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ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO CARTA DE COMPROMISSO RELATÓRIO DA ESTRATÉGIA PARTE I - MOTIVAÇÕES, ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO E GOVERNANCIA PARTE II - ELEMENTOS MATERIAIS DE SUPORTE Junho de 2019

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ESTRATÉGIA ALIMENTAR

PARA MONTEMOR-O-NOVO

CARTA DE COMPROMISSO

RELATÓRIO DA ESTRATÉGIA

PARTE I - MOTIVAÇÕES, ESTRATÉGIA

DE INTERVENÇÃO E GOVERNANCIA

PARTE II - ELEMENTOS MATERIAIS DE SUPORTE

Junho de 2019

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

ÍNDICE CARTA DE COMPROMISSO POR UMA ESTRATÉGIA ALIMENTAR DE EXCELÊNCIA PARA MONTEMOR-O-NOVO........................................ i

PARTE I - MOTIVAÇÕES, ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO E GOVERNANCIA ................................................................................ 1

NOTA PRÉVIA ........................................................................................................................................................... 1

1. ENQUADRAMENTO SMEA...................................................................................................................................... 3 1.1. Objecto .............................................................................................................................................................. 3 1.2. Princípios e Presuspostos ................................................................................................................................. 3 1.3. Conceitos de Referência .................................................................................................................................. 5

2. RACIONAL E CONTEÚDOS SMEA .............................................................................................................................. 7 2.1. Visão de suporte à Estratégia Alimentar ....................................................................................................... 9 2.2. Eixos Estratégicos e Objetivos da Estratégia Alimentar ................................................................................ 9 2.3. Grupos de Medidas ...................................................................................................................................... 13 2.4. Arenas Operacionais .................................................................................................................................... 15 2.5. Fatores de Sucesso a considerar .................................................................................................................. 15 2.6. Mapa de Medidas e Ações, por Eixo ............................................................................................................ 17

3. MODELO DE FUNCIONAMENTO SMEA .....................................................................................................................19 3.1. Estrutura do Modelo de Governancia ......................................................................................................... 19 3.2. Plano de Gestão de Riscos .............................................................................................................................. 25

4. PEÇAS TÉCNICAS SMEA ........................................................................................................................................27 4.1. Fichas de Medidas ........................................................................................................................................ 27 4.2. Matriz de Interconectividades de Ações ..................................................................................................... 44 4.3. Mapa de Envolvimento dos Atores .............................................................................................................. 46 4.4. Mapa de Recursos ........................................................................................................................................ 49 4.5. Cronograma .................................................................................................................................................. 52

5. FICHAS DE COMPROMISSO DE ATORES SMEA ............................................................................................................53

PARTE II - ELEMENTOS MATERIAIS DE SUPORTE ...............................................................................................................67

A. ROTEIRO E SÍNTESE METODOLÓGICA ........................................................................................................................69 A.1. OBJETIVOS DA CONSULTORIA ................................................................................................................................ 69 A. 2. ROADMAP PARA A ELABORAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA ALIMENTAR ............................................................................. 70 A.3. PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS ................................................................................................ 73

B. DIAGNÓSTICO DE RECURSOS E INICIATIVAS NO ÂMBITO DO SISTEMA ALIMENTAR LOCAL......................................................77

B1. ECONOMIA AGRO-ALIMENTAR DE MONTEMOR-O-NOVO .............................................................................................80

B.2. INICIATIVAS MUNICIPAIS (PÚBLICAS E ASSOCIATIVAS) ..................................................................................................89

B.3. PRODUÇÃO ALIMENTAR EM MONTEMOR-O-NOVO ....................................................................................................93

B.4. OPORTUNIDADES E DESAFIOS ................................................................................................................................96

C - CENÁRIOS E PERSPECTIVAS DE INTERVENÇÃO ............................................................................................................ 101

ANEXO ............................................................................................................................................................... 109

OFICINAS COLABORATIVAS - RELATÓRIOS DE UM PROCESSO DE TRABALHO .......................................................................... 109 1ª Oficina Colaborativa - Resultados .................................................................................................................. 109 2ª Oficina Colaborativa - Resultados .................................................................................................................. 123 3ª Oficina Colaborativa - Resultados .................................................................................................................. 135 4ª Oficina Colaborativa - Resultados .................................................................................................................. 145 Seminário Aberto - Resultados............................................................................................................................ 155

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

i/iv | P á g i n a

CARTA DE COMPROMISSO POR UMA ESTRATÉGIA ALIMENTAR DE EXCELÊNCIA PARA MONTEMOR-O-NOVO

A alimentação reveste particular importância na economia e na sociedade montemorense combinando a

existência de recursos naturais, conhecimento e tradição produtivos (próprios e associados às economias

de montado), com hábitos alimentares ancorados na Dieta Mediterrânica que estabelecem fortes

relações com o território, da produção ao consumo num ciclo vivo e renovado.

À escala de Montemor-o-Novo, a problemática alimentar compreende a produção, a transformação, a

comercialização, a segurança e saúde alimentares e os comportamentos de consumo, configurando

desafios e objetivos estratégicos para o desenvolvimento futuro do Concelho.

Esta visão ampla da alimentação tem motivado, ao longo dos últimos anos, a organização de iniciativas

municipais e associativas, nomeadamente através da dinamização de experiências orientadas para

encontrar soluções para problemas como o acesso à terra, a instalação de novos agricultores, a assistência

técnica para inovar, a comercialização das produções de pequena escala, o uso racional dos recursos, o

combate ao desperdício alimentar e a valorização da Dieta Mediterrânica, associada às identidades

culturais e produtivas do território.

Entre essas iniciativas realçamos a decisão de elaborar a Estratégia Alimentar para o Concelho, na

sequência dos processos participativos da Agenda 21 Local e da Carta Estratégica Montemor-o-Novo,

2025, tendo por finalidade “(re)conectar o sistema alimentar com o território, incluindo os habitantes e

consumidores, as explorações agrícolas e as indústrias agroalimentares de base local”.

A Elaboração da Estratégia Alimentar encontrou suporte num roteiro metodológico que organizou

Oficinas de trabalho com envolvimento ativo de atores locais, a par de iniciativas de rua (Semanas Abertas

nas freguesias, junto de pontos de venda de referência e na Feira da Luz/Expomor) que deram a conhecer

a iniciativa da Estratégia Alimentar e enriqueceram as sensibilidades existentes em torno da temática da

alimentação (diagnóstico compreensivo, afinação de conceitos operativos, visão de futuro, propostas de

atuação e compromissos de participação e dinamização).

Assim, e dando sequência ao processo de trabalho partilhado no qual participámos ativamente ao longo

do último ano, celebramos esta Carta de Compromisso tendo por motivação os seguintes propósitos:

trabalhar para a afirmação e consolidação de um sistema alimentar local pautado pela integração

positiva entre a produção, a transformação, a comercialização e o consumo que respeite a gestão

sustentável dos recursos e as necessidades de segurança alimentar das pessoas e do território;

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

ii/iv | P á g i n a

estimular a adoção de boas práticas nas produções locais e de hábitos alimentares saudáveis, ao

nível das políticas e iniciativas públicas nos domínios da agricultura, da educação, da saúde, do

ambiente e da gestão dos recursos do território;

valorizar o conhecimento científico e empirico bem como as iniciativas em matéria de gestão de

recursos naturais e da produção e gestão agro-alimentares aproximando a comunidade científica

e técnica, as associações de produtores e as entidades públicas (local, regional e nacional), numa

agenda de inovação e desenvolvimento para a concretização dos objetivos associados à

consolidação gradual de um sistema alimentar sustentável e inclusivo;

contribuir para um movimento regional e nacional empenhado em encontrar respostas para

assegurar o direito à alimentação, assentes na gestão racional dos recursos e na valorização da

agricultura familiar e das fileiras e circuitos de proximidade, para uma partilha de valor mais justa;

partilhar as experiências locais a nível europeu e mundial visando a construção de conhecimento

na valorização dos recursos naturais de forma sustentável como base de desenvolvimento

económico e de criação de riqueza nos territórios de baixa densidade.

Assinado por (ordem alfabética):

Entidade ……………………………………………………………….Nome:………………………………………………………………..;

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

iii/iv | P á g i n a

ANEXO À CARTA DE COMPROMISSO - RACIONAL DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR DE MONTEMOR-O-NOVO

Visão

Montemor-o-Novo um Concelho que come bem, privilegia práticas alimentares saudáveis, tem cidadãos

implicados numa cultura de valorização do seu património agro-alimentar, num esforço coletivo de

respeito pelos recursos identitários (produtivos e ambientais), consolidando a transição para um sistema

agro-ecológico de base territorial.

Eixos Estruturantes da Estratégia Alimentar (SMEA)

Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar

Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização

Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos

Eixo 4 - Governancia Estratégica.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

iv/iv | P á g i n a

Grupos de Medidas, por Eixo Estruturante da Estratégia Alimentar (SMEA)

Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar: Medidas 1.1. Informação e Saber-Fazer; 1.2.

Experimentação - Mercado; 1.3. Consumos Públicos; e 1.4. Regulação Adaptativa.

Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização: Medidas 2.1. Cultura e Literacia

Alimentar; 2.2. Experimentação de Nano Produções; 2.3. Práticas de Consumo; e 2.4. Distribuição

e Transformação.

Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos: Medidas 3.1. Património e Desperdício; 3.2.

Experimentação - Organização e Sustentabilidade; 3.3. Práticas Produtivas; e 3.4. Relação com os

Recursos.

Eixo 4 - Governancia Estratégica: Medidas 4.1. Comunicação; 4.2. Tempos e Monitorização; 4.3.

Liderança e Networking; e 4.4. Território e Integração de Instrumentos de Plano.

Estrutura do Modelo de Governancia SMEA

Peças Técnicas da Estratégia Alimentar (Fichas por Medida e Ação)

Fichas de Compromisso, por Ator signatário.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

1 | P á g i n a

PARTE I - MOTIVAÇÕES, ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO E GOVERNANCIA

NOTA PRÉVIA

O Documento da Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo organiza um conjunto

vasto de materiais que foram sendo elaborados ao longo de mais de um ano de trabalho partilhado e

participativo que envolveu três principais segmentos de intervenientes:

(i) Grupo de trabalho da Agenda 21 Local, constituído por elementos de estrutura técnica dos

Serviços Municipais (várias Unidades orgânicas) e representantes de movimentos associativos

locais;

(ii) Atores locais e regionais com ligações ao sistema alimentar em diversas áreas de atividade, da

produção ao consumo; e

(iii) Consultores com funções de animação do processo de trabalho, de elaboração de sinopses

técnicas de sequência e de apresentação gráfica e de imagem.

Este Documento de Referência da Estratégia Alimentar para Montemor-o-Novo estrutura os seguintes

conteúdos principais:

Racional e Instrumentos da Estratégia, que compreende os elementos conceptuais, a Visão, os

Eixos Estruturantes e as Fichas de Medidas/Ações, com identificação de compromissos e

responsabilidades por parte dos diversos atores e entidades envolvidas na concretização dos

instrumentos da Estratégia (Parte I - Motivações, Estratégia de Intervenção e Governancia).

Materiais de suporte à Elaboração da Estratégia Alimentar para Montemor-o-Novo que

compreende duas componentes chave: Elementos de Diagnóstico do Sistema Alimentar do

Concelho, e exercício de Cenarização prospetiva da sua evolução; e Relatórios de trabalho que

reúnem os elementos técnicos (metodologias e resultados) das Oficinas de Trabalho, semanas

abertas de rua e Seminário (Parte II - Elementos Materiais de Suporte).

Esta organização de materiais em duas Partes procura responder às seguintes principais preocupações do

processo de trabalho:

Dotar a implementação da Estratégia Alimentar para Montemor-o-Novo de um instrumento

técnico orientador de faseamento, de sinalização de responsabilidades e envolvimentos e de

ferramentas de gestão e monitorização;

Criar um Repositório racional e coerente dos resultados do trabalho desenvolvido na elaboração

da SMEA.

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1. ENQUADRAMENTO SMEA

1.1. Objecto

A Elaboração da Estratégia Alimentar para o Concelho de MoN (SMEA), promovida pela sua autarquia,

surge em sequência dos trabalhos enquadrados na Agenda 21 Local e em estreita ligação com a

elaboração da Carta Estratégica para o Concelho, tendo um horizonte temporal até 2025.

A elaboração da SMEA (enquanto Estratégia Alimentar Partilhada e Participada) assentou no

envolvimento de públicos que normalmente não são considerados em fase de planeamento, cuja

participação se afigura relevante para a robustez das propostas e da Iniciativa como um todo.

A mobilização de atores-chave para o processo de trabalho é também relevante para a implementação e

a “apropriação” coletiva da SMEA, ou seja, para garantir um compromisso coletivo em torno da Estratégia

e uma operacionalização partilhada da mesma.

A SMEA assume uma perspectiva de reforço da ligação com outros instrumentos estratégicos e de

planeamento (Agenda 21 Local; Carta Estratégica Montemor-o-Novo, 2025; e Plano Diretor Municipal, em

revisão). A abordagem integrada adoptada constitui, ainda, um contributo efetivo da SMEA para os quatro

pilares da sustentabilidade: Desenvolvimento Social (People); Desenvolvimento Económico Local (Profit);

Dimensão Ambiental (Planet); e Cidadania (Politics).

A SMEA pretende constituir um guia de orientação partilhado que enquadre e favoreça a realização de

ações individuais e coletivas conducentes a uma abordagem consciente, integrada e comprometida com

uma alimentação com qualidade, no que esta impacta em termos de saúde e bem-estar das populações,

do desenvolvimento local do Concelho, bem como de questões ambientais de natureza mais ampla.

Esta Estratégia destina-se a todos os atores, individuais e/ou organizados, que residem, operam ou

utilizam o Concelho, consubstanciando-se na Carta de Compromisso que abre este Documento e dele faz

parte integrante como peça nobre de referência e compromisso responsável.

1.2. Princípios e Presuspostos

Na origem do processo fundador considera-se a existência de um património agro-alimentar (produtivo e

de consumo) no Concelho que incorpora potencialidades não optimizadas, mas que estáameaçado pela

globalização dos sistemas alimentares, a emergência de novos perfis alimentares não sustentáveis e por

necessidades de consumo nem sempre suportadas por sistemas de produção alimentar local e/ou

ambientalmente responsáveis.

Esta preocupação genérica com a sustentabilidade encontra uma ancoragem robusta no referencial dos

Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a implementar por todos os países do mundo até

2030. Entre os dezassete ODS salienta-se o ODS 2 que pretende “acabar com a fome, alcançar a

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

4 | P á g i n a

segurança alimentar e a melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”. Também o ODS

12,que tem como objectivo assegurar padrões de consumo e de produção sustenatáveis, e o ODS 11, que

pretende tornar as cidades e agrupamentos humanos mais inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis,

são de extrema relevância.

Na construção dos Princípios e Pressupostos, os “ateliers” de trabalho, identificaram um racional “claro

/escuro” de aspectos-chave a Evitar e a Assegurar na conceção e implementação da Estratégia Alimentar.

Alguns destes elementos são recuperados no exercício de cenarização apresentado na Parte II.

Evitar Assegurar

MoN perde qualidade alimentar existente Alimentação saudável acessível e generalizada (marca do Concelho)

Fome em MoN por falta de acesso a alimentos Atribuição de “valor” ao que “faz bem” e é de produção local

Predominância de acesso a produtos alimentares importados (não produzidos localmente)

Ligação entre o “comer” e o “fazer” (confeção, conservação, substituição de ingredientes, reaproveitamento de sobras, etc.)

Falta de diversidade na produção agrícola e/ou alteração da vocação agro-alimentar do Concelho

Reforço de relações e aprendizagens mútuas inter-geracionais em torno da produção agrícola e da alimentação (em torno do “comer” e do “fazer”)

Perda de património material (i.e., sementes) e imaterial (i.e., boas práticas alimentares e saberes fazer associados à produção e confeção de alimentos)

Acesso a “produtos” e “comida” de qualidade (sem produtos químicos nocivos, com sabor e valor nutritivo). Preservação das sementes locais

Falta de disponibilidade e/ou perda de qualidade de água para a produção e consumo e de solos cultiváveis

Capacidade produtiva e de retenção de água dos solos do Concelho

Perda de população na sequência de agravamento de fenómenos de desertifi- cação física e humana

Produção agrícola local com qualidade para distribuição interna e externa

Impactes ambientais de produção intensiva e má gestão de resíduos e excedentes.

MoN passa a ter “produtos” locais reconhecidos interna e externamente. MoN assegura a gestão sustentável dos seus recursos naturais

Com a elaboração e prossecução da Estratégia Alimentar para Montemor-o-Novo, foram consideradas

as seguintes dimensões de contributo e retorno potenciais com incidência em diferentes pontos e

protagonistas do sistema alimentar local:

• Sensibilização/perceção coletiva sobre o tema

• Aprender a “comer” melhor

• Crescimento e desenvolvimento económico do Concelho

• Revalorização de produtos de estação e de origem local

• Dinamização de cadeias de valor

• Reforço de relações inter-setoriais

• Inovar e “sair do quadrado” das soluções-tipo

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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• Sinergias para desenvolver novos produtos e serviços associados ao setor agro-alimentar

• Robustecer as capacidades reflexiva e de questionamento coletivo e partilhado

• Construção de uma visão global partilhada

• Atualização do “estado da arte” no Concelho e aprofundar diagnóstico e dimensão

compreensiva dos fenómenos da alimentação.

1.3. Conceitos de Referência

A tabela seguinte sistematiza os principais conceitos associados à estruturação do Sistema Alimentar

Local. Os conteúdos foram preparados no contexto da reflexão dos grupos de trabalho constituídos, a

partir das dinâmicas de funcionamento das Oficinas de trabalho.

Conceitos SMEA

Comer bem é:

Diversificar a alimentação, comer produtos da época/estação, comer preferencialmente biológico, comer o mínimo de produtos processados, comer produtos ricos nutricionalmente, ser esclarecido em relação à alimentação, tentar conhecer o produtor dos seus alimentos e privilegiar o consumo de alimentos dos produtores que conhece.

Circuitos curtos locais são:

Um modo de comercialização que se efetua ou por venda direta do produtor para o consumidor ou por venda indireta, com a condição de não haver mais de um intermediário. A ele se associa uma proximidade geográfica (concelho e concelhos limítrofes) e relacional entre produtores e consumidores [Regulamento (UE) n.º 1305/2013 (FEADER)]. Não são consideradas intermediários as entidades de transformação (matadouros, lagares, unidades de descasque, entre outros) que prestam um serviço ao produtor. Considera-se uma distância de 50 km a partir da exploração agrícola até ao consumidor final. Todos os alimentos que não existam no raio de distância estabelecido para efeitos de circuitos curtos (peixe, sal, fruta, etc.), serão considerados os produtos que provêm de locais pertencentes à NUT III (Alentejo Central).

Agroecologia é:

O termo agroecologia pode ser entendido como uma disciplina científica, como uma prática agrícola ou como um movimento social e político. Visa a agricultura ambientalmente sustentável, economicamente eficiente e socialmente justa. A agro-ecologia baseia-se em dois princípios:

(i) gestão de ecossistemas complexos, com base na compreensão das funcionalidades dos seus elementos, evitando simplificação dos mesmos;

(ii) respeito e uso dos ciclos naturais de fertilidade em alternativa ao modelo químico suportado pelos combustíveis fósseis.

A ciência agroecológica dedica-se a sistematizar e valorizar os conhecimentos e saberes das culturas tradicionais cujas práticas demonstraram gerir adequadamente os ecossistemas. Esta ciência tem de ser transdisciplinar, no sentido de poder abordar toda a complexidade dos sistemas agrários sustentáveis e as componentes socioeconómicas a eles associadas, num processo de co-construção com as comunidades rurais.

Uma gestão integrada e

multinível é:

Uma gestão integrada e multinível é aquela que assegura uma abordagem holística e sistémica na sua condução, velando pelas complementaridades e sinergias entre os vários campos de ação e garantindo coerênia de intervenção multi - setorial, escala e níveis de atuação, conducente a sistemas de governancia participada e colaborativa e à concertação dos compromissos em ações concretas. A definição está refletida na constituição do Conselho Geral SMEA, onde existe a integração de todos os Eixos, seu modo de funcionamento, referindo que a sua constituição deve ser feita por elementos de todas as áreas da cadeia, nomeadamente: Entidades públicas (Município, Juntas de Freguesia, DRAPL, Universidades/ICAAM…), associações de produtores, ADL’s, grupos de cidadãos, empresas do setor, IPSS’s, …

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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2. RACIONAL E CONTEÚDOS SMEA

Fruto dos princípios e pressupostos resultantes do processo de trabalho participativo e partilhado, os

vetores estruturantes adoptados para a SMEA combinam:

(i) uma linha transversal que agrega as questões da agro-ecologia e da promoção dos circuitos curtos

de base local, como dimensões mestras e complementares a desenvolver na Estratégia; e

(ii) uma linha vertical que agrega questões relacionadas com o domínio público/político e com o

domínio comunitário/coletivo, com áreas de intervenção e envolvimento complementares

necessárias à prossecução da Estratégia.

A intercepção destes vetores estruturantes contribuiu para configurar os seguintes Eixos Estratégicos para

a SMEA:

(iii) Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar - como Eixo estratégico a desenvolver no quadrante

configurado pela intercepção da área de intervenção e implicação pública/política e do domínio

da promoção de circuitos curtos de base local.

(iv) Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização - como Eixo estratégico a

desenvolver no quadrante configurado pela intercepção da área de intervenção e implicação

comunitária/coletiva e do domínio da promoção de circuitos curtos de base local.

(v) Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos - como Eixo estratégico a desenvolver no

quadrante configurado pela intercepção da área de intervenção e implicação

comunitária/coletiva e do domínio da promoção da agro-ecologia.

(vi) Eixo 4 - Governancia Estratégica - como Eixo estratégico a desenvolver no quadrante configurado

pela intercepção da área de intervenção e implicação pública/política e do domínio da promoção

da agro-ecologia.

O Diagrama seguinte explicita o Racional da Estratégia Alimentar na relação de vetores estruturantes/

/Eixos estratégicos, estabelecendo uma relação ativa entre as dimensões de política e intervenção pública

com as dimensões relativas às práticas e comportamentos de natureza comunitária/coletivas.

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2.1. Visão de suporte à Estratégia Alimentar

A formulação da Visão que suporta a conceção e desenvolvimento da Estratégia Alimentar procura

combinar a qualidade das práticas alimentares e a segurança alimentar com as dimensões produtivas que,

simultaneamente, assegurem uma gestão sustentável futura dos recursos naturais.

Essa combinação de vetores deverá projetar Montemor-o-Novo como um Concelho que:

come bem,

tem práticas alimentares saudáveis generalizadas,

está implicado numa cultura de valorização do seu património agro-alimentar,

assume um esforço colectivo de respeito e valorização dos recursos locais e ambientais, e

consolida a transição para um sistema agro-ecológico de base territorial.

2.2. Eixos Estratégicos e Objetivos da Estratégia Alimentar

Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar

Objetivo: Promover a Saúde e Segurança Alimentar no Concelho como área transversal a todos os

domínios de intervenção pública e como forma de valorização dos saberes e património alimentar local e

de promoção e favorecimento de circuitos curtos, entre as várias escalas de produção e consumo.

O Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar tem uma vocação sobretudo centrada na exploração do conceito

de “alimentação adequada”, nas suas dimensões de segurança e acessibilidade não descriminatória. A

sua missão vê-se reforçada pelo respectivo contributo para a construção e estabilização de uma

“confiança” generalizada em torno da alimentação através de uma intervenção pública de cariz

pedagógico e exemplar, quer pela dinamização dos mercados municipais locais, quer pela generalização

de compras públicas orientadas por princípios de proximidade e sazonalidade.

Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização

Objetivo: Contribuir para o alargamento da utilização de circuitos curtos nas práticas de consumo,

produção, comercialização e transformação pela comunidade, como base de uma cultura colectiva local

de alimentação adequada e saudável e também inclusiva.

O Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuítos de Comercialização alarga a sua ação aos impactes nas

práticas de transformação e consumos através da restauração e do incentivo à viabilização de consumos

públicos de baixa pegada, acionando:

o debate sobre os limites e especificidades do que pode ser ou não considerado como “local” e

“circuitos curtos”;

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

10 | P á g i n a

a criação de massa crítica no consumo e na logística e distribuição, associadas à promoção de

práticas produtivas, no âmbito da agricultura familiar e da organização de circuitos de

comercialização locais;

a relevância de uma literacia alimentar generalizada e coerente ao longo de todo o ciclo de valor,

incluindo os circuitos de comercialização de base local;

a força de “vontade” e de “querer” (nas disponibilidades e criatividade que implicam) para lidar

com os diferentes tempos associados à sazonalidade e à fiabilidade, na consistência e regularidade

dos fornecimentos;

desafios à inovação organizativa e quotidiana para acomodar variabilidades nos custos,

fornecimentos e tipo de consumos de forma sustentável, viável e consistente nos diversos tipos de

transformação e consumo alimentar.

Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos

Objetivo: Sustentar a adopção do modelo agro-ecológico na sua relação sistémica com os recursos

ambientais e os princípios de sustentabilidade, em observância e recuperação das práticas produtivas que

fazem parte do património da Região e no combate à pauperização e desperdício bem como ao uso

ineficiente de recursos, em favor de uma estrutura mais robusta orientada para desenvolver práticas de

alimentação saudável.

O Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos vê acentuado o seu carácter programático estruturante

para a SMEA, em dimensões de contributos que podem sustentar e alavancar a proficuidade dos restantes

Eixos. Neste Eixo reforça-se:

o esclarecimento das diferenças entre os vários modelos agrícolas já experimentados e instituídos

e das novidades introduzidas pelo modelo agro-ecológico enquanto modelo emergente que

assenta numa opção/necessidade existencial de conciliar a atividade humana com a natureza e

com os recursos que esta providencia, numa perspetiva holística, relacional e sistémica;

a identificação do seu potencial no combate/minimização de ameaças globais e de impacte local

decorrentes da pressão exercida pelos sistemas instituídos sobre os recursos disponíveis e das

alterações climáticas, no que configuram de urgência a tomar consciência e a considerar novas

soluções nas opções estratégicas de desenvolvimento pretendidas; e

o debate em torno dos principais desafios não apenas no que reporta às dimensões

programáticas, num quadro de valores a (re)instituir, mas também no que implica de

consolidação cultural e de envolvimento de um sistema de actores alargado, ou ainda no que

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

11 | P á g i n a

estas dimensões aportam de desafios ao desenvolvimento técnológico, financeiro e

organizacional do modelo agro-ecológico.

Eixo 4 - Governância Estratégica

Objetivo: Contribuir para a integração e a coerência das medidas e instrumentos necessários à afirmação

do modelo agro-ecológico no território como quadro de referência partilhado, bem como para a

mobilização e implicação dos vários intervenientes em modelos de governancia e em processos de decisão

comprometidos com este desiderato macro-estrutural de sustentação de uma cultura alimentar saudável.

O Eixo 4 - Governância Estratégica consubtancia a sua relevância enquanto eixo de consolidação, ao nível

da mediação política, operatória e de garantia de consistência sistémica no desenvolvimento da SMEA.

Com uma dimensão estratégica de condução da SMEA enquanto política pública, focaliza o seu

desenvolvimento em torno de:

dimensões multi-escalares e multi-nível que uma Estratégia desta natureza, convida e suscita,

num concelho com as características de Montemor-o-Novo;

coerência e consistência com outros instrumentos de planeamento e opções de política pública

indexadas ao desenvolvimento do Concelho que esta Estratégia suscita, na consolidação gradual

de movimentos de transformacão; e

desafios a uma liderança colaborativa de movimentos e soluções de “networking” alargado a um

sistema de atores e de ação mais amplo, a envolver e a comprometer em torno da Estratégia.

Esta apresentação sintética evidencia a existência de assinaláveis interdependências entre os Eixos que

adiante se explicitam, em termos gerais e mais específicos a cada Eixo:

Função estrutural e operativa estruturante do Eixo 3 (na sua novidade de consolidação de

diferença, enquanto quadro de referência para a Estratégia) e do Eixo 4 (no que pode fazer de

diferença em termos de missão e modus operandi), pelo suporte de natureza vincadamente

estratégica, de enquadramento e de suporte que proporciona sentido ao desenvolvimento dos

Eixos 1 e 2.

Afirmação do Eixo 1 na especificidade da sua vocação dirigida para a promoção de uma

alimentação adequada através da exemplaridade dos consumos públicos e da sua

interconectividade direta com o Eixo 4 , com o qual partilha o mesmo sentido de vetor estratégico

(Eixos de vocação pública e política).

Transversalidade de interdependências do Eixo 2 com os restantes Eixos que acaba por encontrar

nessas interdependências o mote ao seu desenvolvimento enquanto processo de consolidação

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12 | P á g i n a

do ciclo de valor de banda alargada para a generalização de consumos coletivos que possam tirar

partido da proximidade e sazonalidade dos sistemas de produção, transformação e distribuição.

As interdependências do Eixo 1 face ao desenvolvimento dos restantes eixos, encontram-se configuradas,

nomeadamente, nas vertentes seguintes:

• Desafios que coloca ao Eixo 4, no papel reservado à condução e assumpção desta matéria

enquanto objeto de política pública, nas suas interdependências com outros níveis de decisão e

instrumentos de ação pública e na forma como poderão ser envolvidos todos os atores numa

cultura permanente de valorização de uma alimentação adequada e com coerência sistémica;

Relação direta que estabelece com o Eixo 2, na forma como poderá agilizar circuitos de natureza

mais curta como prática generalizada, quer na configuração do que é local quer no que implica

de envolvimento das pessoas e famílias na adopção de práticas produtivas e de comportamentos

de consumo que possam vir a viabilizar a consolidação deste tipo de circuitos;

Entendimento do modelo produtivo a adoptar no Eixo 3, de reforço à estabilização e

generalização de uma alimentação adequada, com envolvimento do sistema produtivo, e ao

robustecimento de viabilidade e sustentabilidade das práticas de uso e transformação.

As interdependências do Eixo 2 com tópicos de outros Eixos relevam-se, sobretudo, nas vertentes

seguintes:

Eixo 3, com os impactes ambientais que a própria organização dos circuitos de produção e

consumo acarretam para a gestão de recursos e os desafios que coloca ao modelo organizativo e

de mobilização de intervenientes em torno da produção em geral;

Eixo 1, sobretudo com questões relacionadas com a própria literacia alimentar;

Eixo 4, com o reforço da aposta em soluções de cariz “win-win” e guiadas pela promoção da

sustentabilidade.

As interconectividades do Eixo 3 com os restantes eixos são estruturantes, sendo de sublinhar como de

especial relevo a sua interdependência com o Eixo 4, nomeadamente no que reporta ao sentido integrado

de mudanças a adoptar e às massas critícas e compromissos a assegurar na Estratégia SMEA.

O Eixo 4 estabelece interdependências com todos os restantes eixos em garantias de articulação e

valorização da SMEA, no quadro de desenvolvimento do Concelho.

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13 | P á g i n a

2.3. Grupos de Medidas

Considerando os objectivos estabelecidos para cada Eixo Estratégico, identificam-se quatro Campos de

Medidas a desenvolver de forma operacional para cada um destes Eixos:

A) Eixo I - Saúde e Segurança Alimentar

(i) Informação e Saberes Fazer - passível de agregar ações de informação e divulgação

conducentes à promoção e generalização da saúde e segurança alimentar e de saberes-

fazer instalados (ou a desenvolver) orientados pela valorização de produtos locais e pela

adoção de circuitos curtos.

(ii) Mercado Local como espaço de Experimentação - passível de agregar acções

experimentais, exemplares ou de generalização de boas práticas alimentares para o

Concelho, quer pelo seu contributo para a saúde e segurança alimentar a promover, quer

pelo seu valor acrescentado para a promoção de produtos e saberes locais, em torno da

questão da alimentação.

(iii) Consumos Públicos - passível de acolher acções de promoção e generalização dos

princípios associados a uma alimentação saudável, segura e com baixa pegada ambiental,

em contextos institucionais, espaços públicos e eventos de mobilização colectiva.

(iv) Regulação Adaptativa - passível de acolher acções de iniciativa municipal ou de natureza

pública através da adaptação e garantia de coerência nos instrumentos de regulação do

sector agro-alimentar, de forma a reforçar a ação política em matéria alimentar e a

enquadrar e favorecer práticas saudáveis e sustentáveis.

B) Eixo II - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização

(i) Cultura e Literacia Alimentar – passível de acolher acções de suporte a uma literacia

alimentar generalizada a todos os atores, de entreajuda na resolução de problemas e de

consolidação de uma cultura local em torno da uma alimentação saudável.

(ii) Nano-Produções como espaço de Experimentação - passível de acolher acções

experimentais e de desenvolvimento do nexus produção-consumos, em regimes de

circuitos curtos de maior proximidade.

(iii) Práticas de Consumo - passível de acolher acções para a promoção generalizada de

consumos mediados por circuitos curtos de maior proximidade ao nível das famílias, da

restauração, da distribuição e da transformação de alimentos.

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(iv) Distribuição e Transformação - passível de acolher acções de consolidação de práticas e

soluções inovadoras no papel que a distribuição e a transformação de alimentos podem

desempenhar, no estreitar e aproximar do nexus produções-consumos.

C) Eixo III - Sustentabilidade e Gestão de Recursos

(i) Património e Desperdício - passível de acolher acções de levantamento e reconhecimento

(valorização) do contributo do património de saberes e práticas instaladas no Concelho

para o desenvolvimento de uma cultura agro-ecológica e de ações diretamente

vocacionadas para a redução de desperdícios.

(ii) Organização e Sustentabilidade da AE, como espaço de experimentação - passível de

acolher acções de experimentação e desenvolvimento do modelo agro-ecológico a

implementar, nomeadamente nas suas vertentes de sustentabilidade financeira,

económica e tecnológica/operativa.

(iii) Práticas Produtivas - passível de acolher acções de viabilização, consolidação e

generalização de práticas produtivas mais alinhadas com o modelo Agro-ecológico e com

expressão no desenvolvimento de uma economia circular virtuosa.

(iv) Relação com Recursos - passível de acolher acções de reconhecimento e gestão integrada

de recursos orientadas para a generalização do seu uso eficiente e capacitação adaptativa

dos diferentes atores e do sistema para uma resiliência coletiva de base territorial.

D) Eixo IV - Governância Estratégica

(i) Comunicação - passível de acolher acções diretamente orientadas para a promoção de

canais de comunicação efetiva entre todos os intervenientes em torno da informação

disponível, conteúdos estabilizados e partilha de experiências e saberes.

(ii) Gestão dos tempos de desenvolvimento da SMEA e Monitorização, como espaços de

experimentação - passível de acolher acções orientadas para a experimentação de

instrumentos de gestão estratégica e de monitorização dos seus progressos, em novos

campos de possibilidades e consequências nas transformações que possam ir ganhando

evidência no território.

(iii) Liderança e Networking - passível de acolher acções de reconfiguração e alargamento do

sitema de atores a par da sua mobilização e implicação num modelo de ação e de

governancia integrada e colaborativa, através da consolidação de compromissos efetivos

e de práticas de co-responsabilização e partilha de decisões e poderes.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

15 | P á g i n a

(iv) Território e Instrumentos de Planeamento - passível de acolher ações transversais à

consolidação do modelo agro-ecológico no território, à sua integração e consideração

noutros instrumentos de planeamento e à promoção e gestão necessárias à consolidação

da transição de referências e efetivação das transformações almejadas com a SMEA.

2.4. Arenas Operacionais

No sentido de assegurar uma integração operacional destes Campos de Medidas e potenciar a sua relação

sinergética, é possível identificar 4 grandes Arenas Operacionais passíveis de reforçarem o sentido

estratégico e operativo às ações enquadradas em cada Campo de Medidas. Assim:

I. Arena Operacional 1 - Informação e Culturas Partilhadas - passível de agregar os campos de

medidas descritas para cada Eixo Estratégico num propósito de partilha e acesso ágil a informação

e de um sistema fluido de comunicação que permita suportar a valorização e a implicação de

todos os atores em torno dos domínios que fazem parte do eixo estruturante transversal e a

consolidação de uma cultura local alimentar saudável.

II. Arena Operacional 2 - Campos de Experimentação e I&D - passível de agregar os campos de

Medidas descritas para cada Eixo Estratégico num propósito de promoção de conhecimento, de

I&D e de desenvolvimento experimental passível de consolidar aprendizagens, trocas virtuosas

de saberes, progressos e adquiridos entre os domínios que fazem parte do eixo estruturante e

boas práticas/referências para eventual generalização.

III. Arena Operacional 3 - Práticas Agregadas - passível de agregar os campos de Medidas descritas

para cada Eixo Estratégico num propósito de robustecer e conciliar as diferentes práticas

necessárias e a implicar nesta Estratégia, num cimento de efeito efectivo entre as áreas de

actuação e implicação de natureza mais pública/política e de natureza mais comunitária/coletiva.

IV. Arena Operacional 4 - Transformação/Consolidação do Sistema Agro-Alimentar - passível de

agregar os campos de Medidas descritas para cada Eixo Estratégico num propósito de

consolidação e generalização de medidas adaptativas consequentes às transformações

ambicionadas com a SMEA nos seus domínios e áreas de intervenção e de efetivação dos seus

impactes no território.

2.5. Fatores de Sucesso a considerar

Neste vasto conjunto de Medidas são identificáveis grupos de Medidas que revestem maior valor

estratégico na sua estrutura e, por isso, carecem de maior atenção (conceção, execução, financiamento,

acompanhamento, monitorização, …):

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a) “Comunicação” - que emerge como estruturante e reforçada no valor sinergético e prioritário

que lhe foi atribuído nas relações que estabelece com as restantes Medidas que compõem a

Arena Operacional da Informação e Culturas partilhadas. Esta Medida acaba por assegurar a

logística e capacidade produtiva do dispositivo de comunicação a implementar em torno da

SMEA, através da gestão do “Kit SMEA” (Medida 1.1.).

b) “Experimentação de Nano-produções” e “Experimentação de organização e sustentabilidade do

modelo AE” - que emergem como estruturantes na Arena da Experimentação pela sua dificuldade

e pelo valor de suporte e precedência que assume relativamente a outras Medidas dos vários

Eixos. Neste sentido, as ações relativas à promoção de “hortas comunitárias” e de um “quiosque

de excedentes” (Medida 2.2) e de criação de um “campo prático de aprendizagens” e de

“instrumentos de apoio à produção” (Medida 3.2), configuram experimentações de valor

sinergético e relevante para a produção de aprendizagens e instrumentos passiveis de alimentar

posteriores generalizações.

c) “Práticas Produtivas” e “Liderança e Networking”- que emergem como estruturantes no nexo de

Práticas Agregadas precisamente no que podem contribuir para suportar e robustecer as outras

práticas identificadas nos restantes Eixos e sustentar o seu desempenho. Ações como a criação

de uma “Estrutura de apoio técnico à produção” (Medida 3.3), a criação de uma “Rota de eco-

literacia” e a activação de um dispositivo de “Negociação e facilitação de parcerias alargadas”

(Medida 4.3), evidenciam-se como contributos relevantes e de valor acrescentado para as

restantes ações quer nos próprios Eixos em que se enquadram, quer no suporte às restantes ações

da Arena Operacional para que contribui.

d) “Relação com Recursos” e “Regulação Adaptativa” - estas Medidas consubstanciam os dois

pilares de retaguarda substantiva à co-produção das transformações ambicionadas com esta

Estratégia, trazem valor acrescentado à viabilidade e à coerência da globalidade do sistema de

medidas identificadas e suportam a integridade da SMEA nas suas ambições conceptuais e

operativas. Ações como a criação de um “Banco de Sementes” e a promoção de “Boas Práticas do

uso do solo e da água” (Medida 3.4), conciliadas com a criação de um “Grupo de Trabalho para

acompanhar, preparar e impulsionar revisões e alterações legislativas” que venham a revelar-se

necessárias (Medida 1.4) são passíveis de assegurar ingredientes fundamentais à construção e

reificação de uma cultura agro-alimentar baseada nos princípios da agro-ecologia viabilizando o

seu desenvolvimento e expressão através da circularidade de condições e efeitos que são

passíveis de assegurar no próprio Eixo, nos restantes e a todo o sistema de medidas elencado.

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17 | P á g i n a

Esta análise à robustez da matriz de medidas e ações vem revelar, igualmente, a vantagem estratégica do

Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos no sistema SMEA, na medida em que o mesmo introduz e

aporta pilares de atuação fundamentais e estruturantes ao desenvolvimento dos restantes Eixos e a todas

as Arenas Operacionais, viabilizando potenciais de exploração circular a ensaiar quer na base de natureza

mais coletiva da matriz, quer na ligação às suas dimensões de natureza mais pública/política.

2.6. Mapa de Medidas e Ações, por Eixo

Mapa de Medidas e Ações, por Eixo

Eixo Medida Nº Ação

Saúde e Segurança Alimentar

1.1. Informação e Saber-Fazer

1* Kit SMEA*

1.2. Experimentação - Mercado

2 Projeto de Renovação/Dinamização do Mercado

Municipal

3 Cozinha Comunitária

1.3. Consumos Públicos 4 Grupo de Trabalho para promoção de Compras

Públicas de produtos locais e Agro-Ecológico

1.4. Regulação Adaptativa

5 Grupo de Trabalho para acompanhar, preparar e impulsionar revisões e alterações legislativas que viabilizem Compras Públicas de produtos locais

Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização

2.1. Cultura e Literacia Alimentar

1* Kit SMEA*

2.2. Experimentação de Nano Produções

6 Hortas Comunitárias

7 Dinamização do Banco de Terras Local

8 Quiosque de Excedentes

2.3. Práticas de Consumo 9 Km0

2.4. Distribuição e Transformação

10 Às voltas de um Produto - a Bolota

11 Circuito de Mercearias

Sustentabilidade e Gestão de

Recursos

3.1. Património e Desperdício

1* Kit SMEA*

3.2. Experimentação - Organização e Sustentabilidade

12 Campo Prático de Aprendizagens

13 Estudos de viabilidade do Sistema Agro-Ecológico e de instrumentos de apoio técnico à produção

3.3. Práticas Produtivas 14 Estrutura de Apoio Técnico à Produção

15 Recuperação de formas tradicionais de produção

3.4. Relação com os Recursos

16 Criação e Gestão de Bancos de Sementes

17 Promoção de boas práticas do uso do solo e da água

18 Participação na Bolsa Nacional de Terras

Governancia Estratégica

4.1. Comunicação 1* Kit SMEA*

19 Carrinha Itinerante (suporte Kit SMEA)

20 Plataforma (suporte Kit SMEA)

4.2. Tempos e Monitorização

21 Monitorização SMEA

4.3. Liderança e Networking

22 Negociação e Facilitação de Parcerias alargadas

23 Rota de Eco-Literacia

4.4. Território e Integração de Instrumentos de Plano

24 Integração SMEA nos Instrumento de Gestão Territorial (IGT) e outras Estratégias municipais (i.e.

Agenda 21 Local e Carta Estratégica) (*) Ação 1 comum a todos os eixos, com especificidade de incorporação em cada eixo Estratégico.

