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1 Partilha de Boas Práticas e Políticas para a Sustentabilidade Costeira Relatório Outubro 2012

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Partilha de Boas Práticas e

Políticas para a

Sustentabilidade Costeira

Relatório

Outubro 2012

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O Projecto SUSTAIN

Apoiado pelo programa INTERREG IVC, o SUSTAIN foi um projeto de 3 anos parcialmente

financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Foi uma Iniciativa Regional na

área do ambiente e prevenção de riscos (Prioridade 2 do Programa) e do sub-tema gestão

da água. O orçamento do projeto foi de 1.8 milhões €.

O objetivo do SUSTAIN foi criar uma ferramenta de operacionalidade imediata, para apoiar

as autoridades e comunidades costeiras da Europa a avaliar e promover uma maior

sustentabilidade dos seus territórios. Esta ferramenta pode ser aplicada em qualquer dos 22

Estados Membros costeiros da União Europeia. É baseada num conjunto de indicadores de

sustentabilidade facilmente mensuráveis, que foram desenvolvidos e avaliados durante o

projeto.

A parceria do projeto foi constituída por 12 entidades oriundas de diversas regiões costeiras

da UE. O parceiro líder do projeto foi a Coastal & Marine Union – EUCC (Holanda).

Aceda a www.sustain-eu.net para saber mais e aceder às outras brochuras do SUSTAIN, em

9 línguas da Europa!

Ficha Técnica

Parceria SUSTAIN 2012. “Partilha de Boas Práticas e Políticas de Gestão para a

Sustentabilidade Costeira” é uma tradução do Relatório Transferring Coastal Sustainability,

Good practice and policy report. Projecto SUSTAIN / INTERREG IVC.

Este relatório foi desenvolvido com os contributos de todos os parceiros SUSTAIN.

Agradecimentos são devidos à entidade financiadora: INTERREG IVC (SUSTAIN)

Aviso: Os conteúdos desta brochura SUSTAIN refletem as opiniões dos autores e a

Autoridade de Gestão do INTERREG IVC não é responsável por qualquer uso que possa ser

feito das informações nela contida.

O Programa de Cooperação Inter-regional INTERREG IVC, financiado pelo Fundo de

Desenvolvimento Regional da União Europeia, apoia as Regiões da Europa a partilhar

experiências e boas práticas trabalhando em conjunto em áreas da inovação, conhecimento

económico, ambiente e prevenção de riscos. 302 milhões de Euros ficam disponíveis para

financiamento de projetos mas sobretudo fica disponível um manancial de conhecimento e

potenciais soluções para uso das Regiões e decisores políticos.

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Introdução

O programa INTERREG IVC, é parte do Objetivo Europeu de Cooperação Territorial das

políticas do Fundo Estrutural para o período de 2007-2013. O objetivo principal do

programa INTERREG IVC, focado na cooperação inter-regional, é o de melhorar a eficácia

das políticas de desenvolvimento regional nas áreas de inovação, a economia do

conhecimento, o ambiente e a prevenção de riscos. É através do intercâmbio e da

transferência de experiências políticas, de conhecimento e de boas práticas que os projetos

devem contribuir para atingir o objetivo global do programa. No entanto, o papel do

INTERREG IVC não se deve reduzir apenas, ao intercâmbio e à transferência de práticas

"operacionais", mas ser considerado como um passo em frente para a melhoria das políticas

É através desta abordagem estratégica, que a cooperação pode conseguir mudanças mais

estruturais em cada uma das regiões participantes (por exemplo, a modificação de uma

medida política específica ou a criação de uma nova prioridade num documento específico

de políticas). Naturalmente, os prazos em que as mudanças políticas ocorrem, muitas vezes

são superiores à duração de um projeto e, dentro do tempo de vida de três anos de

projetos, é mais fácil transferir experiências do que alcançar as mudanças nos documentos

políticos. Este documento mostra como os 12 parceiros iniciais, nas suas primeiras dez

reuniões, identificaram 13 boas práticas, das quais 6 já foram transferidas com sucesso.

Duas das práticas transferidas, foram incorporadas na melhoria de uma política durante o

tempo de vida de um projeto. A esperança é que as restantes, sejam incorporadas depois de

terminado o projeto.

Políticas e Boas práticas no SUSTAIN

O desenvolvimento sustentável é uma estratégia chave da UE e é vital para a prosperidade

futura dos Estados-Membros. Isto é de particular importância nas zonas costeiras, uma vez

mais de um terço da população da Europa vive nos primeiros 50 quilómetros da linha de

costa para o interior do continente, exercendo uma pressão, ambiental, social e económica,

única. No projeto SUSTAIN, previu-se que cada parceiro irá ser o anfitrião de um encontro

com os outros parceiros do projeto. Isto significa que foram realizadas 12 reuniões durante

os três anos de vida útil do projeto. Durante as visitas, o anfitrião apresentava aos parceiros

diferentes aspetos da sustentabilidade. De muitos deles, os outros parceiros foram capazes

de transferir as ideias para a sua região e começaram a implementar as práticas, com vista a

melhorar a sua sustentabilidade, muitas vezes incorporando as mudanças, quer seja de

forma direta ou de uma forma modificada em políticas existentes, para assegurar a

viabilidade da prática a longo prazo.

