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Por: Edisio Daniel Mandlate; David Mupeta Gimo; Artimiza Stélia Muianga; Jaime Reginaldo; Sandra Albertina & Marta Paulo 2015 Índice 0. Introdução................................................ 3 1. Referencial teórico.......................................4 1.1. Tipos de frases..........................................4 1.1.1.Frases declarativas....................................4 1.1.2.Frases imperativas.....................................5 1.1.2.1............................Sujeito na frase imperativa 6 1.1.3.Frases interrogativas..................................7 1.1.3.1..................................Interrogativas totais 7 1.1.3.2................................Interrogativas parciais 8 1.1.3.3.. . . .Condições sobre o movimento – Q nas interrogativas 8 1.1.3.4.. . . .Alteração da ordem de palavras nas interrogativas parciais.................................................... 10 1.1.3.5.....................................Interrogativas Tag 10 1.1.4.Frases exclamativas...................................11 1.1.4.1..................................Exclamativas parciais 12 1.1.4.2.......................................Exclamativas – Q 14 1.1.5.Frases optativas e seus Subtipos......................15 1.1.5.1.........................Frases optativas não elípticas 15 1.1.5.2. Optativas elípticas................................15 1.1.5.3. Frases com tópicos marcados........................16 2. Reflexão sobre estrutura de variação frásica do Português de Moçambique...............................................18 3. Conclusão................................................ 23 Por: Edisio Daniel Mandlate; David Mupeta Gimo; Artimiza Stélia Muianga; Jaime Reginaldo; Sandra Albertina & Marta Paulo

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Por: Edisio Daniel Mandlate; David Mupeta Gimo; Artimiza Stélia Muianga; Jaime Reginaldo; Sandra Albertina & Marta Paulo

2015

Índice0. Introdução............................................................................................................................3

1. Referencial teórico...............................................................................................................4

1.1. Tipos de frases.................................................................................................................4

1.1.1. Frases declarativas........................................................................................................4

1.1.2. Frases imperativas........................................................................................................5

1.1.2.1. Sujeito na frase imperativa.......................................................................................6

1.1.3. Frases interrogativas.....................................................................................................7

1.1.3.1. Interrogativas totais..................................................................................................7

1.1.3.2. Interrogativas parciais...............................................................................................8

1.1.3.3. Condições sobre o movimento – Q nas interrogativas.............................................8

1.1.3.4. Alteração da ordem de palavras nas interrogativas parciais...................................10

1.1.3.5. Interrogativas Tag...................................................................................................10

1.1.4. Frases exclamativas....................................................................................................11

1.1.4.1. Exclamativas parciais.............................................................................................12

1.1.4.2. Exclamativas – Q....................................................................................................14

1.1.5. Frases optativas e seus Subtipos.................................................................................15

1.1.5.1. Frases optativas não elípticas.................................................................................15

1.1.5.2. Optativas elípticas........................................................................................................15

1.1.5.3. Frases com tópicos marcados.......................................................................................16

2. Reflexão sobre estrutura de variação frásica do Português de Moçambique....................18

3. Conclusão..........................................................................................................................23

4. Bibliografia........................................................................................................................24

Por: Edisio Daniel Mandlate; David Mupeta Gimo; Artimiza Stélia Muianga; Jaime Reginaldo; Sandra Albertina & Marta Paulo

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0. Introdução

No presente trabalho pretende-se fazer uma abordagem sobre tipos de frases e suas

particularidades, a saber: frases declarativas, interrogativas, imperativas, exclamativas e

optativas. No que tange às declarativas evidenciar-se-á, construções predicativas,

inacusativas, com verbo transitivo, sujeito pleno e nulo. Quanto às interrogativas abordar-se-á

às totais, parciais e tag. Em seguida, far-se-á a distinção das imperativas directas e indirectas,

com sujeito nulo e expresso. No concernente às exclamativas, indicaremos as totais, parciais

assim como os escopos sobre adjectivos, sintagma nominal, verbo e advérbio e, por fim, das

frases optativas e seus subtipos.

O trabalho tem como objectivo geral compreender abordagem discursiva em diferentes

manifestações no PM, e de forma específica explicitar os diferentes tipos de frases, descrever

as estruturas das variações frásicas do PM.

Para a realização deste trabalho recorreu-se à consulta de várias obras duma forma individual

e posterior análise de dados e sua compilação em grupo que versam sobre o tema em causa.

3o ano de Licenciatura em Ensino de Português; Universidade Pedagogia de Moçambique – Gaza - 2015

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1. Referencial teórico

Para melhor desenvolver o tema em causa, importa-nos antes definir alguns conceitos

pertinentes que facilitarão a compreensão dos conteúdos a se desenvolver. Para tanto,

discutiremos, em primeiro lugar, o conceito de frase, para o qual Figueiredo (2004:130)

refere que seja uma unidade sequencial autónoma ou ainda ordenação de palavras e morfemas

delimitada no início por uma maiúscula e no fim por um sinal de pontuação forte ou uma

entoação descendente ou ascendente, é, por tanto, uma unidade de sentido.

