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PARCERIA O panorama educacional do Japão, nas palavras de quem conhece Memórias do conhecimento Durante a visita ao Japão, a reportagem de Atividades & Experiências ouviu diversos diretores, mantenedores, coordenadores, professores e alunos das Escolas Con- veniadas. Conheça, nas páginas a seguir, um pouco da história de cada instituição e a experiência de vida que é trabalhar e viver em um país tão fascinante e tão diferen- te como o Japão. “Vim para o Japão porque tinha a intenção de conhecer a terra de meus pais. Estou aqui desde 1992. Escolhemos o SPE – Sistema Positivo de Ensino – para o Colégio Sant’Ana porque já conhecia a sua qualidade desde 1986, quando minha filha estudou nas Es- colas Positivo, em Curitiba (PR). Após todos esses anos, continuo achando que o Japão é um lugar onde vale a pena investir, pois, além de ser um país de primeiro mundo, aqui podemos encontrar a praticidade e a tranqüilidade tanto financeira como espiritual. Aqui podemos ter uma vida digna, pois, desde que trabalhemos com seriedade, podemos ter um nível considerado de classe média alta, incluindo viagem ao exterior entre os países asiáticos, aproveitan- do as infinidades de culturas que estão à nossa disposição.” Rosa Nakata Diretora Colégio Sant’Ana Shiga-Ken / Eshigawa-Shi Conveniado ao SPE desde 2001 Ciro Yoshioka Diretor Escola Conhecer Shizuoka-Ken / Fukuroi-Shi Conveniada ao SPE desde 2000 “Estou no Japão desde 1988. Um problema bastante grave que observei, depois de 8 anos trabalhando em uma em- preiteira, foi constatar que adolescentes e jovens brasileiros estavam se envolvendo com a criminalidade. Fazendo uma análise do porquê, cheguei à conclusão de que o problema estava na educação. Os jovens e adolescentes ingressavam em escolas japonesas, mas não conseguiam acompanhar os estudos, pois, segundo o sistema japonês, eles eram matriculados na série de acordo com a idade e não de acordo com o conhecimento. Como resultado, houve muita evasão escolar. Por outro lado, as escolas brasileiras eram muito distantes e caras. Assim, por achar que todos que podem fazer algo em função da coletividade devem fazer, resolvi constituir uma escola nesta região em parceria com um japonês que hoje é também sócio mantenedor da esco- la. Iniciamos nossas atividades em 2000 com 14 alunos e hoje estamos com mais de 300. A vida aqui no Japão não é fácil, mas com dedicação, planejamento e muito trabalho, o brasileiro pode construir um futuro melhor.” “A minha vinda ao Japão, como acontece com outros descendentes, foi em busca de oportunidades para uma vida melhor. Chegando aqui tive a sorte de encon- trar uma escola brasileira próxima à minha casa. Tinha terminado a minha Pós-Graduação em Psicopedagogia e, se estivesse no Brasil, talvez não tivesse oportuni- dade de aplicar o que acabara de cursar. Aqui, percebi que os japoneses procuram demonstrar simpatia, edu- cação e organização e cabe a nós, brasileiros, mostrar o quanto podemos ser também educados, organizados e criativos, como transformar uma fábrica em uma ver- dadeira escola. Ficar no Japão até hoje compensa por causa da segurança, da tranqüilidade e do trabalho. No meu caso, sinto-me em casa, pois lido com brasilei- rinhos que crescem e estão estudando aqui, no Japão, experiência que jamais esquecerão, pois, aqui, além de aprendizagem que adquirem, oferecemos a eles um verdadeiro lar.” Stela Takishita Diretora Colégio Latino de Shiga Shiga-Ken / Ganmo-Kun Conveniado ao SPE desde 2003

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Page 1: PARCERIA Memórias do conhecimento - Educacional...PARCERIA O panorama educacional do Japão, nas palavras de quem conhece Memórias do conhecimento Durante a visita ao Japão, a reportagem

PARCERIA

O panorama educacional do Japão, nas palavras de

quem conhece

Memórias doconhecimento

Durante a visita ao Japão, a reportagem de Atividades & Experiências ouviu diversos diretores, mantenedores, coordenadores, professores e alunos das Escolas Con-veniadas. Conheça, nas páginas a seguir, um pouco da história de cada instituição e a experiência de vida que é trabalhar e viver em um país tão fascinante e tão diferen-te como o Japão.

