parnasianismo (final de 1870 – 1922) a arte pela arte a arte sobre a arte

14
PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) “A Arte pela Arte” “A Arte sobre a Arte”

Upload: internet

Post on 17-Apr-2015

112 views

Category:

Documents


7 download

TRANSCRIPT

Page 1: PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) A Arte pela Arte A Arte sobre a Arte

PARNASIANISMO(final de 1870 – 1922)

“A Arte pela Arte”

“A Arte sobre a Arte”

Page 2: PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) A Arte pela Arte A Arte sobre a Arte

CARACTERÍSTICAS

Cultivado na França e no Brasil,

Apresenta:

uma postura antirromântica, ou seja, uma espécie de reação contra os excessos emotivos do Romantismo,uma forma de negação ao individualismo ultrarromântico, considerado pouco objetivo e ridiculamente sentimental,

assuntos universais inspirados na Antiguidade Clássica e no Renascimento (fonte de inspiração) e também é uma espécie de oposição ao Romantismo, que era voltado ao medievalismo.

Valorização da objetividade temática, da impassibilidade e a impessoalidade, passam a encarar a poesia como um exercício da arte pela arte, ou seja, o culto à forma na busca de atingir a perfeição.

Page 3: PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) A Arte pela Arte A Arte sobre a Arte

Poesia com vocabulário refinado, geralmente na ordem indireta, que retrata episódios históricos, fenômenos da natureza e que descreve de forma prmenorizada objetos decorativos como vasos e bibelôs.

Devido ao conceito da arte pela arte, ou seja, a arte só serve para criar beleza, e do distanciamento dos problemas morais, sociais, políticos e religiosos essa poesia tornou-se fria e totalmente alienada.

Em total oposição ao amor espiritual e à mulher idealizada pelos Românticos, os Parnasianos cultivaram o amor mais carnal e a mulher passou a ser vista como um ser concreto. Vênus, a deusa da beleza na mitologia grega, por ser pagã, passou a ser considerada o modelo ideal da figura feminina.

Característica mais marcante é o culto à forma.

Page 4: PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) A Arte pela Arte A Arte sobre a Arte

ALBERTO DE OLIVEIRA(1857-1937) POESIA DESCRITIVA IMPASSIVIDADE O CULTO DA ARTE

PELA ARTE A EXALTAÇÃO DA

ANTIGUIDADE CLÁSSICA

PERFEIÇÃO FORMAL MÉTRICA RÍGIDA LINGUAGEM

EXTREMAMENTE TRABALHADA

Page 5: PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) A Arte pela Arte A Arte sobre a Arte

Vaso ChinêsEstranho mimo aquele vaso! Vi-o,

Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio,

Entre um leque e o começo de um bordado.

Fino artista chinês, enamorado, Nele pusera o coração doentio

Em rubras flores de um sutil lavrado, Na tinta ardente, de um calor sombrio.

Mas, talvez por contraste à desventura, Quem o sabe?... de um velho mandarim

Também lá estava a singular figura.

Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a, Sentia um não sei quê com aquele chim De olhos cortados à feição de amêndoa.

Alberto de Oliveira

Page 6: PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) A Arte pela Arte A Arte sobre a Arte

Vaso GregoEsta de áureos relevos, trabalhada

De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que o suspendiaEntão, e, ora repleta ora esvasada, A taça amiga aos dedos seus tinia,

Toda de roxas pétalas colmada.

Depois... Mas, o lavor da taça admira,Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas

Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga liraFosse a encantada música das cordas, Qual se essa voz de Anacreonte fosse.

(Alberto de Oliveira

Page 7: PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) A Arte pela Arte A Arte sobre a Arte

RAIMUNDO CORREIA(1859 – 1911) TEMAS TÍPICOS DA

ESTÉTICA PARNASIANA: A NATUREZA, A PERFEIÇÃO FORMAL, A CULTURA CLÁSSICA

POESIA FILOSÓFICA, DE MEDITAÇÃO, MARCADA PELA DESILUSÃO E POR UM FORTE PESSIMISMO

Page 8: PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) A Arte pela Arte A Arte sobre a Arte

MAL SECRETOSe a cólera que espuma, a dor que moraN'alma, e destrói cada ilusão que nasce, Tudo o que punge, tudo o que devoraO coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse, o espírito que chora,Ver através da máscara da face,Quanta gente, talvez, que inveja agoraNos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigoGuarda um atroz, recôndito* inimigo,Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,Cuja ventura única consisteEm parecer aos outros venturosa!"

Page 9: PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) A Arte pela Arte A Arte sobre a Arte

AS POMBASVai-se a primeira pomba despertada...Vai-se outra mais...mais outra...enfim dezenasDe pombas vão-se dos pombais, apenasRaia sangüínea e fresca a madrugada...

E à tarde, quando a rígida nortadaSopra, aos pombais de novo elas, serenas,Ruflando as asas, sacudindo as penas,Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam,Os sonhos, um por um, céleres voam,Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,Fogem...Mas aos pombais as pombas voltam,E eles aos corações não voltam mais...

Page 10: PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) A Arte pela Arte A Arte sobre a Arte

OLAVO BILAC(1865-1918) AUTOR DA LETRA DO HINO À BANDEIRA TEMAS: O AMOR, O CULTO À PÁTRIA, A

ADMIRAÇÃO PELO TRABALHO E PELO PROGRESSO, O CULTO AO SACRIFÍCIO E AO HEROÍSMO, A DOR DA SAUDADE, A TENTAÇÃO DO PECADO

Page 11: PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) A Arte pela Arte A Arte sobre a Arte

LÍNGUA PORTUGUESAÚltima flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!" E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Page 12: PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) A Arte pela Arte A Arte sobre a Arte

A UM POETALonge do estéril turbilhão da rua,Beneditino escreve! No aconchegoDo claustro, na paciência e no sossego,Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o empregoDo esforço: e trama viva se construaDe tal modo, que a imagem fique nuaRica mas sóbria, como um templo grego

Não se mostre na fábrica o suplicioDo mestre. E natural, o efeito agradeSem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da VerdadeArte pura, inimiga do artifício,É a força e a graça na simplicidade.

Page 13: PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) A Arte pela Arte A Arte sobre a Arte

Ora (direis) ouvir estrelas!

XIII

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto ...

E conversamos toda a noite, enquanto A via láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas."

Page 14: PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) A Arte pela Arte A Arte sobre a Arte

FONTES

PEREIRA & PELACHIN, Helena Bonito e Marcia Maisa. Português Na

trama do texto. Ensino Médio. Ed. FTD TERRA, ERNANI. Português para o Ensino

Médio. Vol. Único. Ed. Scipione Imagens: www.macusp.com.br