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Brasão de Armas São Paulo Sociedade Brasileira de Heráldica e Medalhistica apresen ta

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Page 1: Palestra: O Brasão de Armas da Cidade de São Paulo e a Heráldica de Guilherme de Almeida;

Brasão de ArmasSão Paulo

Sociedade Brasileira de Heráldica e Medalhistica

apresenta

Page 2: Palestra: O Brasão de Armas da Cidade de São Paulo e a Heráldica de Guilherme de Almeida;
Page 3: Palestra: O Brasão de Armas da Cidade de São Paulo e a Heráldica de Guilherme de Almeida;

A Historia do Brasão da Cidade de São Paulo  Concepção do Poeta Guilherme de Almeida em parceria com o pintor José Wasth Rodrigues. Prefeito na época: Washington Luis Pereira de Sousa, depois eleito Governador e Presidente da RepúblicaOcorreu em 1917 – quase no fim da primeira guerra mundial.

Por ter surgido primeiro, o Brasão de Armas do Município foi muito divulgado e enquadrava-se no espírito dos paulistas, pela força da divisa “Non Ducor Duco” – (Não sou conduzido. Conduzo ! ) que parecia servir mais ao Estado Bandeirante do que ao município, propriamente dito, num período de grande surto industrial, quando a cidade de São Paulo já iniciava sua trajetória de Megalópolis.

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Continuação ... O Brasão de Armas foi instalado 15 anos antes da concepção

do próprio Brasão do Estado, concebido para ser utilizado a partir da Revolução Constitucionalista de 1932.

Em dezembro de 1915, a Câmara Municipal, a pedido do Prefeito Washington Luis, instituiu um “Concurso público” para a concepção do Brasão de Armas, quando trinta e seis concorrentes se alinharam na primeira vez, esperançosos de ver seu modelo alçado entre os galardões da história.

Instituiu-se, de pronto, uma Comissão Julgadora da qual fizeram parte: Carlos de Campos, que foi senador e depois governador do Estado, Monsenhor Dr. Benedito de Souza e o jornalista Rangel Pestana, entre vários outros intelectuais da época.

Procedido o julgamento desse primeiro Concurso, o parecer da Comissão foi para dizer que, infelizmente, nenhum dos trabalhos apresentados naquela primeira oportunidade, satisfazia as exigências do que fora estabelecido.

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Continuação ...

Após o encerramento deste episódio, a Comissão abriu inscrição para um segundo Concurso, quando se inscreveram 32 candidatos.

Mantida a mesma Comissão Julgadora, somente o Dr. Mario Vilares Barbosa – que viajava para a Europa - precisou ser substituído pelo pintor Benedito Calixto de Jesus.

Dentre os trinta e dois projetos apresentados, o projeto de número 7 da autoria do poeta e heraldista Guilherme de Almeida, em parceria com o artista José Wasth Rodrigues, mereceu a vitória, dada pela simplicidade de sua concepção, mas sofreu algumas alterações propostas pela a Comissão julgadora aos seus idealizadores, que, aceitas pelo prefeito, deram forma definitiva ao Brasão de Armas da Cidade que tinha sido a principal sede do bandeirismo no Brasil e que vigorou a partir de 8 de março de 1917, através de ato baixado pelo prefeito Washington Luis.

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Continuação ... O que mais impressionou a Comissão julgadora - e a nós

que até hoje admiramos e nos orgulhamos do Brasão de Armas da Cidade de São Paulo - é que Guilherme de Almeida e seu parceiro Wasth Rodrigues – conseguiram consubstanciar toda a história do burgo paulistano num símbolo que é o atributo generalizado de todas as velhas aglomerações paulistas: o Bandeirismo.

Por isso ficou bem assentado no Brasão de Armas de nossa Capital, a presença do “Braço armado empunhando uma espada batalhante”. Insígnia perfeita que foi aí colocada para lembrar os grandes feitos guerreiros e heroicos do nosso povo, ao longo de sua grande história de conquistas.

Esta espada, está presa numa “flámula farpada de quatro pontas”, rememorando a ação gloriosa do Bandeirismo.

