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Este documento pode ser baixado gratuitamente no site www.globalreporting.org

para Relatar?

Introdução ao relato de sustentabilidade para

pequenas e médias empresas (PME)

Preparado

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2 | PREPARADO PARA RELATAR? INTRODUÇÃO AO RELATO DE SUSTENTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Sumário

DIREITOS AUTORAISOs direitos autorais deste documento pertencem à Fundação Global Reporting Initiative (GRI). Sua reprodução e distribuição para fins informativos são permitidas sem prévia autorização por parte da GRI.

Entretanto, nem este documento nem qualquer parte dele poderão ser reproduzidos, arquivados, traduzidos ou transferidos, em qualquer forma ou mídia (eletrônica, mecânica, fotocopiada, gravada etc.), para qualquer outro fim sem autorização prévia por escrito da GRI.

“Global Reporting Initiative”, o logotipo da Global Reporting Initiative, “Diretrizes para Relato de Sustentabilidade” e “GRI” são marcas registradas da Global Reporting Initiative.

© 2014 Global Reporting Initiative

SOBRE A GRIA Global Reporting Initiative (GRI) promove a elaboração de relatórios de sustentabilidade como forma de ajudar empresas e organizações a se tornarem mais sustentáveis e contribuírem para o desenvolvimento de uma economia global sustentável.

A missão da GRI é tornar o relato de sustentabilidade uma prática padrão. Para permitir que todas as empresas e organizações relatem seu desempenho e impactos econômicos, ambientais, sociais e de governança, a GRI desenvolveu as Diretrizes para Relato de Sustentabilidade, que estão disponíveis gratuitamente.

A GRI é uma organização sem fins lucrativos que atua em rede. Suas atividades envolvem milhares de profissionais e organizações de vários setores, grupos e regiões.

www.globalreporting.org

Contato: [email protected]

AVISO LEGALNem o Conselho Diretor da GRI, nem a Fundação Global Reporting Initiative ou seus parceiros de projetos podem assumir a responsabilidade por quaisquer consequências ou danos que resultem, direta ou indiretamente, do uso das publicações da GRI. As conclusões e opiniões expressas neste documento não representam necessariamente as opiniões, decisões ou a política declarada da GRI ou de seus parceiros de projetos. Da mesma forma, a citação de nomes ou processos comerciais não constitui nenhum tipo de endosso.

PREFÁCIO 3

OBJETIVO DO LIVRETO 3

SEÇÃO A: VALOR DO RELATO DE SUSTENTABILIDADE PARA PME 4

SEÇÃO B: PROCESSO DE RELATO DA GRI PARA PME 8

AGRADECIMENTOS 19

DESENVOLVIMENTO DA PUBLICAÇÃODesenvolvimento de conteúdo Enrique Torres Rodriguez, GRI

Supervisão geral Ásthildur Hjaltadóttir, GRI

Revisão de texto Carinne Allinson

Design gráfico e leiaute Mark Bakker, Scribbledesign

A tradução e o leiaute da versão em português brasileiro deste livreto foram realizados pela Strategic Agenda LLP.

FotografiaCapa: © iStockphoto.comPáginas 4, 8, 15, 17, 18, 19: © iStockphoto.comPágina 14: Creative Commons/Thomas

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3 | PREPARADO PARA RELATAR? INTRODUÇÃO AO RELATO DE SUSTENTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Prefácio

Objetivo deste livreto

você poderá aferir o desempenho da sua empresa e administrar mudanças mais eficazmente. Essa prática resultará em melhorias e inovações dentro da sua empresa.

Nos últimos anos, pequenas e médias empresas (PME) de várias regiões começaram a publicar seus relatórios de sustentabilidade. Desde 2008, a GRI vem acompanhando esse movimento por meio de uma série de projetos. As PME que participaram desses projetos afirmam que o valor do processo de relato foi muito maior do que esperavam inicialmente. Elas descobriram que o relato de sustentabilidade as ajudou a identificar as questões mais importantes a serem abordadas e, a partir daí, melhorar a produtividade e economizar custos. Além disso, em muitos casos a competitividade dessas empresas aumentou após terem ganhado acesso a novos mercados e clientes.

Para concluir, a experiência da GRI é que muitas PME acreditam que há uma clara ligação entre o relato de sustentabilidade e a implementação de mudanças efetivas dentro da empresa.

Com isso em mente, a GRI gostaria de convidá-lo a estar “Preparado para Relatar”!

Importante saber!Pequenas e médias empresas (PME) são uma categoria de empresas que se situam abaixo de um limiar de porte específico, muitas vezes determinado pelo número de empregados e faturamento (receita) anual. Esse limiar é geralmente estabelecido pelos governos e pode variar de setor para setor, com um número máximo de 250 a 1.000 empregados e faturamento de até € 50 milhões. Outros critérios são usados para determinar se uma empresa é média ou pequena. Alguns países chegam a reconhecer “micro” empresas como um tipo ainda menor de categoria de empresa. De acordo com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), as PME representam mais de 90% das empresas em todo o mundo e respondem, em média, por 50% do Produto Interno Bruto (PIB) de todos os países e por 60% dos seus postos de trabalho.

Como pequena ou média empresa, você está lendo este livreto porque deseja saber mais sobre o relato de sustentabilidade. Suponhamos que sua empresa faça parte do crescente grupo de pequenas e médias empresas (PME) que reconhecem a necessidade de compreender melhor seus impactos de sustentabilidade e como tornar suas atividades comerciais mais sustentáveis e, possivelmente, até comunicar seu desempenho em sustentabilidade. No entanto, você provavelmente tem muitas perguntas, como: por que minha empresa deve elaborar um relatório de sustentabilidade? Por que devo usar as Diretrizes para Relato de Sustentabilidade da Global Reporting Initiative (GRI)? O que minha empresa precisaria fazer para dar os primeiros passos? Este livreto o ajudará a responder a todas essas perguntas.