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Mapa de Medidas e Ações, por Eixo e Arena Operacional Informação e Culturas Partilhadas

Eixo Medida Nº Ação

Saúde Segurança Alimentar 1.1. Informação e Saber--Fazer

1* Kit SMEA*

Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização

2.1. Cultura e Literacia Alimentar

1* Kit SMEA*

Sustentabilidade e Gestão de Recursos

3.1. Património e Desperdício

1* Kit SMEA*

Governancia Estratégica 4.1. Comunicação

1* Kit SMEA*

19 Carrinha Itinerante (suporte Kit SMEA)

20 Plataforma (suporte Kit SMEA)

Campos de Experimentação e I&D

Eixo Medida Nº Ação

Saúde e Segurança Alimentar 1.2. Experimentação - Mercado

2 Projeto de Renovação/Dinamização do

Mercado Municipal

3 Cozinha Comunitária

Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização

2.2. Experimentação de Nano Produções

6 Hortas Comunitárias

7 Dinamização do Banco de Terras Local

8 Quiosque de Excedentes

Sustentabilidade e Gestão de Recursos

3.2. Experimentação - Organização e Sustentabilidade

12 Campo Prático de Aprendizagens

13 Estudos de viabilidade do Sistema Agro-

Ecológico e apoio técnico à produção

Governancia Estratégica 4.2. Tempos e Monitorização

21 Monitorização SMEA

Práticas Agregadas

Eixo Medida Nº Ação

Saúde e Segurança Alimentar 1.3. Consumos Públicos 4 Grupo de Trabalho para promoção de Compras

Públicas de produtos locais e Agro-Ecológico

Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização

2.3. Práticas de Consumo 9 Km0

Sustentabilidade e Gestão de Recursos

3.3. Práticas Produtivas

14 Estrutura de Apoio Técnico à Produção

15 Recuperação de formas tradicionais de

produção

Governancia Estratégica 4.3. Liderança e Networking

22 Negociação e Facilitação de Parcerias alargadas

23 Rota de Eco-Literacia

Transformação|Consolidação do Sistema Agro-Alimentar

Eixo Medida Nº Ação

Saúde e Segurança Alimentar 1.4. Regulação Adaptativa

5

Grupo de Trabalho para acompanhar, preparar e impulsionar revisões e alterações legislativas que viabilizem Compras Públicas de produtos

locais

Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização

2.4. Distribuição e Transformação

10 Às voltas de um Produto – a Bolota

11 Circuito de Mercearias

Sustentabilidade e Gestão de Recursos

3.4. Relação com os Recursos

16 Criação e Gestão de Bancos de Sementes

17 Promoção de boas práticas do uso do solo e da

água

18 Participação na Bolsa Nacional de Terras

Governancia Estratégica 4.4. Território e Integração de Instrumentos de Plano

24 Integração SMEA nos Instrumento de Gestão

Territorial (IGT) e outras Estratégias municipais (i.e. Agenda 21 Local e Carta Estratégica)

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

19 | P á g i n a

3. MODELO DE FUNCIONAMENTO SMEA

A SMEA MoN é uma Estratégia Alimentar Municipal Participada e Partilhada ancorada pela Carta de

Compromisso. Entre os compromissos partilhados identificados pelo processo de trabalho, salientam-se

os seguintes:

Reconhecimento da pertinência de uma Estratégia Alimentar Participada e Partilhada (SMEA)

para o Concelho;

Reconhecimento na sua visão, princípios e estrutura de disponibilidade para contribuir, na

generalidade, para a boa prossecução dos seus objetivos;

Concordância e apoio aos instrumentos operacionais definidos para o seu modelo de

funcionamento;

Reconhecimento e validação das suas peças técnicas de partida;

Disponibilidade para acompanhar o desenvolvimento da SMEA e participar nas atividades do seu

Conselho Geral;

Disponibilidade para participar na sua divulgação e promoção enquanto “Embaixadores SMEA”.

Este padrão de compromissos, suscita o desenho de um Modelo de Governancia que deverá servir de

referência à sua operacionalização, bem como de um Plano de Gestão de Riscos inerentes ao seu

desenvolvimento. Este desenho configura-se essencial quer na estabilização do sentido estratégico que

suporta este compromisso, quer em antevisão da sua exequibilidade e em enunciado dos compromissos

expectáveis por parte dos diversos intervenientes para a sua conveniente prossecução.

O desenho de um Modelo de Governancia associado a uma estratégia participada e partilhada visa,

sobretudo, definir e estabilizar as regras e organização que regem o seu funcionamento, esclarecer as

suas principais sedes e circuitos de decisão e clarificar o tipo e conteúdos de responsabilidades atribuídas

e expectáveis a cada ator e fora organizativo (quem, com quem, em quê?).

O Plano de Gestão de Riscos associado a uma Estratégia desta natureza visa identificar e antecipar

eventuais pontos críticos à sua execução e desenvolvimento de forma a, simultaneamente, poder

contribuir para a sua robustez e, durante a sua implementação, poder apoiar o desenvolvimento da sua

resiliência adaptativa.

3.1. Estrutura do Modelo de Governancia

No desenho deste Modelo de Governancia foram consideradas as seguintes dimensões: (i) Pressupostos

e Requisitos; (ii) Arquitetura, Sedes de Decisão e Inter-Relações; (iii) Notas Complementares.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

20 | P á g i n a

Pressupostos e Requisitos

A SMEA tem por base a configuração, elaborada de forma colaborativa, de um compromisso para a ação

em torno da sua estrutura: 2 vetores, 4 Eixos Estratégicos, 4 Arenas Operacionais e 16 Grupos de Medidas.

O Modelo de Governancia deve garantir (cf. síntese no Quadro seguinte):

o desenvolvimento da abordagem colaborativa encetada na montagem da SMEA e o seu principio

participativo na co-decisão e co-responsabilização, evitando desequilibrios na distribuição e

exercício de poderes, sobrecargas e/ou demissões;

a ancoragem no desenvolvimento de solidez e coerência dos seus sentidos estratégicos e nas

sinergias dos conteúdos identificados, evitando desenvolvimentos avulsos e/ou descoordenados

e pouco eficientes e eficazes;

uma optimização na alocação e partilha de recursos, evitando perdas de potencial sinergético na

sua operacionalização e/ou sobreposições e dispêndios desnecessários de tempo e recursos;

uma flexibilidade no seu desenvolvimento, acolhendo dinâmicas generativas de ações e

conteúdos, evitando rigidez, disfuncionalidades, duplicação de esforços e/ou perda de foco; e

uma articulação efetiva entre todos os intervenientes na sua operacionalização e monitorização

através de regras de funcionamento simplificadas, claras e ágeis, evitando vazios, sobrecargas

e/ou disfuncionalidades operativas.

Princípios e Requisitos ao Modelo de Governancia SMEA

Ambição ... A Evitar

Desenvolvimento da abordagem colaborativa SMEA;

Principio participativo na co-decisão e na co-responsabilização.

Desequilíbrios na distribuição e no exercícios de poderes;

Sobrecargas;

Demissões.

Solidez e coerência dos sentidos;

Sinergias de conteúdos.

Desenvolvimentos avulsos e/ou descoordenados;

Problemas de eficiência e de eficácia.

Otimização na alocação e partilha de recursos.

Perdas de potencial sinergético na sua operacionalização;

Sobreposições ou dispêndios desnecessários de tempo e recursos.

Flexibilidade no seu desenvolvimento;

Capacidade para acolher, de forma expedita, dinâmicas generativas de ações e conteúdos.

Rigidez;

Disfuncionalidades;

Duplicação de esforços e ações;

Perda de foco.

Articulação efetiva entre todos os intervenientes na sua operacionalização e monitorização;

Regras de funcionamento simplificadas e ágeis.

Vazios de decisão;

Sobrecargas de desempenho;

Disfuncionalidades operativas.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

21 | P á g i n a

Arquitetura, Sedes de Decisão e Inter-Relações

No sentido de operacionalizar um sistema de co-operação e co-decisão SMEA que concorra para

os pressupostos e requisitos anteriormente enunciados, considera-se relevante a constituição dos

seguintes órgãos de acompanhamento e operacionalização SMEA (cf. Figura seguinte).

Arquitetura do Modelo de Governancia

De forma a garantir eficiência e flexibilidade na sua operabilidade e a não sobrecarregar a execução da

Estratégia com estruturas deliberativas muito pesadas, foram contemplados fora executivos em

delegação e equacionada a vantagem de funções de coordenação desses fora virem a ser assumidas em

regime eletivo e/ou rotativo, abrangendo a diversidade de signatários da Carta de Compromisso.

Assim, para o acompanhamento e operacionalização da SMEA, propõe-se a existência dos seguintes

órgãos para a sua estrutura de ação e governancia:

a) Conselho Geral SMEA (com um pivot rotativo);

b) Comité Coordenador Operacional (com um pivot rotativo);

c) Grupo Operacional de Eixo Estratégico (com um coordenador); e

d) Pivot por Grupos de Medidas.

Este desenho permite clarificar o grau de envolvimento com que cada ator se vai posicionar relativamente

a cada uma destas estruturas (cf. Figura seguinte).

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

22 | P á g i n a

Intensidade na Estrutura de Ação

Papéis e Expectativas de Desempenho

Partindo do princípio de que estas estruturas encontram no Conselho Geral a sua matriz de referência,

dela emanando em mandatos de operacionalização, propõe-se as seguintes vocações a desenvolver e as

missões e orientações para o seu funcionamento e inter-relações.

(i) Conselho Geral SMEA

Vocação

O Conselho Geral deve afirmar-se como garante do acompanhamento da Carta de Compromisso e como forum de discussão e decisão privilegiada do sentido estratégico da SMEA, apoiando-se no seu dispositivo de monitorização e avaliação e assegurando o seu espírito aberto, participado, sinergético e generativo.

Composição Todos os signatários da Carta de Compromisso.

Missão

Acompanhar e monitorizar o desenvolvimento da Estratégia;

decidir sobre alterações à sua estrutura, composição e regras de funcionamento;

desempenhar missões de “Embaixadores” da SMEA no Concelho e em outras geografias.

Funcionamento

Reúne sempre que necessário e pelo menos 1 vez por ano;

elege entre os seus membros uma coordenação rotativa de 2 em 2 anos (pode iniciar-se com a CMMoN);

as decisões são tomadas por consenso ou maioria qualificada entre os signatários da Carta de Compromisso;

a Equipa da Agenda 21 Local assegura o secretariado funcional do Conselho Geral.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

23 | P á g i n a

(ii) Comité de Coordenação Operacional (CC ou Coordenadora)

Vocação

O Comité de Coordenação de Eixos (CC) deve afirmar-se como forum privilegiado de garantia de coerência e operabilidade sistémica da SMEA na articulação dos seus Eixos e Arenas, assumindo decisões de foro executivo decorrentes das orientações e decisões estratégicas oriundas da Carta de Compromisso e do seu Conselho Geral.

Composição Todos os Coordenadores de Eixo e Equipa da Agenda 21 Local.

Missão

Assegurar uma partilha periódica e sistemática de informação sobre o desenvolvimento dos Eixos;

assegurar coerência e sinergias sistémicas nos Eixos e nas Arenas;

decidir sobre novas ações ou alterações de otimização e de operacionalidade da SMEA, dentro do quadro definido na sua matriz estratégica decorrente das orientações e decisões oriundas da Carta de Compromisso e do seu Conselho Geral.

Funcionamento

Reúne pelo menos trimestralmente, podendo incutir outra periodicidade em função da dinâmica e/ou fase de desenvolvimento da Estratégia e suas ações;

pode convidar outros intervenientes da SMEA a participar nas suas iterações, de forma consultiva;

as decisões são tomadas por consenso, base de compromisso ou maioria qualificada entre os coordenadores de Eixo;

a Equipa da Agenda 21 Local assegura o secretariado funcional desta Coordenadora e a logística necessária ao seu funcionamento.

(iii) Grupo Operacional de Eixo (GOE)

Vocação O Grupo Operacional de Eixo (GOE) deve afirmar-se como forum privilegiado de garantia de coerência e desenvolvimento operacional e dinâmico de cada Eixo na sua função e missão no quadro da SMEA.

Composição Pelo menos um interlocutor de cada Grupo de Medidas que compõem o Eixo.

Missão

Assegurar a articulação operacional interna;

assegurar e agilizar a articulação entre os atores envolvidos no seu desenvolvimento;

monitorizar as necessidades de recursos a alocar e/ou a angariar;

desenhar e propôr novas ações para desenvolver os Grupos de Medidas;

participar nos instrumentos de monitorização e avaliação em curso;

assegurar a representação do grupo nas instâncias coordenadoras e, sempre que necessário, noutras instâncias.

Funcionamento

Identificada uma coordenação activa para o GOE entre os intervenientes que participam nas atividades do Eixo;

a coordenação de Eixo promove iterações e iniciativas necessárias, sistemáticas e periódicas de forma a garantir o seu funcionamento e missão;

as decisões são tomadas por consenso, base de compromisso ou maioria com voto qualificado da coordenação;

secretariado funcional à coordenação de Eixo assegurado por um membro da Equipa da Agenda 21 Local.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

24 | P á g i n a

(iv) Grupo de Medidas (GM)

Vocação

Os Grupos de Medidas devem afirmar-se, sobretudo, como grupos orgânicos executivos das ações identificadas, e pivots de sensibilidade e de proposição de medidas corretivas ou complementares ao desenvolvimento de cada medida e à boa execução geral da SMEA. Cada Grupo de Medidas deve assegurar a operacionalização dos seus propósitos e função na SMEA através da execução das medidas inscritas na Carta de Compromisso ou outras que vierem a ser propostas e validadas pela Coordenadora.

Composição Todos os pivots de Ação e intervenientes envolvidos (em 1ª e 2ª linha) na operacionalização de cada Grupo de Medidas.

Missão

Assegurar a execução das ações;

desenhar e propôr ao GOE novas ações e/ou alterações eventuais às acções constantes na Carta de Compromisso;

assegurar a recolha e disponibilidade de informação necessárias aos instrumentos de monitorização e avaliação em curso;

assegurar a representação do grupo nas instancias coordenadoras, noutros grupos de medidas, e noutras instâncias sempre que necessário.

Funcionamento

Elege um representante do Grupo de Medida para participar no GOE;

reúne sempre que necessário ou sob solicitação de qualquer um dos seus intervenientes;

as decisões são tomadas por consenso, base de compromisso ou maioria qualificada dos pivots de Ação.

(v) Equipa Agenda 21 Local

Vocação O Grupo da Agenda 21 Local deve assegurar o respeito geral pelos princípios que regem a Carta de Compromisso SMEA vigente no quadro dos valores gerais que nortearam a sua promoção no âmbito do seu plano de atividades.

Composição Anabela Ferreira, Cândida Martins,Rita Sampaio e Vanda Teixeira.

Missão SMEA

Apoiar e secretariar os orgãos SMEA nas suas missões e funcionamento;

preparação de documentação de suporte à monitorização, avaliação e representação da SMEA por parte dos seus órgãos;

apoio circunstancial aos subscritores da Carta de Compromisso vigente.

Funcionamento Reune sempre que necessário sendo coordenado pela Presidente da CMMN.

Notas Complementares

Relativamente aos propósitos e requisitos, considera-se que o Modelo de Governancia pode reforçar as

respostas em termos de sobrecarga de funções e/ou riscos de demissões pela opção de alternância no

exercício de funções de coordenação e lideranças operativas.

Também o foco na garantia de acompanhamento e coordenação operacional de proximidade dos vários

eixos, medidas e ações em presença, serve de garante de execução coerente e flexibilidade operativa em

referência aos sentidos estratégicos compromissados, evitando eventuais desconexões, efeitos perversos

de demoras no sistema de decisão e/ou perda de foco.

Considerando o processo participativo e partilhado desta Estratégia e uma análise prévia das

disponibilidades de envolvimento apuradas (que coloca atores chave com participação de 1ª linha em

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

25 | P á g i n a

vários grupos de Medidas e Eixos), considera-se que estas estruturas poderão vir a incutir uma

flexibilidade orgânica ao seu funcionamento decorrente da natural fluidez de circulação de informação,

busca natural de sinergias e representação de decisão operacional entre o Núcleo Operativo Ativo, sem

sobrecarga ou exigências adicionais à actividade da Coordenadora e do Conselho Geral.

3.2. Plano de Gestão de Riscos

Considerando os riscos identificados na 4ª Oficina relativamente à estrutura e forma organizativa da SMEA

e à promoção de medidas conducentes à sua resiliência adaptativa, identificaram-se as seguintes medidas

de antecipação e/ou vigilância (cf. Quadro seguinte).

Plano de Gestão de Riscos

Estrutura e Forma Abordagem do risco - Sugestões

Liderança e coordenação - garantia de articulação multi-nivel e manutenção energética durante o desenvolvimento da Estratégia

Liderança do Conselho Geral a ser iniciado pela CMMoN Estabelecer, em sede de Coordenadora e Conselho Geral, um regime de articulação estreita entre estes dois órgãos e mecanismos ágeis de circulação de informação atualizada sobre o andamento dos trabalhos. Medida 4.3 - Liderança e Networking.

Composição do sistema de atores e clarificação de papeis expectáveis - esclarecimento de legitimidade e representatividades

Sistema de Governancia e posicionamento dos atores na Estrutura de Ação. Ancoragem na composição dos subscritores da Carta de Compromisso SMEA. Validação do sistema de funcionamento e decisão em cada fora na sua primeira sessão de trabalhos. Preparação, em sede de Coordenadora, de critérios para a atualização de subscritores da Carta de Compromisso a ser levada a decisão do Conselho Geral.

Funcionamento e funcionalidade - garantia de flexibilidade e operabilidades realistas

Revisão do modo de funcionamento em cada fora, caso necessário, garantindo a sua eficiência e eficácia Agenda 21 Local como apoio transversal às várias instâncias SMEA. Ficha de Atores e Ficha de Recursos como base à identificação de necessidades de reforço de recursos e/ou outsourcings.

Sistema de decisão e gestão de discensos -esclarecimento da sede e das modalidades de tomada de decisão, exercícios de poderes alargados e garantia de prossecução das ações

Sistema de circulação de informação. Sistema de decisão atualizado. Reforço de apoio técnico (formações breves, coatching, mentoring, …) em liderança colaborativa e gestão de conflitos à Coordenadora e Lideranças Operativas (a desenvolver no âmbito da Medida 4.3).

Resiliência Abordagem do risco - Sugestões

Imponderabilidades e fatores externos estruturais de natureza ambiental

Medida 3.4 - Relação com Recursos.

Fatores de inovação e/ou disrupção com fatores instituídos

Medida 4.2 - Tempos e Monitorização. Reforço de apoio técnico (formações breves, coatching, mentoring, …) em inovação e adaptação cooperativa de apoio ao Núcleo Operativo Ativo (a desenvolver no âmbito da Medida 4.3).

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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Resiliência Abordagem do risco - Sugestões

Compromissos e sua fiabilidade passíveis de provocar dispersão e/ou desvituação do sentido estratégico

Comité de Coordenação Operacional. Medida 4.2 - Tempos e Monitorização. Medida 4.3 - Liderança e Networking. Medida 4.1 - Comunicação.

Envolvimento e constância de disponibilidades para cumprir os compromissos assumidos durante a implementação da Estratégia, nomeadamente no que respeita a alocação de tempo e outros recursos para acompanhamento e execução das ações.

Conselho Geral SMEA. Comité de Coordenação Operacional. Medida 4.3 - Liderança e Networking.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

27 | P á g i n a

4. PEÇAS TÉCNICAS SMEA

4.1. Fichas de Medidas

A Carta de Compromisso tem como parte integrante as “Fichas de Medida” para as quais foram

consideradas os seguintes descritores:

a) Eixo Estratégico

b) Arena Operacional

c) Designação de Medida

d) Resumo

e) Objetivos

f) Contributos para a transformação desejada

g) Ações

h) Resultados esperados

i) Ligação a outras ações

j) Indicadores de Medida

k) Cronograma

l) Recursos a accionar

m) Custos estimados

n) Liderança

o) Atores a envolver em 1ª linha

p) Atores a envolver em 2ª linha.

Estas Fichas de Medida detalham e sistematizam toda a estrutura de sentido e condições de operabilidade

definidas pelos diferentes atores envolvidos e servem de referencial às restantes peças técnicas: o Mapa

de Recursos, o Cronograma, o Mapa de Atores e as Fichas por Ator.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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Fichas de Medida

A versão atual das fichas de Medida corresponde ao acumulado de preenchimento junto do trabalho de

Equipa da Agenda 21 Local e dos consultores e dos contributos (recolhidos e processados) dos grupos de

trabalho constituídos na 3ª Oficina para amadurecer gradualmente os conteúdos dos diversos campos

das Fichas, nomeadamente no tocante à consolidação de compromissos (participação, lideranças,

recursos, etc.).

A última Oficina Colaborativa deverá assegurar o fecho e validação final das diferentes peças constitutivas

da Estratégia Alimentar para Montemor-o-Novo.

Eixo 1: Saúde e Segurança Alimentar

Arena 1 Informação e Culturas Partilhadas

1.1. Informação e Saber-Fazer

Resumo Ações de informação e divulgação conducentes à promoção e generalização da saúde e segurança alimentar e de saberes-fazer instalados (ou a desenvolver) orientados pela valorização de produtos locais e adoção de circuitos curtos.

Objetivos Partilha e acesso ágil a informação e de um sistema fluído de comunicação que permita suportar a valorização e implicação de todos os atores e a consolidação de uma cultura local alimentar saudável.

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação pública/política e promoção de circuitos curtos de base local) Promover a Saúde e Segurança Alimentar no concelho como área transversal a todos os domínios de intervenção pública e como forma de valorização dos saberes e património alimentar local e de promoção e favorecimento de circuitos curtos entre os vários níveis de produção e consumos.

Ações A1* - Kit SMEA - Informação e Saberes Fazer (Desenvolvimento de conteúdos para disseminação de informação relevante e saberes fazer).

Resultados Esperados

Informação disponível sobre práticas alimentares e modos de vida saudáveis em vários formatos, orientada para população em geral e especial incidência junto da população infanto-juvenil População de MoN sensibilizada e mobilizada para práticas alimentares e modos de vida saudáveis.

Ligações a outras ações

A1* (Medidas 2.1; 3.1 e 4.1); A19; A20; A15; A17; A21; e A23.

Indicadores de Medida

Número de kit SMEA distribuídos Taxa de cobertura das iniciativas.

Cronograma

Recursos a acionar Estudos e recolha de informação disponível sobre hábitos alimentares problemas de saúde (p.e. hipertensão, diabetes, obesidade etc.) tradições, saber fazeres Recursos humanos e financeiros.

Custos

Liderança Unidade de Cuidados na Comunidade (UCCMoN); e Slow-Food.

Atores 1ª linha Movimento Slow Food; - CMMoN - CMMoN ;DECO; Marca ADL; Terras Dentro; UCCMoN.

Atores 2ª linha DRAPAL; Rede de Cidadania; Agrupamento de Escolas; ASAE; UCCMoN; Administração Regional de Saúde do Alentejo; e Agrupamento Monte.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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Eixo 1: Saúde e Segurança Alimentar

Arena 2 Campos de Experimentação e I&D

1.2. Experimentação - Mercado

Resumo

Ações experimentais, exemplares ou de generalização de boas práticas alimentares para o Concelho, quer pelo seu contributo para a saúde e segurança alimentar a promover, quer pelo seu valor acrescentado para a promoção de produtos e saberes locais em torno da problemática da alimentação.

Objetivos Promoção de conhecimento, de I&D e de desenvolvimento experimental passível de consolidar aprendizagens, trocas virtuosas de saberes, progressos e adquiridos e acolhimento de boas práticas/referências para eventual generalização.

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação pública/política e promoção de circuitos curtos de base local) Promover a Saúde e Segurança Alimentar no Concelho como área transversal a todos os domínios de intervenção pública e como forma de valorização dos saberes e património alimentar local e de promoção e favorecimento de circuitos curtos entre os vários níveis de produção e consumos.

Ações

A2 - Projeto de Renovação/Dinamização do Mercado Municipal (Execução de Obras de requalificação do Edifício e dinamização de atividades a acolher) A3 - Cozinha Comunitária (Conceção, equipamento e organização de funcionamento de uma Cozinha Comunitária no espaço do mercado). A4 - Apoio Técnico à instalação de novos produtores. Análise, no âmbito de actividade de investigação no ICAAM, dos percursos e constrangimentos à instalação de novos agricultores na Região, com identificação de possíveis mecanismos de apoio e definição dos mais urgentes.

Resultados Esperados

Facilidade de acesso a produtos locais e frescos diariamente Facilidade de colocação de produtos frescos resultantes de nano-produções no mercado Experimentação e disseminação de práticas de distribuição de produtos em circuitos curtos Experimentação e disseminação de práticas de transformação de alimentos com base em circuitos curtos, sustentáveis e saudáveis. Maior número de produtores a vender em circuito curto.

Ligações a outras ações

A1*; A6; A7; A8; A9; A10; A11; A15; e A22.

Indicadores de Medida

Grau de utilização semanal da Cozinha Comunitária.

Cronograma

Recursos a acionar

Execução das obras Aquisição de equipamento para cozinha Elaboração e implementação de plano ação normas de gestão e funcionamento do MM e da cozinha comunitária.

Custos

Liderança CMMoN.

Atores 1ª linha CMMoN; ICAAM; Rede de Cidadania; ADL Marca; LPMA; Associação de Produtores e Copoerativas.

Atores 2ª linha Restauração; IPSS’s; Movimento Slow Food; MontemorMel; ASAE; Administração Regional de Saúde do Alentejo; DRAPAL; e Associações do Concelho.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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Eixo 1: Saúde e Segurança Alimentar

Arena 3 Práticas Agregadas

1.3. Consumos Públicos

Resumo Ações de promoção e generalização dos princípios associados a uma alimentação saudável, segura e com baixa pegada ambiental em contextos institucionais, espaços públicos e eventos de mobilização coletiva.

Objetivos Robustecer e conciliar as diferentes práticas necessárias e a implicar nesta estratégia num cimento de efeito efetivo entre as áreas de atuação e implicação de natureza mais pública/política e de natureza mais comunitária/coletiva

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação pública/política e promoção de circuitos curtos de base local) Promover a Saúde e a Segurança Alimentar no concelho como área transversal a todos os domínios de intervenção pública e como forma de valorização dos saberes e património alimentar local e de promoção e favorecimento de circuitos curtos entre os vários níveis de produção e consumos.

Ações

A4 - Grupo de Trabalho para promoção de compras locais junto de entidades abrangidas pelas regras de contratação pública de produtos locais e AE + “Selo SMEA” (Levantamento de locais, contactos com entidades para sensibilização de compras públicas SMEA; apoio técnico, desenvolvimento e atribui Selo SMEA) (Selo SMEA - a atribuir a postos de consumos públicos que cumpram os requisitos da medida).

Resultados Esperados

Alimentação saudável e com baixa pegada ecológica disponível nas cantinas escolares e postos de consumo alimentar sob gestão pública.

Ligações a outras ações

A2; A5; A6; A7; A8; A9; A11; A17; A21; A23.

Indicadores de Medida

Nº de postos de consumo alimentar sob gestão pública com Selo SMEA.

Cronograma

Recursos a acionar

Marketing associado a “Selo SMEA”. Recursos humanos. Capacidade técnica.

Custos

Liderança CMMoN

Atores 1ª linha ICAAM; ADL Marca; Junta de Freguesia de Cabrela; Agrupamento de Escolas; IPSS; e Rede Cidadania.

Atores 2ª linha FAO; ADL’s; Associação Produtores e Cooperativas; Administração Regional de Saúde do Alentejo; Comércio Local; e DRAPAL.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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Eixo 1: Saúde e Segurança Alimentar

Arena 4 Transformação | Consolidação Sistema Agro-Ecológico

1.4. Regulação Adaptativa

Resumo

Ações de iniciativa municipal ou de natureza pública através da adaptação e garantia de coerência nos instrumentos de regulação do sector agro-alimentar, de forma a reforçar a ação política em matéria alimentar e a enquadrar e favorecer práticas saudáveis e sustentáveis.

Objetivos Consolidação e generalização de medidas adaptativas consequentes às transformações ambicionadas com a SMEA nos seus domínios e áreas de intervenção e de efetivação dos seus impactes no território.

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação pública/política e promoção de circuitos curtos de base local) Promover a Saúde e Segurança Alimentar no concelho como área transversal a todos os domínios de intervenção pública e como forma de valorização dos saberes e património alimentar local e de promoção e favorecimento de circuitos curtos entre os vários níveis de produção e consumos.

Ações

A5 - Grupo de Trabalho para acompanhar, preparar e pressionar revisões e alterações legislativas que viabilizem Compras Públicas de produtos locais (Grupo de Trabalho a ser constituído na Assembleia Municipal para levantamento de obstáculos e incongruências relativamente a Consumos e Compras Públicas e propostas de revisão e/ou alterações legislativas para compras públicas na área alimentar).

Resultados Esperados

Alterações normativas e regulamentares que viabilizem compras públicas de produtos frescos locais.

Ligações a outras ações

A4; A13; A21; A22.

Indicadores de Medida

Propostas de revisão com alterações legislativas, em matéria de compras públicas na área alimentar.

Cronograma

Recursos a acionar

Recursos humanos (m/d) Apoio jurídico.

Custos

Liderança Assembleia Municipal e Executivo da Câmara (que tem de preparar a proposta a ser votada na Assembleia)

Atores 1ª linha ICAAM; Slow Food; DRAPAL; CMMoN; CIM Alentejo Central; CCDRA; e Juntas de freguesia.

Atores 2ª linha Agrupamento Escolar; IPSS; e Associação de Produtores e Cooperativas.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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Eixo 2: Consumos, Produção, Circuitos e Comercialização

Arena 1 Informação e Culturas Partilhadas

2.1. Cultura e Literacia Alimentar

Resumo Ações de suporte a uma literacia alimentar generalizada a todos os atores, de entreajuda na resolução de problemas e de consolidação de uma cultura local em torno da uma alimentação saudável.

Objetivos Partilha e acesso ágil a informação e de um sistema fluído de comunicação que permita suportar a valorização e implicação de todos os atores e a consolidação de uma cultura local alimentar saudável.

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção de circuitos curtos de base local) Assegurar a generalização da adoção de circuitos curtos nas práticas de consumo, produção, comercialização e transformação pela comunidade como base de uma cultura coletiva local de alimentação adequada e saudável.

Ações

A1* - Kit SMEA - Cultura e Literacia Alimentar (Desenvolvimento de conteúdos para disseminação de informação relevante para a promoção de literacia alimentar, entreajuda na resolução de problemas, promoção de troca de saberes e de consolidação de uma cultura local em torno da uma alimentação saudável - Prever experiencia piloto para efetuar teste do KIT à população).

Resultados Esperados

Generalização de literacia alimentar e de uma cultura alimentar saudável

Valorização e troca de saberes locais associados a uma alimentação saudável.

Ligações a outras ações

A1* (Medidas 1.1; 3.1; 4.1); A19; A20; A11; A12; A15; A17; A21; e A23.

Indicadores de Medida

Número de Kits SMEA distribuídos.

Cronograma

Recursos a acionar Estudo e recolha de informação sobre consumo, produtores locais e comércio Definição de conceitos Recursos humanos.

Custos

Liderança Slow Food Alentejo.

Atores 1ª linha Slow Food Alentejo; DECO; Associações de Produtores e Cooperativas; ACDE; Comércio local; Grandes e Médias Superfícies; Rede de Cidadania; e Agrupamento de Escolas.

Atores 2ª linha ADL Terras Dentro; ADL Marca; CMMoN ; Ana Fonseca; IPSS ;Outras ADL; CIM Alentejo Central; e DRAPAL.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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Eixo 2: Consumos, Produção, Circuitos e Comercialização

Arena 2 Campos de Experimentação e I&D

2.2. Experimentação de Nano-Produções

Resumo Ações experimentais e de desenvolvimento do nexus produção-consumos, em regimes de circuitos curtos de maior proximidade.

Objetivos promoção de conhecimento, de I&D e de desenvolvimento experimental passível de consolidar aprendizagens, trocas virtuosas de saberes, progressos e adquiridos e acolhimento de boas práticas/referências para eventual generalização.

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção de circuitos curtos de base local) Assegurar a generalização da adoção de circuitos curtos nas práticas de consumo, produção, comercialização e transformação pela comunidade como base de uma cultura colectiva local de alimentação adequada e saudável.

Ações

A6 - Hortas Comunitárias (Dinamização, Manutenção e Valorização das Hortas Comunitárias existentes) A7 - Dinamização do Banco de Terras Local (Dinamização, Valorização, Divulgação e Atualização do Banco de Terras Local) A8 - Quiosque de Excedentes (Criação experimental de um local de venda/trocas de excedentes partilhado de nano-pequenos produtores).

Resultados Esperados

Valorização e generalização de nano-produções para auto-consumo

Experimentação de soluções expeditas de aproximação (distribuição e comercialização) entre nano/pequenos produtores e consumidores locais (população, mercearias, restauração).

Ligações a outras ações

A1*; A2; A3; A4; A9; A11; A12; A16; A19; A21; e A23.

Indicadores de Medida

População abrangida pelas hortas comunitárias e banco de terras local Volume de produtos disponibilizados nos quiosques de excedentes Nº de nano/pequenos produtores envolvidos nas iniciativas experimentais

Cronograma

Recursos a acionar

Carrinha Desperdícios (Candidatura da UFVBS aprovada no Fundo Ambiental em parceria com a Cooperativa Minga, LPMA, Abrigo Velhos Trabalhadores e Santa Casa da Misericórdia) do projeto piloto “Produzir sem desperdiçar” - Disponibilização de espaço para instalação quiosque - Serviço de formação e acompanhamento - Aquisição de equipamentos. - Recursos humanos (especializados) para acompanhamento técnico

Custos

Liderança LPMA.

Atores 1ª linha ICAAM; Rede Cidadania; Junta de Freguesia de Cabrela; LPMA; e CMMoN.

Atores 2ª linha Slow Food; DRAPAL; Herdade Freixo do Meio; e Montemormel.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

34 | P á g i n a

Eixo 2: Consumos, Produção, Circuitos e Comercialização

Arena 3 Práticas Agregadas

2.3. Práticas de Consumo

Resumo Ações para a promoção generalizada de consumos de circuitos curtos de maior proximidade quer ao nível das famílias, restauração, distribuição e transformação de alimentos

Objetivos Robustecer e conciliar as diferentes práticas necessárias e a implicar nesta estratégia num cimento de efeito efetivo entre as áreas de atuação e implicação de natureza mais pública/política e de natureza mais comunitária/coletiva

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção de circuitos curtos de base local) Assegurar a generalização da adoção de circuitos curtos nas práticas de consumo, produção, comercialização e transformação pela comunidade como base de uma cultura coletiva local de alimentação adequada e saudável.

Ações A9 - Km0 (Promoção de cadeias alimentares de base local generalizadas à população, restauração e pontos de comércio alimentar).

Resultados Esperados

Maior conhecimentos dos princípios e práticas

Adesão de restaurantes e pontos de comércio alimentar aderentes à Rede Km0

Aumento de consumidores Km0 (restauração, escolas, IPSS’s e população)

Ligações a outras ações

A2; A6; A7; A8; A11; A12; A21; A23.

Indicadores de Medida

Iniciativas realizadas de divulgação dos circuitos

Nº de Restaurantes e pontos de comércio alimentar aderentes à Rede Km0

Cronograma

Recursos a acionar

- KIT SMEA - Reforço dos meios de sensibilização/comunicação específicos do projeto. - recursos humanos para acompanhamento e aconselhamento das entidades que aderem ou pretendem aderir ao Km0.

Custos

Liderança Rede de Cidadania

Atores 1ª linha Rede de Cidadania; DECO; ICAAM; Slow Food Alentejo; Associação de Produtores e Cooperativas; Associação Comercial (ACDE).

Atores 2ª linha CMMoN; Junta de Freguesia de Cabrela CMMoN ;ADL Marca; Herdade Freixo do Meio; Comércio Local; e Restauração.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

35 | P á g i n a

Eixo 2: Consumos, Produção, Circuitos e Comercialização

Arena 4 Transformação|Consolidação Sistema AE

2.4. Distribuição e Transformação

Resumo Ações de consolidação de práticas e soluções inovadoras no papel que a distribuição e transformação de alimentos pode desempenhar no estreitar e aproximar o nexus produções-consumos.

Objetivos Consolidação e generalização de medidas adaptativas consequentes às transformações ambicionadas com a SMEA nos seus domínios e áreas de intervenção e de efetivação dos seus impactes no território.

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção de circuitos curtos de base local) Assegurar a generalização da adoção de circuitos curtos nas práticas de consumo, produção, comercialização e transformação pela comunidade como base de uma cultura coletiva local de alimentação adequada e saudável.

Ações

A10 - Às voltas de um Produto - a Bolota (Desenvolvimento de um produto de referência local - (i.e. a bolota) em todas as suas dimensões da cadeia de valor) A11 - Circuito de Mercearias + Selo SMEA (Criação de um roteiro de pontos de venda com Selo SMEA - a atribuir a postos de venda que cumpram os requisitos de circuitos locais; criação de uma identidade visual da marca).

Resultados Esperados

Organização de cadeias de valor de poduções do território

Valorização do comércio tradicional de matriz alimentar

- Consolidar e reforçar o produto a Bolota

- Aumentar o nº de produtos de bolota disponíveis

- Adesão de maior nº de mercearias ao circuito ( pelo menos 50% das mercearias do concelho).

Ligações a outras ações

A1*; A2; A3; A4; A6; A7; A8; A12; A15; A19; A20; A21; A22; A23.

Indicadores de Medida

Elos da cadeia de valor de produtos do território preenchidos

Nº de Mercearias integrantes do Circuito, com selo SMEA atribuído

Nº de mercearias

Nº de novos produtos com bolota

Nº de novos postos de venda.

Cronograma

Recursos a acionar

Meios e recursos do Município Materiais de divulgação KIT SMEA Caracterização da bolota em Montemor.

Custos

Liderança Montemormel.

Atores 1ª linha Herdade Freixo do Meio; Slow Food Alentejo; Junta de Freguesia de Cabrela; CMMoN; Comércio Local; Grandes Superfícies; Associação de Produtores e Cooperativas;e Rede Cidadania.

Atores 2ª linha Casa João Cidade; DRAPAL; ICAAM; Restauração; ERT ;CIMAC; e Universidades/Centros de Investigação.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

36 | P á g i n a

Eixo 3: Sustentabilidade e Gestão de Recursos

Arena 1 Informação e Culturas Partilhadas

3.1. Património e Desperdício

Resumo Ações de levantamento e reconhecimento (valorização) do contributo do património de saberes e práticas instaladas no concelho para o desenvolvimento de uma cultura agro-ecológica e de ações diretamente vocacionadas para a redução de desperdícios.

Objetivos Partilha e acesso ágil a informação e de um sistema fluído de comunicação que permita suportar a valorização e implicação de todos os atores e a consolidação de uma cultura local alimentar saudável.

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção da agro-ecologia) Sustentar a adopção do modelo agro-ecológico na sua relação sistémica com os recursos ambientais e princípios de sustentabilidade, em respeito e recuperação das práticas produtivas que fazem parte do património da Região e no combate à sua depauperização e ao desperdício ou uso ineficiente de recursos em prole de uma estrutura mais robusta ao desenvolvimento de práticas e de uma cultura alimentar saudável.

Ações

A1* - Kit SMEA (Desenvolvimento de conteúdos para disseminação de informação relevante e sensibilização orientada para o combate ao desperdício alimentar e valorização de recursos naturais + levantamento de património de saberes e práticas instaladas no concelho ao nível de boas práticas ambientais e do uso de recursos).

Resultados Esperados

Levantamento do património de saberes e práticas instaladas no Concelho

combate ao desperdício alimentar

Iniciativas de sensibilização associadas à Agro-Ecologia.

Ligações a outras ações

A*1 (Medidas 1.1; 2.1; 4.1); A19; A20; A12; A15; A16; A17; A21; A23.

Indicadores de Medida

Nº Kit SMEA- Património e Desperdício distribuídos.

Cronograma

Recursos a acionar

Estratégia Nacional contra o Desperdício Alimentar Materiais de divulgação Levantamento e recolha e estudos e propostas nestas áreas (p. ex., Refood - reutilização de bens alimentares.

Custos

Liderança ADL Marca

Atores 1ª linha ADL Marca; Ana Fonseca; ADL Terras Dentro; Slow Food; Herdade Freixo do Meio; MontemorMel; CMMoN; GESAMB; ICNF; e DRAPAL.

Atores 2ª linha Junta de Freguesia de Cabrela; FAO; e Deco.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

37 | P á g i n a

Eixo 3: Sustentabilidade e Gestão de Recursos

Arena 2 Campos de Experimentação e I&D

3.2. Experimentação - Organização e Sustentabilidade

Resumo Ações de experimentação e desenvolvimento do modelo agro-ecológico a implementar, nomeadamente nas suas vertentes de sustentabilidade financeira e económica e tecnológica/operativa.

Objetivos Promoção de conhecimento, de I&D e de desenvolvimento experimental passível de consolidar aprendizagens, trocas virtuosas de saberes, progressos e adquiridos e acolhimento de boas práticas/referências para eventual generalização.

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção da agro-ecologia) Sustentar a adoção do modelo agro-ecológico na sua relação sistémica com os recursos ambientais e princípios de sustentabilidade, em respeito e recuperação das práticas produtivas que fazem parte do património da Região e no combate à sua depauperização e ao desperdício ou uso ineficiente de recursos em prole de uma estrutura mais robusta ao desenvolvimento de práticas e de uma cultura alimentar saudável.

Ações

A12 - Campo Prático de Aprendizagens (Promoção e desenvolvimento de um campo de experimentação e aprendizagem em torno dos princípios da agro-ecologia) A13 - Estudos de viabilidade do Sistema AE e de instrumentos de apoio técnico à produção (Promoção de estudos para testar e desenvolver a viabilidade dos sistemas AE e desenvolvimento de instrumentos de apoio técnico à produção).

Resultados Esperados

Montagem de um campo de aprendizagens em torno da agro-ecologia aberto à comunidade

Realização e estabilização de estudos de viabilidade de implementação de sistemas agro-ecológicos em MoN

Organização de instrumentos de apoio técnico à produção no quadro de sistemas agro-ecológicos.

Ligações a outras ações

A1*; A14; A15; A17; A21; A23; e A24.

Indicadores de Medida

Campos práticos de aprendizagem instalados

Instrumento de apoio técnico à produção tradicional criados.

Recursos humanos (especializados) para implementação das práticas experimentais, monitorização e avaliação.

Cronograma

Recursos a acionar

- Disponibilização de terrenos - Estrutura de apoio técnico da ficha 3.3 - Aquisição de equipamentos e materiais necessários ao campo de experimentação.

Custos

Liderança Herdade Freixo do Meio.

Atores 1ª linha Herdade Freixo do Meio; ICAAM; DRAPAL; Escola de Agricultura Biológica (UC) + Outras afins; ADL Marca; e MontemorMel.

Atores 2ª linha ICNF; FAO; Empresas de referência e que utilizam já princípios ecológicos; Escola de Agricultura Biológica (UC) + Outras afins; e Estabelecimentos de ensino e formação profissional em agricultura biológica e agroecologia.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

38 | P á g i n a

Eixo 3: Sustentabilidade e Gestão de Recursos

Arena 3 Práticas Agregadas

3.3. Práticas Produtivas

Resumo Ações de viabilização, consolidação e generalização de práticas produtivas mais alinhadas com o modelo agro-ecológico e com expressão no desenvolvimento de uma economia circular virtuosa.

