palestra prof heitor sclambrini 21-09-2011

43
Heitor Scalambrini Costa Universidade Federal de Pernambuco Recife, 21 de setembro 2011 “Impactos da Energia Nuclear no Nordeste” Fórum Interinstitucional de Defesa da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco XLVII REUNIÃO ORDINÁRIA

Upload: marcelo-luiz

Post on 07-Jun-2015

668 views

Category:

Education


0 download

DESCRIPTION

Palestra na XLVII Reunião Ordinária do Fórum BHSF na CPRH.

TRANSCRIPT

Page 1: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Heitor Scalambrini CostaUniversidade Federal de Pernambuco

Recife, 21 de setembro 2011

“Impactos da Energia Nuclear no Nordeste”

Fórum Interinstitucional de Defesa

da Bacia Hidrográfica do

Rio São FranciscoXLVII REUNIÃO ORDINÁRIA

Page 2: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Conteúdo

- Introdução

- Atividades nucleares no Brasil

- Aspectos da energia nuclear

- Impacto da usina nuclear em Pernambuco

- Conclusões

Page 3: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Introdução

- Existem 443 reatores nucleares em 29 países

- 65 usinas estavam sendo planejadas (pós Fukushima?)

- Os EUA possui 104

- A França é o país mais dependente desta energia com 58 unidades cobrindo 76% do consumo

- Japão tem 54 reatores em seu território

- A nível mundial a energia nucleoelétrica representa aproximadamente 15% da produção

Page 4: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

O processo de “renascimento” da energia nuclear vem de apoios importantes:

- indústrias fabricantes de reatores e equipamentos auxiliares, cujo interesse está relacionado com a ampliação do mercado, que permaneceu durante muito tempo estagnado (desde 1986).

- se apropria de forma oportunista da questão ambiental, em torno do aquecimento global determinado pela queima dos combustíveis fósseis para geração de eletricidade, decorrente das emissões de dióxido de carbono.

- setores das forças armadas, fascinados pelo poder que a energia nuclear lhes traz.

- grupos de cientistas pelo prestígio e oportunidades de novas pesquisas, pelo comando do processo.

- e empreiteiras por motivos óbvios.

Page 5: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Atividades nucleares no Brasil

A história das atividades nucleares no Brasil sempre envolveu os mais diversos interesses de militares, políticos, grandes potências, empresários e cientistas. Na maior parte das vezes as razões energéticas foram meras justificativas para esconder estratégias militares ou interesses econômicos.

Energia Nuclear no Brasil é uma história de controvérsias, riscos e incertezas.

Page 6: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Central Nuclear Almirante Álvaro AlbertoPotencia instalada: Angra 1 – 657 MW (1985)

Angra 2 - 1350 MW (2000) Angra 3 – 1350 MW (2015)

A região de Angra dos Reis, no sul fluminense foi escolhida por apresentar algumas facilidades:

- proximidade dos grandes centros consumidores.

- proximidade do mar é outro aspecto fundamental, uma vez que a usina utiliza-se de uma grande quantidade de água.

- localização para a chegada e saída de embarcações com equipamentos de grande porte, e eventual evacuação dos moradores.

Da potência total representa em torno de 2% da capacidade instalada no país.

Page 7: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Localização - Distâncias aproximadas

Page 8: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Usina nuclear

Usina nuclear ou central nuclear é uma instalação industrial empregada para produzir eletricidade a partir do uso de materiais radioativos que através de uma reação nuclear produz calor.

Page 9: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Circuitos primário, secundário e da água de resfriamento

uma usina de 1300 MW (Angra II), necessita da mesma quantidade necessária

para atender a demanda de uma cidade de 100.000 habitantes.

