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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Superintendência Regional de Meio Ambiente da Zona da Mata 1282959/2016 09/11/2016 Pág. 1 de 49 Rodovia Ubá/Juiz de Fora, km 02 Horto Florestal Ubá/MG, CEP: 36.500-000 Telefax: (32) 3539-2700 PARECER ÚNICO Nº 1282959/2016 (SIAM) INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO: Licenciamento Ambiental 17123/2015/001/2015 Sugestão pelo Deferimento FASE DO LICENCIAMENTO: Licença Prévia e de Instalação Concomitantes LP+LI VALIDADE DA LICENÇA: 4 anos PROCESSOS VINCULADOS CONCLUÍDOS: PA COPAM: SITUAÇÃO: Outorga 18583/2015 Análise técnica concluída AIA 04458/2015 Análise técnica concluída EMPREENDEDOR: Hy Brazil Energia S.A CNPJ: 10.730.282/0001-36 EMPREENDIMENTO: Hy Brazil Energia S.A - CGH Formoso CNPJ: 10.730.282/0001-36 MUNICÍPIO(S): Santos Dumont ZONA: Rural COORDENADAS GEOGRÁFICAS (DATUM): SAD 69 LAT/Y 21°24’39.40” LONG/X 43°23’56.27” LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO: INTEGRAL ZONA DE AMORTECIMENTO USO SUSTENTÁVEL X NÃO BACIA FEDERAL: Rio Paraíba do Sul BACIA ESTADUAL: Rio Pomba UPGRH: PS2 - Região das bacias do rio Pomba e Muriaé SUB-BACIA: Rio Formoso CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 74/04): CLASSE E-02-01-1 Barragens de geração de energia hidrelétrica 3 CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO: Ambiente Sustentável Engenharia Ltda. André Schäfer (Eng. Químico) Coordenação geral e técnica CREA 10.769/D - GO RELATÓRIO DE VISTORIA: 183/2015 DATA: 15/12/2015 EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA Jéssika Pereira de Almeida Gestora Ambiental (Gestora) 1.365.696-2 Daniela Rodrigues Gestora Ambiental 1.364.810-0 Márcia Aparecida Pinheiro Gestora Ambiental 1.364.826-6 Luciano Machado de Souza Rodrigues Gestor Ambiental 1.403.710-5 De acordo: Leonardo Gomes Borges Diretor Regional de Regularização Ambiental 1.365.433-0 De acordo: Elias Nascimento de Aquino Diretor Regional de Controle Processual 1.267.876-9

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Superintendência Regional de Meio Ambiente da Zona da Mata

1282959/2016 09/11/2016

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Rodovia Ubá/Juiz de Fora, km 02 – Horto Florestal – Ubá/MG, CEP: 36.500-000 Telefax: (32) 3539-2700

PARECER ÚNICO Nº 1282959/2016 (SIAM)

INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO:

Licenciamento Ambiental 17123/2015/001/2015 Sugestão pelo Deferimento

FASE DO LICENCIAMENTO: Licença Prévia e de Instalação Concomitantes – LP+LI

VALIDADE DA LICENÇA: 4 anos

PROCESSOS VINCULADOS CONCLUÍDOS: PA COPAM: SITUAÇÃO:

Outorga 18583/2015 Análise técnica concluída

AIA 04458/2015 Análise técnica concluída

EMPREENDEDOR: Hy Brazil Energia S.A CNPJ: 10.730.282/0001-36

EMPREENDIMENTO: Hy Brazil Energia S.A - CGH Formoso CNPJ: 10.730.282/0001-36

MUNICÍPIO(S): Santos Dumont ZONA: Rural

COORDENADAS GEOGRÁFICAS (DATUM): SAD 69

LAT/Y 21°24’39.40” LONG/X 43°23’56.27”

LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO:

INTEGRAL ZONA DE AMORTECIMENTO USO SUSTENTÁVEL X NÃO

BACIA FEDERAL: Rio Paraíba do Sul BACIA ESTADUAL: Rio Pomba

UPGRH:

PS2 - Região das bacias do rio Pomba e Muriaé

SUB-BACIA: Rio Formoso

CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 74/04): CLASSE

E-02-01-1 Barragens de geração de energia hidrelétrica 3

CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO:

Ambiente Sustentável Engenharia Ltda.

André Schäfer (Eng. Químico) – Coordenação geral e técnica CREA 10.769/D - GO

RELATÓRIO DE VISTORIA: 183/2015 DATA: 15/12/2015

EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA

Jéssika Pereira de Almeida – Gestora Ambiental (Gestora) 1.365.696-2

Daniela Rodrigues – Gestora Ambiental 1.364.810-0

Márcia Aparecida Pinheiro – Gestora Ambiental 1.364.826-6

Luciano Machado de Souza Rodrigues – Gestor Ambiental 1.403.710-5

De acordo: Leonardo Gomes Borges – Diretor Regional de Regularização Ambiental

1.365.433-0

De acordo: Elias Nascimento de Aquino – Diretor Regional de Controle Processual

1.267.876-9

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1. Introdução

O processo de Licença Prévia concomitante com a Licença de Instalação da Central

Geradora Hidrelétrica Formoso (cujo empreendedor é a Hy Brazil S.A) foi formalizado junto à

SUPRAM ZM em 01 de julho de 2015, sendo apresentado na ocasião os documentos e estudos

ambientais solicitados através do FOBI de nº 0560791/2015. Foram apresentados, entre outros

documentos, Relatório de Controle Ambiental (RCA) e Plano de Controle Ambiental (PCA). O

empreendimento foi enquadrado como classe 3 para a atividade de “Barragens de geração de

energia hidrelétrica”. A consultoria responsável pelos estudos é a AS Ambiental, tendo como

coordenador geral o Eng. Químico André Schäfer.

O empreendimento está previsto para ser implantado na zona rural do município de Santos

Dumont – MG, na margem esquerda do Rio Formoso, pertencente à sub-bacia do Rio Pomba. O

empreendedor adquiriu uma área total de 5,8667 ha para implantação do empreendimento, sendo

que a área prevista para implantação das estruturas totalizará 1,3528 ha.

A CGH Formoso possui um arranjo de concepção clássica, com estruturas compactas,

típicas de um empreendimento de pequeno porte, com 3 MW de potência instalada. Pretende-se

instalá-la em um trecho do curso d’água que possui quedas naturais. Não haverá formação de

reservatório, assim a barragem vertente terá a finalidade de regularização do nível à montante para

adução, não tendo função de acumulação. Sua operação será a fio d’água. A adução se iniciará na

tomada d’água e seguirá pelo conduto forçado até a casa de força. O trecho de vazão reduzida

(TVR) terá aproximadamente 3.500m.

Para aproveitamentos hidrelétricos de até 3 MW, é necessário apenas o cadastro junto à

ANEEL, não sendo objeto de concessão, permissão ou autorização. Entretanto, deverá ser

devidamente outorgado para o direito de uso do recurso hídrico pelo órgão gestor competente. O

referido cadastro está previsto no art. 8º da Lei 9074 de 1995, que teve sua redação alterada pela

Lei 13.097 de 2015.

No dia 15/12/2015, com o intuito de subsidiar este parecer único, foi realizada vistoria na

área prevista para implantação do empreendimento com a participação de um representante do

empreendimento e um representante da consultoria, que acompanharam a equipe da SUPRAM

ZM. Com base na vistoria foi elaborado o Auto de Fiscalização nº 183/2015. A fim de

complementar as informações apresentadas nos estudos foi enviado no dia 22/12/2015 o ofício nº

962/2015 solicitando informações complementares, tendo sido protocolada pelo empreendedor a

resposta dentro do prazo.

2. Caracterização do Empreendimento

2.1 Localização

O local previsto para implantação da CGH Formoso situa-se em um trecho do Rio Formoso,

afluente do Rio Pomba, na zona rural do município de Santos Dumont, integrante da mesorregião da

Zona da Mata, microrregião de Juiz de Fora. As coordenadas do local do aproveitamento são

21°24’39.40”S e 43°23’56.27”O (tomada d’água).

O acesso ao empreendimento, a partir da sede municipal, se dá percorrendo

aproximadamente 2,2 km da BR 040, sentido Rio de Janeiro, ao deixar a BR, entra-se à esquerda

em uma estrada rural no sentido à comunidade São João da Serra, após esta comunidade segue-se

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em sentido à comunidade Conceição, o local da instalação do empreendimento encontra-se a

aproximadamente 4,5 km da comunidade de Conceição. A distância entre o município e o local

previsto para a instalação do empreendimento é de aproximadamente 30 km.

Figura 1: Localização da CGH Formoso em relação ao município de Santos Dumont. Fonte: Google Earth.

2.2 Alternativas locacionais e arranjo de implantação do empreendimento

Para definição do eixo mais adequado para implantação da CGH Formoso foram analisados

aspectos técnicos, econômicos e ambientais. Entre outros aspectos, foi identificado que o trecho

escolhido promoveria a cota necessária para a tomada d’água e circuito de adução até a casa de

força.

A seleção da margem esquerda para instalação das estruturas levou em conta as condições

ambientais, topográficas e geológicas, incluindo condições de acesso e antropização da área. O

projeto insere-se, em sua maior parte, em área ocupada por pastagem. Atingirá também uma

pequena parcela de vegetação nativa, que se localiza em fragmento próximo ao início do conduto

forçado.

O trecho de implantação do empreendimento no rio apresenta abundância de corredeiras e

cachoeiras com desníveis altimétricos. As maiores altitudes encontram-se próximas ao local de

construção da tomada d’água, onde atingem 659 m. As menores altitudes localizam-se abaixo do

local de implantação da casa de força (506 m). A casa de força possui uma queda bruta de 95 m em

relação à tomada d’água.

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Entre a tomada d’água e a casa de força serão colocados o conduto de baixa pressão e

conduto de alta pressão. A casa de força está prevista para ser instalada em área de relevo plano,

promovendo o melhor aproveitamento do desnível em relação à tomada d’água.

Figura 2: Arranjo geral. Fonte: RCA

Segundo informações prestadas pelo empreendedor, foi realizada pesquisa junto à ANEEL

para levantar se existem outros empreendimentos hidrelétricos em operação no rio Formoso.

Chegou-se à conclusão que atualmente não existem outros empreendimentos desta tipologia

previstos ou instalados no rio Formoso.

2.3 Características técnicas do empreendimento

O empreendimento em questão possui a concepção clássica de um aproveitamento

hidrelétrico de pequeno porte em um trecho de ocorrência de quedas naturais e corredeiras no curso

d’água. A CGH Formoso apresenta um arranjo compacto, proporcionando um melhor aproveitamento

das características do local e das condições geológico-geotécnicas.

A barragem vertente terá apenas a função de regularização do nível a montante na elevação

(EL. 602 m) para adução, terá comprimento aproximado de 30 m e altura máxima de 3 m. É

projetada para ser construída na seção mais encaixada da cachoeira, objetivando melhor

aproveitamento do relevo, de forma a ter a menor extensão possível. A barragem não terá função de

acumulação de volume, sendo a operação da CGH a fio d’água. A vazão excedente àquela

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necessária ao funcionamento das máquinas irá passar livremente pela barragem, seguindo o seu

curso natural.

O canal de aproximação será acoplado à barragem na margem esquerda do rio, onde inicia-

se a adução no circuito de geração da usina, será formado por uma galeria de concreto armado com

2 m de largura. A tomada d’água fará a conexão do entre o canal de aproximação e o circuito de

baixa pressão, estará posicionada na margem esquerda do Rio Formoso e será dotada de grade e

comporta do tipo ensecadeira e terá altura máxima de 4m. Somadas, as estruturas terão

aproximadamente 25m.

Após a tomada d’água inicia-se o circuito de baixa pressão, composto por um túnel de

concreto com 306 m de extensão e 2 m de diâmetro. Este túnel será escavado em rocha e

proporcionará uma adução mais curta do que o acompanhamento da curva de nível no terreno. A

escavação é executada por escavadeiras e tratores que retiram o solo até encontrar a rocha, a partir

daí é necessária detonação e retirada deste material que, na construção de túneis é feita em

sequência, permitido o avanço dos trabalhos. Os explosivos necessários serão transportados até o

local por um paiol móvel. A estabilidade do túnel é garantida pela logística de abertura e pela adoção

de medidas de contenção.

Originalmente estava prevista a implantação de chaminé de equilíbrio entre os condutos de

baixa e alta pressão, contudo foi informado pelo empreendedor que houve alteração desta estrutura.

Para exercer a mesma função da chaminé (amortecer as variações de pressão), será instalada uma

Câmara de Carga no desemboque do túnel, antes do início do conduto de alta pressão, sendo

necessária escavação de solo e revestimento de concreto. O conduto de alta pressão será

constituído de aço, com 1,5 m de diâmetro. De forma a reduzir escavações e aterros, a tubulação

será soldada e aterrada. Em alguns trechos serão necessários blocos de concreto para ancorar o

conduto com o objetivo de diminuir os esforços quando da operação da CGH.

A casa de força será coberta e construída com concreto armado e alvenaria. Após as

escavações necessárias no local, será fundada diretamente em rocha, na margem esquerda do

curso d’água. Terá a função de abrigar três unidades geradoras do tipo Francis com potência unitária

de 1 MW, abrigará também painéis elétricos e demais equipamentos necessários ao funcionamento

do empreendimento. A casa de força terá 450 m² se localizará ao fim do trecho de vazão reduzida -

TVR, de 3.500 m.

O TVR terá assegurada uma vazão mínima de 0,5869m³/s (equivalente a 50% da Q7,10)

através de tubulação metálica que será instalada na entrada do canal de adução, junto à laje do

canal próximo ao fundo da barragem. Segundo informações constantes do RCA, foram realizados

cálculos de dimensionamento para a tubulação (visando a manutenção permanente da vazão

ecológica para o TVR) cujo diâmetro interno será de 34cm. A água que será desviada do Rio

Formoso e conduzida até as turbinas na casa de força será restituída ao curso hídrico em questão

através do canal de fuga, estrutura anexa à casa de força com muros laterais construídos em

estruturas de concreto.

O sistema de geração será composto por três unidades geradoras do tipo Francis com

potência unitária de 1 MW, que usarão uma queda líquida de 90,25 m e queda bruta de 95 m. A

vazão nominal a ser desviada para o circuito de adução/turbina é de 3,84 m³/s, sendo 1,28 m³/s para

cada turbina /gerador. A vazão mínima operativa é de 50%, ou seja, 0,64m³/s para cada unidade.

O TVR formado pela implantação do empreendimento terá uma extensão de 3.500 m desde a

barragem até o canal de fuga. Seu início é próximo às propriedades da Hy Brazil Energia e da Sra.

Sebastiana Pereira Alvim. Nos seus próximos 1.200 m se caracteriza por encachoeiramento e mata

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ciliar significativa, não sendo utilizado pelos proprietários em virtude da dificuldade de acesso e

topografia irregular. A partir da cachoeira da Fumaça, o uso do recurso hídrico é exclusivamente para

dessedentação animal. São proprietários de área no TVR, além da Sra Sebastiana, Antônio Bibiano

da Costa, João Pereira de Oliveira, Antônio de Alcântara Campos, Laerte Ferreira Alvim, Jair de

Assis Alvim e Celso de Souza Alvim.

2.4 Regra operativa da usina

O empreendimento não possuirá reservatório, sendo sua operação a fio d’água. É na tomada

d’água que se iniciará a adução que levará o recurso à casa de força. Todas estas estruturas serão

instaladas na margem esquerda do Rio Formoso.