Objetivos Robustecer e conciliar as diferentes práticas necessárias e a implicar nesta estratégia num cimento de efeito efetivo entre as áreas de atuação e implicação de natureza mais pública/política e de natureza mais comunitária/coletiva.

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção da agro-ecologia) Sustentar a adoção do modelo agro-ecológico na sua relação sistémica com os recursos ambientais e princípios de sustentabilidade, em respeito e recuperação das práticas produtivas que fazem parte do património da Região e no combate à sua depauperização e ao desperdício ou uso ineficiente de recursos em prole de uma estrutura mais robusta ao desenvolvimento de práticas e de uma cultura alimentar saudável.

Ações

A14 - Estrutura de Apoio Técnico à Produção (Criação de uma estrutura fixa e volante de apoio técnico, mentoring e coaching a disponibilizar com o apoio de promotores locais com experiência em AE – colaboração na plataforma SMEA) A15 - Recuperação de formas tradicionais de produção (Mapeamento e caracterização de formas tradicionais de produção; desenvolvimento e atribuição de Selo SMEA = a atribuir a produtores que se enquadrem nos princípios da AE).

Resultados Esperados

• Instalação e Animação de uma Estrutura de Apoio Técnico à Produção orientada por princípios agro-ecológicos

• Mapeamento de Boas Práticas com base em formas tradicionais de produção e/ou orientadas por princípios agro-ecológicos no Concelho

• Selo MoN AE.

Ligações a outras ações

A1*; A2; A3; A6; A7; A8; A10; A11; A12; A13; A16; A17; A18; A19; A20; A21; A22; A23; e A24.

Indicadores de Medida

• Estrutura de Apoio Técnico à Produção em funcionamento • Mapa de Boas Práticas tradicionais de produção • Nº de selos MON AE atribuídos.

Cronograma

Recursos a acionar

- Criação de estrutura técnica: Técnico com formação em agronomia e, em particular, em agro-ecologia Assistente técnico Aquisição e utilização de viatura SMEA Espaço físico para funcionamento da estrutura técnica Aquisição de equipamentos.

Custos

Liderança Herdade Freixo do Meio e ICAAM.

Atores 1ª linha Herdade Freixo do Meio; ICAAM; DRAPAL; ADL Terras Dentro; Slow Food; LPMA; APORMOR; Solar da Giesteira; CMMoN; e Produtores Locais.

Atores 2ª linha Junta de Freguesia de Cabrela; FAO; e ICNF.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

39 | P á g i n a

Eixo 3: Sustentabilidade e Gestão de Recursos

Arena 4 Transformação | Consolidação Sistema AE

3.4. Relação com os Recursos

Resumo Ações de reconhecimento e gestão integrada de recursos orientadas para a generalização do seu uso eficiente e capacitação adaptativa dos diferentes atores e do sistema para a co-produção de uma resiliência coletiva de base territorial.

Objetivos Consolidação e generalização de medidas adaptativas consequentes às transformações ambicionadas com a SMEA nos seus domínios e áreas de intervenção e de efetivação dos seus impactes no território.

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção da agro-ecologia) Sustentar a adoção do modelo agro-ecológico na sua relação sistémica com os recursos ambientais e princípios de sustentabilidade, em respeito e recuperação das práticas produtivas que fazem parte do património da Região e no combate à sua depauperização e ao desperdício ou uso ineficiente de recursos em prole de uma estrutura mais robusta ao desenvolvimento de práticas e de uma cultura alimentar saudável.

Ações

A16 - Criação e Gestão de Bancos de Sementes (Atualização do levantamento e recriação de um Banco de Sementes + Animação) A17 - Promoção de boas práticas do uso do solo e da água (Desenvolvimento de iniciativas focalizadas na promoção de eficiências ambientais e de economia circular) A18 - Participação na Bolsa Nacional de Terras (Reforço de articulação com Banco Nacional de Terras).

Resultados Esperados

Sensibilização e valorização generalizada do uso eficiente de recursos e dos nexus água/energia/alimentação.

Ligações a outras ações

A1*; A19; A20; A3; A4; A6; A7; A12; A14; A15; A21; A22; A23.

Indicadores de Medida

Bancos de Sementes criados

Parcelas de terra do Concelho colocadas na Bolsa Nacional

Cronograma

Recursos a acionar

Estrutura de apoio técnico da ficha 3.3 Utilização de suportes documentais elaborados para outras ações do SMEA.

Custos

Liderança DRAPAL e ADL Marca.

Atores 1ª linha ADL Marca; Rede Cidadania; CMMoN; LPMA; Herdade Freixo do Meio; ICAAM; e DRAPAL.

Atores 2ª linha Rede Cidadania; Slow Food; Junta de Freguesia de Cabrela; DRAPAL; CIMAC; e Associações Nacionais e Regionais de Gestão da Água.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

40 | P á g i n a

Eixo 4: Governancia Estratégica

Arena 1 Informação e Culturas Partilhadas

4.1. Comunicação

Resumo Ações diretamente orientadas para a promoção de canais de comunicação efetiva entre todos os intervenientes em torno da informação disponível, conteúdos estabilizados e partilha de experiências e saberes.

Objetivos Partilha e acesso ágil a informação e de um sistema fluído de comunicação que permita suportar a valorização e implicação de todos os atores e a consolidação de uma cultura local alimentar saudável.

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação pública/política e promoção da agro-ecologia) Assegurar a integração e a coerência das medidas e instrumentos necessários à afirmação e generalização do modelo agro-ecológico no território como quadro de referência partilhado bem como a mobilização e implicação dos vários intervenientes em sistemas de governância e processos de decisão comprometidos e efetivos face a este desiderato macro-estrutural de sustentação de uma cultura alimentar saudável.

Ações

A1* - Kit SMEA - Comunicação (Elaboração e Implementação do Plano de Comunicação; produção dos instrumentos de comunicação) A19 - Carrinha Itinerante SMEA (Aquisição, Adaptação, Animação e assegurar funcionamento de uma carrinha itinerante dedicada à SMEA) A20 - Plataforma SMEA (CF. Ficha 4.3) (Criação, desenvolvimento e manutenção de plataforma digital de apoio à divulgação e suporte de iterações no âmbito da SMEA). A23 - Rota de Eco-Literacia (Criação de roteiros de proximidade com vista à promoção de “experiências no lugar” em torno dos princípios da SMEA).

Resultados Esperados

Criação de canais e conteúdos de comunicação (em retroação), em torno dos princípios e iniciativas SMEA.

Ligações a outras ações

A1* (Medidas 1.1.; 2.1; 3.1); e totalidade das iniciativas SMEA.

Indicadores de Medida

Número de Kit’s SMEA distribuídos

Número de contactos registados pela Carrinha Itinerante

Número de visitas à Plataforma SMEA.

Cronograma

Recursos a acionar

Aquisição de viatura e outros equipamentos Aquisição de serviços para construção da plataforma e produção de suportes informativos Contratação de técnico de comunicação.

Custos

Liderança CM MoN; e Juntas de freguesia.

Atores 1ª linha Todos os parceiros do SMEA; Conselho SMEA; DRAPAL; ADL Marca; LPMA; Atores dos GM 1.1; 2.1: 3.1; CE - Coordenação de Eixos; e CO - Comité Operativo.

Atores 2ª linha Slow Food; ICAAM; Produtores do Mercado Municipal; Ministério da Agricultura; e Todos (Conselho SMEA).

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

41 | P á g i n a

Eixo 4: Governancia Estratégica

Arena 2 Campos de Experimentação e I&D

4.2. Tempos e Monitorização

Resumo Ações orientadas para a experimentação de instrumentos de gestão estratégica do plano e de monitorização dos seus progressos, energia, novos campos de possibilidades e consequências nas transformações que possam ir ganhando evidência no território.

Objetivos Promoção de conhecimento, de I&D e de desenvolvimento experimental passível de consolidar aprendizagens, trocas virtuosas de saberes, progressos e adquiridos e acolhimento de boas práticas/referências para eventual generalização.

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação pública/política e promoção da agro-ecologia) Assegurar a integração e a coerência das medidas e instrumentos necessários à afirmação e generalização do modelo agro-ecológico no território como quadro de referência partilhado bem como a mobilização e implicação dos vários intervenientes em sistemas de governância e processos de decisão comprometidos e efetivos face a este desiderato macro-estrutural de sustentação de uma cultura alimentar saudável.

Ações A21 - Monitorização SMEA (Desenvolvimento e aplicação do Plano de Monitorização; recolha e tratamento de informação para prestação de contas ao Conselho SMEA).

Resultados Esperados

Montagem e gestão de um sistema de monitorização e avaliação em torno dos princípios e iniciativas SMEA

Identificação e divulgação de aprendizagens.

Ligações a outras ações

Totalidade das iniciativas SMEA.

Indicadores de Medida

Relatórios síntese de informação recolhida e tratada apresentados ao Conselho Geral SMEA.

Cronograma

Recursos a acionar

Recursos Humanos que possibilitem esta monitorização e a sistematização da informação.

Custos

Liderança ICAAM.

Atores 1ª linha LM - Lideres de Medida; e CE - Coordenadores de Eixo.

Atores 2ª linha Lideres das Ações; Slow Food; Casa João Cidade; ADL Marca; e Todos (Conselho SMEA).

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

42 | P á g i n a

Eixo 4: Governancia Estratégica

Arena 3 Práticas Agregadas

4.3. Liderança e Redes

Resumo

Ações de reconfiguração e alargamento do sistema de atores a da sua mobilização e implicação num sistema de ação e de governância integrada e de natureza colaborativa, através da consolidação de compromissos efetivos e de práticas de co-responsabilização e partilha de decisões e poderes.

Objetivos Robustecer e conciliar as diferentes práticas necessárias e a implicar nesta estratégia num cimento de efeito efetivo entre as áreas de atuação e implicação de natureza mais pública/política e de natureza mais comunitária/coletiva.

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação pública/política e promoção da agro-ecologia) Assegurar a integração e a coerência das medidas e instrumentos necessários à afirmação e generalização do modelo agro-ecológico no território como quadro de referência partilhado bem como a mobilização e implicação dos vários intervenientes em sistemas de governância e processos de decisão comprometidos e efetivos face a este desiderato macro-estrutural de sustenção de uma cultura alimentar saudável.

Ações

A22 - Negociação e Facilitação de Parcerias alargadas (Consolidação do modelo de governância SMEA e ativação de redes de parcerias efetivas e operacionais) A23 - Rota de Eco-Literacia (Criação de roteiros de proximidade com vista à promoção de “experiências no lugar” em torno dos princípios da SMEA).

Resultados Esperados

Sistema de Governancia Colaborativa SMEA

Consolidação e alargamento de Redes Inter-operativas de suporte às iniciativas SMEA .

Ligações a outras ações

Totalidade das iniciativas SMEA.

Indicadores de Medida

Redes de parceria constituídas e em funcionamento

Roteiros de proximidade criados

Nº de visitas às “eperiências no lugar” abrangidas pelos Roteiros.

Cronograma

Recursos a acionar

Custos

Liderança CMMoN.

Atores 1ª linha FAO; ADL Marca; Centro João Cidade; Slow Food; ADRAL; GM - Grupo de Medidas; CE - Coordenação de Eixos; e GO - Grupo Operacional.

Atores 2ª linha Todos (Conselho SMEA).

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

43 | P á g i n a

Eixo 4: Governancia Estratégica

Arena 4 Transformação | Consolidação Sistema AE

4.4. Território e Integração de Instrumentos de Planeamento

Resumo

Ações transversais à consolidação do modelo agro-ecológico no território, à sua integração e consideração noutros instrumentos de plano e à promoção e gestão necessárias à consolidação da transição de referências e efetivação das transformações almejadas com a SMEA.

Objetivos Consolidação e generalização de medidas adaptativas consequentes às transformações ambicionadas com a SMEA nos seus domínios e áreas de intervenção e de efetivação dos seus impactes no território.

Contributo para a transformação desejada

(Intervenção e implicação pública/política e promoção da agro-ecologia) Assegurar a integração e a coerência das medidas e instrumentos necessários à afirmação e generalização do modelo agro-ecológico no território como quadro de referência partilhado bem como a mobilização e implicação dos vários intervenientes em sistemas de governancia e processos de decisão comprometidos e efetivos face a este desiderato macro-estrutural de sustentação de uma cultura alimentar saudável.

Ações

A24 - Integração SMEA nos Instrumento de Gestão Territorial (IGT) e outras Estratégias municipais (i.e. Agenda 21, Carta Estratégica) (Criação de um Grupo de Trabalho inter-serviços para garantir articulação e coerência entre instrumentos de plano).

Resultados Esperados

Assegurar coerência entre instrumentos de planeamento

Diminuição de bloqueios na afirmação da SMEA.

Ligações a outras ações

Totalidade das iniciativas SMEA.

Indicadores de Medida

Nº de reuniões do Grupo de Trabalho inter-serviços

Out puts do Grupo de Trabalho inter-serviços.

Cronograma

Recursos a acionar

Custos

Liderança CMMoN.

Atores 1ª linha DRAPAL; ADRAL; e CMMoN.

Atores 2ª linha

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

44 | P á g i n a

4.2. Matriz de Interconectividades de Ações

Resultante das Fichas de Medidas foi, igualmente, construída uma Matriz de Interconectividade de Ações

que sistematiza a coerência e a integridade do sistema na sua operacionalização.

Esta Ficha serve de guião tanto para a consubstanciação e desenvolvimento das ações e respetivas

medidas, como para a gestão e monitorização integrada no âmbito global da SMEA.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

45 | P á g i n a

Links Ações/Medidas A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18 A19 A20 A21 A22 A23 A24

1.1 A1* Kit SMEA* - Informação e

Saberes Fazer

A2 Renovação/Dinamização do

Mercado Municipal

A3 Cozinha Comunitária

1.3 A4 GT Compras Públicas de

produtos locais e AE

1.4 A5 GT revisões e alterações

legislativas para Compras

Públicas de produtos locais

2.1 A1* Kit SMEA* - Cultura e

Literacia Alimentar

A6 Hortas Comunitárias

A7 Dinamização do Banco de

Terras Local

A8 Quiosque de Excedentes

2.3 A9 Km0

A10 Às voltas de um Produto –

a Bolota

A11 Circuito de Mercearias

3.1 A1* Kit SMEA* - Património e

Desperdício

A12 Campo Prático de

Aprendizagens

A13 Estudos de viabilidade do

Sistema AE e instrumentos

de apoio técnico à

produção

A14 Estrutura de Apoio Técnico

à Produção

A15 Recuperação de formas

tradicionais de produção

A16 Criação e Gestão de Bancos

de Sementes

A17 Promoção de boas práticas

do uso do solo e da água

A18 Participação na Bolsa

Nacional de Terras

A1* Kit SMEA* - Plano de

Comunicação

A19 Carrinha Itinerante SMEA

A20 Plataforma SMEA

4.2 A21 Monitorização SMEA

A22 Negociação e Facilitação de

Parcerias alargadas

A23 Rota de Eco-Literacia

4.4 A24 Integração SMEA nos IGT e

outras Estratégias

municipais

A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18 A19 A20 A21 A22 A23 A24

3.4

4.1

4.3

1.2

2.2

2.4

3.2

3.3

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

46 | P á g i n a

4.3. Mapa de Envolvimento dos Atores

O Mapa de Atores permite identificar a densidade e a intensidade de compromissos a mobilizar

para a prossecução das ações, na sua especialidade, bem como a viabilidade e coerência

operacional e colaborativa da SMEA, na sua generalidade.

Enquanto peça técnica de referência da Estratégia este instrumento permite uma visão de

síntese do sistema de atores mobilizados e a mobilizar, bem como a gestão das parcerias

colaborativas, a manter ativas e a desenvolver.

Mapa de envolvimento dos Atores (compromissos identificados e a atualizar em função dos

resultados da atividade dos Grupos de Trabalho)

Coordenador de Eixo - ICAAM

Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha

1.1 A1* Kit SMEA* - Informação e Saberes Fazer.

Slow-Food

Movimento Slow Food CMMoN (Serviço de Educação) DECO ADL Marca ADL Terras Dentro UCC MoN.

DRAPAL Rede de Cidadania Agrupamento de Escolas

1.2 A2

Renovação/Dinamização do Mercado Municipal. CMMoN

CMMoN ICAAM Rede de Cidadania ADL Marca LPMA.

Restauração IPSS’s Movimento Slow Food Montemormel A3 Cozinha Comunitária.

1.3 A4 GT Compras Públicas de produtos locais e AE.

CMMoN

ICAAM CMMoN (Serviço Educação) ADL Marca Junta de Freguesia de Cabrela Agrupamento de Escolas IPSS.

FAO ADL’s Associações de Produtores e Cooperativas

1.4 A5

GT Revisões e alterações legislativas para Compras Públicas de produtos locais.

Assembleia Municipal

ICAAM Slow Food DRAPAL CMMoN.

Agrupamento Escolar IPSS Associações de Produtores e Cooperativas

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

47 | P á g i n a

Coordenador de Eixo - Slow Food

Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha

2.1 A1 Kit SMEA* - Cultura e Literacia Alimentar.

Slow Food Alentejo

Slow Food Alentejo DECO Associações de Produtores e Cooperativas Associações de Comerciantes (ACDE) Comércio local Grandes e Médias Superfícies Rede de Cidadania Agrupamento de Escolas.

ADL Terras Dentro ADL Marca (CMMoN- Serviço Educação) Ana Fonseca IPSS Outras ADL CIM Alentejo Central DRAPAL.

2.2

A6 LPMA

LPMA

ICAAM Rede Cidadania Junta de Freguesia de Cabrela LPMA CMMoN.

Slow Food DRAPAL Herdade Freixo do Meio Montemormel.

A7 Dinamização do Banco de Terras Local.

A8 Quiosque de Excedentes.

2.3 A9 Km0. Rede de Cidadania

Rede de Cidadania DECO ICAAM Slow Food Alentejo Associações de Produtores e Cooperativas Associação Comercial (ACDE).

CMMoN Junta de Freguesia de Cabrela CMMoN ADL Marca Herdade Freixo do Meio Comércio Local Restauração.

2.4

A10 Às voltas de um Produto - a Bolota.

Montemormel

Herdade Freixo do Meio Slow Food Alentejo Junta de Freguesia de Cabrela CMMoN Comércio Local Grandes Superfícies Associações de Produtores e Cooperativas Rede Cidadania.

Casa João Cidade DRAPAL ICAAM Restauração ERT (Entidade Regional de Turismo) CIMAC.

A11 Circuito de Mercearias.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

48 | P á g i n a

Coordenador de Eixo - Herdade Freixo do Meio

Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha

3.1

A1* Kit SMEA* - Património e Desperdício.

Marca-ADL

ADL Marca Ana Fonseca ADL Terras Dentro Slow Food Herdade Freixo do Meio MontemorMel.

Junta de Freguesia de Cabrela FAO.

A12 Campo Prático de Aprendizagens

Herdade Freixo do Meio

Herdade Freixo do Meio ICAAM DRAPAL.

ICNF FAO .

3.2 A13

Estudos de viabilidade do Sistema AE e instrumentos de apoio técnico à produção.

3.3

A14 Estrutura de Apoio Técnico à Produção. Herdade

Freixo do Meio

Herdade Freixo do Meio ICAAM DRAPAL ADL Terras Dentro Slow Food LPMA APORMOR Solar da Giesteira.

Junta de Freguesia de Cabrela FAO ICNF.

A15 Recuperação de formas tradicionais de produção.

3.4

A16 Criação e Gestão de Bancos de Sementes.

ADL Marca ADL Marca Rede de Cidadania

Rede de Cidadania Slow Food Junta de Freguesia de Cabrela DRAPAL CIMAC.

A17 Promoção de boas práticas do uso do solo e da água.

A18 Participação na Bolsa Nacional de Terras.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

49 | P á g i n a

Coordenador de Eixo - CMMoN

Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha

4.1

A1* Kit SMEA* - Plano de Comunicação. CM MoN

(e Juntas de Freguesias)

DRAPAL ADL Marca LPMA.

Slow Food ICAAM Produtores do Mercado Municipal Ministério da Agricultura.

A19 Carrinha Itinerante SMEA.

GM 1.1; 2.1; 3.1; e CE - Coordenação de Eixos GO Grupo Operacional.

Todos (Conselho Geral SMEA).

A20 Plataforma SMEA.

4.2 A21 Monitorização SMEA. CMMoN

LM – Lideres de Medida ICAAM

Lideres das Ações Slow Food Centro João Cidade ADL Marca.

CE - Coordenadores de Eixo. Todos (Conselho Geral SMEA).

4.3

A22 Negociação e Facilitação de Parcerias alargadas.

CMMoN

FAO ADL Marca Centro João Cidade Slow Food Filipe Galego.

Todos (Conselho Geral SMEA).

A23 Rota de Eco-Literacia. GM – Grupo de Medidas CE – Coordenação de Eixos GO Grupo Operacional

4.4 A24 Integração da SMEA nos IGT e outras Estratégias municipais.

CMMoN DRAPAL ADRAL CMMoN.

4.4. Mapa de Recursos

O Mapa de Recursos resulta da Estrutura das Fichas de Medida e sistematiza os recursos

necessários accionar na prossecução e desenvolvimento das ações previstas. Paralelamente,

identifica o grau de disponibilidade, sinalizando as fontes potenciais e disponíveis, bem como as

iniciativas a desenvolver para a respectiva alocação efetiva a este processo.

Este Mapa de Recursos, resultante do processo negocial no seio das Oficinas e grupos de

trabalho, clarifica o grau de compromisso dos atores e suporta também a organização do

cronograma proposto.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

50 | P á g i n a

Mapa de Recursos (protótipo)

Medidas Ações Recursos necessários Recursos

garantidos por... Recursos a angariar

(por quem?)

1.1 A1* Kit SMEA* - Informação e Saberes Fazer

Estudos e recolha de informação disponível sobre hábitos alimentares problemas de saúde (p.e. hipertensão, diabetes, obesidade etc. ) tradições, saber fazeres Recursos humanos e financeiros.

1.2

A2 Renovação/Dinamização do Mercado Municipal

Execução das obras Aquisição de equipamento para cozinha Elaboração e implementação de plano ação normas de gestão e funcionamento do MM e da cozinha comunitária.

A3 Cozinha Comunitária

1.3 A4 GT Compras Públicas de produtos locais e AE

Marketing associado a “Selo SMEA”.

1.4 A5

GT Revisões e alterações legislativas para Compras Públicas de produtos locais

Recursos humanos Apoio jurídico.

Medidas Ações Recursos necessários Recursos

garantidos por... Recursos a angariar

(por quem?)

2.1 A1 Kit SMEA* - Cultura e Literacia Alimentar

Estudo e recolha de informação sobre consumo, produtores locais e comércio Definição de conceitos Recursos humanos.

2.2

A6 Hortas Comunitárias Carrinha Desperdícios (Candida-tura da UFVBS aprovada no Fundo Ambiental em parceria com a Cooperativa Minga, LPMA, Abrigo Velhos Trabalhadores e Santa Casa da Misericórdia) do projeto piloto “ produzir sem desperdiçar” - Disponibilização de espaço para instalação quiosque - Serviço de formação e acompanhamento - Aquisição de equipamentos.

A7 Dinamização do Banco de Terrass Local

A8 Quiosque de Excedentes

2.3 A9 Km0

KIT SMEA - Reforçar os meios de sensibilização/comunicação específicos do projeto.

2.4

A10 Às voltas de um Produto - a Bolota

Meios e recursos do Município Materiais de divulgação KIT SMEA Caracterização da bolota em Montemor.

A11 Circuito de Mercearias

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

51 | P á g i n a

Medidas Ações Recursos necessários Recursos

garantidos por... Recursos a angariar

(por quem?)

3.1

A1* Kit SMEA* - Património e Desperdício

Estratégia Nacional contra o desperdício Alimentar Materiais de divulgação Levantamento e recolha e estudos e propostas nestas áreas (por ex. Refood - reutilização de bens alimentares.

A12 Campo Prático de Aprendizagens

- Disponibilização de terrenos - Estrutura de apoio técnico da ficha 3.3 - Aquisição de equipamentos e materiais necessários ao campo de experimentação.

3.2 A13

Estudos de viabilidade do Sistema AE e instrumentos de apoio técnico à produção

3.3

A14 Estrutura de Apoio Técnico à Produção

- Criação de estrutura técnica: Técnico com formação em agronomia Assistente técnico Aquisição e utilização de viatura SMEA

Espaço físico para funcionamen to da estrutura técnica Aquisição de equipamentos.

A15 Recuperação de formas tradicionais de produção

3.4

A16 Criação e Gestão de Bancos de Sementes Estrutura de apoio técnico da

ficha 3.3 Utilização de suportes documentais elaborados para outras ações do SMEA.

A17 Promoção de boas práticas do uso do solo e da água

A18 Participação na Bolsa Nacional de Terras

Medidas Ações Recursos necessários Recursos

garantidos por...

Recursos a angariar (por quem?)

4.1

A1* Kit SMEA* - Plano de

Comunicação Aquisição de viatura e outros equipamentos Aquisição de serviços para cons trução da plataforma e produção de suportes informativos Contratação de técnico de comunicação.

A19 Carrinha Itinerante SMEA

A20 Plataforma SMEA

4.2 A21 Monitorização SMEA

4.3 A22

Negociação e Facilitação de Parcerias alargadas

A23 Rota de Eco-Literacia

4.4 A24 Integração SMEA nos IGT

e outras Estratégias municipais

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

52 | P á g i n a

4.5. Cronograma

3º trim 4º trim 1º sem 2º sem 1º sem 2º sem 1º sem 2º sem 1º sem 2º sem 1º sem 2º sem 1º sem 2º sem

Geral - Consolidação e Kick-off SMEA

Consolidação das Fichas de Ação e Recursos

Ativação do Modelo de Governança

Consolidação do Cronograma

Monitorização e Avaliação

Monitorização

Avaliação Anual PA SMEA

Avaliação Intercalar SMEA

Avaliação final SMEA

Implementação e Consolidação SMEA

Eixo I - Saúde e Segurança Alimentar

1.1.   Informação e Saberes Fazer

1.2. Mercado Local como espaço de Experimentação

1.3. Consumos Públicos

1.4. Regulação Adaptativa

Eixo II - Consumos, Produção e Circuitos de

Comercialização

2.1. Cultura e Literacia Alimentar

2.2. Nano-Produções como espaço de Experimentação

2.3. Práticas de Consumo

2.4. Distribuição e Transformação

Eixo III - Sustentabilidade e Gestão de Recursos

3.1. Património e Desperdício

3.2. Organização e Sustentabilidade da AE, como

espaço de experimentação

3.3. Práticas Produtivas

3.4. Relação com Recursos

Eixo IV - Governância Estratégica

4.1. Comunicação

4.2. Gestão dos tempos de desenvolvimento da SMEA

e Monitorização, como espaços de experimentação

4.3. Liderança e Networking

4.4. Território e Instrumentos de Planeamento

20252019 2020 2021 2022 2023 2024

Legenda preparação consolidação desenvolvimento monitorização Avaliação

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

53 | P á g i n a

5. FICHAS DE COMPROMISSO DE ATORES SMEA

1. Nome: Ana Margarida Pinto da Fonseca

Ações Elementos-chave de conteúdo

Compromisso Geral

Acompanhar o processo de Elaboração da Estratégia Alimentar e a sua implementação no que se refere às vertentes do Km0, promoção da pequena agricultura, dinamização do Banco de Terras, promoção e revitalização da utilização de alimentos tradicionais como a bolota e outros. Promoção da Agroecologia, tanto no âmbito da actividade na Rede de Cidadania como da actividade no ICAAM.

Ação 1 Kit SMEA - Informação e Saber Fazer. (Intensidade)

Eixo 1 Medida 1.1 Baixa

(Descrição) Leitura das propostas para averiguar da coerência do Kit e propor alguma actividade.

(Recursos a disponibilizar) Tempo .

Ação 9 Km0. (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.3 Alta

(Descrição) Organização, no ICAAM, de um Km0 ao nível do Alentejo Central com diferentes instituições públicas da Região, nomeadamente, Câmara de Évora e Montemor, Trilho, ERT, ESAE, Inspecção Geral de Finanças, Associação Comercial de Évora, MARÉ, EPRAL e Cooperativa Minga, entre outras. Definição do Referencial do Km0 regional.

(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho no ICAAM de duas pessoas (Ana Fonseca e Ana Rita), financiamento da ERT para certificação de origem, apoio técnico para definição de normas e certificação de qualidade dos pequenos agricultores pela ASAE, Inspecção Geral de Finanças, etc.

Ação 10 Às voltas de um produto - a Bolota. (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.4 Média

(Descrição) Estudo mais detalhado, no âmbito da actividade de investigação no ICAAM, das práticas antigas associadas ao consumo de bolota no Alentejo.

(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho no ICAAM.

Acção 13 Estudos de viabilidade do Sistema AE e de instrumentos de apoio técnico à produção.

(Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.2 Média

(Descrição) Utilização do método emergético para o estudo da viabilidade do Sistema AE tanto do ponto de vista económico como ambiental e social. Acompanhamento e monitorização da técnica de Key line na Herdade Freixo do Meio para avaliar o respectivo impacto no sistema.

(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho no ICAAM.

Ação 15 Recuperação de formas tradicionais de produção. (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.3 Média

(Descrição) Levantamento das práticas antigas associadas à utilização de alimentos silvestres no Alentejo, desde a sua recolecção, transformação, conservação e equipamentos associados.

(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho no ICAAM.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

54 | P á g i n a

2. Nome: Ana Rita Correia Sanches

Ações Elementos-chave de conteúdo

Compromisso Geral Acompanhar o processo de Elaboração da Estratégia Alimentar e a sua implementação no que se refere às vertentes do Km0. Estudar os constrangimentos e condições para a instalação de novos agricultores na Região.

Ação 9 Km0. (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.3 Alta

(Descrição) Organização, no ICAAM, de um Km0 ao nível do Alentejo Central com diferentes instituições públicas da Região, nomeadamente, Câmara de Évora e Montemor, Trilho, ERT, ESAE, Inspecção Geral de Finanças, Associação Comercial de Évora, MARÉ, EPRAL e Cooperativa Minga, entre outras. Definição do Referencial do Km0 regional.

(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho no ICAAM de duas pessoas (Ana Rita e Ana Fonseca), financiamento da ERT para certificação de origem, apoio técnico para definição de normas e certificação de qualidade dos pequenos agricultores da ASAE, etc.

Ação 4 Apoio à instalação de novos produtores. (Intensidade)

Eixo 1 Medida 1.2 Média

(Descrição) Estudo detalhado, no âmbito da actividade de investigação no ICAAM, dos constrangimentos e formas de promoção da instalação de novos agricultores na Região.

(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho no ICAAM.

3. Nome: Casa João Cidade

Ações Elementos-chave de conteúdo

Compromisso Geral Ser um parceiro dinâmico e fiável.

Ação 10 (nome). (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.4 L / P / A

(Descrição) À volta da Bolota

Atividade na semana sobre o tema .

(Recursos a disponibilizar) Equipa de clientes da CAO.

Ação 21 (nome). (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.2 L / P / A

(Descrição) Monitorização SMEA

Recolha e tratamento da informação.

(Recursos a disponibilizar) Técnica CAAAPD.

Ação 22 (nome). (Intensidade)

Eixo 4 Medida 4.3 L / P / A

(Descrição) Sistema de Governancia

Ativação de redes com metodologias participativas.

(Recursos a disponibilizar) Técnica CAAAPD.

Outros….

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

55 | P á g i n a

4. Nome: Câmara Municipal de Montemor-o-Novo

Ações Elementos-chave de conteúdo

Compromisso Geral

Dinamizar e acompanhar o processo de implementação da Estratégia Alimentar Local e conceber os instrumentos de comunicação/divulgação de ações, iniciativas e resultados. Paralelamente, assegurar a integração das orientações com impacto no ordenamento (nos IGT) e outras (nas diversas Estratégias Municipais).

Ação 2 Renovação/Dinamização do Mercado Municipal (Intensidade)

Eixo 1 Medida 1.2 Alta

(Descrição) Continuação da atividade de dinamização do Mercado Municipal como forma privilegiada de escoamento da produção da pequena agricultura. Elaboração do programa funcional para a exploração do Mercado Municipal e a sua adaptação à instalação e funcionamento das atividades (comércio, restauração e outras de animação urbana). Definição do modelo de gestão/Exploração do equipamento (tipo de atividades, regras para a ocupação dos espaços; horários de funcionamento, etc.) - cf. Carta Estratégica de Montemor-o-Novo, 2025.

(Recursos a disponibilizar) Meios Internos e Parcerias a estabelecer;

Ação 3 Cozinha Comunitária (Intensidade)

Eixo 1 Medida 1.2 Alta

(Descrição) Facultar este serviço ao cidadão e/ou instituição que queira fazer uso da cozinha, permitindo assim que as regras básicas dos HCCPS, sejam seguidas na confeção dos alimentos permitindo que o produto ganhe valor acrescentado e possa ser comercializado à posteriori. Dinamização de cursos de HCCPS e outras formações no sentido de empoderar os seus possíveis utilizadores. Promover, confeções de alimentos, cuja metodologia não é comum e que possa funcionar como “montra viva” para todos os utilizadores do mercado e população em geral. Valorizar o produto em excesso produzido na agricultura familiar ou pequeno produtor, no sentido do combate ao desperdício alimentar e da valorização acrescida do produto para fins sociais e/ou outros. Promover workshops de boas práticas e novas metodologias de confeção dos alimentos.

(Recursos a disponibilizar) Aquisição de equipamento e gestão do espaço

Ação 1 Kit SMEA - Plano de Comunicação (Intensidade)

Eixo 4 Medida 4.1 Alta

(Descrição) Elaboração e implementação do Plano de Comunicação, em articulação com entidades parceiras. Execução de manual de boas práticas na alimentação com exemplos de receitas e formas de reaproveitamento de alimentos etc Informação sobre a sazonalidade dos alimentos com apoio infográfico de sugestões e qualidade nutritiva dos alimentos, no sentido da promoção do consumo dos alimentos de base local….

(Recursos a disponibilizar) Meios internos.

Ação 19 Carrinha Itinerante SMEA (Intensidade)

Eixo 4 Medida 4.1 Alta

(Descrição) Conceção de conteúdos e programação de deslocações. Projeto piloto para a recolha dos excedentes da pequena agricultura disponibilizando-os para os cabazes sociais e/ou outros usos.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

56 | P á g i n a

Ações Elementos-chave de conteúdo

(Recursos a disponibilizar) Viatura e motorista. Técnico de acompanhamento, e nutricionista.

Ação 20 Plataforma SMEA (Intensidade)

Eixo 4 Medida 4.1 Alta

(Descrição) Conceção e alimentação de conteúdos.

(Recursos a disponibilizar) Meios internos associados aos sistemas de informação.

Ação 22 Negociação e Facilitação de Parcerias alargadas (Intensidade)

Eixo 4 Medida 4.3 Alta

(Descrição) Contacto com parceiros para adesão e implementação da SMEA

(Recursos a disponibilizar) Eleitos e GT da AG 21 Local

Ação 23 Rota de Eco-Literacia (Intensidade)

Eixo 4 Medida 4.3 Alta

(Descrição) Programas itinerantes de informação à população das boas práticas e de comer saudável, medidas de reciclagem, compostagem e boas praticas agrícolas às populações das freguesias rurais, podendo utilizar a carrinha da ação 19. Criar e divulgar uma rota de produtores e atividades que divulguem as boas práticas e os produtos locais do concelho.

(Recursos a disponibilizar) Contacto com os produtores e projetos sediados no concelho, cujo objetivo seja comum (sustentabilidade e produção local). Folhetos de divulgação, e plataformas de informação à população. Sinalização dos percursos. Atividades de promoção.

Ação 24 Integração da SMEA nos IGT e outras Estratégias municipais

(Intensidade)

Eixo 4 Medida 4.4 Alta

(Descrição) Trabalho de identificação das medidas e normativas regulamentares, ajustadas à consideração de implicações no ordenamento, ambiente e desenvolvimento, nomeadamente em sede Revisão do PDM.

(Recursos a disponibilizar) Meios internos (técnicos que acompanham a Revisão do PDM).

5. Nome: Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo (DRAP Alentejo)

Ações Elementos-chave de conteúdo

Compromisso Geral Participação efetiva nas atividades e na governança da SMEA.

Ação 1 Kit SMEA. (Intensidade)

Eixo 1 Medida 1.1 L / P / A

(Descrição)

Desenvolver conteúdos para disseminação de informação relevante e saberes fazer.

(Recursos a disponibilizar) Disponibilização de informação e documentos do MAFDR.

Ação 5 Regulação adaptativa. (Intensidade)

Eixo 1 Medida 1.4 L / P / A

(Descrição)

Grupo de Trabalho para acompanhar, preparar e impulsionar revisões e alterações legislativas que viabilizem as compras públicas de produtos locais.

(Recursos a disponibilizar) Participação técnica em Grupo de Trabalho.

Ação 1 Kit SMEA. (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.1 L / P / A

(Descrição)

Desenvolver conteúdos para disseminação de informação relevante para a promoção de literacia alimentar, entreajuda na resolução de problemas,

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

57 | P á g i n a

Ações Elementos-chave de conteúdo

promoção de troca de saberes e de consolidação de uma cultura local em torno de uma alimentação saudável.

(Recursos a disponibilizar) Disponibilização de informação e documentos do MAFDR.

Ação 1 Kit SMEA. (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.1 L / P / A

(Descrição)

Desenvolver conteúdos para disseminação de informação relevante e sensibilização orientada para o combate ao desperdício alimentar e valorização de recursos naturais.

(Recursos a disponibilizar) Disponibilização de informação e documentos do MAFDR.

Ação 12 Experimentação – Organização e Sustentabilidade (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.2 L / P / A

(Descrição)

Promoção e desenvolvimento de um campo de experimentação e aprendizagem em torno dos princípios da agroecologia.

(Recursos a disponibilizar) Apoio técnico à instalação do campo.

Ação 13 Experimentação - Organização e Sustentabilidade. (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.2 L / P / A

(Descrição)

Promoção de estudos para testar e desenvolver a viabilidade dos sistemas AE e desenvolvimento de instrumentos de apoio técnico à produção.

(Recursos a disponibilizar) Apoio na preparação dos cadernos de encargos e no desenvolvimento de instrumentos de apoio técnico à produção.

Ação 14 Práticas produtivas. (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.3 L / P / A

(Descrição)

Criação de uma estrutura fixa e volante de apoio técnico, mentoring e coaching a disponibilizar com o apoio de promotores locais com experiência em AE.

(Recursos a disponibilizar) Apoio técnico de retaguarda à Estrutura de Apoio Técnico à Produção.

Ação 15 Práticas produtivas. (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.3 L / P / A

(Descrição) Mapeamento e caracterização de formas tradicionais de produção.

(Recursos a disponibilizar) Apoio técnico ao mapeamento e caracterização.

Ação 17 Relação com os recursos. (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.4 L / P / A

(Descrição) Desenvolvimento de iniciativas focalizadas na promoção de eficiências ambientais e de economia circular.

(Recursos a disponibilizar) Apoio técnico ao desenvolvimento de iniciativas e divulgação de boas práticas.

Ação 18 Relação com os recursos. (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.2 L / P / A

(Descrição) Reforço da articulação com a Bolsa Nacional de Terras.

(Recursos a disponibilizar) Estabelecimento da ligação à Bolsa Nacional de Terras.

Ação 1 Kit SMEA. (Intensidade)

Eixo 4 Medida 4.1 L / P / A

(Descrição) Elaboração e implementação do Plano de Comunicação.

(Recursos a disponibilizar) Participação na implementação do plano de comunicação e divulgação de resultados nas páginas da DRAP Alentejo e da RRN na Internet.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

58 | P á g i n a

6. Nome: Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas (ICAAM - UÉvora)

Ações Elementos-chave de conteúdo

Compromisso Geral

Acompanhar o processo de criação da Estratégia Alimentar e a sua implementação, em particular no que se refere a implementação das ementas Km0, avaliação do papel actual e potencial da pequena agricultura no sistema alimentar local, acompanhamento e monitorização de iniciativas de agroecologia como a aplicação da técnica “Key-line” (projecto piloto na Herdade Freixo do Meio) e, ainda, formação e acompanhamento de técnicos de extensão e acompanhamento dos produtores. Para além disso, monitorização e análise de todo o processo de implementação da Estratégia Alimentar, nas suas diversas componentes.

Ação 4 Apoio à instalação de novos produtores. (Intensidade)

Eixo 1 Medida 1.2 Média

(Descrição) Análise, no âmbito de actividade de investigação no ICAAM, dos percursos e constrangimentos à instalação de novos agricultores na Região, com identificação de possíveis mecanismos de apoio e definição dos mais urgentes.

(Recursos a disponibilizar) Tempo de investigação e Orientações para medidas de apoio/resultados de investigação.

Ação 9 Km0. (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.3 Alta

(Descrição) Organização da plataforma de cooperação entre diversas entidades, no ICAAM, para implementação de um conjunto de iniciativas Km0 no Alentejo Central. Entidades envolvidas: Câmara de Évora e de Montemor, Trilho, ERT, ASAE, Associação Comercial de Évora, MARÉ, EPRAL e Cooperativa Minga, entre outras. Definição do Referencial do Km0 regional - regulamento para a certificação de restaurantes.

(Recursos a disponibilizar) Tempo de trabalho no ICAAM de duas pessoas (Ana Fonseca e Ana Rita Sanchez), financiamento da ERT para certificação dos Restaurantes, apoio técnico para definição de normas e certificação de qualidade dos pequenos agricultores da ASAE, etc.

Ação 10 Às voltas de um produto - a Bolota. (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.4 Média

(Descrição) Estudo mais detalhado, no âmbito da actividade de investigação do ICAAM, das práticas antigas associadas ao consumo de bolota no Alentejo.

(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho no ICAAM (Ana Fonseca).

Ação 13 Estudos de viabilidade do Sistema AE e de instrumentos de apoio técnico à produção.

(Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.2 Média

(Descrição) Acompanhamento e monitorização da técnica de Key line aplicada no caso piloto na Herdade Freixo do Meio para avaliar sobre o seu impacto no sistema.

(Recursos a disponibilizar) Horas de investigação do ICAAM.

Ação 14 Estrutura de apoio técnico à produção. (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.3 Baixa

(Descrição) Actividades de formação (em campo e em sala) de técnicos de extensão, por professores e investigadores com diferentes valências, dentro da actividade do ICAAM e mediante protocolo com associações ou outras entidades que disponibilizem /financiem os técnicos que vão fazer a extensão junto dos pequenos produtores, por um período de tempo definido e com objectivos identificados.

(Recursos a disponibilizar) Horas de investigação e de formação do ICAAM.

Ação 15 Recuperação de formas tradicionais de produção. (Intensidade)

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

59 | P á g i n a

Ações Elementos-chave de conteúdo

Eixo 3 Medida 3.3 Média

(Descrição) Levantamento das práticas antigas associadas à utilização de alimentos silvestres no Alentejo, desde a sua recolecção, transformação, conservação e equipamentos associados.

