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ESTRATÉGIA ALIMENTAR
PARA MONTEMOR-O-NOVO
CARTA DE COMPROMISSO
RELATÓRIO DA ESTRATÉGIA
PARTE I - MOTIVAÇÕES, ESTRATÉGIA
DE INTERVENÇÃO E GOVERNANCIA
PARTE II - ELEMENTOS MATERIAIS DE SUPORTE
Junho de 2019
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
ÍNDICE CARTA DE COMPROMISSO POR UMA ESTRATÉGIA ALIMENTAR DE EXCELÊNCIA PARA MONTEMOR-O-NOVO........................................ i
PARTE I - MOTIVAÇÕES, ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO E GOVERNANCIA ................................................................................ 1
NOTA PRÉVIA ........................................................................................................................................................... 1
1. ENQUADRAMENTO SMEA...................................................................................................................................... 3 1.1. Objecto .............................................................................................................................................................. 3 1.2. Princípios e Presuspostos ................................................................................................................................. 3 1.3. Conceitos de Referência .................................................................................................................................. 5
2. RACIONAL E CONTEÚDOS SMEA .............................................................................................................................. 7 2.1. Visão de suporte à Estratégia Alimentar ....................................................................................................... 9 2.2. Eixos Estratégicos e Objetivos da Estratégia Alimentar ................................................................................ 9 2.3. Grupos de Medidas ...................................................................................................................................... 13 2.4. Arenas Operacionais .................................................................................................................................... 15 2.5. Fatores de Sucesso a considerar .................................................................................................................. 15 2.6. Mapa de Medidas e Ações, por Eixo ............................................................................................................ 17
3. MODELO DE FUNCIONAMENTO SMEA .....................................................................................................................19 3.1. Estrutura do Modelo de Governancia ......................................................................................................... 19 3.2. Plano de Gestão de Riscos .............................................................................................................................. 25
4. PEÇAS TÉCNICAS SMEA ........................................................................................................................................27 4.1. Fichas de Medidas ........................................................................................................................................ 27 4.2. Matriz de Interconectividades de Ações ..................................................................................................... 44 4.3. Mapa de Envolvimento dos Atores .............................................................................................................. 46 4.4. Mapa de Recursos ........................................................................................................................................ 49 4.5. Cronograma .................................................................................................................................................. 52
5. FICHAS DE COMPROMISSO DE ATORES SMEA ............................................................................................................53
PARTE II - ELEMENTOS MATERIAIS DE SUPORTE ...............................................................................................................67
A. ROTEIRO E SÍNTESE METODOLÓGICA ........................................................................................................................69 A.1. OBJETIVOS DA CONSULTORIA ................................................................................................................................ 69 A. 2. ROADMAP PARA A ELABORAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA ALIMENTAR ............................................................................. 70 A.3. PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS ................................................................................................ 73
B. DIAGNÓSTICO DE RECURSOS E INICIATIVAS NO ÂMBITO DO SISTEMA ALIMENTAR LOCAL......................................................77
B1. ECONOMIA AGRO-ALIMENTAR DE MONTEMOR-O-NOVO .............................................................................................80
B.2. INICIATIVAS MUNICIPAIS (PÚBLICAS E ASSOCIATIVAS) ..................................................................................................89
B.3. PRODUÇÃO ALIMENTAR EM MONTEMOR-O-NOVO ....................................................................................................93
B.4. OPORTUNIDADES E DESAFIOS ................................................................................................................................96
C - CENÁRIOS E PERSPECTIVAS DE INTERVENÇÃO ............................................................................................................ 101
ANEXO ............................................................................................................................................................... 109
OFICINAS COLABORATIVAS - RELATÓRIOS DE UM PROCESSO DE TRABALHO .......................................................................... 109 1ª Oficina Colaborativa - Resultados .................................................................................................................. 109 2ª Oficina Colaborativa - Resultados .................................................................................................................. 123 3ª Oficina Colaborativa - Resultados .................................................................................................................. 135 4ª Oficina Colaborativa - Resultados .................................................................................................................. 145 Seminário Aberto - Resultados............................................................................................................................ 155
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CARTA DE COMPROMISSO POR UMA ESTRATÉGIA ALIMENTAR DE EXCELÊNCIA PARA MONTEMOR-O-NOVO
A alimentação reveste particular importância na economia e na sociedade montemorense combinando a
existência de recursos naturais, conhecimento e tradição produtivos (próprios e associados às economias
de montado), com hábitos alimentares ancorados na Dieta Mediterrânica que estabelecem fortes
relações com o território, da produção ao consumo num ciclo vivo e renovado.
À escala de Montemor-o-Novo, a problemática alimentar compreende a produção, a transformação, a
comercialização, a segurança e saúde alimentares e os comportamentos de consumo, configurando
desafios e objetivos estratégicos para o desenvolvimento futuro do Concelho.
Esta visão ampla da alimentação tem motivado, ao longo dos últimos anos, a organização de iniciativas
municipais e associativas, nomeadamente através da dinamização de experiências orientadas para
encontrar soluções para problemas como o acesso à terra, a instalação de novos agricultores, a assistência
técnica para inovar, a comercialização das produções de pequena escala, o uso racional dos recursos, o
combate ao desperdício alimentar e a valorização da Dieta Mediterrânica, associada às identidades
culturais e produtivas do território.
Entre essas iniciativas realçamos a decisão de elaborar a Estratégia Alimentar para o Concelho, na
sequência dos processos participativos da Agenda 21 Local e da Carta Estratégica Montemor-o-Novo,
2025, tendo por finalidade “(re)conectar o sistema alimentar com o território, incluindo os habitantes e
consumidores, as explorações agrícolas e as indústrias agroalimentares de base local”.
A Elaboração da Estratégia Alimentar encontrou suporte num roteiro metodológico que organizou
Oficinas de trabalho com envolvimento ativo de atores locais, a par de iniciativas de rua (Semanas Abertas
nas freguesias, junto de pontos de venda de referência e na Feira da Luz/Expomor) que deram a conhecer
a iniciativa da Estratégia Alimentar e enriqueceram as sensibilidades existentes em torno da temática da
alimentação (diagnóstico compreensivo, afinação de conceitos operativos, visão de futuro, propostas de
atuação e compromissos de participação e dinamização).
Assim, e dando sequência ao processo de trabalho partilhado no qual participámos ativamente ao longo
do último ano, celebramos esta Carta de Compromisso tendo por motivação os seguintes propósitos:
trabalhar para a afirmação e consolidação de um sistema alimentar local pautado pela integração
positiva entre a produção, a transformação, a comercialização e o consumo que respeite a gestão
sustentável dos recursos e as necessidades de segurança alimentar das pessoas e do território;
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estimular a adoção de boas práticas nas produções locais e de hábitos alimentares saudáveis, ao
nível das políticas e iniciativas públicas nos domínios da agricultura, da educação, da saúde, do
ambiente e da gestão dos recursos do território;
valorizar o conhecimento científico e empirico bem como as iniciativas em matéria de gestão de
recursos naturais e da produção e gestão agro-alimentares aproximando a comunidade científica
e técnica, as associações de produtores e as entidades públicas (local, regional e nacional), numa
agenda de inovação e desenvolvimento para a concretização dos objetivos associados à
consolidação gradual de um sistema alimentar sustentável e inclusivo;
contribuir para um movimento regional e nacional empenhado em encontrar respostas para
assegurar o direito à alimentação, assentes na gestão racional dos recursos e na valorização da
agricultura familiar e das fileiras e circuitos de proximidade, para uma partilha de valor mais justa;
partilhar as experiências locais a nível europeu e mundial visando a construção de conhecimento
na valorização dos recursos naturais de forma sustentável como base de desenvolvimento
económico e de criação de riqueza nos territórios de baixa densidade.
Assinado por (ordem alfabética):
Entidade ……………………………………………………………….Nome:………………………………………………………………..;
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ANEXO À CARTA DE COMPROMISSO - RACIONAL DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR DE MONTEMOR-O-NOVO
Visão
Montemor-o-Novo um Concelho que come bem, privilegia práticas alimentares saudáveis, tem cidadãos
implicados numa cultura de valorização do seu património agro-alimentar, num esforço coletivo de
respeito pelos recursos identitários (produtivos e ambientais), consolidando a transição para um sistema
agro-ecológico de base territorial.
Eixos Estruturantes da Estratégia Alimentar (SMEA)
Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar
Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização
Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos
Eixo 4 - Governancia Estratégica.
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Grupos de Medidas, por Eixo Estruturante da Estratégia Alimentar (SMEA)
Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar: Medidas 1.1. Informação e Saber-Fazer; 1.2.
Experimentação - Mercado; 1.3. Consumos Públicos; e 1.4. Regulação Adaptativa.
Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização: Medidas 2.1. Cultura e Literacia
Alimentar; 2.2. Experimentação de Nano Produções; 2.3. Práticas de Consumo; e 2.4. Distribuição
e Transformação.
Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos: Medidas 3.1. Património e Desperdício; 3.2.
Experimentação - Organização e Sustentabilidade; 3.3. Práticas Produtivas; e 3.4. Relação com os
Recursos.
Eixo 4 - Governancia Estratégica: Medidas 4.1. Comunicação; 4.2. Tempos e Monitorização; 4.3.
Liderança e Networking; e 4.4. Território e Integração de Instrumentos de Plano.
Estrutura do Modelo de Governancia SMEA
Peças Técnicas da Estratégia Alimentar (Fichas por Medida e Ação)
Fichas de Compromisso, por Ator signatário.
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PARTE I - MOTIVAÇÕES, ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO E GOVERNANCIA
NOTA PRÉVIA
O Documento da Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo organiza um conjunto
vasto de materiais que foram sendo elaborados ao longo de mais de um ano de trabalho partilhado e
participativo que envolveu três principais segmentos de intervenientes:
(i) Grupo de trabalho da Agenda 21 Local, constituído por elementos de estrutura técnica dos
Serviços Municipais (várias Unidades orgânicas) e representantes de movimentos associativos
locais;
(ii) Atores locais e regionais com ligações ao sistema alimentar em diversas áreas de atividade, da
produção ao consumo; e
(iii) Consultores com funções de animação do processo de trabalho, de elaboração de sinopses
técnicas de sequência e de apresentação gráfica e de imagem.
Este Documento de Referência da Estratégia Alimentar para Montemor-o-Novo estrutura os seguintes
conteúdos principais:
Racional e Instrumentos da Estratégia, que compreende os elementos conceptuais, a Visão, os
Eixos Estruturantes e as Fichas de Medidas/Ações, com identificação de compromissos e
responsabilidades por parte dos diversos atores e entidades envolvidas na concretização dos
instrumentos da Estratégia (Parte I - Motivações, Estratégia de Intervenção e Governancia).
Materiais de suporte à Elaboração da Estratégia Alimentar para Montemor-o-Novo que
compreende duas componentes chave: Elementos de Diagnóstico do Sistema Alimentar do
Concelho, e exercício de Cenarização prospetiva da sua evolução; e Relatórios de trabalho que
reúnem os elementos técnicos (metodologias e resultados) das Oficinas de Trabalho, semanas
abertas de rua e Seminário (Parte II - Elementos Materiais de Suporte).
Esta organização de materiais em duas Partes procura responder às seguintes principais preocupações do
processo de trabalho:
Dotar a implementação da Estratégia Alimentar para Montemor-o-Novo de um instrumento
técnico orientador de faseamento, de sinalização de responsabilidades e envolvimentos e de
ferramentas de gestão e monitorização;
Criar um Repositório racional e coerente dos resultados do trabalho desenvolvido na elaboração
da SMEA.
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1. ENQUADRAMENTO SMEA
1.1. Objecto
A Elaboração da Estratégia Alimentar para o Concelho de MoN (SMEA), promovida pela sua autarquia,
surge em sequência dos trabalhos enquadrados na Agenda 21 Local e em estreita ligação com a
elaboração da Carta Estratégica para o Concelho, tendo um horizonte temporal até 2025.
A elaboração da SMEA (enquanto Estratégia Alimentar Partilhada e Participada) assentou no
envolvimento de públicos que normalmente não são considerados em fase de planeamento, cuja
participação se afigura relevante para a robustez das propostas e da Iniciativa como um todo.
A mobilização de atores-chave para o processo de trabalho é também relevante para a implementação e
a “apropriação” coletiva da SMEA, ou seja, para garantir um compromisso coletivo em torno da Estratégia
e uma operacionalização partilhada da mesma.
A SMEA assume uma perspectiva de reforço da ligação com outros instrumentos estratégicos e de
planeamento (Agenda 21 Local; Carta Estratégica Montemor-o-Novo, 2025; e Plano Diretor Municipal, em
revisão). A abordagem integrada adoptada constitui, ainda, um contributo efetivo da SMEA para os quatro
pilares da sustentabilidade: Desenvolvimento Social (People); Desenvolvimento Económico Local (Profit);
Dimensão Ambiental (Planet); e Cidadania (Politics).
A SMEA pretende constituir um guia de orientação partilhado que enquadre e favoreça a realização de
ações individuais e coletivas conducentes a uma abordagem consciente, integrada e comprometida com
uma alimentação com qualidade, no que esta impacta em termos de saúde e bem-estar das populações,
do desenvolvimento local do Concelho, bem como de questões ambientais de natureza mais ampla.
Esta Estratégia destina-se a todos os atores, individuais e/ou organizados, que residem, operam ou
utilizam o Concelho, consubstanciando-se na Carta de Compromisso que abre este Documento e dele faz
parte integrante como peça nobre de referência e compromisso responsável.
1.2. Princípios e Presuspostos
Na origem do processo fundador considera-se a existência de um património agro-alimentar (produtivo e
de consumo) no Concelho que incorpora potencialidades não optimizadas, mas que estáameaçado pela
globalização dos sistemas alimentares, a emergência de novos perfis alimentares não sustentáveis e por
necessidades de consumo nem sempre suportadas por sistemas de produção alimentar local e/ou
ambientalmente responsáveis.
Esta preocupação genérica com a sustentabilidade encontra uma ancoragem robusta no referencial dos
Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a implementar por todos os países do mundo até
2030. Entre os dezassete ODS salienta-se o ODS 2 que pretende “acabar com a fome, alcançar a
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segurança alimentar e a melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”. Também o ODS
12,que tem como objectivo assegurar padrões de consumo e de produção sustenatáveis, e o ODS 11, que
pretende tornar as cidades e agrupamentos humanos mais inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis,
são de extrema relevância.
Na construção dos Princípios e Pressupostos, os “ateliers” de trabalho, identificaram um racional “claro
/escuro” de aspectos-chave a Evitar e a Assegurar na conceção e implementação da Estratégia Alimentar.
Alguns destes elementos são recuperados no exercício de cenarização apresentado na Parte II.
Evitar Assegurar
MoN perde qualidade alimentar existente Alimentação saudável acessível e generalizada (marca do Concelho)
Fome em MoN por falta de acesso a alimentos Atribuição de “valor” ao que “faz bem” e é de produção local
Predominância de acesso a produtos alimentares importados (não produzidos localmente)
Ligação entre o “comer” e o “fazer” (confeção, conservação, substituição de ingredientes, reaproveitamento de sobras, etc.)
Falta de diversidade na produção agrícola e/ou alteração da vocação agro-alimentar do Concelho
Reforço de relações e aprendizagens mútuas inter-geracionais em torno da produção agrícola e da alimentação (em torno do “comer” e do “fazer”)
Perda de património material (i.e., sementes) e imaterial (i.e., boas práticas alimentares e saberes fazer associados à produção e confeção de alimentos)
Acesso a “produtos” e “comida” de qualidade (sem produtos químicos nocivos, com sabor e valor nutritivo). Preservação das sementes locais
Falta de disponibilidade e/ou perda de qualidade de água para a produção e consumo e de solos cultiváveis
Capacidade produtiva e de retenção de água dos solos do Concelho
Perda de população na sequência de agravamento de fenómenos de desertifi- cação física e humana
Produção agrícola local com qualidade para distribuição interna e externa
Impactes ambientais de produção intensiva e má gestão de resíduos e excedentes.
MoN passa a ter “produtos” locais reconhecidos interna e externamente. MoN assegura a gestão sustentável dos seus recursos naturais
Com a elaboração e prossecução da Estratégia Alimentar para Montemor-o-Novo, foram consideradas
as seguintes dimensões de contributo e retorno potenciais com incidência em diferentes pontos e
protagonistas do sistema alimentar local:
• Sensibilização/perceção coletiva sobre o tema
• Aprender a “comer” melhor
• Crescimento e desenvolvimento económico do Concelho
• Revalorização de produtos de estação e de origem local
• Dinamização de cadeias de valor
• Reforço de relações inter-setoriais
• Inovar e “sair do quadrado” das soluções-tipo
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• Sinergias para desenvolver novos produtos e serviços associados ao setor agro-alimentar
• Robustecer as capacidades reflexiva e de questionamento coletivo e partilhado
• Construção de uma visão global partilhada
• Atualização do “estado da arte” no Concelho e aprofundar diagnóstico e dimensão
compreensiva dos fenómenos da alimentação.
1.3. Conceitos de Referência
A tabela seguinte sistematiza os principais conceitos associados à estruturação do Sistema Alimentar
Local. Os conteúdos foram preparados no contexto da reflexão dos grupos de trabalho constituídos, a
partir das dinâmicas de funcionamento das Oficinas de trabalho.
Conceitos SMEA
Comer bem é:
Diversificar a alimentação, comer produtos da época/estação, comer preferencialmente biológico, comer o mínimo de produtos processados, comer produtos ricos nutricionalmente, ser esclarecido em relação à alimentação, tentar conhecer o produtor dos seus alimentos e privilegiar o consumo de alimentos dos produtores que conhece.
Circuitos curtos locais são:
Um modo de comercialização que se efetua ou por venda direta do produtor para o consumidor ou por venda indireta, com a condição de não haver mais de um intermediário. A ele se associa uma proximidade geográfica (concelho e concelhos limítrofes) e relacional entre produtores e consumidores [Regulamento (UE) n.º 1305/2013 (FEADER)]. Não são consideradas intermediários as entidades de transformação (matadouros, lagares, unidades de descasque, entre outros) que prestam um serviço ao produtor. Considera-se uma distância de 50 km a partir da exploração agrícola até ao consumidor final. Todos os alimentos que não existam no raio de distância estabelecido para efeitos de circuitos curtos (peixe, sal, fruta, etc.), serão considerados os produtos que provêm de locais pertencentes à NUT III (Alentejo Central).
Agroecologia é:
O termo agroecologia pode ser entendido como uma disciplina científica, como uma prática agrícola ou como um movimento social e político. Visa a agricultura ambientalmente sustentável, economicamente eficiente e socialmente justa. A agro-ecologia baseia-se em dois princípios:
(i) gestão de ecossistemas complexos, com base na compreensão das funcionalidades dos seus elementos, evitando simplificação dos mesmos;
(ii) respeito e uso dos ciclos naturais de fertilidade em alternativa ao modelo químico suportado pelos combustíveis fósseis.
A ciência agroecológica dedica-se a sistematizar e valorizar os conhecimentos e saberes das culturas tradicionais cujas práticas demonstraram gerir adequadamente os ecossistemas. Esta ciência tem de ser transdisciplinar, no sentido de poder abordar toda a complexidade dos sistemas agrários sustentáveis e as componentes socioeconómicas a eles associadas, num processo de co-construção com as comunidades rurais.
Uma gestão integrada e
multinível é:
Uma gestão integrada e multinível é aquela que assegura uma abordagem holística e sistémica na sua condução, velando pelas complementaridades e sinergias entre os vários campos de ação e garantindo coerênia de intervenção multi - setorial, escala e níveis de atuação, conducente a sistemas de governancia participada e colaborativa e à concertação dos compromissos em ações concretas. A definição está refletida na constituição do Conselho Geral SMEA, onde existe a integração de todos os Eixos, seu modo de funcionamento, referindo que a sua constituição deve ser feita por elementos de todas as áreas da cadeia, nomeadamente: Entidades públicas (Município, Juntas de Freguesia, DRAPL, Universidades/ICAAM…), associações de produtores, ADL’s, grupos de cidadãos, empresas do setor, IPSS’s, …
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2. RACIONAL E CONTEÚDOS SMEA
Fruto dos princípios e pressupostos resultantes do processo de trabalho participativo e partilhado, os
vetores estruturantes adoptados para a SMEA combinam:
(i) uma linha transversal que agrega as questões da agro-ecologia e da promoção dos circuitos curtos
de base local, como dimensões mestras e complementares a desenvolver na Estratégia; e
(ii) uma linha vertical que agrega questões relacionadas com o domínio público/político e com o
domínio comunitário/coletivo, com áreas de intervenção e envolvimento complementares
necessárias à prossecução da Estratégia.
A intercepção destes vetores estruturantes contribuiu para configurar os seguintes Eixos Estratégicos para
a SMEA:
(iii) Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar - como Eixo estratégico a desenvolver no quadrante
configurado pela intercepção da área de intervenção e implicação pública/política e do domínio
da promoção de circuitos curtos de base local.
(iv) Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização - como Eixo estratégico a
desenvolver no quadrante configurado pela intercepção da área de intervenção e implicação
comunitária/coletiva e do domínio da promoção de circuitos curtos de base local.
(v) Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos - como Eixo estratégico a desenvolver no
quadrante configurado pela intercepção da área de intervenção e implicação
comunitária/coletiva e do domínio da promoção da agro-ecologia.
(vi) Eixo 4 - Governancia Estratégica - como Eixo estratégico a desenvolver no quadrante configurado
pela intercepção da área de intervenção e implicação pública/política e do domínio da promoção
da agro-ecologia.
O Diagrama seguinte explicita o Racional da Estratégia Alimentar na relação de vetores estruturantes/
/Eixos estratégicos, estabelecendo uma relação ativa entre as dimensões de política e intervenção pública
com as dimensões relativas às práticas e comportamentos de natureza comunitária/coletivas.
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2.1. Visão de suporte à Estratégia Alimentar
A formulação da Visão que suporta a conceção e desenvolvimento da Estratégia Alimentar procura
combinar a qualidade das práticas alimentares e a segurança alimentar com as dimensões produtivas que,
simultaneamente, assegurem uma gestão sustentável futura dos recursos naturais.
Essa combinação de vetores deverá projetar Montemor-o-Novo como um Concelho que:
come bem,
tem práticas alimentares saudáveis generalizadas,
está implicado numa cultura de valorização do seu património agro-alimentar,
assume um esforço colectivo de respeito e valorização dos recursos locais e ambientais, e
consolida a transição para um sistema agro-ecológico de base territorial.
2.2. Eixos Estratégicos e Objetivos da Estratégia Alimentar
Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar
Objetivo: Promover a Saúde e Segurança Alimentar no Concelho como área transversal a todos os
domínios de intervenção pública e como forma de valorização dos saberes e património alimentar local e
de promoção e favorecimento de circuitos curtos, entre as várias escalas de produção e consumo.
O Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar tem uma vocação sobretudo centrada na exploração do conceito
de “alimentação adequada”, nas suas dimensões de segurança e acessibilidade não descriminatória. A
sua missão vê-se reforçada pelo respectivo contributo para a construção e estabilização de uma
“confiança” generalizada em torno da alimentação através de uma intervenção pública de cariz
pedagógico e exemplar, quer pela dinamização dos mercados municipais locais, quer pela generalização
de compras públicas orientadas por princípios de proximidade e sazonalidade.
Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização
Objetivo: Contribuir para o alargamento da utilização de circuitos curtos nas práticas de consumo,
produção, comercialização e transformação pela comunidade, como base de uma cultura colectiva local
de alimentação adequada e saudável e também inclusiva.
O Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuítos de Comercialização alarga a sua ação aos impactes nas
práticas de transformação e consumos através da restauração e do incentivo à viabilização de consumos
públicos de baixa pegada, acionando:
o debate sobre os limites e especificidades do que pode ser ou não considerado como “local” e
“circuitos curtos”;
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a criação de massa crítica no consumo e na logística e distribuição, associadas à promoção de
práticas produtivas, no âmbito da agricultura familiar e da organização de circuitos de
comercialização locais;
a relevância de uma literacia alimentar generalizada e coerente ao longo de todo o ciclo de valor,
incluindo os circuitos de comercialização de base local;
a força de “vontade” e de “querer” (nas disponibilidades e criatividade que implicam) para lidar
com os diferentes tempos associados à sazonalidade e à fiabilidade, na consistência e regularidade
dos fornecimentos;
desafios à inovação organizativa e quotidiana para acomodar variabilidades nos custos,
fornecimentos e tipo de consumos de forma sustentável, viável e consistente nos diversos tipos de
transformação e consumo alimentar.
Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos
Objetivo: Sustentar a adopção do modelo agro-ecológico na sua relação sistémica com os recursos
ambientais e os princípios de sustentabilidade, em observância e recuperação das práticas produtivas que
fazem parte do património da Região e no combate à pauperização e desperdício bem como ao uso
ineficiente de recursos, em favor de uma estrutura mais robusta orientada para desenvolver práticas de
alimentação saudável.
O Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos vê acentuado o seu carácter programático estruturante
para a SMEA, em dimensões de contributos que podem sustentar e alavancar a proficuidade dos restantes
Eixos. Neste Eixo reforça-se:
o esclarecimento das diferenças entre os vários modelos agrícolas já experimentados e instituídos
e das novidades introduzidas pelo modelo agro-ecológico enquanto modelo emergente que
assenta numa opção/necessidade existencial de conciliar a atividade humana com a natureza e
com os recursos que esta providencia, numa perspetiva holística, relacional e sistémica;
a identificação do seu potencial no combate/minimização de ameaças globais e de impacte local
decorrentes da pressão exercida pelos sistemas instituídos sobre os recursos disponíveis e das
alterações climáticas, no que configuram de urgência a tomar consciência e a considerar novas
soluções nas opções estratégicas de desenvolvimento pretendidas; e
o debate em torno dos principais desafios não apenas no que reporta às dimensões
programáticas, num quadro de valores a (re)instituir, mas também no que implica de
consolidação cultural e de envolvimento de um sistema de actores alargado, ou ainda no que
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estas dimensões aportam de desafios ao desenvolvimento técnológico, financeiro e
organizacional do modelo agro-ecológico.
Eixo 4 - Governância Estratégica
Objetivo: Contribuir para a integração e a coerência das medidas e instrumentos necessários à afirmação
do modelo agro-ecológico no território como quadro de referência partilhado, bem como para a
mobilização e implicação dos vários intervenientes em modelos de governancia e em processos de decisão
comprometidos com este desiderato macro-estrutural de sustentação de uma cultura alimentar saudável.
O Eixo 4 - Governância Estratégica consubtancia a sua relevância enquanto eixo de consolidação, ao nível
da mediação política, operatória e de garantia de consistência sistémica no desenvolvimento da SMEA.
Com uma dimensão estratégica de condução da SMEA enquanto política pública, focaliza o seu
desenvolvimento em torno de:
dimensões multi-escalares e multi-nível que uma Estratégia desta natureza, convida e suscita,
num concelho com as características de Montemor-o-Novo;
coerência e consistência com outros instrumentos de planeamento e opções de política pública
indexadas ao desenvolvimento do Concelho que esta Estratégia suscita, na consolidação gradual
de movimentos de transformacão; e
desafios a uma liderança colaborativa de movimentos e soluções de “networking” alargado a um
sistema de atores e de ação mais amplo, a envolver e a comprometer em torno da Estratégia.
Esta apresentação sintética evidencia a existência de assinaláveis interdependências entre os Eixos que
adiante se explicitam, em termos gerais e mais específicos a cada Eixo:
Função estrutural e operativa estruturante do Eixo 3 (na sua novidade de consolidação de
diferença, enquanto quadro de referência para a Estratégia) e do Eixo 4 (no que pode fazer de
diferença em termos de missão e modus operandi), pelo suporte de natureza vincadamente
estratégica, de enquadramento e de suporte que proporciona sentido ao desenvolvimento dos
Eixos 1 e 2.
Afirmação do Eixo 1 na especificidade da sua vocação dirigida para a promoção de uma
alimentação adequada através da exemplaridade dos consumos públicos e da sua
interconectividade direta com o Eixo 4 , com o qual partilha o mesmo sentido de vetor estratégico
(Eixos de vocação pública e política).
Transversalidade de interdependências do Eixo 2 com os restantes Eixos que acaba por encontrar
nessas interdependências o mote ao seu desenvolvimento enquanto processo de consolidação
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12 | P á g i n a
do ciclo de valor de banda alargada para a generalização de consumos coletivos que possam tirar
partido da proximidade e sazonalidade dos sistemas de produção, transformação e distribuição.
As interdependências do Eixo 1 face ao desenvolvimento dos restantes eixos, encontram-se configuradas,
nomeadamente, nas vertentes seguintes:
• Desafios que coloca ao Eixo 4, no papel reservado à condução e assumpção desta matéria
enquanto objeto de política pública, nas suas interdependências com outros níveis de decisão e
instrumentos de ação pública e na forma como poderão ser envolvidos todos os atores numa
cultura permanente de valorização de uma alimentação adequada e com coerência sistémica;
Relação direta que estabelece com o Eixo 2, na forma como poderá agilizar circuitos de natureza
mais curta como prática generalizada, quer na configuração do que é local quer no que implica
de envolvimento das pessoas e famílias na adopção de práticas produtivas e de comportamentos
de consumo que possam vir a viabilizar a consolidação deste tipo de circuitos;
Entendimento do modelo produtivo a adoptar no Eixo 3, de reforço à estabilização e
generalização de uma alimentação adequada, com envolvimento do sistema produtivo, e ao
robustecimento de viabilidade e sustentabilidade das práticas de uso e transformação.
As interdependências do Eixo 2 com tópicos de outros Eixos relevam-se, sobretudo, nas vertentes
seguintes:
Eixo 3, com os impactes ambientais que a própria organização dos circuitos de produção e
consumo acarretam para a gestão de recursos e os desafios que coloca ao modelo organizativo e
de mobilização de intervenientes em torno da produção em geral;
Eixo 1, sobretudo com questões relacionadas com a própria literacia alimentar;
Eixo 4, com o reforço da aposta em soluções de cariz “win-win” e guiadas pela promoção da
sustentabilidade.
As interconectividades do Eixo 3 com os restantes eixos são estruturantes, sendo de sublinhar como de
especial relevo a sua interdependência com o Eixo 4, nomeadamente no que reporta ao sentido integrado
de mudanças a adoptar e às massas critícas e compromissos a assegurar na Estratégia SMEA.
O Eixo 4 estabelece interdependências com todos os restantes eixos em garantias de articulação e
valorização da SMEA, no quadro de desenvolvimento do Concelho.
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13 | P á g i n a
2.3. Grupos de Medidas
Considerando os objectivos estabelecidos para cada Eixo Estratégico, identificam-se quatro Campos de
Medidas a desenvolver de forma operacional para cada um destes Eixos:
A) Eixo I - Saúde e Segurança Alimentar
(i) Informação e Saberes Fazer - passível de agregar ações de informação e divulgação
conducentes à promoção e generalização da saúde e segurança alimentar e de saberes-
fazer instalados (ou a desenvolver) orientados pela valorização de produtos locais e pela
adoção de circuitos curtos.
(ii) Mercado Local como espaço de Experimentação - passível de agregar acções
experimentais, exemplares ou de generalização de boas práticas alimentares para o
Concelho, quer pelo seu contributo para a saúde e segurança alimentar a promover, quer
pelo seu valor acrescentado para a promoção de produtos e saberes locais, em torno da
questão da alimentação.
(iii) Consumos Públicos - passível de acolher acções de promoção e generalização dos
princípios associados a uma alimentação saudável, segura e com baixa pegada ambiental,
em contextos institucionais, espaços públicos e eventos de mobilização colectiva.
(iv) Regulação Adaptativa - passível de acolher acções de iniciativa municipal ou de natureza
pública através da adaptação e garantia de coerência nos instrumentos de regulação do
sector agro-alimentar, de forma a reforçar a ação política em matéria alimentar e a
enquadrar e favorecer práticas saudáveis e sustentáveis.
B) Eixo II - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização
(i) Cultura e Literacia Alimentar – passível de acolher acções de suporte a uma literacia
alimentar generalizada a todos os atores, de entreajuda na resolução de problemas e de
consolidação de uma cultura local em torno da uma alimentação saudável.
(ii) Nano-Produções como espaço de Experimentação - passível de acolher acções
experimentais e de desenvolvimento do nexus produção-consumos, em regimes de
circuitos curtos de maior proximidade.
(iii) Práticas de Consumo - passível de acolher acções para a promoção generalizada de
consumos mediados por circuitos curtos de maior proximidade ao nível das famílias, da
restauração, da distribuição e da transformação de alimentos.
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14 | P á g i n a
(iv) Distribuição e Transformação - passível de acolher acções de consolidação de práticas e
soluções inovadoras no papel que a distribuição e a transformação de alimentos podem
desempenhar, no estreitar e aproximar do nexus produções-consumos.
C) Eixo III - Sustentabilidade e Gestão de Recursos
(i) Património e Desperdício - passível de acolher acções de levantamento e reconhecimento
(valorização) do contributo do património de saberes e práticas instaladas no Concelho
para o desenvolvimento de uma cultura agro-ecológica e de ações diretamente
vocacionadas para a redução de desperdícios.
(ii) Organização e Sustentabilidade da AE, como espaço de experimentação - passível de
acolher acções de experimentação e desenvolvimento do modelo agro-ecológico a
implementar, nomeadamente nas suas vertentes de sustentabilidade financeira,
económica e tecnológica/operativa.
(iii) Práticas Produtivas - passível de acolher acções de viabilização, consolidação e
generalização de práticas produtivas mais alinhadas com o modelo Agro-ecológico e com
expressão no desenvolvimento de uma economia circular virtuosa.
(iv) Relação com Recursos - passível de acolher acções de reconhecimento e gestão integrada
de recursos orientadas para a generalização do seu uso eficiente e capacitação adaptativa
dos diferentes atores e do sistema para uma resiliência coletiva de base territorial.
D) Eixo IV - Governância Estratégica
(i) Comunicação - passível de acolher acções diretamente orientadas para a promoção de
canais de comunicação efetiva entre todos os intervenientes em torno da informação
disponível, conteúdos estabilizados e partilha de experiências e saberes.
(ii) Gestão dos tempos de desenvolvimento da SMEA e Monitorização, como espaços de
experimentação - passível de acolher acções orientadas para a experimentação de
instrumentos de gestão estratégica e de monitorização dos seus progressos, em novos
campos de possibilidades e consequências nas transformações que possam ir ganhando
evidência no território.
(iii) Liderança e Networking - passível de acolher acções de reconfiguração e alargamento do
sitema de atores a par da sua mobilização e implicação num modelo de ação e de
governancia integrada e colaborativa, através da consolidação de compromissos efetivos
e de práticas de co-responsabilização e partilha de decisões e poderes.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
15 | P á g i n a
(iv) Território e Instrumentos de Planeamento - passível de acolher ações transversais à
consolidação do modelo agro-ecológico no território, à sua integração e consideração
noutros instrumentos de planeamento e à promoção e gestão necessárias à consolidação
da transição de referências e efetivação das transformações almejadas com a SMEA.
2.4. Arenas Operacionais
No sentido de assegurar uma integração operacional destes Campos de Medidas e potenciar a sua relação
sinergética, é possível identificar 4 grandes Arenas Operacionais passíveis de reforçarem o sentido
estratégico e operativo às ações enquadradas em cada Campo de Medidas. Assim:
I. Arena Operacional 1 - Informação e Culturas Partilhadas - passível de agregar os campos de
medidas descritas para cada Eixo Estratégico num propósito de partilha e acesso ágil a informação
e de um sistema fluido de comunicação que permita suportar a valorização e a implicação de
todos os atores em torno dos domínios que fazem parte do eixo estruturante transversal e a
consolidação de uma cultura local alimentar saudável.
II. Arena Operacional 2 - Campos de Experimentação e I&D - passível de agregar os campos de
Medidas descritas para cada Eixo Estratégico num propósito de promoção de conhecimento, de
I&D e de desenvolvimento experimental passível de consolidar aprendizagens, trocas virtuosas
de saberes, progressos e adquiridos entre os domínios que fazem parte do eixo estruturante e
boas práticas/referências para eventual generalização.
III. Arena Operacional 3 - Práticas Agregadas - passível de agregar os campos de Medidas descritas
para cada Eixo Estratégico num propósito de robustecer e conciliar as diferentes práticas
necessárias e a implicar nesta Estratégia, num cimento de efeito efectivo entre as áreas de
actuação e implicação de natureza mais pública/política e de natureza mais comunitária/coletiva.
IV. Arena Operacional 4 - Transformação/Consolidação do Sistema Agro-Alimentar - passível de
agregar os campos de Medidas descritas para cada Eixo Estratégico num propósito de
consolidação e generalização de medidas adaptativas consequentes às transformações
ambicionadas com a SMEA nos seus domínios e áreas de intervenção e de efetivação dos seus
impactes no território.
2.5. Fatores de Sucesso a considerar
Neste vasto conjunto de Medidas são identificáveis grupos de Medidas que revestem maior valor
estratégico na sua estrutura e, por isso, carecem de maior atenção (conceção, execução, financiamento,
acompanhamento, monitorização, …):
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
16 | P á g i n a
a) “Comunicação” - que emerge como estruturante e reforçada no valor sinergético e prioritário
que lhe foi atribuído nas relações que estabelece com as restantes Medidas que compõem a
Arena Operacional da Informação e Culturas partilhadas. Esta Medida acaba por assegurar a
logística e capacidade produtiva do dispositivo de comunicação a implementar em torno da
SMEA, através da gestão do “Kit SMEA” (Medida 1.1.).
b) “Experimentação de Nano-produções” e “Experimentação de organização e sustentabilidade do
modelo AE” - que emergem como estruturantes na Arena da Experimentação pela sua dificuldade
e pelo valor de suporte e precedência que assume relativamente a outras Medidas dos vários
Eixos. Neste sentido, as ações relativas à promoção de “hortas comunitárias” e de um “quiosque
de excedentes” (Medida 2.2) e de criação de um “campo prático de aprendizagens” e de
“instrumentos de apoio à produção” (Medida 3.2), configuram experimentações de valor
sinergético e relevante para a produção de aprendizagens e instrumentos passiveis de alimentar
posteriores generalizações.
c) “Práticas Produtivas” e “Liderança e Networking”- que emergem como estruturantes no nexo de
Práticas Agregadas precisamente no que podem contribuir para suportar e robustecer as outras
práticas identificadas nos restantes Eixos e sustentar o seu desempenho. Ações como a criação
de uma “Estrutura de apoio técnico à produção” (Medida 3.3), a criação de uma “Rota de eco-
literacia” e a activação de um dispositivo de “Negociação e facilitação de parcerias alargadas”
(Medida 4.3), evidenciam-se como contributos relevantes e de valor acrescentado para as
restantes ações quer nos próprios Eixos em que se enquadram, quer no suporte às restantes ações
da Arena Operacional para que contribui.
d) “Relação com Recursos” e “Regulação Adaptativa” - estas Medidas consubstanciam os dois
pilares de retaguarda substantiva à co-produção das transformações ambicionadas com esta
Estratégia, trazem valor acrescentado à viabilidade e à coerência da globalidade do sistema de
medidas identificadas e suportam a integridade da SMEA nas suas ambições conceptuais e
operativas. Ações como a criação de um “Banco de Sementes” e a promoção de “Boas Práticas do
uso do solo e da água” (Medida 3.4), conciliadas com a criação de um “Grupo de Trabalho para
acompanhar, preparar e impulsionar revisões e alterações legislativas” que venham a revelar-se
necessárias (Medida 1.4) são passíveis de assegurar ingredientes fundamentais à construção e
reificação de uma cultura agro-alimentar baseada nos princípios da agro-ecologia viabilizando o
seu desenvolvimento e expressão através da circularidade de condições e efeitos que são
passíveis de assegurar no próprio Eixo, nos restantes e a todo o sistema de medidas elencado.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Esta análise à robustez da matriz de medidas e ações vem revelar, igualmente, a vantagem estratégica do
Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos no sistema SMEA, na medida em que o mesmo introduz e
aporta pilares de atuação fundamentais e estruturantes ao desenvolvimento dos restantes Eixos e a todas
as Arenas Operacionais, viabilizando potenciais de exploração circular a ensaiar quer na base de natureza
mais coletiva da matriz, quer na ligação às suas dimensões de natureza mais pública/política.