Este relatório mostra exemplos de como workshops específicos, combinados com saídas de

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campo complementares, para ilustrar os aspetos discutidos, pode cinduzir a mudanças inter-

regionais positivas.

Converter resíduos orgânicos e agrícolas em material adequado para o revestimento dos passeios da localidade - Sr. Christakis Miltiadous, Ex-Presidente, Conselho da Comunidade de Kouklia (CY). "A nossa comunidade tem feito da sustentabilidade um ponto essencial na nossa agenda. Mais de

50% da nossa produção de energia é a partir de recursos renováveis, em comparação com a meta

global dos Estados Membros da EU, de 20% até o ano de 2020. Durante a minha visita à Holanda,

intitulada'' Oportunidades para os novos Estados-Membros ", os parceiros holandeses mostraram

caminhos e ciclovias feitos a partir de produtos locais e naturais - neste caso conchas - em vez de

asfalto. Eu discuti se, no nosso clima seco e árido, os nossos resíduos verdes, orgânicos e agrícolas

poderiam ser utilizados na superfície das trilhas como uma alternativa viável à argila (material

atualmente utilizado). Após uma resposta positiva e percebendo que isso também melhoraria a

nossa política de gestão de resíduos, a comunidade decidiu investir 20.000€, no início deste ano,

numa máquina de picar madeira. Após vários meses de operação, o triturador produz cerca de 4t/h

de material triturado"

Isto equivale a cerca de 20t/dia, uma vez que apenas é utilizado durante cerca de 6 horas. Também é

utilizado apenas 2 dias por semana, e por isso produz 40t/semana de material. Isto já está dentro da

meta estabelecida pela comunidade, de 300t/ano. O material tem sido utilizado com sucesso em

passeios públicos e economizando dinheiro na compra e manutenção nas vias de barro tradicionais.

Além disso, o excedente de material produzido, está a ser utilizado como cobertura para os canteiros

de árvores em áreas públicas, o que permite reduzir o nosso consumo de água, visto que a

evaporação da água, do solo, é menor. Em termos económicos, o novo processo também apresenta

um bom desempenho. O aterro para estes resíduos específicos custa-nos 8000€/ano- 400 toneladas

destes resíduos agrícolas são normalmente colocados em aterro, a um custo de 20 € / t. Nenhum

destes custos é agora necessário, o que significa que o triturador de madeira, em 2 anos estará pago.

A nossa comunidade está agora a considerar outras opções, para outros esquemas de gestão de

resíduos orgânicos, tais como a compra de utensílios de compostagem, para converter os resíduos

domésticos em adubo, para ser utilizado na agricultura. Vamos transferir esta prática para a nossa

política de gestão de resíduos. Estamos orgulhosos que o nosso exemplo, tenha sido escolhido pelo

secretariado do INTERREG IVC, para ser apresentado na Feira de Boas Práticas de 2011 do INTERREG

IVC, realizada em Cracóvia ".

O Município de Kouklia já produz mais de 50% da sua energia a partir de recursos renováveis, em

comparação com a meta global para os Estados-Membros da EU, de 20% até o ano de 2020. Os

principais fatores de sucesso foram as discussões com os agricultores locais, quanto aos benefícios

(financeiros) obtidos, uma série de workshops sobre compostagem em casa e agrícola, sessões

específicas de formação e experiências de trabalho no local e com as máquinas. Até ao momento, já

foram alteradas as superfícies de dois quilómetros de vias. A poeira é um grande problema no

Chipre, onde estão constantemente a ser violados os regulamentos da UE, tal facto deve-se à secura

e à temperatura elevada do solo. De forma a resolver este problema, da poeira, o governo utiliza

petróleo como um agente de amortecimento, o que posteriormente, irá contaminar os lençóis

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freáticos. A utilização de material orgânico tem como vantagem a inexistência da contaminação com

pó, comparando com as estradas antigas de argila, como tal, já não é necessário o uso de petróleo

nas novas superfícies. A comunidade está agora a considerar outros sistemas de gestão de resíduos

orgânicos, por exemplo, converter lixo doméstico em adubo, para fins agrícolas. Além disso, outras

comunidades estão a procura de também elas utilizarem esta técnica. Este método pode ser

transferido para outras localidades com materiais adequados para a situação. Uma vez que a

compostagem é um aspeto muito importante nas políticas de gestão de resíduos, é por si só uma

questão-chave quer da Gestão Integrada das Zonas Costeiras quer da Sustentabilidade, esta boa

prática foi incorporada numa política de gestão de resíduos, numa reunião do conselho. O método

tem atraído a atenção política do Chipre e outras comunidades estão agora a discutir se a adotam ou

não.

