parque urbano em sÃo carlos: um experimento plástico

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Trabalho desenvolvido para a disciplina de Trabalho de Graduação Integrado II. Orientação: Prof.ª Dr.ª Luciana Bongiovanni Martins Schenk e Prof.ª Dr.ª Simone Helena Tanoue Vizioli. Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da Universidade de São Paulo (USP), Campus São Carlos. São Carlos, Novembro de 2015.

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Universidade de São Paulo - USP -Instituto de Arquitetura e Urbanismo - IAU -

Orientação Prof.ª Dr.ª Luciana Bongiovanni Martins Schenk Prof.ª Dr.ª Simone Helena Tanoue Vizioli

São Carlos,Novembro de 2015

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plásticoTrabalho de Graduação Integrado II

Inna Flávia Mascarin

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RESUMO

O que pode ser paisagismo, arte, natureza e cidade neste momento contemporâneo? Essa é a questão que move o

trabalho que aqui se expõe, tentando mostrar que a paisagem se constrói no encontro da natureza e do artifício e que se

pode construir e questionar a qualificação do ambiente urbano através da arte, pois a apreensão e discussão da cidade

podem estar articuladas com sensibilidade. Assim, surge o projeto de um parque urbano que usa categorias de forma e

cor para gerar a percepção de uma configuração espacial, somadas à ideia do jardim como um lugar onde se estabelece

uma relação especial entre homem e natureza. Um edifício surge em meio ao relevo marcado por suas linhas e angulações

e é emoldurado pela vegetação que quase o toca enquanto ele se abre para cidade. Compondo com caminhos que não

apenas conectam um lado ao outro, mas que formam entradas que descortinam ambiências do parque. O que se vê é a

experimentação plástica que surge bidimensionalmente no traço preciso e atinge toda a razão de ser ao percebê-lo em

três dimensões, com o jogo de volumes, cores e ambiências geradas para quem está experienciando fisicamente. Dessa

forma, o projeto também visa mitigar a escassez de espaços públicos de qualidade, ao trazer um espaço estruturado por

vegetação e pensado para suprir a carência de áreas de lazer e encontro para população. Vislumbra-se fazer desse lugar

uma parte notável e notada da paisagem são-carlense, não só para os moradores do entorno, tornando-se um local de

referência para a cidade e ponto de atração para a toda população.

PALAVRAS-CHAVE

parque urbano, paisagem urbana, arquitetura da paisagem

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INTRODUÇÃO

INDAGAÇÕES E MOTE DO TRABALHOpaisagem: um experimento plástico

LUGARsítio urbano: são carlosregião urbanabacia hidrográfica e córrego do gregórioárea de intervenção

PROPOSIÇÕESáreas verdes de recreação: um sistemaparque urbanoacessos e transposiçõesmidiatecaapoioságua no parquemobiliário e land artvegetação

REFERÊNCIAS

FONTE DAS IMAGENS

12

1414

2222252832

42424670768698

102112

134

138

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Aos amigos,

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“Os dois aspectos complementares da arquitetura paisagística - as constantes ecológicas de uma determinada área e a imaginação artística

de um determinado projetista.”

(DUBOS, 1981 apud SANDEVILLE JUNIOR, 2006, pág. 61)

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

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INTRODUÇÃO

A questão primária que ditou toda a reflexão por trás deste Trabalho de Graduação Integrado (TGI) foi o que pode ser

paisagismo, arte, natureza e cidade neste momento contemporâneo. Procurou-se entender paisagismo e arte não como

entidades que existem por si mesmas, mas dentro de um recorte da natureza e da cidade. Estas duas remetem, segundo

Sandeville Junior (2006), a um campo coletivo apropriado desigualmente por diversos agentes. Dessa forma, natureza e

cidade configuram-se como um campo de contradições e a arquitetura da paisagem e a arte como “motivações estéticas,

de convites à sensibilidade” (SANDEVILLE JUNIOR, 2006, pág. 51).

A arte se insere no campo da sensibilidade e a toma como estratégia de relacionamento com o mundo, permanentemente

correndo o risco de ser vista equivocamente como “um exagero supérfluo além de um privilegiado mercado” (SANDEVILLE

JUNIOR, 2006, pág. 53). Dessa forma, o desafio aqui apresentado é mostrar a possibilidade de construir e questionar

a qualificação do ambiente urbano através da incorporação da arte como processo gerador do espaço paisagístico.

Através da aproximação da arte ao cotidiano, foram pesquisadas as possibilidades projetuais para uma incorporação de

elementos da arte provenientes do abstracionismo e do purismo.

A partir das Vanguardas Modernistas, começa-se uma colaboração entre os diversos campos da pesquisa artística:

explora-se a correspondência entre as artes, com relacionamento e contaminações entre as linguagens artísticas. Os

artistas começam uma pesquisa entre campos de expressão distintos, buscando uma arte total ou uma antiarte. É nesse

momento que o modo tradicional de arte muda de sentido, toma outros significados, funções e modos de expressão:

as ações, apropriações e motivações do artista se tornam um fazer artístico. E, hoje, somam-se às discussões da arte

a experiência de vivência da cidade. Assim, a arte assume também o papel de ampliar a apreensão e discussão da

cidade, através da sua articulação com a proposição de novas sensibilidades e a ação que aprofunda essa percepção e

compreensão.

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INTRODUÇÃO

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E é nesse contexto recente que “há uma revalorização do paisagismo como um objeto artístico” (SANDEVILLE JUNIOR,

2006, pág. 63), em que ele surge como uma redefinição para o lugar e sendo concebido em relação ao sítio (site-

especific). E como dito por Sandeville Junior (2006), a partir do último quarto de século, temos um espaço paisagístico

que é, ao mesmo tempo, o oferecimento de um espaço com um uso intenso, com uma reconceituação da linguagem e

com reinvenção dos referenciais de ordenamento espacial.

Portanto, a integração entre arte e paisagismo acaba por criar obras capazes de gerar importantes discussões sobre a

arte, a natureza, a cidade e a tecnologia contemporânea, tornando pertinente a qualificação do ambiente urbano através

da incorporação da arte como processo gerador do espaço paisagístico.

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INDAGAÇÕES E MOTE DO TRABALHO

“(…) Apliquei à própria natureza os princípios da composição plástica, em consonância com o sentimento

estético da minha época. Em resumo, o jardim foi uma maneira de organizar e compor minhas obras pictóricas

utilizando materiais não convencionais.”

Burle Marx entrevistado por Jacques Leenhardt. (LEENHARDT, 2010, pág. 48)

paisagem: um experimento plástico

Kandinsky (1996) nos diz que só a cor, estendida e sem limites, não se concebe; e só a forma, delimitação puramente

abstrata de um espaço ou superfície não existe por si mesma. Portanto, são necessárias relações entre cor e forma para a

definição de uma e outra. Por isso, no presente trabalho, partimos das categorias de forma e cor para gerar a apreensão

de uma configuração espacial.

Delineando tal investigação dentro do campo da paisagem, pretendeu-se que essa apreensão espacial se desse em

consonância com a arquitetura e o entorno, visto que a paisagem está contida dentro da arquitetura e a arquitetura pode

se prolongar para dentro da paisagem. Esta é uma interpretação da fala de Ferdinand Bac no seu texto sobre a arte dos

jardins (1925, apud MARTÍNEZ, 2000), que juntamente aos métodos compositivos de Luis Barragán e Ricardo Legorreta

compõem o referencial teórico inicial deste trabalho.

A ligação entre Ferdinand Bac e Barragán não é ocasional, eles se conheceram na Exposição de Artes Decorativas de Paris,

em 1925, evento este que reuniu muitas das ideias e conceitos da vanguarda internacional nos campos da arquitetura

e artes aplicadas.

Barragán visitou então o Jardim Les Colombières, de Bac, numa vila na Riviera Francesa, que acabou por exercer grande

influência sobre ele. O jardim trabalhava com a representação do Mediterrâneo diante de suas diversas épocas e regiões;

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INDAGAÇÕES E MOTE DO TRABALHO

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empregando estruturas de formas simples com cores quentes - como ocres, rosas, vermelhos e verdes escuros - e

vegetação, criando uma sequência de jardins - de recintos íntimos - com vistas emolduradas. Bac “dá lugar à cor, ao

confronto, à intimidade e à sombra” (RACINE, 2010, pág. 110).

