parte 2 - apostila - dr. adilson sanchez

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1. ORIGEM DAS VERBAS TRABALHISTAS A Convenção Coletiva de Trabalho, o Acordo Coletivo e a Sentença Normativa são instrumentos de negociação coletiva que implementam novas condições de trabalho e juntamente com o contrato de trabalho são fundamentais ao nosso estudo, principalmente porque uma infinidade de parcelas e direitos trabalhistas são criados por meio de negociação ou ajuste contratual, cuja observação é obrigatória, valendo lembrar que, no caso da norma coletiva, podem ser suprimidas se não mais negociadas (Súmula TST nº 277). A elaboração e cálculos deverá levar em conta eventual cláusula normativa. 2. NATUREZA DAS VERBAS TRABALHISTAS Pois bem, deve-se identificar, determinar a natureza das verbas trabalhistas para o adequado tratamento a ser dispensado. Considera-se salário a contraprestação dos serviços prestados. Diferencia-se salário de remuneração pelo fato desta compreender a paga direta e indireta (gorjetas e quebra de caixa), enquanto aquele refere-se apenas ao pagamento efetuado diretamente pelo empregador. Não se afasta ainda, a preocupação da possível incorporação no salário da verba suprimida ou pagamento de indenização correspondente. Os adicionais ao salário (hora extra, adicional noturno, tempo de serviço, etc.), integram o salário enquanto percebidos habitualmente. A determinação do adicional, portanto, decorre de disposição de lei, quando do exercício, pelo empregado, de atividade em condições especiais, ou, ainda, em virtude de norma interna da empresa. Complexa mostra a questão da habitualidade, havendo as mais diferentes interpretações a respeito. Serve como orientação aquela emanada do Enunciado TST nº 291 em que se considera habitual o serviço prestado durante pelo menos um ano. Não obstante, o tema está longe de ser pacífico. Todavia, pertencemos a corrente que entende ser habitual o fato ocorrido por, pelo menos ou por todo o tempo do contrato se este durar menos de uma ano. A supressão mencionada dos adicionais salariais é possível, ainda que unilateralmente efetuada, garantida, porém, indenização correspondente ou a incorporação de seu valor pelo salário, segundo defendemos.

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Page 1: Parte 2 - Apostila - Dr. Adilson Sanchez

1. ORIGEM DAS VERBAS TRABALHISTAS

A Convenção Coletiva de Trabalho, o Acordo Coletivo e a Sentença Normativa são

instrumentos de negociação coletiva que implementam novas condições de trabalho e

juntamente com o contrato de trabalho são fundamentais ao nosso estudo, principalmente

porque uma infinidade de parcelas e direitos trabalhistas são criados por meio de negociação ou

ajuste contratual, cuja observação é obrigatória, valendo lembrar que, no caso da norma

coletiva, podem ser suprimidas se não mais negociadas (Súmula TST nº 277). A elaboração e

cálculos deverá levar em conta eventual cláusula normativa.

2. NATUREZA DAS VERBAS TRABALHISTAS

Pois bem, deve-se identificar, determinar a natureza das verbas trabalhistas para o

adequado tratamento a ser dispensado.

Considera-se salário a contraprestação dos serviços prestados. Diferencia-se salário de

remuneração pelo fato desta compreender a paga direta e indireta (gorjetas e quebra de caixa),

enquanto aquele refere-se apenas ao pagamento efetuado diretamente pelo empregador.

Não se afasta ainda, a preocupação da possível incorporação no salário da verba

suprimida ou pagamento de indenização correspondente.

Os adicionais ao salário (hora extra, adicional noturno, tempo de serviço, etc.), integram

o salário enquanto percebidos habitualmente.

A determinação do adicional, portanto, decorre de disposição de lei, quando do

exercício, pelo empregado, de atividade em condições especiais, ou, ainda, em virtude de norma

interna da empresa.

Complexa mostra a questão da habitualidade, havendo as mais diferentes interpretações

a respeito. Serve como orientação aquela emanada do Enunciado TST nº 291 em que se

considera habitual o serviço prestado durante pelo menos um ano. Não obstante, o tema está

longe de ser pacífico. Todavia, pertencemos a corrente que entende ser habitual o fato ocorrido

por, pelo menos ou por todo o tempo do contrato se este durar menos de uma ano.

A supressão mencionada dos adicionais salariais é possível, ainda que unilateralmente

efetuada, garantida, porém, indenização correspondente ou a incorporação de seu valor pelo

salário, segundo defendemos.

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Cálculos Trabalhistas Adilson Sanchez Parte integrante do livro Tratado das Verbas Trabalhistas – Ed. LTr

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Por outro lado, a supressão motivada, ou seja, ocorrida por extinção das condições que

ensejam o pagamento do adicional, não gera dúvida quanto a possibilidade de ocorrência, sem

necessidade de pagamento de indenização ou incorporação de seu valor ao salário.1

Deve-se observar o critério mais próximo a permitir a integração pelo último valor

recebido. Não é sem razão que o TST determinou a correção monetária das comissões para o

cálculo das médias.