Infelizmente, a continuidade da prática não está garantida. As recentes eleições locais ditaram a

derrota do atual autarca e do seu partido, e o novo conselho apresenta-se cético quanto às

vantagens da sustentabilidade, como forma de dar ênfase ao aumento do turismo e do

desenvolvimento económico. Após a eleição, o novo Conselho imediatamente retirou o seu apoio ao

projeto, destacando a fragilidade das transferências de boas práticas e da melhoria das políticas,

quando novas prioridades forem definidas na nova agenda politica e esta começar a ser seguida.

Ultrapassando uma divisão política - Sra. Caroline Salthouse, Sefton

Borough Council (Reino Unido)

"Os parceiros testemunharam, durante uma visita ao Chipre, organizações locais de comunidades

divididas da Turquia e do Chipre, que encontraram maneiras de trabalharem juntas, construírem

redes, e cooperarem em questões de interesse comum para uma mudança positiva,

independentemente das limitações políticas. Estas organizações locais, têm uma melhor

compreensão da história subjacente, particularmente a história política. Elas fazem esforços comuns

e promovem o trabalho em conjunto, nas questões mais básicas da sustentabilidade. O Sefton

Borough Council tem reconhecido, que as abordagens particulares utilizadas poderiam ser um fator-

chave positivo no Noroeste da Inglaterra, onde os responsáveis pelo planeamento marinho, nos dois

principais estuários da Inglaterra, iriam envolver as pessoas e organizações que têm um objetivo

comum, mas diferentes restrições ao nível da legislação nacional, a trabalharem juntas. Embora no

Noroeste da Inglaterra não existam comunidades divididas, elas têm território e/ou fronteiras

marítimas com cinco administrações nacionais - País de Gales, Escócia, Ilha de Man, na Irlanda do

Norte e República da Irlanda. Apenas uma delas é reconhecida pela UE como uma nação separada,

mas dois dos principais estuários são divididos por fronteiras administrativas e a necessidade de

trabalhar em todos estes limites com as diferentes administrações é fundamental, para que se realize

um plano marinho eficaz, quer a uma escala nacional quer a uma escala local.”

Tendo em conta a visita inter-regional intitulada "Pode a sustentabilidade ser uma ponte para as

comunidades fronteiriças?”, a Sra. Caroline Salthouse reconheceu que a cooperação entre as duas

comunidades cipriotas (grega e turca) foi relevante para a sua situação e pode ser um fator-chave

positivo, especialmente no Noroeste da Inglaterra, onde os responsáveis pelo planeamento

marinho, nos dois principais estuários da Inglaterra, iriam envolver as pessoas e organizações que

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têm um objetivo comum, mas diferentes restrições da legislação nacional, a trabalharem juntas.

Devido à complexidade de se trabalhar com tais restrições, o Fórum da Costa Oeste, a Universidade

de Liverpool e o Centro Nacional de Oceanografia reuniram aqueles diretamente envolvidos nestas

atividades, bem como uma secção transversal de stakeholders com interesse no mar da Irlanda, em

três workshops, o primeiro a 10/2/2011 e os outros nos dias 23 e 24 de junho de 2011. Esta nova

iniciativa, baseou-se originalmente tanto na experiência do Fórum do Mar da Irlanda e do Irish Sea

Interreg, mas foi significativamente alterada na sua natureza, com vista a ser um processo que

envolvesse muitos mais interessados, envolvidos desde o início. É uma oportunidade para obter uma

visão geral dos novos e emergentes arranjos para o planeamento marinho nas diferentes

administrações e para explorar os planos dos stakeholders e outras atividades de gestão do mar da

Irlanda. A mudança fundamental a ser observado é que, a partir de um conceito original, de um

pequeno número de organizações-chave e de uma abordagem descendente, foi possível envolver

inicialmente 100 atores convidados de todo a região do Mar irlandês, que propuseram e moldaram

as ideias sobre a melhor forma de trabalhar, produtivamente em conjunto e a longo prazo, nas

questões sobre as comunidades fronteiriças no mar da Irlanda. Esta abordagem ascendente, que

permite envolver, desde o início, mais stakeholders no processo, foi realizada seguindo o modelo

utilizado no Chipre para as suas comunidades divididas, com o reconhecimento de um perito

externo de Sefton.

O governo do Reino Unido tem atrasado o trabalho público transfronteiriço, no Mar da Irlanda,

devido à complexidade de se trabalhar através de fronteiras administrativas e diferentes

compromissos legislativos. No entanto, como resultado da transferência de boas práticas, no

Noroeste da Inglaterra, as organizações locais uniram-se para dar início ao trabalho transfronteiriço,

com vista a envolver fortemente, nos planos marinhos e em outras atividades de gestão do mar da

Irlanda. Desta vez, a abordagem será um processo com um maior envolvimento desde do início de

todas as partes interessadas, menos descendente, e com mais stakeholders locais.

Um consorcio inter-departamental e transveral para gerir áreas

costeiras – Sra. Doriana Calilli, Província de Teramo

"Durante uma visita às Ilhas Canárias, realizada pelo Instituto de Ciências Marinhas das Canárias

(ICMC), os parceiros do SUSTAIN participaram numa sessão de trabalho, sobre como os membros de

diferentes administrações locais, regionais e nacionais, se uniram para formar um consórcio para

gerir a reabilitação urbana do Sul da ilha da Grã Canaria, chamado de Consórcio de Maspalomas.