Para se atingir a potência máxima instalada de 1 MW será necessário turbinar a vazão

nominal de 3,84m³/s para as três unidades geradoras, porém, nos meses de estiagem, o volume

derivado para a geração deverá ser reduzido. A vazão turbinada será regida de forma a garantir

sempre, no mínimo, a vazão ecológica no trecho de vazão reduzida. Será mantida, no TVR de 3.500

m, a vazão ecológica de 0,5869m³/s (50% da Q7,10).

De acordo com os cálculos realizados para o local do aproveitamento, durante o período de

estiagem (principalmente no mês de agosto) que o Rio Formoso apresenta a menor vazão média

(2,54 m³/s). Neste caso, a vazão máxima a ser turbinada será de 1,89 m³/s, uma vez que a vazão

ecológica de 0,5869m³/s deverá ser mantida. Conforme os estudos apresentados, entre maio e

outubro será necessário reduzir o volume de água turbinado para atender a vazão ecológica. Durante

cinco meses do ano haverá vazão excedente aos 50% da Q7,10. Nas ocasiões em que não houver

água suficiente para atender à vazão mínima a ser turbinada, a CGH Formoso deixará de operar e

irá aguardar a regularização do corpo hídrico para voltar a funcionar.

Para a manutenção da vazão ecológica no TVR, optou-se por uma tubulação metálica que

será instalada na entrada do canal de adução, junto à laje do canal próximo ao fundo da barragem. A

tubulação em questão terá diâmetro interno de 34 cm.

2.5 Sistema de Transmissão

A CGH Alegre será construída no município de Santos Dumont, estado de Minas Gerais,

região de cobertura da CEMIG. A tensão de transmissão é de 13,8 kV (tipo eletrificação rural) e o

ponto de conexão será determinado pela concessionária local. Essa linha de transmissão será

licenciada em processo próprio.

2.6 Sequência construtiva e canteiro de obras

Inicialmente ocorrerão as atividades de limpeza e preparação da área para instalação do

canteiro de obras, via de acesso, casa de força e circuito de adução. Com relação à supressão de

vegetação, serão retirados apenas os elementos estritamente necessários para a realização das

obras. A área em que ocorrerá a instalação do empreendimento encontra-se ocupada,

principalmente, por pastagem. Após esta etapa, serão realizadas as intervenções necessárias para

modelagem e adequação do terreno nos locais onde serão instaladas as estruturas da CGH.

Durante as atividades construtivas haverá constante movimentação de veículos e máquinas

de grande porte, que farão o transporte de materiais e equipamentos. Parte dos materiais será

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estocada em local próprio do canteiro, reduzindo o trânsito desnecessário. Serão desenvolvidos os

trabalhos referentes à escavação das fundações e estruturas principais, concretagem da casa de

força, montagem do conduto forçado e início da montagem de equipamentos. Ao mesmo tempo,

haverá o desvio temporário de um pequeno trecho do Rio Formoso para a construção das estruturas

da tomada d’água. Finalizada esta fase, o rio retornará ao ser curso natural.

O canteiro de obras se localizará na margem esquerda do Rio Formoso, próximo à tomada

d’água. É prevista a instalação de um conjunto com 4 contêiners para escritórios, sala de reunião e

almoxarifado, banheiros e também um espaço coberto para refeições. Próximo à casa de força

haverá uma estrutura de apoio ao canteiro de obras.

Foram projetados 50 postos de trabalho para a instalação do empreendimento, sendo 45

ligados às obras civis e 5 à área administrativa. O período de execução das obras é estimado entre 8

a 10 meses de duração. Será priorizada a contratação de mão de obra local, desta forma não é

necessária a instalação de alojamento, uma vez que será realizado o transporte diário dos

funcionários através de ônibus.

Também serão instaladas placas de sinalização e equipamentos de proteção coletiva. Os

funcionários serão devidamente instruídos em relação ao uso de equipamentos de proteção

individual (EPI’s).

O abastecimento de água para as atividades construtivas e instalações sanitárias será

realizado através de captação no próprio rio, já devidamente cadastrada como uso insignificante. A

água será previamente tratada em uma mini ETA (filtros, carvão clorador) localizada no canteiro.

Para consumo humano, caso a água captada e tratada não seja potável, serão adquiridos galões de

água potável.

Os resíduos sólidos domésticos e de construção serão gerenciados de forma que seja

realizada a segregação dos mesmos, armazenamento temporário e destinação final adequada. Os

efluentes sanitários serão encaminhados para uma ETE compacta (Caixa gradeada, biorreator,

biofiltro, caixa de cloração) e lançados no rio Formoso após o tratamento. Também é prevista a

geração de ruído e de material particulado, porém trata-se de efeito temporário, apenas da fase de

instalação e de ocorrência em uma pequena área.

As áreas que venham a se deteriorar pela execução das obras serão recuperadas, assim

como as áreas de preservação permanente, através do plano de recuperação de áreas degradadas,

previsto no PCA.

2.7 Fase de operação

Para a fase de operação da CGH Formoso, é prevista a contratação de 1 funcionário para

serviços gerais. A operação será feita remotamente, por equipe especializada. A manutenção da

mesma também será realizada por empresa especializada, conforme as especificações dos

fornecedores dos equipamentos.

As vias de acesso serão mantidas em condições adequadas para circulação de veículos. O

abastecimento de água para limpeza geral e uso nas instalações hidro-sanitárias será realizado

através de captação no próprio rio, já devidamente cadastrada como uso insignificante, assim como

na fase de instalação. A água será previamente tratada em uma mini ETA (filtros, carvão clorador).

Para consumo humano, serão adquiridos galões de água potável.

Os resíduos sólidos nesta fase serão dispostos de forma adequada para posterior destinação.

O óleo usado, proveniente da manutenção das máquinas na fase de operação será coletado por

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empresa especializada. Os efluentes sanitários serão encaminhados para uma ETE compacta (Caixa

gradeada, biorreator, biofiltro, caixa de cloro) e lançados no rio Formoso após o tratamento.

3. Caracterização Ambiental

3.1 Definição das áreas de influência

3.1.1 Área de influência direta (AID)

A área de influência direta é aquela em que os impactos decorrem diretamente das atividades

de implantação e operação do empreendimento.

Para o meio físico e biótico, a área de influência engloba as áreas que serão efetivamente

utilizadas pelas estruturas da CGH. Em virtude da atipicidade do projeto, uma vez que haverá um

trecho de construção subterrânea e as estruturas do circuito de adução não acompanham o curso do

rio, foi adotado um offset de 35 m em relação ao circuito de adução, tomada d’água e casa de força.

Tal demarcação da AID contempla praticamente as terras que foram adquiridas para a construção do

empreendimento.

Para o meio socioeconômico, foi definida como área de influência direta as propriedades

rurais nas quais as estruturas da CGH estarão inseridas. No caso deste empreendimento, as

estruturas inserem-se em 3 propriedades.

3.1.1 Área de influência indireta (AII)

A área de influência indireta é aquela passível de sofrer os impactos indiretos ocasionados

pelo empreendimento, mais abrangente que a AID.

Para o meio físico e biótico, foi considerado um offset de 400 m de distância, a partir do Rio

Formoso. Tal área contempla todo o trecho de vazão reduzida (TVR) de aproximadamente 3.500 m.

Essa metodologia que foi adotada para a definição das áreas de influência foi utilizada em virtude do

pequeno porte do empreendimento, além disso, o relevo movimentado foi considerado um limitador

dos possíveis impactos gerados.

Para o meio socioeconômico foi considerado como área de influência indireta o município de

Santos Dumont, uma vez que é sobre a população deste município que incidirão as interferências

sociais e econômicas que venham ocorrer em virtude da implantação e operação da CGH Formoso.

3.2 Caracterização do Meio Físico

3.2.1 Clima

Os estudos climáticos foram realizados com base nas informações das estações climáticas

Juiz de Fora. Mesmo não estando inseridas na Área de Influência Indireta da CGH Formoso, tais

estações encontram-se relativamente próximas ao local de estudo. Para a caracterização climática

da área de estudo foram levados em consideração diversos parâmetros.

Com base nos critérios definidos por Koppen, o clima da área foi caracterizado como “Cwa”,

clima subtropical quente, marcada pelo inverno seco (temperaturas inferiores a 18°C) e o verão

quente (temperaturas superiores a 22°C).

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Conforme os estudos climáticos, a área do empreendimento insere-se em uma faixa

pluviométrica de 1.600 mm anuais, sendo de outubro a março o período chuvoso, com destaque para

os meses de novembro, dezembro e janeiro. Em virtude da intensa pluviosidade, a área em questão

possui alta vulnerabilidade à perda de solo pela erosão causada pelas chuvas. Desta forma, faz-se

necessária adoção de medidas preventivas na fase de instalação referentes à exposição do solo.

3.2.2 Hidrografia

O Rio Formoso tem suas nascentes na Serra da Mantiqueira, com denominação de ribeirão

Formosinho, em altitudes da ordem de 1200 metros, e percorre uma extensão total de cerca de 94

km até sua foz com o Rio Pomba. A bacia do Rio Formoso possui área de drenagem de 161,67 km²

e pertencente à Bacia do Rio Paraíba do Sul. O local previsto para a instalação da CGH, no Rio

Formoso encontra-se a 44 km de sua nascente. De acordo com o Zoneamento Ecológico Econômico

de Minas Gerais, o Rio Formoso enquadra-se como classe II.

Pela margem direita, o Rio Formoso tem como afluentes: córrego Buracão, córrego da Paiol,

córrego Barreiro, ribeirão do Matinho, córrego do Meio, ribeirão São Domingos, córrego dos Lopes,

córrego Cachoeira, córrego Santo Antônio, córrego Recreio, córrego Coqueiro, córrego Santa

Teresa, córrego do Dão, córrego Pedro do Citre, córrego Apoluário, córrego Bela Vista, córrego do

Mato, córrego da Lajinha e córrego dos Rochas. Pela margem esquerda os afluentes são: córrego do

Acacinho, córrego Criminoso, córrego Mato Virgem, córrego Terra Quebrada, córrego Fortaleza,

córrego da Serra, córrego dos Lopes, córrego Água Espalhada, córrego Livramento, córrego dos

Carvalhos, córrego dos Brancos, córrego dos Anzóis, córrego dos Costas, córrego Antunes, córrego

Capivari, córrego Água Limpa, ribeirão Santana, córrego Jacutinga, córrego dos Lunas, córrego das

Posses e córrego Cachoeirinha.

A declividade do curso d’água até o local previsto para implantação do empreendimento é de

26,50 m/km. O local do aproveitamento é bem encaixado, onde ocorrem corredeiras e cachoeiras.

Tais ocorrências contribuem para os objetivos do empreendimento ao aumentar a energia potencial

do recurso. Os mesmos fatores também contribuem na potencialização da erosão fluvial. Conforme

as características do curso hídrico, é possível concluir que o sistema de drenagem encontra-se

influenciado diretamente pela estrutura geológica.

3.2.3 Geologia, Geomorfologia e Pedologia

Referente ao aspecto geológico, de acordo com o diagnóstico ambiental apresentado no

RCA, a área estudo do empreendimento encontra-se inserida no Domínio Andrelândia. A AII se

caracteriza pela presença de duas unidades geológicas, a saber, complexos Piedade e São Bento

dos Torres. No complexo Piedade (complexo Mantiqueira) ocorrem gnaisses bandados que

apresentam porções quartzo feldspáticas alternadas com porções máficas, ricas em biotita e/ou

hornblenda. No complexo São Bento dos Torres as rochas ocorrem em boas exposições. É

constituído por rochas charnokíticas (derivadas das transformações de rochas ígneas), enderbito,

norito, gnaisse, entre outras.

Já na área de influência direta, as principais exposições litológicas ocorrem às margens do

Rio Formoso, ali se observa a presença de blocos de diversos tamanhos e travessões estruturais ao

longo de seu curso. O curso do rio encontra-se condicionado ao sistema de falhas/zona cisalhada,

principalmente no trecho inserido na unidade complexo Piedade. As rochas expostas são compostas

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predominantemente por gnaisse milonítico (comumente presentes em zonas de falhas). Na área

referente ao complexo Piedade é que se encontram as principais exposições litológicas, no local

previsto para a construção da tomada d’água há um grande travessão estrutural constituindo um

barramento natural o curso do rio. As corredeiras e cachoeiras existentes no trecho de

aproveitamento são resultados do colapso de blocos rochosos. As estruturas da casa de força e o

trecho final do conduto ocorrem na porção pertencente ao complexo São Bento dos Torres, área esta

aplainada, em que já não são observados afloramentos rochosos e é espessa a cobertura do solo.

Sob o ponto de vista geomorfológico, a área de influência indireta possui relevo fortemente

ondulado, montanhoso e ondulado (correspondem a mais de 90% da AII). O restante da área é

caracterizado por relevo suave ondulado, escarpado e plano, este último, correspondendo a 0,65%

da área de influência. A compartimentação, segundo metodologia de Ross (1992), individualizou-o

em três unidades distintas, a saber, Modelados de Topos Convexos, Fundos de Vale e Planície

Aluvial.

A unidade Modelados de Topos Convexos caracteriza-se pelo forte controle estrutural na

orientação dos talvegues. Nesta unidade são observados saltos e corredeiras, cobertura superficial

mais espessa e declividades mais acentuadas. A unidade Fundos de Vale apresenta declividades

mais modestas, em uma porção imediatamente abaixo desta, está a unidade Planície Aluvial,

também conhecida como planície de inundação. Estas planícies recebem sedimentos oriundos das

áreas adjacentes em cotas altimétricas superiores. Dos processos atuantes na área de influência,

destacam-se os processos erosivos oriundos da intervenção antrópica no relevo associadas às

declividades acentuadas. O fluxo das águas pluviais nas áreas erodidas resulta em grande

quantidade de sedimentos carreados, principalmente na porção leste da AII.

Para a área de influência direta, as maiores altitudes encontram-se próximas ao local

proposto para a tomada d’água, as menores altitudes encontram-se próximos ao local previsto para a

casa de força. O condicionamento geológico confere ao curso d’água abundância de corredeiras e

cachoeiras com quedas e desníveis que favorecem a implantação do empreendimento.

No que se refere ao aspecto pedológico, na área de influência direta, assim como na área de

influência indireta foi identificada a presença do Argissolo Vermelho Amarelo e do Neossolo Flúvico,

ambos distróficos.

O Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico é um solo profundo, com saturação por bases

inferior a 50% (ácido, com poucos nutrientes), bem drenado, com horizonte B textural bem evidente e

cerosidade expressiva. Sobre este solo estarão as principais estruturas da CGH Formoso, como as

áreas adjacentes à tomada d’água, o trecho do conduto forçado e o local da casa de força.

O Neossolo Flúvico Distrófico também possui saturação por bases inferior a 50% (ácido, com

poucos nutrientes) e é formado por sobreposição de camadas de sedimentos aluviais. Ocorre em

uma pequena porção abaixo do local proposto para instalação da casa de força. Neste local de

ocorrência do neossolo ocorre a erosão da borda do canal de drenagem, principalmente na margem

esquerda.