Luis Barragán pensava o ato do projetar a cidade e o edifício como formadores de um superecossistema (PORTUGAL,

1992), que se organiza de acordo com a natureza, a comunidade e o indivíduo. Barragán em seu processo projetual

pensa primeiramente na forma e depois a cor vem subordinada ao espaço (PORTUGAL, 1992), embora enfatize, defina,

afira e sustente a forma e sua compreensão. Criando elementos sem razões meramente funcionais, mas com expressiva

carga poética. No seu projeto Fraccionamiento de Los Clubes (Casa Egerstrom, Cuadra San Cristóbal, Fuente de los

Amantes), no México, Barragán trabalha com um jogo de formas de distintas alturas, larguras e espessuras; empregando

estruturas simples e porticadas, que criam perspectivas e emolduram cenas. Enquanto a casa da família é branca, a

parte dedicada à fonte e aos cavalos trabalha com vários tons rosados, fazendo com que as cores análogas empregadas

se façam vibrar pelo verde da vegetação e o azul do céu e espelhos d’água.

Ricardo Legorreta, por sua vez, trabalhou com Barragán no início de sua carreira, juntamente com José Villagrán. A

influência de Barragán se manifesta pelo emprego dos volumes sólidos com cores fortes, grandes espaços e um colorido

intenso sempre em conexão com a luminosidade natural, gerando efeitos de luz e sombra. Na obra Pershing Square,

do escritório Legorreta Arquitectos (Ricardo Legorreta, Víctor Legorreta e Noé Castro) junto ao paisagista americano

Laurie Olin, em Los Angeles, EUA, tem-se uma composição baseada em volumes sólidos coloridos em um jogo de cores

complementares: prédios roxos a leste e edifícios amarelos a oeste, sólidos rosas contra o verde da vegetação.

É possível fazer uma analogia entre a composição formal em arquitetura da paisagem e a composição geral de

um quadro abstrato. Dessa forma, voltando a Kandinsky (1996), pode-se pensar na percepção da ordem exata pela qual

uma pintura foi concebida, tal qual como na música, ou ainda, por que não, em uma obra de arquitetura da paisagem.

De acordo com Kandinsky, tem-se, por um lado, o que ele denomina forma orgânica, que é o objeto concreto, e por

outro, o elemento abstrato. Kandinsky (1996) em um diálogo com Klee demonstra que o elemento orgânico pode servir

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de referência ao elemento abstrato, apoiando-o por assonância ou dissonância, ou inversamente, o perturbar. Isto

produz em última instância uma dupla sonoridade ou um “acordo espiritual” entre o que Kandinsky considerava os

dois elementos constitutivos da forma. Ele afirma, portanto, a importância do elemento orgânico que mesmo relegado a

segundo plano, com a ascendência e prevalência do abstrato, possui ainda sua sonoridade própria.

Guilherme Dourado (2000) nos informa que Burle Marx trabalhava com questões práticas da cor e da forma em experimentos

plásticos autocentrados e abstratos, embora ajustado às características do sítio, com harmonias e contrastes que não

eram da observação direta da natureza. Assim, Burle Marx partia da vivência e exploração da cor, sendo a policromia

protagonista na realização do projeto e sua compreensão, com aproveitamento da fisiologia e morfologia vegetal e

mineral. Logo, ele faz do paisagismo uma obra plástica com experimentação de todo tipo de cromatismo, envolvendo

folhas, frutos, sementes, galhos, troncos, pedras, água.

Nos jardins da Residência Edmundo Cavanellas (1954), em Pedro do Rio, Brasil, por exemplo, o projeto paisagístico de

Burle Marx responde à arquitetura ao mesmo tempo flexível e rigorosa de Oscar Niemeyer: do lado oeste, os canteiros

sinuosos, enquanto o tabuleiro e piscina geométricos ocupam a parte leste. A arquitetura funciona como elemento

separador e ao mesmo tempo integrador destas duas áreas aparentemente dissonantes que, no entanto, mantêm uma

relação entre si e com a construção. Dessa forma, é um projeto que além de mostrar o trabalho plástico de Burle Marx,

com sua exploração formal e cromática, num desenho que junta linhas orgânicas e cartesianas, também ilustra a fala de

Ferdinand Bac, com a paisagem unindo-se à arquitetura e a arquitetura se prolongando para a paisagem.

Neste contexto, é importante ressaltar que Burle Marx, como arquiteto paisagista moderno que era, entendia as

explorações plásticas em estreita relação com um sentido social: a ideia do jardim como um lugar onde se estabelece

uma relação especial entre homem e natureza e por meio desta, provocar-se-ia um reconhecimento das riquezas do

país, um reconhecimento do patrimônio natural em direção a uma mudança de valores, uma nova ética ambiental. Nesse

sentido:

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INDAGAÇÕES E MOTE DO TRABALHO

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“(...) o recurso que [Burle Marx] utiliza para lançar um grito de alerta a favor da natureza, de sua preservação,

é a própria beleza, que para ele constitui uma forma de catarse, que conduz à compreensão dessa própria

natureza. Assim, o seu jardim ao estar na rua e não dentro dos museus, ao proporcionar prazer estético aos

que o contemplam, quer realizar, através da arte, uma tarefa lúdica e educativa: é mais difícil destruir a planta

que se aprendeu a amar.”

(OLIVEIRA, 2002, pág. 08)

A exploração plástica de cor e forma como método e essa atitude imbuída de um aspecto projetivo em relação ao futuro

são intenções que o presente trabalho pretendeu absorver.

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

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FRACCIONAMIENTO DE LOS CLUBES

[CASA EGERSTROM, CUADRA SAN

CRISTÓBAL, FUENTE DE LOS AMANTES]

Luis Barragán

Bairro Los Clubes, Atizapán de

Zaragoza, Estado do México - México

1964 - 1969

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PERSHING SQUARE

Legorreta Arquitectos [Ricardo

Legorreta, Víctor Legorreta e Noé

Castro] com o Paisagista Laurie Olin

Los Angeles, Califórnia - EUA

1993

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PAISAGISMO DA RESIDÊNCIA EDMUNDO

CAVANELLAS

[atual Residência Gilberto Strunk]

Roberto Burle Marx

Distrito Pedro do Rio, Petrópolis, RJ -

Brasil

1954

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LUGAR

sítio urbano: são carlos

São Carlos fica no interior do estado de São Paulo, na região Centro-Leste, a uma distância rodoviária de 230 quilômetros

da capital paulista. O município possui área total de 1141 quilômetros quadrados (IBGE 2009), com uma população

recenseada em 238950 habitantes (IBGE 2014). Possui clima ameno, com temperatura média anual de 19,6 graus Celsius,

com altitudes médias entre 800 e 1000 metros. Sua vegetação original predominante foi o Cerrado (com uma fisionomia

que varia desde campo cerrado até cerradão), ocorrendo nos terrenos arenosos do planalto; enquanto nas manchas

de solos férteis havia vegetação da Floresta Estacional Semidecidual (associada ao domínio fitogeográfico da Mata

Atlântica). Está localizado sobre o divisor de águas de duas macrobacias hidrográficas: 70% na UGHRI do Rio Mogi-Guaçu

(norte) e 30 % na UGRHI do Tietê-Jacaré (sul); dessa forma, a maioria dos cursos d’água que drenam São Carlos e sua

área urbanizada têm suas nascentes localizadas no município.

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LUGAR

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Localização de São Carlos e destaque

para a região urbana

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

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BACIAS HIDROGRÁFICAS DE SÃO CARLOS

Mogi-Guaçu (norte)

Tietê-Jacaré (sul)

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LUGAR

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região urbana

Anelli (2005) estabelece um panorama de como se deu a conformação urbana da cidade de São Carlos. Fundada em

1857, a cidade tem seu traçado hipodâmico, caracterizado por quarteirões quadrados de aproximadamente 100 m de

lado, dispostos em ruas orientadas pelos pontos cardeais. Tal traçado ignorou as características do relevo montanhoso

da cidade, que se apresenta no divisor de águas entre as bacias dos rios Tietê/Jacaré e Mogi/Grande; e também ignorou

a enorme quantidade de nascentes na zona urbana, sendo estas ocultadas. No fim do século XIX, com a vinda da linha

férrea, o terreno foi cortado de forma diagonal ao traçado ortogonal urbano e os bairros que surgiram nesse além-trilho

foram seguindo essa inflexão. Após 1945, a expansão urbana surge sem diretrizes com pequenas chácaras próximas à

cidade. É já no fim da década de 1960 que se elabora um sistema viário estrutural que ocupa as várzeas e meandros

dos córregos. Assim, é nessa época que surge uma via diametral leste-oeste, cruzando o centro que segue as margens

do Córrego do Gregório, a hoje denominada Avenida Comendador Alfredo Maffei.