Este consórcio pode desenvolver propostas e acordos específicos de gestão ou planeamento, e

promove a colaboração entre administrações, a construção de infra-estruturas, etc.. A eficácia do

consórcio tem sido elevada. Senti fortemente que áreas similares na Província de Teramo poderiam

ser geridas da mesma forma e, quando voltei para Itália, imediatamente comecei a ver se os meus

colegas de diferentes departamentos e agências, estavam interessados em criar um instrumento

semelhante. A resposta que obtive foi extremamente positiva e recebi luz verde, para formar um

consórcio semelhante, para desenvolver áreas da província que necessitam de regeneração ".

O Consórcio de Maspalomas é composto por quatro instituições: o Instituto de Turismo Espanhol-

TURESPAÑA-(nacional), o Governo Regional das Ilhas Canárias, o Conselho da Ilha de Grã Canária

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(nível local) e do Município de San Bartolomé de Tirajana (governo municipal local). Este Consórcio

Urbano integra os interesses de todas as administrações com competências nas matérias de

turismo, de ordenamento do território e gestão urbana. É uma ferramenta de planeamento e

gestão do território e permitiu desenvolver o Plano para a regeneração das áreas turísticas.

Investimentos falhados, conduziram a uma queda na competitividade, na geração de renda e fez

com que os visitantes se transferissem para outros lugares. Nos primeiros seis meses de existência,

desenvolveu-se um plano para a restauração das áreas turísticas, o primeiro (de dois) objetivo a ser

alcançado.

Teramo sentiu que um modelo similar, poderia servi-los e às suas respetivas zonas degradadas. Há

áreas idênticas na Província de Teramo, onde parte principal do PIB é a das receitas do turismo

costeiro. Verifica-se a ausência de uma visão estratégica unificada de desenvolvimento, em termos

de sustentabilidade, bem como infraestruturas inadequadas resultante da obsolescência e

incapacidade de reconhecer as novas tendências do mercado. Da mesma forma, os departamentos

responsáveis para o desenvolvimento do planeamento abrangem diferentes departamentos locais,

regionais e nacionais, cada um com seu próprio foco e prioridades.

Quando a Sra. Calilli voltou para Itália, começou a ver se os seus colegas de diferentes

departamentos e agências, estavam interessados em criar um instrumento semelhante. A resposta

foi extremamente positiva e obteve luz verde para formar um consórcio semelhante. O Consórcio vai

permitir a reabilitação sustentável das infraestruturas públicas e casas particulares, através de uma

visão estratégica unitária para a área. Atualmente, esta visão ainda não está presente, somente

porque o território está dividido em sete municípios, cada qual com o seu próprio Plano Territorial

Urbano, que não se integram entre si. Esta visão, irá estabelecer um "plano de desenvolvimento

urbano" para um total de 45 km ao longo da faixa costeira. O Plano irá facilitar a execução dos

contratos para os quatro leilões das principais zonas ribeirinhas. Após várias reuniões com os

vereadores mais relevantes, discussões bilaterais com os autarcas tanto diretamente como por

telefone, foi alcançado um acordo para formar um consórcio. Um Acordo de Cooperação e Estatuto

foi então assinado para estabelecer o Consórcio da província de Teramo. Isto delega as funções para

o consórcio, que agora é gerido pelos departamentos individuais e regulamenta o seu

funcionamento. Ele tem seu próprio diretor jurídico e dele fazem parte, todos os sete autarcas das

comunidades costeiras ao longo dos 45 km de faixa costeira e três departamentos da província de

Teramo (Obras Públicas, Energia e Ambiente, Planeamento). Realizou a sua primeira reunião formal

em que se concordou em desenvolver uma visão de integração do Plano Territorial Urbano para os

sete municípios, a ser chamado de "Plano de Requalificação Urbana". Entraram também em contato

com o Consórcio das Canárias, e concordou-se em visitá-los para saber em primeira mão as suas

abordagens, e como elas podem favorecer o envolvimento do setor privado.

Distribuição de informação para diminuir o contato dos banhistas

com as medusas - Dr. Gerald Schernewski, Leibniz - Instituto de

Pesquisa do Mar Báltico (IoW) (Alemanha)

"Grandes aglomerações de medusas são um problema recorrente na Europa. Elas podem prejudicar

o turismo costeiro e causar interdições aos banhos, causar um risco para a saúde humana, criar

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problemas práticos para a pesca comercial, reduzir o alimento disponível (zooplâncton) para os

peixes, e serem predadoras dos ovos de peixes e larvas. Tais problemas foram apontados no Mar

Mediterrâneo, numa visita ao SIVOM, parceiro francês em Cavalaire sur mer, num workshop

intitulado "O papel das autoridades locais na sustentabilidade". No entanto, não há soluções para a

gestão dos blooms de medusas e nem todos as medusas são um perigo para a saúde. Assim, uma

boa informação é fundamental para que o público possa compreender o problema. E a informação

distribuída pelas autoridades turísticas que permite melhorar o conhecimento sobre as medusas,

pode ser crucial. "

Esta matéria é relevante, uma vez que as agregações de medusas são suscetíveis de aumentar, com

o aumento da temperatura das águas, resultado das mudanças climáticas. No mar Báltico, onde as

espécies de medusas perigosas são raras, a informação é uma medida especialmente adequada,

visto que muitas das vezes as pessoas têm a opinião de que todas as medusas são perigosas. Apesar

de ser difícil gerir a ocorrência das medusas, fornecer informação aos visitantes da praia e

influenciar a sua perceção e aceitação das medusas, é relativamente fácil e possível.

