papiro 2014 #4 nov/2014

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Novembro de 2014 | Papiro 1 Novembro de 2014 Jornal laboratório do Curso de Jornalismo da Faculdade 7 de Setembro Projeto planeja melhorar centro de Fortaleza em 2015 A Prefeitura disponibilizará 15 estações de bicicletas com- partilhadas. A entrega do pro- Patrimônio] Novo modelo de negócios] Empresas de Fortaleza utilizam maneiras inovadoras para atrair o público. É o caso da padaria em que o cliente não precisa descer do carro. Conheça a Pão to go, drive thru de pães página 14 Primeira vez no NE] A capital cearense é a pri- meira cidade nordestina a receber o evento esportivo Ironman. Os principais ho- téis já estão com ocupação de 80%, e a expectativa de lucros para o comércio tu- rístico é grande. página 10 Mais mudanças] Implantação da linha 855, em substituição às vans da rota 755 gera dúvidas e con- fusões entre usuários. Falta de informação é apontada como principal problema. página 8 A Secretaria da Regional do Centro dispõe de orçamento de R$ 25 milhões para realizar obras em praças, monumentos históricos e implementar a segurança cidadã no Centro de Fortaleza. Leia mais na pág. página 5 Mobilidade Urbana] jeto está prevista para a pri- meira quinzena de novembro. página 8 Dezembro de Letras O contista cearense Moreira Campos é o homenageado da XI Bienal Internacional do Livro, no ano do seu centenário página 15 Número de inscritos cresce em relação ao ano anterior Enem 2014] A Campanha que tem como tema “Drible o preconcei- to” quer motivar homens a fazerem o exame do câncer de próstata. Uma das ações é levar a cor que dá nome ao Novembro Azul] Movimento alerta homens sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata O número de inscritos no exame aumentou 21,8% em relação a 2013. Há um ano o número de candidatos soma- va 7,17 milhões, aumentando para 9,51 milhões. O Enem se- leciona alunos para o ensino superior e sua nota é aprovei- tada para ingresso em vários programas do governo, tais como: Sisu, Sisutec, Prouni e Fies. página 4 projeto a diversos monumen- tos nacionais famosos como o Congresso Nacional (foto) e o Cristo Redentor. A campanha é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e do Instituto Lado a Lado pela Vida. A doença, que se mani- festa, geralmente, a partir dos 40 anos, tem 90% de chances de cura quando diagnosticada precocemente. página 7

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Novembro de 2014 | Papiro 1

Novembro de 2014Jornal laboratório do Curso de Jornalismo da Faculdade 7 de Setembro

Projeto planeja melhorar centro de Fortaleza em 2015

A Prefeitura disponibilizará 15 estações de bicicletas com-partilhadas. A entrega do pro-

Patrimônio]

Novo modelo de negócios]Empresas de Fortaleza utilizam maneiras inovadoras para atrair o público. É o caso da padaria em que o cliente não precisa descer do carro. Conheça a Pão to go, drive thru de pães página 14

Primeira vez no NE]A capital cearense é a pri-meira cidade nordestina a receber o evento esportivo Ironman. Os principais ho-téis já estão com ocupação de 80%, e a expectativa de lucros para o comércio tu-rístico é grande. página 10

Mais mudanças]Implantação da linha 855, em substituição às vans da rota 755 gera dúvidas e con-fusões entre usuários. Falta de informação é apontada como principal problema. página 8

A Secretaria da Regional do Centro dispõe de orçamento de R$ 25 milhões para realizar obras em praças, monumentos históricos e implementar a segurança cidadã no Centro de Fortaleza. Leia mais na pág. página 5

Mobilidade Urbana]

jeto está prevista para a pri-meira quinzena de novembro. página 8

Dezembro de Letras

O contista cearense Moreira Campos é o

homenageado da XI Bienal Internacional do Livro, no

ano do seu centenário página 15

Número de inscritos cresce em relação ao ano anterior

Enem 2014]

A Campanha que tem como tema “Drible o preconcei-to” quer motivar homens a fazerem o exame do câncer de próstata. Uma das ações é levar a cor que dá nome ao

Novembro Azul]

Movimento alerta homens sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata

O número de inscritos no exame aumentou 21,8% em relação a 2013. Há um ano o número de candidatos soma-va 7,17 milhões, aumentando para 9,51 milhões. O Enem se-

leciona alunos para o ensino superior e sua nota é aprovei-tada para ingresso em vários programas do governo, tais como: Sisu, Sisutec, Prouni e Fies. página 4

projeto a diversos monumen-tos nacionais famosos como o Congresso Nacional (foto) e o Cristo Redentor. A campanha é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e

do Instituto Lado a Lado pela Vida. A doença, que se mani-festa, geralmente, a partir dos 40 anos, tem 90% de chances de cura quando diagnosticada precocemente. página 7

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2 Papiro | Novembro de 2014

Exercício de ediçãoEditorial]

Os alunos da disciplina Projeto Integrado do Jornalismo Impresso, diante do trabalho de edição, costumam ter um cuidado excessivo com o texto do colega repórter. Ai mora um dos perigos do fechamento. Acostumados, no geral, a escrever e editar seus próprios textos, não sabem bem como proceder diante do texto do outro. Por esta razão, e não só por ela, costuma-se dizer em sala de aula que a edição é um excelente exercício de escrita. Entende-se com isso que, diante dos problemas do texto alheio, o repórter pode vir a evitar erros semelhantes. Além, é claro, do trabalho de edição propriamente dito.

Neste fechamento, alguns imprevistos tiveram de ser contornados pelos repórteres para não prejudicar a edição: administrar o tempo, recalcular o corpo de designers disponíveis, dividir o relógio entre edição e diagramação em alguns casos. A noite, quando seria transmitido o último debate entre os presidenciáveis, foi eletrizante como os dias que corriam até o segundo turno das eleições 2014. A Sala de Notícias, como não poderia deixar de ser, foi contaminada pelo sentimento coletivo daqueles dias, misto de ansiedade e receio pelo que estava por vir das urnas.

Da mesma forma com que foi tocada a primeira edição deste semestre, o segundo número tenta correr por fora da pauta prevista, porém atenta graças ao olhar de repórteres que buscaram notícias no trajeto de casa à faculdade, da FA7 ao estágio, nos espaços e no tempo de lazer. Fazer o Papiro é sempre voltar-se para a cidade, para a cidade que cada um habita intimimamente e, por isso, muita vezes, não pode ser visto por outras pessoas, se não for narrada pelas notícias produzidas e contadas aqui.

A diversidade de olhares e ângulos dão o tom desta edição que traz, entre outros temas, os novos números do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o empreendedorismo em ações pioneiras na cidade como o drive-thru de pães, o comércio inusitado de aluguel de calças na entrada da sede da Política Federal no bairro de Fátima. Além disso, agendas do Estado, como a Bienal do Livro, o Festival Ponto CE e o alerta do Novembro Azul temperam esta edição. De tudo um pouco e um pouco de cada repórter e editor nas páginas a seguir.

Aproveitem! Boa leitura!

Diretor-Geral Ednilton Soárez Diretor Acadêmico Ednilo Soárez Vice-Diretor Adelmir Jucá

Coordenador do Curso de Jornalismo Dilson Alexandre

Editora-chefe Edma Góis Projeto Gráfi co e Direção de Arte Tarcísio Bezerra

Estagiários Design (NPJor) Alexandre Fernandes, Antonio Bruno, João Silva, Stephanie Maia, Valdir

Muniz Charge João Silva, Valdir Muniz

Colaboraram os alunos de Projeto Integrado de Jornalismo Impresso e Design Editorial

Texto Assis Nogueira, Atila Frank, Beatriz Rocha, Caio Faheina, Camila Menezes, Camila Vasconcelos,

Clara Jovino, Daniel Costa, Erikson Amaral, Flavia Lopes, Isabelly Lima, Jarlesson Vanley, Julyta

Albuquerque, Larissa Becker, Ligia Duarte, Luiz Gustavo Fretias, Manoel Estélio, Matheus Ribeiro, Paulo

Victor Mascarenhas, Priscila Almeida, Zaira Umbelina

Design Ana Clara Cabral, Antônio Marcos, Brena Gomes, Brena Gomes, Bruna Cruz, Cleber Gomes, Darlan

Araújo, Eduardo Almeida, Evelyn Barreto, Felipe Gomes, Garbiella Rolim, Isabella Vasconcelos, Isabelly Lima,

Janaina Ramos, Jéssica Farias, Júlia Moésia, Junior Tavares, Lara Veras, Leilane Freitas, Lérida Freire, Lorena

Pio, Maiane Almeida, Pedro Henrique, Rafaella Girão, Raimundo Machado, Samara Melo, Sâmia Evangelista

Coluna ilustrada]

N P J o rNúcleo de Produção Jornalística

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Novembro de 2014 | Papiro 3

ele chega em uma loja que tem muitas ofertas mas os vendedo-res não atendem bem, provavel-mente ele não volta mais”.

Lojistas dos ramos de con-fecção, calçado e perfu-maria estão apostando

em promoções e ações de ma-rketing que atinjam diversos públicos nesse final de ano. A preparação para as vendas de Natal começaram cedo no Centro de Fortaleza. Em ou-tubro, após o Dia Da Crianças, as lojas já se preparavam para receber mercadorias e clientes em busca de presentes de Natal.

Segundo Silvio Mendonça, gerente comercial de uma rede de lojas de calçados em Fortaleza, as vendas desse final de ano devem superar expecta-tivas em relação às compras do mesmo período do ano passado, pois as promoções oferecidas aos clientes serão aumentadas e o marketing para que os produ-tos sejam conhecidos pelas pes-soas será intenso. “Nosso obje-tivo maior é fazer com que vá-rias pessoas conheçam nossos

produtos e encontrem facili-dades na hora de comprar.” Silvio explica que esse marke-ting será voltado principalmen-te para as redes sociais, já que é crescente o número de pesso-as que compram pela internet e conhecem produtos através de redes como o Facebook.