“Vim para o Japão porque tinha a intenção de conhecer a terra de meus pais. Estou aqui desde 1992. Escolhemos o SPE – Sistema Positivo de Ensino – para o Colégio Sant’Ana porque já conhecia a sua qualidade desde 1986, quando minha filha estudou nas Es-colas Positivo, em Curitiba (PR). Após todos esses anos, continuo achando que o Japão é um lugar onde vale a pena investir, pois, além de ser um país de primeiro mundo, aqui podemos encontrar a praticidade e a tranqüilidade tanto financeira como espiritual. Aqui podemos ter uma vida digna, pois, desde que trabalhemos com seriedade, podemos ter um nível considerado de classe média alta, incluindo viagem ao exterior entre os países asiáticos, aproveitan-do as infinidades de culturas que estão à nossa disposição.”

Rosa NakataDiretoraColégio Sant’AnaShiga-Ken / Eshigawa-ShiConveniado ao SPE desde 2001

Ciro YoshiokaDiretorEscola ConhecerShizuoka-Ken / Fukuroi-ShiConveniada ao SPE desde 2000

“Estou no Japão desde 1988. Um problema bastante grave que observei, depois de 8 anos trabalhando em uma em-preiteira, foi constatar que adolescentes e jovens brasileiros estavam se envolvendo com a criminalidade. Fazendo uma análise do porquê, cheguei à conclusão de que o problema estava na educação. Os jovens e adolescentes ingressavam em escolas japonesas, mas não conseguiam acompanhar os estudos, pois, segundo o sistema japonês, eles eram matriculados na série de acordo com a idade e não de acordo com o conhecimento. Como resultado, houve muita evasão escolar. Por outro lado, as escolas brasileiras eram muito distantes e caras. Assim, por achar que todos que podem fazer algo em função da coletividade devem fazer, resolvi constituir uma escola nesta região em parceria com um japonês que hoje é também sócio mantenedor da esco-la. Iniciamos nossas atividades em 2000 com 14 alunos e hoje estamos com mais de 300. A vida aqui no Japão não é fácil, mas com dedicação, planejamento e muito trabalho, o brasileiro pode construir um futuro melhor.”

“A minha vinda ao Japão, como acontece com outros descendentes, foi em busca de oportunidades para uma vida melhor. Chegando aqui tive a sorte de encon-trar uma escola brasileira próxima à minha casa. Tinha terminado a minha Pós-Graduação em Psicopedagogia e, se estivesse no Brasil, talvez não tivesse oportuni-dade de aplicar o que acabara de cursar. Aqui, percebi que os japoneses procuram demonstrar simpatia, edu-cação e organização e cabe a nós, brasileiros, mostrar o quanto podemos ser também educados, organizados e criativos, como transformar uma fábrica em uma ver-dadeira escola. Ficar no Japão até hoje compensa por causa da segurança, da tranqüilidade e do trabalho.No meu caso, sinto-me em casa, pois lido com brasilei-rinhos que crescem e estão estudando aqui, no Japão, experiência que jamais esquecerão, pois, aqui, além de aprendizagem que adquirem, oferecemos a eles um verdadeiro lar.”

Stela TakishitaDiretoraColégio Latino de ShigaShiga-Ken / Ganmo-KunConveniado ao SPE desde 2003

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Francis WatanabeDiretoraInstituto Educacional Gente MiúdaGunma-Ken / Oizumi-MachiConveniado ao SPE desde 2001

“Tendo como sonho ter minha casa própria e uma vida melhor no Brasil, vim para o Japão em 1991. Logo depois, conhecendo e aprendendo a cultura do país e sua segu-rança, fui gostando daqui e resolvi ficar um período mais longo. Estruturamos nosso colégio com o objetivo de aten-der melhor a grande comunidade brasileira de nossa região. No dia-a-dia de nossas escolas, procuramos passar toda a cultura do nosso país através das datas comemorativas, de documentários e usando todos os meios de comunicação para que nossos alunos estejam sempre atualizados. Es-colhemos o SPE – Sistema Positivo de Ensino – para nossa escola, pois a sua qualidade de ensino está de acordo com a nossa proposta pedagógica. Para quem trabalha com a educação, como eu, vai sempre valer a pena estar no Japão, pois temos uma grande luta pela frente e não devemos desistir, apesar de os empecilhos serem muitos.”

