parque popular da pedreira: análise, diagnóstico e participação comunitária

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01 O Parque Popular da Pedreira é um sonho antigo da população de Ijuí. A iniciativa de criação do parque e as atividades de discussão e construção deste projeto mobilizaram os diversos movimentos sociais e tomaram conta da sociedade. O grande apoio com que conta este projeto reforça seu caráter cidadão e supra partidário, e vai muito além da atual administração ou apenas de interesses de um setor específico da sociedade. O Plano Diretor e a legislação municipal já grava a área da pedreira como potencial para uso público; em diversas ocasiões a comunidade já manifestou o desejo de criação de um parque municipal nesta área. O Plano Ambiental prevê a recuperação das áreas de APP; os moradores das áreas favelizadas afetadas estão de acordo com as propostas elaboradas... e ainda o apoio explícito e público da Câmara de Vereadores, da Universidade, das associações de moradores, da Aipan (ambientalistas), da Cooperativa, da Associação Comercial e Industrial (ACI), das instituições de classe (CREA/RS, IAB/RS) reforçam o grande consenso social favorável ao projeto. Visita à área da pedreira Audiência pública PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE Acima: - notícia publicada no Correio do Povo, jornal de maior circulação no RS, sobre a visita da comunidade e a audiência pública realizadas no "Dia da Pedreira", 15 de maio de 2010; Ao Lado: - fotografias da visita e da audiência pública com a presença do Prefeito, Vice, Secretários, representantes da Câmara de Vereadores, lideranças comunitárias e associativas e moradores da área. Plano Geral de Urbanização de Áreas Socioambientais Fragilizadas: PARQUE POPULAR DA PEDREIRA SITUAÇÃO ATUAL As áreas das pedreiras do lago e da antiga pedreira municipal estão situadas na periferia da cidade, com carência de infra-estrutura e urbanização, com precariedade no atendimento dos serviços e parcialmente ocupadas de maneira irregular. As comunidades que moram na área estão expostas à vários riscos, seja pela condição de exclusão, seja pelas condições sanitárias – que geram problemas graves como os focos de dengue recentemente diagnosticados no local. A revisão do Plano Diretor, em andamento, já identifica estas áreas como Áreas Especiais de Interesse Social e o Plano Ambiental do Município, já finalizado, indica parte desta área como Área Especial de Interesse Ambiental. Contrastando à esta situação, a área das pedreiras apresenta uma qualidade paisagística impressionante. A beleza da pedreira do lago e a exuberância do banhado da pedreira municipal, ambos resultado do abandono das áreas, indicam o magnífico potencial das pedreiras e sua vocação para abrigar um grande parque público – inexistente na cidade. OCUPAÇÕES IRREGULARES A irregularidade está associada a dois fatores. O primeiro é a questão fundiária, visto que todas as 52 famílias da Vila Pindorama e também 52 famílias da Vila Suvaco da Cobra tem suas moradias sobre terreno de propriedade do Município. O segundo fator de irregularidade está associada à ocupação de Áreas de Preservação Permanentes – APPs, principalmente nas moradias da Vila Pindorama. O loteamento em implantação, à leste da pedreira, também apresenta irregularidades referentes à ocupação de APPs. Muitos terrenos previstos no parcelamento original, assim como algumas vias, estão parcial ou integralmente sobre áreas de APP, inviabilizando a aprovação de construção sobre os mesmos, e o uso residencial. A regularização desta situação, fundiária e de ocupação, está diretamente vinculada ao desenvolvimento do projeto do Parque. CADASTRO SOCIAL A Vila Suvaco da Cobra, no bairro Thomé de Souza, tem 52 famílias totalizando aproximadamente 134 moradores, com uma estrutura familiar bastante variada, conforme indica o gráfico acima. A renda mensal das famílias indica uma situação muito grave, visto que metade das famílias tem renda pouco superior a R$ 400,00 e a outra metade sobrevive com uma renda mensal inferior a R$ 400,00, sendo que 02 famílias recebem menos de R$ 200,00 por mês. A situação da Vila Pindorama, sobre a pedreira do lago, não é diferente. São 52 famílias e aproximadamente 155 moradores, sendo que os indicadores de renda são um pouco menos graves tendo em vista que há várias famílias de catadores, que incrementam sua renda com a coleta e separação de resíduos recicláveis. Esta atividade gera um