(descrição)

(Recursos a disponibilizar) Tempo de investigação do ICAAM. (Recursos a disponibilizar)

7. Nome: Junta de Freguesia de Cabrela

Ações Elementos-chave de conteúdo

Compromisso Geral

Dinamizar participar e acompanhar o processo de implementação da Estratégia Alimentar Local assegurando a suas orientações na Estratégia definida para a Freguesia. Contribuir para a promoção da qualidade de vida, da sustentabilidade económica do território

Ação A4 – Regulação Adaptativa

Regulação adaptativa (Intensidade)

Eixo 1 Medida 1.4 L / P / A

(Descrição) Participação e acompanhamento no GT

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.

Ação A7 e A8 Experimentação de nano produções (Intensidade)

Eixo 2 Medida 1.2 L / P / A

(Descrição) Promoção de iniciativas para valorização de pequenas produções para auto consumo Promoção de ação experimental “mercadinho de excedentes” como local para venda/troca de produção excedentária aproximando o consumidor e os produtores

(Recursos a disponibilizar) Disponibilização de local, recursos logísticos, divulgação

Ação 13 Experimentação – Organização e Sustentabilidade (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.2 L / P / A

(Descrição) Colaboração no desenvolvimento de ações /iniciativas que contribuam o fomento do modelo agro-ecológico

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.

Ação A9 Práticas de consumo (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.3 L / P / A

(Descrição) Desenvolvimento de iniciativas focalizadas na promoção de cadeias alimentares de base local

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.

Ação A16, A17 ,A18 Relação com os recursos (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.4 L / P / A

(Descrição) Desenvolvimento de ações de sensibilização e valorização da utilização eficiente dos recursos (solo, água, energia etc)

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

60 | P á g i n a

8. Nome: Liga dos Pequenos e Médios Agricultores M-o-N

Ações Elementos-chave de conteúdo

Compromisso Geral Acompanhar e participar na implementação da Estratégia Alimentar para o concelho no que se refere à promoção da pequena agricultura no sistema alimentar local.

Ação A2, A3 e A4 Experimentação e Mercado (Intensidade)

Eixo 1 Medida 1.2 L / P / A

(Descrição) Sensibilizar os pequenos e médios agricultores para adoção de boas práticas de valorização dos saberes e património alimentar local, bem como para boas práticas do uso dos recursos naturais Contribuir para a criação de circuitos curtos entre os vários níveis de produção e consumo.

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.

Ação A6 e A8 Experimentação de Nano-Produções (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.2 L / P / A

(Descrição) Dinamização, manutenção e valorização das hortas comunitárias tendo por base os princípios SMEA

(Recursos a disponibilizar) Recursos Técnicos.

Ação A17 Promoção de Boas Práticas do uso da água e do solo (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.4 L / P / A

(Descrição) Desenvolvimento de iniciativas focalizadas na promoção de eficiências ambientais e de economia circular

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.

9. Nome: Marca ADL

Ações Elementos-chave de conteúdo

Compromisso Geral

Dinamizar acompanhar e participar na implementação da Estratégia Alimentar para o concelho de Montemor-o-Novo promovendo o património dos saberes e práticas, que valorize os produtos, o produtor o consumidor e o meio ambiente, contribuindo para a promoção da qualidade de vida, da sustentabilidade económica do território

Ação A1 – Kit Smea Informação e saber Fazer Património e desperdício

(Intensidade)

Eixo 1 Eixo 3

Medida 1.1 3.1

L / P / A

(Descrição) Dinamizar ações de sensibilização e informação com vista à promoção da segurança alimentar e saúde das populações Dinamizar ações de informação de saberes fazer Dinamizar ações de sensibilização e divulgação para valorização dos produtos locais Dinamizar ações de sensibilização de combate ao desperdício alimentar

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.

Ação A3 Cozinha Comunitária (Intensidade)

Eixo 1 Medida 1.2 L / P / A

(Descrição) Promoção de iniciativas para disseminação de práticas e saberes tradicionais e de transformação de alimentos

(Recursos a disponibilizar) Recursos Técnicos.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

61 | P á g i n a

Ações Elementos-chave de conteúdo

Ação 13 Experimentação – Organização e Sustentabilidade (Intensidade)

Eixo3 Medida 3.2 L / P / A

(Descrição) Colaboração no desenvolvimento de ações /iniciativas que contribuam o fomento do modelo agro-ecológico

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.

Ação A9 Práticas de consumo (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.3 L / P / A

(Descrição) Desenvolvimento de iniciativas focalizadas na promoção de cadeias alimentares de base local

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.

Ação A16, A17 ,A18 Relação com os recursos (Intensidade)

Eixo 3 Medida3.4 L / P / A

(Descrição) Desenvolvimento de ações de sensibilização e valorização da utilização eficiente dos recursos (solo, água, energia etc)

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.

10. Nome: MontemorMel

Ações Elementos-chave de conteúdo

Compromisso Geral

Acompanhar e participar na implementação da Estratégia Alimentar para o concelho no que se refere à promoção de um sistema alimentar local valorizando os produtos, o produtor o consumidor e o meio ambiente, contribuindo para a promoção da qualidade de vida, e da sustentabilidade económica do território.

Ação A10, A11 Distribuição e Transformação

(Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.4 L / P / A

(Descrição) Sensibilizar para adoção de boas práticas de valorização dos saberes e património alimentar local, bem como para boas práticas do uso dos recursos naturais. Contribuir para a criação de circuitos curtos entre os vários níveis de produção e consumo.

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.

Ação A14, A15 Praticas Produtivas (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.3 L / P / A

(Descrição) Ações de sensibilização para fomento, consolidação de práticas produtivas tendo como objetivo o modelo agrogeológico.

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.

Ação A17 Promoção de Boas Práticas do uso da água e do solo (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.4 L / P / A

(Descrição) Desenvolvimento de iniciativas focalizadas na promoção de eficiências ambientais e de economia circular

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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11. Nome: Oficina Culinária I Oficina da Criança -CMMN

Ações Elementos-chave de conteúdo

Compromisso Geral

O Serviço de Animação Socioeducativo | Oficina da Criança do Município de Montemor o Novo, no âmbito da Oficina de Culinária compromete-se:

a utilizar produtos sazonais, com base nas características de uma alimentação mediterrânicas no intuito de promover e valorizar este padrão alimentar junto das crianças.

• incentivar a incorporação de ervas aromáticas como veículo de maior sabor em detrimento do abuso do sal de adição

• adquirir, o quanto possível, os produtos alimentares a produtores locais;

• confecionar de receitas regionais;

•promover a utilização e transmissão geracional de técnicas culinárias saudáveis tradicionais, como sopas, ensopados e caldeirada

• partilhar saberes tradicionais da terra, com 2 visitas a produtores locais •incentivar o tempo dedicado à confeção dos alimentos e sua inserção no quotidiano através da partilha com família e amigos.

Ação- Oficina de Culinária (nome) (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.1 L / P / A Março a Julho 19

(Descrição) Ação desenvolvida uma vez por semana, com dois grupos distintos, com crianças dos 6 aos 14 anos, com inscrição prévia na atividade.

A ação tem como conteúdo confecionar alimentos num âmbito de formação educativa, através:

- Saber COMER BEM “Diversificar a alimentação, comer produtos da época/estação, comer preferencialmente biológico, comer o mínimo de produtos processados, comer produtos ricos nutricionalmente, ser esclarecido em relação à alimentação, tentar conhecer o produtor dos seus alimentos e privilegiar o consumo de alimentos dos produtores que conhece.” (SMEA)

- Saber trabalhar em equipa - aprendendo a respeitar regras de convívio e de trabalho numa cozinha ou refeitório.

- Aprender a seguir normas de segurança e higiene na preparação dos alimentos

- Respeitar e colocar em prática hábitos de higiene pessoais antes de iniciar o trabalho - Desenvolver atividades de coordenação motora: misturar, bater, picar, enrolar, triturar, etc

(Recursos a disponibilizar) A Oficina da Criança responsabiliza-se pela divulgação da atividade, por toda a dinâmica com as crianças e pela requisição dos recursos necessários para a ação.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

63 | P á g i n a

12. Nome: Rede de Cidadania de Montemor-o-Novo

Ações Elementos-chave de conteúdo

Compromisso Geral Acompanhar o processo de Elaboração da Estratégia Alimentar e a sua implementação no que se refere às vertentes do Km0, Banco de Terras e dinamização do Mercado Municipal.

Ação 2 Projecto de Renovação/Dinamização do Mercado Municipal.

(Intensidade)

Eixo 1 Medida 1.2 Alta

(Descrição) Continuação da actividade de dinamização do Mercado Municipal como forma privilegiada de escoamento da produção da pequena agricultura e ponto de encontro de todos os que se preocupam com o consumo sustentável.

(Recursos a disponibilizar) Banca semanal da Rede de Cidadania no Mercado Municipal, com venda de jornais e bancas de troca de livros, CD’s e DVD’s. Actividades de dinamização do Mercado como almoços bianuais, entre outras actividades.

Ação 3 (nome). (Intensidade)

Eixo 1 Medida 1.2 L / P / A

(Descrição) Participação no funcionamento da cozinha.

(Recursos a disponibilizar) Membros da rede.

Ação 7 Dinamização do Banco de Terras Local. (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.2 Média

(Descrição) Divulgação e Dinamização do Banco de Terras Local, gerindo a disponibilidade de terrenos e pequenos problemas que vão surgindo.

(Recursos a disponibilizar) Responsável e beneficiários do Banco de Terras Local. Trabalho voluntário de gestão (algumas horas por mês).

Ação 9 Km0. (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.3 Eixo 2

(Descrição) Promoção e manutenção das atividades Km0. Continuação da dinamização dos jantares Km0 pelos restaurantes do Concelho de Montemor e da iniciativa Km0 nas suas outras vertentes.

(Recursos a disponibilizar) Equipa da Rede responsável pelo Km0. Trabalho voluntário do grupo de trabalho da Rede.

Ação 16 Criação e Gestão do Banco de Sementes. (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.4 Média

(Descrição) Promoção de uma candidatura ao Orçamento Participativo para construção de um site onde estejam definidos os guardiões de cada variedade de sementes de hortofrutícolas e uma plataforma para os produtores comunicarem entre si na perspectiva da troca de sementes. Manutenção de uma versão em papel dos Guardiões de Montemor com os respectivos contactos e variedades recolhidas e mantidos na Banca da Rede de Cidadania.

(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho voluntário.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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13. Nome: Slow Food Alentejo

Ações Elementos-chave de conteúdo

Compromisso Geral

Dinamização, acompanhamento e participação activa no processo de construção e implementação da Estratégia Alimentar para o concelho de Montemor-o-Novo, na sua globalidade e, sobretudo, nas vertentes mais próximas do movimento internacional Slow Food, tentando transpor a sua ampla experiência na promoção do alimento bom, limpo e justo, local e sazonal, tendo presente a realidade local. O envolvimento pretenderá promovero a produção e a comercialização que valorizem os produtos, o produtor, o consumidor e o meio ambiente, contribuindo para a promoção da qualidade de vida das populações e do bem-estar animal, da sustentabilidade económica do território e, também, a recuperação de saberes-fazer e tradições e locais/regionais.

Acção A1 – Kit Smea Informação e Saber-Fazer Cultura e Literacia Alimentar Património e Desperdício Comunicação

(Intensidade)

Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3 Eixo 4

Medida 1.1 Medida 2.1 Medida 3.1 Medida 4.1

L / P / A

(Descrição) Dinamizar acções de sensibilização e informação com vista à promoção da segurança alimentar e da saúde das populações Dinamizar acções de informação de saberes-fazer Dinamizar acções de sensibilização e divulgação para valorizar os produtos locais Dinamizar acções de sensibilização para implementar circuitos curtos.

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.

Acção A5 Regulação Adaptativa (Intensidade)

Eixo 1 Medida 1.4 L / P / A

(Descrição) Participação e acompanhamento no GT

(Recursos a disponibilizar) Recursos Técnicos e benchmarking.

Acção A6, A7, A8 Experimentação de nano- produções e Hortas comunitárias

(Intensidade)

Eixo2 Medida 2.2 L / P / A

(Descrição) Desenvolvimento de iniciativas que contribuam para o fomento de circuitos curtos entre os vários níveis de produção e consumo, nomeadamente na experimentação de nano-produções, a partir de variedades locais, e acompanhamento/apoio às hortas comunitárias.

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.

Acção A9 Km 0 (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.3 L / P / A

(Descrição) Apoio na implementação e desenvolvimento do conceito Km 0

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.

Acção A10 Práticas de consumo. (Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.3 L / P / A

(Descrição) Desenvolvimento de iniciativas focalizadas na promoção de cadeias alimentares de base local.

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.

Acção A11 Distribuição e transformação

(Intensidade)

Eixo 2 Medida 2.4 L / P / A

(Descrição) Valorizar e promover a produção local aproximando o consumidor e o produtor

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

65 | P á g i n a

Ações Elementos-chave de conteúdo

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.

Acção A15 Práticas Produtivas (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.3 L / P / A

(Descrição) Apoio na recuperação de formas tradicionais de produção

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.

Acção A16, A17 Relação com os Recursos (Intensidade)

Eixo 3 Medida 3.4 L / P / A

(Descrição) Apoio na criação e gestão de bancos de sementes eficazes e na promoção de boas práticas do uso de recursos (e.g. solo, água)

(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.

14. Nome: UCC Centro de Saúde Montemor-o-Novo

Ações Elementos-chave de conteúdo

Compromisso Geral

Dinamizar os conteúdos das sessões “À mesa não se brinca?”, já descritos em documento próprio, no período letivo de 2019/2020, no máximo de seis sessões; elaborar o questionário de avaliação de aquisição de conhecimentos destas sessões para posterior aplicação. Definir os conteúdos do workshop “Rotulagem Alimentar”; dinamizar e implementar o referido worshop, no máximo de duas sessões no decorrer do ano 2020.

Ação À Mesa não se brinca? (Intensidade)

Eixo 1 Medida 1.1 L / P / A

(Descrição)

(Recursos a disponibilizar)

Ação YYYY Worshop: Rotulagem Alimentar (Intensidade)

Eixo 1 Medida 1.1 L / P / A

(Descrição)

(Recursos a disponibilizar)

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

67 | P á g i n a

PARTE II - ELEMENTOS MATERIAIS DE SUPORTE

O processo de trabalho para a Elaboração da Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-

Novo teve por base um conjunto de vetores técnicos de aprofundamento com duas componentes

principais:

Diagnóstico dos Recursos naturais, produtivos e de iniciativa; e cenários de evolução do Sistema

Alimentar Local de Montemor-o-Novo.

Elaboração partilhada e participativa da Estratégia, no quadro da realização de Oficinas de

trabalho e outros momentos interativos, cujos materiais foram sendo sistematizados em

Relatórios de Progresso correspondentes à acumulação gradual dos adquiridos do processo de

trabalho realizado (apresentação de resultados do trabalho e avaliação):

1. Roteiro e Sintese Metodológica

2 Diagnóstico de Recursos e Iniciativas no âmbito do Sistema Alimentar Local

3. Cenários e Perspectivas de Intervenção

4. Oficinas Colaborativas - Relatórios de um Processo de Trabalho.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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A. ROTEIRO E SÍNTESE METODOLÓGICA

A.1. OBJETIVOS DA CONSULTORIA

Nos termos das Cláusulas Técnicas do Caderno de Encargos, o Município de Montemor-o-Novo associa à

elaboração de uma Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo os seguintes objetivos:

Na perspetiva do Procedimento de Consulta, os Serviços contratados pela Câmara Municipal deverão

assegurar respostas aos seguintes objetivos:

(a) Mediar os trabalhos e os processos participativos e de planeamento;

(b) Prestar apoio na definição da metodologia de trabalho;

(c) Realizar sessões participativas;

(d) Elaborar relatórios e ou atas de reuniões.

O Relatório Metodológico preenche as respostas às alíneas a) e b), e apresenta a calendarização

detalhada de iniciativas e de reuniões que constituem as Tarefas de Animação visando a dinamização de

reuniões de trabalho globais e por segmento alvo.

O “output” traduz a consolidação calendarizada de um Roadmap para a elaboração da Estratégia

Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo participada e partilhada.

Esta componente da Consultoria tem a responsabilidade técnica da Professora Maria João Freitas do

LNEC, no âmbito do Protocolo de colaboração com o Gabinete Oliveira das Neves, e foi desenvolvida no

quadro das atividades do Grupo de Trabalho Agenda 21 Local.

a) Contribuir para a definição da metodologia e ajudar na identificação dos vetores principais da Estratégia e Plano de Ação.

b) Identificar, mapear e avaliar as iniciativas locais.

c) Avaliar a viabilidade de constituição de um Conselho Local Alimentar.

d) Apoiar e ajudar a dinamização de estudos necessários ou ações já em curso que contribuam para a Estratégia.

e) Facultar apoio consultivo na análise de propostas, p.ex., eventuais parcerias em projetos financiados e adesão ao Pacto de Milão, etc.

f) Equacionar a criação de grupos específicos de trabalho para a implementação de determinadas ações ou tarefas.

g) Apoiar na definição de um conjunto de indicadores para a monitorização dos resultados.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

70 | P á g i n a

A. 2. ROADMAP PARA A ELABORAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA ALIMENTAR

A Elaboração de uma Estratégia Alimentar Participada e Partilhada (EA2P) surge em sequência dos

trabalhos enquadrados na Agenda 21 Local e em estreita ligação com a Carta Estratégica para o Concelho,

Montemor-o-Novo, 2025.

A EA2P pretende ser um guia de orientação partilhado que favoreça ações individuais e coletivas

conducentes a uma abordagem consciente, integrada e comprometida com uma alimentação com

qualidade, no que ela impacta em termos de saúde e bem-estar das populações, desenvolvimento local

do Concelho e questões ambientais de natureza mais ampla.

Esta EA2P destina-se a todos os atores, individuais e/ou organizados, que residem, operam ou utilizam o

Concelho e Região , devendo consubstanciar-se numa Carta de Compromisso (CC_ EA2P) entre atores

chaves a envolver, quer na sua conceção quer na posterior execução.

Tempo de abrangência da EA2P:

2018-2025 (em alinhamento com a Carta Estratégica para o Concelho)

Período para elaboração da EA2P:

Meados de 2017- Outubro 2018.

Catalisador da EA2P:

Câmara Municipal de Montemor-o-Novo

Atores-Chave (como massa crítica).

Racional para a EA2P:

A Câmara Municipal (CM) catalisa um processo participado para a elaboração da EA2P, envolvendo

atores-chave (AC) em vários momentos interativos (MI) que deverão culminar com uma Carta de

Compromissos partilhada (CC_EA2P), que se faz acompanhar por um Plano de Comunicação (PC) ao longo

de todo o processo.

O processo abre-se à comunidade (Pop) em dois momentos específicos antes da elaboração da Proposta

Final (PF) da EA2P. A CM valida, desde o início, o processo e disponibiliza os meios para a sua realização;

promove o seu Plano de Comunicação (PC); assegura informação acerca do processo à Assembleia

Municipal (AM) em momentos chave; assegura o seu bom desenvolvimento, em articulação com as

demais estratégias que terá em curso durante o seu período de vigência; e promove a sua concretização

numa Carta de Compromissos (CC).

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

71 | P á g i n a

Elementos-chave constituintes da EA2P

Parte A Parte B

a) Enquadramento b) Princípios Orientadores c) Objetivos d) Eixos Estratégicos e) Identificação de ações imediatas e de ações âncora f) Articulação com outros instrumentos estratégicos e de

plano g) Sistema de governança h) Sistema de monitorização.

i) Metodologia ii) Ficha descritiva por ação âncora (memória

descritiva, recursos a alocar, atores a envolver, etc);

iii) Mapa de Atores; iv) Cronograma de referência (por milestones) v) Layout para Carta de Compromissos.

Considerações e Motivações prévias

Considera-se que existe um património alimentar (produtivo e de consumo) no Concelho que incorpora

potencialidades não otimizadas, mas que pode também estar ameaçado pela emergência de novos perfis

alimentares (não sustentáveis?) e por necessidades de consumo nem sempre suficientemente suportadas

por sistemas de produção alimentar local e/ou ambientalmente responsáveis.

Como propósito (mote) orientador à elaboração desta Estratégia, identificou-se assegurar que “MoN

come com Qualidade”.

Assim, foram consideradas as seguintes dimensões a assegurar e a evitar em matéria alimentar:

Assegurar Evitar

Alimentação saudável acessível e generalizada (marca do Concelho);

Atribuição de “valor” ao que “faz bem” e é de produção local;

Ligação entre o “comer” e o “fazer” (confeção, conservação, substituição de ingredientes, reaproveitamento de sobras, etc…);

Reforço de relações e aprendizagens mútuas inter-geracionais em torno da alimentação (em torno do “comer” e do “fazer”);

Acesso a “produtos” e “comida” de qualidade (sem produtos químicos nocivos e com sabor);

Preservação das sementes locais;

Produção agrícola local com qualidade para distribuição externa e interna;

MoN passa a ter “produtos” locais reconhecidos interna e externamente.

MoN perde qualidade alimentar instalada;

Fome em MoN por falta de acesso a alimentos;

Predominância de acesso a produtos alimentares importados (não produzidos localmente);

Falta de diversidade na produção agrícola e/ou alteração da vocação agro-alimentar para o Concelho;

Perda de património material (i.e. sementes) e imaterial (i.e. boas práticas alimentares e saberes fazer associados à produção e confeção de alimentos);

Falta de disponibilidade e/ou perda de qualidade de água para a produção e consumo e de solos cultiváveis;

Perda de população em sequência de agravamento de fenómenos de desertificação;

Impactes ambientais de produção intensiva e má gestão de resíduos e excedentes.

Dimensões a considerar para diagnóstico durante a elaboração da EA2P

Também foram identificadas duas dimensões a considerar para diagnóstico, mapeamento e

aprofundamento durante a elaboração da EA2P:

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

72 | P á g i n a

(i) Perfis Alimentares e de Consumo:

a. O que é comer “bem”? (que dimensões a considerar? diversidade, riqueza de nutrientes, não

saltar refeições, consumo predominante de produtos locais, consumo predominante de produtos

frescos e não processados, …) - Identificação de perfis alimentares e de consumo de referência;

b. Come-se bem ou mal em MoN?/ Há fome em MoN? - Identificação de perfis de comportamento;

c. Quais os perfis alimentares e de consumo que existem em MoN? Existem clusters específicos

associados a esses perfis (quem, como, …)? Existem padrões espaciais associados a esses perfis

(onde)? - Mapeamento de perfis alimentares e de consumo.

(ii) Recursos:

a. Que recursos (materiais e imateriais) associados ao sistema da alimentação/cadeia alimentar

(não) são reconhecidos e/ou (não) são valorizados em MoN? - Mapeamento sistémico dos

recursos no sistema/cadeia alimentar;

b. Há ou não recursos a serem (re)valorizados em MoN? - Identificação de potenciais/fatores

críticos no sistema/cadeia alimentar;

c. Existem (ou não) desperdícios associados ao sistema alimentar em MoN com potencial de

(re)valorização? – Roadmap para desenvolvimento de potenciais/fatores críticos.

Atores-Chave a envolver na produção da EA2P

CM Atores de Referência Associações Outros

Agenda 21 Local (Rita, Vanda, Cândida e Anabela) Carta Estratégica (VandaTeixeira e Rita Sampaio ) PDM/OT (Rita Dionísio) Educação (Ana Paula) Área Social (Ana Maria) Desporto (José Augusto) Juventude (Anabela) Ambiente (Cândida) Veterinário Municipal (Carlos Varela) Outros (XXX, XXX, …)

Lideres locais Fazedores de opinião Pessoas de referência MoN Focal points (i.e. comerciantes) População Infantil e Jovem Rede Social Rede da Cidadania Juntas de Freguesia

Associação de Produtores Associação de Comerciantes de Retalho (ACDE) Associação Regantes da Barragem dos Minutos Deco ADL’s (Monte, Marca, Terras de Dentro, …) Associações Desportivas (ACM, Rugby, União, Ténis, …) IPSS (que sirvam refeições) Associação de Pais. Cooperativas Produtores agralimentares

ASAE ARSaúde Alentejo DRAP Alentejo ADRAL Agrupamento de Escolas MDM Universidade - ICAAM Movimento “Slow-Food” Cidadãos

População em geral População escolar

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

73 | P á g i n a

A.3. PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS

Período para elaboração da EA2P: Julho 2017- Julho 2018

Roadmap para a elaboração da EA2P: A elaboração da EA2P prosseguirá 5 ciclos de produção:

C1 Julho - Setembro 2017

Relação, Inspiração, Diagnóstico e consolidação dos Princípios e Objetivos Estratégicos a prosseguir

C2 Novembro - Fevereiro 2018

Desenho Colaborativo da Estratégia

C3 Fevereiro - Março 2018

Elaboração da Proposta Final

C4 Março - Junho 2018

Discussão e preparação da Carta de Compromisso

C5 Julho 2018 Carta de Compromisso e arranque da EA2P

Sinopse de iterações:

Tipo de Iteração (Oficina / Open Week) Datas/ fases

MI_AC#1 _ 1ª Oficina (Kick-off + Expectativas de Retorno + Anamnese)

29 maio 2017

MI_Pop#1 – (a) Mapping Open-Week - “comer bem é … (via mail, caixas de mensagens, JF’s; ARPIS, presencial escolas e mercados)

19-23 junho 2017

MI_Pop#1 – (a) Mapping Open-Week - Jogo “Pegada Alimentar” (Feira da Luz)

30 agosto - 4 setembro 2017

MI_Pop#1 – (a) Mapping Open-Week - Jogo “À Mesa não se Brinca”” (lançamento nas escolas)

outubro/novembro 2017

MI_AC#2_ 2ª Oficina (Consolidação Diagnóstico + Desafios EA2P)

21 novembro 2017

MI_AC#3_ 3ª Oficina (Consolidação de Princípios, Objetivos e Eixos Estratégicos)

1 março 2018

MI_AC#4_ 4ª Oficina (Consolidação da Operacionalização e Modelo de Governancia)

11 maio 2018

MI_AC#5_ 5ª Oficina (Discussão Proposta Final)

20 junho 2018

MI_Pop#2 Feira da Luz/Expomor – Jogo “ Os alimentos com e sem rosto” 29 ago - 3 set 2018

CC_EA2P - Assinatura da Carta de Compromisso EA2P Evento Público

setembro/outubro 2018

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

74 | P á g i n a

Storyboard para a elaboração da EA2P (Quem? Quando? Como? Outputs expectáveis)

C1 - Inspiração

Julho 2017 Agosto 2017 Setembro 2017 Outubro 2017

MI_AC # (2ª quinzena) – MI_AC#1 (Kick-off + Expectativas de Retorno + Anamnese)

(1ª quinzena) - MI_AC#2 (Consolida Diagnóstico + Desafios EA2P)

MI_Pop # (Iniciativas no âmbito do PC)

MI_Pop#1 – (a) Mapping Open-Week (junto das escolas, mercados e Freguesias) + (b) Momentos Inspiradores (tertúlias abertas com convidados)

(Iniciativas no âmbito do PC)

CM

Consolida e Aprova Roadmap Promove “Kick-off” junto de Atores-Chave Promove Plano de Comunicação

(Informa Assembleia Municipal sobre Iniciativa - não realizado)

(Promove Momentos de Iteração) (implementa e desenvolve Plano de Comunicação) (acompanha evolução dos trabalhos)

Equipa Técnica

Prepara MI_AC # 1 Prepara Quadro de Referência Base de acordo com Roadmap e em informação disponível

Prepara MI_Pop#1 Trata e sistematiza informação dos MI # 1 + Sistematiza informação complementar

Sistematiza informação disponível e produzida nos MI’s Prepara MI_AC # 2

Elabora Draft #1 Prepara MI_AC # 3

C2 – Desenho EA2P

Novembro 2017 Dezembro 2017 Janeiro 2018 Fevereiro 2018

MI_AC #

(1ª quinzena) - MI_AC#3 (Consolida Princípios, Objetivos e Eixos Estratégicos)

(1ª quinzena) - MI_AC#4 (Consolida Operacionalização e Modelo de Governancia)

MI_Pop # MI_Pop#2 - Idiating Open-Week (junto das escolas, mercados e Freguesias) + (b) Momentos Inspiradores (tertúlias abertas com convidados)

(Iniciativas no âmbito do PC)

(Iniciativas no âmbito do PC)

CM

Reporta junto Assembleia Municipal sobre desenvol- vimento da Iniciativa - não realizado

(Promove Momentos de Iteração) (implementa e desenvolve Plano de Comunicação) (acompanha evolução dos trabalhos)

Equipa Técnica

Prepara MI_Pop#2

Sistematiza informação disponível e produzida nos MI’s Prepara MI_AC # 4

Prepara Sistema de Monitorização para incorporar na Proposta Final C3 - Preparação Proposta Final EA2P

C4 – Discussão Proposta Final EA2P e Preparação Carta Compromisso

Março 2018 Abril 2018 Maio 2018 Junho 2018

MI_AC # (2ª quinzena) – MI_AC#5 (Discute Proposta Final)

(Período de “negociações”/estabilização de compromissos)

MI_Pop # (iniciativas no âmbito do Plano de Comunicação)

CM

(Período de “negociações”/estabilização de compromissos com AC’s) Reporta junto da Assembleia Municipal sobre Proposta - não realizado

Aprova internamente Proposta EA2P Consolida Carta de Compromisso

Equipa Técnica

Prepara MI # 5 Prepara Fecho da Proposta Final EA2P Acompanha e prepara versão final da Carta de Compromisso

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

75 | P á g i n a

C5 – Carta de Compromisso e arranque EA2P

Julho 2018 … 2020 …

AC CM Pop

Assinatura de Carta de Compromisso EA2P (CC_AE2P) Evento Público

EA2P e sistema de governança entra em ação

(Avaliação Intercalar e upgrading)

Expectativas com o Processo

Retornos expectáveis CM AC Pop

1. Sensibilização/perceção coletiva sobre o tema

2. Aprender a “comer” melhor

3. Crescimento e desenvolvimento económico do Concelho

4. Dinamização de cadeias de valor

5. Reforço de relações inter-setoriais

6. Inovar e “sair do quadrado” das soluções-tipo

7. Sinergias para desenvolvimento de novos produtos e serviços associados ao setor agro-alimentar

8. Robustecer capacidade reflexiva e de questionamento coletivo e partilhado

9. Construção de uma visão global partilhada

10. Atualização do “estado da arte” no Concelho e aprofundar diagnóstico e dimensão compreensiva dos fenómenos

11. Envolvimento de públicos normalmente não considerados em fase de planeamento, e que são relevantes para a robustez da proposta e da Iniciativa

12. Mobilização de atores-chave para o processo, relevantes para a implementação da EA2P

13. “Apropriação” coletiva da EA2P e garantir compromisso coletivo em torno da estratégia e uma operacionalização partilhada

14. Reforço da ligação com outros instrumentos estratégicos e de planeamento (Agenda XXI; CEMoN; PDM)

15. Abordagem integrada e contributo efetivo da EA2P para os quatro pilares da sustentabilidade: Desenvolvimento Social (People); Desenvolvimento Económico Local (Profit); Dimensão Ambiental (Planet); e Cidadania (Politics).

Legenda: Fortes +++; Moderadas ++; Potenciais (++)

Fatores Críticos e Vigilâncias

Fatores Críticos Vigilâncias

a) Dificuldades na mobilização de interesse por parte da População

(i) Fazer acompanhar o processo por um bom Plano de Comunicação

b) Não adesão dos atores-chave (ii) Atenção especial ao momento de mobilização e

garantir dispositivo de comunicação ágil e ativo com AC entre os momentos de iteração

c) Dificuldades em manter o interesse e o envolvimento dos atores-chave de forma constante ao longo do processo

d) Turbulências de compromisso com o processo participativo

(iii) Garantir compromisso da autarquia e dos atores chave no kick-off em torno do Roadmap

e) Dificuldades em angariar os recursos necessários à elaboração e execução da estratégia

(iv) Garantir recursos iniciais para a elaboração da EA2P e pro-atividade durante a fase de “negociação” e estabilização de compromissos (que medeia a discussão da Proposta Final e a Carta de Compromisso)

f) A Estratégia não ser suficientemente robusta (“ficar por faits divers”)

(v) Especial investimento do MI_AC#3 e na preparação da Carta de Compromissos

g) Não conseguir alcançar soluções suficientemente inovadoras em termos de eficácia (“ficar por mais do mesmo”).

(vi) Especial investimento nos momentos MI_Pop#2 e MI_AC#4.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

77 | P á g i n a

B. DIAGNÓSTICO DE RECURSOS E INICIATIVAS NO ÂMBITO DO SISTEMA ALIMENTAR LOCAL

A problemática alimentar reveste particular importância na economia e na sociedade montemorense

combinando a existência de recursos naturais e de tradição e know-how produtivos (próprios e associados

às economias de montado), com hábitos alimentares ancorados na dieta mediterrânica que estabelecem

fortes relações com o território, da produção ao consumo.

No quadro da elaboração da Carta Estratégica de Desenvolvimento Montemor-o-Novo, 2025, as

questões relativas ao complexo das atividades agro-alimentares foram objeto de diagnóstico (recursos,

infraestruturas, atividades agro-transformadoras, associações, iniciativas municipais e associativas, …) e,

sobretudo, configuram desafios e objetivos estratégicos, fundamentando também a identificação de

projetos estruturantes, no horizonte 2025.

Nesta Secção do Relatório da Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo procede-se a

uma síntese compreensiva dos referidos materiais de trabalho que são aprofundados com informação

adicional na ótica da produção, comercialização e consumo de produtos hortícolas (tendo por base o

trabalho realizado pela Universidade de Évora, no âmbito do projeto de investigação europeu Farm Path)

e na ótica dos perfis alimentares e de consumo (processando informação empírica resultante do trabalho

das Oficinas de trabalho e da 1ª semana de Rua/Open week).

0. Visão de síntese

1. Os recursos e as dinâmicas produtivas e agro-transformadoras de Montemor-o-Novo apresentam

caraterísticas que se encontram muito presentes na matriz económica agro-florestal da Região Alentejo:

Condições edafoclimáticas que propiciam a obtenção de produções agrícolas, pecuárias e

florestais competitivas (cortiça, vinha, olival, hortofrutícolas, culturas bioenergéticas, pecuária

extensiva, …);

Atividades que exploram a multifuncionalidade dos sistemas agroflorestais (em particular a

produção de cortiça e de pequenas fileiras produtivas do montado);

Perímetro de Rega (Albufeira da Barragem dos Minutos); e

Proximidade a centros de conhecimento, de investigação e de desenvolvimento tecnológico

reconhecidos internacionalmente, capazes de dar resposta aos desafios relacionados com a

agricultura e com a transformação agroindustrial e agroalimentar.

A relevância dos recursos da economia de montado para as formas de ocupação e criação de riqueza no

Concelho de Montemor-o-Novo resultam das características multifuncionais do montado que conjugam

a presença de componentes produtivas e de funções e serviços próprios a este ecossistema: (i) Produções

[cortiça, pecuária extensiva (raças autóctones), madeira, caça, mel, plantas condimentares, aromáticas e

medicinais, cogumelos, …]; e (ii) Funções/serviços [Preservação da erosão do solo, amenização de

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

78 | P á g i n a

microclima, regulação do ciclo da água, fixação de carbono, recreio e lazer, valor cultural, paisagem e

salvaguarda do património].

A Estratégia Regional de Especialização Inteligente do Alentejo1 adotou como racional de especialização

no domínio da Alimentação e Floresta, a transformação para maior controlo sobre a cadeia de valor. Este

racional valoriza recursos presentes em Montemor-o-Novo, em particular, a agricultura de regadio

(indispensável à especialização em produtos de maior valor acrescentado), as infraestruturas logísticas de

saída (com destaque para o corredor rodoviário para o litoral e a Europa), os elos produtivos das cadeias

de valor nas atividades competitivas da “Alimentação e Floresta”, em articulação com produtos de

elevado valor acrescentado (vinho, carnes, etc.) e a ligação potencial com as atividades turísticas

(gastronomia, enoturismo, rotas de sabores, produtos alentejanos, …), ampliando os ativos territoriais

relativos aos valores do património, tradição, genuinidade e identidade.

Os recursos associados ao regadio e ao sistema multifuncional de montado, que ocupam áreas do

Concelho, alimentam dinâmicas de produção de hortícolas frescos e horto-industriais, de pecuária

extensiva e de outros produtos locais que preenchem diversos elos da cadeia de valor do Cluster

Agroalimentar. No entanto, o potencial reconhecido aos recursos locais e à experiência produtiva

existente colocam o desafio de uma maior integração entre a esfera das produções primárias e a sua

transformação, com destaque para a fileira da carne (vitela de montado, borrego, porco de raça

alentejana, …) mas também para a concentração e distribuição de produtos hortícolas (cf. Carta

Estratégica Montemor-o-Novo, 2025).

No passado recente por iniciativa municipal e associativa têm sido dinamizadas experiências orientadas

para encontrar soluções para problemas como o acesso à terra, a assistência técnica para a inovação, a

comercialização das produções primárias dos pequenos produtores, o uso racional dos recursos, o

combate ao desperdício alimentar e a valorização da Dieta Mediterrânica, associada às identidades

culturais e gastronómicas:

desenvolvimento experimental de novas práticas de uso do solo (agricultura regenerativa, …), de

recolha, tratamento e distribuição de sementes, de gestão de pastagens e alimentação animal, …;

valorização de pequenas produções silvestres (pão e doçaria, bolota, cogumelos e hortícolas

silvestres, ervas aromáticas, …), orientadas para procuras específicas;

estruturação de circuitos curtos de comercialização aproximando produtores e consumidores, a

qual se tem deparado com problemas de recetividade (de associativismo/organização dos

agricultores e de logística, entre outros;

1 http://webb.ccdr-a.gov.pt/docs/ccdra/alentejo2020/EREI_Alentejo_vf.pdf

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

79 | P á g i n a

gestão em parceria (Câmara Municipal e Liga de Pequenos e Médios Agricultores) de hortas

comunitárias visando a ocupação de pessoas e das famílias, a diversificação dos recursos

alimentares e a complementaridade do rendimento familiar em atividades de horticultura

tradicional, com sustentabilidade ambiental; e

decisão de elaborar uma Estratégia Alimentar para o Concelho na sequência da Agenda 21 Local

e da Carta Estratégica de Desenvolvimento de Montemor-o-Novo 2025.

Na ótica da Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo sistematiza-se um conjunto de

Desafios que relevam da necessidade de superar Constrangimentos e aproveitar Oportunidades.

A qualificação do sistema agroalimentar local, indispensável à valorização de recursos

diferenciadores do território, carece de tempo para a consolidação de iniciativas e de projetos,

ou seja, para o amadurecimento de soluções face aos constrangimentos existentes (naturais,

técnicos, de apropriação da inovação, logísticos, de funcionamento em rede, …).

A integração territorial preenche/corresponde à necessidade de criar dimensão crítica para uma

valorização económica de recursos, de produções e de serviços (p.ex., património e atividades

culturais, turismo, …) em que Montemor-o-Novo, e a sub-região do Alentejo Central, mostram

excelência e capacidade diferenciadora. A estruturação de um sistema agroalimentar carece de

escala, produtiva e de serviços, em diferentes elos da cadeia de valor, uma escala suscetível de

suportar o retorno de investimento em equipamentos e infraestruturas, mas também, de

experimentação de resultados da investigação científica.

Para diversas produções primárias do Concelho (vinho, hortícolas frescos, carnes

transformadas, cogumelos e hortícolas silvestres, ervas aromáticas, …) a dimensão do mercado

é importante para melhorar as condições de valorização económica. A promoção externa de

recursos e produções do Concelho junto dos mercados de implantação deve beneficiar de

atuações conjugadas da Câmara Municipal, do Núcleo Empresarial da Região de Évora (NERE) e

de outros parceiros regionais e nacionais.

Em Montemor-o-Novo encontram-se muito vivas as evidências de um modelo tradicional afiliado à dieta

mediterrânica que acolhe os valores básicos da alimentação saudável, da proximidade produção/

consumo (próprios dos sistemas alimentares local dependentes) e da fruição dos alimentos (da comida)

associada a identidades de matriz social e cultural, arreigadas nas populações urbanas e rurais.

Estas evidências coexistem com sinais de transformação das práticas alimentares que decorrem da

apropriação de modelos de consumo exteriores (sobretudo, por parte dos mais jovens mas também de

famílias com estilos de vida mais urbanizados e com menor relação com os territórios agro-rurais) a qual

é estimulada pela distribuição alimentar moderna presente na Cidade (grandes e médias superfícies).

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

80 | P á g i n a

A estruturação de um sistema alimentar local, mais robusto poderá beneficiar da existência de vários

segmentos de mercado e da valorização dos produtos tradicionais/ “gourmet” e de circuitos mais diretos

e curtos, pontualmente procurados no abastecimento pela própria distribuição alimentar moderna.

As práticas de compra das grandes e médias superfícies podem desempenhar um papel importante tanto

na ótica da dimensão dos contributos para o desenvolvimento local, como na ótica do estímulo de práticas

de alimentação saudável o que pressupõe uma abordagem socialmente implicada com a cadeia de valor

alimentar, participando na integração de vertentes setoriais desde os modelos de negócio e práticas de

cultivo da produção agrícola à difusão de padrões alimentares mais equilibrados e sustentáveis.

Os Eixos de atuação a definir no âmbito da Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo

deverão contemplar a matriz base do ciclo de valor associado à Alimentação, no contexto de circuitos

formais integrados, compreendendo a produção, a distribuição, a comercialização, o processamento e o

consumo e procurando estimular a participação de um sistema de atores singularmente rico a nível local

e regional (entidades públicas e associativas, grupos de cidadãos e agentes económicos).

B1. Economia Agro-alimentar de Montemor-o-Novo

A estrutura da economia de Montemor-o-Novo acolhe um conjunto expressivo de atividades agro-rurais

que constituem no presente, e deverão constituir no futuro, uma componente relevante da especialização

socioeconómica do Concelho e do seu posicionamento territorial.

O Diagnóstico elaborado no âmbito da Carta Estratégica de Desenvolvimento, 2025 sistematiza os

elementos principais de caracterização dessas atividades construídos a partir do processamento de

informação estatística (Recenseamentos Agrícolas, Quadros de Pessoal das empresas, aprovação e

execução de apoios do ProDeR, …), elementos documentais (p.ex., a propósito do Montado e da Fileira

da carne), reuniões de trabalho com organismos de tutela setorial e entrevistas a associações

empresariais e de desenvolvimento e a empresários do setor. A informação processada evidencia os

principais traços de evolução do uso do solo e das produções primárias, a evolução do investimento

apoiado por fundos públicos, nacionais e comunitários), as dinâmicas produtivas instaladas e as relações

e perspetivas de mercado predominantes.

Uso do solo, Produções e Ocupação de ativos

Entre 1999 e 2009 o número de explorações e a superfície agrícola recenseada aumentaram 6,3 e 18%,

respetivamente, uma evolução em sentido contrário à ocorrida no Alentejo Central e na Região, territórios

que viram reduzir-se o número de explorações (-8,5 e -17,4%).

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

81 | P á g i n a

Explorações e Superfície agrícola, por tipo de utilização das terras (Variação 1999-2009)

Tipo de Cultura Montemor-

o-Novo Alentejo Central

Alentejo

Total Superfície (ha) 18,0 2,6 -1,1

Explorações (nº) 6,3 -8,5 -17,4

Superfície Agrícola Utilizada Superfície (ha) 17,7 1,6 0,4

Explorações (nº) 7,6 -6,5 -16,1

Matas e florestas sem culturas sob-coberto

Superfície (ha) 19,5 21,8 -8,4

Explorações (nº) 9,6 -2,7 -30,7

Superfície agrícola não utilizada Superfície (ha) -49,7 -36,0 -0,8

Explorações (nº) -50,0 18,2 -5,6

Outras superfícies Superfície (ha) 38,2 3,8 -19,6

Explorações (nº) 5,3 8,4 -8,6

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola - Séries históricas.