Assim, é consagrado o entendimento de que no caso de horas extras e adicional noturno

a integração far-se-á pela média física, ou seja, de horas, multiplicadas pelo valor do salário

hora vigente na data da integração.2

Quanto ao descanso semanal remunerado temos dois critérios aceitos pela doutrina e

jurisprudência: 1/6 das horas na semana ou a adoção da fórmula: total das horas extras no mês,

divididas pelos dias úteis e multiplicadas pelos repousos verificados, essa última masi

apropriada.

Salariais são as parcelas que têm natureza alimentar, ou seja, que correspondem a paga

pelos serviços prestados, de modo a aliviar o orçamento doméstico do trabalhador, permitindo o

seu sustento e o de sua prole. São, verdadeiramente, contraprestações dos serviços.

Já as verbas indenizatórias visam recompor o patrimônio jurídico do trabalhador, não

correspondendo a paga dos préstimos. Como o próprio nome indica, servem para o

ressarcimento de determinada ocorrência uqe não a simples paga pelos serviços executados.

Cominatórias, por sua vez, são as prestações que denotam penalidade, infração cometida

pelo sujeito do contrato.

Diferenciam-se as prestações assistenciais, pois decorrem de programas de assistência,

como o nome sugere, e mesmo de benefícios previdenciários, num conceito de seguro social.

Por fim, reservamos aquelas inominadas, de origem estranha à classificação anterior ou

simplesmente diferenciadas por desejo da lei, como é o caso da participação em lucros.

Uma ou outra natureza da verba satisfeita, levará a implicações pertinentes a integração

ou incorporação no salário, possibilidade de supressão, incidência de contribuição

previdenciário, fundo de garantia e imposto de renda.

1 TST Súmula nº 265 e 248 2 TST - SDI, Ac. 2161/93, E-RR 25028/91.0, DJU de 17.09.93, pág. 19032

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Quadro Demonstrativo da Natureza das Verbas Trabalhistas

Salarial Indenizatória Cominatória Assistencial Diversos

Repouso Semanal

Remunerado

Ajuda de custo Intervalo não

concedido

Programa de

Alimentação do

Trabalhador

Abono pecuniário

de férias até 20

dias

Abono pecuniário

de férias superior

a 20 dias

Aviso prévio

indenizado

Multa do artigo

467 da CLT

Salário-família Adicional de

férias

Adicional de

insalubridade

13º salário

indenizado

Multa por mora Salário-

maternidade

Participação nos

lucros

Adicional

noturno

Diárias Multa normativa Salário-

paternidade

Adicional de

periculosidade

Diárias para

viagem

Multa

administrativa

Seguro-

desemprego

Adicional de

periculosidade

dos eletricitários

Férias

indenizadas

Vale-transporte

Adicional de

transferência

Indenização

adicional

Complementação

de auxílio-doença

Aviso prévio

trabalhado

Indenização por

rescisão

antecipada

comissões Indenização por

tempo de serviço

13º salário Indenização por

supressão

férias indenização de

40% do FGTS

Gratificação

habitual

Programa de

Demissão

Voluntária

Horas extras

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3. DA JORNADA DE TRABALHO

A duração normal da jornada de trabalho não poderá ser superior a 8 (oito) horas diárias

e 44 (quarenta e quatro) horas semanais. Assim, o empregado poderá trabalhar oito horas

diárias, sem adicional, desde que não ultrapasse a jornada semanal de quarenta e quatro horas.

Também poderá trabalhar 7h20 (sete horas e vinte minutos) diários, com descanso semanal.

Lembra-se que o tempo gasto pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador

até o trabalho, e no seu retorno, em local de difícil acesso ou não servido por transporte regular

público, deverá ser computado na jornada de trabalho.

Da mesma forma, será computada na jornada, ensejando o pagamento de adicional por

prorrogação das horas de trabalho o tempo à disposição ou sobreaviso.

Releva discutir a base de cálculo para apuração do salário-hora, uma vez definida a

origem temporal do pagamento das horas de trabalho.

Adota-se o critério do salário mensal dividido pela jornada contratual. Dessa forma, a

divisão far-se-á por 220 (duzentos e vinte) para quem trabalha no limite máximo de 44

(quarenta e quatro) horas semanais e 180 (cento e oitenta) horas para quem trabalha em turnos

ininterruptos de revezamento, ou jornada diária de 6 (seis) horas.

O trabalho executado em regime extraordinário deverá ser acrescido de um adicional de

50% (cinquenta por cento), pelo menos, calculado sobre o salário do empregado. No acordo de

prorrogação de horas, individuais ou coletivo, deverá constar, obrigatoriamente, a importância

da remuneração da hora suplementar, além do número das horas prorrogadas, o horário de

trabalho e o prazo da vigência do acordo.

