panfleto ato

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QUEREMOS UMA AULA DE DEMOCRACIA A USP é a universidade brasileira com a estrutura de poder mais antidemocrática do país. O nosso estatuto foi elaborado na época da ditadura militar, quando participação política era sinônimo de subversão e crime, por isto a representação dos alunos continua minúscula, principalmente nos órgãos mais poderosos. O Conselho Universitário é o órgão mais poderoso da USP, aquele que elege a lista tríplice dos candidatos à reitoria. Ele não respeita nem a Lei de Diretrizes e Bases, que fixa em 70% a representação docente nos órgãos colegiados, e tem mais de 80% dos membros professores, 10% estudantes e apenas três (isso mesmo, não 3%, três!) funcionários. Mas quando se trata de interesses maiores, nem a aristocracia universitária é respeitada. Em 2009, o governador escolheu a dedo o segundo colocado às eleições de REItor, que tinha pouco mais da metade dos votos do primeiro, contrariando a história e a tradição universitária que desde o fim da Ditadura Militar não elegia um REItor que não fosse o primeiro colocado da lista tríplice. Hoje ele ainda é nosso REItor-Interventor, Grandino Rodas. Você sabia que discente não pode votar ou tem o voto subestimando por peso e não escolhe o REItor, diretor de unidade, conselheiro gestor ou coordenador do campus? Por isso entendemos que não são apenas os alunos que necessitam de uma aula de democracia, senhor Governador? FORA RODAS! Nosso REItor hoje representa todas as indignações dos alunos e do movimento estudantil. Ele é o símbolo da falta de autonomia da nossa universidade. Em 2007, colocou a tropa de choque na Faculdade de Direito de São Paulo, para expulsar alunos que passariam uma noite acampados, em protesto contra os decretos do Serra. Foi encabeçador da entrada da Tropa em 2009 no Butantã, para reprimir a greve dos servidores. Foi escolhido para o cargo diretamente pelo governador Serra e, em 2011, se supera: coloca 400 policiais no campus Butantã para prender 70 manifestantes. Foi um desfile militar em plena universidade pública. Demitiu de forma ilegal funcionários da USP, criou cargos com altos salários e apadrinhou um assessor político e o filho da ex-reitora em cargos na USP sem que estes fossem aprovados em concurso público, como previsto no regimento da USP. Além disso, Rodas tentou fechar o curso de obstetrícia em São Paulo, no primeiro semestre, com alunos formados e outros ainda cursando. Sua justificativa: baixa relação candidato/vaga. Rodas, a USP boa não é a USP elitizada e excludente! Porém, Rodas já aprontava peripécias antes mesmo de ser REItor. Votou contra a culpabilidade do Estado pela morte e desaparecimento de vários presos políticos durante a Ditadura Militar, é investigado sobre atos de improbidade administrativa, é acusado de surrupiar dois tapetes orientais da Faculdade de Direito e fechar um acordo polêmico com herdeiros do banqueiro Pedro Conde para arrecadar verbas para reformas de banheiros em troca de nomear salas com o nome de Conde, que atualmente processam a USP exigindo o cumprimento deste contrato. Vamos defender nossos cursos para que não sejam vítimas desta política privatista e de falta de ética do REItor antes que essa moda chegue Ribeirão!

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democracia

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  • QUEREMOS UMA AULA DE

    DEMOCRACIA

    A USP a universidade brasileira com a

    estrutura de poder mais antidemocrtica do pas.

    O nosso estatuto foi elaborado na poca da

    ditadura militar, quando participao poltica era

    sinnimo de subverso e crime, por isto a

    representao dos alunos continua minscula,

    principalmente nos rgos mais poderosos.

    O Conselho Universitrio o rgo mais

    poderoso da USP, aquele que elege a lista trplice

    dos candidatos reitoria. Ele no respeita nem a

    Lei de Diretrizes e Bases, que fixa em 70% a

    representao docente nos rgos colegiados, e

    tem mais de 80% dos membros professores, 10%

    estudantes e apenas trs (isso mesmo, no 3%,

    trs!) funcionrios.

    Mas quando se trata de interesses maiores,

    nem a aristocracia universitria respeitada. Em

    2009, o governador escolheu a dedo o segundo

    colocado s eleies de REItor, que tinha pouco

    mais da metade dos votos do primeiro,

    contrariando a histria e a tradio universitria

    que desde o fim da Ditadura Militar no elegia

    um REItor que no fosse o primeiro colocado da

    lista trplice.

    Hoje ele ainda nosso REItor-Interventor,

    Grandino Rodas.

    Voc sabia que discente no pode votar ou

    tem o voto subestimando por peso e no escolhe

    o REItor, diretor de unidade, conselheiro gestor ou

    coordenador do campus? Por isso entendemos

    que no so apenas os alunos que necessitam

    de uma aula de democracia, n senhor

    Governador?

    FORA RODAS!

    Nosso REItor hoje representa todas as

    indignaes dos alunos e do movimento

    estudantil. Ele o smbolo da falta de autonomia

    da nossa universidade. Em 2007, colocou a tropa

    de choque na Faculdade de Direito de So

    Paulo, para expulsar alunos que passariam uma

    noite acampados, em protesto contra os

    decretos do Serra. Foi encabeador da entrada

    da Tropa em 2009 no Butant, para reprimir a

    greve dos servidores. Foi escolhido para o cargo

    diretamente pelo governador Serra

    e, em 2011, se supera: coloca 400 policiais no

    campus Butant para prender 70 manifestantes.