Os solos que ocorrem na área de influência da CGH Formoso, especialmente nos locais de

ocorrência do Argissolo Vermelho Amarelo, possuem textura média e, associados às acentuadas

declividades, conferem média e alta susceptibilidade à erosão laminar. As intervenções antrópicas

potencializam tal situação. Não foram identificados processos erosivos nos trechos onde está

prevista a instalação das estruturas da CGH. Ainda assim, a área ocupada pelo Neossolo Flúvico

merece atenção. Deverão ser adotadas medidas preventivas e corretivas durante a instalação do

empreendimento.

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3.2.4 Qualidade da água

Segundo informações constantes do RCA, a análise de qualidade da água se deu a partir de

dois pontos de coleta, um à montante da tomada d’água e outro à jusante da casa de força. As

amostragens foram realizadas no período chuvoso, em maio de 2015.

Foram analisados parâmetros físico-químicos e bacteriológicos. Os resultados foram

comparados com os padrões propostos pela DN CONJUNTA COPAM/CERH-MG nº 01/2008.

Os parâmetros temperatura, pH, condutividade elétrica e oxigênio dissolvido foram aferidos

em campo, através de equipamentos apropriados. Para os demais parâmetros, as amostras de água

foram acondicionadas e preservadas de acordo com as normas da ABNT e os ensaios laboratoriais

efetuados seguindo as recomendações do Standard Methods /22ª edição.

Os resultados das análises físico-químicas e bacteriológicas são apresentados na tabela a

seguir, estando também listados os valores máximos permitidos determinados pela DN

COPAM/CERH-MG nº 01/2008.

Tabela 1: Resultados dos parâmetros físico-químicos e bacteriológicos. Fonte: RCA

Os parâmetros avaliados, em sua maioria, encontram-se dentro dos valores máximos

estabelecidos na DN COPAM/CERH-MG nº 01/2008. A exceção foi para os valores de coliformes

termotolerantes e fósforo total no ponto à jusante da casa de força, que não atenderam aos valores

máximos permitidos pela referida DN. Tal discrepância deve-se à lixiviação das rochas e

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decomposição de matéria orgânica para o parâmetro fósforo total. Para os coliformes

termotolerantes, concluiu-se que seja em virtude da criação de gado, uma vez que o rio é utilizado

para dessedentação animal.

De forma geral, os resultados encontrados estão em conformidade com os resultados obtidos

em ambientes lóticos da América do Sul.

3.3 Meio Biótico

3.3.1 Flora

A área de intervenção da CGH Formoso está localizada no município de Santos Dumont,

inserido na Zona da Mata (microrregião de Juiz de Fora), que está praticamente toda inserida no

Domínio Mata Atlântica. A principal fisionomia do local do aproveitamento é a Floresta Estacional

Semidecidual Montana. Tipologia esta caracterizada pelo clima de duas estações (uma chuvosa e

uma seca) e deciduidade intermediária da massa foliar na época mais fria/seca.

A região da Zona da Mata enquadra-se no contexto de modificações antrópicas. A

degradação é recorrente em todo o território e causada principalmente por desmatamentos,

utilização excessiva de queimada, uso e manejo inadequado do solo, como também pela falta de

medidas de conservação. As consequências são: erosão acelerada, assoreamento dos córregos e

de suas margens, diminuição da produtividade agrícola entre outras.

Com o levantamento da vegetação na área de influência da CGH Formoso foi possível

identificar um alto grau de alteração florestal, resultando em um mosaico de formação heterogênea e

desuniforme no que se refere à distribuição qualitativa da vegetação. Na área do empreendimento há

remanescente de floresta, entretanto secundária.

A cobertura do solo na área de influência indireta do empreendimento apresenta-se em sua

maioria ocupada por pastagem e, em menor porção, coberta por floresta. O mesmo ocorre para a

área de influência direta. O uso do solo nas áreas de influência da CGH distribui-se conforme dados

da tabela a seguir.

Tabela 2: Cobertura vegetal e uso do solo nas AII e AID da CGH Formoso. Fonte: RCA

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Foi realizado um inventário florestal na área do tipo temporário e detalhado tendo sido optado

pelo inventário 100% em virtude da pequena área de abrangência e alteração da população. Foram

locadas um total de 4 parcelas. Foi utilizada uma equipe de 2 pessoas (um ajudante e um

anotador/identificador) para varredura na área do conduto. Foi realizado um censo na área de

intervenção/supressão nas proximidades da tomada d’água e foram instalados transectos para

caracterização da vegetação na área de influência direta, em que não haverá supressão do

fragmento uma vez que o conduto irá passar por túnel.

A vegetação foi caracterizada como vegetação secundária de Floresta Estacional

Semidecidual Ciliar em estágio inicial de regeneração para o ponto em que irá ocorrer a supressão,

nas proximidades do local previsto para instalação da tomada d’água, às margens do Rio Formoso.

Foi registrado um total de 27 espécies, das quais 12 eram de árvores, 11 arbustos, 2 ervas e 2

trepadeiras, totalizando 34 indivíduos. As espécies incluem-se em 23 famílias, sendo a de maior

riqueza a Fabaceae (4). Das espécies encontradas, nenhuma consta da Lista Nacional Oficial de

Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (Portaria n°443/2014 do MMA).

Com relação ao outro fragmento estudado, identificou-se que possui a mesma fisionomia,

porém, localiza-se em um morro. Também é um fragmento de vegetação secundária, porém com

estágio médio de regeneração. Foi registrado um total de 67 espécies, das quais 36 eram de árvores,

11 arbustos, 7 ervas, 8 trepadeiras e 5 epífitas, totalizando 100 indivíduos. As espécies incluem-se

em 42 famílias, sendo a de maior riqueza a Fabaceae (6). Algumas espécies encontradas neste

fragmento figuram na Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (Portaria

n°443/2014 do MMA), porém, ressalta-se que este não será alvo de supressão.

3.3.2 Fauna

Segundo informações do RCA, o estudo e a caracterização da fauna terrestre e ictiofauna

foram realizados com base nos dados primários levantados durante expedição à área do

empreendimento.

O levantamento da fauna terrestre ocorreu no mês de março de 2015, no entorno de um

ponto central do empreendimento, próximo ao ponto de captação. A partir deste ponto a equipe de

biólogos iniciou os transectos vasculhando os ambientes de provável ocorrência de representantes

de cada um dos grupos. O levantamento da ictiofauna foi realizado em micro habitats à montante e à

jusante do local do aproveitamento, em março de 2015. Os ambientes amostrados são heterogêneos

e bem descaracterizados.

Para a herpetofauna foi percorrido o transecto de varredura dentro da área amostral

estabelecia, tendo sido empregados os métodos de busca ativa (visual e auditiva), transectos diurno

e noturno e entrevistas. Foram registradas 10 espécies, sendo de anfíbios, répteis e lagartos, houve

registro de 6 famílias diferentes. Nenhuma das espécies encontra-se na lista de espécies ameaçadas

(DN COPAM 147/2010 e Portaria 444/2014). A riqueza de espécies pode ser considerada baixa. Tal

fato explica-se pelo histórico de antropização nas proximidades da área amostral.

Com relação à avifauna, foi percorrido transecto linear na área das futuras instalações da

CGH Formoso. As espécies foram identificadas não só visualmente, como também por meio de

vocalizações. Na área de influência foram registradas 137 espécies de aves, distribuídas em 20

ordens e 46 famílias. Nenhuma das espécies identificadas encontra-se na lista de espécies

ameaçadas (DN COPAM 147/2010 e Portaria 444/2014), e houve registro de 10 espécies endêmicas

à Mata Atlântica. A avifauna observada é bastante generalista quanto às exigências alimentares,

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caracterizada por espécies que se beneficiam por ambientes antropizados, entretanto, observa-se

significativo número de espécies frugívoras, de ocorrência em ambientes florestais relativamente

bem preservados.

No que diz respeito à mastofauna, a amostragem foi baseada na observação de vestígios

indiretos (toca, restos, fezes, etc.), busca direta diurna e noturna nos transectos de varredura e

entrevistas. Segundo informações constantes do RCA, durante as buscas não foi avistada nenhuma

espécie de mamífero, nem foram encontrados vestígios. Todos os dados referentes à mastofauna

foram obtidos através de entrevistas com moradores locais, tais informações não confirmam a atual

presença das espécies e não descartam a ocorrência de outras que não foram citadas. Ao todo

foram registradas 5 espécies pertencentes a 5 famílias. Das espécies identificadas através de

entrevistas, quatro encontram-se na lista de espécies ameaçadas de Minas Gerais (2010) na

categoria de vulnerável. São elas: Lontra longicaudis (lontra), Chrysocon brachyurus (lobo-guará),

Leopardus pardalis (jaguatirica) e Alouatta guariba (bugio-ruivo).

Para a ictiofauna, foram realizadas coletas em um ponto à montante e à jusante da CGH

Formoso através do uso de tarrafa e rede de espera. Os peixes coletados foram fotografados e

soltos imediatamente no local em que foram coletados, tendo sido utilizadas chaves dicotômicas e

artigos de revisão na identificação das espécies. Foram registradas apenas 03 espécies, em um total

de 7 indivíduos, pertencentes a 2 famílias diferentes (Cichlidae e Loricariidae), sendo que nenhuma

delas está inserida na lista de espécies ameaçadas, estadual ou nacional. Não foram registradas

espécies migratórias.

3.4 Meio Socioeconômico

O diagnóstico do meio socioeconômico foi elaborado com base na coleta e análise de dados

primários e secundários das áreas de influência direta e indireta. Os dados primários foram obtidos

através de entrevistas e aplicação de questionários. Os dados secundários foram extraídos das

bases de dados oficiais das principais instituições de pesquisa nacional, principalmente sítios

eletrônicos dos órgãos oficiais produtores e disseminadores de informações estatísticas.

3.4.1 Localização e dinâmica populacional

A CGH Formoso está prevista para ser instalada em um trecho do rio Formoso do distrito de

Conceição do Formoso, distante aproximadamente 30 km da sede municipal. Conforme informações

obtidas na vistoria, não há moradores fixos no entorno imediato do local previsto para instalação do

empreendimento.

O município de Santos Dumont faz parte da microrregião de Juiz de Fora e da mesorregião

da Zona da Mata. Limita-se com os municípios de Juiz de Fora, Aracitaba, Oliveira Fortes, Bias

Fortes, Antônio Carlos, Ewbank da Câmara, Piau e Tabuleiro. Santos Dumont é interceptada pelas

rodovias BR-040 e BR-499.

Segundo dados do Censo Demográfico (IBGE 2011) a população era de 46.284, com

previsão de 47.558 para o ano de 2014. Com relação à situação dos domicílios, 89,27% da

população reside em área urbana e 10,73% na zona rural. A instalação do empreendimento não

causará grande impacto na dinâmica populacional uma vez que será priorizada mão de obra local

durante as obras, não favorecendo o aumento do número de migrantes.

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3.4.2 Uso do solo e estruturas produtivas

Segundo dados do IBGE para uso e ocupação solo, a área rural de Santos Dumont encontra-

se ocupada por pastagens naturais, lavouras permanentes, lavouras temporárias e matas e florestas,

nesta ordem. Na AID, as propriedades estão cobertas predominantemente por pastagens. A área de

supressão será mínima, no início do conduto. A vegetação existente no trecho por onde passará o

conduto não será afetada uma vez que o mesmo será subterrâneo.

Com relação ao uso da água do rio Formoso na AID, o principal é para dessedentação de

animais, segundo informado em entrevistas com os proprietários. A água para consumo nas

propriedades da AID é proveniente de nascente. O abastecimento público de água no município é

realizado pela Copasa e a captação para consumo humano não é realizada no rio Formoso e sim, no

rio Pinho.

No que diz respeito ao setor produtivo, Santos Dumont tem como base o setor de serviços e a

o industrial. A participação do setor primário no Produto Interno Bruto (PIB) é pequena em relação

aos demais. O setor de serviços é o que possui maior peso na composição do PIB do município,

correspondendo a 50%, também é o que mais emprega. Este setor é composto pelo comércio,

serviços e administração pública. O setor secundário, segundo em grau de importância e

arrecadação, tem como grande representante a metalurgia.

Com relação à agropecuária, as principais atividades desenvolvidas no município são

horticultura, fruticultura, suinocultura, criação de gado de corte, criação de gado de leite, agricultura

de subsistência e criação de peixes. Na AID do empreendimento as propriedades desenvolvem a

pecuária leiteira, com um rebanho pequeno. A lavoura permanente tem como principais produtos a

banana e o pêssego, já na lavoura temporária destacam-se o milho e o feijão. Na AID apenas uma

pequena parcela da área é destinada ao plantio de cana de açúcar para servir como base de

alimentação para o rebanho.

3.4.3 Educação e saúde

Referente à infraestrutura educacional, Santos Dumont possui 63 instituições de ensino,

sendo 35 municipais, 9 estaduais, 1 federal e 8 privadas. Todas as escolas da rede privada estão

localizadas na sede urbana, assim como a instituição federal e as escolas estaduais. Dentre as

escolas municipais, 17 encontram-se na zona urbana na sede do município, 6 na zona urbana na

sede de distritos e 12 na zona rural. Não foi relatada a presença de pessoas em idade escolar na AID

do empreendimento.

Já a infraestrutura de saúde oferece a rede de atenção básica. O município conta com 1

hospital (parte filantrópico, parte particular), 1 policlínica, 11 PSF, 16 postos de saúde. As equipes

destes locais são formadas por 54 médicos, 18 enfermeiros, 33 técnicos de enfermagem e

aproximadamente 18 odontólogos. De acordo com o estudo realizado para o PCA, o município de

Santos Dumont tem condições de atender possíveis situações de acidentes na área da CGH.

Contudo, o risco de acidentes é reduzido levando-se em conta o programa voltado à saúde e

segurança do trabalho proposto no PCA.

O município possui Secretaria de Assistência Social, que conta com dois assistentes sociais

no município, 1 Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS) e 3 Centros de

Referência em Assistência Social (CRAS). O atendimento do CRAS é regionalizado onde cada um

atende aos bairros do entorno. Os bairros, distritos e área rural não vinculados às áreas de

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abrangência do CRAS são atendidos pela Secretaria Municipal de Assistência social e Combate às

Drogas. A secretaria, através do CRAS é responsável pela gestão, uma série de benefícios voltados

às pessoas em situação de vulnerabilidade social.

3.4.4 Emprego e segurança pública

No município de Santos Dumont, segundo dados do Censo de 2010, 3,1% dos domiciliados

estavam desempregados e 55,2% possuíam carteira assinada. Na área de influência direta, a renda

dos proprietários é proveniente das atividades desenvolvidas na propriedade.

Para a fase de implantação do empreendimento serão gerados aproximadamente 50

empregos diretos, sendo 90% ocupados por mão de obra local e 10% por mão de obra

especializada, por um período de 8 a 10 meses. Para a operação será necessário apenas um

funcionário, de preferência do próprio município e treinado para a função.

Com relação à segurança no município, esta é promovida pela Polícia Militar e pela Polícia

Civil. Há uma delegacia da Polícia Civil, uma da Polícia Militar e um Presídio da SUAPI. A PM

desenvolve o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência. O município conta

também com Corpo de Bombeiro e sistema de defesa civil.

3.4.5 Infraestrutura urbana e de serviços

O município possui rede de distribuição e estação de tratamento de água, cuja captação

ocorre no rio Pinho, na cachoeira Luiz Cunha, sendo tal serviço de responsabilidade da COPASA,

atendendo 98% da sede urbana. Na AID, a água para consumo proveniente de nascente.