2.6. Mapa de Medidas e Ações, por Eixo
Mapa de Medidas e Ações, por Eixo
Eixo Medida Nº Ação
Saúde e Segurança Alimentar
1.1. Informação e Saber-Fazer
1* Kit SMEA*
1.2. Experimentação - Mercado
2 Projeto de Renovação/Dinamização do Mercado
Municipal
3 Cozinha Comunitária
1.3. Consumos Públicos 4 Grupo de Trabalho para promoção de Compras
Públicas de produtos locais e Agro-Ecológico
1.4. Regulação Adaptativa
5 Grupo de Trabalho para acompanhar, preparar e impulsionar revisões e alterações legislativas que viabilizem Compras Públicas de produtos locais
Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização
2.1. Cultura e Literacia Alimentar
1* Kit SMEA*
2.2. Experimentação de Nano Produções
6 Hortas Comunitárias
7 Dinamização do Banco de Terras Local
8 Quiosque de Excedentes
2.3. Práticas de Consumo 9 Km0
2.4. Distribuição e Transformação
10 Às voltas de um Produto - a Bolota
11 Circuito de Mercearias
Sustentabilidade e Gestão de
Recursos
3.1. Património e Desperdício
1* Kit SMEA*
3.2. Experimentação - Organização e Sustentabilidade
12 Campo Prático de Aprendizagens
13 Estudos de viabilidade do Sistema Agro-Ecológico e de instrumentos de apoio técnico à produção
3.3. Práticas Produtivas 14 Estrutura de Apoio Técnico à Produção
15 Recuperação de formas tradicionais de produção
3.4. Relação com os Recursos
16 Criação e Gestão de Bancos de Sementes
17 Promoção de boas práticas do uso do solo e da água
18 Participação na Bolsa Nacional de Terras
Governancia Estratégica
4.1. Comunicação 1* Kit SMEA*
19 Carrinha Itinerante (suporte Kit SMEA)
20 Plataforma (suporte Kit SMEA)
4.2. Tempos e Monitorização
21 Monitorização SMEA
4.3. Liderança e Networking
22 Negociação e Facilitação de Parcerias alargadas
23 Rota de Eco-Literacia
4.4. Território e Integração de Instrumentos de Plano
24 Integração SMEA nos Instrumento de Gestão Territorial (IGT) e outras Estratégias municipais (i.e.
Agenda 21 Local e Carta Estratégica) (*) Ação 1 comum a todos os eixos, com especificidade de incorporação em cada eixo Estratégico.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
18 | P á g i n a
Mapa de Medidas e Ações, por Eixo e Arena Operacional Informação e Culturas Partilhadas
Eixo Medida Nº Ação
Saúde Segurança Alimentar 1.1. Informação e Saber--Fazer
1* Kit SMEA*
Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização
2.1. Cultura e Literacia Alimentar
1* Kit SMEA*
Sustentabilidade e Gestão de Recursos
3.1. Património e Desperdício
1* Kit SMEA*
Governancia Estratégica 4.1. Comunicação
1* Kit SMEA*
19 Carrinha Itinerante (suporte Kit SMEA)
20 Plataforma (suporte Kit SMEA)
Campos de Experimentação e I&D
Eixo Medida Nº Ação
Saúde e Segurança Alimentar 1.2. Experimentação - Mercado
2 Projeto de Renovação/Dinamização do
Mercado Municipal
3 Cozinha Comunitária
Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização
2.2. Experimentação de Nano Produções
6 Hortas Comunitárias
7 Dinamização do Banco de Terras Local
8 Quiosque de Excedentes
Sustentabilidade e Gestão de Recursos
3.2. Experimentação - Organização e Sustentabilidade
12 Campo Prático de Aprendizagens
13 Estudos de viabilidade do Sistema Agro-
Ecológico e apoio técnico à produção
Governancia Estratégica 4.2. Tempos e Monitorização
21 Monitorização SMEA
Práticas Agregadas
Eixo Medida Nº Ação
Saúde e Segurança Alimentar 1.3. Consumos Públicos 4 Grupo de Trabalho para promoção de Compras
Públicas de produtos locais e Agro-Ecológico
Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização
2.3. Práticas de Consumo 9 Km0
Sustentabilidade e Gestão de Recursos
3.3. Práticas Produtivas
14 Estrutura de Apoio Técnico à Produção
15 Recuperação de formas tradicionais de
produção
Governancia Estratégica 4.3. Liderança e Networking
22 Negociação e Facilitação de Parcerias alargadas
23 Rota de Eco-Literacia
Transformação|Consolidação do Sistema Agro-Alimentar
Eixo Medida Nº Ação
Saúde e Segurança Alimentar 1.4. Regulação Adaptativa
5
Grupo de Trabalho para acompanhar, preparar e impulsionar revisões e alterações legislativas que viabilizem Compras Públicas de produtos
locais
Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização
2.4. Distribuição e Transformação
10 Às voltas de um Produto – a Bolota
11 Circuito de Mercearias
Sustentabilidade e Gestão de Recursos
3.4. Relação com os Recursos
16 Criação e Gestão de Bancos de Sementes
17 Promoção de boas práticas do uso do solo e da
água
18 Participação na Bolsa Nacional de Terras
Governancia Estratégica 4.4. Território e Integração de Instrumentos de Plano
24 Integração SMEA nos Instrumento de Gestão
Territorial (IGT) e outras Estratégias municipais (i.e. Agenda 21 Local e Carta Estratégica)
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3. MODELO DE FUNCIONAMENTO SMEA
A SMEA MoN é uma Estratégia Alimentar Municipal Participada e Partilhada ancorada pela Carta de
Compromisso. Entre os compromissos partilhados identificados pelo processo de trabalho, salientam-se
os seguintes:
Reconhecimento da pertinência de uma Estratégia Alimentar Participada e Partilhada (SMEA)
para o Concelho;
Reconhecimento na sua visão, princípios e estrutura de disponibilidade para contribuir, na
generalidade, para a boa prossecução dos seus objetivos;
Concordância e apoio aos instrumentos operacionais definidos para o seu modelo de
funcionamento;
Reconhecimento e validação das suas peças técnicas de partida;
Disponibilidade para acompanhar o desenvolvimento da SMEA e participar nas atividades do seu
Conselho Geral;
Disponibilidade para participar na sua divulgação e promoção enquanto “Embaixadores SMEA”.
Este padrão de compromissos, suscita o desenho de um Modelo de Governancia que deverá servir de
referência à sua operacionalização, bem como de um Plano de Gestão de Riscos inerentes ao seu
desenvolvimento. Este desenho configura-se essencial quer na estabilização do sentido estratégico que
suporta este compromisso, quer em antevisão da sua exequibilidade e em enunciado dos compromissos
expectáveis por parte dos diversos intervenientes para a sua conveniente prossecução.
O desenho de um Modelo de Governancia associado a uma estratégia participada e partilhada visa,
sobretudo, definir e estabilizar as regras e organização que regem o seu funcionamento, esclarecer as
suas principais sedes e circuitos de decisão e clarificar o tipo e conteúdos de responsabilidades atribuídas
e expectáveis a cada ator e fora organizativo (quem, com quem, em quê?).
O Plano de Gestão de Riscos associado a uma Estratégia desta natureza visa identificar e antecipar
eventuais pontos críticos à sua execução e desenvolvimento de forma a, simultaneamente, poder
contribuir para a sua robustez e, durante a sua implementação, poder apoiar o desenvolvimento da sua
resiliência adaptativa.
3.1. Estrutura do Modelo de Governancia
No desenho deste Modelo de Governancia foram consideradas as seguintes dimensões: (i) Pressupostos
e Requisitos; (ii) Arquitetura, Sedes de Decisão e Inter-Relações; (iii) Notas Complementares.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
20 | P á g i n a
Pressupostos e Requisitos
A SMEA tem por base a configuração, elaborada de forma colaborativa, de um compromisso para a ação
em torno da sua estrutura: 2 vetores, 4 Eixos Estratégicos, 4 Arenas Operacionais e 16 Grupos de Medidas.
O Modelo de Governancia deve garantir (cf. síntese no Quadro seguinte):
o desenvolvimento da abordagem colaborativa encetada na montagem da SMEA e o seu principio
participativo na co-decisão e co-responsabilização, evitando desequilibrios na distribuição e
exercício de poderes, sobrecargas e/ou demissões;
a ancoragem no desenvolvimento de solidez e coerência dos seus sentidos estratégicos e nas
sinergias dos conteúdos identificados, evitando desenvolvimentos avulsos e/ou descoordenados
e pouco eficientes e eficazes;
uma optimização na alocação e partilha de recursos, evitando perdas de potencial sinergético na
sua operacionalização e/ou sobreposições e dispêndios desnecessários de tempo e recursos;
uma flexibilidade no seu desenvolvimento, acolhendo dinâmicas generativas de ações e
conteúdos, evitando rigidez, disfuncionalidades, duplicação de esforços e/ou perda de foco; e
uma articulação efetiva entre todos os intervenientes na sua operacionalização e monitorização
através de regras de funcionamento simplificadas, claras e ágeis, evitando vazios, sobrecargas
e/ou disfuncionalidades operativas.
Princípios e Requisitos ao Modelo de Governancia SMEA
Ambição ... A Evitar
Desenvolvimento da abordagem colaborativa SMEA;
Principio participativo na co-decisão e na co-responsabilização.
Desequilíbrios na distribuição e no exercícios de poderes;
Sobrecargas;
Demissões.
Solidez e coerência dos sentidos;
Sinergias de conteúdos.
Desenvolvimentos avulsos e/ou descoordenados;
Problemas de eficiência e de eficácia.
Otimização na alocação e partilha de recursos.
Perdas de potencial sinergético na sua operacionalização;
Sobreposições ou dispêndios desnecessários de tempo e recursos.
Flexibilidade no seu desenvolvimento;
Capacidade para acolher, de forma expedita, dinâmicas generativas de ações e conteúdos.
Rigidez;
Disfuncionalidades;
Duplicação de esforços e ações;
Perda de foco.
Articulação efetiva entre todos os intervenientes na sua operacionalização e monitorização;
Regras de funcionamento simplificadas e ágeis.
Vazios de decisão;
Sobrecargas de desempenho;
Disfuncionalidades operativas.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
21 | P á g i n a
Arquitetura, Sedes de Decisão e Inter-Relações
No sentido de operacionalizar um sistema de co-operação e co-decisão SMEA que concorra para
os pressupostos e requisitos anteriormente enunciados, considera-se relevante a constituição dos
seguintes órgãos de acompanhamento e operacionalização SMEA (cf. Figura seguinte).
Arquitetura do Modelo de Governancia
De forma a garantir eficiência e flexibilidade na sua operabilidade e a não sobrecarregar a execução da
Estratégia com estruturas deliberativas muito pesadas, foram contemplados fora executivos em
delegação e equacionada a vantagem de funções de coordenação desses fora virem a ser assumidas em
regime eletivo e/ou rotativo, abrangendo a diversidade de signatários da Carta de Compromisso.
Assim, para o acompanhamento e operacionalização da SMEA, propõe-se a existência dos seguintes
órgãos para a sua estrutura de ação e governancia:
a) Conselho Geral SMEA (com um pivot rotativo);
b) Comité Coordenador Operacional (com um pivot rotativo);
c) Grupo Operacional de Eixo Estratégico (com um coordenador); e
d) Pivot por Grupos de Medidas.
Este desenho permite clarificar o grau de envolvimento com que cada ator se vai posicionar relativamente
a cada uma destas estruturas (cf. Figura seguinte).
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
22 | P á g i n a
Intensidade na Estrutura de Ação
Papéis e Expectativas de Desempenho
Partindo do princípio de que estas estruturas encontram no Conselho Geral a sua matriz de referência,
dela emanando em mandatos de operacionalização, propõe-se as seguintes vocações a desenvolver e as
missões e orientações para o seu funcionamento e inter-relações.
(i) Conselho Geral SMEA
Vocação
O Conselho Geral deve afirmar-se como garante do acompanhamento da Carta de Compromisso e como forum de discussão e decisão privilegiada do sentido estratégico da SMEA, apoiando-se no seu dispositivo de monitorização e avaliação e assegurando o seu espírito aberto, participado, sinergético e generativo.
Composição Todos os signatários da Carta de Compromisso.
Missão
Acompanhar e monitorizar o desenvolvimento da Estratégia;
decidir sobre alterações à sua estrutura, composição e regras de funcionamento;
desempenhar missões de “Embaixadores” da SMEA no Concelho e em outras geografias.
Funcionamento
Reúne sempre que necessário e pelo menos 1 vez por ano;
elege entre os seus membros uma coordenação rotativa de 2 em 2 anos (pode iniciar-se com a CMMoN);
as decisões são tomadas por consenso ou maioria qualificada entre os signatários da Carta de Compromisso;
a Equipa da Agenda 21 Local assegura o secretariado funcional do Conselho Geral.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
23 | P á g i n a
(ii) Comité de Coordenação Operacional (CC ou Coordenadora)
Vocação
O Comité de Coordenação de Eixos (CC) deve afirmar-se como forum privilegiado de garantia de coerência e operabilidade sistémica da SMEA na articulação dos seus Eixos e Arenas, assumindo decisões de foro executivo decorrentes das orientações e decisões estratégicas oriundas da Carta de Compromisso e do seu Conselho Geral.
Composição Todos os Coordenadores de Eixo e Equipa da Agenda 21 Local.
Missão
Assegurar uma partilha periódica e sistemática de informação sobre o desenvolvimento dos Eixos;
assegurar coerência e sinergias sistémicas nos Eixos e nas Arenas;
decidir sobre novas ações ou alterações de otimização e de operacionalidade da SMEA, dentro do quadro definido na sua matriz estratégica decorrente das orientações e decisões oriundas da Carta de Compromisso e do seu Conselho Geral.
Funcionamento
Reúne pelo menos trimestralmente, podendo incutir outra periodicidade em função da dinâmica e/ou fase de desenvolvimento da Estratégia e suas ações;
pode convidar outros intervenientes da SMEA a participar nas suas iterações, de forma consultiva;
as decisões são tomadas por consenso, base de compromisso ou maioria qualificada entre os coordenadores de Eixo;
a Equipa da Agenda 21 Local assegura o secretariado funcional desta Coordenadora e a logística necessária ao seu funcionamento.
(iii) Grupo Operacional de Eixo (GOE)
Vocação O Grupo Operacional de Eixo (GOE) deve afirmar-se como forum privilegiado de garantia de coerência e desenvolvimento operacional e dinâmico de cada Eixo na sua função e missão no quadro da SMEA.
Composição Pelo menos um interlocutor de cada Grupo de Medidas que compõem o Eixo.
Missão
Assegurar a articulação operacional interna;
assegurar e agilizar a articulação entre os atores envolvidos no seu desenvolvimento;
monitorizar as necessidades de recursos a alocar e/ou a angariar;
desenhar e propôr novas ações para desenvolver os Grupos de Medidas;
participar nos instrumentos de monitorização e avaliação em curso;
assegurar a representação do grupo nas instâncias coordenadoras e, sempre que necessário, noutras instâncias.
Funcionamento
Identificada uma coordenação activa para o GOE entre os intervenientes que participam nas atividades do Eixo;
a coordenação de Eixo promove iterações e iniciativas necessárias, sistemáticas e periódicas de forma a garantir o seu funcionamento e missão;
as decisões são tomadas por consenso, base de compromisso ou maioria com voto qualificado da coordenação;
secretariado funcional à coordenação de Eixo assegurado por um membro da Equipa da Agenda 21 Local.
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24 | P á g i n a
(iv) Grupo de Medidas (GM)
Vocação
Os Grupos de Medidas devem afirmar-se, sobretudo, como grupos orgânicos executivos das ações identificadas, e pivots de sensibilidade e de proposição de medidas corretivas ou complementares ao desenvolvimento de cada medida e à boa execução geral da SMEA. Cada Grupo de Medidas deve assegurar a operacionalização dos seus propósitos e função na SMEA através da execução das medidas inscritas na Carta de Compromisso ou outras que vierem a ser propostas e validadas pela Coordenadora.
Composição Todos os pivots de Ação e intervenientes envolvidos (em 1ª e 2ª linha) na operacionalização de cada Grupo de Medidas.
Missão
Assegurar a execução das ações;
desenhar e propôr ao GOE novas ações e/ou alterações eventuais às acções constantes na Carta de Compromisso;
assegurar a recolha e disponibilidade de informação necessárias aos instrumentos de monitorização e avaliação em curso;
assegurar a representação do grupo nas instancias coordenadoras, noutros grupos de medidas, e noutras instâncias sempre que necessário.
Funcionamento
Elege um representante do Grupo de Medida para participar no GOE;
reúne sempre que necessário ou sob solicitação de qualquer um dos seus intervenientes;
as decisões são tomadas por consenso, base de compromisso ou maioria qualificada dos pivots de Ação.
(v) Equipa Agenda 21 Local
Vocação O Grupo da Agenda 21 Local deve assegurar o respeito geral pelos princípios que regem a Carta de Compromisso SMEA vigente no quadro dos valores gerais que nortearam a sua promoção no âmbito do seu plano de atividades.
Composição Anabela Ferreira, Cândida Martins,Rita Sampaio e Vanda Teixeira.
Missão SMEA
Apoiar e secretariar os orgãos SMEA nas suas missões e funcionamento;
preparação de documentação de suporte à monitorização, avaliação e representação da SMEA por parte dos seus órgãos;
apoio circunstancial aos subscritores da Carta de Compromisso vigente.
Funcionamento Reune sempre que necessário sendo coordenado pela Presidente da CMMN.
Notas Complementares
Relativamente aos propósitos e requisitos, considera-se que o Modelo de Governancia pode reforçar as
respostas em termos de sobrecarga de funções e/ou riscos de demissões pela opção de alternância no
exercício de funções de coordenação e lideranças operativas.
Também o foco na garantia de acompanhamento e coordenação operacional de proximidade dos vários
eixos, medidas e ações em presença, serve de garante de execução coerente e flexibilidade operativa em
referência aos sentidos estratégicos compromissados, evitando eventuais desconexões, efeitos perversos
de demoras no sistema de decisão e/ou perda de foco.
Considerando o processo participativo e partilhado desta Estratégia e uma análise prévia das
disponibilidades de envolvimento apuradas (que coloca atores chave com participação de 1ª linha em
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
25 | P á g i n a
vários grupos de Medidas e Eixos), considera-se que estas estruturas poderão vir a incutir uma
flexibilidade orgânica ao seu funcionamento decorrente da natural fluidez de circulação de informação,
busca natural de sinergias e representação de decisão operacional entre o Núcleo Operativo Ativo, sem
sobrecarga ou exigências adicionais à actividade da Coordenadora e do Conselho Geral.
3.2. Plano de Gestão de Riscos
Considerando os riscos identificados na 4ª Oficina relativamente à estrutura e forma organizativa da SMEA
e à promoção de medidas conducentes à sua resiliência adaptativa, identificaram-se as seguintes medidas
de antecipação e/ou vigilância (cf. Quadro seguinte).
Plano de Gestão de Riscos
Estrutura e Forma Abordagem do risco - Sugestões
Liderança e coordenação - garantia de articulação multi-nivel e manutenção energética durante o desenvolvimento da Estratégia
Liderança do Conselho Geral a ser iniciado pela CMMoN Estabelecer, em sede de Coordenadora e Conselho Geral, um regime de articulação estreita entre estes dois órgãos e mecanismos ágeis de circulação de informação atualizada sobre o andamento dos trabalhos. Medida 4.3 - Liderança e Networking.
Composição do sistema de atores e clarificação de papeis expectáveis - esclarecimento de legitimidade e representatividades
Sistema de Governancia e posicionamento dos atores na Estrutura de Ação. Ancoragem na composição dos subscritores da Carta de Compromisso SMEA. Validação do sistema de funcionamento e decisão em cada fora na sua primeira sessão de trabalhos. Preparação, em sede de Coordenadora, de critérios para a atualização de subscritores da Carta de Compromisso a ser levada a decisão do Conselho Geral.
Funcionamento e funcionalidade - garantia de flexibilidade e operabilidades realistas
Revisão do modo de funcionamento em cada fora, caso necessário, garantindo a sua eficiência e eficácia Agenda 21 Local como apoio transversal às várias instâncias SMEA. Ficha de Atores e Ficha de Recursos como base à identificação de necessidades de reforço de recursos e/ou outsourcings.
Sistema de decisão e gestão de discensos -esclarecimento da sede e das modalidades de tomada de decisão, exercícios de poderes alargados e garantia de prossecução das ações
Sistema de circulação de informação. Sistema de decisão atualizado. Reforço de apoio técnico (formações breves, coatching, mentoring, …) em liderança colaborativa e gestão de conflitos à Coordenadora e Lideranças Operativas (a desenvolver no âmbito da Medida 4.3).
Resiliência Abordagem do risco - Sugestões
Imponderabilidades e fatores externos estruturais de natureza ambiental
Medida 3.4 - Relação com Recursos.
Fatores de inovação e/ou disrupção com fatores instituídos
Medida 4.2 - Tempos e Monitorização. Reforço de apoio técnico (formações breves, coatching, mentoring, …) em inovação e adaptação cooperativa de apoio ao Núcleo Operativo Ativo (a desenvolver no âmbito da Medida 4.3).
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Resiliência Abordagem do risco - Sugestões
Compromissos e sua fiabilidade passíveis de provocar dispersão e/ou desvituação do sentido estratégico
Comité de Coordenação Operacional. Medida 4.2 - Tempos e Monitorização. Medida 4.3 - Liderança e Networking. Medida 4.1 - Comunicação.
Envolvimento e constância de disponibilidades para cumprir os compromissos assumidos durante a implementação da Estratégia, nomeadamente no que respeita a alocação de tempo e outros recursos para acompanhamento e execução das ações.
Conselho Geral SMEA. Comité de Coordenação Operacional. Medida 4.3 - Liderança e Networking.
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4. PEÇAS TÉCNICAS SMEA
4.1. Fichas de Medidas
A Carta de Compromisso tem como parte integrante as “Fichas de Medida” para as quais foram
consideradas os seguintes descritores:
a) Eixo Estratégico
b) Arena Operacional
c) Designação de Medida
d) Resumo
e) Objetivos
f) Contributos para a transformação desejada
g) Ações
h) Resultados esperados
i) Ligação a outras ações
j) Indicadores de Medida
k) Cronograma
l) Recursos a accionar
m) Custos estimados
n) Liderança
o) Atores a envolver em 1ª linha
p) Atores a envolver em 2ª linha.
Estas Fichas de Medida detalham e sistematizam toda a estrutura de sentido e condições de operabilidade
definidas pelos diferentes atores envolvidos e servem de referencial às restantes peças técnicas: o Mapa
de Recursos, o Cronograma, o Mapa de Atores e as Fichas por Ator.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Fichas de Medida
A versão atual das fichas de Medida corresponde ao acumulado de preenchimento junto do trabalho de
Equipa da Agenda 21 Local e dos consultores e dos contributos (recolhidos e processados) dos grupos de
trabalho constituídos na 3ª Oficina para amadurecer gradualmente os conteúdos dos diversos campos
das Fichas, nomeadamente no tocante à consolidação de compromissos (participação, lideranças,
recursos, etc.).
A última Oficina Colaborativa deverá assegurar o fecho e validação final das diferentes peças constitutivas
da Estratégia Alimentar para Montemor-o-Novo.
Eixo 1: Saúde e Segurança Alimentar
Arena 1 Informação e Culturas Partilhadas
1.1. Informação e Saber-Fazer
Resumo Ações de informação e divulgação conducentes à promoção e generalização da saúde e segurança alimentar e de saberes-fazer instalados (ou a desenvolver) orientados pela valorização de produtos locais e adoção de circuitos curtos.
Objetivos Partilha e acesso ágil a informação e de um sistema fluído de comunicação que permita suportar a valorização e implicação de todos os atores e a consolidação de uma cultura local alimentar saudável.
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação pública/política e promoção de circuitos curtos de base local) Promover a Saúde e Segurança Alimentar no concelho como área transversal a todos os domínios de intervenção pública e como forma de valorização dos saberes e património alimentar local e de promoção e favorecimento de circuitos curtos entre os vários níveis de produção e consumos.
Ações A1* - Kit SMEA - Informação e Saberes Fazer (Desenvolvimento de conteúdos para disseminação de informação relevante e saberes fazer).
Resultados Esperados
Informação disponível sobre práticas alimentares e modos de vida saudáveis em vários formatos, orientada para população em geral e especial incidência junto da população infanto-juvenil População de MoN sensibilizada e mobilizada para práticas alimentares e modos de vida saudáveis.
Ligações a outras ações
A1* (Medidas 2.1; 3.1 e 4.1); A19; A20; A15; A17; A21; e A23.
Indicadores de Medida
Número de kit SMEA distribuídos Taxa de cobertura das iniciativas.
Cronograma
Recursos a acionar Estudos e recolha de informação disponível sobre hábitos alimentares problemas de saúde (p.e. hipertensão, diabetes, obesidade etc.) tradições, saber fazeres Recursos humanos e financeiros.
Custos
Liderança Unidade de Cuidados na Comunidade (UCCMoN); e Slow-Food.
Atores 1ª linha Movimento Slow Food; - CMMoN - CMMoN ;DECO; Marca ADL; Terras Dentro; UCCMoN.
Atores 2ª linha DRAPAL; Rede de Cidadania; Agrupamento de Escolas; ASAE; UCCMoN; Administração Regional de Saúde do Alentejo; e Agrupamento Monte.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Eixo 1: Saúde e Segurança Alimentar
Arena 2 Campos de Experimentação e I&D
1.2. Experimentação - Mercado
Resumo
Ações experimentais, exemplares ou de generalização de boas práticas alimentares para o Concelho, quer pelo seu contributo para a saúde e segurança alimentar a promover, quer pelo seu valor acrescentado para a promoção de produtos e saberes locais em torno da problemática da alimentação.
Objetivos Promoção de conhecimento, de I&D e de desenvolvimento experimental passível de consolidar aprendizagens, trocas virtuosas de saberes, progressos e adquiridos e acolhimento de boas práticas/referências para eventual generalização.
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação pública/política e promoção de circuitos curtos de base local) Promover a Saúde e Segurança Alimentar no Concelho como área transversal a todos os domínios de intervenção pública e como forma de valorização dos saberes e património alimentar local e de promoção e favorecimento de circuitos curtos entre os vários níveis de produção e consumos.
Ações
A2 - Projeto de Renovação/Dinamização do Mercado Municipal (Execução de Obras de requalificação do Edifício e dinamização de atividades a acolher) A3 - Cozinha Comunitária (Conceção, equipamento e organização de funcionamento de uma Cozinha Comunitária no espaço do mercado). A4 - Apoio Técnico à instalação de novos produtores. Análise, no âmbito de actividade de investigação no ICAAM, dos percursos e constrangimentos à instalação de novos agricultores na Região, com identificação de possíveis mecanismos de apoio e definição dos mais urgentes.
Resultados Esperados
Facilidade de acesso a produtos locais e frescos diariamente Facilidade de colocação de produtos frescos resultantes de nano-produções no mercado Experimentação e disseminação de práticas de distribuição de produtos em circuitos curtos Experimentação e disseminação de práticas de transformação de alimentos com base em circuitos curtos, sustentáveis e saudáveis. Maior número de produtores a vender em circuito curto.
Ligações a outras ações
A1*; A6; A7; A8; A9; A10; A11; A15; e A22.
Indicadores de Medida
Grau de utilização semanal da Cozinha Comunitária.
Cronograma
Recursos a acionar
Execução das obras Aquisição de equipamento para cozinha Elaboração e implementação de plano ação normas de gestão e funcionamento do MM e da cozinha comunitária.
Custos
Liderança CMMoN.
Atores 1ª linha CMMoN; ICAAM; Rede de Cidadania; ADL Marca; LPMA; Associação de Produtores e Copoerativas.
Atores 2ª linha Restauração; IPSS’s; Movimento Slow Food; MontemorMel; ASAE; Administração Regional de Saúde do Alentejo; DRAPAL; e Associações do Concelho.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Eixo 1: Saúde e Segurança Alimentar
Arena 3 Práticas Agregadas
1.3. Consumos Públicos
Resumo Ações de promoção e generalização dos princípios associados a uma alimentação saudável, segura e com baixa pegada ambiental em contextos institucionais, espaços públicos e eventos de mobilização coletiva.
Objetivos Robustecer e conciliar as diferentes práticas necessárias e a implicar nesta estratégia num cimento de efeito efetivo entre as áreas de atuação e implicação de natureza mais pública/política e de natureza mais comunitária/coletiva
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação pública/política e promoção de circuitos curtos de base local) Promover a Saúde e a Segurança Alimentar no concelho como área transversal a todos os domínios de intervenção pública e como forma de valorização dos saberes e património alimentar local e de promoção e favorecimento de circuitos curtos entre os vários níveis de produção e consumos.
Ações
A4 - Grupo de Trabalho para promoção de compras locais junto de entidades abrangidas pelas regras de contratação pública de produtos locais e AE + “Selo SMEA” (Levantamento de locais, contactos com entidades para sensibilização de compras públicas SMEA; apoio técnico, desenvolvimento e atribui Selo SMEA) (Selo SMEA - a atribuir a postos de consumos públicos que cumpram os requisitos da medida).
Resultados Esperados
Alimentação saudável e com baixa pegada ecológica disponível nas cantinas escolares e postos de consumo alimentar sob gestão pública.
Ligações a outras ações
A2; A5; A6; A7; A8; A9; A11; A17; A21; A23.
Indicadores de Medida
Nº de postos de consumo alimentar sob gestão pública com Selo SMEA.
Cronograma
Recursos a acionar
Marketing associado a “Selo SMEA”. Recursos humanos. Capacidade técnica.
Custos
Liderança CMMoN
Atores 1ª linha ICAAM; ADL Marca; Junta de Freguesia de Cabrela; Agrupamento de Escolas; IPSS; e Rede Cidadania.
Atores 2ª linha FAO; ADL’s; Associação Produtores e Cooperativas; Administração Regional de Saúde do Alentejo; Comércio Local; e DRAPAL.
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Eixo 1: Saúde e Segurança Alimentar
Arena 4 Transformação | Consolidação Sistema Agro-Ecológico
1.4. Regulação Adaptativa
Resumo
Ações de iniciativa municipal ou de natureza pública através da adaptação e garantia de coerência nos instrumentos de regulação do sector agro-alimentar, de forma a reforçar a ação política em matéria alimentar e a enquadrar e favorecer práticas saudáveis e sustentáveis.
Objetivos Consolidação e generalização de medidas adaptativas consequentes às transformações ambicionadas com a SMEA nos seus domínios e áreas de intervenção e de efetivação dos seus impactes no território.
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação pública/política e promoção de circuitos curtos de base local) Promover a Saúde e Segurança Alimentar no concelho como área transversal a todos os domínios de intervenção pública e como forma de valorização dos saberes e património alimentar local e de promoção e favorecimento de circuitos curtos entre os vários níveis de produção e consumos.
Ações
A5 - Grupo de Trabalho para acompanhar, preparar e pressionar revisões e alterações legislativas que viabilizem Compras Públicas de produtos locais (Grupo de Trabalho a ser constituído na Assembleia Municipal para levantamento de obstáculos e incongruências relativamente a Consumos e Compras Públicas e propostas de revisão e/ou alterações legislativas para compras públicas na área alimentar).
Resultados Esperados
Alterações normativas e regulamentares que viabilizem compras públicas de produtos frescos locais.
Ligações a outras ações
A4; A13; A21; A22.
Indicadores de Medida
Propostas de revisão com alterações legislativas, em matéria de compras públicas na área alimentar.
Cronograma
Recursos a acionar
Recursos humanos (m/d) Apoio jurídico.
Custos
Liderança Assembleia Municipal e Executivo da Câmara (que tem de preparar a proposta a ser votada na Assembleia)
Atores 1ª linha ICAAM; Slow Food; DRAPAL; CMMoN; CIM Alentejo Central; CCDRA; e Juntas de freguesia.
Atores 2ª linha Agrupamento Escolar; IPSS; e Associação de Produtores e Cooperativas.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Eixo 2: Consumos, Produção, Circuitos e Comercialização
Arena 1 Informação e Culturas Partilhadas
2.1. Cultura e Literacia Alimentar
Resumo Ações de suporte a uma literacia alimentar generalizada a todos os atores, de entreajuda na resolução de problemas e de consolidação de uma cultura local em torno da uma alimentação saudável.
Objetivos Partilha e acesso ágil a informação e de um sistema fluído de comunicação que permita suportar a valorização e implicação de todos os atores e a consolidação de uma cultura local alimentar saudável.
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção de circuitos curtos de base local) Assegurar a generalização da adoção de circuitos curtos nas práticas de consumo, produção, comercialização e transformação pela comunidade como base de uma cultura coletiva local de alimentação adequada e saudável.
Ações
A1* - Kit SMEA - Cultura e Literacia Alimentar (Desenvolvimento de conteúdos para disseminação de informação relevante para a promoção de literacia alimentar, entreajuda na resolução de problemas, promoção de troca de saberes e de consolidação de uma cultura local em torno da uma alimentação saudável - Prever experiencia piloto para efetuar teste do KIT à população).
Resultados Esperados
Generalização de literacia alimentar e de uma cultura alimentar saudável
Valorização e troca de saberes locais associados a uma alimentação saudável.
Ligações a outras ações
A1* (Medidas 1.1; 3.1; 4.1); A19; A20; A11; A12; A15; A17; A21; e A23.
Indicadores de Medida
Número de Kits SMEA distribuídos.
Cronograma
Recursos a acionar Estudo e recolha de informação sobre consumo, produtores locais e comércio Definição de conceitos Recursos humanos.
Custos
Liderança Slow Food Alentejo.
Atores 1ª linha Slow Food Alentejo; DECO; Associações de Produtores e Cooperativas; ACDE; Comércio local; Grandes e Médias Superfícies; Rede de Cidadania; e Agrupamento de Escolas.
Atores 2ª linha ADL Terras Dentro; ADL Marca; CMMoN ; Ana Fonseca; IPSS ;Outras ADL; CIM Alentejo Central; e DRAPAL.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Eixo 2: Consumos, Produção, Circuitos e Comercialização
Arena 2 Campos de Experimentação e I&D
2.2. Experimentação de Nano-Produções
Resumo Ações experimentais e de desenvolvimento do nexus produção-consumos, em regimes de circuitos curtos de maior proximidade.
Objetivos promoção de conhecimento, de I&D e de desenvolvimento experimental passível de consolidar aprendizagens, trocas virtuosas de saberes, progressos e adquiridos e acolhimento de boas práticas/referências para eventual generalização.
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção de circuitos curtos de base local) Assegurar a generalização da adoção de circuitos curtos nas práticas de consumo, produção, comercialização e transformação pela comunidade como base de uma cultura colectiva local de alimentação adequada e saudável.
Ações
A6 - Hortas Comunitárias (Dinamização, Manutenção e Valorização das Hortas Comunitárias existentes) A7 - Dinamização do Banco de Terras Local (Dinamização, Valorização, Divulgação e Atualização do Banco de Terras Local) A8 - Quiosque de Excedentes (Criação experimental de um local de venda/trocas de excedentes partilhado de nano-pequenos produtores).
Resultados Esperados
Valorização e generalização de nano-produções para auto-consumo
Experimentação de soluções expeditas de aproximação (distribuição e comercialização) entre nano/pequenos produtores e consumidores locais (população, mercearias, restauração).
Ligações a outras ações
A1*; A2; A3; A4; A9; A11; A12; A16; A19; A21; e A23.
Indicadores de Medida
População abrangida pelas hortas comunitárias e banco de terras local Volume de produtos disponibilizados nos quiosques de excedentes Nº de nano/pequenos produtores envolvidos nas iniciativas experimentais
Cronograma
Recursos a acionar
Carrinha Desperdícios (Candidatura da UFVBS aprovada no Fundo Ambiental em parceria com a Cooperativa Minga, LPMA, Abrigo Velhos Trabalhadores e Santa Casa da Misericórdia) do projeto piloto “Produzir sem desperdiçar” - Disponibilização de espaço para instalação quiosque - Serviço de formação e acompanhamento - Aquisição de equipamentos. - Recursos humanos (especializados) para acompanhamento técnico
Custos
Liderança LPMA.
Atores 1ª linha ICAAM; Rede Cidadania; Junta de Freguesia de Cabrela; LPMA; e CMMoN.
Atores 2ª linha Slow Food; DRAPAL; Herdade Freixo do Meio; e Montemormel.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Eixo 2: Consumos, Produção, Circuitos e Comercialização
Arena 3 Práticas Agregadas
2.3. Práticas de Consumo
Resumo Ações para a promoção generalizada de consumos de circuitos curtos de maior proximidade quer ao nível das famílias, restauração, distribuição e transformação de alimentos
Objetivos Robustecer e conciliar as diferentes práticas necessárias e a implicar nesta estratégia num cimento de efeito efetivo entre as áreas de atuação e implicação de natureza mais pública/política e de natureza mais comunitária/coletiva
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção de circuitos curtos de base local) Assegurar a generalização da adoção de circuitos curtos nas práticas de consumo, produção, comercialização e transformação pela comunidade como base de uma cultura coletiva local de alimentação adequada e saudável.
Ações A9 - Km0 (Promoção de cadeias alimentares de base local generalizadas à população, restauração e pontos de comércio alimentar).
Resultados Esperados
Maior conhecimentos dos princípios e práticas
Adesão de restaurantes e pontos de comércio alimentar aderentes à Rede Km0
Aumento de consumidores Km0 (restauração, escolas, IPSS’s e população)
Ligações a outras ações
A2; A6; A7; A8; A11; A12; A21; A23.
Indicadores de Medida
Iniciativas realizadas de divulgação dos circuitos
Nº de Restaurantes e pontos de comércio alimentar aderentes à Rede Km0
Cronograma
Recursos a acionar
- KIT SMEA - Reforço dos meios de sensibilização/comunicação específicos do projeto. - recursos humanos para acompanhamento e aconselhamento das entidades que aderem ou pretendem aderir ao Km0.
Custos
Liderança Rede de Cidadania
Atores 1ª linha Rede de Cidadania; DECO; ICAAM; Slow Food Alentejo; Associação de Produtores e Cooperativas; Associação Comercial (ACDE).
Atores 2ª linha CMMoN; Junta de Freguesia de Cabrela CMMoN ;ADL Marca; Herdade Freixo do Meio; Comércio Local; e Restauração.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
35 | P á g i n a
Eixo 2: Consumos, Produção, Circuitos e Comercialização
Arena 4 Transformação|Consolidação Sistema AE
2.4. Distribuição e Transformação
Resumo Ações de consolidação de práticas e soluções inovadoras no papel que a distribuição e transformação de alimentos pode desempenhar no estreitar e aproximar o nexus produções-consumos.
Objetivos Consolidação e generalização de medidas adaptativas consequentes às transformações ambicionadas com a SMEA nos seus domínios e áreas de intervenção e de efetivação dos seus impactes no território.
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção de circuitos curtos de base local) Assegurar a generalização da adoção de circuitos curtos nas práticas de consumo, produção, comercialização e transformação pela comunidade como base de uma cultura coletiva local de alimentação adequada e saudável.
Ações
A10 - Às voltas de um Produto - a Bolota (Desenvolvimento de um produto de referência local - (i.e. a bolota) em todas as suas dimensões da cadeia de valor) A11 - Circuito de Mercearias + Selo SMEA (Criação de um roteiro de pontos de venda com Selo SMEA - a atribuir a postos de venda que cumpram os requisitos de circuitos locais; criação de uma identidade visual da marca).
Resultados Esperados
Organização de cadeias de valor de poduções do território
Valorização do comércio tradicional de matriz alimentar
- Consolidar e reforçar o produto a Bolota
- Aumentar o nº de produtos de bolota disponíveis
- Adesão de maior nº de mercearias ao circuito ( pelo menos 50% das mercearias do concelho).
Ligações a outras ações
A1*; A2; A3; A4; A6; A7; A8; A12; A15; A19; A20; A21; A22; A23.
Indicadores de Medida
Elos da cadeia de valor de produtos do território preenchidos
Nº de Mercearias integrantes do Circuito, com selo SMEA atribuído
Nº de mercearias
Nº de novos produtos com bolota
Nº de novos postos de venda.
Cronograma
Recursos a acionar
Meios e recursos do Município Materiais de divulgação KIT SMEA Caracterização da bolota em Montemor.
Custos
Liderança Montemormel.
Atores 1ª linha Herdade Freixo do Meio; Slow Food Alentejo; Junta de Freguesia de Cabrela; CMMoN; Comércio Local; Grandes Superfícies; Associação de Produtores e Cooperativas;e Rede Cidadania.
Atores 2ª linha Casa João Cidade; DRAPAL; ICAAM; Restauração; ERT ;CIMAC; e Universidades/Centros de Investigação.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
36 | P á g i n a
Eixo 3: Sustentabilidade e Gestão de Recursos
Arena 1 Informação e Culturas Partilhadas
3.1. Património e Desperdício
Resumo Ações de levantamento e reconhecimento (valorização) do contributo do património de saberes e práticas instaladas no concelho para o desenvolvimento de uma cultura agro-ecológica e de ações diretamente vocacionadas para a redução de desperdícios.
Objetivos Partilha e acesso ágil a informação e de um sistema fluído de comunicação que permita suportar a valorização e implicação de todos os atores e a consolidação de uma cultura local alimentar saudável.
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção da agro-ecologia) Sustentar a adopção do modelo agro-ecológico na sua relação sistémica com os recursos ambientais e princípios de sustentabilidade, em respeito e recuperação das práticas produtivas que fazem parte do património da Região e no combate à sua depauperização e ao desperdício ou uso ineficiente de recursos em prole de uma estrutura mais robusta ao desenvolvimento de práticas e de uma cultura alimentar saudável.
Ações
A1* - Kit SMEA (Desenvolvimento de conteúdos para disseminação de informação relevante e sensibilização orientada para o combate ao desperdício alimentar e valorização de recursos naturais + levantamento de património de saberes e práticas instaladas no concelho ao nível de boas práticas ambientais e do uso de recursos).
Resultados Esperados
Levantamento do património de saberes e práticas instaladas no Concelho
combate ao desperdício alimentar
Iniciativas de sensibilização associadas à Agro-Ecologia.
Ligações a outras ações
A*1 (Medidas 1.1; 2.1; 4.1); A19; A20; A12; A15; A16; A17; A21; A23.
Indicadores de Medida
Nº Kit SMEA- Património e Desperdício distribuídos.
Cronograma
Recursos a acionar
Estratégia Nacional contra o Desperdício Alimentar Materiais de divulgação Levantamento e recolha e estudos e propostas nestas áreas (p. ex., Refood - reutilização de bens alimentares.
Custos
Liderança ADL Marca
Atores 1ª linha ADL Marca; Ana Fonseca; ADL Terras Dentro; Slow Food; Herdade Freixo do Meio; MontemorMel; CMMoN; GESAMB; ICNF; e DRAPAL.
Atores 2ª linha Junta de Freguesia de Cabrela; FAO; e Deco.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
37 | P á g i n a
Eixo 3: Sustentabilidade e Gestão de Recursos
Arena 2 Campos de Experimentação e I&D
3.2. Experimentação - Organização e Sustentabilidade
Resumo Ações de experimentação e desenvolvimento do modelo agro-ecológico a implementar, nomeadamente nas suas vertentes de sustentabilidade financeira e económica e tecnológica/operativa.
Objetivos Promoção de conhecimento, de I&D e de desenvolvimento experimental passível de consolidar aprendizagens, trocas virtuosas de saberes, progressos e adquiridos e acolhimento de boas práticas/referências para eventual generalização.
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção da agro-ecologia) Sustentar a adoção do modelo agro-ecológico na sua relação sistémica com os recursos ambientais e princípios de sustentabilidade, em respeito e recuperação das práticas produtivas que fazem parte do património da Região e no combate à sua depauperização e ao desperdício ou uso ineficiente de recursos em prole de uma estrutura mais robusta ao desenvolvimento de práticas e de uma cultura alimentar saudável.
Ações
A12 - Campo Prático de Aprendizagens (Promoção e desenvolvimento de um campo de experimentação e aprendizagem em torno dos princípios da agro-ecologia) A13 - Estudos de viabilidade do Sistema AE e de instrumentos de apoio técnico à produção (Promoção de estudos para testar e desenvolver a viabilidade dos sistemas AE e desenvolvimento de instrumentos de apoio técnico à produção).
Resultados Esperados
Montagem de um campo de aprendizagens em torno da agro-ecologia aberto à comunidade
Realização e estabilização de estudos de viabilidade de implementação de sistemas agro-ecológicos em MoN
Organização de instrumentos de apoio técnico à produção no quadro de sistemas agro-ecológicos.
Ligações a outras ações
A1*; A14; A15; A17; A21; A23; e A24.
Indicadores de Medida
Campos práticos de aprendizagem instalados
Instrumento de apoio técnico à produção tradicional criados.
Recursos humanos (especializados) para implementação das práticas experimentais, monitorização e avaliação.
Cronograma
Recursos a acionar
- Disponibilização de terrenos - Estrutura de apoio técnico da ficha 3.3 - Aquisição de equipamentos e materiais necessários ao campo de experimentação.
Custos
Liderança Herdade Freixo do Meio.
Atores 1ª linha Herdade Freixo do Meio; ICAAM; DRAPAL; Escola de Agricultura Biológica (UC) + Outras afins; ADL Marca; e MontemorMel.
Atores 2ª linha ICNF; FAO; Empresas de referência e que utilizam já princípios ecológicos; Escola de Agricultura Biológica (UC) + Outras afins; e Estabelecimentos de ensino e formação profissional em agricultura biológica e agroecologia.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
38 | P á g i n a
Eixo 3: Sustentabilidade e Gestão de Recursos
Arena 3 Práticas Agregadas
3.3. Práticas Produtivas
Resumo Ações de viabilização, consolidação e generalização de práticas produtivas mais alinhadas com o modelo agro-ecológico e com expressão no desenvolvimento de uma economia circular virtuosa.
Objetivos Robustecer e conciliar as diferentes práticas necessárias e a implicar nesta estratégia num cimento de efeito efetivo entre as áreas de atuação e implicação de natureza mais pública/política e de natureza mais comunitária/coletiva.