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

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EXPANSÃO URBANA DA CIDADE DE SÃO

CARLOS DE 1940 A 2002

até 1940

de 1940 a 1950

de 1950 a 1970

de 1970 a 1990

de 1900 a 2002

anel viário construído até 2000

anel viário não construído até

2000

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LUGAR

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Construção da Avenida Marginal em

1974 na região do Córrego do Gregório

(proximidades da área onde atualmente

se localiza o SESC)

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

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bacia hidrográfica e córrego do gregório

A cidade de São Carlos está inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Monjolinho. Ela é cortada pelo Rio Monjolinho, e muitos

Córregos, dentre eles os principais são: Gregório, Santa Maria do Leme, Tijuco Preto, Simeão, Água Quente e Água Fria.

A Bacia do Córrego do Gregório abrange uma área de 19 quilômetros quadrados na porção central do munícipio de

São Carlos. A porção central da bacia faz parte do primeiro núcleo urbano de São Carlos, implantada sobre uma malha

ortogonal, hoje densamente ocupada. Enquanto, a porção leste constitui a parte rural da bacia e abrange as nascentes

dos córregos de drenagem.

O Córrego do Gregório nasce na área rural de São Carlos, ao leste da cidade, com extensão de aproximadamente 07

quilômetros. Seu percurso se dá no sentido leste-oeste, desaguando no Rio Monjolinho, na Rotatória da Marginal Alfredo

Maffei, região onde se localiza a Estátua do Cristo, próximo ao Shopping Iguatemi.

O Córrego é abastecido de duas maneiras:

- por água subterrânea, proveniente dos lençóis freáticos;

- pelas chuvas que caem no Córrego e pelas águas provenientes do escoamento da chuva que não penetrou no solo,

vindas de ambas as vertentes fortemente impermeabilizadas

Seu traçado original foi alterado no seu trecho urbano, na região central da cidade, até ficar praticamente retilíneo e,

além disso, foi feita a canalização e tamponamento das águas em alguns trechos. Essas alterações tornaram o córrego

propício a inundações: por ser mais veloz, devido ao seu traçado reto, e, juntamente com a impermeabilização do solo

das áreas próximas.

Como mencionado anteriormente, em São Carlos, foi a partir do dos anos 1960 que a expansão urbana se acentuou sobre

áreas ambientalmente frágeis, o que inclui, principalmente, áreas de proteção ambiental à beira dos córregos. Assim,

os vários córregos que cortam a malha urbana têm sido transformados para o “desenvolvimento natural do traçado

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LUGAR

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urbano e a viabilização sistemática, progressiva e ininterrupta de implantação de avenidas marginais” (OLIVEIRA, 1996,

pág. 113).

O Córrego do Gregório na região central da cidade, na área do Mercado Municipal, teve sua calha totalmente desnaturalizada

pelas obras de canalização, tamponamento e implantação de marginais; dessa forma, as inundações nessa sub-bacia

ocorrem de modo muito rápido, de 15 a 30 minutos, e podem chegar até a cota de 150 cm.

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Bacia do Córrego do Gregório e destaque

para o Córrego do Gregório

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LUGAR

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Foto da última inundação ocorrida

- 22 de Outubro de 2013 - no Córrego

do Gregório, na Região do Mercado

Municipal

Fotos da última inundação ocorrida -

04 de Novembro de 2013 - no Córrego

do Gregório, próximo a Rotatória do

Cristo

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

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área de intervenção

A área escolhida para intervenção está inserida num nó do tecido urbano, ao seu redor notamos as diferentes morfologias

e ocupações urbanas por quais São Carlos passou. Assim, em seu entorno, quanto à morfologia, há quadras que

acompanham a quadrícula e são quadradas de 100 m de lado (norte) e que fogem ao quadrado de 100 m de lado

(leste e oeste); quadras “diagonais” que acompanham a linha férrea (sul). Quanto aos usos e gabaritos temos lotes

ocupados, principalmente, pelo uso residencial de um ou dois pavimentos; com o lado Norte contendo muitos serviços;

e as edificações voltadas para a Avenida Comendador Alfredo Maffei com uso, majoritariamente, de serviço ou comércio,

além do SESC que é institucional. Também notamos que ao norte há uma maior verticalização, que se estende a oeste.

As quadras a leste tiveram sua urbanização ocorrida entre os anos 1950 e 1970; enquanto as a oeste começaram a ser

ocupadas entre 1980 e 1990, o que se reflete na baixa ocupação do solo, mas em crescimento. Assim, o projeto proposto

tenta conversar com seu entorno ao manter o gabarito baixo de suas edificações e uma ocupação que tenta dialogar com

as diversas malhas com caminhos, aberturas e transposições que ligam e costuram uma malha à outra.

A área de intervenção se encontra num local estratégico. Está ao lado do SESC, projeto de Sérgio Teperman e inaugurado

em 1996, local de grande atração pública devido ao seu oferecimento de programas que “abarcam o infantil, cinema e

vídeo, música, meio ambiente, teatro, literatura, cultura digital, sociedade e cidadania, terceira idade, corpo e expressão,

esporte, saúde e alimentação, turismo social e serviços. Desse modo, as atividades e serviços oferecidos abrangem

diferentes públicos, em diferentes faixas etárias e estratos sociais com preços acessíveis e até mesmo gratuitos” (ROLDÃO,

2013, pág. 104). Mas embora seja “possível qualquer pessoa acessar o conjunto, assim como em outras unidades, há

restrições quanto à participação em determinadas atividades ou espaços. Enquanto que as áreas externas como a

praça, a concha acústica e a área de convivência externa podem ser acessadas sem restrições, o mesmo não acontece

em relação às quadras externas e ao conjunto aquático. Nas áreas edificadas, o mesmo ocorre com o ginásio, salas

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LUGAR

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multimeios e sala de internet, somente acessíveis à categoria “usuário” matriculado no SESC. Contudo, tais espaços

mostram-se flexíveis durante determinados períodos do ano” (ROLDÃO, 2013, pág.113).

Em contrapartida, o projeto proposto é um local que como o SESC pode oferecer atividades e serviços para diversos

públicos, só que ao contrário do SESC sem restrições de participação. A intervenção também está em frente ao Córrego

do Gregório que, especialmente, no trecho entre a Rua Visconde de Inhaúmas e a Rotatória do Cristo, sofreu um projeto

de revitalização de sua margem, com conclusão e inauguração em 2014 de ciclovia e calçamento para pedestres, além da

conclusão da canalização do Córrego do Gregório. Logo, a margem do Córrego passou a ser muito usada pela população

do entorno para caminhadas e corridas. E o projeto proposto vem dialogar com esse uso ao oferecer um bolsão com

equipamentos esportivos, lanchonete e sanitários. Portanto, o projeto aqui apresentado se aproveita dessa convergência

de pessoas pela já atratividade da área e vem somar e ressaltar o uso para o lazer da massa urbana nesse trecho da

cidade, esperando ser um espaço público aberto para todas as classes sociais, sem distinção, e um ponto de encontro

para todos os cidadãos.

É interessante ainda salientar que o Córrego do Gregório, como mencionado anteriormente, devido à ocupação urbana de

suas margens e todo o processo de “artificialização” sofrido - com sua retificação, canalização e tamponamento - sofre

constantes inundações na época de chuvas. Nesse contexto, a proposta projetual nessa área vem com a importante

função de diminuir o escoamento de água, uma vez que as raízes das árvores e a área verde qualificada como um todo

aumenta a infiltração de água. Além disso, o projeto ali olhando para o rio pretende se colocar como o início de uma

valorização daquele, como um novo registro de relação social com a água.

A área em questão é cortada ou está próxima a várias vias importantes da cidade, fazendo com que seu acesso seja fácil

para todos os cidadãos, como notado por Roldão (2012) ao analisar o entorno do SESC. A área é cortada pela Avenida

Comendador Alfredo Maffei, via que se conecta a Avenida São Carlos, avenida que corta São Carlos no sentido Norte-

Sul. Fica próxima a Avenida Francisco Pereira Lopes, que se liga à Avenida Trabalhador Sancarlense, avenida de acesso

à Universidade de São Paulo e à Rodoviária. Também está próxima à Avenida Parque Faber, que em conjunto com a Rua

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

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Bruno Ruggiero Filho e Rua Miguel Petroni, dá acesso à Rodovia Washington Luiz. E também está próxima da Avenida

Tancredo de Almeida Neves, que em conjunto com a Avenida Grécia e Avenida Morumbi, dão acesso aos bairros do sul do

perímetro urbano. Quanto ao acesso por transporte público, a área conta com quatro linhas de ônibus que passam pela

Marginal (linha 11 - Circular, linha 20 - Maria Stella Fagá - Shopping, linha 42 - Azul Ville - Shopping e linha 43 - Jockey

Club – Shopping), tendo um ponto de ônibus em frente ao SESC, a 200 metros do Parque; há algumas linhas que passam

pela Avenida Francisco Pereira Lopes, com ponto de ônibus num raio de 01 quilômetro e há muitas linhas que cruzam a

Marginal pela Avenida São Carlos ou pela Rua Episcopal, com ponto de ônibus a 02 quilômetros.

