci profunda-mente o amor e a mão de Deus, amém! É meu quarto ano, souobreiro de triagem, estudo, namoro, sirvo e sou feliz. A MissãoVida é o mais antigo e maior centro de recuperação de mendigosdo país, 25 anos, 353 vagas em regime de internato, tudo gratuitoe de excelente qualidade.

Eu, que passei tantas noites roubando e surrando mendigos,hoje gasto meus dias e noites servindo a estes pequeninos comoquem serve ao Senhor.

Uma nova igreja em Jesus

Individualismo e indiferença podem sufocar e matar o amor,mesmo entre irmãos. Mas a Igreja Metodista Central de Campinasresolveu não se conformar com esta situação e lançou um projetopara manter vivo o amor fraternal: “Irmão ajuda irmão” é oprojeto que motiva a participação de voluntários(as) para a pres-tação de serviços na comunidade de fé.

“A idéia está tendo boa aceitação”, disse o pastor SamirBorges da Silva, em entrevista à Agência Latino Americana eCaribenha de Notícias, que destacou a iniciativa. Mais de 40

pessoas já se cadastraram para atender e cuidar de crianças,ajudar idosos, fazer compras para pessoas incapacitadas,acompanhar pessoas a médicos e farmácias. “Até na mudançade família de uma residência a outra já tivemos ajuda”, come-mora o pastor.

A congregação metodista de Campinas reúne em torno de 400famílias. Profissionais liberais, como médicos, dentistas, advoga-dos, psicólogos, aderiram à proposta e disponibilizam algumashoras por mês para o atendimento gratuito de pessoas com menosrecursos. O projeto “Irmão ajuda irmão” volta-se à ação solidáriaentre os metodistas. Para a comunidade em geral, explicou opastor, a igreja mantém a Associação Beneficente Campineira(ABC), que dispõe de farmácia, creche e salas para a realizaçãode cursos profissionalizantes. (fonte: www.alcnoticias.org)

Uma nova sociedade em Jesus

Morte, tristeza e desespero inundaram a ilha de SantaCatarina no final do ano passado. Mas a solidariedade e a fé temdado forças aos (às) catarinenses para que voltem à vida, comesperança no futuro. A Igreja tem sido apoio neste momento.

Durante o período do Carnaval jovens voluntários, membrosda Igreja Metodista Central em São José dos Campos/SP, uniram-se a outros grupos evangélicos na Rede SOS Global, e rumaramem direção ao estado de Santa Catarina, onde atenderam famí-lias vitimadas pela tragédia das enchentes (que, deixou mais de80.000 pessoas desabrigadas e provocou 132 mortes). O destinomissionário foi a cidade de Ilhota/SC, uma das cidades mais atin-gidas naquele território. Esse ato social de solidariedade, constan-te nos meios metodistas, em prol e por amor ao próximo, foiregistrado e divulgado pela imprensa. Também a emissora TVGlobo esteve presente e gravou alguns momentos da missão,apresentando em seguida no Jornal Nacional que foi ao ar no dia24 de março.

A Rede SOS Global une pessoas, igrejas e missões para aten-dimento em situações de catástrofes, tendo atuado no Tsunami,enchentes de Bangladesh, terremotos em Nias e Jogjakarta, vul-cão Merapi em Yogyakarta, pós-guerra em Timor Leste, enchentesno Piauí, tufão Niargis em Myanmar e, agora, em Ilhota, SantaCatarina. Todos as pessoas que participaram desse ato de solida-riedade e amor continuam dando relevantes testemunhos em suasigrejas, ainda muito impactadas pelo que viram, realizaram epela importância da missão que sensibilizou muitas vidas atravésdo Espírito Santo de Deus, renovando-as e fortalecendo aindamais esse incomensurável amor cristão.

O(as) irmão(a)s que quiserem rever o vídeo divulgado pelaemissora de TV, podem acessar o endereço eletrônico: http://www.youtube.com/watch?v=oqhc-4dZVqQ

Informou: Ministério de Comunicação da IgrejaMetodista em São José dos Campos

Carlos Eduardo de Assumpção – Coordenador

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Abril 200910 Missões

Jovens em MissãoDelegação de 12 jovens do Brasil participa de encontro do CIEMAL na Argentina

Como cantar em terra estranha*

Foram buscar alguns do seu povopara fazer uma apresentação na cidadegrande. E seus farrapos foram substituídospor roupas novas, sua ração de mandiocapor churrasco e seus artelhos, feridos,aprisionados num incômodo sapato novo.Pediram-lhe que trouxesse roupa a caráter,pois queriam uma apresentação folclórica.Os néscios chamavam de folclore aquiloque para eles era coisa séria, pois cadapasso, cada gemido tem um significado.Mas pobre, impotente, dominado, que po-dia fazer? Cedeu e trouxe seus arremedosde adornos feitos com tampinhas de garra-fas, nylon e penas de aves domésticas maltingidas. Com o rosto pintado por guacheao invés de urucum sagrado, sob aplausosentrava no meio de um círculo, palco im-provisado num grotesco espetáculo tragicô-mico do aviltamento de uma raça.