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção da agro-ecologia) Sustentar a adoção do modelo agro-ecológico na sua relação sistémica com os recursos ambientais e princípios de sustentabilidade, em respeito e recuperação das práticas produtivas que fazem parte do património da Região e no combate à sua depauperização e ao desperdício ou uso ineficiente de recursos em prole de uma estrutura mais robusta ao desenvolvimento de práticas e de uma cultura alimentar saudável.
Ações
A14 - Estrutura de Apoio Técnico à Produção (Criação de uma estrutura fixa e volante de apoio técnico, mentoring e coaching a disponibilizar com o apoio de promotores locais com experiência em AE – colaboração na plataforma SMEA) A15 - Recuperação de formas tradicionais de produção (Mapeamento e caracterização de formas tradicionais de produção; desenvolvimento e atribuição de Selo SMEA = a atribuir a produtores que se enquadrem nos princípios da AE).
Resultados Esperados
• Instalação e Animação de uma Estrutura de Apoio Técnico à Produção orientada por princípios agro-ecológicos
• Mapeamento de Boas Práticas com base em formas tradicionais de produção e/ou orientadas por princípios agro-ecológicos no Concelho
• Selo MoN AE.
Ligações a outras ações
A1*; A2; A3; A6; A7; A8; A10; A11; A12; A13; A16; A17; A18; A19; A20; A21; A22; A23; e A24.
Indicadores de Medida
• Estrutura de Apoio Técnico à Produção em funcionamento • Mapa de Boas Práticas tradicionais de produção • Nº de selos MON AE atribuídos.
Cronograma
Recursos a acionar
- Criação de estrutura técnica: Técnico com formação em agronomia e, em particular, em agro-ecologia Assistente técnico Aquisição e utilização de viatura SMEA Espaço físico para funcionamento da estrutura técnica Aquisição de equipamentos.
Custos
Liderança Herdade Freixo do Meio e ICAAM.
Atores 1ª linha Herdade Freixo do Meio; ICAAM; DRAPAL; ADL Terras Dentro; Slow Food; LPMA; APORMOR; Solar da Giesteira; CMMoN; e Produtores Locais.
Atores 2ª linha Junta de Freguesia de Cabrela; FAO; e ICNF.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
39 | P á g i n a
Eixo 3: Sustentabilidade e Gestão de Recursos
Arena 4 Transformação | Consolidação Sistema AE
3.4. Relação com os Recursos
Resumo Ações de reconhecimento e gestão integrada de recursos orientadas para a generalização do seu uso eficiente e capacitação adaptativa dos diferentes atores e do sistema para a co-produção de uma resiliência coletiva de base territorial.
Objetivos Consolidação e generalização de medidas adaptativas consequentes às transformações ambicionadas com a SMEA nos seus domínios e áreas de intervenção e de efetivação dos seus impactes no território.
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação comunitária/coletiva e promoção da agro-ecologia) Sustentar a adoção do modelo agro-ecológico na sua relação sistémica com os recursos ambientais e princípios de sustentabilidade, em respeito e recuperação das práticas produtivas que fazem parte do património da Região e no combate à sua depauperização e ao desperdício ou uso ineficiente de recursos em prole de uma estrutura mais robusta ao desenvolvimento de práticas e de uma cultura alimentar saudável.
Ações
A16 - Criação e Gestão de Bancos de Sementes (Atualização do levantamento e recriação de um Banco de Sementes + Animação) A17 - Promoção de boas práticas do uso do solo e da água (Desenvolvimento de iniciativas focalizadas na promoção de eficiências ambientais e de economia circular) A18 - Participação na Bolsa Nacional de Terras (Reforço de articulação com Banco Nacional de Terras).
Resultados Esperados
Sensibilização e valorização generalizada do uso eficiente de recursos e dos nexus água/energia/alimentação.
Ligações a outras ações
A1*; A19; A20; A3; A4; A6; A7; A12; A14; A15; A21; A22; A23.
Indicadores de Medida
Bancos de Sementes criados
Parcelas de terra do Concelho colocadas na Bolsa Nacional
Cronograma
Recursos a acionar
Estrutura de apoio técnico da ficha 3.3 Utilização de suportes documentais elaborados para outras ações do SMEA.
Custos
Liderança DRAPAL e ADL Marca.
Atores 1ª linha ADL Marca; Rede Cidadania; CMMoN; LPMA; Herdade Freixo do Meio; ICAAM; e DRAPAL.
Atores 2ª linha Rede Cidadania; Slow Food; Junta de Freguesia de Cabrela; DRAPAL; CIMAC; e Associações Nacionais e Regionais de Gestão da Água.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
40 | P á g i n a
Eixo 4: Governancia Estratégica
Arena 1 Informação e Culturas Partilhadas
4.1. Comunicação
Resumo Ações diretamente orientadas para a promoção de canais de comunicação efetiva entre todos os intervenientes em torno da informação disponível, conteúdos estabilizados e partilha de experiências e saberes.
Objetivos Partilha e acesso ágil a informação e de um sistema fluído de comunicação que permita suportar a valorização e implicação de todos os atores e a consolidação de uma cultura local alimentar saudável.
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação pública/política e promoção da agro-ecologia) Assegurar a integração e a coerência das medidas e instrumentos necessários à afirmação e generalização do modelo agro-ecológico no território como quadro de referência partilhado bem como a mobilização e implicação dos vários intervenientes em sistemas de governância e processos de decisão comprometidos e efetivos face a este desiderato macro-estrutural de sustentação de uma cultura alimentar saudável.
Ações
A1* - Kit SMEA - Comunicação (Elaboração e Implementação do Plano de Comunicação; produção dos instrumentos de comunicação) A19 - Carrinha Itinerante SMEA (Aquisição, Adaptação, Animação e assegurar funcionamento de uma carrinha itinerante dedicada à SMEA) A20 - Plataforma SMEA (CF. Ficha 4.3) (Criação, desenvolvimento e manutenção de plataforma digital de apoio à divulgação e suporte de iterações no âmbito da SMEA). A23 - Rota de Eco-Literacia (Criação de roteiros de proximidade com vista à promoção de “experiências no lugar” em torno dos princípios da SMEA).
Resultados Esperados
Criação de canais e conteúdos de comunicação (em retroação), em torno dos princípios e iniciativas SMEA.
Ligações a outras ações
A1* (Medidas 1.1.; 2.1; 3.1); e totalidade das iniciativas SMEA.
Indicadores de Medida
Número de Kit’s SMEA distribuídos
Número de contactos registados pela Carrinha Itinerante
Número de visitas à Plataforma SMEA.
Cronograma
Recursos a acionar
Aquisição de viatura e outros equipamentos Aquisição de serviços para construção da plataforma e produção de suportes informativos Contratação de técnico de comunicação.
Custos
Liderança CM MoN; e Juntas de freguesia.
Atores 1ª linha Todos os parceiros do SMEA; Conselho SMEA; DRAPAL; ADL Marca; LPMA; Atores dos GM 1.1; 2.1: 3.1; CE - Coordenação de Eixos; e CO - Comité Operativo.
Atores 2ª linha Slow Food; ICAAM; Produtores do Mercado Municipal; Ministério da Agricultura; e Todos (Conselho SMEA).
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
41 | P á g i n a
Eixo 4: Governancia Estratégica
Arena 2 Campos de Experimentação e I&D
4.2. Tempos e Monitorização
Resumo Ações orientadas para a experimentação de instrumentos de gestão estratégica do plano e de monitorização dos seus progressos, energia, novos campos de possibilidades e consequências nas transformações que possam ir ganhando evidência no território.
Objetivos Promoção de conhecimento, de I&D e de desenvolvimento experimental passível de consolidar aprendizagens, trocas virtuosas de saberes, progressos e adquiridos e acolhimento de boas práticas/referências para eventual generalização.
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação pública/política e promoção da agro-ecologia) Assegurar a integração e a coerência das medidas e instrumentos necessários à afirmação e generalização do modelo agro-ecológico no território como quadro de referência partilhado bem como a mobilização e implicação dos vários intervenientes em sistemas de governância e processos de decisão comprometidos e efetivos face a este desiderato macro-estrutural de sustentação de uma cultura alimentar saudável.
Ações A21 - Monitorização SMEA (Desenvolvimento e aplicação do Plano de Monitorização; recolha e tratamento de informação para prestação de contas ao Conselho SMEA).
Resultados Esperados
Montagem e gestão de um sistema de monitorização e avaliação em torno dos princípios e iniciativas SMEA
Identificação e divulgação de aprendizagens.
Ligações a outras ações
Totalidade das iniciativas SMEA.
Indicadores de Medida
Relatórios síntese de informação recolhida e tratada apresentados ao Conselho Geral SMEA.
Cronograma
Recursos a acionar
Recursos Humanos que possibilitem esta monitorização e a sistematização da informação.
Custos
Liderança ICAAM.
Atores 1ª linha LM - Lideres de Medida; e CE - Coordenadores de Eixo.
Atores 2ª linha Lideres das Ações; Slow Food; Casa João Cidade; ADL Marca; e Todos (Conselho SMEA).
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
42 | P á g i n a
Eixo 4: Governancia Estratégica
Arena 3 Práticas Agregadas
4.3. Liderança e Redes
Resumo
Ações de reconfiguração e alargamento do sistema de atores a da sua mobilização e implicação num sistema de ação e de governância integrada e de natureza colaborativa, através da consolidação de compromissos efetivos e de práticas de co-responsabilização e partilha de decisões e poderes.
Objetivos Robustecer e conciliar as diferentes práticas necessárias e a implicar nesta estratégia num cimento de efeito efetivo entre as áreas de atuação e implicação de natureza mais pública/política e de natureza mais comunitária/coletiva.
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação pública/política e promoção da agro-ecologia) Assegurar a integração e a coerência das medidas e instrumentos necessários à afirmação e generalização do modelo agro-ecológico no território como quadro de referência partilhado bem como a mobilização e implicação dos vários intervenientes em sistemas de governância e processos de decisão comprometidos e efetivos face a este desiderato macro-estrutural de sustenção de uma cultura alimentar saudável.
Ações
A22 - Negociação e Facilitação de Parcerias alargadas (Consolidação do modelo de governância SMEA e ativação de redes de parcerias efetivas e operacionais) A23 - Rota de Eco-Literacia (Criação de roteiros de proximidade com vista à promoção de “experiências no lugar” em torno dos princípios da SMEA).
Resultados Esperados
Sistema de Governancia Colaborativa SMEA
Consolidação e alargamento de Redes Inter-operativas de suporte às iniciativas SMEA .
Ligações a outras ações
Totalidade das iniciativas SMEA.
Indicadores de Medida
Redes de parceria constituídas e em funcionamento
Roteiros de proximidade criados
Nº de visitas às “eperiências no lugar” abrangidas pelos Roteiros.
Cronograma
Recursos a acionar
Custos
Liderança CMMoN.
Atores 1ª linha FAO; ADL Marca; Centro João Cidade; Slow Food; ADRAL; GM - Grupo de Medidas; CE - Coordenação de Eixos; e GO - Grupo Operacional.
Atores 2ª linha Todos (Conselho SMEA).
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
43 | P á g i n a
Eixo 4: Governancia Estratégica
Arena 4 Transformação | Consolidação Sistema AE
4.4. Território e Integração de Instrumentos de Planeamento
Resumo
Ações transversais à consolidação do modelo agro-ecológico no território, à sua integração e consideração noutros instrumentos de plano e à promoção e gestão necessárias à consolidação da transição de referências e efetivação das transformações almejadas com a SMEA.
Objetivos Consolidação e generalização de medidas adaptativas consequentes às transformações ambicionadas com a SMEA nos seus domínios e áreas de intervenção e de efetivação dos seus impactes no território.
Contributo para a transformação desejada
(Intervenção e implicação pública/política e promoção da agro-ecologia) Assegurar a integração e a coerência das medidas e instrumentos necessários à afirmação e generalização do modelo agro-ecológico no território como quadro de referência partilhado bem como a mobilização e implicação dos vários intervenientes em sistemas de governancia e processos de decisão comprometidos e efetivos face a este desiderato macro-estrutural de sustentação de uma cultura alimentar saudável.
Ações
A24 - Integração SMEA nos Instrumento de Gestão Territorial (IGT) e outras Estratégias municipais (i.e. Agenda 21, Carta Estratégica) (Criação de um Grupo de Trabalho inter-serviços para garantir articulação e coerência entre instrumentos de plano).
Resultados Esperados
Assegurar coerência entre instrumentos de planeamento
Diminuição de bloqueios na afirmação da SMEA.
Ligações a outras ações
Totalidade das iniciativas SMEA.
Indicadores de Medida
Nº de reuniões do Grupo de Trabalho inter-serviços
Out puts do Grupo de Trabalho inter-serviços.
Cronograma
Recursos a acionar
Custos
Liderança CMMoN.
Atores 1ª linha DRAPAL; ADRAL; e CMMoN.
Atores 2ª linha
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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4.2. Matriz de Interconectividades de Ações
Resultante das Fichas de Medidas foi, igualmente, construída uma Matriz de Interconectividade de Ações
que sistematiza a coerência e a integridade do sistema na sua operacionalização.
Esta Ficha serve de guião tanto para a consubstanciação e desenvolvimento das ações e respetivas
medidas, como para a gestão e monitorização integrada no âmbito global da SMEA.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
45 | P á g i n a
Links Ações/Medidas A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18 A19 A20 A21 A22 A23 A24
1.1 A1* Kit SMEA* - Informação e
Saberes Fazer
A2 Renovação/Dinamização do
Mercado Municipal
A3 Cozinha Comunitária
1.3 A4 GT Compras Públicas de
produtos locais e AE
1.4 A5 GT revisões e alterações
legislativas para Compras
Públicas de produtos locais
2.1 A1* Kit SMEA* - Cultura e
Literacia Alimentar
A6 Hortas Comunitárias
A7 Dinamização do Banco de
Terras Local
A8 Quiosque de Excedentes
2.3 A9 Km0
A10 Às voltas de um Produto –
a Bolota
A11 Circuito de Mercearias
3.1 A1* Kit SMEA* - Património e
Desperdício
A12 Campo Prático de
Aprendizagens
A13 Estudos de viabilidade do
Sistema AE e instrumentos
de apoio técnico à
produção
A14 Estrutura de Apoio Técnico
à Produção
A15 Recuperação de formas
tradicionais de produção
A16 Criação e Gestão de Bancos
de Sementes
A17 Promoção de boas práticas
do uso do solo e da água
A18 Participação na Bolsa
Nacional de Terras
A1* Kit SMEA* - Plano de
Comunicação
A19 Carrinha Itinerante SMEA
A20 Plataforma SMEA
4.2 A21 Monitorização SMEA
A22 Negociação e Facilitação de
Parcerias alargadas
A23 Rota de Eco-Literacia
4.4 A24 Integração SMEA nos IGT e
outras Estratégias
municipais
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18 A19 A20 A21 A22 A23 A24
3.4
4.1
4.3
1.2
2.2
2.4
3.2
3.3
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
46 | P á g i n a
4.3. Mapa de Envolvimento dos Atores
O Mapa de Atores permite identificar a densidade e a intensidade de compromissos a mobilizar
para a prossecução das ações, na sua especialidade, bem como a viabilidade e coerência
operacional e colaborativa da SMEA, na sua generalidade.
Enquanto peça técnica de referência da Estratégia este instrumento permite uma visão de
síntese do sistema de atores mobilizados e a mobilizar, bem como a gestão das parcerias
colaborativas, a manter ativas e a desenvolver.
Mapa de envolvimento dos Atores (compromissos identificados e a atualizar em função dos
resultados da atividade dos Grupos de Trabalho)
Coordenador de Eixo - ICAAM
Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha
1.1 A1* Kit SMEA* - Informação e Saberes Fazer.
Slow-Food
Movimento Slow Food CMMoN (Serviço de Educação) DECO ADL Marca ADL Terras Dentro UCC MoN.
DRAPAL Rede de Cidadania Agrupamento de Escolas
1.2 A2
Renovação/Dinamização do Mercado Municipal. CMMoN
CMMoN ICAAM Rede de Cidadania ADL Marca LPMA.
Restauração IPSS’s Movimento Slow Food Montemormel A3 Cozinha Comunitária.
1.3 A4 GT Compras Públicas de produtos locais e AE.
CMMoN
ICAAM CMMoN (Serviço Educação) ADL Marca Junta de Freguesia de Cabrela Agrupamento de Escolas IPSS.
FAO ADL’s Associações de Produtores e Cooperativas
1.4 A5
GT Revisões e alterações legislativas para Compras Públicas de produtos locais.
Assembleia Municipal
ICAAM Slow Food DRAPAL CMMoN.
Agrupamento Escolar IPSS Associações de Produtores e Cooperativas
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Coordenador de Eixo - Slow Food
Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha
2.1 A1 Kit SMEA* - Cultura e Literacia Alimentar.
Slow Food Alentejo
Slow Food Alentejo DECO Associações de Produtores e Cooperativas Associações de Comerciantes (ACDE) Comércio local Grandes e Médias Superfícies Rede de Cidadania Agrupamento de Escolas.
ADL Terras Dentro ADL Marca (CMMoN- Serviço Educação) Ana Fonseca IPSS Outras ADL CIM Alentejo Central DRAPAL.
2.2
A6 LPMA
LPMA
ICAAM Rede Cidadania Junta de Freguesia de Cabrela LPMA CMMoN.
Slow Food DRAPAL Herdade Freixo do Meio Montemormel.
A7 Dinamização do Banco de Terras Local.
A8 Quiosque de Excedentes.
2.3 A9 Km0. Rede de Cidadania
Rede de Cidadania DECO ICAAM Slow Food Alentejo Associações de Produtores e Cooperativas Associação Comercial (ACDE).
CMMoN Junta de Freguesia de Cabrela CMMoN ADL Marca Herdade Freixo do Meio Comércio Local Restauração.
2.4
A10 Às voltas de um Produto - a Bolota.
Montemormel
Herdade Freixo do Meio Slow Food Alentejo Junta de Freguesia de Cabrela CMMoN Comércio Local Grandes Superfícies Associações de Produtores e Cooperativas Rede Cidadania.
Casa João Cidade DRAPAL ICAAM Restauração ERT (Entidade Regional de Turismo) CIMAC.
A11 Circuito de Mercearias.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
48 | P á g i n a
Coordenador de Eixo - Herdade Freixo do Meio
Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha
3.1
A1* Kit SMEA* - Património e Desperdício.
Marca-ADL
ADL Marca Ana Fonseca ADL Terras Dentro Slow Food Herdade Freixo do Meio MontemorMel.
Junta de Freguesia de Cabrela FAO.
A12 Campo Prático de Aprendizagens
Herdade Freixo do Meio
Herdade Freixo do Meio ICAAM DRAPAL.
ICNF FAO .
3.2 A13
Estudos de viabilidade do Sistema AE e instrumentos de apoio técnico à produção.
3.3
A14 Estrutura de Apoio Técnico à Produção. Herdade
Freixo do Meio
Herdade Freixo do Meio ICAAM DRAPAL ADL Terras Dentro Slow Food LPMA APORMOR Solar da Giesteira.
Junta de Freguesia de Cabrela FAO ICNF.
A15 Recuperação de formas tradicionais de produção.
3.4
A16 Criação e Gestão de Bancos de Sementes.
ADL Marca ADL Marca Rede de Cidadania
Rede de Cidadania Slow Food Junta de Freguesia de Cabrela DRAPAL CIMAC.
A17 Promoção de boas práticas do uso do solo e da água.
A18 Participação na Bolsa Nacional de Terras.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
49 | P á g i n a
Coordenador de Eixo - CMMoN
Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha
4.1
A1* Kit SMEA* - Plano de Comunicação. CM MoN
(e Juntas de Freguesias)
DRAPAL ADL Marca LPMA.
Slow Food ICAAM Produtores do Mercado Municipal Ministério da Agricultura.
A19 Carrinha Itinerante SMEA.
GM 1.1; 2.1; 3.1; e CE - Coordenação de Eixos GO Grupo Operacional.
Todos (Conselho Geral SMEA).
A20 Plataforma SMEA.
4.2 A21 Monitorização SMEA. CMMoN
LM – Lideres de Medida ICAAM
Lideres das Ações Slow Food Centro João Cidade ADL Marca.
CE - Coordenadores de Eixo. Todos (Conselho Geral SMEA).
4.3
A22 Negociação e Facilitação de Parcerias alargadas.
CMMoN
FAO ADL Marca Centro João Cidade Slow Food Filipe Galego.
Todos (Conselho Geral SMEA).
A23 Rota de Eco-Literacia. GM – Grupo de Medidas CE – Coordenação de Eixos GO Grupo Operacional
4.4 A24 Integração da SMEA nos IGT e outras Estratégias municipais.
CMMoN DRAPAL ADRAL CMMoN.
4.4. Mapa de Recursos
O Mapa de Recursos resulta da Estrutura das Fichas de Medida e sistematiza os recursos
necessários accionar na prossecução e desenvolvimento das ações previstas. Paralelamente,
identifica o grau de disponibilidade, sinalizando as fontes potenciais e disponíveis, bem como as
iniciativas a desenvolver para a respectiva alocação efetiva a este processo.
Este Mapa de Recursos, resultante do processo negocial no seio das Oficinas e grupos de
trabalho, clarifica o grau de compromisso dos atores e suporta também a organização do
cronograma proposto.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
50 | P á g i n a
Mapa de Recursos (protótipo)
Medidas Ações Recursos necessários Recursos
garantidos por... Recursos a angariar
(por quem?)
1.1 A1* Kit SMEA* - Informação e Saberes Fazer
Estudos e recolha de informação disponível sobre hábitos alimentares problemas de saúde (p.e. hipertensão, diabetes, obesidade etc. ) tradições, saber fazeres Recursos humanos e financeiros.
1.2
A2 Renovação/Dinamização do Mercado Municipal
Execução das obras Aquisição de equipamento para cozinha Elaboração e implementação de plano ação normas de gestão e funcionamento do MM e da cozinha comunitária.
A3 Cozinha Comunitária
1.3 A4 GT Compras Públicas de produtos locais e AE
Marketing associado a “Selo SMEA”.
1.4 A5
GT Revisões e alterações legislativas para Compras Públicas de produtos locais
Recursos humanos Apoio jurídico.
Medidas Ações Recursos necessários Recursos
garantidos por... Recursos a angariar
(por quem?)
2.1 A1 Kit SMEA* - Cultura e Literacia Alimentar
Estudo e recolha de informação sobre consumo, produtores locais e comércio Definição de conceitos Recursos humanos.
2.2
A6 Hortas Comunitárias Carrinha Desperdícios (Candida-tura da UFVBS aprovada no Fundo Ambiental em parceria com a Cooperativa Minga, LPMA, Abrigo Velhos Trabalhadores e Santa Casa da Misericórdia) do projeto piloto “ produzir sem desperdiçar” - Disponibilização de espaço para instalação quiosque - Serviço de formação e acompanhamento - Aquisição de equipamentos.
A7 Dinamização do Banco de Terrass Local
A8 Quiosque de Excedentes
2.3 A9 Km0
KIT SMEA - Reforçar os meios de sensibilização/comunicação específicos do projeto.
2.4
A10 Às voltas de um Produto - a Bolota
Meios e recursos do Município Materiais de divulgação KIT SMEA Caracterização da bolota em Montemor.
A11 Circuito de Mercearias
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
51 | P á g i n a
Medidas Ações Recursos necessários Recursos
garantidos por... Recursos a angariar
(por quem?)
3.1
A1* Kit SMEA* - Património e Desperdício
Estratégia Nacional contra o desperdício Alimentar Materiais de divulgação Levantamento e recolha e estudos e propostas nestas áreas (por ex. Refood - reutilização de bens alimentares.
A12 Campo Prático de Aprendizagens
- Disponibilização de terrenos - Estrutura de apoio técnico da ficha 3.3 - Aquisição de equipamentos e materiais necessários ao campo de experimentação.
3.2 A13
Estudos de viabilidade do Sistema AE e instrumentos de apoio técnico à produção
3.3
A14 Estrutura de Apoio Técnico à Produção
- Criação de estrutura técnica: Técnico com formação em agronomia Assistente técnico Aquisição e utilização de viatura SMEA
Espaço físico para funcionamen to da estrutura técnica Aquisição de equipamentos.
A15 Recuperação de formas tradicionais de produção
3.4
A16 Criação e Gestão de Bancos de Sementes Estrutura de apoio técnico da
ficha 3.3 Utilização de suportes documentais elaborados para outras ações do SMEA.
A17 Promoção de boas práticas do uso do solo e da água
A18 Participação na Bolsa Nacional de Terras
Medidas Ações Recursos necessários Recursos
garantidos por...
Recursos a angariar (por quem?)
4.1
A1* Kit SMEA* - Plano de
Comunicação Aquisição de viatura e outros equipamentos Aquisição de serviços para cons trução da plataforma e produção de suportes informativos Contratação de técnico de comunicação.
A19 Carrinha Itinerante SMEA
A20 Plataforma SMEA
4.2 A21 Monitorização SMEA
4.3 A22
Negociação e Facilitação de Parcerias alargadas
A23 Rota de Eco-Literacia
4.4 A24 Integração SMEA nos IGT
e outras Estratégias municipais
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
52 | P á g i n a
4.5. Cronograma
3º trim 4º trim 1º sem 2º sem 1º sem 2º sem 1º sem 2º sem 1º sem 2º sem 1º sem 2º sem 1º sem 2º sem
Geral - Consolidação e Kick-off SMEA
Consolidação das Fichas de Ação e Recursos
Ativação do Modelo de Governança
Consolidação do Cronograma
Monitorização e Avaliação
Monitorização
Avaliação Anual PA SMEA
Avaliação Intercalar SMEA
Avaliação final SMEA
Implementação e Consolidação SMEA
Eixo I - Saúde e Segurança Alimentar
1.1. Informação e Saberes Fazer
1.2. Mercado Local como espaço de Experimentação
1.3. Consumos Públicos
1.4. Regulação Adaptativa
Eixo II - Consumos, Produção e Circuitos de
Comercialização
2.1. Cultura e Literacia Alimentar
2.2. Nano-Produções como espaço de Experimentação
2.3. Práticas de Consumo
2.4. Distribuição e Transformação
Eixo III - Sustentabilidade e Gestão de Recursos
3.1. Património e Desperdício
3.2. Organização e Sustentabilidade da AE, como
espaço de experimentação
3.3. Práticas Produtivas
3.4. Relação com Recursos
Eixo IV - Governância Estratégica
4.1. Comunicação
4.2. Gestão dos tempos de desenvolvimento da SMEA
e Monitorização, como espaços de experimentação
4.3. Liderança e Networking
4.4. Território e Instrumentos de Planeamento
20252019 2020 2021 2022 2023 2024
Legenda preparação consolidação desenvolvimento monitorização Avaliação
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
53 | P á g i n a
5. FICHAS DE COMPROMISSO DE ATORES SMEA
1. Nome: Ana Margarida Pinto da Fonseca
Ações Elementos-chave de conteúdo
Compromisso Geral
Acompanhar o processo de Elaboração da Estratégia Alimentar e a sua implementação no que se refere às vertentes do Km0, promoção da pequena agricultura, dinamização do Banco de Terras, promoção e revitalização da utilização de alimentos tradicionais como a bolota e outros. Promoção da Agroecologia, tanto no âmbito da actividade na Rede de Cidadania como da actividade no ICAAM.
Ação 1 Kit SMEA - Informação e Saber Fazer. (Intensidade)
Eixo 1 Medida 1.1 Baixa
(Descrição) Leitura das propostas para averiguar da coerência do Kit e propor alguma actividade.
(Recursos a disponibilizar) Tempo .
Ação 9 Km0. (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.3 Alta
(Descrição) Organização, no ICAAM, de um Km0 ao nível do Alentejo Central com diferentes instituições públicas da Região, nomeadamente, Câmara de Évora e Montemor, Trilho, ERT, ESAE, Inspecção Geral de Finanças, Associação Comercial de Évora, MARÉ, EPRAL e Cooperativa Minga, entre outras. Definição do Referencial do Km0 regional.
(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho no ICAAM de duas pessoas (Ana Fonseca e Ana Rita), financiamento da ERT para certificação de origem, apoio técnico para definição de normas e certificação de qualidade dos pequenos agricultores pela ASAE, Inspecção Geral de Finanças, etc.
Ação 10 Às voltas de um produto - a Bolota. (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.4 Média
(Descrição) Estudo mais detalhado, no âmbito da actividade de investigação no ICAAM, das práticas antigas associadas ao consumo de bolota no Alentejo.
(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho no ICAAM.
Acção 13 Estudos de viabilidade do Sistema AE e de instrumentos de apoio técnico à produção.
(Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.2 Média
(Descrição) Utilização do método emergético para o estudo da viabilidade do Sistema AE tanto do ponto de vista económico como ambiental e social. Acompanhamento e monitorização da técnica de Key line na Herdade Freixo do Meio para avaliar o respectivo impacto no sistema.
(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho no ICAAM.
Ação 15 Recuperação de formas tradicionais de produção. (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.3 Média
(Descrição) Levantamento das práticas antigas associadas à utilização de alimentos silvestres no Alentejo, desde a sua recolecção, transformação, conservação e equipamentos associados.
(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho no ICAAM.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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2. Nome: Ana Rita Correia Sanches
Ações Elementos-chave de conteúdo
Compromisso Geral Acompanhar o processo de Elaboração da Estratégia Alimentar e a sua implementação no que se refere às vertentes do Km0. Estudar os constrangimentos e condições para a instalação de novos agricultores na Região.
Ação 9 Km0. (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.3 Alta
(Descrição) Organização, no ICAAM, de um Km0 ao nível do Alentejo Central com diferentes instituições públicas da Região, nomeadamente, Câmara de Évora e Montemor, Trilho, ERT, ESAE, Inspecção Geral de Finanças, Associação Comercial de Évora, MARÉ, EPRAL e Cooperativa Minga, entre outras. Definição do Referencial do Km0 regional.
(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho no ICAAM de duas pessoas (Ana Rita e Ana Fonseca), financiamento da ERT para certificação de origem, apoio técnico para definição de normas e certificação de qualidade dos pequenos agricultores da ASAE, etc.
Ação 4 Apoio à instalação de novos produtores. (Intensidade)
Eixo 1 Medida 1.2 Média
(Descrição) Estudo detalhado, no âmbito da actividade de investigação no ICAAM, dos constrangimentos e formas de promoção da instalação de novos agricultores na Região.
(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho no ICAAM.
3. Nome: Casa João Cidade
Ações Elementos-chave de conteúdo
Compromisso Geral Ser um parceiro dinâmico e fiável.
Ação 10 (nome). (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.4 L / P / A
(Descrição) À volta da Bolota
Atividade na semana sobre o tema .
(Recursos a disponibilizar) Equipa de clientes da CAO.
Ação 21 (nome). (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.2 L / P / A
(Descrição) Monitorização SMEA
Recolha e tratamento da informação.
(Recursos a disponibilizar) Técnica CAAAPD.
Ação 22 (nome). (Intensidade)
Eixo 4 Medida 4.3 L / P / A
(Descrição) Sistema de Governancia
Ativação de redes com metodologias participativas.
(Recursos a disponibilizar) Técnica CAAAPD.
Outros….
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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4. Nome: Câmara Municipal de Montemor-o-Novo
Ações Elementos-chave de conteúdo
Compromisso Geral
Dinamizar e acompanhar o processo de implementação da Estratégia Alimentar Local e conceber os instrumentos de comunicação/divulgação de ações, iniciativas e resultados. Paralelamente, assegurar a integração das orientações com impacto no ordenamento (nos IGT) e outras (nas diversas Estratégias Municipais).
Ação 2 Renovação/Dinamização do Mercado Municipal (Intensidade)
Eixo 1 Medida 1.2 Alta
(Descrição) Continuação da atividade de dinamização do Mercado Municipal como forma privilegiada de escoamento da produção da pequena agricultura. Elaboração do programa funcional para a exploração do Mercado Municipal e a sua adaptação à instalação e funcionamento das atividades (comércio, restauração e outras de animação urbana). Definição do modelo de gestão/Exploração do equipamento (tipo de atividades, regras para a ocupação dos espaços; horários de funcionamento, etc.) - cf. Carta Estratégica de Montemor-o-Novo, 2025.
(Recursos a disponibilizar) Meios Internos e Parcerias a estabelecer;
Ação 3 Cozinha Comunitária (Intensidade)
Eixo 1 Medida 1.2 Alta
(Descrição) Facultar este serviço ao cidadão e/ou instituição que queira fazer uso da cozinha, permitindo assim que as regras básicas dos HCCPS, sejam seguidas na confeção dos alimentos permitindo que o produto ganhe valor acrescentado e possa ser comercializado à posteriori. Dinamização de cursos de HCCPS e outras formações no sentido de empoderar os seus possíveis utilizadores. Promover, confeções de alimentos, cuja metodologia não é comum e que possa funcionar como “montra viva” para todos os utilizadores do mercado e população em geral. Valorizar o produto em excesso produzido na agricultura familiar ou pequeno produtor, no sentido do combate ao desperdício alimentar e da valorização acrescida do produto para fins sociais e/ou outros. Promover workshops de boas práticas e novas metodologias de confeção dos alimentos.
(Recursos a disponibilizar) Aquisição de equipamento e gestão do espaço
Ação 1 Kit SMEA - Plano de Comunicação (Intensidade)
Eixo 4 Medida 4.1 Alta
(Descrição) Elaboração e implementação do Plano de Comunicação, em articulação com entidades parceiras. Execução de manual de boas práticas na alimentação com exemplos de receitas e formas de reaproveitamento de alimentos etc Informação sobre a sazonalidade dos alimentos com apoio infográfico de sugestões e qualidade nutritiva dos alimentos, no sentido da promoção do consumo dos alimentos de base local….
(Recursos a disponibilizar) Meios internos.
Ação 19 Carrinha Itinerante SMEA (Intensidade)
Eixo 4 Medida 4.1 Alta
(Descrição) Conceção de conteúdos e programação de deslocações. Projeto piloto para a recolha dos excedentes da pequena agricultura disponibilizando-os para os cabazes sociais e/ou outros usos.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Ações Elementos-chave de conteúdo
(Recursos a disponibilizar) Viatura e motorista. Técnico de acompanhamento, e nutricionista.
Ação 20 Plataforma SMEA (Intensidade)
Eixo 4 Medida 4.1 Alta
(Descrição) Conceção e alimentação de conteúdos.
(Recursos a disponibilizar) Meios internos associados aos sistemas de informação.
Ação 22 Negociação e Facilitação de Parcerias alargadas (Intensidade)
Eixo 4 Medida 4.3 Alta
(Descrição) Contacto com parceiros para adesão e implementação da SMEA
(Recursos a disponibilizar) Eleitos e GT da AG 21 Local
Ação 23 Rota de Eco-Literacia (Intensidade)
Eixo 4 Medida 4.3 Alta
(Descrição) Programas itinerantes de informação à população das boas práticas e de comer saudável, medidas de reciclagem, compostagem e boas praticas agrícolas às populações das freguesias rurais, podendo utilizar a carrinha da ação 19. Criar e divulgar uma rota de produtores e atividades que divulguem as boas práticas e os produtos locais do concelho.
(Recursos a disponibilizar) Contacto com os produtores e projetos sediados no concelho, cujo objetivo seja comum (sustentabilidade e produção local). Folhetos de divulgação, e plataformas de informação à população. Sinalização dos percursos. Atividades de promoção.
Ação 24 Integração da SMEA nos IGT e outras Estratégias municipais
(Intensidade)
Eixo 4 Medida 4.4 Alta
(Descrição) Trabalho de identificação das medidas e normativas regulamentares, ajustadas à consideração de implicações no ordenamento, ambiente e desenvolvimento, nomeadamente em sede Revisão do PDM.
(Recursos a disponibilizar) Meios internos (técnicos que acompanham a Revisão do PDM).
5. Nome: Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo (DRAP Alentejo)
Ações Elementos-chave de conteúdo
Compromisso Geral Participação efetiva nas atividades e na governança da SMEA.
Ação 1 Kit SMEA. (Intensidade)
Eixo 1 Medida 1.1 L / P / A
(Descrição)
Desenvolver conteúdos para disseminação de informação relevante e saberes fazer.
(Recursos a disponibilizar) Disponibilização de informação e documentos do MAFDR.
Ação 5 Regulação adaptativa. (Intensidade)
Eixo 1 Medida 1.4 L / P / A
(Descrição)
Grupo de Trabalho para acompanhar, preparar e impulsionar revisões e alterações legislativas que viabilizem as compras públicas de produtos locais.
(Recursos a disponibilizar) Participação técnica em Grupo de Trabalho.
Ação 1 Kit SMEA. (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.1 L / P / A
(Descrição)
Desenvolver conteúdos para disseminação de informação relevante para a promoção de literacia alimentar, entreajuda na resolução de problemas,
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Ações Elementos-chave de conteúdo
promoção de troca de saberes e de consolidação de uma cultura local em torno de uma alimentação saudável.
(Recursos a disponibilizar) Disponibilização de informação e documentos do MAFDR.
Ação 1 Kit SMEA. (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.1 L / P / A
(Descrição)
Desenvolver conteúdos para disseminação de informação relevante e sensibilização orientada para o combate ao desperdício alimentar e valorização de recursos naturais.
(Recursos a disponibilizar) Disponibilização de informação e documentos do MAFDR.
Ação 12 Experimentação – Organização e Sustentabilidade (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.2 L / P / A
(Descrição)
Promoção e desenvolvimento de um campo de experimentação e aprendizagem em torno dos princípios da agroecologia.
(Recursos a disponibilizar) Apoio técnico à instalação do campo.
Ação 13 Experimentação - Organização e Sustentabilidade. (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.2 L / P / A
(Descrição)
Promoção de estudos para testar e desenvolver a viabilidade dos sistemas AE e desenvolvimento de instrumentos de apoio técnico à produção.
(Recursos a disponibilizar) Apoio na preparação dos cadernos de encargos e no desenvolvimento de instrumentos de apoio técnico à produção.
Ação 14 Práticas produtivas. (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.3 L / P / A
(Descrição)
Criação de uma estrutura fixa e volante de apoio técnico, mentoring e coaching a disponibilizar com o apoio de promotores locais com experiência em AE.
(Recursos a disponibilizar) Apoio técnico de retaguarda à Estrutura de Apoio Técnico à Produção.
Ação 15 Práticas produtivas. (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.3 L / P / A
(Descrição) Mapeamento e caracterização de formas tradicionais de produção.
(Recursos a disponibilizar) Apoio técnico ao mapeamento e caracterização.
Ação 17 Relação com os recursos. (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.4 L / P / A
(Descrição) Desenvolvimento de iniciativas focalizadas na promoção de eficiências ambientais e de economia circular.
(Recursos a disponibilizar) Apoio técnico ao desenvolvimento de iniciativas e divulgação de boas práticas.
Ação 18 Relação com os recursos. (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.2 L / P / A
(Descrição) Reforço da articulação com a Bolsa Nacional de Terras.
(Recursos a disponibilizar) Estabelecimento da ligação à Bolsa Nacional de Terras.
Ação 1 Kit SMEA. (Intensidade)
Eixo 4 Medida 4.1 L / P / A
(Descrição) Elaboração e implementação do Plano de Comunicação.
(Recursos a disponibilizar) Participação na implementação do plano de comunicação e divulgação de resultados nas páginas da DRAP Alentejo e da RRN na Internet.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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6. Nome: Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas (ICAAM - UÉvora)
Ações Elementos-chave de conteúdo
Compromisso Geral
Acompanhar o processo de criação da Estratégia Alimentar e a sua implementação, em particular no que se refere a implementação das ementas Km0, avaliação do papel actual e potencial da pequena agricultura no sistema alimentar local, acompanhamento e monitorização de iniciativas de agroecologia como a aplicação da técnica “Key-line” (projecto piloto na Herdade Freixo do Meio) e, ainda, formação e acompanhamento de técnicos de extensão e acompanhamento dos produtores. Para além disso, monitorização e análise de todo o processo de implementação da Estratégia Alimentar, nas suas diversas componentes.
Ação 4 Apoio à instalação de novos produtores. (Intensidade)
Eixo 1 Medida 1.2 Média
(Descrição) Análise, no âmbito de actividade de investigação no ICAAM, dos percursos e constrangimentos à instalação de novos agricultores na Região, com identificação de possíveis mecanismos de apoio e definição dos mais urgentes.
(Recursos a disponibilizar) Tempo de investigação e Orientações para medidas de apoio/resultados de investigação.
Ação 9 Km0. (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.3 Alta
(Descrição) Organização da plataforma de cooperação entre diversas entidades, no ICAAM, para implementação de um conjunto de iniciativas Km0 no Alentejo Central. Entidades envolvidas: Câmara de Évora e de Montemor, Trilho, ERT, ASAE, Associação Comercial de Évora, MARÉ, EPRAL e Cooperativa Minga, entre outras. Definição do Referencial do Km0 regional - regulamento para a certificação de restaurantes.
(Recursos a disponibilizar) Tempo de trabalho no ICAAM de duas pessoas (Ana Fonseca e Ana Rita Sanchez), financiamento da ERT para certificação dos Restaurantes, apoio técnico para definição de normas e certificação de qualidade dos pequenos agricultores da ASAE, etc.
Ação 10 Às voltas de um produto - a Bolota. (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.4 Média
(Descrição) Estudo mais detalhado, no âmbito da actividade de investigação do ICAAM, das práticas antigas associadas ao consumo de bolota no Alentejo.
(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho no ICAAM (Ana Fonseca).
Ação 13 Estudos de viabilidade do Sistema AE e de instrumentos de apoio técnico à produção.
(Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.2 Média
(Descrição) Acompanhamento e monitorização da técnica de Key line aplicada no caso piloto na Herdade Freixo do Meio para avaliar sobre o seu impacto no sistema.
(Recursos a disponibilizar) Horas de investigação do ICAAM.
Ação 14 Estrutura de apoio técnico à produção. (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.3 Baixa
(Descrição) Actividades de formação (em campo e em sala) de técnicos de extensão, por professores e investigadores com diferentes valências, dentro da actividade do ICAAM e mediante protocolo com associações ou outras entidades que disponibilizem /financiem os técnicos que vão fazer a extensão junto dos pequenos produtores, por um período de tempo definido e com objectivos identificados.
(Recursos a disponibilizar) Horas de investigação e de formação do ICAAM.
Ação 15 Recuperação de formas tradicionais de produção. (Intensidade)
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Ações Elementos-chave de conteúdo
Eixo 3 Medida 3.3 Média
(Descrição) Levantamento das práticas antigas associadas à utilização de alimentos silvestres no Alentejo, desde a sua recolecção, transformação, conservação e equipamentos associados.
(descrição)
(Recursos a disponibilizar) Tempo de investigação do ICAAM. (Recursos a disponibilizar)
7. Nome: Junta de Freguesia de Cabrela
Ações Elementos-chave de conteúdo
Compromisso Geral
Dinamizar participar e acompanhar o processo de implementação da Estratégia Alimentar Local assegurando a suas orientações na Estratégia definida para a Freguesia. Contribuir para a promoção da qualidade de vida, da sustentabilidade económica do território
Ação A4 – Regulação Adaptativa
Regulação adaptativa (Intensidade)
Eixo 1 Medida 1.4 L / P / A
(Descrição) Participação e acompanhamento no GT
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.