problema associado que é a deposição dos resíduos não recicláveis diretamente no lago ou no entorno da pedreira. Menos da metade das famílias moradoras destas duas vilas tem acesso ao Bolsa Família, conforme gráfico acima. PROPRIETÁRIOS A estrutura de propriedade da área do futuro Parque, apresentada acima, indica duas grandes áreas da Prefeitura Municipal. Uma é a antiga pedreira municipal, à sul da av. 21 de Julho, hoje desativada, mas que abriga a usina de asfalto do município e a vila Suvaco da Cobra, no bairro Thomé de Souza, uma área de ocupação irregular com mais de 50 famílias. A Prefeitura Municipal também é proprietária de faixa de terra à norte da pedreira onde hoje localiza-se a Vila Pindorama, com 52 famílias em situação de irregularidade e em condições precárias. O Sr. Rubens Basso é o proprietário da pedreira do lago e de extensa área à leste desta com parcelamento e ocupação em fase inicial de implantação. O proprietário e o Poder Executivo Municipal já acordaram publicamente a doação da área da pedreira do lago para a instalação do Parque, processo que encontra-se em andamento. As outras propriedades do entorno são de moradores e pequenos proprietários e praticamente não sofrerão afetação direta pelas ações previstas para o Parque. Ijuí tem um GRANDE LIXÃO À CÉU ABERTO! A área de duas antigas pedreiras desativadas já há muitos anos, na periferia oeste da sede municipal, transformaram-se em um lixão à céu aberto, com a deposição ilegal de entulhos, lixo doméstico e, até mesmo, de lixo tóxico industrial e farmacêutico. Recentemente, a área converteu-se em um dos principais focos da dengue na cidade, problema que está agravado pela presença de mais de 100 famílias morando em condições subnormais no entorno da área e que também vertem seu esgoto e lixo doméstico nas pedreiras. Uma das pedreiras desativadas contém um grande lago, com área de mais de 16mil m², e a outra uma área alagada com características de banhado. As pedreiras, apesar da degradação ambiental, apresentam características paisagísticas fenomenais e têm exigências legais que obrigam a preservação e recuperação ambiental. Soma-se a isto o enorme potencial da área para abrigar atividades de lazer em alguns setores. Ijuí tem problemas graves de SUBHABITAÇÃO! Ijuí tem CARÊNCIAS NO SISTEMA VIÁRIO! A falta de condições dignas de moradia, apesar de não ser uma exclusividade do município, é mais grave na área do entorno das pedreiras. A Vila Pindorama, com 52 famílias, está em terreno municipal dentro da área da Pedreira Pindorama (a do lago) em situação claramente de risco ambiental e geológico. Os barracos estão construídos nas cotas mais altas da pedreira, em área de APP, sobre nascentes e no meio do lixo e dos entulhos. A Vila Suvaco da Cobra, no bairro Thomé de Souza, está igualmente em terreno municipal sobre a pedreira também de propriedade do município (a do banhado). Esta vila tem 52 famílias em condições precárias, é um aglomerado subnormal com deficiência total de condições de moradia, sem infraestrutura básica, sem acessibilidade e com alto grau de desagregação social. O Plano Diretor de Ijuí, que se encontra em estágio adiantado de revisão, contempla diretrizes viárias e conexões urbanas importantes para a área das pedreiras. A conclusão de vias e a ampliação da mobilidade urbana desta área da periferia passa por intervenções concretas na área, que qualificam o acesso à Universidade, a implantação de caminhos alternativos à Rua do Comércio, a utilização das vias como elementos definidores de limites claros entre a área urbanizada e as áreas de preservação ambiental. Ijuí é uma cidade sem um PARQUE! A sede municipal, com mais de 22 km² , não conta com nenhum parque público. Os espaços de lazer disponíveis à população resumem-se à praça central, a Praça da República com pouco mais de 1ha, e poucas praças urbanizadas e algumas escolas que permanecem abertas nos finais de semana. Os moradores que não tem acesso aos clubes privados existentes estão totalmente carentes de estruturas de lazer público tendo em vista os espaços disponíveis na cidade. Análise, Diagnóstico e Participação Comunitária PARQUE POPULAR DA PEDREIRA 3C Arquitetura e Urbanismo - www.3c.arq.br - [email protected] - 51 33122497 Autores: arqs. Tiago Holzmann da Silva, Leonardo Marques Hortencio,Alexandre Pereira Santos, Leonardo D. Poletti, Paula Lopes. Colaboradores: arq. Júlio Celso Vargas, acads. Angélica Magrini Rigo, Lucas Valli, Paula Motta