Por fim, um atrativo da área que possibilita uma exploração plástica de projeto é o relevo acentuado que, além de

possibilitar uma interessante exploração formal, funciona quase como um mirante, permitindo vistas para o skyline da

cidade, para o Bosque das Paineiras e para a Catedral.

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LUGAR

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Em destaque, a área de intervenção

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

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Em destaque, a área de intervenção e

os principais pontos de referência no

entorno próximo

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LUGAR

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GABARITOS DO ENTORNO PRÓXIMO

em construção

pavimento térreo

02 pavimentos

03 pavimentos

04 pavimentos

06 pavimentos

07 pavimentos

08 pavimentos

09 pavimentos

10 pavimentos

11 pavimentos

12 pavimentos

13 pavimentos

14 pavimentos

15 pavimentos

19 pavimentos

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

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USOS DO ENTORNO PRÓXIMO

em construção

desocupado

comércio

institucional privado

institucional público

industrial

misto com habitação

misto sem habitação

residencial

serviço

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LUGAR

39

Vista para a área de intervenção,

próxima da Rua São Sebastião

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

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Vistas da área de intervenção: skyline

da cidade, Bosque das Paineiras e

Catedral

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

42

PROPOSIÇÕES

áreas verdes de recreação: um sistema

Entre 1967 e 1969, no munícipio de São Paulo foi desenvolvido um Plano de Áreas Verdes de Recreação, elaborado por

Rosa Grena Kliass e Miranda Martinelli Magnoli, tendo colaboração das arquitetas Edith de Oliveira e Maria Madalena Ré.

O plano pautado para atuar sobre a realidade urbana que dividia o munícipio em zonas e para cada uma delas se fez

propostas de áreas verdes de recreação nas categorias de Parques de Vizinhança, Parques de Bairro, Parques Setoriais

e Parques Metropolitanos. Assim, esse plano pretendia definir um sistema integrado de parques, com os parques já

existentes, outros propostos que levavam em consideração área com potencial paisagístico relevante (cobertura vegetal,

beira de represa, várzea do Tietê), outros em áreas disponíveis já destinadas às áreas verdes e outros em área necessária

com localização ideal através de estudos de viabilização.

A arquiteta paisagista Rosa Grena Kliass acredita que se deve adotar uma visão realista do processo de urbanização,

das limitações e dificuldades que surgem com a implementação de uma política de dotação de áreas verdes públicas

na escala adequada para cidade. Nesse sentido, medidas devem ser tomadas para preservação dos sítios com potencial

para parques urbanos, sejam essas áreas de preservação, sejam esses em áreas já ocupadas. Pois dentro da estrutura

da cidade o urbanismo e o paisagismo e estes integrados são da maior importância para a qualidade da vida urbana.

Dessa maneira, podemos pensar para a cidade de São Carlos um sistema integrado de parques, ainda que em uma escala

menor que o Plano elaborado para São Paulo. Aqui, podemos definir duas categorias de Parques: Parque de Conservação

e Preservação, em áreas com cobertura vegetal significativa e abrangendo as nascentes dos rios e córregos da cidade.

E os Parques Urbanos, em áreas centrais urbanas, que, devido à ocupação urbana já mencionada, são cortados por

córregos já desnaturalizados.

Page 43: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

43

Assim, a proposta de um Parque Urbano para a área de intervenção apresentada anteriormente, num local estratégico

da cidade, nas proximidades do Centro, e em frente ao Córrego do Gregório, consolida um sistema de espaços livres para

cidade com outros Parques e Praças, e se articula com espaços de interesse como o SESC.

Page 44: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

44

PARQUES URBANOS

Parque São Miguel

Parque Eco-esportivo Dahma

Bosque da UFSCar

Parque Ecológico Municipal

Parque do Espraiado

Horto Florestal Navarro de

Andrade

Bosque Cambuí

Bosque Santa Marta

Parque do Kartódromo

Bosque Santa Mônica

Bosque das Paineiras

Parque da Chaminé

Parque Linear da Rua Larga

Parque do Bicão

PARQUES DE CONSERVAÇÃO E

PRESERVAÇÃO

Parque Linear do Santa Marta

Parque Linear do Santa Maria do

Leme

Parque Linear do Tijuco Preto

Parque Linear do Monjolinho

Parque Linear do Gregório

Parque da Água Quente

Parque Linear da Água Fria

NASCENTES E FOZ

Nascente Córrego da Santa Marta

Foz Córrego da Santa Maria do

Leme

Nascente Córrego da do Tijuco

Preto

Nascente Córrego da Monjolinho

Nascente Córrego da Gregório

Nascente Córrego da Simeão

Nascente Córrego da Água Quente

Nascente Córrego da Água Fria

12344.15

678910111213

1415

161718

1920

2122

23

2425262728

Page 45: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

45

PARQUES URBANOS E PRAÇAS PRÓXIMAS

À ÁREA DE INTERVENÇÃO

Praça Coronel Sales

Praça Coronel Paulino Botelho

Praça Maria Apparecida Resitano

Praça dos Voluntários

Praça Pedro de Toledo

Praça Santa Mônica

Parque do Kartódromo

Bosque Santa Mônica

Bosque das Paineiras

Parque da Chaminé

Parque Linear da Rua Larga

Parque do Bicão

123456789101112

Page 46: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

46

parque urbano

“Duas classes de melhorias deveriam ser planejadas com este propósito: uma dirigida para assegurar o ar

puro e saudável, para atuar através dos pulmões; a outra para assegurar uma antítese de objetos visuais

àqueles das ruas e casas que pudessem agir como terapia, através de impressões na mente e de sugestões

para a imaginação.” (Frederick Law Olmsted apud MACEDO, SAKATA, 2003, pág. 07)

Há a necessidade de locais que sejam ponto de encontro para todos os cidadãos, qual seja sua formação. Assim, surge

o real papel do parque “espaço livre público estruturado por vegetação e dedicado ao lazer da massa urbana” (MACEDO,

SAKATA, 2003, pág. 13). E, cada vez mais, “a cidade brasileira contemporânea necessita de novos parques, em geral com

dimensões menores devido à escassez e ao alto custo da terra” (MACEDO, SAKATA, 2003, pág. 13).

Os parques, a partir do século XX, adquiriram mais que a função de lazer contemplativo, característica dos primeiros

parques, e ganharam novas funções e denominações. Há o parque ecológico que objetiva a conservação de algum

recurso natural, com lazer ativo concentrado ao lado do lazer contemplativo. O parque temático, hoje, forma popular de

lazer, em que há uma cenarização extrema e uma atividade intensa de lazer eletrônico dentro de algum edifício. As praias

são consolidadas como parques urbanos lineares, com seus calçadões configurando áreas tratadas paisagisticamente. E

há alternativas de caráter privado, como os pesqueiros, com brinquedos, quadras, gramados para piqueniques e áreas

associadas a restaurantes. Até mesmo pequenas áreas com 10 mil metros quadrados são denominadas parques, apenas

por serem cercadas e conter instalações de lazer com vegetação. Logo, o caráter dos parques no Brasil é abrangente

e nem sempre com uma definição precisa; não há “uma regra” para dimensão, grau de isolamento em relação ao

entorno e quantidade de equipamentos para configurar um parque. Pois “consideramos parque todo espaço de uso

público destinado à recreação em massa, qualquer que seja o seu tipo, capaz de incorporar intenções de conservação e

cuja estrutura morfológica é autossuficiente, isto é, não é diretamente influenciada em sua configuração por nenhuma

Page 47: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

47

estrutura construída em seu entorno” (MACEDO, SAKATA, 2003, pág. 14).

Logo, o trabalho aqui apresentado que toma como partido programático o parque urbano, atende a uma necessidade da

cidade contemporânea, visando mitigar a escassez de espaços públicos de qualidade, ao trazer um espaço estruturado

por vegetação e pensado para suprir o déficit de áreas de lazer e encontro para população.