Esta evolução positiva da economia agrícola de Montemor desdobra-se num conjunto de elementos

produtivos que decorrem da análise mais detalhada dos dados daqueles Recenseamentos que são

processados na sequência destes itens de análise no Anexo D. Agricultura e Desenvolvimento Rural:

Superfície Agrícola Utilizada (SAU) - cresceu 17,7% em área e 6,3% no volume de explorações,

bem como as áreas de matas e florestas sem culturas de sob-coberto;

Distribuição da SAU - segundo o tipo de culturas, evidencia um crescimento muito acentuado das

áreas destinadas a pastagens permanentes, a culturas permanentes e a hortas familiares;

Área média por exploração - aumentou (+17,7%) situando-se em cerca de 123 ha em 2009, valor

bastante elevado quando comparado com as áreas registadas para o Alentejo Central (70 ha) e

Alentejo (52 ha);

Evolução das Explorações e da Superfície Agrícola

Nº de Explorações Área (ha) Área média por

exploração (ha) 1999 2009 Var. (%) 1999 2009 Var. (%)

Alentejo 49.742 41.720 -16,1 2.144.249 2.152.389 0,4 43,1 51,6

Alentejo Central 8.847 8.274 -6,5 566.257 575.576 1,6 64,0 69,6

Montemor-o-Novo 804 865 7,6 90.380 106.350 17,7 112,4 122,95

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola - Séries históricas.

Superfície irrigável - registou um decréscimo tanto no número de explorações agrícolas, como de

área, sendo que este decréscimo é mais evidente no número de explorações, com valores acima

da sub-região, mas abaixo da NUT II Alentejo; a área de superfície irrigável apresenta uma quebra

ligeiramente superior ao Alentejo Central e ao Alentejo;

Culturas permanentes - destacam-se as áreas destinadas ao olival (56,8%, em 2009, quando em

1999 representava 85%) e os frutos de casca rija, com expressão residual em 1999, mas que em

2009 se situavam em 30,5% da superfície ocupada com culturas permanentes seguindo uma

tendência de grande crescimento no Alentejo Central e na Região Alentejo;

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

82 | P á g i n a

Na estrutura das culturas permanentes destaca-se, ainda, o aumento (+54,2%) das áreas

destinadas à produção vitícola, a um ritmo superior à evolução registada no Alentejo Central, que

tem observado dos maiores crescimentos de área plantada em toda a Região;

Produção de vinho - verifica-se nas últimas seis campanhas uma variação positiva de quase 29%

para a qual muito contribuíram os vinhos DOP, em contraponto com os vinhos IGP que, na última

campanha, deixaram de ser os dominantes no Concelho2;

Culturas temporárias - destaca-se as áreas destinadas às culturas forrageiras (78%), uma

expressão bastante superior aquele que estas culturas possuem no Alentejo Central e na Região,

onde os cereais para grão têm relevância, ainda que em queda; não obstante o decréscimo muito

acentuado do número de explorações que se dedicam à cultura de hortícolas, observa-se um

alargamento da superfície cultivada apontando para explorações com maior dimensão média.

A produção de hortícolas frescos tem revelado dinamismo, sobretudo, em regime forçado (estufas) com

alguns produtores a desenvolver estratégias comerciais assentes na contratualização com a distribuição

alimentar (grandes e médias superfícies), mas também com grandes grupos internacionalizados que se

dedicam, p.ex., à produção de saladas prontas. O alargamento da área regada a partir da Barragem dos

Minutos poderá contribuir para ampliar o volume de produção.

No que se refere à Ocupação de ativos, o padrão de ocupação produtiva da agricultura e da pecuária do

Concelho tem efeitos limitados sobre o emprego. Este é predominantemente sazonal, em atividades de

preparação das culturas e nas colheitas, efeitos limitados que são acentuados pelo peso da pecuária

extensiva e pelas dinâmicas de pousio estimuladas pelas ajudas comunitárias, no âmbito das sucessivas

reformas da PAC. A utilização de mão-de-obra a tempo completo tem-se mantido estável em torno de

38%, valor bastante superior ao padrão de utilização das explorações do Alentejo Central e Região.

Distribuição (%) da Mão-de-obra agrícola, por regime de duração de trabalho (2009)

Montemor-o-Novo Alentejo Central Alentejo

Tempo completo 38,1 23,8 20,2

Tempo parcial 61,9 76,2 79,8

Total 100,0 100,0 100,0

Fonte: INE, Recenseamento Agrícola 2009.

A qualificação dos produtores agrícolas singulares no Concelho melhorou durante a última década e em

2009, cerca de 18% dos produtores tinham ensino superior, uma “performance” bem acima dos níveis de

habilitação superior verificados no Alentejo Central e no Alentejo. No tocante à formação nas áreas da

2 Na área dos Vinhos existem diversas empresas no Concelho, nomeadamente, a Quinta da Plansel - Sociedade Vitivinícola, S.A., a Sociedade Agrícola de Torais/Herdade de Torais, a Herdade do Menir - Couteiro, a empresa Marques e Ganhão, Lda (Horta do Leal); Aromas do Sul, Lda; José Emídio Salgueiro Nunes Comenda; Sociedade Agrícola Calha do Grou, Lda; e Sousa Cunhal - Turismo, S.A. Pomar das Almas; Outeiro de S. Romão; Herdade Freixo do Meio.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

83 | P á g i n a

Agricultura e da Floresta, os produtores do Concelho têm, igualmente, um peso superior tanto ao nível

do Ensino Secundário como Superior, em comparação com o Alentejo Central e a Região.

Acesso à terra

A problemática das dificuldades de acesso a terras para cultivar tem assumido alguma importância no

Concelho, nomeadamente, por constituir um requisito para a instalação de novos empresários rurais.

No sentido de favorecer o acesso à terra e às suas produções no Concelho, são de destacar os seguintes

projetos de iniciativa pública e privada:

Projeto de Hortas comunitárias para auto consumo. O objetivo deste Projeto visa promover a

horticultura tradicional, incentivando a fertilização orgânica da terra, de forma sustentável; e

incentivar a troca de experiências intergeracionais, na área da horticultura, valorizando o

conhecimento dos mais velhos transmitindo-o às gerações mais novas.

O Município disponibiliza, nos Casais da Adua, três blocos de 7.000m2 cada, para implementação

de 135 hortas (com áreas entre os 100 e os 220m2), cedendo parcelas de terreno a título gratuito

e precário, um ponto de água coletivo destinado à rega das culturas, uma área de armazenamento

para pequenas ferramentas e utensílios, e ainda, apoio técnico/informativo/pedagógico sobre os

modos de produção e práticas agrícolas ambientalmente corretas. Com este projeto a Câmara

Municipal de Montemor-o-Novo pretende dar resposta a dois dos vetores mais votados, pela

população nos foruns participativos da Agenda 21 Local:

- Valorizar os produtos agrícolas e o mundo rural e dar prioridade aos alimentos de base

local, com os objetivos de promover e dinamizar o mundo rural e a horticultura, de renovar

as atividades tradicionais através da ampliação das cadeias de valor associadas aos recursos

naturais e endógenos e de promover o acesso para todos a alimentos de qualidade

produzidos localmente;

- Hortas de Montemor - criar espaços comunitários de produção, sociabilização e convívio,

criando ao mesmo tempo um suporte alimentar, e fomentar novas atitudes,

comportamentos e estilos de vida mais saudáveis, promovendo a melhoria da qualidade de

vida no Concelho (cf. GADEC, in site do Município).

Cedência em regime de comandita de algumas parcelas na Herdade Freixo do Meio. Entre as

iniciativas na Herdade salienta-se o Projeto de Permacultura iniciado em 2011 em duas parcelas

por um casal que veio “habitar um monte no meio do Montado”, criando um espaço para

produção de frutos frescos (maçãs, ameixas, damascos, pêssegos, laranjas, clementinas, tângeras,

limões, framboesas, amoras e mirtilos) e secos (nozes e amêndoas), num projeto com

financiamento ProDeR.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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O projeto segue as orientações da agricultura regenerativa e para além das fruteiras plantou

árvores e arbustos resistentes à secura para melhorar o ambiente físico envolvente do pomar e a

fertilidade do solo.

Projeto Partilhar as Colheitas. Este projeto assenta num compromisso mútuo com base no qual a

Herdade alimenta as pessoas e as pessoas apoiam a Herdade, adquirindo quotas de produção

traduzidas em compromissos semanais de produção e de consumo por parte dos consumidores

aderentes. Os produtos são entregues na loja de Lisboa, em outros locais da Área Metropolitana

de Lisboa (para compromissos agrupados de quotas) e em Montemor-o-Novo, Évora.

Entre as vantagens proporcionadas pelo Projeto, destaca-se: o rendimento estável e a redução

do trabalho na frente comercial (para a Herdade); o acesso a alimentos frescos e biológicos

certificados e o apoio à agricultura de proximidade e à economia local (para os consumidores).

Banco de Terras, Iniciativa que resulta do concurso lançado em janeiro de 2011 denominado

“Boas ideias para o Desenvolvimento Sustentável do Concelho, na sequência da elaboração da

Agenda Local 21. A ideia incentiva a instalação de pequenas hortas domésticas, utilizando práticas

agrícolas sustentáveis, em terrenos “abandonados”.

Dinâmicas de investimento e financiamento agro-rural

Entre 2008 e 2015, os apoios a entidades beneficiárias de Montemor-o-Novo do ProDeR atingiram o

montante global de cerca de 38,5 Milhões de Euros, destacando-se o peso das ajudas às explorações

agropecuárias e florestais (60,1% do total). A modernização e capacitação das empresas enquadrou

projetos económico-produtivos num montante acima de 13,1 Milhões de Euros, tendo ainda expressão o

investimento na melhoria produtiva dos povoamentos florestais e os apoios à instalação de jovens

agricultores.

Projetos aprovados do ProDeR, contratados até 2015, em Montemor-o-Novo

Ação

Projetos aprovados

Investimento Total

Nº % Montante (€) %

Sub-Programa 1 - Promoção da Competitividade 157 59,7 23.186.548 60,1

Gestão multifuncional 6 2,3 446.147 1,2

Instalação de jovens agricultores 32 12,2 3.747.967 9,7

Investimentos de pequena dimensão 44 16,7 1.132.733 2,9

Melhoria produtiva dos povoamentos 31 11,8 4.466.721 11,6

Modernização dos regadios coletivos tradicionais 1 0,4 45.409 0,1

Modernização e capacitação das empresas 39 14,8 13.185.510 34,2

Modernização e capacitação das empresas florestais 2 0,8 137.011 0,4

Restabelecimento do potencial produtivo 2 0,8 25.050 0,1

(continua)

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

85 | P á g i n a

(continuação)

Projetos aprovados do ProDeR, contratados até 2015, em Montemor-o-Novo

Ação

Projetos aprovados

Investimento Total

Nº % Montante (€) %

Sub-Programa 2 - Gestão Sustentável do Espaço Rural 82 31,2 12.505.684 32,4

Ordenamento e recuperação de povoamentos 4 1,5 275.005 0,7

Promoção do valor ambiental dos espaços florestais 1 0,4 53.351 0,1

Proteção contra agentes bióticos nocivos 73 27,8 11.927.762 30,9

Valorização ambiental dos espaços florestais 4 1,5 249.566 0,6

Sub-Programa 3 - Dinamização das Zonas Rurais 19 7,2 2.462.350 6,4

Conservação e Valorização do Património Rural 2 0,8 100.795 0,3

Criação e desenvolvimento de microempresas 4 1,5 736.359 1,9

Desenvolvimento de Atividades Turísticas e de Lazer 1 0,4 199.584 0,5

Diversificação de atividades na exploração agrícola 3 1,1 108.120 0,3

Serviços Básicos para a População Rural 9 3,4 1.317.492 3,4 Sub-Programa 4 - Promoção do Conhecimento e Desenvolvimento de Competências

5 1,9 394.148 1,0

Cooperação para a inovação 3 1,1 224.115 0,6

Desenvolvimento de serviços de aconselhamento agrícola 1 0,4 73.146 0,2

Serviços de apoio às empresas 1 0,4 96.887 0,3

Total 263 100,0 38.548.730 100,0 Fonte: ProDeR, informação extraída a 31/12/2015.

No Sub-programa Gestão Sustentável do Espaço Rural (projetos aprovados no montante de cerca de 12

Milhões de Euros) salienta-se os apoios à proteção contra agentes bióticos nocivos (patologias do

montado de sobro e azinho e nemátodo do pinheiro).

A análise da informação referente ao Pedido Único3 (dados IFAP, referentes a 2017), aponta para:

existência de apoios a quase totalidade da SAU do Concelho de Montemor-o-Novo (peso do PU

na SAU, em torno de 100%);

3 O Pedido Único (PU) consiste no pedido de pagamento direto das ajudas que integram os diversos regimes na regulamentação comunitária e abrange: (a) os regimes de apoio aos pagamentos diretos Regime de Pagamento Base; Pagamento Redistributivo; Pagamento por práticas agrícolas benéficas para o ambiente (Greening); Pagamento para os jovens agricultores; Regime de Pequena Agricultura; Pagamento específico ao algodão); (b) As medidas de apoio do Programa de Desenvolvimento Rural do Continente - PDR 2020 (Manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas; Conversão e manutenção em agricultura biológica; Produção Integrada; pagamento Rede Natura; Conservação do solo; Uso eficiente de água na agricultura; Culturas permanentes tradicionais; Pastoreio extensivo; Recursos genéticos; Mosaico agroflorestal; Silvoambientais; e Apoio agroambiental à apicultura.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

86 | P á g i n a

Áreas (ha) declaradas da Candidaturas ao Pedido Único - Superfície Agrícola (2017)

Freguesia Pedido Único

(ha) % Peso do PU na SAU

Total Cabrela 16.105,49 97,3

Total Santiago do Escoural 12.076,05 93,8

Total São Cristóvão 12.041,19 98,6

Total Ciborro 4.459,57 96,7

Total Foros de Vale de Figueira 4.833,46 109,0

Total Cortiçadas de Lavre e Lavre 15.638,69 79,9

Total NS da Vila, NS do Bispo e Silveiras 35.680,14 98,9

Total Montemor-o-Novo 100.834,59 94,8

Fonte: IFAP; INE, Recenseamento Agrícola 2009.

predomínio nas culturas declaradas dos usos/atividades próprias do sistema de montado, com

destaque para as pastagens permanentes (54,9%), os prados temporários (pastoreio - 19,8%) e

para o montado de sobro (produção de cortiça - 10,8%).

Ranking das 10 culturas predominantes no Concelho de Montemor-o-Novo (2017)

Cultura Área

ha %

Pastagens permanentes 56.944,14 54,9

Prados temporários (pastoreio) 20.500,34 19,8

Sobreiro para produção de cortiça 11.223,05 10,8

Consociações anuais e outras culturas forrageiras 3.379,23 3,3

Povoamento de sobreiros 2.055,21 2,0

Olival 1.798,61 1,7

Azevém 1.030,70 1,0

Pinhão 913,06 0,9

Pastagens arbustivas 774,05 0,7

Povoamento de pinheiro manso 628,42 0,6

Fonte: IFAP.

As Medidas Agro-ambientais de apoio à produção biológica abrangem cerca de 6% das áreas declaradas

nas candidaturas ao Pedido Único.

Os apoios à pequena agricultura são residuais (2013,67 ha), sendo de admitir que segmentos do universo

com algum significado (em termos de produtores que não de área) não preenchem requisitos de acesso

às ajudas.

Os apoios destinados à Dinamização das Áreas Rurais (Sub-programa 3) atingiram cerca de 2,5 Milhões

de Euros e foram enquadrados por duas Estratégias de Desenvolvimento Local (EDL):

GAL Monte, com território de intervenção no Alentejo Central composto por dez concelhos do

Distrito de Évora e abrangendo as freguesias de Cabrela, Ciborro, Foros de Vale de Figueira, União

de freguesias de Cortiçadas do Lavre e Lavre e União de freguesias da Vila, Bispo e Silveiras;

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

87 | P á g i n a

GAL Terras de Dentro, com território de intervenção que abrange concelhos do Alentejo Central

e Litoral e inclui, em Montemor, as freguesias do Escoural e de S. Cristóvão.

Os dados constantes da Tabela anterior relativos à Dinamização das Áreas Rurais evidenciam o peso das

intervenções apoiadas na Ação Serviços Básicos para a população rural (47,4%), seguindo-se os apoios à

criação e desenvolvimento de microempresas (21,1 %).

O Relatório de Avaliação da EDL do GAL Monte (2015) que procede a uma análise detalhada da execução

e resultados, evidencia vários elementos do desempenho da maior parte das freguesias rurais de

Montemor-o-Novo:

maior número de projetos aprovados na Ação Diversificação na Exploração Agrícola;

maior capacidade empreendedora na Ação Criação e Desenvolvimento de Microempresas, com

o maior volume de investimento elegível, ascendendo a 1,6 Milhões de euros;

maior número de projetos aprovados e maior volume de investimento elegível no âmbito da Ação

Preservação e Valorização do Património rural (na ótica do interesse coletivo e enquanto fator de

identidade e de atratividade do território, tornando-o acessível à comunidade);

maior número de projetos aprovados e volume de investimento elegível no âmbito da Ação

Serviços Básicos para a população rural.

Organizações de Produtores

Em Montemor-o-Novo regista-se uma atividade associativa com alguma expressão, capacidade de

intervenção e de apoio aos produtores primários sendo de destacar a atividade da APORMOR, da LPMA,

da MontemorMel e de Cooperativas.

APORMOR - Associação de Produtores de bovinos, Ovinos e Caprinos da Região de Montemor-o-

Novo

A APORMOR foi criada em 11 de Julho de 1990 como resposta dos produtores desta Região aos problemas

de comercialização dos produtos pecuários dada a complexidade e falta de transparência dos circuitos

comerciais e à sazonalidade da produção, responsável pela oscilação do preço ao longo do ano.

A Associação tinha cerca de 120 associados em 2014, constituindo uma estrutura essencial na fileira dos

bovinos em termos nacionais, enquanto pólo importante de encontro de vendedores e compradores de

gado vivo abrangendo uma vasta área de produtores (Elvas, Coruche, Castro Verde e Moura), muito para

além da área alvo existente no início da sua atividade.

A construção do Parque de Leilões de Gado, com o apoio da Câmara Municipal, representou um marco

fundamental para o desenvolvimento da APORMOR e da produção de bovinos e ovinos do Concelho. Em

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

88 | P á g i n a

termos médios, são transacionados semanalmente entre 400 e 700 animais, sendo o único Parque a

laborar semanalmente para o Alto e Baixo Alentejo.

Entre os serviços prestados a sócios e não sócios pela APORMOR destacam-se: a elaboração das

candidaturas às Ajudas Comunitárias (Pedido Único e Agroambientais); a inscrição ou alterações de

Parcelário e polígonos de investimento; a receção e informatização dos modelos relativos a bovinos e

emissão de passaportes; a receção e informatização de guias de circulação para ovinos e caprinos; o Livro

de Registos de Bovinos (Zoogestão); o Livro de Registo de Ovinos e Caprinos (red-oc); e o licenciamento

de explorações (REAP) e de recursos hídricos.

A APORMOR é a entidade gestora do livro genealógico de Ovinos da Raça Suffolk em Portugal, raça

reconhecida pela DGAV.

LPMA - Liga dos Pequenos e Médios Agricultores de Montemor-o-Novo presta apoio técnico e

logístico aos agricultores, nas áreas técnicas e administrativas e de candidaturas a programas

nacionais e/ou comunitários e à implementação/dinamização de ações/projetos que contribuam

para o desenvolvimento da agricultura concelhia fomentando a capacidade produtiva e a

comercialização, bem como o reforço do associativismo agrícola no Concelho.

MontemorMel - Associação de Apicultores do Concelho de Montemor-o-Novo

A Montemormel apoia os apicultores do Concelho nos domínios da formação, serviços ligados à utilização

de equipamentos e utensílios apícolas e na comercialização.

A produção de mel biológico beneficia da existência de vastas áreas dedicadas à produção extensiva do

montado, em combinação com a pecuária e a produção biológica certificada de plantas aromáticas e

medicinais, ambiente ideal para a apicultura biológica. A riqueza da flora melífera mediterrânica associada

à produção em modo biológico, garantem um mel de extraordinária qualidade.

Os produtores de Montemor desenvolvem atividade na área geográfica delimitada para o Mel do Alentejo

DOP (reconhecido pelo Despacho nº45/94, de 20/01); o organismo de controlo e certificação é a

Associação de Apicultores do Distrito de Évora.

Caminhos do Futuro - Cooperativa de produção e comercialização, fornece fatores de produção

e serviços técnicos especializados necessários às explorações agrícolas, agropecuárias e silvícolas.

Desde 1981 que possui um lagar de azeite, onde através de azeitonas fornecidas pelas associações de

agricultores, ajuntadores e agricultores individuais, desenvolve todo o processo produtivo do azeite,

através de uma linha de produção de extração contínua, sendo atualmente um dos lagares mais

modernos da Região e o único no concelho de Montemor-o-Novo. Possui atualmente duas marcas

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

89 | P á g i n a

registadas: a marca "CAMINHOS DO FUTURO" ligada aos serviços de comercialização e a marca "AZEITE

MONTEMOR" ligada à extração de azeite no seu lagar e a sua comercialização na loja da sua sede.

Coprapec - Comercialização de fatores de produção para a agricultura e pecuária; Comercialização

de cereais e oleaginosas e proteaginosas; Sanidade Animal; Identificação Eletrónica de Ovinos e

Caprinos Candidaturas às ajudas à produção e Sala de Parcelário; Posto de Venda de

Medicamentos Veterinários e um Laboratório de Diagnóstico Veterinário acreditado cujos

serviços se estendem por toda a Região.

Cooperativa Integral - Minga Montemor. Esta Cooperativa pretende promover práticas de

sustentabilidade económica, ambiental, cultural e social, através de lógicas de proximidade de

oferta diversificada de bens e serviços em Montemor-o-Novo, na busca de maior autonomia de

consumo e propondo-se contribuir para o fortalecimento da economia do concelho.

A condição de cooperativa integral refere-se à dinamização de todos os elementos essenciais ao

viver (produção, consumo, habitação, educação, alimentação, energias, saúde, etc.).

A Cooperativa dispõe de uma loja em Montemor-o-Novo destinada ao comércio de produtos

variados (alimentares, artesanato, cerâmica, cosmética, higiene, instrumentos musicais,

mobiliário, materiais de construção, roupa, etc.), maioritariamente de origem local. Este espaço

funciona, igualmente, como um ponto de acesso aos vários serviços prestados pelos

cooperadores (apoio a negócios, arquitetura, design, produção de som, soluções no campo das

energias renováveis, veterinária, webdesign, etc.).

B.2. Iniciativas municipais (públicas e associativas)

A riqueza dos recursos naturais e produtivos e as perspetivas de estruturação de um Cluster Agro-

alimentar em que as produções de Montemor-o-Novo tenham expressão económica e empregadora,

aliadas às preocupações com a alimentação e a saúde e segurança alimentar (que têm vindo a adquirir

importância nas agendas de política do desenvolvimento sustentável), motivaram um conjunto de

iniciativas norteadas pelo macro-objetivo de dotar Montemor-o-Novo de uma Estratégia Alimentar em

que o sistema de actores do Concelho se reveja em termos de futuro (produtores, comerciantes,

consumidores, “stakeholders”, …).

Exemplos de iniciativas municipais (públicas, privadas e associativas) de dinamização de um Sistema

Alimentar Local:

(a) Plano de Acção da Agenda 21 Local que inclui a Acção A. Delinear a Estratégia Alimentar para o

Concelho para o Concelho de Montemor-o-Novo. Esta Acção compreende o alargamento do

Grupo de Trabalho “Produtos da Nossa Terra/Estratégia Alimentar para o Concelho”, por forma a

incluir outras entidades (p.ex., DRAPAL, LPMA, Representante da Rede Social, APORMOR,

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

90 | P á g i n a

Herdade Freixo do Meio, Representante do Conselho Eco escolas, Conselho Educativo, UCC

Montemor-o-Novo, SLOW Food Alentejo, Cooperativa Minga, Prove/Monte, ADL MARCA e Juntas

de Freguesia).

(b) Realização do Encontro “A importância do sector Agro-Alimentar. Os produtos locais como fator

de atração de investimento e qualificação do turismo no concelho e na região”. A organização

do Seminário combinou vertentes de apresentação institucional de competências e serviços, bem

como de experiências sectoriais específicas, dentro da matriz de atividades das fileiras

agroalimentares.

O Encontro teve por base o convite a um vasto conjunto de entidades, com presença nos

territórios do Alentejo e que dinamizam experiências produtivas e de serviços, visando dar a

conhecer e suscitar a reflexão à volta de questões centrais para o desenvolvimento económico

do Concelho.

(c) Estudo Viabilidade Técnico-económica e financeira da criação de um Matadouro no Concelho

de Montemor-o-Novo - A importância da atividade pecuária e da existência de fatores

estratégicos favoráveis (num raio inferior a 30 km de Montemor-o-Novo), reconhecida por

diversos produtores pecuários, associações, empresas locais e pelo próprio Município, esteve na

base da iniciativa da Câmara Municipal de mandar realizar este estudo, em 2014. No âmbito do

estudo foram analisadas as condições técnicas para serviços de abate, desmancha, desossagem e

embalagem, tendo em vista superar fragilidades de elos-chave da cadeia de valor da fileira da

carne. Os cenários trabalhados apontavam para volumes da procura de abate suficientes para

justificar o funcionamento do Matadouro com duas linhas independentes (bovinos; e suínos e

pequenos ruminantes) mas a perspetiva de atribuir a exploração do Matadouro a uma sociedade,

a constituir por parcerias associativas e privadas (com capacidade técnica, conhecimento e

experiência sectorial) com participação minoritária do Município, não teve sequência.

(d) Dinamização de projetos de natureza socioeconómica identificados pela Agenda Local 21. Entre

os projetos destacam-se os seguintes:

Banco de Terras, Iniciativa que resulta do concurso lançado em Janeiro de 2011 denominado

“Boas ideias para o Desenvolvimento Sustentável do Concelho, na sequência da elaboração da

Agenda Local 21. A ideia incentiva a instalação de pequenas hortas domésticas, utilizando práticas

agrícolas sustentáveis, em terrenos “abandonados”;

Km 0 Montemorense, iniciativa proposta num dos encontros da Agenda 21 Local de Montemor-

o-Novo e integrada no Projeto 2.1- Produtos da Nossa Terra - Estratégia Alimentar para o

Concelho do Vetor 2 - Valorizar os Produtos Agrícolas e o Mundo Rural e dar Prioridade aos

Alimentos de Base Local.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

91 | P á g i n a

A iniciativa está a ser desenvolvida por uma equipa mista envolvendo técnicos da CMMN, Rede

de Cidadania de Montemor e outros cidadãos motivados para o tema, contanto também com a

colaboração do ICAAM – Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas da

Universidade de Évora.

O “Regulamento” Menu Kilómetro Zero estabelece os seguintes requisitos:

- Ingredientes obrigatoriamente adquiridos no Concelho;

- Pelo menos 80% dos ingredientes são produzidos no Concelho;

- Ingrediente principal obrigatoriamente produzido no Concelho;

- Ingredientes secundários, não produzidos no Concelho, obrigatoriamente de origem

nacional, excluindo especiarias exóticas;

- Legumes e vegetais apenas consumidos em época sazonal natural.

Hortas Comunitárias em Montemor-o-Novo, Projeto que resulta de uma parceria entre a Câmara

Municipal e a Liga de Pequenos e Médios Agricultores visando a ocupação de pessoas e das

famílias, a diversificação dos recursos alimentares e a complementaridade do rendimento familiar

em atividades de horticultura tradicional.

A ideia de um projeto das hortas comunitárias em Montemor-o-Novo surgiu com o crescente

êxodo das populações rurais para a malha urbana das Cidades, da necessidade que essas

pessoas tinham da ligação à terra, essencialmente para a produção de alimentos de

qualidade e da falta de oferta de terrenos que reunissem as condições mínimas para se

instalarem na periferia da Cidade.

(e) Outros projetos

Herdade Freixo do Meio. Projeto iniciado em 1990, numa herdade alentejana, próxima de

Montemor-o-Novo, consequência da responsabilização por este território da parte de uma nova

geração. A missão assenta na exigência, na transparência, no conhecimento e na inovação, na

eficiência dos processos e na utilização dos recursos naturais, assim como na redução de resíduos

e da pegada ecológica. O agro-ecossistema ancestral do Montado, enriquecido pelas visões atuais

da Agroecologia, da Permacultura e da Soberania Alimentar,é a base para abordar o presente e

de construir o futuro. Procuram, através da Cooperativa de Usuários ser um espaço de

cooperação, de inclusão, de desenvolvimento pessoal, de trabalho e de construção de

comunidade. Tentam no dia-a-dia melhorar a relação com os recursos: água, solo, biodiversidade,

energia, ciência e cultura. Apostam na eficiência real dos processos e na utilização de recursos

naturais, assim como na redução de resíduos e da pegada ecológica São várias a iniciativas levadas

a cabo nesta herdade e como exemplo referem-se a cedência em regime de comandita de

parcelas de terreno para o desenvolvimento de projetos associados ao Montado, agricultura

biológica e agroecologia o programa CSA – Partilhar as Colheitas a existência de sete micro-agro-

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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industrias: uma padaria, uma transformação de carne, uma charcutaria, uma sala de abate de

aves, uma transformação de vegetais, uma cozinha e um lagar de azeite, um Restaurante/Cantina,

um Café-Esplanada, uma casa de hóspedes, um Eco-hostel com 5 quartos, a Casa da Malta com 9

quartos, a antiga Escola com sala de convívio e biblioteca, do Eco-camping, e de uma Lavandaria

comum. Desde 2017 é uma Aldeia Solar produzindo mais de 50% da energia elétrica consumida.

Dias nas árvores. Este projeto, nascido em 2011, dentro da Herdade Freixo do Meio, visa a

recuperação de solo usando princípios da Agricultura Regenerativa. O projeto desenvolve-se,

nomeadamente, através da plantação de um pomar em keyline e cultivo de hortícolas, aromáticas

e pequenos frutos usando os princípios da Permacultura.

No âmbito das atividades desenvolvidas pelo projeto destaca-se, ainda, a realização de cursos

teórico-práticos centrados na gestão da paisagem e da exploração agrícola. Entre os resultados

pretendidos da atividade e dos Cursos, salientam-se os seguintes:

- Aumentar a produção e a resiliência da exploração agrícola;

- Gerar uma visão inspiradora para a paisagem da sua exploração;

- Descobrir os segredos da criação rápida de solo saudável e biologicamente ativo;

- Planear a captação de água em toda a paisagem da exploração; e

- Reduzir custos e dependências externas.

Catálogo dos Produtos Locais. Para promover e valorizar os produtos locais, no âmbito da Agenda

21 Local, foi criado o “Catálogo dos Produtos Locais de Montemor-o-Novo. O objetivo é promover

os produtos produzidos ou transformados no concelho de Montemor-o-Novo, ou seja: i) dar a

conhecer os produtos (quais são, como são produzidos, em que zona do concelho, se são ou não

produtos certificados, as especificidades de cada produto, como devem ser conservados ou como

podem ser preparados, etc.); e ii) fomentar a sua comercialização apresentando a localização do

produtor/empresa, locais de venda, contactos para encomendas e a possibilidade de comprar

online.

Programa “Ao Sabor das Estações”. Este programa que já se encontra na III Edição engloba um

conjunto diversificado de ações com o objetivo de promover os produtos alimentares que são

produzidos no concelho e o seu consumo, as empresas e ainda, sensibilizar e fomentar uma

alimentação mais saudável. Esta iniciativa associa a divulgação dos produtos e o seu consumo a

componentes didáticas e lúdicas dirigidas a todas as faixas etárias da população com a

programação de um conjunto variado de atividades de culinária para as crianças e jovens, passeios,

workshops, formação, showcooking etc.

Prove - O Cabaz do Hortelão. Existe em Montemor desde 2009, e tem procurado contribuir para

o escoamento de produtos locais, fomentando as relações de proximidade entre quem produz e

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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quem consome, estabelecendo circuitos curtos de comercialização entre pequenos produtores

agrícolas e consumidores.

Educação para uma Alimentação mais Saudável. No âmbito das atividades para crianças e jovens

o Centro Juvenil da Câmara Municipal, até à data organizou as seguintes atividades:

- Supra Sumos (objetivo: falar sobre a importância de uma alimentação variada e consumo

diário de fruta e sobre o consumo de legumes crus);

- Lanche virtual (objetivos: refletir sobre as práticas de consumo versus alimentação saudável,

e sobre a produção de resíduos na alimentação);

- A importância dos pequenos-almoços e lanches (objetivos: abordar as questões do

crescimento saudável e a importância dos nutrientes);

- 5 Cores na alimentação (objetivos: sensibilizar o consumidor para uma alimentação variada,

falar sobre a importância das cores dos alimentos e sua informação nutricional); e

- À mesa não se brinca (objetivos: trabalhar conceitos através de um jogo pedagógico).

B.3. Produção alimentar em Montemor-o-Novo

a) Produção Primária

Os elementos empíricos processados na fase de elaboração da Carta Estratégica, sobretudo, a análise da

informação estatística e das entrevistas (com produtores, cooperativas e associações) evidenciam a

existência de dois segmentos de produção primária com lógicas distintas de organização/ mobilização de

recursos e de relação com o mercado:

(i) produção agrícola e pecuária com integração de mercado que compreende, p.ex., a produção

vinícola e de horto industriais (beneficiando da reserva de água da Albufeira dos Minutos), a

pecuária extensiva associada ao sistema de montado e culturas forçadas ao ar livre de hortícolas

frescos, com escoamento para circuitos comerciais dinâmicos (grandes e médias superfícies e

produtores internacionais - Vitacress); e

(ii) produções de muito pequena escala (sobretudo, hortícolas frescos, leguminosas e frutos frescos)

orientados quase exclusivamente para auto-consumo e residualmente para o mercado local, num

contexto de economia doméstica e de composição complementar do rendimento familiar.

Na perspetiva que mais interessa à Estratégia Alimentar para Montemor-o-Novo (resposta a necessidades

dos residentes e reforço da margem de autonomia alimentar existente), importa conhecer alguns

elementos de caracterização do segundo segmento acima identificado.

Esses elementos são proporcionados pelo Relatório Estimativas da Produção Hortícola no Concelho de

Montemor-o-Novo, elaborado no âmbito do projeto de investigação “Farm Path - Transições para a

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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sustentabilidade da agricultura na Europa”, tendo por base o trabalho de pesquisa conduzido pelo

Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas da Universidade de Évora.

O estudo realizado centrou-se na estimativa da produção de “alimentos básicos da população local”,

designadamente: (i) produtos hortícolas - abóbora (e mogango), alface, alho, batata, cebola, cenouras,

couve, courgete, fava, feijão, grão, tomate, pepino e pimento; (ii) produtos frutícolas - figos, laranja, melão

e uvas; e (iii) ovos.

O universo da pesquisa foi constituído por explorações das freguesias do centro urbano de Montemor-o-

Novo (antigas freguesias de N. Sra. do Bispo, N.S. da Vila e Silveiras) e União de Freguesias de Cortiçadas

de Lavre e Lavre, tendo incidido em unidades com culturas hortícolas com áreas até 5 hectares.

Os inquéritos continham questões relativas à identificação das produções e respetivas quantidades, à

dimensão da área cultivada, ao destino dos produtos colhidos (consumo próprio e da família, venda,

doação a vizinhos e conhecidos) e à origem e quantificação da água da rega utilizada.

Os resultados referem-se a 116 inquéritos válidos correspondendo a uma área ocupada por hortas e

pequenas explorações em torno de 485 ha4, com as seguintes estimativas de quantidades produzidas.

Estimativa da produção hortícola e frutícola Un. Toneladas/ano

Produtos Hortícolas Produtos Frutícolas

Abóbora 1.154,7 Laranja 1.120,04

Alface 738,60 Melão 134,61

Alho 375,80 Figos 106,01

Batata 2.829,62 Uvas 2.101,60

Cebola 2.224,57

Cenoura 78,58

Courgete 141,96

Couve 2.303,44

Fava 223,44

Feijão Seco 64,29

Feijão Verde 428,35

Pepino 353,11

Pimento 254,66

Tomate 2.082,07

Fonte: Estimativa da Produção Agrícola de Montemor-o-Novo, Projeto Farm Path, ICAM/UÉvora, 2014.

Destino de produção

De acordo com a maioria dos inquiridos no âmbito do Projeto, a produção destina-se ao consumo próprio

ou da família e apenas cerca de 15% vende parte da produção, sobretudo, no mercado municipal e

4 A propriedade dos terrenos cultivados é bastante heterogénea: “dos próprios; arrendados; emprestados; da Câmara Municipal (hortas comunitárias); de privados (integrados no banco de terras); de familiares ausentes; abandonados”.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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predominantemente apenas um dos produtos (batata, pimentos, …). A disponibilidade para comercializar

as produções é limitada (apenas 11 em 116 inquiridos), com cerca de dois terços dos hortelões a indicar

que não querem vender em absoluto ou vender mais (no caso dos que já vendem). Entre as razões

apontadas destacam-se: a dificuldade de manter um fluxo regular de clientes, o peso dos encargos

(energia, requisitos formais de atividade, …) e a reduzida produção, motivo que está muito presente no

menor interesse em fornecer a restauração local o que implicaria criar compromissos, p.ex., de

fornecimento regular de determinadas quantidades de produtos.

As notas referentes ao trabalho de campo do Inquérito permitem traçar uma visão compreensiva das

lógicas deste segmento do sistema alimentar local e dos contributos potenciais do mesmo para a

Estratégia Alimentar do Concelho de Montemor-o-Novo. Os itens seguintes procuraram sistematizar os

principais elementos de leitura:

horta, como fruto de conhecimento tácito adquirido no seio da família e como atividade

complementar, mas assegurada com regularidade, para consumo da família nuclear ou alargada

(hortelões como “fornecedores da alimentação de toda a família”);

dimensão económica da atividade, tanto nas freguesias urbanas, como nas rurais (horta, como

“complemento económico e físico da casa”);

heterogeneidade do “universo social” dos hortelões, independentemente da ocupação

profissional ou do estatuto económico;

variedade de produtos hortícolas reforçando a relação com as necessidades/ oportunidades de

consumo da família;

venda no mercado municipal - procura reduzida por parte dos consumidores com reflexo nos

resultados pouco compensadores (baixo lucro);

peso das dinâmicas de comportamento dos consumidores (e dos retalhistas), com preferência

alinhada pelo preço, pela imagem e pelo tempo gasto nas compras, argumentos que favorecem

a omnipresença das grandes e médias superfícies;

trocas não reguladas por “mecanismos (externos) de preços, subsídios, faturas, etc.”;

racional de atividade ligado à qualidade dos hortícolas produzidos - não uso ou menor utilização

de agro-químicos;

não aproveitamento completo da produção especialmente da fruta, mesmo num contexto que

valoriza a “economia de vizinhança” e as relações de troca direta existentes;

recuperação de hábitos de consumo próprios da autonomia/ soberania alimentar e da melhoria

da dieta da população local, num contexto de redução da pegada ecológica associada aos

alimentos e valorizando os circuitos curtos;

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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importância da disponibilidade de água para a manutenção das hortas (dimensão que questiona

a viabilidade própria destas atividades); e

práticas de sustentabilidade, utilização de adubos orgânicos - compostagem e estrume de

animais, minimização de uso de fito-fármacos, …

(b) Montemor-o-Novo

Nas componentes do processo de trabalho orientadas para compreender o valor e a importância

atribuída aos produtos locais pela comercialização, foram realizadas breves entrevistas aos gerentes

de loja de várias médias superfícies instaladas na Cidade de Montemor-o-Novo.

Dessas entrevistas, salientam-se as notas seguintes:

as aquisições dos produtos alimentares e bebidas são determinadas pelas opções das centrais de

compras das Grandes e Médias Superfícies, à exceção do “franchising” do Grupo Intermaché que

tem autonomia nas decisões de compra e tem dado preferência aos produtos locais que

beneficiam de procuras diárias locais e procuras esporádicas de visitantes; a circunstância do

“franchisado” , até início de 2018, ser montemorense poderá explicar esta exceção valorizadora

das produções locais;

os produtores locais (especialmente padarias, queijarias e salchicharias) procuram a colocação

direta junto do comércio retalhista mas com volumes de compras bastante limitados à exceção

da Loja do Grupo Intermaché que apresenta no seu “layout”/organização espaços dedicados às

produções locais bem evidenciadas (pão, por freguesia; queijos e enchidos; e vinhos);

a procura de produtos locais não é muito notória na maior parte dos estabelecimentos retalhistas

os quais referem não existir uma procura dirigida especificamente às produções de Montemor-o-

Novo.

No caso da Cooperativa Minga, o elemento diferenciador reside nos produtos biológicos (frescos, frutas,

legumes e verduras, vinhos, higiene e cosmética); no conjunto, existem produtos de origem local e

estrangeira, à semelhança do que sucede no retalho comercial (lojas, mercearias e Mercado municipal).

A maior parte dos produtos à venda na loja da Cooperativa não são produzidos pelos cooperantes; a

exceção é o artesanato.

B.4. Oportunidades e desafios

A Carta Estratégica de Desenvolvimento de Montemor-o-Novo, 2025, formulou um conjunto de cenários

contratados cuja apreciação de conjunto evidencia os seguintes traços de evolução prospetiva:

Cenário Continuidade/Tendência de Declínio Económico. Prolongamento das tendências das

últimas décadas que contribuirá para aprofundar o panorama de desertificação humana com

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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consequências negativas para a sustentabilidade territorial, num contexto de menor capacidade

de iniciativa, associado aos constrangimentos orçamentais e à dificuldade de mobilizar recursos

de poupança e financiamento.

Cenário Desenvolvimento dependente. Melhoria dos indicadores demográficos, de rendimento e

de iniciativa pública e privada, geradores de efeitos positivos na sustentação das condições de

suporte de infraestruturas de rede e equipamentos, incluindo os económicos), conservação e

valorização de recursos,..., mas com níveis de dependência acentuada face à capacidade efetiva

de superação de problemas estruturais do País e da Região.

Cenário Afirmação territorial competitiva/ Desenvolvimento sustentável. Reversão gradual da

trajetória recessiva de desenvolvimento, com atração de investimento e existência de

oportunidades de emprego, estimulando a atração de diversos segmentos-alvo de novos

residentes, o que se pressupõe uma evolução mais favorável da economia nacional e regional,

sobretudo, nos setores de especialização.

A possibilidade de atrair e fixar capacidades de iniciativa e talentos em Montemor-o-Novo, potenciaria

lógicas emergentes de investimento (na senda das escolhas da RIS3 Alentejo orientadas para a

preservação e valorização dos recursos naturais) combinando a existência de know-how produtivo,

conhecimento e inovação rural/ agroalimentar, com a consolidação de tendências de procura norteadas

pela genuidade e qualidade das produções primárias.