Ação A7 e A8 Experimentação de nano produções (Intensidade)
Eixo 2 Medida 1.2 L / P / A
(Descrição) Promoção de iniciativas para valorização de pequenas produções para auto consumo Promoção de ação experimental “mercadinho de excedentes” como local para venda/troca de produção excedentária aproximando o consumidor e os produtores
(Recursos a disponibilizar) Disponibilização de local, recursos logísticos, divulgação
Ação 13 Experimentação – Organização e Sustentabilidade (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.2 L / P / A
(Descrição) Colaboração no desenvolvimento de ações /iniciativas que contribuam o fomento do modelo agro-ecológico
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.
Ação A9 Práticas de consumo (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.3 L / P / A
(Descrição) Desenvolvimento de iniciativas focalizadas na promoção de cadeias alimentares de base local
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.
Ação A16, A17 ,A18 Relação com os recursos (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.4 L / P / A
(Descrição) Desenvolvimento de ações de sensibilização e valorização da utilização eficiente dos recursos (solo, água, energia etc)
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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8. Nome: Liga dos Pequenos e Médios Agricultores M-o-N
Ações Elementos-chave de conteúdo
Compromisso Geral Acompanhar e participar na implementação da Estratégia Alimentar para o concelho no que se refere à promoção da pequena agricultura no sistema alimentar local.
Ação A2, A3 e A4 Experimentação e Mercado (Intensidade)
Eixo 1 Medida 1.2 L / P / A
(Descrição) Sensibilizar os pequenos e médios agricultores para adoção de boas práticas de valorização dos saberes e património alimentar local, bem como para boas práticas do uso dos recursos naturais Contribuir para a criação de circuitos curtos entre os vários níveis de produção e consumo.
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.
Ação A6 e A8 Experimentação de Nano-Produções (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.2 L / P / A
(Descrição) Dinamização, manutenção e valorização das hortas comunitárias tendo por base os princípios SMEA
(Recursos a disponibilizar) Recursos Técnicos.
Ação A17 Promoção de Boas Práticas do uso da água e do solo (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.4 L / P / A
(Descrição) Desenvolvimento de iniciativas focalizadas na promoção de eficiências ambientais e de economia circular
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.
9. Nome: Marca ADL
Ações Elementos-chave de conteúdo
Compromisso Geral
Dinamizar acompanhar e participar na implementação da Estratégia Alimentar para o concelho de Montemor-o-Novo promovendo o património dos saberes e práticas, que valorize os produtos, o produtor o consumidor e o meio ambiente, contribuindo para a promoção da qualidade de vida, da sustentabilidade económica do território
Ação A1 – Kit Smea Informação e saber Fazer Património e desperdício
(Intensidade)
Eixo 1 Eixo 3
Medida 1.1 3.1
L / P / A
(Descrição) Dinamizar ações de sensibilização e informação com vista à promoção da segurança alimentar e saúde das populações Dinamizar ações de informação de saberes fazer Dinamizar ações de sensibilização e divulgação para valorização dos produtos locais Dinamizar ações de sensibilização de combate ao desperdício alimentar
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.
Ação A3 Cozinha Comunitária (Intensidade)
Eixo 1 Medida 1.2 L / P / A
(Descrição) Promoção de iniciativas para disseminação de práticas e saberes tradicionais e de transformação de alimentos
(Recursos a disponibilizar) Recursos Técnicos.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Ações Elementos-chave de conteúdo
Ação 13 Experimentação – Organização e Sustentabilidade (Intensidade)
Eixo3 Medida 3.2 L / P / A
(Descrição) Colaboração no desenvolvimento de ações /iniciativas que contribuam o fomento do modelo agro-ecológico
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.
Ação A9 Práticas de consumo (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.3 L / P / A
(Descrição) Desenvolvimento de iniciativas focalizadas na promoção de cadeias alimentares de base local
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.
Ação A16, A17 ,A18 Relação com os recursos (Intensidade)
Eixo 3 Medida3.4 L / P / A
(Descrição) Desenvolvimento de ações de sensibilização e valorização da utilização eficiente dos recursos (solo, água, energia etc)
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.
10. Nome: MontemorMel
Ações Elementos-chave de conteúdo
Compromisso Geral
Acompanhar e participar na implementação da Estratégia Alimentar para o concelho no que se refere à promoção de um sistema alimentar local valorizando os produtos, o produtor o consumidor e o meio ambiente, contribuindo para a promoção da qualidade de vida, e da sustentabilidade económica do território.
Ação A10, A11 Distribuição e Transformação
(Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.4 L / P / A
(Descrição) Sensibilizar para adoção de boas práticas de valorização dos saberes e património alimentar local, bem como para boas práticas do uso dos recursos naturais. Contribuir para a criação de circuitos curtos entre os vários níveis de produção e consumo.
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.
Ação A14, A15 Praticas Produtivas (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.3 L / P / A
(Descrição) Ações de sensibilização para fomento, consolidação de práticas produtivas tendo como objetivo o modelo agrogeológico.
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.
Ação A17 Promoção de Boas Práticas do uso da água e do solo (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.4 L / P / A
(Descrição) Desenvolvimento de iniciativas focalizadas na promoção de eficiências ambientais e de economia circular
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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11. Nome: Oficina Culinária I Oficina da Criança -CMMN
Ações Elementos-chave de conteúdo
Compromisso Geral
O Serviço de Animação Socioeducativo | Oficina da Criança do Município de Montemor o Novo, no âmbito da Oficina de Culinária compromete-se:
a utilizar produtos sazonais, com base nas características de uma alimentação mediterrânicas no intuito de promover e valorizar este padrão alimentar junto das crianças.
• incentivar a incorporação de ervas aromáticas como veículo de maior sabor em detrimento do abuso do sal de adição
• adquirir, o quanto possível, os produtos alimentares a produtores locais;
• confecionar de receitas regionais;
•promover a utilização e transmissão geracional de técnicas culinárias saudáveis tradicionais, como sopas, ensopados e caldeirada
• partilhar saberes tradicionais da terra, com 2 visitas a produtores locais •incentivar o tempo dedicado à confeção dos alimentos e sua inserção no quotidiano através da partilha com família e amigos.
Ação- Oficina de Culinária (nome) (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.1 L / P / A Março a Julho 19
(Descrição) Ação desenvolvida uma vez por semana, com dois grupos distintos, com crianças dos 6 aos 14 anos, com inscrição prévia na atividade.
A ação tem como conteúdo confecionar alimentos num âmbito de formação educativa, através:
- Saber COMER BEM “Diversificar a alimentação, comer produtos da época/estação, comer preferencialmente biológico, comer o mínimo de produtos processados, comer produtos ricos nutricionalmente, ser esclarecido em relação à alimentação, tentar conhecer o produtor dos seus alimentos e privilegiar o consumo de alimentos dos produtores que conhece.” (SMEA)
- Saber trabalhar em equipa - aprendendo a respeitar regras de convívio e de trabalho numa cozinha ou refeitório.
- Aprender a seguir normas de segurança e higiene na preparação dos alimentos
- Respeitar e colocar em prática hábitos de higiene pessoais antes de iniciar o trabalho - Desenvolver atividades de coordenação motora: misturar, bater, picar, enrolar, triturar, etc
(Recursos a disponibilizar) A Oficina da Criança responsabiliza-se pela divulgação da atividade, por toda a dinâmica com as crianças e pela requisição dos recursos necessários para a ação.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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12. Nome: Rede de Cidadania de Montemor-o-Novo
Ações Elementos-chave de conteúdo
Compromisso Geral Acompanhar o processo de Elaboração da Estratégia Alimentar e a sua implementação no que se refere às vertentes do Km0, Banco de Terras e dinamização do Mercado Municipal.
Ação 2 Projecto de Renovação/Dinamização do Mercado Municipal.
(Intensidade)
Eixo 1 Medida 1.2 Alta
(Descrição) Continuação da actividade de dinamização do Mercado Municipal como forma privilegiada de escoamento da produção da pequena agricultura e ponto de encontro de todos os que se preocupam com o consumo sustentável.
(Recursos a disponibilizar) Banca semanal da Rede de Cidadania no Mercado Municipal, com venda de jornais e bancas de troca de livros, CD’s e DVD’s. Actividades de dinamização do Mercado como almoços bianuais, entre outras actividades.
Ação 3 (nome). (Intensidade)
Eixo 1 Medida 1.2 L / P / A
(Descrição) Participação no funcionamento da cozinha.
(Recursos a disponibilizar) Membros da rede.
Ação 7 Dinamização do Banco de Terras Local. (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.2 Média
(Descrição) Divulgação e Dinamização do Banco de Terras Local, gerindo a disponibilidade de terrenos e pequenos problemas que vão surgindo.
(Recursos a disponibilizar) Responsável e beneficiários do Banco de Terras Local. Trabalho voluntário de gestão (algumas horas por mês).
Ação 9 Km0. (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.3 Eixo 2
(Descrição) Promoção e manutenção das atividades Km0. Continuação da dinamização dos jantares Km0 pelos restaurantes do Concelho de Montemor e da iniciativa Km0 nas suas outras vertentes.
(Recursos a disponibilizar) Equipa da Rede responsável pelo Km0. Trabalho voluntário do grupo de trabalho da Rede.
Ação 16 Criação e Gestão do Banco de Sementes. (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.4 Média
(Descrição) Promoção de uma candidatura ao Orçamento Participativo para construção de um site onde estejam definidos os guardiões de cada variedade de sementes de hortofrutícolas e uma plataforma para os produtores comunicarem entre si na perspectiva da troca de sementes. Manutenção de uma versão em papel dos Guardiões de Montemor com os respectivos contactos e variedades recolhidas e mantidos na Banca da Rede de Cidadania.
(Recursos a disponibilizar) Horas de trabalho voluntário.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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13. Nome: Slow Food Alentejo
Ações Elementos-chave de conteúdo
Compromisso Geral
Dinamização, acompanhamento e participação activa no processo de construção e implementação da Estratégia Alimentar para o concelho de Montemor-o-Novo, na sua globalidade e, sobretudo, nas vertentes mais próximas do movimento internacional Slow Food, tentando transpor a sua ampla experiência na promoção do alimento bom, limpo e justo, local e sazonal, tendo presente a realidade local. O envolvimento pretenderá promovero a produção e a comercialização que valorizem os produtos, o produtor, o consumidor e o meio ambiente, contribuindo para a promoção da qualidade de vida das populações e do bem-estar animal, da sustentabilidade económica do território e, também, a recuperação de saberes-fazer e tradições e locais/regionais.
Acção A1 – Kit Smea Informação e Saber-Fazer Cultura e Literacia Alimentar Património e Desperdício Comunicação
(Intensidade)
Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3 Eixo 4
Medida 1.1 Medida 2.1 Medida 3.1 Medida 4.1
L / P / A
(Descrição) Dinamizar acções de sensibilização e informação com vista à promoção da segurança alimentar e da saúde das populações Dinamizar acções de informação de saberes-fazer Dinamizar acções de sensibilização e divulgação para valorizar os produtos locais Dinamizar acções de sensibilização para implementar circuitos curtos.
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.
Acção A5 Regulação Adaptativa (Intensidade)
Eixo 1 Medida 1.4 L / P / A
(Descrição) Participação e acompanhamento no GT
(Recursos a disponibilizar) Recursos Técnicos e benchmarking.
Acção A6, A7, A8 Experimentação de nano- produções e Hortas comunitárias
(Intensidade)
Eixo2 Medida 2.2 L / P / A
(Descrição) Desenvolvimento de iniciativas que contribuam para o fomento de circuitos curtos entre os vários níveis de produção e consumo, nomeadamente na experimentação de nano-produções, a partir de variedades locais, e acompanhamento/apoio às hortas comunitárias.
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.
Acção A9 Km 0 (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.3 L / P / A
(Descrição) Apoio na implementação e desenvolvimento do conceito Km 0
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.
Acção A10 Práticas de consumo. (Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.3 L / P / A
(Descrição) Desenvolvimento de iniciativas focalizadas na promoção de cadeias alimentares de base local.
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.
Acção A11 Distribuição e transformação
(Intensidade)
Eixo 2 Medida 2.4 L / P / A
(Descrição) Valorizar e promover a produção local aproximando o consumidor e o produtor
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
65 | P á g i n a
Ações Elementos-chave de conteúdo
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.
Acção A15 Práticas Produtivas (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.3 L / P / A
(Descrição) Apoio na recuperação de formas tradicionais de produção
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.
Acção A16, A17 Relação com os Recursos (Intensidade)
Eixo 3 Medida 3.4 L / P / A
(Descrição) Apoio na criação e gestão de bancos de sementes eficazes e na promoção de boas práticas do uso de recursos (e.g. solo, água)
(Recursos a disponibilizar) Recursos técnicos e benchmarking.
14. Nome: UCC Centro de Saúde Montemor-o-Novo
Ações Elementos-chave de conteúdo
Compromisso Geral
Dinamizar os conteúdos das sessões “À mesa não se brinca?”, já descritos em documento próprio, no período letivo de 2019/2020, no máximo de seis sessões; elaborar o questionário de avaliação de aquisição de conhecimentos destas sessões para posterior aplicação. Definir os conteúdos do workshop “Rotulagem Alimentar”; dinamizar e implementar o referido worshop, no máximo de duas sessões no decorrer do ano 2020.
Ação À Mesa não se brinca? (Intensidade)
Eixo 1 Medida 1.1 L / P / A
(Descrição)
(Recursos a disponibilizar)
Ação YYYY Worshop: Rotulagem Alimentar (Intensidade)
Eixo 1 Medida 1.1 L / P / A
(Descrição)
(Recursos a disponibilizar)
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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PARTE II - ELEMENTOS MATERIAIS DE SUPORTE
O processo de trabalho para a Elaboração da Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-
Novo teve por base um conjunto de vetores técnicos de aprofundamento com duas componentes
principais:
Diagnóstico dos Recursos naturais, produtivos e de iniciativa; e cenários de evolução do Sistema
Alimentar Local de Montemor-o-Novo.
Elaboração partilhada e participativa da Estratégia, no quadro da realização de Oficinas de
trabalho e outros momentos interativos, cujos materiais foram sendo sistematizados em
Relatórios de Progresso correspondentes à acumulação gradual dos adquiridos do processo de
trabalho realizado (apresentação de resultados do trabalho e avaliação):
1. Roteiro e Sintese Metodológica
2 Diagnóstico de Recursos e Iniciativas no âmbito do Sistema Alimentar Local
3. Cenários e Perspectivas de Intervenção
4. Oficinas Colaborativas - Relatórios de um Processo de Trabalho.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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A. ROTEIRO E SÍNTESE METODOLÓGICA
A.1. OBJETIVOS DA CONSULTORIA
Nos termos das Cláusulas Técnicas do Caderno de Encargos, o Município de Montemor-o-Novo associa à
elaboração de uma Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo os seguintes objetivos:
Na perspetiva do Procedimento de Consulta, os Serviços contratados pela Câmara Municipal deverão
assegurar respostas aos seguintes objetivos:
(a) Mediar os trabalhos e os processos participativos e de planeamento;
(b) Prestar apoio na definição da metodologia de trabalho;
(c) Realizar sessões participativas;
(d) Elaborar relatórios e ou atas de reuniões.
O Relatório Metodológico preenche as respostas às alíneas a) e b), e apresenta a calendarização
detalhada de iniciativas e de reuniões que constituem as Tarefas de Animação visando a dinamização de
reuniões de trabalho globais e por segmento alvo.
O “output” traduz a consolidação calendarizada de um Roadmap para a elaboração da Estratégia
Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo participada e partilhada.
Esta componente da Consultoria tem a responsabilidade técnica da Professora Maria João Freitas do
LNEC, no âmbito do Protocolo de colaboração com o Gabinete Oliveira das Neves, e foi desenvolvida no
quadro das atividades do Grupo de Trabalho Agenda 21 Local.
a) Contribuir para a definição da metodologia e ajudar na identificação dos vetores principais da Estratégia e Plano de Ação.
b) Identificar, mapear e avaliar as iniciativas locais.
c) Avaliar a viabilidade de constituição de um Conselho Local Alimentar.
d) Apoiar e ajudar a dinamização de estudos necessários ou ações já em curso que contribuam para a Estratégia.
e) Facultar apoio consultivo na análise de propostas, p.ex., eventuais parcerias em projetos financiados e adesão ao Pacto de Milão, etc.
f) Equacionar a criação de grupos específicos de trabalho para a implementação de determinadas ações ou tarefas.
g) Apoiar na definição de um conjunto de indicadores para a monitorização dos resultados.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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A. 2. ROADMAP PARA A ELABORAÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA ALIMENTAR
A Elaboração de uma Estratégia Alimentar Participada e Partilhada (EA2P) surge em sequência dos
trabalhos enquadrados na Agenda 21 Local e em estreita ligação com a Carta Estratégica para o Concelho,
Montemor-o-Novo, 2025.
A EA2P pretende ser um guia de orientação partilhado que favoreça ações individuais e coletivas
conducentes a uma abordagem consciente, integrada e comprometida com uma alimentação com
qualidade, no que ela impacta em termos de saúde e bem-estar das populações, desenvolvimento local
do Concelho e questões ambientais de natureza mais ampla.
Esta EA2P destina-se a todos os atores, individuais e/ou organizados, que residem, operam ou utilizam o
Concelho e Região , devendo consubstanciar-se numa Carta de Compromisso (CC_ EA2P) entre atores
chaves a envolver, quer na sua conceção quer na posterior execução.
Tempo de abrangência da EA2P:
2018-2025 (em alinhamento com a Carta Estratégica para o Concelho)
Período para elaboração da EA2P:
Meados de 2017- Outubro 2018.
Catalisador da EA2P:
Câmara Municipal de Montemor-o-Novo
Atores-Chave (como massa crítica).
Racional para a EA2P:
A Câmara Municipal (CM) catalisa um processo participado para a elaboração da EA2P, envolvendo
atores-chave (AC) em vários momentos interativos (MI) que deverão culminar com uma Carta de
Compromissos partilhada (CC_EA2P), que se faz acompanhar por um Plano de Comunicação (PC) ao longo
de todo o processo.
O processo abre-se à comunidade (Pop) em dois momentos específicos antes da elaboração da Proposta
Final (PF) da EA2P. A CM valida, desde o início, o processo e disponibiliza os meios para a sua realização;
promove o seu Plano de Comunicação (PC); assegura informação acerca do processo à Assembleia
Municipal (AM) em momentos chave; assegura o seu bom desenvolvimento, em articulação com as
demais estratégias que terá em curso durante o seu período de vigência; e promove a sua concretização
numa Carta de Compromissos (CC).
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Elementos-chave constituintes da EA2P
Parte A Parte B
a) Enquadramento b) Princípios Orientadores c) Objetivos d) Eixos Estratégicos e) Identificação de ações imediatas e de ações âncora f) Articulação com outros instrumentos estratégicos e de
plano g) Sistema de governança h) Sistema de monitorização.
i) Metodologia ii) Ficha descritiva por ação âncora (memória
descritiva, recursos a alocar, atores a envolver, etc);
iii) Mapa de Atores; iv) Cronograma de referência (por milestones) v) Layout para Carta de Compromissos.
Considerações e Motivações prévias
Considera-se que existe um património alimentar (produtivo e de consumo) no Concelho que incorpora
potencialidades não otimizadas, mas que pode também estar ameaçado pela emergência de novos perfis
alimentares (não sustentáveis?) e por necessidades de consumo nem sempre suficientemente suportadas
por sistemas de produção alimentar local e/ou ambientalmente responsáveis.
Como propósito (mote) orientador à elaboração desta Estratégia, identificou-se assegurar que “MoN
come com Qualidade”.
Assim, foram consideradas as seguintes dimensões a assegurar e a evitar em matéria alimentar:
Assegurar Evitar
Alimentação saudável acessível e generalizada (marca do Concelho);
Atribuição de “valor” ao que “faz bem” e é de produção local;
Ligação entre o “comer” e o “fazer” (confeção, conservação, substituição de ingredientes, reaproveitamento de sobras, etc…);
Reforço de relações e aprendizagens mútuas inter-geracionais em torno da alimentação (em torno do “comer” e do “fazer”);
Acesso a “produtos” e “comida” de qualidade (sem produtos químicos nocivos e com sabor);
Preservação das sementes locais;
Produção agrícola local com qualidade para distribuição externa e interna;
MoN passa a ter “produtos” locais reconhecidos interna e externamente.
MoN perde qualidade alimentar instalada;
Fome em MoN por falta de acesso a alimentos;
Predominância de acesso a produtos alimentares importados (não produzidos localmente);
Falta de diversidade na produção agrícola e/ou alteração da vocação agro-alimentar para o Concelho;
Perda de património material (i.e. sementes) e imaterial (i.e. boas práticas alimentares e saberes fazer associados à produção e confeção de alimentos);
Falta de disponibilidade e/ou perda de qualidade de água para a produção e consumo e de solos cultiváveis;
Perda de população em sequência de agravamento de fenómenos de desertificação;
Impactes ambientais de produção intensiva e má gestão de resíduos e excedentes.
Dimensões a considerar para diagnóstico durante a elaboração da EA2P
Também foram identificadas duas dimensões a considerar para diagnóstico, mapeamento e
aprofundamento durante a elaboração da EA2P:
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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(i) Perfis Alimentares e de Consumo:
a. O que é comer “bem”? (que dimensões a considerar? diversidade, riqueza de nutrientes, não
saltar refeições, consumo predominante de produtos locais, consumo predominante de produtos
frescos e não processados, …) - Identificação de perfis alimentares e de consumo de referência;
b. Come-se bem ou mal em MoN?/ Há fome em MoN? - Identificação de perfis de comportamento;
c. Quais os perfis alimentares e de consumo que existem em MoN? Existem clusters específicos
associados a esses perfis (quem, como, …)? Existem padrões espaciais associados a esses perfis
(onde)? - Mapeamento de perfis alimentares e de consumo.
(ii) Recursos:
a. Que recursos (materiais e imateriais) associados ao sistema da alimentação/cadeia alimentar
(não) são reconhecidos e/ou (não) são valorizados em MoN? - Mapeamento sistémico dos
recursos no sistema/cadeia alimentar;
b. Há ou não recursos a serem (re)valorizados em MoN? - Identificação de potenciais/fatores
críticos no sistema/cadeia alimentar;
c. Existem (ou não) desperdícios associados ao sistema alimentar em MoN com potencial de
(re)valorização? – Roadmap para desenvolvimento de potenciais/fatores críticos.
Atores-Chave a envolver na produção da EA2P
CM Atores de Referência Associações Outros
Agenda 21 Local (Rita, Vanda, Cândida e Anabela) Carta Estratégica (VandaTeixeira e Rita Sampaio ) PDM/OT (Rita Dionísio) Educação (Ana Paula) Área Social (Ana Maria) Desporto (José Augusto) Juventude (Anabela) Ambiente (Cândida) Veterinário Municipal (Carlos Varela) Outros (XXX, XXX, …)
Lideres locais Fazedores de opinião Pessoas de referência MoN Focal points (i.e. comerciantes) População Infantil e Jovem Rede Social Rede da Cidadania Juntas de Freguesia
Associação de Produtores Associação de Comerciantes de Retalho (ACDE) Associação Regantes da Barragem dos Minutos Deco ADL’s (Monte, Marca, Terras de Dentro, …) Associações Desportivas (ACM, Rugby, União, Ténis, …) IPSS (que sirvam refeições) Associação de Pais. Cooperativas Produtores agralimentares
ASAE ARSaúde Alentejo DRAP Alentejo ADRAL Agrupamento de Escolas MDM Universidade - ICAAM Movimento “Slow-Food” Cidadãos
População em geral População escolar
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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A.3. PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS
Período para elaboração da EA2P: Julho 2017- Julho 2018
Roadmap para a elaboração da EA2P: A elaboração da EA2P prosseguirá 5 ciclos de produção:
C1 Julho - Setembro 2017
Relação, Inspiração, Diagnóstico e consolidação dos Princípios e Objetivos Estratégicos a prosseguir
C2 Novembro - Fevereiro 2018
Desenho Colaborativo da Estratégia
C3 Fevereiro - Março 2018
Elaboração da Proposta Final
C4 Março - Junho 2018
Discussão e preparação da Carta de Compromisso
C5 Julho 2018 Carta de Compromisso e arranque da EA2P
Sinopse de iterações:
Tipo de Iteração (Oficina / Open Week) Datas/ fases
MI_AC#1 _ 1ª Oficina (Kick-off + Expectativas de Retorno + Anamnese)
29 maio 2017
MI_Pop#1 – (a) Mapping Open-Week - “comer bem é … (via mail, caixas de mensagens, JF’s; ARPIS, presencial escolas e mercados)
19-23 junho 2017
MI_Pop#1 – (a) Mapping Open-Week - Jogo “Pegada Alimentar” (Feira da Luz)
30 agosto - 4 setembro 2017
MI_Pop#1 – (a) Mapping Open-Week - Jogo “À Mesa não se Brinca”” (lançamento nas escolas)
outubro/novembro 2017
MI_AC#2_ 2ª Oficina (Consolidação Diagnóstico + Desafios EA2P)
21 novembro 2017
MI_AC#3_ 3ª Oficina (Consolidação de Princípios, Objetivos e Eixos Estratégicos)
1 março 2018
MI_AC#4_ 4ª Oficina (Consolidação da Operacionalização e Modelo de Governancia)
11 maio 2018
MI_AC#5_ 5ª Oficina (Discussão Proposta Final)
20 junho 2018
MI_Pop#2 Feira da Luz/Expomor – Jogo “ Os alimentos com e sem rosto” 29 ago - 3 set 2018
CC_EA2P - Assinatura da Carta de Compromisso EA2P Evento Público
setembro/outubro 2018
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Storyboard para a elaboração da EA2P (Quem? Quando? Como? Outputs expectáveis)
C1 - Inspiração
Julho 2017 Agosto 2017 Setembro 2017 Outubro 2017
MI_AC # (2ª quinzena) – MI_AC#1 (Kick-off + Expectativas de Retorno + Anamnese)
(1ª quinzena) - MI_AC#2 (Consolida Diagnóstico + Desafios EA2P)
MI_Pop # (Iniciativas no âmbito do PC)
MI_Pop#1 – (a) Mapping Open-Week (junto das escolas, mercados e Freguesias) + (b) Momentos Inspiradores (tertúlias abertas com convidados)
(Iniciativas no âmbito do PC)
CM
Consolida e Aprova Roadmap Promove “Kick-off” junto de Atores-Chave Promove Plano de Comunicação
(Informa Assembleia Municipal sobre Iniciativa - não realizado)
(Promove Momentos de Iteração) (implementa e desenvolve Plano de Comunicação) (acompanha evolução dos trabalhos)
Equipa Técnica
Prepara MI_AC # 1 Prepara Quadro de Referência Base de acordo com Roadmap e em informação disponível
Prepara MI_Pop#1 Trata e sistematiza informação dos MI # 1 + Sistematiza informação complementar
Sistematiza informação disponível e produzida nos MI’s Prepara MI_AC # 2
Elabora Draft #1 Prepara MI_AC # 3
C2 – Desenho EA2P
Novembro 2017 Dezembro 2017 Janeiro 2018 Fevereiro 2018
MI_AC #
(1ª quinzena) - MI_AC#3 (Consolida Princípios, Objetivos e Eixos Estratégicos)
(1ª quinzena) - MI_AC#4 (Consolida Operacionalização e Modelo de Governancia)
MI_Pop # MI_Pop#2 - Idiating Open-Week (junto das escolas, mercados e Freguesias) + (b) Momentos Inspiradores (tertúlias abertas com convidados)
(Iniciativas no âmbito do PC)
(Iniciativas no âmbito do PC)
CM
Reporta junto Assembleia Municipal sobre desenvol- vimento da Iniciativa - não realizado
(Promove Momentos de Iteração) (implementa e desenvolve Plano de Comunicação) (acompanha evolução dos trabalhos)
Equipa Técnica
Prepara MI_Pop#2
Sistematiza informação disponível e produzida nos MI’s Prepara MI_AC # 4
Prepara Sistema de Monitorização para incorporar na Proposta Final C3 - Preparação Proposta Final EA2P
C4 – Discussão Proposta Final EA2P e Preparação Carta Compromisso
Março 2018 Abril 2018 Maio 2018 Junho 2018
MI_AC # (2ª quinzena) – MI_AC#5 (Discute Proposta Final)
(Período de “negociações”/estabilização de compromissos)
MI_Pop # (iniciativas no âmbito do Plano de Comunicação)
CM
(Período de “negociações”/estabilização de compromissos com AC’s) Reporta junto da Assembleia Municipal sobre Proposta - não realizado
Aprova internamente Proposta EA2P Consolida Carta de Compromisso
Equipa Técnica
Prepara MI # 5 Prepara Fecho da Proposta Final EA2P Acompanha e prepara versão final da Carta de Compromisso
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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C5 – Carta de Compromisso e arranque EA2P
Julho 2018 … 2020 …
AC CM Pop
Assinatura de Carta de Compromisso EA2P (CC_AE2P) Evento Público
EA2P e sistema de governança entra em ação
(Avaliação Intercalar e upgrading)
Expectativas com o Processo
Retornos expectáveis CM AC Pop
1. Sensibilização/perceção coletiva sobre o tema
2. Aprender a “comer” melhor
3. Crescimento e desenvolvimento económico do Concelho
4. Dinamização de cadeias de valor
5. Reforço de relações inter-setoriais
6. Inovar e “sair do quadrado” das soluções-tipo
7. Sinergias para desenvolvimento de novos produtos e serviços associados ao setor agro-alimentar
8. Robustecer capacidade reflexiva e de questionamento coletivo e partilhado
9. Construção de uma visão global partilhada
10. Atualização do “estado da arte” no Concelho e aprofundar diagnóstico e dimensão compreensiva dos fenómenos
11. Envolvimento de públicos normalmente não considerados em fase de planeamento, e que são relevantes para a robustez da proposta e da Iniciativa
12. Mobilização de atores-chave para o processo, relevantes para a implementação da EA2P
13. “Apropriação” coletiva da EA2P e garantir compromisso coletivo em torno da estratégia e uma operacionalização partilhada
14. Reforço da ligação com outros instrumentos estratégicos e de planeamento (Agenda XXI; CEMoN; PDM)
15. Abordagem integrada e contributo efetivo da EA2P para os quatro pilares da sustentabilidade: Desenvolvimento Social (People); Desenvolvimento Económico Local (Profit); Dimensão Ambiental (Planet); e Cidadania (Politics).
Legenda: Fortes +++; Moderadas ++; Potenciais (++)
Fatores Críticos e Vigilâncias
Fatores Críticos Vigilâncias
a) Dificuldades na mobilização de interesse por parte da População
(i) Fazer acompanhar o processo por um bom Plano de Comunicação
b) Não adesão dos atores-chave (ii) Atenção especial ao momento de mobilização e
garantir dispositivo de comunicação ágil e ativo com AC entre os momentos de iteração
c) Dificuldades em manter o interesse e o envolvimento dos atores-chave de forma constante ao longo do processo
d) Turbulências de compromisso com o processo participativo
(iii) Garantir compromisso da autarquia e dos atores chave no kick-off em torno do Roadmap
e) Dificuldades em angariar os recursos necessários à elaboração e execução da estratégia
(iv) Garantir recursos iniciais para a elaboração da EA2P e pro-atividade durante a fase de “negociação” e estabilização de compromissos (que medeia a discussão da Proposta Final e a Carta de Compromisso)
f) A Estratégia não ser suficientemente robusta (“ficar por faits divers”)
(v) Especial investimento do MI_AC#3 e na preparação da Carta de Compromissos
g) Não conseguir alcançar soluções suficientemente inovadoras em termos de eficácia (“ficar por mais do mesmo”).
(vi) Especial investimento nos momentos MI_Pop#2 e MI_AC#4.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
77 | P á g i n a
B. DIAGNÓSTICO DE RECURSOS E INICIATIVAS NO ÂMBITO DO SISTEMA ALIMENTAR LOCAL
A problemática alimentar reveste particular importância na economia e na sociedade montemorense
combinando a existência de recursos naturais e de tradição e know-how produtivos (próprios e associados
às economias de montado), com hábitos alimentares ancorados na dieta mediterrânica que estabelecem
fortes relações com o território, da produção ao consumo.
No quadro da elaboração da Carta Estratégica de Desenvolvimento Montemor-o-Novo, 2025, as
questões relativas ao complexo das atividades agro-alimentares foram objeto de diagnóstico (recursos,
infraestruturas, atividades agro-transformadoras, associações, iniciativas municipais e associativas, …) e,
sobretudo, configuram desafios e objetivos estratégicos, fundamentando também a identificação de
projetos estruturantes, no horizonte 2025.
Nesta Secção do Relatório da Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo procede-se a
uma síntese compreensiva dos referidos materiais de trabalho que são aprofundados com informação
adicional na ótica da produção, comercialização e consumo de produtos hortícolas (tendo por base o
trabalho realizado pela Universidade de Évora, no âmbito do projeto de investigação europeu Farm Path)
e na ótica dos perfis alimentares e de consumo (processando informação empírica resultante do trabalho
das Oficinas de trabalho e da 1ª semana de Rua/Open week).
0. Visão de síntese
1. Os recursos e as dinâmicas produtivas e agro-transformadoras de Montemor-o-Novo apresentam
caraterísticas que se encontram muito presentes na matriz económica agro-florestal da Região Alentejo:
Condições edafoclimáticas que propiciam a obtenção de produções agrícolas, pecuárias e
florestais competitivas (cortiça, vinha, olival, hortofrutícolas, culturas bioenergéticas, pecuária
extensiva, …);
Atividades que exploram a multifuncionalidade dos sistemas agroflorestais (em particular a
produção de cortiça e de pequenas fileiras produtivas do montado);
Perímetro de Rega (Albufeira da Barragem dos Minutos); e
Proximidade a centros de conhecimento, de investigação e de desenvolvimento tecnológico
reconhecidos internacionalmente, capazes de dar resposta aos desafios relacionados com a
agricultura e com a transformação agroindustrial e agroalimentar.
A relevância dos recursos da economia de montado para as formas de ocupação e criação de riqueza no
Concelho de Montemor-o-Novo resultam das características multifuncionais do montado que conjugam
a presença de componentes produtivas e de funções e serviços próprios a este ecossistema: (i) Produções
[cortiça, pecuária extensiva (raças autóctones), madeira, caça, mel, plantas condimentares, aromáticas e
medicinais, cogumelos, …]; e (ii) Funções/serviços [Preservação da erosão do solo, amenização de
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
78 | P á g i n a
microclima, regulação do ciclo da água, fixação de carbono, recreio e lazer, valor cultural, paisagem e
salvaguarda do património].
A Estratégia Regional de Especialização Inteligente do Alentejo1 adotou como racional de especialização
no domínio da Alimentação e Floresta, a transformação para maior controlo sobre a cadeia de valor. Este
racional valoriza recursos presentes em Montemor-o-Novo, em particular, a agricultura de regadio
(indispensável à especialização em produtos de maior valor acrescentado), as infraestruturas logísticas de
saída (com destaque para o corredor rodoviário para o litoral e a Europa), os elos produtivos das cadeias
de valor nas atividades competitivas da “Alimentação e Floresta”, em articulação com produtos de
elevado valor acrescentado (vinho, carnes, etc.) e a ligação potencial com as atividades turísticas
(gastronomia, enoturismo, rotas de sabores, produtos alentejanos, …), ampliando os ativos territoriais
relativos aos valores do património, tradição, genuinidade e identidade.
Os recursos associados ao regadio e ao sistema multifuncional de montado, que ocupam áreas do
Concelho, alimentam dinâmicas de produção de hortícolas frescos e horto-industriais, de pecuária
extensiva e de outros produtos locais que preenchem diversos elos da cadeia de valor do Cluster
Agroalimentar. No entanto, o potencial reconhecido aos recursos locais e à experiência produtiva
existente colocam o desafio de uma maior integração entre a esfera das produções primárias e a sua
transformação, com destaque para a fileira da carne (vitela de montado, borrego, porco de raça
alentejana, …) mas também para a concentração e distribuição de produtos hortícolas (cf. Carta
Estratégica Montemor-o-Novo, 2025).
No passado recente por iniciativa municipal e associativa têm sido dinamizadas experiências orientadas
para encontrar soluções para problemas como o acesso à terra, a assistência técnica para a inovação, a
comercialização das produções primárias dos pequenos produtores, o uso racional dos recursos, o
combate ao desperdício alimentar e a valorização da Dieta Mediterrânica, associada às identidades
culturais e gastronómicas:
desenvolvimento experimental de novas práticas de uso do solo (agricultura regenerativa, …), de
recolha, tratamento e distribuição de sementes, de gestão de pastagens e alimentação animal, …;
valorização de pequenas produções silvestres (pão e doçaria, bolota, cogumelos e hortícolas
silvestres, ervas aromáticas, …), orientadas para procuras específicas;
estruturação de circuitos curtos de comercialização aproximando produtores e consumidores, a
qual se tem deparado com problemas de recetividade (de associativismo/organização dos
agricultores e de logística, entre outros;
1 http://webb.ccdr-a.gov.pt/docs/ccdra/alentejo2020/EREI_Alentejo_vf.pdf
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
79 | P á g i n a
gestão em parceria (Câmara Municipal e Liga de Pequenos e Médios Agricultores) de hortas
comunitárias visando a ocupação de pessoas e das famílias, a diversificação dos recursos
alimentares e a complementaridade do rendimento familiar em atividades de horticultura
tradicional, com sustentabilidade ambiental; e
decisão de elaborar uma Estratégia Alimentar para o Concelho na sequência da Agenda 21 Local
e da Carta Estratégica de Desenvolvimento de Montemor-o-Novo 2025.
Na ótica da Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo sistematiza-se um conjunto de
Desafios que relevam da necessidade de superar Constrangimentos e aproveitar Oportunidades.
A qualificação do sistema agroalimentar local, indispensável à valorização de recursos
diferenciadores do território, carece de tempo para a consolidação de iniciativas e de projetos,
ou seja, para o amadurecimento de soluções face aos constrangimentos existentes (naturais,
técnicos, de apropriação da inovação, logísticos, de funcionamento em rede, …).
A integração territorial preenche/corresponde à necessidade de criar dimensão crítica para uma
valorização económica de recursos, de produções e de serviços (p.ex., património e atividades
culturais, turismo, …) em que Montemor-o-Novo, e a sub-região do Alentejo Central, mostram
excelência e capacidade diferenciadora. A estruturação de um sistema agroalimentar carece de
escala, produtiva e de serviços, em diferentes elos da cadeia de valor, uma escala suscetível de
suportar o retorno de investimento em equipamentos e infraestruturas, mas também, de
experimentação de resultados da investigação científica.
Para diversas produções primárias do Concelho (vinho, hortícolas frescos, carnes
transformadas, cogumelos e hortícolas silvestres, ervas aromáticas, …) a dimensão do mercado
é importante para melhorar as condições de valorização económica. A promoção externa de
recursos e produções do Concelho junto dos mercados de implantação deve beneficiar de
atuações conjugadas da Câmara Municipal, do Núcleo Empresarial da Região de Évora (NERE) e
de outros parceiros regionais e nacionais.
Em Montemor-o-Novo encontram-se muito vivas as evidências de um modelo tradicional afiliado à dieta
mediterrânica que acolhe os valores básicos da alimentação saudável, da proximidade produção/
consumo (próprios dos sistemas alimentares local dependentes) e da fruição dos alimentos (da comida)
associada a identidades de matriz social e cultural, arreigadas nas populações urbanas e rurais.
Estas evidências coexistem com sinais de transformação das práticas alimentares que decorrem da
apropriação de modelos de consumo exteriores (sobretudo, por parte dos mais jovens mas também de
famílias com estilos de vida mais urbanizados e com menor relação com os territórios agro-rurais) a qual
é estimulada pela distribuição alimentar moderna presente na Cidade (grandes e médias superfícies).
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
80 | P á g i n a
A estruturação de um sistema alimentar local, mais robusto poderá beneficiar da existência de vários
segmentos de mercado e da valorização dos produtos tradicionais/ “gourmet” e de circuitos mais diretos
e curtos, pontualmente procurados no abastecimento pela própria distribuição alimentar moderna.
As práticas de compra das grandes e médias superfícies podem desempenhar um papel importante tanto
na ótica da dimensão dos contributos para o desenvolvimento local, como na ótica do estímulo de práticas
de alimentação saudável o que pressupõe uma abordagem socialmente implicada com a cadeia de valor
alimentar, participando na integração de vertentes setoriais desde os modelos de negócio e práticas de
cultivo da produção agrícola à difusão de padrões alimentares mais equilibrados e sustentáveis.
Os Eixos de atuação a definir no âmbito da Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo
deverão contemplar a matriz base do ciclo de valor associado à Alimentação, no contexto de circuitos
formais integrados, compreendendo a produção, a distribuição, a comercialização, o processamento e o
consumo e procurando estimular a participação de um sistema de atores singularmente rico a nível local
e regional (entidades públicas e associativas, grupos de cidadãos e agentes económicos).
B1. Economia Agro-alimentar de Montemor-o-Novo
A estrutura da economia de Montemor-o-Novo acolhe um conjunto expressivo de atividades agro-rurais
que constituem no presente, e deverão constituir no futuro, uma componente relevante da especialização
socioeconómica do Concelho e do seu posicionamento territorial.
O Diagnóstico elaborado no âmbito da Carta Estratégica de Desenvolvimento, 2025 sistematiza os
elementos principais de caracterização dessas atividades construídos a partir do processamento de
informação estatística (Recenseamentos Agrícolas, Quadros de Pessoal das empresas, aprovação e
execução de apoios do ProDeR, …), elementos documentais (p.ex., a propósito do Montado e da Fileira
da carne), reuniões de trabalho com organismos de tutela setorial e entrevistas a associações
empresariais e de desenvolvimento e a empresários do setor. A informação processada evidencia os
principais traços de evolução do uso do solo e das produções primárias, a evolução do investimento
apoiado por fundos públicos, nacionais e comunitários), as dinâmicas produtivas instaladas e as relações
e perspetivas de mercado predominantes.
Uso do solo, Produções e Ocupação de ativos
Entre 1999 e 2009 o número de explorações e a superfície agrícola recenseada aumentaram 6,3 e 18%,
respetivamente, uma evolução em sentido contrário à ocorrida no Alentejo Central e na Região, territórios
que viram reduzir-se o número de explorações (-8,5 e -17,4%).
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
81 | P á g i n a
Explorações e Superfície agrícola, por tipo de utilização das terras (Variação 1999-2009)
Tipo de Cultura Montemor-
o-Novo Alentejo Central
Alentejo
Total Superfície (ha) 18,0 2,6 -1,1
Explorações (nº) 6,3 -8,5 -17,4
Superfície Agrícola Utilizada Superfície (ha) 17,7 1,6 0,4
Explorações (nº) 7,6 -6,5 -16,1
Matas e florestas sem culturas sob-coberto
Superfície (ha) 19,5 21,8 -8,4
Explorações (nº) 9,6 -2,7 -30,7
Superfície agrícola não utilizada Superfície (ha) -49,7 -36,0 -0,8
Explorações (nº) -50,0 18,2 -5,6
Outras superfícies Superfície (ha) 38,2 3,8 -19,6
Explorações (nº) 5,3 8,4 -8,6
Fonte: INE, Recenseamento Agrícola - Séries históricas.