Lojas do ramo de perfuma-ria são umas das que mais lu-cram nessa época do ano, e mui-tos estabelecimentos se pre-pararam para atrair clientes indecisos nas suas compras. Outra ação de marketing rea-lizada por essas empresas é ter um diferencial que conquiste os clientes do Centro da cidade, já que muitas lojas também têm sede nos shoppings centers da capital. Luciana Cunha, vende-dora de uma loja de cosméticos no Centro de Fortaleza, acredi-ta que os shoppings dão maior conforto aos clientes, mas as lojas do Centro têm que estar

no mesmo nível, mesmo que não seja no conforto, mas no que diz respeito às promoções, ao atendimento e à decoração,

chamando a atenção do clien-te. “O que faz o cliente esco-lher uma loja ou outra é prin-cipalmente o atendimento. Se

Lojistas apostam em ações de marketing e em promoções para compras de natal

Comércio]

Expectativa dos lojistas de Fortaleza para as compras de Natal é grande e consumidores irão encontrar facilidades para adquirir produtosREPORTAGEM Lérida Freire | FOTO Camila Menezes DESIGN Janaina Ramos | Sâmia Evangelista

Centro quer competir com shopping centers. Bom atendimento pode ser o diferencial

Os festejos de fim de ano são um dos momentos mais esperados pelos

comerciantes da capital cea-rense, o faturamento é sem-pre próspero, proporcionando para os lojistas um mês muito lucrativo. Para a subgerente Juliana Andrade, 25, o Natal e o Ano Novo são com certeza os períodos do ano mais festeja-dos pelos comerciantes. “Amo o clima festivo, não só pelas vendas, mas porque sempre conseguimos bater as metas, recuperar os prejuízos e ain-da sair lucrando. É uma época muito boa para alguns comer-ciantes, eu mesma fui contra-tada no Natal”, disse.

Segundo os lojistas do Centro, os festejos do fim de ano virão como consolo, pois os prejuízos deixados pela Copa do Mundo, sediada no Brasil, foram grandes. Com o even-to, muitas expectativas foram criadas, o turismo foi intenso e os comerciantes se prepararam

Festas de fim de ano estimulam comércio informal no Centro da cidade

Natal]

Compras de Natal irão impulsionar o comércio informal em FortalezaREPORTAGEM | FOTOS Jarlesson Vanley | DESIGN Evelyn Barreto | Rafaella Girão

para o evento. Entretanto, com a lei que decretava feriado no dia de jogo da seleção, o faturamen-to foi baixo, pois não havia fluxo nas lojas, causando prejuízos.

A derrota do Brasil para a seleção alemã nas quartas de final, resultou na queda das vendas do período. O vende-dor Eduardo Costa, 28, inves-tiu bastante e teve prejuízos com essa derrota. “A nossa sorte é contarmos com a pai-xão dos torcedores brasileiros, pois outros campeonatos virão e tudo pode ser reaproveitado”.

AmbulantesOs vendedores ambulan-

tes também esperam recupe-rar os prejuízos deixados pelo fraco movimento do período do mundial. Com a presença do bom velhinho e a virada de ano, a vendedora ambulante Francisca Antônia, 41, espera vender todas suas mercadorias. “Trabalho como vendedora am-bulante há mais de 20 anos, e

sempre espero a chegada do Natal e Ano Novo, pois sem dú-vida é a melhor época do ano”.

A diversidade de lojas no Centro ainda não é o maior atrativo, pois o consumidor

Em consequência da derrota do Brasil na Copa do Mundo, Centro tem baixo fluxo de pessoas

continua exigindo qualidade no serviço oferecido. Segundo Francisca Antônia, os con-sumidores perguntam sobre a procedência dos produtos. “Muitos clientes perguntam

se têm garantia, se foi testado, caso dê problema, como trocar. Tudo isso atrapalha um pouco, já que trabalho com produtos importados. Eu tenho que ser a garantia”.

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4 Papiro | Novembro de 2014

que optou pelo Fies exclusiva-mente pelo fator financeiro. “Mesmo com o trabalho que eu mantinha na época, o que eu re-cebia não era o suficiente para cobrir despesas pessoais e uma faculdade particular. E eu que-ria por um certo tempo manter meu foco apenas nos estudos, então eu precisava ter este cus-to livre para mim”, explicou.

Mesmo assumindo a esco-lha ela relata problemas du-rante o processo de solicita-ção do Fies. “Todo processo com banco é muito burocrá-tico. Então tive que solicitar vários documentos em car-tório, outros que estavam em falta na conta que eu já tinha aberto. Fora conseguir os fia-dores, que na época, era obri-gatório. Porque é muito difícil conseguir alguém que depo-site esta confiança em você, e também que não tenha ne-nhuma barreira financeira, para fechar o contrato com você”, concluiu.

O número de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)

2014 aumentou em 21,8%, em relação a 2013. Há um ano o número de candidatos soma-va 7,17 milhões, aumentan-do para 9,51 milhões. Os da-dos foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O exa-me seleciona alunos para vá-rias instituições públicas de Ensino Superior, além de sua nota servir para o ingresso em programas como o Sistema de Seleção Unificado (Sisu) e o Ciências Sem Fronteiras

Desde 2011 a Universidade Federal do Ceará (UFC) e o Instituto Federal de Tecnologia do Ceará (IFCE) adotam o Enem como processo seleti-vo. Este ano, a Universidade Estadual do Ceará (UECE) fez o anúncio oficial de que tam-bém aderirá o exame a partir de 2015. São 597 mil inscritos no estado, 15,16% a mais em re-lação ao ano passado, ficando com o quinto lugar em inscri-ções, atrás de São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro.

As mulheres são a maio-ria dos inscritos no Enem, com 58,11%, enquanto os ho-mens totalizam 41,89%. No perfil dos participantes foi constatado que 57,91% dos ins-critos são considerados ne-gros e 37,7% brancos. A alu-na do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Deputado Paulo Benevides, Vanessa Sousa, 17 anos, pretende reali-

zar o Exame e conseguir uma vaga em Psicologia. “Vou fazer o Enem, porque vou ganhar aprendizagem, capacidade de ser uma pessoa melhor e vá-rias coisas referentes a isso”,

afirmou com entusiasmo. “Em caso de não aprovação no Enem, há vários programas que dão oportunidade para a gente tentar ter uma carrei-ra melhor, então vou procurar esses programas”, relatou, re-ferindo-se ao Prouni e ao Fies.

O estudante cearense Micael Jovino, 18 anos, que cursa o 3º ano do ensino médio do Colégio Admirável Mundo, foi um dos inscritos. Ele quer cursar Educação Física na Universidade Federal do Ceará. “Vou participar não só para tentar ingressar na UFC, mas também para ver o meu nível de conhecimento”, concluiu.

Escolas PúblicasO percentual de alunos

da rede pública estadual que conseguem entrar em um curso superior tem aumenta-do nos últimos anos, segun-do dados da Secretaria de Educação do Estado (Seduc). Em 2011, 4.787 alunos da rede

estadual ingressaram no en-sino superior. No ano passa-do, esse número subiu para 11.200 estudantes. Ao con-trário do que muitos imagi-nam, esses estudantes tém um bom desempenho acadê-mico. “Normalmente, cer-ca de 30% dos estudantes da UFC são da rede pública de ensino. Até agora, pelo que foi constatado, todos esses alu-nos conseguem acompanhar o ritmo da Universidade”, afirmou o Coordenador de Planejamento, Informação e Comunicação de Dados da UFC, Miguel Franklin de Castro.

A UECE e a UFC disponibili-zam aulas de cursinho voltadas para alunos da escola pública, além de vários outros progra-mas de apoio, como o “Enem Chego Junto, Chego Bem”, um programa criado pela Seduc com o intuito de ajudar e esti-mular os alunos do 2º e 3º anos do Ensino Médio da rede pública

estadual a terem um melhor de-sempenho no Exame. A ação se divide em seis etapas: documen-tação, inscrição, motivação, pre-paração, Dia “E” e ingresso.

Fies e ProuniAs notas obtidas no Enem

também podem ser utilizadas em programas como o Prouni e o Fies. O primeiro oferece aos alunos de escolas públi-cas a oportunidade de estuda-rem em universidades ou fa-culdades privadas, com bol-sas que podem ser integrais ou de 50%. Já o Fies financia toda a graduação para os estu-dantes, oriundos tanto de es-colas públicas como privadas, em instituições não gratuitas. O valor obtido na bolsa só será cobrado dois anos após a con-clusão do curso.

A aluna do quarto se-mestre de Publicidade e Propaganda da Faculdade 7 de Setembro, Leidyane Moreira do Nascimento, 23 anos, revela

Exame obteve 2,34 milhões de inscritos a mais em relação a edição passada

Enem]

Em decorrência do crescente número de instituições públicas que utilizam o exame em seus processo seletivo, jovens se interessam cada vez pelo EnemREPORTAGEM | FOTOS Daniel Costa DESIGN Brena Gomes | Lara Veras

Vou participar não só para tentar ingressar na UFC, mas também para ver meu nível de conhecimentoMicael Jovino, 18

Vanessa Sousa vai fazer o Enem para tentar em uma vaga de PsicologiaLeydiane Moreira decidiu pelo Fies por questões financeciras

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Novembro de 2014 | Papiro 5

do abandono das praças do Centro. “É muito triste ver o local desse jeito, pois ele é um cartão-postal da cidade para quem viveu na época do seu auge”, declara Luís Carlos. A vendedora Elenita, 53, tra-balha há 17 anos no Centro e afirma que, com o passar do tempo, as pessoas vêm fre-quentando menos a região, principalmente por conta do medo de roubos e furtos. “Ninguém vai mais ao Centro ou às praças para passear e ter um momento de lazer, elas vão

somente para trabalhar ou fa-zer compras. O Centro deixou de ser uma região domiciliar para passar a, quase que ex-clusivamente, se tornar uma área comercial, algo que acho muito ruim”, afirma.

O estudante de arquitetu-ra Gabriel Farias, de 19 anos, alerta para o problema de trân-sito no bairro: “É muito fá-cil chegar ao Centro, porém é muito difícil andar por ele. Se for de carro, é quase impossí-vel. As calçadas são tomadas por camelôs e as vias são es-treitas, tomadas por carros estacionados irregularmente nos dois lados”.