“O meu trabalho com escola aqui no Japão surgiu quando comecei a observar e detectar as dificuldades que os filhos de brasileiros sentiam quando voltavam ao Brasil, pois só tinham tido contato com a educação em escolas japonesas. Logo, a língua materna (oral e escrita) ficava comprometida e eu, sendo já professora no Brasil há 14 anos, achei que poderia contribuir para a formação da cidadania dessas crianças que também fazem parte do futuro do Brasil. Um dos grandes apoios que tive nessa caminhada foi a adoção do SPE – Sistema Positivo de Ensino. Depois de ter analisa-do vários materiais didático-pedagógicos, selecionamos o sistema do Positivo, porque é muito conceituado no Brasil e faz jus à fama, oferecendo conteúdo, estrutura, exercícios, diagramação e ilustração necessários a fim de desenvolver e proporcionar o aprendizado aos alunos. O SPE faz com que nossos alunos se tornem competentes e 'poliglotas da própria língua', capazes e autônomos dentro da sociedade em que estão inseridos.”

Célia Regina Theodoro IkeharaDiretoraEscola Cantinho FelizShizuoka-Ken / HamamatsuConveniada ao SPE desde 1999

Sueli HandaDiretoraCentro Educacional BetelMie-Ken / Suzuka-ShiConveniado ao SPEdesde 2005

“A questão da segurança aqui no Japão é muito bem resolvida. Nossas crianças brincam na rua, não te-mos a preocupação de ficar vigiando, fechando por-tas, cuidando de nossas bolsas. Muitas de nossas crianças vêm a pé para a escola, o que nos grandes centros do Brasil já não acontece. Em relação ao trabalho, é verdade que o custo de vida é muito caro aqui no Japão, mas ele nos oferece uma estabilidade econômica que nos permite planejar e ter um nível de vida satisfatório, inclusive na aquisição de bens, o que antes era muito difícil. Esta é uma das razões pelas quais tantos brasileiros ainda vêm ao Japão. O brasileiro trabalha e se sacrifica muito, mas tem a certeza de que pode dormir tranqüilo, pois tem condições de oferecer o que há do bom e do melhor para sua família.”

Mariluci TanakaDiretoraBrazilian SchoolGifu-Ken / Minokamo-ShiConveniada ao SPE desde 1998

“No início vim ao Japão como decasségui, mas hoje me tornei imigrante. Aqui em nossa escola nós não trabalha-mos com período integral, pois temos a seguinte filosofia: escola é escola, escola não é creche. Para isso, é preciso conscientizar os pais dos alunos para que eles entendam a escola como um espaço de crescimento. Aqui no Japão há muita confusão em relação a isso. Assim, trabalhamos nossa Educação Infantil como um período de aprendiza-gem, e não apenas para cuidar e alimentar crianças. Nós procuramos trabalhar com um ensino de qualidade. É claro que, quando necessário, ficamos com nossos alunos de-pois do horário, mas é preciso estabelecer esses limites e promover o amadurecimento da comunidade em relação à educação.”

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Mauricio Kasuharu YamasitaDiretorColégio Dom Bosco JapanAichi-Ken / Komaki-ShiConveniado ao SPE desde 2006

“O Colégio Dom Bosco Japam surgiu em 2000. Desde esse período, passamos por várias mudanças. Neste ano pode-mos dizer que nossa Instituição está renascendo. Foram várias as mudanças. Uma delas é relacionada a nosso sis-tema de ensino, adaptando o conteúdo dos livros para a realidade da escola brasileira no Japão. Outra mudança foi em relação ao corpo docente, numa reestruturação total, com novas idéias, mais abertura para discussão e conscien-tização. Hoje, estamos tentando reverter a evasão escolar com uma excelente perspectiva de crescimento para os pró-ximos anos, com abertura de vagas para as comunidades próximas. Se o pai é consciente, ele deve verificar qual é a melhor opção para seu filho, a mais próxima, a mais consciente.”