    Foi um desfile militar em plena universidade

    pblica.

    Demitiu de forma ilegal funcionrios da USP,

    criou cargos com altos salrios e apadrinhou um

    assessor poltico e o filho da ex-reitora em cargos

    na USP sem que estes fossem aprovados em

    concurso pblico, como previsto no regimento

    da USP.

    Alm disso, Rodas tentou fechar o curso de

    obstetrcia em So Paulo, no primeiro semestre,

    com alunos formados e outros ainda cursando.

    Sua justificativa: baixa relao candidato/vaga.

    Rodas, a USP boa no a USP elitizada e

    excludente!

    Porm, Rodas j aprontava peripcias antes

    mesmo de ser REItor. Votou contra a

    culpabilidade do Estado pela morte e

    desaparecimento de vrios presos polticos

    durante a Ditadura Militar, investigado sobre

    atos de improbidade administrativa, acusado

    de surrupiar dois tapetes orientais da Faculdade

    de Direito e fechar um acordo polmico com

    herdeiros do banqueiro Pedro Conde para

    arrecadar verbas para reformas de banheiros em

    troca de nomear salas com o nome de Conde,

    que atualmente processam a USP exigindo o

    cumprimento deste contrato.

    Vamos defender nossos cursos para que no

    sejam vtimas desta poltica privatista e de falta

    de tica do REItor antes que essa moda chegue

    Ribeiro!

  • COMO LIDAR COM O

    PROBLEMA DA

    SEGURANA?

    Os campi da USP no so seguros. So

    constantes as reclamaes de furtos, roubos, e

    at crimes mais graves, como estupro e

    assassinato. O nosso REItor, ao contrrio do

    discurso, no se esforou para a soluo deste

    problema.

    Nossa guarda universitria pouco

    numerosa, mal remunerada, mal treinada para

    lidar com casos complexos e na sua maioria

    terceirizada. Nosso campus mal iluminado, h

    diversos lugares ermos, o nibus circular demora

    demais a passar (quando no est quebrado) e

    somos obrigados a ficar muito tempo esperando

    nos pontos sem segurana.

    O REItor diz que tem a soluo: colocar a PM

    no campus. E colocou, de forma autoritria. No

    Butant, 31% dos casos de violncia em 2011

    ocorreram aps a entrada da PM, em apenas

    dois meses. No entanto, no podemos dizer que

    ela ficou parada: mobilizou 400 policiais para

    prender estudantes que se manifestavam

    politicamente. essa a poltica de segurana no

    campus?

    Em Ribeiro Preto a coordenadoria quer

    colocar uma base da PM dentro do campus da

    USP, alegando que isto traria mais segurana a

    comunidade interna e que no haveria excesso

    de violncia da polcia para com a mesma.

    Porm sabemos que, segundo o relatrio da

    Secretaria da Segurana Pblica do Estado, a PM

    a polcia mais violentas do mundo, responsvel

    por 1 em cada 5 assassinatos na cidade de So

    Paulo.

    Segurana no sinnimo de PM, mas a

    soma de mais iluminao, mais circulares internos

    da USP, mais polticas de aproximao da USP

    comunidade externa e melhor preparo da

    guarda e de funcionrios de terceirizados

    inclusive.

    No h necessidade para que se erga uma

    base da PM, pois os nmeros indicam que o

    crime mais recorrente no campus furto de

    veculos, e este se resolve com maior iluminao

    e vigilncia nos estacionamentos, no com

    rondas da PM.

    NO S ADVERTNCIAS

    DA MORADIA

    ESTUDANTIL!

    Alguns discentes moradores do Conjunto

    Residencial Estudantil Universitrio (CREU)

    colocaram cartazes expressando

    posicionamentos polticos, com chamadas como

    Fora Rodas, Mais Segurana, Mais Iluminao, Mais nibus USP e Menos PM, Mais Democracia na USP e Queremos Votao para REItor, Diretor, Conselho Gestor e Coordenador.

    Bastou 48 horas para chegar a solicitao

    para retirada dos cartazes por ordem do

    coordenador do campus Prof. Jos Moacir Marin.

    Marin alegava que no tinha nada contra a

    manifestao poltica, mas que prezava pelo

    patrimnio da USP, e que a tinta das paredes

    poderia ser danificada com as fitas dos cartazes

    e que estvamos contra a Lei da Poluio Visual.

    Trocamos as fitas dos cartazes por um colante

    especfico para paredes, que no estraga a

    pintura. Portanto nosso ato poltico legtimo,

    direito garantido pela Constituio Federal, alis,

    direito fundamental, como expresso no artigo 5.

    No dia 23 de novembro o coordenador

    ordenou na comisso de moradia que estes

    alunos fossem punidos atravs de advertncias.

    Somos contra estas advertncias e contra

    qualquer forma de represso aos estudantes.

    Pois a USP deve diversificar ideias, no

    homogeneiz-las como mandado pelo Grande Irmo.

    Texto escrito pela Comisso constituda na

    Assembleia Geral de Estudantes da USP em

    Ribeiro Preto para realizao dos atos.