Sobre a questão das pes-soas em situação de rua, a Secretaria Regional Centro a--firmou que a Prefeitura, atra-vés da Secretaria Municipal de Trabalho, Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Setra), vem realizando traba-lhos de conscientização para que esses indivíduos utilizem as Casas de Passagem, os abri-gos institucionais ou os Centros de Referência para População em Situação de Rua. Além dis-so segundo dados da Regional, realiza-se diariamente a var-rição e coleta do lixo em todos os logradouros públicos, - ruas, avenidas, praças e outros - lo-calizados na área do Centro, além de lavagens periódicas.

A Prefeitura de Fortaleza anunciou um projeto de revitalização e re-

qualificação do Centro da cida-de para 2015. O plano contem-plará, em sua primeira fase, a reorganização do comércio am-bulante, com a construção de camelódromos (espaços exclusi-vos para camelôs), a reforma de praças e a melhoria do espaço urbano no quadrilátero forma-do pelas avenidas Imperador, Duque de Caxias, Dom Manuel e a Rua Dr. João Moreira. Além disso, serão implantadas 20 ba-ses de vigilância para atuação da Guarda Municipal.

Segundo a Secretaria

Exe-cutiva Regional do Centro, para a primeira etapa das obras foram investidos cerca de R$25 milhões, provenientes do Programa de Valorização e Ampliação da Infraestrutura e Atividade Turística de Fortaleza (Provatur), finan-ciado pelo Banco de Desen-volvimento da América Latina (CAF). A previsão é que ain-da este ano a Prefeitura inicie o projeto estrutural para que, em 2015, possa dar início às intervenções.

Visando melhorar o trânsi-to, planeja-se o ordenamento do mercado ambulante, - prin-cipalmente a feira na Rua José Avelino - transferindo-o para camelódromos que serão cons-truídos. Prédios antigos serão reformados para abrigar esses comerciantes informais, como o antigo Lord Hotel. O projeto também contemplará interven-ções e incentivos de ocupação cidadã em todas as praças do Centro, exceto a Praça José de Alencar - que já está em refor-ma por conta da construção da Estação do Metrô. Abrangerá a melhoria do espaço urbano, - com 24 km de vias – com ilumi-nação pública alimentada por tecnologia de cabos subterrâne-os, recuperação das fachadas, reforma de 10 prédios históricos e a implantação da segurança ci-dadã para garantir, por meio da Guarda Municipal, a preserva-ção do patrimônio público.

De acordo com a Secre-taria Regional Centro, além desse projeto de requalifica-ção, a Prefeitura vem incenti-vando a reocupação domiciliar, por meio de redução de impos-tos, como o IPTU, para quem quiser residir na região. Ela prevê ainda atrair faculdades particulares e outras institui-ções de ensino, criando assim uma vida noturna e cultural, com a circulação de estudan-tes universitários.

Célia Maria, arquiteta da superintendência cearense do Instituto do Patrimônio His-tórico e Artístico Nacional (Iphan), frisa a necessidade da requalificação do Centro, prin-cipalmente por conta do valor histórico do bairro. Para ela, a região é repleta de espaços que poderiam ser reformados e reu-tilizados como equipamentos socioculturais da Prefeitura, a exemplo da Vila das Artes, que fica no prédio da antiga casa do Barão de Camocim. “Sempre houve um desinteresse dos go-vernos e dos próprios morado-res do Centro que, por conta da insegurança, da falta de ilumi-nação e do sucateamento, vem perdendo espaço para os shop-pings”, relata.

Luís Carlos, 62, e Liliane, 58, são um casal de aposen-tados que frequenta a Praça do Ferreira. Eles reclamam

Prédios e praças do Centro da cidade podem ser reformados em 2015

Obras]

Bairro de importância histórica e comercial para a cidade terá seu espaço reorganizado, prédios históricos restaurados eincentivos para atrair a populaçãoREPORTAGEM | FOTOS Átila Frank DESIGN Jéssica Farias | Maiane Almeida

Espaço urbano disputado por carros e ambulantes e, ao fundo, o antigo Lord Hotel que já passa por reformas

“É muito fácil chegar ao Centro, porém é muito difícil andar por ele. Calçadas são tomadas por camelôs e as vias são estreitas, tomadas por carros estacionados irregularmente”Gabriel Farias, 19

“Sempre houve um desinteresse dos governos e dos próprios moradores do Centro que, por conta da insegurança, da falta de iluminação e do sucateamento, vem perdendo espaço para os shoppings” Célia Maria, arquiteta do Iphan

Praça do Ferreira, um dos espaços de convivência do Centro da Cidade

Page 6: Papiro 2014 #4 nov/2014

6 Papiro | Novembro de 2014

Em parceria com o Banco Interamericano de De-senvolvimento (BID),

a Prefeitura Municipal de Fortaleza lança o Programa Credjovem 2014, para jovens que pretendem abrir ou am-pliar o seu próprio negócio. Voltado para o financiamento de planos de negócios elabora-dos por jovens de 18 a 29 anos de idade, o programa conta com investimento de mais de R$ 2 milhões e oferece crédito de até R$ 15 mil a cada um dos empreendimentos seleciona-dos, o projeto se destina, prio-ritariamente, aos jovens que estejam em situação de vulne-rabilidade social.

Cada proposta deve ter no mínimo dois integrantes, re-sidentes em Fortaleza, e que tenham cursado pelo menos 50% de sua vida escolar na rede pública de ensino. Após a apresentação do projeto, o pla-no de negócio passará por uma

banca de avaliadores para en-tão ser aprovado.

Passada esta etapa, serão acompanhados durante seis meses por consultores e recebe-rão capacitação em gestão em-preendedora. Os grupos finan-ciados deverão devolver 60% do crédito recebido em 15 parcelas consecutivas a ser destinado ao Fundo Municipal do Jovem Empreendedor. Esses recursos deverão ser revestidos em favor do próprio Programa.

Beneficiado pelo Credjovem, Anderson Freitas, 28, se diz

satisfeito com as melhorias que obteve após se inscrever no pro-grama. “Tivemos oportunidade de atualizar os equipamentos. Com os recursos financeiros que recebi pretendo expandir as salas para oferecer cursos de informática e fortalecer o meu negócio cada vez mais.”, conta.

Programa apoia jovens com empreendimentos produtivos

Credjovem]

Com o objetivo de incentivar a geração de trabalho e renda, a Prefeitura de Fortaleza lança projeto de financiamento para jovens empreendedoresREPORTAGEM | FOTOS Larissa Becker DESIGN Isabella Vasconcelos | Darlan Araújo

Empreendimento beneficiado pelo Credjovem (Foto: Larissa Becker)

Com os recursos financeiros que recebi pretendo expandir as salas para oferecer cursos de informática e fortalecer o meu negócio cada vez maisAnderson Freitas, 28.

devem se cadastrar nas Salas do Empreendedor, localizadas nas Secretarias Regionais. É necessário apresentar o Documento de Identidade, Cadastro de Pessoa Física (CPF), Comprovante de Endereço, Histórico Escolar e o Plano de Negócio.

Além do recurso financeiro, o programa disponibiliza cur-sos de capacitação e consulto-rias gratuitas para o acompa-nhamento do negócio promo-vendo a sustentabilidade.

As inscrições no programa começam a partir do dia 24 de outubro e os interessados

M A I S A J U DA

O Abrigo São Lázaro existe

desde 1993 e dá apoio

veterinário aos animais

carentes para depois doar

a alguma família. O local é

mantido por doações de

remédios, alimentos, notas

fiscais e materiais de limpeza.

Para doar tem que entrar em

contato com a instituição.

S E rv I çOS

www.grupovipa.com.br

www.abrigosaolazaro.com

Com a falta de políticas públicas voltadas para animais abandonados,

voluntários fazem sua parte e ajudam animais a encontrar novos lares. Segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), existiam cerca de 24 mil ca-chorros e gatos nas ruas de Fortaleza no final do ano pas-sado, tendo a expectativa de um aumento para este ano. Para diminuir esse número, orga-nizações não governamentais (ONG) apoiam a castração para um melhor controle de natali-dade e para evitar a transmis-são de doenças para as pessoas.

Com o intuito de cobrar atitudes do Governo sobre essa causa, há três anos um grupo de pessoas se uniu na Caminhada “Crueldade Nunca Mais” e, a partir da prestação de contas do valor arrecadado com camisas,

criou um grupo Voluntários Independentes de Proteção Animal – VIPA, eles apoiam pessoas para cuidarem dos animais debilitados até fica-rem curados e aptos para a adoção.

Segundo a Presidente, Rúbia Bernardes, 33, durante os três anos de atuação, o Grupo con-tribuiu para a adoção de mais de 80 animais e retirou mais de 500 das ruas. Entre eles estão cachorros e gatos com sérios problemas de saúde causados por maus tratos. As ajudas aos bichos são feitas através de do-ações de pessoas e convênios com clínicas de petshops de Fortaleza, que doam alimen-tos. Uma taxa de R$12 é cobrada voluntariamente visando a pro-moção dos eventos de adoção.

O VIPA não possui sede fixa e os membros se comunicam pe-las redes sociais, onde também

voluntários ajudam animais abandonados a acharem novos donos

Solidariedade]

A cada ano o número de animais abandonados cresce. Ações voluntários podem encontrar novos lares para os bichosREPORTAGEM | FOTOS Manoel Estélio DESIGN Isabella Vasconcelos | Darlan Araújo

divulgam seus trabalhos e um site é disponibilizado para as do-ações da ONG. Além de grupos como esses, pessoas indepen-dentes buscam ajudar animais por conta própria. A exeplo dis-to, Zilda Araújo resgata animais

e os reabilita para que possam ser adotados. Hoje, ela está com sete animais em casa e conta com ajuda dos amigos para os cuidados em geral.

A protetora de animais, Diana Ximenes possui cerca de

60 gatos e sete cachorros em sua casa. Ela acredita que o abando-no só irá acabar quando a popu-lação for mais consciente do so-frimento que causa no animal.