De 5 a 13 de fevereiro de 2009 cerca de60 jovens metodistas da região do Cone Sul(Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai)participaram do Programa Jovem em Missãodo CIEMAL (Conselho de Igrejas EvangélicasMetodistas de América Latina e Caribe), nacidade de Rosário. Durante os dias do Pro-grama Jovem em Missão, aconteceu primei-ramente um tempo de integração ecapacitação, com palestras relacionadas àprática missionária, e temas como missãointegral, discipulado e evangelização. De-pois, o grupo se dividiu em três para uma in-tensa prática missionária em três localidadesdiferentes da cidade de Rosário. Acontece-ram atividades para mais de 100 crianças,um número incontável de adultos foram al-cançados e mais de 4.000 folhetos deevangelismo distribuídos. Houve tambémvisitação de casa em casa, pregações ao arlivre, teatros e danças.

Para Joyce Camargo, secretária da Fe-deração de Jovens da 2ª Região, a realiza-ção do trabalho evangelístico em outro paíse língua impacta a vida de quem participatambém. “Deus tocou muito meu coraçãopor servi-Lo em outro país, foi uma experi-ência de despertar o chamado de Deus paraas nossas vidas, de compartilharmos a Sal-vação a todos os que necessitam”, afirma.Para Gustavo Ali, jovem da Bolívia que é ocoordenador continental do Programa Jovensem Missão, este encontro marcará a vidade cada participante como um tempo de re-novação e mudança: “sabemos que a histó-ria se faz hoje na vida de nossas igrejas,por isso declaramos que essa juventude é opresente da Igreja Metodista e caminhamosde mãos dadas como povo metodista, sendotestemunho vivo da graça de Deus e luzpara as nações”.

Sinval Filho, presidente da FederaçãoMetodista de Jovens na 3ª região.

Meio sem jeito ele ensaiou passos. Opovo ria de seu embaraço e do riso passa-ram à zombaria e logo vieram as vaias.Então, de repente, estacou no centro vi-brando a lança de brinquedo que trazia namão, o povo emudeceu e começaram a ar-razoar. Teria o índio manso de repente vi-rado selvagem? Mas, calmo como a sereni-dade dos fortes, seguro como tem averdade, tirou sua triste fantasia e, comvoz altiva que até os surdos podiam ouvir,disse que ia dizer algo que tinha acontecidocom ele e seu povo, e com voz pausada ebem audível começou a declarar: “Nas cal-çadas de suas ruas tenho chorado lembrandode minha terra, do tempo que ela era minha,e em seus postes tenho pendurado minhasflautas, vocês nos fizeram dependentes eainda pedem canções e danças. Vocês nosoprimem e pedem que sejamos alegres e

têm a audácia de me pedir uma dança domeu povo. Como posso dançar ou cantaruma canção de meu povo se sou estrangei-ro em minha própria terra.... Ah! se eu tro-car a maior alegria da cidade por minhamata... Que eu me seque como uma árvoredo castelo atingida pelo raio...”

E enquanto falava de punhos cerra-dos dirigia imprecações contra seusagressores, e a roda foi se desfazendo. Emsilencio ele quedou só. Quando levantou osolhos restava só o motorista do jipe quecom o motor em marcha tocava a buzinachamando-o para levá-lo de volta à aldeia.

Eu fique pensando ter lido algo seme-lhante em algum lugar e pensei que poderiase o Salmo 137. (Nossa canção em Sião)

*Bispo Scilla Franco – Publicado na integrano boletim do GTME, setembro de 1982, e no

livro MINHA PRECE, p.67/68.Colaboração: Missão Tapeporã.

Participantes do Programa Jovens em Missão. A delegação brasileira foi composta por: Camila Braz daSilva(1ª); Edvandro Damasceno (1ª), Joyce Camargo (2ª), Sinval Filho (3ª), Eliseu Peroni Ribeiro do Vale(4ª), Mara Marques da Silva (5ª), Renata Moura Aguiar de Souza (5ª), Leandro Ferreira (6ª), LucasFerreira da Silva (5ª), Lucélia Fabrício Pinheiro (CMJ), Raquel Boeghat de Moura Carvalho (1ª), JúlioCesar Guimarães (1ª)

Testemunho missionárioSinto-me uma pessoa privilegiada por ter tido essa oportunidade de participar

do Jovem em missão 2009. Foram dias especiais e inesquecíveis. Éramos aproxi-madamente 40 a 50 jovens do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile; a dele-gação brasileira era composta por 12 jovens. A língua não foi barreira para nossacomunicação, acredito que nossa linguagem era a do amor, e por isso pudemospartilhar nossa fé, nossa cultura, nossa vida. Nos dias que realizamos o trabalhomissionário, a noite tínhamos um tempo de partilha e era muito bonito ouvir as di-versas experiências que os jovens haviam vivenciado naquele dia de trabalho.Acredito que o objetivo do Ciemal foi atingido que é buscar consolidar a unidadedo metodismo na América Latina e no Caribe, fortalecendo a identidade Wesleyanae a vocação missionária.

Lucélia Fabrício PinheiroAssessora financeira da Federação de Jovens

1ªRE e da Confederação de Jovens

Uma reflexão sobre o Dia do Índio - 19 de Abril

Divulgação do Ciemal

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Abril 2009 11Missões

Já fizemos aquina Davis MemorialUnited MethodistChurch campa-nhas de oraçãosobre as questõesi m i g r a t ó r i a s .Agora estamosprogramando vi-gílias. Essa inici-ativa se deu após

um workshop do qual fui convidada a parti-cipar nos dias 4 a 7 de Fevereiro, na capi-tal, em Washington DC. A Igreja MetodistaUnida tem um prédio ao lado oeste da CasaBranca; é o único prédio não governamentaldaquela área. Foi um excelente encontroque resultou numa visita ao Congresso Ame-ricano. Visitei, juntamente com mais oitohispanos, o gabinete da CongressistaNydia Velázquez, que é a representante doshispanos no congresso. Lá nos encontramoscom o representante dela para assuntosde imigração, Max Trujillo, e foi um encon-tro marcante. Fizemos três perguntas dire-tas a eles: 1. Feita por um pastor hispano -