Um relatório de sustentabilidade fornece informações sobre os impactos mais importantes da sua empresa – sejam positivos ou negativos – sobre o meio ambiente, a sociedade e a economia. As Diretrizes para Relato de Sustentabilidade da GRI constituem o modelo mais usado e completo do mundo para a preparação de relatórios de sustentabilidade. As Diretrizes G4, a quarta geração das Diretrizes da GRI, foram lançadas em maio de 2013 e envolveram um amplo processo de consulta a stakeholders (partes interessadas) e diálogo com centenas de especialistas de diversos setores em todo o mundo, incluindo empresas, sociedade civil, organizações trabalhistas e instituições acadêmicas e financeiras. O objetivo das Diretrizes G4 é o de ajudar relatores a elaborar relatórios de sustentabilidade relevantes, para que relatos de sustentabilidade robustos e significativos se tornem prática padrão. Sua empresa pode usar essas orientações para desenvolver seu relatório de sustentabilidade e, durante o processo, pode gerar informações confiáveis, relevantes e padronizadas sobre seus impactos e desempenho na área de sustentabilidade. Essas informações podem ser usadas posteriormente para avaliar oportunidades e riscos e permitir a tomada de decisões mais informadas – tanto dentro da sua empresa quanto entre seus stakeholders (p.ex.: clientes). Ao desenvolver e comunicar sua compreensão sobre os vínculos entre a sustentabilidade e o seu negócio,

Este livreto é voltado para pequenas e médias empresas que estão avaliando se o relato de sustentabilidade é relevante para elas e, em caso positivo, como dar início ao processo de elaboração do relatório. Ele contém uma introdução simples sobre como elaborar um relatório de sustentabilidade com base nas Diretrizes G4 da GRI para que sua empresa possa dar os primeiros passos na jornada do relato de sustentabilidade. Isso será feito por meio da:

• Apresentação da importância do relato de sustentabilidade para PME: A Seção A analisa os benefícios

internos e externos do relato de sustentabilidade com base nas experiências e depoimentos de PME com as quais a GRI tem trabalhado em uma série de projetos executados desde 2008.

• Apresentação de cinco etapas simples para a elaboração de um relatório de sustentabilidade com base nas Diretrizes G4: a Seção B detalha os passos necessários para criar um relatório de sustentabilidade a partir do modelo de cinco etapas da GRI sobre o processo de relato de sustentabilidade: Prepare-se, Conecte-se, Defina, Monitore e Relate.

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Prólogo

4 | PREPARADO PARA RELATAR? INTRODUÇÃO AO RELATO DE SUSTENTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Índice Seção A

Valor do relato de sustentabilidade para PME

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5 | PREPARADO PARA RELATAR? INTRODUÇÃO AO RELATO DE SUSTENTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

1. Valor das mudanças internas (benefícios internos)2. Valor do reconhecimento (benefícios externos)

Essa seção define o que pequenas e médias empresas descobriram sobre o valor do relato de sustentabilidade.

Ela se baseia em depoimentos de cerca de 400 PME com as quais a GRI vem trabalhando em diversos projetos liderados pela GRI.1 A seção está dividida em duas partes: “O valor das mudanças internas” (benefícios internos) e “O valor do reconhecimento” (benefícios externos).

Valor do relato de sustentabilidade para PME

Valor do relato de sustentabilidade

1) Esses projetos foram implementadas no âmbito do Programa GANTSCH da GRI, executado entre 2009 e 2012, e do Programa de Transparência Empresarial, a partir de 2013 Para obter mais informações, visite o site www.globalreporting.org/reporting/reporting-support/support/Pages/default.aspx.

Visão e estratégia

Sistemas de gestão

Pontos fortes e fracos

Motivação dos empregados

VALOR DAS MUDANÇAS INTERNAS

(BENEFÍCIOS INTERNOS)

VALOR DO RECONHECIMENTO (BENEFÍCIOS EXTERNOS)

Reputação e confiança

Atração de financiamento

Vantagem competitiva

Engajamento de stakeholders

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6 | PREPARADO PARA RELATAR? INTRODUÇÃO AO RELATO DE SUSTENTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

1. Valor das mudanças internas (benefícios internos)

1.1 DESENVOLVIMENTO DE VISÃO E ESTRATÉGIA PARA A SUSTENTABILIDADEO processo do relato de sustentabilidade incentiva sua empresa a identificar uma visão e estratégia para operar de maneira mais sustentável e oferecer produtos e serviços mais sustentáveis. Durante o processo de preparação do relatório, é possível identificar a ligação entre a execução desse processo e o desenvolvimento estratégico da sua empresa.

1.2 MELHORIA NOS SISTEMAS DE GESTÃO, APERFEIÇOAMENTO DOS PROCESSOS INTERNOS E ESTABELECIMENTO DE METAS Um dos maiores benefícios do processo de relato é permitir que sua empresa monitore o progresso e destaque áreas que precisam de melhorias, para que você possa gerenciar o que mede e fazer as mudanças necessárias. Assim que sua empresa monitorar e avaliar seu desempenho, será possível identificar áreas que poderiam ser aprimoradas – por exemplo, por meio de melhorias de produtividade e redução de custos. Uma vez que você comece a relatar, haverá um aumento nas expectativas por melhorias contínuas da sua empresa em relação às suas metas de desempenho.

1.3 IDENTIFICAÇÃO DE PONTOS FORTES E FRACOS O processo de relato fornece um alerta prévio sobre questões problemáticas e revela oportunidades inesperadas. Essas descobertas podem ajudar a direção da sua empresa a avaliar desdobramentos potencialmente prejudiciais antes que surjam como surpresas desagradáveis (i.e. gestão de risco) e/ou aproveitar as oportunidades antes de seus concorrentes. Durante o processo de relato, também é possível que se descubra que algumas questões não são tão bem administradas quanto se pensava inicialmente, o que pode colocar em risco a reputação da sua empresa. Também é comum que sua empresa identifique questões críticas que não haviam sido consideradas anteriormente.

1.4 ATRAÇÃO, MOTIVAÇÃO E RETENÇÃO DE EMPREGADOSOs padrões de alto desempenho e a reputação da sua empresa são bens “intangíveis” que ajudam a atrair e motivar empregados. O processo de relato demonstra que sua empresa não está apenas “falando” sobre questões de sustentabilidade, mas também está preparada para discuti-las publicamente, mensurá-las e tomar providências para abordá-las. Isso aumentará a confiança entre sua empresa, enquanto empregadora, e seus empregados, consequentemente melhorando sua reputação. No final, sua força de trabalho contribuirá mais e permanecerá mais tempo na sua empresa se estiver motivada, capacitada e alinhada com os objetivos estratégicos.