Segundo o RCA, o esgotamento sanitário é de gestão municipal e atenderá 100% do

município até 2016. A estação de tratamento de esgoto está em construção. O destino final do

esgoto ocorre em parte no rio Pinho e parte no rio Posses. Na AID os dejetos são lançados no curso

d’água que passa nas propriedades.

Na zona urbana os resíduos sólidos são coletados e destinados ao aterro sanitário de Juiz de

Fora, operado pela Vital Engenharia Ambiental. Não há coleta seletiva no município, porém o plano

municipal de resíduos sólidos encontra-se em discussão. Foi informado pelos proprietários da AID

que o lixo ali produzido é queimado.

A energia gerada pela CGH Formoso será integrada ao Sistema Elétrico Interligado Nacional,

responsável pela produção de energia elétrica do país. Em Santos Dumont a empresa responsável

pela distribuição de energia é a CEMIG. Todos os proprietários da AID dispõem de energia elétrica

em suas propriedades.

O município de Santos Dumont possui 2 estações de rádio, 4 jornais impressos e diversas

opções de jornalismo online. A população entrevistada apresentou, de forma geral, uma visão

positiva do empreendimento, apesar da falta de conhecimento em relação ao projeto. O

empreendedor pode utilizar os meios de comunicação referidos para divulgar o projeto, fazendo

destes, canais de comunicação com a população.

No que diz respeito ao transporte, há um terminal rodoviário em Santos Dumont, além de uma

empresa responsável pelo deslocamento da população do distrito de Conceição do Formoso. Conta

também com uma linha férrea, administrada pela MRS Logística que promove o transporte de

diversos minérios.

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Santos Dumont possui um turismo bastante rico. Pela região passa o Caminho Novo da

Estrada Real, percurso este em que podem ser observadas belas paisagens naturais, antigas

fazendas e chafarizes da época de sua construção. Destaca-se também o Museu de Cabangu, casa

natal de Alberto Santos Dumont. Na Represa da Ponte Preta é possível atividades de lazer, como

campings e eventos ”Off Road”. Há também a Cachoeira Luiz Cunha e a da Fumaça (localizada no

TVR).

A cachoeira da Fumaça, apesar de conhecida na região, se caracteriza como um

aproveitamento turístico pouco significante, conforme informações do empreendedor após vistoria de

campo e conversas com moradores e trabalhadores da área. Foi identificado que não existe acesso

definido à área, que se insere na divisa de propriedades rurais produtivas, onde há cultivos e

pecuária. Também não há sinalização para a cachoeira, cujo trajeto é bastante inclinado.

3.4.6 Propriedades da área de influência direta

Foram aplicados questionários qualitativos com os proprietários da AID a fim de se obter uma

caracterização das propriedades que terão trechos negociados para a instalação do

empreendimento. Ao todo, a CGH Formoso terá unidades distribuídas em 3 propriedades rurais,

conforme tabela a seguir.

Tabela 3: Propriedades rurais que tiveram áreas adquiridas pelo empreendedor.

Na ocasião da visita de campo, em março de 2015, apenas 2 proprietários foram localizados

para a entrevista. Foram realizadas, sem sucesso, várias tentativas via telefone com o proprietário,

Sr. Jorge Gonçalves da Silva (Sítio Ventena). A caracterização desta propriedade foi apresentada na

resposta ao ofício de informações complementares.

Fazenda Roncador

Seu proprietário é o Sr. João Batista de Oliveira. A propriedade possui 1,5 alqueires (6,72 ha),

dos quais 0,37 ha foram negociados para a instalação do empreendimento. O proprietário não reside

na área e sim em Conceição do Formoso. Segundo o mesmo a capacidade produtiva da propriedade

não será afetada com o empreendimento, além disso, afirmou ter ficado satisfeito com a negociação.

A fazenda é constituída de pastagens e área plantada de cana de açúcar para alimentação do

gado. O rebanho possui 10 cabeças de gado leiteiro. Nesta propriedade há área de mata e de

preservação permanente. A principal atividade desenvolvida é a pecuária de leite, não havendo

atividades extrativistas, silvicultura, turismo ou lazer comercial.

CGH Formoso

Conduto Celso Souza Alvim Fazenda Ventenas

Tomada D'água Jorge Gonçalves da Silva Sítio Ventena

Casa de Força João Batista de Oliveira Fazenda Roncador

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Fazenda Ventenas

Seu proprietário é o Sr. Celso Souza Alvim. A propriedade possui 9 ha, dos quais 3,5 ha

foram negociados para a instalação do empreendimento. O proprietário não reside na área e sim em

Conceição do Formoso. Segundo o mesmo a capacidade produtiva da propriedade será afetada com

o empreendimento, pois será preciso diminuir o rebanho. Tal fato não caracteriza conflito entre as

partes uma vez que a negociação só se concretiza por vontade do proprietário, que afirmou ter ficado

satisfeito com a negociação realizada.

A fazenda é constituída de pastagens e área plantada de cana de açúcar para alimentação do

gado. O rebanho possui 40 cabeças de gado leiteiro. Nesta propriedade há área de mata e de

preservação permanente. A principal atividade desenvolvida é a pecuária de leite, não havendo

atividades extrativistas, silvicultura, turismo ou lazer comercial.

A água utilizada na propriedade é proveniente de nascente, o rio Formoso é utilizado apenas

para dessedentação animal

Sítio Ventena

Seu proprietário é o Sr. Jorge Gonçalves da Silva. A propriedade possui 6 ha, dos quais, 2 ha

foram negociados para instalação do empreendimento. O proprietário não reside na área e sim em

outra propriedade rural em Santos Dumont. Segundo o mesmo a capacidade produtiva da

propriedade será afetada com o empreendimento, pois será preciso diminuir o rebanho. Tal fato não

caracteriza conflito entre as partes uma vez que a negociação só se concretiza por vontade do

proprietário, que afirmou ter ficado satisfeito com a negociação realizada.

A fazenda é constituída de pastagens destinadas à atividade pecuária. Nesta propriedade há

área de mata, constituindo a reserva legal já averbada e área de preservação permanente. A

principal atividade desenvolvida é a pecuária, não havendo atividades extrativistas, silvicultura,

turismo ou lazer comercial. O rebanho bovino conta com 12 animais para exploração e o destino é o

matadouro e/ou açougue no município.

Não há nascentes na propriedade. A água do rio Formoso é utilizada apenas para

dessedentação animal. Não há energia elétrica no local, nem benfeitorias. Não há produção de lixo

na propriedade. A renda da propriedade não é a única fonte do proprietário, que trabalha em outra

propriedade rural como funcionário.

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Figura 3: Áreas adquiridas pelo empreendedor. Fonte: Hy Brazil Energia S.A.

4. Utilização e Intervenção em Recursos Hídricos

Com relação à intervenção/uso de recurso hídrico, o empreendimento formalizou o processo

nº 18583/2015. Por tratar-se de uma outorga de grande porte (conforme DN CERH nº 07/2002), sua

análise se deu no âmbito da SUPRAM ZM e deliberação do pleito pelo Comitê de Bacia Hidrográfica

dos rios Pomba e Muriaé. Após deliberação deste comitê, a outorga em pauta foi deferida.

A água para uso doméstico no canteiro de obras e para as atividades construtivas está

devidamente regularizada, junto a SUPRAM ZM. Trata-se de uma captação de água superficial

conforme Certidão de Registro de Uso da Água referente ao processo de cadastro Nº 18582/2015.

Por outro lado, a água para consumo humano será fornecida através de galões adquiridos no

mercado, tanto na fase de instalação quanto na de operação caso a água captada e tratada na mini

ETA não seja potável.

5. Autorização para Intervenção Ambiental (AIA)

Para a instalação das estruturas do empreendimento CGH Formoso serão necessárias as

seguintes intervenções: intervenção com supressão de cobertura vegetal nativa em área de

preservação permanente e intervenção sem supressão de cobertura vegetal nativa em área de

preservação permanente. As intervenções em APP avaliadas para este empreendimento são

passíveis de autorização tendo em vista que as obras de infraestrutura destinadas às concessões e

aos serviços públicos de energia são consideradas como utilidade pública pela Lei Estadual n°

20.922/2013 e Lei Federal 12.651/2012.

Para a caracterização da flora local foi realizado um inventário florestal na área de influência

direta (AID) do tipo temporário e detalhado tendo sido optado pelo inventário 100% em virtude da

pequena área de abrangência e alteração da população. Também foi realizado um censo na área de

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intervenção /supressão nas proximidades da tomada d’água e foram instalados transectos para

caracterização da vegetação na área de influência direta, em que não haverá supressão do

fragmento, uma vez que o conduto irá passar por túnel.

Após a identificação dos remanescentes florestais os mesmos foram classificados de acordo

com seu estágio de regeneração, visto que todos são integrantes de vegetação secundária. Para

esta análise foram considerados os levantamentos de campo na AID, que foram analisados de

acordo com os parâmetros pertinentes à legislação incidente.

A AII (71,33%) e a AID (74,18%) estão, em maior parte, ocupadas por pastagens. Na área

também foram observados remanescentes arbóreos de floresta secundária, concentrando-se esta

em um fragmento próximo ao início do conduto e às margens do curso d’água.

De acordo com o inventário florestal realizado na AID a vegetação nativa foi caracterizada

como vegetação secundária em estágio inicial na área em que haverá supressão. Já no fragmento

existente no morro onde será escavado o circuito de baixa pressão, foi caracterizada como estágio

médio, porém em tal trecho não haverá supressão alguma. Conforme estudo apresentado, toda a

área apresenta sinais de alterações antrópicas.

A instalação das estruturas da CGH implicará em uma intervenção de 0,4279 ha em APP, e

destes, em 0,0153 ha haverá supressão de vegetação nativa. Podemos verificar as intervenções

referentes a cada estrutura do empreendimento na tabela a seguir.

Estruturas da

CGH

APP sem

vegetação nativa

(ha)

APP com

vegetação nativa

(ha)

Área total de

intervenção em

APP (ha)

Tomada d’água 0,0675 0 0,0675

Circuito de baixa

e alta pressão 0,1734 0,0153 0,1887

Casa de força 0,1215 0 0,1215

Vias de acesso 0,0502 0 0,0502

Total 0,4126 0,0153 0,4279

Tabela 4: Área de intervenção em APP de cada estrutura da CGH Formoso.

Através do censo realizado na área de supressão (153 m²) foi possível identificar a presença

de 27 espécies, das quais 12 eram árvores, 11 arbustos, 2 ervas e 2 trepadeiras num total de 34

indivíduos. Verificou-se a presença de 21 famílias botânicas, sendo a Fabaceae (4) com maior

riqueza. Para realizar os cálculos dos parâmetros dendrométricos foi utilizado o Software Mata

Nativa®. Os resultados indicaram, para a área de supressão, DAP médio de 7,78 cm, mínimo de

5,41 cm em um indivíduo de Negra-mina e máximo de 21,65 cm em um indivíduo de Jacarandá-de-

espinho. A altura total média foi de 3,35 m, a mínima medida foi de 1,8 m de um indivíduo de Negra-

mina e a máxima encontrada, 10 m em um indivíduo de Jacarandá-de-espinho. Não houve registro

de espécies constantes na Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção

(Portaria n°443/2014 do MMA).

Segue abaixo a lista de espécies encontradas na área de supressão.

Lista de espécies– nome científico Família

Tapirira guianensis Aubl. Anarcadiaceae Xylopia sericea A. St.-Hil Annonaceae

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Tabernaemontana solanifolia A.DC. Apocynaceae Vernonia ferruginea Less. Asteraceae

Trema micrantha (L.) Blume Cannabaceae Vismia brasiliensis Choisy Clusiaceae

Davilla rugosa Poir. Dilleniaceae Croton urucurana Baill. Euphorbiaceae

Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. Fabaceae Inga vera Willd. Fabaceae

Piptadenia gonoacantha (Mart) J. F. Macbr. Fabaceae Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Fabaceae Luehea grandiflora Mart. & Zucc. Malvaceae

Clidemia hirta (L.) D. Don Melastomataceae Miconia cubatanensis Hoehne Melastomataceae

Virola sebifera Aubl. Myristicaceae Calyptranthes concina DC. Myrtaceae

Piper arboreo L. Piperaceae Piper umbellatum L. Piperaceae

Aristolochia labiata Willd. Poaceae Olyra ciliatifolia Raddi Poaceae

Adiantum coppillus Vuneris L. Pteridaceae Psychotria nuda (Cham. & Schltdl.) Wawra Rubiaceae

Siparuna guianensis Aubl. Siparunaceae Solanum americanum Mill Solanaceae

Celtis iguanea (Jacq.) Sarg. Ulmaceae Cecropia pachystachya Tréc Urticaceae

A vegetação foi caracterizada como Floresta Estacional Semidecidual em estágio inicial de

regeneração. Segue abaixo a descrição detalhada de cada item considerado na classificação da

vegetação: a) fisionomia herbácea - arbustiva de porte pequeno, com altura média em torno de 0,5

metros (capim navalha e diversas Olyra sp., além de capim brachiaria); b) espécies lenhosas, com

DAP (Diâmetro Altura do Peito) médio total de 7,78 cm e altura total média de 3,35 m; c) epífitas não

existentes; d) trepadeiras existentes; e) serrapilheira formada por uma camada fina, pouco

decomposta, descontínua; f) diversidade biológica pequena foram identificadas 27 espécies, das

quais 12 eram árvores, 11 arbustos, 2 ervas e 2 trepadeiras; g) sub-bosque ralo; h) espécies

pioneiras predominantes; i) apresentaram as espécies Embaúba, Pau-Jacaré e Assa-peixe-branco

como características de estágio inicial de regeneração.

Conforme observado na descrição acima verificou-se que a classificação da vegetação da

área de supressão do empreendimento vai de encontro ao disposto pela Resolução Conama

392/2007 para classificar o estágio da vegetação secundária (estágio inicial de regeneração) da Mata

Atlântica no estado de Minas Gerais.

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Figura 04: Área de intervenção/supressão em APP do empreendimento CGH Formoso.

6. Reserva Legal

Para a implantação da CGH Formoso o empreendedor adquiriu áreas em 3 propriedades

diferentes. São elas: Fazenda Roncador, Fazenda Ventena e Sítio Ventena.

Fazenda Roncador

A Fazenda Roncador possui área total de 43,3664 ha e está inscrita na matrícula n° 11.601.

Os proprietários são: Sebastiao Gonçalves da Silva, Cecília Rosa Ferreira da Silva, João Batista de

Oliveira e Espólio de Guilhermina Rosa Ferreira. A Reserva Legal (RL) da propriedade foi

regularizada por meio da inscrição do imóvel no CAR. Registro no CAR: MG-3160702-

E7465A729E5B4270999A62CDF4CD44BB.

A Reserva Legal foi composta por toda área de vegetação nativa encontrada na propriedade,

incluindo parte de algumas APP’s, conforme verificado na figura abaixo. De acordo com o observado

no CAR a RL da Fazenda Roncador possui 8,6188 ha, ou seja 18,29 %, em relação a área total da

propriedade. A RL foi formada por 7 áreas: RL 01: 0,7949 ha; RL 02: 0,8632 ha; RL 03:1,2492 ha; RL

04: 1,9316 ha; RL 05: 1,9664 ha; RL 06: 1,3655 ha e RL 07: 0,4480 ha.