Como resultado, o IoW colaborou com o conselho de turismo local de Warnemunde. Um colega de

trabalho assumiu a tarefa de produzir 2000 panfletos, que foram posteriormente distribuídos aos

turistas em Julho e Agosto de 2011, em sete praias alemãs do Báltico, durante 17 dias. Os panfletos

informam sobre o fato das medusas serem inofensivas (e quais as espécies raras mais

problemáticas) e visam aumentar o interesse nas medusas como um animal impressionante. Foi

realizada uma avaliação entre os 755 usuários da praia. As perguntas foram criadas considerando os

requisitos comuns recomendadas pelos cientistas sociais, que mostraram que a informação adicional

conduziu a uma redução na perceção do perigo de medusa em águas balneares. A pesquisa foi muito

eficaz, já que 80% dos visitantes da praia contatados, concordaram em ser entrevistados e a taxa de

retorno foi de quase 100%. A pesquisa mostrou que a informação adicional conduziu a uma redução

da perceção do perigo de medusa em águas balneares. Foram vendidas quantidades significativas de

panfletos para placas turísticas de outras estâncias balneares, prevê-se a repetição do exercício em

temporadas futuras.

Iniciar um programa de monitorização do lixo da praia - Dr. Gerald

Schernewski, Leibniz-Institute for Baltic Sea Research (IoW) (DE)

"A acumulação de lixo marinho nas praias é um problema em muitos locais na Europa. Tais

problemas, tornaram-se mais evidentes no Mediterrâneo durante uma visita ao Conselho Distrital de

Teramo. Grandes inundações tinham transportado grandes quantidades de canas e lixo ao longo do

rio, que se acumularam nas praias e ao longo da costa. O que teve como consequência, elevados

custos de limpeza e de infraestruturas. Estes problemas e as soluções locais de gestão em Teramo -

principalmente com base no bom conhecimento do problema do lixo (origens e destinos) e um

público geral bem informado - foram a motivação para melhorar a forma como Warnemünde lida

com o lixo marinho nas praias ".

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As praias em Warnemünde são limpas diariamente durante a temporada. Este processo é trabalhoso

e apresenta custos elevados. Contudo, não há controlo do lixo marinho e da praia e a fonte exata de

origem lixo ainda não foi explorada. Portanto, com base no programa de atividades em Teramo e

com discussões bilaterais com este parceiro, o IOW iniciou um programa de monitorização do lixo

durante a temporada de verão de 2011. Também foram testados novos métodos de monitorização e

realizada uma análise detalhada das fontes. A conclusão foi de que a poluição do local por turistas,

bem como eventos de grande dimensão (Hanse Sail, Semana Warnemünde, véspera de Ano Novo)

são os que mais contribuem para a poluição. Embarcações, pesca e transporte de longa distância

podem ser largamente negligenciados. Em cooperação com a ONG "União de Conservação da

Natureza e Biodiversidade” (UCNB), foi desenvolvida uma melhor gestão do lixo, que inclui

importantes ações de sensibilização ambiental. Estas atividades incluem um programa para

professores e alunos para a monitorização e amostragem da areia nas praias. Além disso, a revista

distribuída amplamente, de forma gratuita, "Meer und Küste" contém informações específicas para

informar os turistas da praia sobre o problema. Ambos os aspetos têm contribuído para aumentar a

consciencialização sobre o lixo no mar e as possíveis consequências para os organismos marinhos.

Espera-se que estas medidas, a repetir na temporada de 2012, ajudem a reduzir a deposição de lixo

no local.

Exibir informação sobre o tempo de decomposição dos resíduos no

mar, em praias e portos – Mr. Patick McCluskeu, Down District Council

(Reino Unido)

"Durante uma das apresentações, no decorrer da reunião de parceiros em Cavalaire sur mer, notei

algumas das medidas que estão a ser implementadas pelo Observatório Marinho SIVOM, para

controlar a pressão humana sobre os ecossistemas costeiros. Em particular, o uso de sinalização no

porto, com vista a sensibilizar os utilizadores sobre o tempo de decomposição dos vários tipos de

plástico. Uma vez que temos problemas semelhantes em Newcastle, o Conselho teve sucesso no

financiamento, e introduziu sinalização ao longo da margem e adotou a prática na sua política sobre

lixo, transmitindo assim, estrategicamente, uma mensagem de sustentabilidade ".

Após uma reunião dos parceiros em Cavalaire, o Sr. McCluskey de Co. Down, registou a sinalização

utilizada pelo município para informar os utilizadores, sobre os aspetos da gestão de resíduos e lixo.