Em janeiro de 1917, poucos meses antes, São Paulo tinha completado 363 anos de sua fundação.

Em 1967, quando o Brasão completava 60 anos de sua instituição, Guilherme de Almeida, continuava vivo e recebia honras por mais este brilhante trabalho que desenvolveu em sua gloriosa carreira de intelectual e artista renomado internacionalmente.

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Continuação ... Descrição Simbólica do Brasão de Armas Original Escudo e Ornatos Exteriores

Escudo é o tipo adotado pela Heráldica luso-brasileira, por relembrar a nossa filiação ao mundo lusitano: Esse formato é chamado de português clássico, também é conhecido como ibérico.

No Escudo, o campo integralmente em vermelho – chamado “goles”, em heráldica - uma das cores de esmalte da Armaria, que representa: audácia, coragem, vitória, bravura, segurança, grandeza de alma, magnanimidade, etc.

Os autores só utilizaram dois esmaltes da heráldica: a cor goles e o metal argente (prata) que pode ser substituído pela cor branca. 

O Braço de aço que se situa no terço inferior do Escudo, é componente das armaduras típicas da idade média e em Heráldica, é denominado Destrochério. Esse móvel da Armaria deve mostrar sempre o cotovelo, é movente do bordo do Escudo e ao brasonar, o heraldista deve descrever se está nu ou armado,

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Continuação ... Haste lanceada em acha de armas, - No Brasão de

Armas de SP, o Destrochério empunha uma arma própria da velha e gloriosa cavalaria medieval , a haste lanceada, que termina com a acha de armas, que é um machado. Simbolicamente, as figuras foram pensadas por Guilherme de Almeida, como características do expansionismo bandeirante, para lembrar as gerações vindouras que, com lanças e machados, os intrépidos homens dessas jornadas épicas abriram os caminhos que procuravam, sob o signo da Ordem de Cristo e a flâmula com as 4 farpas que rememora a ação gloriosa do bandeirismo.

  Os ornatos exteriores do Brasão de Armas, são

representados pela Coroa Mural, pelos Suportes, e pelo Listel.

  A Coroa Mural, brasonada original e corretamente com

o metal ouro, “de quatro torres, com três ameias e sua porta, cada uma” - uma vista integralmente de frente e as outras duas, laterais, vistas parcialmente, a quarta não é vista, foi aceita sem questionamentos pela Comissão Julgadora, em 1917, como correta. Provavelmente pela ausência de maiores informações e literatura pertinente, os autores a figuraram dessa forma.

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A Historia do Brasão da Cidade de São Paulo

Continuação ... Em 1974, a Sociedade Brasileira de Heráldica e

Medalhística alertou ao então prefeito da época, Miguel Colasuonno, que de conformidade com as leis internacionais e as convenções da ciência heráldica - os Brasões de Armas das capitais de Estados e do Distrito Federal, devem ter sua dignidade representada por oito torres de ouro, sendo três delas vistas de frente, outras duas, laterais, vistas parcialmente e ficando as outras três ocultas.

  A Vila de São Paulo de Piratininga, tinha sido

elevada a categoria de município desde 1711 e o processo de concepção do Brasão de Armas, através de concurso que se iniciou-se em 1915 com sua consequente implantação em 1917, manteve 4 torres na Coroa Mural, o que ainda lhe conferia a dignidade de Aldeia e não de Município. Presume-se, que Isso deve ter ocorrido pela falta de literatura especializada e a morosidade das comunicações com Portugal, cuja Heraldica servia como fonte de referência e informações.

 

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A Historia do Brasão da Cidade de São Paulo

Continuação ...

Na mesma época, os heraldistas que acompanharam essa alteração, aproveitaram para sugerir - e foram efetuados - alguns pequenos ajustes, que envolveu o deslocamento do Braço Armado antes colocado solto no centro do campo do Escudo.

Nos ornatos exteriores, além das alterações ocorridas na Coroa Mural, alterou-se também, ligeiramente os Suportes, representados pelos ramos de café, que ficaram mais próximos ao Escudo. O Listel, onde situa-se a divisa “Non Ducor Duco”, também sofreu um pequeno ajuste simétrico.

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