“O relato de sustentabilidade incute o compromisso de monitorar essas questões com maior precisão e, também, de aumentar o engajamento de stakeholders no sentido de diminuir os impactos negativos e aumentar os positivos”.  - Jorge Quintas Serrano, Proprietário/Diretor da Quintas & Quintas, Portugal (setor elétrico)

“A elaboração do relatório de sustentabilidade com base no Marco da GRI significa fazer perguntas sobre os impactos econômicos, sociais e ambientais das suas atividades e buscar as respostas junto com seu pessoal. Esse processo resulta em uma maior conscientização e motivação do pessoal e no aumento das taxas de produtividade”. - Seyhan Yilmaz, Gerente de Marketing da Topkapi İplik San. Ve Tic., Turquia (setor têxtil)

“Observamos e descobrimos que há muitas maneiras de economizar e nos tornar mais eficientes. Isso só foi possível após a coleta de dados sobre energia, consumo de materiais e monitoramento da produtividade da nossa força de trabalho”. - Imran Shabbir, Diretor Administrativo da Ali Trading Co. Ltd, Paquistão (fabricação de artigos esportivos)

“A conclusão do relatório de sustentabilidade significou refletir, analisar e aprender a atribuir valores quantificáveis à sustentabilidade em todas as partes do nosso negócio. Isso nos ajudou a desenvolver objetivos comerciais de curto, médio e longo prazos”. - Roser Bombardó, Gerente da Socarrel SSL, Espanha (serviços de consultoria florestal e ambiental)

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2. Valor do reconhecimento (benefícios externos)

2.1 FORTALECIMENTO DA REPUTAÇÃO E CONQUISTA DE CONFIANÇA E RESPEITOOs principais stakeholders da sua empresa são influenciados pela reputação, respeito e confiança que você conquistou. Dessa forma, sempre há preocupações sobre até que ponto a reputação da sua empresa pode ser prejudicada pela divulgação pública de possíveis riscos ou notícias negativas. Embora o instinto natural seja evitar essas admissões, um relato equilibrado pode criar confiança e respeito. Isso significa relatar tanto sobre o que vai bem como sobre áreas que podem ser aprimoradas.

2.2 ATRAÇÃO DE FINANCIAMENTOAtualmente, os provedores de capital financeiro questionam duramente as empresas. Instituições de crédito e investidores levam cada vez mais em conta o desempenho de uma empresa em diferentes aspectos da sustentabilidade ao avaliá-la, tais como boa governança, valores éticos, prioridades sociais e ações ambientais. Organizações sem fins lucrativos enfrentam uma situação semelhante quando dependem de doadores e/ou patrocinadores para financiar atividades relacionadas aos seus projetos. A execução do processo de relato da GRI pode ajudar sua empresa a melhorar a gestão geral de questões de sustentabilidade e a estar preparada para falar abertamente sobre seu desempenho. Isso demonstra a alta qualidade da gestão de desempenho e pode garantir o acesso a recursos financeiros.

2.3 TRANSPARÊNCIA E DIÁLOGO COM STAKEHOLDERSO processo de relato de sustentabilidade constitui uma ferramenta importante para promover a transparência e divulgar o desempenho em sustentabilidade aos stakeholders da sua empresa. Como PME, seus stakeholders são provavelmente clientes, fornecedores, grupos de pressão da comunidade local, provedores de capital financeiro, empregados e proprietários. Por meio das relações que o processo de relato pode criar entre sua empresa e seus stakeholders, você pode receber feedback sobre suas atividades comerciais, o que lhe permitirá analisar os processos e identificar oportunidades de negócios.

2.4 VANTAGEM COMPETITIVA E LIDERANÇAA prática de elaborar relatórios de sustentabilidade ainda não é comum em todas as regiões e setores, especialmente no caso das PME. Por essa razão, sua empresa pode ser identificada como uma “líder em sustentabilidade”. Isso é especialmente importante porque um número crescente de empresas de grande porte seleciona seus fornecedores, tanto atuais como potenciais, com base no seu desempenho econômico, social e ambiental e no impacto que isso pode ter para a sua própria cadeia de fornecedores. Ao ser capaz de demonstrar a clientes atuais e potenciais o compromisso da sua empresa de conduzir seus negócios de forma sustentável, você aumenta suas chances de ser selecionado como fornecedor favorito de grandes empresas.

“A publicação do relatório nos transformou, nos diferenciou de outras empresas, fez com que fôssemos notados por exportadores e, agora, somos vistos como pioneiros. Bancos e instituições financeiras também reconhecem nossos esforços”. - Julio Hernández Flores,Chefe da Unidade de Saúde, Segurança e Bem-Estar do Trabalhador da Soc. Inmobiliaria Campos del Carmen Bajo Ltda, Chile (setor agrícola)

“O relato de sustentabilidade nos permitiu demonstrar as sinergias que existem entre os atores com quem trabalhamos diariamente. Dessa forma, essa prática tem fortalecido nosso papel na economia local da nossa região e, portanto, melhorou a reputação da nossa empresa”. - Rosó Macau Oliva, Diretor Administrativo da Productes Alimentaris, Espanha (produção de alimentos gourmet)

“O processo de relato de sustentabilidade é uma iniciativa benéfica, especialmente no sentido de que qualquer stakeholder pode observar e entender o que a empresa está fazendo em relação à sustentabilidade e a outras questões. O engajamento de stakeholders foi um processo novo e gratificante e permitiu o desenvolvimento de uma compreensão mútua do significado de sustentabilidade para a Sree Santhosh” - Vinoth Kumar, Diretor Administrativo da Sree Santhosh, Índia (fabricação de artigos de vestuário)

“O relatório de sustentabilidade nos permite ser transparentes com nossos clientes em relação à gestão e à atual situação da nossa empresa. Isso nos ajuda tanto a consolidar nossa base de clientes atual como a conseguir novos”. - Oriol Antúnez Llonch, Gerente Geral da Fomartgeries Montbru SA, Espanha (fabricação de queijos)

Para concluir, a experiência da GRI é que PME que atuam em contextos muito diferentes podem elaborar um relatório de sustentabilidade não apenas para “fazer o bem”, mas também para se tornarem empresas melhores durante o processo.

Sendo assim, vamos analisar agora como uma PME pode começar a dar seus primeiros passos para preparar um relatório com base nas Diretrizes G4 da GRI...

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Seção B

Processo de relato da GRI para PME

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O processo de relato de sustentabilidade da GRI ajudará sua empresa a implementar as etapas necessárias para a criação de um relatório de sustentabilidade com base nas Diretrizes da GRI. Ele também inclui propostas de ações que sua empresa pode executar para abordar seus impactos de sustentabilidade e os planos necessários para apoiar essas ações. A GRI divide o processo de relato em cinco fases:

Vamos analisar agora as cinco fases e as atividades e decisões que devem ser tomadas em cada fase. Ao fazer isso, partiremos do princípio de que sua empresa usará as Diretrizes G4 para elaborar seu relatório de sustentabilidade.

Introdução1. Prepare-se 2. Conecte-se 3. Defina 4. Monitore 5. Relate

Introdução: modelo do processo de relato

Processo de relato da GRI para PME

Rela

te

Prepare-se Conecte-se M

onitore Defina

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se familiarizar com a estrutura das Diretrizes G4 antes de usar a ferramenta on-line.