Sinais e placas de aviso foram apresentados, sinais esses que mostravam os objetos mais comuns

bem como o seu tempo de permanência no ambiente, que são atirados e deixados nas margens pelo

público em geral. Tal sinalização está em falta em Newcastle, devido à falta de informação sobre as

consequências ambientais da deposição de lixo, depositar e atirar lixo nas praias é ainda uma prática

comum do público em geral. O assunto foi posteriormente mencionado numa reunião formal do

Conselho, referente ao Comité de Recreação e Serviços Comunitários. O Comité reuniu-se, e depois

da apresentação do representante do parceiro SUSTAIN, concordaram em tentar angariar fundos

para que sinalização semelhante fosse introduzida. Dois conselheiros do Down District participaram

na reunião adicional que realizamos em Riga. Durante esta reunião, aproveitaram a oportunidade de

discutir a sinalização, referente ao lixo nas praias, com os representantes de Cavalaire. Os fundos

foram eventualmente angariados e os sinais anti lixo foram erguidos nas seções mais relevantes

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junto à beira-mar de Newcastle. Será efetuado um acompanhamento durante a temporada de

Verão, para verificar se os sinais influenciaram a redução da quantidade de lixo. Os Conselheiros

decidiram ainda, tentar melhorar a sua Política de Educação sobre lixo, através do Comité de

Recreação e Serviços Comunitários. Na reunião do Conselho a 11 de novembro, "Uma das práticas

que está a ser utilizada pelo SIVOM em França, envolve a colocação de placas ao longo da nossa área

costeira que destaquem as implicações de deitar lixo nas nossas praias, portos e zonas marítimas. O

Diretor exibiu uma ilustração do sinal. Propomos também a criação de um programa de educação

que possa abordar estas questões. Precisamos de investigar sobre o tipo de material a ser utilizado

nos sinais, em particular materiais recicláveis. Em vez de ter muitos sinais ao longo das nossas zonas

costeiras, iremos consultar os outros grupos ". Os Membros consideraram que este era um assunto

tão importante que a iniciativa proposta foi adotada como uma mudança bem-vinda para a Política

de Lixo em termos de Educação. O Comité, portanto, por unanimidade, concordou em continuar

com esta sinalização. Esta decisão foi posteriormente ratificada por todo o Conselho.

Certificar o pescado capturado em áreas marinhas protegidas, como

um incentivo económico – Sra. Margarida Nunes, ARH Tejo (Portugal)

Dez anos de implementação dos Planos de Ordenamento de Zonas Costeiras pelo Ministério do

Ambiente e em concreto pela Administração da Região Hidrográfica do Tejo (ARH Tejo) contribuiram

significativamente para uma utilização mais sustentável do litoral, a regeneração das praias e

infraestruturas relacionadas com os usos públicos e balneares e as atividades de lazer no litoral. A

ARH Tejo está atualmente a preparar o primeiro Plano de Ordenamento para uma área estuarina em

Portugal - o Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo. Este será um importante instrumento

político para a gestão daquela zona costeira portuguesa.

“O plano visa delimitar uma zona neste território especial, a fim de salvaguardar os principais

recursos naturais, promovendo um uso económico sustentável do Estuário do Tejo. As pressões

resultantes das atividades no Estuário estão a ser avaliados e estamos adotar um processo

participativo com as principais partes interessadas, a fim de definir uma visão comum e definir os

cursos de ação estratégicos. De referir, que o principal input para o início deste processo foi o

exemplo dado em Teramo (TI), durante um workshop sobre "Definir critérios socioeconómicos de

sustentabilidade", ou seja, o uso de um instrumento económico para apoiar uma pesca mais

sustentável no território. Considerou-se que a certificação dos peixes capturados numa zona tampão

em torno de uma área marinha protegida poderia ser uma estratégia importante a incluir na gestão

do Estuário do Tejo. O que irá permitir que as atividades piscatórias nas zonas tampão, em torno da

área marinha protegida, sejam conduzidas de uma forma atrativa e que envolva os pescadores. Ao

mesmo tempo que os pescadores usam o território, irão respeitar o mesmo, e eles próprios

supervisionar a área protegida e os seus limites. A certificação do peixe capturado é um incentivo,

uma vez que desta forma pode ser vendido no mercado com um selo de qualidade.A ARH Tejo

acredita que esta medida servirá de incentivo na implementação de áreas marinhas protegidas. Esta

estratégia também vai ao encontro do que está previsto desenvolver: uma estratégia de marketing

para o estuário do Tejo, como uma referência de sustentabilidade ".

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Identificar boas práticas

Além destas transferências reais de boas práticas e melhoria de políticas, também houve uma série

de boas práticas sustentáveis que foram identificadas, mas ainda não foram colocadas em prática.

Isto deve-se, de modo geral, ao fato de que qualquer ideia até ser finalmente implementada demora

um tempo considerável, sobretudo quando essa ideia tem de ser incorporada ou fazer parte de uma

política. Outro dos principais motivos, é a falta de recursos financeiros disponíveis: raramente há

uma falta de vontade política em tais casos.

