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Prof. Engº Pery C. G. de Castro Revisado em outubro/2009
PARTE I GENERALIDADES
1. CONCEITO DE RECICLAGEM DE PAVIMENTOS
O comportamento da estrutura de um pavimento está influenciado por vários fatores:
a) Frequência e peso dos eixos dos veículos
b) Intemperismo
c) Qualidade dos materiais
d) Qualidade do projeto
e) Qualidade da construção
Quando a qualidade do pavimento cai abaixo de um nível aceitável ele precisa ser
recuperado. Há vários meios de se processar esta recuperação entre eles está a reciclagem que
atualmente vem crescendo em importância.
Reciclagem do pavimento é um processo que visa a melhorar as características de
rolamento e a estrutura do pavimento com o reaproveitamento dos materiais existentes nas
diversas camadas da estrutura do pavimento: revestimento, base e sub-base.
O reaproveitamento dos materiais destas camadas traz várias vantagens:
a) Reduz o custo da recuperação do pavimento
b) Pode recuperar o pavimento sem alterar sua geometria,
mantendo o mesmo greide
c) Conserva as fontes naturais de materiais empregados no
pavimento
d) Permite recuperar somente a faixa de tráfego que sofre mais
carregamento, e que precisa de reparos, nas vias com várias
faixas de tráfego.
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Embora a reciclagem tenha maior aplicação nos revestimentos asfálticos, ela pode ser
aplicada aos materiais de base granular, transformando-as em bases tratadas com asfalto ou com
cimento.
Ainda, estas bases podem fornecer material para aumentar a espessura de concreto
asfáltico do pavimento.
Os materiais granulares da sub-base podem ser estabilizados com asfalto ou com
cimento.
Todas estas transformações se traduzem por um aumento na capacidade suporte das
camadas individuais, e/ou corrigindo deficiências existentes nas camadas originais, resultando
num pavimento mais resistente.
2. TERMINOLOGIA EMPREGADA NA RECICLAGEM
(1) Estrutura do pavimento asfáltico
É a estrutura de um pavimento asfáltico colocada sobre o subleito, constituída
por todas as camadas de misturas asfálticas (estrutura full depth), ou uma
combinação de camadas de asfalto com camadas de agregados sem tratamento, ou
tratadas com substâncias coesivas (cimento, cinza-cal, etc)
(2) Mistura betuminosa, reciclada, para pavimento
É qualquer mistura asfáltica obtida com o material de uma, ou mais, das
camadas da estrutura do pavimento pelo acréscimo de agregado, asfalto e/ou
agente de reciclagem, que será usado na construção do pavimento novo ou na
recuperação de pavimentos velhos.
Esta mistura deverá satisfazer às exigências das Especificações para a camada
do pavimento em que ela será empregada.
(3) Materiais reutilizáveis do pavimento
Materiais oriundos das camadas de pavimentos existentes tais como:
a) Camadas de base, nivelamento e revestimento
b) Camadas de base granular
c) Camadas de base tratada com cimento ou cinza-cal (substâncias
não recicláveis).
(4) Material Frezado (MF)
Materiais das camadas de um pavimento asfáltico (revestimento, base, etc.)
que são removidos do pavimento pelo emprego de equipamentos com ação rotativa de
corte, (milling machine), com ou sem adição de calor para amolecer os ligantes
asfálticos.
(5) Material Recuperado (MR)
Materiais de misturas asfálticas ou base granular constituintes dum pavimento
existente que são removidas usando escarificadores, motoniveladoras, ou outro
equipamento, com ou sem a adição de calor para amolecer o ligante asfáltico.
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(6) Revestimento Asfáltico Reutilizável (RAP) (Reclaimed Asphalt Pavement)
Materiais contendo asfalto e agregado removidos e/ou processados, provenientes
de um pavimento existente.
(7) Agregado reutilizável (RAM) (Reclaimed Aggregate Mineral)
Material proveniente das camadas de um pavimento existente, que foi removido
e/ou processado, contendo agregado com ou sem substância coesiva não reciclável
(exemplo: agregado de base granular e agregado de base tratada com cimento).