O parque aqui proposto se encontra numa área situada à margem de uma via diametral de grande fluxo (Avenida

Comendador Alfredo Maffei) e à margem da linha férrea, é um ponto de passagem e pouso. Um percurso rotineiro

de muitas pessoas, mas que devido à falta de qualificação, passa despercebido. Logo, se vislumbra fazer desse lugar

uma parte notável e notada da paisagem são-carlense tanto aos moradores do entorno quanto da cidade toda. Ao ser

ponto de intersecção de escalas, notamos o paradigma do espaço público que atende a vizinhança e a cidade como um

todo. Assim, o programa do parque que abrange áreas de descanso e estar, parque infantil, espaço de contemplação,

midiateca, esplanada, bolsões de equipamentos esportivos e prédios de apoio é pensado em consonância com seu

entorno próximo, mas também como uma referência para a cidade e ponto de atração para a toda população.

O parque tenta manter uma abordagem de paisagismo, arte, natureza e cidade para este momento contemporâneo,

sublinhando, assim, que a paisagem não se encontra apenas na natureza, mas também no artifício e no artefato.

Portanto, ele é pensado da natureza para o artifício, com o relevo bastante trabalhado numa busca formal e plástica, ao

mesmo tempo em que se pensa nas alternâncias de percepções e sequências de visuais sempre em modificação, num

desejo que cada “nível” do parque traga uma experiência do corpo diferente e de descoberta da cidade que se mira

através dele.

A cor que marca o parque através da vegetação, também tenta trazer um sentido de reconhecimento por parte da

população e, consequentemente, de uma nova relação com a natureza, com a incorporação de uma ética ambiental. No

abstracionismo e purismo do desenho há um ritmo das linhas do parque, pois ao mesmo tempo em que se busca uma

legibilidade do desenho e o sentido de artificialidade através das formas geométricas, esse ritmo proporciona surpresas

e descobertas ao longo do parque, sendo os espaços conformados através da geometria e das visuais possíveis.

Page 48: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

48

SITUAÇÃO ATUAL

Transposição

Área verde livre

SITUAÇÃO PROPOSTA

Transposição proposta

Transposição requalificada

Arruamentos propostos

Qualificação de área verde livre

Requalificação de vegetação

talude

Page 49: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

49

LISTA E ORGANOGRAMA DO PROGRAMA

ADOTADO

existência / entorno

programa proposto

área livre / talude

água

transposição existente

transposição proposta

Page 50: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

1

3

4

6

7

8

9

2

10

5

11

1213

1415

Page 51: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

809

IMPLANTAÇÃO

CORTE

parque

Entrada ao SESC proposta

Estacionamento

Prédio de Apoio - lanchonete

Passarela proposta

Bolsão de equipamentos de

ginástica

Esplanada

Midiateca

Cascata

Parque Infantil

Prédio de Apoio - administrativo e

manutenção

Estar

Estar

Requalificação da passagem de

pedestres sob o viaduto

Estar

Estar

12345

6789

4 5 6

7 8 910 11

12

10

111213

1415

Page 52: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

52

Vista geral do parque

Page 53: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

53

Vista geral do parque

Page 54: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

54

Vista geral do parque

Page 55: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

55

Vista geral do parque

Page 56: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

56

Conexão do parque com o SESC

Page 57: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

57

Vista para o prédio de apoio -

lanchonete, para estacionamento

e muro verde, para o SESC e a nova

entrada

Page 58: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

58

Estar, área com equipamentos de

ginástica e passarela proposta

Page 59: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

59

Vista para área com equipamentos de

ginástica e passarela proposta

Page 60: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

60

Inserção da midiateca no parque

Page 61: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

61

O parque visto pelo caminho de acesso

à midiateca

Page 62: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

62

O parque visto pelo caminho que

atravessa a esplanada

Page 63: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

63

A midiateca e o espelho d’água vistos

na esplanada

Page 64: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

64

Cascata, parque infantil e estar

Page 65: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

65

Vista para a cascata, prédio de apoio -

admnistrativo e manutenção e parque

infantil

Page 66: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

66

A transposição pelo viaduto e os

espaços livres requalificados

Page 67: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

67

Vista para o viaduto e os taludes

requalificados com vegetação, para o

estar no ponto mais alto do parque e

para o parque infantil

Page 68: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

68

O parque visto de dentro da midiateca

Page 69: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico
Page 70: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

70

acessos e transposições

O parque busca o diálogo com todo o seu entorno. Com o bairro além-trilhos se configuram pequenas praças propostas

que integram um sistema com o parque. Além das praças, há um alargamento da calçada e muros com grafite na

passagem sob a linha férrea que sugerem um percurso de acesso agradável ao parque a um trecho que, na situação

atual, é sentido como intimidador pelo pedestre. Com as quadras a leste e oeste, temos caminhos que ligam um lado

ao outro e entradas que descortinam ambiências do parque. Com a Marginal e o Córrego além do diálogo se dar ao se

complementar a atividade esportiva que vem ocorrendo na área, temos a concepção de uma passarela que também é

um local de estar com bancos configurando um espaço para ser um ponto de permanência e contemplação na entrada

do parque.

No lado oeste temos a proposta de um estacionamento ao longo de duas quadras, sendo uma delas a quadra do SESC.

De modo a atender tanto os visitantes do parque como os do SESC, o estacionamento dispõe de 120 vagas, sendo elas

distribuídas através do perímetro da primeira quadra, e mais as vagas especiais, as vagas de moto e as de bicicletas

distribuídas no perímetro da quadra do SESC1. Mais que um estacionamento, buscou-se uma ambiência agradável de

passagem ao oferecer uma pequena esplanada na lateral do SESC. Além disso, o muro que separa o estacionamento das

casas ao lado é verde e o muro do SESC possui grafite em diálogo com a do muro na passagem sob a linha férrea. Foi

proposta também uma nova entrada para o SESC através dessa lateral, e há uma maciça arborização e um calçamento

que não intimida o pedestre em relação ao automóvel.

1 Destas vagas, segundo as Resoluções Contran, 03% destinam-se para deficientes (04 vagas), 05% para idosos (06 vagas). Além disso,

25% das vagas são para motos (30 vagas) e 33% para bicicleta (40 vagas). E ainda, ao longo do parque, há mais de 70 vagas para

bicicletas.

Page 71: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

71

ESTUDO SOBRE ACESSOS E CIRCULAÇÃO

fluxo / acesso carro

fluxo / acesso carro proposto

fluxo pedestre

existência / entorno

programa proposto

área livre / talude

água

transposição existente

transposição proposta

Page 72: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

72

27,38

0 1 2 5N

viga de aço patináveltábua de madeira eucalipto citriodora

15

PLANTA

passarela

Page 73: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

73

cabo de aço inoxidável

0,00-0,67

0,92

0,51,42

viga de aço patinável

tábua de madeira eucalipto citriodoraperfil de aço na cor preta

0 1 2 5

0,00-0,67

0,92

0,51,42

tábua de madeira eucalipto citriodora

0 1 2 5

exportar escala 1:100 (todos os outros desenhos 1:200)CORTE LONGITUDINAL

CORTE TRANSVERSAL

DETALHE BANCO

passarela

Page 74: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

74

Vistas para o estacionamento e muros

verde e de grafite na lateral do parque

Page 75: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

75

Vistas para a requalificação da

transposição de pedestres pelo viaduto

e a criação de estares

Page 76: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

76

midiateca

A cidade de São Carlos conta com três bibliotecas públicas: a Biblioteca Pública Municipal Amadeu Amaral, no Centro;

a Biblioteca Pública Municipal Euclides da Cunha, na Vila Prado; e a Biblioteca Pública Distrital de Água Vermelha. A

Biblioteca Amadeu Amaral foi inaugurada em 1942 e conta com mais de 40 mil itens no seu acervo, enquanto a Biblioteca

Euclides da Cunha foi estabelecida em 1999 e conta com mais de 10 mil itens no acervo. E somando as já existentes

Bibliotecas Públicas da cidade, se propõe no parque uma midiateca, partindo da reflexão que a midiateca possui um

acervo mais amplo que as bibliotecas, com diferentes tipos de documentos em seu acervo: livros (biblioteca), periódicos

(hemerotecas), vídeos e multimídia (videotecas), discos (discotecas) e áudios (audioteca), entre outros. E além do

acervo, conta com área multimídia e de acesso à internet, sendo, assim, um local que reúne material diversificado

e que atende vários tipos de usuários, gerando uma atração, principalmente, ao público mais jovem. Assim, esse

programa associado a um parque urbano, nas proximidades do SESC vem ser um grande pólo atrativo para a população

e, principalmente, ao público jovem são-carlense.