Diana Ximenes com uma gata resgatada

Page 7: Papiro 2014 #4 nov/2014

Novembro de 2014 | Papiro 7

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cer-

ca de 69 mil novos casos de cân-cer de próstata serão diagnos-ticados neste ano no Brasil. Por isso a SBU, em parceria com o Instituto Lado a Lado pela Vida, lança a campa-nha Novembro Azul, que este ano tem como tema “Drible o Preconceito”. O objetivo do movimento é alertar os ho-mens sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata. Durante o mês de novembro, serão distribuídos panfletos explicativos sobre a doença e alguns pontos turís-ticos do Brasil serão ilumina-dos de azul.

Na fase inicial, a doença não apresenta sintomas. No entanto, quando aparecem, indicam que a doença está em estágio avançado, diminuin-do, assim, as chances de cura. Para o médico urologista da

SBU, Fábio Dantas, o grande obstáculo para o diagnóstico é o preconceito que alguns ho-mens têm contra os exames. “Quando descoberto preco-cemente, a doença tem 90% de chance de cura, por isso o exame periódico se torna tão importante”.

O urologista acrescenta que os exames preventivos são sim-ples e devem ser feitos por to-dos os homens anualmente a partir dos 45 anos, ou a partir dos 40 anos, caso haja histórico de câncer de próstata na famí-lia. São feitos dois exames, um de sangue para verificar a do-sagem do antígeno prostático específico, o PSA, e o exame de toque retal. “Apenas com exa-me de toque é possível perceber alguma alteração no tamanho ou na textura da glândula”.

O aposentado Josamar de Lima tem 62 anos e faz o exa-me anualmente. Para ele o pre-conceito em relação ao exame

não pode ser maior do que a vontade de ter uma vida sau-dável. “Eu prefiro fazer o exa-me anualmente a me arriscar a ter câncer de próstata. O pre-conceito pode ser a diferença

entre a saúde e a doença”.Caso o câncer de próstata

seja diagnosticado no exame, o médico Fábio Dantas afirma

que o tratamento mais indica-do e eficaz para a cura é a re-tirada total da próstata. “A ci-rurgia pode ser feita de modo convencional, aberta; por la-paroscopia, que é menos inva-siva porque são feitas peque-nas incisões e utilizada um micro câmera para orientar os médicos; ou por robótica, que se assemelha à laparos-copia, mas é realizada por um robô controlado”. Ele acres-centa que o pós-operatório não requer muitos cuidados e geralmente não há necessida-de de quimioterapia ou radio-terapia para complementar o tratamento.

Área afetadaA próstata é uma glândula

do sistema reprodutor mascu-lino que pesa cerca de 20 gra-mas e está localizada abaixo da bexiga. Sua principal função é, juntamente com as vesículas seminais, produzir o esperma.

Novembro Azul alerta sobre câncer de próstataPrevenção]

Em 2013, mais de 60 mil casos foram registrados. Para este ano, a estimativa é de aumento para quase 69 mil. O quadro de crescimento preocupa especialstas e incentiva homens a fazer o exame diagnóstico, vencendo preconceitos e buscando uma vida saudavelREPORTAGEM Zaira Umbelina| DESIGN Bruna Cruz | Gabriela Rolim

r I SCOS

Idade acima de 65 anos

Histórico familiar

Alimentação inadequada

Sedentarismo

Obesidade

SA I bA M A I S

Em Fortaleza, os exames e

cirurgias são realizados nos

hospitais Cesar Cals, Walter

Cantidio, Santa Casa de

Misericórdia de Fortaleza e

Instituto do Câncer do Ceará.

“Quando descoberto precocemente, a doença tem 90% de chance de cura, por isso o exame periódico se torna tão importante”Fábio Dantas, Urologista

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais fre-quente entre os homens, atrás apenas dos tumores de pele.

Fator emocional prejudica aplicação da segunda doseHPv]

Casos de reações adversas, após a aplicação, têm gerado medo nas jovens e reduzido, em até 50%, a meta do Ministério da Saúde para essa etapaREPORTAGEM Julyta Albuquerque | FOTOS Valdecir Galor | DESIGN Isabelly Lima | Lérida Freire

PA P I LO M Av í rUS H U M A N O

HPV é um vírus transmitido

pelo contato direto com pele

ou mucosas infectadas por

meio de relação sexual e que

pode causar câncer de colo

de útero. Também pode ser

transmitido da mãe para filho

no momento do parto.

A cada ano, ocorrem 18 mil

casos novos de câncer do

colo uterino no Brasil, e,

aproximadamente, quatro

mil mulheres morrem dessa

doença por ano.

A vacina tem excelente perfil de segurança.Renato Kfouri.

Em setembro deste ano o Ministério da Saúde ini-ciou, em todos o país, a

aplicação da segunda dose da vacina contra o Papilomavírus Humano, o HPV. No entanto, o órgão tem registrado baixa adesão a esta etapa da imuni-zação. Em Fortaleza a campa-nha vacinou, de março a agos-to, cerca de 62 mil jovens. Em setembro os núcleos de saúde do município imunizaram ape-nas 10 mil meninas, apesar do órgão não ter recebido nenhu-ma notificação de reação ad-versa à vacina.

A Secretaria de Saúde do Município de Fortaleza (SSMF) sinalizou a possibilidade de es-tender os dias de atendimen-to ao público nos finais de se-mana. “Passando o período eleitoral nós vamos avaliar se essa ação é viável” escla-rece a Secretária de Saúde de Fortaleza, Socorro Martins.

A primeira aplicação, ini-ciada em março, superou a expectativa do governo ao

imunizar 95,3% jovens entre 11 e 13 anos; a meta era de de 80%. Para reforço da vacina, a orientação é que a segunda dose seja aplicada seis meses após a primeira e a terceira dose cinco anos depois.

O presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI), Renato Kfouri, escla-rece que é difícil estabelecer uma relação de causa e efei-to de sintomas com a vacina.

Segundo o especialista, o que ocorre é uma coincidência temporal, agravada por efei-tos emocionais. “Esses tipos de reações com sintomatologia coletiva são descritas nas cam-panhas. Após avaliação neuro-lógica constata-se que não há nenhuma anormalidade. A

vacina tem excelente perfil de segurança.”

Cerca de 200 milhões de do-ses da vacina já foram aplica-das ao redor do mundo. Suécia e Dinamarca realizaram ex-tensa pesquisa com 700 mil meninas que receberam a va-cina e compararam com 700 mil que não foram imuniza-das. O resultado constatou que não houve diferença estatísti-ca nas duas populações no que diz respeito à doença ou qual-quer enfermidade.

A médica pediatra e livre

docente do Departamento de Pediatria da Universidade de São Paulo (USP), Ana Escobar, lembra que é normal que va-cinas acarretem algum efei-to colateral. No entanto, a médica lembra que é inevi-tável não considerar o com-posto psicológico da vacina, principalmente porque essa é a primeira campanha de va-cinação de adolescentes no Brasil. “Temos que entender até que ponto essas reações foram reais aos componen-tes da vacina ou foram uma

reação psicogênica, muito co-mum em ações coletivas.” diz. A Organização Mundial de Saúde (OMS) utiliza o termo “Reação de Ansiedade após Imunização” para esse tipo de ocorrência.

Cerca de 62 mil jovens se vacinaram contra o HPV de março a agosto deste ano.

Page 8: Papiro 2014 #4 nov/2014

8 Papiro | Novembro de 2014

Fortaleza entrará para a lista de cidades brasilei-ras que possuem o siste-

ma de bicicletas compartilha-das. De acordo com a Prefeitura Municipal de Fortaleza, o ser-viço será integrado ao Bilhete Único, tendo a bicicleta como um meio de transporte e não apenas para lazer. A iniciativa passa a valer a partir 15 deste mês. Rio de Janeiro foi a pionei-ra no Brasil, implantando em 2008. São Paulo e Brasília tam-bém possuem seus bicicletários.

Para o uso das bicicletas, o cidadão precisará realizar um cadastro no sistema, median-te o pagamento de uma taxa e, após a conclusão do cadastro, poderá ir para qualquer uma das 40 estações instaladas na cidade e usufruir do servi-ço. Praça da Estação, Passeio Público, Ponte Metálica, Praça da Bandeira, Salinas, Praça da Imprensa, são alguns dos

Fortaleza adotará sistema de bicicletas compartilhadas em novembro

Transporte]

De acordo com a Prefeitura Municipal de Fortaleza, o serviço será integrado ao Bilhete Único, tendo a bicicleta como um meio de transporte e não apenas para lazerREPORTAGEM | FOTOS Beatriz Rocha DESIGN Samara Melo | Antônio Marcos

pontos que terão estações.Após a retirada da bicicle-

ta, será permitido o uso por 1h, sem precisar devolver o veículo na estação de origem. Caso queira usar por mais tempo, o ciclista terá um tem-po de 15min entre o primei-ro uso e outra retirada, para evitar o monopólio do veículo,

possibilitando o uso de outros passageiros.

Matheus Borges, arquite-to, 37 anos, pratica ciclismo há 3 anos e é a favor do sistema de bicicletas compartilhadas. “Essa iniciativa poderá fazer com que mais pessoas passem a praticar esportes, pois a bici-cleta é um meio de transporte

que faz bem para a saúde”, afirma.

Ciclofaixas e estaçõesA cidade de Fortaleza possui

86km de infraestrutura ciclovi-ária, mas a tendência é que esse número aumente, com a cons-trução de mais 10km de ciclo-faixas e ciclovias. Desde o co-meço de 2014 são inauguradas ciclofaixas, já visando o uso das bicicletas compartilhadas.

A última a ser inaugurada foi no começo de outubro na ave-nida Rui Barbosa.

A iniciativa gera criticas devido os locais que possui-ram estações. Lia Pessoa, estu-dante, 22 anos, mora no bairro Bom Jardim, ela reclama da lo-calização das estações, que fa-vorecem mais a parte central da cidade. Segundo ela, pode-riam “incluir também a peri-feria, que já não possui tantas vantagens”. Lia ressalta que uma iniciativa como essa se-ria uma forma de incluir pes-soas que já se sentem excluídas morar longe e não ter muitos meios de locomoção.