(8) Asfalto reutilizável
É o asfalto contido na camada asfáltica fresada, ou recuperada, que contribui na
porcentagem de asfalto da nova mistura, reciclada.
(9) Agregado recuperado
O agregado separado de uma amostra de mistura asfáltica dum pavimento
velho.
(10) Asfalto recuperado
O asfalto retirado de uma mistura asfáltica dum pavimento velho.
(11) Agente de reciclagem, ou de rejuvenescimento, do asfalto
Um material orgânico com propriedades físicas e químicas selecionadas,
destinado especificamente a restaurar as propriedades originais dos asfaltos
envelhecidos, pela reposição daqueles componentes do asfalto que foram alterados ou
consumidos durante os processos de construção e envelhecimento
(12) Agregado novo (também chamado agregado virgem)
Está constituído por agregados sem uso, como: areias naturais, areias
artificiais, pedregulho natural, seixo britado, brita que são incorporados aos agregados
recuperados do pavimento existente, com a finalidade de melhorar a qualidade da
mistura asfáltica reciclada.
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3. PROCESSOS DE RECICLAGEM
Atualmente há uma grande variedade de processos de reciclagem de pavimentos.
A Figura 1 apresenta os tipos de processos de reciclagem.
Figura 1 - PROCESSOS DE RECICLAGEM Figura I-1 PROCESSOS DE RECICLAGEM
Reciclagem de pavimentos
de concreto
Em usina fixa
ou central
Reciclagem por
mistura a quente
Na pista Em usina fixa
ou central
Reciclagem por
mistura a frio
No local
com ou sem calor
Reciclagem da
superfície
Reciclagem de pavimentos
asfálticos
Reciclagem de
pavimento
(1) Reciclagem do pavimento
Consiste no reuso de materiais do pavimento existente que são trabalhados em
novas misturas com qualidades adequadas para serem empregadas em construções
novas ou para a reabilitação dos pavimentos asfálticos.
(2) Reciclagem da superfície do pavimento
A reciclagem da superfície do pavimento consiste em corrigir a quente ou a
frio as irregularidades e deformações superficiais nos sentidos transversal e
longitudinal.
Estas correções consistem em fresagem ou escarificação a quente e correção da
superfície, com ou sem adição de materiais, finalizando por compactação.
Irregularidades, como sulcos, desagregação e deformações resultantes de
instabilidade, podem ser eliminados pela remoção da parte superior do revestimento
por fresagem, patrolagem, escarificação, etc, a frio.
No caso de ocorrer remoção de material, este pode ser reutilizado na
reciclagem.
(3) Reciclagem de pavimentos asfálticos a frio
Consiste na reutilização de materiais de base granular e/ou misturas asfálticas
que são trabalhadas na pista ou numa usina fixa ou central, com a adição de emulsões
asfálticas, asfaltos diluídos, cimento portland, etc, com o objetivo de obter uma
mistura final com qualidades definidas, seguidas de espalhamento e compactação.
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(4) Reciclagem de pavimentos asfálticos a quente
Consiste na remoção da camada superior do pavimento (revestimento) com ou
sem remoção das camadas inferiores do pavimento (exemplo materiais de base
granular) que é trabalhada por britagem, e calor, e misturada com componentes
adicionais como agregado, asfalto e/ou agente de reciclagem e depois reespalhada e
compactada de acordo com as exigências das especificações para as misturas
convencionais a quente (camada de base, ligação, nivelamento ou rolamento).
(5) Reciclagem de pavimentos de concreto com cimento portland
Consiste em reutilizar o material do pavimento de concreto, reduzindo as lajes
a tamanhos dos agregados normais e areias, e então reutilizá-los.
Este material pode ser:
a) Utilizado numa mistura com agregados e areia novos,
complementares, e cimento, obtendo-se um concreto com cimento
portland.
b) Utilizado com novos agregados e asfalto, produzindo uma mistura
asfáltica
c) Utilizado como agregado para a construção de bases granulares ou
estabilizadas.
Este trabalho tratará especialmente da reciclagem de mistura asfáltica a quente em usina central.