No município de Down (Reino Unido), a utilização de turbinas impulsionadas por correntes para

produzir energia renovável, foi vista pela primeira vez e considerada uma boa prática pelo SIVOM e

por Samothraki , enquanto isto, o seu recém premiado passeio que incorpora obras de arte, bem

como a melhoria da segurança foram considerados um excelente exemplo de regeneração costeira

por Sefton e por Cork. A quinta como um ponto focal, do ponto de vista do turismo sustentável, para

os caminhantes e o projeto da quinta foram considerados boas práticas por Koper, uma vez que eles

também têm percursos e ciclovias semelhantes.

Nas Ilhas Canárias, o seminário organizado pelo ICMM foi intitulado "Sustentabilidade dos destinos

de turismo de massas, no litoral". Várias iniciativas relevantes foram identificadas pelos parceiros

como boas práticas e de interesse para as suas regiões. Por exemplo, o uso de um ferramenta online

para ajudar os hoteleiros a monitorizar o seu consumo de energia e o que podem poupar foi uma

prática valiosa implementada pelo SIVOM. Também, a observação de baleias como uma fonte de

renda sustentável e os regulamentos da atividade e formação dos profissionais para evitar

perturbações nos animais, também foram consideradas boas práticas. Grandes eventos desportivos

que utilizam as paisagens locais, com o apoio local, foram também considerados uma mais-valia

pelos parceiros de Sefton, Samothraki e Koper.

Além disso, em Cavalaire sur mer, na França, a ARH Tejo participou da discussão e apresentação dos

perfis das águas balneares e do trabalho que estava a ser executado pelo SIVOM. O que se revelou

de especial interesse uma vez que a ARH estava a preparar os seus próprios "perfis de praia", uma

exigência da Diretiva de Águas Balneares da UE. A abordagem dos colegas franceses inspirou a ARH

Tejo para exibir, no início da época balnear de 2011, na internet e nas praias, os perfis das águas

balneares, de 92 praias marítimas na sua área de jurisdição, de uma forma muito semelhante ao

SIVOM. Dando um passo adiante, a ARH Tejo, logo desenvolveu um Sistema de Alerta, como parte

de um projeto piloto que está a ser aplicado em algumas das praias mais urbanizadas na Costa do

Estoril. Este projeto, inclui um aviso de alerta quando as condições climáticas provocam uma

situação extrema, na qual as correntes costeiras, que fluem através de uma bacia urbanizada,

podem criar um evento curto de poluição das águas balneares. Também combina a informação

proveniente de um modelo que faz uma previsão diária para a qualidade das águas balneares e do

risco para o banhista, permitindo assim tomar as medidas necessárias para proteger a saúde pública

e também para controlar / eliminar a situação de poluição.

Dois parceiros, Teramo e UC Cork identificaram uma abordagem de gestão integrada adotada na

gestão sustentável dos sistemas dunares, na ilha de Schiermonnikoog na Holanda. Aqui a gestão das

dunas é realizada com uma visão a longo prazo, e fornece um exemplo prático de gestão bem-

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sucedida de um recurso natural. A abordagem incorpora métodos que podem acomodar e enfrentar

as mudanças naturais, bem como as alterações exigidas pelos utilizadores (visitantes e residentes)

dos sistemas dunares. Como resultado, as condições hidrológicas são restauradas, ao mesmo tempo

que uma maior mordomia é promovida, isto porque o conhecimento local e a mão-de-obra local são

utilizadas pelos gestores.

Em Schiermonnikoog, durante a visita dos parceiros, uma segunda boa prática foi identificada não só

por Kouklia mas também pelo SIVOM, Samothraki e Co. Down, o que foi um exemplo inovador de

utilização sustentável dos recursos, onde, em vez de se usar asfalto, conchas são utilizadas nas

típicas ciclovias holandesas, que atravessam todo o parque nacional. Por muitos anos, os holandeses

tiveram uma política de aumentar a importância do ciclismo em relação à proporção de viagens. A

infraestrutura cíclica amigável, foi redesenhada ao longo do tempo, inúmeras vezes até alcançar a

sua forma atual. São realizadas mais viagens de bicicleta pelos 16 milhões de habitantes da Holanda,

do que por todos os habitantes de países de língua inglesa juntos! Na holanda existem mais pessoas

a utilizar bicicletas do que a conduzir automóveis. Aqui, não é apenas conveniente, mas também

muito seguro para andar de bicicleta, resultado da utilização muito elevada da mesma. Esta cultura

da bicicleta foi deliberadamente cultivada e mantida, com o objetivo de produzir condições que

encorajem o ciclismo: os ciclistas têm prioridade sobre os veículos motorizados, muitas das vezes é

possível realizar viagens muito mais diretas e que frequentemente têm superfícies lisas para facilitar

a viagem. É perfeitamente normal que as crianças vão em excursões das escolas, de bicicleta. Uma

escola com 725 alunos tem 850 lugares de estacionamento para bicicletas!