Numa visão não distante da anterior Gomes et al (1991:260), sustentam que frase é uma

sequência organizada de palavras que constitui uma unidade de sentido, permitindo assim a

comunicação entre um destinador e um destinatário, e Cunha & Cintra (2005:119) salientam

que a frase constitui a unidade mínima de comunicação, entretanto, um enunciado de sentido

completo.

1.1. Tipos de frases

Os tipos de frases traduzem atitude do enunciador a respeito daquilo que enuncia e a

respeito do destinatário.

1.1.1. Frases declarativas

Segundo Mateus et al (1989:209), frases do tipo declarativo são as que apresentam certas

propriedades gramaticais, que podem exprimir qualquer tipo de acto ilocutório. Podendo ser,

declarativa positiva, passiva, negativa e com tópico e foco marcados, como ilustram os

exemplos a seguir:

a) O Luís comprou o livro.

b) O livro foi comprado pelo Luís.

c) O Luís não comprou o livro.

d) O Carlos encontrou a carteira na casa de banho.

Entretanto, distinguem-se ainda as construções declarativas predicativas, inacusativas, com

verbos transitivos, sujeito pleno e nulo.

As construções predicativas são as frases em que o verbo principal ocorre como verbo

predicativo, como é o caso dos verbos: ser, estar, ficar, permanecer, etc.

Ex:O João é médico.3o ano de Licenciatura em Ensino de Português; Universidade Pedagogia de Moçambique – Gaza - 2015

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As construções inacusativas correspondem às frases em que o predicador verbal é um verbo

inacusativo ou ergativo, isto é, verbos que não atribuem caso acusativo ao seu argumento

interno, são eles os verbos como: chegar, brilhar, nascer, sorrir, etc.

a) Os miúdos chegaram

b) Chegaram os miúdos

As construções com verbos transitivos são as frases cujo predicado pede, ou um objecto

directo ou um objecto indirecto.

a) Eles viram o filme.

b) O professor fala ao aluno.

No que tange às construções do sujeito pleno, olha-se para as frases cujo sujeito é explícito,

realizado lexicalmente, e as do sujeito nulo são as que não apresentam o sujeito explícito, isto

é, o sujeito é foneticamente nulo ou não tem realização lexical. Veja-se os exemplos:

a) Eu comprei um livro.

b) Comprei um livro.

1.1.2. Frases imperativas

As Frases do tipo imperativo exprimem, como referem Mateus et al (2003: 449) uma ordem

ou desejo. Contudo, são igualmente incluídas nesta classe, frases que, embora exibam traços

formais das imperativas, apresentam os seguintes valores: pedido, exortação, conselho e

instrução.

a) Podias calar-te?! (expressa uma ordem)

b) Deixa-me descansar! (expressa um pedido)

c) Continua a ser trabalhador! (expressa uma exortação)

d) Vai ao médico porque esta com má cara! (expressa um conselho)

e) [Queres saber onde fica a escola?] Segue sempre em frente e vira à direita no primeiro

cruzamento. (expressa uma instrução)

Na perspectiva das autoras supracitadas, as frases imperativas, do ponto de vista sintáctico,

distinguem-se em imperativas directas e indirectas, referindo-se para as imperativas directas

como sendo as frases independentes em que o ouvinte é o destinatário directo do acto

ilocutório proferido.

3o ano de Licenciatura em Ensino de Português; Universidade Pedagogia de Moçambique – Gaza - 2015

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a) Traga-nos o café, por favor!

b) Não te sentes nessa cadeira!

Entretanto, observa-se que no exemplo em a), “por favor”, tanto se pode aplicar ao

destinatário próximo da ordem (o ouvinte), como ao destinatário remoto (aquele que nos vai

trazer o café).

As Imperativas indirectas ocorrem em domínio de subordinação e o ouvinte é tipicamente o

veículo de transmissão do acto ilocutório do locutor e o garante do cumprimento da acção

expressa, é o caso:

a) Diz-lhe que nos traga o café, por favor!

b) Convence-o a não se sentar nessa cadeira.

1.1.2.1. Sujeito na frase imperativa

Nas frases imperativas observa-se que o sujeito designa preferencialmente o ouvinte, pelo que

maioritariamente o verbo exibe marcos da 2ª pessoa ou de 3ª correspondendo estas últimas ao

caso em que o ouvinte é interpelado como forma de tratamento da 3ª pessoa. Nas imperativas

directas o sujeito pode igualmente, englobar o locutor ocorrido então o verbo na 1ª pessoa do

plural.

a) Empresta-me esse livro!

b) Dêem-nos mais oportunidades!

c) Arrumemos o carro no parqueamento!