Durante a jornada de trabalho, o empregador deverá conceder ao empregado períodos

para descanso ou alimentação, bem como para repouso entre jornadas de trabalho, não

computadas na duração do trabalho.

Nas jornadas de trabalho contínuas, com duração superior a 6 (seis) horas, será

obrigatória a concessão de um período para descanso ou alimentação de, no mínimo, 1 (uma)

hora e, no máximo, 2 (duas) horas, podendo este intervalo ser alterado em número de horas por

acordo ou contrato coletivo de trabalho.

Nas jornadas inferiores a 6 (seis) horas, sempre que esta ultrapassar de 4 (quatro) horas,

será obrigatória a concessão de um intervalo de 15 (quinze) minutos.

Entre duas jornadas de trabalho deverá haver um intervalo mínimo de 11 (onze) horas

consecutivas para descanso. Esse intervalo não se confunde com o repouso semanal de 24 (vinte

e quatro) horas, isto é, um não é absorvido pelo outro, de forma que quando ocorre este último,

o tempo é somado, totalizando 35 (trinta e cinco) horas consecutivas.

Não serão computados na jornada os minutos residuais (art. 58, § 1º, CLT).

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O empregado demitido que cumpre aviso prévio trabalhado terá sua jornada reduzida em

2 (duas) horas diárias - não importando qual seja a jornada - ou, conforme opção do empregado,

poderá trabalhar sem a redução acima mas com falta ao serviço por 7 (sete) dias corridos, sem

prejuízo do salário.

Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher

terá direito a dois descansos especiais de meia hora cada um, durante a jornada de trabalho. Não

obstante, as empresas adotam a prática de permitir a entrada e saída da mulher no trabalho em

uma hora, sem prejuízo do salário.

O regime de compensação de horas de trabalho permite aos empregados prestarem

serviços além da carga horária normal, sem, entretanto, configurar prestação de serviços

extraordinários. Esse regime é muito utilizado por empresas que não trabalham aos sábados,

compensando o horário correspondente em outro dia da semana.

A Constituição Federal permite jornada de trabalho máxima de 8 horas diárias, não

excedentes a 44 horas semanais, possibilitando a compensação de horário.

Poderá haver compensação diária da jornada, desde que não ultrapasse a 10 horas de

trabalho, bem como a jornada semanal fique limitada a 44 horas semanais.

jornada normal

SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM TOTAL

7H20 7H20 7H20 7H20 7H20 7H20 -X- 44 horas

jornada mediante compensação

Semana Anterior

SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM TOTAL

9H20 9H20 9H20 9H20 7H20 7H20 -X- 52 horas

Semana Posterior

SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM TOTAL

5H20 5H20 7H20 7H20 5H20 5H20 -X- 36 horas

Ajuste

52 + 36 = 88 : 2 = 44 (jornada máxima)

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4. VERBAS TRABALHISTAS

4.1 ADICIONAL DE FÉRIAS

O adicional de férias, previsto no artigo 7º, XVII da Constituição Federal, também

conhecido por adicional de 1/3 (um terço), foi criado pelo legislador constituinte em 1988, para

atender a necessidade de cobrir as despesas dos empregados em virtude do gozo de férias.

Direito a férias de 30 dias - R$ 3.000,00 (base de cálculo)

3.000,00 : 3 = 1.000,00

4.2 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

O adicional de insalubridade tem regulamentação legal no artigo 192 da CLT e na

Portaria MTE nº 3.214/78, Norma Regulamentadora nº 15 e corresponde a uma porcentagem, a

ser paga juntamente com o salário, aos trabalhadores sujeitos a condições insalubres

estabelecidas pelo Ministério do Trabalho.

Base: salário-mínimo – R$ 465,00

Grau de Risco Valor do Adicional

mínimo 46,50 (10% de 465,00)

médio 93,00 (20% de 465,00)

máximo 186,00 (40% de 465,00)

Reflexos em Horas Extras

salário nominal + adicional de insalubridade : jornada de trabalho x adicional de hora extra com

acréscimo do salário-hora x horas extras prestadas

Assim, o empregado que recebe salário de R$ 3.000,00 mais adicional de insalubridade

em grau médio – R$ 93,00, com jornada de trabalho de 220 horas e com direito a adicional de

horas extras a 50%, realizando 10 horas em determinado mês, fará jus ao seguinte valor:

3.000,00 + 93,00 = 3.093,00 : 220 = 14,05 x 1.5 = 21,08 x 10 = 210,88

Portanto receberá a título de horas extras o valor de R$ 210,88.

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4.3 ADICIONAL NOTURNO

Previsto no artigo 73 da CLT, o adicional noturno encerra complexa fição jurídica,

porque fixa a hora noturna reduzida, diferente do horário civil, tornando-se a verba mais difícil

de compreensão e, por conseguinte, de se calcular e merecendo atenção redobrada.