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PARTE II
CONHECIMENTO DOS MATERIAIS DISPONÍVEIS 1. INTRODUÇÃO
A estrutura do pavimento existente pode estar constituída de várias camadas
esquematizadas na Figura 2.
A remoção do revestimento dá origem a um material constituído por agregado e
asfalto, chamado pavimento ou revestimento asfáltico reutilizável, RAP (Reclaimed Asphalt
Pavement), que pode participar como parte de uma nova mistura asfáltica.
Quando se remove parte ou toda base granular, sem ligante, o produto resultante
chama-se agregado mineral reutilizavel, RAM (Reclained Agreggate Mineral) e pode ser
processado como parte de um novo material, geralmente misturado como parte do revestimento
asfáltico reutilizável, ligante asfáltico e outras vezes misturado com cimento.
Ao se pretender fazer reciclagem de um pavimento asfáltico surgem, portanto, três
perguntas de importância capital:
a) O que temos no pavimento a ser reciclado?
b) O que pretendemos ou o que é possível obter?
c) Que materiais novos dispomos?
A primeira pergunta está ligada a espessura das camadas e aos materiais, asfalto e/ou
agregado, que as compõe.
A segunda é definir nosso objetivo em termos de reaproveitamento dos materiais das
camadas do pavimento e melhora-las de forma a se obter uma estrutura do pavimento capaz de
suportar ao tráfego previsto.
A terceira está relacionada aos materiais granulares novos e tipos de asfaltos
disponíveis à mistura com os materiais velhos, recicláveis (RAP e RAM) do pavimento
existente.
SUBLEITO
Observações:
RAP - Reclaimed Asphalt Pavement (Revestimento Asfáltico Reutilizável)
RAM – Reclaimed Aggregate Mineral (Agregado mineral reutilizável)
SUB-BASE
BASE GRANULAR ou
Tratada com cimento
REVESTIMENTO
Figura 2
Pav
imen
to e
xis
ten
te a
ser
rec
icla
do
ASFALTO Asfalto reutilizado
RAP
AGREGADO Agregado extraído
RAM = agregado de base granular ou com
cimento processado
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2. ESTUDO DOS MATERIAIS DISPONÍVEIS
2.1 Materiais do revestimento asfáltico reutilizáveis (RAP)
Para a elaboração de um projeto racional de mistura asfáltica com o emprego de
revestimento asfáltico reutilizável (RAP) é preciso conhecer os materiais que o compõe e o
estado desses materiais.
O revestimento está constituído por asfalto e agregado:
(1) Asfalto
Do asfalto precisa-se conhecer:
a) Porcentagem de asfalto na mistura
b) Condições de consistência, determinando sua viscosidade absoluta em
poises
(2) Agregado
Do agregado após a remoção do asfalto podemos determinar sua granulometria,
mas não temos meios diretos de determinar a quantidade de partículas
provenientes de depósitos naturais.
Estas partículas naturais, geralmente com as arestas arredondadas e as faces
polidas melhoram a trabalhabilidade da mistura, mas atuam negativamente na sua
estabilidade. Sua existência no agregado reutilizável será apreciada,
indiretamente, pela estabilidade da mistura, determinada pelo ensaio Marshall
Para obter os elementos referentes aos materiais será necessário a realização de
vários ensaios.
2.1.1 Ensaio para determinação do teor de asfalto da mistura asfáltica
O ensaio empregado com este objetivo está padronizado pela Norma ASTM D-2172-
95.
Esta norma apresenta vários métodos. Sugerimos o Método B, que é o de extração do
asfalto a quente. Ele também é utilizado para separar o asfalto do agregado.
O ensaio consiste em tomar uma amostra seca da
mistura do revestimento asfáltico com peso P1 ,
aproximadamente 1000gr, e coloca-se dentro de dois
cones de tela metálica revestidos com papel filtro.
Figura 3.
Estes cones são introduzidos numa jarra de vidro
pirex. Dentro da jarra é colocada uma quantidade de
tetracloretileno, e, a parte superior da jarra é tapada
com um condensador metálico.