Não obstante, as imperativas afirmativas com sujeito nulo são as que exprimem ordem de

sentido positivo, que pode ser pela ocorrência do modo imperativo, conjuntivo, indicativo e

das formas verbais do gerúndio e infinitivo, como ilustram os exemplos a seguir:

a) Come a sopa, Joana!

b) Comam a sopa!

c) Calou!

d) Andando!

e) Partir!

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Nas imperativas negativas com sujeito nulo há duas formas que não ocorrem, as do modo

imperativo e gerúndio.

a) Não toques nesses objectos!

b) Não jurar falso!

As frases imperativas com sujeito pleno são as que não possuem um alocutário determinado,

sendo que não é possível representá-lo como vocativo.

a) Alguém (que) beba qualquer coisa!

b) Ninguém pretenda fugir!

Observa-se nos exemplos acima que no caso de existência do sujeito pleno, aqui

gramaticalmente expressos por alguém e ninguém, as modalidades da expressão de ordem se

traduzem:

a) Pelo modo conjuntivo ou pelo infinitivo precedido de um verbo modal, sempre que a

expressão é de sentido positivo, podendo ocorrer no futuro do indicativo (alguém

sairá);

b) Pelo indicativo, conjuntivo ou infinitivo sempre que a expressão é de sentido negativo.

1.1.3. Frases interrogativas

De acordo com Mateus et al (2003: 464) as frases interrogativas constituem a expressão de

um acto ilocutório directivo, através do qual o locutor pede ao seu alocutário que lhe forneça

verbalmente uma informação de que não dispõe.

As autoras acima destacadas defendem que as interrogativas podem ser: totais (globais,

proposicionais ou de sim/não), parciais (de construção, de instanciação ou interrogativa” Q”)

e interrogativas Tag.

1.1.3.1. Interrogativas totais

As Interrogativas totais não apresentam qualquer modificação em relação à declarativa

correspondente, apenas se distinguindo delas por uma curva de entoação específica, como

apresenta o exemplo a). Mas podem também apresentar uma ordem diferente das frases

declarativas como mostra o exemplo b).

a) O António telefonou? A resposta seria: Sim/não telefonou.

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b) Telefonou o António?

Há interrogativas totais (não contendo, por isso, nenhum “pronome interrogativo”) em que o

foco da interrogação incide, na realidade, não sobre toda a proposição mas apenas sobre um

constituinte ou sobre a própria relação de predicação. Neste caso, o foco (o escopo ou o

domínio) da interrogação é apenas um dado constituinte, o que acontece em casos seguintes:

i) Interrogativas em que o foco é marcado por meios prosódicos ou sintácticos:

a) A Inês vai a Lisboa amanhã?

b) É amanhã que a Inês vai a Lisboa?

ii) Interrogativas com diversos tipos de expressões adverbiais:

a) Vais a Lisboa de comboio?

b) O congresso decorre na próxima semana?

iii) Interrogativas com expressões quantificadas;

a) Estiveste em Lisboa muito tempo/pouco tempo?

1.1.3.2. Interrogativas parciais

As interrogativas parciais ou de instanciação caracterizam-se pela presença de constituintes

interrogativos, que a gramática tradicional designa por “pronomes”, “adjectivos” ou

“advérbios” interrogativos, estes constituem foco da interrogação. São eles: que, qual, quanto

(especificadores nominais) e onde/aonde, quando, por que/ porque, como (morfemas

interrogativos com o valor adverbial).

b) Que vinho trago?

c) Quais livros compraste?

d) Onde vais?

Os constituintes interrogativos podem surgir no início de interrogativa, como nos exemplos

anteriormente apresentadas, ou manter-se numa posição interna à frase interrogativa,

geralmente na posição final.

a) Comeste o que no restaurante?

b) Vais sair quando?

1.1.3.3. Condições sobre o movimento – Q nas interrogativas

O movimento – Q consiste na deslocação do constituinte interrogativo da posição interna ou

final da frase para a posição inicial da mesma.

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Em português, como em muitas outras línguas, os complementadores e os morfemas

interrogativos em geral não co-ocorrem, como mostra a agramaticalidade da seguinte

interrogativa.

*Quem que chegou?

A frase interrogativa é descrita pela categoria funcional sintagma complementador (SCOMP)

e que o seu núcleo, COMP (ou C), seja caracterizado pelos traços [+INT; +Q].

Nas interrogativas parciais, a presença dos traços [+INT; +Q] motiva o movimento para a

esquerda dos constituintes interrogativos. SCOMP obedece à forma geral das categorias

sintácticas e, por isso, além da posição de núcleo e de complemento, dispõe de uma posição à

esquerda, de especificador ( Esp de SCOMP), que é precisamente aquela para onde se movem

os constituintes interrogativos.