O edifício é pensando em sua proposta formal como um monólito que surge do relevo, efeito ressaltado pelo balanço

do edifício e a escolha do concreto como elemento tectônico. Através de um dos eixos do parque se acessa o edifício

que tem sua cobertura funcionando como mirante enquanto seu único pavimento abriga um programa enxuto de

midiateca. O acesso ao mirante se dá em nível ao caminho do parque, enquanto a midiateca deve ser acessada por uma

escadaria que é cortada por um veio d’água, sendo assim, também uma peça escultórica na paisagem. A acessibilidade

é solucionada através de uma plataforma de elevação inclinada que acompanha a escadaria.

A estrutura e fundação do edifício da midiateca toma como referência o projeto do Mausoléu Castelo Branco de autoria

do arquiteto Sérgio Bernardes, execução pela Construtora Britania e cálculos da firma DYNA Engenharia Ltda., com seus

desenhos datando Abril de 1970. O Mausoléu possui quase 30 m em balanço.

A estrutura da midiateca é composta por um sistema com duas grandes vigas laterais de concreto protendido, devido

Page 77: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

77

ao balanço do edifício, pois o concreto protendido trabalha contra as tensões de tração sem fissurar; e com duas lajes

nervuradas protendidas, por possibilitarem uma laje mais delgada e leve que também trabalha bem com a tração do

balanço por ser protendida. A fundação funciona como uma balança com dois braços desiguais, ou seja, um confronto de

cargas que buscam um equilíbrio de forças. Ela se encontra sob cada uma das duas vigas laterais. Dessa forma, há dois

contrapesos com um caixão enchido com areia e pedra britada com o peso específico, somado os dois contrapesos, o

suficiente para equilibrar o peso do balanço. Nesses caixões foram cravadas várias estacas com capacidade para suportar

o seu peso. O pilar que suporta a viga lateral em balanço do edifício se liga a um bloco com várias estacas. E o caixão e

o pilar principal são ligados por viga alavanca em concreto protendido.

Page 78: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

78

LISTA E ORGANOGRAMA DO PROGRAMA

ADOTADO

midiateca

Page 79: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

79

PLANTA COBERTURA

midiateca

S S

SS

acessomidiateca

acessomirante4,

95,

54,

913

acessomirante

5,5

2

23,6

acessomidiateca

804

804 804

804

798,85

798,85

801,43

801,43

1850

32

banco de concreto

banco de concreto

0 1 2 5N

Page 80: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

80

S S

SS

acessomidiateca

acessomirante4,

95,

54,

913

acessomirante

5,5

2

23,6

acessomidiateca

798,85

798,85 798,85

798,85

798,85

798,85

801,43

801,43

1850

32

0 1 2 5N

PLANTA PAVIMENTO NÍVEL 798,85

midiateca

Page 81: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

81

CORTE LONGITUDINAL

midiateca

4

798,85

6,3

1,2

7,5

790

798,85

804

801,43

0 1 2 5

Page 82: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

82

804 804

6,3

1,2

7,5

790 790

4

798,85

804banco de concreto banco de concreto

0 1 2 5

CORTE TRANSVERSAL

midiateca

Page 83: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

83

0 1 2 5

talude

fachada de concreto aparente

FACHADA

midiateca

Page 84: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

84

0 1 2 5

bloco de estacasviga alavancacontrapeso

N

PLANTA ESTRUTURA E FUNDAÇÃO

midiateca

Page 85: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

85

790

804

bloco de estacasviga alavancacontrapeso 0 1 2 5

CORTE ESTRUTURA E FUNDAÇÃO

midiateca

Page 86: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

86

apoios

São propostos dois pequenos prédios de apoio ao parque. Um que visa atender a manutenção do parque, além de contar

com sanitários, na região do parque infantil; e outro com lanchonete e sanitários, próximo a Marginal.

Enquanto o prédio da midiateca parece sair do relevo, os prédios de apoio, em contraponto, são encravados no relevo.

Contando com uma estrutura de muro de arrimo de concreto armado para que tal encrustamento seja possível, ainda

conta com teto com grama-amendoim (Arachis repens) e parede verde com trepadeira senécio (Senecio mikanioides)

para uma maior incorporação com os taludes que se integram a edificação.

Page 87: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

87

LISTA E ORGANOGRAMA DO PROGRAMA

ADOTADO

apoio - lanchonete

apoio - administrativo e manutenção

Page 88: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

88

PLANTA COBERTURA

apoio - lanchonete

12,3813

4,22

4,45

789,07

1%

teto verde (grama-amendoim - Arachis repens -) muro de arrimo de concreto armado

calha de captação de água pluvial de aço patinável

parede verde (trepadeira senécio - Senecio mikanioides -)

0 1 2 5N

Page 89: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

89

PLANTA PAVIMENTO NÍVEL 785,05

apoio - lanchonete

12,513

4,054,45

786,05

calha de captação de água pluvial de aço patinável

muro de arrimo de concreto armado

parede verde (trepadeira senécio - Senecio mikanioides -)

0 1 2 5N

786

Page 90: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

90

teto verde (grama-amendoim - Arachis repens -)

muro de arrimo de concreto armado

789,07calha de captação de água pluvial de aço patinávelventilação

2,57

786,05

0 1 2 5 CORTE LONGITUDINAL

apoio - lanchonete

Page 91: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

91

teto verde (grama-amendoim - Arachis repens -)

muro de arrimo de concreto armado

calha de captação de água pluvial de aço patinável

ventilação789,07

786,05 786

2,57 2,68

0 1 2 5

CORTE TRANSVERSAL

apoio - lanchonete

Detalhe teto verde

- vegetação (grama-amendoim - Arachis repens -)- substrato- camada filtrante- camada drenante- proteção anti raiz- manta de proteção e impermeabilização

teto verde

Page 92: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

92

taludefachada deconcreto aparente

parede verde (trepadeira senécio- Senecio mikanioides -)

calha de captação de água pluvialde aço patinávelteto verde (grama-amendoim - Arachis repens -)

0 1 2 5 FACHADA

apoio - lanchonete

Page 93: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

93

12,3813

4,22

4,45

0 1 2 5N

1%

teto verde (grama-amendoim - Arachis repens -)muro de arrimo de concreto armado

calha de captação de água pluvial de aço patinável

parede verde (trepadeira senécio - Senecio mikanioides -)

813,07

PLANTA COBERTURA

apoio - administrativo e manutenção

Page 94: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

94

12,3813

4,22

4,45

0 1 2 5N

muro de arrimo de concreto armado

calha de captação de água pluvial de aço patinável

parede verde (trepadeira senécio - Senecio mikanioides -)

809,05

809

PLANTA PAVIMENTO NÍVEL 809,05

apoio - administrativo e manutenção

Page 95: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

95

CORTE LONGITUDINAL

apoio - administrativo e manutenção0 1 2 5

813,07

teto verde (grama-amendoim - Arachis repens -)

muro de arrimo de concreto armado

calha de captação de água pluvial de aço patinável ventilação

3,57

809,05

Page 96: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

96

- vegetação (grama-amendoim - Arachis repens -)- substrato- camada filtrante- camada drenante- proteção anti raiz- manta de proteção e impermeabilização

teto verde

0 1 2 5

teto verde (grama-amendoim - Arachis repens -)

muro de arrimo de concreto armado

calha de captação de água pluvial de aço patinável

ventilação

3,573,68

809,05809

813,07

CORTE TRANSVERSAL

apoio - administrativo e manutenção

Detalhe teto verde

Page 97: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

97

taludefachada de

concreto aparenteparede verde (trepadeira senécio

- Senecio mikanioides -)

calha de captação de água pluvialde aço patinável teto verde (grama-amendoim - Arachis repens -)

0 1 2 5FACHADA

apoio - administrativo e manutenção

Page 98: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

98

água no parque

Como dito por Bartalini (2006), os rios e córregos se vinculam à própria formação dos territórios e fundação das cidades,

mas sua relação com a cidade sempre se manteve em nível degradante, com a desnaturalização e retificação de

suas margens e com a cidade quase sempre virando as costas à água. Com o Córrego do Gregório, como mencionado

anteriormente, não foi diferente. Ele teve suas margens ocupadas e todo o seu traçado retificado. E embora a cidade não

vire as costas para ele, ele é elemento subalterno na paisagem, sendo notado apenas na época de chuvas, com suas

enchentes que acabam por perturbar a cidade como seu único grito de existência.