Conforme disposto no artigo 15 da Lei 12.651/2012 as APP’s podem ser usadas para compor a

RL desde que: o benefício previsto neste artigo não implique a conversão de novas áreas para o uso

alternativo do solo, a área a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação,

conforme comprovação do proprietário ao órgão estadual integrante do Sisnama e o proprietário ou

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possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural - CAR, nos termos desta

Lei. Verificou-se que para esta propriedade todas as condições do artigo 15 foram atendidas.

Já com relação a porcentagem de RL verificou-se que a propriedade está de acordo com o

disposto pelo artigo 67 da Lei 12.651/2012.

Figura 05: Delimitação da área de Reserva Legal da propriedade Fazenda Roncador.

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Fazenda Ventena

A Fazenda Ventena possui área total de 79,0908 ha e está inscrita na matrícula n° 8.005. Os

proprietários são: Jair de Souza Alvim e Celso de Souza Alvim. A RL da propriedade foi

regularizada por meio da inscrição do imóvel no CAR. Registro no CAR MG-3160702-

AB76749F907749F29FB7748816D3C152.

A área de RL é composta por vegetação nativa e possui área de 17, 7675 ha, ou seja 22,46%,

em relação a área total da propriedade quantitativo este superior ao definido pela Lei 12.651/2012. A

RL é formada por 6 áreas: RL 01:3,1782 ha: RL 02: 3,4603; RL 03: 7,3310 ha; RL 04: 0,6282 ha; RL

05: 0,0499 ha e RL 06: 3,2197 ha.

Figura 06: Demarcação da área de Reserva Legal da propriedade Fazenda Ventena.

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Sítio Ventena

O Sítio Ventena possui área total de 66,2529 ha e está inscrita na matrícula n° 7395. Os

proprietários são: Jorge Gonçalves da Silva, João Pereira de Oliveira, Roberto Sérgio de Oliveira,

Lucimar Aparecida da Silva, Luiz Antônio de Oliveira e Hy Brazil Energia S/A. A RL da propriedade

foi regularizada por meio da inscrição do imóvel no CAR. Registro no CAR: MG-3160702-

F8A1C8CDD24A4593BC7EB397C6199996. A RL é composta por vegetação nativa e possui área de

13,6507 ha, ou seja 20,08 % em relação a área total da propriedade. A RL é formada por 6 áreas: RL

01: 7,0363 ha; RL 02: 03828 ha; RL 03:0,2280 ha; RL 04: 5,97 ha; RL 05: 0,0336 ha.

Figura 07: Demarcação da área de Reserva Legal da propriedade Sítio Ventena.

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As áreas adquiridas pelo empreendimento correspondem a 0,37 ha da Fazenda Roncador,

3,5 ha da Fazenda Ventena e 2 ha do Sítio Ventena. O local onde ocorrerá a intervenção/supressão

de vegetação nativa está localizado na área adquirida do Sítio Ventena fora da área demarcada de

RL desta propriedade.

A demarcação da área de RL das propriedades descritas acima foram realizadas

considerando a área total de cada uma, incluindo a área vendida ao empreendimento para a

implantação da CGH Formoso. Deste modo, a área adquirida pelo empreendimento possui RL

regularizada por meio da inscrição dos imóveis no CAR considerando-se as matrículas anteriores ao

desmembramento.

7. Medidas compensatórias

Para a instalação da CGH Formoso será necessário realizar uma pequena supressão vegetal

e intervenção em Área de Preservação Permanente. Desta forma o empreendedor deverá adotar

medidas de caráter compensatório.

Por se tratar de empreendimento de pequeno porte e com características específicas, foi

considerado de pequeno impacto uma vez que as áreas de supressão vegetal são bem pequenas e

não haverá formação de reservatório além da calha do Rio Formoso, não acarretando, assim, em

desapropriações. Trata-se de um empreendimento com menor interferência no meio ambiente,

constituindo-se uma alternativa mais sustentável para a produção de energia.

Com base no exposto, e em conformidade com Decreto Estadual nº 45.175/09, por não

restarem caracterizados impactos decorrentes de empreendimentos que possam comprometer a

qualidade de vida de uma região ou causar danos iminentes aos recursos naturais, sugere-se pela

não fixação de compensação ambiental, prevista no art. 36 da Lei 9.985/00.

7.1. Compensação pela intervenção/supressão em área de preservação permanente – APP

Como forma de compensar a intervenção /supressão em área de preservação permanente

necessária para a instalação da CGH Formoso o empreendedor apresentou PTRF que prevê a

recuperação de uma área equivalente a área que sofrerá intervenção.

A área proposta encontra-se nas coordenadas geográficas UTM 23K 666400E / 76311320S

(DATUM WGS84) e está situada dentro da área adquirida pelo empreendedor para a instalação do

empreendimento. Os critérios de escolha da área foram a presença de alteração antrópica, causada

principalmente pelas atividades agropecuárias, ausência de vegetação nativa e predomínio de

espécies exóticas. A partir desses dados foi demarcada a área que necessita de intervenção para

promover o restabelecimento da vegetação nativa e o retorno das funções ecológicas.

A área adquirida pelo empreendedor, em que será executada a compensação, faz parte da

matrícula n° 8.005, denominada Fazenda Ventena, e possui área total de 79,0908 ha (3,3 módulos

fiscais em Santos Dumont). O art. 16 da Lei 20.922/20113 define que para imóveis rurais com áreas

consolidadas em APP e que possuam área superior a dois módulos fiscais e inferior a quatro

módulos fiscais é obrigatório a recomposição da faixa marginal de 15 m de APP no entorno de

cursos d’água. Deste modo, a área de compensação por intervenção em APP deverá ser realizada

após a faixa obrigatória de 15 m, conforme descrito acima.

A proposta apresentada atende aos requisitos dispostos na Resolução Conama 369/2006 e

DN n° 76/2004. A área proposta está localizada na mesma sub-bacia hidrográfica (UPGRH PS2 Rios

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Pomba e Muriaé, conforme definido pela IS SEMAD 04/2016), mesma propriedade e mesmo

município da área de intervenção.

No PTRF apresentado estão descritas as atividades que serão desenvolvidas para a

implantação do projeto. As atividades indicadas são: o isolamento da área, limpeza e preparo do

solo, combate a formigas, adubação e plantio. O plantio será realizado com espaçamento de 3 m x 3

m, sendo necessárias a utilização de 475 mudas e já considerando uma porcentagem de reposição

de 20 %, o número de mudas foi para 570.

Como o empreendimento está em processo de licenciamento e com data prevista para o

início das obras no início de abril de 2017, sugere-se que o início das atividades do PTRF seja

executado a partir de outubro de 2017.

Figura 08: Demarcação da área de compensação em APP (em verde).

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8. Impactos Ambientais e Medidas Mitigadoras

As CGH’s se caracterizam como projetos de pequena dimensão, causando reduzida e pontual

escala de intervenções ambientais. Uma vez que não haverá formação de reservatório, não haverá

atingidos e nem desapropriações de terras e benfeitorias, sendo bastante reduzido o impacto social

do empreendimento.

A tabela abaixo apresenta os impactos identificados no RCA para os meios físico, biótico e

socioeconômico, bem como sua fase de ocorrência (instalação e operação).

Tabela 5: Listagem dos impactos identificados.

A seguir serão descritos os impactos identificados. Também são apresentadas as medidas

mitigadoras propostas para cada impacto negativo e as medidas que visam otimizar os impactos

positivos.

8.1 Impactos sobre o meio físico

Erosão e instabilidade do terreno: na fase de implantação pode ocorrer devido às atividades de

limpeza, supressão vegetal, trânsito de máquinas e, principalmente, movimentação de solo, que

favorecem a instabilidade do terreno e erosões (laminares ou lineares) podendo levar ao

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assoreamento do corpo hídrico pelo transporte de sedimentos. Excetuando-se o local da casa de

força, predominam na AID do empreendimento áreas com média a alta susceptibilidade à erosão.

Medidas mitigadoras: deverão ser promovidas recuperações parciais nos locais mais críticos e a

gestão da movimentação do solo deverá ter como objetivo a redução ao máximo do tempo de

permanência em pilhas e solo exposto.

Programas que serão adotados: Controle Ambiental das Obras Físicas, Controle de Erosão e

Instabilidade do Terreno, Programa de Resgate de Material Botânico e Recuperação de Áreas

Degradadas.

Alteração da qualidade do solo: na fase de implantação as principais fontes de alteração da

qualidade do solo referem-se aos efluentes, resíduos do canteiro de obras e entulhos da construção

civil, caso ocorra o manejo inadequado dos mesmos. A operação de veículos e equipamentos

desregulados ou sem a devida manutenção poderá acarretar em vazamentos acidentais de

combustível, óleo lubrificante e graxa.

Durante a fase de operação, também refere-se à disposição inadequada de resíduos sólidos,

efluentes provenientes das instalações hidrosanitárias e do óleo do maquinário.

Medidas mitigadoras: realizar uma gestão eficiente dos resíduos sólidos de acordo com a resolução

CONAMA 307/2002, encaminhar os efluentes sanitários para o sistema de tratamento, realizar a

manutenção e lavagem de máquinas em local adequado com piso impermeável, bem como a

manutenção preventiva dos equipamentos e veículos, os resíduos domésticos deverão ser

armazenados em sacos plásticos e enviados ao aterro do município, os materiais recicláveis deverão

ser separados para reciclagem, os resíduos oleosos deverão ser armazenados adequadamente e

coletados por empresa especializada.

Programas que serão adotados: Gestão de Resíduos Sólidos da Obra, Controle Ambiental da Obra e

do subprograma de Educação Ambiental, Saúde e Segurança do Trabalhador.

Alteração quali-quantitativa dos recursos hídricos: durante a fase de implantação, as atividades

que envolvem movimentação de terra, geração de resíduos sólidos e efluentes podem interferir na

qualidade do corpo hídrico caso sejam dispostos de forma inadequada. A lixiviação de partículas

sólidas eleva a carga sedimentológica no corpo hídrico. Da mesma forma, o desvio do rio pode

provocar o carreamento de sedimentos. A elevação da turbidez pode alterar algumas características

físicas e químicas da água.

Para a fase de operação, os impactos na qualidade da água podem ocorrer caso haja uma

disposição inadequada de resíduos e efluentes, principalmente do óleo.

No que se refere ao aspecto quantitativo, a alteração no volume será maior nos meses de abril a

novembro, período considerado crítico, uma vez que a vazão fica reduzida. Neste período a vazão

turbinada será determinada de forma a garantir, no mínimo, a vazão ecológica no trecho de vazão

reduzida. Nos outros meses do ano a vazão será excedente à vazão ecológica. Tais alterações

ocorrerão apenas no trecho de vazão reduzida, uma vez que a água turbinada retornará ao corpo

hídrico pelo canal de fuga.

Medidas mitigadoras: deverão ser adotadas medidas para evitar e/ou reduzir o carreamento de

solo, incluindo ações de controle de processos erosivos, sendo que é importante que seja feito um

adequado gerenciamento de resíduos e efluentes. Com relação ao aspecto quantitativo, durante a

operação deverá ser promovida a manutenção da vazão ecológica, acompanhando o regime do

corpo hídrico e diminuindo o volume derivado para geração de energia se necessário.

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Programas que serão adotados: Controle Ambiental de Obras Físicas, Controle de Erosão e

Instabilidade do Terreno, Gestão de Resíduos Sólidos da Obra, Monitoramento da Qualidade das

Águas e Controle do Trecho de Vazão Reduzida.

Alteração da qualidade do ar: na fase de implantação a alteração da qualidade do ar pode ocorrer

em virtude do acréscimo de poeira produzida nos trabalhos de movimentação de terra e circulação

de veículos, bem como a emissão de gases oriundos da queima de combustíveis em veículos e

equipamentos.

Medidas mitigadoras: umidificação das vias de acesso com aspersões periódicas, cobertura da

carga de caminhões que transportem materiais pulverulentos, manutenção preventiva de veículos e

equipamentos e utilização de equipamentos de proteção individual por parte dos trabalhadores da

obra.

Programa que será adotado: Controle Ambiental das Obras Físicas.

8.2 Impactos sobre o meio biótico

Alteração de habitats terrestres e aquáticos: durante a fase de instalação, esta alteração será

ocasionada pela retirada da vegetação nos pontos diretamente atingidos pela obra.

Para a fase de operação, a alteração ocorrerá pela alteração da disponibilidade hídrica no trecho de

vazão reduzida e pela modificação da vegetação circundante, principalmente pela supressão da

mata ciliar.

Medidas mitigadoras: a supressão deverá ser restrita aos limites autorizados e será realizada por

equipe treinada. Além disso, ocorrerá a recuperação das áreas de preservação permanente e de

outras áreas adquiridas e não utilizadas no projeto. Também é indispensável a manutenção da vazão

ecológica no trecho de vazão reduzida.

Programas que serão adotados: Controle Ambiental das Obras Físicas e de Resgate de Material

Botânico, Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, como também Programa de Controle do

Trecho de Vazão Reduzida e Monitoramento da Qualidade das Águas.

Deslocamento da fauna: para a fase de instalação, este deslocamento será ocasionado pela

retirada da vegetação e limpeza do terreno, além disso, os ruídos e vibrações provenientes das

atividades construtivas, bem como movimentação de máquinas, provocam o afugentamento da

fauna.

Medidas mitigadoras: a supressão será restrita ao necessário; recuperação de áreas degradas e

florestais nas proximidades; implantação de projetos de educação ambiental que alcancem os

operários das obras.

Programas que serão adotados: Resgate de Material Botânico e Recuperação de Áreas Degradadas,

Controle Ambiental das Obras Físicas e do Programa de Responsabilidade Social (subprograma de

Educação Ambiental).

Atropelamento de animais, caça e pesca: na fase de instalação o aumento do tráfego de veículos

e máquinas expõe a fauna a eventuais riscos de atropelamento, sendo que o próprio deslocamento

dos animais em virtude dos ruídos aumenta esse risco. Um eventual contato com os humanos torna

os animais vulneráveis à apreensão (caça ou pesca) ou a serem exterminados por medo ou pelo

simples estereótipo negativo da espécie (ex: serpentes).

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Medidas mitigadoras: deverão ser definidas normas de conduta para os trabalhadores referentes

aos limites de velocidade, proteção à fauna e cuidados com a preservação das espécies, proibição

da pesca no local, sinalização das vias de acesso e implantação de placas educativas.

Programa que será adotado: Programa de Responsabilidade Ambiental (subprograma de Educação

Ambiental, Saúde e Segurança do Trabalho).

Aprimoramento da qualidade suporte do ambiente: na fase de operação as áreas degradadas

pelo empreendimento serão recuperadas e revegetadas, perfazendo um total recuperado maior que

o suprimido. A área já está bastante antropizada e esta revegetação contribuirá para o aumento da

capacidade de suporte do ambiente e do restabelecimento de habitat para a fauna regional. Este se

configura como um impacto benéfico.

Medidas de otimização: realizar a conexão das áreas de remanescentes florestais dentro do limite

da área do empreendimento, realizar o plantio de espécies nativas e frutíferas.

Programas que será adotado: Resgate de Material Botânico e de Recuperação de Áreas

Degradadas.

8.3 Impactos sobre o meio socioeconômico

Incômodos à população do entorno: durante a fase de instalação os incômodos são ocasionados

pela emissão de material particulado, geração de ruídos e vibrações e aumento do tráfego nas vias

de acesso. Não há residentes no entorno imediato da área de implantação do empreendimento e a

obra é de pequeno porte, o que já minimiza este impacto. Durante a operação não são esperados

impactos desta natureza.