As Diretrizes G4 estão disponíveis em vários idiomas. No site da GRI você encontra um panorama geral dos idiomas disponíveis.

Organize e realize o primeiro conjunto de reuniões com os atores diretamente envolvidos no processo de relato. Os objetivos desses encontros são os seguintes:❱❱ Assegurar que a alta direção se comprometa com a

implementação do processo.❱❱ Identificar uma lista inicial de tópicos de

sustentabilidade que sejam potencialmente relevantes e que os altos decisores da sua empresa desejam abordar e relatar. Considere os objetivos comerciais da sua empresa e o contexto de sustentabilidade em que ela atua e liste os impactos econômicos, ambientais e sociais mais importantes, como ponto de partida. Você pode usar essa lista posteriormente para subsidiar suas decisões sobre quais stakeholders engajar e como (fase “Conecte-se”) e, em seguida, ajudar a identificar todos os possíveis temas relevantes (fase “Defina”).

❱❱ Chegar a um acordo sobre o plano de ação para o processo de relato: ou seja, quais atividades e decisões devem ser tomadas (por quem) em cada fase do processo de elaboração do relatório. O plano deve também incluir estimativas orçamentárias e recursos humanos, conforme a necessidade. A GRI recomenda que sua empresa reserve de 10 a 12 meses para planejar a execução de todo o processo de relato.

Decida se sua empresa concluirá um primeiro relatório que atenda aos requisitos previstos pelas Diretrizes G4 da GRI ou apenas usará as Diretrizes como referência.4

Para satisfazer os requisitos previstos nas Diretrizes G4, o relatório da sua empresa deverá atender aos critérios “de acordo”, a saber, Essencial ou Abrangente. Escolha a opção “de acordo” mais adequada à sua empresa.5 Para PME que elaborarão o relatório pela primeira vez, a GRI recomenda a opção “de acordo” Essencial.

O principal objetivo nessa fase é se preparar para iniciar o processo de elaboração do relatório.

Lista de verificaçãoVeja, abaixo, uma lista das principais atividades e decisões para sua empresa nessa etapa:

Selecione a equipe responsável por coordenar o processo de desenvolvimento do relatório. Embora essa equipe possa ser formada por apenas uma pessoa (no caso de micro empresas, por exemplo), recomenda-se contar com uma equipe de funcionários, de preferência representando cada um dos departamentos da sua empresa.

Os membros da equipe responsável pela elaboração do relatório de sustentabilidade devem se familiarizar com as Diretrizes G4.2 Isso não significa que eles precisam saber de todos os detalhes das Diretrizes. Eles devem, no entanto, saber como as Diretrizes G4 estão estruturadas e onde encontrar informações pertinentes conforme a necessidade. A GRI recomenda que você comece lendo o documento Diretrizes G4: a próxima geração do relato de sustentabilidade3 antes de entrar nos detalhes das Diretrizes G4. Esse documento oferece um panorama simples sobre as principais características e elementos das Diretrizes G4.

Importante saber!As Diretrizes G4 são apresentadas em dois documentos distintos: Princípios para Relato e Conteúdos Padrão. Os Princípios para Relato da GRI são os critérios que devem ser usados para orientar a tomada das suas decisões ao longo do processo de relato. Eles consistem em quatro Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório e seis Princípios para Assegurar a Qualidade do Relatório. Já os Conteúdos Padrão são as “perguntas” feitas pela GRI que devem ser respondidas no seu relatório. Eles consistem em Conteúdos Padrão Gerais e Específicos.

Manual de Implementação: essa é a seção que oferece conselhos práticos e recomendações detalhadas sobre como elaborar um relatório de sustentabilidade com base nas Diretrizes G4.

As Diretrizes G4 também estão disponíveis como ferramenta on-line que pode ser acessada no site da GRI. É importante

1. Prepare-se: planeje seu processo de relato

2) As Diretrizes G4 podem ser baixadas gratuitamente no site da GRI: https://www.globalreporting.org/reporting/g4/Pages/G4translations.aspx. 3) Esse documento está disponível para download gratuito no site da GRI: www.globalreporting.org/resourcelibrary/GRI-An-introduction-to-G4.pdf.4) Veja os Princípios para Relato e Conteúdos Padrão das Diretrizes G4, págs. 13-14.5) Veja os Princípios para Relato e Conteúdos Padrão das Diretrizes G4, págs. 11-13.

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11 | PREPARADO PARA RELATAR? INTRODUÇÃO AO RELATO DE SUSTENTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Decida se sua empresa compilará um relatório de sustentabilidade individual ou se as informações relacionadas à sustentabilidade serão incluídas em outros relatórios (por exemplo, relatório anual).

Decida se o relatório da sua empresa também abordará outras normas, estruturas e regulamentos (nacionais e/ou internacionais), como requisitos de divulgação de informações regulatórias relativas ao trabalho ou meio ambiente que sua empresa deve atender.

Importante saber!As Diretrizes G4 incluem referências a outras estruturas amplamente reconhecidas e foram concebidas como um quadro consolidado para que as organizações relatem seu desempenho em relação a diferentes códigos e normas de sustentabilidade. Essas estruturas globais incluem as Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais, os Princípios do Pacto Global das Nações Unidas e os Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos das Nações Unidas. As Diretrizes G4 também incluem referências a importantes convenções internacionais que, em muitos casos, são usadas como subsídio para a elaboração da legislação nacional, como as Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) relativas a regulamentações trabalhistas.

“Relatar nossas conquistas e desafios no campo da sustentabilidade representa uma oportunidade de compartilhar e comparar nosso desempenho ambiental e social com práticas internacionais e identificar as áreas que ainda não foram incluídas na nossa estratégia de sustentabilidade”. - Carlos Marin Morales, Diretor Geral da Alltournative SA de CV, México (setor de turismo)

Organize reuniões com o pessoal da sua empresa para explicar o que será feito, por que isso é importante para sua empresa e o que se espera dos diferentes departamentos em diferentes fases do processo de relato. Esse deve ser o início de uma comunicação permanente com seu quadro de pessoal para garantir que haja entendimento e compromisso de toda a empresa ao longo de todo o processo de elaboração do relatório.

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12 | PREPARADO PARA RELATAR? INTRODUÇÃO AO RELATO DE SUSTENTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

e impactos de sustentabilidade para sua empresa. A lista inicial de tópicos potencialmente relevantes identificados pela sua empresa na fase “Prepare-se” pode ser útil para subsidiar suas decisões sobre os principais stakeholders.