Segundo a Autarquia Muni-cipal de Trânsito e Cidadania (AMC), a implantação do siste-ma de bicicletas compartilha-das e o aumento da infraestru-tura cicloviária são medidas que podem melhorar a situação do trânsito de Fortaleza.

Ciclofaixa facilita locomoção de ciclistas“Essa iniciativa da prefeitura poderá fazer com que mais pessoas passem a praticar esportes.”Matheus Borges, 37

Magda Avelino, que precisa se deslocar do North Shopping ao seu local de trabalho na Avenida Washington Soares, houve uma significativa me-lhora em relação às lotações. “Acho os ônibus bem mais cô-modos e por caber mais pesso-as, ninguém precisa se esfor-çar para poder conseguir em-barcar.”, disse.

De acordo com a Prefeitura de Fortaleza, além da linha 755, a 706 e a 703 também passaram por mudanças. A 706 agora opera dentro do Terminal do Antônio Bezerra e faz o transporte de passageiros até a Barra do Ceará e a 703 Paupina/Pici, que reali-zava o retorno em frente à UFC na Av. Humberto Monte, terá seu itinerário estendido até a Av. Gov. Parsifal Barroso. A me-dida irá diminuir a distância de caminhada dos passageiros que desejarem utilizar a linha 703.

O percurso que antes era feito pela van 755 e ago-ra realizado pelo ôni-

bus 855 – Washignton Soares / Bezerra de Menezes. É o mes-mo caminho, mas com a subs-tituição por um ônibus, sai do terminal Antônio Bezerra com destino a Avenida Washignton Soares. No início do mês de ou-tubro houve a mudança.

A população, que ainda se acostuma aos ajustes, recla-ma da falta de aviso prévio por parte da Prefeitura. “A 855 ganhou novo percurso e a opção pra quem quer ir daqui (Av. Washington Soares) para Bezerra de Menezes três dias depois”, contou Ítalo Duarte, estudante de Publicidade.

Alberto Barros, diretor de operações da Cooperativa dos Transportes Autônomos de Passageiros do Estado do Ceará (Cootraps), afirmou que

todas as vans cadastradas na cooperativa, que circulam pela cidade de Fortaleza passarão apenas a alimentar os grandes corredores que terão faixas ex-clusivas para ônibus. Dentro desses corredores serão utili-zados ônibus articulados e ou-tros convencionais, com capa-cidade para um maior contin-gente de pessoas.

Alguns passageiros gos-taram da alteração, embora o tempo de espera continue o mesmo. Para a professora

exclusivas aos ônibus, levan-do passageiros desses pontos às suas casas. A Cooperativa dos Transportes Autônomos de Passageiros do Estado do Ceará (Cootraps), responsável pela frota de vans municipais de Fortaleza, agora é agregada ao Sindiônibus, e terá 13% de participação nas receitas.

Entenda a mudançaAs vans, que eram um meio

alternativo de transporte entre bairros da cidade e o Centro, agora são complementares ao sistema de transporte público de Fortaleza. As topics, como são conhecidas pela população, atuarão apenas na alimentação de corredores dotados de vias

Nova linha de ônibus é implantada para substituir itinerário de van 755

Mudança]

A alteração é resultado do programa de reestruturação das linhas de transporte complementar, parte doPlano de Ações Imediatas de Trânsito e Transporte (Paitt)REPORTAGEM | FOTOS Luiz Gustavo Freitas DESIGN Antonio Marcos | Samara Melo

“As vans passarão a alimentar as faixas exclusivas para ônibus” Alberto Barros

Ônibus 855 faz a rota que antes era realizada pela van 755

Page 9: Papiro 2014 #4 nov/2014

Novembro de 2014 | Papiro 9

Além do público jovem, as crianças também ganharão parte da programação do festi-val, no último dia de evento, 9.

O festival cultural de artes integrada do Ceará, Ponto CE, vai

realizar sua oitava edição en-tre os dias 6 e 9 de novembro, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. O evento vai conti-nuar com o mesmo formato dos anteriores, mesclando dança, música e audiovisual.

O evento vai ter entrada gra-tuita, mas os ingressos serão li-mitados. Para adquirir um bi-lhete basta levar um quilo de alimento não perecívelaos lo-cais de troca específicos.

“Um dos pontos mais impor-tantes do evento é sua gratuida-de. Será grátis, mas não aber-to”, destaca um dos organizado-res do evento, Rafael Bandeira.

ArenasO espaço Mix, o Cena 15 do

Porto Iracema e o Sesc Iracema serão os locais das apresenta-ções de dança, que acontece-rão nos três primeiros dias,

6, 7 e 8. O palco dos shows das bandas é a Praça Verde, as apresentações vão acontecer na sexta-feira, dia 7, e no sá-bado, dia 8.

Já a área audiovisual vai ser toda feita pela internet, em

uma plataforma online, o canal oficial do festival no youtube, o Ponto CE TV, onde serão trans-mitidos vídeos e entrevistas fei-tas ao longo do evento, conten-do partes documentais da his-tória dos oito anos de festival.

AtraçõesNo total, 14 bandas vão se

apresentar. Nesta edição, a ideia é segmentar mais o público, clas-sificando e dividindo as bandas para um dia rock e outro indie, com sete apresentações em cada dia. A sexta-feira, 07, será dedi-cada ao rock, com performances das bandas Far From Alaska, Amsterdã, Cruz, Facada, Mukeka di Rato, Matanza e HOS. Já o sábado, será dedica-do ao indie, com shows das ban-das Supercombo, Rocca Vegas, Síntese, Sulame-ricana, Gram e do guitarrista Felipe Cazaux.

Uma das marcas registra-das do festival é ter participa-ções de bandas independentes. “A ideia de ser um festival com bandas independentes é muito interessante, é uma boa opor-tunidade, porque assim pode-mos conhecer as bandas lo-cais”, disse Ciane Gomes, fre-quentadora do festival e fã das bandas que vão se apresentar.

Festival Ponto CE realiza sua oitava ediçãoCultura]

O evento vai contar com várias bandas independentes ao longo dos quatro dias de eventoREPORTAGEM | FOTOS Clara Jovino DESIGN Felipe Gomes | Leilane Freitas

DA N çA

6/11 Pouso - Marcelle

Louzada 19h

Homem Torto Eduardo

Fukushima 21h

7/11 De fora pra dentro, o ar

circula - Bartira 16h

Transubstanciações

Intempestivas – Filipe

Espindola e Sara Panamby 21h

8/11 Quando a dança é

performance? – Chrystine

Silva (RN) 19h

Paisagem Espinhal – André

Bezerra 21h

como primeiro nome “Festival Vídeo Mostra Fortaleza”. Eusélio Oliveira também era advogado e considerado pio-neiro do cinema cearense. A Casa Amarela que homena-geia foi inaugurada em 1971 e então oferece cursos nas áre-as de cinema, animação e fo-tografia. Alem disso, exibe fil-mes, possui acervo, ilha de edi-ção e promove o Cine Ceará. O Cine Ceará tem ainda apoio do Governo do Estado do Ceará por meio da Secretaria da Cultura e do Ministério da Cultura, através da Secretaria do Audiovisual.

A 24ª edição do Cine Ceará - Festival Ibero Americano de Cinema

exibirá 20 filmes, de acordo com a lista divulgada na se-gunda quinzena de outubro. O evento irá ocorrer no Theatro José de Alencar entre os dias 15 e 22 de novembro.

O festival vai contar com a presença do cineasta argenti-no Daniel Burman, que será homenageado. Sua cinema-tografia vai ser apresentada para o público e receberá o tro-féu Eusélio Oliveira. Seus lon-gas mais conhecidos são “Un Crisantemo Estalla en Cinco Esquinas” (1998), “O Abraço

Partido” (2004) e “A Sorte em suas Mãos” (2013).

A história do festivalO Cine Ceará tem por fi-

nalidade levar ao público ce-arense produções de cine-ma e vídeo ibero-americanos,

possibilitando o intercâmbio entre os produtores brasileiros e dos países ibero-americanos e divulgando os novos talentos na área de audiovisual.

O Brasil participa com três longas: A Estada 47, de Vicente Ferrar; De gravata e

unhas vermelhas, de Miriam Chnaiderman; A vida priva-da dos hipopótamos, de Maíra Bülher e Marias Mariani. As obras concorrem ao Troféu Mucuripe em categorias co--mo melhor longa, direção, roteiro, melhor curta, dire-ção de arte (apenas para lon-gas-metragens) e melhor pro-dução cearense (apenas para curtas-metragens).

O vencedor da categoria de melhor longa-metragem ibero--americana vai receber U$ 10 mil. O Canal Brasil premia-rá com R$ 15 mil o melhor fil-me na categoria curta-metra-gem. Para os estudantes de cinema de diversas univer-sidades cearenses terá o prê-mio “Olhar Universitário”. A- lém disso, a Associação Bra-sileira de Críticas de Cinema (Abraccine) escolherá o prêmio da crítica para melhor curta e longa-metragem.

Eusélio Oliveira e Francis Vale, em 1991, organizaram o primeiro Cine Ceará, que teve

Festival homenageará cinema argentinoCine Ceará]

Brasil, México, Espanha e Chile são alguns dos países que competem pela maior premiaçãoREPORTAGEM | FOTOS Isabelly Lima DESIGN Jéssica Farias| Maiane Almeida

O objetivo do evento é possibilitar o intercâmbio de produtores de vários países

S E rv I çO

Cine Ceará

Av. Barão de Studart, 1165, sl.

103 - Aldeota Fortaleza/Ce

Casa Amarela Eusélio

Oliveira Av. da Universidade,

2591, Benfica Fortaleza/Ce

Page 10: Papiro 2014 #4 nov/2014

10 Papiro | Novembro de 2014

Etapa do circuito Ironman brasil será realizada em Fortaleza

Competição]

Prova testa a resistência dos atletas, sendo conhecida como uma das mais exaustivas e desgastantes do planeta

Depois de passar por Brasília, Florianópolis e Foz do Iguaçu, o

Ironman chega a Fortaleza. A capital cearense é a primeira cidade do Nordeste a realizar uma etapa do circuito, prova classificatória para a final do Mundial de Ironman 2015, no Havaí. Atletas de vários paí-ses participarão do evento, que vale pontos no ranking mun-dial. A estréia será dia 9 de no-vembro, com largada e chega-da no Marina Park Hotel.