O acolhimento aos imigrantesPastora Lourdes fala sobre os desafios de seu ministério nos Estados Unidos

e o trabalho na igreja Davis Memorial

A deportação tem dividido famîlia inteiras.Pais separados de seus filhos, esposas,amigos etc. Um pedido emocionado de“Stop deportation now” (“pare a deportaçãoagora”) foi o clamor desta pergunta. 2.Feita por um jovem hispano - Os milhõesde jovens imigrantes que concluem o cole-gial e sonham com um futuro sufocadopelo não direito ao College ou Universidadepor conta do status imigratório. Como resol-ver este problema? 3. Feita por mim - Eudisse que sou pastora brasileira que, junta-mente com os milhões de imigrantes so-frem com a política imigratória sem condi-ção de locomoção por causa da carteira demotorista que está cada vez mais inviávelpara tirar. Meu pedido foi para uma Refor-ma Imigratótria Compreensível e Anistia atodos os imigrantes já.

Em sua resposta, o sr Max Trujillo nosdisse que as pessoas vão até o congressopedir cada um pela sua causa, e nos para-benizou porque pela primeira vez fomospedir um todo. Nossos pedidos envolviam,se não todas, mas quase todasas necessidades dos imigrantes.

Foi muito bom e emocionante ter vivi-do essa experiência aqui nos EUA. Eu mesenti útil na luta pela causa dos imigrantes.

Antes de sairmos um último apelo emo-cionado que fizemos foi pela Reforma mi-gratória, que é demorada, mas apelamosque a congressista Nydia Velázquez inter-venha para que acabem com as prisõese deportações já.

Nossa luta é para que haja uma Refor-ma Imigratória o mais rápido possível. Sen-timos que o Presidente Obama tem muito oque fazer nesse país, mas os imigrantes elenão pode deixar de lado porque representammais de 12 milhiões e os hispanos/ latinosnesse país vão chegar a 52% em 2025. Esseé um problema pelo qual ele vai ter que seinteressar e muito em breve.

Oremos por isso. Fiquem na Paz.

Rev Lourdes MagalhãesDavis Memorial United Methodist

Church 405, Harrison Ave. Harrison - NJ,07029 - USATel.: (973) 484 9818,

Mobile: (973) 856 4072

Desde o ano de 1995, a Igreja Metodista as-sumiu este desafio: realizar uma oferta es-pecial, no terceiro domingo do mês de maio,para os projetos missionários da Rema, Re-gião Missionária da Amazônia, e Remne, Re-gião Missionária do Nordeste. As primeirassementes já brotaram e frutificaram. Em2009, as doações coletadas no terceiro do-mingo de maio, dia 17, darão novo impulsoao metodismo do nordeste e norte do país.Em Vitória da Conquista, Bahia, a compra dacasa pastoral consolidará a comunidademetodista rumo à autonomia. No ano de

2010, esperamos uma igreja que se mantémcom seus próprios recursos, investindo naexpansão missionária.

No Marabá, Pará, a Oferta Missionáriaabençoará a Região Missionária da Amazô-nia, REMA, em três Projetos: 45 % do totalda verba destinada irá para a construção dotemplo da igreja em Marabá, no Estado doPará; 10% para o Projeto Três Dias pra Je-sus (em Marabá) e 45 % para a reforma damoradia estudantil dos alunos da Faculdadede Teologia da Igreja Metodista, em PortoVelho, Rondônia.

Campanha Nacional de Oferta Missionária 2009O fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas é sábio. Provérbios 11.30.

Plante a sua boa semente. O crescimento virá do Senhor!

Equipe animada nos Três Dias pra Jesus em Jaru, Rondônia, campanhamissionária realizada no ano passado com o apoio das ofertas enviadas porirmãos e irmãs metodistas de todo o Brasil. Neste ano, a campanha Trêsdias pra Jesus acontecerá em Marabá, Pará, nos dias 9 a 12 de outubro.

Aqui, você vê o pastor Cícero de Freitas e família(a esposa Maria do Amparo e os filhos Isabele eJoão), da Igreja Metodista em João Pessoa,Paraíba. O templo está em fase final de constru-ção, graças à Campanha de Oferta Missionária.

Com as ofertas dos(as) irmãos(ãs), a Igreja Metodista em Guararapes,Pernambuco, adquiriu este templo para mais de 400 pessoas, em frente à esta-ção do metrô.

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Abril 200912 Estudo Bíblico

I. O nome, Páscoa, e seu significado

Na Bíblia Hebraica, a palavra pesah, páscoa, é usada parasignificar,

A. mancar, coxear.B. saltar sobre.C. A vítima do sacrifício, isto é, o cordeiro pascal.Farás o sacrifício da Páscoa (...) Dt 16,2; conforme versos 5 e 6).

II. O uso do verbo pesah, coxear,saltar, na história bíblica

Não há muitas ocorrências no AT e no NT do verbo pesah,porém é muito significativo o seu uso.

A. O verbo pesah com o sentido de coxear, mancar.Então, Elias se chegou a todo povo, e disse: Até quando

coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o;se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu (1Rs 18,21).

B. O verbo pesah com o sentidode saltar.

No relato da Páscoa, o verbopesahé usado com o sentido de sal-tar, para proteger as casas doshebreus, da ação do destruidor.