Além da redução da hora noturna o legislador também conferiu direito ao acréscimo

salarial. O trabalho noturno é o compreendido entre as 22h de um dia e 5h do dia seguinte,

correspondendo, nesse intervalo, cada 52 minutos e 30 segundos a uma hora de trabalho.

O trabalho noturno assegura ao trabalhador a percepção de um adicional de 20% (vinte

por cento) na área urbana, incidente sobre o valor de seu salário hora e será pago

proporcionalmente ao tempo de trabalho no horário noturno, conforme do quadro adiante.

Sal. 3.000,00 : 220 = 13,63 (salário hora)

13,63 x 20% = 2,72 (adicional noturno)

13,63 + 2,72 = 16,35 (salário hora noturno)

16,35 x 1.5 = 24,53 (hora extra noturna)

Receberá no final do mês o salário de R$ 3.000,00, mais o adicional noturno por uma hora no

importe de R$ 2,72 e mais uma hora extra no valor de R$ 24,53, totalizando R$ 3.027,25.

Há quem tenha simplificado esse cálculo com aplicação de fórmula bem interessante,

adotando um índice direto para cálculo, correspondente a 1,3714, eliminando a apuração das

horas reduzidas, como se vê em seguida.

22h|_____________________________________________________|5h

7h civis ou 8h trabalhistas

8 : 7 = 1,1428571 x 20% (adicional noturno) = 1,3714

Assim, se o trabalhador prestou horas extras entre 22h às 5h, com intervalo de 1 hora,

temos uma jornada de 6h (7h – 1h = 6h).

3.000,00 : 220 = 13,63 x 37,14% = 5,06 x 6h = 30,38

A obtenção dos valores convertidos é simples. Utilizando-se 14,28571 que equivale

percentualmente a redução da hora noturna, chegaremos exatamente ao resultado.

1h = 60m

60m x 14,28571% = 8,571426m

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Ocorre que 571426 é fração de minuto, devendo ser convertido pela sua aplicação percentual

sobre 60m.

60m x 57,1426% = 34,28556

Resultado final de 1h8m34s.

a) Como calcular o adicional noturno de quem labora em horário noturno de 6h22m30s.

Salário de 3.000,00 ou salário hora de 13,63 (3.000, : 220)

Primeiro converte-se o horário por hora reduzida, multiplicando-se pelo valor do salário hora e

calculando-se, finalmente, o adicional noturno.

6h x 1,1428571 = 6,8571426 x 13,63 = 93,46

22m x 1,1428571 : 60 = 0,4190476 x 13,63 = 5,71

30s x 1,1428571 : 3.600 = 0,0095238 x 13,63 = 0,12

______________________________________________

Total: R$ 99,29 x 20% = R$ 19,85 (adicional noturno)

b) Como calcular o adicional noturno de quem labora em horário noturno com salário de R$

3.000,00 ou salário hora de R$ 13,63 (3.000, : 220). Trabalhou das 22h às 2h ou 4 horas

noturnas.

4h x 1,1428571 = 4,5714284 x 13,63 = 62,30 x 20% = 12,46

O cálculo fica mais fácil porque o horário é “cheio”, razão pela qual aconselha-se a fixar

horários noturnos inteiros, para melhor compreensão pelo trabalhador quanto aos pagamentos

efetuados, sendo útil também em eventual reclamação trabalhista, mais fácil de se demonstrar.

c) Para estabelecer a jornada de trabalho é válido conhecer que deve-se reduzir horas e minutos

em 12,5%. Assim, o horário equivalente a 8h civis é de 7h trabalhistas (8h x 12,5% = 1h; 8h –

1h = 7h), como visto anteriormente e de 20m sem redução é de 17m30s no horário noturno

reduzido, conforme a regra abaixo:

20m x 12,5% = 2,5 ou 2m30s

20m – 2m30s = 17m30s

60m x 12,5% = 7,5 ou 7m30s

60m – 7m30s = 52m30s

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d) O reflexo no descanso semanal remunerado é mais simples porque dispensa o cálculo por

hora, podendo ser efetuado diretamente com o valor do adicional noturno percebido no mês (p.

ex. 9,06), adotando-se a seguinte fórmula:

valor do adicional noturno recebido no mês : dias úteis e multiplicado pelos descansos e

feriados no mês

e) O cálculo do adicional noturno, ainda, deverá ser efetuado com base estendida para quem

percebe adicional de periculosidade3, gratificações mensais, adicional de transferência,

adicional de insalubridade.

Exemplo: Salário – R$ 3.000,00 com recebimento de adicional de periculosidade e 60 horas de

adicional noturno (hora reduzida).

3.000,00 x 1.30 = 3.900,00 : 220 = 17,72 x 20% = 3,54 x 60 = 212,72

O mesmo exemplo com adicional de insalubridade em grau médio (R$ 60,00)

3.000,00 + 60,00 = 3.060,00 : 220 = 13,90 x 20% = 2,78 x 60 = 166,90

4.4 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

Dispõe o artigo 193 "caput" da CLT que são consideradas atividades ou operações

perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aqueles que,

por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou

explosivos em condições de risco acentuado.