Neste enquadramento, a Estratégia de Desenvolvimento para Montemor-o-Novo aprofundou as linhas

de tendência do Cenário Afirmação territorial competitiva/Desenvolvimento sustentável, concluindo

que a natureza dos constrangimentos estruturais, o posicionamento geoestratégico e as suas perspetivas

de desenvolvimento do Concelho, apontam para Desafios estratégicos no horizonte 2025 que, em muitos

aspetos, se situam para além deste horizonte o que significa que a sua identificação fundamentada tem

presente a inevitabilidade de abordagens gradualistas das necessidades de intervenção, segundo as

oportunidades de iniciativa, de projeto e de recursos de financiamento.

A configuração dos Desafios estratégicos no horizonte 2025 encontra-se representada no Diagrama

seguinte:

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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5. Propostas de intervenção segundo a Carta Estratégica

A Estruturação e Desenvolvimento do Cluster Agroalimentar/ Desenvolvimento Rural constitui uma

aposta estruturante da Carta Estratégica de Desenvolvimento de Montemor-o-Novo, 2025, sobretudo,

dentro da ideia segundo a qual o potencial reconhecido aos recursos locais e à experiência produtiva

existente colocam o desafio de uma maior integração entre a esfera das produções primárias e a sua

transformação, com destaque para a fileira da carne (vitela de montado, borrego, porco de raça

alentejana, …) mas também para a concentração e distribuição de produtos hortícolas.

Na ótica do reforço da integração da cadeia de valor e com margem de intervenção municipal, destaca-

se a dinamização de processos de acesso à terra (Banco de Terras, arrendamento, comodato, …) de

promoção da produção local (Catálogo dos Produtos Locais, Programa ao Sabor das Estações”, …)e da

qualificação/transformação do Mercado Municipal como instrumento polarizador de valorização dos

produtos locais e de reanimação urbano-económica.

De acordo com a Carta Estratégica de Desenvolvimento de Montemor-o-Novo, 2025, a valorização de

oportunidades económicas associadas à excelência ambiental do património natural do Concelho, está

confrontada com importantes desafios em matéria de práticas de uso e transformação do solo, com

situações de sobre-exploração pontual que têm de ser evitadas, tanto mais que são agravadas pelos

efeitos pressentidos das alterações climáticas. O desafio aqui consiste em cruzar conhecimento e

experiências consolidadas e pioneiras de gestão dos sistemas naturais adaptando as condições e as

práticas de aproveitamento económico de recursos às exigências de uma relação sustentável a longo

prazo com os recursos (terra, água, fauna, flora, …). Mesmo que as incidências da problemática das

alterações climáticas neste tipo de territórios (aumento da temperatura média, redução da

biodiversidade, stress hídrico, …), possam não atingir níveis expressivos no horizonte da próxima década,

afigura-se indispensável a adoção de práticas mitigadoras e de adaptação às alterações climáticas e esse

é um desafio para um vasto sistema de atores socio-territorial (públicos, associativos e privados; sectoriais

Relançamento das Dinâmicas de Investimento

Produtivo

Desenvolvimento do Cluster Agroalimentar/

/Desenvolvimento Rural

Dinamização da Economia urbana em torno da Cultura

e do Património

Renovação dos modelos de Governancia e Gestão

territorial

Desafios Estratégicos

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

99 | P á g i n a

e horizontais). A este nível deverão ser consideradas as orientações resultantes do Plano Intermunicipal

de Adaptação às Alterações Climáticas do Alentejo Central, cuja elaboração foi promovida pela CIMAC,

com especial incidência nos temas “agricultura e florestas”, “Economia”, Recursos Hídricos” e

“Biodiversidade e paisagem”.

A concretização deste desafio, está associado ao desenvolvimento das estratégias empresariais, da

produção à transformação e comercialização, do Cluster para o que se afigura imprescindível aprofundar

as parcerias estabelecidas com as associações empresariais e de produtores e as entidades reguladoras

da atividade económica, da atração de investimento e da promoção externa dos ativos da Região.

Segundo este racional, a Carta Estratégica de Desenvolvimento de Montemor-o-Novo, 2025, fixa como

primeiro Objetivo Específico a Estruturação do Cluster agroalimentar e a valorização dos recursos

naturais, o qual deverá assumir uma importância central no processo de reestruturação económico-

produtiva do Concelho e de desenvolvimento do espaço rural, face aos recursos existentes, ao potencial

de transformação das produções locais e às oportunidades de desenvolvimento das atividades do Cluster

na Região.

A relevância estratégica deste Objetivo reside, principalmente, na existência de recursos associados à

tradição e experiência produtiva local, ao sistema multifuncional do montado e ao regadio, que

constituem ativos diferenciadores e um importante potencial produtivo para aceder com sucesso a nichos

de mercado dos produtos agroalimentares, atualmente em crescimento e com boas perspetivas de

valorização e desenvolvimento futuro. O reforço da especialização e da cadeia de valor no setor

agroalimentar, com destaque para a fileira da carne, exige uma maior integração entre a esfera das

produções primárias e a sua transformação, a concentração e a distribuição de produtos hortícolas,

através da inovação produtiva e da organização das produções, nomeadamente, com soluções mais

eficazes de comercialização.

Assume também particular importância a proteção, valorização e boa gestão das estruturas ecológicas e

dos recursos naturais (solo, água, biodiversidade, ecossistemas com destaque para o montado), capital

territorial de importância decisiva para garantir o crescimento sustentável, a qualidade e a originalidade

das produções primárias.

Neste enquadramento, importa referir que o Plano de Ação Regional Alentejo 2020 estabelece um

conjunto de apostas/prioridades de intervenção com relevância para Montemor-o-Novo:

• aposta na “valorização das atividades regionais competitivas no Complexo de Atividades

Agroindustrial e alimentar, englobando o sistema de montado com expressão também na fileira

das carnes (sistema de produção extensivo) e na produção de produtos de elevada qualidade com

Denominação de Origem; e

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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• aposta na “dinamização de pequenas fileiras produtivas de base florestal e natural”.

As propostas da Carta Estratégica de Desenvolvimento de Montemor-o-Novo, 2025, combinam

intervenções estruturantes materiais e imateriais de atuação:

Qualificação e infraestruturação do território. Neste Domínio de intervenção pretende-se

contribuir para os seguintes objetivos operacionais:

Ampliar a capacidade de acolhimento empresarial, procurando melhorar a excelência das áreas

de localização de empresas e dos serviços prestados, de molde a aproveitar a posição

geoestratégica do Concelho e o papel destas infraestruturas na atração de novas empresas e de

investimentos.

Criar e qualificar infraestruturas estratégicas de suporte à transformação das produções

primárias e ao alargamento da cadeia de valor, principalmente do agroalimentar, e desenvolver

o regadio, fundamental para o incremento e diversificação da produção de hortícolas frescos e

de horto-industriais.

Face à incapacidade demonstrada até agora de investimento dos atores públicos e privados na

concretização e qualificação de infraestruturas especializadas, é necessário identificar seletivamente

quais são as infraestruturas imprescindíveis para concretizar as estratégias de reestruturação económico-

produtiva e de estruturação do cluster agroalimentar. Nessa orientação a Carta Estratégica de

Desenvolvimento de Montemor-o-Novo, 2025 aponta como prioritários os seguintes projetos: (i) Criação

de uma Nova Área Empresarial; (ii) Revitalização do Mercado Municipal; e (iii) Criação da Agência de

Promoção Montemor Invest.

Estratégia Alimentar de Montemor-o-Novo (Sistema Alimentar Local de excelência).

Designação

Montemor - um Sistema Alimentar Local de excelência

Memória Descritiva

A riqueza dos recursos alimentares locais constitui um vetor de identidade de Montemor-o-Novo e dos territórios envolventes, também na relação com a gastronomia alentejana, a qual, com práticas próprias da tradição, utiliza géneros alimentícios com origem na fauna e flora naturais adaptadas às condições edafo-climáticas da Região ao longo de séculos. Os hábitos alimentares existentes foram sendo moldados por uma cozinha profundamente integrada no ecossistema da Região. No quadro dos trabalhos da Agenda 21 Local têm sido levadas a cabo diversas iniciativas com a finalidade de “(re)conectar o sistema alimentar com o território, incluindo os habitantes e consumidores, as explorações agrícolas e as indústrias agroalimentares de base local” (Teresa Pinto Correia, et all, “Por uma Estratégia Agro-Alimentar Local - os casos de Évora/Montemor-o-Novo”, dezembro de 2015). Esta perspetiva de intervenção acompanha um movimento (com expressão, sobretudo, europeia) de estruturação de estratégias agroalimentares de base territorial que procuram trazer conhecimento e inovação às articulações locais entre produtores e consumidores de bens alimentares estimulando também a segurança alimentar e nutricional. O Plano de Ação 2016-2017 da Agenda 21 Montemor integra como projeto prioritário a definição de uma Estratégia Alimentar para o Concelho, nomeadamente, continuando a apoiar o Grupo Temático “Produtos da nossa terra -

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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Estratégia Alimentar para o Concelho” criado em 2013 e que foi responsável pela implementação do projeto Km 0 Montemorense. Em articulação com os trabalhos a desenvolver no Plano de Ação, o Projeto da CED Montemor - um sistema alimentar local de excelência, deverá consistir na definição da Estratégia Alimentar para o Concelho e ter como objetivos, entre outros, a promoção do acesso à terra, a promoção do uso sustentável dos recursos e a dinamização da transformação e comercialização das produções locais. O Projeto poderá incluir a criação de uma plataforma digital para a sua dinamização e gestão de modo a facilitar a cooperação estratégica e a interação entre os vários atores que concorrem para a respetiva implementação.

Objetivos Específicos

Privilegiar a agricultura familiar e as pequenas empresas agroalimentares;

Valorizar os produtos locais através de circuitos curtos de comercialização;

Preservar sementes de variedades loco-regionais, atenuando a dependência dos mercados globais;

Reduzir os níveis de resíduos, perdas e desperdícios alimentares.

Entidades a envolver

Entidade Promotora/Responsável Outras Entidades Parceiras

Grupo Temático da Agenda 21 Montemor “Produtos da nossa terra - Estratégia Alimentar para o Concelho”.

Município de Montemor-o-Novo; Rede de Cidadania de Montemor-o-Novo; ICCAM/UÉvora; DRAP Alentejo; Associações de Desenvolvimento Local; e Produtores.

Resultados e Impactos esperados

Melhoria dos níveis de valor acrescentado local e da respetiva partilha;

Redução da vulnerabilidade económica;

Melhoria da sustentabilidade do uso dos recursos naturais;

Aumento da autonomia/soberania alimentar.

Relevância estratégica (Estruturante / Complementar)

Estruturante

Estimativa de Investimento (quando possível) Calendarização

2017-2020 2021-2025

X X

Fontes de Financiamento

POR Alentejo 2020 e PDR 2020.

C - CENÁRIOS E PERSPECTIVAS DE INTERVENÇÃO

A problemática da territorialização dos sistemas alimentares tem vindo a adquirir expressão,

nomeadamente, de investigação académica e de intervenção pública e associativa, em Portugal. Entre as

iniciativas de vária índole recentes, salientam-se as seguintes:

Elaboração da “Estratégia da produção agrícola local”, por iniciativa do MAMAOT, no âmbito da

qual foram estabelecidos os seguintes conceitos, com relevância para a elaboração de estratégias

alimentares de base territorial:

Sistema Alimentar Local (SAL): conjunto de atividades interligadas, em que a produção, a

transformação, a distribuição e o consumo de produtos alimentares visam promover a

utilização sustentável dos recursos ambientais, económicos, sociais e nutricionais de um

território. Este é definido como uma comunidade de interesses localizados, reforçando as

relações entre os respetivos agentes intervenientes;

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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Circuito Curto Alimentar (CCA): modo de comercialização que se efetua ou por venda direta

do produtor para o consumidor ou por venda indireta, com a condição de não haver mais

de um intermediário. A ele se associa uma proximidade geográfica (concelho e concelhos

limítrofes) e relacional entre produtores e consumidores (Relatório Final, 2013).

Referências de investigação académica. Entre a diversa literatura que tem abordado esta matéria

destaca-se os contributos seguintes:

(i) Artigo de Artur Cristóvão e Luís Tibério “comprar fresco, comprar local” (SPER, 2009) que

associa os seguintes objetivos à “démarche” da proximidade produção-consumo:

dinamização do consumo de alimentos produzidos localmente;

estabelecimento de ligações diretas entre produtores e consumidores;

revitalização de estruturas de produção, transformação e comercialização;

construção de redes de relações entre produtores e governos locais, empresários e

outros lideres; e

promoção da economia local e do desenvolvimento rural.

(ii) Artigo “Por uma Estratégia Agro-Alimentar Local - os casos de Évora/ Montemor-o-Novo”,

Teresa de Pinho Correia, Isabel Rodrigo, Ana Fonseca, Cecília Fonseca, Rogério Godinho,

Filipe Themudo Barata e José Veiga, Dezembro de 2015. Este Draft reflete sobre as condições

para “(re)conectar o sistema alimentar com o território, incluindo os habitantes e

consumidores de bens alimentares, as explorações agrícolas e as indústrias agro-alimentares

de base local”, e enuncia os fundamentos para uma estratégia agro-alimentar local.

(iii) Ciclo de Seminários do Colégio F3 da Universidade de Lisboa referentes ao Planeamento

Alimentar Urbano, 2017 e 2018 (programado).

Referências de intervenção das Políticas Públicas. No quadro da intervenção governamental

(MADRP) foram preparadas e estão em fase de consulta pública (ou a entrar, em breve) os

seguintes Documentos de Estratégia: Estatuto da Pequena Agricultura Familiar; Estratégia de

Segurança Alimentar e Nutricional; Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica; e Estratégia

Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar.

A construção de um sistema alimentar local pressupõe o preenchimento de requisitos, sobretudo, no

interface produtores-consumidores. Entre as questões colocadas pela literatura, entre outros pelos

autores citados, surge a interrogação acerca de quais são as “características socioeconómicas das

comunidades que determinam o potencial para desenvolver um sistema alimentar local?”.

A ideia de um sistema de produção agrícola e alimentar localmente enraizado, tendo por base recursos

locais, orientado para o mercado/consumidores locais e com preocupações de sustentabilidade social e

ambiental, está presente em Montemor-o-Novo.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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Mesmo que não integre as lógicas dominantes de reprodução económica e social existentes, essa

presença expressa-se: na afirmação de perspetivas agro-ecológicas de gestão dos recursos da economia

de montado; na organização de iniciativas na esfera dos circuitos curtos (km 0) e de outras que remetem

para a Dieta Mediterrânica (Festival das Sopas, Festival da Doçaria e do Pão , Semana da Bolota, …); na

busca de respostas de acesso à terra, envolvendo organizações de agricultores e grupos de cidadãos; …

Na sequência dos trabalhos desenvolvidos no âmbito da concretização do Plano de Ação da Agenda 21

Local [na vertente de Elaboração da Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo (SMEA)

e, em concreto, as oficinas de trabalho realizadas], em síntese preliminar, mas com segurança bastante,

identifica-se um conjunto de dimensões-chave a aprofundar e validar na última fase dos trabalhos:

Relevância da segmentação da cadeia alimentar para a formulação dos Eixos Estruturantes da

Estratégia, dada a existência de produção alimentar identitária, no interface da matriz de Dieta

mediterrânea, presença de circuitos curtos, manifestação de preocupações agroecológicas, e com

a saúde e segurança alimentares.

Corolário. Integração de vertentes setoriais na Estratégia, com reflexos no papel dos atores.

Formulação de Cenários de evolução que consideram as diversas componentes do sistema

alimentar local (comportamentos alimentares, condições de produção e transformação,

comercialização, segurança alimentar e nutricional …), na densidade de impactos possíveis/

/prospetáveis e de modelos alternativos de intervenção pública, associativa e privada.

Compromisso político da Autarquia, em registo facilitador/ dinamizador, com implicação no Plano

de Ação mas deixando espaço para vários “protagonismos”, em segmentos com expressão em

parte das dinâmicas instaladas (locais e regionais).

Mobilização dos atores intervenientes nos diversos elos da cadeia alimentar enfatizando o papel

nuclear dos consumidores e da valorização dos produtos locais.

A análise prospetiva da segurança alimentar tem merecido alguns exercícios de profundidade técnica

(quantitativa e qualitativa) bastante heterogénea mas que, de um modo geral, mobilizam um quadro de

varáveis agregadas em torno dos modos de vida e comportamentos alimentares, condições de produção

e de logística, modos de transformação, poder de compra e perfis de intervenção das políticas públicas.

Entre os exercícios sinalizados, optamos por adaptar a Montemor-o-Novo o exercício realizado pelo Grupo

Futuribles Comportements et Securité Alimentaire en Mediterranée, 2009 (cf. Futuribles, nº 348, janvier

2009), que considera quatro futuros possíveis no horizonte 2020: (i) Ausência de preocupações

alimentares; (ii) Mercados e modernidade a todo o preço; (iii) Combinação harmoniosa entre local e

internacional; e (iv) Responsabilidade alimentar - redistribuição e saúde pública.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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A tabela seguinte ensaia estes quatro cenários para a realidade de Montemor-o-Novo. Os traços

caracterizadores destes Cenários e os conteúdos identificados em cada um deles, nos quais avultam

elementos de contraste evidenciam: (i) por um lado, a existência de evoluções e comportamentos

indesejáveis, à luz de critérios de saúde, segurança e autonomia alimentar, da estruturação de cadeias de

valor ligadas à valorização de recursos do território, etc.; e (ii) por outro lado, a possibilidade de evoluções

e comportamentos desejáveis à luz da valorização de recursos naturais e identidades produtivas (um

desafio e aposta da Carta Estratégica de Desenvolvimento, Montemor-o-Novo, 2025), do relevo atribuído

à proximidade na organização das relações produção/ transformação/ comercialização/ consumo e da

capacidade das escolhas públicas influenciarem comportamentos no seio do sistema alimentar local.

A avaliação do grau de probabilidade de concretização destes cenários resulta de uma ponderação do

padrão de recursos agro-alimentares e institucionais existentes, das dinâmicas instaladas no sistema de

atores local e regional, e da aprovação recente e/ou em curso de estratégias de referencial produtivo

agrícola e alimentar.

Tendo presente esses drivers de consolidação e de mudança, admite-se como viável a afirmação de um

Cenário que resulte de um “mix” de elementos identificados nos Cenários Combinação harmoniosa entre

local e internacional e Responsabilidade alimentar - redistribuição e saúde pública.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

105 | P á g i n a

(i) Ausência de preocupações alimentares

(ii) Mercados e modernidade a todo o preço

(iii) Combinação harmoniosa entre local e internacional

(iv) Responsabilidade alimentar - redistribuição e saúde pública

Poder de Compra, Modos de vida e Comportamentos alimentares

Predomínio do interesse individual mediado pelos padrões de consumo dominante;

Aculturação alimentar com afastamento da alimentação mediterrânica;

Degradação da capacidade aquisitiva dos consumidores.

Precaridade do emprego e rendimento;

Predomínio do fator preço na decisão de consumo;

A rentabilidade a qualquer preço não protege o poder de compra das famílias.

Melhoria da participação da mulher no mercado de trabalho e regulação demográfica;

Desenvolvimento rural mais harmonioso em torno de pequenas cidades.

Reapropriação do modelo alimentar mediterrânico pelos consumidores com adaptações ligadas à simplificação das refeições, menor consumo de carnes, de açúcares, de gorduras saturadas, …;

Diversificação do reportório culinário;

Compras orientadas pela preocupação de qualidade (alimentação com equilíbrio nuticional, saúde, …).

Condições de produção

Ausência de prioridades de gestão associadas à produção e ao desenvolvimento sustentável;

Riscos sanitários e de qualidade dos produtos;

Desperdício dos recursos naturais.

Agricultura a duas velocidades: uma orientada para a exportação e mercados competitivos e outra de sobrevivência problemática;

Empobrecimento da pequena agricultura;

Desperdício dos recursos naturais.

Redução das pressões agro-económicas sobre os recursos (solo e água);

Métodos de gestão sustentáveis nos vários segmentos de produção (local e para exportação);

Integração positiva das cadeias de valor dos produtos hortícolas e pecuários.

Redução dos riscos de esgotamento dos recursos locais (terra, água,…)

Implicação dos consumidores nos requisitos da procura dirigidos à produção (qualidade e genuidade).

Modos de transformação

Falta de confiança para desenvolver projetos agro-transformadores de base alimentar à escala local;

Desregulação sem intervenção nas relações entre produção moderna e tradicional.

Falta de confiança para desenvolver projetos agro-transformadores de base alimentar à escala local;

Dinamização das atividades informais procuradas por produtores e consumidores.

Ética nutricional nas indústrias alimentares.

Valorização da autenticidade de novos produtos e da sua especificidade, com reflexo na valorização do património agrícola e alimentar;

Organização de produtores e artesãos para salvaguardar saberes-fazer, receitas e produtos específicos.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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(i) Ausência de preocupações alimentares

(ii) Mercados e modernidade a todo o preço

(iii) Combinação harmoniosa entre local e internacional

(iv) Responsabilidade alimentar - redistribuição e saúde pública

Logística e comercialização

Abuso de posição predominante na organização dos mercados;

Fragilidade das redes comerciais;

Predomínio das lógicas informais.

Abuso de posição predominante na organização dos mercados;

Fragilidade das redes comerciais;

Predomínio das lógicas informais.

Ética nutricional na distribuição e mercados locais (formais e informais);

Valorização dos produtos de qualidade a preços sustentáveis.

Enfoque da alimentação mediterrânica pelos consumidores (maior ou menor procura de produtos locais);

Menor peso da origem da produção.

Perfis de intervenção das políticas públicas

Desinteresse dos poderes públicos pelas questões alimentares e pelo bem-estar das populações;

Não aproveitamento de oportunidades de regulação, p.ex., abastecimento de cantinas escolares e centros de dia.

Liberalização das trocas comerciais no contexto da globalização económica;

Não aproveitamento de oportunidades de regulação p.ex., abastecimento de cantinas escolares e centros de dia;

Ajuda alimentar a bolsas de pobreza e insegurança alimentar.

Estabilidade política/ reflexos na dinamização de um projeto da sociedade;

Políticas a favor da produção e consumo de produtos nutricialmente interessantes.

Favorecimento das economias locais e estímulo ao espírito empresarial;

Adaptação de normas aos contextos locais (produção, certificação, comercialização, …).

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

107 | P á g i n a

O cruzamento criativo/desejável de elementos de ambos os cenários está sinalizado a itálico na tabela.

Paralelamente, assinala-se com sublinhado elementos de tendência associados a níveis de desregulação

resultantes do desenvolvimento da globalização económica que se encontram bastante presentes na

matriz de produção/distribuição/consumo do Concelho (e de concelhos com as características de

Montemor-o-Novo).

A identificação de uma variável de cenarização associada ao perfil de intervenção das políticas municipais

adquire particular relevância na perspetiva de contrariar alguns traços omnipresentes em Montemor-o-

Novo daquela economia de mercado mais desregulada, nomeadamente, através do estímulo à

reorientação das compras coletivas (educação, IPSS, …) o que pressupõe capacidade de interação/

/negociação com instâncias da educação, da saúde e da segurança social.

A formulação preliminar da Matriz de Intervenção da Estratégia Alimentar para o Concelho de

Montemor-o-Novo tem presente os elementos de diagnóstico e prospetiva processados no âmbito do

trabalho, bem como os resultados enriquecidos das dimensões de participação presentes em

componentes da elaboração da Estratégia (Oficinas de trabalho, Open week, e outras formas de recolha

de informação e de visões pertinentes).

A identificação dos Eixos Estruturantes da Estratégia pretende priorizar os pilares de intervenção que

refletem uma integração dos diversos segmentos da cadeia de recursos do sistema alimentar local.

Paralelamente, na identificação de medidas e de parceiros, está contemplada uma perspetiva de escala

territorial que está para além de Montemor-o-Novo mas que se insere dentro do referencial conceptual

das cadeias e circuitos curtos.

Esta identificação de parceiros potenciais permite identificar também que, para alguns segmentos da

Estratégia Alimentar se afigura indispensável o envolvimento de instâncias regionais de modo a

robustecer os recursos e a diversidade de perspetivas, indispensável à concretização bem sucedida da

Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

108 | P á g i n a

ESTRATÉGIA ALIMENTAR MNOVO - Matriz Preliminar de Intervenção -

Eixos Matriz de Medidas Intervenção Pública Intervenção Associativa e Privada

Saúde e Segurança Alimentar

Contributos locais para o Plano de Acção da Dieta Mediterrânica

Dinamização de Boas práticas em matéria de equilíbrio nutricional junto de responsáveis de Agrupamentos de Escolas, Centros de Dia,...

Concepção e dinamização da Campanha “MNovo - come bem”

Município de MNovo

Agrupamento de Escolas

Administração Regional de Saúde do Alentejo

DRAPAL

Rede de Cidadania

Movimento Slow food

DECO

ADL’s

Sustentabilidade e Gestão de Recursos

Combate ao desperdício alimentar

Separação e tratamento de resíduos da produção e consumo alimentares

Participação em acções do Plano Regional da Economia Circular

Município de MNovo

CIM Alentejo Central

CCDR Alentejo

DRAPAL

UE/ICAAM

ICNF

Alojamento hoteleiro

Restauração

GESAMB

DECO

ADL’s

IPSS’s

Consumo, Produção e Circuitos de Comercialização

Dinamização do acesso à Terra/ Banco de Terras

Criação e Gestão de bancos de sementes

Renovação/Dinamização do Mercado Municipal

Gestão coordenada de encomendas Escolas/ /IPSS/… aos produtores locais

Dinamização de acordos entre produtores locais e as unidades da grande distribuição alimentar com lojas em MNovo e concelhos vizinhos

Município de MNovo

Agrupamento de Escolas

CIM Alentejo Central

DRAPAL

Associações de Produtores

Associações de Comerciantes

Associações de Consumidores

Produtores locais

Comércio local

Grandes e Médias Superfícies

IPSS’s

Rede Cidadania

Modelo de Governancia

Criação de condições de Liderança

Monitorização (bateria de indicadores)

Município de MNovo

Grupo de Trabalho

ICAAM

CCDRA

DRAPAL

ICNF

Conselho Local Alimentar ADL’s CIMAlentejo

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

109 | P á g i n a

ANEXO

OFICINAS COLABORATIVAS - RELATÓRIOS DE UM PROCESSO DE TRABALHO

1ª Oficina Colaborativa - Resultados

[A versão completa do Relatório da 1ª Oficina encontra-se disponível no Site do Município através do

link: http://www.cm-montemornovo.pt/pt/site-participar/Paginas/1%c2%aa-Oficina-de-Trabalho.aspx]

RELATÓRIO DE SÍNTESE DA 1ª OFICINA

SETEMBRO DE 2017

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................

1. SMEA 1ª OFICINA - SÍNTESE DE RESULTADOS .....................................................................................

2. SMEA 1ª SEMANA ABERTA DE RUA - SÍNTESE DE RESULTADOS ...........................................................

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................................

ANEXOS

INTRODUÇÃO

No âmbito da elaboração de uma Estratégia Alimentar Partilhada e Participada para o Concelho de

Montemor-o-Novo foram levadas a cabo a 1ª Oficina com os atores locais (SMEA WS#1) e a 1ª Semana

Aberta de Rua (SMEA OW#1) junto das freguesias e pontos de venda de referência. Estas iniciativas

visavam, para além de dar a conhecer a iniciativa, fazer um primeiro ponto de situação sobre as

sensibilidades em torno da temática alimentar.

A preparação de ambos os eventos contou com a participação ativa da equipa de apoio técnico Gabinete

Oliveira das Neves/LNEC e da equipa da Agenda 21 da autarquia, tendo ficado a facilitação da Oficina a

cargo do LNEC e a animação e recolha de informação na Semana Aberta de Rua a cargo da equipa da

Agenda 21.

Estes dois momentos revelaram uma adesão e interesse significativos, sendo de salientar:

a) 22 participantes na Oficina com uma co-produção de 178 ideias classificadas (+128 sobre as

Personas, com tratamento autónomo);

b) 393 participantes na Semana Aberta de Rua com 675 contributos classificados.

Em anexo disponibilizam-se, para cada um dos eventos: (i) a lista de participações (Anexo 1 e 2); (ii) os

roteiros de facilitação e animação das iniciativas (Anexo 3 e 4); (iii) as listagens dos respetivos contributos

registados e classificados (Anexo 5 e 6); e (iv) os resultados da avaliação da 1ª Oficina (Anexo 7).

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

110 | P á g i n a

Para a análise da informação disponível em ambos os eventos optou-se por utilizar como referência a

matriz do ciclo de valor associado à alimentação em circuitos formais integrados: valores; produção;

distribuição; comercialização; processamento; consumo; e alimentação.

Os contributos das iniciativas foram transcritos e objeto de uma análise de conteúdo, tendo sido

estabilizada, para cada iniciativa, uma estrutura de conteúdos desenvolvida (por forma a acolher a

informação transmitida) e análises de incidências e predominâncias discursivas.

Os resultados são apresentados neste Relatório por iniciativa, introduzidos por tópicos de sugestão à sua

leitura (Capítulo I e II) e complementados por considerações finais (Capítulo III) resultantes da sua leitura

cruzada e relevância para o desenvolvimento dos trabalhos da SMEA- MoN.

1. SMEA 1ª OFICINA - SÍNTESE DE RESULTADOS

Os resultados da análise dos contributos recolhidos na Oficina #1 constam das Figuras 1 e 2, onde é

apresentada a Estrutura de Conteúdos apurada por tópicos de debate e registo, incidência e

predominância. Entre os aspetos a relevar, salientam-se:

(a) Uma estrutura que abrange as dimensões da matriz base do ciclo de valor associado à

alimentação em circuitos formais integrados (valores; produção; distribuição; comercialização;

processamento; consumo; e alimentação), acrescentando dimensões de reflexão sobre fatores

de contexto e de estratégia relacionadas com a sua dimensão político/programática, com a sua

operacionalização e concretização em ação e com os respetivos sistemas de regulação.

(b) A relevância que a dimensão estratégica assumiu durante esta Oficina - e especialmente durante

o exercício de registo de expectativas - sustentou o interesse demonstrado e a relevância desta

iniciativa. São de sublinhar e reter, nesta matéria, especialmente:

o debate em torno das suas dimensões programáticas para a cerzidura do sistema de

ação dos seus vários protagonistas e com outras dimensões de política, associada de

forma a assegurar a sua operabilidade e efetividade (tradução em ações concretas);

a relevância dos valores que lhe surgiram associados (ambientais; cadeia alimentar, como

um todo integrado; e desenvolvimento regional) para a cadeia de valor, sobretudo,

focalizados na sua dimensão Produtiva e/ou dimensões intrínsecas à organização e

implementação de processos de colocação dos seus produtos de forma acessível nos

mercados.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

111 | P á g i n a

(c) A dimensão do Consumo, pouco presente em termos de expectativas iniciais, foi ganhando

presença ao longo do debate, tendo-se desenvolvido, sobretudo, em torno de: (i) questões de

contexto condicionantes à afirmação de perfis de consumo mais e/ou menos valorizados; (ii) de

questões de acessibilidade (económica e aos produtos e/ou produção local); (iii) do quando, onde

e com quem? (tempos/sociabilidades) e de práticas alimentares associadas (hábitos) a consumos

(alimentação e alimentos) saudáveis e sustentáveis.

(d) Relativamente aos contributos sobre perfis alimentares recolhidos (128 contributos adicionais

recolhidos durante o exercício das Personas) importará registar que, apesar de persistirem

preocupações na abordagem dos consumos sobre a existência de perfis de consumo em MoN

com maior dificuldade em garantirem práticas sustentáveis de consumo, nenhuma das Personas

construídas retratou situações disruptivas ou mais dependentes de circuitos complexos de acesso

e desenvolvimento de práticas alimentares. Muito pelo contrário, de forma transversal às dez

situações produzidas, predominaram práticas desenvolvidas, sobretudo, em circuitos curtos onde

marcavam presença dimensões como consumos de produção própria e/ou locais associados a

preferência por alimentos saudáveis, confeção caseira, tempos e sociabilidades em família e/ou

amigos e práticas e modos de vida responsáveis e sustentáveis.

(e) Não podendo este exercício de construção de Personas ser ainda assumido como exaustivo e

conclusivo, quando combinado com a estrutura geral de conteúdos co-produzidos durante esta

Oficina, começou, no entanto, por revelar:

várias dimensões de contexto intrínsecas à cerzidura do ciclo de valor alimentar integrado,

nomeadamente entre as suas âncoras associadas à Produção e Consumo condições próprias

de produção, marketing, distribuição e comercialização, dimensões de negócio, expectativas

face a consumos e, ainda que de forma residual, fatores de inovação);

a co-existência de pelo menos dois “tabuleiros” passíveis de suportarem a discussão,

abordagem e desenvolvimento deste ciclo de valor alimentar, a saber: (i) um “tabuleiro” mais

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

112 | P á g i n a

sustentado pelo lado da Produção e seu desenvolvimento em sistemas formais mais/ou

menos complexos; e (ii) um outro “tabuleiro” mais suportado por práticas de Consumo

(instaladas, a reconhecer e valorizar), assente em circuitos curtos, diretos e/ou informais;

a necessidade de explorar e circunstanciar estas dimensões de contexto e a sua co-existência

em MoN nos seus “desencontros” e/ou “potencialidades virtuosas” de complementaridade;

a afirmação de sensibilidade para a consubstanciação de um quadro de valores de referência

partilhados (estratégia político/programática) em termos de planeamento, organização e

regulação do sistema instituído de cadeia de valor (sobejamente valorizado na Oficina);

a necessidade de explorar caminhos virtuosos de “inovação” (posicionada na parte inferior

da tabela hierarquizada de contributos), através, por exemplo, da exploração de potenciais

sinergias entre as duas cadeias de valor identificadas (de circuito mais complexo e de circuito

mais curto), através da incorporação de dimensões de serviços (vertente ausente na

estrutura de conteúdos desta Oficina).

Figura 1 - Estrutura de Conteúdos da 1ª Oficina, por Tópicos de debate e registo

Ideias Classificadas Nº de

respostas Comer bem é

Bem/Mal MoN

Expectativas Debriefing Vários

Alimentos / alimentação 12 5 7 (Cadeia Valor) 94 17 20 39 11 7

Consumo 37 8 14 3 10 2

(C) Acesso 8 4 1 2 1

(C) Hábitos 6 4 1 1

(C) Perfis 6 6 (C) Prazer 2 1 1 (C) Predisposição 2 2 (C) Produtos época 2 1 1 (C) Saúde e bem estar 4 2 1 1 (C) Tempo e sociabilidade 7 1 4 2 Produção 29 6 2 19 1 1

(P) Bio / natural 5 2 3 (P) Organização 6 1 5 (P) Local 4 1 2 1 (P) Reforço tecido produtivo 8 1 1 5 1

(P) Tipo produção 6 2 4 Comercialização e Distribuição 7 3 4 Processamento 6 2 4 Marketing 9 2 5 2

Negócio 4 3 1

Inovação 2 1 1

Contexto 14 1 9 3 1 Valores 20 6 1 6 5 2

(V) Desenvolvimento regional 6 3 1 2 (V) Ambiente 7 2 1 2 2 (V) Cadeia alimentar 7 1 3 1 2

Estratégia 38 11 1 19 2 5

(E) Político / programático 18 6 1 7 2 2

(E) Regulação 8 3 4 1

(E) Operacionalização / ação 12 2 8 2

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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Figura 2 - Estrutura de Conteúdos da 1ª Oficina (Tabela ordenada)

Nº % em coluna

(Tabela Hierarquizada) Total Comer bem é

Bem/Mal MoN

Expectativas Debriefing Vários Global Comer bem é

Bem/Mal MoN

Expectativas Debriefing Vários (Tabela Hierarquizada)

Estratégia 38 11 1 19 2 5 0,21 31,4 2,8 25,7 10,5 35,7 Estratégia

Consumo 37 8 14 3 10 2 0,21 22,9 38,9 4,1 52,6 14,3 Consumo

Produção 29 6 2 19 1 1 0,16 17,1 5,6 25,7 5,3 7,1 Produção

Valores 20 6 1 6 5 2 0,11 17,1 2,8 8,1 26,3 14,3 Valores

(E) Político / programático 18 6 1 7 2 2 0,10 17,1 2,8 9,5 10,5 14,3 (E) Político/programático

Contexto 14 1 9 3 1 0,08 2,9 25,0 4,1 5,3 Contexto

Alimentos / alimentação 12 5 7 0,07 13,9 9,5 Alimentos/alimentação

(E) Operacionalização / ação 12 2 8 2 0,07 5,7 10,8 14,3 (E) Operacionalização/ação

Marketing 9 2 5 2 0,05 5,6 6,8 14,3 Marketing

(C) Acesso 8 4 1 2 1 0,04 11,4 2,8 2,7 7,1 (C) Acesso

(P) Reforço tecido produtivo 8 1 1 5 1 0,04 2,9 2,8 6,8 7,1 (P) Reforço tecido produtivo

(E) Regulação 8 3 4 1 0,04 8,6 5,4 7,1 (E) Regulação

(C) Tempo e sociabilidade 7 1 4 2 0,04 2,9 11,1 10,5 (C) Tempo e sociabilidade

Comercialização e distribuição 7 3 4 0,04 8,6 5,4 Comercialização e Distribuição

(V) Ambiente 7 2 1 2 2 0,04 5,7 2,8 2,7 10,5 (V) Ambiente

(V) Cadeia alimentar 7 1 3 1 2 0,04 2,9 4,1 5,3 14,3 (V) Cadeia alimentar

(C) Hábitos 6 4 1 1 0,03 11,1 1,4 7,1 (C) Hábitos

(C) Perfis 6 6 0,03 31,6 (C) Perfis

(P) Organização 6 1 5 0,03 2,8 6,8 (P) Organização

(P) Tipo produção 6 2 4 0,03 5,7 5,4 (P) Tipo produção

Processamento 6 2 4 0,03 5,6 5,4 Processamento

(V) Desenvolvimento regional 6 3 1 2 0,03 8,6 1,4 10,5 (V) Desenvolvimento regional

(P) Bio / natural 5 2 3 0,03 5,7 4,1 (P) Bio/natural

(C) Saúde e bem estar 4 2 1 1 0,02 5,7 2,8 5,3 (C) Saúde e Bem estar

(P)l Local 4 1 2 1 0,02 2,9 2,7 5,3 (P) Local

Negócio 4 3 1 0,02 4,1 7,1 Negócio

(C) Prazer 2 1 1 0,01 2,9 2,8 (C) Prazer

(C) Predisposição 2 2 0,01 5,6 (C) Predisposição

(C) Produtos época 2 1 1 0,01 2,8 5,3 (C) Produtos da época

Inovação 2 1 1 0,01 1,4 7,1 Inovação

Totais 178 35 36 74 19 14 100 100 100 100 100

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

114 | P á g i n a

2. SMEA 1ª SEMANA ABERTA DE RUA - SÍNTESE DE RESULTADOS

Os resultados da análise de conteúdo dos contributos recolhidos na 1ª Semana Aberta de Rua constam

das Figuras 3, 4 e 5, onde é apresentada a Estrutura de Conteúdos apurada por tópico de registo,

incidência e predominância. Entre os aspetos a relevar, salientam-se:

(a) Uma estrutura que abrangendo algumas das dimensões estruturantes do ciclo de valor alimentar

integrado, se desenvolve a partir, sobretudo, da dimensão de Consumo consubstanciada em

práticas alimentares associadas e na descrição de alimentos e tipo de alimentação no quadro do

que é normalmente estabelecido como saudável (práticas de cuidado, relação com dimensões de

saúde e bem-estar, prazer, tempo e sociabilidades e qualidade da confeção/sabor);

(b) Uma relação direta e de circuito curto com as dimensões de produção, onde surgem valorizados,

sobretudo, sistemas de produção biológicos e/ou próprios, o acesso a produtos naturais e de

confiança e a produção local;

(c) Descrições bastante consubstanciadas de dietas a privilegiar e a evitar e de práticas de cuidado

associadas (i.e., em termos de composição, frequência e equilíbrio) - muitas delas associadas à

dieta tradicional e local - bem como descrições de natureza mais conceptual alinhadas com

princípios de modos de vida sustentáveis. Se destas descrições não se podem inferir relações

diretas com a sua prática, elas revelam, no entanto, uma sensibilidade bastante instalada e

transversal a esses princípios;

(d) Diferenças de contexto a explorar, sobretudo, entre os contributos recolhidos nas freguesias e os

pontos de venda e entre as freguesias mais rurais e as mais urbanas, em termos de estratégia

descritiva (de natureza mais consubstanciada ou mais conceptual) das práticas de consumo e de

composição de dietas alimentares, e ainda reminiscência de condicionantes ou experiências de

carência;

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

115 | P á g i n a

(e) A presença, ainda que residual, de dimensões ambientais e de sustentabilidade (predominantes

nos postos de venda) ou de estratégias discursivas associadas ao bem comer através de

referências diretas à inclusão da “água” nas dietas, a práticas de redução de desperdício ou ainda

de associação a práticas saudáveis de organização quotidiana e exercício físico (predominantes

nas freguesias).