SCOMP

Pal. Qi COMP’

COMP SFLEX

[+INT; +Q] …[V]i…

Feita a demonstração acima, apresentar-se-á a estrutura das frases interrogativas após a

aplicação do movimento-Q, tais como: Que fazes? e O que fazes?

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SCOMP

SN COMP’

COMP SFLEX

SN FLEX’

FLEX SV

-s V SN

O que/quei [ +INT;+Q] [pro] faze- [v]i

O movimento – Q, como um caso particular de movimento, deixa um vestígio co- indexado

com o constituinte movido. Dado que os morfemas Q são operadores quasi – quantificadores,

os vestígios desses morfemas são variáveis sintácticas.

Ex: [Que miúdos]i é que o João acredita que [ vi] tenham escrito?

[Com quem]i é que disseste que a Maria se ia casar[ vi]?

1.1.3.4. Alteração da ordem de palavras nas interrogativas parciais

Em alguns casos, o movimento – Q nas interrogativas parciais é acompanhado de alteração

obrigatória da ordem básica de palavras. São gramaticais as interrogativas com constituintes

Q simples (nominais adverbias ou quantificadores isolados) isolados (que, o que, onde,

quando, como, qual), em posição inicial quando o sujeito é nulo ou quando realizado

lexicalmente, aparece em posição pós-verbal.

a) O que estiveste a fazer?

b) O que estiveste tu a fazer?

c) Onde trabalhas?

1.1.3.5. Interrogativas Tag

Constituem a forma de retoma de uma frase produzida no discurso anterior. Elas podem ser

diferentes de ponto de vista pragmático tais como:

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- Pedido de confirmação do conteúdo proposicional da declarativa que a precede, sendo que,

a resposta que o locutor espera receber do alocutário seja afirmativa ou negativa;

- Por vezes podem ser usadas como estratégias manipuladoras para levar o alocutário a

responder como o locutor pretende; e

- Pode ainda servir mecanismo conversacional para dar a palavra ao interlocutor.

a) Vocês lembram-se, não se lembram?

b) Vocês lembram-se, não é?

c) Você lembra-se, não?

1.1.4. Frases exclamativas

As frases do tipo exclamativo são actos expressivos de avaliação, podem ser:

Totais – aquelas que podem ser assimiladas exclusivamente por processos prosódicos, e

diferem das outras por serem frases não elípticas e não ocorrem nelas nenhum movimento de

constituintes específicos na sintaxe.

a) Ela é liiinda!

b) O bar-co é um es-pec-tá-cu-lo!

O exemplo em(a) resulta do alongamento da vogal da sílaba sublinhada e da curva

entoacional e em (b) tem por base a produção silábica de toda a frase e a entoação final

ascendente.

As exclamativas totais podem também ser assinaladas por uma combinação de meios

prosódicos com outros indicadores gramaticais ou com indicadores lexicais:

A ocorrência da sequencia “é que” seguida do imperfeito do indicativo (era)

Ex: Isso é que era bom! (*isso é que é bom!)

A ocorrência de núcleos funcionais de grau (tão, tanto)

a) Ela é tão linda!

b) O João come tanto!

A presença da negação expletiva (que não funciona como marcador/operador negativo,

pelo que a frase é interpretada como afirmativa

a) Então ele não me diz que vai faltar ao teste?!

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A ocorrência de se condicional seleccionando imperfeito do conjuntivo combinado ou

não com negação expletiva.

a) Ainda se ele fosse simpático!

b) Se ela não passasse a vida a armar estrilho!

A presença de núcleos lexicais intrinsecamente valorativos, exprimindo uma avaliação

negativa, construídos com completiva finita ou infinita.

a) É imperdoável que ele nos tenha deixado sozinhos no meio de estrada!

b) Insultar-nos desta maneira é inadmissível!

A presença de advérbios modalizadores “cá” ou de advérbios de reforço como “mesmo”.

a) Isto foi cá um filme!

b) Passou mesmo ao lado dela e não a viu!

1.1.4.1. Exclamativas parciais

As exclamativas parciais incluem frases elípticas e não elípticas.

Parciais elípticas podem ser constituídas por nomes simples antecedidos ou não de adjectivos

valorativos

a) Palermice!

b) Linda menina!

-por expressões adjectivais.

a) Espantoso!

- Palavras de grau que podem ocorrer em qualquer dos casos neste subtipo de exclamativas.

b) Tanta gente!

c) Tão antipático!

- Expressões nominais antecedidas de demonstrativo.

a) Aquele rapaz!

- Adjectivos valorativos antecedidos de possessivo.

b) Seu palerma!

c) Sua tonta!