Há também o direito ao adicional aos trabalhadores expostos a energia elétrica,

conforme a Lei nº 7.369/85 (DOU de 23.09.85), regulamentada pelo Decreto nº 93412/86.

Salário: R$ 3.000,00

3.000,00 x 30% = 900,00

Salário: R$ 3.000,00 e 20 horas extras.

3 TST OJ nº 259

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3.000,00 x 1.3 = 3.900,00 : 220 = 17,72 x 1.5 = 26,59 x 20 = 531,81

Resultado: R$ 3.000,00 (salário) + R$ 900,00 (adicional de periculosidade) + 531,81 (horas

extras) – TOTAL DE R$ 4.431,81.

4.7 DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO

O 13º salário foi instituído pela Lei nº 4.090/62, regulamentada pelo Decreto nº

57.155/65. Por sua vez, a Constituição Federal de 1988, no artigo 7º, VIII, garantiu, dentre os

direitos sociais dos trabalhadores urbanos e rurais, o 13º salário com base na remuneração

integral ou no valor da aposentadoria, também assegurado aos trabalhadores avulsos e

domésticos (XXXIV, § único do mesmo artigo). O pagamento é efetuado em duas parcelas.

a) 1ª Parcela paga no mês de novembro. Salário de R$ 3.000,00

3.000,00 : 2 = 1.500,00

b) 1ª Parcela do comissionista paga no mês de novembro.

Mês Comissão ICM Valor Corrigido

janeiro 600,00 XXX 601,02

fevereiro 500,00 XXX 502,50

março 450,00 XXX 453,28

abril 400,00 XXX 402,00

maio 400,00 XXX 401,60

junho 400,00 XXX 401,64

julho 480,00 XXX 482,73

agosto 500,00 XXX 501,95

setembro 550,00 XXX 554,56

outubro 800,00 XXX 804,32

total - X - - X - 5.105,60

Apuração da média

5.105,60 : 10 = 510,56

Valor da 1ª parcela

510,56 : 2 = 255,28

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c) 1ª Parcela do 13º salário de quem foi admitido no curso do ano (admissão em 1º de junho).

Faz jus a 5/12. Salário de R$ 3.000,00.

3.000,00 : 12 x 5 = 1.250,00 : 2 = 625,00

d) 1ª Parcela do comissionista paga no mês de novembro, de quem foi admitido no curso do ano

(admissão em 1º de junho). Faz jus a 5/12.

Mês Comissão ICM Valor Corrigido

junho 400,00 XXX 401,64

julho 480,00 XXX 482,73

agosto 500,00 XXX 501,95

setembro 550,00 XXX 554,56

outubro 800,00 XXX 804,32

total - X - - X - 2.745,20

Apuração da média

2.745,20 : 5 = 549,04

Valor da 1ª parcela

549,04 : 2 = 274,52

e) 2ª Parcela. Salário de R$ 3.000,00

3.000,00 - 1.500,00 (1ª parcela) = 1.500,00

Na hipótese de o salário ter incorporado reajuste salarial, passando a 3.300,00, teremos:

3.300,00 - 1.500,00 (1ª parcela) = 1.800,00

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f) 2ª Parcela do comissionista.

Mês Comissão ICM Valor Corrigido

janeiro 600,00 XXX 601,02

fevereiro 500,00 XXX 502,50

março 450,00 XXX 453,28

abril 400,00 XXX 402,00

maio 400,00 XXX 401,60

junho 400,00 XXX 401,64

julho 480,00 XXX 482,73

agosto 500,00 XXX 501,95

setembro 550,00 XXX 554,56

outubro 800,00 XXX 804,32

novembro 600,00 XXX 602,22

dezembro 800,00 XXX 804,32

total - X - - X - 6.512,14

Apuração da média

6.512,14 : 12 = 542,67

Valor da 2ª parcela

542,67 - 510,56 = 32,11

Média de Horas

120 : 12 = 10

Média de Valor

3.000,00 : 220 = 13,63 x 1.5 = 20,45 x 10 = 204,54

Valor do 13º salário

3.000,00 + 204,54 – 1.650,00 = 1.554,54

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4.8 FÉRIAS

Conforme o artigo 129 da CLT, todo trabalhador terá direito, anualmente, ao gozo de um

período de férias sem prejuízo da remuneração. Constiui origem do abono pecuniário a

conversão do período de férias a que faz jus o empregado, até o máximo de 1/3, requerido até 15

dias antes do término do período aquisitivo de férias, de modo a propiciar não só o descanso

para recuperação da capacidade de trabalho, como uma remuneração adicional para o descanso.

Direito a férias de 30 dias - R$ 3.000,00 (base de cálculo)

3.000,00 : 3 = 1.000,00 ou 30 dias : 3 = 10 dias

Valor do Abono – R$ 1.000,00.

