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ABNT NBR 15575 – NORMA DE DESEMPENHO (panorama jurídico) Carlos Pinto Del Mar outubro/2013

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Page 1: Panorama juridiconbr15575

ABNT NBR 15575 – NORMA DE DESEMPENHO

(panorama jurídico)

Carlos Pinto Del Mar outubro/2013

Page 2: Panorama juridiconbr15575

Falhas,

Responsabilidades

e Garantias

na construção civil

Editora Pini

Editora Método

www.piniweb.com.br

Page 3: Panorama juridiconbr15575

A elaboração das normas é voluntária, mas o cumprimento é

obrigatório.

O cumprimento é obrigatório, por vários aspectos:

aspecto contratual (boa-fé objetiva)

aspecto legal (propriamente dito)

NORMAS TÉCNICAS

Page 4: Panorama juridiconbr15575

É um dever legal, quando houver lei determinando o cumprimento:

Código(s) de Obra(s) Municipal(ais)

Lei 4.150/62 (regime obrigatório de cumprimento das normas da

ABNT, nos contratos de obras e compras do serviço público federal);

Lei de incorporações (4.591/64);

Lei de acessibilidade;

Lei de licitações (n. 8.666/93) – projetos de acordo com as normas;

Código de Defesa do Consumidor – art. 39 – É vedado ao

fornecedor ...; art.

Page 5: Panorama juridiconbr15575

Código Civil:

Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste (“contrato”), ou o

costume do lugar, o dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém,

rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas e dos

planos dados, (“projetos”) ou das regras técnicas em trabalhos de tal

natureza. (“normas técnicas”)

Art. 616. No caso da segunda parte do artigo antecedente,

(“regras técnicas”) pode quem encomendou a obra, em vez de enjeitá-

la, recebê-la com abatimento do preço.

CONSEQUÊNCIAS

Page 6: Panorama juridiconbr15575

Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor)

– Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos e serviços:

VIII – colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em

desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou,

se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas

Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de

Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO.”

Page 7: Panorama juridiconbr15575

Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor)

Art. 12. São consideradas práticas infrativas:

I – (...)

IX - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço:

a) em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes,

ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de

Normas Técnicas - ABNT ou outra entidade credenciada pelo Conselho

Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - CONMETRO;

Page 8: Panorama juridiconbr15575

Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor)

Das Penalidades Administrativas

Art. 18. A inobservância das normas contidas na Lei nº 8.078, de 1990, e das

demais normas de defesa do consumidor constituirá prática infrativa e sujeitará

o fornecedor às seguintes penalidades, ... :

I - multa; ... (...);

X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;

§ 2º As penalidades previstas neste artigo serão aplicadas pelos órgãos oficiais

integrantes do SNDC, sem prejuízo das atribuições do órgão normativo ou

regulador da atividade, na forma da legislação vigente.

Page 9: Panorama juridiconbr15575

DECRETO Nº 7.963, DE 15 DE MARÇO DE 2013

Art. 1o Fica instituído o Plano Nacional de Consumo e Cidadania, com a finalidade

de promover a proteção e defesa do consumidor em todo o território nacional, por

meio da integração e articulação de políticas, programas e ações.

Art. 6o O eixo regulação e fiscalização será composto, dentre outras, pelas

seguintes políticas e ações:

V - garantia da efetividade da execução das multas;

Art. 7o (...)

III - fortalecimento da atuação dos Procons na proteção dos direitos dos

consumidores.

ATENÇÃO

Page 10: Panorama juridiconbr15575

Construtoras do “Minha Casa, Minha Vida” com queixas recorrentes irão

para cadastro negativo da Caixa

Criado o canal da Caixa Econômica Federal para atendimento exclusivo sobre o

Programa Minha Casa, Minha Vida.

As queixas recebidas por meio do serviço 0800 721 6268 e que não forem

resolvidas, impedirão a empresa de contratar com a Caixa até que solucione o

problema.

Além disso, construtoras alvo de reclamações recorrentes entrarão para o cadastro

negativo do banco.

Sobre a obrigatoriedade de atendimento às normas técnicas

Page 11: Panorama juridiconbr15575

O ATENDIMENTO ÀS NORMAS TÉCNICAS É UMA

PRESUNÇÃO DE REGULARIDADE

O DESCUMPRIMENTO DAS NORMAS TÉCNICAS

TRAZ CONSEQUÊNCIAS

Page 12: Panorama juridiconbr15575

– Rejeição do produto

– Abatimento do preço / indenização / dano moral

– Obrigação de fazer (troca/reparos), sob pena de multa

– Multa (Procons) – cobrança executiva

– Normas de segurança – reflexos na esfera criminal

CONSEQUÊNCIAS DO DESCUMPRIMENTO

Page 13: Panorama juridiconbr15575

13

ABNT NBR 15575 – 4ª edição

Edificações habitacionais – Desempenho

(entrou em vigor em 19/7/2013)

_______________________________________

Page 14: Panorama juridiconbr15575

14

ABNT NBR 15575 – 4ª edição

Edificações habitacionais – Desempenho ______________________________________________________________________

12/5/2008 12/11/2010

(6 meses)

12/5/2010

entrada em vigor

exigibilidade

(2 anos)

19/2/2013

publicação

validade/exigibilidade

(150 dias)

19/7/2013

a versão revisada cancela e

substitui a edição anterior

Entre

12/11/2010 e 12/3/2013

a exigibilidade foi suspensa

Edição anterior Versão atual (revisada)

publicação

Page 15: Panorama juridiconbr15575

Aplica-se a edificações HABITACIONAIS

(não comerciais ou industriais)

A Norma NÃO SE APLICA a:

Obras já concluídas

Obras em andamento na data da entrada em vigor da Norma

Projetos protocolados nos órgãos competentes até a data da entrada em vigor da Norma

Obras de reformas

Retrofit de edifícios

Edificações provisórias

ABNT NBR 15575 – 4ª edição

Edificações habitacionais – Desempenho ______________________________________________________________________

Page 17: Panorama juridiconbr15575

Perícia, vistoria, inspeção predial, ...