Page 10: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Reação de fissão nuclear controlada

Page 11: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011
Page 12: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Ciclo do combustível nuclear

Envolve as seguintes etapas:

a) Mineração: mineração e o beneficiamento

b) Conversão do yellowcake (óxido de urânio - U3O8) em hexafluoreto de urânio (UF6) sob estado gasoso, após ter sido dissolvido e purificado

c) Enriquecimento Isotópico: tem por objetivo aumentar a concentração de urânio 235 (U-235), presente em 0,7% no estado natural, para 2 a 5%, servindo então como combustível nuclear

d) Reconversão do gás UF6 em dióxido de urânio (UO2) ao estado sólido (pó)

e) Fabricação das Pastilhas de UO2

f) Fabricação de Elementos Combustíveis: as pastilhas são montadas em varetas de uma liga metálica especial, o zircaloy.

Page 13: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Vareta de combustível com

pastilhas de dióxido de urânio

Elemento combustível

Page 14: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Aspectos da energia nuclear

As possibilidades de desenvolvimento das atividades nucleares no país encontram, nos dias de hoje, um quadro extremamente controverso e submerso em incertezas de diversas ordens.

Em seguida é apontados brevemente diversos aspectos que mostram que não precisamos instalar usinas nucleares em nosso país:

Page 15: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Segurança energética

O fundamento principal para a construção de novas usinas de geração é de que existe uma previsão de crescimento da economia (sem que se questione a natureza do crescimento) e de que, em função disso, há necessidade de se ofertar mais energia para atender a esta demanda, construindo novas usinas.

Projeções do consumo futuro de energia dependem do tipo de desenvolvimento e crescimento econômico que o país terá. Existem vários questionamentos sobre os cálculos oficiais que apontam para taxas extremamente elevadas de expansão do parque elétrico brasileiro para atender a uma pretensa demanda.

Page 16: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Historicamente, o Setor Elétrico tem feito projeções com base na premissa do crescimento da economia baseado em taxas acima das atuais e que geram “previsões” irreais do consumo energético.

Por exemplo, em 1987, a projeção para 2005 foi 54% acima do consumo verificado.

As projeções com horizontes mais curtos também sempre foram superestimadas. Por exemplo, em 1999, o consumo projetado para 2005 foi 14% maior que o ocorrido.

Page 17: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Aspectos econômicos

Do ponto de vista econômico, o custo de uma central nuclear é enorme, da ordem de R$ 10 bilhões. Geralmente este valor está aquém dos valores finais da obra.

Como exemplo do que estamos falando, centrais nucleares que estão sendo planejadas atualmente na Finlândia, já estão custando o dobro do estimado antes do começo da obra. Já nos Estados Unidos, as usinas implantadas entre 1966 e 1986 tiveram, em média, custos 200% acima do previsto.

Page 18: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

A história do nuclear mostra que esta sempre foi e continua a ser, mesmo com a nova geração de reatores, uma indústria altamente dependente de subsídios públicos. Isto significa que quem vai pagar a conta da imensa irresponsabilidade de se implantar estas usinas em nosso país, será a população de maneira geral, e em particular os consumidores, que pagarão tarifas mais caras.

Page 19: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Desde 2005, um dos mais conceituados centros tecnológicos do mundo, o Massachusetts Institute of Technology, assegurou que a energia nuclear não é competitiva sem subsídios.

À mesma conclusão chegaram estudos publicados pelos jornais The New York Times e The Financial Times. Outro estudo ainda, publicado pela National Geographic Brasil (agosto 2005) aponta na mesma direção.

E mais recentemente a revista britânica New Scientist listou argumentos que desfavorecem a energia nuclear:

- não sobrevive sem subsídios, - os custos para pesquisa e desenvolvimento são altíssimos, e

- são insuportáveis os custos da disposição do lixo nuclear e do descomissionamento dos reatores, assim como a segurança nas usinas.

Page 20: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Questão ambiental

Do ponto de vista ambiental é uma meia verdade, afirmações que as centrais nucleares não contribuem para os gases de efeito estufa, e que são “limpas”.

Em operação rotineira, as centrais nucleares pouco agridem o meio ambiente, mas existe o risco de acidentes que liberam na biosfera produtos de fissão nuclear de alta radioatividade.

