partícula na caixa - udesc · a posição da partícula é indeterminada o momento angular da...
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Partícula na Caixa
Química Quântica
Profa. Dra. Carla Dalmolin
Caixa unidimensional
Caixa tridimensional
Degenerescência
Partícula no anel (mov. de rotação)
Partícula numa caixa unidimensional com paredes impenetráveis. A
energia potencial é nula entre 𝑥 = 0 e 𝑥 = 𝐿, e cresce abruptamente
até o infinito quando ela toca nas paredes.
Partícula na Caixa
Energia potencial de uma molécula em fase
gasosa livre para se mover num recipiente
unidimensional
Nanotubos de carbono
Tratamento elementar da estrutura eletrônica
de metais
Tratamento simplificado de moléculas
conjugadas
Partícula na Caixa
Para um sistema unidimensional, a Equação de Schrödinger é:
I II III
−ℏ2
2𝑚
𝑑2𝜓
𝑑𝑥2+ 𝑉 𝑥 𝜓 = 𝐸𝜓
Regiões I e III: 𝑉 𝑥 = ∞
Uma partícula não pode ter energia infinita
Probabilidade de encontrar a partícula nas
regiões I e III tem que ser nula
𝜓𝐼2 = 𝜓𝐼𝐼𝐼
2 = 0
𝜓𝐼 = 𝜓𝐼𝐼𝐼 = 0
𝜓 = 0 p/𝑥 < 0 e 𝑥 > 𝐿(fora da caixa)
Região II: 𝑉 𝑥 = 0
Equação de Schrödinger:
Tentativa de solução: função que se repita na
segunda derivada
sin 𝑥
cos 𝑥
Partícula na Caixa
I II III
−ℏ
2𝑚
𝑑2𝜓
𝑑𝑥2= 𝐸𝜓
𝑑2𝜓
𝑑𝑥2= −
2𝑚𝐸
ℏ2𝜓
p/ 0 ≤ 𝑥 ≪ 𝐿
𝜓 = 𝐴 sin 𝑟𝑥 + 𝐵 cos 𝑠𝑥
𝑑2𝜓
𝑑𝑥2= −𝐴𝑟2 sin 𝑟𝑥 − 𝐵𝑠2 cos 𝑠𝑥 = −
2𝑚𝐸
ℏ2𝐴 sin 𝑟𝑥 + 𝐵 cos 𝑠𝑥
Se 𝑟 = 𝑠 = 2𝑚𝐸12ℏ−1; 𝑟2 = 𝑠2 = (2𝑚𝐸)ℏ−2 e
𝑑2𝜓
𝑑𝑥2= −
2𝑚𝐸
ℏ2𝜓
𝜓 = 𝐴 sin (2𝑚𝐸)12ℏ−1𝑥 + 𝐵 cos 2𝑚𝐸
12ℏ−1𝑥 p/0 ≤ 𝑥 ≤ 𝐿
Para definir as constantes A e B utiliza-se condições de contorno:
A função de onda deve ser contínua:
𝜓𝐼𝐼 = 𝜓𝐼 em 𝑥 = 0
𝜓𝐼𝐼 = 𝜓𝐼𝐼𝐼 em 𝑥 = 𝐿
Partícula na Caixa
A = 0 (solução não aceitável)
sin (2𝑚𝐸)1
2ℏ−1𝐿 = 0
𝜓 = 𝐴 sin (2𝑚𝐸)12ℏ−1𝑥 + 𝐵 cos 2𝑚𝐸
12ℏ−1𝑥 p/0 ≤ 𝑥 ≤ 𝐿
lim𝑥→0
𝜓𝐼𝐼 = lim𝑥→0
𝜓𝐼 = 0
𝐴 sin 0 + 𝐵 cos 0 = 0 + 𝐵 = 0
𝜓 = 𝐴 sin (2𝑚𝐸)12ℏ−1𝑥
lim𝑥→0
𝜓𝐼𝐼 = lim𝑥→0
𝜓𝐼𝐼𝐼 = 0
𝐴 sin (2𝑚𝐸)12ℏ−1𝐿 = 0
(2𝑚𝐸)12ℏ−1𝐿 = ±𝑛𝜋
Função de onda para a partícula dentro da caixa (0 ≤ x ≤ L), aplicando as
condições de contorno:
Substituindo:
𝑛 = 0 não é solução aceitável (𝐸 = 0)
±𝑛 não são soluções independentes
As energias permitidas neste sistema são dadas por:
Partícula na Caixa
𝜓𝐼𝐼 = 𝐴 sin (2𝑚𝐸)12ℏ−1𝑥 , sendo que 2𝑚𝐸
12ℏ−1𝐿 = ±𝑛𝜋
𝜓𝐼𝐼 = 𝐴 sin𝑛𝜋
𝐿𝑥 , 𝑛 = 1,2,3, …
𝐸 = 𝑛2ℎ2
8𝑚𝐿
∗ ℏ =ℎ
2𝜋
* Apenas estes valores de 𝐸 tornam 𝜓 uma
função bem comportada
Determinação de 𝐴
Como 𝜓𝐼 = 𝜓𝐼𝐼𝐼 = 0, normaliza-se apenas 𝜓𝐼𝐼
Normalização
0
𝐿
𝜓𝐼𝐼∗ 𝜓𝐼𝐼𝑑𝑥 =
0
𝐿
𝜓𝐼𝐼2 𝑑𝑥 = 1
0
𝐿
𝐴 sin𝑛𝜋
𝐿𝑥
2
𝑑𝑥 = 𝐴2 0
𝐿
sin2𝑛𝜋
𝐿𝑥 𝑑𝑥 = 1
𝐴2𝐿
2= 1
𝐴 =2
𝐿
12
𝜓𝐼𝐼 =2
𝐿
12
sin𝑛𝜋𝑥
𝐿; 𝑛 = 1,2,3…
Níveis de Energia
As energias permitidas são quantizadas
por causa das condições de contorno.
Valor de energia mínima: estado
fundamental
Estados de maior energia: estados
excitados
𝐸 = 𝑛2ℎ2
8𝑚𝐿
Uma partícula de massa 2,00.10-26 g está numa caixa unidimensional de
comprimento 4,00 nm. Encontre a frequência e o comprimento de onda do
fóton emitido quando esta partícula passa do nível n = 3 para n = 2:
A energia hν do fóton emitido é igual à diferença de energia entre os dois estados
estacionários
Sabendo que λν = c:
Níveis de Energia
ℎ𝜈 = 𝐸3 − 𝐸2 = 32ℎ2
8𝑚𝐿2− 22
ℎ2
8𝑚𝐿2
𝜈 = 32 − 22ℎ
8𝑚𝐿2= 1,29 × 1012𝑠−1
𝜆 =𝑐
𝜈= 2,32 × 10−4𝑚
Mec. Clássica vs. Quântica
Mec. Clássica Mec. Quântica
V 0 0
K 1
2𝑚𝑣2 𝑛2
ℎ2
8𝑚𝐿
A partícula pode se deslocar
em qualquer valor de K
A partícula só se desloca nos valores
quantizados (n = 1, 2, 3...)
Emin 𝐸 = 0 quando 𝑣 = 0𝐸1 =
ℎ2
8𝑚𝐿
Princípio da
Incerteza
Não se aplica ∆𝑥∆𝑝𝑥 ≥ ℎSe ∆𝑝𝑥 = 0; ∆𝑥 = ∞∆𝑥 = 𝐿; ∆𝑝𝑥 ≠ 0
Probabilidade Constante Depende de 𝜓𝑛2
Quando 𝑛 → ∞, resposta clássica
𝑛2 =8𝑚𝐿
ℎ2𝐸
Movimento em 3 Dimensões
Cálculo da energia do movimento translacional de uma molécula gasosa em um recipiente
𝜓 depende das variações de posição em 𝑥, 𝑦 e 𝑧
Variáveis independentes
𝑉 = 0 em
0 ≤ 𝑥 ≤ 𝑎
0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑏
0 ≤ 𝑧 ≤ 𝑐
𝑉 = ∞ fora da caixa
−ℏ2
2𝑚
𝜕2𝜓
𝜕𝑥2+𝜕2𝜓
𝜕𝑦2+𝜕2𝜓
𝜕𝑧2= 𝐸𝜓
𝜓 𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝑋 𝑥 𝑌 𝑦 𝑍(𝑧)
Separação de Variáveis
Diferenciação parcial de 𝜓 = 𝑋𝑌𝑍:
Substituição na Eq. De Schröndiger e divisão por 𝜓 = 𝑋𝑌𝑍
A grandeza E é separada entre as grandezas que representam o
movimento da partícula na direção paralela aos eixos x, y e z.