“A inspeção predial configura-se como ferramenta útil para verificação das condições de conservação das edificações em geral, para atestar se os

procedimentos de manutenção adotados são insuficientes ou inexistentes, além de fornecer subsídios para orientar o plano e programas de manutenção,

através das recomendações técnicas indicadas no documento de Inspeção

predial.” (Nota na Tabela C.4)

Page 18: Panorama juridiconbr15575
Page 19: Panorama juridiconbr15575

Os projetistas devem estabelecer a Vida Útil de Projeto (VUP)

de cada sistema que compõe a norma

PROJETISTAS (NOVA OBRIGAÇÃO)

Page 20: Panorama juridiconbr15575

SISTEMA VUP mínima

Estrutura > 50 anos

Pisos internos > 13 anos

Vedação vertical externa > 40 anos

Vedação vertical interna > 20 anos

Cobertura > 20 anos

Hidrossanitário > 20 anos

(*) Considerando periodicidade e processos de manutenção segundo a ABNT NBR 15575 e especificados no respectivo manual de uso, operação e manutenção entregue ao usuário elaborado em atendimento à ABNT NBR 14037.

TABELA 7 – Vida útil de projeto (VUP)*

(item 14.2.1 da Norma)

Page 21: Panorama juridiconbr15575

VIDA ÚTIL – VU (conceito)

A edificação deve manter certos requisitos para atender a

finalidade habitacional ao longo do tempo (conforto

térmico, conforto acústico, estanqueidade, segurança, etc.)

A ND estabelece os requisitos mínimos que devem ser

atendidos pela edificação, quando em uso (desempenho)

E estabelece o tempo durante o qual esses requisitos

devem ser atendidos, supondo a correta manutenção

Page 22: Panorama juridiconbr15575

VIDA ÚTIL – VU (conceito)

É um parâmetro

estabelecido pelo meio técnico

que indica o período de tempo

em que os requisitos mínimos de desempenho (indicados

pela Norma) devem ser atendidos pela edificação,

supondo a correta manutenção

Page 23: Panorama juridiconbr15575

Quem define a VUP precisa também estabelecer quais

ações de manutenção deverão ser realizadas, para

garantir que seja atingida (manutenção “de projeto”).

PROJETISTAS (manutenção “de projeto”)

Page 24: Panorama juridiconbr15575

SECOVI – Maio/2010 24

SISTEMA: O edifício analisado como um todo. Sua subdivisão hierárquica (em

subsistemas, elementos e componentes) é feita pelo nível funcional de suas

partes;

SUBSISTEMA: (também denominado “Sistema”): Parte da edificação,

constituída de elementos e componentes, destinada a cumprir uma macro

função que define (ex.: fundações, estrutura, vedações verticais, instalações

hidrossanitárias, cobertura; em geral é referido como “sistema”);

ELEMENTO: Uma parte de um subsistema com funções específicas.

Geralmente é composto por um conjunto de componentes (ex.: parede de

vedação de alvenaria, painel de vedação pré-fabricado, estrutura de

cobertura;

COMPONENTE: Produto integrante de determinado elemento do edifício (ex.:

bloco de alvenaria, telha, folha de porta)

MATERIAIS: Produtos com os quais são feitos os componentes e elementos

(ex.: areia, cimento, cal, etc.).

Page 25: Panorama juridiconbr15575

SECOVI – Maio/2010 25

O funcionamento de um subsistema,

durante a vida útil, depende da

substituição de componentes que se

desgastam em tempo menor do que a

vida útil do sistema (flexíveis,

gaxetas, o “courinho” da torneira,

etc.), providências compreendidas na

atividade de manutenção

VIDA ÚTIL - MANUTENÇÃO

Page 27: Panorama juridiconbr15575

Exemplo: (consta no Anexo “D”, da Parte 1)

Um revestimento de fachada em argamassa pintada

pode ser projetado para uma VUP de “x” anos,

desde que a pintura seja refeita a cada “y” anos,

no máximo

Se o usuário não realizar a manutenção prevista, a VU real do revestimento poderá ser seriamente comprometida

As eventuais patologias resultantes terão origem na falta de manutenção, e não em uma falha de construção

MANUTENÇÃO

Page 28: Panorama juridiconbr15575

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS

IMPORTANTES DA NORMA DE DESEMPENHO

Page 29: Panorama juridiconbr15575

1º - Porque cabe ao construtor especificar as atividades de manutenção, por meio dos manuais (tem o dever, mas também tem o direcionamento) 2º - Porque a manutenção é responsabilidade dos usuários, assim

definido na Norma

3º - Porque, se a manutenção não for feita, a vida útil pode não ser atingida (vide Norma), e isso configura culpa da vítima, que, segundo o próprio CDC, exclui a responsabilidade do construtor 4º - Porque o ônus da prova da manutenção, é dos próprios usuários