Considerando que o empregado trabalhará 10 dias (relativos a conversão em abono),

temos o recebimento final no mês assim distribuído:

Valor das Férias – 2.000,00 (20 dias) – (3.000,00 : 30 x 20)

Valor do Abono – 1.000,00 (10 dias) – (3.000,00 : 3 ou 1/3)

Valor dos dias Trabalhados – 1.000,00 (10 dias)

Adicional de Férias – 1.000,00

Total – 5.000,00

a) contagem de período aquisitivo

Admissão em 10.07.02

Período Aquisitivo Período de Gozo Resultado

10.07.02 a 09.07.03 10.07.03 a 09.07.04 férias vencidas

10.07.04 a 09.08.04 1/12

10.08.04 a 09.09.04 2/12

10.09.04 a 09.10.04 3/12

10.10.04 a 09.11.04 4/12

10.11.04 a 09.12.04 5/12

10.12.04 a 09.01.05 6/12

10.01.05 a 09.02.05 7/12

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Cálculos Trabalhistas Adilson Sanchez Parte integrante do livro Tratado das Verbas Trabalhistas – Ed. LTr

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10.02.05 a 09.03.05 8/12

10.03.05 a 09.04.05 9/12

10.04.05 a 09.05.05 10/12

10.05.05 a 09.06.05 11/12

10.06.05 a 09.07.05 férias vencidas

b) cálculo das férias e do saldo salarial

Salário de R$ 3.000,00. Início das férias: 10.01.05. Término das férias: 08.02.05.

|--------------------------------|-------------------------------------------------------------|

01 10 31

3.000,00 : 31 x 9 = 870,96

3.000,00 : 31 x 22 = 2.129,04 (*)

870,96 (saldo de salário) + 2.129,04 (férias) = 3.000,00

|------------------------|--------------------------------------------------------------|

01 08 28

3.000,00 : 28 x 8 = 857,14

3.000,00 : 28 x 20 = 2.142,86 (*)

857,14 (saldo de salário) + 2.142,86 (férias) = 3.000,00

(*) Arredondou-se, de modo a afastar qualquer distorção. O resultado encontrado no mês de

janeiro é o correspondente ao salário mensal, como se o empregado tivesse trabalhado, o mesmo

sendo procedido no mês de fevereiro.

Resultado no mês de janeiro, com o adicional de férias, considerando o pagamento das férias no

mesmo mês, por força do artigo 145 da CLT.

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870,96 (saldo de 9 dias) + 3.000,00 (férias) + 1.000,00 (adicional de férias) = 4.870,96

c) cálculo das férias e do saldo salarial de comissionista puro

Mês Comissão ICM* Valor Corrigido

dezembro 600,00 - X - 600,00

novembro 500,00 1,001146 500,57

outubro 450,00 1,002255 451,01

setembro 400,00 1,003987 401,59

agosto 400,00 1,006000 402,40

julho 400,00 1,007964 403,18

junho 480,00 1,009739 484,67

maio 500,00 1,011300 505,65

abril 550,00 1,012184 556,70

março 800,00 1,013983 811,55

fevereiro 600,00 1,014448 608,66

janeiro 650,00 1,015746 660,23

total - X - - X - 6.386,21

* índice de correção monetária (deve-se adotar o índice oficial de inflação)

Apuração da média

6.386,21 : 12 = 532,18

Apuração do valor das férias

532,18 (média) + 177,39 (adicional de férias) = 709,57

É controvertida a integração para a média dos reflexos de comissão sobre o DSR.

Entendemos que devem refletir também nas férias, sob pena de se pagar somente o valor das

comissões, excluindo-se os repousos. Caso seja procedido o critério será o mesmo, podendo ser

usada idêntica tabela.

Na vigência do contrato:

Direito a férias de 30 dias - R$ 3.000,00 (base de cálculo)

3.000,00 : 3 = 1.000,00

Valor do adicional - R$ 1.000,00.

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Na rescisão contratual:

Direito a férias vencidas e mais proporcionais de 6/12 - R$ 3.000,00 + R$ 1.500,00 = R$

4.500,00 (base de cálculo).

4.500,00 : 3 = 1.500,00

Valor do adicional - R$ 1.500,00.

4.9 HORAS EXTRAS

A Constituição da República (art. 7º, XIII) delimitou a duração normal de trabalho em 8

horas diárias e 44 horas semanais, permitindo a prorrogação, por motivo de compensação de

horas, vista na parte referente a jornada de trabalho, bem como para realização de horas extras.

Corresponde a hora extra ao pagamento da hora trabalhada, não prevista em contrato,

com acréscimo de 50%. Temos, pois, a hora, produto da divisão do salário mensal pela jornada

contratual e mais o adicional, diferentemente do adicional noturno, cuja hora está compreendida

no salário fixado em contrato, restando o pagamento do adicional, unicamente.