Esta evolução positiva da economia agrícola de Montemor desdobra-se num conjunto de elementos
produtivos que decorrem da análise mais detalhada dos dados daqueles Recenseamentos que são
processados na sequência destes itens de análise no Anexo D. Agricultura e Desenvolvimento Rural:
Superfície Agrícola Utilizada (SAU) - cresceu 17,7% em área e 6,3% no volume de explorações,
bem como as áreas de matas e florestas sem culturas de sob-coberto;
Distribuição da SAU - segundo o tipo de culturas, evidencia um crescimento muito acentuado das
áreas destinadas a pastagens permanentes, a culturas permanentes e a hortas familiares;
Área média por exploração - aumentou (+17,7%) situando-se em cerca de 123 ha em 2009, valor
bastante elevado quando comparado com as áreas registadas para o Alentejo Central (70 ha) e
Alentejo (52 ha);
Evolução das Explorações e da Superfície Agrícola
Nº de Explorações Área (ha) Área média por
exploração (ha) 1999 2009 Var. (%) 1999 2009 Var. (%)
Alentejo 49.742 41.720 -16,1 2.144.249 2.152.389 0,4 43,1 51,6
Alentejo Central 8.847 8.274 -6,5 566.257 575.576 1,6 64,0 69,6
Montemor-o-Novo 804 865 7,6 90.380 106.350 17,7 112,4 122,95
Fonte: INE, Recenseamento Agrícola - Séries históricas.
Superfície irrigável - registou um decréscimo tanto no número de explorações agrícolas, como de
área, sendo que este decréscimo é mais evidente no número de explorações, com valores acima
da sub-região, mas abaixo da NUT II Alentejo; a área de superfície irrigável apresenta uma quebra
ligeiramente superior ao Alentejo Central e ao Alentejo;
Culturas permanentes - destacam-se as áreas destinadas ao olival (56,8%, em 2009, quando em
1999 representava 85%) e os frutos de casca rija, com expressão residual em 1999, mas que em
2009 se situavam em 30,5% da superfície ocupada com culturas permanentes seguindo uma
tendência de grande crescimento no Alentejo Central e na Região Alentejo;
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
82 | P á g i n a
Na estrutura das culturas permanentes destaca-se, ainda, o aumento (+54,2%) das áreas
destinadas à produção vitícola, a um ritmo superior à evolução registada no Alentejo Central, que
tem observado dos maiores crescimentos de área plantada em toda a Região;
Produção de vinho - verifica-se nas últimas seis campanhas uma variação positiva de quase 29%
para a qual muito contribuíram os vinhos DOP, em contraponto com os vinhos IGP que, na última
campanha, deixaram de ser os dominantes no Concelho2;
Culturas temporárias - destaca-se as áreas destinadas às culturas forrageiras (78%), uma
expressão bastante superior aquele que estas culturas possuem no Alentejo Central e na Região,
onde os cereais para grão têm relevância, ainda que em queda; não obstante o decréscimo muito
acentuado do número de explorações que se dedicam à cultura de hortícolas, observa-se um
alargamento da superfície cultivada apontando para explorações com maior dimensão média.
A produção de hortícolas frescos tem revelado dinamismo, sobretudo, em regime forçado (estufas) com
alguns produtores a desenvolver estratégias comerciais assentes na contratualização com a distribuição
alimentar (grandes e médias superfícies), mas também com grandes grupos internacionalizados que se
dedicam, p.ex., à produção de saladas prontas. O alargamento da área regada a partir da Barragem dos
Minutos poderá contribuir para ampliar o volume de produção.
No que se refere à Ocupação de ativos, o padrão de ocupação produtiva da agricultura e da pecuária do
Concelho tem efeitos limitados sobre o emprego. Este é predominantemente sazonal, em atividades de
preparação das culturas e nas colheitas, efeitos limitados que são acentuados pelo peso da pecuária
extensiva e pelas dinâmicas de pousio estimuladas pelas ajudas comunitárias, no âmbito das sucessivas
reformas da PAC. A utilização de mão-de-obra a tempo completo tem-se mantido estável em torno de
38%, valor bastante superior ao padrão de utilização das explorações do Alentejo Central e Região.
Distribuição (%) da Mão-de-obra agrícola, por regime de duração de trabalho (2009)
Montemor-o-Novo Alentejo Central Alentejo
Tempo completo 38,1 23,8 20,2
Tempo parcial 61,9 76,2 79,8
Total 100,0 100,0 100,0
Fonte: INE, Recenseamento Agrícola 2009.
A qualificação dos produtores agrícolas singulares no Concelho melhorou durante a última década e em
2009, cerca de 18% dos produtores tinham ensino superior, uma “performance” bem acima dos níveis de
habilitação superior verificados no Alentejo Central e no Alentejo. No tocante à formação nas áreas da
2 Na área dos Vinhos existem diversas empresas no Concelho, nomeadamente, a Quinta da Plansel - Sociedade Vitivinícola, S.A., a Sociedade Agrícola de Torais/Herdade de Torais, a Herdade do Menir - Couteiro, a empresa Marques e Ganhão, Lda (Horta do Leal); Aromas do Sul, Lda; José Emídio Salgueiro Nunes Comenda; Sociedade Agrícola Calha do Grou, Lda; e Sousa Cunhal - Turismo, S.A. Pomar das Almas; Outeiro de S. Romão; Herdade Freixo do Meio.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
83 | P á g i n a
Agricultura e da Floresta, os produtores do Concelho têm, igualmente, um peso superior tanto ao nível
do Ensino Secundário como Superior, em comparação com o Alentejo Central e a Região.
Acesso à terra
A problemática das dificuldades de acesso a terras para cultivar tem assumido alguma importância no
Concelho, nomeadamente, por constituir um requisito para a instalação de novos empresários rurais.
No sentido de favorecer o acesso à terra e às suas produções no Concelho, são de destacar os seguintes
projetos de iniciativa pública e privada:
Projeto de Hortas comunitárias para auto consumo. O objetivo deste Projeto visa promover a
horticultura tradicional, incentivando a fertilização orgânica da terra, de forma sustentável; e
incentivar a troca de experiências intergeracionais, na área da horticultura, valorizando o
conhecimento dos mais velhos transmitindo-o às gerações mais novas.
O Município disponibiliza, nos Casais da Adua, três blocos de 7.000m2 cada, para implementação
de 135 hortas (com áreas entre os 100 e os 220m2), cedendo parcelas de terreno a título gratuito
e precário, um ponto de água coletivo destinado à rega das culturas, uma área de armazenamento
para pequenas ferramentas e utensílios, e ainda, apoio técnico/informativo/pedagógico sobre os
modos de produção e práticas agrícolas ambientalmente corretas. Com este projeto a Câmara
Municipal de Montemor-o-Novo pretende dar resposta a dois dos vetores mais votados, pela
população nos foruns participativos da Agenda 21 Local:
- Valorizar os produtos agrícolas e o mundo rural e dar prioridade aos alimentos de base
local, com os objetivos de promover e dinamizar o mundo rural e a horticultura, de renovar
as atividades tradicionais através da ampliação das cadeias de valor associadas aos recursos
naturais e endógenos e de promover o acesso para todos a alimentos de qualidade
produzidos localmente;
- Hortas de Montemor - criar espaços comunitários de produção, sociabilização e convívio,
criando ao mesmo tempo um suporte alimentar, e fomentar novas atitudes,
comportamentos e estilos de vida mais saudáveis, promovendo a melhoria da qualidade de
vida no Concelho (cf. GADEC, in site do Município).
Cedência em regime de comandita de algumas parcelas na Herdade Freixo do Meio. Entre as
iniciativas na Herdade salienta-se o Projeto de Permacultura iniciado em 2011 em duas parcelas
por um casal que veio “habitar um monte no meio do Montado”, criando um espaço para
produção de frutos frescos (maçãs, ameixas, damascos, pêssegos, laranjas, clementinas, tângeras,
limões, framboesas, amoras e mirtilos) e secos (nozes e amêndoas), num projeto com
financiamento ProDeR.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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O projeto segue as orientações da agricultura regenerativa e para além das fruteiras plantou
árvores e arbustos resistentes à secura para melhorar o ambiente físico envolvente do pomar e a
fertilidade do solo.
Projeto Partilhar as Colheitas. Este projeto assenta num compromisso mútuo com base no qual a
Herdade alimenta as pessoas e as pessoas apoiam a Herdade, adquirindo quotas de produção
traduzidas em compromissos semanais de produção e de consumo por parte dos consumidores
aderentes. Os produtos são entregues na loja de Lisboa, em outros locais da Área Metropolitana
de Lisboa (para compromissos agrupados de quotas) e em Montemor-o-Novo, Évora.
Entre as vantagens proporcionadas pelo Projeto, destaca-se: o rendimento estável e a redução
do trabalho na frente comercial (para a Herdade); o acesso a alimentos frescos e biológicos
certificados e o apoio à agricultura de proximidade e à economia local (para os consumidores).
Banco de Terras, Iniciativa que resulta do concurso lançado em janeiro de 2011 denominado
“Boas ideias para o Desenvolvimento Sustentável do Concelho, na sequência da elaboração da
Agenda Local 21. A ideia incentiva a instalação de pequenas hortas domésticas, utilizando práticas
agrícolas sustentáveis, em terrenos “abandonados”.
Dinâmicas de investimento e financiamento agro-rural
Entre 2008 e 2015, os apoios a entidades beneficiárias de Montemor-o-Novo do ProDeR atingiram o
montante global de cerca de 38,5 Milhões de Euros, destacando-se o peso das ajudas às explorações
agropecuárias e florestais (60,1% do total). A modernização e capacitação das empresas enquadrou
projetos económico-produtivos num montante acima de 13,1 Milhões de Euros, tendo ainda expressão o
investimento na melhoria produtiva dos povoamentos florestais e os apoios à instalação de jovens
agricultores.
Projetos aprovados do ProDeR, contratados até 2015, em Montemor-o-Novo
Ação
Projetos aprovados
Investimento Total
Nº % Montante (€) %
Sub-Programa 1 - Promoção da Competitividade 157 59,7 23.186.548 60,1
Gestão multifuncional 6 2,3 446.147 1,2
Instalação de jovens agricultores 32 12,2 3.747.967 9,7
Investimentos de pequena dimensão 44 16,7 1.132.733 2,9
Melhoria produtiva dos povoamentos 31 11,8 4.466.721 11,6
Modernização dos regadios coletivos tradicionais 1 0,4 45.409 0,1
Modernização e capacitação das empresas 39 14,8 13.185.510 34,2
Modernização e capacitação das empresas florestais 2 0,8 137.011 0,4
Restabelecimento do potencial produtivo 2 0,8 25.050 0,1
(continua)
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
85 | P á g i n a
(continuação)
Projetos aprovados do ProDeR, contratados até 2015, em Montemor-o-Novo
Ação
Projetos aprovados
Investimento Total
Nº % Montante (€) %
Sub-Programa 2 - Gestão Sustentável do Espaço Rural 82 31,2 12.505.684 32,4
Ordenamento e recuperação de povoamentos 4 1,5 275.005 0,7
Promoção do valor ambiental dos espaços florestais 1 0,4 53.351 0,1
Proteção contra agentes bióticos nocivos 73 27,8 11.927.762 30,9
Valorização ambiental dos espaços florestais 4 1,5 249.566 0,6
Sub-Programa 3 - Dinamização das Zonas Rurais 19 7,2 2.462.350 6,4
Conservação e Valorização do Património Rural 2 0,8 100.795 0,3
Criação e desenvolvimento de microempresas 4 1,5 736.359 1,9
Desenvolvimento de Atividades Turísticas e de Lazer 1 0,4 199.584 0,5
Diversificação de atividades na exploração agrícola 3 1,1 108.120 0,3
Serviços Básicos para a População Rural 9 3,4 1.317.492 3,4 Sub-Programa 4 - Promoção do Conhecimento e Desenvolvimento de Competências
5 1,9 394.148 1,0
Cooperação para a inovação 3 1,1 224.115 0,6
Desenvolvimento de serviços de aconselhamento agrícola 1 0,4 73.146 0,2
Serviços de apoio às empresas 1 0,4 96.887 0,3
Total 263 100,0 38.548.730 100,0 Fonte: ProDeR, informação extraída a 31/12/2015.
No Sub-programa Gestão Sustentável do Espaço Rural (projetos aprovados no montante de cerca de 12
Milhões de Euros) salienta-se os apoios à proteção contra agentes bióticos nocivos (patologias do
montado de sobro e azinho e nemátodo do pinheiro).
A análise da informação referente ao Pedido Único3 (dados IFAP, referentes a 2017), aponta para:
existência de apoios a quase totalidade da SAU do Concelho de Montemor-o-Novo (peso do PU
na SAU, em torno de 100%);
3 O Pedido Único (PU) consiste no pedido de pagamento direto das ajudas que integram os diversos regimes na regulamentação comunitária e abrange: (a) os regimes de apoio aos pagamentos diretos Regime de Pagamento Base; Pagamento Redistributivo; Pagamento por práticas agrícolas benéficas para o ambiente (Greening); Pagamento para os jovens agricultores; Regime de Pequena Agricultura; Pagamento específico ao algodão); (b) As medidas de apoio do Programa de Desenvolvimento Rural do Continente - PDR 2020 (Manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas; Conversão e manutenção em agricultura biológica; Produção Integrada; pagamento Rede Natura; Conservação do solo; Uso eficiente de água na agricultura; Culturas permanentes tradicionais; Pastoreio extensivo; Recursos genéticos; Mosaico agroflorestal; Silvoambientais; e Apoio agroambiental à apicultura.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Áreas (ha) declaradas da Candidaturas ao Pedido Único - Superfície Agrícola (2017)
Freguesia Pedido Único
(ha) % Peso do PU na SAU
Total Cabrela 16.105,49 97,3
Total Santiago do Escoural 12.076,05 93,8
Total São Cristóvão 12.041,19 98,6
Total Ciborro 4.459,57 96,7
Total Foros de Vale de Figueira 4.833,46 109,0
Total Cortiçadas de Lavre e Lavre 15.638,69 79,9
Total NS da Vila, NS do Bispo e Silveiras 35.680,14 98,9
Total Montemor-o-Novo 100.834,59 94,8
Fonte: IFAP; INE, Recenseamento Agrícola 2009.
predomínio nas culturas declaradas dos usos/atividades próprias do sistema de montado, com
destaque para as pastagens permanentes (54,9%), os prados temporários (pastoreio - 19,8%) e
para o montado de sobro (produção de cortiça - 10,8%).
Ranking das 10 culturas predominantes no Concelho de Montemor-o-Novo (2017)
Cultura Área
ha %
Pastagens permanentes 56.944,14 54,9
Prados temporários (pastoreio) 20.500,34 19,8
Sobreiro para produção de cortiça 11.223,05 10,8
Consociações anuais e outras culturas forrageiras 3.379,23 3,3
Povoamento de sobreiros 2.055,21 2,0
Olival 1.798,61 1,7
Azevém 1.030,70 1,0
Pinhão 913,06 0,9
Pastagens arbustivas 774,05 0,7
Povoamento de pinheiro manso 628,42 0,6
Fonte: IFAP.
As Medidas Agro-ambientais de apoio à produção biológica abrangem cerca de 6% das áreas declaradas
nas candidaturas ao Pedido Único.
Os apoios à pequena agricultura são residuais (2013,67 ha), sendo de admitir que segmentos do universo
com algum significado (em termos de produtores que não de área) não preenchem requisitos de acesso
às ajudas.
Os apoios destinados à Dinamização das Áreas Rurais (Sub-programa 3) atingiram cerca de 2,5 Milhões
de Euros e foram enquadrados por duas Estratégias de Desenvolvimento Local (EDL):
GAL Monte, com território de intervenção no Alentejo Central composto por dez concelhos do
Distrito de Évora e abrangendo as freguesias de Cabrela, Ciborro, Foros de Vale de Figueira, União
de freguesias de Cortiçadas do Lavre e Lavre e União de freguesias da Vila, Bispo e Silveiras;
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
87 | P á g i n a
GAL Terras de Dentro, com território de intervenção que abrange concelhos do Alentejo Central
e Litoral e inclui, em Montemor, as freguesias do Escoural e de S. Cristóvão.
Os dados constantes da Tabela anterior relativos à Dinamização das Áreas Rurais evidenciam o peso das
intervenções apoiadas na Ação Serviços Básicos para a população rural (47,4%), seguindo-se os apoios à
criação e desenvolvimento de microempresas (21,1 %).
O Relatório de Avaliação da EDL do GAL Monte (2015) que procede a uma análise detalhada da execução
e resultados, evidencia vários elementos do desempenho da maior parte das freguesias rurais de
Montemor-o-Novo:
maior número de projetos aprovados na Ação Diversificação na Exploração Agrícola;
maior capacidade empreendedora na Ação Criação e Desenvolvimento de Microempresas, com
o maior volume de investimento elegível, ascendendo a 1,6 Milhões de euros;
maior número de projetos aprovados e maior volume de investimento elegível no âmbito da Ação
Preservação e Valorização do Património rural (na ótica do interesse coletivo e enquanto fator de
identidade e de atratividade do território, tornando-o acessível à comunidade);
maior número de projetos aprovados e volume de investimento elegível no âmbito da Ação
Serviços Básicos para a população rural.
Organizações de Produtores
Em Montemor-o-Novo regista-se uma atividade associativa com alguma expressão, capacidade de
intervenção e de apoio aos produtores primários sendo de destacar a atividade da APORMOR, da LPMA,
da MontemorMel e de Cooperativas.
APORMOR - Associação de Produtores de bovinos, Ovinos e Caprinos da Região de Montemor-o-
Novo
A APORMOR foi criada em 11 de Julho de 1990 como resposta dos produtores desta Região aos problemas
de comercialização dos produtos pecuários dada a complexidade e falta de transparência dos circuitos
comerciais e à sazonalidade da produção, responsável pela oscilação do preço ao longo do ano.
A Associação tinha cerca de 120 associados em 2014, constituindo uma estrutura essencial na fileira dos
bovinos em termos nacionais, enquanto pólo importante de encontro de vendedores e compradores de
gado vivo abrangendo uma vasta área de produtores (Elvas, Coruche, Castro Verde e Moura), muito para
além da área alvo existente no início da sua atividade.
A construção do Parque de Leilões de Gado, com o apoio da Câmara Municipal, representou um marco
fundamental para o desenvolvimento da APORMOR e da produção de bovinos e ovinos do Concelho. Em
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
88 | P á g i n a
termos médios, são transacionados semanalmente entre 400 e 700 animais, sendo o único Parque a
laborar semanalmente para o Alto e Baixo Alentejo.
Entre os serviços prestados a sócios e não sócios pela APORMOR destacam-se: a elaboração das
candidaturas às Ajudas Comunitárias (Pedido Único e Agroambientais); a inscrição ou alterações de
Parcelário e polígonos de investimento; a receção e informatização dos modelos relativos a bovinos e
emissão de passaportes; a receção e informatização de guias de circulação para ovinos e caprinos; o Livro
de Registos de Bovinos (Zoogestão); o Livro de Registo de Ovinos e Caprinos (red-oc); e o licenciamento
de explorações (REAP) e de recursos hídricos.
A APORMOR é a entidade gestora do livro genealógico de Ovinos da Raça Suffolk em Portugal, raça
reconhecida pela DGAV.
LPMA - Liga dos Pequenos e Médios Agricultores de Montemor-o-Novo presta apoio técnico e
logístico aos agricultores, nas áreas técnicas e administrativas e de candidaturas a programas
nacionais e/ou comunitários e à implementação/dinamização de ações/projetos que contribuam
para o desenvolvimento da agricultura concelhia fomentando a capacidade produtiva e a
comercialização, bem como o reforço do associativismo agrícola no Concelho.
MontemorMel - Associação de Apicultores do Concelho de Montemor-o-Novo
A Montemormel apoia os apicultores do Concelho nos domínios da formação, serviços ligados à utilização
de equipamentos e utensílios apícolas e na comercialização.
A produção de mel biológico beneficia da existência de vastas áreas dedicadas à produção extensiva do
montado, em combinação com a pecuária e a produção biológica certificada de plantas aromáticas e
medicinais, ambiente ideal para a apicultura biológica. A riqueza da flora melífera mediterrânica associada
à produção em modo biológico, garantem um mel de extraordinária qualidade.
Os produtores de Montemor desenvolvem atividade na área geográfica delimitada para o Mel do Alentejo
DOP (reconhecido pelo Despacho nº45/94, de 20/01); o organismo de controlo e certificação é a
Associação de Apicultores do Distrito de Évora.
Caminhos do Futuro - Cooperativa de produção e comercialização, fornece fatores de produção
e serviços técnicos especializados necessários às explorações agrícolas, agropecuárias e silvícolas.
Desde 1981 que possui um lagar de azeite, onde através de azeitonas fornecidas pelas associações de
agricultores, ajuntadores e agricultores individuais, desenvolve todo o processo produtivo do azeite,
através de uma linha de produção de extração contínua, sendo atualmente um dos lagares mais
modernos da Região e o único no concelho de Montemor-o-Novo. Possui atualmente duas marcas
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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registadas: a marca "CAMINHOS DO FUTURO" ligada aos serviços de comercialização e a marca "AZEITE
MONTEMOR" ligada à extração de azeite no seu lagar e a sua comercialização na loja da sua sede.
Coprapec - Comercialização de fatores de produção para a agricultura e pecuária; Comercialização
de cereais e oleaginosas e proteaginosas; Sanidade Animal; Identificação Eletrónica de Ovinos e
Caprinos Candidaturas às ajudas à produção e Sala de Parcelário; Posto de Venda de
Medicamentos Veterinários e um Laboratório de Diagnóstico Veterinário acreditado cujos
serviços se estendem por toda a Região.
Cooperativa Integral - Minga Montemor. Esta Cooperativa pretende promover práticas de
sustentabilidade económica, ambiental, cultural e social, através de lógicas de proximidade de
oferta diversificada de bens e serviços em Montemor-o-Novo, na busca de maior autonomia de
consumo e propondo-se contribuir para o fortalecimento da economia do concelho.
A condição de cooperativa integral refere-se à dinamização de todos os elementos essenciais ao
viver (produção, consumo, habitação, educação, alimentação, energias, saúde, etc.).
A Cooperativa dispõe de uma loja em Montemor-o-Novo destinada ao comércio de produtos
variados (alimentares, artesanato, cerâmica, cosmética, higiene, instrumentos musicais,
mobiliário, materiais de construção, roupa, etc.), maioritariamente de origem local. Este espaço
funciona, igualmente, como um ponto de acesso aos vários serviços prestados pelos
cooperadores (apoio a negócios, arquitetura, design, produção de som, soluções no campo das
energias renováveis, veterinária, webdesign, etc.).
B.2. Iniciativas municipais (públicas e associativas)
A riqueza dos recursos naturais e produtivos e as perspetivas de estruturação de um Cluster Agro-
alimentar em que as produções de Montemor-o-Novo tenham expressão económica e empregadora,
aliadas às preocupações com a alimentação e a saúde e segurança alimentar (que têm vindo a adquirir
importância nas agendas de política do desenvolvimento sustentável), motivaram um conjunto de
iniciativas norteadas pelo macro-objetivo de dotar Montemor-o-Novo de uma Estratégia Alimentar em
que o sistema de actores do Concelho se reveja em termos de futuro (produtores, comerciantes,
consumidores, “stakeholders”, …).
Exemplos de iniciativas municipais (públicas, privadas e associativas) de dinamização de um Sistema
Alimentar Local:
(a) Plano de Acção da Agenda 21 Local que inclui a Acção A. Delinear a Estratégia Alimentar para o
Concelho para o Concelho de Montemor-o-Novo. Esta Acção compreende o alargamento do
Grupo de Trabalho “Produtos da Nossa Terra/Estratégia Alimentar para o Concelho”, por forma a
incluir outras entidades (p.ex., DRAPAL, LPMA, Representante da Rede Social, APORMOR,
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
90 | P á g i n a
Herdade Freixo do Meio, Representante do Conselho Eco escolas, Conselho Educativo, UCC
Montemor-o-Novo, SLOW Food Alentejo, Cooperativa Minga, Prove/Monte, ADL MARCA e Juntas
de Freguesia).
(b) Realização do Encontro “A importância do sector Agro-Alimentar. Os produtos locais como fator
de atração de investimento e qualificação do turismo no concelho e na região”. A organização
do Seminário combinou vertentes de apresentação institucional de competências e serviços, bem
como de experiências sectoriais específicas, dentro da matriz de atividades das fileiras
agroalimentares.
O Encontro teve por base o convite a um vasto conjunto de entidades, com presença nos
territórios do Alentejo e que dinamizam experiências produtivas e de serviços, visando dar a
conhecer e suscitar a reflexão à volta de questões centrais para o desenvolvimento económico
do Concelho.
(c) Estudo Viabilidade Técnico-económica e financeira da criação de um Matadouro no Concelho
de Montemor-o-Novo - A importância da atividade pecuária e da existência de fatores
estratégicos favoráveis (num raio inferior a 30 km de Montemor-o-Novo), reconhecida por
diversos produtores pecuários, associações, empresas locais e pelo próprio Município, esteve na
base da iniciativa da Câmara Municipal de mandar realizar este estudo, em 2014. No âmbito do
estudo foram analisadas as condições técnicas para serviços de abate, desmancha, desossagem e
embalagem, tendo em vista superar fragilidades de elos-chave da cadeia de valor da fileira da
carne. Os cenários trabalhados apontavam para volumes da procura de abate suficientes para
justificar o funcionamento do Matadouro com duas linhas independentes (bovinos; e suínos e
pequenos ruminantes) mas a perspetiva de atribuir a exploração do Matadouro a uma sociedade,
a constituir por parcerias associativas e privadas (com capacidade técnica, conhecimento e
experiência sectorial) com participação minoritária do Município, não teve sequência.
(d) Dinamização de projetos de natureza socioeconómica identificados pela Agenda Local 21. Entre
os projetos destacam-se os seguintes:
Banco de Terras, Iniciativa que resulta do concurso lançado em Janeiro de 2011 denominado
“Boas ideias para o Desenvolvimento Sustentável do Concelho, na sequência da elaboração da
Agenda Local 21. A ideia incentiva a instalação de pequenas hortas domésticas, utilizando práticas
agrícolas sustentáveis, em terrenos “abandonados”;
Km 0 Montemorense, iniciativa proposta num dos encontros da Agenda 21 Local de Montemor-
o-Novo e integrada no Projeto 2.1- Produtos da Nossa Terra - Estratégia Alimentar para o
Concelho do Vetor 2 - Valorizar os Produtos Agrícolas e o Mundo Rural e dar Prioridade aos
Alimentos de Base Local.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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A iniciativa está a ser desenvolvida por uma equipa mista envolvendo técnicos da CMMN, Rede
de Cidadania de Montemor e outros cidadãos motivados para o tema, contanto também com a
colaboração do ICAAM – Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas da
Universidade de Évora.
O “Regulamento” Menu Kilómetro Zero estabelece os seguintes requisitos:
- Ingredientes obrigatoriamente adquiridos no Concelho;
- Pelo menos 80% dos ingredientes são produzidos no Concelho;
- Ingrediente principal obrigatoriamente produzido no Concelho;
- Ingredientes secundários, não produzidos no Concelho, obrigatoriamente de origem
nacional, excluindo especiarias exóticas;
- Legumes e vegetais apenas consumidos em época sazonal natural.
Hortas Comunitárias em Montemor-o-Novo, Projeto que resulta de uma parceria entre a Câmara
Municipal e a Liga de Pequenos e Médios Agricultores visando a ocupação de pessoas e das
famílias, a diversificação dos recursos alimentares e a complementaridade do rendimento familiar
em atividades de horticultura tradicional.
A ideia de um projeto das hortas comunitárias em Montemor-o-Novo surgiu com o crescente
êxodo das populações rurais para a malha urbana das Cidades, da necessidade que essas
pessoas tinham da ligação à terra, essencialmente para a produção de alimentos de
qualidade e da falta de oferta de terrenos que reunissem as condições mínimas para se
instalarem na periferia da Cidade.
(e) Outros projetos
Herdade Freixo do Meio. Projeto iniciado em 1990, numa herdade alentejana, próxima de
Montemor-o-Novo, consequência da responsabilização por este território da parte de uma nova
geração. A missão assenta na exigência, na transparência, no conhecimento e na inovação, na
eficiência dos processos e na utilização dos recursos naturais, assim como na redução de resíduos
e da pegada ecológica. O agro-ecossistema ancestral do Montado, enriquecido pelas visões atuais
da Agroecologia, da Permacultura e da Soberania Alimentar,é a base para abordar o presente e
de construir o futuro. Procuram, através da Cooperativa de Usuários ser um espaço de
cooperação, de inclusão, de desenvolvimento pessoal, de trabalho e de construção de
comunidade. Tentam no dia-a-dia melhorar a relação com os recursos: água, solo, biodiversidade,
energia, ciência e cultura. Apostam na eficiência real dos processos e na utilização de recursos
naturais, assim como na redução de resíduos e da pegada ecológica São várias a iniciativas levadas
a cabo nesta herdade e como exemplo referem-se a cedência em regime de comandita de
parcelas de terreno para o desenvolvimento de projetos associados ao Montado, agricultura
biológica e agroecologia o programa CSA – Partilhar as Colheitas a existência de sete micro-agro-
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
92 | P á g i n a
industrias: uma padaria, uma transformação de carne, uma charcutaria, uma sala de abate de
aves, uma transformação de vegetais, uma cozinha e um lagar de azeite, um Restaurante/Cantina,
um Café-Esplanada, uma casa de hóspedes, um Eco-hostel com 5 quartos, a Casa da Malta com 9
quartos, a antiga Escola com sala de convívio e biblioteca, do Eco-camping, e de uma Lavandaria
comum. Desde 2017 é uma Aldeia Solar produzindo mais de 50% da energia elétrica consumida.
Dias nas árvores. Este projeto, nascido em 2011, dentro da Herdade Freixo do Meio, visa a
recuperação de solo usando princípios da Agricultura Regenerativa. O projeto desenvolve-se,
nomeadamente, através da plantação de um pomar em keyline e cultivo de hortícolas, aromáticas
e pequenos frutos usando os princípios da Permacultura.
No âmbito das atividades desenvolvidas pelo projeto destaca-se, ainda, a realização de cursos
teórico-práticos centrados na gestão da paisagem e da exploração agrícola. Entre os resultados
pretendidos da atividade e dos Cursos, salientam-se os seguintes:
- Aumentar a produção e a resiliência da exploração agrícola;
- Gerar uma visão inspiradora para a paisagem da sua exploração;
- Descobrir os segredos da criação rápida de solo saudável e biologicamente ativo;
- Planear a captação de água em toda a paisagem da exploração; e
- Reduzir custos e dependências externas.
Catálogo dos Produtos Locais. Para promover e valorizar os produtos locais, no âmbito da Agenda
21 Local, foi criado o “Catálogo dos Produtos Locais de Montemor-o-Novo. O objetivo é promover
os produtos produzidos ou transformados no concelho de Montemor-o-Novo, ou seja: i) dar a
conhecer os produtos (quais são, como são produzidos, em que zona do concelho, se são ou não
produtos certificados, as especificidades de cada produto, como devem ser conservados ou como
podem ser preparados, etc.); e ii) fomentar a sua comercialização apresentando a localização do
produtor/empresa, locais de venda, contactos para encomendas e a possibilidade de comprar
online.
Programa “Ao Sabor das Estações”. Este programa que já se encontra na III Edição engloba um
conjunto diversificado de ações com o objetivo de promover os produtos alimentares que são
produzidos no concelho e o seu consumo, as empresas e ainda, sensibilizar e fomentar uma
alimentação mais saudável. Esta iniciativa associa a divulgação dos produtos e o seu consumo a
componentes didáticas e lúdicas dirigidas a todas as faixas etárias da população com a
programação de um conjunto variado de atividades de culinária para as crianças e jovens, passeios,
workshops, formação, showcooking etc.
Prove - O Cabaz do Hortelão. Existe em Montemor desde 2009, e tem procurado contribuir para
o escoamento de produtos locais, fomentando as relações de proximidade entre quem produz e
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
93 | P á g i n a
quem consome, estabelecendo circuitos curtos de comercialização entre pequenos produtores
agrícolas e consumidores.
Educação para uma Alimentação mais Saudável. No âmbito das atividades para crianças e jovens
o Centro Juvenil da Câmara Municipal, até à data organizou as seguintes atividades:
- Supra Sumos (objetivo: falar sobre a importância de uma alimentação variada e consumo
diário de fruta e sobre o consumo de legumes crus);
- Lanche virtual (objetivos: refletir sobre as práticas de consumo versus alimentação saudável,
e sobre a produção de resíduos na alimentação);
- A importância dos pequenos-almoços e lanches (objetivos: abordar as questões do
crescimento saudável e a importância dos nutrientes);
- 5 Cores na alimentação (objetivos: sensibilizar o consumidor para uma alimentação variada,
falar sobre a importância das cores dos alimentos e sua informação nutricional); e
- À mesa não se brinca (objetivos: trabalhar conceitos através de um jogo pedagógico).
B.3. Produção alimentar em Montemor-o-Novo
a) Produção Primária
Os elementos empíricos processados na fase de elaboração da Carta Estratégica, sobretudo, a análise da
informação estatística e das entrevistas (com produtores, cooperativas e associações) evidenciam a
existência de dois segmentos de produção primária com lógicas distintas de organização/ mobilização de
recursos e de relação com o mercado:
(i) produção agrícola e pecuária com integração de mercado que compreende, p.ex., a produção
vinícola e de horto industriais (beneficiando da reserva de água da Albufeira dos Minutos), a
pecuária extensiva associada ao sistema de montado e culturas forçadas ao ar livre de hortícolas
frescos, com escoamento para circuitos comerciais dinâmicos (grandes e médias superfícies e
produtores internacionais - Vitacress); e
(ii) produções de muito pequena escala (sobretudo, hortícolas frescos, leguminosas e frutos frescos)
orientados quase exclusivamente para auto-consumo e residualmente para o mercado local, num
contexto de economia doméstica e de composição complementar do rendimento familiar.
Na perspetiva que mais interessa à Estratégia Alimentar para Montemor-o-Novo (resposta a necessidades
dos residentes e reforço da margem de autonomia alimentar existente), importa conhecer alguns
elementos de caracterização do segundo segmento acima identificado.
Esses elementos são proporcionados pelo Relatório Estimativas da Produção Hortícola no Concelho de
Montemor-o-Novo, elaborado no âmbito do projeto de investigação “Farm Path - Transições para a
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
94 | P á g i n a
sustentabilidade da agricultura na Europa”, tendo por base o trabalho de pesquisa conduzido pelo
Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas da Universidade de Évora.
O estudo realizado centrou-se na estimativa da produção de “alimentos básicos da população local”,
designadamente: (i) produtos hortícolas - abóbora (e mogango), alface, alho, batata, cebola, cenouras,
couve, courgete, fava, feijão, grão, tomate, pepino e pimento; (ii) produtos frutícolas - figos, laranja, melão
e uvas; e (iii) ovos.
O universo da pesquisa foi constituído por explorações das freguesias do centro urbano de Montemor-o-
Novo (antigas freguesias de N. Sra. do Bispo, N.S. da Vila e Silveiras) e União de Freguesias de Cortiçadas
de Lavre e Lavre, tendo incidido em unidades com culturas hortícolas com áreas até 5 hectares.
Os inquéritos continham questões relativas à identificação das produções e respetivas quantidades, à
dimensão da área cultivada, ao destino dos produtos colhidos (consumo próprio e da família, venda,
doação a vizinhos e conhecidos) e à origem e quantificação da água da rega utilizada.
Os resultados referem-se a 116 inquéritos válidos correspondendo a uma área ocupada por hortas e
pequenas explorações em torno de 485 ha4, com as seguintes estimativas de quantidades produzidas.
Estimativa da produção hortícola e frutícola Un. Toneladas/ano
Produtos Hortícolas Produtos Frutícolas
Abóbora 1.154,7 Laranja 1.120,04
Alface 738,60 Melão 134,61
Alho 375,80 Figos 106,01
Batata 2.829,62 Uvas 2.101,60
Cebola 2.224,57
Cenoura 78,58
Courgete 141,96
Couve 2.303,44
Fava 223,44
Feijão Seco 64,29
Feijão Verde 428,35
Pepino 353,11
Pimento 254,66
Tomate 2.082,07
Fonte: Estimativa da Produção Agrícola de Montemor-o-Novo, Projeto Farm Path, ICAM/UÉvora, 2014.
Destino de produção
De acordo com a maioria dos inquiridos no âmbito do Projeto, a produção destina-se ao consumo próprio
ou da família e apenas cerca de 15% vende parte da produção, sobretudo, no mercado municipal e
4 A propriedade dos terrenos cultivados é bastante heterogénea: “dos próprios; arrendados; emprestados; da Câmara Municipal (hortas comunitárias); de privados (integrados no banco de terras); de familiares ausentes; abandonados”.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
95 | P á g i n a
predominantemente apenas um dos produtos (batata, pimentos, …). A disponibilidade para comercializar
as produções é limitada (apenas 11 em 116 inquiridos), com cerca de dois terços dos hortelões a indicar
que não querem vender em absoluto ou vender mais (no caso dos que já vendem). Entre as razões
apontadas destacam-se: a dificuldade de manter um fluxo regular de clientes, o peso dos encargos
(energia, requisitos formais de atividade, …) e a reduzida produção, motivo que está muito presente no
menor interesse em fornecer a restauração local o que implicaria criar compromissos, p.ex., de
fornecimento regular de determinadas quantidades de produtos.
As notas referentes ao trabalho de campo do Inquérito permitem traçar uma visão compreensiva das
lógicas deste segmento do sistema alimentar local e dos contributos potenciais do mesmo para a
Estratégia Alimentar do Concelho de Montemor-o-Novo. Os itens seguintes procuraram sistematizar os
principais elementos de leitura:
horta, como fruto de conhecimento tácito adquirido no seio da família e como atividade
complementar, mas assegurada com regularidade, para consumo da família nuclear ou alargada
(hortelões como “fornecedores da alimentação de toda a família”);
dimensão económica da atividade, tanto nas freguesias urbanas, como nas rurais (horta, como
“complemento económico e físico da casa”);
heterogeneidade do “universo social” dos hortelões, independentemente da ocupação
profissional ou do estatuto económico;
variedade de produtos hortícolas reforçando a relação com as necessidades/ oportunidades de
consumo da família;
venda no mercado municipal - procura reduzida por parte dos consumidores com reflexo nos
resultados pouco compensadores (baixo lucro);
peso das dinâmicas de comportamento dos consumidores (e dos retalhistas), com preferência
alinhada pelo preço, pela imagem e pelo tempo gasto nas compras, argumentos que favorecem
a omnipresença das grandes e médias superfícies;
trocas não reguladas por “mecanismos (externos) de preços, subsídios, faturas, etc.”;
racional de atividade ligado à qualidade dos hortícolas produzidos - não uso ou menor utilização
de agro-químicos;
não aproveitamento completo da produção especialmente da fruta, mesmo num contexto que
valoriza a “economia de vizinhança” e as relações de troca direta existentes;
recuperação de hábitos de consumo próprios da autonomia/ soberania alimentar e da melhoria
da dieta da população local, num contexto de redução da pegada ecológica associada aos
alimentos e valorizando os circuitos curtos;
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
96 | P á g i n a
importância da disponibilidade de água para a manutenção das hortas (dimensão que questiona
a viabilidade própria destas atividades); e
práticas de sustentabilidade, utilização de adubos orgânicos - compostagem e estrume de
animais, minimização de uso de fito-fármacos, …
(b) Montemor-o-Novo
Nas componentes do processo de trabalho orientadas para compreender o valor e a importância
atribuída aos produtos locais pela comercialização, foram realizadas breves entrevistas aos gerentes
de loja de várias médias superfícies instaladas na Cidade de Montemor-o-Novo.
Dessas entrevistas, salientam-se as notas seguintes:
as aquisições dos produtos alimentares e bebidas são determinadas pelas opções das centrais de
compras das Grandes e Médias Superfícies, à exceção do “franchising” do Grupo Intermaché que
tem autonomia nas decisões de compra e tem dado preferência aos produtos locais que
beneficiam de procuras diárias locais e procuras esporádicas de visitantes; a circunstância do
“franchisado” , até início de 2018, ser montemorense poderá explicar esta exceção valorizadora
das produções locais;
os produtores locais (especialmente padarias, queijarias e salchicharias) procuram a colocação
direta junto do comércio retalhista mas com volumes de compras bastante limitados à exceção
da Loja do Grupo Intermaché que apresenta no seu “layout”/organização espaços dedicados às
produções locais bem evidenciadas (pão, por freguesia; queijos e enchidos; e vinhos);
a procura de produtos locais não é muito notória na maior parte dos estabelecimentos retalhistas
os quais referem não existir uma procura dirigida especificamente às produções de Montemor-o-
Novo.
No caso da Cooperativa Minga, o elemento diferenciador reside nos produtos biológicos (frescos, frutas,
legumes e verduras, vinhos, higiene e cosmética); no conjunto, existem produtos de origem local e
estrangeira, à semelhança do que sucede no retalho comercial (lojas, mercearias e Mercado municipal).
A maior parte dos produtos à venda na loja da Cooperativa não são produzidos pelos cooperantes; a
exceção é o artesanato.
B.4. Oportunidades e desafios
A Carta Estratégica de Desenvolvimento de Montemor-o-Novo, 2025, formulou um conjunto de cenários
contratados cuja apreciação de conjunto evidencia os seguintes traços de evolução prospetiva:
Cenário Continuidade/Tendência de Declínio Económico. Prolongamento das tendências das
últimas décadas que contribuirá para aprofundar o panorama de desertificação humana com
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
97 | P á g i n a
consequências negativas para a sustentabilidade territorial, num contexto de menor capacidade
de iniciativa, associado aos constrangimentos orçamentais e à dificuldade de mobilizar recursos
de poupança e financiamento.
Cenário Desenvolvimento dependente. Melhoria dos indicadores demográficos, de rendimento e
de iniciativa pública e privada, geradores de efeitos positivos na sustentação das condições de
suporte de infraestruturas de rede e equipamentos, incluindo os económicos), conservação e
valorização de recursos,..., mas com níveis de dependência acentuada face à capacidade efetiva
de superação de problemas estruturais do País e da Região.
Cenário Afirmação territorial competitiva/ Desenvolvimento sustentável. Reversão gradual da
trajetória recessiva de desenvolvimento, com atração de investimento e existência de
oportunidades de emprego, estimulando a atração de diversos segmentos-alvo de novos
residentes, o que se pressupõe uma evolução mais favorável da economia nacional e regional,
sobretudo, nos setores de especialização.
A possibilidade de atrair e fixar capacidades de iniciativa e talentos em Montemor-o-Novo, potenciaria
lógicas emergentes de investimento (na senda das escolhas da RIS3 Alentejo orientadas para a
preservação e valorização dos recursos naturais) combinando a existência de know-how produtivo,
conhecimento e inovação rural/ agroalimentar, com a consolidação de tendências de procura norteadas
pela genuidade e qualidade das produções primárias.
Neste enquadramento, a Estratégia de Desenvolvimento para Montemor-o-Novo aprofundou as linhas
de tendência do Cenário Afirmação territorial competitiva/Desenvolvimento sustentável, concluindo
que a natureza dos constrangimentos estruturais, o posicionamento geoestratégico e as suas perspetivas
de desenvolvimento do Concelho, apontam para Desafios estratégicos no horizonte 2025 que, em muitos
aspetos, se situam para além deste horizonte o que significa que a sua identificação fundamentada tem
presente a inevitabilidade de abordagens gradualistas das necessidades de intervenção, segundo as
oportunidades de iniciativa, de projeto e de recursos de financiamento.