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 30: Panorama juridiconbr15575

1º - Porque cabe ao construtor especificar as atividades de manutenção, por meio dos manuais (tem o dever, mas também tem o direcionamento) 2º - Porque a manutenção é responsabilidade dos usuários, assim

definido na Norma

3º - Porque, se a manutenção não for feita, a vida útil pode não ser atingida (vide Norma), e isso configura culpa da vítima, que, segundo o próprio CDC, exclui a responsabilidade do construtor 4º - Porque o ônus da prova da manutenção, é dos próprios usuários

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 31: Panorama juridiconbr15575

Sobre os manuais:

ABNT NBR 15.575:

5.4.2 Ao construtor ou incorporador cabe elaborar o manual de

uso, o e manutenção, ou documento similar, conforme 3.26,

atendendo à ABNT NBR 14037. O manual deve ser entregue ao

proprietário da unidade quando da disponibilização da

edificação para uso. Deve também ser elaborado o manual das

áreas comuns, que deve ser entregue ao condomínio.

IMPORTANTE: Além do Manual de Uso, detalhar o “Programa de

Manutenção” a ser seguido pelos usuários (a ABNT NBR

5674 estabelece os requisitos para a gestão do programa)

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 32: Panorama juridiconbr15575

A importância dos manuais

Manual de uso e operação (Proprietário)

Manual de áreas comuns

Plano de Manutenção / Plano de gestão da manutenção

(ABNT NBR 5674)

A falta de manutenção, pelos usuários,

exclui a responsabilidade do construtor

(ABNT NBR 14037)

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 33: Panorama juridiconbr15575

1º - Porque cabe ao construtor especificar as atividades de manutenção, por meio dos manuais (tem o dever, mas também tem o direcionamento) 2º - Porque a manutenção é responsabilidade dos usuários, assim

definido na Norma

3º - Porque, se a manutenção não for feita, a vida útil pode não ser atingida (vide Norma), e isso configura culpa da vítima, que, segundo o próprio CDC, exclui a responsabilidade do construtor 4º - Porque o ônus da prova da manutenção, é dos próprios usuários

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 34: Panorama juridiconbr15575

Sobre a responsabilidade dos usuários pela manutenção:

ABNT NBR 15.575:

5.5 Usuário - Ao usuário ou seu preposto cabe realizar a

manutenção, de acordo com o estabelecido na ABNT NBR

5674 e o manual de uso, operação e manutenção, ou

documento similar (ver 3.26).

Anexo C: “É necessário salientar a importância da realização

integral das ações de manutenção pelo usuário, sem o que se

corre o risco de a VUP não ser atingida.”

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 35: Panorama juridiconbr15575

Os condomínios estão obrigados a fazer a manutenção? devem seguir as Normas Técnicas (entre as quais a 15.575 e a 5674)?

Norma Técnica de para-raios

Norma Técnica ref. segurança e higiene de piscinas

Normas Técnicas ref. sistema elétrico (aparelhos, instalações, etc.)

Norma Técnica de brinquedos de “play ground”

Norma Técnica de acessibilidade

Norma Técnica ref. cores para tubulações

Norma Técnica ref. sistema de iluminação de emergência

Norma Técnica ref. sinalização de segurança contra incêndio

Normas Técnicas das concessionárias de serviços públicos (energia,

gás, água, telefone)

...

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 36: Panorama juridiconbr15575

1º - Porque cabe ao construtor especificar as atividades de manutenção, por meio dos manuais (tem o dever, mas também tem o direcionamento) 2º - Porque a manutenção é responsabilidade dos usuários, assim

definido na Norma

3º - Porque, se a manutenção não for feita, a vida útil pode não ser atingida (vide Norma), e isso configura culpa da vítima, que, segundo o próprio CDC, exclui a responsabilidade do construtor 4º - Porque o ônus da prova da manutenção, é dos próprios usuários

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 37: Panorama juridiconbr15575

37

Código Civil

– Culpa exclusiva da vítima

– Fato exclusivo de terceiro

– Cláusula de não indenizar

– Caso fortuito ou força maior

CDC

– Não colocação do produto no mercado

– Inexistência do defeito

– Culpa exclusiva do consumidor (caso fortuito e força maior)

– Mau uso – Falta de manutenção

EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE

DO CONSTRUTOR:

O MAU USO E A FALTA DE MANUTENÇÃO

Page 38: Panorama juridiconbr15575

Sobre o comprometimento da Vida Útil por falta de manutenção:

ABNT NBR 15.575:

Anexo C:

“Se o usuário não realizar a manutenção prevista, a VU real

do revestimento pode ser seriamente comprometida.

Por consequência, as eventuais manifestações patológicas

resultantes podem ter origem no uso inadequado e não em

uma construção falha.”

1/7

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 39: Panorama juridiconbr15575

Sobre o comprometimento da vida útil por falta de manutenção:

ABNT NBR 15.575:

3.42 - vida útil (VU)

período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se

prestam as atividades para as quais foram projetados e

construídos, com atendimento dos níveis de desempenho

previstos nesta Norma, considerando a periodicidade e a correta

execução dos processos de manutenção especificados no

respectivo manual de uso, operação e manutenção.