- Epítetos 3o ano de Licenciatura em Ensino de Português; Universidade Pedagogia de Moçambique – Gaza - 2015

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a) O idiota do rapaz!

- Formas verbais reanalisadas como interjeições.

b) Puxa!

Não elípticas tem em comum a presença de uma palavra de grau modificando um nome, um

adjectivo ou adverbio, seguida de uma frase encabeçada pelo complementador “que”.

a) Tão bem que ela cantou!

Neste sentido se se exprimir o complementador e se ordenar canonicamente os constituintes,

obtém-se paráfrases exclamativas totais bem formadas.

b) Ela cantou tão bem!

É de salientar que a formação deste tipo de exclamativas apresenta semelhanças com das

exclamativas – Q, uma vez que a expressão exclamativa ocupa a posição inicial da frase ou o

constituinte sobre o qual recai o escopo da exclamação ocorre em posição inicial da frase e

não admite complementador.

a) Tanto disparate que ele diz!

b) Muitos livros lê a tua filha!

c) *Muitos livros que lê a tua filha!

A sintaxe de exclamativas parciais pode ser descrita simplificadamente de seguinte modo:

existe sempre neste tipo de frase um núcleo funcional C, com um traço [+avaliativo]. A

expressão de grau ou o SQuant. Presente na frase move-se para a posição de especificador de

C. Quando o constituinte movido é uma expressão de grau, C está lexicalizado através do

Comp. “Que”; quando o constituinte movido ‘e um SQuant., C surge lexicalizado através da

forma verbal, veja-se o esquema a seguir:

SCom (Fexcl)

SX C´

C F

[+avaliativo]

Tanto disparate que ele diz!3o ano de Licenciatura em Ensino de Português; Universidade Pedagogia de Moçambique – Gaza - 2015

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Muitos livros lê a tua filha!

Este tipo de exclamativas reside no facto de não poder haver mais do que uma expressão de

grau ou mais do que um sintagma quantificacional em posição inicial da oração.

a) *Tanto disparate a tantas pessoas que ele diz!

b) *Muitos livros a muitos alfarrabistas compra o João!

Assim o constituinte movido neste tipo de exclamativas ocupa igualmente a posição (única)

de especificador de uma categoria funcional.

1.1.4.2. Exclamativas – Q

As exclamativas – Q ocorrem tanto nas parciais não elípticas como nas elípticas.

Exemplo de parciais não elípticas com um sintagma – Q na posição inicial da frase co-

ocorrendo com complementador “que” .

a) Que linda que ela é!

- Exclamativas – Q parciais em que não ocorre complementador.

b) Como ele anda depressa!

- Exclamativas – Q com sintagma – Q ligados discursivamente e negação explitiva.

c) Que problemas ele não teve de enfrentar!

Nas exclamativas – Q parciais contendo frases existenciais, locativas e possessivo o

complementador “que” ocorre preferencial ou obrigatoriamente, sendo excluídas as frases em

que o núcleo C não tem realização lexical.

d) Que disparates que ele disse!

e) Quantos disparates ele diz!

A formação das exclamativas – Q pode ser não elípticas pode ser descrita simplificadamente

assumindo que C possui, para além do traço [+avaliativo], um traço [+Q], o que força a

deslocação do SQ presente na frase para a posição de especificador de C. quando o SQ que

ocupa tal posição é ligado discursivamente, a ocorrência do complementador Q é preferencial

e, em alguns casos, obrigatória, veja-se o esquema a seguir:

3o ano de Licenciatura em Ensino de Português; Universidade Pedagogia de Moçambique – Gaza - 2015

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SCom (Fexcl)

SQ C´

C F

+avaliativo

+Q

Que disparates que ele diz!

Quantos disparates ele diz!

1.1.5. Frases optativas e seus Subtipos

Trata-se de frases com certas propriedades gramaticais, que exprimem actos expressivos de

desejo.

As frases do tipo optativo realizam actos ilocutórios expressivos de um tipo particular:

exprimem desejo do locutor.

a) Que ele seja feliz!

b) Que o nosso amor dure para sempre!

São muitas vezes parafraseáveis por frases complexas que têm como verbo superior um verbo

optativo.

Ex: Desejo que ele seja feliz!

1.1.5.1. Frases optativas não elípticas

As frases optativas não elípticas - exibem tipicamente o verbo no modo conjuntivo. Quando

os complementadores que e se condicional estão presentes e a ordem das palavras é canónica.

a) Se a guerra acabasse depressa!

b) Que a guerra acabe depressa!

1.1.5.2. Optativas elípticas

Optativas elípticas - neste tipo de frases, ocorrem formas participais seguidas de expressões

nominais que podem ser descritas como casos de elipse do verbo copulativo do verbo “ser”.

a) Abençoados sejam os pobres de espírito!