O conjunto é colocado sobre uma fonte de calor:
uma placa quente termostaticamente controlada ou um
queimador a gás.
A ação do calor faz evaporar o solvente que passa
pela amostra, e, ao entrar em contato com o
condensador se liquefaz e cai sobre as amostras
colocadas nos cones metálicos, dissolvendo o asfalto e
separando-o do agregado. Este ciclo é continuado até
ser removido todo o asfalto.
O agregado restante nos cones é seco e pesado
P2 .
Figura 3
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A porcentagem de asfalto na mistura é dada pela fórmula:
a) Em relação à mistura:
100 P
PP ASF%
1
21M
b) Em relação ao agregado
100 P
PP ASF%
2
21AG
O asfalto dissolvido com o solvente deve ser guardado para determinação da
viscosidade do resíduo
2.1.2 Determinação da viscosidade do asfalto velho
a) Generalidades sobre a viscosidade
Viscosidade é a resistência ao cisalhamento oferecida pelos líquidos
A unidade de viscosidade absoluta é o poise que tem a seguinte definição:
Quando um plano de 1 2cm requerer uma força de um dine para se deslocar
na velocidade de 1cm/seg em relação a outro plano, paralelo, afastado de 1cm
, se diz que o líquido entre eles tem a viscosidade de um poise ( = 1
dine.seg/ cm2 ).
A viscosidade, matematicamente, pode ser descrita como uma proporcionalidade
constante entre a força aplicada F, por unidade de área, e a velocidade de
cisalhamento S, Figura 4.
.
A viscosidade ou módulo de cisalhamento n , de um líquido, pode ser definido
como um fator de proporcionalidade n
nF
S
Figura 4
9
F = força em dines/ cm2
S = velocidade de cisalhamento, em recíproca de segundo, isto é:
cm/seg/cm= seg 1
n = viscosidade absoluta, em poises (a recíproca de viscosidade é a fluidez)
Se n tem um valor constante para qualquer valor de F, isto é, há uma
proporcionalidade constante entre o esforço de cisalhamento F por unidade de
área e a velocidade de cisalhamento, o fluxo e o líquido são chamados de
Newtoniano ou de fluxo verdadeiro.
Quando não existe esta proporcionalidade, o líquido é não Newtoniano ou
pseudo plástico, e exibe um fluxo complexo.
Se o esforço de cisalhamento por unidade de área e a velocidade de
cisalhamento forem representados num gráfico “log-log”, Figura 5, esta
relação é representada por linhas retas.
.
Temos:
Log F = C . log S + log M (equação da reta)
C : é a inclinação da reta no gráfico log-log e mede o grau do fluxo complexo,
cujo valor é determinado por
CF
S
log
log
M : é uma constante do gráfico dada por
M=F
S c
que é a equação do fluxo ou base geral reológica.
Figura 5
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Com o aumento da temperatura de ensaio o asfalto torna-se menos viscoso
e eventualmente tem propriedade de líquido.
O grau do fluxo complexo diminui e o valor de C também diminui e se
aproxima da unidade.
Neste caso é difícil de determinar a viscosidade absoluta e então utilizam-
se equipamentos que determinam a viscosidade cinemática.
A relação entre a viscosidade absoluta e a cinemática é definida por:
viscosidade cinemática =densidade
absoluta idadecosvis
g cm seg
g cm
/ .
/ 3
k = n
d (stokes)
k = viscosidade cinemática em stokes que é expresso em cm seg2 /
n = viscosidade absoluta em poises que é expressa em g/cm.seg
d = densidade em g cm/ 3
Como a densidade dos CAP está próxima de 1 3g cm/ , grosseiramente a
viscosidade cinemática, em stokes, é numericamente igual a viscosidade
absoluta em poises.
Isto nos permite transformar a viscosidade cinemática dos agentes de
reciclagem em viscosidade absoluta para poder ser aplicado na determinação do
tipo de asfalto para a mistura reciclada.
