palestra:a prÁtica mÉdica atual: controvÉrsias do emprego datecnologia e a medicina clÍnica

3
75 SESSÃO PLENÁRIA DA ACADEMIA DE MEDICINA DE BRASÍLIA – AMeB PALESTRA: A PRÁTICA MÉDICA ATUAL: CONTROVÉRSIAS DO EMPREGO DA TECNOLOGIA E A MEDICINA CLÍNICA. 10 PALESTRANTE: Acadêmica Janice Magalhães Lamas (Academia de Medicina de Brasília). A Acadêmica Janice Magalhães Lamas deu início à sua palestra citando o Padre Antonio Vieira, quanto à di- ficuldade de se discutir o controverso. Afirmando que o uso da tecnologia em excesso devia-se ao grande número de especiali- dades, citou os avanços da Medicina, passando pelas invenções do estetoscópio, do termômetro, do microscópio, até à desco- berta do raio-X, no final do século XIX, por Roentgen. Passou, então, a explicar o avanço dos meios de diagnóstico por ima- gem, enumerando cronologicamente o surgimento da fluoros- copia, radiografia, mamografia, tomografia computadorizada, ultrassonografia, ressonância magnética, tomografia computa- dorizada associada à emissão de pósitrons, ressonância magné- tica convencional e funcional, comparando-os e analisando suas vantagens e desvantagens. 10 Palestra realizada em 13/9/2011 no Auditório Tito Figuerôa – SindMédico, situado no SGAS 607, Edifício Metrópolis, Cobertura 1, Brasília-DF, sede da AMeB.

Upload: academia-de-medicina-de-brasilia

Post on 02-Feb-2016

214 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Palestra: A PRÁTICA MÉDICA ATUAL: CONTROVÉRSIAS DO EMPREGO DA TECNOLOGIA E A MEDICINA CLÍNICA PALESTRANTE: Acadêmica Janice Magalhães Lamase da AMeB

TRANSCRIPT

Page 1: Palestra:A PRÁTICA MÉDICA ATUAL: CONTROVÉRSIAS DO EMPREGO DATECNOLOGIA E A MEDICINA CLÍNICA

75

sessÃO PlenÁriA dA AcAdemiA de medicinA de BrAsíliA – AmeB

PAlesTrA: A PRÁTICA MÉDICA ATUAL: CONTROVÉRSIAS DO EMPREGO DA TECNOLOGIA E A MEDICINA CLÍNICA.10

PAlesTrAnTe: Acadêmica Janice Magalhães Lamas (Academia de Medicina de Brasília).

A Acadêmica Janice Magalhães Lamas deu início à sua palestra citando o Padre Antonio Vieira, quanto à di-

ficuldade de se discutir o controverso. Afirmando que o uso da tecnologia em excesso devia-se ao grande número de especiali-dades, citou os avanços da Medicina, passando pelas invenções do estetoscópio, do termômetro, do microscópio, até à desco-berta do raio-X, no final do século XIX, por Roentgen. Passou, então, a explicar o avanço dos meios de diagnóstico por ima-gem, enumerando cronologicamente o surgimento da fluoros-copia, radiografia, mamografia, tomografia computadorizada, ultrassonografia, ressonância magnética, tomografia computa-dorizada associada à emissão de pósitrons, ressonância magné-tica convencional e funcional, comparando-os e analisando suas vantagens e desvantagens.10 Palestra realizada em 13/9/2011 no Auditório Tito Figuerôa – SindMédico, situado no SGAS

607, Edifício Metrópolis, Cobertura 1, Brasília-DF, sede da AMeB.

Page 2: Palestra:A PRÁTICA MÉDICA ATUAL: CONTROVÉRSIAS DO EMPREGO DATECNOLOGIA E A MEDICINA CLÍNICA

76

ACADEMIA DE MEDICINA DE BRASÍLIA

Comentou, a seguir, a complexa relação entre o médico e a indústria e a influência do modelo norte-americano de alta tec-nologia nos hospitais brasileiros, acrescentando que o aumen-to de gastos com tecnologia nem sempre correspondia a um aumento da expectativa de vida e que nem sempre uma nova tecnologia substituía completamente a anterior. Concluiu sua exposição mostrando as principais indicações para cada exa-me, sugerindo que o principal problema que o médico enfrenta-va em seu consultório seria determinar qual tecnologia seria a mais indicada ao seu paciente.

O Presidente da AMeB, Acadêmico José Leite Saraiva, pas-sou em seguida a palavra ao plenário, que assim se manifes-tou: “O médico deve saber ser abrangente, pede muito e pouco sabe; precisa ter honestidade de propósitos” (Acadêmico Sérgio Camões); “Muitas vezes, o médico pede exames desnecessá-rios porque possui o equipamento que os realiza, aumentando, assim, a sua renda” (Acadêmico Renato Maia); “Todo e qual-quer exame é, por definição, complementar, mas hoje em dia é feito antes mesmo de o médico ver o paciente” (Acadêmico Mauricio Gomes Pereira). “Apenas 1/3 dos leitos hospitalares no Brasil é do SUS, que também precisa ter acesso à alta tec-nologia e não tem” (Doutora Mariângela Delgado Cavalcante); “A rede SARAH tem a mais alta tecnologia hospitalar de Brasília e atende a todos, indiscriminadamente, embora somente 30% de suas verbas venham diretamente do governo” (Acadêmico João Eugênio); “Tanto a tecnologia quanto os exames clínicos são necessários; o grande problema reside na indicação deles” (Acadêmico Edno Magalhães); “A Escola Superior de Ciências da Saúde, do Governo do Distrito Federal, tem tentado nos seus dez anos de existência, seguir um modelo que ensine o estu-dante de Medicina a pensar mais no doente que na doença”

Page 3: Palestra:A PRÁTICA MÉDICA ATUAL: CONTROVÉRSIAS DO EMPREGO DATECNOLOGIA E A MEDICINA CLÍNICA

77

AnAis • Ano I • Volume II

(Acadêmico Procópio Miguel dos Santos); “O problema não é e nunca foi a tecnologia e, sim, a maneira como é aplicada e os médicos são coniventes com este status quo” (Doutor Nelson Marins); “O paciente se considera conhecedor do saber médico por consultar a Internet e exige o uso da tecnologia” (Acadêmi-ca Maria Mouranilda Tavares Schleicher).

A Acadêmica Janice Lamas concordou com as ponderações colocadas pelo plenário, acrescentando que o médico mais jo-vem nem sempre sabia indicar o exame correto, uma vez que por só conhecer a tecnologia atual e não lidar com pacientes du-rante sua formação, não poderia ter daqueles uma visão crítica daqueles exames.