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Poster apresentado no 54° International Federation of Housing and Planning (Porto Alegre/PUC - 2010). Resumo: O trabalho consiste em um Plano Geral de Urbanização para área que apresenta problemas de sub-habitação em áreas de APP, junto a duas antigas pedreiras. O Plano foi construído com a participação da população local e de técnicos da municipalidade, e se articula em quatro eixos principais que dão origem aos projetos : habitação social, equipamentos públicos (parque), recuperação ambiental e urbanização.

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Page 1: Parque Popular da Pedreira: análise, diagnóstico e participação comunitária

01

O Parque Popular da Pedreira é um sonho antigo da população de Ijuí. A

iniciativa de criação do parque e as atividades de discussão e construção deste

projeto mobilizaram os diversos movimentos sociais e tomaram conta da

sociedade.

O grande apoio com que conta este projeto reforça seu caráter cidadão e

supra partidário, e vai muito além da atual administração ou apenas de

interesses de um setor específico da sociedade.

O Plano Diretor e a legislação municipal já grava a área da pedreira como

potencial para uso público; em diversas ocasiões a comunidade já manifestou o

desejo de criação de um parque municipal nesta área.

O Plano Ambiental prevê a recuperação das áreas de APP; os moradores

das áreas favelizadas afetadas estão de acordo com as propostas elaboradas...

e ainda o apoio explícito e público da Câmara de Vereadores, da Universidade,

das associações de moradores, da Aipan (ambientalistas), da Cooperativa, da

Associação Comercial e Industrial (ACI), das instituições de classe (CREA/RS,

IAB/RS) reforçam o grande consenso social favorável ao projeto.

Visita à área da pedreira

Audiência pública

PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

Acima: - notícia publicada no Correio do Povo, jornal de maior

circulação no RS, sobre a visita da comunidade e a audiência pública

realizadas no "Dia da Pedreira", 15 de maio de 2010;

Ao Lado: - fotografias da visita e da audiência pública com a presença

do Prefeito, Vice, Secretários, representantes da Câmara de Vereadores,

lideranças comunitárias e associativas e moradores da área.

Plano Geral de Urbanização de Áreas Socioambientais Fragilizadas: PARQUE POPULAR DA PEDREIRA

SITUAÇÃO ATUAL

As áreas das pedreiras do lago e da antiga pedreira municipal estão

situadas na periferia da cidade, com carência de infra-estrutura e urbanização,

com precariedade no atendimento dos serviços e parcialmente ocupadas de

maneira irregular.

As comunidades que moram na área estão expostas à vários riscos, seja

pela condição de exclusão, seja pelas condições sanitárias – que geram

problemas graves como os focos de dengue recentemente diagnosticados no

local.

A revisão do Plano Diretor, em andamento, já identifica estas áreas como

Áreas Especiais de Interesse Social e o Plano Ambiental do Município, já

finalizado, indica parte desta área como Área Especial de Interesse Ambiental.

Contrastando à esta situação, a área das pedreiras apresenta uma qualidade

paisagística impressionante. A beleza da pedreira do lago e a exuberância do

banhado da pedreira municipal, ambos resultado do abandono das áreas,

indicam o magnífico potencial das pedreiras e sua vocação para abrigar um

grande parque público – inexistente na cidade.