Assim, o sistema proposto de áreas verdes de recreação com as categorias de Parque de Conservação e Preservação,

abrangendo as nascentes dos rios e córregos da cidade e os Parques Urbanos, abrangendo áreas cortados por córregos

já desnaturalizados, é uma maneira de se fazer notar os rios e os seus afluentes na cidade, buscando uma maior

conservação e cuidado ambiental.

No parque projetado se propõe um eixo d’água que vem dialogar e apontar para o Córrego que passa à sua frente. A água

que é assumida como artifício e elemento marcante da composição, começando como recreação com aspersores d’água

na área de parque infantil, virando contemplação numa cascata em três níveis, marcando presença ao ser uma linha

que corta o parque e atravessa sua edificação principal, se tornando elemento que se destaca ao ser o espelho d’água

embaixo da midiateca e tornado a marcar presença através de uma linha que vai até o limite do Parque.

Page 99: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

99

10,5

30

13 3,55,5

1,5 4,5

9,5 10

16

22

22

11

14

guaimbé-do-brejo (Philodendron tweedieanum)

calha de aço patinável

0 1 2 5N

bromélia (Aechmea blanchetiana)

mururé (Pontederia cordata)

espelho d'água

espelho d'água

PLANTA

cascata

Page 100: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

100

11805

809

14

1

guaimbé-do-brejo (Philodendron tweedieanum) bromélia (Aechmea blanchetiana)calha de aço patinável

0 1 2 5

0,5 0,2 805

809

11

14

armazenamentode água

vai para bombeamento emsistema interligado com o espelhod'água embaixo da midiateca

1

espelho d'água

calha de aço patinável

0 1 2 5

CORTE LONGITUDINAL

CORTE TRANSVERSAL

cascata

Page 101: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

101

pedra portuguesa vermelha

guaimbé-do-brejo (Philodendron tweedieanum) bromélia (Aechmea blanchetiana)calha de aço patinável

0 1 2 5FACHADA

cascata

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

102

mobiliário e land art

Na proposta plástica do parque os bancos assumem o caráter de land art, como a presença de linhas, curvas ou

quadrados que ritmam o desenho do projeto. E que também criam um ritmo no passeio, num alternar entre andar e

repousar, com bancos dispostos em platôs e taludes, criando diversas cenas mais ou menos fixas. Na área defronte a

linha do trem, além de bancos há uma área com mesas, onde temos um estar mais próximo de uma praça. Na área

do parque infantil os bancos quadrados de cimento, mas com os acentos coloridos que seguem as cores primárias e

secundárias do ciclo de cores (amarelo, laranja, vermelho, violeta, azul e verde) compondo de modo lúdico a área. Nos

taludes, os bancos de concreto como linhas vem sublinhar o relevo, indo contra as curvas de nível.

Somando a esse mobiliário há pórticos de aço patinável que criam enquadramentos da paisagem e servem como locais

de estar cobertos.

Page 103: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

103

MOBILIÁRIO E LAND ART

bancos

coberturas

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

104

5

3 3

2,5

3

2,5

N

5

2,5

1,75

aço patinável aço patinável aço patinável

aço patinável

PLANTA

ELEVAÇÕES

cobertura 01

Page 105: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

105

5

3 3

2,5

3

2,5

N

5

2,5

1,75

aço patinável aço patinável aço patinável

aço patinável

PLANTA

ELEVAÇÕES

cobertura 02

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

106

5

3 3

2,5

3

2,5

N

5

2,5

1,75

aço patinável aço patinável aço patinável

aço patinável

PLANTA

ELEVAÇÕES

cobertura 03

Page 107: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

107

5

3 3

2,5

3

2,5

N

5

2,5

1,75

aço patinável aço patinável aço patinável

aço patinável

PLANTA

ELEVAÇÕES

cobertura 04

Page 108: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

108

0,45

0,45

0,45

iluminação

0 0,45 1

10

0,2

0,45

10concreto

ripa de madeira tatajubaconcreto

0,45

0,45

0,45

iluminação

0 0,45 1

10

0,2

0,45

10concreto

concreto

PLANTA

ELEVAÇÕES

banco 01 - taludes

banco 02 - platôs

Page 109: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

109

PLANTA

ELEVAÇÕES

banco 03 - platô cascata d’água

0,86

0,86

0,45

perfil de aço nacor preta

3

0,45

3

iluminação

ripa de madeira tatajuba

concreto

perfil de aço na cor preta

concreto

0 0,45 10,2

Page 110: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

110

0,86

0,86

0,45

0,45

0,45

0,45

iluminação

ripa de madeira tatajuba

concreto

perfil de aço na cor preta

perfil de aço nacor preta

concreto

0 0,45 10,2

PLANTA

ELEVAÇÕES

banco 04 - platô estar

mesa - platô estar

0,75

iluminação0,75

0,75concreto

0,75

1,5concreto

0 0,45 10,2

Page 111: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

111

PLANTA

ELEVAÇÕES

banco 05 - platô parquinho

banco 06 - Marginal, entrada SESC e

estares na transposição do viaduto

iluminação

concreto pintado

0,45

2

2

2concreto pintado

0 0,45 10,2

0,45

de 3 a 43

0,45

0 0,45 10,2

iluminação

fibra de vidro vermelha

fibra de vidro vermelha

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

112

vegetação

“(…) uma planta, assim como uma cor, assume todo o seu sentido quando justaposta a outra cor ou a outra

planta”.

Burle Marx entrevistado por Jacques Leenhardt. (LEENHARDT, 2010, pág. 55)

A proposta paisagística combina espécies pioneiras e não pioneiras, de modo a permitir um crescimento orgânico das

espécies ao longo do tempo no parque. A vegetação é distribuída partindo de áreas mais adensadas - na região de maior

altura do relevo - para áreas com espécies mais dispersas - mais próxima à região da Marginal, de modo a não impedir

certas visuais.

Com a forte presença do relevo do solo marcado pelas movimentações de terra, as árvores se organizam em maciços

nos taludes, sendo o parque conformado com mínima presença de arbustivas e ornamentais. Todas as espécies arbóreas

são nativas, inclusive a espécie de palmácea que marca o território (palmeira jerivá (Syagrus romanzoffiana)). Dessa

forma, até mesmo o edifício da midiateca que chama atenção devido ao seu volume em balanço, tem sua presença em

harmonia com a arborização implantada. O limite do parque, com suas calçadas e área de estacionamento, forma uma

massa que devido a uma floração significativa dá identidade ao parque.

Há uma busca para que todas as áreas compositivas se beneficiem de algum colorido, ao menos numa época do

ano, sendo o material arbóreo o principal recurso para isso. Assim, no parque temos a permanência cromática de

florações, em todas as estações, com vários tons de amarelos, dos mais suaves aos mais intensos, e de brancos.

Os amarelos se fazem presentes pelas espécies: manduirana (Senna macranthera), verão e outono; rabo-de-tucano

(Vochysia tucanorum), verão e outono; guapuruvu (Schizolobium parahyba), inverno e primavera; ipê-amarelo-cascudo

(Handroanthus chrysotrichus), inverno e primavera; palmeira jerivá (Syagrus romanzoffiana), outono e primavera; pau-

ferro (Caesalpinia ferrea), primavera e verão; e Tingui (Magonia pubescens), inverno. As inflorescências brancas são

Page 113: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

113

marcadas pelas espécies: jangada-do-campo (Cordia superba), verão; monjoleiro (Senegalia polyphylla), verão e outono;

ipê-branco (Tabebuia roseoalba), inverno e primavera e claraíba (Cordia glabrata), inverno e primavera.

Já a transitoriedade cromática, que dinamiza a renovação dos ambientes, é marcada por massas sazonais obtidas com

florações de colorido destacado, mas passageiro. Assim, temos roxo que marca o parque no inverno com o ipê-roxo

(Handroanthus avellanedae) e na primavera com a caroba (Jacaranda cuspidifolia). O vermelho se faz presente no

inverno com a eritrina-candelabro (Erythrina speciosa). E o rosa pipoca pelo parque no verão e outono com a paineira-

rosa (Ceiba speciosa).

Também colore a paisagem a frutificação das espécies frutíferas, nos meses quentes de primavera e verão: abacate

(Persea americana), frutos verdes; aceroleira (Malpighia punicifolia), frutos vermelhos; jabuticabeira (Myrciaria

cauliflora), frutos pretos, palmeira jerivá (Syagrus romanzoffiana), frutos amarelos alaranjados; mangueira (Mangifera

indica), frutos laranja avermelhados e pitangueira (Eugenia uniflora L.), frutos vermelhos.