E Javé passará para ferir osegípcios. E quando vir o sangue so-bre a travessa da porta, e sobreambas ombreiras. E Javé saltará so-bre a porta, e não permitirá ao des-truidor entrar em vossas casas paraferir (Ex 12,23).

E vós dizeis: Esta páscoa é paraJavé que saltou sobre as casas dosfilhos de Israel, no Egito, quando fe-riu os egípcios, e livrou nossas casas.E o povo a ajoelhou-se(Ex 12,27).

E o sangue será para vós por si-nal sobre as casas que estiverdes lá: quando eu vir o sangue, eeu saltarei sobre vós, e não haverá convosco praga pelo destrui-dor, quando eu ferir na terra do Egito (Ex 12,13).

III. Tentando interpretar o sentido doverbo pesah, coxear e saltar

Os profetas, autênticos e incansáveis proclamadores e intérpre-tes da palavra de Deus para o povo usaram esta divergência – coxeare saltar – para aprofundar o sentido da ação salvadora de Deus.

Primeiramente, vamos tomar uma reportagem inserida nahistória de Elias.

Tomaram o novilho que lhes fora dado, preparam-no e invo-caram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio dia, dizendo:Ah! Baal, responde-nos! Porém não havia uma voz que respondes-se; e, manquejando, se movimentavam ao redor do altar quetinham feito (IRs 18,26).

O autor da história de Reis usou o sentido de coxear paraafirmar a presença salvadora e protetora de Deus no confrontocom os profetas de Baal. Ele quer afirmar que os profetas de Baalcoxeiam, mancam, e não encontram a resposta para os seus cla-mores. Ao afirmar isso, o texto bíblico quer assegurar que Javénão manca com os seus seguidores, mas Ele salta para salvar eproteger o povo. A continuação da história atesta esta verdade.

De modo intencional, o deuteronomista sutilmente ridicula-riza os profetas de Baal. Só Javé responde aos pedidos de seusfiéis, e Javé não coxeia e não manca com aqueles que gritam,pedindo sua ajuda.

Em segundo lugar, apesar de parecer que o significado depesah, coxear e saltar, seja divergente, o profeta Isaías soubecomo conciliar o que, até então, era inconciliável: coxear e saltar.

Vamos celebrar a Páscoa! Mas, você sabequal é o significado da palavra Páscoa?

(...) Sede fortes, Não temais! Eis que vosso Deus vem paravingar-vos, trazendo a recompensa divina.Ele vem para vos salvar.Então se abrirão os olhos dos cegos, e os ouvidos dos surdos sedesobstruirão. Então o coxo saltará como o cervo, e a língua domudo cantará canções alegres, porque a água jorrará no desertoe rios da estepe. A terra seca se transformará em brejo, e aterra árida em mananciais de água... (Is 35,4-7).

O profeta Isaías, no propósito de reagir contra qualquer ali-ança com os povos vizinhos, afirma que a proteção de Javé é su-ficiente para o povo de Deus. O profeta aproveita esta aparentedivergência para afirmar o milagre de Javé na história: Ele trans-forma os oprimidos em pessoas libertas; Ele concede forças ao quenão têm nenhum vigor. Assim, Isaías aprofundou mais a noção doverbo pasahcomo saltar para a salvação.

Javé dos Exércitos protegerá Jerusalém,Ele protegerá e libertará,Ele saltará sobre e salvará(Is 31,5).

O profeta Isaías, no propósito de reagir contra qualquer alian-ça com os povos vizinhos, afirma que a proteção de Javé é sufi-

ciente para o povo de Deus. O verbopasah é usado, por Isaías, para ca-racterizar o milagre da proteção, li-bertação e salvação de Javé sobre opovo bíblico, diante da Assíria, amaior potência política do oitavo sé-culo antes de Cristo.

IV. O sentido de pesah noNovo Testamento.

A língua grega não contempla ateologia da mesma forma que a lín-gua hebraica. O substantivo páscoasegue a mesma grafia, e a palavracoxo escreve de forma diferente: éxwlos. Porém, a relação hebraica dosverbos coxear, mancar com pular,saltar seguem o mesmo sentido usa-

do pelo profeta Isaías. Nos dias de Jesus, o Novo Testamento re-porta, em diferentes ocasiões, o encontro de Jesus com pessoasportadoras de deficiência física. A atitude de Jesus nunca foi deexplicar essa deficiência com o argumento da maldição hereditá-ria. Diante do coxo, Jesus procurava devolver-lhe a saúde física,incluindo-os na sociedade, bem como nas festas religiosas. A curade um coxo é, para Jesus, anúncio do Reino de Deus, tal como oprofeta Isaías anunciara muitos séculos antes.

Ao dares um almoço ou jantar, não convides teus amigos, nemteus irmãos,nem teus parentes, nem os vizinhos ricos; para quenão te convidem por sua vez e te retribuam do mesmo modo.Pelo contrário, quando deres uma festa,estropiados, coxos, cegos;feliz serás, então, porque eles não têm com que te retribuir.Serás, porém, recompensado na ressurreição dos justos (Lc14,12-14).

Atos dos Apóstolos relata a cura de coxo (At 3,1-10). O con-texto dessa cura está no esforço dos apóstolos Pedro e João decontinuarem sinalizando a presença de Jesus, mesmo após a suamorte e ressurreição.