Verba a Refletir Média / Base

aviso prévio indenizado 12 últimos meses

13º salário ano civil

férias período aquisitivo

indenização adicional 12 últimos meses

indenização por rescisão antecipada período contratual até 12 meses

indenização por tempo de serviço 12 últimos meses

multa por mora 12 últimos meses

repouso semanal remunerado total das horas extras no mês, divididas pelos

dias úteis e multiplicadas pelos descansos e

feriados

salário-maternidade 12 últimos meses, dividido por 30 e

multiplicado pelos dias de licença

a) Salário de R$ 3.000,00. Jornada de 220 horas. Adicional de 50%.

3.000,00 : 220 x 1,50 = 20,45

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b) Salário de R$ 3.000,00. Jornada de 220 horas. Adicional de 50%. 20 horas extras prestadas

no mês com 25 dias úteis e 6 descansos.

Horas Extras

3.000,00 : 220 x 1,50 x 20 = 409,09

Reflexos no DSR

409,09 : 25 x 6 = 98,18

c) Supressão de horas extras, no mês de julho. Trabalhou em regime de prorrogação por 8 anos

e 7 meses. Salário de R$ 3.000,00.

Apuração da média

Mês Horas Extras

Junho 10

Maio 15

Abril 5

Março 20

Fevereiro 10

Janeiro 15

Dezembro 20

Novembro 5

Outubro 5

Setembro 5

Agosto 5

Julho 5

TOTAL 120

Média de Horas

120 : 12 = 10

Cálculo da Indenização

3.000,00 : 220 = 13,63 x 1,5 = 20,45 x 10 = 204,50 x 9 = 1.840,50

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4.10. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO

A CLT garantiu aos empregados um descanso semanal de vinte e quatro horas

consecutivas, porém, sem remuneração. Apenas com a edição da Lei nº 605/49, ficou

estabelecido o direito ao repouso remunerado de 24 horas consecutivas, preferentemente aos

domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de

acordo com a tradição local.

O valor do repouso semanal remunerado corresponderá: a) para os contratados por

semana, dia ou hora, à de um dia normal de trabalho; b)para os contratados por tarefa ou peça, o

equivalente ao salário correspondente às tarefas ou peças executadas durante a semana, no

horário normal de trabalho, pelo número de dias efetivamente trabalhados; c) para os

comissionistas, conforme reiterada jurisprudência trabalhista, o resultado da divisão do total das

comissões mensais dividido pelos dias úteis do mês, multiplicadas pelos repousos verificados

no mesmo mês; d) para o empregado que trabalha no seu domicílio, o equivalente ao quociente

da divisão por 6 (seis) da importância total da sua produção semanal;

Destaca-se a situação do trabalho em dia de descanso sem folga compensatória, cujo

pagamento deve ser dobrado, sem prejuízo da própria remuneração do DSR, na forma do

Enunciado TST nº 146.

São feriados nacionais: 1º de janeiro (confraternização universal), 21 de abril

(Tiradentes), 1º de maio (dia do trabalho), 7 de setembro (dia da independência do Brasil), 12 de

outubro (comemoração da padroeira), 15 de novembro (proclamação da República) e 26 de

dezembro (natal).

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TÁBUA DE VERBAS RESCISÓRIAS

VERBAS

RESCISÓRIAS

AVISO

PRÉVIO

13º

SALÁRIO

FÉRIAS

VENCIDAS

FÉRIAS

PROPORC.

ADIC. DE

FÉRIAS

SALDO DE

SALÁRIO

SALÁRIO-

FAMÍLIA

IND.

ADICIONA

L

IND.

P/RESC.

ANTECIPA

MULTA

FGTS 40%

SAQUE

FGTS

AUTO DEM. 1 ANO -

1

SIM

NÃO

SIM

SIM

SIM

SIM

NÃO

\

NÃO

NÃO

AUTO DEM. 1 ANO +

1

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

NÃO

\

NÃO

NÃO

S/J. CAUSA 1 ANO -

SIM

SIM

NÃO

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

\

SIM

SIM

S/J. CAUSA 1 ANO +

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

\

SIM

SIM

P/J. CAUSA 1 ANO -

NÃO

NÃO

NÃO

NÃO

NÃO

SIM

SIM

NÃO

\

NÃO

NÃO

P/J. CAUSA 1 ANO +

NÃO

NÃO

SIM

NÃO

SIM

SIM

SIM

NÃO

\

NÃO

NÃO

RESC. IND. 1 ANO -

SIM

SIM

NÃO

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

\

SIM

SIM

RESC. IND. 1 ANO +

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

SIM

\

SIM

SIM

EXTINÇÃO CONT. EXP.

NÃO

SIM

NÃO

SIM

SIM

SIM

SIM

NÃO

NÃO

NÃO

SIM

RESC. ANT. EMPREGADO

R (A)

NÃO

SIM

NÃO

SIM

SIM

SIM

SIM

2

SIM

4

SIM

RESC. ANT. EMPREGADO

(A)

NÃO

SIM

NÃO

NÃO

NÃO

SIM

SIM

NÃO

3

NÃO

NÃO

OBS: 1. Deve cumprir o Aviso Prévio; 2. Somente se o contrato alcançasse a data de reajuste; 3. É devido ao empregador em caso de prejuízo; 4. Entendemos que não é devida, em face do pagamento da indenização do artigo 479 da

CLT. (A) Trata-se de contrato de experiência.