2/7

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 40: Panorama juridiconbr15575

Sobre o comprometimento da vida útil por falta de manutenção:

ABNT NBR 15.575:

3.42 - ... – NOTA: ... “As negligências no atendimento integral

dos programas definidos no manual de uso, operação e

manutenção da edificação, bem como ações anormais do meio

ambiente, irão reduzir o tempo de Vida Útil, podendo este ficar

menor que o prazo teórico calculado como Vida Útil de projeto.”

3/7

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 41: Panorama juridiconbr15575

Sobre o comprometimento da vida útil por falta de manutenção:

Tabela C.4 - Critérios para o estabelecimento da VUP das partes do edifício NOTA: - A VUP do edifício habitacional (...). Porém, para que possa ser atingida é necessário que sejam atendidos simultaneamente todos os seguintes aspectos: a) emprego de componentes e materiais de qualidade compatível com a VUP. b) execução com técnicas e métodos que possibilitem a obtenção da VUP; c) atendimento em sua totalidade dos programas de manutenção corretiva e preventiva; d) atendimento aos cuidados preestabelecidos para se fazer um uso correto do edifício; e) utilização do edifício em concordância ao que foi previsto em projeto. “Entre os aspectos previstos acima, as alíneas “a” e “b” são essenciais para que o edifício construído tenha potencial de atender integralmente à VUP, e sua implementação depende do projetista, incorporador e construtor. Já as alíneas “c”, “d” e “e” são essenciais para que se atinja efetivamente a VUP e dependem dos usuários.”

4/7

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 42: Panorama juridiconbr15575

Sobre o comprometimento da vida útil por falta de manutenção:

3.43

vida útil de projeto (VUP)

período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado, a fim de

atender aos requisitos de desempenho estabelecidos nesta Norma,

considerando o atendimento aos requisitos das normas aplicáveis, o

estágio do conhecimento no momento do projeto e supondo o

atendimento da periodicidade e correta execução dos processos de

manutenção especificados no respectivo manual de uso, operação e

manutenção (a VUP não pode ser confundida com o tempo de vida útil,

durabilidade, e prazo de garantia lega! ou contratual)

NOTA: A VUP e uma estimativa teórica do tempo que compõe o tempo de

vida útil. O tempo de VU pode ou não ser atingido em função da

eficiência e registro das manutenções, de alterações no entorno da obra,

fatores climáticos, etc.

5/7

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 43: Panorama juridiconbr15575

Sobre o comprometimento da vida útil por falta de manutenção:

14.1 Generalidades

O valor final atingido de Vida útil (VU) será uma composição do valor

teórico calculado como Vida útil de projeto (VUP) influenciado

positivamente ou negativamente pelas ações de manutenção,

intempéries e outros fatores Internos de controle do usuário e externos

(naturais) fora de seu controle.

6/7

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 44: Panorama juridiconbr15575

Sobre o comprometimento da vida útil por falta de manutenção:

Anexo C

C.1 Conceituação

Quem define a VUP deve também estabelecer as ações de manutenção

que devem ser realizadas para garantir o atendimento à VUP. É

necessário salientar a importância da realização integral das ações de

manutenção pelo usuário, sem o que se corre-se o risco de a VUP não ser

atingida.

7/7

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 45: Panorama juridiconbr15575

5º INDISSOCIABILIDADE DOS ELEMENTOS

ELEMENTOS DO DESEMPENHO/ QUALIDADE:

PRESENÇA IMPRESCINDÍVEL

DE TODOS OS ELEMENTOS

PROJETO

EXECUÇÃO

USO

CONDIÇÕES

DE

EXPOSIÇÃO

MANUTENÇÃO

QUALIDADE

Page 46: Panorama juridiconbr15575

1º - Porque cabe ao construtor especificar as atividades de manutenção, por meio dos manuais (tem o dever, mas também tem o direcionamento) 2º - Porque a manutenção é responsabilidade dos usuários, assim

definido na Norma

3º - Porque, se a manutenção não for feita, a vida útil pode não ser atingida (vide Norma), e isso configura culpa da vítima, que, segundo o próprio CDC, exclui a responsabilidade do construtor 4º - Porque o ônus da prova da manutenção, é dos próprios usuários

A MANUTENÇÃO COMO UM DOS ITENS MAIS IMPORTANTES DA NORMA

Page 47: Panorama juridiconbr15575

Com o passar do tempo, não há como exigir o desempenho / qualidade, sem a manutenção

O direito dos usuários (à qualidade), ao longo do tempo, depende da realização da manutenção

E como a manutenção é incumbência dos usuários, é um fato constitutivo de seu direito

A MANUTENÇÃO – ÔNUS DA PROVA DA SUA REALIZAÇÃO

Page 48: Panorama juridiconbr15575

ABNT NBR 5674:

8 Incumbências ou encargos

8.1 O proprietário de uma edificação, o síndico ou a empresa terceirizada

responsável pela gestão da manutenção deve atender a esta Norma, às

normas técnicas aplicáveis e ao manual de uso, operação e manutenção da

edificação.

8.2 O proprietário de uma edificação ou o condomínio deve fazer cumprir e

prover os recursos para o programa de manutenção preventiva das áreas

comuns.

8.4 No caso de propriedade condominial, os condôminos respondem

individualmente pela manutenção das partes autônomas e solidariamente

pelo conjunto da edificação, de forma a atender ao manual de uso, operação

e manutenção de sua edificação.