E tomando-o pela mão direita, o levantou; imediatamente osseus pés e artelhos se firmaram; de um salto se pôs em pé, pas-sou a andar e entrou com eles no Templo, saltando e louvando aDeus(At 3,7-8).

É sugestivo observar que o duplo significado hebraico do ver-bo pesah está presente nestes textos. Eles tentam afirmar omilagre de Deus que transforma a impossibilidade do coxo napossibilidade da ação de Deus, protegendo e salvando.

Rev. Tércio Machado Siqueira,professor da Faculdade de Teologia da Universidade Metodista

Veja outros Estudos Bíblicos no site www.metodista.org.br

Abril 2009 13Reflexão

Eu não conhecia Rubem Alves. Não sei por onde andei, masainda não tinha me deparado com este escritor. Foi o Pastor Pedroquem me apresentou para ele. Numa reunião da Sociedade deMulheres, o Pastor leu o trecho de uma crônica que falava de um péde rosmaninho. E, enquanto eu ouvia, eu me encantava com aspalavras. Eu não sabia quem tinha escrito ou de onde o pastor tinhaextraído o pequeno trecho... Pensei: “Depois vou perguntar...”.

E ele me falou de Rubem Alves... Daí busquei textos naInternet. Li vários.

Então, outro dia, estava indopara o Culto da Família, na casada Sergi. Bem no meio do cami-nho, da calçada dela, tem umalivraria... Fui lá... “Vocês temalgum livro do Rubem Alves?”“Temos sim, me respondeu

um rapaz”. E me encheuos olhos quando eleme mostrou vári-os... Queria lertudo ali mesmo!Mas ele não iadeixar, né? Com-prei um... “Um

céu numa flor silvestre” (A beleza em todas as coisas)... Mas é tãolindo... Tão lindo...

Então, tem uma crônica, a segunda “Pedras de Moinho”. Atéqueria enviar para meus amigos, mas não encontrei na Internet...Pena... Mas vou copiar um trecho, que fez imediatamente minhaimaginação criar asas e voar bem alto...

“(...) está dito lá na Bíblia, com todas as letras, que coisamais sagrada que a criança não existe e que é preciso voltara ser criança para entrar no Reino. Mas quem acredita? Os ou-vidos dos religiosos não combinam com a boca de Deus. Seacreditassem, a gente veria o papa não na sacada do paláciocom cara de piedade, mas correndo morro abaixo, empinandopipa e dando risada. E os bispos fariam competições de piãoe jogariam peteca. Os pastores evangélicos, que se dizem oavesso da Igreja católica, são iguaizinhos. Tentam até sermais sérios e graves, de terno escuro, paletó abotoado, gra-vata e voz solene. Nunca os vi jogando bolinha de gude. “Essassão coisas de criança “, eles me contestam em coro ecu-mênico. Concordo. São coisas de criança mesmo, e é justa-mente por isso que deveriam fazê-las, se é que têm preten-sões de entrar nos céus, que é um enormeparque de diversões, onde adulto não podeentrar. Mas, como eu disse, eles ouvem,ouvem, e não entendem (...)”.

Ah! Ele tem razão em muitos pontos... Maso que mexeu comigo e me fez rir sozinha, nãopor achar engraçado, mas pela alegria quevislumbrei (por isso estou contando, porquerir sozinha não tem graça...) é as cenas quevi, enquanto lia... Cenas que muitas vezes,hoje, por conta do trabalho, da responsabili-dade, não conseguimos visualizar...

Pra começar vi o Papa, com toda aquelaroupa, correndo sim, num gramado, com o Vaticano ao fundo...Na sua mão uma latinha com linha enrolada, e uma pipa dando pi-ruetas no ar, sem querer voar! “Falta rabiola! Têm que aumentara rabiola...” E o sorriso quando, enfim, a pipa está lá no alto, sódançando no ar... E ele, feliz da vida, curtindo aquele momento...

Imaginei os bispos... Será que vão ficar bravos com o que voudizer? Espero que não! Mas vi nitidamente o Bispo Adriel, Bispo JoãoCarlos jogando bolinhas de gude... Nesses pequenos espaços de terrabatida, onde as crianças se reúnem e fazem buracos, não lembro onome... “Oh! João, acertei, acertei! Agora tenho 10 bolinhas e um

Crônica sobre outra crônicaUma simpática homenagem aos pastores e pastoras pelo seu dia: 12 de abril

bolicão!” “Agora é minha vez, Adriel,vou rapelar todas as suas!...”. Temos Bispos Nelson, Geoval... Os ima-gino rodando pião... E os olhos des-lumbrados por conseguirem fazê-losficar um tempão rodando no chão... Eas manobras como tirar do chão e con-tinuar rodando no ar com o barbante...Olha que legal!

Ah! E os pasto-res? Logo de cara, oPastor Osmar San-tos, Pastor FernandoCezar e Pastor Luciano Lima, batendo “bafo” com figurinhas “...”.“Agora cada um coloca 5 figurinhas”, diz o Osmar. “Tá no papo.Vou rapelar vocês!” Diz o Pastor Fernando, rindo!

“Esperem a minha vez e depois chorem...” brinca o Luciano...E se ouvem mãos batendo nas figurinhas... “Bafo, bafo, virei to-das!”, alguém exclama!

E minha mente continua... Pastor Pedro jogando futebol nocampinho lá de Sorocaba... E mais um monte de molecada corren-do... Isso até ele descobrir o computador...