OCUPAÇÕES IRREGULARES

A irregularidade está associada a dois fatores. O primeiro é a questão

fundiária, visto que todas as 52 famílias da Vila Pindorama e também 52

famílias da Vila Suvaco da Cobra tem suas moradias sobre terreno de

propriedade do Município. O segundo fator de irregularidade está associada

à ocupação de Áreas de Preservação Permanentes – APPs, principalmente

nas moradias da Vila Pindorama.

O loteamento em implantação, à leste da pedreira, também apresenta

irregularidades referentes à ocupação de APPs. Muitos terrenos previstos no

parcelamento original, assim como algumas vias, estão parcial ou

integralmente sobre áreas de APP, inviabilizando a aprovação de construção

sobre os mesmos, e o uso residencial.

A regularização desta situação, fundiária e de ocupação, está

diretamente vinculada ao desenvolvimento do projeto do Parque.

CADASTRO SOCIAL

A Vila Suvaco da Cobra, no bairro Thomé de Souza, tem 52 famílias

totalizando aproximadamente 134 moradores, com uma estrutura familiar

bastante variada, conforme indica o gráfico acima. A renda mensal das famílias

indica uma situação muito grave, visto que metade das famílias tem renda pouco

superior a R$ 400,00 e a outra metade sobrevive com uma renda mensal inferior

a R$ 400,00, sendo que 02 famílias recebem menos de R$ 200,00 por mês.

A situação da Vila Pindorama, sobre a pedreira do lago, não é diferente. São

52 famílias e aproximadamente 155 moradores, sendo que os indicadores de

renda são um pouco menos graves tendo em vista que há várias famílias de

catadores, que incrementam sua renda com a coleta e separação de resíduos

recicláveis. Esta atividade gera um problema associado que é a deposição dos

resíduos não recicláveis diretamente no lago ou no entorno da pedreira. Menos

da metade das famílias moradoras destas duas vilas tem acesso ao Bolsa

Família, conforme gráfico acima.

PROPRIETÁRIOS

A estrutura de propriedade da área do futuro Parque, apresentada acima,

indica duas grandes áreas da Prefeitura Municipal. Uma é a antiga pedreira

municipal, à sul da av. 21 de Julho, hoje desativada, mas que abriga a usina de

asfalto do município e a vila Suvaco da Cobra, no bairro Thomé de Souza, uma

área de ocupação irregular com mais de 50 famílias.

A Prefeitura Municipal também é proprietária de faixa de terra à norte da

pedreira onde hoje localiza-se a Vila Pindorama, com 52 famílias em situação

de irregularidade e em condições precárias.

O Sr. Rubens Basso é o proprietário da pedreira do lago e de extensa área à

leste desta com parcelamento e ocupação em fase inicial de implantação. O

proprietário e o Poder Executivo Municipal já acordaram publicamente a

doação da área da pedreira do lago para a instalação do Parque, processo que

encontra-se em andamento. As outras propriedades do entorno são de

moradores e pequenos proprietários e praticamente não sofrerão afetação

direta pelas ações previstas para o Parque.

Ijuí tem um GRANDE LIXÃO À CÉU ABERTO!

A área de duas antigas pedreiras desativadas já há muitos anos, na

periferia oeste da sede municipal, transformaram-se em um lixão à céu aberto,

com a deposição ilegal de entulhos, lixo doméstico e, até mesmo, de lixo

tóxico industrial e farmacêutico.

Recentemente, a área converteu-se em um dos principais focos da

dengue na cidade, problema que está agravado pela presença de mais de 100

famílias morando em condições subnormais no entorno da área e que

também vertem seu esgoto e lixo doméstico nas pedreiras.

Uma das pedreiras desativadas contém um grande lago, com área de

mais de 16mil m², e a outra uma área alagada com características de banhado.

As pedreiras, apesar da degradação ambiental, apresentam

características paisagísticas fenomenais e têm exigências legais que obrigam

a preservação e recuperação ambiental. Soma-se a isto o enorme potencial da

área para abrigar atividades de lazer em alguns setores.

Ijuí tem problemas graves de SUBHABITAÇÃO!

Ijuí tem CARÊNCIAS NO SISTEMA VIÁRIO!

