panorama econômico - você · americano, mas também parece ser compartilhada por parcela...
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Esta publicação faz referência a análises/avaliações de profissionais
da equipe de economistas do Banco do Brasil, não refletindo
necessariamente o posicionamento da Instituição sobre os temas
aqui tratados. Os dados são informativos e altamente dependentes
das hipóteses adotadas e não devem ser tomados como base,
balizamento, guia ou norma para quaisquer documentos, avaliações,
julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou
informal. Desse modo, todas as consequências ou responsabilidades
pelo uso de quaisquer dados ou análises são assumidas
exclusivamente pelo usuário, eximindo o Banco do Brasil de todas
as ações decorrentes do uso deste material. Além disso, o Banco do
Brasil não se responsabiliza por atualizar qualquer estimativa
contida nesta publicação.
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Alerta A
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• A economia norte-americana voltou
a dar sinais de recuperação dos
efeitos adversos de um inverno mais
rigoroso.
• As vendas no varejo cresceram em
1,1% em março, vindo de 0,7% em
fevereiro. Com o maior crescimento
mensal desde setembro de 2012, o
bom desempenho do comércio foi
influenciado principalmente pelo
mercado de veículos e motos.
• A mesma tendência foi também
verificada na produção
manufatureira, que expandiu 0,7%
em março em relação a fevereiro.
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Indústria e comércio em recuperação E
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Mercado de trabalho surpreende E
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• Os dados do mês de abril do mercado de trabalho surpreenderam
positivamente.
• Após 4 meses de relativa estabilidade, a taxa de desemprego passou de 6,7%
para 6,3% da população economicamente ativa entre fevereiro e abril.
• Chamou atenção também a forte criação de postos de trabalho (288 mil
vagas), melhor resultado desde janeiro de 2012.
• De acordo com a pesquisa Bloomberg, o mercado esperava um desemprego
de 6,6% e a criação de 218 mil vagas.
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Mercado imobiliário E
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• Com o resultado de março, as vendas de casas já existentes se mostraram
praticamente estáveis pelo terceiro mês consecutivo.
• Já as vendas de casas novas, após recuo de 4,5% em fevereiro, despencaram
14,5% em março, surpreendendo o mercado, que esperava uma expansão de
2,3%, segundo a mediana da pesquisa Bloomberg.
• Esses dados podem sugerir que a deterioração do mercado imobiliário norte-
americano vai além dos efeitos adversos do inverno no começo do ano.
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Boas perspectivas E
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• O indicador ISM Composto, que
inclui manufaturas e serviços,
passou de 51,80 pontos em
fevereiro para 53,20 pontos em
março.
• Como valores acima de 50 indicam
expansão da atividade econômica,
esse dado corrobora a percepção de
continuidade da recuperação dos
EUA.
• Nessa mesma linha, o nível de
confiança dos consumidores
calculado pela Universidade de
Michigan sinalizou um aumento no
otimismo do norte-americano,
registrando 84,1 pontos em abril e
superando as expectativas do
mercado (83 pontos, conforme
pesquisa Bloomberg).
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Produto Interno Bruto E
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• Influenciado pelo clima adverso do início do ano, o PIB desacelerou
fortemente no primeiro trimestre.
• Vindo de 2,6% no trimestre anterior (taxa anualizada e sazonalmente
ajustada) a economia avançou somente 0,1% de janeiro a março de 2014.
• Esse crescimento quase nulo surpreendeu o mercado, que esperava uma
expansão de 1,2%, segundo a mediana da pesquisa Bloomberg.
• Em relação aos seus componentes, o destaque do PIB ficou por conta do
consumo. Essa variável, responsável por aproximadamente 70% do PIB,
cresceu 3% nessa leitura (3,3% no trimestre anterior)
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Política monetária E
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• Apesar da deterioração do mercado imobiliário e fraco resultado do PIB, os
últimos indicadores de atividade, principalmente os de emprego, corroboram a
percepção do Fed de que a economia dos EUA está em um processo de
recuperação mais sólido.