1/5 A MANUTENÇÃO – ÔNUS DA PROVA DA SUA REALIZAÇÃO

Page 49: Panorama juridiconbr15575

ABNT NBR 5674:

8 Incumbências ou encargos

8.6 A empresa ou o profissional deve responder pela gestão do sistema de

manutenção da edificação, ficando sob sua incumbência:

b) providenciar e manter atualizados os documentos e registros da

edificação e fornecer documentos que comprovem a realização dos serviços

de manutenção, como contratos, notas fiscais, garantias, certificados etc.;

c) devem ser mantidos registros legíveis e disponíveis para prover evidências

da efetiva implementação do programa de manutenção, do planejamento,

das inspeções e da efetiva realização das manutenções. Recomenda-se que

cada registro contenha: ...

2/5 A MANUTENÇÃO – ÔNUS DA PROVA DA SUA REALIZAÇÃO

Page 50: Panorama juridiconbr15575

ABNT NBR 5674:

8 Incumbências ou encargos

8.6 ...

“A organização e a coleta de dados devem ser registradas de forma a indicar

os serviços de manutenção preventiva e corretiva, bem como alterações

realizadas.”

3/5 A MANUTENÇÃO – ÔNUS DA PROVA DA SUA REALIZAÇÃO

Page 51: Panorama juridiconbr15575

ABNT NBR 5674:

7.4 Arquivo

Toda a documentação dos serviços de manutenção executados deve ser

arquivada como parte integrante do manual de uso, operação e manutenção

da edificação, ficando sob a guarda do responsável legal (proprietário ou

síndico).

Toda esta documentação, quando solicitada, deve ser prontamente

recuperável e estar disponível aos proprietários, condôminos,

construtor/incorporador e contratado, quando pertinente.

Quando houver troca do responsável legal (proprietário ou Síndico ), toda a

documentação deve ser formalmente entregue ao sucessor.

4/5 A MANUTENÇÃO – ÔNUS DA PROVA DA SUA REALIZAÇÃO

Page 52: Panorama juridiconbr15575

ABNT NBR 5674:

7.3 Registros

Devem ser mantidos registros legíveis e disponíveis para prover evidências

da efetiva implementação do programa de manutenção, do planejamento,

das inspeções e da efetiva realização das manutenções . Recomenda-se que

cada registro contenha:

a) identificação;

b) funções dos responsáveis pela coleta dos dados que compõem o registro;

c) estabelecimento da forma de arquivamento do registro;

d) estabelecimento do período de tempo pelo Qual o registro deve ficar

armazenado, assegurando sua integridade.

A organização e a coleta de dados devem ser registradas de forma a indicar

os serviços de manutenção preventiva e corretiva, bem como alterações

realizadas.

5/5 A MANUTENÇÃO – ÔNUS DA PROVA DA SUA REALIZAÇÃO

Page 53: Panorama juridiconbr15575

A MANUTENÇÃO É UM

FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO DO USUÁRIO

A MANUTENÇÃO – ÔNUS DA PROVA DA SUA REALIZAÇÃO

Page 54: Panorama juridiconbr15575

CPC (Código de Processo Civil – Lei 5.869/73)

“Art. 333. O ônus da prova incumbe:

I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;”

A MANUTENÇÃO – ÔNUS DA PROVA DA SUA REALIZAÇÃO

Page 55: Panorama juridiconbr15575

PERÍCIAS

Page 56: Panorama juridiconbr15575

Têm referenciais de qualidade objetivos

Têm métodos de ensaio definidos

Devem apurar a realização das atividades de manutenção

PERÍCIAS

Page 57: Panorama juridiconbr15575

Cumprimento parcial das atividades de manutenção

Estipulação de atividades de manutenção “abusivas”

Falta de manutenção – e falta de relação de causalidade

Concorrência de causas – p/ redução equitativa da indenização

Agravamento dos danos

Realização dos ensaios previstos na norma – questionamento da perícia sem

a adoção dos métodos de avaliação nela previstos

Limitações técnicas do trabalho pericial (análise de projeto)

PERÍCIAS – Problemas e questões a serem debatidas

Page 58: Panorama juridiconbr15575

CÓDIGO CIVIL

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

Parágrafo único – Se houver excessiva desproporção entre a gravidade

da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.

_________________________________________

Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento

danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a

gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.

Concorrência de causas ou de responsabilidade =

= (concorrência de culpas) - A vítima também concorre para o evento, e

não apenas aquele que é apontado como único causador do dano.

CONCORRÊNCIA DE CAUSAS

Page 59: Panorama juridiconbr15575

CDC

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e

o importador respondem, independentemente da existência de culpa,

pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos

decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas,

manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos,

bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua

utilização e riscos.

§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será

responsabilizado quando provar:

III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

CONCORRÊNCIA DE CAUSAS

Page 60: Panorama juridiconbr15575

CDC

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da

existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos

consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como

por informações

insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando

provar:

II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.” (grifo acrescentado)

CONCORRÊNCIA DE CAUSAS

Page 61: Panorama juridiconbr15575

Parte da doutrina: não há alusão expressa ao fato concorrente do

consumidor como excludente da responsabilidade, mas tão somente à

culpa exclusiva

Parte da doutrina: a atuação concorrente da vítima deve ser aceita como

causa de atenuação da responsabilidade do fornecedor, uma vez que:

- Porque o CDC não rejeita a concorrência de culpa como minorante,

regulando apenas as hipóteses de exclusão de responsabilidade, e,

- Porque a admissão não é contrária aos princípios orientadores deste

microssistema.