Ex = energia associada ao movimento da partícula ao longo do eixo x,
relacionada a função de onda X(x)
Ey = energia associada ao movimento da partícula ao longo do eixo y,
relacionada a função de onda Y(y)
Ez = energia associada ao movimento da partícula ao longo do eixo z,
relacionada a função de onda Z(z)
𝜕2𝜓
𝜕𝑥2= 𝑋′′𝑌𝑍
𝜕2𝜓
𝜕𝑦2= 𝑋𝑌′′𝑍
𝜕2𝜓
𝜕𝑧2= 𝑋𝑌𝑍′′
−ℏ2
2𝑚
𝜕2𝜓
𝜕𝑥2+𝜕2𝜓
𝜕𝑦2+𝜕2𝜓
𝜕𝑧2= 𝐸𝜓
𝑋𝑌𝑍 𝜓
−ℏ2
2𝑚
𝑋′′
𝑋+𝑌′′
𝑌+𝑍′′
𝑍= 𝐸
Partícula na Caixa Tridimensional
Para a partícula na caixa unidimensional:
Para a caixa tridimensional:
−ℏ2
2𝑚
𝑋′′
𝑋+𝑌′′
𝑌+𝑍′′
𝑍= 𝐸𝑥𝐸𝑦𝐸𝑧 = 𝐸
𝜓 𝑥 =2
𝑎
12
sin 𝑛𝑥𝜋𝑥
𝑎, 𝐸𝑥 = 𝑛𝑥
2ℎ2
8𝑚𝑎2
𝜓 𝑥, 𝑦, 𝑥 = 𝜓 𝑥 𝜓 𝑦 𝜓 𝑧 =8
𝑎𝑏𝑐
12
sin 𝑛𝑥𝜋𝑥
𝑎sin 𝑛𝑦
𝜋𝑦
𝑏sin 𝑛𝑧
𝜋𝑧
𝑐
𝐸 = 𝐸𝑥𝐸𝑦𝐸𝑧 =ℎ2
8𝑚
𝑛𝑥2
𝑎2+𝑛𝑦2
𝑏2+𝑛𝑧2
𝑐2
𝑛𝑥 = 1, 2, 3…𝑛𝑦 = 1, 2, 3…
𝑛𝑧 = 1, 2, 3…
Partícula na Caixa Bidimensional
Estado fundamental
𝑛𝑥 = 0, 𝑛𝑦 = 0
Estados excitados
𝑛𝑥 = 0, 𝑛𝑦 = 1
𝑛𝑥 = 1, 𝑛𝑦 = 0
Degenerescência
Quando os lados da caixa tridimensional são iguais (cubo):
𝑎 = 𝑏 = 𝑐 = 𝐿
Função de onda:
Energia:
𝜓 =2
𝐿
32
sin 𝑛𝑥𝜋𝑥
𝐿sin 𝑛𝑦
𝜋𝑦
𝐿sin 𝑛𝑧
𝜋𝑧
𝐿
𝐸 = 𝑛𝑥2 + 𝑛𝑦
2 + 𝑛𝑧2
ℎ2
8𝑚𝐿2
Estados degenerados
0
E
111
211 112121
221 122212
Poço de Potencial
Regiões I e III
A energia potencial é 𝑉 = 𝑉0
Região II
A energia potencial é 𝑉 = 0
As condições de contorno mudam e a resolução da Equação de
Schrödinger gera 𝜓 > 0 fora da caixa e 𝐸 < 𝑉
A partícula pode ser encontrada no exterior da
caixa
Pela mecânica clássica, a partícula não
teria energia suficiente para escapar
Efeito de tunelamento: escape por uma
região classicamente proibida
Tunelamento
Quando se aplicam as condições de contorno corretamente obtém-se a
função de onda completa da partícula, formada por duas partes:
Onda Refletida
Onda Transmitida
Há uma probabilidade de encontrar a partícula fora da caixa
Onda Incidente
Onda Refletida
Onda
Transmitida
Tunelamento
Função de onda para uma partícula de massa pequena, num poço de
potencial, para uma barreira de potencial estreita:
A probabilidade de transmissão diminui exponencialmente com a espessura
da barreira e com m½ .