E as pastoras? Shi! Espero não ofender ninguém... PastoraAmélia Tavares desenhando e brincando com canetinhas e muitospapéis coloridos... Pastoras Andréia Eugênio e Patrícia Marques,jogando queimada... Pastora Lourdes Magalhães brincando deescolinha (aula de inglês)... Pastora Cidinha Albernaz, de amare-linha... Pastora Thelminha Nascimento de casinha...

Mas, viu, perceberam? Meninos com brincadeiras de meninos,meninas com brincadeiras de meninas... Isso me lembra a BispaMarisa... “Olha o gênero! Meninas também podem jogar bafo,brincar de peteca, rodar pião e bolinha de gude!”. Claro quepodem! E vejo a Bispa rodando pião, batendo bafo... Mas tambéma vejo brincando de escolinha, de casinha... Na verdade isso tudoé uma simples brincadeira de criança...

E é assim que penso também! Em ser criança! Eu sou umaverdadeira criançona. Quem me conhece, sabe... Eu imagineicenas engraçadas... Mas o que me faz pensar mesmo, é quemuitas vezes deixamos a criança que existe dentro de nós mor-rer... Ficamos muito adultos... Preocupados, estressados...

Me perdoem pastores e pastoras, bispos e bispa... É sóbrincadeirinha de criança... Brincadeira com as palavras... E paracompletar, depois que escrevi esse texto e enviei para os pasto-res/as mencionados/as, recebi muitas respostas positivas, o queme alegrou muito!

E faço questão de transcrever dois recadinhos, de pessoasqueridas que sempre me incentivam. Pastor

Fernando Cezar: “Obrigado pela honra de ser ci-tado em seu texto. Nem precisava, já esta-va bom mesmo sem meu nome... Só errouquando disse apenas imaginar tais cenas.Isso porque nós fazemos tudo isso, sim!No mais, Parabéns! Inclusive por ter des-coberto o Rubem Alves. Estou certo deque ele ainda vai te proporcionar muitasalegrias”. E do Pastor Pedro: “Já havialido seu texto. Mas não havia respondi-do sua mensagem. Coisa de gente gran-de. Tão cheia de tarefas, afazeres, que

deixamos o que é importante esperar. Faço coroà Adélia Prado, pedindo para Deus me curar de ser gente grande.Seu texto está saboroso!.” Que bom que errei em só imaginar...Que bom que todos/as “brincamos” sim, e buscamos ter semprea alegria de criança...

Geny Rodrigues Mendonça AmorimIM em Jundiaí

Ilustrações extraídas do site do Projeto Criança/Aids: www.pca.org.br/guia_do_voluntario.php

Abril 200914 Entrevista

Silas Moraes émembro de uma tradi-cional família meto-dista do sul do país. Éfilho do pastor CláudioMoraes, irmão do bis-po Stanley da SilvaMoraes, sobrinho dobispo Oswaldo Dias da

Silva. Todos oriundos da Segunda RegiãoEclesiástica. Contudo, já faz 16 anos queSilas só sente o frio dos pampas quandoestá de férias. Desde 1993 dedica-se àmissão indígena no norte e nordeste dopaís. Atualmente é secretário do GTME,Grupo de Trabalho Missionário Evangélico,uma organização não governamentaldedicada à capacitação e ao fortalecimentodas ações evangélico-protestantes juntoaos povos indígenas no Brasil. Em sua his-tória o GTME contribuiu para a formaçãode pastorais indigenistas vinculadas àsIgrejas Metodista, Luterana, Anglicana ePresbiteriana.

Silas esteve na Sede Nacional da IgrejaMetodista em conversa com a SecretáriaExecutiva para a Vida e Missão da Igreja,Revda. Joana D’Arc Meireles, para assesso-rar o projeto Mimeka (Missão MetodistaKanamari) na Amazônia. Em entrevista aojornal Expositor Cristão, ele mostra umaousadia que não se manifesta nem nas pa-lavras (ditas com tom de voz baixo e tran-qüilo), nem nas expressões (contidas, qua-se tímidas). A ousadia deste indigenistamanifesta-se tão somente no profundo com-promisso com os valores do Reino de Deus.

Quando você começou seu trabalho comos povos indígenas?

Minha decisão tem a ver com a própriahistória da minha família. Minha primaRosinha (filha do bispo Oswaldo) já atuavacom os povos indígenas de Dourados nosanos 80. Em 1992 eu comecei um curso deformação indigenista de 9 meses por meiode uma parceria entre o GTME e a OPAN(Operação Amazônia Nativa). Então, eu eMarcos Wesley apresentamos à IgrejaMetodista uma proposta de atuação entre opovo kanamari, de Eirupené, Amazonas. Éuma região isolada, próxima ao Acre.

E como era a atuação missionária nestaregião?

Nosso trabalho consistia, basicamente,em apoio na área educacional, economia,organização social e saúde. Na região ondeeu ficava havia cerca de mil pessoas, queviviam de agricultura de subsistência, commuitas carências que nem sempre o Estadosupria. Quando a Igreja chegou, a terra ain-da não estava demarcada. Hoje há maisterras demarcadas. Um de nossos esforçosconsistia em melhorar a produção agrícolapara conseguir mais renda. Também ajudá-vamos na reivindicação de uma escola pró-pria, bilíngüe e que respeitasse o calendárioda comunidade. O interesse mais imediatoda comunidade indígena era o conhecimento

Solidariedade aos povos indígenasSilas Moraes fala sobre o Grupo de Trabalho Missionário Evangélico

da cultura branca, mas o meio para chegara esse conhecimento é a cultura materna.O indigenismo sempre foi muito baseadonos ensinamentos do educador Paulo Freire.