Iniciado no Havaí, o Ironman é uma modalidade do Triatlo e possui uma das pro-vas mais exaustivas e desgas-tantes do planeta, com distân-cias que levam o homem ao li-mite do corpo. São 3.8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida. O tempo da pro-va varia de 8 a 17 horas depen-dendo do preparo e resistência de cada atleta. Esta etapa deve contemplar a participação de aproximadamente 1600 atletas de ambos os sexos e com idades superior a 18 anos, distribuídos entre as categorias “elite”, “fai-xa etária”.

A prova exige bastante resistência e necessidade de adaptação ao localDruso Cabral, coordenador de apoio

Um dos atletas cearenses a participar é Deoclécio Castro, que se prepara há cerca de um ano para o Ironman. “A prepa-ração exige muita dedicação. Acordar de madrugada todos os dias, treinos diários (às ve-zes mais de uma vez ao dia); alimentação regulada, acom-panhamento médico, esporti-vo e nutricional; gastos com suplementos, roupas e equipa-mentos; além de conciliar tudo isso a uma rotina de trabalho que eu já tinha. Não é tarefa fá-cil”, diz.

Expectativa de faturamento

De acordo com o coorde-nador de apoio do Ironman Fortaleza, Druso Cabral, os números do evento em Florianópolis mostram o quanto é rentável trazer uma prova dessa magnitude para a cidade. “Nesta edição, a mí-dia espontânea do evento no cenário estadual, nacional e internacional, foi quantifica-da na ordem de R$ 9,5 milhões em 2013. A prova exige bastan-te resistência e necessidade de

adaptação ao local, por isso 83% dos atletas permanecem no município de 4 a 7 dias e 11% entre 8 a 12 dias, os quais demonstram que o lronman Brasil possui uma ocupação maior que a do Carnaval, ten-do faturamento na ordem de R$ 10 milhões”, declarou.

A expectativa, segundo ele, é que Fortaleza supere os números de Florianópolis em 2013. “Para a etapa de Fortaleza, espera-se uma mo-vimentação turística na or-dem de R$ 14 milhões, consi-derando que cada atleta esta-rá acompanhado de 4 pessoas, que em média deixa por dia, na cidade, R$350,00 (entre hos-pedagem, alimentação e ativi-dades extras), com um período de estadia de aproximadamen-te 5 dias na cidade. Os princi-pais Hotéis já estão com ocu-pação de 80%”, diz.

Sobre o apoio e organiza-ção da etapa em Fortaleza, Cabral diz que a Secretaria de Turismo (Setfor) está tra-balhando em conjunto com a Latin Sports, organizadora da prova. “Por ser um evento privado, a Setfor ficou respon-sável pelo apoio institucio-nal e no auxílio à realização da prova. Além de fazermos reuniões com os órgãos ins-titucionais (Regionais, PM, Guarda Municipal e AMC) para que tudo transcorra bem no dia”, conclui.

Hidratação reforçada Devido ao vento e ao calor

na cidade, a Latin Sports ofere-cerá um esquema reforçado de hidratação aos atletas. Serão disponibilizados postos de hi-dratação no ciclismo, a cada 10 km e no percurso da corrida, a cada 2 km.

SA I bA M A I S

Informação completa sobre a

programação da competição,

disponível em: http://www.

ironmanbrasil.com.br/

REPORTAGEM Camila Vasconcelos | FOTOS Arquivo Pessoal| DESIGN Cleber Gomes | Raimundo Machado

Page 11: Papiro 2014 #4 nov/2014

Novembro de 2014 | Papiro 11

O sobe e desce do dólar deixa em dúvida aque-les brasileiros que pre-

tendem viajar para o exterior nos próximos meses. No último levantamento feito pelo Banco Central, no mês de setembro, foi idenfi cado uma valoriza-ção de 8% em relação ao real, levando as pessoas que fazem compra da moeda estrangeira, pensarem duas vezes.

Com a oscilação da moe-da americana frente à moeda brasileira, a tarefa de progra-mar gastos com alimentação, hospedagem e compras no ex-terior torna-se mais árdua. A estudante Yasmin Farias, 20, que está com viagem marcada para os Estados Unidos, no fi m de outubro conta que não foi fá-cil calcular toda a despesa da viagem, e teme refazer os pla-nos, caso haja nova alta do dó-lar até lá.

Nas agências de viagens, al-guns turistas já fecharam an-tecipadamente pacotes para

o exterior temendo prejuízos com uma possível alta no fu-turo. Há também aqueles que deixam de comprar pacotes internacionais por destinos nacionais, afi m de não terem preocupações com a oscilação cambial, como explica a geren-te de uma agência de turismo em Fortaleza, Solange Monte.

estava com planos de passar as festas de fi m de ano no ex-terior, escolher destinos nacio-nais, como as serras gaúchas, por exemplo,” explica Solange.

Para quem não tem outra alternativa a não ser sair do Brasil, Solange recomenda a compra do dólar em poucas quantidades e o uso do cartão de débito, cautelando-se frente ao futuro.

“Recomendo que seja fei-ta aos poucos esta compra da moeda estrangeira, pois hoje está mais caro, mas amanhã ele pode fi car mais em conta. Também sugiro a aplicação destes dólares em cartão e dé-bito que são alternativas frente a esta loucura cambial do mer-cado. Se mais para frente a co-tação do dólar tiver muito alta, é melhor deixar de comprar a moeda de lá para investir no cartão de crédito, dependendo da situação da cotação até o fe-chamento da fatura”, ressalta.

“Quem compra pacotes in-ternacionais hoje, faz essa es-colha com um pé na frente e outro atrás. Mas isso não é de hoje. Constantemente há essa

oscilação do dólar, porém não por isso a procura de viagens ao exterior diminuiu drastica-mente. A situação atual con-tribui para aquela pessoa que

Oscilação da moeda americana deixa em alerta quem viaja para o exterior

Dólar]

Com a recorrente alta do dólar e a valorização do real, os brasileiros se programam antecipadamente para suas viagens temendo futuros prejuízosREPORTAGEM | FOTOS Assis Nogueira DESIGN Brena Gomes | Lara Veras

Recomendo que seja feita aos poucos esta compra da moeda estrangeira, pois hoje está mais caro, mas amanhã pode fi car mais em contaSolange Monte

Alta do dólar gera indecisão entre brasileiros

Famoso por conceder des-contos de até 70%, o Black Friday atrai consumido-

res a cada edição, com ofertas em diversos setores. Devido a adesão maior do setor varejis-ta, espera-se que os números desta edição supere os de 2013.

De acordo com a E- bit - em-presa especializada em infor-mações do e-commerce -, no ano

passado o evento movimentou cerca de R$ 770 milhões, que-brando recordes de faturamen-to em um único dia, e foi res-ponsável por um crescimento de 217%, em comparação a 2012.

Entre os lojistas há gran-de expectativa para esta edi-ção. A loja Imaginarium, de artigos decorativos e presen-tes, confi rmou sua partici-pação. “Vamos ter descon-tos ainda não confi rmados em todos os setores da loja”, afi rma a gerente comercial, Juliana Rocha. Já os consu-midores aguardam essa data para comprar o tão sonhado eletroeletrônico. “Estou espe-rando para ver se compro um MacBook Pro e outros produ-tos que estejam em desconto”, comenta Mariella Estrela.

Uma pesquisa realizada pela Opinion Box, em parce-ria com o Mundo Marketing

aponta que 58% dos e-consumi-dores irão aproveitar o Black Friday para comprar produtos específi cos com preços mais baratos. Já 38% dos entrevista-dos disseram que devem apro-veitar a data para comprar produtos almejados há muito tempo. E por fi m, 27% irão an-tecipar as compras de Natal.

Mesmo com perspectiva de venda positiva, 42% dos en-trevistados ainda desconfi am dos descontos no Black Friday. Enquanto 36% preferem não correr riscos e esperar as ofer-tas de dezembro.

recomendações ao consumidor

É importante tomar alguns cuidados na hora de comprar: fazer uma lista contendo os itens que deseja; pesquisar o preço do produto antes do Black Friday - assim saberá

black Friday 2014 gera expectativa entre lojistas e consumidores

Negócios]

O evento será realizado dia 28 de novembro com descontos em sites e lojas de varejoREPORTAGEM Priscila Almeida DESIGN Bruna Cruz | Gabriela Rolim

se a mercadoria realmen-te está com desconto; obser-var se possui o selo de oferta Black Friday – que garante a promoção da loja; conferir se não está com nenhum defeito e exigir a garantia do produto.

Como surgiuIniciado nos Estados Unidos

em meados dos anos 80, Black Friday foi o nome usado pe-los varejistas para indicar o

período de maior lucro anual. Uma teoria foi criada e utiliza-va as cores vermelha e preta para se referir aos valores ne-gativos e positivos de fi nan-ças. O período negativo corres-pondia aos meses de janeiro a novembro e o lucro acontecia no dia seguinte ao Dia de Ação de Graças durando até o fi m do ano. No Brasil, o evento iniciou em 2010 e acontece no mesmo dia que o americano.

“Estou esperando para ver se compro um MacBook Pro e outros produtos que estejam em desconto”Mariella Estrela

Consumidores aproveitam os descontos da black friday, desde 2010, no Brasil

Page 12: Papiro 2014 #4 nov/2014

12 Papiro | Novembro de 2014

e 18 anos, a maioria vem da região interiorana do estado, encaminhadas pelo Juizado da Infância e da Juventude e pelo Conselho Tutelar. As meninas recebem assistência social, educação adequada e acompanhamento psicológi-co. Assim, a autoestima, apo-dem reconstruir os vínculos familiares, e são incluídas na

rede de ensino e em cursos de iniciação profissionalizante.