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b) Malditas as Segunda-feiras!

Podem também ser introduzidas por nomes simples abstractos.

a) Honra aos heróis!

b) Justiça para todos!

c) Que haja justiça para todos!

1.1.5.3. Frases com tópicos marcados

Para se determinar um constituinte, é o tópico de uma frase que deve fazê-lo ocorrer com um

verbo declarativo como complemento de acerca de.

Tópico marcado – quando o tópico frásico não tem relação gramatical de sujeito.

Ex: Aos miúdos oferecemos CDs.

[Aos miúdos,] [[-] [oferecemos-lhes CDs]]

sujeito predicado

Tópico comentário

O português dispõe de cinco estratégias de tópicos marcados, a saber: Tópico Pendente,

Deslocação à Esquerda do Tópico Pendente, Deslocação à Esquerda Clítica, Topicalização e

Topicalização Selvagem.

Tópico Pendente é aquele em que o tópico frásico funciona como tópico de ligação,

caracteriza se pelas seguintes propriedades:

Não existe conectividade referencial entre o tópico e qualquer expressão interna ao

comentário;

Não é exigida a conformidade de traços de pessoa, número e género entre o tópico e

uma expressão interna ao comentário. Assim no exemplo a seguir, o tópico é [-SING]

e a expressão nominal presente no comentário com ele semanticamente relacionada é

[+ SING].

Ex: Fábulas, não gosto especialmente da história do corvo e da raposa.

3o ano de Licenciatura em Ensino de Português; Universidade Pedagogia de Moçambique – Gaza - 2015

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Deslocação à Esquerda do Tópico Pendente é a construção de tópicos marcados que

apresentam as seguintes características:

Exibe um grau de sintactização fraco, apresentando apenas conformidade de traços

gramaticais de pessoa, género e número entre tópico e o constituinte tópico ao

comentário como o que se pode ver no exemplo:

Ex: “… eu…medicina tradicional realmente não me interessa.”

Deslocação à Esquerda Clítica é construção do tópico marcado caracterizado pelas seguintes

propriedades:

Apresenta um grau elevado de sintactização, sendo que, o tópico exibe propriedades

referencial, categorial, casual e temática com um constituinte interno ao comentário

como mostra a relação entre os gerentes e -os no seguinte exemplo:

Ex: “… os gerentes, trata-os como se fosse míseros contínuos.”

Topicalização é a construção de tópicos marcados.

Propriedades que caracterizam a topicalização:

Conformidade referencial, categorial, causal e temática com um constituinte interno ao

comentário;

O constituinte conectado com o tópico é obrigatoriamente uma categoria vazia;

A construção não está restringida a contexto de frase raiz.

Ex: acho que à Maria, o João ofereceu um romance [-] no Natal.

A construção é iterativa; entre o tópico marcado e a categoria vazia a ele associada

pode ocorrer várias fronteiras frásicas.

Ex: ao João, disseram-me [scomp que a Maria nunca oferece livros [-]].

Em frase-raiz, o tópico marcado ocorre à esquerda de constituintes em posição do

especificador de SComp.

Ex: Esse romance, a quem é que ofereceste [-], no Natal?

Topicalização Selvagem é uma variante típica de modo oral.

3o ano de Licenciatura em Ensino de Português; Universidade Pedagogia de Moçambique – Gaza - 2015

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Ex: Essa cerveja, eu não gosto [-].

Propriedades:

Apresenta conectividade referencial e temática entre o constituinte topicalizado e a

posição sintáctica.

Ex: esse relatório, acho que não precisamos [-] para a reunião de hoje.

Ocorre tipicamente em contexto de frase-raiz.

É aceite pelos falantes da norma culta no modo oral informal desde que o elemento

suprimido, responsável pela ausência de conectividade categorial e causal, seja uma

preposição sem conteúdo semântica, com o mero papel de atribuidora de caso.

Tópico não marcado – quando o constituinte acumula a relação gramatical de sujeito com o

papel discursivo de tópico.

Ex: Os miúdos telefonaram.

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2. Reflexão sobre estrutura de variação frásica do Português de Moçambique

Segundo Gonçalves (2010:26), Moçambique é um país multilingue em que apenas 6.5% da

população fala português como língua materna e 39% fala como língua segunda, levando com

que o português se encontre em contacto muito estreito com outras línguas que assumem o

estatuto de L1, assim criando consequências em todos níveis da sua gramática, em que, certas

vezes, esta pode ser adquirida em contextos informais, nomeadamente, em casa, em paralelo

com a LM, sendo o português L2 como língua alternativa de comunicação familiar.