• Além disso, os indicadores coincidentes/antecedentes também mostram que a
melhora da avaliação da economia não se restringiu ao banco central norte-
americano, mas também parece ser compartilhada por parcela importante do
mercado.
De fato, na última reunião do Fed viu-se que a autoridade monetária se manteve confiante na continuidade do processo de recuperação econômica, decidindo assim prosseguir com a redução nos incentivos monetários à atividade econômica (o chamado tapering).
• Vindo de um aumento de 1% em
janeiro, as vendas no varejo da área
do euro surpreenderam o mercado
ao subirem novamente em fevereiro
(0,4%), contra uma expectativa de
queda de 0,5%, conforme pesquisa
Bloomberg.
• Na mesma direção, a produção
industrial da região avançou 0,2%
em fevereiro após ter ficado estável
em janeiro.
• Em termos interanuais, o
crescimento da indústria foi 1,7%,
perfazendo o sexto mês consecutivo
de evolução nessa base de
comparação.
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Comércio e indústria: bons resultados E
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Melhora nas expectativas E
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• A prévia do sentimento do consumidor europeu sinaliza ligeira melhora do
indicador para o mês de abril. Assim, mesmo com a tensão entre Ucrânia e
Rússia, esse indicador mostrou otimismo do consumidor no mês de abril, que
pode refletir em aumento nas vendas do comércio nos próximos meses.
• Da mesma forma, a prévia do PMI Composto também indica otimismo entre
os gerentes de compra e sugere nova elevação em relação ao observado em
março (53,1 pontos).
O PMI Composto europeu vem se mantendo acima de 50 pontos desde junho de 2013, o que reforça a percepção de recuperação da atividade econômica.
*
* Prévia do indicador
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Inflação e Política Monetária E
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• A inflação ao consumidor da área do euro manteve a tendência de
desaceleração. A variação acumulada em 12 meses em março foi de 0,5%,
uma leitura ainda mais baixa do que a verificada em fevereiro (0,7%). O
patamar de março foi o menor desde novembro de 2009.
• Nesse contexto, aumentaram as especulações sobre a adoção de um
programa de expansão monetária similar ao realizado nos Estados Unidos por
parte do Banco Central Europeu nas próximas reuniões do BCE.
• Após ter atingido em fevereiro
(11,8%) a menor taxa anual de
crescimento desde janeiro de 2005,
as vendas no varejo voltaram a se
acelerar em março, quando
apresentaram expansão anual de
12%.
• Mas ainda é cedo para sugerir uma
nova tendência para a variável.
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Comércio e indústria: crescimento modesto C
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• Na mesma direção, ainda que de
forma mais suave, o crescimento
anual da produção industrial
avançou na passagem de fevereiro
(8,6%) para março (8,7%).
• Apesar disso, em uma comparação
de mais longo prazo, mantém-se a
trajetória de desaceleração do
indicador.
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PIB corrobora cenário de baixo crescimento C
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• De fato, os sinais de desaceleração da atividade econômica se materializaram
com a divulgação do PIB do primeiro trimestre, que fechou em 1,4% (tri./tri.
anterior, série dessazonalizada), valor levemente abaixo do esperado pelo
mercado (1,5%), conforme pesquisa realizada pela Bloomberg.
• Em relação a igual período de 2013, o crescimento também apresentou
redução, passando de 7,7% para 7,4%.
• As contas externas não sofreram
alterações substanciais na passagem
de fevereiro para março. Dessa
forma, o saldo em conta corrente
em doze meses acumulou déficit de
US$ 81,6 bilhões (-3,6% do PIB).
• Apesar do deficit em transações
correntes em patamares elevados, o
balanço de pagamentos apresentou
superávit pelo terceiro mês
consecutivo.
• Esse resultado decorre do forte
aumento de ingressos líquidos via
conta capital-financeira,
principalmente via investimentos em
carteira.
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Setor Externo: conta corrente e IED B
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Taxa de câmbio B
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As incertezas em relação aos próximos passos da política monetária nos
EUA e Europa têm propiciado um ambiente
menos adverso para as economias emergentes.