A pedagoga diz que, além

que estava no evento, para se colocar no lugar de quem está com câncer e não teve a mes-ma oportunidade que ela, por ter apresentado um nível leve da doença e ter sido curada. “Hoje eu sei o quanto é difí-cil passar por isso, e como ati-tudes pequenas mudam o seu dia”, afirma a blogueira.

A ONG ainda não tem sede própria, as doações de cabelos estão sendo enviadas para a casa de uma das responsáveis. Para maiores informações, os interessados podem acessar a página do facebook www.face-book.com/cabelegria e o site www.cabelegria.com.br.

também blogueiras Eryka Nobre, Bruna Meneses, Kalyne Lima e Pollik Torres, resolve-ram contribuir com o projeto. Organizaram um evento para arrecadar o máximo de cabe-lo que conseguissem. Com a ajuda de familiares e outros parceiros das garotas, o even-to, que ocorreu em abril deste ano, foi bem-sucedido. Nele fo-ram coletadas mais de 80 me-chas de cabelo.

Uma das organizadoras, a blogueira Pollik Torres, 19, pretende ainda participar de outros momentos como esse. Segundo ela, há planos para outros eventos no próximo ano. Pollik, que acabou de se recuperar de um câncer, vê a importância desse proje-to. Ela conta que é grandioso ver a felicidade de quem doa tanto quanto de quem rece-be. Pollik foi submetida a ci-rurgia e uma semana depois cortou o cabelo mais curto do

ONG arrecada doações de cabelos para fabricação de perucas

Campanha]

Doadora ajudam crianças com câncer através de doações de mechas de cabelos. A ideia é melhorar a auto-estima do público em tratamentoREPORTAGEM Flávia Lopes | FOTOS Divulgação Site DESIGN Janaina Ramos | Sâmia Evangelista

PArA DOAçõES Para maiores informações, os

interessados podem acessar

o endereço

www.cabelegria.com.br

Hoje eu sei o quanto é difícil passar por isso, e como atitudes pequenas mudam oseu dia Pollik Torres, 19.

Crianças que lutam contra o câncer, re-cebem perucas fa-

bricadas através de doações arrecadadas pela organi-zação não-governamental Cabelegria. Fundada pela de-signer Mariana Robrahn, 24, e pela publicitária Mylena Duarte, 23, a ONG de São Paulo completa um ano de existência neste ano.

A ideia para o projeto veio através de uma amiga que sempre doava o cabelo para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Mariana e Mylene, também querendo ajudar, criaram um evento no face-book para incentivar a doação de cabelo. Logo, a ação atraiu a atenção das pessoas, que procuravam mais informa-ções sobre as contribuições. Nesse momento, as meninas resolveram criar o projeto e começaram a arrecadar doa-ções de cabelos.

Para a confecção das peru-cas, a ONG tem parceria com o salão de beleza Andrea Lopes Cabelos, que faz a produção gratuitamente. No salão, são produzidas cerca de quatro pe-

rucas por semana, e ao todo já foram doadas mais de 20.

A Cabelegria recebe doa-ções de todo o Brasil, e até de outros países. Em Fortaleza, a blogueira Sandy Lima jun-tamente com suas amigas

Moradoras de abrigo no Luciano Cavalcante recebem ajuda de projeto beneficente

Ação voluntária]

Além do auxílio governamental, 600 casas de acolhimento são beneficiadas pelo programa de assistência voluntáriaREPORTAGEM I FOTO Erikson Amaral DESINGN Lorena Pio / Junior Tavares

Jovens moradoras de abrigo são favorecidas por iniciativas de volun-

tários. O projeto, Costume Bem, foi idealizado por fun-cionários do Mercadinho São Luís e oferece cursos às adolecentes, que buscam co-nhecimento e entretenimen-to para ocupar o tempo ocio-so, além de acompanhamento psicológico.

O abrigo Nova Vida, lo-calizado no bairro Luciano Cavalcante, recebe o apoio do voluntariado, que minis-tra oficinas voltadas ao uni-verso feminino. Segundo Ana Valéria, pedagoga e coorde-nadora do abrigo, outros cur-sos serão ofertados até o final do ano, como de maquiagem e dança.

A casa acolhe 12 adolescen-tes do sexo feminino, entre 12

SErvIçO

Para doações:

Coordenadora: Ana Valéria

Almeida Queiroz

End.:: Rua Aiko Maria, 39 -

Eng. Luciano Cavalcante

CEP: 60.811-151 - Fortaleza -

Ceará - Brasil

Fone: (85) 3273.3389

A sede, localizada no bairro Luciano Cavalcante, abriga 12 adolescentes em uma casa com vasta área e três quartos.

do Nova Vida, outros 600 abrigos recebem ajuda do projeto, além do Governo, que custeia seis refeições diárias básicas na rotina de cada jo-vem. Os lanches são financia-dos através de doações.

O Costume do Bem objeti-va contribuir com o fortale-cimento das virtudes, fomen-tar o senso de pertencimento/grupo, contribuir para a re-dução dos problemas sociais, além de inspirar outras pes-soas e instituições à prática do voluntariado.

Dia a diaAs meninas que residem

no abrigo possuem hábitos di-ferentes uma das outras, mas todas acordam no mesmo ho-rário, às 06h30min. Escola, trabalho e estágio dividem a rotina das moradoras, que

são acompanhadas tanto pela coordenação do abrigo como pela empresa a que prestam serviço. Com o dinheiro ganho no estágio, as adolescentes aprendem ter controle finan-ceiro. Objetos de uso pessoal, como celulares, são compra-dos com as economias, mas o uso é monitorado por um edu-cador da casa.

A casa acolhe doze meninas, a maioria da região interiorana do estado

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Novembro de 2014 | Papiro 13

roupas Inadequadas]

Determinação da Policia Federal gera aluguel de calças

se retirasse, por conta do traje inadequado. “Isso é um absur-do!”, disse o agente comercial, indignado. Logo, recorreu à op-ção mais rápida de alugar uma calça. “Com o tempo que levo pra ir em casa, o gasto com a gasolina e a falta de paciência, o melhor é alugar a calça mes-mo”, falou, já vestindo a peça por cima da bermuda.

Agda Sueld, 30, comparou o serviço de aluguel de cal-ças com o “jeitinho brasilei-ro”. Segundo ela, o brasileiro tem mais criatividade quando se trata de ganhar dinheiro. A estilista não vê problema em usar o serviço. “Nunca pas-sei por essa situação. Se fosse preciso, não teria problema em alugar”, disse.

que muitas pessoas só toma-vam conhecimento da deter-minação ao chegar no local e viu no aluguel de calças uma forma de aumentar a renda em 30%. Além de vender café na entrada do prédio, o ambu-lante observa quem chega com trajes inadequados e oferece o serviço. “Alguns têm besteira, olham torto, mas sempre vol-tam, porque não querem ir em casa”, relata o vendedor.

Além do estoque de calças,

Quem chega à sede da Polícia Federal (PF), no bairro de Fátima,

pode ser pego de surpresa logo na entrada onde está escrito: “Proibido a entrada trajando bermuda”. Porém poucas pes-soas atentam-se ao alerta e aca-bam sendo barradas. Por outro lado, algumas pessoas desco-briram como ganhar dinheiro com esse constrangimento.

Francisco Pereira, 41, ven-dedor ambulante, percebeu

o negociante tem saias na al-tura adequada, de acordo com as restrições da PF, para ofe-recer às mulheres que procu-ram o serviço. O comercian-te contabiliza cerca de 10 alu-guéis por dia. “Tem gente que se esquece de devolver, mas a gente sabe que não é de má fé”, conta Francisco.

Fábio Silveira, 39, não sa-bia da restrição e ao chegar à recepção foi abordado pelo se-gurança e que pediu que ele

A corporação proibiu a en-trada de pessoas usando rou-pas curtas, porque, segundo o segurança do local, é preciso estar vestido adequadamente para ter acesso aos serviços de um órgão público. A me-dida interna, tomada há pou-co mais de dois meses, ocor-reu quando um estrangeiro chegou ao local com bermuda curta, deixando desconfortá-vel quem estava presente.

LegislaçãoA PF não se baseia em leis, já

que não existem determinações que restrinjam o uso de roupas específicas para ingressar em suas dependências físicas. Além da PF, outros espaços públicos, como fóruns e shoppings, ado-tam medidas internas para con-trolar a entrada de pessoas com trajes inadequados.

Após incidente com estrangeiro, o órgão decidiu restringir o tipo de roupa para entrar na sede REPORTAGEM | FOTO Caio Faheina DESIGN Júlia Moésia/Pedro Henrique

Tem gente que se esquece de devolver, mas a gente sabe que não é de má féFrancisco Pereira

Aluguel de calças acontece na calçada da PF

S E rv I çO

Endereço: Rua Paula

Rodrigues, número 304, Bairro

de Fátima

Telefone: 3533-4150

a estudante S. C., de 20 anos, que preferiu não se identificar. “Desde então não sinto mais fortes dores, mesmo depois de dois anos. Porém, meu ciclo menstrual nunca mais foi mes-mo, passou a ser imprevisível”.

Um vídeo publicado por uma professora univer-sitária deu início a uma

importante discussão: os riscos do uso de anticoncepcionais. Carla Simone Castro, 41, divul-gou em sua página no Facebook um vídeo em que relata ter sofri-do uma trombose cerebral e atri-buiu ao uso da pílula anticon-cepcional Yasmin, que ela con-sumiu durante seis meses. Além de contar sua história, Carla faz um alerta para o uso indiscrimi-nado do medicamento.

Situações em que o uso de pí-lulas anticoncepcionais causa males à saúde, não são raras. As mulheres que desejam fazer uso desses medicamentos devem fi-car atentas. “Vê-se muito na li-teratura médica ocorrências de

casos de acidente cardio-vascu-lar (AVC) em mulheres jovens, e um dos fatores de risco nota-dos é o uso de anticoncepcio-nal”, afirma o neurologista José Hortêncio dos Santos Neto. Ele afirma também que mulheres que sofrem de enxaquecas com aura tem mais tendência a so-frer eventos trombóticos. A en-xaqueca com aura se diferencia

das enxaquecas comuns por provocar sintomas relaciona-dos ao sistema nervoso, como perturbações motoras, auditi-vas, visuais e sensitivas.