As visitas a Teramo, conduziram ao reconhecimento de várias boas práticas, pelos vários parceiros,

como tendo sido bem-sucedidas no seu local de origem mas que têm o potencial de ser transferidas

para uma diferente área geográfica. Em Teramo, o valor económico dos voluntários que realizam a

limpeza de praias, onde não há financiamento para os apoiar, foi reconhecido como um argumento

económico positivo por Sefton. Negócios locais de pequenas dimensões e cooperativas, a funcionar

em Teramo, vendendo produtos locais de alta qualidade, encaixam-se bem na enfâse dada pelo

governo do Reino Unido ao conceito de “big society” e ajudaria a reforçar e diversificar a economia

local, proporcionando ao mesmo tempo uma maior atratividade cultural para os turistas. As

intervenções mais suaves na zona costeira, a fim de proteger os abrigos de aves, que constituem um

elemento importante do ecossistema local em termos de biodiversidade, foram avaliadas por

Samothraki. São acompanhadas por atividades de informação (folhetos e sinais) e outras iniciativas,

com a participação de voluntários da sociedade civil, que tornam os visitantes, bem como a

comunidade local mais conscientes do problema e da sua sensibilidade para o ambiente local.

Samothraki identificou a preservação do património cultural e as infraestruturas associadas, para

promover o turismo como uma boa prática em Kouklia, Chipre. O parceiro grego viu o potencial para

promover o mesmo nas pequenas ilhas gregas, muito ricas em locais arqueológicos, mas que não

estão muito orientadas para o turismo.

O presidente da Comunidade de Kouklia, participou em todas as reuniões de parceiros do SUSTAIN,

juntamente com o seu perito externo, realizou uma viagem de campo, a parte da reunião, após o

workshop na Alemanha, que abordou a definição de critérios da sustentabilidade ambiental e da

biodiversidade. Isto porque, o Conselho uniu esforços contra a construção de um paredão e eles

queriam aumentar os seus conhecimentos sobre as formas mais sustentáveis de combater a erosão

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costeira. Este foi um evento que não estava previsto e foi organizado porque a Alemanha recorre

muito ao uso de decks de madeira nas suas praias de areia, com vista à proteção das dunas. No

Chipre, pelo contrário, os paredões são construídos regularmente. A mudança na gestão de praias

em Kouklia, foi um resultado direto desta visita, juntamente com as abordagens alternativas

discutidas no workshop com os outros parceiros.

Na sequência de um workshop, realizado em Lisboa, organizado pela ARH Tejo, intitulado

"Desenvolvimento de um Guia de melhoria da sustentabilidade", Samothraki identificou como uma

boa prática a cooperativa de pesca formada em 1986, com o objetivo de melhorar os produtos do

Mar, capturados pelos pescadores de Sesimbra. A sua estratégia é baseada no valor dos alimentos

do mar colhidos à mão e na sustentabilidade, criando uma cadeia de abastecimento que beneficia o

produtor e o consumidor. A implementação desta estratégia representou uma revolução no sector

da pesca nacional e permitiu um maior retorno financeiro para os produtores, resultante do

marketing, ao mesmo tempo que diminuiu o número de intermediários, beneficiando o consumidor

final. A cooperativa representa praticamente todo o peixe-espada preto capturado em águas

interiores. Digno de notar é o fato de que os pescadores assumem a responsabilidade da

comercialização de todas as capturas efetuadas por todos os navios associados que participam na

pesca do peixe-espada preto, um total de 3.000 toneladas, bem como contribuem para a

regulamentação da pesca com base nos princípios de sustentabilidade. Uma vez que Samothraki

quer avançar para um futuro marinho sustentável, também identificaram a recuperação e a gestão

da biodiversidade do Parque Marinho da Arrábida, através da delimitação de zonas, conciliando as

atividades económicas relacionadas com a pesca e com o recreio: mais especificamente, para

preservar as espécies e os prados marinhos, que tão importantes são para muitas espécies de fauna,

como a melhor solução para os problemas das práticas piscatórias insustentáveis. Isto ajudaria a

biodiversidade marinha e os rendimentos dos pescadores para poderem recuperar - uma situação

benéfica pata todos.

O Conselho de Sefton recebeu a visita relativa ao último projeto. Uma conferência com um final

muito produtivo e uma visita ao local, permitiu aos parceiros saber mais sobre as características

desta maravilhosa costa e as muitas iniciativas em ação, dirigidas pelo Conselho de Sefton e outros

parceiros locais. Os parceiros do SUSTAIN tiveram a oportunidade de aprender sobre experiências

muito interessantes relacionadas com a gestão das florestas costeiras, criar um grupo de voluntários

no ramo da arqueologia para a monitorização de pegadas pré-históricas no litoral. Em particular, o

ICMC tem aprendido sobre a existência de um plano de resposta em caso de poluição por

hidrocarbonetos, o intercâmbio e a transferência deste know-how está prevista para as próximas

semanas. Assim, embora o projeto SUSTAIN esteja quase no fim, os parceiros continuam a trabalhar

para o benefício de resultados duradouros relativos à sustentabilidade das zonas costeiras

europeias.