Embora pequeno tal risco, existe, e não pode ser negligenciado.

Essas usinas não resolveram o problema do que fazer com os rejeitos de alta radioatividade, cuja deposição final demanda pesados investimentos.

Page 21: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Vários estudos científicos têm mostrado que o ciclo do urânio é um grande consumidor de energia e um forte emissor de CO2.

- O estudo americano “Nuclear Power: The Energy Balance” (2005), que compara as emissões de uma central nuclear e de uma central a gás natural (com uma potência equivalente) Conclusão: a eletricidade nuclear provoca muito mais emissões que o gás natural consumido na termoelétrica.

Oxford Research Group: 113 gramas de CO2/kWh. Isso é aproximadamente o que produz uma central a gás.

Storm e Smith: 150 a 400 g CO2/kWh, enquanto o ciclo para geradores eólicos emite de 10 a 50 g CO2/kWh.

Agência Internacional de Energia Atômica: 30 e 60 gramas de CO2/kWh.

Page 22: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Verifica-se então grande contradição nos números, e que

existe uma polêmica e dúvidas sobre a capacidade de emissão de gases de efeito estufa, ao utilizar o urânio para gerar eletricidade.

No caso brasileiro, embora a extração do urânio utilizado pelas usinas ocorra em território nacional, antes ele vai para o Canadá, onde é transformado em gás e, em seguida, para a Europa, onde é enriquecido.

Page 23: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Aspectos sociais

É evidenciado o impacto revolucionário de um empreendimento de R$ 10 bilhões, pode representar na economia local.

Do ponto de vista da empregabilidade e dos ganhos financeiros para o município-estado que abrigar a usina nuclear há uma falsa retórica de que os investimentos automaticamente favoreceriam os moradores do entorno de tais instalações.

Page 24: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011
Page 25: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011
Page 26: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Riscos

Atualmente são feitas afirmativas que as usinas nucleares apresentam alto grau de excelência tecnológica, como principal fator de garantia da segurança e o aumento da confiabilidade.

Tentativa de tranqüilizar as pessoas, afirmando que a evolução tecnológica levou as usinas nucleares a se modernizarem e serem praticamente imunes a acidentes.

Discursos “de perigo zero” para as novas usinas que estão em estudos, às chamadas de 4ª geração que utiliza o conceito de “falha para a segurança”.

Nestas usinas, quando ocorrem falhas de operação, são corrigidas, levando a uma condição mais segura do que a anterior, ou seja, a correção das falhas se dá automaticamente, sem requerer necessariamente a intervenção dos operadores. Como se isto bastasse e fosse suficiente para impedir acidentes. E o fator IMPREVISIBILIDADE?

Page 27: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Poder de penetração das emissões alfa, beta e gama

Page 28: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011
Page 29: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Os elementos radioativos liberados são produto da fissão nuclear, da quebra dos núcleos de urânio (a principal substância que alimenta as usinas). Os principais substâncias formadas nesse processo:Iodo 131 (I-131), estrôncio-90 (Sr-90) e césio-137 (Cs-137).

Cada elementos costuma ataca uma parte do corpo. O estrôncio ataca sistema ósseo, o polônio ao baço e aos rins e o iodo, à glândula tireóide. A exceção é o césio, que penetra no corpo humano como um todo.

No corpo humano, o processo de contaminação depende muito da água presente no organismo. Uma vez que o líquido corresponde a cerca de 70% do homem, ele se torna uma espécie de condutor do material radioativo.

O chamado dano indireto. A radiação atinge todas as moléculas.

Page 30: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Relatório da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados publicado em 2006, aponta que o Estado brasileiro está longe de ter a estrutura necessária para garantir a segurança das atividades e instalações nucleares.