A configuração dos Desafios estratégicos no horizonte 2025 encontra-se representada no Diagrama
seguinte:
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
98 | P á g i n a
5. Propostas de intervenção segundo a Carta Estratégica
A Estruturação e Desenvolvimento do Cluster Agroalimentar/ Desenvolvimento Rural constitui uma
aposta estruturante da Carta Estratégica de Desenvolvimento de Montemor-o-Novo, 2025, sobretudo,
dentro da ideia segundo a qual o potencial reconhecido aos recursos locais e à experiência produtiva
existente colocam o desafio de uma maior integração entre a esfera das produções primárias e a sua
transformação, com destaque para a fileira da carne (vitela de montado, borrego, porco de raça
alentejana, …) mas também para a concentração e distribuição de produtos hortícolas.
Na ótica do reforço da integração da cadeia de valor e com margem de intervenção municipal, destaca-
se a dinamização de processos de acesso à terra (Banco de Terras, arrendamento, comodato, …) de
promoção da produção local (Catálogo dos Produtos Locais, Programa ao Sabor das Estações”, …)e da
qualificação/transformação do Mercado Municipal como instrumento polarizador de valorização dos
produtos locais e de reanimação urbano-económica.
De acordo com a Carta Estratégica de Desenvolvimento de Montemor-o-Novo, 2025, a valorização de
oportunidades económicas associadas à excelência ambiental do património natural do Concelho, está
confrontada com importantes desafios em matéria de práticas de uso e transformação do solo, com
situações de sobre-exploração pontual que têm de ser evitadas, tanto mais que são agravadas pelos
efeitos pressentidos das alterações climáticas. O desafio aqui consiste em cruzar conhecimento e
experiências consolidadas e pioneiras de gestão dos sistemas naturais adaptando as condições e as
práticas de aproveitamento económico de recursos às exigências de uma relação sustentável a longo
prazo com os recursos (terra, água, fauna, flora, …). Mesmo que as incidências da problemática das
alterações climáticas neste tipo de territórios (aumento da temperatura média, redução da
biodiversidade, stress hídrico, …), possam não atingir níveis expressivos no horizonte da próxima década,
afigura-se indispensável a adoção de práticas mitigadoras e de adaptação às alterações climáticas e esse
é um desafio para um vasto sistema de atores socio-territorial (públicos, associativos e privados; sectoriais
Relançamento das Dinâmicas de Investimento
Produtivo
Desenvolvimento do Cluster Agroalimentar/
/Desenvolvimento Rural
Dinamização da Economia urbana em torno da Cultura
e do Património
Renovação dos modelos de Governancia e Gestão
territorial
Desafios Estratégicos
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
99 | P á g i n a
e horizontais). A este nível deverão ser consideradas as orientações resultantes do Plano Intermunicipal
de Adaptação às Alterações Climáticas do Alentejo Central, cuja elaboração foi promovida pela CIMAC,
com especial incidência nos temas “agricultura e florestas”, “Economia”, Recursos Hídricos” e
“Biodiversidade e paisagem”.
A concretização deste desafio, está associado ao desenvolvimento das estratégias empresariais, da
produção à transformação e comercialização, do Cluster para o que se afigura imprescindível aprofundar
as parcerias estabelecidas com as associações empresariais e de produtores e as entidades reguladoras
da atividade económica, da atração de investimento e da promoção externa dos ativos da Região.
Segundo este racional, a Carta Estratégica de Desenvolvimento de Montemor-o-Novo, 2025, fixa como
primeiro Objetivo Específico a Estruturação do Cluster agroalimentar e a valorização dos recursos
naturais, o qual deverá assumir uma importância central no processo de reestruturação económico-
produtiva do Concelho e de desenvolvimento do espaço rural, face aos recursos existentes, ao potencial
de transformação das produções locais e às oportunidades de desenvolvimento das atividades do Cluster
na Região.
A relevância estratégica deste Objetivo reside, principalmente, na existência de recursos associados à
tradição e experiência produtiva local, ao sistema multifuncional do montado e ao regadio, que
constituem ativos diferenciadores e um importante potencial produtivo para aceder com sucesso a nichos
de mercado dos produtos agroalimentares, atualmente em crescimento e com boas perspetivas de
valorização e desenvolvimento futuro. O reforço da especialização e da cadeia de valor no setor
agroalimentar, com destaque para a fileira da carne, exige uma maior integração entre a esfera das
produções primárias e a sua transformação, a concentração e a distribuição de produtos hortícolas,
através da inovação produtiva e da organização das produções, nomeadamente, com soluções mais
eficazes de comercialização.
Assume também particular importância a proteção, valorização e boa gestão das estruturas ecológicas e
dos recursos naturais (solo, água, biodiversidade, ecossistemas com destaque para o montado), capital
territorial de importância decisiva para garantir o crescimento sustentável, a qualidade e a originalidade
das produções primárias.
Neste enquadramento, importa referir que o Plano de Ação Regional Alentejo 2020 estabelece um
conjunto de apostas/prioridades de intervenção com relevância para Montemor-o-Novo:
• aposta na “valorização das atividades regionais competitivas no Complexo de Atividades
Agroindustrial e alimentar, englobando o sistema de montado com expressão também na fileira
das carnes (sistema de produção extensivo) e na produção de produtos de elevada qualidade com
Denominação de Origem; e
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
100 | P á g i n a
• aposta na “dinamização de pequenas fileiras produtivas de base florestal e natural”.
As propostas da Carta Estratégica de Desenvolvimento de Montemor-o-Novo, 2025, combinam
intervenções estruturantes materiais e imateriais de atuação:
Qualificação e infraestruturação do território. Neste Domínio de intervenção pretende-se
contribuir para os seguintes objetivos operacionais:
Ampliar a capacidade de acolhimento empresarial, procurando melhorar a excelência das áreas
de localização de empresas e dos serviços prestados, de molde a aproveitar a posição
geoestratégica do Concelho e o papel destas infraestruturas na atração de novas empresas e de
investimentos.
Criar e qualificar infraestruturas estratégicas de suporte à transformação das produções
primárias e ao alargamento da cadeia de valor, principalmente do agroalimentar, e desenvolver
o regadio, fundamental para o incremento e diversificação da produção de hortícolas frescos e
de horto-industriais.
Face à incapacidade demonstrada até agora de investimento dos atores públicos e privados na
concretização e qualificação de infraestruturas especializadas, é necessário identificar seletivamente
quais são as infraestruturas imprescindíveis para concretizar as estratégias de reestruturação económico-
produtiva e de estruturação do cluster agroalimentar. Nessa orientação a Carta Estratégica de
Desenvolvimento de Montemor-o-Novo, 2025 aponta como prioritários os seguintes projetos: (i) Criação
de uma Nova Área Empresarial; (ii) Revitalização do Mercado Municipal; e (iii) Criação da Agência de
Promoção Montemor Invest.
Estratégia Alimentar de Montemor-o-Novo (Sistema Alimentar Local de excelência).
Designação
Montemor - um Sistema Alimentar Local de excelência
Memória Descritiva
A riqueza dos recursos alimentares locais constitui um vetor de identidade de Montemor-o-Novo e dos territórios envolventes, também na relação com a gastronomia alentejana, a qual, com práticas próprias da tradição, utiliza géneros alimentícios com origem na fauna e flora naturais adaptadas às condições edafo-climáticas da Região ao longo de séculos. Os hábitos alimentares existentes foram sendo moldados por uma cozinha profundamente integrada no ecossistema da Região. No quadro dos trabalhos da Agenda 21 Local têm sido levadas a cabo diversas iniciativas com a finalidade de “(re)conectar o sistema alimentar com o território, incluindo os habitantes e consumidores, as explorações agrícolas e as indústrias agroalimentares de base local” (Teresa Pinto Correia, et all, “Por uma Estratégia Agro-Alimentar Local - os casos de Évora/Montemor-o-Novo”, dezembro de 2015). Esta perspetiva de intervenção acompanha um movimento (com expressão, sobretudo, europeia) de estruturação de estratégias agroalimentares de base territorial que procuram trazer conhecimento e inovação às articulações locais entre produtores e consumidores de bens alimentares estimulando também a segurança alimentar e nutricional. O Plano de Ação 2016-2017 da Agenda 21 Montemor integra como projeto prioritário a definição de uma Estratégia Alimentar para o Concelho, nomeadamente, continuando a apoiar o Grupo Temático “Produtos da nossa terra -
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
101 | P á g i n a
Estratégia Alimentar para o Concelho” criado em 2013 e que foi responsável pela implementação do projeto Km 0 Montemorense. Em articulação com os trabalhos a desenvolver no Plano de Ação, o Projeto da CED Montemor - um sistema alimentar local de excelência, deverá consistir na definição da Estratégia Alimentar para o Concelho e ter como objetivos, entre outros, a promoção do acesso à terra, a promoção do uso sustentável dos recursos e a dinamização da transformação e comercialização das produções locais. O Projeto poderá incluir a criação de uma plataforma digital para a sua dinamização e gestão de modo a facilitar a cooperação estratégica e a interação entre os vários atores que concorrem para a respetiva implementação.
Objetivos Específicos
Privilegiar a agricultura familiar e as pequenas empresas agroalimentares;
Valorizar os produtos locais através de circuitos curtos de comercialização;
Preservar sementes de variedades loco-regionais, atenuando a dependência dos mercados globais;
Reduzir os níveis de resíduos, perdas e desperdícios alimentares.
Entidades a envolver
Entidade Promotora/Responsável Outras Entidades Parceiras
Grupo Temático da Agenda 21 Montemor “Produtos da nossa terra - Estratégia Alimentar para o Concelho”.
Município de Montemor-o-Novo; Rede de Cidadania de Montemor-o-Novo; ICCAM/UÉvora; DRAP Alentejo; Associações de Desenvolvimento Local; e Produtores.
Resultados e Impactos esperados
Melhoria dos níveis de valor acrescentado local e da respetiva partilha;
Redução da vulnerabilidade económica;
Melhoria da sustentabilidade do uso dos recursos naturais;
Aumento da autonomia/soberania alimentar.
Relevância estratégica (Estruturante / Complementar)
Estruturante
Estimativa de Investimento (quando possível) Calendarização
2017-2020 2021-2025
X X
Fontes de Financiamento
POR Alentejo 2020 e PDR 2020.
C - CENÁRIOS E PERSPECTIVAS DE INTERVENÇÃO
A problemática da territorialização dos sistemas alimentares tem vindo a adquirir expressão,
nomeadamente, de investigação académica e de intervenção pública e associativa, em Portugal. Entre as
iniciativas de vária índole recentes, salientam-se as seguintes:
Elaboração da “Estratégia da produção agrícola local”, por iniciativa do MAMAOT, no âmbito da
qual foram estabelecidos os seguintes conceitos, com relevância para a elaboração de estratégias
alimentares de base territorial:
Sistema Alimentar Local (SAL): conjunto de atividades interligadas, em que a produção, a
transformação, a distribuição e o consumo de produtos alimentares visam promover a
utilização sustentável dos recursos ambientais, económicos, sociais e nutricionais de um
território. Este é definido como uma comunidade de interesses localizados, reforçando as
relações entre os respetivos agentes intervenientes;
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
102 | P á g i n a
Circuito Curto Alimentar (CCA): modo de comercialização que se efetua ou por venda direta
do produtor para o consumidor ou por venda indireta, com a condição de não haver mais
de um intermediário. A ele se associa uma proximidade geográfica (concelho e concelhos
limítrofes) e relacional entre produtores e consumidores (Relatório Final, 2013).
Referências de investigação académica. Entre a diversa literatura que tem abordado esta matéria
destaca-se os contributos seguintes:
(i) Artigo de Artur Cristóvão e Luís Tibério “comprar fresco, comprar local” (SPER, 2009) que
associa os seguintes objetivos à “démarche” da proximidade produção-consumo:
dinamização do consumo de alimentos produzidos localmente;
estabelecimento de ligações diretas entre produtores e consumidores;
revitalização de estruturas de produção, transformação e comercialização;
construção de redes de relações entre produtores e governos locais, empresários e
outros lideres; e
promoção da economia local e do desenvolvimento rural.
(ii) Artigo “Por uma Estratégia Agro-Alimentar Local - os casos de Évora/ Montemor-o-Novo”,
Teresa de Pinho Correia, Isabel Rodrigo, Ana Fonseca, Cecília Fonseca, Rogério Godinho,
Filipe Themudo Barata e José Veiga, Dezembro de 2015. Este Draft reflete sobre as condições
para “(re)conectar o sistema alimentar com o território, incluindo os habitantes e
consumidores de bens alimentares, as explorações agrícolas e as indústrias agro-alimentares
de base local”, e enuncia os fundamentos para uma estratégia agro-alimentar local.
(iii) Ciclo de Seminários do Colégio F3 da Universidade de Lisboa referentes ao Planeamento
Alimentar Urbano, 2017 e 2018 (programado).
Referências de intervenção das Políticas Públicas. No quadro da intervenção governamental
(MADRP) foram preparadas e estão em fase de consulta pública (ou a entrar, em breve) os
seguintes Documentos de Estratégia: Estatuto da Pequena Agricultura Familiar; Estratégia de
Segurança Alimentar e Nutricional; Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica; e Estratégia
Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar.
A construção de um sistema alimentar local pressupõe o preenchimento de requisitos, sobretudo, no
interface produtores-consumidores. Entre as questões colocadas pela literatura, entre outros pelos
autores citados, surge a interrogação acerca de quais são as “características socioeconómicas das
comunidades que determinam o potencial para desenvolver um sistema alimentar local?”.
A ideia de um sistema de produção agrícola e alimentar localmente enraizado, tendo por base recursos
locais, orientado para o mercado/consumidores locais e com preocupações de sustentabilidade social e
ambiental, está presente em Montemor-o-Novo.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
103 | P á g i n a
Mesmo que não integre as lógicas dominantes de reprodução económica e social existentes, essa
presença expressa-se: na afirmação de perspetivas agro-ecológicas de gestão dos recursos da economia
de montado; na organização de iniciativas na esfera dos circuitos curtos (km 0) e de outras que remetem
para a Dieta Mediterrânica (Festival das Sopas, Festival da Doçaria e do Pão , Semana da Bolota, …); na
busca de respostas de acesso à terra, envolvendo organizações de agricultores e grupos de cidadãos; …
Na sequência dos trabalhos desenvolvidos no âmbito da concretização do Plano de Ação da Agenda 21
Local [na vertente de Elaboração da Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo (SMEA)
e, em concreto, as oficinas de trabalho realizadas], em síntese preliminar, mas com segurança bastante,
identifica-se um conjunto de dimensões-chave a aprofundar e validar na última fase dos trabalhos:
Relevância da segmentação da cadeia alimentar para a formulação dos Eixos Estruturantes da
Estratégia, dada a existência de produção alimentar identitária, no interface da matriz de Dieta
mediterrânea, presença de circuitos curtos, manifestação de preocupações agroecológicas, e com
a saúde e segurança alimentares.
Corolário. Integração de vertentes setoriais na Estratégia, com reflexos no papel dos atores.
Formulação de Cenários de evolução que consideram as diversas componentes do sistema
alimentar local (comportamentos alimentares, condições de produção e transformação,
comercialização, segurança alimentar e nutricional …), na densidade de impactos possíveis/
/prospetáveis e de modelos alternativos de intervenção pública, associativa e privada.
Compromisso político da Autarquia, em registo facilitador/ dinamizador, com implicação no Plano
de Ação mas deixando espaço para vários “protagonismos”, em segmentos com expressão em
parte das dinâmicas instaladas (locais e regionais).
Mobilização dos atores intervenientes nos diversos elos da cadeia alimentar enfatizando o papel
nuclear dos consumidores e da valorização dos produtos locais.
A análise prospetiva da segurança alimentar tem merecido alguns exercícios de profundidade técnica
(quantitativa e qualitativa) bastante heterogénea mas que, de um modo geral, mobilizam um quadro de
varáveis agregadas em torno dos modos de vida e comportamentos alimentares, condições de produção
e de logística, modos de transformação, poder de compra e perfis de intervenção das políticas públicas.
Entre os exercícios sinalizados, optamos por adaptar a Montemor-o-Novo o exercício realizado pelo Grupo
Futuribles Comportements et Securité Alimentaire en Mediterranée, 2009 (cf. Futuribles, nº 348, janvier
2009), que considera quatro futuros possíveis no horizonte 2020: (i) Ausência de preocupações
alimentares; (ii) Mercados e modernidade a todo o preço; (iii) Combinação harmoniosa entre local e
internacional; e (iv) Responsabilidade alimentar - redistribuição e saúde pública.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
104 | P á g i n a
A tabela seguinte ensaia estes quatro cenários para a realidade de Montemor-o-Novo. Os traços
caracterizadores destes Cenários e os conteúdos identificados em cada um deles, nos quais avultam
elementos de contraste evidenciam: (i) por um lado, a existência de evoluções e comportamentos
indesejáveis, à luz de critérios de saúde, segurança e autonomia alimentar, da estruturação de cadeias de
valor ligadas à valorização de recursos do território, etc.; e (ii) por outro lado, a possibilidade de evoluções
e comportamentos desejáveis à luz da valorização de recursos naturais e identidades produtivas (um
desafio e aposta da Carta Estratégica de Desenvolvimento, Montemor-o-Novo, 2025), do relevo atribuído
à proximidade na organização das relações produção/ transformação/ comercialização/ consumo e da
capacidade das escolhas públicas influenciarem comportamentos no seio do sistema alimentar local.
A avaliação do grau de probabilidade de concretização destes cenários resulta de uma ponderação do
padrão de recursos agro-alimentares e institucionais existentes, das dinâmicas instaladas no sistema de
atores local e regional, e da aprovação recente e/ou em curso de estratégias de referencial produtivo
agrícola e alimentar.
Tendo presente esses drivers de consolidação e de mudança, admite-se como viável a afirmação de um
Cenário que resulte de um “mix” de elementos identificados nos Cenários Combinação harmoniosa entre
local e internacional e Responsabilidade alimentar - redistribuição e saúde pública.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
105 | P á g i n a
(i) Ausência de preocupações alimentares
(ii) Mercados e modernidade a todo o preço
(iii) Combinação harmoniosa entre local e internacional
(iv) Responsabilidade alimentar - redistribuição e saúde pública
Poder de Compra, Modos de vida e Comportamentos alimentares
Predomínio do interesse individual mediado pelos padrões de consumo dominante;
Aculturação alimentar com afastamento da alimentação mediterrânica;
Degradação da capacidade aquisitiva dos consumidores.
Precaridade do emprego e rendimento;
Predomínio do fator preço na decisão de consumo;
A rentabilidade a qualquer preço não protege o poder de compra das famílias.
Melhoria da participação da mulher no mercado de trabalho e regulação demográfica;
Desenvolvimento rural mais harmonioso em torno de pequenas cidades.
Reapropriação do modelo alimentar mediterrânico pelos consumidores com adaptações ligadas à simplificação das refeições, menor consumo de carnes, de açúcares, de gorduras saturadas, …;
Diversificação do reportório culinário;
Compras orientadas pela preocupação de qualidade (alimentação com equilíbrio nuticional, saúde, …).
Condições de produção
Ausência de prioridades de gestão associadas à produção e ao desenvolvimento sustentável;
Riscos sanitários e de qualidade dos produtos;
Desperdício dos recursos naturais.
Agricultura a duas velocidades: uma orientada para a exportação e mercados competitivos e outra de sobrevivência problemática;
Empobrecimento da pequena agricultura;
Desperdício dos recursos naturais.
Redução das pressões agro-económicas sobre os recursos (solo e água);
Métodos de gestão sustentáveis nos vários segmentos de produção (local e para exportação);
Integração positiva das cadeias de valor dos produtos hortícolas e pecuários.
Redução dos riscos de esgotamento dos recursos locais (terra, água,…)
Implicação dos consumidores nos requisitos da procura dirigidos à produção (qualidade e genuidade).
Modos de transformação
Falta de confiança para desenvolver projetos agro-transformadores de base alimentar à escala local;
Desregulação sem intervenção nas relações entre produção moderna e tradicional.
Falta de confiança para desenvolver projetos agro-transformadores de base alimentar à escala local;
Dinamização das atividades informais procuradas por produtores e consumidores.
Ética nutricional nas indústrias alimentares.
Valorização da autenticidade de novos produtos e da sua especificidade, com reflexo na valorização do património agrícola e alimentar;
Organização de produtores e artesãos para salvaguardar saberes-fazer, receitas e produtos específicos.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
106 | P á g i n a
(i) Ausência de preocupações alimentares
(ii) Mercados e modernidade a todo o preço
(iii) Combinação harmoniosa entre local e internacional
(iv) Responsabilidade alimentar - redistribuição e saúde pública
Logística e comercialização
Abuso de posição predominante na organização dos mercados;
Fragilidade das redes comerciais;
Predomínio das lógicas informais.
Abuso de posição predominante na organização dos mercados;
Fragilidade das redes comerciais;
Predomínio das lógicas informais.
Ética nutricional na distribuição e mercados locais (formais e informais);
Valorização dos produtos de qualidade a preços sustentáveis.
Enfoque da alimentação mediterrânica pelos consumidores (maior ou menor procura de produtos locais);
Menor peso da origem da produção.
Perfis de intervenção das políticas públicas
Desinteresse dos poderes públicos pelas questões alimentares e pelo bem-estar das populações;
Não aproveitamento de oportunidades de regulação, p.ex., abastecimento de cantinas escolares e centros de dia.
Liberalização das trocas comerciais no contexto da globalização económica;
Não aproveitamento de oportunidades de regulação p.ex., abastecimento de cantinas escolares e centros de dia;
Ajuda alimentar a bolsas de pobreza e insegurança alimentar.
Estabilidade política/ reflexos na dinamização de um projeto da sociedade;
Políticas a favor da produção e consumo de produtos nutricialmente interessantes.
Favorecimento das economias locais e estímulo ao espírito empresarial;
Adaptação de normas aos contextos locais (produção, certificação, comercialização, …).
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
107 | P á g i n a
O cruzamento criativo/desejável de elementos de ambos os cenários está sinalizado a itálico na tabela.
Paralelamente, assinala-se com sublinhado elementos de tendência associados a níveis de desregulação
resultantes do desenvolvimento da globalização económica que se encontram bastante presentes na
matriz de produção/distribuição/consumo do Concelho (e de concelhos com as características de
Montemor-o-Novo).
A identificação de uma variável de cenarização associada ao perfil de intervenção das políticas municipais
adquire particular relevância na perspetiva de contrariar alguns traços omnipresentes em Montemor-o-
Novo daquela economia de mercado mais desregulada, nomeadamente, através do estímulo à
reorientação das compras coletivas (educação, IPSS, …) o que pressupõe capacidade de interação/
/negociação com instâncias da educação, da saúde e da segurança social.
A formulação preliminar da Matriz de Intervenção da Estratégia Alimentar para o Concelho de
Montemor-o-Novo tem presente os elementos de diagnóstico e prospetiva processados no âmbito do
trabalho, bem como os resultados enriquecidos das dimensões de participação presentes em
componentes da elaboração da Estratégia (Oficinas de trabalho, Open week, e outras formas de recolha
de informação e de visões pertinentes).
A identificação dos Eixos Estruturantes da Estratégia pretende priorizar os pilares de intervenção que
refletem uma integração dos diversos segmentos da cadeia de recursos do sistema alimentar local.
Paralelamente, na identificação de medidas e de parceiros, está contemplada uma perspetiva de escala
territorial que está para além de Montemor-o-Novo mas que se insere dentro do referencial conceptual
das cadeias e circuitos curtos.
Esta identificação de parceiros potenciais permite identificar também que, para alguns segmentos da
Estratégia Alimentar se afigura indispensável o envolvimento de instâncias regionais de modo a
robustecer os recursos e a diversidade de perspetivas, indispensável à concretização bem sucedida da
Estratégia Alimentar para o Concelho de Montemor-o-Novo.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
108 | P á g i n a
ESTRATÉGIA ALIMENTAR MNOVO - Matriz Preliminar de Intervenção -
Eixos Matriz de Medidas Intervenção Pública Intervenção Associativa e Privada
Saúde e Segurança Alimentar
Contributos locais para o Plano de Acção da Dieta Mediterrânica
Dinamização de Boas práticas em matéria de equilíbrio nutricional junto de responsáveis de Agrupamentos de Escolas, Centros de Dia,...
Concepção e dinamização da Campanha “MNovo - come bem”
Município de MNovo
Agrupamento de Escolas
Administração Regional de Saúde do Alentejo
DRAPAL
Rede de Cidadania
Movimento Slow food
DECO
ADL’s
Sustentabilidade e Gestão de Recursos
Combate ao desperdício alimentar
Separação e tratamento de resíduos da produção e consumo alimentares
Participação em acções do Plano Regional da Economia Circular
Município de MNovo
CIM Alentejo Central
CCDR Alentejo
DRAPAL
UE/ICAAM
ICNF
Alojamento hoteleiro
Restauração
GESAMB
DECO
ADL’s
IPSS’s
Consumo, Produção e Circuitos de Comercialização
Dinamização do acesso à Terra/ Banco de Terras
Criação e Gestão de bancos de sementes
Renovação/Dinamização do Mercado Municipal
Gestão coordenada de encomendas Escolas/ /IPSS/… aos produtores locais
Dinamização de acordos entre produtores locais e as unidades da grande distribuição alimentar com lojas em MNovo e concelhos vizinhos
Município de MNovo
Agrupamento de Escolas
CIM Alentejo Central
DRAPAL
Associações de Produtores
Associações de Comerciantes
Associações de Consumidores
Produtores locais
Comércio local
Grandes e Médias Superfícies
IPSS’s
Rede Cidadania
Modelo de Governancia
Criação de condições de Liderança
Monitorização (bateria de indicadores)
Município de MNovo
Grupo de Trabalho
ICAAM
CCDRA
DRAPAL
ICNF
Conselho Local Alimentar ADL’s CIMAlentejo
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
109 | P á g i n a
ANEXO
OFICINAS COLABORATIVAS - RELATÓRIOS DE UM PROCESSO DE TRABALHO
1ª Oficina Colaborativa - Resultados
[A versão completa do Relatório da 1ª Oficina encontra-se disponível no Site do Município através do
link: http://www.cm-montemornovo.pt/pt/site-participar/Paginas/1%c2%aa-Oficina-de-Trabalho.aspx]
RELATÓRIO DE SÍNTESE DA 1ª OFICINA
SETEMBRO DE 2017
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................
1. SMEA 1ª OFICINA - SÍNTESE DE RESULTADOS .....................................................................................
2. SMEA 1ª SEMANA ABERTA DE RUA - SÍNTESE DE RESULTADOS ...........................................................
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................................
ANEXOS
INTRODUÇÃO
No âmbito da elaboração de uma Estratégia Alimentar Partilhada e Participada para o Concelho de
Montemor-o-Novo foram levadas a cabo a 1ª Oficina com os atores locais (SMEA WS#1) e a 1ª Semana
Aberta de Rua (SMEA OW#1) junto das freguesias e pontos de venda de referência. Estas iniciativas
visavam, para além de dar a conhecer a iniciativa, fazer um primeiro ponto de situação sobre as
sensibilidades em torno da temática alimentar.
A preparação de ambos os eventos contou com a participação ativa da equipa de apoio técnico Gabinete
Oliveira das Neves/LNEC e da equipa da Agenda 21 da autarquia, tendo ficado a facilitação da Oficina a
cargo do LNEC e a animação e recolha de informação na Semana Aberta de Rua a cargo da equipa da
Agenda 21.
Estes dois momentos revelaram uma adesão e interesse significativos, sendo de salientar:
a) 22 participantes na Oficina com uma co-produção de 178 ideias classificadas (+128 sobre as
Personas, com tratamento autónomo);
b) 393 participantes na Semana Aberta de Rua com 675 contributos classificados.
Em anexo disponibilizam-se, para cada um dos eventos: (i) a lista de participações (Anexo 1 e 2); (ii) os
roteiros de facilitação e animação das iniciativas (Anexo 3 e 4); (iii) as listagens dos respetivos contributos
registados e classificados (Anexo 5 e 6); e (iv) os resultados da avaliação da 1ª Oficina (Anexo 7).
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
110 | P á g i n a
Para a análise da informação disponível em ambos os eventos optou-se por utilizar como referência a
matriz do ciclo de valor associado à alimentação em circuitos formais integrados: valores; produção;
distribuição; comercialização; processamento; consumo; e alimentação.
Os contributos das iniciativas foram transcritos e objeto de uma análise de conteúdo, tendo sido
estabilizada, para cada iniciativa, uma estrutura de conteúdos desenvolvida (por forma a acolher a
informação transmitida) e análises de incidências e predominâncias discursivas.
Os resultados são apresentados neste Relatório por iniciativa, introduzidos por tópicos de sugestão à sua
leitura (Capítulo I e II) e complementados por considerações finais (Capítulo III) resultantes da sua leitura
cruzada e relevância para o desenvolvimento dos trabalhos da SMEA- MoN.
1. SMEA 1ª OFICINA - SÍNTESE DE RESULTADOS
Os resultados da análise dos contributos recolhidos na Oficina #1 constam das Figuras 1 e 2, onde é
apresentada a Estrutura de Conteúdos apurada por tópicos de debate e registo, incidência e
predominância. Entre os aspetos a relevar, salientam-se:
(a) Uma estrutura que abrange as dimensões da matriz base do ciclo de valor associado à
alimentação em circuitos formais integrados (valores; produção; distribuição; comercialização;
processamento; consumo; e alimentação), acrescentando dimensões de reflexão sobre fatores
de contexto e de estratégia relacionadas com a sua dimensão político/programática, com a sua
operacionalização e concretização em ação e com os respetivos sistemas de regulação.
(b) A relevância que a dimensão estratégica assumiu durante esta Oficina - e especialmente durante
o exercício de registo de expectativas - sustentou o interesse demonstrado e a relevância desta
iniciativa. São de sublinhar e reter, nesta matéria, especialmente:
o debate em torno das suas dimensões programáticas para a cerzidura do sistema de
ação dos seus vários protagonistas e com outras dimensões de política, associada de
forma a assegurar a sua operabilidade e efetividade (tradução em ações concretas);
a relevância dos valores que lhe surgiram associados (ambientais; cadeia alimentar, como
um todo integrado; e desenvolvimento regional) para a cadeia de valor, sobretudo,
focalizados na sua dimensão Produtiva e/ou dimensões intrínsecas à organização e
implementação de processos de colocação dos seus produtos de forma acessível nos
mercados.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
111 | P á g i n a
(c) A dimensão do Consumo, pouco presente em termos de expectativas iniciais, foi ganhando
presença ao longo do debate, tendo-se desenvolvido, sobretudo, em torno de: (i) questões de
contexto condicionantes à afirmação de perfis de consumo mais e/ou menos valorizados; (ii) de
questões de acessibilidade (económica e aos produtos e/ou produção local); (iii) do quando, onde
e com quem? (tempos/sociabilidades) e de práticas alimentares associadas (hábitos) a consumos
(alimentação e alimentos) saudáveis e sustentáveis.
(d) Relativamente aos contributos sobre perfis alimentares recolhidos (128 contributos adicionais
recolhidos durante o exercício das Personas) importará registar que, apesar de persistirem
preocupações na abordagem dos consumos sobre a existência de perfis de consumo em MoN
com maior dificuldade em garantirem práticas sustentáveis de consumo, nenhuma das Personas
construídas retratou situações disruptivas ou mais dependentes de circuitos complexos de acesso
e desenvolvimento de práticas alimentares. Muito pelo contrário, de forma transversal às dez
situações produzidas, predominaram práticas desenvolvidas, sobretudo, em circuitos curtos onde
marcavam presença dimensões como consumos de produção própria e/ou locais associados a
preferência por alimentos saudáveis, confeção caseira, tempos e sociabilidades em família e/ou
amigos e práticas e modos de vida responsáveis e sustentáveis.
(e) Não podendo este exercício de construção de Personas ser ainda assumido como exaustivo e
conclusivo, quando combinado com a estrutura geral de conteúdos co-produzidos durante esta
Oficina, começou, no entanto, por revelar:
várias dimensões de contexto intrínsecas à cerzidura do ciclo de valor alimentar integrado,
nomeadamente entre as suas âncoras associadas à Produção e Consumo condições próprias
de produção, marketing, distribuição e comercialização, dimensões de negócio, expectativas
face a consumos e, ainda que de forma residual, fatores de inovação);
a co-existência de pelo menos dois “tabuleiros” passíveis de suportarem a discussão,
abordagem e desenvolvimento deste ciclo de valor alimentar, a saber: (i) um “tabuleiro” mais
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
112 | P á g i n a
sustentado pelo lado da Produção e seu desenvolvimento em sistemas formais mais/ou
menos complexos; e (ii) um outro “tabuleiro” mais suportado por práticas de Consumo
(instaladas, a reconhecer e valorizar), assente em circuitos curtos, diretos e/ou informais;
a necessidade de explorar e circunstanciar estas dimensões de contexto e a sua co-existência
em MoN nos seus “desencontros” e/ou “potencialidades virtuosas” de complementaridade;
a afirmação de sensibilidade para a consubstanciação de um quadro de valores de referência
partilhados (estratégia político/programática) em termos de planeamento, organização e
regulação do sistema instituído de cadeia de valor (sobejamente valorizado na Oficina);
a necessidade de explorar caminhos virtuosos de “inovação” (posicionada na parte inferior
da tabela hierarquizada de contributos), através, por exemplo, da exploração de potenciais
sinergias entre as duas cadeias de valor identificadas (de circuito mais complexo e de circuito
mais curto), através da incorporação de dimensões de serviços (vertente ausente na
estrutura de conteúdos desta Oficina).
Figura 1 - Estrutura de Conteúdos da 1ª Oficina, por Tópicos de debate e registo
Ideias Classificadas Nº de
respostas Comer bem é
Bem/Mal MoN
Expectativas Debriefing Vários
Alimentos / alimentação 12 5 7 (Cadeia Valor) 94 17 20 39 11 7
Consumo 37 8 14 3 10 2
(C) Acesso 8 4 1 2 1
(C) Hábitos 6 4 1 1
(C) Perfis 6 6 (C) Prazer 2 1 1 (C) Predisposição 2 2 (C) Produtos época 2 1 1 (C) Saúde e bem estar 4 2 1 1 (C) Tempo e sociabilidade 7 1 4 2 Produção 29 6 2 19 1 1
(P) Bio / natural 5 2 3 (P) Organização 6 1 5 (P) Local 4 1 2 1 (P) Reforço tecido produtivo 8 1 1 5 1
(P) Tipo produção 6 2 4 Comercialização e Distribuição 7 3 4 Processamento 6 2 4 Marketing 9 2 5 2
Negócio 4 3 1
Inovação 2 1 1
Contexto 14 1 9 3 1 Valores 20 6 1 6 5 2
(V) Desenvolvimento regional 6 3 1 2 (V) Ambiente 7 2 1 2 2 (V) Cadeia alimentar 7 1 3 1 2
Estratégia 38 11 1 19 2 5
(E) Político / programático 18 6 1 7 2 2
(E) Regulação 8 3 4 1
(E) Operacionalização / ação 12 2 8 2
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
113 | P á g i n a
Figura 2 - Estrutura de Conteúdos da 1ª Oficina (Tabela ordenada)
Nº % em coluna
(Tabela Hierarquizada) Total Comer bem é
Bem/Mal MoN
Expectativas Debriefing Vários Global Comer bem é
Bem/Mal MoN
Expectativas Debriefing Vários (Tabela Hierarquizada)
Estratégia 38 11 1 19 2 5 0,21 31,4 2,8 25,7 10,5 35,7 Estratégia
Consumo 37 8 14 3 10 2 0,21 22,9 38,9 4,1 52,6 14,3 Consumo
Produção 29 6 2 19 1 1 0,16 17,1 5,6 25,7 5,3 7,1 Produção
Valores 20 6 1 6 5 2 0,11 17,1 2,8 8,1 26,3 14,3 Valores
(E) Político / programático 18 6 1 7 2 2 0,10 17,1 2,8 9,5 10,5 14,3 (E) Político/programático
Contexto 14 1 9 3 1 0,08 2,9 25,0 4,1 5,3 Contexto
Alimentos / alimentação 12 5 7 0,07 13,9 9,5 Alimentos/alimentação
(E) Operacionalização / ação 12 2 8 2 0,07 5,7 10,8 14,3 (E) Operacionalização/ação
Marketing 9 2 5 2 0,05 5,6 6,8 14,3 Marketing
(C) Acesso 8 4 1 2 1 0,04 11,4 2,8 2,7 7,1 (C) Acesso
(P) Reforço tecido produtivo 8 1 1 5 1 0,04 2,9 2,8 6,8 7,1 (P) Reforço tecido produtivo
(E) Regulação 8 3 4 1 0,04 8,6 5,4 7,1 (E) Regulação
(C) Tempo e sociabilidade 7 1 4 2 0,04 2,9 11,1 10,5 (C) Tempo e sociabilidade
Comercialização e distribuição 7 3 4 0,04 8,6 5,4 Comercialização e Distribuição
(V) Ambiente 7 2 1 2 2 0,04 5,7 2,8 2,7 10,5 (V) Ambiente
(V) Cadeia alimentar 7 1 3 1 2 0,04 2,9 4,1 5,3 14,3 (V) Cadeia alimentar
(C) Hábitos 6 4 1 1 0,03 11,1 1,4 7,1 (C) Hábitos
(C) Perfis 6 6 0,03 31,6 (C) Perfis
(P) Organização 6 1 5 0,03 2,8 6,8 (P) Organização
(P) Tipo produção 6 2 4 0,03 5,7 5,4 (P) Tipo produção
Processamento 6 2 4 0,03 5,6 5,4 Processamento
(V) Desenvolvimento regional 6 3 1 2 0,03 8,6 1,4 10,5 (V) Desenvolvimento regional
(P) Bio / natural 5 2 3 0,03 5,7 4,1 (P) Bio/natural
(C) Saúde e bem estar 4 2 1 1 0,02 5,7 2,8 5,3 (C) Saúde e Bem estar
(P)l Local 4 1 2 1 0,02 2,9 2,7 5,3 (P) Local
Negócio 4 3 1 0,02 4,1 7,1 Negócio
(C) Prazer 2 1 1 0,01 2,9 2,8 (C) Prazer
(C) Predisposição 2 2 0,01 5,6 (C) Predisposição
(C) Produtos época 2 1 1 0,01 2,8 5,3 (C) Produtos da época
Inovação 2 1 1 0,01 1,4 7,1 Inovação
Totais 178 35 36 74 19 14 100 100 100 100 100
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
114 | P á g i n a
2. SMEA 1ª SEMANA ABERTA DE RUA - SÍNTESE DE RESULTADOS
Os resultados da análise de conteúdo dos contributos recolhidos na 1ª Semana Aberta de Rua constam
das Figuras 3, 4 e 5, onde é apresentada a Estrutura de Conteúdos apurada por tópico de registo,
incidência e predominância. Entre os aspetos a relevar, salientam-se:
(a) Uma estrutura que abrangendo algumas das dimensões estruturantes do ciclo de valor alimentar
integrado, se desenvolve a partir, sobretudo, da dimensão de Consumo consubstanciada em
práticas alimentares associadas e na descrição de alimentos e tipo de alimentação no quadro do
que é normalmente estabelecido como saudável (práticas de cuidado, relação com dimensões de
saúde e bem-estar, prazer, tempo e sociabilidades e qualidade da confeção/sabor);
(b) Uma relação direta e de circuito curto com as dimensões de produção, onde surgem valorizados,
sobretudo, sistemas de produção biológicos e/ou próprios, o acesso a produtos naturais e de
confiança e a produção local;
(c) Descrições bastante consubstanciadas de dietas a privilegiar e a evitar e de práticas de cuidado
associadas (i.e., em termos de composição, frequência e equilíbrio) - muitas delas associadas à
dieta tradicional e local - bem como descrições de natureza mais conceptual alinhadas com
princípios de modos de vida sustentáveis. Se destas descrições não se podem inferir relações
diretas com a sua prática, elas revelam, no entanto, uma sensibilidade bastante instalada e
transversal a esses princípios;
(d) Diferenças de contexto a explorar, sobretudo, entre os contributos recolhidos nas freguesias e os
pontos de venda e entre as freguesias mais rurais e as mais urbanas, em termos de estratégia
descritiva (de natureza mais consubstanciada ou mais conceptual) das práticas de consumo e de
composição de dietas alimentares, e ainda reminiscência de condicionantes ou experiências de
carência;
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
115 | P á g i n a
(e) A presença, ainda que residual, de dimensões ambientais e de sustentabilidade (predominantes
nos postos de venda) ou de estratégias discursivas associadas ao bem comer através de
referências diretas à inclusão da “água” nas dietas, a práticas de redução de desperdício ou ainda
de associação a práticas saudáveis de organização quotidiana e exercício físico (predominantes
nas freguesias).