Nos asfaltos a viscosidade cinemática é expressa em centistokes, a
centésima parte do stoke , significa que:
1 stoke = 100 centistokes e numeriricamente igual a 1 poise
Assim, o agente de reciclagem AR1 com uma faixa de viscosidade de 50
a 175 centistokes corresponderá ,numericamente, a 0,5 a 1,75 poises.
b) Ensaio para determinação da viscosidade absoluta dos cimentos asfálticos
O cimento asfáltico dissolvido com tetracloreto de carbono, recolhido do
extrator de asfalto, para determinação do teor de asfalto na mistura do
revestimento, deve ser recuperado da solução de acordo com as normas ASTM
D 1865-95.
A viscosidade absoluta do cimento asfáltico velho recuperado do
revestimento é determinada de acordo com o método de ensaio ASTM D
2171/94 ou P-MB-827 do Instituto Brasileiro de Petróleo.
Neste ensaio a viscosidade é determinada na temperatura de 60ºC
utilizando um viscosímetro capilar de fluxo reverso, usando vácuo, Figura 6.
Consiste em determinar o tempo necessário ao escoamento de um
determinado volume de cimento asfáltico através de um tubo capilar, Figura 7,
com auxílio de vácuo, de 30 0,05cm de mercúrio.
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O valor da viscosidade é obtido em unidades poises , multiplicando o
tempo de escoamento em segundos pelo fator de calibração do viscosímetro.
A unidade poises corresponde a uma dina.segundo/ cm2 ou g/cm.seg.
2.1.3 Ensaio de granulometria do agregado recuperado da mistura asfáltica
Reúne-se o agregado de várias extrações até obter o peso indicado para o ensaio de
granulometria. Este peso varia com o tamanho máximo do agregado, Tabela 1, e deve ter um
valor mínimo especificado pela norma ASTM 5444-94.
O ensaio de granulometria deve ser executado de acordo com a norma Ensaio de
Granulometria de Agregado Extraído - ASTM 5444-94, utilizando-se a série de peneiras
indicadas pelas especificações da mistura asfáltica pretendida.
Tabela 1
TAMANHO MÁXIMO
PESO MÍNIMO
Em quilos
4,75mm (nº4)
9,50mm (3/8”)
12,50mm (1/2”)
19,00mm (3/4”)
25,00mm (1”)
37,50mm (1 1/2”)
0,5
1,0
1,5
2,0
3,0
4,0
2.2 Agregados minerais reutilizáveis - (RAM)
No processo de reciclagem pode-se obter um reforço de estrutura do pavimento, sem
elevar o greide, adicionando ao material da base granular, total ou parcial, uma substância
cimentante. Com isto se aumenta o fator de equivalência estrutural, desta camada e
consequentemente a capacidade suporte do pavimento.
Figura 6 Figura 7
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Se este material é usado na camada de revestimento ou ligação (binder), que tem
tamanho máximo menor que o de base, o agregado deverá ser processado : peneirado , e as
frações maiores que o tamanho máximo selecionado deverão ser rebritadas ou rejeitadas.
Se houver processamento do agregado da base, deve-se considerar, para composição
da mistura, a granulometria final do agregado.
Todo o agregado de base pode ser usado misturado com o revestimento asfáltico
reutilizável e asfalto e/ou cimento, dando origem a uma base tratada com coeficiente de
equivalência estrutural superior ao da base granular.
A coleta de amostra para a realização do ensaio de granulometria deve ser
representativa de todo o material e terá um peso mínimo em função do tamanho máximo do
agregado, definido na Tabela 2 da norma ASTM-D-75/92.
Tabela 2
TAMANHO
NOMINAL
PESO MÍNIMO
DA AMOSTRA
kg
9,15mm (3/8”)
12,50mm (1/2”)
19,00mm (3/4”)
25,00mm (1”)
37,50mm 1 ½”)
50,00mm (2”)
10
15
25
50
75
100
Destas quantidades deve ser retirada uma amostra representativa para o ensaio de
granulometria com peso mínimo indicado na Tabela 3.
O ensaio de granulometria deve ser executado de acordo com a norma ASTM – C –
136.