Analise como sua empresa se comunicará com seus principais stakeholders. Ao se preparar para o engajamento de stakeholders, há dois fatores importantes a serem levados em conta: o objetivo da consulta (o que perguntar) e seu formato (como perguntar). A lista inicial de tópicos potencialmente relevantes identificados pela sua empresa na fase “Prepare-se” pode ser usada para subsidiar suas decisões sobre o que perguntar aos principais stakeholders. As consultas podem ser realizadas em grupos ou individualmente. Pode ser um encontro presencial ou a distância. A maneira de engajar stakeholders depende do objetivo da consulta, do tipo de stakeholder(s), da natureza da sua empresa e, também, dos recursos disponíveis.

O resultado do engajamento com os stakeholders da sua empresa é uma lista dos tópicos de sustentabilidade que esses atores consideram importantes. Em seguida, a equipe responsável pela elaboração do relatório de sustentabilidade deverá analisar a lista para apresentar aos altos decisores recomendações de tópicos a serem relatados.

O principal objetivo nessa fase é identificar quem são os principais stakeholders da sua empresa e como engajá-los. Esse processo é chamado de “engajamento de stakeholders”.

Isso é importante porque, ao decidir sobre as informações a serem incluídas no seu relatório, será necessário levar em conta as questões relativas às atividades da sua empresa que esses grupos e indivíduos consideram as mais importantes.

Importante saber!Nas Diretrizes da GRI, stakeholders são definidos como “entidades ou indivíduos que tendem a ser significativamente afetados pelas atividades, produtos e serviços da organização e cujas ações tendem a afetar a capacidade da organização de implementar suas estratégias e atingir seus objetivos com sucesso” (Manual de Implementação das Diretrizes G4, pág. 9).

Lista de verificaçãoVeja, abaixo, uma lista das principais atividades e decisões para sua empresa nessa etapa:

Para começar, é recomendável que você compreenda plenamente o Princípio de Inclusão de Stakeholders.6 Leia o Manual de Implementação (págs. 9-10) para entender a definição da GRI sobre stakeholders e, também, as orientações oferecidas pela GRI sobre como aplicar esse princípio.

Identifique os principais stakeholders que sua empresa consultará para obter feedback sobre os principais tópicos

2. Conecte-se: obtenha feedback dos principais stakeholders

6) O Princípio de Inclusão de Stakeholders é um dos Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório.

“Como uma empresa que oferece serviços de sustentabilidade, é importante viver nossos valores na prática e dar o exemplo de como administrar um negócio sustentável. O relato permite à empresa compreender as consequências e implicações do esforço necessário para melhorar nosso desempenho em sustentabilidade”. - Nick Rockey, Diretor Administrativo da Trialogue, África do Sul (assessoria de RSC)

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As Diretrizes G4 estabelecem um processo de quatro etapas (identificação, priorização, validação e análise) para ajudá-lo a decidir sobre os Aspectos materiais e Limites da sua empresa. Cada uma das quatro etapas aborda elementos específicos das formas de se definir “o que importa e onde importa” e utiliza princípios específicos da GRI para a definição do conteúdo do relatório.

Importante saber!O modelo do processo de quatro etapas estabelecido pela GRI aparece nos Princípios para Relato e Conteúdos Padrão das Diretrizes G4, págs. 90-91. Ele é explicado mais detalhadamente no Manual de Implementação das Diretrizes G4, págs. 31-39. Esse processo é para fins de orientação e, embora recomendado pela GRI, a organização não é obrigada a segui-lo para elaborar um relatório “de acordo” com as Diretrizes G4. No entanto, as empresas devem aplicar os Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório e explicar de que forma aplicaram esses princípios para definir o conteúdo do seu relatório.

Lista de verificaçãoVeja, abaixo, uma lista das principais atividades e decisões para sua empresa nessa fase:

Identificação:❱❱ Identifique uma ampla gama de tópicos de

sustentabilidade que possam ser relevantes. Para fazer isso, use os Princípios para Relato de Inclusão de Stakeholders e Contexto da Sustentabilidade.7

❱❱ Para cada tópico identificado como relevante, a equipe responsável pela elaboração do relatório de sustentabilidade da sua empresa deverá avaliar os impactos relacionados e onde esses impactos ocorrem.

❱❱ Os impactos podem ocorrer dentro da sua empresa, mas também em organizações externas com as quais você se relaciona (p.ex.: fornecedores, distribuidores). É possível, também, que os impactos referentes a um mesmo tópico ocorram tanto dentro como fora da sua empresa (p.ex.: emissões).8

Priorização: Limite a lista de tópicos relevantes da etapa anterior aos tópicos mais importantes para a sua empresa (“Aspectos materiais”) e onde ocorrem os principais impactos relacionados (“Limites”). Os Princípios de Inclusão de Stakeholders e Materialidade devem ser aplicados nessa etapa.9 Entre as tarefas a serem executadas pela equipe

O principal objetivo nessa fase é definir os Aspectos materiais (o que importa) e Limites (onde importa) do relatório da sua empresa. Isso significa definir as questões realmente importantes para a consecução das metas de sustentabilidade da sua empresa, responder às necessidades de informação dos seus stakeholders e administrar seus impactos sobre a economia, o meio ambiente e a sociedade. Essas questões estão diretamente relacionadas ao núcleo da estratégia de negócio da sua empresa. Dessa forma, as Diretrizes G4 colocam o conceito de “materialidade” no centro do relato de sustentabilidade.

Os termos abaixo, citados no parágrafo acima, são muito importantes para a compreensão do processo da GRI sobre a decisão do conteúdo do seu relatório. Por isso, vamos analisar a definição de cada um deles nas Diretrizes G4.

“Aspecto” é o nome que a GRI dá a tópicos de sustentabilidade cobertos pelas Diretrizes (veja a Tabela 5 dos Princípios para Relato e Conteúdos Padrão das Diretrizes G4, pág. 44).

“Aspectos materiais” são aqueles que “refletem os impactos econômicos, ambientais e sociais significativos da organização ou influenciam substancialmente as avaliações e decisões de stakeholders” (Princípios para Relato e Conteúdos Padrão das Diretrizes G4, pág. 93).

O termo “Limites” (“Limite do aspecto”) refere-se à descrição de onde os impactos ocorrem para cada Aspecto material. Para isso, é necessário considerar os impactos que ocorrem tanto dentro como fora da sua empresa. Os Limites podem variar para os diferentes Aspectos que sua empresa incluirá no relatório (Princípios para Relato e Conteúdos Padrão das Diretrizes G4, pág. 93).

A “Materialidade” é explicada nas Diretrizes G4 da seguinte maneira: “As organizações têm uma ampla gama de tópicos que podem incluir no seu relatório. Os materiais são aqueles que podem ser razoavelmente considerados importantes por refletirem os impactos econômicos, ambientais e sociais da organização ou influenciarem as decisões de stakeholders, devendo, portanto, ser incluídos no relatório. A materialidade é o limiar a partir do qual os Aspectos tornam-se suficientemente expressivos para serem relatados. Além desse limiar, nem todos os Aspectos materiais têm a mesma importância e a ênfase do relatório deve refletir sua prioridade relativa”. (Manual de Implementação das Diretrizes G4, pág. 11).