Em 2000 você foi trabalhar com o povotremembé. Sentiu muita diferença?

Sim, há muitas diferenças. Fiquei de1993 até janeiro de 1999 entre oskanamari. No ano de 2000 assumi o traba-lho junto aos tremembé, do Ceará. Ostremembé tem 300 anos de contato com acultura branca, perderam seu idioma, nãotem a posse da terra. Estão espremidosem 10% do território. Os tremembé depen-dem de programas sociais do governo por-que não têm terra para plantar. É umarealidade bem diferente, mas com traçosem comum: compartilham-se valores comoouvir o mais velho, o respeito à criança, avalorização da liberdade.

Como se dá a parceria entre a IgrejaMetodista e o GTME? E o que a igrejapode fazer pelos(as) indígenas bra-sileiros(as)?

O GTME dialoga com a Sede Nacionalda Igreja Metodista e também participa doCLAI, o Conselho Latino Americano deIgrejas. Buscamos articular a ação dasigrejas e pretendemos promover um even-to, inicialmente em julho, para reforçar-mos essas alianças. É importante reforçartrabalhos específicos, mas também des-

pertar para as realidades locais. Por exem-plo: em Santa Maria, Rio Grande do Sul,onde mora minha família, circulam muitosindígenas pela cidade, que encontramapoio em grupos de solidariedadeecumênica. Em quase todas as cidadespodemos encontrar grupos indígenas queprecisam das igrejas locais. E essa situa-ção está cada vez mais presente, à medidaque as zonas urbanas crescem em direçãoàs aldeias. Em Cuiabá, Mato Grosso, oGTME tem uma casa de trânsito parauniversitários(as) indígenas que vão estu-dar na capital.

Em sua opinião, como é possível conciliara missão evangelística da Igreja com orespeito à cultura indígena?

Pelo diálogo. O diálogo inter-religiosocontinua um desafio. Mas ele é fundamen-tal, pois nasce do respeito mútuo. Nãopodemos pensar que só o cristianismo tema ensinar. É necessário estar aberto paraouvir e aprender também. No GTME, nãoconcordamos com a imposição da verdade.Mas isso não significa que a igreja nãopossa se apresentar aos povos indígenas eque estes venham a buscar a igreja, comojá tem acontecido. Precisamos estar dis-postos a ouvir e servir.

Mais informações sobre o trabalho doGTME pelo endereço:Rua Lapa, 409, Cuiabá/MT–CEP [email protected]

Semana dos Povos Indígenasde 2009 lembra povo guarani

A campanha busca despertar o interesse de Igrejas, pessoas e sociedade para arealidade específica de diferentes povos, conclamando para ações solidárias É realizadaatravés da parceria com o COMIN, Conselho de Missão entre Índios, da Igreja Evangélicade Confissão Luterana no Brasil, que publica um caderno para crianças e educadores,além de disponibilizar outras informações sobre o povo Guarani em www.comin.org.br.O material foi construído em parceria com os Guarani do Rio Grande do Sul e SantaCatarina. O povo guarani vive no Paraguai, na Bolívia e no Brasil, onde estão em mais deseis Estados. Como é comum entre outros povos nativos, a relação com a natureza éfundamento para a sua existência. Os guarani dão especial atenção ao conselho dos(as)avós, requisitando-os(as) diariamente. De maneira semelhante, proporcionam liberdadeàs crianças, acompanhando-as e dando o bom exemplo. Não podemos deixar de salientaro fato de viverem em terras diminutas, onde a escassez de caça e pesca atinge a maiorparte das aldeias. Estão abertos ao diálogo e carentes de grupos e pessoas interessadasem apoiá-los. (Fonte: GTME/COMIN)

Uma boa notíciaO Supremo Tribunal Federal concluiu o processo de demarcação da reserva indígena

Raposa Serra do Sol, de Roraima, colocando um ponto final em um conflito que já du-rava 30 anos. Em nota de agradecimento às autoridades brasileiras e às organizações einstituições religiosas que apoiaram a luta pelo reconhecimento da terra, o ConselhoIndigenista de Roraima, CIR, ressalta que “reconhecer a demarcação em terras con-tínuas da Raposa Serra do Sol é garantir a vida física e cultural dos povos macuxi,wapichana, ingarikó, taurepang e patamona, habitantes ancestrais do norte do Brasil”.

Como cidadãos(ãs) brasileiros(ãs) e como metodistas, também estamos duplamenteagradecidos: Paulo Daniel Moraes, irmão do bispo Stanley da Silva Moraes, é médico noCIR e tem testemunhado a luta desses povos pela sobrevivência.

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Abril 2009 15Cultura

Um dia desses ao visitar o site danossa igreja, me deparei com a se-guinte pergunta da enquete: “Algumfilme já contribui no seu amadureci-mento espiritual?”.

Como a maioria dos internautasque haviam respondido a questãoproposta, disse que “sim, extraio li-ções importantes até de filmes nãoreligiosos”, ou seja, sinto Deus falarcomigo através de filmes seculares.

Hoje isso aconteceu mais umavez. Após algumas horas de estudo,tive o prazer de me aconchegar nosofá, pegar um capuccino, travessei-ros e cobertor, e ver Mandela: lutapela liberdade.

O filme retrata o tempo que Mandela esteve na prisão e emespecial a sua relação com o carcereiro Gregory, que é escolhidopara monitorar Mandela por falar seu dialeto.