𝜓Partícula
PesadaPartícula
Leve
Partícula no Anel
Partícula de massa 𝑚 descrevendo uma
trajetória circular de raio 𝑟 no plano xy
𝐸 = 𝐾 + 𝑉 = 𝐾
Tratamento clássico:
Momento angular (𝐽): 𝐽𝑧 = ±𝑝𝑟
Momento de inércia (𝐼) = 𝐼 = 𝑚𝑟2
Energia cinética (𝐾):
𝐾 =𝑝2
2𝑚=
𝐽𝑧2
2𝑚𝑟2=𝐽𝑧2
2𝐼
Mecânica Clássica:
Não há qualquer restrição de valores de
Energia que o sistema pode assumir,
dependendo apenas da massa reduzida
e da distância entre as partículas
Quantização da Rotação
Utilizando a relação de de Broglie para
sistemas quânticos: 𝑝 =ℎ
𝜆
Caso a: para qualquer valor de 𝜆:
Haverá casos onde 𝜓 assume diferentes
valores para uma mesma posição: função
não comportada
Caso b: admitindo que apenas valores de 𝜆que fazem 𝜓 se repetir a cada ciclo são
válidos:
𝐽𝑧 = ±𝑝𝑟 = ±ℎ
𝜆𝑟
𝜆 =2𝜋𝑟
𝑚𝑙, 𝑚𝑙 = 0,±1,±2,…
𝐽𝑧 = 𝑚𝑙ℏ e 𝐸 =𝐽𝑧2
2𝐼= 𝑚𝑙
2 ℏ2
2𝐼
Resolução de 𝜓
Adotam-se coordenadas que refletem a simetria
do sistema:
Como o raio da trajetória é fixo, as derivadas em
relação a 𝑟 são nulas:
𝑥 = 𝑟 cos𝜙 e 𝑦 = 𝑟 sin𝜙
𝜕2
𝜕𝑥2+
𝜕2
𝜕𝑦2=
𝜕2
𝜕𝑟2+1
𝑟
𝜕
𝜕𝑟+
1
𝑟2𝜕2
𝜕𝜙2
𝐻 = −ℏ2
2𝑚
𝜕2
𝜕𝑥2+
𝜕2
𝜕𝑦2= −
ℏ2
2𝑚𝑟2𝑑2
𝑑𝜙2= −
ℏ2
2𝐼
𝑑2
𝑑𝜙2
Soluções gerais, normalizadas: 𝐻𝜓 = 𝐸𝜓
𝑑2𝜓
𝑑𝜙2= −
2𝐼𝐸
ℏ2𝜓 𝜓𝑚𝑙
𝜙 =𝑒𝑖𝑚𝑙 𝜙
2𝜋 1/2𝑚𝑙 = ±
(2𝐼𝐸)12
ℏ= 0,±1, ±2, …
Formas da Função de Onda
A função complexa 𝜓𝑚𝑙(𝜙) não tem nós, mas pode ser dividida nas partes
real e imaginária, que tem nós:
A energia de rotação é independente do sentido da rotação (mesmo valor
para ±𝑚𝑙)
Estados com o mesmo valor de |𝑚𝑙| são duplamente degenerados
𝐸 = 0 quando 𝑚𝑙 = 0: não há movimento de rotação
𝜓𝑚𝑙𝜙 =
1
(2𝜋)12
𝑒𝑖𝑚𝑙𝜙 =1
(2𝜋)12
cos𝑚𝑙𝜙 + 𝑖 sin𝑚𝑙𝜙
𝐸𝑚𝑙= 𝑚𝑙
2 ℏ2
2𝐼
𝜓𝑚𝑙
↓ 𝑚𝑙 ↑ 𝜆𝑚𝑙 = 0 𝜆 = ∞
↑ 𝜆 ↓ 𝐽𝑧𝑚𝑙 = 0 𝐽𝑧 = 0
𝜓0 𝜙 =1
(2𝜋)12
Momento Angular vs. Posição Para localizar uma partícula no anel, calcula-se a densidade de
probabilidade
Independente de 𝜙
A posição da partícula é indeterminada
O momento angular da partícula no anel é calculado a partir do operador momento angular:
𝜓𝑚𝑙é autofunção de 𝐽𝑧 e corresponde ao momento angular 𝑚𝑙ℏ.
Momento angular e posição angular são observáveis complementares –exemplo do princípio da incerteza
𝜓𝑚𝑙∗ 𝜓𝑚𝑙
=𝑒𝑖𝑚𝑙 𝜙
(2𝜋)1/2
∗
𝑒𝑖𝑚𝑙 𝜙
(2𝜋)1/2=
1
2𝜋
𝐽𝑧𝜓𝑚𝑙=ℏ
𝑖
𝑑
𝑑𝜙𝜓𝑚𝑙
= 𝑖𝑚𝑙
ℏ
𝑖𝑒𝑖𝑚𝑙𝜙 = 𝑚𝑙ℏ𝜓𝑚𝑙