Figura 3 - Estrutura de conteúdos da 1ª Semana Aberta de Rua (Frequências agregadas)
contributos associados a... Nº % PV %
Alimentos 121 56,8 59 32,8
Descrição de alimentos valorizados 94 44,1 37 20,6
descrição de alimentos a evitar 27 12,7 22 12,2
Alimentação 50 23,5 58 32,2
... dieta tradicional 19 8,9 2 1,1
... frescura, saudável, variedade 31 14,6 56 31,1
Consumos 117 54,9 86 47,8
... dieta condicionada 4 1,9 2 1,1
... saúde e bem-estar 34 16,0 16 8,9
... práticas de "cuidado" 49 23,0 45 25,0
... prazer 17 8,0 14 7,8
... tempo e sociabilidades 5 2,3 5 2,8
... em quantidade 6 2,8 2 1,1
... de produtos de época 2 0,9 2 1,1
Produção 56 26,3 47 26,1
... da horta 16 7,5 10 5,6
... bio/natural 13 6,1 18 10,0
... qualidade dos produtos 2 0,9 5 2,8
... s/cativeiro e/ou estufas 1 0,5 1 0,6
... reforço + variedade de produção + epicultura
7 3,3 1 0,6
... confiança na produção 6 2,8 3 1,7
... produção local 11 5,2 5 2,8
... produção nacional 0 0,0 4 2,2
Processamento 20 9,4 11 6,1
... qualidade confeção/ sabor 6 2,8 5 2,8
... confeção caseira 6 2,8 0 0,0
... s/ curas, processados e/ou enlatados 5 2,3 2 1,1
... s/ fritos 1 0,5 3 1,7
... s/ desperdício 2 0,9 1 0,6
Comercialização 2 0,9 2 1,1
... Comércio e Distribuição 2 0,9 2 1,1
Outros 26 12,2 20 11,1
... custos associados a comer bem 1 0,5 3 1,7
... carência 7 3,3 3 1,7
... ballance e modo de vida 1 0,5 7 3,9
... exercício físico 5 2,3 0 0,0
... Ambiente e Sustentabilidade 0 0,0 2 1,1
... Informação 1 0,5 0 0,0
(água) 11 5,2 5 2,8
NS - - - -
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
116 | P á g i n a
Figura 4 - Estrutura de Conteúdos da 1ª Semana Aberta de Rua Ordenação por incidência de Frequências agregadas e complementada por Rácios de peso das Frequências
agregadas
Tabela hierarquizada Pesos em linha
N.º % N = 390 participantes Freguesias PV
203 52,1 Consumos 0,58 0,42
180 46,2 Alimentos 0,67 0,33
131 33,6 ...(Alim) Descrição de alimentos valorizados 0,72 0,28
108 27,7 Alimentação 0,46 0,54
103 26,4 Produção 0,54 0,46
94 24,1 ... (Con) práticas de "cuidado" 0,52 0,48
87 22,3 ... ( Alim) frescura, saudável, variedade 0,36 0,64
50 12,8 ... (Cons) saúde e bem-estar 0,68 0,32
49 12,6 ... (Alim) descrição de alimentos a evitar 0,55 0,45
46 11,8 Outros 0,57 0,43
31 7,9 ... (Con) prazer 0,55 0,45
31 7,9 ... (Prod) bio/natural 0,42 0,58
31 7,9 Processamento 0,65 0,35
26 6,7 ... (Prod) da horta 0,62 0,38
21 5,4 ... (Alimção)dieta tradicional 0,90 0,10
16 4,1 ... (Prod) produção local 0,69 0,31
16 4,1 (água) 0,69 0,31
11 2,8 ... (Transf) qualidade confeção/ sabor 0,55 0,45
10 2,6 ... (Con) tempo e sociabilidades 0,50 0,50
10 2,6 ... (Out) carência 0,70 0,30
9 2,3 ... (Pro) confiança na produção 0,67 0,33
8 2,1 ... (Con) em quantidade 0,75 0,25
8 2,1 ... (Prod) reforço + variedade de produção + epicultura 0,88 0,13
8 2,1 ... (Out) ballance e modo de vida 0,13 0,88
7 1,8 ... (Prod) qualidade dos produtos 0,29 0,71
7 1,8 ... (Transf) s/ curas, processados e/ou enlatados 0,71 0,29
6 1,5 ... (Con) dieta condicionada 0,67 0,33
6 1,5 ... (Transf) confeção caseira 1,00 0,00
5 1,3 ... (Out) exercício físico 1,00 0,00
4 1,0 ... (Con) de produtos de época 0,50 0,50
4 1,0 ... (Prod) produção nacional 0,00 1,00
4 1,0 ... (Transf) s/ fritos 0,25 0,75
4 1,0 Comercialização 0,50 0,50
4 1,0 ... (CeD)Comércio e Distribuição 0,50 0,50
4 1,0 ... (Out) custos associados a comer bem 0,25 0,75
3 0,8 ... (Transf) s/ desperdício 0,67 0,33
2 0,5 ... (Prod) s/cativeiro e/ou estufas 0,50 0,50
2 0,5 ... (Out) Ambiente e Sustentabilidade 0,00 1,00
1 0,3 ... (Out) Informação 1,00 0,00
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
117 | P á g i n a
Figura 5 - Estrutura de Conteúdos da 1ª Semana Aberta de Rua, por Pontos de recolha
SMEA_Open Week Cabrela Ciborro Cortiçadas Escoural Foros
VF Lavre
S. Cristovão
Freg Lidl PD e
InterM Mercado PV
Total Participantes 393 45 30 26 20 39 29 24 213
43 72 65 180
Freguesias Pontos de Venda
Total de Contributos associados a...
678 392 286
Alimentos 45,8% 39 5 12 18 17 13 17 10 31 18
Descrição de alimentos valorizados
131 36 5 10 15 10 5 13 94 6 23 8 37
descrição de alimentos a evitar
49 3 2 3 7 8 4 27 4 8 10 22
Alimentação 27,5% 9 8 9 6 2 3 13 8 36 14
... dieta tradicional 21 7 4 2 2 1 3 19 2 2
... a frescura, saudável, variedade
87 2 4 7 4 1 3 10 31 8 36 12 56
Consumos 51,7% 29 11 11 11 24 16 15 19 41 26
... dieta condicionada 6 4 4 1 1 2
... saúde e bem-estar 50 6 4 5 0 12 7 34 4 4 8 16
... práticas de "cuidado" 94 9 3 3 7 11 7 9 49 8 27 10 45
... prazer 31 6 2 1 3 1 1 3 17 3 5 6 14
... tempo e sociabilidades 10 2 1 1 1 5 2 3 5
... em quantidade 8 2 2 2 6 1 1 2
... de produtos de época 4 1 1 2 2 2
Produção 26,2% 9 9 5 3 9 14 7 13 9 25
... da horta 26 4 2 2 2 3 1 2 16 3 5 2 10
... bio/natural 31 2 1 2 5 3 13 5 4 9 18
... qualidade dos produtos 7 1 1 2 1 4 5
... s/cativeiro e/ou estufas 2 1 1 1 1
... reforço + variedade de produção + epicultura
8 3 1 3 7 1 1
... confiança na produção 9 1 2 1 1 1 6 3 3
... produção local 16 1 2 1 2 4 1 11 2 3 5
... produção nacional 4 0 2 2 4
Transformação 7,9% 8 0 1 3 3 3 2 2 5 4
... qualidade confeção/ sabor 11 2 2 2 6 2 2 1 5
... confeção caseira 6 6 6 0
... s/ curas, processados e/ou enlatados
7 1 1 2 1 5 2 2
... s/ fritos 4 1 1 3 3
... s/ desperdício 3 1 1 2 1 1
Comercialização 1,0% 0 0 2 0 0 0 0 0 1 1
... Comércio e Distribuição 4 2 2 1 1 2
Outros 11,7% 6 6 3 4 2 3 2 2 10 8
... custos associados a comer bem
4 1 1 1 1 1 3
... carência 10 1 5 1 7 1 2 3
... ballance e modo de vida 8 1 1 2 5 7
... exercício físico 5 2 1 1 1 5 0
... Ambiente e Sustentabilidade
2 0 2 2
... Informação 1 1 1 0
(água) 16 3 1 4 1 2 11 5 5
NS 3 0 2 1 3
Total 392 286
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119 | P á g i n a
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estes dois momentos iniciais de interação quer com os atores locais (Oficina), quer com a população
(Semana Aberta de Rua), para além da sua especificidade, vieram convergir em alguns aspetos a reter:
Relativamente às Considerações prévias da Proposta que sustenta a Elaboração da Estratégia:
… existe um património alimentar (produtivo e de consumo) no Concelho que incorpora
potencialidades não otimizadas
Esta ideia foi amplamente partilhada e validada na Oficina e evidenciada através dos contributos
recolhidos durante a Semana Aberta de Rua. Nesta última, a grande evidência sobre este
património a reter consubstancia-se, sobretudo: (i) na predominância de um discurso alinhado
com os pressupostos e princípios básicos de uma alimentação saudável, transversal a todos os
pontos de recolha; e (ii) na prevalência do uso ou preferência de circuitos curtos e mais diretos
de ligação entre a produção e o consumo, suportados por critérios de confiança e regulação
espontânea (nas freguesias) ou valores de referência partilhados (nos pontos de venda).
… o património alimentar de MoN pode estar ameaçado pela emergência de novos perfis
alimentares (não sustentáveis?)
Esta ideia, apesar de ter sido partilhada na Oficina, não foi evidenciada nem através da análise do
exercício das Personas nem da estrutura de conteúdos da Semana Aberta de Rua. Muito embora
não se possa deduzir destes discursos práticas consequentes, importa, no entanto, sinalizar dois
perfis a explorar eventualmente nesta vulnerabilidade: (i) população infantil/jovem; e (ii)
população ativa com estilos de vida mais urbanos que apesar de apresentarem uma sensibilidade
generalizada para um consumo e necessidade de produção social e ambientalmente responsáveis
e sustentáveis, poderão apresentar maiores dificuldades na sua operabilidade através das cadeias
de valor existentes (formal e informal).
… existem necessidades de consumo nem sempre (suficientemente?) suportadas por sistemas de
produção alimentar local e/ou ambientalmente responsáveis
Esta ideia foi amplamente partilhada na Oficina, sobretudo, a partir da abordagem de circuitos de
valor integrados e mais complexos ancorados a partir da perspetiva da produção. Porém, a 1ª
Semana Aberta de Rua veio reforçar a relevância de serem considerados igualmente os circuitos
curtos de acesso mais direto do consumo ao sistema produtivo, como circuitos de valor
complementar efetivos. Esta revelação merece exploração no alargamento de “plataformas” a
considerar na abordagem do Arco Produção/Consumo, bem como no alargamento da equação de
dimensões de cerzidura a dimensões de serviços associados, enquanto fatores de inovação.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
120 | P á g i n a
Relativamente ao mote da SMEA: “MoN come com Qualidade”
Quer a Oficina, quer a Semana Aberta de Rua evidenciam uma sensibilidade generalizada e transversal
aos princípios e dimensões a privilegiar nesta missão, muito embora partindo de diversos pontos de
referências e/ou estrutura discursiva, evidenciando, por certo, resultados de trabalho já encetado no
Concelho sobre esta matéria. Não sendo possível deduzir desta sensibilidade uma generalização de
práticas consequentes, a sua existência:
(i) assegura uma base de conforto, a desenvolver e consolidar;
(ii) viabiliza a focalização em desafios de malha mais fina, quer na abordagem do circuito de valor
integrado nas dimensões mais intrínsecas ao seu funcionamento, quer na exploração de novas
potencialidades associadas ao circuito de valor mais direto e curto evidenciado;
(iii) agiliza o seu alinhamento com os eixos estratégicos identificados para o desenvolvimento do
Concelho; e
(iv) abre um caminho promissor para a exploração de medidas programáticas e “práticas”
potencialmente mais integradoras e inovadoras no quadro desta estratégia (i.e. sustentabilidade
e autonomia alimentar, a desenvolver do cruzamento de duplos circuitos de valor, suporte de
práticas instituídas e reforço de respostas a perfis eventualmente mais vulneráveis,
desenvolvimento de serviços associados; abordagem da marca “local” para dentro e fora do
Concelho; etc.).
Relativamente aos contributos para o Diagnóstico:
(iii) Perfis Alimentares e de Consumo:
O que é comer “bem”? (que dimensões a considerar? diversidade, riqueza de nutrientes,
não saltar refeições, consumo predominante de produtos locais, consumo predominante
de produtos frescos e não processados, …) - Identificação de perfis alimentares e de
consumo de referência.
A Oficina veio evidenciar dimensões relevantes de natureza política/ programática,
operacional/operatórias e de regulação/governança orientadas para a otimização dos
circuitos de valor e a definição do quadro de referência partilhado a adotar. Também, a
1ª Semana Aberta de Rua veio revelar a existência de uma sensibilidade bastante
circunstanciada sobre esta matéria, igualmente relevante para a consolidação deste
quadro de referência.
Come-se bem ou mal em MoN?/ Há fome em MoN? - Identificação de perfis de
comportamento.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
121 | P á g i n a
Apesar destas duas iniciativas não permitirem consolidar uma resposta assertiva e
conclusiva sobre esta matéria, ambas deixam, no entanto, antever que se poderá estar a
“comer melhor” do que se se poderia pressupor inicialmente, com base nas atitudes e
estruturas discursivas recolhidas. No entanto, na continuação da exploração das práticas
alimentares no Concelho será de explorar igualmente o peso de eventuais situações de
carência e/ou memórias vivas dela, na configuração dos respetivos perfis de
comportamento.
Quais os perfis alimentares e de consumo que existem em MoN? Existem clusters
específicos associados a esses perfis (quem, como, …)? Existem padrões espaciais
associados a esses perfis (onde)? - Mapeamento de perfis alimentares e de consumo.
Da informação recolhida através destas duas iniciativas poder-se-á equacionar, desde já,
a hipótese de clusters que poderão remeter para diferenças significativas, sobretudo: (a)
entre “mais velhos” (com perfis mais sustentados em circuitos curtos e em práticas
sustentáveis a eles associadas) e “mais novos” (com perfis mais dependentes de
dinâmicas urbanas e de circuitos mais complexos e menos favoráveis a uma generalização
de práticas sustentáveis); e, do ponto de vista espacial, (c) entre freguesias mais ”rurais”
e demograficamente mais envelhecidas e as mais “centrais” com populações que embora
apresentem sensibilidades para práticas de valor acrescentado - produtos locais, frescos,
da horta - estão mais condicionadas no seu acesso pelos seus modos de vida.
(iv) Recursos:
Que recursos (materiais e imateriais) associados ao sistema da alimentação/cadeia
alimentar (não) são reconhecidos e/ou (não) são valorizados em MoN? - Mapeamento
sistémico dos recursos no sistema/cadeia alimentar.
Embora esta matéria seja objeto para desenvolvimento aprofundado em futuras
iterações, a 1ª Semana Aberta de Rua permitiu desde já identificar como potenciais
recursos imateriais a explorar e desenvolver a existência de um consumo direto relevante
no suporte de atitudes sustentáveis face à abordagem da cadeia alimentar e a sua ligação
a dimensões valorizadas no âmbito da saúde e bem-estar e a práticas alimentares
saudáveis complementadas por outras práticas de consumo e produção, processamento,
modos de vida (p.ex., exercício físico), valores sociais (p.ex., sociabilidades) e ambientais
(p.ex., sem desperdício).
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
122 | P á g i n a
Há ou não recursos a serem (re)valorizados em MoN? - Identificação de potenciais/fatores
críticos no sistema/cadeia alimentar.
a. Existem (ou não) desperdícios associados ao sistema alimentar em MoN com potencial de
(re)valorização? - Roadmap para desenvolvimento de potenciais/fatores críticos.
Os resultados apurados nestas duas iniciativas de iteração serão apresentados e debatidos na 2ª Oficina
com os atores locais e explorados para consolidar a definição dos principais desafios a reter para o quadro
de referência partilhado de diagnóstico e de princípios a operacionalizar em eixos estratégicos.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
123 | P á g i n a
2ª Oficina Colaborativa - Resultados
[A versão completa do Relatório da 2ª Oficina encontra-se disponível no Site do Município através do link: http://www.cm-montemornovo.pt/pt/site-participar/Paginas/SMEA---Semear-em-Montemor-uma-Estrat%c3%a9gia-Alimentar----Oficina-20206-9033.aspx]
RESULTADOS DA 2ª OFICINA COLABORATIVA
NOVEMBRO DE 2017
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................
1. TAXONOMIA DE CLASSIFICAÇÃO DOS RESULTADOS ..........................................................................
2. EIXOS MATRICIAIS ESTRATÉGICOS PASSIVEIS DE VIREM A SER ADOTADOS NA SMEA ..........................
3. INDEXAÇÃO DE CONTRIBUTOS DA OFICINA A PEÇAS DE DESENHO DA SMEA ......................................
ANEXOS
INTRODUÇÃO
No âmbito da elaboração de uma Estratégia Alimentar Partilhada e Participada para o Concelho de
Montemor-o-Novo realizou-se a 2ª Oficina de Trabalho, em ambiente colaborativo, com os atores locais
(SMEA WS#2), tendo assumido os seguintes objetivos:
a) Devolução dos resultados da 1ª Oficina e Semana Rua#1;
b) Enquadramento da SMEA na Carta Estratégica 2025;
c) Exploração da Visão, Princípios e objetivos para a SMEA;
d) Desenho provisório de Eixos estratégicos a desenvolver na Oficina#3.
Esta Oficina decorreu no dia 21 de novembro de 2017 entre as 9.00h-17h, nas instalações da Biblioteca
Municipal, tendo contado com 26 participantes sob a seguinte Agenda de trabalhos:
(Manhã)
1. Acolhimento e Jogo interativo sobre práticas alimentares dos participantes (30’)
2. Enquadramento da Oficina no Roteiro de Elaboração da SMEA e Código de Ética (20’)
3. Devolução de resultados da 1ª Oficina e da Semana de Rua (20’)
4. Enquadramento SMEA na Carta Estratégica MoN 2025 (20’)
5. Exploração de desafios - Mural + Lego (120’)
6. Almoço (90’).
(Tarde)
1. Co-Produção de Visão - Roleplaying (60’)
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
124 | P á g i n a
2. Cadeias de Valor e Objetivos estratégicos - Painel PESTLE (60’)
3. Debate e Draft de Eixos Estratégicos (15’)
4. Passos Seguintes e Avaliação da Oficina (15´).
A preparação desta Oficina contou com a participação ativa da Equipa de Apoio técnico do Gabinete
Oliveira das Neves/LNEC e da Equipa da Agenda 21 Local da Autarquia, tendo ficado a facilitação da Oficina
a cargo do LNEC.
Durante a Oficina foram recolhidos 182 contributos em “post-its” que foram transcritos e indexados ao
momento/exercício que suscitou a sua co-produção. Posteriormente foram objeto de análise de conteúdo
e de classificação em função de vários critérios conducentes ao primeiro desenho de eixos matriciais a
considerar e de peças a desenvolver no âmbito da SMEA.
Neste Relatório serão apresentadas:
(a) as diferentes taxonomias utilizadas na classificação dos resultados (Capítulo I);
(b) os eixos matriciais decorrentes das análises de conteúdo e Eixos estratégicos passíveis de
poderem vir a considerados na SMEA (Capítulo II); e
(c) a indexação dos contributos recolhidos durante a Oficina a várias peças técnicas de desenho
estratégico a desenvolver no âmbito da SMEA (Capítulo III): (i) Diagnóstico de partida - fatores
positivos/negativos/ameaças; (ii) Objetivos; (iii) Gatilhos - triggers - passiveis de alavancar o
desenvolvimento da SMEA; (iv) Condutores/facilitadores - drivers - à boa condução boa
condução e desenvolvimento dos sentidos estratégicos da SMEA; e (v) Ações a desenvolver.
Os resultados apresentados correspondem a um exercício de indexação das co-produções decorrentes da
2ª Oficina, o qual contribuiu para validar a pertinência da Matriz, expressando o acolhimento dos
resultados dos exercícios colaborativos encetados.
Esta grelha de leitura servirá de inspiração e de suporte à estabilização do esboço de Eixos, Cenários e
estrutura da Estratégia, a apresentar a debate na 3ª Oficina.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
125 | P á g i n a
1. TAXONOMIA DE CLASSIFICAÇÃO DOS RESULTADOS
Após a transcrição dos 182 registos resultantes dos diferentes exercícios realizados durante a Oficina#2
foi efetuada a sua indexação em função de:
(i) Critérios PESTLE
a. Dimensões de natureza Politica (P)
b. Dimensões de natureza Económica (E)
c. Dimensões de natureza Social (S)
d. Dimensões de natureza Tecnológica (T)
e. Dimensões de natureza Legal / Institucional (L)
f. Dimensões de natureza Ambiental (E)
Este exercício de classificação foi aplicado a todos os contributos recolhidos durante a sessão e
uniformizada e revalidada a classificação diretamente resultante do exercício da Tarde, permitindo
uma análise comparativa com os resultados da Oficina#1.
(ii) Critérios SWOT
a. Forças (S)
b. Fraquezas (W)
c. Oportunidades (O)
d. Ameaças (T)
Neste exercício de classificação foram uniformizadas e revalidadas as classificação diretamente
resultantes do exercício de exploração do ciclo de valor da Manhã, e posteriormente aplicado a todos
os contributos recolhidos durante a sessão, tendo sido a grande maioria destes outros indexados por
defeito como Oportunidades, quando não claramente referenciados a Forças, Fraquezas ou Ameaças.
(iii) Critérios Ciclo de Valor
a. Valores
b. Produção
c. Distribuição
d. Processamento
e. Consumos
(+ dimensões de suporte)
f. (... de natureza Conceptual)
g. (... orientadas para a produção de conhecimento)
h. (... na área da Informação e Comunicação)
i. (... de natureza Organizativa)
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
126 | P á g i n a
j. (... à promoção de redes de contactos e/ou trabalho inter-organizacional - Networking);
k. (... de natureza regulatória)
l. (... de natureza formativa e/ou de capacitação e consolidação de ambientes favoráveis à
aprendizagem).
Este exercício de classificação foi aplicado a todos os contributos recolhidos durante a sessão, tendo
permitido alargar a taxonomia já utilizada na Oficina#1, com a discriminação de várias dimensões de
suporte à garantia da sua coerência e fluidez de funcionamento.
As indexações anteriormente apresentadas viabilizaram análises de conteúdos integradas e o teste de
taxonomias e classificações conducentes ao desenho de soluções de eixos matriciais. A solução que veio
a configurar-se mais agregadora de contributos, com maior potencial de organização de sentidos e
consequente operacionalização, foi a seguinte:
(iv) Classificação em Eixos Matriciais
a. Eixo Agro-Ecológico
b. Eixo Circuitos Curtos / Local
c. Eixo de Política e/ou Intervenção Pública
d. Eixo Comunitário e/ou de intervenção Coletiva
Este exercício de classificação foi aplicado a todos os contributos recolhidos durante a sessão, tendo sido
possível assegurar uma indexação de vocação predominante para a grande maioria dos contributos e a
filtragem de contributos de natureza mais transversal.
(v) Classificação em peças técnicas de desenho estratégico a desenvolver na SMEA
a. Dados de diagnóstico (forças, fraquezas e ameaças)
b. Objetivos
c. Gatilhos (Triggers) de alavancagem
d. Condutores / Facilitadores (Drivers)
e. Ações.
Este exercício de classificação foi aplicado a todos os contributos recolhidos durante a sessão, para teste
de viabilidade da solução de eixos matricial selecionada e organização prévia de conteúdos com base nas
co-produções passível de vir a inspirar e incorporar o desenho exploratório da estrutura da SMEA a ser
previamente distribuído pelos participantes para alavancar o funcionamento da 3ª Oficina.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
127 | P á g i n a
2. EIXOS MATRICIAIS ESTRATÉGICOS PASSIVEIS DE VIREM A SER ADOTADOS NA SMEA
A solução de desenho de Eixos Matriciais a considerar para a SMEA decorreu de uma análise interativa
entre os resultados das co-produções da 1ª Oficina, da 2ª Oficina e da Semana de Rua.
Também decorrentes das co-produções em ambiente colaborativo e da análise do espólio de documentos
pré-existentes a este exercício (Carta Estratégica de Montemor-o-Novo, 2025; artigos académicos;
relatórios temáticos; …), foram identificados Eixos Estratégicos: (i) Saúde e Segurança Alimentar; (ii)
Consumo, Produção e Circuitos; (iii) Sustentabilidade e Gestão de Recursos; e (iv) Modelo de Governancia
Estratégica.
A Figura 1 apresenta a identificação e organização da Matriz de referência estrutural à montagem da
SMEA e indexação dos Eixos estratégicos nessa estrutura.
Figura 1 - Potenciais Eixos Matriciais e Estratégicos
Paralelamente, foi possível referenciar a estrutura do “Sentido Estratégico” a indexar a cada quadrante
desta Matriz (ver Figura 2).
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
128 | P á g i n a
Figura 2 - Potenciais Sentidos estratégicos a indexar a cada Quadrante matricial
A validação e estabilização destes eixos matriciais e estratégicos e do seu sentido deverá ser assegurada
quer pelo Executivo municipal, quer durante a 3ª Oficina Colaborativa com os vários participantes e atores
locais. O resultado desta validação será divulgado e robustecido durante a 2ª Semana de Rua.
3. INDEXAÇÃO DE CONTRIBUTOS DA OFICINA A PEÇAS DE DESENHO DA SMEA
De forma a prosseguir nos testes de robustez prévia dos Eixos e Sentidos de natureza matricial e
estratégica identificados foram ainda vertidos para a sua estrutura os contributos co-produzidos durante
a 2ª Oficina, na sua formulação original.
Neste exercício de indexação de contributos optou-se por utilizar os crivos de peças técnicas de natureza
estratégica a desenvolver no âmbito da SMEA: (i) dados de diagnóstico; (ii) objetivos; (iii) gatilhos - triggers
- passiveis de alavancar o desenvolvimento estratégico; (iii) condutores/facilitadores - drivers - à boa
condução e desenvolvimento dos sentidos estratégicos; e (iv) ações a desenvolver (ver Figuras 3 a 7).
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
129 | P á g i n a
Figura 3 - Contributos para Consolidação de Diagnóstico
Legenda: Forças (verde); Fraquezas (encarnado); Ameaças (amarelo).
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Figura 4 - Contributos para Consolidação de Objetivos
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Figura 5 - Contributos para Consolidação de Gatilhos (Triggers)
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Figura 6 - Contributos para Consolidação de Condutores / Facilitadores (Drivers)
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Figura 7 - Contributos para Consolidação de Ações
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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3ª Oficina Colaborativa - Resultados
[A versão completa do Relatório da 3ª Oficina encontra-se disponível no Site do Município através do link: http://www.cm-montemornovo.pt/pt/site-participar/Paginas/SMEA---3-%c2%aa-Oficina-de-Trabalho.aspx]
RESULTADOS DA 3ª OFICINA COLABORATIVA
MARÇO DE 2018
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................
1. CONTRIBUTOS RECOLHIDOS PARA O DEBATE DA VERSÃO 0.0 SMEA ................................................
2. VALOR SINERGÉTICO, PRIORIDADE E DIFICULDADE APOSTADA ÀS MEDIDAS PROPOSTAS
NA VERSÃO 0.0 SMEA .....................................................................................................................
2.1. ANÁLISE DE PONTUAÇÕES POR EIXOS ESTRATÉGICOS ...................................................................
2.2. ANÁLISE DE PONTUAÇÕES POR ARENAS DE INTEGRAÇÃO OPERACIONAL ......................................
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................
ANEXO ..............................................................................................................................................
INTRODUÇÃO
No âmbito da elaboração de uma Estratégia Alimentar Partilhada e Participada para o Concelho de
Montemor-o-Novo realizou-se a 3ª Oficina, em ambiente colaborativo, com os atores locais, que assumiu
os seguintes objetivos:
a) Estabilização de um Quadro de Referência Partilhado
b) Devolução e Debate em torno dos Resultados 2ª Oficina e outras recolhas de informação
c) Trabalhos em torno de uma Versão 0.0 SMEA – objetivos e eixos estratégicos
d) Partilha de Próximos passos.
Esta Oficina decorreu no dia 1 de março de 2018 entre as 9.00h-13h, no Salão Nobre da Câmara Municipal,
tendo contado com 25 participantes prosseguindo a seguinte Agenda de trabalhos:
1. Acolhimento (20´)
2. Explorar a Colaboração e Estratégia (30’)
3. Devolução resultados 2ª Oficina e Outros (50’)
4. Apresentação da Versão 0.0 SMEA (30’)
5. Exploração Versão 0.0 SMEA (50’)
6. Focus, Prioridades, Dimensões Âncora (30’)
7. Avaliação e Próximos Passos (15’)
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
136 | P á g i n a
A preparação desta Oficina contou com a participação ativa da equipa de apoio técnico Gabinete Oliveira
das Neves/LNEC e da equipa da Agenda 21 Local da autarquia, tendo ficado a facilitação da Oficina a cargo
do LNEC.
Durante a Oficina foram recolhidos 38 contributos em torno da Versão 0.0 que foram registados num
painel coletivo e 254 posições de 16 participantes relativamente a um exercício de “shopping” do conjunto
de medidas integrantes da Versão 0.0. Foi ainda solicitado e dada a oportunidade aos participantes de
fazerem chegar nos próximos quinze dias mais contributos, não se tendo registado mais nenhum
contributo. Os contributos recolhidos durante a sessão foram indexados em função dos eixos, arenas e
medidas estratégicas em teste na Versão 0.0 SMEA. As medidas objeto de “shopping de posicionamento”
foram hierarquizadas em função do número de “posições” obtidas para o seu valor sinergético, prioridade
e dificuldade.
Neste Relatório serão apresentadas:
a) Os contributos para o debate em torno da Versão SMEA 0.0 apresentada (capítulo I);
b) Os resultados do exercício de “shopping” do conjunto de medidas apresentadas na Versão 0.0
SMEA, em função do seu valor sinergético, prioridade e dificuldade (Capítulo II);
c) considerações de relevância para o desenvolvimento dos trabalhos da SMEA- MoN (Capítulo III).
1. CONTRIBUTOS RECOLHIDOS PARA O DEBATE DA VERSÃO 0.0 SMEA
A Versão 0.0 SMEA foi analisada e discutida em grupos de trabalho, tendo sido sugerida a estrutura de
uma Ficha CATWOE (SSM)5 adaptada para desenvolvimento do debate em função de cada arena de
desenvolvimento estratégico na interligação das medidas.
Dada a compexidade do exercício foi ainda sugerido que durante os 15 dias subsequentes à Oficina os
participantes pudessem fazer chegar à equipe local mais contributos e desenvolvimentos de fichas
CATWOE, não se tendo registado mais nenhum contributo para esta fase.
Os contributos partilhados na Oficina foram organizados em função de:
a) Tipo de contributos a considerar no desenvolvimento da Versão 0.0
5 A Ficha CATWOE utilizada foi adaptada da menmócica utilizada para a elaboração de roteiros sistémicos para a ação desenvolvida nas Soft System Methodologies por Peter Checkland. Esta menmónica inclui de base a identificação, para a concepção/análise de medidas/ações, dos seus destinatários (Clients), dos atores envolvios (Actors), do processo de transformação que se pretende ver acontecer (Transformation), da sua sustentação/razões e visão (Worldview); dos poderes que podem fazer vingar ou abortar a iniciativa (Owner) e das dimensões de contexto e externalidades que podem favorecer e/ou dificultar o seu processo de desenvolvimento (Environment). A estes fatores foram adicionados a esta menmónica pela equipa de trabalho técnico elementos relacionados com o desenvolvimento operacional das ideias/medidas relacionadas com uma descrição sumária das tarefas e/ou sub-ações a desenvolver, identificação dos recusrsos a envolver, objetivos de 2º grau, caminho crítico, e contributos para a sua monitorização e avaliação.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
137 | P á g i n a
(i) tópicos gerais a considerar
(ii) fatores críticos a acautelar e desenvolver; e
(iii) ideias de ações a incorporar
b) Indexação aos eixos
1. Saúde e Segurança Alimentar
2. Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização
3. Sustentabilidade e Gestão de Recursos
4. Modelo de Governancia Estratégica
c) Indexação às arenas de integração operacional
1. Informação e Culturas Partilhadas
2. Campos de Experimentação e I&D
3. Práticas Agregadas
4. Transformação/Consolidação do Sistema Agro-Alimentar
d) Tipo de medidas da Versão 0.0 SMEA
1.1. Informação e Saber-Fazer
1.2. Experimentação - Mercado
1.3. Consumos Públicos
1.4. Regulação Adaptativa
2.1. Cultura e Literacia Alimentar
2.2. Experimentação de Nano-Produções
2.3. Práticas de Consumo
2.4. Distribuição e Transformação
3.1. Património e Desperdício
3.2. Experimentação - Organização e Sustentabilidade
3.3. Práticas Produtivas
3.4. Relação com os Recursos
4.1. Comunicação
4.2. Tempos e Monitorização
4.3. Liderança e Networking
4.4. Território e Integração de Instrumentos de Planeamento.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
138 | P á g i n a
Na generalidade, o debate suportou o racional apresentado na Versão 0.0 SMEA, tendo aportado
contributos para desenvolvimento, sobretudo, relativos à Arena Integrada Operacional relativa à
promoção de Informação e Culturas Partilhadas e com especial incidência nos Eixos Estratégicos relativos
ao “Modelo de Governancia Estratégica” e “ Saúde e Segurança Alimentar” (ver Quadro 1).
Quadro 1 - Síntese de Contributos para o desenvolvimento da Versão 0.0 SMEA
Relativamente ao Eixo Estratégico referente ao “Modelo de gestão Estratégica” os principais comentários
(tópicos e ideias) concentram-se no campo de medidas relativas à “comunicação”, nomeadamente no
que remete para a consolidação de conceitos e estabilização de um glossário partilhado, e para o
desenvolvimento de iniciativas de marketing concertadas relativas a produtos locais e adopção do modelo
AE para o território. O grupo de medidas relativas à gestão dos “Tempos e monitorização” desta vez não
mereceram nenhum comentário.
Relativamente ao Eixo Estratégico referente à “Saúde e Segurança Alimentar” também os principais
comentários (tópicos e ideias) se concentraram no campo de medidas relacionadas com “Informação e
Saberes Fazer”, nomeadamente no que remete para a qualidade e robustez de informação a disponibilizar
e a suportar iniciativas de apoio técnico generalizado. O grupo de Medidas relativas ao “consumos
públicos” desta vez não mereceram nenhum comentário.
Eixos/medidas TópicosFatores
CtíricosIdeias Ntot
MODELO GOVERNANCIA ESTRATÉGICA
Comunicação 5 3 8
Tempos e Monitorização 0
Liderança e networking 2 1 3
Territórios e integração de Inst Plano 2 2
7 2 4 13
SAÚDE E SEGURANÇA ALIMENTAR
Informação e Saberes fazer 3 6 9
Experimentação Mercado 1 1 2
Consumos Públicos 0
Regulação adaptativa 1 1
4 1 7 12
Literacia e cultura alimentar 1 1
Experimentação Nano-produção 1 1
Práticas de consumo 1 1
Distribuição e transformação 1 1 1 3
2 2 2 6
Património e Desperdício 3 3
Experimentação, organização e
Sustentabilidade 2 2
Práticas produtivas 1 1 2
Relação com Recursos 0
4 3 0 7
SUSTENTABILIDADE E GESTÃO DE RECURSOS
CONSUMOS, PRODUÇÃO E CIRCUITOS DE COMERCIALIZAÇÃO
Arenas Integradas TópicosFatores
CtíricosIdeias
1. Informação e Culturas Partilhadas
Comunicação 5 3 8
Informação e Saberes fazer 3 6 9
Literacia e cultura alimentar 1 1
Património e Desperdício 3 3
11 1 9 21
2. Campos de Experimentação e I&D
Tempos e Monitorização 0
Experimentação Mercado 1 1 2
Experimentação Nano-produção 1 1
Experimentação, organização e
Sustentabilidade 2 2
2 2 1 5
3. Práticas Agregadas
Liderança e networking 2 1 3
Consumos Públicos 0
Práticas de consumo 1 1
Práticas produtivas 1 1 2
3 1 2 6
4.Transformação/Consolidação do
Sistema Agro-Alimentar)
Territórios e integração de Inst Plano 2 2
Regulação adaptativa 1 1
Distribuição e transformação 1 1 1 3
Relação com Recursos 0
1 4 1 6
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
139 | P á g i n a
Relativamente ao Eixo Estratégico referente aos “Consumos, Produção e Circuítos de Comercialização” os
comentários foram relativamente menos incidentes e mais dispersos pelos diferentes campos de medidas
embora o grupo de medidas relacionadas com a “Distribuição e Transformação” tenham suscitado mais
atenção .
Relativamente ao Eixo Estratégico referente à “Sustentabilidade e Gestão de Recursos” também os
comentários apresentarm um grau de incidência relativa menor, tendo sido orientados sobretudo para o
debate das questões dos excedentes e para a interconectividade entre a produção e os seus mercados. O
grupo de Medidas relativas à “Relação com os Recursos” desta vez não mereceram nenhum comentário.
2. VALOR SINERGÉTICO, PRIORIDADE E DIFICULDADE APOSTADA ÀS MEDIDAS PROPOSTAS NA VERSÃO 0.0 SMEA
Para o exercício do “shopping” de campos de Medidas os participantes tinham disponíveis 6 pintas de três
cores diferentes associadas a 3 critérios para pontuação (“valor sinergético”, “prioridade” e “dificuldade”)
que podiam utilizar como entendessem para pontuar os diferentes campos de medidas identificados na
SMEA Versão 0.0.
Este exercício permite identificar para além da percepção de valor sinergético, prioridade e dificuldade
atribuída a cada campo de medida, o grau de exposição a estes critérios de ponderação de cada Eixo
Estratégico e das Arenas de Integração Operacionais identificadas na SMEA Versão 0.0.
2.1. Análise de pontuações por Eixos Estratégicos
Em todos os Eixos Estratégicos pelos menos 1 campo de medidas pontuou significativamente em termos
de valor sinergético, prioridade e grau de dificuldade, embora em nenhum eixo os campos de medidas
considerados tenham acumulado pontuações relevantes simultaneamente nos três critérios.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
140 | P á g i n a
Quadro 2 - Resultados do Exercício de “Shopping”, por Eixos
Eixo 1 - “Saúde e Segurança Alimentar”
Neste Eixo a maior dificuldade foi atribuída ao campo de medidas relacionadas com a “Regulação
Adaptativa” - que aliás mereceu o maior número de pontuações geral neste critério - que acumulou um
posicionamnete igualmente relevante ao nível do seu valor sinergético, afirmando-se como um campo de
medidas a robustecer na matriz estratégica e sobretudo a acautelar no seu caminho crítico de
desenvolvimento.
Já o campo de medidas relacionadas com os “Consumos Públicos” foi o que neste eixo mereceu especial
relevo como prioritário e de valor sinergético, sem que lhe tenham sido identificadas especiais
dificuldades, afirmado-se como um campo em que possa existir um maior conforto para o seu
desenvolvimento.
Ainda neste Eixo (e mesmo no geral) o posicionamento relativamente neutro dos restantes dois campos
de medidas (“Mercado como espaço de Experimentação” e “Informação e Saberes Fazer”) muito embora
se tenham afirmado de forma bastante significativa em iterações anteriores e nomeadamente, no caso
deste último, no exercício anterior em receptividade de comentários, coloca-os como campos de medidas
eventualmente já saturados nos seus conteúdos e com um papel de suporte e de mediação ao conjunto
dos restantes campos de atuação.
Eixo 2 - “Consumo, Produção e Circuitos”
Neste Eixo todos os campos de medidas se destacaram na pontuação dos três critérios.
Em termos de dificuldade apresentaram especial destaque quer o campo de medidas relativas às “Nano-
Produções como campo de experimentação” quer o relacionado com as “Práticas de Consumo”, sendo
Eixo na Matriz Medidas Arenas
Valor
sinergéti
co
Prioridad
e
Dificulda
deN Tot
Siner
+Prio
Regulação Adaptativa 4 6 1 15 22 7
Consumos Públicos 3 8 10 2 20 18
Experimentação - Mercado 2 2 4 3 9 6
Informação e Saberes Fazer 1 1 2 0 3 3
Distribuição e Transformação 4 12 9 2 23 21
Práticas de Consumo 3 6 10 8 24 16
Experimentação Nano-Produções 2 3 4 8 15 7
Cultura e Literacia Alimentar 1 3 9 0 12 12
Relação com Recursos 4 3 13 8 24 16
Práticas Produtivas 3 7 9 5 21 16
Experimentação - Organização e Sustentabilidade 2 1 5 4 10 6
Património e Desperdício 1 3 5 0 8 8
Território e Instrumentos de Plano 4 2 2 11 15 4
Liderança e Networking 3 10 4 3 17 14
Tempos e Monitorização 2 1 0 4 5 1
Comunicação 1 12 11 3 26 23
Eixo IV - Modelo de
Governancia
Estratégica
Eixo I - Saúde e
Segurança Alimentar
Eixo II - Produção e
Circuítos de
Comercialização
Eixo III
Sustentabilidade e
Gestão de Recursos
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
141 | P á g i n a
que este acumulou também um posicionamento de relevo no campo das prioridades. Muito embora
nenhum deles tenha merecido atenção especial no exercício anterior, estes posicionamentos colocam, no
entanto, estes grupos de Medidas como campos a robustecer em sede de matriz estratégica,
nomeadamente em termos da identificação das ações e das soluções operativas que possam sustentar a
sua função neste quadro estratégico.
Com prioridade relevante afirmaram-se neste exercício igualmente os campos de medidas relacionados
com a “Promoção de Literacia e Cultura Alimentar” e com a “Distribuição e Transformação”, tendo este
último acumulado também um posicionamento de liderança dos campos de medidas com maior valor
sinergético. Estes posicionamentos colocam estes dois campos de medidas como campos a robustecer e
sustentar na matriz estratégica através de ações de valor acrescentado e com garantias de efetividade.
Eixo 3 - “Sustentabilidade e Gestão de Recursos”
Neste Eixo foi o campo de medidas relacionado com a “Relação com os Recursos” que mereceu maior
sinalização de dificuldades ao mesmo tempo que o lugar de liderança nas prioridades a considerar nesta
estratégia. Estes poscionamentos sugerem uma especial atenção a este campo de Medidas,
nomeadamente em garantias de robustez e agilidade ao seu desenvolvimento.
Com um posicionamento relevante e cumulativo quer no critério de prioridade quer quanto ao seu valor
sinergético evidencia-se ainda o campo de medidas relacionado com as “Práticas Produtivas”,
evidenciando o seu papel potencial e crítico a esta estratégia e à sua relação com a carta estratégica
concelhia a acautelar e robustecer na matriz estratégica.
Já os campos de medidas relacionados com a “Organização e Sustentabilidade do modelo AE como espaço
de experimentação” e com o “Património e Desperdícios” acabaram-se por se posicionar de forma
bastante discreta nos critérios em análise, muito embora tenham sido amplamente considerados em
iterações anteriores, sugerindo trabalhos de desenvolvimento em sede da matriz estratégica à sua
sustentação e aprofundamento do seu valor no sistema global desta estratégia.
Eixo 4 - “Modelo de Governancia Estratégica”
A maior dificuldade foi atribuída ao campo de medidas relacionadas com o “Território e Instrumentos de
Planeamento” que foi também a que no exercício anterior tinha merecido comentários referentes a
fatores críticos para a sua execução, posicionando este campo de medidas como um grupo a merecer
trabalhos de desenvolvimento e robustecimento em sede de matriz estratégica.
Por outro lado foram as medidas relacionadas com a “Liderança e Networking” e a “Comunicação” a quem
foram reconhecidas maior valor sinergético. Este último campo é também o que lidera o reconhecimento
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
142 | P á g i n a
deste critério na generalidade dos cmpos, o que acumula um posicionamento prioritário relevante no eixo
e mereceu um número significativo de comentários no exercício anterior. Este posicionamento convida a
que possam vir a ser considerados como eventualmente estruturantes ao desenvolvimento deste eixo e
mesmo ao nível geral da SMEA.
Neste exercício de pontuações o campo de medidas relacionado com a gestão dos “Tempos e
Monitorização” acabou por não se afirmar em nenhum dos critérios, fazendo sugerir tratar-se de um
campo de medidas a consolidar ou explorar sobretudo tecnicamente.
2.2. Análise de pontuações por Arenas de Integração Operacional
A análise de pontuações de valor sinergético, prioridades e dificuldades por Arenas de Integração
Operacional revelam diferenças significativas entre elas, relevantes para a identificação de caminhos
críticos e substantivos ao desenvolvimento desta estratégia (cf. Quadro 3).
Se a Arena de Integração de nível 1 (“Informação e Culturas Partilhadas”) praticamente apenas pontua
para as prioridades e valor sinergético, acolhendo um dos campos que mais pontua para estes dois
critérios (Eixo 1 - Comunicação), já a arena de integração de nível 2 (“Campos de Experimentação e I&D”)
apenas pontua residualmente para estes critérios apesar de lhe serem identificadas dificuldades
relevantes a acautelar especialmente a um dos seus campos de medidas (Eixo 2 - Nano-produções como
campo de experimentação).