Para a ginecologista Maria das Graças Loureiro, é essen-cial que haja um acompanha-mento médico. “O ginecologis-ta faz a anamnese com toda a história da paciente. E, junto com ela, analisando os prós e os contras, decide o que fazer. Cada caso é um caso.” A anam-nese é uma entrevista que vai analisar todos os fatores do his-tórico do paciente: antecedentes familiares, uso de outros medi-camentos, massa corporal, se a pessoa é fumante ou se bebe, en-tre outros. Loureiro afirma que dependendo da situação de cada

paciente podem ser recomenda-dos outros métodos contracepti-vos, mas que as pílulas anticon-cepcionais não fazem mal à saú-de de todas as mulheres. “Em baixa dosagem, elas protegem a mulher contra males como cistos e câncer no ovário, apa-recimento de pólipos ou mioma uterino, entre outros”.

O perigo está no uso indis-criminado do medicamento, sem acompanhamento médico. “Até meus 18 anos tive cólicas muito fortes, sentia fraqueza, tontura e vontade de vomitar, mas a menstruação era bem re-gular. Decidi usar anticoncep-cional sem orientação, comprei o que parecia ideal. Resultado: menstruei por 21 dias seguidos e resolvi interromper”, afirma

Uso incorreto da pílula anticoncepcional oferece riscos à saúde da mulher

Medicina]

Médicos alertam mulheres sobre as consequências do uso desse medicamento por conta própriaREPORTAGEM | FOTOS Paulo Victor Mascarenhas DESIGN Felipe Gomes| Leilane Freitas

A ginecologista Maria da Graça Loureiro alerta para a necessidade de uma entrevista com a paciente

Dependendo da situação de cada paciente, podem ser recomendados outros métodos contraceptivos

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14 Papiro | Novembro de 2014

conquistando seu público.Assim como a pizzaria mó-

vel, outro negócio inovador da cidade é a padaria Pão to Go, uma franquia de uma rede de drive thru de São Paulo. Segundo o empreendedor Már-cio André, o objetivo da pada-ria é facilitar a vida de quem vai comprar, já que em outras

Assim como várias cida-de do Brasil, um novo modelo de negócios

vem diversifi cando os empre-endimentos de Fortaleza des-pertando o interesse de pesso-as que querem se tornar autô-nomas. Apresentando para os consumidores um serviço di-ferente daqueles que já estão sendo ofertados no mercado, como a pizzaria móvel, a pa-daria drive-thru e os produ-tos cosméticos a base de uma planta medicinal da Índia, que apostam na inovação para atrair o público.

Segundo informações con-tidas na última pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) sobre empreendedo-rismo realizada pelo Sebrae, 87% dos nordestinos querem seguir a carreira do empre-endedorismo. Através das fa-cilidades que o mercado pos-sui para pequenos negócios a possibilidade de montar uma

empresa de pequeno porte, sem muitas burocracias, é o que atrai os novos empreende-dores. Juntando todas as pes-quisas e a vontade de ter o pró-prio negócio, surge o diferen-cial das novas empresas.

Foram essas caracterís-ticas de como fazer uma em-presa diferente que atraíram o dono da Pizza Nakombi, Adriano Gurgel, que começou a pensar em seu negócio, atra-vés de programas de televisão

americanos sobre food trucks, um tipo de restaurante mó-vel muito utilizado nos EUA, mas até então, pouco conhe-cido no Brasil. Passou-se cin-co anos até que o estudante de Gastronomia tivesse con-dições fi nanceiras para com-prar sua Kombi, fazer seu es-tabelecimento e se consolidar,

Aumento de empreendedores diversifi ca o mercado de negócios

Economia]

Novos modelos de empreendimentos surgem em Fortaleza para atrair público interessado em abrir o próprio negócioREPORTAGEM | FOTOS Lígia Duarte DESIGN Ana Clara Cabral | Eduardo Almeida

Para o Sebrae, 87% dos nordestinos querem ter o próprio negócio de pequeno porte e sem burocracias

Padaria na Av. Rui Barbosa possui um diferencial no atendimento rápido de pães

do ramo há fi las e demora. Foi com essa ideia e um local es-tratégico para obter um bom público que André montou este empreendimento.

Atrelado às novas tendên-cias no mercado de comida, os produtos à base de uma planta medicinal originária da Índia também são uma das fabrica-ções inovadoras. A empresá-ria Elizabeth de Freitas mon-tou seu negócio após pesquisas com médicos e farmacêuticos sobre os benefícios da planta-ção do Neem. Ela possui uma fábrica, vende seus produtos para farmácias naturais e pos-sui uma parceria de represen-tação internacional.

Além das oportunidades que o mercado oferece aos em-preendedores, ele mostra uma visão diferente do mercado atual, mostrando aos empre-sários, como se diferenciar do que já existe e montar empre-sas totalmente inovadoras.

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Novembro de 2014 | Papiro 15

A XI Bienal Internacional do Livro terá como tema principal a ho-

menagem ao contista cearense Moreira Campos, que comple-taria 100 anos no último mês de janeiro. A organização é do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura do Estado (Secult) e instituições parceiras. O evento acontece entre os dias 6 e 14 de dezem-bro deste ano, no Centro de Eventos do Ceará.

A homenagem a Moreira Campos inclui duas exposi-ções. “Uma delas será a apre-sentação de algumas capas de seus livros, e a outra será ex-posição de seu acervo literá-rio”, destaca a coordenadora de Ação Cultural da Secult, Roberta Duarte. O autor de “Dizem que os cães veem coi-sas” será representado com uma série de ações e lança-mentos de sua trajetória. O espetáculo conta com a ree-dição das obras do contista, que serão divididos em dois volumes, e com o lançamen-to de uma obra inédita, “A Gota Delirante”. Outros auto-res em destaque são os escri-tores Milton Hatoum, Xico Sá, Raquel Cozer, Benita Pietro e Pedro Bandeira.

Segundo a coordenadora da Secult, a ideia do espetá-culo também é gerar um pro-jeto educacional com os alu-nos da rede pública estudan-til. “A proposta da Bienal vai além, ela pretende originar um projeto pedagógico em que as obras dos autores ser-virão como livros paradidáti-cos”, afi rma. Como incentivo à leitura, o autor também será

bienal Internacional do Livro homenageia o contista cearense Moreira Campos

Literatura]

Outros autores em destaque são os escritores Milton Hatoum, Xico Sá, Raquel Cozer, Benedita Pietro e Pedro BandeiraREPORTAGEM Matheus Ribeiro FOTOS Divulgação da assessoria DESIGN Ana Clara Cabral | Eduardo Almeida

celebrado por meio da literatu-ra de cordel através do corde-lista Klévisson Viana, que pro-duzirá algumas obras de ro-mance sobre Moreira Campos. Essas obras serão lançadas na Bienal do Livro e distribuídas para os alunos das escolas pú-blicas do estado e município.

Além de exposições, ha-verá apresentações de fi l-mes produzidos a partir da obra de Moreira Campos. A Bienal inspirada nas obras do escritor, irá reproduzir o Bosque Moreira Campos da Universidade Federal do Ceará (UFC), no Centro de Eventos.

Segundo a professora La-rissa Brayner, 49, este é um tipo de evento para o cresci-mento intelectual das crian-ças, que com os avanços tecno-lógicos colocam outras prio-ridades no lugar da leitura. “Estes eventos literários fa-zem com que a leitura seja tra-tada pela criança como um há-bito prazeroso, e isso é um fator importante para o desenvolvi-mento infantil”, afi rma à edu-cadora. A expectativa da pro-fessora para a nova edição vai além do simples interesse lite-rário, mas também econômico. Momento de poesia na X Bienal do Livro

Teatro infantil na X Bienal do Livro. Oportunidade de crianças e adultos conhecerem literatura

“Além de entreter nossos fi lhos eu acho que a Bienal é boa fi -nanceiramente para os pais, porque encontramos os livros paradidáticos solicitados pe-las escolas com um preço bem mais em conta”, completa.

Para a estudante Luiza Brayner, 10, ir às feiras lite-rárias é uma atração diferen-te da que é acostumada a fa-zer, pois além de conhecer novas histórias ela também conhece o mundo através do teatro e das brincadeiras que

são realizadas. “Adoro livros com histórias de princesas, pois posso dividir com minhas amigas da escola”, disse a es-tudante. Segundo ela, olhar vários tipos de livros e várias pessoas lendo ao mesmo tempo estimula a vontade pela litera-tura. “Quando eu vejo várias pessoas lendo eu também fi co com vontade de ler, e acabo me interessando mais”, completa.

ExpectativasPara os organizadores do

evento, 35 mesas-redondas, 30 palestras e cerca de 80 ofi cinas destinadas ao público adulto e infantil, além de seis a dez sho-ws artísticos e oito conferên-cias masters. Na última edição da Bienal, a organização atin-giu um público de 600 mil pes-soas ao fi nal da exposição.

A intenção atual é elevar a presença do público presente, “O nosso objetivo é atrair cada vez mais o público para o even-to, através de shows literários com músicas ligadas aos auto-res homenageados. Esperamos que esta edição da Bienal com-pareçam cerca de 700 mil pes-soas aos espetáculos realiza-dos”, afi rma Roberta.

“A proposta da Bienal vai além, ela pretende originar um projeto pedagógico em que as obras dos autores servirão como livros paradidáticos”Roberta Duarte

“A Bienal é boa fi nanceiramente para os pais, porque encontramos os livros paradidáticos solicitados pelas escolas com um preço bem mais em conta”Larissa Brayner

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16 Papiro | Novembro de 2014

17 a 20 NOVEMBRO

A Semana da Comunicação da Fa7 traz para você uma semana diferente, pois estamos comemorando os 10 anos dos cursos de Jornalismo e Publicidade & Propaganda.

S M AESES MEMAMAM NANAANAÃC MOCOC MOMUMUM INUNU INICICI ÇÃÇÃACAC ÇAÇ OÃOÃ

DADADÇ

10 anos de integração e interatividade