As plantas ornamentais que aparecem como forrações, paredes verdes e alguns maciços, vêm compor com as espécies

arbóreas, por analogia ou complemento. A grama esmeralda (Zoysia japonica), que forra todos os taludes do parque, faz

com que o vermelho das eritrinas-candelabro (Erythrina speciosa) vibre ainda mais no inverno. A ruélia-vermelha (Ruellia

elegans), que forra os taludes ao longo da linha do trem, tem suas flores vermelhas no verão que se misturam com as

flores da paineira-rosa (Ceiba speciosa). A grama-amendoim (Arachis repens) pontilha de amarelo o teto dos edifícios

de apoio, na primavera e no verão, em concordância com floração amarela da trepadeira senécio (Senecio mikanioides),

que ocorre na mesma época. O lambari-roxo (Tradescantia zebrina var. Purpusii) que recobre os canteiros das árvores

de roxo, nas calçadas e nos platôs, vem em contraponto com as floradas amarelas da manduirana (Senna macranthera),

do guapuruvu (Schizolobium parahyba), do ipê-amarelo-cascudo (Handroanthus chrysotrichus) e da palmeira jerivá

(Syagrus romanzoffiana); além de completar com o branco do ipê-branco (Tabebuia roseoalba). Na grande parede verde

que segue o estacionamento, temos a trapoeraba-roxa (Tradescantia pallida) com suas folhas roxas fazendo vibrar

as floradas amarelas da manduirana (Senna macranthera) e do ipê-amarelo-cascudo (Handroanthus chrysotrichus),

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

114

enquanto as flores vermelhas da russélia (Russelia equisetiformis) e o verde com branco do clorofito (Chlorophytum

comosum) equilibram a composição. No talude junto às eritrinas-candelabro (Erythrina speciosa) temos a babosa (Aloe

arborescens) com suas flores vermelhas anunciando o espetáculo da floração arbórea, e fazendo par ao agave-dragão

(Agave attenuata). O cosmo-amarelo (Bidens sulphurea) e suas flores alaranjadas garante cor o ano todo ao parque

infantil, principalmente no outono, quando seu laranja apresenta todo seu esplendor e as cores do parque se encontram

mais amortizadas. A maranta-cinza (Ctenanthe setosa) com suas faces roxas completam as floradas amarelas rabo-de-

tucano (Vochysia tucanorum) enquanto a costela-de-adão (Monstera deliciosa) com seu verde escuro vibra as flores rosa

da paineira-rosa (Ceiba speciosa). Por fim, marcando a água temos o guaimbé-do-brejo (Philodendron tweedieanum)

com seu verde, a bromélia (Aechmea blanchetiana) com seus tons amarelados e avermelhados e o mururé (Pontederia

cordata) com suas flores roxas vem dar cor a cascata e ao espelho d’água sob a cascata; no talude, sob a midiateca há

o samambaiaçu-do-brejo (Blechnum brasiliense) marcando o caminho da água.

Ao longo de todo projeto buscou-se harmonias de cores análogas e complementares para estruturar os ambientes

e marcá-los na memória das pessoas por sua característica singular. Assim, a estratégia plástica de conjuntos que

florescem em diferentes estações do ano e áreas distintas do parque, traz identidade ao parque e garante sua presença

mesmo com a passagem das estações.

Page 115: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

115

FENOLOGIA ARBÓREA

primavera, inverno, outono e verão

Page 116: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

116

Descrição da espécie arbórea

Page 117: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

117

Fenologia arbórea

Page 118: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

118

Descrição da espécie arbórea

Page 119: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

119

Fenologia arbórea

Page 120: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

120

Descrição da espécie arbórea

Page 121: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

121

Fenologia arbórea

Page 122: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

122

Descrição da espécie arbórea

Page 123: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

123

Fenologia arbórea

Page 124: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

124

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PROPOSIÇÕES

125

PLANTAS ORNAMENTAIS

FORRAÇÕES

grama-amendoim

grama esmeralda

lambari-roxo

ruélia-vermelha

HERBÁCEAS E ARBUSTIVAS

agave-dragão

babosa

bromélia

cosmo-amarelo

costela-de-adão

guaimbé-do-brejo

maranta-cinza

mururé

samambaiaçu-do-brejo

TREPADEIRAS

clorofi to

russélia

trapoeraba-roxa

trepadeira-senécio

Page 126: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

126

Descrição das espécies ornamentais de

forração

Page 127: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

127

Fenologia

Page 128: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

128

Descrição das espécies ornamentais

herbáceas e arbustivas

Page 129: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

129

Fenologia

Page 130: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

130

Descrição das espécies ornamentais

herbáceas e arbustivas

Page 131: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PROPOSIÇÕES

131

Fenologia

Page 132: PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

132

Descrição das espécies ornamentais

trepadeiras

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PROPOSIÇÕES

133

Fenologia

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

134

referências

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PARQUE URBANO EM SÃO CARLOS: um experimento plástico

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fonte das imagens

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pág. 23

07. imagem da autora produzida sobre imagem de satélite do Google Maps.

pág. 24

08. imagem da autora produzida sobre imagem de satélite do Google Maps.

pág. 26

09. imagem da autora produzida sobre mapa de expansão urbana da cidade do Plano Diretor de 2005, da Prefeitura Municipal de São Carlos.

pág. 27

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pág. 30

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pág. 31

12. <http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/fotos/2013/10/vejafotos-do-alagamento-causadopela-chuva-em-sao-carlos-sp.html#F984988>. Acesso 20-

05-2014.

13. <http://www.portalk3.com.br/Artigo/Galeria/cidade/em-aniversariosao-carlos-reve-um-velho-amigo-oalagamento>. Acesso 20-05-2014.

14. <http://www.portalk3.com.br/Artigo/Galeria/cidade/em-aniversariosao-carlos-reve-um-velho-amigo-oalagamento>. Acesso 20-05-2014.

pág. 35

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FONTE DAS IMAGENS

139

15. imagem da autora produzida sobre imagem de satélite do Google Maps.

pág. 36

16. imagem da autora produzida sobre imagem de satélite do Google Maps.

pág. 37

17. imagem da autora produzida sobre imagem de satélite do Google Maps.

pág. 38

18. imagem da autora produzida sobre imagem de satélite do Google Maps.

pág. 39

19. foto Jessica Seabra, 05-05-2014.

pág. 40

20. foto Inna Mascarin, 04-05-2014.

21. foto Inna Mascarin, 04-05-2014.

22. foto Inna Mascarin, 04-05-2014.

pág. 44

23. imagem da autora produzida sobre imagem de satélite do Google Maps.

pág. 45

24. imagem da autora produzida sobre imagem de satélite do Google Maps.

pág. 48

25. imagem da autora produzida sobre imagem de satélite do Google Maps.

26. imagem da autora produzida sobre imagem de satélite do Google Maps.

pág. 116 a pág. 123

imagens in: LORENZI, Harri. Árvores Brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. Volume 01. 5 edição. Nova Odessa:

Instituto Plantarum, 2008.

(das espécies frutíferas, as imagens foram retiradas da internet)

pág. 126 a pág. 133

imagens in: LORENZI, Harri. Plantas para Jardim no Brasil: herbáceas, arbustivas e trepadeiras. 1 edição. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2013.

todas as demais imagens são de minha autoria.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família, em especial, pais e irmã, pelo constante incentivo a crescer.

Agradeço a todos os professores do IAU que me ajudaram em minha formação e descobertas arquitetônicas, urbanas e

paisagísticas. Em especial, agradeço as professoras que mais me influenciaram nas escolhas tomadas até aqui e que me

são grandes inspiradoras, a paisagista Luciana Schenk e a arquiteta Simone Vizioli.

Agradeço ao professor que tem me formado artisticamente e desde então vem me fazendo ver o mundo, e não apenas

olhar o mundo, meu grande mestre e inspirador Francisco Lopes.

Agradeço aos primeiros engenheiros civis com os quais tive contato e aprendizado, em especial, meu primeiro chefe,

Airton Romero, e minha primeira parceira engenheira, Fernanda Silva.

Por fim, meu grande e sincero agradecimento, que definitivamente é muito maior que essas poucas linhas, a todos os

maravilhosos amigos, arquitetos ou não, pelas trocas de ideias, pelo carinho e por todo o apoio e incentivo.

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