Tabela 3
DIÃMETRO
MÁXIMO
PESO MÍNIMO PARA O ENSAIO DE
GRANULOMETRIA - kg
9,5mm (3/8”)
12,5mm (1/2”)
19,0mm (3/4”)
25,0mm (1”)
37,5mm (1 ½”)
50,0mm (2”)
1,0
2,5
5,0
10,0
15,0
20,0
2.3 Agregados novos ou virgem
As especificações aconselham utilizar, na reciclagem, uma quantidade de revestimento
asfáltico reutilizável (RAP) inferior a aproximadamente 50% da amostra nova . Para
complementar a granulometria da mistura é necessário adicionar agregado novo ou agregado
novo e agregado reutilizável (RAM)
Para fazer a nova composição de mistura deve-se conhecer a granulometria,
representativa, do novo agregado, executando ensaios granulométricos por peneiramento de
acordo com as normas ASTM – C 136.
Os pesos das amostras colhidas nos depósitos e o peso para o ensaio de granulometria
são os indicados no item 2.2.
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2.4 Asfalto novo
A adição de asfalto novo à mistura reciclada tem dois objetivos:
Obter a porcentagem total de asfalto para satisfazer os requisitos da
nova mistura
Enquadrar a mistura do asfalto novo com o asfalto envelhecido do
RAP dentro dos requisitos de viscosidade do asfalto definidos pelas
condições climáticas e tráfego previstos para a rodovia.
O cimento asfáltico novo deverá pertencer a um dos tipos previstos pelas
Especificações Brasileiras IBP/ABNT – EB-78 e o Regulamento Técnico DNC – 01/92.
Estas especificações classificam os cimentos asfálticos por viscosidade absoluta em:
CAP 7 com viscosidade entre 700 e 1000 poises
CAP 20 com viscosidade entre 2000 e 3500 poises
CAP 40 com viscosidade entre 4000 e 8000 poises
Também classificam os cimentos asfálticos em termos de consistência medida pelo
ensaio de penetração, em:
CAP 30/45
CAP 50/60
CAP 85/100
CAP 120/150
2.5 Agentes de reciclagem
São materiais orgânicos com características físicas e químicas selecionadas para
restaurar o asfalto envelhecido do RAP de forma a atender às condições das especificações.
A seleção do agente de reciclagem se processa pelas características de viscosidade da
mistura asfalto envelhecido / agente de reciclagem.
Os tipos e características dos agentes de reciclagem para misturas a quente estão
definidos na norma ASTM 4552 – 92, que é idêntica a adotada pelo Instituto Brasileiro do
Petróleo e apresentada no Tabela 4.
A função dos agentes de reciclagem é devolver aos CAP envelhecidos suas
propriedades originais. Como rejuvenescedores, devem repor ao ligante os componentes
aromáticos e as resinas cujos teores foram reduzidos no processo de envelhecimento.
Existem no mercado americano produtos comerciais.
No Brasil, temos um produto, óleo de xisto produzido pela Petrobras em São Mateus
do Sul – PR.
Frações da destilação deste óleo apresentam concentrados de maltenos com elevado
teor de nitrogênio. A importância do nitrogênio está no aumento da durabilidade do asfalto e
também na melhoria da adesividade do asfalto / agregado.
O resíduo da destilação do xisto se enquadra nas especificações do IPB e da ASTM
D 4552, com agente de reciclagem sob número AR – 75 ou RA 75.
A escolha do grau do agente de reciclagem depende da quantidade e dureza do asfalto
no pavimento velho. Em geral os tipos de AR com baixa viscosidade são empregados para
recuperar asfaltos envelhecidos de alta viscosidade e vice versa.
Os graus AR-1, AR-5, AR-25 e AR-75 são geralmente mais apropriados a
recuperação do cimento asfáltico de pavimentos velhos em mistura a quente, recicladas quando
for adicionada a mistura menos de 30% de agregado virgem.
Os graus AR-250 e AR-500 são indicados em misturas recicladas com mais de 30%
de agregado virgem.
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Tabela 4
3. AMOSTRAGEM DOS MATERIAIS
É uma parte essencial no estudo de reciclagem.
É de importância fundamental obter amostras representativas de todos os materiais
para que o produto colocado na pista corresponda à mistura estudada no laboratório.