Quadro 3 - Resultados do Exercício de “Shopping”, por Arenas de Integração Operacional
Arena Integrada
OperacionalMedidas Eixo
Valor
sinergéti
co
Prioridad
e
Dificulda
deN Tot
Siner
+Prio
Informação e Saberes Fazer 1 1 2 0 3 3
Cultura e Literacia Alimentar 2 3 9 0 12 12
Património e Desperdício 3 3 5 0 8 8
Comunicação 4 12 11 3 26 23
19 27 3 49 46
Experimenta - Mercado 1 2 4 3 9 6
Experimenta - Nano-Produções 2 3 4 8 15 7
Experimenta - Organização e Sustentabilidade AE 3 1 5 4 10 6
Experimenta - Tempos e Monitorização 4 1 0 4 5 1
7 13 19 39 20
Consumos Públicos 1 8 10 2 20 18
Práticas de Consumo 2 6 10 8 24 16
Práticas Produtivas 3 7 9 5 21 16
Liderança e Networking 4 10 4 3 17 14
31 33 18 82 64
Regulação Adaptativa 1 6 1 15 22 7
Distribuição e Transformação 2 12 9 2 23 21
Relação com Recursos 3 3 13 8 24 16
Território e Instrumentos de Plano 4 2 2 11 15 4
23 25 36 84 48
Práticas Agregadas
Transformação /
Consolidação do
Sistema Agro-
Alimentar
Informação e
Culturas Partilhadas
Campos de
Experimentação e
I&D
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
143 | P á g i n a
Já as arenas de integração de nível 3 (“Práticas Agregadas”) e de nível 4 (“Transformação/Consolidação
do Sistema Agro-Alimentar”) destancam-se em termos de pontuações em todos os critérios. A arena das
“Práticas Agregadas” capitaliza sobretudo posicionamentos relevantes para praticamente todos os seus
campos de medidas nos critérios de prioridade e valor sinergéticos. No entanto, é na arena da
“Transformação/Consolidação do Sistema Agro-Alimentar” onde aparentemente tudo puderá ser posto a
jogo, sendo nela que ganham expressão as maiores dificuldades identificadas (regulação adaptativa,
território e instrumentos de plano e relação com os recursos) embora também seja nela que se
posicionam os campos de Medidas que lideram os posicionamentos em termos de valor sinergético
(Distribuição e Transformação) e de prioridade (relação com os recursos).
Este quadro evidencia particular relevância para a consolidação da matriz estratégica, na medida em que
pode permitir escalar caminhos de precedências, melhor definir o papel de cada campo de Medidas e,
sobretudo, guiar os exercícios de coerência a assegurar nos roteiros de ações a desenvolver.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A estrutura estratégica da Versão 0.0 SMEA foi discutida como um bom ponto de partida para o
desenvolvimento dos trabalhos, devendo ser, no entanto reforçada por um “Glossário” de termos e
conceitos para que aporta.
Dada a sua densidade, foi também considerado necessário retornar na 4ª Oficina, a par do
desenvolvimento da sua estrutura de governancia, o desenvolvimento desta Versão 0.0.
Neste sentido propõe-se que a próxima Oficina retome a forma de dia inteiro para, em regime de
trabalho colaborativo em torno desta versão, se possa assegurar e avançar:
(a) na co-produção e desenvolvimento de CATWOE’s aplicados às ações identificadas;
(b) na identificação de ações âncora para cada campo de medidas;
(c) na estabilização do sistema de atores a envolver no modelo de governancia; e
(d) no cross-checking de coerências e critical paths.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
145 | P á g i n a
4ª Oficina Colaborativa - Resultados
[A versão completa do Relatório da 4ª Oficina encontra-se disponível no Site do Município através do link: http://www.cm-montemornovo.pt/pt/site-participar/Paginas/SMEA---4-%c2%aa-Oficina-de-Trabalho-.aspx]
RESULTADOS DA 4ª OFICINA COLABORATIVA
MAIO DE 2018
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................
1. CONTRIBUTOS PARA O MODELO DE GOVERNANCIA E PLANO DE GESTÃO DE RISCOS .......................
2. SISTEMA DE ATORES IDENTIFICADO PARA CADA GRUPO DE MEDIDAS ..............................................
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................................
ANEXOS
INTRODUÇÃO
No âmbito da elaboração da Estratégia Alimentar Partilhada e Participada para o Concelho de Montemor-
o-Novo realizou-se a 4ª Oficina, em ambiente colaborativo com os atores locais (SMEA WS#4), que
assumiu os seguintes objetivos:
a) Consolidar a Versão SMEA 0.0
b) Consolidar Fichas e Matriz de Sistema de Ações
c) Explorar “Quem no quê?” (protótipo de Ficha e Sistema de Atores)
d) Explorar “Como vai funcionar” (protótipo de Sistema de Governância)
e) Definição de Próximos Passos.
Esta Oficina decorreu no dia 11 de maio de 2018 entre as 9.00h e as 13.00h, no Salão Nobre da Câmara
Municipal, tendo contado com 26 participantes prosseguindo a seguinte Agenda de trabalhos:
1. Acolhimento (20´)
2. SMEA Human Design - Exploração de requisitos à configuração de Sistema de atores (25’)
3. Ponto de Situação SMEA (40’)
4. Exploração de um Modelo de Governância (50’)
5. Árvore de Fantasmas e Pausa (20’)
6. Trabalhos de Grupo em torno do Sistema de Atores a mobilizar para cada grupo de Medida (45’)
7. Debate (30’)
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
146 | P á g i n a
8. Avaliação e Próximos Passos (10’)
A preparação desta Oficina contou com a participação ativa da equipa de apoio técnico do Gabinete
Oliveira das Neves/LNEC e da equipa da Agenda 21 da Autarquia, tendo ficado a facilitação da Oficina a
cargo do LNEC.
Durante a Oficina foi efetuado um ponto de situação sobre os avanços dos trabalhos, o acolhimento a
novos participantes e estabelecido o roteiro conducente à assinatura da Carta de Compromisso. Foram
ainda recolhidos 37 contributos para o debate do sistema de governância a adoptar para a implementação
da SMEA e para a elaboração do seu Plano de Gestão de Riscos e trabalhadas as 16 Fichas de Medida nas
dimensões relativas aos sistemas de ação e de atores a envolver na sua prossecução. Foi ainda identificada
a composição e missão a desenvolver por dois grupos de trabalho no sentido de estabilizar as peças finais
a constar da Carta de Compromisso SMEA.
Neste Relatório serão apresentadas:
(i) Uma análise dos contributos recolhidos para o Sistema de Governância e Plano de Gestão de
Riscos (Ponto I);
(ii) A versão provisória do Sistema de Atores a envolver na prossecução das medidas resultante dos
Grupos de Trabalho (Ponto II);
(iii) Considerações de relevância para o desenvolvimento dos trabalhos da SMEA- MoN (Ponto III).
1. CONTRIBUTOS PARA O MODELO DE GOVERNANCIA E PLANO DE GESTÃO DE RISCOS
Relativamente ao Sistema de Governância e à identificação de eventuais riscos a considerar para
robustecimento da solução de Plano SMEA foram consideradas dimensões que remeteram, sobretudo,
para aspetos de: (a) estrutura e forma a acautelar e/ou detalhar no seu desenho; e (b) resiliência
adaptativa face à sua implementação, a reforçar perante eventuais disfuncionalidades de processo.
a) Questões de estrutura e forma
As questões de estrutura e forma sugeridas remeteram para dimensões de:
Liderança e coordenação - em garantia de articulação multi-nivel e manutenção energética
durante o desenvolvimento da estratégia (i.e. como coordenar medidas locais com regionais sem
haver repetição?; como assegurar que não vai haver falta de motor!);
Composição do sistema de atores e clarificação de papéis expectáveis - em esclarecimento de
legitimidade e representatividades (i.e. qual o papel do GT da Agenda 21?; que perfis para as
várias funções?; envolvimento de instituições e/ou de pessoas?; qual a composição para o
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
147 | P á g i n a
Plenário/Conselho? como assegurar o envolvimento da população? quem vai ter voz? sistema de
votos? como se vai aferir da legitimidade da voz? Como viabilizar a participação da população na
monitorização?)
Funcionamento e funcionalidade - em garantias de flexibilidade e operabilidades realistas (i.e. vai
haver um GT a tempo inteiro?; que relação entre compromisso de ação direta dos parceiros e
"outsourcings"?; importante garantir flexibilidade e evitar demasiada rigidez!; assegurar uma
estrutura funcional sem ser muito pesada ou consumidora de excessiva disponibilidades de
tempo!)
Clarificação do sistema de decisão e gestão de discensos - em esclarecimento da sede e das
modalidades de tomada de decisão, exercícios de poderes alargados e garantia de prossecução
das ações (i.e. como se vai fazer a resolução dos discensos? por votação? qual o peso dos votos?
Como decidir e chegar a acordo?).
b) Questões de resiliência adaptativa durante o processo de implementação
As questões associadas a garantias de resiliência adaptativa durante a implementação do processo que
foram sugeridas, remetem para a relação com:
Imponderabilidades e fatores externos estruturais de natureza ambiental - i.e. perda de recursos
naturais existentes, falta de água, poluição, ...;
Fatores de inovação e/ou disrupção com fatores instituídos - i.e. estrutura nova que pode ter
dificuldade em se implementar no início; rupturas com práticas instituídas;...;
Compromissos e sua fiabilidade passíveis de provocar dispersão e/ou desvirtuação do sentido
estratégico - i.e. alteração de posição por parte das entidades; "entidades" que sejam pouco
“entidades”; dificuldade no envolvimento contínuo das entidades para manter o trabalho;
dispersão e perda de foco; inação; politização / cromatização; dificuldade em garantir discussão
e participação em continuidade ao longo do processo; entrada de entidades que não tenham
acompanhado o processo até agora e que possam vir a desvirtuar o seu sentido estratégico, por
via de um sistema de votações simples, ...;
Tipo de envolvimento e constância de disponibilidades para cumprir os compromissos assumidos
durante a implementação da estratégia, nomeadamente no que respeita a alocação de tempo e
outros recursos para acompanhamento e execução das ações - i.e. falta de envolvimento político;
falta de vontade política; falta de apoio; qual o tempo que efetivamente cada um pode dedicar?;
falta de tempo!; incapacidade da minha instituição dar resposta por falta de tempo!; dificuldade
de reunir!; falta de meios (recursos financeiros e humanos)!; ... .
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
148 | P á g i n a
Estas dimensões serão tratadas e aprofundadas na proposta de Modelo de Governancia e no Plano de
Gestão de Riscos.
2. SISTEMA DE ATORES IDENTIFICADO PARA CADA GRUPO DE MEDIDAS
Durante a 4ª Oficina foram ainda identificadas predisposições prévias de envolvimento dos atores
presentes para cada grupo de Medidas da SMEA, tendo sido estas sinalizadas num painel coletivo.
Posteriormente, em grupos de trabalho dedicados a cada eixo, foi trabalhada uma versão prévia das
“Fichas de Medidas” a incorporar na Carta de Compromisso (cf. Anexo III), particularmente na estrutura
de atores a envolver para desenvolvimento das suas ações.
Os grupos de trabalho identificaram os atores a envolver e a mobilizar para cada grupo de medidas (cf.
Quadro I), em termos de liderança, envolvimento de primeira linha e envolvimento de segunda linha,
tendo as predisposições prévias de envolvimento sido integralmente consideradas e sinalizadas com um
asterisco (*) nos quadros de síntese.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
149 | P á g i n a
Quadro 1: Quadros de Síntese do Sistema de Atores a mobilizar por Grupo de Medidas
Eixo I - Saúde e Segurança Alimentar
Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha
1.1 A1* Kit SMEA* - Informação e Saberes Fazer
Slow-Food
Movimento Slow Food Ana Picanço - CMMoN (Serviço Educação) Ana Paula - CMMoN (Serviço Educação) DECO ADL Marca* ADL Terras Dentro* UCCMoN
José Veiga (DRAPAL)* Rede de Cidadania Agrupamento de Escolas
1.2
A2
A3
Renovação/Dinamização do Mercado Municipal
CMMoN *
CMMoN * ICAAM * Rede de Cidadania * ADL Marca * LPMA
Restauração IPSS’s Movimento Slow Food MontemorMel Cozinha Comunitária
1.3 A4 GT Compras Públicas de produtos locais e Agro-Ecológica
ICAAM
ICAAM CMMoN Ana Paula - CMMoN (Serviço Educação) * ADL Marca * Junta Freguesia de Cabrela * Agrupamento de Escolas IPSS
FAO * ADL’s Associação Produtores e Cooperativas
1.4 A5 GT revisões e alterações legislativas para Compras Públicas de produtos locais
Assembleia Municipal
ICAAM * Movimento Slow Food * DRAPAL * CMMoN
Agrupamento Escolar IPSS Associação de Produtores e Cooperativas
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
150 | P á g i n a
Quadro 2: Eixo II - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização
Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha
2.1 A1 Kit SMEA* - Cultura e Literacia Alimentar
Movimento Slow Food Alentejo
Slow Food Alentejo * DECO * Associações de Produtores e Cooperativas Associações de Comerciantes (ACDE) Comércio local Grandes e Médias Superfícies Rede de Cidadania Agrupamento de Escolas
ADL Terras Dentro * ADL Marca * Ana Picanço (CMMoN- Serviço Educação) * Ana Fonseca * IPSS Outras ADL CIM Alentejo Central DRAPAL
2.2
A6 Hortas Comunitárias
Cooperativa Minga
ICAAM * Rede Cidadania * Junta Freguesia de Cabrela * LPMA CMMoN
Movimento Slow Food * DRAPAL * Herdade Freixo do Meio * Montemormel
A7 Dinamização do Banco de Terras Local
A8 Quiosque de Excedentes
2.3 A9 Km0 Rede de Cidadania
Rede de Cidadania * DECO * ICAAM * Slow Food Alentejo Associação de Produtores e Cooperativas Associação Comercial (ACDE)
CMMoN Junta Freguesia de Cabrela * Ana Picanço (CMMoN - Serviço Educação) * ADL Marca * Herdade Freixo do Meio * Comércio Local Restauração
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
151 | P á g i n a
Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha
2.4
A10 Às voltas de um Produto - a Bolota
Montemormel
Herdade Freixo do Meio * Slow Food Alentejo * Junta Freguesia de Cabrela * CMMoN Comércio Local Grandes Superfícies Associação de Produtores e Cooperativas Rede Cidadania
Centro João Cidade * DRAPAL * ICAAM * Restauração ERT (Entidade Regional de Turismo) CIMAC
A11 Circuito de Mercearias
Quadro 3: Eixo III - Sustentabilidade e Gestão de Recursos
Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha
3.1
A1* Kit SMEA* - Património e Desperdício
ADL Marca
ADL Marca * Ana Fonseca * ADL Terras Dentro * Movimento Slow Food * Herdade Freixo do Meio MontemorMel
Junta Freguesia de Cabrela * FAO *
A12 Campo Prático de Aprendizagens
Herdade Freixo do Meio Herdade Freixo do Meio * ICAAM * DRAPAL *
ICNF FAO *
3.2 A13
Estudos de viabilidade do Sistema Agro Ecológico e instrumentos de apoio técnico à produção
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
152 | P á g i n a
Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha
3.3
A14 Estrutura de Apoio Técnico à Produção
Herdade Freixo do Meio
Herdade Freixo do Meio * ICAAM * DRAPAL * ADL Terras Dentro * Movimento Slow Food * LPMA APORMor Solar da Giesteira
Junta Freguesia de Cabrela * FAO * ICNF
A15 Recuperação de formas tradicionais de produção
3.4
A16 Criação e Gestão de Bancos de Sementes
ADL Marca ADL Marca (A16) * Rede Cidadania (A17) *
Rede Cidadania * Movimento Slow Food * Junta Freguesia de Cabrela * DRAPAL (A18) CIMAC
A17 Promoção de boas práticas do uso do solo e da água
A18 Participação na Bolsa Nacional de Terras
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
153 | P á g i n a
Quadro 4: Eixo IV - Governancia Estratégica
Medidas Ações Liderança 1ª linha 2ª linha
4.1
A1* Kit SMEA* - Plano de Comunicação
CM MoN * (+ Juntas de freguesia)
DRAPAL * ADL Marca * LPMA GM 1.1; 2.1: 3.1 CE - Coordenação de Eixos CO - Comité Operativo
Movimento Slow Food * ICAAM Produtores do Mercado Municipal Ministério da Agricultura Todos (Conselho SMEA)
A19 Carrinha Itinerante SMEA
A20 Plataforma SMEA
4.2 A21 Monitorização SMEA ICAAM LM - Lideres de Medida CE - Coordenadores de Eixo
Lideres das Ações Movimento Slow Food * Centro João Cidade * ADL Marca * Todos (Conselho SMEA)
4.3
A22 Negociação e Facilitação de Parcerias alargadas
CMMoN *
FAO * ADL Marca * Centro João Cidade * Movimento Slow Food * Filipe Galego * GM - Grupo de Medidas CE - Coordenação de Eixos CO - Comité Operativo
Todos (Conselho SMEA)
A23 Rota de Eco-Literacia
4.4 A24 Integração SMEA nos IGT e outras Estratégias municipais
CMMoN * DRAPAL * Filipe Galego * CMMoN*
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
154 | P á g i n a
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No final da Oficina foram constituídos dois grupos de trabalho para prosseguir o desenvolvimento das
Fichas de Medida (GT#1), a consolidação dos conceitos a adoptar como referência para cada Eixo
Estratégico e a preparação da 2ª Semana de Rua (GT#2).
As Fichas de Medidas foram atualizadas nas suas versões de trabalho e remetidas para esses grupos de
trabalho.
Considerando a fase de desenvolvimento da SMEA foi ainda discutida a vantagem da próxima Oficina vir
a assumir a forma de um Seminário alargado de discussão em torno da estrutura SMEA e base conceptual
a adotar, com recurso a especialistas convidados e com reforço de mobilização, sobretudo, junto dos
atores identificados nos exercícios anteriores.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
155 | P á g i n a
Seminário Aberto - Resultados
[A versão completa do Relatório do Seminário Aberto encontra-se disponível no Site do Município através do link http://www.cm-montemornovo.pt/pt/site-participar/Paginas/SMEA---5-%c2%aa-Oficina-de-Trabalho.aspx]
RESULTADOS DO SEMINÁRIO ABERTO
20 DE JUNHO DE 2018
ÍNDICE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................
1. QUADRO RESUMO DE CONTRIBUTOS DO SEMINÁRIO ABERTO ..........................................................
2. ANÁLISE COMENTADA DE CONTRIBUTOS POR EIXOS SMEA ...............................................................
Eixo 1 – Saúde e Segurança Alimentar ................................................................................................. Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercaialização .......................................................... Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos .................................................................................. Eixo 4 - Governancia Estratégica ..........................................................................................................
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................
INTRODUÇÃO
No âmbito da elaboração de uma Estratégia Alimentar Partilhada e Participada para o Concelho de
Montemor-o-Novo (SMEA) realizou-se um Seminário Aberto com os atores locais e convidados externos,
tendo por finalidade promover um debate alargado para a estabilização da Matriz de Intervenção SMEA.
Este Seminário Aberto decorreu no dia 20 de junho de 2018 entre as 09.00h e as 17.00h, na Biblioteca
Municipal, tendo contado com 35 participantes.
Após um breve enquadramento institucional e do racional SMEA em discussão, a agenda de trabalhos foi
organizada em tornos dos 4 eixos da Estratégia SMEA, cada um introduzido por um membro da equipa
das Oficinas e comentado por um convidado externo, de forma a promover um debate alargado a todos
os participantes, que se seguiu a cada painel.
Durante os diferentes painéis foram efetuados registos em post-its que foram sendo colocados
simultaneamente no racional SMEA e num painel dedicado à sistematização de tópicos/temas de
incidência. No total foram recolhidos 147 registos das várias intervenções e debates que foram objeto de
sistematização e análise.
Neste Relatório serão apresentados os seguintes elementos-chave:
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
156 | P á g i n a
a) Quadro resumo dos conteúdos dos contributos e sugestões recolhidas durante o Seminário
(capítulo 1);
b) Análise comentada desses contributos, organizados pela sua relevância para a consolidação de
cada Eixo SMEA (capítulo 2);
c) Considerações finais relativas à prossecução dos trabalhos (capítulo 3).
1. QUADRO RESUMO DE CONTRIBUTOS DO SEMINÁRIO ABERTO
Durante o Seminário o debate prosseguiu a organização dos Eixos, tendo estes sido confirmados nas suas
vocações de especificidade, mas igualmente nas suas interligações e interdependências. Tendo suscitado
a exploração intrínseca dos seus conteúdos dedicados o debate, permitiu igualmente consolidar os eixos
causais ou de interdependência entre os 4 Eixos propostos no desenho da SMEA.
A exploração destas especificidades e relações de interdependência será detalhada no capítulo de análise
comentada dos conteúdos pelos Eixos. No entanto, o Quadro 1 - que cruza os comentários em função do
painel em que foram sinalizados (Eixos do debate) com os eixos para cujo racional remetem (Eixos de
incidência) - permite identificar:
Quadro 1 - Quadro Resumo dos comentários recolhidos
Eixos do Debate
Eixos de Incidência Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3 Eixo 4 TOTAL
Eixo 1 17 9 8 17 51 Eixo 2 3 29 7 2 41 Eixo 3 1 29 9 39
Eixo 4 1 3 12 16
TOTAL 21 39 47 40 147
uma distribuição de comentários por Eixo de incidência a confirmar a função estrutural e
operativa do Eixo 3 (na sua novidade de consolidação de diferença enquanto quadro de
referência) e do Eixo 4 (no que pode fazer de diferença em termos de missão e modus operandi),
pelo suporte de cariz verdadeiramente estratégico, de enquadramento e de suporte de sentido
ao desenvolvimento dos Eixos 1 e 2;
a afirmação do Eixo 1 na especificidade da sua vocação dirigida para a promoção de uma
alimentação adequada através da exemplaridade dos consumos públicos e da sua
interconectividade direta com o Eixo 4, com quem partilha o mesmo sentido de vetor estratégico
(Eixos de vocação pública e política);
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
157 | P á g i n a
a transversalidade de interdependências do Eixo 2 com os restantes eixos, que embora se tenha
expressado de forma mais difusa, acaba por encontrar nessas interdependências o mote ao seu
desenvolvimento enquanto processo de consolidação de ciclo de valor de banda alargada para a
generalização de consumos coletivos que possam efetivamente tirar partido da proximidade e da
sazonalidade dos seus sistemas de produção, transformação e distribuição;
a saturação do debate que foi sendo adquirida ao longo do dia, como é possível verificar pelas
incidências de comentários acolhidos nos diferentes Eixos de debate por comparação com os
recolhidos por Eixos de incidência, independentemente do painel em que foram proferidos.
Se o desenvolvimento do debate veio evidenciar a relevância dos Eixos, veio também confirmar a valência
dos vetores utilizados na sua configuração (dimensão política e pública vs dimensão coletiva e comunitária
da Estratégia) e das arenas estratégicas para a sua cerzidura e optimização das sinergias ambicionadas (o
relevo da aposta em informação e culturas partilhadas; a acomodação de iniciativas experimentais nos
diferentes eixos; a focalização em práticas agregadas; e o enquadramento desta Estratégia num processo
transformacional para a sua integração com outros instrumentos e ação política de cariz mais amplo e
alargado a outros níveis de intervenção).
De referir ainda que a riqueza e profundidade dos testemunhos e debates consequentes permitiu, para
além destas consolidações, uma recolha e sistematização de contributos de valor acrescentado para o
enquadramento teórico-conceptual e operacional desta Estratégia, como se detalhará de seguida.
2. ANÁLISE COMENTADA DE CONTRIBUTOS POR EIXOS SMEA
Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar
O debate sobre o Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar, introduzido no Painel 1, praticamente esgotou-
se neste painel, tendo sido apenas repegado aquando dos painéis 2 e 4 em reforço dos seus conteúdos,
que se sistematizam no Quadro 2.
Este debate, sobretudo centrado na exploração do conceito de “alimentação adequada”, nas suas
dimensões de segurança e acessibilidade não discriminatória (à semelhança do que já tinha sido a tónica
de discussão durante as Oficinas Colaborativas), reforçou a missão deste Eixo para a construção e
estabilização de uma “confiança” generalizada em torno da alimentação através de uma intervenção
pública de cariz pedagógico e exemplar quer através da dinamização dos seus mercados municipais, quer
da generalização de compras públicas orientadas por princípios de proximidade e sazonalidade.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
158 | P á g i n a
Quadro 2 - Contributos recolhidos indexados ao Eixo 1 – Saúde e Segurança Alimentar
Painel 1- Saúde e Segurança Alimentar
• as políticas Públicas devem fazer descriminação
positiva da pequena produção e produtos de época
através das compras públicas
• como se trabalha as questões da "segurança" e da
"confiança"?
• coerência é importante!
• ir para além do "comer bem"!
• segurança alimentar: safety + acesso + diversidade
+ estabilidade
• compras públicas associadas à promoção de
agricultura familiar
• Município: concentração da produção familiar para
ganhar escala
• dar confiança ao consumidor
• público em geral duvida de segurança. Como se faz?
• estabilidade no acesso das compras públicas
• diversificação da alimentação
• privados vs coletivos.
Painel 1- Saúde e Segurança Alimentar (cont.)
segurança dos alimentos
alimentos seguros e/ou a assegurar ao consumo
dos alimentos
acessibilidade à alimentação
segurança vs vigilância sanitária vs soberania
alimentar
mercados municipais em rutura: re-ativação é
necessária
Painel 2 - Consumos, Produção e Circuitos de
Comercialização
Valores a desenvolver na alimentação adequada:
bom, limpo e justo
o que é Qualidade? Segurança? Soberania
alimentar?
“educação”/pedagogia alimentar nas escolas
Painel 4 - Governancia Estratégica
Constrangimentos jurídico-legais: contorno com a
dinamização de processos locais.
Para além de reiterar a exigência (e também dificuldade!) na clarificação dos conceitos a adotar no seu
enquadramento e, sobretudo, na sua operacionalização num concelho com as características de
Montemor-o-Novo, o debate acabou por remeter, igualmente, para a interdependência face ao
desenvolvimento dos restantes Eixos, nomeadamente:
(i) Desafios que coloca ao Eixo 4, no papel reservado à condução e à assunção desta matéria
enquanto objeto de política pública, nas suas interdependências com outros níveis de decisão e
instrumentos de ação pública e na forma como se poderá envolver todos os atores numa cultura
sistemática de valorização de uma alimentação adequada e com coerência sistémica;
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
159 | P á g i n a
Indexações de Comentários do Painel 1 ao Eixo 4 - Governancia Estratégica
Já se faz o que se quer fazer vingar com a SMEA?
Envolver os vários atores para pôr em prática
Alteração / interconectividade com políticas ao
nível mais supra
Local: vulnerabilidade decorrente da urbanização
acentuada e da desertificação do mundo rural
Existe uma financiação do sistema alimentar ao
nível global com impactes enormes ao nível local
- não se conhecendo quem o regula ou controla
O "direito humano a uma alimentação
adequada" - é uma questão de poder que
"esconde" assimetrias e "divorcia" os seus custos
das responsabilidades na sua prossecução
Alimentação é uma questão do domínio das
políticas públicas - pelas assimetrias que esconde
e pelas interceções inter-territoriais a que obriga
Políticas públicas são também a causa do
problema e por isso devem também fazer parte
da solução.
Exemplos de Políticas Financeiras sem rosto
estão presentes, sobretudo, nos aditivos aos
produtos alimentares
Os desafios operacionais aos instrumentos de
política no setor da alimentação são
especialmente exigentes para territórios tipo
MoN
Importante haver massa critica e isso às vezes só
se consegue através da ligação com outras
escalas
As questões da alimentação implicam e
envolvem todos
Cultura alimentar como dimensão a ser
trabalhada de forma sistémica
Abordagem baseada em direitos e em políticas
públicas
Ligação das questões da alimentação a outras
Políticas Sociais
Políticas Públicas nem sempre promovem o
fornecimento de produtos nacionais
Carta de Compromisso deve ir à Assembleia
Municipal.
(ii) Relação direta com o Eixo 2, na forma como poderá agilizar circuitos de natureza mais curta como
prática generalizada quer na configuração do que é local, quer no que implica de envolvimento
das pessoas e famílias na adoção de práticas produtivas e de comportamentos de consumo que
possam vir a viabilizar a consolidação deste tipo de circuitos;
Indexações de Comentários do Painel 1 ao Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização
Ligar a produção local ao circuito
Local: tem menos autonomia (menos
poder ou equilíbrios de poder)
Local: as inter-dependências são
intensas, mas difusas
Atualização do conceito de agricultura
familiar.
Família: só modelo clássico?
População envolvida nos circuitos
Circuitos são problemáticos e apresentam
hiatos
Ligação da discussão à prática
Assegurar garantias de escoamento.
(iii) pelo entendimento do modelo produtivo a adotar no Eixo 3, de reforço à estabilização e
generalização de uma alimentação adequada, pelo que este ainda carece de esclarecimento,
envolvimento do seu sistema produtivo e robustecimento de viabilidade e sustentabilidade.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
160 | P á g i n a
Indexações de Comentários do Painel 1 ao Eixo 3 - Sustentabilidade e Recursos Naturais
• A produção é transversal! - como? onde? em que
Eixo?
• Abundância sem pegada longa (modelo agrícola +
produção familiar?)
• A Produção é associada a baixo rendimento! Tem
de ser assim?
• Modelo agrícola sustentável
• Produção é insuficiente?
• Estimular a produção!
• Papel do agricultor - a valorizar e envolver.
Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização
O debate sobre o Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização, introduzido no Painel 2,
veio repegar a maioria dos tópicos já lançados no painel anterior, mas desta feita através de exemplos
concretos, sobretudo, pelos seus impactes nas práticas de transformação e consumos através da
restauração e viabilização de consumos públicos de baixa pegada.
No debate proporcionado por este Painel os temas mais prementes, sistematizadas no Quadro 3,
remeteram para:
(i) debate sobre os limites e especificidades do que pode ou não ser considerado como “local” e
“circuitos curtos”;
(ii) questões de massa crítica no consumo, logística e distribuição associados à promoção de práticas
produtivas no âmbito da agricultura familiar e de circuitos locais / curtos;
(iii) relevância de uma literacia alimentar generalizada e coerente ao longo de todo o ciclo de valor e
dos circuitos de base local;
(iv) força da “vontade” e do “querer” nas disponibilidades e criatividade que implicam para lidar com
os diferentes tempos associados à sazonalidade e à fiabilidade, consistência e regularidade dos
fornecimentos;
(v) desafios à inovação organizativa e de organização quotidiana para acomodar variabilidades nos
custos, fornecimentos e tipo de consumos de forma sustentável, viável e consistente nos diversos
tipos de transformação e consumo alimentar.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
161 | P á g i n a
Quadro 3 – Contributos recolhidos indexados ao Eixo 2 - Consumos, Produção e Circuitos
Painel 2 - Consumos, Produção e Circuitos de
Comercialização
• circuitos curtos: quem? duplicidade de papeis?
• circuitos curtos: proximidade
• circuitos curtos: quantificável? Raio igual para todos os
produtos?
• local é o quê?
• agricultura familiar - regime fiscal próprio! Regime da
segurança social próprio!
• agricultura familiar - acesso ao consumo público e
mercados locais!
• logística e distribuição - a união faz a força e cria massa
crítica
• local: ter em conta o ciclo de valor + escala + densidade
+ presença
• apoio à estruturas de apoio à pequena agricultura
• reforçar links locais
• "educar" os consumidores
• sensibilização + cultura + práticas (numa relação
sistémica)
• o que é ser consumidor? (literacia + diversidade)
• alimentação: prazer e gosto
• mitos e realidades emergentes
• combate à homogeneização do gosto
• na relação com a produção é importante assegurar
fiabilidade, consistência e regularidade
• sazonalidade implica uma relação com o tempo que é
diferente
• a caráter crítico da distribuição - entregas em tempo nos
locais de consumo
• à dimensão política e dos atores acresce a relevância do
papel da “vontade” e da “decisão”.
Painel 2 - Consumos, Produção e Circuitos de
Comercialização (cont.)
• importante flexibilidade e criatividade nas
ementas
• alteração das ementas/sazonalidade
• ofertas particulares experimentais em grandes
grupos de distribuição
• criatividade na realização de novas ideias e novos
negócios
• consumir sazonal é também acomodar picos de
preços
• organização é precisa
• preços e custos: tem de ser caro?
• inovar recuperando
• necessidade de trazer a lógica da economia social
para a configuração de soluções
Painel 1 - Saúde e Segurança Alimentar
• ligar a produção local ao circuito
• local: tem menos autonomia (menos poder ou de
equilíbrios de poder)
• local: as inter-dependências são intensas, mas
difusas
• atualização do conceito de agricultura familiar
• Família: modelo clássico???
• população envolvida nos circuitos
• Circuitos são problemáticos e apresentam hiatos
• Ligação da discussão à prática
• Assegurar garantias de escoamento
Painel 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos
• fiabilidade das massas críticas.
A discussão neste Painel, na sua interdependência com tópicos de outros eixos, releva para o Eixo 3:
a) Os impactes ambientais que a própria organização dos circuitos de produção e consumo acarreta
para a gestão de recursos e os desafios que coloca ao modelo organizativo e de mobilização de
atores em torno da produção em geral.
Entre os exemplos de Indexações de Comentários do Painel 2 ao Eixo 3 - Sustentabilidade e
Recursos Naturais, salientam-se:
a restauração como um setor que contribui para a poluição e desgaste do ambiente e dos
recursos do planeta;
a indústria alimentar na intensificação de agentes poluentes;
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
162 | P á g i n a
as questões da biodiversidade, dos venenos e das armadilhas à sustentabilidade
ambiental;
o envelhecimento dos agricultores como desafio; e
a falta de incentivos à valorização da profissão junto dos jovens agricultores.
b) Para o Eixo 1, sobretudo, com questões relacionadas com a própria literacia alimentar. Entre os
exemplos de Indexações de Comentários do Painel 2 ao Eixo 1 - Saúde e Segurança Alimentar,
salientam-se os seguintes:
a. Valores a desenvolver na alimentação adequada: bom, limpo e justo;
b. Questões sobre o que é a qualidade? Segurança? Soberania alimentar?; e
c. Questões relacionadas com a “educação”/pedagogia alimentar nas escolas.
c) Para o Eixo 4, o reforço da aposta em soluções de cariz “win-win” e guiadas pela promoção da
sustentabilidade.
Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos
O debate sobre o Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos, introduzido no Painel 3, veio acentuar
o carácter programático estruturante deste Eixo para a SMEA no que pode sustentar e alavancar a
proficuidade dos restantes eixos. Neste Painel foi reforçado, conforme sistematizado no Quadro 4:
(i) a clarificação das diferenças entre os vários modelos agrícolas já experimentados e instituídos e
as novidades introduzidas pelo modelo agro-ecológico enquanto modelo emergente assente
numa opção/necessidade existencial de configuração da atividade humana na relação com a
natureza e com os recursos que esta providencia, numa perspetiva holística, relacional e
sistémica;
(ii) a identificação do seu potencial no combate / minimização de ameaças globais e de impacte local
decorrentes da pressão exercida pelos atuais sistemas instituídos sobre os recursos disponíveis e
das alterações climáticas, no que configuram de urgências a tomar consciência e a considerar nas
opções estratégicas de desenvolvimento pretendidas; e
(iii) o debate em torno dos seus principais desafios não apenas no que reporta às suas dimensões
programáticas num quadro de valores a (re)instituir, mas também no que implicam de
consolidação cultural e de envolvimento de um sistema de actores alargado, ou ainda no que
estas dimensões aportam de desafios ao desenvolvimento tecnológico, financeiro e
organizacional do modelo agro-ecológico, num quadro de sustentabilidade operativa.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Quadro 4 - Contributos recolhidos indexados ao Eixo 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos
Painel 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos
práticas tradicionais vs outras da agricultura moderna
agro-ecologia (gestão de eco-sistemas complexos; movimento social que não se reduz a alternativas tecnológicas; respeito e uso dos ciclos naturais de fecundidade)
a critica ao modelo da agricultura moderna já data dos anos oitenta
agricultura biológica - mas a institucionalização prejudicou
a alimentação define a interação que se quer para a relação homem / natureza
consciência do problema numa visão existencial
modelos de interação com a natureza
abordagem comunitária para resolução
falta de consciência do problema
industria da produção (mais tecnológica, maior rentabilidade; intensificação; a forçar o sistema ecológico)
o uso dos psicofármacos como ameaça
importante ligar a produtividade dos solos e o uso de outros recursos
atenção ao espaço vital e bem-estar dos animais
resiliência às adaptações climáticas - processos híbridos adaptativos
perda de fertilidade dos solos
envolver mais os produtores e os agricultores
agricultores são atores fundamentais
existem desafios técnicos para melhorar a relação com a natureza
um dos desafios é conciliar atratividade com “valores"
soberania alimentar passa por melhorar a eficiência através da prática e de denominadores comuns.
Painel 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos
(inter)-dependências como escolha consciente
eixo da “esparregata”
Partilha de risco: formas alternativas de organização com viabilidade fora dos mercados tradicionais
Recursos humanos e materiais
campanhas: o que nós queremos? o que se come aqui?
gabinete de apoio
movimentos agrícolas apoiados pela comunidade Painel 1 - Saúde e Segurança Alimentar
a produção é transversal - como? onde? em que Eixo?
abundância sem pegada longa (modelo agrícola + produção familiar?)
produção associada a baixo rendimento
modelo agrícola sustentável
produção insuficiente
estimular a produção
papel do agricultor
Painel 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização
a restauração é um setor que contribui para a poluição e desgaste do ambiente
biodiversidade
venenos e armadilhas vs sustentabilidade
poluição e desgastes dos recursos
indústria alimentar com agentes poluentes
falta de incentivo para jovens agricultores
envelhecimento do agricultor: desafio Painel 4 - Governancia Estratégica
conectividade ecológica
quem alimenta quem?
condições de operabilidade e recursos.
No que reporta às interconectividades evidenciadas neste Painel do Eixo 3 com os restantes Eixos, aquele
que acabou por ganhar maior relevo foi o Eixo 4, nomeadamente no que reporta ao sentido integrado de
mudanças a adotar e aos compromissos a assegurar.
Indexações de Comentários do Painel 1 ao Eixo 4 - Governancia Estratégica
o mote é Mudança!
um dos desafios é conciliar atratividade com “valores"
as campanhas devem incidir sobre o "bem-comum", a "partilha de risco" e a construção de relações / espírito de comunidade
alimentação como questão social a exigir uma política abrangente - o que queremos?
projeto de sentidos partilhados e ética social (utopia realizável!).
assegurar ligação com PDM
coerência nos mecanismos de regulamentação
a partilha de risco a exigir fiabilidade e compromisso
a questão da alimentação é um problema a ser tratado por todos (ligação que vai desde o poder central a todos para não se perder a "comunidade").
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Eixo 4 - Governancia Estratégica
O debate em torno do Eixo 4 - Governancia Estratégica, desenvolvido no Painel 4, veio consubstanciar,
sobretudo, a sua relevância enquanto eixo de consolidação, ao nível de uma assunção e ação política,
operatória e de garantia de consistência sistémica ao desenvolvimento da SMEA. Tendo sido o último
Painel da jornada, e como se pode verificar pelo Quadro 5, esta dimensão estratégica de política tinha
sido já amiúde introduzida e debatida, sobretudo nos Painéis 1 e 3, permitindo que neste Painel o debate
se tenha focalizado e desenvolvido sobretudo em torno:
(i) das dimensões multi-escalares e multi-nível que uma estratégia desta natureza, num concelho
com as características de Montemor-o-Novo, convida e suscita;
(ii) da coerência e consistência com outros instrumentos de plano e opções de política pública
indexadas ao desenvolvimento do concelho que esta estratégia suscita, na construção do
movimento transformacional que se pretende alcançar; e
(iii) dos desafios a uma liderança colaborativa de movimentos e soluções de networking alargado a
um sistema de atores e de ação mais amplo a envolver e a comprometer em torno desta
Estratégia.
Quadro 5 - Contributos recolhidos indexados ao Eixo 4 - Governancia Estratégica
Painel 4 - Governancia Estratégica
escalas e níveis (local + global para os ODS)
bacias alimentares funcionais
municipal + supra-municipal: questão de inter-escalas e de inter-níveis
há experiência e história antes da SMEA
exequibilidade e coerência
PNPOT: Kapital Natural (solo, água, biodiversidade, recursos minerais, …)
foco e diversidade de iniciativas
desafios à economia na "valoração" das novas dimensões!
infraestruturas verdes: ligação do campo à cidade numa perspetiva ecológica
atores: quem? com que tipo de envolvimento? Multi-nível!!!!
Conselho Geral SMEA
parcerias externas Painel 1 - Saúde e Segurança Alimentar
alimentação é uma questão do domínio das políticas públicas - pelas assimetrias que esconde e pelas interceções inter-territoriais a que obriga
políticas públicas são também a causa do problema e por isso devem também fazer parte da solução
Painel 1 - Saúde e Segurança Alimentar (cont).
Painel 1 - Saúde e Segurança Alimentar
os desafios operacionais aos instrumentos de política no setor da alimentação são especialmente exigentes para territórios tipo MoN
é importante haver massa critica e isso às vezes só se consegue através da ligação com outras escalas
já se faz o que se quer fazer vingar com a SMEA?
o "direito humano a uma alimentação adequada" - é uma questão de poder que "esconde" assimetrias e "divorcia" custos de responsabilidades
envolver os vários atores no pôr em prática
as questões da alimentação implicam e envolvem todos (e não só alguns)
Carta de Compromisso deve ir à Assembleia Municipal Painel 2 - Consumos, Produção e Circuitos de Comercialização
abordagem win-win
sustentabilidade como caminho Painel 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos
o mote é Mudança!
um dos desafios é conciliar atratividade com “valores"
alimentação como questão social a exigir uma política abrangente - o que queremos?
projeto de sentidos partilhados e ética social (utopia realizável!)
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cultura alimentar como dimensão a ser trabalhada de forma sistémica
ligação a outras políticas sociais
abordagem baseada em direitos e políticas públicas
aditivos vs políticas financeiras
políticas públicas vs fornecimento de produtos nacionais
alteração de políticas ao nível supralocal: vulnerabilidade decorrente da urbanização acentuada e da desertificação do mundo rural
existe uma financeirização do sistema alimentar ao nível global com impactes enormes ao nível local - não se conhece quem regula ou controla.
Painel 3 - Sustentabilidade e Gestão de Recursos (cont).
assegurar ligação com PDM
mecanismos de regulamentação
as campanhas devem incidir sobre o "bem-comum", a "partilha de risco" e a construção de relações / espírito de comunidade
a partilha de risco a exigir fiabilidade e compromisso
a questão da alimentação é um problema a ser tratado por todos (ligação que vai desde o poder central a todos para não se perder a "comunidade").
O tipo de contributos recolhidos neste Painel, com indexação aos restantes eixos acabaram por ser
residuais e de confirmação, em saturação de dimensões acionadas, das interconectividades identificadas
com este eixo nos painéis antecedentes, no que deste Eixo 4 dependem para a sua boa prossecução.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este Seminário Aberto, ao alargar a participação do debate no reforço e robustecimento das dimensões
equacionadas em sede das Oficinas Colaborativas e que deram mote ao desenho da versão 0.0 da
estrutura SMEA, permite avançar nas atividades em curso pelos dois Grupos de Trabalho, bem como no
desenvolvimento da Carta de Compromisso, com base nesta estrutura estratégica, e reforçar o interesse
da 2ª Semana de Rua para a pré-divulgação e a angariação de subscritores da Carta.
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA ALIMENTAR PARA MONTEMOR-O-NOVO
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Julho de 2015