A falta de condições dignas de moradia, apesar de não ser uma

exclusividade do município, é mais grave na área do entorno das pedreiras. A

Vila Pindorama, com 52 famílias, está em terreno municipal dentro da área da

Pedreira Pindorama (a do lago) em situação claramente de risco ambiental e

geológico. Os barracos estão construídos nas cotas mais altas da pedreira, em

área de APP, sobre nascentes e no meio do lixo e dos entulhos. A Vila Suvaco da

Cobra, no bairro Thomé de Souza, está igualmente em terreno municipal sobre

a pedreira também de propriedade do município (a do banhado). Esta vila tem

52 famílias em condições precárias, é um aglomerado subnormal com

deficiência total de condições de moradia, sem infraestrutura básica, sem

acessibilidade e com alto grau de desagregação social.

O Plano Diretor de Ijuí, que se encontra em estágio adiantado de revisão,

contempla diretrizes viárias e conexões urbanas importantes para a área das

pedreiras.

A conclusão de vias e a ampliação da mobilidade urbana desta área da

periferia passa por intervenções concretas na área, que qualificam o

acesso à Universidade, a implantação de caminhos alternativos à Rua do

Comércio, a utilização das vias como elementos definidores de limites

claros entre a área urbanizada e as áreas de preservação ambiental.

Ijuí é uma cidade sem um PARQUE!

A sede municipal, com mais de 22 km² , não conta com nenhum

parque público. Os espaços de lazer disponíveis à população resumem-se

à praça central, a Praça da República com pouco mais de 1ha, e poucas

praças urbanizadas e algumas escolas que permanecem abertas nos

finais de semana. Os moradores que não tem acesso aos clubes privados

existentes estão totalmente carentes de estruturas de lazer público tendo

em vista os espaços disponíveis na cidade.

Análise, Diagnóstico e Participação ComunitáriaPARQUE POPULAR DA PEDREIRA

3C Arquitetura e Urbanismo - www.3c.arq.br - [email protected] - 51 33122497Autores: arqs. Tiago Holzmann da Silva, Leonardo Marques Hortencio, Alexandre Pereira Santos, Leonardo D. Poletti, Paula Lopes. Colaboradores: arq. Júlio Celso Vargas, acads. Angélica Magrini Rigo, Lucas Valli, Paula Motta

Page 2: Parque Popular da Pedreira: análise, diagnóstico e participação comunitária

RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

02Proposta GlobalPARQUE POPULAR DA PEDREIRA

Plano Geral de Urbanização de Áreas Socioambientais Fragilizadas: PARQUE POPULAR DA PEDREIRA3C Arquitetura e Urbanismo - www.3c.arq.br - [email protected] - 51 33122497Autores: arqs. Tiago Holzmann da Silva, Leonardo Marques Hortencio, Alexandre Pereira Santos, Leonardo D. Poletti, Paula Lopes. Colaboradores: arq. Júlio Celso Vargas, acads. Angélica Magrini Rigo, Lucas Valli, Paula Motta

Page 3: Parque Popular da Pedreira: análise, diagnóstico e participação comunitária

03HABITAÇÃO UNIFAMILIAR - As unidades unifamiliares são adaptáveis a diversos arranjos das famílias. Permitem a

complementação do número de cômodos construído inicialmente através da subdivisão do piso superior (já provido de

estrutura para suportar o peso resultante) e da ocupação da faixa destinada a garagem/varanda no piso térreo. Desta

forma, além adaptar-se a realidades diversas nas famílias, permitem a geração de renda com a possibilidade do uso

comercial do térreo.

A forma proposta busca criar um ritmo do conjunto, sem criar uma homogeneidade que submeta as habitações

individuais ao ponto de não poderem ter identidade próprias. Do mesmo modo, criam limite claro da expansão da

habitação, coibindo a favelização do conjunto uma vez que limitam a altura a cumeeira do telhado e já provêem espaço

para expansão internamente.

Em relação à estrutura, as edificações propostas contam com paredes de alvenaria portante de tijolos ou blocos

cerâmicos, com vigamento em concreto armado realizando a amarração e lajes mistas (vigota e tavela). A cobertura de

telhas cerâmicas é apoiada em estrutura de madeira.