3.1 Revestimento asfáltico reutilizável - RAP
A amostragem do revestimento asfáltico reutilizável, RAP, é a parte mais crítica do
processo.
No revestimento asfáltico reutilizável existem duas variáveis: asfalto e agregado,
podendo o asfalto variar em quantidade e viscosidade; e, o agregado em granulometria e,
também em quantidade.
Quanto maior o número de amostras, mais os valores médios se aproximam da
realidade.
Ainda a melhor técnica de escolha é a da coleta aleatória de amostra. Uma vantagem
de usar este processo, baseado em métodos estatísticos, é que a quantidade de trabalho e o custo
podem ser reduzidos. Não há uma regra rígida para definir os intervalos de amostragem. O
espaçamento de 50 metros, alternados em LD, E, LE, LD ... para coleta de amostra serve
como orientação. Quando o aspecto superficial do pavimento demonstrar uniformidade, o
espaçamento pode aumentar.
Se visualmente for constatado que o trecho apresenta áreas com características
superficiais diferentes, elas devem ser consideradas como segmentos independentes. Suas
localizações devem ser registradas e as amostras e ensaios deverão ser considerados
separadamente, Figura 8.
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Assim, a extensão E E1 2 apresenta uma superfície com características normais.
E E2 3 apresenta de forma uniforme a ocorrência de áreas de
exsudação.
E E3 4 superfície apresenta pontos de desagregação sugerindo
deficiência de asfalto.
Isto significa que temos misturas diferentes.
Os resultados dos ensaios com amostras coletadas dentro dos limites de cada seção
devem ser reunidos para definir as características. (%asfalto, granulometria do agregado e
viscosidade do asfalto) médias do revestimento asfáltico reutilizável (RAP).
Os valores médios de todas as seções devem ser analisados e comparados para definir
a possibilidade de misturar os materiais removidos do revestimento asfáltico, ou determinar que
eles constituam depósitos independentes.
Estes estudos iniciais devem ser confirmados após a remoção do revestimento
asfáltico, quanto a granulometria do agregado, porque a fresagem ou a britagem do revestimento,
necessários a sua reutilização, podem alterar a granulometria do agregado.
Novas amostras de revestimento asfáltico reutilizável (RAP) devem ser colhidas dos
depósitos junto à usina central, para serem ensaiadas, determinando a % de asfalto, e,
principalmente, a granulometria do agregado. Esta deve ser comparada com os valores
anteriores obtidos.
As amostras do depósito devem ser coletadas em várias posições e alturas, na base de
uma amostra para cada 50 toneladas de mistura, tendo-se o cuidado de remover o material
superficial que pode apresentar segregação. Para agregados com tamanho máximo de 20mm,
normalmente empregados nos revestimentos asfálticos, o peso da amostra coletada deve ser da
ordem de 25kg.
No laboratório, por quarteamento, as amostras devem ser reduzidas aos tamanhos
indicados aos ensaios.
3.2 Amostragem do agregado mineral reutilizável (RAM)
A amostragem do agregado mineral reutilizável é realizada do mesmo modo e locais
que a do revestimento asfáltico reutilizável (RAP).
Se este agregado for processado por peneiramento ou rebritagem, a amostra deve ser
coletada na pilha de estoque, em vários pontos e alturas do depósito. A freqüência é de uma
amostra para cada 50 toneladas de agregado.
Ao retirar a amostra deve-se ter cuidado prévio de remover o agregado superficial que
pode estar segregado.
Figura 8
16
3.3 Amostragem do agregado virgem
A amostragem do agregado virgem se realiza no depósito em vários pontos e alturas,
tomando o cuidado de eliminar a camada superficial de agregado, que pode estar segregado.
O número de amostras depende do tamanho do depósito. Um critério de amostragem
define uma amostra para cada 50 toneladas de agregado.
3.4 Amostragem do asfalto novo
A amostragem do cimento asfáltico novo deve ser executada conforme a norma
ASTM – D 140/93.
Na maioria dos casos a aceitação do material asfáltico está baseada em ensaios de
laboratório fornecidos pelo produtor.