CONCORRÊNCIA DE CAUSAS

Page 62: Panorama juridiconbr15575

Direito comunitário europeu:

Diretiva nº 374/85/CEE de 25/07/1985,

Artigo 8º - “A responsabilidade do produtor pode ser reduzida ou

suprimida, tendo em conta todas as circunstâncias, se o dano tiver sido

causado conjuntamente por um defeito do produto e por fato culposo da

vítima”.

CONCORRÊNCIA DE CAUSAS

Page 63: Panorama juridiconbr15575

P E R Í C I A J U D I C I A L

Padronização

dos laudos –

Revisão da NBR

13752

L A U D O P E R I C I A L

aspectos de UTILIDADE jurídica

Além dos

requisitos

técnicos

próprios

da perícia

Page 64: Panorama juridiconbr15575

PRAZOS DE GARANTIA “RECOMENDADOS”

PELA NORMA DE DESEMPENHO

Legitimidade da fonte x manuais das entidades

Page 65: Panorama juridiconbr15575

ABNT/CB-02 Tabela D.1 – Prazos de garantia

PRAZOS DE GARANTIA RECOMENDADOS

Sistemas, Elementos, Componentes e Instalações

1 ano 2 anos 3 anos 5 anos

Instalações Hidraúlicas ,

colunas de água fria, colunas de água quente, tubos de queda de esgoto, instalações de gás, colunas de gás

Integridade e estanqueidade

Instalações Hidráulicas e Gás

Coletores / ramais / louças / caixas de descarga / bancada / metais sanitários / sifões / ligações flexíveis / válvulas / registros / ralos / tanques

Equipamentos Instalação

Impermeabilização Estanqueidade

Esquadrias de madeira

Empenamento

Deslocamento

Fixação

Esquadrias de Aço Fixação

Oxidação

Esquadrias de alumínio e de PVC

Partes móveis

(inclusive recolhedores de palhetas, motores e conjuntos elétricos de acionamento)

Borrachas, escovas, articulações, fechos e roldanas

Perfis de alumínio, fixadores e revestimentos em painel de alumínio

Fechaduras e ferragens em geral Funcionamento

Acabamento

Tabela D.1 – Prazos de garantia

Page 66: Panorama juridiconbr15575

ABNT/CB-02 Tabela D.1 – Prazos de garantia

PRAZOS DE GARANTIA RECOMENDADOS

Sistemas, Elementos, Componentes e Instalações

1 ano 2 anos 3 anos 5 anos

Revestimentos de paredes, pisos e tetos internos e externos em argamassa / gesso liso / componentes de gesso para drywall

Fissuras Estanqueidade de fachadas e pisos em áreas molhadas

Má aderência do revestimento e dos componentes do sistema

Revestimentos de paredes, pisos e tetos em azulejo / cerâmica / pastilhas

Revestimentos soltos, fretados, desgaste excessivo

Estanqueidade de fachadas e pisos molháveis

Revestimentos de paredes, pisos e teto em pedras naturais (mármore, granito e outros)

Revestimentos soltos, gretados, desgaste excessivo

Estanqueidade de fachadas e pisos em áreas molhadas

Pisos de madeira

Tacos, assoalhos e decks

Empenamento, trincas na madeira e destacamento

Piso cimentado, piso acabado em concreto, contrapiso

Destacamentos, fissuras, desgaste excessivo

Estanqueidade de pisos em áreas molhadas

Revestimentos especiais (fórmica, plásticos, têxteis, pisos elevados, materiais compostos de alumínio)

Aderência

Forros de gesso

Fissuras por acomodação dos elementos estruturais e de vedação

Tabela D.1 – Prazos de garantia

Page 67: Panorama juridiconbr15575

67

1 2 3 4 5 6 7

5 ANOS - PRAZO DE GARANTIA (somente p/ solidez e segurança)

Aparentes 90 dias

ocultos redibitórios

ocultos simples

Um ano p/

surgir

Um ano p/

propor ação

CC, art 445,

Entrega da obra ou “HABITE-SE” 5 anos

3 ANOS – Instalação de

tomadas, interruptores, fios e

cabos elétricos, caixas e quadros

3 ANOS – pela instalação das partes hidráulicas e gás – coletores, ramais, louças, caixas de descarga, etc.

5 ANOS – má aderência do revestimento; revestimentos de paredes e tetos internos e externos em argamassa, gesso liso

2 ANOS – por destacamentos, fissuras, desgaste excessivo de pisos cimentados, acabados em concreto, contrapiso, etc.

Page 68: Panorama juridiconbr15575

EM QUE CONSISTE A GARANTIA:

- A lei não fixa um prazo de garantia para cada produto

- A lei não fixa um prazo em que os produtos devem manter os

seus requisitos de qualidade

- O que a lei fixa, não é o prazo de garantia, mas o prazo para

reclamar (vício oculto: a partir do surgimento)

Page 69: Panorama juridiconbr15575

EM QUE CONSISTE A GARANTIA:

- No sistema do CDC, a responsabilidade pela qualidade se

desdobra na exigência de (i) adequação e (ii) segurança,

segundo o que razoavelmente se pode esperar dos produtos e

serviços.