Nesse documento são apontadas graves falhas na fiscalização e monitoramento do setor nuclear, destacando, entre outros problemas, a duplicidade de funções da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN atua, ao mesmo tempo, como Requerente, Operadora, Prestadora de Serviços, Licenciadora e Fiscalizadora de si própria.

Page 31: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Os riscos que estão sujeitas as populações que vivem próximo dos reatores nucleares são inegáveis.

Como nenhum cientista pode afirmar que o risco de um acidente é zero, a questão passa a ser ética.

Como delegar a sorte de milhares de cidadão a onipotência de alguns tecnocratas, e aos interesses desta ou daquela empresa?

Além do risco do lixo nuclear produzido, que não se tem um destino final, de algo que durará milhares de anos emitindo radiação.

Page 32: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Proliferação e militarização nuclear

No Brasil, historicamente, a relação entre o uso da energia nuclear para fins energéticos e para fins militares é muito estreita.

A exportação e a proliferação contínua de tecnologia nuclear aumentam significativamente o risco de proliferação de armas nucleares, existindo o risco de novos Estados se tornarem novas potências nucleares.

Page 33: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

A ressurreição do Programa Nuclear Brasileiro é mais um dos indícios da estratégia governamental de tornar o Brasil uma potência atômica. O dinheiro empregado no programa, para a construção e funcionamento de novas usinas nucleoelétricas, permitirá a lubrificação de todas as suas engrenagens.

A cada usina que construímos aumentaremos o volume de urânio que produzimos, aumentando assim o saldo com que se espera entrar definitivamente como sócios no Clube Atômico, e para tal é necessário ter a bomba atômica.

Page 34: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Democracia

A indústria nuclear é por sua natureza secreta e sem transparência. Em alguns países, foi criada uma polícia especializada para cuidar dos materiais radioativos contra o roubo pelos “terroristas”. Com este argumento, a indústria nuclear contribui para a diminuição dos direitos democráticos da sociedade, porque cria um “Estado de Segurança”.

A segurança das usinas geradoras e demais instalações nucleares (tratamento e enriquecimento de urânio, fabricação de elementos combustíveis, reprocessamento de combustíveis irradiados, depósitos de rejeitos etc.) implica importantes e custosos aparelhos policiais. Assim, países que optem pelas usinas nucleares em seus sistemas elétricos poderão ser forçados a adotar métodos próprios de Estados policiais.

Page 35: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

É fundamental a necessidade de se discutir mais a questão energética. O debate de idéias e o confronto de interesses são instrumentos decisivos na formulação de uma estratégia energética sustentável e democrática. Daí a necessidade de ampliar os espaços de debate, hoje restritos aos gabinetes dos especialistas.

No caso da energia nuclear informações técnicas, econômicas, financeiras, de segurança, relatórios operativos, entre outros documentos são muitas vezes considerados sigilosos e não disponíveis publicamente. Esta fonte de energia acentua o caráter autoritário na condução da política energética no país.

Page 36: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Impacto de uma usina nuclear em Pernambuco

As usinas nucleares são consideradas as mais "socialmente complicadas" das principais formas de geração de energia elétrica.

Se houver um acidente que provoque o vazamento de radioatividade no ambiente, milhares de pessoas podem e gerações podem ter a saúde afetada, isso sem falar na natureza (terra, solo e água) que também sofre prejuízos irreparáveis, particularmente o Rio São Francisco.

Mesmo que não ocorra um vazamento, a usina nuclear produz lixo radioativo, que precisa ser depositado em algum lugar seguro, onde não prejudique o ambiente ou os seres vivos. Existem hoje depósitos provisórios de materiais de alta radioatividade, sem se encontrar local definitivo para estes materiais que passaram milhares e milhares de anos armazenados.

Page 37: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Os custos da eletricidade nuclear é alto, e se tornará ainda mais caro, a partir do acidente de Fukushima, onde novas normas de segurança serão adotadas e encarecerão o custo final da produção de energia elétrica. Este nova situação incidirão nos valores das tarifas de energia elétrica paga por todos os consumidores pernambucanos.