Figura 3 - Estrutura de conteúdos da 1ª Semana Aberta de Rua (Frequências agregadas)

contributos associados a... Nº % PV %

Alimentos 121 56,8 59 32,8

Descrição de alimentos valorizados 94 44,1 37 20,6

descrição de alimentos a evitar 27 12,7 22 12,2

Alimentação 50 23,5 58 32,2

... dieta tradicional 19 8,9 2 1,1

... frescura, saudável, variedade 31 14,6 56 31,1

Consumos 117 54,9 86 47,8

... dieta condicionada 4 1,9 2 1,1

... saúde e bem-estar 34 16,0 16 8,9

... práticas de "cuidado" 49 23,0 45 25,0

... prazer 17 8,0 14 7,8

... tempo e sociabilidades 5 2,3 5 2,8

... em quantidade 6 2,8 2 1,1

... de produtos de época 2 0,9 2 1,1

Produção 56 26,3 47 26,1

... da horta 16 7,5 10 5,6

... bio/natural 13 6,1 18 10,0

... qualidade dos produtos 2 0,9 5 2,8

... s/cativeiro e/ou estufas 1 0,5 1 0,6

... reforço + variedade de produção + epicultura

7 3,3 1 0,6

... confiança na produção 6 2,8 3 1,7

... produção local 11 5,2 5 2,8

... produção nacional 0 0,0 4 2,2

Processamento 20 9,4 11 6,1

... qualidade confeção/ sabor 6 2,8 5 2,8

... confeção caseira 6 2,8 0 0,0

... s/ curas, processados e/ou enlatados 5 2,3 2 1,1

... s/ fritos 1 0,5 3 1,7

... s/ desperdício 2 0,9 1 0,6

Comercialização 2 0,9 2 1,1

... Comércio e Distribuição 2 0,9 2 1,1

Outros 26 12,2 20 11,1

... custos associados a comer bem 1 0,5 3 1,7

... carência 7 3,3 3 1,7

... ballance e modo de vida 1 0,5 7 3,9

... exercício físico 5 2,3 0 0,0

... Ambiente e Sustentabilidade 0 0,0 2 1,1

... Informação 1 0,5 0 0,0

(água) 11 5,2 5 2,8

NS - - - -

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

116 | P á g i n a

Figura 4 - Estrutura de Conteúdos da 1ª Semana Aberta de Rua Ordenação por incidência de Frequências agregadas e complementada por Rácios de peso das Frequências

agregadas

Tabela hierarquizada Pesos em linha

N.º % N = 390 participantes Freguesias PV

203 52,1 Consumos 0,58 0,42

180 46,2 Alimentos 0,67 0,33

131 33,6 ...(Alim) Descrição de alimentos valorizados 0,72 0,28

108 27,7 Alimentação 0,46 0,54

103 26,4 Produção 0,54 0,46

94 24,1 ... (Con) práticas de "cuidado" 0,52 0,48

87 22,3 ... ( Alim) frescura, saudável, variedade 0,36 0,64

50 12,8 ... (Cons) saúde e bem-estar 0,68 0,32

49 12,6 ... (Alim) descrição de alimentos a evitar 0,55 0,45

46 11,8 Outros 0,57 0,43

31 7,9 ... (Con) prazer 0,55 0,45

31 7,9 ... (Prod) bio/natural 0,42 0,58

31 7,9 Processamento 0,65 0,35

26 6,7 ... (Prod) da horta 0,62 0,38

21 5,4 ... (Alimção)dieta tradicional 0,90 0,10

16 4,1 ... (Prod) produção local 0,69 0,31

16 4,1 (água) 0,69 0,31

11 2,8 ... (Transf) qualidade confeção/ sabor 0,55 0,45

10 2,6 ... (Con) tempo e sociabilidades 0,50 0,50

10 2,6 ... (Out) carência 0,70 0,30

9 2,3 ... (Pro) confiança na produção 0,67 0,33

8 2,1 ... (Con) em quantidade 0,75 0,25

8 2,1 ... (Prod) reforço + variedade de produção + epicultura 0,88 0,13

8 2,1 ... (Out) ballance e modo de vida 0,13 0,88

7 1,8 ... (Prod) qualidade dos produtos 0,29 0,71

7 1,8 ... (Transf) s/ curas, processados e/ou enlatados 0,71 0,29

6 1,5 ... (Con) dieta condicionada 0,67 0,33

6 1,5 ... (Transf) confeção caseira 1,00 0,00

5 1,3 ... (Out) exercício físico 1,00 0,00

4 1,0 ... (Con) de produtos de época 0,50 0,50

4 1,0 ... (Prod) produção nacional 0,00 1,00

4 1,0 ... (Transf) s/ fritos 0,25 0,75

4 1,0 Comercialização 0,50 0,50

4 1,0 ... (CeD)Comércio e Distribuição 0,50 0,50

4 1,0 ... (Out) custos associados a comer bem 0,25 0,75

3 0,8 ... (Transf) s/ desperdício 0,67 0,33

2 0,5 ... (Prod) s/cativeiro e/ou estufas 0,50 0,50

2 0,5 ... (Out) Ambiente e Sustentabilidade 0,00 1,00

1 0,3 ... (Out) Informação 1,00 0,00

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

117 | P á g i n a

Figura 5 - Estrutura de Conteúdos da 1ª Semana Aberta de Rua, por Pontos de recolha

SMEA_Open Week Cabrela Ciborro Cortiçadas Escoural Foros

VF Lavre

S. Cristovão

Freg Lidl PD e

InterM Mercado PV

Total Participantes 393 45 30 26 20 39 29 24 213

43 72 65 180

Freguesias Pontos de Venda

Total de Contributos associados a...

678 392 286

Alimentos 45,8% 39 5 12 18 17 13 17 10 31 18

Descrição de alimentos valorizados

131 36 5 10 15 10 5 13 94 6 23 8 37

descrição de alimentos a evitar

49 3 2 3 7 8 4 27 4 8 10 22

Alimentação 27,5% 9 8 9 6 2 3 13 8 36 14

... dieta tradicional 21 7 4 2 2 1 3 19 2 2

... a frescura, saudável, variedade

87 2 4 7 4 1 3 10 31 8 36 12 56

Consumos 51,7% 29 11 11 11 24 16 15 19 41 26

... dieta condicionada 6 4 4 1 1 2

... saúde e bem-estar 50 6 4 5 0 12 7 34 4 4 8 16

... práticas de "cuidado" 94 9 3 3 7 11 7 9 49 8 27 10 45

... prazer 31 6 2 1 3 1 1 3 17 3 5 6 14

... tempo e sociabilidades 10 2 1 1 1 5 2 3 5

... em quantidade 8 2 2 2 6 1 1 2

... de produtos de época 4 1 1 2 2 2

Produção 26,2% 9 9 5 3 9 14 7 13 9 25

... da horta 26 4 2 2 2 3 1 2 16 3 5 2 10

... bio/natural 31 2 1 2 5 3 13 5 4 9 18

... qualidade dos produtos 7 1 1 2 1 4 5

... s/cativeiro e/ou estufas 2 1 1 1 1

... reforço + variedade de produção + epicultura

8 3 1 3 7 1 1

... confiança na produção 9 1 2 1 1 1 6 3 3

... produção local 16 1 2 1 2 4 1 11 2 3 5

... produção nacional 4 0 2 2 4

Transformação 7,9% 8 0 1 3 3 3 2 2 5 4

... qualidade confeção/ sabor 11 2 2 2 6 2 2 1 5

... confeção caseira 6 6 6 0

... s/ curas, processados e/ou enlatados

7 1 1 2 1 5 2 2

... s/ fritos 4 1 1 3 3

... s/ desperdício 3 1 1 2 1 1

Comercialização 1,0% 0 0 2 0 0 0 0 0 1 1

... Comércio e Distribuição 4 2 2 1 1 2

Outros 11,7% 6 6 3 4 2 3 2 2 10 8

... custos associados a comer bem

4 1 1 1 1 1 3

... carência 10 1 5 1 7 1 2 3

... ballance e modo de vida 8 1 1 2 5 7

... exercício físico 5 2 1 1 1 5 0

... Ambiente e Sustentabilidade

2 0 2 2

... Informação 1 1 1 0

(água) 16 3 1 4 1 2 11 5 5

NS 3 0 2 1 3

Total 392 286

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

119 | P á g i n a

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estes dois momentos iniciais de interação quer com os atores locais (Oficina), quer com a população

(Semana Aberta de Rua), para além da sua especificidade, vieram convergir em alguns aspetos a reter:

Relativamente às Considerações prévias da Proposta que sustenta a Elaboração da Estratégia:

… existe um património alimentar (produtivo e de consumo) no Concelho que incorpora

potencialidades não otimizadas

Esta ideia foi amplamente partilhada e validada na Oficina e evidenciada através dos contributos

recolhidos durante a Semana Aberta de Rua. Nesta última, a grande evidência sobre este

património a reter consubstancia-se, sobretudo: (i) na predominância de um discurso alinhado

com os pressupostos e princípios básicos de uma alimentação saudável, transversal a todos os

pontos de recolha; e (ii) na prevalência do uso ou preferência de circuitos curtos e mais diretos

de ligação entre a produção e o consumo, suportados por critérios de confiança e regulação

espontânea (nas freguesias) ou valores de referência partilhados (nos pontos de venda).

… o património alimentar de MoN pode estar ameaçado pela emergência de novos perfis

alimentares (não sustentáveis?)

Esta ideia, apesar de ter sido partilhada na Oficina, não foi evidenciada nem através da análise do

exercício das Personas nem da estrutura de conteúdos da Semana Aberta de Rua. Muito embora

não se possa deduzir destes discursos práticas consequentes, importa, no entanto, sinalizar dois

perfis a explorar eventualmente nesta vulnerabilidade: (i) população infantil/jovem; e (ii)

população ativa com estilos de vida mais urbanos que apesar de apresentarem uma sensibilidade

generalizada para um consumo e necessidade de produção social e ambientalmente responsáveis

e sustentáveis, poderão apresentar maiores dificuldades na sua operabilidade através das cadeias

de valor existentes (formal e informal).

… existem necessidades de consumo nem sempre (suficientemente?) suportadas por sistemas de

produção alimentar local e/ou ambientalmente responsáveis

Esta ideia foi amplamente partilhada na Oficina, sobretudo, a partir da abordagem de circuitos de

valor integrados e mais complexos ancorados a partir da perspetiva da produção. Porém, a 1ª

Semana Aberta de Rua veio reforçar a relevância de serem considerados igualmente os circuitos

curtos de acesso mais direto do consumo ao sistema produtivo, como circuitos de valor

complementar efetivos. Esta revelação merece exploração no alargamento de “plataformas” a

considerar na abordagem do Arco Produção/Consumo, bem como no alargamento da equação de

dimensões de cerzidura a dimensões de serviços associados, enquanto fatores de inovação.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

120 | P á g i n a

Relativamente ao mote da SMEA: “MoN come com Qualidade”

Quer a Oficina, quer a Semana Aberta de Rua evidenciam uma sensibilidade generalizada e transversal

aos princípios e dimensões a privilegiar nesta missão, muito embora partindo de diversos pontos de

referências e/ou estrutura discursiva, evidenciando, por certo, resultados de trabalho já encetado no

Concelho sobre esta matéria. Não sendo possível deduzir desta sensibilidade uma generalização de

práticas consequentes, a sua existência:

(i) assegura uma base de conforto, a desenvolver e consolidar;

(ii) viabiliza a focalização em desafios de malha mais fina, quer na abordagem do circuito de valor

integrado nas dimensões mais intrínsecas ao seu funcionamento, quer na exploração de novas

potencialidades associadas ao circuito de valor mais direto e curto evidenciado;

(iii) agiliza o seu alinhamento com os eixos estratégicos identificados para o desenvolvimento do

Concelho; e

(iv) abre um caminho promissor para a exploração de medidas programáticas e “práticas”

potencialmente mais integradoras e inovadoras no quadro desta estratégia (i.e. sustentabilidade

e autonomia alimentar, a desenvolver do cruzamento de duplos circuitos de valor, suporte de

práticas instituídas e reforço de respostas a perfis eventualmente mais vulneráveis,

desenvolvimento de serviços associados; abordagem da marca “local” para dentro e fora do

Concelho; etc.).

Relativamente aos contributos para o Diagnóstico:

(iii) Perfis Alimentares e de Consumo:

O que é comer “bem”? (que dimensões a considerar? diversidade, riqueza de nutrientes,

não saltar refeições, consumo predominante de produtos locais, consumo predominante

de produtos frescos e não processados, …) - Identificação de perfis alimentares e de

consumo de referência.

A Oficina veio evidenciar dimensões relevantes de natureza política/ programática,

operacional/operatórias e de regulação/governança orientadas para a otimização dos

circuitos de valor e a definição do quadro de referência partilhado a adotar. Também, a

1ª Semana Aberta de Rua veio revelar a existência de uma sensibilidade bastante

circunstanciada sobre esta matéria, igualmente relevante para a consolidação deste

quadro de referência.

Come-se bem ou mal em MoN?/ Há fome em MoN? - Identificação de perfis de

comportamento.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

121 | P á g i n a

Apesar destas duas iniciativas não permitirem consolidar uma resposta assertiva e

conclusiva sobre esta matéria, ambas deixam, no entanto, antever que se poderá estar a

“comer melhor” do que se se poderia pressupor inicialmente, com base nas atitudes e

estruturas discursivas recolhidas. No entanto, na continuação da exploração das práticas

alimentares no Concelho será de explorar igualmente o peso de eventuais situações de

carência e/ou memórias vivas dela, na configuração dos respetivos perfis de

comportamento.

Quais os perfis alimentares e de consumo que existem em MoN? Existem clusters

específicos associados a esses perfis (quem, como, …)? Existem padrões espaciais

associados a esses perfis (onde)? - Mapeamento de perfis alimentares e de consumo.

Da informação recolhida através destas duas iniciativas poder-se-á equacionar, desde já,

a hipótese de clusters que poderão remeter para diferenças significativas, sobretudo: (a)

entre “mais velhos” (com perfis mais sustentados em circuitos curtos e em práticas

sustentáveis a eles associadas) e “mais novos” (com perfis mais dependentes de

dinâmicas urbanas e de circuitos mais complexos e menos favoráveis a uma generalização

de práticas sustentáveis); e, do ponto de vista espacial, (c) entre freguesias mais ”rurais”

e demograficamente mais envelhecidas e as mais “centrais” com populações que embora

apresentem sensibilidades para práticas de valor acrescentado - produtos locais, frescos,

da horta - estão mais condicionadas no seu acesso pelos seus modos de vida.

(iv) Recursos:

Que recursos (materiais e imateriais) associados ao sistema da alimentação/cadeia

alimentar (não) são reconhecidos e/ou (não) são valorizados em MoN? - Mapeamento

sistémico dos recursos no sistema/cadeia alimentar.

Embora esta matéria seja objeto para desenvolvimento aprofundado em futuras

iterações, a 1ª Semana Aberta de Rua permitiu desde já identificar como potenciais

recursos imateriais a explorar e desenvolver a existência de um consumo direto relevante

no suporte de atitudes sustentáveis face à abordagem da cadeia alimentar e a sua ligação

a dimensões valorizadas no âmbito da saúde e bem-estar e a práticas alimentares

saudáveis complementadas por outras práticas de consumo e produção, processamento,

modos de vida (p.ex., exercício físico), valores sociais (p.ex., sociabilidades) e ambientais

(p.ex., sem desperdício).

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

122 | P á g i n a

Há ou não recursos a serem (re)valorizados em MoN? - Identificação de potenciais/fatores

críticos no sistema/cadeia alimentar.

a. Existem (ou não) desperdícios associados ao sistema alimentar em MoN com potencial de

(re)valorização? - Roadmap para desenvolvimento de potenciais/fatores críticos.

Os resultados apurados nestas duas iniciativas de iteração serão apresentados e debatidos na 2ª Oficina

com os atores locais e explorados para consolidar a definição dos principais desafios a reter para o quadro

de referência partilhado de diagnóstico e de princípios a operacionalizar em eixos estratégicos.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

123 | P á g i n a

2ª Oficina Colaborativa - Resultados

[A versão completa do Relatório da 2ª Oficina encontra-se disponível no Site do Município através do link: http://www.cm-montemornovo.pt/pt/site-participar/Paginas/SMEA---Semear-em-Montemor-uma-Estrat%c3%a9gia-Alimentar----Oficina-20206-9033.aspx]

RESULTADOS DA 2ª OFICINA COLABORATIVA

NOVEMBRO DE 2017

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................

1. TAXONOMIA DE CLASSIFICAÇÃO DOS RESULTADOS ..........................................................................

2. EIXOS MATRICIAIS ESTRATÉGICOS PASSIVEIS DE VIREM A SER ADOTADOS NA SMEA ..........................

3. INDEXAÇÃO DE CONTRIBUTOS DA OFICINA A PEÇAS DE DESENHO DA SMEA ......................................

ANEXOS

INTRODUÇÃO

No âmbito da elaboração de uma Estratégia Alimentar Partilhada e Participada para o Concelho de

Montemor-o-Novo realizou-se a 2ª Oficina de Trabalho, em ambiente colaborativo, com os atores locais

(SMEA WS#2), tendo assumido os seguintes objetivos:

a) Devolução dos resultados da 1ª Oficina e Semana Rua#1;

b) Enquadramento da SMEA na Carta Estratégica 2025;

c) Exploração da Visão, Princípios e objetivos para a SMEA;

d) Desenho provisório de Eixos estratégicos a desenvolver na Oficina#3.

Esta Oficina decorreu no dia 21 de novembro de 2017 entre as 9.00h-17h, nas instalações da Biblioteca

Municipal, tendo contado com 26 participantes sob a seguinte Agenda de trabalhos:

(Manhã)

1. Acolhimento e Jogo interativo sobre práticas alimentares dos participantes (30’)

2. Enquadramento da Oficina no Roteiro de Elaboração da SMEA e Código de Ética (20’)

3. Devolução de resultados da 1ª Oficina e da Semana de Rua (20’)

4. Enquadramento SMEA na Carta Estratégica MoN 2025 (20’)

5. Exploração de desafios - Mural + Lego (120’)

6. Almoço (90’).

(Tarde)

1. Co-Produção de Visão - Roleplaying (60’)

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

124 | P á g i n a

2. Cadeias de Valor e Objetivos estratégicos - Painel PESTLE (60’)

3. Debate e Draft de Eixos Estratégicos (15’)

4. Passos Seguintes e Avaliação da Oficina (15´).

A preparação desta Oficina contou com a participação ativa da Equipa de Apoio técnico do Gabinete

Oliveira das Neves/LNEC e da Equipa da Agenda 21 Local da Autarquia, tendo ficado a facilitação da Oficina

a cargo do LNEC.

Durante a Oficina foram recolhidos 182 contributos em “post-its” que foram transcritos e indexados ao

momento/exercício que suscitou a sua co-produção. Posteriormente foram objeto de análise de conteúdo

e de classificação em função de vários critérios conducentes ao primeiro desenho de eixos matriciais a

considerar e de peças a desenvolver no âmbito da SMEA.

Neste Relatório serão apresentadas:

(a) as diferentes taxonomias utilizadas na classificação dos resultados (Capítulo I);

(b) os eixos matriciais decorrentes das análises de conteúdo e Eixos estratégicos passíveis de

poderem vir a considerados na SMEA (Capítulo II); e

(c) a indexação dos contributos recolhidos durante a Oficina a várias peças técnicas de desenho

estratégico a desenvolver no âmbito da SMEA (Capítulo III): (i) Diagnóstico de partida - fatores

positivos/negativos/ameaças; (ii) Objetivos; (iii) Gatilhos - triggers - passiveis de alavancar o

desenvolvimento da SMEA; (iv) Condutores/facilitadores - drivers - à boa condução boa

condução e desenvolvimento dos sentidos estratégicos da SMEA; e (v) Ações a desenvolver.

Os resultados apresentados correspondem a um exercício de indexação das co-produções decorrentes da

2ª Oficina, o qual contribuiu para validar a pertinência da Matriz, expressando o acolhimento dos

resultados dos exercícios colaborativos encetados.

Esta grelha de leitura servirá de inspiração e de suporte à estabilização do esboço de Eixos, Cenários e

estrutura da Estratégia, a apresentar a debate na 3ª Oficina.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

125 | P á g i n a

1. TAXONOMIA DE CLASSIFICAÇÃO DOS RESULTADOS

Após a transcrição dos 182 registos resultantes dos diferentes exercícios realizados durante a Oficina#2

foi efetuada a sua indexação em função de:

(i) Critérios PESTLE

a. Dimensões de natureza Politica (P)

b. Dimensões de natureza Económica (E)

c. Dimensões de natureza Social (S)

d. Dimensões de natureza Tecnológica (T)

e. Dimensões de natureza Legal / Institucional (L)

f. Dimensões de natureza Ambiental (E)

Este exercício de classificação foi aplicado a todos os contributos recolhidos durante a sessão e

uniformizada e revalidada a classificação diretamente resultante do exercício da Tarde, permitindo

uma análise comparativa com os resultados da Oficina#1.

(ii) Critérios SWOT

a. Forças (S)

b. Fraquezas (W)

c. Oportunidades (O)

d. Ameaças (T)

Neste exercício de classificação foram uniformizadas e revalidadas as classificação diretamente

resultantes do exercício de exploração do ciclo de valor da Manhã, e posteriormente aplicado a todos

os contributos recolhidos durante a sessão, tendo sido a grande maioria destes outros indexados por

defeito como Oportunidades, quando não claramente referenciados a Forças, Fraquezas ou Ameaças.

(iii) Critérios Ciclo de Valor

a. Valores

b. Produção

c. Distribuição

d. Processamento

e. Consumos

(+ dimensões de suporte)

f. (... de natureza Conceptual)

g. (... orientadas para a produção de conhecimento)

h. (... na área da Informação e Comunicação)

i. (... de natureza Organizativa)

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

126 | P á g i n a

j. (... à promoção de redes de contactos e/ou trabalho inter-organizacional - Networking);

k. (... de natureza regulatória)

l. (... de natureza formativa e/ou de capacitação e consolidação de ambientes favoráveis à

aprendizagem).

Este exercício de classificação foi aplicado a todos os contributos recolhidos durante a sessão, tendo

permitido alargar a taxonomia já utilizada na Oficina#1, com a discriminação de várias dimensões de

suporte à garantia da sua coerência e fluidez de funcionamento.

As indexações anteriormente apresentadas viabilizaram análises de conteúdos integradas e o teste de

taxonomias e classificações conducentes ao desenho de soluções de eixos matriciais. A solução que veio

a configurar-se mais agregadora de contributos, com maior potencial de organização de sentidos e

consequente operacionalização, foi a seguinte:

(iv) Classificação em Eixos Matriciais

a. Eixo Agro-Ecológico

b. Eixo Circuitos Curtos / Local

c. Eixo de Política e/ou Intervenção Pública

d. Eixo Comunitário e/ou de intervenção Coletiva

Este exercício de classificação foi aplicado a todos os contributos recolhidos durante a sessão, tendo sido

possível assegurar uma indexação de vocação predominante para a grande maioria dos contributos e a

filtragem de contributos de natureza mais transversal.

(v) Classificação em peças técnicas de desenho estratégico a desenvolver na SMEA

a. Dados de diagnóstico (forças, fraquezas e ameaças)

b. Objetivos

c. Gatilhos (Triggers) de alavancagem

d. Condutores / Facilitadores (Drivers)

e. Ações.

Este exercício de classificação foi aplicado a todos os contributos recolhidos durante a sessão, para teste

de viabilidade da solução de eixos matricial selecionada e organização prévia de conteúdos com base nas

co-produções passível de vir a inspirar e incorporar o desenho exploratório da estrutura da SMEA a ser

previamente distribuído pelos participantes para alavancar o funcionamento da 3ª Oficina.

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127 | P á g i n a

2. EIXOS MATRICIAIS ESTRATÉGICOS PASSIVEIS DE VIREM A SER ADOTADOS NA SMEA

A solução de desenho de Eixos Matriciais a considerar para a SMEA decorreu de uma análise interativa

entre os resultados das co-produções da 1ª Oficina, da 2ª Oficina e da Semana de Rua.

Também decorrentes das co-produções em ambiente colaborativo e da análise do espólio de documentos

pré-existentes a este exercício (Carta Estratégica de Montemor-o-Novo, 2025; artigos académicos;

relatórios temáticos; …), foram identificados Eixos Estratégicos: (i) Saúde e Segurança Alimentar; (ii)

Consumo, Produção e Circuitos; (iii) Sustentabilidade e Gestão de Recursos; e (iv) Modelo de Governancia

Estratégica.

A Figura 1 apresenta a identificação e organização da Matriz de referência estrutural à montagem da

SMEA e indexação dos Eixos estratégicos nessa estrutura.

Figura 1 - Potenciais Eixos Matriciais e Estratégicos

Paralelamente, foi possível referenciar a estrutura do “Sentido Estratégico” a indexar a cada quadrante

desta Matriz (ver Figura 2).

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

128 | P á g i n a

Figura 2 - Potenciais Sentidos estratégicos a indexar a cada Quadrante matricial

A validação e estabilização destes eixos matriciais e estratégicos e do seu sentido deverá ser assegurada

quer pelo Executivo municipal, quer durante a 3ª Oficina Colaborativa com os vários participantes e atores

locais. O resultado desta validação será divulgado e robustecido durante a 2ª Semana de Rua.

3. INDEXAÇÃO DE CONTRIBUTOS DA OFICINA A PEÇAS DE DESENHO DA SMEA

De forma a prosseguir nos testes de robustez prévia dos Eixos e Sentidos de natureza matricial e

estratégica identificados foram ainda vertidos para a sua estrutura os contributos co-produzidos durante

a 2ª Oficina, na sua formulação original.

Neste exercício de indexação de contributos optou-se por utilizar os crivos de peças técnicas de natureza

estratégica a desenvolver no âmbito da SMEA: (i) dados de diagnóstico; (ii) objetivos; (iii) gatilhos - triggers

- passiveis de alavancar o desenvolvimento estratégico; (iii) condutores/facilitadores - drivers - à boa

condução e desenvolvimento dos sentidos estratégicos; e (iv) ações a desenvolver (ver Figuras 3 a 7).

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129 | P á g i n a

Figura 3 - Contributos para Consolidação de Diagnóstico

Legenda: Forças (verde); Fraquezas (encarnado); Ameaças (amarelo).

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130 | P á g i n a

Figura 4 - Contributos para Consolidação de Objetivos

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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Figura 5 - Contributos para Consolidação de Gatilhos (Triggers)

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Figura 6 - Contributos para Consolidação de Condutores / Facilitadores (Drivers)

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Figura 7 - Contributos para Consolidação de Ações

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3ª Oficina Colaborativa - Resultados

[A versão completa do Relatório da 3ª Oficina encontra-se disponível no Site do Município através do link: http://www.cm-montemornovo.pt/pt/site-participar/Paginas/SMEA---3-%c2%aa-Oficina-de-Trabalho.aspx]

RESULTADOS DA 3ª OFICINA COLABORATIVA

MARÇO DE 2018

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................

1. CONTRIBUTOS RECOLHIDOS PARA O DEBATE DA VERSÃO 0.0 SMEA ................................................

2. VALOR SINERGÉTICO, PRIORIDADE E DIFICULDADE APOSTADA ÀS MEDIDAS PROPOSTAS

NA VERSÃO 0.0 SMEA .....................................................................................................................

2.1. ANÁLISE DE PONTUAÇÕES POR EIXOS ESTRATÉGICOS ...................................................................

2.2. ANÁLISE DE PONTUAÇÕES POR ARENAS DE INTEGRAÇÃO OPERACIONAL ......................................

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................

ANEXO ..............................................................................................................................................

INTRODUÇÃO

No âmbito da elaboração de uma Estratégia Alimentar Partilhada e Participada para o Concelho de

Montemor-o-Novo realizou-se a 3ª Oficina, em ambiente colaborativo, com os atores locais, que assumiu

os seguintes objetivos:

a) Estabilização de um Quadro de Referência Partilhado

b) Devolução e Debate em torno dos Resultados 2ª Oficina e outras recolhas de informação

c) Trabalhos em torno de uma Versão 0.0 SMEA – objetivos e eixos estratégicos

d) Partilha de Próximos passos.

Esta Oficina decorreu no dia 1 de março de 2018 entre as 9.00h-13h, no Salão Nobre da Câmara Municipal,

tendo contado com 25 participantes prosseguindo a seguinte Agenda de trabalhos:

1. Acolhimento (20´)

2. Explorar a Colaboração e Estratégia (30’)

3. Devolução resultados 2ª Oficina e Outros (50’)

4. Apresentação da Versão 0.0 SMEA (30’)

5. Exploração Versão 0.0 SMEA (50’)

6. Focus, Prioridades, Dimensões Âncora (30’)

7. Avaliação e Próximos Passos (15’)

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

136 | P á g i n a

A preparação desta Oficina contou com a participação ativa da equipa de apoio técnico Gabinete Oliveira

das Neves/LNEC e da equipa da Agenda 21 Local da autarquia, tendo ficado a facilitação da Oficina a cargo

do LNEC.

Durante a Oficina foram recolhidos 38 contributos em torno da Versão 0.0 que foram registados num

painel coletivo e 254 posições de 16 participantes relativamente a um exercício de “shopping” do conjunto

de medidas integrantes da Versão 0.0. Foi ainda solicitado e dada a oportunidade aos participantes de

fazerem chegar nos próximos quinze dias mais contributos, não se tendo registado mais nenhum

contributo. Os contributos recolhidos durante a sessão foram indexados em função dos eixos, arenas e

medidas estratégicas em teste na Versão 0.0 SMEA. As medidas objeto de “shopping de posicionamento”

foram hierarquizadas em função do número de “posições” obtidas para o seu valor sinergético, prioridade

e dificuldade.

Neste Relatório serão apresentadas:

a) Os contributos para o debate em torno da Versão SMEA 0.0 apresentada (capítulo I);

b) Os resultados do exercício de “shopping” do conjunto de medidas apresentadas na Versão 0.0

SMEA, em função do seu valor sinergético, prioridade e dificuldade (Capítulo II);

c) considerações de relevância para o desenvolvimento dos trabalhos da SMEA- MoN (Capítulo III).

1. CONTRIBUTOS RECOLHIDOS PARA O DEBATE DA VERSÃO 0.0 SMEA

A Versão 0.0 SMEA foi analisada e discutida em grupos de trabalho, tendo sido sugerida a estrutura de

uma Ficha CATWOE (SSM)5 adaptada para desenvolvimento do debate em função de cada arena de

desenvolvimento estratégico na interligação das medidas.

Dada a compexidade do exercício foi ainda sugerido que durante os 15 dias subsequentes à Oficina os

participantes pudessem fazer chegar à equipe local mais contributos e desenvolvimentos de fichas

CATWOE, não se tendo registado mais nenhum contributo para esta fase.

Os contributos partilhados na Oficina foram organizados em função de:

a) Tipo de contributos a considerar no desenvolvimento da Versão 0.0

5 A Ficha CATWOE utilizada foi adaptada da menmócica utilizada para a elaboração de roteiros sistémicos para a ação desenvolvida nas Soft System Methodologies por Peter Checkland. Esta menmónica inclui de base a identificação, para a concepção/análise de medidas/ações, dos seus destinatários (Clients), dos atores envolvios (Actors), do processo de transformação que se pretende ver acontecer (Transformation), da sua sustentação/razões e visão (Worldview); dos poderes que podem fazer vingar ou abortar a iniciativa (Owner) e das dimensões de contexto e externalidades que podem favorecer e/ou dificultar o seu processo de desenvolvimento (Environment). A estes fatores foram adicionados a esta menmónica pela equipa de trabalho técnico elementos relacionados com o desenvolvimento operacional das ideias/medidas relacionadas com uma descrição sumária das tarefas e/ou sub-ações a desenvolver, identificação dos recusrsos a envolver, objetivos de 2º grau, caminho crítico, e contributos para a sua monitorização e avaliação.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

137 | P á g i n a

(i) tópicos gerais a considerar

(ii) fatores críticos a acautelar e desenvolver; e

(iii) ideias de ações a incorporar

b) Indexação aos eixos

1. Saúde e Segurança Alimentar

2. Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização

3. Sustentabilidade e Gestão de Recursos

4. Modelo de Governancia Estratégica

c) Indexação às arenas de integração operacional

1. Informação e Culturas Partilhadas

2. Campos de Experimentação e I&D

3. Práticas Agregadas

4. Transformação/Consolidação do Sistema Agro-Alimentar

d) Tipo de medidas da Versão 0.0 SMEA

1.1. Informação e Saber-Fazer

1.2. Experimentação - Mercado

1.3. Consumos Públicos

1.4. Regulação Adaptativa

2.1. Cultura e Literacia Alimentar

2.2. Experimentação de Nano-Produções

2.3. Práticas de Consumo

2.4. Distribuição e Transformação

3.1. Património e Desperdício

3.2. Experimentação - Organização e Sustentabilidade

3.3. Práticas Produtivas

3.4. Relação com os Recursos

4.1. Comunicação

4.2. Tempos e Monitorização

4.3. Liderança e Networking

4.4. Território e Integração de Instrumentos de Planeamento.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

138 | P á g i n a

Na generalidade, o debate suportou o racional apresentado na Versão 0.0 SMEA, tendo aportado

contributos para desenvolvimento, sobretudo, relativos à Arena Integrada Operacional relativa à

promoção de Informação e Culturas Partilhadas e com especial incidência nos Eixos Estratégicos relativos

ao “Modelo de Governancia Estratégica” e “ Saúde e Segurança Alimentar” (ver Quadro 1).

Quadro 1 - Síntese de Contributos para o desenvolvimento da Versão 0.0 SMEA

Relativamente ao Eixo Estratégico referente ao “Modelo de gestão Estratégica” os principais comentários

(tópicos e ideias) concentram-se no campo de medidas relativas à “comunicação”, nomeadamente no

que remete para a consolidação de conceitos e estabilização de um glossário partilhado, e para o

desenvolvimento de iniciativas de marketing concertadas relativas a produtos locais e adopção do modelo

AE para o território. O grupo de medidas relativas à gestão dos “Tempos e monitorização” desta vez não

mereceram nenhum comentário.

Relativamente ao Eixo Estratégico referente à “Saúde e Segurança Alimentar” também os principais

comentários (tópicos e ideias) se concentraram no campo de medidas relacionadas com “Informação e

Saberes Fazer”, nomeadamente no que remete para a qualidade e robustez de informação a disponibilizar

e a suportar iniciativas de apoio técnico generalizado. O grupo de Medidas relativas ao “consumos

públicos” desta vez não mereceram nenhum comentário.

Eixos/medidas TópicosFatores

CtíricosIdeias Ntot

MODELO GOVERNANCIA ESTRATÉGICA

Comunicação 5 3 8

Tempos e Monitorização 0

Liderança e networking 2 1 3

Territórios e integração de Inst Plano 2 2

7 2 4 13

SAÚDE E SEGURANÇA ALIMENTAR

Informação e Saberes fazer 3 6 9

Experimentação Mercado 1 1 2

Consumos Públicos 0

Regulação adaptativa 1 1

4 1 7 12

Literacia e cultura alimentar 1 1

Experimentação Nano-produção 1 1

Práticas de consumo 1 1

Distribuição e transformação 1 1 1 3

2 2 2 6

Património e Desperdício 3 3

Experimentação, organização e

Sustentabilidade 2 2

Práticas produtivas 1 1 2

Relação com Recursos 0

4 3 0 7

SUSTENTABILIDADE E GESTÃO DE RECURSOS

CONSUMOS, PRODUÇÃO E CIRCUITOS DE COMERCIALIZAÇÃO

Arenas Integradas TópicosFatores

CtíricosIdeias

1. Informação e Culturas Partilhadas

Comunicação 5 3 8

Informação e Saberes fazer 3 6 9

Literacia e cultura alimentar 1 1

Património e Desperdício 3 3

11 1 9 21

2. Campos de Experimentação e I&D

Tempos e Monitorização 0

Experimentação Mercado 1 1 2

Experimentação Nano-produção 1 1

Experimentação, organização e

Sustentabilidade 2 2

2 2 1 5

3. Práticas Agregadas

Liderança e networking 2 1 3

Consumos Públicos 0

Práticas de consumo 1 1

Práticas produtivas 1 1 2

3 1 2 6

4.Transformação/Consolidação do

Sistema Agro-Alimentar)

Territórios e integração de Inst Plano 2 2

Regulação adaptativa 1 1

Distribuição e transformação 1 1 1 3

Relação com Recursos 0

1 4 1 6

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

139 | P á g i n a

Relativamente ao Eixo Estratégico referente aos “Consumos, Produção e Circuítos de Comercialização” os

comentários foram relativamente menos incidentes e mais dispersos pelos diferentes campos de medidas

embora o grupo de medidas relacionadas com a “Distribuição e Transformação” tenham suscitado mais

atenção .

Relativamente ao Eixo Estratégico referente à “Sustentabilidade e Gestão de Recursos” também os

comentários apresentarm um grau de incidência relativa menor, tendo sido orientados sobretudo para o

debate das questões dos excedentes e para a interconectividade entre a produção e os seus mercados. O

grupo de Medidas relativas à “Relação com os Recursos” desta vez não mereceram nenhum comentário.

2. VALOR SINERGÉTICO, PRIORIDADE E DIFICULDADE APOSTADA ÀS MEDIDAS PROPOSTAS NA VERSÃO 0.0 SMEA

Para o exercício do “shopping” de campos de Medidas os participantes tinham disponíveis 6 pintas de três

cores diferentes associadas a 3 critérios para pontuação (“valor sinergético”, “prioridade” e “dificuldade”)

que podiam utilizar como entendessem para pontuar os diferentes campos de medidas identificados na

SMEA Versão 0.0.

Este exercício permite identificar para além da percepção de valor sinergético, prioridade e dificuldade

atribuída a cada campo de medida, o grau de exposição a estes critérios de ponderação de cada Eixo

Estratégico e das Arenas de Integração Operacionais identificadas na SMEA Versão 0.0.

2.1. Análise de pontuações por Eixos Estratégicos

Em todos os Eixos Estratégicos pelos menos 1 campo de medidas pontuou significativamente em termos

de valor sinergético, prioridade e grau de dificuldade, embora em nenhum eixo os campos de medidas

considerados tenham acumulado pontuações relevantes simultaneamente nos três critérios.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

140 | P á g i n a

Quadro 2 - Resultados do Exercício de “Shopping”, por Eixos

Eixo 1 - “Saúde e Segurança Alimentar”

Neste Eixo a maior dificuldade foi atribuída ao campo de medidas relacionadas com a “Regulação

Adaptativa” - que aliás mereceu o maior número de pontuações geral neste critério - que acumulou um

posicionamnete igualmente relevante ao nível do seu valor sinergético, afirmando-se como um campo de

medidas a robustecer na matriz estratégica e sobretudo a acautelar no seu caminho crítico de

desenvolvimento.

Já o campo de medidas relacionadas com os “Consumos Públicos” foi o que neste eixo mereceu especial

relevo como prioritário e de valor sinergético, sem que lhe tenham sido identificadas especiais

dificuldades, afirmado-se como um campo em que possa existir um maior conforto para o seu

desenvolvimento.

Ainda neste Eixo (e mesmo no geral) o posicionamento relativamente neutro dos restantes dois campos

de medidas (“Mercado como espaço de Experimentação” e “Informação e Saberes Fazer”) muito embora

se tenham afirmado de forma bastante significativa em iterações anteriores e nomeadamente, no caso

deste último, no exercício anterior em receptividade de comentários, coloca-os como campos de medidas

eventualmente já saturados nos seus conteúdos e com um papel de suporte e de mediação ao conjunto

dos restantes campos de atuação.

Eixo 2 - “Consumo, Produção e Circuitos”

Neste Eixo todos os campos de medidas se destacaram na pontuação dos três critérios.

Em termos de dificuldade apresentaram especial destaque quer o campo de medidas relativas às “Nano-

Produções como campo de experimentação” quer o relacionado com as “Práticas de Consumo”, sendo

Eixo na Matriz Medidas Arenas

Valor

sinergéti

co

Prioridad

e

Dificulda

deN Tot

Siner

+Prio

Regulação Adaptativa 4 6 1 15 22 7

Consumos Públicos 3 8 10 2 20 18

Experimentação - Mercado 2 2 4 3 9 6

Informação e Saberes Fazer 1 1 2 0 3 3

Distribuição e Transformação 4 12 9 2 23 21

Práticas de Consumo 3 6 10 8 24 16

Experimentação Nano-Produções 2 3 4 8 15 7

Cultura e Literacia Alimentar 1 3 9 0 12 12

Relação com Recursos 4 3 13 8 24 16

Práticas Produtivas 3 7 9 5 21 16

Experimentação - Organização e Sustentabilidade 2 1 5 4 10 6

Património e Desperdício 1 3 5 0 8 8

Território e Instrumentos de Plano 4 2 2 11 15 4

Liderança e Networking 3 10 4 3 17 14

Tempos e Monitorização 2 1 0 4 5 1

Comunicação 1 12 11 3 26 23

Eixo IV - Modelo de

Governancia

Estratégica

Eixo I - Saúde e

Segurança Alimentar

Eixo II - Produção e

Circuítos de

Comercialização

Eixo III

Sustentabilidade e

Gestão de Recursos

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

141 | P á g i n a

que este acumulou também um posicionamento de relevo no campo das prioridades. Muito embora

nenhum deles tenha merecido atenção especial no exercício anterior, estes posicionamentos colocam, no

entanto, estes grupos de Medidas como campos a robustecer em sede de matriz estratégica,

nomeadamente em termos da identificação das ações e das soluções operativas que possam sustentar a

sua função neste quadro estratégico.

Com prioridade relevante afirmaram-se neste exercício igualmente os campos de medidas relacionados

com a “Promoção de Literacia e Cultura Alimentar” e com a “Distribuição e Transformação”, tendo este

último acumulado também um posicionamento de liderança dos campos de medidas com maior valor

sinergético. Estes posicionamentos colocam estes dois campos de medidas como campos a robustecer e

sustentar na matriz estratégica através de ações de valor acrescentado e com garantias de efetividade.

Eixo 3 - “Sustentabilidade e Gestão de Recursos”

Neste Eixo foi o campo de medidas relacionado com a “Relação com os Recursos” que mereceu maior

sinalização de dificuldades ao mesmo tempo que o lugar de liderança nas prioridades a considerar nesta

estratégia. Estes poscionamentos sugerem uma especial atenção a este campo de Medidas,

nomeadamente em garantias de robustez e agilidade ao seu desenvolvimento.

Com um posicionamento relevante e cumulativo quer no critério de prioridade quer quanto ao seu valor

sinergético evidencia-se ainda o campo de medidas relacionado com as “Práticas Produtivas”,

evidenciando o seu papel potencial e crítico a esta estratégia e à sua relação com a carta estratégica

concelhia a acautelar e robustecer na matriz estratégica.

Já os campos de medidas relacionados com a “Organização e Sustentabilidade do modelo AE como espaço

de experimentação” e com o “Património e Desperdícios” acabaram-se por se posicionar de forma

bastante discreta nos critérios em análise, muito embora tenham sido amplamente considerados em

iterações anteriores, sugerindo trabalhos de desenvolvimento em sede da matriz estratégica à sua

sustentação e aprofundamento do seu valor no sistema global desta estratégia.

Eixo 4 - “Modelo de Governancia Estratégica”

A maior dificuldade foi atribuída ao campo de medidas relacionadas com o “Território e Instrumentos de

Planeamento” que foi também a que no exercício anterior tinha merecido comentários referentes a

fatores críticos para a sua execução, posicionando este campo de medidas como um grupo a merecer

trabalhos de desenvolvimento e robustecimento em sede de matriz estratégica.

Por outro lado foram as medidas relacionadas com a “Liderança e Networking” e a “Comunicação” a quem

foram reconhecidas maior valor sinergético. Este último campo é também o que lidera o reconhecimento

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

142 | P á g i n a

deste critério na generalidade dos cmpos, o que acumula um posicionamento prioritário relevante no eixo

e mereceu um número significativo de comentários no exercício anterior. Este posicionamento convida a

que possam vir a ser considerados como eventualmente estruturantes ao desenvolvimento deste eixo e

mesmo ao nível geral da SMEA.

Neste exercício de pontuações o campo de medidas relacionado com a gestão dos “Tempos e

Monitorização” acabou por não se afirmar em nenhum dos critérios, fazendo sugerir tratar-se de um

campo de medidas a consolidar ou explorar sobretudo tecnicamente.

2.2. Análise de pontuações por Arenas de Integração Operacional

A análise de pontuações de valor sinergético, prioridades e dificuldades por Arenas de Integração

Operacional revelam diferenças significativas entre elas, relevantes para a identificação de caminhos

críticos e substantivos ao desenvolvimento desta estratégia (cf. Quadro 3).

Se a Arena de Integração de nível 1 (“Informação e Culturas Partilhadas”) praticamente apenas pontua

para as prioridades e valor sinergético, acolhendo um dos campos que mais pontua para estes dois

critérios (Eixo 1 - Comunicação), já a arena de integração de nível 2 (“Campos de Experimentação e I&D”)

apenas pontua residualmente para estes critérios apesar de lhe serem identificadas dificuldades

relevantes a acautelar especialmente a um dos seus campos de medidas (Eixo 2 - Nano-produções como

campo de experimentação).