3. Defina: decida sobre o conteúdo do seu relatório

7) Esses são dois dos Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório. Consulte o Manual de Implementação das Diretrizes G4, págs. 9-118) Para obter uma explicação sobre essa etapa, consulte o Manual de Implementação, págs. 34-36.9) Esses são dois dos Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório. Veja o Manual de Implementação das Diretrizes G4, págs. 9-10 e 11-12.

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14 | PREPARADO PARA RELATAR? INTRODUÇÃO AO RELATO DE SUSTENTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Isso inclui as Informações sobre a Forma de Gestão (DMA) e os Indicadores que sua empresa relataria para cada Aspecto material. Logo abaixo você encontrará uma explicação sobre as DMA e os Indicadores. Para a opção “de acordo” Essencial, é necessário relatar sobre, no mínimo, um indicador por Aspecto material, além das informações sobre a forma de gestão.

Importante saber!As Informações sobre a forma de gestão (DMA) permitem que sua empresa explique como está administrando seus impactos econômicos, ambientais ou sociais materiais (Aspectos). O foco das DMA reside em três elementos: descrição da razão pela qual um Aspecto é material, como seus impactos estão sendo administrados e como a abordagem para administrar esse Aspecto está sendo avaliada. Consulte o Manual de Implementação das Diretrizes G4 para obter orientações sobre como relatar sobre DMA (págs. 65-67).

Os Indicadores permitem que sua empresa forneça informações comparáveis sobre seu desempenho e impactos econômicos, ambientais e sociais. As Diretrizes G4 contêm Indicadores para uma ampla gama de questões de

responsável pelo relatório de sustentabilidade durante a etapa de Priorização, podemos citar as seguintes: ❱❱ Para cada Aspecto, avalie sua importância com base

em (a) avaliações e decisões de stakeholders e (b) nos impactos econômicos, ambientais e sociais da sua empresa.10 O Aspecto será “material” se for considerado significativo em ambos os pontos de vista, mas também pode ser considerado “material” se for suficientemente importante em um dos pontos de vista.

❱❱ Defina as razões (“critérios”) pelas quais o Aspecto é “material”.11

❱❱ Decida a quantidade de informações que devem ser divulgadas para cada Aspecto material (“cobertura”). Como regra geral, os Aspectos com maior prioridade de inclusão no relatório devem receber maior nível de cobertura.12

❱❱ Elabore recomendações para os altos decisores da sua empresa que incluam o seguinte:• Lista de Aspectos materiais recomendados e os

Limites de cada um desses Aspectos.• Critérios usados para elaborar a lista acima.• Propostas sobre a quantidade de informações que

devem ser divulgadas para cada Aspecto material.

10) Veja o Manual de Implementação das Diretrizes G4, págs. 36-37.11) Veja a Figura 6 do Manual de Implementação das Diretrizes G4 (pág. 37) para visualizar uma ilustração de uma matriz de priorização de Aspectos.12) Veja uma explicação sobre isso no Manual de Implementação das Diretrizes G4, pág. 38.

Dicas para a etapa de identificação

❱ Sua empresa pode iniciar o engajamento de stakeholders fornecendo-lhes uma lista dos Aspectos das Diretrizes G4 da GRI para considerarem. A Tabela 1 da pág. 9 dos Princípios para Relato e Conteúdos Padrão das Diretrizes G4 apresenta uma visão geral desses Aspectos. Além disso, sua empresa deve verificar se a GRI desenvolveu Diretrizes Setoriais para seu setor de atuação. Em caso afirmativo, é necessário analisar os Conteúdos Setoriais da GRI para identificar outros possíveis tópicos relevantes. Inclua quaisquer outros tópicos específicos à sua empresa. Esse é um bom momento para sua empresa voltar a analisar a lista inicial de tópicos de sustentabilidade potencialmente relevantes (identificados na fase “Prepare-se”). Dessa forma, sua empresa pode ter certeza de que está considerando todos os tópicos relevantes possíveis.

❱ Sua empresa deve planejar o engajamento com stakeholders para abordar uma ampla gama de tópicos possíveis. Isso significa se envolver com uma ampla gama de grupos de stakeholders e solicitar seus comentários sobre diversos tópicos potenciais. Adote métodos de diálogo que permitam isso (p.ex.: pesquisas ou questionários).

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sustentabilidade, que podem incluir, por exemplo, uso de água, saúde e segurança, direitos humanos ou impactos causados pela organização sobre comunidades locais. Consulte o Manual de Implementação das Diretrizes G4 para obter orientações sobre como relatar sobre cada um dos Indicadores G4 (págs. 68-239).

Validação: Chegou a hora de os altos decisores da sua empresa tomarem uma decisão final com base nas recomendações emitidas pela equipe responsável por elaborar o relatório de sustentabilidade. As discussões devem levar em conta o Princípio de Completude e aplicar seus testes relacionados.13 Leia o Manual de Implementação das Diretrizes G4 (págs. 38-39) para obter uma explicação dessa etapa.

Agora que chegou ao final da fase “Defina”, você deve ser capaz de abordar todos os Conteúdos Padrão das Diretrizes G4 relacionados aos Aspectos materiais e Limites identificados e ao Engajamento de Stakeholders.14

13) Esse é um dos Princípios para Definição do Conteúdo do Relatório. Consulte o Manual de Implementação das Diretrizes G4, págs. 12-13.14) Os Conteúdos Padrão para Aspectos materiais e Limites identificados vão do ponto G4-17 ao G4-23, enquanto os relativos ao Engajamento de Stakeholders vão do ponto

G4-24 ao G4-27.

“Para nós, o maior benefício foi integrar um processo de avaliação contínua que melhora nossa gestão no dia a dia”. - Tònia Florit, Diretor Administrativo da Caritas Diocesana de Minorca, Espanha (setor de organizações sem fins lucrativos)

Dicas para a etapa de priorização

❱ Na etapa de Priorização, talvez seja necessário obter esclarecimentos sobre alguns dos comentários recebidos na etapa de Identificação. Isso significa que a equipe responsável pelo relatório de sustentabilidade talvez precise consultar novamente alguns stakeholders para obter informações mais detalhadas. Isso envolveria o uso de métodos de diálogo que permitem um alto nível de interação, como reuniões pessoais ou de grupo (focais).