Procura-se assim uma solução racionalizada, que em sua execução permita a padronização dos procedimentos e

elementos principais, mesmo que baseada na tecnologia mais conhecida e usual. A utilização da laje mista também

evita o uso de formas para as lajes, que se for acompanhado do reaproveitamento das formas para as vigas consegue

uma enorme economia de recursos e evita grande quantidade de resíduos.

O lote básico utilizado é de 7,45 x 17,5m com 130m². Ele foi adaptado ao desenho urbano ganhando ou perdendo

pequeno percentual de área, mas jamais ultrapassando os limites máximo de 200m² e mínimo de 125m².

HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR - As unidades multifamiliares são dispostas em edificações de quatro pavimentos que

no térreo tenham espaços comerciais, de geração de renda e de uso comunitário. Algumas destas unidades,

concentradas no térreo, são adaptadas a portadores de necessidades especiais e idosos. Os acessos verticais são

propostos em escadas e permitem a posterior instalação de elevadores. Os acessos horizontais – corredores – são

dispostos na face sul dos edifícios, ajudando a proteger os apartamentos das mudanças de temperatura. Os quartos

dos apartamentos privilegiam a orientação norte (com exceção dos apartamentos de três dormitórios), as áreas com

instalações hidráulicas são agrupadas junto aos corredores, facilitando e barateando a manutenção e as salas de estar

permitem a circulação cruzada de ar entre as fachadas, favorecendo enormemente o conforto térmico.

As plantas dos andares têm configurações diferentes, mas mantêm a mesma a modulação estrutural. No térreo, as

unidades comerciais e institucionais ocupam as extremidades, enquanto que apartamentos de um e dois dormitórios

preenchem o restante. No segundo pavimento as unidades de três dormitórios estão nas extremidades e as unidades de

um e dois dormitórios tem a mesma configuração do térreo. Nos outros dois pavimentos, 3º e 4º, as unidades de 3

dormitórios são dispostas na mesma posição de duas unidades de um dormitório dos pavimentos inferiores,

produzindo um mix com as unidades de dois dormitórios.

Todas as unidades têm circulação cruzada de ar na sala de estar, priorizando o conforto térmico e a qualidade do ar

interno. Além disso, as áreas úmidas foram organizadas de forma a otimizar as instalações hidráulicas e facilitando a

manutenção por localizar-se junto aos corredores (circulação condominial) dos andares.HA

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PERSPECTIVA - PRAÇA DO PAC

PERSPECTIVA - HABITAÇÕES MULTI E UNIFAMILIARES

Proposta Habitação de Interesse SocialPARQUE POPULAR DA PEDREIRA

Plano Geral de Urbanização de Áreas Socioambientais Fragilizadas: PARQUE POPULAR DA PEDREIRA3C Arquitetura e Urbanismo - www.3c.arq.br - [email protected] - 51 33122497Autores: arqs. Tiago Holzmann da Silva, Leonardo Marques Hortencio, Alexandre Pereira Santos, Leonardo D. Poletti, Paula Lopes. Colaboradores: arq. Júlio Celso Vargas, acads. Angélica Magrini Rigo, Lucas Valli, Paula Motta

Page 4: Parque Popular da Pedreira: análise, diagnóstico e participação comunitária

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EQUIPAMENTOS PÚBLICOS SISTEMA VIÁRIO RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

VISTA AÉREA GERAL ACESSO NORTE

DECK DO LAGO MIRANTE - TIROLESA

ÁREA DE ESPORTES

PASSARELA E CICLOVIA

Proposta - Fotomontagens e DiagramasPARQUE POPULAR DA PEDREIRA

Plano Geral de Urbanização de Áreas Socioambientais Fragilizadas: PARQUE POPULAR DA PEDREIRA3C Arquitetura e Urbanismo - www.3c.arq.br - [email protected] - 51 33122497Autores: arqs. Tiago Holzmann da Silva, Leonardo Marques Hortencio, Alexandre Pereira Santos, Leonardo D. Poletti, Paula Lopes. Colaboradores: arq. Júlio Celso Vargas, acads. Angélica Magrini Rigo, Lucas Valli, Paula Motta