Nos estudos sobre o PM, os linguistas são unânimes em afirmar que no português oral em

Moçambique ocorrem realizações linguísticas que são de algum modo desviantes à norma do

PE, as quais podem resultar da transposição de estruturas linguísticas (fonológicas,

morfológicas, sintácticas, etc.) próprias das línguas bantu, isto é, línguas faladas em

Moçambique, para o português, como podemos verificar nos exemplos seguintes:

Quanto às frases declarativas

Ex: *Ele já chegou em casa.

Como se pode observar, uma das principais características das construções realizadas pelos

falantes de PM, neste caso, consiste em estes seleccionarem a preposição locativa em, num

contexto em que, segundo a norma Europeia, deveria ocorrer a preposição direccional a.

Neste caso, a construção acima seria:

Ex: Ele já chegou à casa.

Ex:*O António tinha um padre que “lhe” educava.

Na frase acima, em lugar da forma clítica “o’’, exigida pela norma europeia, é usado o clítico

“lhe” associando-o à posição de “OD”. A construção correcta é:

Ex: O António tinha um padre que “o” educava.

Ex: *Ele foi levar a ficha em casa.

A frase acima é desviante porque o verbo “levar” indica um movimento no qual, a partir dum

ponto de partida, transfere-se algo para um ponto de chegada, isto é, embora os verbos

“levar” e “buscar” sejam de movimento ou transferência, o verbo “levar” refere-se à

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transferência de algo de “cá” para “lá” e o verbo “buscar” refere-se à transferência de algo

de “lá” para “cá”. Portanto, a versão correcta é:

Ex: Ele foi buscar a ficha em casa.

Ex:*O rapaz que ela gostava dele é moçambicano.

No modelo europeu, na construção acima, a preposição é «movida» para a posição inicial da

oração relativa, precedendo a conjunção “que”, que a introduz.

Ex:O rapaz de que ela gostava é moçambicano.

Ex: *Este João José é primo directo de José Jaime mas, mesmo assim, ele conseguiu matar-

lhe.

No modelo europeu, o verbo «matar» requer um paciente com o papel sintáctico de objecto

directo. Assim, o sintagma nominal que representa o paciente deveria ser pronominalizado

por um pronome pessoal acusativo, originando a seguinte construção:

Ex: Este João José é primo directo de José Jaime mas, mesmo assim, ele conseguiu matá-lo.

Quanto às frases interrogativas

Ex: Quem que chegou?

É possível verificar a ocorrência deste tipo de interrogativas no PM, sendo que a mesma

desviante em relação ao PE uma vez que os morfemas interrogativos nesta norma não co-

ocorrem, daí, o certo seria:

Ex: Quem é que chegou?

Geralmente, nas interrogativas do PE quando o sujeito é realizado lexicalmente aparece em

posição pós-verbal, segundo a afirmação de Mateus et al (2003:470). Portanto, são desviantes

as construções que a seguir se apresentam, geralmente produzidas no PM, visto que o

respectivo sujeito ocorre na posição pré-verbal.

Ex1: *O que tu estiveste a fazer?

Ex2: *Onde a Maria trabalha?

Neste caso, na norma europeia as versões correctas seriam:

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Ex1: O que estiveste tu a fazer?

Ex2: Onde trabalha a Maria?

Não obstante, quando se trata de interrogativas com é que o SN sujeito pode ocupar a posição

pré-verbal ou pós-verbal, contrariamente ao uso, sem observância destas particularidades, que

se tem verificado no PM. Observe-se os exemplos que se seguem:

Ex1: *O que os miúdos comeram?

Ex2: O que é que os miúdos comeram?/ O que é que comeram os miúdos?

Ex3: *O que tu comeste?

Ex4: O que é que tu comeste? / O que é que comeste tu?

Quanto às imperativas

Na norma do PE, nas frases imperativas, a forma verbal requer, geralmente, o próprio

imperativo, e em casos de orações subordinadas requer o subjuntivo ou o indicativo numa das

orações, ou ainda se socorrer do infinitivo e o imperativo noutra oração. Embora a tendência

seja de se seguir esta norma, a confusão frequente que se tem verificado no PM é em relação à

distinção entre os pronomes “tu” e “você” que tem sido frequentemente neutralizada. Neste

caso, têm-se verificado duas situações, nas quais se usa, nalguns casos, as duas formas

arbitrariamente, ou noutros casos o “você” toma o lugar de “tu” e/ou vice-versa. Como

consequência dessa confusão, verifica-se em vários casos uma frequente discordância

gramatical, neste caso discordância verbal, casos tais em que a forma verbal que deveria

concordar com o pronome “você” é posta em concordância, e consequentemente em

discordância, uma vez que é desviante, com o pronome “tu”. Para uma melhor elucidação

deste caso, apresentamos exemplos e explicamos o tipo de desvio neles patente.

a)*Se deseja trabalhos de tipografia e litografia, exige (tu) qualidade. Consulte-nos (você).