❱ Os testes previstos no Princípio da Materialidade formam uma excelente base para estruturar as discussões e decisões necessárias na etapa de Priorização.

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procedimentos de coleta de dados adequados à sua empresa.15 Existem diversas ferramentas e abordagens usadas pelas empresas para coletar dados, envolvendo desde simples documentos do Word e planilhas do Excel a ferramentas de software sofisticadas.16 É importante levar em conta não apenas os custos diretos de novas ferramentas, mas também o tempo e dinheiro envolvidos na capacitação de pessoal para que elas sejam usadas de forma eficaz.

É bem possível que sua empresa identifique Aspectos materiais ou outros tópicos para os quais ainda não possui um sistema de monitoramento ou até mesmo uma política. Se esse for o caso, é necessário decidir quais informações não podem ser divulgadas e explicar isso no relatório. As Diretrizes G4 permitem “razões para omissões” em casos excepcionais. Essas razões são explicadas nos Princípios para Relato e Conteúdos Gerais das Diretrizes G4 (pág. 13).

Decida se sua empresa estabelecerá e relatará sobre metas SMART17 e, em caso afirmativo, quais serão essas metas. Elas podem se referir ao desempenho da sua empresa em seus Aspectos materiais ou a melhorias em (ou introdução de novos) processos e sistemas. É importante estabelecer essas metas para desenvolver uma ideia sobre quais serão os próximos passos no processo de relato.

Estabeleça procedimentos para assegurar que sua empresa verifique sistematicamente o progresso alcançado tanto em relação ao desempenho em sustentabilidade dos seus Aspectos materiais quanto à eficácia dos seus sistemas de monitoramento.

O principal objetivo nessa fase é coletar e analisar as informações que sua empresa necessita para desenvolver o conteúdo do relatório de sustentabilidade e administrar seu desempenho em sustentabilidade. Seu relatório de sustentabilidade não é apenas um meio de comunicação, mas também uma ferramenta para promover mudanças. Lembre-se de que, uma vez que consiga mensurar um tema de preocupação, você poderá administrá-lo; e uma vez que consiga administrá-lo, poderá mudá-lo.

Importante saber!É importante destacar que um relatório que identifica riscos e descreve tanto os desafios que a empresa enfrenta como as medidas que devem ser tomadas para enfrentá-los está inteiramente em consonância com os objetivos das Diretrizes G4. Isso promoverá as mudanças mais relevantes para sua empresa e seus stakeholders.

Lista de verificaçãoVeja, abaixo, uma lista das principais atividades e decisões para sua empresa nessa fase:

Verifique se você já possui sistemas internos para coletar as informações necessárias ou se pode estabelecê-los a tempo para monitorar e elaborar o relatório adequadamente. Caso tenha identificado que há impactos significativos para Aspectos materiais em entidades externas à sua empresa, você também deverá considerar como obterá essas informações.

Aplique os Princípios para Assegurar a Qualidade do Relatório ao tomar decisões sobre os sistemas e

4. Monitore: elabore seu relatório

15) Os Princípios de Comparabilidade, Confiabilidade e Exatidão são especialmente relevantes ao se avaliar sistemas e procedimentos de coleta de dados (consulte o Manual de Implementação das Diretrizes G4, págs. 13-16).

16) Consulte o site da GRI para obter uma lista das atuais Ferramentas de Software Certificadas pela GRI: www.globalreporting.org/reporting/reporting-support/certified-software-and-tools/Pages/default.aspx.

17) Sigla em inglês usada para se referir a metas específicas, mensuráveis, viáveis, relevantes e com prazo definido.

“Os dados básicos usados no relatório de sustentabilidade são muito valiosos. Nossa fábrica está longe de alcançar a meta de tornar-se verdadeiramente sustentável, mas, por meio da coleta de dados e análises sistemáticas, podemos disponibilizar essas informações ao pessoal envolvido, sobretudo a média gerência, e isso permite que obtenham uma compreensão abrangente do processo operacional da nossa empresa”.  - Hugo Liu, Assistente do Diretor Administrativo da Shunde Hengfa, China (vestuário e calçados)

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Sua empresa já decidiu se o relatório será submetido à verificação externa?18 Em caso positivo, é fundamental que haja uma indicação clara dos Conteúdos Padrão que foram submetidos a essa verificação (e quais não foram) na coluna de verificação externa do sumário de conteúdo.19 Além disso, verifique se você possui todas as informações necessárias para abordar o Conteúdo Padrão sobre Verificação (G4-33).

Decida como o relatório será apresentado. Isso inclui a forma de apresentar o relatório completo e também informações específicas contidas no relatório exigidas por determinados grupos de stakeholders. Isso implica ter uma ideia clara de quem são os leitores do seu relatório, em quais informações cada um deles estará mais interessado e se o relatório (ou partes dele) deverá ser traduzido para grupos específicos de stakeholders.

Quando tiver elaborado uma versão final do seu relatório, você pode solicitar à GRI que realize uma verificação do documento. Atualmente, a GRI oferece um serviço de verificação para relatórios elaborados com base nas Diretrizes G4 chamado Materiality Matters. A verificação

O principal objetivo nessa fase é concluir o relatório de sustentabilidade para que seja, em seguida, divulgado publicamente.

Lista de verificaçãoVeja, abaixo, uma lista das principais atividades e decisões para sua empresa nessa fase:

Compile as informações requisitadas para cada um dos pontos de dados necessários para abordar os Conteúdos Padrão das Diretrizes G4.

Assegure-se de que seu relatório apresente uma descrição completa, mas também tenha um texto conciso. É fundamental que haja prazos claros e acordados para receber feedback e para a aprovação final do relatório.

Complete um sumário de conteúdo usando a ferramenta de criação do Sumário de Conteúdo da GRI disponibilizada no site da GRI. Cada uma das opções “de acordo” tem seu próprio Sumário de Conteúdo. Isso é explicado nos Princípios para Relato e Conteúdos Padrão das Diretrizes G4 (Essencial - págs. 31-32, Abrangente − págs. 33-35).

5. Relate: verifique e comunique

18) Consulte o Manual de Implementação das Diretrizes G4, pág. 51, para obter uma explicação de como a GRI usa o termo “verificação externa”. 19) Obs.: caso sua empresa não tenha submetido o relatório a uma verificação externa, ainda assim você deverá completar a coluna de verificação externa. Nesse caso, você

deverá preencher “Não” para cada Conteúdo Padrão.

Dicas sobre como compilar e redigir seu relatório:

❱ As orientações disponibilizadas no Manual de Implementação das Diretrizes G4 o ajudarão a verificar se você incluiu as informações necessárias para satisfazer os requisitos de cada Conteúdo Padrão. Esses requisitos aparecem para Conteúdos Padrão Gerais (págs. 22-62) e Específicos (págs. 63-239).