Paulo GalvãoDiretorEscola São PauloAichi-Ken / Anjo-ShiConveniada ao SPE desde 2001

“As escolas brasileiras no Japão sempre foram muito iso-ladas. A idéia da associação partiu por parte do governo brasileiro. Um representante do Ministério da Educação veio até o Japão para fazer uma análise da situação e da qua-lidade do ensino das escolas brasileiras. Numa reunião, foi sugerido que, para que tivéssemos mais forças, criássemos associações ou cooperativas que representassem as es-colas brasileiras. Desde então foi criada a Associação das Escolas Brasileiras do Japão. Embora nem todas as escolas façam parte, a associação promove jogos, workshops de língua japonesa, discussões e troca de experiências, o que faz crescer ainda mais a força de nossa proposta educa-cional no Japão.”

Sonia Regina KuniyoshiDiretoraEscola Nipo-BrasileiraShizuoka-Ken / Iwata-ShiConveniada ao SPE desde 2000

“Estou no Japão há 14 anos; destes, são 13 anos cuidando de alunos. Aqui, há uma sazonalidade muito grande em relação ao trabalho do decasségui: quando está ganhando bem, mantém seu filho na escola brasileira; quando a situação fica pior, ele tira o aluno e o coloca na escola japonesa. A criança fica naquela situação, de um dia para o outro ela pode trocar de escola sem nenhuma adaptação. É preciso um trabalho muito forte de cons-cientização dos pais para que estes mantenham seus alunos na mesma escola, pelo menos durante um ano letivo. Felizmente, te-mos um forte trabalho de intercâmbio com as escolas japonesas, com pesquisas, jogos, etc. É uma maneira de integrar o aluno à sociedade em que vive.”

Benedito Vilella GarciaDiretorEscola Brasileira de HamamatsuShizuoka-Ken / HamamatsuConveniada ao SPE desde 2000

“Aqui, mais que no Brasil, temos uma questão de carência, de solidão dos alunos muito grande, em virtude do trabalho dos pais. Por isso, temos sempre o desejo de trabalhar com professores que conhecem a realidade do Japão. O professor que chega do Brasil para trabalhar nas escolas japonesas surpreende-se com o que lhe é pedido. É preciso estar cons-ciente de que ele vai ter que fazer muito mais pelos alunos. É uma dedicação integral. Numa escola como a nossa, a proximidade de nossos professores com os familiares é muito grande. Mas essa atenção só é dada porque achamos que isso é muito importante para os alunos e seus pais. Passa a ser uma grande família.”

Sandra Minamoto - ProfessoraInstituto Educacional Centro Nipo-BrasileiroGunma-Ken / Oizumi-ShiConveniado ao SPE desde 1999

“Achei maravilhosa a iniciativa do Positivo de trazer a peça Bonequinha de Pano para o Japão, porque isso é significativo, mesmo para as crianças que ainda não tiveram contato com essa parte tão gostosa da vida. Foi também uma oportunidade para os adultos se emocionarem e se lembrarem dos tempos de criança. Um momento único que eles aproveitaram com todo o afinco. Graças às comemorações do Dia das Crianças, pudemos desenvolver várias atividades lúdicas voltadas à peça. Essas pequenas situações tão raras aqui no Japão permitem que os alunos possam ficar ainda mais próximos do país de onde vieram. A mensagem da peça também é muito importante. Para os alunos foi uma diversão. Para nós foi uma lição de vida.”

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Márcia TakanashiDiretoraCentro Educacional Sorriso de CriançaShizuoka-Ken / Kikugawa-ShiConveniado ao SPE desde 2005

“Vim para o Japão em 1992. Iniciamos as atividades de nossa escola em 2003. Aqui, nos preocupamos muito com a formação de nossos profissionais da educação, tanto na área pedagógica como na psicológica. Realizamos diver-sos cursos de capacitação, ocasião que permite ampliar o relacionamento entre nossos profissionais. Nos cursos, trazemos palestrantes sobre a área de saúde, educação e convivência. É muito importante que possamos sempre fa-zer cursos de atualização, pois estamos sempre precisando trocar experiências, novidades. Isso faz com que nossos alunos possam se desenvolver ainda mais no aprendizado diário.”