- “A garantia legal de adequação do produto ou serviço

independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual

do fornecedor.” (CDC, art. 24)

Page 70: Panorama juridiconbr15575

EM QUE CONSISTE A GARANTIA:

- O que a lei garante (a garantia legal) é que todo produto e

serviço, independentemente da vontade do fornecedor, deve

atender a padrão de qualidade (CDC, arts. 18 a 26)

- O CDC fixa, de um lado a responsabilidade pelo fato do

produto ou do serviço, que compreende os defeitos de

segurança; e de outro, a responsabilidade por vício do produto

ou do serviço, que abrange os vícios por inadequação.

Page 71: Panorama juridiconbr15575

- Caso o vício não seja sanado, o que pode ser reclamado, conforme

o art. 18 do CDC, é:

I – a substituição do produto por outro de mesma espécie, em

perfeitas condições de uso; (adequado para imóveis?)

II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente

atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

(adequado?)

III – o abatimento proporcional do preço.

EM QUE CONSISTE A GARANTIA:

Page 72: Panorama juridiconbr15575

Prazo de garantia

Prazo de responsabilidade

PRAZO DE GARANTIA x PRAZO DE RESPONSABILIDADE

= /

Page 73: Panorama juridiconbr15575

PRAZO DE RESPONSABILIDADE

(dos agentes da construção: projetistas, incorporador, construtor)

Page 74: Panorama juridiconbr15575

Desempenho ao longo do tempo de um elemento, instalação ou sistema construtivo

Desempenho

Elevação do desempenho mediante

intervenções programadas de manutenção

Manutenções mais dispendiosas

podem prolongar a vida útil

residual

Vida Útil Sobrevida

Vida Útil de Projeto Vida Útil

Residual

Desempenho

Previsto no Projeto

Perda de desempenho

funcional, prejuízos

ao conforto etc.

Risco de prejuízos

à segurança

Vida Total

Tempo Prazo de Garantia

Fonte: IPT

Page 75: Panorama juridiconbr15575

A lei não define o prazo em que perdura a responsabilidade do

fornecedor

Não havendo definição de prazos, a responsabilidade dos

fornecedores perdura por prazo indefinido

O que a lei define é o prazo para propor ação (prescrição), a partir

do surgimento do vício

Mas o prazo para propor ação começa a contar (a pretensão nasce)

quando surge o vício (“Actio nata” - CC, art. 189)

PRAZO DE RESPONSABILIDADE

Page 76: Panorama juridiconbr15575

... no cenário de Indefinição = aplicação dos prazos “jurídicos” (não técnicos)

PRAZO DE RESPONSABILIDADE

Súmula 194 do STJ – Superior Tribunal de Justiça (antes do CC de 2002)

“Prescreve em 20 (vinte) anos a ação para obter, do construtor,

indenização por defeitos da obra.”

SITUAÇÃO

ANTERIOR

Page 77: Panorama juridiconbr15575

CÓDIGO CIVIL DE 2002:

o maior prazo de prescrição foi reduzido para 10 (dez) anos (aceitável?)

Prazo de

Garantia

5 10 20 25 30 35 40

PRESCRIÇÃO

PRAZO DE RESPONSABILIDADE

20

MUDANÇA

NO CENÁRIO

1ª NOVIDADE :

Page 78: Panorama juridiconbr15575

Prazo de

Garantia

5 20 25 30 35 40

PRESCRIÇÃO

VIDA ÚTIL: pisos internos - 13

VIDA ÚTIL: vedação vertical interna - 20

VIDA ÚTIL: vedação vertical externa - 40

VIDA ÚTIL: estrutura - 50

2ª NOVIDADE :

VIDA ÚTIL: período de tempo em que os requisitos mínimos de desempenho (de qualidade)

devem ser atendidos pela edificação, supondo a correta manutenção

10

MUDANÇA

NO CENÁRIO

Page 79: Panorama juridiconbr15575

- A VIDA ÚTIL (requisitos mínimos) PODE NÃO SER ATINGIDA

Por falha de projeto

Por falha de execução

Por mau uso ou falta de manutenção

(por caso fortuito, força maior ou ação de terceiros)

- Durante a VIDA ÚTIL, os agentes ficarão expostos a chamamento,

em caso de falhas, para apuração de responsabilidades

(“Exposure at default” – EAD)

PRAZO DE RESPONSABILIDADE MUDANÇA

NO CENÁRIO

Page 80: Panorama juridiconbr15575

Doutrina jurídica - duas posições principais sobre o prazo:

-Aplicação subsidiária do Código Civil, que estabelece o prazo de

180 dias durante o qual o vício oculto poderia se manifestar

(art. 445, caput e §1º)

-Defesa do critério da vida útil do produto, como dado relevante

para definição do limite temporal da garantia legal; o legislador

não fixou um prazo arbitrário para abranger todo e qualquer

produto, que seria pouco uniforme entre os incontáveis produtos

oferecidos no mercado.

PRAZO DE RESPONSABILIDADE

Page 82: Panorama juridiconbr15575

TEORIA DA RESPONSABILIDADE PELA VIDA ÚTIL DO PRODUTO

(acolhida pelo STJ)

O fabricante/fornecedor responde pela adequação do produto

durante a VIDA ÚTIL (ressalvadas as hipóteses de mau uso, falta

de manutenção, atos de terceiros, caso fortuito ou força maior)

MUDANÇA

NO CENÁRIO

Page 83: Panorama juridiconbr15575

Recurso Especial nº 984.106 – SC (2007/0207915-3) - 4ª Turma do STJ – Rel. Min. Luis Felipe Salomão – Dje: 20/11/2012

“O Código de Defesa do Consumidor, no § 3º do art. 26, no que concerne à

disciplina do vício oculto, adotou o critério da vida útil do bem, e não o

critério da garantia , podendo o fornecedor se responsabilizar pelo vício em

um espaço largo de tempo, mesmo depois de expirada a garantia

contratual.”