❱ Certifique-se de que esteja aplicando os Princípios das Diretrizes G4 para Assegurar a Qualidade do Relatório por meio da realização dos testes previstos em cada um dos Princípios. A aplicação dos Princípios de Clareza, Tempestividade e Equilíbrio é especialmente relevante durante o processo de redação do seu relatório (consulte o Manual de Implementação das Diretrizes G4, págs. 13-16).

❱ Se desejar saber como outras organizações relataram sobre determinados Conteúdos Padrão para os quais você precisa de ajuda, o Banco de Dados de

Conteúdos de Sustentabilidade da GRI disponibiliza diversos relatórios para consulta.

❱ Caso tenha alguma pergunta técnica sobre como elaborar seu relatório com base nas Diretrizes G4, é possível que você encontre a resposta na seção de Perguntas frequentes (FAQ) sobre as Diretrizes G4 disponível no site da GRI. Você também pode enviar um e-mail para [email protected].

❱ É muito importante que a equipe responsável pelo relato de sustentabilidade invista tempo para discutir o leiaute e a apresentação do conteúdo do relatório, quais ilustrações serão incluídas, quais são os principais temas e o estilo da redação. Provavelmente surgirão ideias diferentes sobre essas questões e, portanto, é importante que se chegue a um consenso logo no início do processo de redação do relatório.

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se concentra nos Conteúdos Padrão Gerais G4-17 a G4-27 e verifica se eles estão localizados de maneira clara no relatório final.20

Finalmente sua empresa está pronta para publicar o relatório. Isso pode ser feito no site da sua empresa, por meio de uma publicação impressa e/ou de um comunicado enviado a todos os stakeholders envolvidos no processo.

A GRI incentiva sua empresa a registrar seu relatório gratuitamente junto à GRI para que seja incluído no Banco de Dados de Conteúdos de Sustentabilidade da GRI. Isso ajudará a mapear os relatórios elaborados com base

nas Diretrizes da GRI em todo o mundo e também dará visibilidade ao seu relatório. Isso pode ser feito por meio do site da GRI.

Organize um evento formal de lançamento e celebração para reconhecer o trabalho árduo de todos os envolvidos no processo de relato.

Obtenha feedback externo e interno sobre lições aprendidas durante o processo. Esse é o primeiro passo para se preparar para o próximo período de relato. Esse é o momento certo para retornar à Etapa 4: análise após concluir as etapas para a definição de Aspectos materiais e Limites.21

20) Para obter mais informações sobre essa verificação, acesse o site da GRI: www.globalreporting.org/reporting/report-services/Pages/Materiality-Matters.aspx, ou envie um e-mail para [email protected].

21) Consulte o Manual de Implementação das Diretrizes G4, pág. 39.

“O valor do processo de relato não residiu apenas na publicação do relatório em si, mas também nas muitas lições que aprendemos enquanto reuníamos as informações. Aprendemos, acima de tudo, que realmente tínhamos informações, estatísticas e ideias que poderiam embasar nossas premissas sobre até que ponto éramos uma boa empresa e sobre como podemos melhorar potencialmente no futuro. Embora demorado, o processo nos ensinou muito e foi extremamente gratificante”. - William Hughes, Diretor Administrativo da Impahla Clothing, África do Sul (vestuário e calçados)

Dicas: lista de verificação final para seu relatório elaborado com base nas Diretrizes G4

Verifique se você incluiu os seguintes elementos no seu relatório desenvolvido com base nas Diretrizes G4:

Informações sobre a escolha da opção “de acordo” adequada à sua empresa e o cumprimento dos requisitos.

Explicação de como você definiu os Aspectos materiais de sua empresa com base em impactos e nas expectativas de stakeholders.

Indicação do onde ocorrem os impactos (Limites).

Descrição da abordagem adotada pela sua empresa para gerir cada um dos seus Aspectos materiais (DMA).

Indicadores para cada Aspecto material conforme a opção “de acordo” escolhida.

Sumário de Conteúdo da GRI para ajudar seus stakeholders a localizar conteúdos relevantes.

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A GRI oferece uma ampla gama de recursos gratuitos no seu site para ajudá-lo a dar os primeiros passos no mundo do relato de sustentabilidade.

❱❱ Diretrizes G4❱❱ Traduções das Diretrizes G4 em diferentes idiomas❱❱ Conteúdos Setoriais das Diretrizes G4❱❱ Diretrizes G4 on-line❱❱ Perguntas frequentes sobre as Diretrizes G4❱❱ Documentos vinculados: Diretrizes G4 e outras estruturas

globais importantes❱❱ Ferramenta de criação do Sumário de Conteúdo das

Diretrizes G4❱❱ Publicações de ensino e pesquisa❱❱ Cursos de capacitação certificados pela GRI❱❱ Ferramentas e software certificados pela GRI

O objetivo deste livreto foi fazer uma introdução simples à preparação de relatórios de sustentabilidade com base nas Diretrizes G4 da GRI, para que sua empresa possa dar os primeiros passos na sua jornada do relato de sustentabilidade. Isso foi feito por meio da:

❱❱ Apresentação da importância do relato de sustentabilidade para PME.

❱❱ Apresentação de cinco etapas simples para a elaboração de um relatório de sustentabilidade com base nas Diretrizes G4.

Com isso em mente, a GRI está otimista de que agora sua empresa se sente… PREPARADA PARA RELATAR!

A Global Reporting Initiative (GRI) gostaria de agradecer à Secretaria de Estado para Assuntos Econômicos (SECO), cujo apoio financeiro tornou este livreto possível.

A GRI gostaria de agradecer aos seguintes indivíduos por suas valiosas contribuições durante o processo de desenvolvimento desta publicação: Ai Nguyen, Jia Hsin Co.Seakle Godschalk, ESS

Da GRIAlyson Slater, Andrea Pradilla, Anne Beutling, Bastian Buck, Bianca Podeanu, Brian Jones, Christine Koblun, Douglas Kativu, Elena Perez, Elina Sviklina, Juliette Gaussem, Katja Kriege, Laura Espinach, Mara Grosso, Rania Dalalaki, Shivani Rajpal, Stefan Petrutiu, Tom Perryman.

Leituras e recursos adicionaisPor fim…

A tradução e o leiaute da versão em português brasileiro deste livreto foram gentilmente patrocinados pela Swedish International Development Cooperation Agency (SIDA).

Agradecimientos

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GLOBAL REPORTING INITIATIVEPO Box 10039 1001 EA AmsterdãPaíses BaixosTelefone: +31(0) 20 531 00 00Fax: +31(0) 20 531 00 31

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