Joana Faustino IshiiDiretoraEscola ParaleloGunma-Ken / Ota-ShiConveniada ao SPE desde 2000

“Estou no Japão há 11 anos. Mesmo há tanto tempo neste país, não perdi o patriotismo pelo Brasil. Por isso, trabalho com a educação brasileira no Japão, cuidando de nossos alunos, preparando-os para uma realidade diferente que eles irão encontrar no Brasil. E isso vale não só para alunos, mas também para pais e professores. Aqui, ao contrário do que prega a pedagogia, a escola acaba agindo como mãe social, cuidando do aluno das primeiras até as últimas horas do dia, nos fins de semana, levando-o ao médico, entre outras coisas. Não é apenas lecionar e construir conhecimento, é um trabalho integral. Ainda assim, apesar de todas as dificulda-des, estamos contribuindo para que os alunos possam conti-nuar seus estudos e tenham objetivos definidos. Enquanto eu puder, vou trabalhar em prol da educação dos brasileiros do Japão. Vamos continuar com nossa caminhada.”

Sandra YazawaDiretoraEscola Arco-ÍrisSaitama-Ken / Honjo-ShiConveniada ao SPE desde 1999

“A questão do futuro das crianças brasileiras deve ser sem-pre pensada. Numa reunião, perguntei aos pais: Os seus filhos de 5, 6 ou 7 anos hoje, o que será deles daqui a 10 anos? Qual será o futuro deles? Eles vão trabalhar na fábrica ou irão voltar ao Brasil para estudar? São perguntas que todos os pais e professores devem se fazer, analisar a história e o futuro das crianças. Por isso a peça nos tocou tanto. Tudo aquilo que nós ensinamos durante anos se re-sumiu na peça. Como ensinar, como trabalhar as emoções, a peça abrange o que ensinamos desde o Maternal até o Ensino Médio, pois envolve ciência, artes, geografia, língua portuguesa, música. Envolve várias dimensões do pensa-mento humano: intelectual, emocional, psicológico. É como se fosse uma prova. Se o aluno entendeu a peça, ele pode se considerar aprovado para a vida.”

Maria Shizuko YoshidaDiretoraEscola Pingo de GenteIbaraki-Ken / ShimotsumaConveniada ao SPE desde 2001

“Vim ao Japão há 8 anos, para, junto com minha irmã, ex-pandir a Escola Pingo de Gente. Atualmente temos alunos do Berçário ao Ensino Médio. Crescemos bastante nesse tempo. Enfrentamos, é claro, problemas decorrentes do alto índice de turnover que ocorre nas escolas, gerando a descontinui-dade nos estudos e o fato de a criança estar em constante fase de adaptação, o que interfere demais no aprendizado e, sobretudo, no aspecto social. Outro problema diz respeito à escassez de recursos humanos, para atuar como docente, e recursos materiais de suporte. Felizmente, aqui no Japão podemos contar sempre com a honestidade, a disciplina e o respeito ao próximo. Viver aqui sempre vale a pena, em fun-ção da segurança, organização e oportunidade de trabalho, além de possibilitar a vivência com qualidade, desde que a pessoa se adapte às normas, aos procedimentos e à cultura deste país.”

“A difícil adaptação das crianças nas escolas japonesas e o crescente índice de analfabetismo em nossa cidade, devido à falta de uma escola brasileira, me levaram a criar a Escola Aquarela do Brasil. Manter um ensino de qualidade aqui no Japão requer muita dedicação por parte dos professores, pois temos dificuldade de conseguir material para pesquisa e há falta de cursos de capacitação, com exceção dos cursos oferecidos pela Editora Positivo. Do ponto de vista edu-cacional, por mais que tentemos fazer o melhor, estamos muito distantes da realidade das escolas brasileiras, pois, no Japão, temos pouca estrutura, há falta de material, espaço para a prática de esportes e outras atividades. Para a escola é muito difícil encontrar atividades para as 12 horas em que as crianças ficam na escola. Espero que um dia possamos sanar este problema, pois acreditamos que estamos aqui para crescer.”

Marisa Hiroko MatsumuraDiretoraEscola Aquarela do BrasilKanagawa-Ken / Aiko-GunConveniada ao SPE desde 2005