b) Se [pro]deseja trabalhos de tipografia e litografia, [pro]exija qualidade. [pro]Consulte-nos! (você)

As construções acima apresentadas são frequentes em discursos de natureza propagandista, no

entanto, pelos motivos acima desenvolvidos, as mesmas são desviantes. Se se observar a

construção em a). na primeira oração a forma verbal no presente do indicativo pertence à 3 a

pessoa do singular, neste caso, ela se refere ao pronome “você”, discordando com a segunda

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oração cuja forma verbal, já no imperativo se refere à 2a pessoa do singular “tu”, e voltando-

se novamente no período a seguir a se usar a forma verbal que concorda com o pronome

“você”, criando desse modo uma discordância entre as partes intervenientes na construção da

coesão frásica. Entretanto, esta construção pode na sua forma correcta, segundo o PE, ser

realizada segundo o exemplo da construção em b). na qual se faz a concordância de todas as

formas verbais com o pronome “você”, ou ainda se realizar segundo o exemplo em c). em que

se faz a concordância entre as formas verbais de toda a construção com o pronome “tu”. No

entanto, convém usar-se para o caso que nos referimos, de que a frase é de natureza

propagandista, a construção em b) vista a necessidade de se usar nesse tipo de discurso a

forma cortês para com os utentes dos seus serviços.

c) Se [pro]desejas trabalhos de tipografia e litografia, [pro]exige qualidade. [pro]Consulta-nos.

No que se refere ainda à questão de discurso cortês e de solidariedade, condiz comentar sobre

o caso, considerando a produção frásica no PM, recorrendo aos exemplos que se apresentam

em seguida.

Ex1: *Excelência, [pro]dá-me permissão para [pro]expor o caso.

Ex2:*Senhor professor, [pro]corrige-me se [pro]estiver errado.

Nas construções supra-apresentadas, frequentes no PM, observa-se que estas apresentam um

desvio no que tange à questão de cortesia, pois considerando o tipo de relação possível entre o

sujeito enunciador e o sujeito enunciatário, a forma de tratamento tem de ser por excelência

cortês, e não de solidariedade, o que não se verifica nas construções em causa, pois nestas

tende-se a se usar a forma de tratamento “tu” correspondente à solidariedade, em vez da

forma de tratamento “você” correspondente à cortesia. Entretanto, numa forma cortês estas

construções deviam ser:

Ex1:Excelência, dê-me permissão para [pro]expor o caso.

Ex2:Senhor professor, corrija-me se [pro]estiver errado.

3. Conclusão

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Findo o trabalho, conclui-se que a noção de frases recobre, na inteireza, vários tipos, dos quais

se diferem um dos outros pelas suas particularidades. Sendo assim, considera-se frase

interrogativa a frase que apresenta certas propriedades gramaticais, exprimindo actos

directivos de pedido; quanto à frase optativa, considera-se aquela que apresenta certas

propriedades gramaticais, exprimindo actos expressivos de desejo; a frase imperativa

apresenta certas propriedades gramaticais, exprimindo actos directivos de ordem, podendo

exibir também valores diversos: pedido, exortação, conselho e instrução; a exclamativa é

aquela que tem certas propriedades gramaticais exprimindo actos expressivos de avaliação e,

por fim, a frase declarativa é aquela que possui certas propriedades gramaticais que podem

exprimir qualquer tipo de acto ilocutório.

Como se poderia prever, os tipos de frase acima apresentados podem apresentar construções

diferentes no contexto do PM, podendo referenciar, em certos casos, a selecção da preposição

locativa “em”, no contexto em que, segundo a norma europeia, deveria ocorrer a preposição

direccional “a”, em lugar da forma “o’’, exigida pela norma europeia, é usado clítico “lhe”

associado a posição de “OD”, entre outras construções.

4. Bibliografia

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CUNHA, C. & CINTRA, L.F.L Nova Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa, Ed.

Sá da Costa, 2005.

DUARTE, M.I.P.S., Língua Portuguesa. Instrumentos de Análise. Lisboa, universidade

aberta, 2000.

FARIA et al. Introdução à Linguística Geral e Português. 2ª Ed. Editorial Caminho, 1996.

FONSECA, et ali. A Organização e o Funcionamento dos Discursos: Estudos sobre o

Português. Tomo II. Porto Editora, 1998.

GOMES,A. Gramática Pedagógico e Cultural da Língua Portuguesa, Porto editora, 2008.

MATEUS, M. H. et al, Gramática da Língua Portuguesa.2ª edição, Lisboa, Caminho, 1989.

MATEUS, M. H. et al, Gramática da Língua Portuguesa.5ª edição, Lisboa, Caminho, 2003.

RIBEIRO,et al, Gramática Moderna da Língua Portuguesa. Escolar Editora, 2010.

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