Medidas mitigadoras: sinalização das vias de acesso, planejamento das atividades construtivas de

modo a não ultrapassar o horário pré-estabelecido (período diurno), controle da velocidade de

trânsito dos veículos, aspersão de água nas vias de acesso.

Programas que serão adotados: Controle Ambiental das Obras Físicas e de Responsabilidade

Socioambiental (subprograma de Comunicação Social).

Alteração da paisagem com relação ao uso e ocupação do solo: na fase de instalação a CGH

Formoso serão produzidas alterações visuais sobre a paisagem, principalmente pela inserção de

elementos estranhos à paisagem em virtude da construção de estruturas e pela supressão de

vegetação, ainda que em pequena área. As estruturas do empreendimento não apresentam grandes

imposições visuais em virtude de seu pequeno porte. Segundo informações constantes do RCA não

há exploração turística no local. Apenas um proprietário afirmou que terá sua capacidade produtiva

modificada pela construção do empreendimento uma vez que terá que reduzir o tamanho do

rebanho, ainda assim, não haverá desapropriações e sim, negociação de compra e venda que

somente será concluída após o aceite de proprietário.

Medidas mitigadoras: deverá ser promovida a recuperação da vegetação e observar o atendimento

à vazão ecológica no TVR.

Programas que serão adotados: Resgate de Material Botânico, Recuperação de Áreas Degradas e

Controle do Trecho de Vazão Reduzida.

Acidentes e interferências à saúde do trabalhador e população do entorno: na fase de

instalação, durante o manuseio de máquinas e equipamentos, os trabalhadores contratados estarão

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suscetíveis a riscos próprios do ambiente de trabalho como contato com poeira, ruídos, quedas,

choques elétricos dentre outros. Em virtude do tráfego de veículos, tanto os trabalhadores quanto a

população usuária das vias de acesso estarão sujeitos a acidentes.

Para a fase de operação, o risco recai sobre pessoas não autorizadas que venham a transitar nas

proximidades, uma vez que a operação será remota e a manutenção/manuseio das máquinas será

realizada por técnicos especializados, não sendo tarefa do funcionário contratado nesta fase.

Medidas mitigadoras: os funcionários serão instruídos e fiscalizados quanto ao uso dos EPI’s (tanto

na fase de instalação, quanto de operação), sinalização do local, manutenção dos maquinários e

equipamentos, proibição de acesso por pessoas não autorizadas às áreas de risco entre outras que

se fizerem necessárias.

Programas que serão adotados: Controle Ambiental das Obras Físicas de Implantação e do

Programa de Responsabilidade Socioambiental (subprograma de Educação Ambiental e Saúde e

Segurança do Trabalho).

Expectativas positivas da população local: para a fase de instalação, no decorrer das entrevistas

foram identificadas opiniões favoráveis com relação ao empreendimento. Como aspecto positivo foi

citada a abertura de novos postos de trabalho. Entretanto, os entrevistados tinham pouco ou nenhum

conhecimento sobre o empreendimento.

Medidas de otimização: É necessário repassar as informações sobre o empreendimento e

esclarecer a população, principalmente no que se refere às características das CGH’s, comumente

confundidas com grandes usinas como PCH’s e UHE’s e aos programas desenvolvidos na fase de

instalação e operação.

Programas que serão adotados: Responsabilidade Socioambiental (subprograma de Comunicação

Social).

Elevação da oferta de emprego e geração de renda: durante a fase de instalação os postos de

trabalho abertos, ainda que temporariamente, serão constituídos por profissionais de construção civil.

Já na fase de operação é prevista a contratação de apenas um funcionário, não sendo uma elevação

significativa da oferta de emprego.

Medidas de otimização: priorização pela contratação da força de trabalho local. Caso seja

necessário poderão ser firmadas parceiras com a prefeitura e órgãos públicos a fim de instruir os

trabalhadores para um melhor aproveitamento.

Dinamização da economia: durante a fase de instalação, para realização das obras será necessária

a compra de insumos e equipamentos que, se obtidos na área de influência do empreendimento irão

colaborar com o dinamismo econômico da região. Além disso, o próprio incremento na renda da

população local terá um efeito positivo na economia.

Medidas de otimização: priorização da mão de obra local bem como da aquisição de bens,

produtos e serviços no município de Santos Dumont e no distrito de Conceição do Formoso, quando

possível.

Elevação da arrecadação de impostos: na fase de instalação, com a aquisição de serviços e

produtos na área de influência, aliada à geração de novas oportunidades de emprego e ao acréscimo

do nível de consumo da região ocasionará ascensão na economia, impactando no aumento da

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arrecadação de impostos, além da contribuição direta pelo empreendimento. Ainda que estes valores

não alcancem grandes quantias, são importantes para o município.

Medidas de otimização: no município de Santos Dumont e no distrito de Conceição do Formoso,

quando possível e repasse dos impostos e contribuições devidas nas datas legalmente previstas.

Aumento da disponibilidade de energia elétrica: na fase de operação, a energia a ser gerada será

conectada a rede de eletrificação rural mais próxima. Uma vez que o sistema elétrico brasileiro é

interligado, a geração da CGH Formoso contribuirá para o aumento de disponibilidade energética no

país. A sua potência instalada (3MW) é suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 24.000

habitantes.

Incremento na produção de energia limpa e renovável: a operação de empreendimentos como a

CGH garante a geração de eletricidade de fonte renovável, evitando os impactos causados pela

construção de grandes usinas hidrelétricas e termelétricas, que utilizam combustíveis fósseis.

Também podem se creditar dos benefícios do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) com a

elaboração de um projeto de carbono.

Medidas de otimização: implementação de projeto para crédito de carbono.

9. Programas Ambientais e Medidas Mitigadoras e Potencializadoras Associadas

Os impactos ambientais citados no item anterior serão minimizados levando-se em conta o

arranjo e o tamanho das estruturas físicas de uma Central Geradora Hidrelétrica, como é o caso do

empreendimento em pauta.

Os programas ambientais propostos foram formatados de acordo com vários aspectos

pertinentes ao empreendimento, buscando minimizar os impactos negativos e potencializar os

impactos positivos. Todos os programas foram descritos detalhadamente no Plano de Controle

Ambiental (PCA) que compõe o processo de licenciamento.

Ao todo foram sugeridos sete programas ambientais a serem adotados pelo empreendedor

tanto na fase de instalação, quanto de operação. Alguns programas apresentam subprogramas e

todos objetivam a melhor administração dos recursos e uma maior eficiência na busca dos resultados

esperados, a saber, prevenir e mitigar impactos negativos e otimizar impactos benéficos.

A seguir será feito um breve panorama de cada programa e subprograma proposto.

9.1 Programa de Responsabilidade Socioambiental

Tem o intuito de prevenir e minimizar os impactos negativos e maximizar os positivos,

justificando-se por conjugar uma diversidade de ações a fim de estabelecer a integração do

empreendimento com a comunidade local e com os funcionários da obra. Será executado na fase de

implantação do projeto, uma vez que, é neste momento que os impactos socioambientais serão mais

expressivos.

Seus objetivos são, entre outros, desenvolver ações informativas, preventivas e educativas

com os funcionários do empreendimento e com a população local; fornecer condições adequadas de

trabalho e instrução aos funcionários quanto à correta execução das atividades de forma a reduzir

impactos adversos e promover a preservação ambiental.

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É responsabilidade do empreendedor desenvolver as ações de implantação deste programa e

buscar parcerias com o poder público, sociedade civil e outras instituições. Deverão ser elaborados

relatórios trimestrais informando as atividades desenvolvidas e os ganhos alcançados.

Este programa foi subdividido em dois subprogramas que serão abordados a seguir.

9.1.1 Subprograma de Comunicação Social e Articulação Institucional

Decorrente da necessidade de estabelecer um canal de comunicação para compartilhamento

de informações com a população de forma a diminuir as barreiras à comunicação, evitando e

minimizando impactos adversos, e potencializar a imagem do empreendimento junto à comunidade.

O principal objetivo é a implantação de instrumentos de comunicação entre o empreendimento e a

comunidade local.

Será implantado através de parcerias com instituições locais com vistas a socializar

informações. O empreendedor poderá utilizar estratégias de comunicação em massa e comunicação

interpessoal. Foi sugerida a edição de um Boletim Informativo com informações sobre o

empreendimento. O programa deverá ser executado na fase de instalação da CGH Formoso.

9.1.2 Subprograma de Educação Ambiental, Saúde e Segurança do Trabalho

Os projetos de cunho educativo assumem um papel estratégico no desenvolvimento de

práticas conservacionistas, ademais, a empresa é responsável pela redução de risco e acidentes e,

neste ínterim, é indispensável que a mesma venha a prever uma estrutura de saúde, segurança e

medicina do trabalho. Assim o programa em questão objetiva implantar ações educativas envolvendo

sensibilização ambiental, saúde e segurança.

As ações de sensibilização ambiental estarão voltadas em um primeiro momento para os

funcionários da obra, conforme o caso podem e devem ser voltadas também para a comunidade do

município. As ações de saúde e segurança contribuem para a formação de um ambiente de trabalho

seguro e salubre.

Os trabalhos do programa deverão contribuir na formação de multiplicadores ambientais, que

poderão disseminar práticas ambientais adequadas. Espera-se também recomendar os

colaboradores a respeito dos procedimentos de saúde e segurança no trabalho. Para tanto poderão

ser tomadas diversas medidas a serem definidas no planejamento das ações do programa, que será

executado pelo empreendedor na fase de instalação do empreendimento.

9.2 Programa de Controle Ambiental das Obras Físicas

O acompanhamento das atividades de instalação do empreendimento é de extrema

importância para assegurar a qualidade ambiental na área. Este programa visa fornecer subsídios

para as atividades desta fase buscando o menor ônus ambiental possível estabelecendo critérios e

procedimentos para as ações de implantação.

Seu principal objetivo é estabelecer normas a serem seguidas e os critérios ambientais

mínimos a serem respeitados pelos trabalhadores contratados, que refletirão não só na relação com

o meio ambiente, mas também em melhorias nas condições de saúde e segurança no trabalho. Para

tanto é necessário identificar as fontes poluidoras, acompanhar as atividades, gerenciar e controlar

riscos e condições de trabalho, entre outros aspectos que deverão ser observados.

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Durante a instalação ocorrerá o monitoramento das obras civis, atentando para adoção das

medidas para cada situação que demande ações de prevenção/controle/mitigação. Serão elaborados

relatórios para acompanhamento dos resultados das ações empregadas. Este programa, ao ser

executado pelo empreendedor pode e deve ser aliado ao Subprograma de Educação Ambiental,

Saúde e Segurança do Trabalho.

9.3 Programa de Controle de Erosão e Instabilidade do Terreno

A adoção de medidas para atenuar os processos erosivos e assoreamentos que podem vir a

ocorrer em virtude das alterações na área e movimentação de terra para a construção das estruturas

do empreendimento se faz imprescindível. Para tanto se faz necessário acompanhar, controlar e

adotar as medidas de contenção e proteção do local, evitando deslizamentos, processos erosivos,

entre outros impactos adversos. Ressalta-se também o controle da remoção de vegetação, que se

relaciona diretamente com o processo erosivo e de instabilidade do terreno.

Para as vias de acesso, deverão ser utilizadas as já existentes, evitando a abertura de novos

acessos. Na necessidade de se abrir um novo caminho, deverá buscar preservar sempre a

vegetação de menor porte, evitando-se o decapeamento do solo.

O controle e a proteção de taludes (cortes e aterros) serão realizados com a adoção de três

medidas básicas de contenção de processos erosivos, a saber: modificações na geometria

(retaludamento, reduzindo a altura e o ângulo de inclinação da encosta ou talude), obras de

drenagem (sistema de escoamento rápido para águas pluviais, evitando sua infiltração e erosão

superficial) e obras de proteção superficial (revestimento florestal através do plantio de gramíneas,

mudas, etc., que protegem os taludes do impacto das gotas de chuva e fixam o solo superficial com

suas raízes).

Com relação ao controle de deslizamento de áreas marginais, as principais medidas

consistem na modificação da geometria de taludes, obras de drenagem e obras de proteção

superficial. Já para situação de deformação na estrutura geológica é necessária a adoção de obras

de engenharia como muros de arrimo (ou de gravidade) e chumbadores e tirantes (contenção de

maciços e fixação de blocos rochosos).

O descarte de material deverá, preferencialmente, ser acomodado no próprio local da obra.

Na eventualidade de materiais excedentes, deverão sem disposto em bota-foras que atendam as

recomendações convencionais. Caso ocorra a necessidade de material de empréstimo, o mesmo

deverá ser proveniente do local de escavação e, sendo preciso material suplementar, o mesmo

deverá ser retirado de local previamente licenciado e escolhido em função do grau de degradação da

área.

Todas as medidas de controle deverão ser acompanhadas e monitoradas, principalmente

após o período de ocorrências pluviométricas, com atenção especial aos trechos de maior

vulnerabilidade. Ao final das obras deverá ser observada a efetividade das medidas empregadas e,

se necessário, adotar novas medidas de controle e mitigação de processos erosivos.

9.4 Programa de Gestão de Resíduos Sólidos da Obras

O programa em questão visa o gerenciamento dos resíduos, buscando reduzir, reutilizar,

reciclar e dispor de forma adequada os resíduos gerados. Os resíduos de construção civil serão

alvos de controle severo para minimização de geração na fonte e sua disposição final deverá

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observar a Resolução CONAMA 307/2002, contemplando as fases de caracterização, triagem,

acondicionamento, transporte e destinação.

Inicialmente deverá ser realizado um inventário preliminar dos resíduos, e posteriormente se

realizar a instalação de coletores adequados em locais estratégicos. Também será implantada a

coleta seletiva. Os funcionários serão instruídos a realizar um correto gerenciamento dos resíduos.

As ações direcionadas à minimização da geração de resíduos deverão sem empreendidas em

todos os setores e durante todas as fases das obras. Os resíduos sólidos deverão ser segregados e

armazenados em depósito temporário concebido segundo as normas aplicáveis. Os resíduos serão

destinados de acordo com suas características específicas, por empresas devidamente licenciadas,

de forma a serem tornados menos impactantes ao meio ambiente. Já os resíduos de origem

doméstica serão armazenados em sacos plásticos até serem recolhidos, sendo que seu destino deve

ser o aterro municipal de resíduos.

A manutenção de máquinas e veículos deverá ser realizada em local adequado. Eventuais

efluentes das áreas de lavagem, caso ocorram, deverão ser encaminhados para um sistema

adequado de tratamento, composto por caixas separadoras de óleos e graxas e caixa de areia. As

sobras de óleos lubrificantes usados e graxas deverão ser destinadas a empresas especializadas

para destinação correta dos mesmos. Deverão ser tomadas todas as medidas de proteção dos solos,

evitando a contaminação por substâncias tóxicas. As equipes envolvidas nestas atividades serão

orientadas quanto ao manejo e descarte destes produtos.

9.5 Programa de Resgate de Material Botânico e Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)

Através deste programa serão adotadas medidas mitigadoras e otimizadoras com o objetivo

de recuperar as áreas deterioradas pela execução das obras e a reintegração da APP em trechos

predeterminados com a finalidade de restaurar suas características funcionais e propiciar o equilíbrio

perdido em virtude das intervenções. Este programa se iniciará na fase de pré-instalação e será

estendido por um período além da fase de instalação, para identificar e recompor eventuais falhas

nas áreas em recuperação.