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FOLHA DE PAGAMENTOS

A Medida Provisória nº 474 (DOU de 24.12.2009, pág.1) fixou o novo valor do salário mínimo vigente desde 1º de janeiro de 2010, em R$ 510,00.

Os Ministérios da Fazenda e da Previdência Social publicaram a Portaria Interministerial nº 350 (DOU de 31.12.2009, pág. 51) que estabeleceu os novos valores de recolhimento da contribuição previdenciária e os valores de benefícios previdenciários. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador – CODEFAT baixou a Resolução nº 623 (DOU de 28.12.2009, pág. 54), que dispôs sobre o reajuste do valor do benefício seguro-desemprego, fixando em 9,6774% o percentual de aplicação ao benefício. Assim temos desde 1º de JANEIRO de 2010 os seguintes valores para composição da folha de pagamentos:

1. Salário-Mínimo

R$ 510,00 Mensal R$ 17,00 diário R$ 2,32 horário

2. Teto de Contribuição

O “teto” de contribuição previdenciária e o “teto” de benefícios, passaram a R$ 3.416,54 (três mil, quatrocentos e dezesseis reais e cinqüenta e quatro centavos).

3. Tabela de Contribuição do INSS de empregados, domésticos e avulsos Competência janeiro/2010

Salário de contribuição Alíquota Até 1.024,97 8%

de 1.024,98 até 1.708,27 9% de 1.708,28 até 3.416,54 11%

Obs.: 1) a alíquota do empregador doméstico é de 12% (doze por cento).

4. Salário-Família O valor do salário-família passou a R$ 27,24 (vinte e sete reais e vinte e quatro centavos), sendo devido apenas a quem percebe remuneração mensal não superior a R$ 531,12 (quinhentos e trinta e um reais e doze centavos). Será de R$ 19,19 (dezenove reais e dezenove centavos) para quem percebe remuneração mensal superior a R$ 531,12 (quinhentos e trinta e um reais e doze centavos) e igual ou inferior a R$ 798,30 (setecentos e noventa e oito reais e trinta centavos).

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5. Auxílio-Reclusão O auxílio-reclusão passa a ter o limite de salário-de-contribuição de R$ 798,30 (setecentos e noventa e oito reais e trinta centavos), independentemente da quantidade de atividades exercidas, para fixação do direito ao benefício.

6. Reajuste de Benefícios da Previdência Social

Data de Início Percentual até fevereiro/09 6,14

Março/09 5,81 Abril/09 5,60 Maio/09 5,02 Junho/09 4,40 Julho/09 3,96 Agosto/09 3,72

Setembro/09 3,64 Outubro/09 3,47

Novembro/09 3,23 Dezembro/09 2,85

7. Tabela de Imposto de Renda

BASE DE CÁLCULO

R$

ALÍQUOTA

PARCELA A DEDUZIR

R$ até 1.499,15 isento -X-

de 1.499,16 a 2.246,75 7,5% 112,43 de 2.246,76 a 2.995,70 15% 280,94 de 2.995,71 a 3.743,19 22,5% 505,62

acima de 3.743,19 27,5% 692,78 Deduções: a) o valor da pensão alimentícia; b) a quantia de R$ 150,69, por dependente; c) as contribuições previdenciárias; d) o valor de R$ 1.313,69 correspondente à parcela isenta dos rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão, para o contribuinte que tenha 65 anos.

8. Seguro-Desemprego

Salários Médios Fator / Valor até R$ 841,88 0,8

entre R$ 841,89 até R$ 1.403,28

0,5

superiores a R$ 1.403,28

R$ 954,21

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Aplicam-se as duas primeiras faixas em efeito “cascata”. Assim, quem ganhou em média dos

últimos 3 meses o valor de R$ 1.000,00, receberá o resultado da multiplicação de 0,8 até

841,88, somado ao resultado de 0,5 de R$ 158,12, totalizando o valor de R$ 752,56. A última

faixa corresponde ao valor fixo de R$ 954,21, para quem percebe o valor médio superior a R$

1.403,28.

9. Adicional de Insalubridade

R$ 51,00 grau mínimo R$ 102,00 grau médio R$ 204,00 grau máximo

Obs.: Por força da Súmula TST nº 17, o adicional de insalubridade incide sobre o “piso” salarial da categoria. Mas ainda se utiliza salário mínimo como base de cálculo do adicional de insalubridade, para as categorias que não possuem piso normativo.

10. Juizados Especiais Cíveis Federais O limite para a competência do JEF passa a ser de R$ 30.600,00 (trinta mil e seiscentos reais). ♣