Isso vem se refletindo num aumento do fluxo
de recursos para aplicações financeiras (renda variável e fixa)
em mercados emergentes.
No caso do Brasil esse processo é intensificado pelo diferencial de juros dos mercados doméstico
e internacional.
Esse movimento explica a tendência de apreciação da taxa de câmbio doméstica, que passou de uma taxa média de R$ 2,33 /US$ em março para R$ 2,23/ US$ em abril.
• As vendas do comércio varejista
cresceram 0,2% em fevereiro, vindo
de alta de 0,4% em janeiro.
• No acumulado em 12 meses, as
vendas cresceram 5,0%,
interrompendo, mesmo que
momentaneamente, a tendência de
desaceleração das vendas observada
desde o início de 2013.
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Vendas no varejo B
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• O comércio varejista ampliado, que
inclui veículos e material de
construção, apresentou retração
mensal de 1,6%, em grande parte
puxada pela queda de 7,4% na
comercialização de veículos.
• Apesar da retração, o indicador em
doze meses inverteu a trajetória
decrescente percebida desde 2013.
• A produção industrial registrou em
fevereiro expansão de 0,4%.
• Com o desempenho de janeiro
(3,8%), a produção acumulada no
primeiro bimestre de 2014 (4,2%)
compensou as perdas registradas no
último bimestre de 2013 (4,2%).
• Nos últimos doze meses, a produção
fabril tem mantido trajetória de
crescimento em torno de 1,0%.
• Dos 27 ramos da indústria
pesquisados, 19 apresentaram
evolução positiva na margem, com
destaque para o setor de veículos,
que apresentou a segunda alta
mensal consecutiva e acumula
crescimento de 16,8% no primeiro
bimestre de 2014.
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Produção industrial B
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Índice de Atividade Econômica: IBC-Br B
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• O desempenho moderado da
indústria e do comércio refletiu
sobre o Índice de Atividade
Econômica do Banco Central (IBC-
Br), proxy mensal do PIB.
• Em fevereiro, o IBC-Br avançou
0,2%, após registrar importante
incremento em janeiro (2,4%).
• A despeito da desaceleração mensal,
o indicador da média móvel de três
meses do IBC-Br retornou ao terreno
positivo (+0,1%), porém ainda se
mostrou insuficiente para contrapor
a desaceleração observada nos
últimos dois meses.
• Em que pese o crescimento mais
modesto da atividade econômica, os
dados de mercado de trabalho de
março revelam que a taxa de
desemprego continua baixa para
padrões históricos.
• A taxa de desemprego medida pela
Pesquisa Mensal de Emprego (PME)
alcançou 5,0% em março, o que
equivale ao menor percentual para o
mês de toda a série histórica iniciada
em março de 2002.
• O rendimento médio real, estimado
em R$ 2.026,60 em março, ficou
praticamente no mesmo patamar de
fevereiro (R$ 2.033,60).
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Mercado de trabalho: emprego e renda B
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Mercado de trabalho: PNAD Contínua B
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A taxa de desemprego calculada pela Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (PNAD Contínua) atingiu 6,2% no 4º trimestre de 2013,
queda de 0,7 ponto percentual se comparada ao último trimestre de 2012.
Com isso, o desemprego médio atingiu 7,1% ao longo de 2013 e ficou abaixo
da média observada em 2012 (7,3%).
A PNAD Contínua é uma pesquisa que possui
abrangência nacional, periodicidade trimestral e traça um retrato mais amplo do mercado de
trabalho no País, permitindo uma melhor
compreensão da distribuição da
população ocupada e desocupada para cada
região do país.
• O volume de empréstimos do sistema financeiro alcançou R$ 2.759,5 bilhões
em março, incremento de 1,0% em relação a fevereiro.
• Entretanto, o resultado mensal positivo não foi capaz de conter a trajetória de
desaceleração da variação apurada em doze meses, que passou de 14,6%
para 13,7%.
• Em termos de percentagem do PIB, o crédito avançou marginalmente de
55,8% para 55,9%.