As medidas a serem adotadas estão relacionadas com as ações propostas em outros

programas já citados. Para a revegetação, as ações necessárias deverão ser realizadas em período

adequado à sobrevivência e desenvolvimento das plantas.

Na fase de pré-implantação será realizada a coleta de herbáceas e plântulas. O material

coletado será realocado para áreas próximas ao local do resgate.

Durante a instalação será realizada a verificação da recuperação e harmonização das áreas

de empréstimo, das áreas de bota-fora e de taludes de aterros. Também será verificada a rede

hidrográfica e verificado o progresso da exploração de jazidas (material de empréstimo).

Para a fase de operação serão acompanhadas e verificadas as áreas alvo de ações adotadas

na fase de instalação, de forma a verificar a eficácia das medidas e o progresso da recuperação da

área.

A revegetação se dará através do plantio de mudas de espécies nativas nas áreas

delimitadas. A manutenção destas áreas será por no mínimo 2 anos.

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9.6 Programa de Controle do Trecho de Vazão Reduzida

É imprescindível o monitoramento sistemático das vazões no trecho de vazão reduzida,

principalmente no período de estiagem. A vazão no referido trecho não pode ser inferior ao mínimo

de 50% da vazão mínima para 7 dias de recorrência de 10 anos (Q7,10). Foi apresentada proposta

para a implantação de um sistema para manutenção desta vazão. Deve ser instalada pelo menos

uma estação linimétrica ao pé da tomada d’água para controlar a vazão residual no TVR.

Através deste programa é possível manter atualizada a curva de descarga para o

empreendimento, conhecer as vazões vertidas e turbinadas, auxiliar na geração de séries de vazões

médias e subsidiar outros programas de monitoramento.

A adoção deste programa será fase de operação e contribuirá também na constituição de um

banco de dados para a região, uma vez que poucos são os dados disponíveis.

9.7 Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas

A avaliação e monitoramento da qualidade das águas são indispensáveis uma vez que este é

um recurso natural de extrema importância, devendo ser preservada sua qualidade. Este recurso é o

indicador da qualidade ambiental de uma bacia hidrográfica e o principal elo entre os componentes

de um ecossistema. O ambiente aquático é resultado das características fisiográficas e dos

processos de uso e ocupação do solo nos ambientes.

Este programa visa verificar se a qualidade das águas se enquadra nos critérios

estabelecidos pela legislação para rios classe II, acompanhar a variação da qualidade da água

correlacionando com os fatores ambientais e com as atividades de implantação e operação do

empreendimento, bem como fornecer subsídios ao desenvolvimento de medidas de controle para

manter o corpo hídrico em condições adequadas à manutenção das comunidades aquáticas.

A coleta de amostras de águas superficiais para análises deverá ocorrer em no mínimo dois

pontos, sendo um à montante da tomada d’água e outro à jusante da casa de força e canal de fuga.

A frequência das amostragens deverá ser trimestral durante a fase de instalação do empreendimento

e, para a fase de operação, trimestral no primeiro ano e semestral para os anos seguintes. Deverão

ser observados os valores máximos permitidos constantes da DN COPAM-CERH nº01/2008.

O monitoramento deverá contemplar, no mínimo, os seguintes parâmetros:

Temperatura da água; Cor; Turbidez; Transparência; Sólidos em suspensão; Sólidos dissolvidos

totais; Oxigênio dissolvido (OD); Demanda bioquímica de oxigênio (DBO); Demanda Química de

Oxigênio (DQO); pH; Condutividade elétrica; Fósforo total; Nitrito; Nitrato; N-amoniacal; Dureza;

Alcalinidade; Ferro total; Cloretos; Coliformes termotolerantes e totais.

Este programa será executado tanto na fase de instalação quanto de operação do

empreendimento. Deverão ser elaborados relatórios técnicos dos resultados analíticos com sua

devida interpretação. Em caso de valores fora dos limites estabelecidos deverá ser apresentada

justificativa para tal fato e as medidas para correção. Os relatórios em questão deverão ser

apresentados a esta Superintendência, conforme anexo II do presente parecer único.

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10. Controle Processual

10.1 Relatório – análise documental

Por relatório do que consta nos autos do Processo Administrativo nº 17123/2015/001/2015.,

bastante atestar que a formalização do processo ocorreu em concordância com as exigências

constantes do Formulário de Orientação Básica nº0560791/2015, bem assim das

complementações decorrentes da análise em controle processual, conforme documento SIAM nº

0925522/2015, com lastro no qual avançamos à análise do procedimento a ser seguido em

conformidade com a legislação vigente.

10.2 Análise procedimental – formalização, análise e competência decisória

O Art. 225 da Constituição Federal de 1988 preceitua que todos têm direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade

de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as

presentes e futuras gerações.

Como um dos instrumentos para concretizar o comando constitucional a Lei Federal n.º

6.938/1981 previu, em seu artigo 9º, IV, o licenciamento e revisão de atividades efetiva ou

potencialmente poluidoras como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, e

estabeleceu, em seu artigo 10, obrigatoriedade do prévio licenciamento ambiental à construção,

instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos

ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar

degradação ambiental.

A Lei Estadual nº 21.972/2016, em seu artigo 16, condiciona a construção, a instalação, a

ampliação e o funcionamento de atividades e empreendimentos utilizadores de recursos

ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar

degradação ambiental, ao prévio licenciamento ou autorização ambiental de funcionamento.

No que tange a formalização do processo de licenciamento ambiental segue o rito

estabelecido pelo artigo 10 da Resolução CONAMA nº 237/1997, iniciando-se com a definição pelo

órgão ambiental, mediante caracterização do empreendimento por seu responsável legal, dos

documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo correspondente.

Constitui objeto do presente a análise do requerimento de Licença Prévia concomitante com

a Licença de Instalação, enquadrado o empreendimento na classe 3, conforme procedimento

estabelecido pela DN COPAM nº 74/2004.

O Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais, no exercício de suas

atribuições legais, estabeleceu critérios para materialização da análise sucessiva e expedição

concomitante de licenças ambientais, conforme disposto no artigo 1º, § 1º, da DN COPAM n.º

74/2004. No caso em análise, por se tratar de empreendimento enquadrado na classe 3, a análise

se faz de forma sucessiva para fins de emissão concomitante das licenças prévia e de instalação.

Em análise do que consta do FOB nº 0560791/2015 e /ou das informações complementares

solicitadas e prestadas, tal como constado no presente parecer único, observa-se completo o

processo, mediante apresentação dos documentos e estudos cabíveis, em conformidade com as

normas ambientais vigentes. A necessidade de complementação, nos termos do artigo 14, da

Resolução CONAMA nº 237/1997, foi suprida, de acordo com o relato introdutório do presente ato.

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Noutro giro, convém destacar a nova diretriz na análise do processo no que tange à

previsão estabelecida pela DN CONEP nº 07/2014, conforme alinhamento realizado no âmbito da

SURAM /SEMAD no período compreendido entre os dias 09 e 13 de maio de 2016, razão pela qual

se reformula o argumento aqui apresentado. Nesse sentido, o tipo de atividade desenvolvida pelo

empreendimento se afeiçoa àquelas arroladas no Anexo I da referida Deliberação Normativa,

embora não se localize nas específicas zonas previstas no Anexo II, razão pela qual se exige do

empreendedor a anuência ou dispensa pelo IEPHA a título de condicionante do presente processo

de licenciamento ambiental.

Quanto à segurança contra incêndio e pânico, após conclusão da instalação, o

empreendedor deverá apresentar projeto específico à Instituição Militar Estadual competente, para

providências cabíveis nesse particular.

Assim, considerando a suficiente instrução do processo, e que os documentos foram

apresentados em conformidade com a Resolução SEMAD n.º 891/2009; e considerando a

inexistência de impedimentos, dentre aqueles estabelecidos pela Resolução SEMAD n.º 412/2005,

recomenda-se encaminhamento para decisão no mérito do pedido, tão logo de efetive a integral

quitação dos custos de análise, conforme apurado em planilha de custos, nos termos do artigo 7º

da DN COPAM n.º 74/2004 e artigo 2º, § 4º, da Resolução Conjunta SEMAD/IEF/FEAM nº

2.125/2014.

Nesse passo, conforme previsto no artigo 8º, XIV, da Lei Complementar nº 140/2011, inclui-

se dentre as ações administrativas atribuídas ao Estado o licenciamento ambiental da atividade

desenvolvida pelo empreendimento.

Quanto a competência para deliberação, esta dever ser aferida pela recente alteração

normativa ocasionada pela Lei 21972/2016, fazendo-se necessário verificar o enquadramento da

atividade no que tange ao seu porte e ao potencial poluidor. Classifica-se a presente atividade

como classe 3 (três). Diante desse enquadramento, determina o Art. 4º, VII, “b” da Lei 21972/2016

que competirá SEMAD – Secretaria do Estado do Meio Ambiente, decidir por meio de suas

superintendências regionais de meio ambiente, sobre processo de licenciamento ambiental de

pequeno porte e grande potencial poluidor.

Porém, no Art. 23 da referida Lei Estadual a regra geral será excepcionada, transferindo-se

a competência para deliberação a unidade competente do COPAM, quando o prazo para

conclusão do processo ultrapassar 6 (seis) meses a contar do respectivo requerimento,

ressalvados os casos em que houver Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto

Ambiental-EIA-Rima- ou audiência pública, quando o prazo será de até 12(doze) meses.

Apesar, de ultrapassado o referido prazo, a norma demanda regulamentação, afastando a

sua aplicação, prorrogando-se a competência do superintendente.

Assim, concluída a análise, deverá o processo ser submetido a julgamento pelo

Superintendente Regional de Meio Ambiente da Zona da Mata.

10.3 Viabilidade jurídica do pedido

10.3.2 Da Política Florestal (agenda verde)

O local previsto para implantação do empreendimento situa-se em um trecho do Rio

Formoso, afluente do Rio Pomba, na zona rural do município de Santos Dumont, conforme se

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infere da Certidão de registro de imóvel, matricula nº 11.601. Diante do status atual de área rural, o

processo foi instruído de recibos de inscrição dos imóveis no Cadastro Ambiental Rural.

Conforme consta dos itens 4.3 e 4.4 do FCE, e observando as coordenadas geográficas do

ponto central do empreendimento, este não se localiza em Unidade de Conservação ou Zona de

Amortecimento, razão pela qual descabe qualquer análise relacionada ao Sistema Estadual de

Unidades de Conservação, estabelecido pela Lei Estadual nº 20.922/2013.

Lado outro, ainda com referência à política florestal vigente, e conforme consta dos estudos

ambientais apresentados em informação complementar, bem assim dos dados coletados em

vistoria, observa-se que o projeto, conforme abordagem do campo 5 do presente parecer único,

envolve intervenção em área de preservação permanente, em parte sem supressão de vegetação

nativa, em outra com supressão de vegetação nativa secundária no estágio inicial de regeneração,

nos domínios da Mata Atlântica, conforme definido em mapa do IBGE (art. 2º - Lei Federal

11.428/2006).

Acerca dessa característica do projeto, razão de existência do processo APEF n.º

04458/2015, cabível a avaliação sobre a possibilidade jurídica de aprová-lo, e assim se procede

desse momento em diante.

A Constituição Federal, em seu artigo 225, III e VII, previu genericamente as áreas de

preservação permanente e condicionou as intervenções às hipóteses previstas em Lei. Nesse

mesmo diapasão, elevou o Bioma Mata Atlântica à condição de patrimônio nacional e condicionou o

seu uso aos limites da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente,

inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

A Lei Federal n.º 11.428/2006, conforme previsto pela Constituição Federal, instituiu regimes

de proteção diferenciados conforme grau de preservação e estágio de regeneração. No caso em

análise, trata-se de vegetação secundária em estágio inicial de regeneração, para a qual o artigo 25

condicionou apenas à autorização pelo órgão estadual competente, remetendo, então, ao regime

jurídico geral de proteção da flora nativa. Nesse particular, não se aplica o disposto no seu parágrafo

único, uma vez que não se encontra o Estado de Minas Gerais na situação de disponibilidade inferior

a 5% (cinco por cento) da cobertura vegetal originária, razão pela qual conduzimos à análise sobre a

viabilidade jurídica do projeto à luz da Lei Estadual n.º 20.922/2013, com as ressalvas da Lei

11.428/2006.

Nesse passo, destacamos o artigo 63 da Lei Estadual n.º 20.922/2013, que condiciona a

supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo ao cadastramento do imóvel no CAR e à

prévia autorização do órgão ambiental estadual competente. No caso que se apresenta, somam-se

os limites legais relacionados à área de preservação permanente, previstos genericamente no artigo

12 da Lei Estadual n.º 20.922/2013.

O primeiro requisito encontra-se atendido pelo empreendimento, conforme já relatado. O

segundo compõe discussão no presente processo, razão pela qual transcrevemos o artigo 12, da

referida lei estadual:

Art. 12. A intervenção em APP poderá ser autorizada pelo órgão ambiental

competente em casos de utilidade pública, interesse social ou atividades

eventuais ou de baixo impacto ambiental, desde que devidamente

caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio.

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O momento é de procedimento administrativo próprio, para análise do pedido de AIA com o

fim de intervir em APP, restando avaliar o enquadramento do projeto às hipóteses legais para

satisfação da pretensão no específico ponto, razão pela qual nos remetemos ao artigo e 3º, I, b, da

Lei Estadual n.º 20.922/2013:

Art. 3º Para os fins desta Lei, consideram-se:

I - de utilidade pública:

(...)

b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões (...) de (...) energia,

(...);

Assim, temos por satisfeitos os requisitos para emissão da AIA, pelas intervenções em áreas

de preservação permanente, com e sem supressão de vegetação nativa secundária no estágio inicial

de regeneração, devendo o empreendedor pagar a taxa florestal e a reposição florestal obrigatória,

sem prejuízo das medidas compensatórias cabíveis, e dar aproveitamento socioeconômico e

ambiental aos produtos florestais, sob pena de aplicação das sanções previstas no Decreto Estadual

nº 44.844/2008.

Nesse passo, convém destacar da análise técnica sobre os estudos ambientais apresentados

a inocorrência de significativo impacto ambiental decorrente da atividade a ser desenvolvida pelo

empreendimento, razão pela qual descabe incidir a compensação prevista no artigo 36 da Lei

Federal nº 9.985/2000.

10.3.3 Da Política de Recursos Hídricos (agenda azul)

Quanto ao recurso hídrico de domínio do Estado de Minas Gerais, e integrado ao presente

processo de licenciamento ambiental, o projeto apresentado implica em um uso considerando

insignificante, para fins realização das obras, cujo cadastro dá-se no Processo Administrativo n.º

18852, e outro sujeito à outorga para fins de aproveitamento de potencial hidrelétrico. Neste caso,

o requerimento de outorga do direito de uso teve sua análise concluída e deferida no Processo

Administrativo n. º 18853/2015, conforme relatado na introdução do presente parecer único. Para

ambos, o prazo de validade do cadastro e da outorga será o mesmo da licença ambiental, nos

termos dos artigos 3º, II, e 29, II, ambos da Portaria IGAM n.º 49/2010, considerando que o

empreendimento de CGH está sujeito a regime de registro junto à ANEEL, sem prazo de validade,

razão pela qual é impossível incidir a regra estabelecida pelo artigo 2º, § 2º, da Resolução

Conjunta SEMAD /IGAM n.º 1.768/2012.