“Mandela: Luta pela liberdade”. O nome do filme me vem àcabeça e junto com ele, uma pergunta: Liberdade de quem? Nessefilme em especial, acho que Gregory, o carcereiro, é quem foiliberto. Este homem foi escolhido para ser o censor das correspon-dências dos presos que lutavam pela libertação da África do Sul doregime do Apartheid. Em seu trabalho, era responsável por detec-tar informações e possibilidades de conspiração contra o autori-tário governo vigente.

Do contato com Mandela, o carcereiro não sai incólume. Deuma relação hostil e inculcada, passa a experimentar a admiraçãoe o desafio de ouvir o outro lado e tirar as suas próprias conclu-sões. Daí por diante se desenrola uma trama cativante que nosdesafia a inúmeras reflexões. Não conto o final, pois gostariamuito que vocês vissem o filme, ele já se encontra em DVD.

O que passo a compartilhar com vocês é um pouco do meusaber construído a partir deste filme. Diante da relação deMandela e Gregory, acabei por lembrar-me da relação de Paulo,

Mandela: luta pela liberdade! Liberdade de quem?Silas e o carcereiro. Palavras como opressão, liberdade, cadeia,medo, ousadia, fazem parte de ambas as histórias.

Mandela foi enviado para a prisão por denunciar a opressão elutar em busca de uma sociedade que oferecesse oportunidadepara todas as pessoas. Paulo e Silas foram enviados para a prisãopor libertarem uma mulher da opressão de homens que a utiliza-vam como um objeto lucrativo. Mandela teve seu corpo açoitadoe encerrado em várias cadeias de segurança máxima. Paulo eSilas após apanharem ficaram com seus pés presos entre doisblocos de madeira (At.16.24).

O carcereiro de Paulo e Silas tinha a função de prender e vi-giar a ambos para que não fugissem. Gregory, o carcereiro deMandela, era incumbido da mesma função.

Tanto Mandela quanto Paulo e Silas estavam com os corpospresos e o coração livre, e por isso não desanimaram mediante osgrilhões. Mandela seguia firme em sua luta pela liberdade dopovo, Paulo e Silas firmes seguiam em anunciar a boa novalibertadora do evangelho de Cristo Jesus.

As algemas de Mandela libertaram o coração de Gregory, ascorrentes de Paulo e Silas libertaram o carcereiro e toda a suafamília. Tanto Gregory quanto o carcereiro de Filipos se permiti-ram sair da prisão do medo, da incredulidade, da indisponibilidadede ouvir o outro lado da história, da omissão. Tudo isso aconteceuenquanto guardavam prisioneiros.

Em nossos corações existem muitas celas, onde aprisionamosverdades, mentiras, enfim, crenças e sentimentos que nos movempela vida, e fazem a vida se mover. Quero abrir as celas da mi-nha vida, para que Jesus entre e faça dessas celas, com “c”,selas, com “s”, onde eu possa montar e cavalgar pela história deforma diferente, de forma que, assim como fez o carcereiro, eucuide do meu próximo, lave seus vergões de açoites, e lhe ponhaa mesa com pão, café, leite, alegria e uma boa nova.

Que Deus nos abençoe! Bom filme!

Pastora Andreia FernandesIgreja Metodista do Jabaquara, São Paulo

A Educação Cristã e as Crianças Música e profecia

“Vamos profetizar”, é o nome do CD doMinistério de Louvor da Igreja Metodista emBoa Sorte, Barra Mansa, RJ, que dentre asdoze faixas contempla uma com nome doÁlbum. O cantor e compositor das músicas(exceto Deus eterno) é Edinaldo Júlio, calou-ro do curso de teologia em São Bernardo doCampo. Para adquirir o álbum no valor de 15reais, basta entrar em contato pelo telefone(12) 9743-7419 e falar com Edinaldo ou peloe-mail [email protected] .Tam-bém poderá ser adquirido na IgrejaMetodista em Boa Sorte, Barra Mansa, pelotelefone (024) 3322-9832 ou na livraria daEditeo Tel.:(11)4366-5982 / (11)4366-5787 / Fax.:(11)4366-5988.

As pastoras e professoras metodistasZeni de Lima Soares e Nancy Cardoso Pe-reira escreveram duas coleções de livretospara comporem bibliotecas infantis e ser-virem de material de trabalho paraprofessores(as) da disciplina Ensino Reli-gioso das escolas públicas, ou de EscolasDominicais e Escolas Bíblicas de Fériasque tenham por objetivo a educação cristãdas crianças.

A coleção Histórias de Jesus é compos-ta por sete livretos, cada um com três pa-rábolas, contadas em linguagem adequadaàs crianças e lindamente ilustradas.A coleção Encontros com Jesus é com-posta por seis livretos, cada um narrandodois encontros que Jesus teve com dife-

rentes pessoas, como descritos nos evan-gelhos.Em cada livreto há um encarte pedagógicocom sugestões de atividades e músicas.

Os livretos custam R$ 5,00 cada e po-dem ser comprados por coleção ou separa-damente. O custo da remessa por via pos-tal não será cobrado. Escolha os que vocêdeseja, calcule o valor total da sua comprae deposite no Banco Itaú, agência 1054,conta corrente 08880-0, em nome de Zenide Lima Soares. Em seguida envie um e-mail para [email protected] outelefone para (15) 3221.4447 informandoo(s) título(s) e a quantidade do(s)livreto(s) que está solicitando, o valor dodepósito feito e endereço para a remessapelo correio, porte simples.

E boa leitura!

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Abril 200916 Página da Criança