Quadro 3 - Resultados do Exercício de “Shopping”, por Arenas de Integração Operacional

Arena Integrada

OperacionalMedidas Eixo

Valor

sinergéti

co

Prioridad

e

Dificulda

deN Tot

Siner

+Prio

Informação e Saberes Fazer 1 1 2 0 3 3

Cultura e Literacia Alimentar 2 3 9 0 12 12

Património e Desperdício 3 3 5 0 8 8

Comunicação 4 12 11 3 26 23

19 27 3 49 46

Experimenta - Mercado 1 2 4 3 9 6

Experimenta - Nano-Produções 2 3 4 8 15 7

Experimenta - Organização e Sustentabilidade AE 3 1 5 4 10 6

Experimenta - Tempos e Monitorização 4 1 0 4 5 1

7 13 19 39 20

Consumos Públicos 1 8 10 2 20 18

Práticas de Consumo 2 6 10 8 24 16

Práticas Produtivas 3 7 9 5 21 16

Liderança e Networking 4 10 4 3 17 14

31 33 18 82 64

Regulação Adaptativa 1 6 1 15 22 7

Distribuição e Transformação 2 12 9 2 23 21

Relação com Recursos 3 3 13 8 24 16

Território e Instrumentos de Plano 4 2 2 11 15 4

23 25 36 84 48

Práticas Agregadas

Transformação /

Consolidação do

Sistema Agro-

Alimentar

Informação e

Culturas Partilhadas

Campos de

Experimentação e

I&D

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

143 | P á g i n a

Já as arenas de integração de nível 3 (“Práticas Agregadas”) e de nível 4 (“Transformação/Consolidação

do Sistema Agro-Alimentar”) destancam-se em termos de pontuações em todos os critérios. A arena das

“Práticas Agregadas” capitaliza sobretudo posicionamentos relevantes para praticamente todos os seus

campos de medidas nos critérios de prioridade e valor sinergéticos. No entanto, é na arena da

“Transformação/Consolidação do Sistema Agro-Alimentar” onde aparentemente tudo puderá ser posto a

jogo, sendo nela que ganham expressão as maiores dificuldades identificadas (regulação adaptativa,

território e instrumentos de plano e relação com os recursos) embora também seja nela que se

posicionam os campos de Medidas que lideram os posicionamentos em termos de valor sinergético

(Distribuição e Transformação) e de prioridade (relação com os recursos).

Este quadro evidencia particular relevância para a consolidação da matriz estratégica, na medida em que

pode permitir escalar caminhos de precedências, melhor definir o papel de cada campo de Medidas e,

sobretudo, guiar os exercícios de coerência a assegurar nos roteiros de ações a desenvolver.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A estrutura estratégica da Versão 0.0 SMEA foi discutida como um bom ponto de partida para o

desenvolvimento dos trabalhos, devendo ser, no entanto reforçada por um “Glossário” de termos e

conceitos para que aporta.

Dada a sua densidade, foi também considerado necessário retornar na 4ª Oficina, a par do

desenvolvimento da sua estrutura de governancia, o desenvolvimento desta Versão 0.0.

Neste sentido propõe-se que a próxima Oficina retome a forma de dia inteiro para, em regime de

trabalho colaborativo em torno desta versão, se possa assegurar e avançar:

(a) na co-produção e desenvolvimento de CATWOE’s aplicados às ações identificadas;

(b) na identificação de ações âncora para cada campo de medidas;

(c) na estabilização do sistema de atores a envolver no modelo de governancia; e

(d) no cross-checking de coerências e critical paths.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

145 | P á g i n a

4ª Oficina Colaborativa - Resultados

[A versão completa do Relatório da 4ª Oficina encontra-se disponível no Site do Município através do link: http://www.cm-montemornovo.pt/pt/site-participar/Paginas/SMEA---4-%c2%aa-Oficina-de-Trabalho-.aspx]

RESULTADOS DA 4ª OFICINA COLABORATIVA

MAIO DE 2018

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................

1. CONTRIBUTOS PARA O MODELO DE GOVERNANCIA E PLANO DE GESTÃO DE RISCOS .......................

2. SISTEMA DE ATORES IDENTIFICADO PARA CADA GRUPO DE MEDIDAS ..............................................

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................................

ANEXOS

INTRODUÇÃO

No âmbito da elaboração da Estratégia Alimentar Partilhada e Participada para o Concelho de Montemor-

o-Novo realizou-se a 4ª Oficina, em ambiente colaborativo com os atores locais (SMEA WS#4), que

assumiu os seguintes objetivos:

a) Consolidar a Versão SMEA 0.0

b) Consolidar Fichas e Matriz de Sistema de Ações

c) Explorar “Quem no quê?” (protótipo de Ficha e Sistema de Atores)

d) Explorar “Como vai funcionar” (protótipo de Sistema de Governância)

e) Definição de Próximos Passos.

Esta Oficina decorreu no dia 11 de maio de 2018 entre as 9.00h e as 13.00h, no Salão Nobre da Câmara

Municipal, tendo contado com 26 participantes prosseguindo a seguinte Agenda de trabalhos:

1. Acolhimento (20´)

2. SMEA Human Design - Exploração de requisitos à configuração de Sistema de atores (25’)

3. Ponto de Situação SMEA (40’)

4. Exploração de um Modelo de Governância (50’)

5. Árvore de Fantasmas e Pausa (20’)

6. Trabalhos de Grupo em torno do Sistema de Atores a mobilizar para cada grupo de Medida (45’)

7. Debate (30’)

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

146 | P á g i n a

8. Avaliação e Próximos Passos (10’)

A preparação desta Oficina contou com a participação ativa da equipa de apoio técnico do Gabinete

Oliveira das Neves/LNEC e da equipa da Agenda 21 da Autarquia, tendo ficado a facilitação da Oficina a

cargo do LNEC.

Durante a Oficina foi efetuado um ponto de situação sobre os avanços dos trabalhos, o acolhimento a

novos participantes e estabelecido o roteiro conducente à assinatura da Carta de Compromisso. Foram

ainda recolhidos 37 contributos para o debate do sistema de governância a adoptar para a implementação

da SMEA e para a elaboração do seu Plano de Gestão de Riscos e trabalhadas as 16 Fichas de Medida nas

dimensões relativas aos sistemas de ação e de atores a envolver na sua prossecução. Foi ainda identificada

a composição e missão a desenvolver por dois grupos de trabalho no sentido de estabilizar as peças finais

a constar da Carta de Compromisso SMEA.

Neste Relatório serão apresentadas:

(i) Uma análise dos contributos recolhidos para o Sistema de Governância e Plano de Gestão de

Riscos (Ponto I);

(ii) A versão provisória do Sistema de Atores a envolver na prossecução das medidas resultante dos

Grupos de Trabalho (Ponto II);

(iii) Considerações de relevância para o desenvolvimento dos trabalhos da SMEA- MoN (Ponto III).

1. CONTRIBUTOS PARA O MODELO DE GOVERNANCIA E PLANO DE GESTÃO DE RISCOS

Relativamente ao Sistema de Governância e à identificação de eventuais riscos a considerar para

robustecimento da solução de Plano SMEA foram consideradas dimensões que remeteram, sobretudo,

para aspetos de: (a) estrutura e forma a acautelar e/ou detalhar no seu desenho; e (b) resiliência

adaptativa face à sua implementação, a reforçar perante eventuais disfuncionalidades de processo.

a) Questões de estrutura e forma

As questões de estrutura e forma sugeridas remeteram para dimensões de:

Liderança e coordenação - em garantia de articulação multi-nivel e manutenção energética

durante o desenvolvimento da estratégia (i.e. como coordenar medidas locais com regionais sem

haver repetição?; como assegurar que não vai haver falta de motor!);

Composição do sistema de atores e clarificação de papéis expectáveis - em esclarecimento de

legitimidade e representatividades (i.e. qual o papel do GT da Agenda 21?; que perfis para as

várias funções?; envolvimento de instituições e/ou de pessoas?; qual a composição para o

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

147 | P á g i n a

Plenário/Conselho? como assegurar o envolvimento da população? quem vai ter voz? sistema de

votos? como se vai aferir da legitimidade da voz? Como viabilizar a participação da população na

monitorização?)

Funcionamento e funcionalidade - em garantias de flexibilidade e operabilidades realistas (i.e. vai

haver um GT a tempo inteiro?; que relação entre compromisso de ação direta dos parceiros e

"outsourcings"?; importante garantir flexibilidade e evitar demasiada rigidez!; assegurar uma

estrutura funcional sem ser muito pesada ou consumidora de excessiva disponibilidades de

tempo!)

Clarificação do sistema de decisão e gestão de discensos - em esclarecimento da sede e das

modalidades de tomada de decisão, exercícios de poderes alargados e garantia de prossecução

das ações (i.e. como se vai fazer a resolução dos discensos? por votação? qual o peso dos votos?

Como decidir e chegar a acordo?).

b) Questões de resiliência adaptativa durante o processo de implementação

As questões associadas a garantias de resiliência adaptativa durante a implementação do processo que

foram sugeridas, remetem para a relação com:

Imponderabilidades e fatores externos estruturais de natureza ambiental - i.e. perda de recursos

naturais existentes, falta de água, poluição, ...;

Fatores de inovação e/ou disrupção com fatores instituídos - i.e. estrutura nova que pode ter

dificuldade em se implementar no início; rupturas com práticas instituídas;...;

Compromissos e sua fiabilidade passíveis de provocar dispersão e/ou desvirtuação do sentido

estratégico - i.e. alteração de posição por parte das entidades; "entidades" que sejam pouco

“entidades”; dificuldade no envolvimento contínuo das entidades para manter o trabalho;

dispersão e perda de foco; inação; politização / cromatização; dificuldade em garantir discussão

e participação em continuidade ao longo do processo; entrada de entidades que não tenham

acompanhado o processo até agora e que possam vir a desvirtuar o seu sentido estratégico, por

via de um sistema de votações simples, ...;

Tipo de envolvimento e constância de disponibilidades para cumprir os compromissos assumidos

durante a implementação da estratégia, nomeadamente no que respeita a alocação de tempo e

outros recursos para acompanhamento e execução das ações - i.e. falta de envolvimento político;

falta de vontade política; falta de apoio; qual o tempo que efetivamente cada um pode dedicar?;

falta de tempo!; incapacidade da minha instituição dar resposta por falta de tempo!; dificuldade

de reunir!; falta de meios (recursos financeiros e humanos)!; ... .

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

148 | P á g i n a

Estas dimensões serão tratadas e aprofundadas na proposta de Modelo de Governancia e no Plano de

Gestão de Riscos.

2. SISTEMA DE ATORES IDENTIFICADO PARA CADA GRUPO DE MEDIDAS

Durante a 4ª Oficina foram ainda identificadas predisposições prévias de envolvimento dos atores

presentes para cada grupo de Medidas da SMEA, tendo sido estas sinalizadas num painel coletivo.

Posteriormente, em grupos de trabalho dedicados a cada eixo, foi trabalhada uma versão prévia das

“Fichas de Medidas” a incorporar na Carta de Compromisso (cf. Anexo III), particularmente na estrutura

de atores a envolver para desenvolvimento das suas ações.

Os grupos de trabalho identificaram os atores a envolver e a mobilizar para cada grupo de medidas (cf.

Quadro I), em termos de liderança, envolvimento de primeira linha e envolvimento de segunda linha,

tendo as predisposições prévias de envolvimento sido integralmente consideradas e sinalizadas com um

asterisco (*) nos quadros de síntese.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

149 | P á g i n a

Quadro 1: Quadros de Síntese do Sistema de Atores a mobilizar por Grupo de Medidas

Eixo I - Saúde e Segurança Alimentar

Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha

1.1 A1* Kit SMEA* - Informação e Saberes Fazer

Slow-Food

Movimento Slow Food Ana Picanço - CMMoN (Serviço Educação) Ana Paula - CMMoN (Serviço Educação) DECO ADL Marca* ADL Terras Dentro* UCCMoN

José Veiga (DRAPAL)* Rede de Cidadania Agrupamento de Escolas

1.2

A2

A3

Renovação/Dinamização do Mercado Municipal

CMMoN *

CMMoN * ICAAM * Rede de Cidadania * ADL Marca * LPMA

Restauração IPSS’s Movimento Slow Food MontemorMel Cozinha Comunitária

1.3 A4 GT Compras Públicas de produtos locais e Agro-Ecológica

ICAAM

ICAAM CMMoN Ana Paula - CMMoN (Serviço Educação) * ADL Marca * Junta Freguesia de Cabrela * Agrupamento de Escolas IPSS

FAO * ADL’s Associação Produtores e Cooperativas

1.4 A5 GT revisões e alterações legislativas para Compras Públicas de produtos locais

Assembleia Municipal

ICAAM * Movimento Slow Food * DRAPAL * CMMoN

Agrupamento Escolar IPSS Associação de Produtores e Cooperativas

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

150 | P á g i n a

Quadro 2: Eixo II - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização

Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha

2.1 A1 Kit SMEA* - Cultura e Literacia Alimentar

Movimento Slow Food Alentejo

Slow Food Alentejo * DECO * Associações de Produtores e Cooperativas Associações de Comerciantes (ACDE) Comércio local Grandes e Médias Superfícies Rede de Cidadania Agrupamento de Escolas

ADL Terras Dentro * ADL Marca * Ana Picanço (CMMoN- Serviço Educação) * Ana Fonseca * IPSS Outras ADL CIM Alentejo Central DRAPAL

2.2

A6 Hortas Comunitárias

Cooperativa Minga

ICAAM * Rede Cidadania * Junta Freguesia de Cabrela * LPMA CMMoN

Movimento Slow Food * DRAPAL * Herdade Freixo do Meio * Montemormel

A7 Dinamização do Banco de Terras Local

A8 Quiosque de Excedentes

2.3 A9 Km0 Rede de Cidadania

Rede de Cidadania * DECO * ICAAM * Slow Food Alentejo Associação de Produtores e Cooperativas Associação Comercial (ACDE)

CMMoN Junta Freguesia de Cabrela * Ana Picanço (CMMoN - Serviço Educação) * ADL Marca * Herdade Freixo do Meio * Comércio Local Restauração

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

151 | P á g i n a

Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha

2.4

A10 Às voltas de um Produto - a Bolota

Montemormel

Herdade Freixo do Meio * Slow Food Alentejo * Junta Freguesia de Cabrela * CMMoN Comércio Local Grandes Superfícies Associação de Produtores e Cooperativas Rede Cidadania

Centro João Cidade * DRAPAL * ICAAM * Restauração ERT (Entidade Regional de Turismo) CIMAC

A11 Circuito de Mercearias

Quadro 3: Eixo III - Sustentabilidade e Gestão de Recursos

Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha

3.1

A1* Kit SMEA* - Património e Desperdício

ADL Marca

ADL Marca * Ana Fonseca * ADL Terras Dentro * Movimento Slow Food * Herdade Freixo do Meio MontemorMel

Junta Freguesia de Cabrela * FAO *

A12 Campo Prático de Aprendizagens

Herdade Freixo do Meio Herdade Freixo do Meio * ICAAM * DRAPAL *

ICNF FAO *

3.2 A13

Estudos de viabilidade do Sistema Agro Ecológico e instrumentos de apoio técnico à produção

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

152 | P á g i n a

Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha

3.3

A14 Estrutura de Apoio Técnico à Produção

Herdade Freixo do Meio

Herdade Freixo do Meio * ICAAM * DRAPAL * ADL Terras Dentro * Movimento Slow Food * LPMA APORMor Solar da Giesteira

Junta Freguesia de Cabrela * FAO * ICNF

A15 Recuperação de formas tradicionais de produção

3.4

A16 Criação e Gestão de Bancos de Sementes

ADL Marca ADL Marca (A16) * Rede Cidadania (A17) *

Rede Cidadania * Movimento Slow Food * Junta Freguesia de Cabrela * DRAPAL (A18) CIMAC

A17 Promoção de boas práticas do uso do solo e da água

A18 Participação na Bolsa Nacional de Terras

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

153 | P á g i n a

Quadro 4: Eixo IV - Governancia Estratégica

Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha

4.1

A1* Kit SMEA* - Plano de Comunicação

CM MoN * (+ Juntas de freguesia)

DRAPAL * ADL Marca * LPMA GM 1.1; 2.1: 3.1 CE - Coordenação de Eixos CO - Comité Operativo

Movimento Slow Food * ICAAM Produtores do Mercado Municipal Ministério da Agricultura Todos (Conselho SMEA)

A19 Carrinha Itinerante SMEA

A20 Plataforma SMEA

4.2 A21 Monitorização SMEA ICAAM LM - Lideres de Medida CE - Coordenadores de Eixo

Lideres das Ações Movimento Slow Food * Centro João Cidade * ADL Marca * Todos (Conselho SMEA)

4.3

A22 Negociação e Facilitação de Parcerias alargadas

CMMoN *

FAO * ADL Marca * Centro João Cidade * Movimento Slow Food * Filipe Galego * GM - Grupo de Medidas CE - Coordenação de Eixos CO - Comité Operativo

Todos (Conselho SMEA)

A23 Rota de Eco-Literacia

4.4 A24 Integração SMEA nos IGT e outras Estratégias municipais

CMMoN * DRAPAL * Filipe Galego * CMMoN*

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

154 | P á g i n a

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No final da Oficina foram constituídos dois grupos de trabalho para prosseguir o desenvolvimento das

Fichas de Medida (GT#1), a consolidação dos conceitos a adoptar como referência para cada Eixo

Estratégico e a preparação da 2ª Semana de Rua (GT#2).

As Fichas de Medidas foram atualizadas nas suas versões de trabalho e remetidas para esses grupos de

trabalho.

Considerando a fase de desenvolvimento da SMEA foi ainda discutida a vantagem da próxima Oficina vir

a assumir a forma de um Seminário alargado de discussão em torno da estrutura SMEA e base conceptual

a adotar, com recurso a especialistas convidados e com reforço de mobilização, sobretudo, junto dos

atores identificados nos exercícios anteriores.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

155 | P á g i n a

Seminário Aberto - Resultados

[A versão completa do Relatório do Seminário Aberto encontra-se disponível no Site do Município através do link http://www.cm-montemornovo.pt/pt/site-participar/Paginas/SMEA---5-%c2%aa-Oficina-de-Trabalho.aspx]

RESULTADOS DO SEMINÁRIO ABERTO

20 DE JUNHO DE 2018

ÍNDICE

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................

1. QUADRO RESUMO DE CONTRIBUTOS DO SEMINÁRIO ABERTO ..........................................................

2. ANÁLISE COMENTADA DE CONTRIBUTOS POR EIXOS SMEA ...............................................................

Eixo 1 – Saúde e Segurança Alimentar ................................................................................................. Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercaialização .......................................................... Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos .................................................................................. Eixo 4 - Governancia Estratégica ..........................................................................................................

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................

INTRODUÇÃO

No âmbito da elaboração de uma Estratégia Alimentar Partilhada e Participada para o Concelho de

Montemor-o-Novo (SMEA) realizou-se um Seminário Aberto com os atores locais e convidados externos,

tendo por finalidade promover um debate alargado para a estabilização da Matriz de Intervenção SMEA.

Este Seminário Aberto decorreu no dia 20 de junho de 2018 entre as 09.00h e as 17.00h, na Biblioteca

Municipal, tendo contado com 35 participantes.

Após um breve enquadramento institucional e do racional SMEA em discussão, a agenda de trabalhos foi

organizada em tornos dos 4 eixos da Estratégia SMEA, cada um introduzido por um membro da equipa

das Oficinas e comentado por um convidado externo, de forma a promover um debate alargado a todos

os participantes, que se seguiu a cada painel.

Durante os diferentes painéis foram efetuados registos em post-its que foram sendo colocados

simultaneamente no racional SMEA e num painel dedicado à sistematização de tópicos/temas de

incidência. No total foram recolhidos 147 registos das várias intervenções e debates que foram objeto de

sistematização e análise.

Neste Relatório serão apresentados os seguintes elementos-chave:

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

156 | P á g i n a

a) Quadro resumo dos conteúdos dos contributos e sugestões recolhidas durante o Seminário

(capítulo 1);

b) Análise comentada desses contributos, organizados pela sua relevância para a consolidação de

cada Eixo SMEA (capítulo 2);

c) Considerações finais relativas à prossecução dos trabalhos (capítulo 3).

1. QUADRO RESUMO DE CONTRIBUTOS DO SEMINÁRIO ABERTO

Durante o Seminário o debate prosseguiu a organização dos Eixos, tendo estes sido confirmados nas suas

vocações de especificidade, mas igualmente nas suas interligações e interdependências. Tendo suscitado

a exploração intrínseca dos seus conteúdos dedicados o debate, permitiu igualmente consolidar os eixos

causais ou de interdependência entre os 4 Eixos propostos no desenho da SMEA.

A exploração destas especificidades e relações de interdependência será detalhada no capítulo de análise

comentada dos conteúdos pelos Eixos. No entanto, o Quadro 1 - que cruza os comentários em função do

painel em que foram sinalizados (Eixos do debate) com os eixos para cujo racional remetem (Eixos de

incidência) - permite identificar:

Quadro 1 - Quadro Resumo dos comentários recolhidos

Eixos do Debate

Eixos de Incidência Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3 Eixo 4 TOTAL

Eixo 1 17 9 8 17 51 Eixo 2 3 29 7 2 41 Eixo 3 1 29 9 39

Eixo 4 1 3 12 16

TOTAL 21 39 47 40 147

uma distribuição de comentários por Eixo de incidência a confirmar a função estrutural e

operativa do Eixo 3 (na sua novidade de consolidação de diferença enquanto quadro de

referência) e do Eixo 4 (no que pode fazer de diferença em termos de missão e modus operandi),

pelo suporte de cariz verdadeiramente estratégico, de enquadramento e de suporte de sentido

ao desenvolvimento dos Eixos 1 e 2;

a afirmação do Eixo 1 na especificidade da sua vocação dirigida para a promoção de uma

alimentação adequada através da exemplaridade dos consumos públicos e da sua

interconectividade direta com o Eixo 4, com quem partilha o mesmo sentido de vetor estratégico

(Eixos de vocação pública e política);

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

157 | P á g i n a

a transversalidade de interdependências do Eixo 2 com os restantes eixos, que embora se tenha

expressado de forma mais difusa, acaba por encontrar nessas interdependências o mote ao seu

desenvolvimento enquanto processo de consolidação de ciclo de valor de banda alargada para a

generalização de consumos coletivos que possam efetivamente tirar partido da proximidade e da

sazonalidade dos seus sistemas de produção, transformação e distribuição;

a saturação do debate que foi sendo adquirida ao longo do dia, como é possível verificar pelas

incidências de comentários acolhidos nos diferentes Eixos de debate por comparação com os

recolhidos por Eixos de incidência, independentemente do painel em que foram proferidos.

Se o desenvolvimento do debate veio evidenciar a relevância dos Eixos, veio também confirmar a valência

dos vetores utilizados na sua configuração (dimensão política e pública vs dimensão coletiva e comunitária

da Estratégia) e das arenas estratégicas para a sua cerzidura e optimização das sinergias ambicionadas (o

relevo da aposta em informação e culturas partilhadas; a acomodação de iniciativas experimentais nos

diferentes eixos; a focalização em práticas agregadas; e o enquadramento desta Estratégia num processo

transformacional para a sua integração com outros instrumentos e ação política de cariz mais amplo e

alargado a outros níveis de intervenção).

De referir ainda que a riqueza e profundidade dos testemunhos e debates consequentes permitiu, para

além destas consolidações, uma recolha e sistematização de contributos de valor acrescentado para o

enquadramento teórico-conceptual e operacional desta Estratégia, como se detalhará de seguida.

2. ANÁLISE COMENTADA DE CONTRIBUTOS POR EIXOS SMEA

Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar

O debate sobre o Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar, introduzido no Painel 1, praticamente esgotou-

se neste painel, tendo sido apenas repegado aquando dos painéis 2 e 4 em reforço dos seus conteúdos,

que se sistematizam no Quadro 2.

Este debate, sobretudo centrado na exploração do conceito de “alimentação adequada”, nas suas

dimensões de segurança e acessibilidade não discriminatória (à semelhança do que já tinha sido a tónica

de discussão durante as Oficinas Colaborativas), reforçou a missão deste Eixo para a construção e

estabilização de uma “confiança” generalizada em torno da alimentação através de uma intervenção

pública de cariz pedagógico e exemplar quer através da dinamização dos seus mercados municipais, quer

da generalização de compras públicas orientadas por princípios de proximidade e sazonalidade.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

158 | P á g i n a

Quadro 2 - Contributos recolhidos indexados ao Eixo 1 – Saúde e Segurança Alimentar

Painel 1- Saúde e Segurança Alimentar

• as políticas Públicas devem fazer descriminação

positiva da pequena produção e produtos de época

através das compras públicas

• como se trabalha as questões da "segurança" e da

"confiança"?

• coerência é importante!

• ir para além do "comer bem"!

• segurança alimentar: safety + acesso + diversidade

+ estabilidade

• compras públicas associadas à promoção de

agricultura familiar

• Município: concentração da produção familiar para

ganhar escala

• dar confiança ao consumidor

• público em geral duvida de segurança. Como se faz?

• estabilidade no acesso das compras públicas

• diversificação da alimentação

• privados vs coletivos.

Painel 1- Saúde e Segurança Alimentar (cont.)

segurança dos alimentos

alimentos seguros e/ou a assegurar ao consumo

dos alimentos

acessibilidade à alimentação

segurança vs vigilância sanitária vs soberania

alimentar

mercados municipais em rutura: re-ativação é

necessária

Painel 2 - Consumos, Produção e Circuitos de

Comercialização

Valores a desenvolver na alimentação adequada:

bom, limpo e justo

o que é Qualidade? Segurança? Soberania

alimentar?

“educação”/pedagogia alimentar nas escolas

Painel 4 - Governancia Estratégica

Constrangimentos jurídico-legais: contorno com a

dinamização de processos locais.

Para além de reiterar a exigência (e também dificuldade!) na clarificação dos conceitos a adotar no seu

enquadramento e, sobretudo, na sua operacionalização num concelho com as características de

Montemor-o-Novo, o debate acabou por remeter, igualmente, para a interdependência face ao

desenvolvimento dos restantes Eixos, nomeadamente:

(i) Desafios que coloca ao Eixo 4, no papel reservado à condução e à assunção desta matéria

enquanto objeto de política pública, nas suas interdependências com outros níveis de decisão e

instrumentos de ação pública e na forma como se poderá envolver todos os atores numa cultura

sistemática de valorização de uma alimentação adequada e com coerência sistémica;

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

159 | P á g i n a

Indexações de Comentários do Painel 1 ao Eixo 4 - Governancia Estratégica

Já se faz o que se quer fazer vingar com a SMEA?

Envolver os vários atores para pôr em prática

Alteração / interconectividade com políticas ao

nível mais supra

Local: vulnerabilidade decorrente da urbanização

acentuada e da desertificação do mundo rural

Existe uma financiação do sistema alimentar ao

nível global com impactes enormes ao nível local

- não se conhecendo quem o regula ou controla

O "direito humano a uma alimentação

adequada" - é uma questão de poder que

"esconde" assimetrias e "divorcia" os seus custos

das responsabilidades na sua prossecução

Alimentação é uma questão do domínio das

políticas públicas - pelas assimetrias que esconde

e pelas interceções inter-territoriais a que obriga

Políticas públicas são também a causa do

problema e por isso devem também fazer parte

da solução.

Exemplos de Políticas Financeiras sem rosto

estão presentes, sobretudo, nos aditivos aos

produtos alimentares

Os desafios operacionais aos instrumentos de

política no setor da alimentação são

especialmente exigentes para territórios tipo

MoN

Importante haver massa critica e isso às vezes só

se consegue através da ligação com outras

escalas

As questões da alimentação implicam e

envolvem todos

Cultura alimentar como dimensão a ser

trabalhada de forma sistémica

Abordagem baseada em direitos e em políticas

públicas

Ligação das questões da alimentação a outras

Políticas Sociais

Políticas Públicas nem sempre promovem o

fornecimento de produtos nacionais

Carta de Compromisso deve ir à Assembleia

Municipal.

(ii) Relação direta com o Eixo 2, na forma como poderá agilizar circuitos de natureza mais curta como

prática generalizada quer na configuração do que é local, quer no que implica de envolvimento

das pessoas e famílias na adoção de práticas produtivas e de comportamentos de consumo que

possam vir a viabilizar a consolidação deste tipo de circuitos;

Indexações de Comentários do Painel 1 ao Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização

Ligar a produção local ao circuito

Local: tem menos autonomia (menos

poder ou equilíbrios de poder)

Local: as inter-dependências são

intensas, mas difusas

Atualização do conceito de agricultura

familiar.

Família: só modelo clássico?

População envolvida nos circuitos

Circuitos são problemáticos e apresentam

hiatos

Ligação da discussão à prática

Assegurar garantias de escoamento.

(iii) pelo entendimento do modelo produtivo a adotar no Eixo 3, de reforço à estabilização e

generalização de uma alimentação adequada, pelo que este ainda carece de esclarecimento,

envolvimento do seu sistema produtivo e robustecimento de viabilidade e sustentabilidade.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

160 | P á g i n a

Indexações de Comentários do Painel 1 ao Eixo 3 - Sustentabilidade e Recursos Naturais

• A produção é transversal! - como? onde? em que

Eixo?

• Abundância sem pegada longa (modelo agrícola +

produção familiar?)

• A Produção é associada a baixo rendimento! Tem

de ser assim?

• Modelo agrícola sustentável

• Produção é insuficiente?

• Estimular a produção!

• Papel do agricultor - a valorizar e envolver.

Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização

O debate sobre o Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização, introduzido no Painel 2,

veio repegar a maioria dos tópicos já lançados no painel anterior, mas desta feita através de exemplos

concretos, sobretudo, pelos seus impactes nas práticas de transformação e consumos através da

restauração e viabilização de consumos públicos de baixa pegada.

No debate proporcionado por este Painel os temas mais prementes, sistematizadas no Quadro 3,

remeteram para:

(i) debate sobre os limites e especificidades do que pode ou não ser considerado como “local” e

“circuitos curtos”;

(ii) questões de massa crítica no consumo, logística e distribuição associados à promoção de práticas

produtivas no âmbito da agricultura familiar e de circuitos locais / curtos;

(iii) relevância de uma literacia alimentar generalizada e coerente ao longo de todo o ciclo de valor e

dos circuitos de base local;

(iv) força da “vontade” e do “querer” nas disponibilidades e criatividade que implicam para lidar com

os diferentes tempos associados à sazonalidade e à fiabilidade, consistência e regularidade dos

fornecimentos;

(v) desafios à inovação organizativa e de organização quotidiana para acomodar variabilidades nos

custos, fornecimentos e tipo de consumos de forma sustentável, viável e consistente nos diversos

tipos de transformação e consumo alimentar.

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161 | P á g i n a

Quadro 3 – Contributos recolhidos indexados ao Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos

Painel 2 - Consumos, Produção e Circuitos de

Comercialização

• circuitos curtos: quem? duplicidade de papeis?

• circuitos curtos: proximidade

• circuitos curtos: quantificável? Raio igual para todos os

produtos?

• local é o quê?

• agricultura familiar - regime fiscal próprio! Regime da

segurança social próprio!

• agricultura familiar - acesso ao consumo público e

mercados locais!

• logística e distribuição - a união faz a força e cria massa

crítica

• local: ter em conta o ciclo de valor + escala + densidade

+ presença

• apoio à estruturas de apoio à pequena agricultura

• reforçar links locais

• "educar" os consumidores

• sensibilização + cultura + práticas (numa relação

sistémica)

• o que é ser consumidor? (literacia + diversidade)

• alimentação: prazer e gosto

• mitos e realidades emergentes

• combate à homogeneização do gosto

• na relação com a produção é importante assegurar

fiabilidade, consistência e regularidade

• sazonalidade implica uma relação com o tempo que é

diferente

• a caráter crítico da distribuição - entregas em tempo nos

locais de consumo

• à dimensão política e dos atores acresce a relevância do

papel da “vontade” e da “decisão”.

Painel 2 - Consumos, Produção e Circuitos de

Comercialização (cont.)

• importante flexibilidade e criatividade nas

ementas

• alteração das ementas/sazonalidade

• ofertas particulares experimentais em grandes

grupos de distribuição

• criatividade na realização de novas ideias e novos

negócios

• consumir sazonal é também acomodar picos de

preços

• organização é precisa

• preços e custos: tem de ser caro?

• inovar recuperando

• necessidade de trazer a lógica da economia social

para a configuração de soluções

Painel 1 - Saúde e Segurança Alimentar

• ligar a produção local ao circuito

• local: tem menos autonomia (menos poder ou de

equilíbrios de poder)

• local: as inter-dependências são intensas, mas

difusas

• atualização do conceito de agricultura familiar

• Família: modelo clássico???

• população envolvida nos circuitos

• Circuitos são problemáticos e apresentam hiatos

• Ligação da discussão à prática

• Assegurar garantias de escoamento

Painel 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos

• fiabilidade das massas críticas.

A discussão neste Painel, na sua interdependência com tópicos de outros eixos, releva para o Eixo 3:

a) Os impactes ambientais que a própria organização dos circuitos de produção e consumo acarreta

para a gestão de recursos e os desafios que coloca ao modelo organizativo e de mobilização de

atores em torno da produção em geral.

Entre os exemplos de Indexações de Comentários do Painel 2 ao Eixo 3 - Sustentabilidade e

Recursos Naturais, salientam-se:

a restauração como um setor que contribui para a poluição e desgaste do ambiente e dos

recursos do planeta;

a indústria alimentar na intensificação de agentes poluentes;

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

162 | P á g i n a

as questões da biodiversidade, dos venenos e das armadilhas à sustentabilidade

ambiental;

o envelhecimento dos agricultores como desafio; e

a falta de incentivos à valorização da profissão junto dos jovens agricultores.

b) Para o Eixo 1, sobretudo, com questões relacionadas com a própria literacia alimentar. Entre os

exemplos de Indexações de Comentários do Painel 2 ao Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar,

salientam-se os seguintes:

a. Valores a desenvolver na alimentação adequada: bom, limpo e justo;

b. Questões sobre o que é a qualidade? Segurança? Soberania alimentar?; e

c. Questões relacionadas com a “educação”/pedagogia alimentar nas escolas.

c) Para o Eixo 4, o reforço da aposta em soluções de cariz “win-win” e guiadas pela promoção da

sustentabilidade.

Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos

O debate sobre o Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos, introduzido no Painel 3, veio acentuar

o carácter programático estruturante deste Eixo para a SMEA no que pode sustentar e alavancar a

proficuidade dos restantes eixos. Neste Painel foi reforçado, conforme sistematizado no Quadro 4:

(i) a clarificação das diferenças entre os vários modelos agrícolas já experimentados e instituídos e

as novidades introduzidas pelo modelo agro-ecológico enquanto modelo emergente assente

numa opção/necessidade existencial de configuração da atividade humana na relação com a

natureza e com os recursos que esta providencia, numa perspetiva holística, relacional e

sistémica;

(ii) a identificação do seu potencial no combate / minimização de ameaças globais e de impacte local

decorrentes da pressão exercida pelos atuais sistemas instituídos sobre os recursos disponíveis e

das alterações climáticas, no que configuram de urgências a tomar consciência e a considerar nas

opções estratégicas de desenvolvimento pretendidas; e

(iii) o debate em torno dos seus principais desafios não apenas no que reporta às suas dimensões

programáticas num quadro de valores a (re)instituir, mas também no que implicam de

consolidação cultural e de envolvimento de um sistema de actores alargado, ou ainda no que

estas dimensões aportam de desafios ao desenvolvimento tecnológico, financeiro e

organizacional do modelo agro-ecológico, num quadro de sustentabilidade operativa.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

163 | P á g i n a

Quadro 4 - Contributos recolhidos indexados ao Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos

Painel 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos

práticas tradicionais vs outras da agricultura moderna

agro-ecologia (gestão de eco-sistemas complexos; movimento social que não se reduz a alternativas tecnológicas; respeito e uso dos ciclos naturais de fecundidade)

a critica ao modelo da agricultura moderna já data dos anos oitenta

agricultura biológica - mas a institucionalização prejudicou

a alimentação define a interação que se quer para a relação homem / natureza

consciência do problema numa visão existencial

modelos de interação com a natureza

abordagem comunitária para resolução

falta de consciência do problema

industria da produção (mais tecnológica, maior rentabilidade; intensificação; a forçar o sistema ecológico)

o uso dos psicofármacos como ameaça

importante ligar a produtividade dos solos e o uso de outros recursos

atenção ao espaço vital e bem-estar dos animais

resiliência às adaptações climáticas - processos híbridos adaptativos

perda de fertilidade dos solos

envolver mais os produtores e os agricultores

agricultores são atores fundamentais

existem desafios técnicos para melhorar a relação com a natureza

um dos desafios é conciliar atratividade com “valores"

soberania alimentar passa por melhorar a eficiência através da prática e de denominadores comuns.

Painel 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos

(inter)-dependências como escolha consciente

eixo da “esparregata”

Partilha de risco: formas alternativas de organização com viabilidade fora dos mercados tradicionais

Recursos humanos e materiais

campanhas: o que nós queremos? o que se come aqui?

gabinete de apoio

movimentos agrícolas apoiados pela comunidade Painel 1 - Saúde e Segurança Alimentar

a produção é transversal - como? onde? em que Eixo?

abundância sem pegada longa (modelo agrícola + produção familiar?)

produção associada a baixo rendimento

modelo agrícola sustentável

produção insuficiente

estimular a produção

papel do agricultor

Painel 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização

a restauração é um setor que contribui para a poluição e desgaste do ambiente

biodiversidade

venenos e armadilhas vs sustentabilidade

poluição e desgastes dos recursos

indústria alimentar com agentes poluentes

falta de incentivo para jovens agricultores

envelhecimento do agricultor: desafio Painel 4 - Governancia Estratégica

conectividade ecológica

quem alimenta quem?

condições de operabilidade e recursos.

No que reporta às interconectividades evidenciadas neste Painel do Eixo 3 com os restantes Eixos, aquele

que acabou por ganhar maior relevo foi o Eixo 4, nomeadamente no que reporta ao sentido integrado de

mudanças a adotar e aos compromissos a assegurar.

Indexações de Comentários do Painel 1 ao Eixo 4 - Governancia Estratégica

o mote é Mudança!

um dos desafios é conciliar atratividade com “valores"

as campanhas devem incidir sobre o "bem-comum", a "partilha de risco" e a construção de relações / espírito de comunidade

alimentação como questão social a exigir uma política abrangente - o que queremos?

projeto de sentidos partilhados e ética social (utopia realizável!).

assegurar ligação com PDM

coerência nos mecanismos de regulamentação

a partilha de risco a exigir fiabilidade e compromisso

a questão da alimentação é um problema a ser tratado por todos (ligação que vai desde o poder central a todos para não se perder a "comunidade").

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

164 | P á g i n a

Eixo 4 - Governancia Estratégica

O debate em torno do Eixo 4 - Governancia Estratégica, desenvolvido no Painel 4, veio consubstanciar,

sobretudo, a sua relevância enquanto eixo de consolidação, ao nível de uma assunção e ação política,

operatória e de garantia de consistência sistémica ao desenvolvimento da SMEA. Tendo sido o último

Painel da jornada, e como se pode verificar pelo Quadro 5, esta dimensão estratégica de política tinha

sido já amiúde introduzida e debatida, sobretudo nos Painéis 1 e 3, permitindo que neste Painel o debate

se tenha focalizado e desenvolvido sobretudo em torno:

(i) das dimensões multi-escalares e multi-nível que uma estratégia desta natureza, num concelho

com as características de Montemor-o-Novo, convida e suscita;

(ii) da coerência e consistência com outros instrumentos de plano e opções de política pública

indexadas ao desenvolvimento do concelho que esta estratégia suscita, na construção do

movimento transformacional que se pretende alcançar; e

(iii) dos desafios a uma liderança colaborativa de movimentos e soluções de networking alargado a

um sistema de atores e de ação mais amplo a envolver e a comprometer em torno desta

Estratégia.

Quadro 5 - Contributos recolhidos indexados ao Eixo 4 - Governancia Estratégica

Painel 4 - Governancia Estratégica

escalas e níveis (local + global para os ODS)

bacias alimentares funcionais

municipal + supra-municipal: questão de inter-escalas e de inter-níveis

há experiência e história antes da SMEA

exequibilidade e coerência

PNPOT: Kapital Natural (solo, água, biodiversidade, recursos minerais, …)

foco e diversidade de iniciativas

desafios à economia na "valoração" das novas dimensões!

infraestruturas verdes: ligação do campo à cidade numa perspetiva ecológica

atores: quem? com que tipo de envolvimento? Multi-nível!!!!

Conselho Geral SMEA

parcerias externas Painel 1 - Saúde e Segurança Alimentar

alimentação é uma questão do domínio das políticas públicas - pelas assimetrias que esconde e pelas interceções inter-territoriais a que obriga

políticas públicas são também a causa do problema e por isso devem também fazer parte da solução

Painel 1 - Saúde e Segurança Alimentar (cont).

Painel 1 - Saúde e Segurança Alimentar

os desafios operacionais aos instrumentos de política no setor da alimentação são especialmente exigentes para territórios tipo MoN

é importante haver massa critica e isso às vezes só se consegue através da ligação com outras escalas

já se faz o que se quer fazer vingar com a SMEA?

o "direito humano a uma alimentação adequada" - é uma questão de poder que "esconde" assimetrias e "divorcia" custos de responsabilidades

envolver os vários atores no pôr em prática

as questões da alimentação implicam e envolvem todos (e não só alguns)

Carta de Compromisso deve ir à Assembleia Municipal Painel 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização

abordagem win-win

sustentabilidade como caminho Painel 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos

o mote é Mudança!

um dos desafios é conciliar atratividade com “valores"

alimentação como questão social a exigir uma política abrangente - o que queremos?

projeto de sentidos partilhados e ética social (utopia realizável!)

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

165 | P á g i n a

cultura alimentar como dimensão a ser trabalhada de forma sistémica

ligação a outras políticas sociais

abordagem baseada em direitos e políticas públicas

aditivos vs políticas financeiras

políticas públicas vs fornecimento de produtos nacionais

alteração de políticas ao nível supralocal: vulnerabilidade decorrente da urbanização acentuada e da desertificação do mundo rural

existe uma financeirização do sistema alimentar ao nível global com impactes enormes ao nível local - não se conhece quem regula ou controla.

Painel 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos (cont).

assegurar ligação com PDM

mecanismos de regulamentação

as campanhas devem incidir sobre o "bem-comum", a "partilha de risco" e a construção de relações / espírito de comunidade

a partilha de risco a exigir fiabilidade e compromisso

a questão da alimentação é um problema a ser tratado por todos (ligação que vai desde o poder central a todos para não se perder a "comunidade").

O tipo de contributos recolhidos neste Painel, com indexação aos restantes eixos acabaram por ser

residuais e de confirmação, em saturação de dimensões acionadas, das interconectividades identificadas

com este eixo nos painéis antecedentes, no que deste Eixo 4 dependem para a sua boa prossecução.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este Seminário Aberto, ao alargar a participação do debate no reforço e robustecimento das dimensões

equacionadas em sede das Oficinas Colaborativas e que deram mote ao desenho da versão 0.0 da

estrutura SMEA, permite avançar nas atividades em curso pelos dois Grupos de Trabalho, bem como no

desenvolvimento da Carta de Compromisso, com base nesta estrutura estratégica, e reforçar o interesse

da 2ª Semana de Rua para a pré-divulgação e a angariação de subscritores da Carta.

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ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO

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Julho de 2015