É questionável o impacto de um empreendimento de R$ 10 bilhões, pode representar na economia de Itacuruba e região. Propaga-se que os royalties provenientes da usina serão maciçamente aplicados em ações sociais e ambientais,

Do ponto de vista da empregabilidade e dos ganhos financeiros para o município-estado que abrigar a usina nuclear, há uma falsa retórica de que os investimentos automaticamente favorecerão os moradores do entorno das instalações. Outros casos no Brasil não demonstraram essa propalada distribuição de renda.

Page 38: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Na época das obras da usina nuclear de Angra 1 chegou a 11 mil homens trabalhando no período de maior movimentação da obra. Com suas famílias gerou um contingente humano imenso que a cidade teve que abrigar. E se instalou o caos urbano sem que a cidade de Angra dos Reis pudesse atender os que chegavam com os serviços básicos.

Podemos prever que em Itacuruba e região ocorrerá fenômeno semelhante ao ocorrido em grandes obras sociais com migração desordenada. No ápice da obra é previsto em torno de 6.000 pessoas no canteiro de obras.

Quanto a ser uma obra geradora de postos de trabalho, é ingenuidade acreditas que a mão-de-obra utilizada na construção e gerenciamento de uma usina nuclear seja da região.

Em comparação com a tecnologia eólica ou solar, a energia nuclear cria poucos empregos. Energias renováveis precisam de trabalhadores locais para a construção local e para a manutenção. Os empregos são criados localmente e ficam no local, por isso as comunidades ganham.

Page 39: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Conclusões

Não existe uma fonte de energia que só tenha vantagens. Não há energia sem controvérsia, mas a nuclear, pelo poder destruidor que tem qualquer vazamento de radiação, não deve ser utilizada para produzir eletricidade, ao menos em nosso país, onde existem tantas outras opções.

A opção nuclear para geração de energia elétrica no Brasil e no Nordeste, em particular, não permite resolver os atuais problemas energéticos, e virá contribuir para com outros problemas sem solução à vista.

O Brasil é um país bem ensolarado, possui muito água e fácil acesso ao mar, apresenta fortes ventos e grandes áreas agrícolas para produção de biomassa, e pode utilizar tudo isso para seu desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida de sua população com um meio ambiente saudável e renovável.

Page 40: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

A civilização encontra pela frente inúmeros desafios que apontam para outros caminhos.

A questão ambiental/energética tem que ser encarada com um projeto diferente, contemporâneo dos desafios e possibilidades do século XXI, para que se tenha:

• segurança energética a longo prazo,• com a diversificação e • complementaridade da matriz energética nacional, e • com fontes renováveis de energia, l• levando assim em conta, um modelo de

desenvolvimento sustentável.

Page 41: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Desenvolvimento sustentável é aquele que é capaz de suprir as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das gerações futuras. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

Partindo desse conceito podemos afirmar que é um absurdo e um grande equivoco que o governo brasileiro priorize a opção nuclear para geração de energia elétrica, considerando que o país conta com tantas opções de produção a partir de energias renováveis que menos agridem a natureza.

Além dos riscos devido a acidentes, ao lixo atômico, as emissões de CO2, somam-se o risco geopolítico que traria ao país e a região esta tecnologia.

Page 42: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Para alcançarmos uma sociedade global justa, sustentável, solidaria e pacífica; é necessário mais do que nunca que os povos percebam a necessidade de se inspirar em um novo sentido de interdependência global, de solidariedade e de responsabilidade compartilhada.

Somente assim se pode almejar o bem-estar de das pessoas e das futuras gerações.

Para alcançar esta sociedade devemos abolir o uso da energia nuclear para geração elétrica..

Page 43: Palestra prof heitor sclambrini  21-09-2011

Cidadão não é aquele que vive em sociedade, mas aquele que a transforma

Augusto Boal

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina

Cora Coralina

Obrigado !!!!

[email protected]

[email protected]