10.3.4 Da Política do Meio Ambiente (agenda marrom)

Retomando o objeto do presente Processo Administrativo, com requerimento de Licença

Prévia concomitante com Licença de Instalação, para a atividade de geração de energia

hidrelétrica, trata-se de tipologia prevista no Anexo Único da DN COPAM n.º 74/2004, sob o código

E-02-01-1.

Da análise dos parâmetros de classificação informados e constatados, concluiu-se que o

empreendimento enquadra-se na classe 3 passível, pois, do licenciamento ambiental trifásico,

porém concomitante nas duas primeiras, nos termos do artigo 1º, § 1º, da DN COPAM n.º 74/2004.

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Assim, considerando a viabilidade técnica do empreendimento proposto, e a observância da

legislação ambiental vigente, atestamos a viabilidade jurídica do pedido.

Por derradeiro, considerando o disposto no artigo 1º, inciso II, da DN COPAM n.º 17/1996,

recomendamos o prazo de validade da Licença Prévia concomitante com Licença de Instalação em

04 (quatro) anos, de acordo com o cronograma avaliado em análise técnica.

11. Conclusão

A equipe interdisciplinar da Supram Zona da Mata sugere o deferimento desta Licença

Ambiental na fase de Licença Prévia e de Instalação – LP+LI, para o empreendimento CGH Formoso

da Hy Brazil Energia S.A para a atividade de “Barragens de geração de energia hidrelétrica”, no

município de Miradouro, MG, pelo prazo de 4 anos, vinculada ao cumprimento das condicionantes e

programas propostos.

As orientações descritas em estudos, e as recomendações técnicas e jurídicas descritas

neste parecer, através das condicionantes listadas em Anexo, devem ser apreciadas pelo

Superintendente Regional de Meio Ambiente da Zona da Mata.

Oportuno advertir ao empreendedor que o descumprimento de todas ou quaisquer

condicionantes previstas ao final deste parecer único (Anexo I) e qualquer alteração, modificação e

ampliação sem a devida e prévia comunicação a Supram Zona da Mata, tornam o empreendimento

em questão passível de autuação.

Cabe esclarecer que a Superintendência Regional de Regularização Ambiental da Zona da

Mata, não possui responsabilidade técnica e jurídica sobre os estudos ambientais apresentados

nesta licença, sendo a elaboração, instalação e operação, assim como a comprovação quanto a

eficiência destes de inteira responsabilidade da(s) empresa(s) responsável(is) e/ou seu(s)

responsável(is) técnico(s).

Ressalta-se que a Licença Ambiental em apreço não dispensa nem substitui a obtenção, pelo

requerente, de outras licenças legalmente exigíveis. Opina-se que a observação acima conste do

certificado de licenciamento a ser emitido.

12. Anexos

Anexo I. Condicionantes para Licença Prévia e de Instalação (LP+LI) da CGH Formoso

Anexo II. Programa de Automonitoramento da Licença Prévia e de Instalação (LP+LI) da CGH

Formoso

Anexo III. Autorização para Intervenção Ambiental.

Anexo IV. Relatório Fotográfico da CGH Formoso

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ANEXO I

Condicionantes para Licença Prévia e de Instalação (LP+LI) da CGH Formoso

Empreendedor: Hy Brazil Energia S.A

Empreendimento: CGH Formoso

CNPJ: 10.730.282/0001-36

Municípios: Santos Dumont

Atividade(s): Barragens de geração de energia hidrelétrica

Código(s) DN 74/04: E-02-01-1

Processo: 17123/2015/001/2015

Validade: 4 anos

Item Descrição da Condicionante Prazo*

01 Executar o Programa de Automonitoramento, conforme definido

no Anexo II.

Durante a vigência da

licença

02

Executar os programas propostos no PCA e descritos neste

parecer para a fase de instalação do empreendimento. Os

relatórios comprobatórios da execução de cada programa deverão

ser enviados à esta Superintendência.

Durante a vigência da

licença

03

Na hipótese de haver acordos com o Poder Executivo Municipal,

qual seja, a Prefeitura de Santos Dumont, no sentido de promover

a compensação dos impactos produzidos no município, enviar

cópias à SUPRAM ZM, devidamente assinado pelas partes.

Durante a vigência da

licença

04

Comunicar à ANEEL a conclusão das obras do empreendimento,

conforme Art. 8º da Lei 13097/2015, enviando cópias da

comunicação à SUPRAM ZM.

Na formalização da LO

05

Apresentar comprovante de pagamento da Taxa Florestal bem

como a taxa de Reposição Florestal referente ao material lenhoso

nativo suprimido e comercializado.

30 dias

06

Apresentar planta topográfica com delimitação de todas APP’s do

empreendimento, identificando as áreas de recuperação

obrigatórias por lei (faixa de 15 metros ao longo do curso d’água)

e a área de compensação por intervenção em APP (0,4279 ha).

120 dias

07

Promover a recuperação das APP’s do empreendimento na faixa

de 15 metros ao longo do curso d’água, que é de recuperação

obrigatória por lei, tendo como base as medidas técnicas

apresentadas no PTRF da área de compensação por intervenção

em APP.

Durante a vigência da

Licença

08 Executar o PTRF da área de compensação por intervenção em

APP.

Conforme o

cronograma

apresentado no PTRF

09

Firmar Termo de Compromisso de Compensação Ambiental -

TCCA referente à Resolução CONAMA nº 369/2006

(compensação APP) junto a SUPRAM – ZM.

30 dias

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10

Enviar à esta Superintendência relatórios técnicos/fotográficos de

acompanhamento do PTRF e da recuperação das APP’s (faixa de

15 m) do empreendimento, acompanhados de ART do

responsável pela elaboração.

O primeiro deverá ser

apresentado em até 15

(quinze) dias após

finalizado o plantio e

os demais

semestralmente

durante a vigência da

licença

11

Deverá ser observado previamente ao corte, se há ou não a

presença de ninhos de aves nos indivíduos arbóreos a serem

cortados. Caso haja, o corte só poderá ser realizado após a

emissão da Autorização de Manejo pela SUPRAM ZM para

realocação do(s) ninho(s) para locais em que não haverá

intervenção e atendam às necessidades da(s) espécie(s).

Antes de realizar a

supressão de

vegetação

12

Executar Programa de Resgaste Peixes durante as obras de

instalação do empreendimento de acordo com o projeto

apresentado nas Informações complementares.

Durante a vigência da

Licença

13 Executar Programa de Monitoramento de Peixes de acordo com o

projeto apresentado nas Informações complementares.

A primeira campanha

antes do início das

obras e as demais

semestralmente

(considerando os

períodos seco e

chuvoso)

14 Apresentar relatório consolidado anual do Programa de Resgate e

Monitoramento de Peixes.

Anualmente, durante a

vigência da Licença

15 Solicitar autorização para manejo de fauna de acordo com o

Termo de Referência disponível no site da SEMAD. 60 dias

16 Realizar monitoramento da mastofauna. Durante a vigência da

licença

17

Implantar programa de monitoramento de vazões afluentes e

efluentes do curso d’água, objetivando a obtenção da curva de

descarga do rio através da implantação de um posto

pluviométrico, bem como implantar o sistema de controle de

vazão ecológica TVR.

Durante a vigência da

licença

18

Apresentar relatório consolidado de atendimento das

condicionantes apostas neste parecer único, relatando as ações

empreendidas no cumprimento de cada condicionante,

acompanhadas, quando possível, de documentação fotográfica

em um documento único, a ser protocolado anualmente no mês

de dezembro.

Durante a vigência da

licença

19 Comprovar à SUPRAM ZM a obtenção da anuência do IEPHA

como requisito prévio ao início das obras de instalação.

Antes do início da

instalação

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20

Comprovar à SUPRAM ZM protocolo sobre projeto de segurança

contra incêndio e pânico junto ao Corpo de Bombeiros Militar do

Estado de Minas Gerais.

Formalização do

requerimento de

Licença de Operação

* Salvo especificações, os prazos são contados a partir da data de publicação da Licença na Imprensa Oficial do Estado. Obs. A alteração do conteúdo ou do prazo de condicionante estabelecida na Licença Ambiental poderá ser requerida por interessado, na forma do artigo 9º da DN COPAM nº 17/1996.

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ANEXO II

Programa de Automonitoramento da Licença Prévia e de Instalação (LP+LI) da CGH Formoso

Empreendedor: Hy Brazil Energia S.A

Empreendimento: CGH Formoso

CNPJ: 10.730.282/0001-36

Municípios: Santos Dumont

Atividade(s): Barragens de geração de energia hidrelétrica

Código(s) DN 74/04: E-02-01-1

Processo: 17123/2015/001/2015

Validade: 4 anos

1. Efluentes Líquidos e Águas Superficiais

1.1. Rio Formoso

Local de amostragem Parâmetro Freqüência de Análise

Ponto 1 – Rio Formoso, à

montante da tomada d’água

Temperatura da água; Cor; Turbidez;

Transparência; Sólidos em suspensão;

Sólidos dissolvidos totais; Oxigênio

dissolvido (OD); Demanda Bioquímica de

oxigênio (DBO); Demanda Química de

Oxigênio (DQO); pH; Condutividade

elétrica;

Fósforo total; Nitrito; Nitrato; N-amoniacal;

Dureza; Alcalinidade; Ferro total; Cloretos;

Coliformes termotolerantes e totais.

Trimestral Ponto 2 – Rio Formoso, à

jusante da casa de força e

canal de fuga

1.2. Sistema de tratamento de efluente sanitário

Local de amostragem Parâmetro Freqüência de Análise

Entrada e saída da ETE

compacta

Sólidos suspensos, sólidos

sedimentáveis, DQO, DBO,

óleos e graxas, pH.

Trimestral

Relatórios: Enviar semestralmente a Supram ZM os resultados das análises efetuadas

trimestralmente. O relatório deverá ser de laboratórios em conformidade com a DN COPAM n.º

167/2011 e deve conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico

pelas análises.

Na ocorrência de qualquer anormalidade nos resultados nas análises realizadas durante o ano, o

órgão ambiental deverá ser imediatamente informado.

Método de análise: Normas aprovadas pelo INMETRO ou, na ausência delas no Standard Methods

for Examination of Water and Wastewater, APHA-AWWA, última edição.

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2. Resíduos Sólidos e Oleosos

Enviar semestralmente a Supram-ZM, os relatórios mensais de controle e disposição dos

resíduos sólidos gerados contendo, no mínimo os dados do modelo abaixo, bem como a

identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas informações.

Resíduo Transportador Disposição final Obs.

(**) Denominação Origem Classe

NBR

10.004

(*)

Taxa de

geração

kg/mês

Razão

social

Endereço

completo

Forma

(*)

Empresa responsável

Razão

social

Endereço

completo

(*) Conforme NBR 10.004 ou a que sucedê-la.

(**) Tabela de códigos para formas de disposição final de resíduos de origem industrial

1- Reutilização

2 - Reciclagem

3 - Aterro sanitário

4 - Aterro industrial

5 - Incineração

6 - Co-processamento

7 - Aplicação no solo

8 - Estocagem temporária (informar quantidade estocada)

9 - Outras (especificar)

Em caso de alterações na forma de disposição final de resíduos, a empresa deverá

comunicar previamente à Supram-ZM, para verificação da necessidade de licenciamento específico.

As doações de resíduos deverão ser devidamente identificadas e documentadas pelo

empreendedor. Fica proibida a destinação dos resíduos Classe I, considerados como Resíduos

Perigosos segundo a NBR 10.004/04, em lixões, bota-fora e/ou aterros sanitários, devendo o

empreendedor cumprir as diretrizes fixadas pela legislação vigente.

Comprovar a destinação adequada dos resíduos sólidos de construção civil que deverão ser

gerenciados em conformidade com as Resoluções CONAMA n.º 307/2002 e 348/2004.

As notas fiscais de vendas e/ou movimentação e os documentos identificando as doações de

resíduos, que poderão ser solicitadas a qualquer momento para fins de fiscalização, deverão ser

mantidos disponíveis pelo empreendedor.

IMPORTANTE

• Os parâmetros e frequências especificadas para o programa de Automonitoramento

poderão sofrer alterações a critério da área técnica da Supram-ZM, face ao desempenho

apresentado;

• A comprovação do atendimento aos itens deste programa deverá estar acompanhada da

Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), emitida pelo(s) responsável(eis) técnico(s),

devidamente habilitado(s);

Qualquer mudança promovida no empreendimento que venha a alterar a condição original do

projeto das instalações e causar interferência neste programa deverá ser previamente informada e

aprovada pelo órgão ambiental.

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ANEXO III

Autorização para Intervenção Ambiental

LICENÇA AMBIENTAL COM SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO E INTERVENÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

Processo Administrativo de Licenciamento Ambiental nº: 17123/2015/001/2015

Processo Administrativo de APEF nº: 04458/2015

DADOS DO EMPREENDIMENTO

Razão Social ou Nome: Hy Brazil Energia S.A

Nome Fantasia: CGH Formoso

Inscrição Estadual: CNPJ: 10.730.282/0001-36

Endereço: Zona Rural, Rio Formoso Município: Santos Dumont

CEP: 36.240-000 Tel.: (31)2512-5900 Fax:

SITUAÇÃO DO EMPREENDIMENTO / EXPLORAÇÃO CONCEDIDA (ha)

Área total da Propriedade: 5,87

Área total do Empreendimento:

Área de Intervenção: 0,4279 ha

Nativa Plantada Total

Área de Cobertura Vegetal Total - - -

Área requerida - - -

Área liberada - - -

Cobertura Vegetal Remanescente - - -

Área de preservação permanente - - -

Área requerida 0,4279 - 0,4279

Área liberada 0,4279 - 0,4279

Área de Reserva Legal - - -

Tipologia Afetada Área

Floresta Estacional Semidecidual em estágio inicial de regeneração 0,0153

Floresta Estacional Semidecidual em estágio médio de regeneração -

Pastagem 0,4126

Árvores isoladas -

TIPO DE EXPLORAÇÃO

Nativa Plantada Nativa Plantada

Corte raso com destoca 0,0153 - Corte de árvores - -

Corte raso sem destoca - - Destoca Nativa - -

Corte seletivo em manejo - - Limpeza de pasto - -

Outros: Sem supressão vegetal 0,4126 -

TOTAL: 0,4279

Uso de máquina: (X) sim ( ) não Uso de fogo: ( ) sim (X) não

RENDIMENTO PREVISTO POR PRODUTO/SUBPRODUTO

Produto/subproduto Unidade Quantidade

Lenha de floresta nativa m3 1,084

DESTINAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DO MATERIAL LENHOSO (m³)

Nativa Plantada Nativa Plantada

Lenha para carvão - - Madeira para serraria - -

Lenha uso doméstico - - Madeira para celulose - -

Lenha para outros fins 1,084 - Madeira para outros fins - -

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ANEXO IV

Relatório Fotográfico da CGH Formoso

Empreendedor: Hy Brazil Energia S.A

Empreendimento: CGH Formoso

CNPJ: 10.730.282/0001-36

Municípios: Santos Dumont

Atividade(s): Barragens de geração de energia hidrelétrica

Código(s) DN 74/04: E-02-01-1

Processo: 17123/2015/001/2015

Validade: 4 anos

Foto 01. Local do barramento e tomada d’água

Foto 02. Saída do túnel do circuito de baixa pressão e início do circuito de alta pressão

Foto 03. Parte do trecho de vazão reduzida Foto 04. Local de instalação da casa de Força