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Crédito: volume total B
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Crédito: condições de financiamento B
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• As condições de financiamento, de
modo geral, permaneceram
relativamente estáveis em março:
o prazo médio das concessões de
empréstimo avançou para mais de
103 meses em março;
a taxa média geral de juros subiu
marginalmente, de 21,0% para
21,1% a.a. entre fevereiro e
março;
a inadimplência manteve-se no
mesmo patamar verificado em
fevereiro.
• O índice oficial do regime de metas
de inflação, IPCA, acelerou em
março, ao registrar variação de
0,92%, vindo de 0,69% em
fevereiro.
• Com a maior pressão em março, nos
últimos doze meses o índice
manteve a tendência de elevação, ao
registrar taxa de 6,15%.
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Inflação: IPCA B
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A inflação no mês foi pressionada principalmente pelo aumento dos gastos com alimentação e bebidas...
...enquanto os itens comunicação, educação, habitação e artigos de residência arrefeceram.
Os preços agropecuários no atacado apresentaram
importante avanço durante o primeiro trimestre em resposta aos aumentos na cotação das
commodities no cenário internacional e aos efeitos da estiagem no começo do ano, o
que deve continuar impactando os preços no varejo por algum
tempo.
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Copom: Taxa de juros B
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Em um cenário em que o balanço de riscos inflacionários permanece
desfavorável, o Comitê de Política Monetária (Copom) deu continuidade ao
ciclo de elevação da taxa básica de juros e decidiu, por unanimidade,
aumentar a taxa básica de juros em 25 pontos base na reunião de abril. Com
isso a Selic alcançou 11,00% ao ano.
• Em relação à política fiscal, o
superavit primário do setor público
não financeiro em março atingiu R$
3,6 bilhões, contra R$ 3,5 bilhões no
mesmo mês de 2012.
• Com isso, nos últimos doze meses, o
resultado fiscal manteve-se estável
em 1,7% do PIB.
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Política fiscal: DLSP/PIB e superávit primário B
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• A dívida líquida do setor público
cresceu 0,5 p.p. em relação a
fevereiro e atingiu 34,2% do PIB.
• O aumento da DLSP entre fevereiro
e março foi reflexo, principalmente,
da apreciação cambial de 3,0% no
período.
• As últimas projeções do mercado
mostraram ajustes marginais em
comparação a março.
• O destaque ficou por conta da
Balança Comercial, que passou de
uma expectativa para 2014 de US$
4,6 bilhões em março, para US$ 3,0
bilhões em abril, trazendo reflexos
negativos sobre o saldo em
transações correntes.
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Expectativas do mercado B
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• A inflação medida pelo IPCA e IGP-
M, tanto para 2014 quanto para
2015, também sofreu deterioração,
mostrando que o mercado enxerga
ameaças inflacionárias no cenário
prospectivo.
2012 2013 2014 2015
PIB
PIB taxa de cresc real (em%) 0,9 2,3 1,7 2,0
Taxa de câmbio e balanço externo
Taxa de câmbio final de período (R$/US$) 2,04 2,34 2,45 2,50
Balança comercial - US$ bilhões 19,3 2,6 3,0 10,0
Exportação - US$ bilhões 242,6 242,2 246,5 265,0
Importação - US$ bilhões -223,1 239,6 -243,5 -250,0
Conta Corrente - US$ bilhões -54,2 -81,4 -77,1 -75,6
Fontes: IBGE e Banco Central - Expectativas de Mercado 25/04/2014
2012 2013 2014 2015
Fiscal
Resultado primário (% PIB) 2,38 1,90 1,50 2,00
Dívida Líquida setor público (% PIB) 35,13 33,80 34,85 35,00
Juros e Inflação acum. no ano
SELIC ( final de período % ) 7,25 10,00 11,25 12,00
SELIC (média no ano %) 8,46 8,44 11,06 12,00
IPCA - % 5,84 5,91 6,50 6,00
IGP-DI - % 8,11 5,53 7,34 5,50
Juros Reais (SELIC/IPCA ac. em 12 meses) 2,48 2,39 4,28 5,66
Fontes: IBGE e Banco Central - Expectativas de Mercado 25/04/2014