“Com efeito, em se tratando de vício oculto não decorrente do desgaste

natural gerado pela fruição ordinária do produto, mas da própria

fabricação, e relativo a projeto, cálculo estrutural, resistência de materiais,

entre outros, o prazo para reclamar pela reparação se inicia no momento

em que ficar evidenciado o defeito, não obstante tenha isso ocorrido depois

de expirado o prazo contratual de garantia, devendo ter-se sempre em

vista o critério da vida útil do bem.”

MUDANÇA

NO CENÁRIO

TEORIA DA RESPONSABILIDADE PELA VIDA ÚTIL DO PRODUTO

Page 84: Panorama juridiconbr15575

- TEORIA DA RESPONSABILIDADE PELA VIDA ÚTIL DO PRODUTO

Recurso Especial nº 984.106 – SC (2007/0207915-3) - 4ª Turma do STJ – Rel. Min. Luis Felipe Salomão – Dje: 20/11/2012

“Ademais, independentemente de prazo contatual de garantia, a

venda de um bem tido por durável com vida útil inferior àquela que

legitimamente se esperava, além de configurar um defeito de

adequação (art. 18 do CDC), evidencia uma quebra da boa-fé

objetiva, que deve nortear as relações contratuais, sejam de

consumo, sejam de direito comum. Constitui, em outras palavras,

descumprimento do dever de informação e a não realização do

próprio objeto do contrato, que era a compra de um bem cujo ciclo

vital se esperava, de forma legítima e razoável, fosse mais longo.”

MUDANÇA

NO CENÁRIO

TEORIA DA RESPONSABILIDADE PELA VIDA ÚTIL DO PRODUTO

Page 85: Panorama juridiconbr15575

OUTRAS PASSAGENS DO ACÓRDÃO:

- “O critério de vida útil é o que melhor atende aos interesses dos consumidores, que adquirem produtos com uma expectativa legítima de durabilidade e bom funcionamento por um certo período”.

- “E para que o prazo de vida útil de determinado produto durável não seja objeto de controvérsias, compete ao próprio fabricante defini-lo, já que dispõe da tecnologia necessária para tanto, e informá-lo ao consumidor, nos termos dos arts. 6º, III e 31 do CDC.”

PRAZO DE RESPONSABILIDADE

Page 86: Panorama juridiconbr15575

OBSERVAÇÕES FINAIS

PREOCUPAÇÕES

AVALIAÇÃO DOS REFLEXOS

SUGESTÕES PRÁTICAS (no campo jurídico)

Page 88: Panorama juridiconbr15575

AVALIAÇÃO DOS REFLEXOS

Ações judiciais

Melhora das sentenças

Melhora na qualidade dos laudos

Redução de conflitos

Transparência – Referência para discussões

baliza resp. dos agentes

Vida útil e garantia

são dados técnicos

definida como resp. dos usuários

Manutenção informação + realização

= aumenta a durabilidade

referências técnicas objetivas

Perícias métodos de ensaio estabelecidos

devem verificar manutenção

Page 89: Panorama juridiconbr15575

SUGESTÕES PRÁTICAS

Page 90: Panorama juridiconbr15575

RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS

PARTE TÉCNICA

Reflexos e

cuidados no atendimento

à norma

PARTE JURÍDICA

PROVA

Page 91: Panorama juridiconbr15575

1) CONTRATAÇÕES

a) pela incorporadora

b) pela construtora

c) entre si

d) com projetistas

e) com fornecedores de materiais

f) com fornecedores de serviços

RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS (além da parte técnica)

Page 92: Panorama juridiconbr15575

1.1) CONTRATAÇÃO (parte técnica da norma)

Entre incorporadora e construtora: “check-list” da norma e

QFQ – menção expressa à norma

SPE

Nas contratações de projetistas: “check-list” da norma e

QFQ - escopo – definição de responsabilidades – estudos

técnicos – situação do local, entorno, interferências com

vizinhos – vida útil - especificação de materiais – menção

expressa à norma ...

RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS (além da parte técnica)

Page 93: Panorama juridiconbr15575

1.1) CONTRATAÇÃO (parte técnica da norma) (cont.)

Nas contratações de fornecedores (materiais e serviços):

especificações detalhada dos produtos e serviços –

testes/ensaios – garantias – solidez dos fornecedores –

formalização dos atos do fornecimento – menção expressa à

norma

ART e RRT de todos os projetos e serviços

RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS (além da parte técnica)

Page 94: Panorama juridiconbr15575

2) DOCUMENTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Elaboração de Manuais (de áreas comuns e do proprietário)

conforme a ABNT NBR 14037

Convenção do condomínio: arrecadação – fundo – síndico

RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS (além da parte técnica)

Page 95: Panorama juridiconbr15575

3) ADMINISTRATIVO

ARQUIVO

Verificação das atividades de manutenção (por terceiros?)

RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS (além da parte técnica)

PROVA

Page 96: Panorama juridiconbr15575

ABNT NBR 15575 – NORMA DE DESEMPENHO

(panorama jurídico)

Carlos Pinto Del Mar

[email protected]