palestra franklin junior ministério de meio ambiente

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Franklin de Paula Junior SRHU/MMA I Encontro Anual de Integração e I Pré I Encontro Anual de Integração e I Pré Encontro de Educação Ambiental da Bacia Encontro de Educação Ambiental da Bacia Hidrografica do Rio Doce Hidrografica do Rio Doce PARTICIPACAO E PARTICIPACAO E MOBILIZACAO SOCIAL MOBILIZACAO SOCIAL NA GESTAO HIDRICA NA GESTAO HIDRICA 30 de outubro de 2012 Governador Valadares - MG

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Page 1: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Franklin de Paula JuniorSRHU/MMA

I Encontro Anual de Integração e I Pré Encontro de Educação I Encontro Anual de Integração e I Pré Encontro de Educação Ambiental da Bacia Hidrografica do Rio DoceAmbiental da Bacia Hidrografica do Rio Doce

PARTICIPACAO E MOBILIZACAO PARTICIPACAO E MOBILIZACAO SOCIAL SOCIAL

NA GESTAO HIDRICANA GESTAO HIDRICA

30 de outubro de 2012

Governador Valadares - MG

Page 2: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Participação Social

na gestão de águas

(porque? quando? onde? como?)

Page 3: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Capítulo 18 da Agenda 21Recomenda uma “abordagem que inclua ampla ampla participação públicaparticipação pública, inclusive da mulher, da juventude, dos populações indígenas e das comunidades locais, no estabelecimento de políticas e nas tomadas de decisão do manejo hídrico”.

Carta da TerraRecomenda a administração do “uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração e que protejam a saúde dos ecossistemas”. E tem como um de seus princípios, a construção de “sociedades democráticassociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficasjustas, participativas, sustentáveis e pacíficas”.

Participação social na gestão hídrica e Participação social na gestão hídrica e ambiental, conforme documentos planetáriosambiental, conforme documentos planetários

Foto: Beate Frank/CBH-Itajaí/Brasil

Page 4: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Ponto de partida

princípiosMeios

Ponto de chegada

Esquema: perspectivas da participação Esquema: perspectivas da participação social no macro-contexto dos desafios social no macro-contexto dos desafios civilizatórios globais civilizatórios globais (Franklin P. Jr)

A Participação Social calcada nos valores da gestão integrada, democrática e sustentável da água

Page 5: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Movimentos simultâneos e complementares que podem dinamizar a dialética instituído-instituinte no horizonte de atuação na gestão democrática e sustentável gestão democrática e sustentável das águasdas águas :

•RELAÇÃO COM O INSTITUÍDORELAÇÃO COM O INSTITUÍDO: apreender o significado e a aplicabilidade da base teóricabase teórica, dos pressupostos legaispressupostos legais (objetivos, fundamentos, diretrizes e instrumentos da Política), do arranjo político-institucionalarranjo político-institucional do Sistema, suas dinâmicas e mecanismos de funcionamentodinâmicas e mecanismos de funcionamento (instituições, órgãos e organismos); e

•COMPROMISSO COM O INSTITUINTECOMPROMISSO COM O INSTITUINTE: : requalificar e ressignificar as requalificar e ressignificar as políticas públicas de águaspolíticas públicas de águas, em seus processos de planejamento e gestão, a partir de releituras críticas, olhar engajado e do aprendizado da prática participativa (educomunicativa e mobilizadora), reafirmando e aportando as dimensões emancipatória, libertária e transformadora da EA, sob a perspectiva da valorização da sob a perspectiva da valorização da alteridade, da diversidade, da alteridade, da diversidade, da multidimensionalidade da água, da sustentabilidade socioambiental e do multidimensionalidade da água, da sustentabilidade socioambiental e do aprofundamento democráticoaprofundamento democrático.

Campos de atuação...

Franklin de Paula Júnior, 2011/12

Page 6: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Estado, dinâmicas sociais,

Democracia e Políticas Públicas

Page 7: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Márcio Pochmann (IPEA), ao criticar as distorções da onda liberalizante dos anos 90onda liberalizante dos anos 90, constata

que “o desvirtuamento do compromiso do Estado com ações emancipadoras do conjunto da população não geraram apenas um mundo mais desigual e profundamente injusto. Também produziu a desconfiança generalizada de que o homem já não seria mais capaz de construir coletivamente uma trajectória superior, dado a ênfase no curtoprazismo das decições políticas e gerenciais e do individualismo narcisista apoiado na economia do ter, incluindo a inviabilidade da sustentabilidade ambiental do planeta”.

“Historicamente, a tutela do Estado cerceou a autonomia da sociedade. A rigidez da institucionalidade estatal, presa à herança corporativa, seu fraco potencial de incorporação política, a impermeabilidade do Estado às demandas sociais em expansão, seu baixo grau de responsabilidade pública acentuaram o divórcio Estado-sociedade” (ELI DINIZ/UnB).

Histórico distanciamento entre Estado-Sociedade Dos 60 aos 90: predomínio do burocratismo autocrático, ditatorial e do neoliberalismo...

Page 8: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

“Apesar de não terem a exclusividade de tais operações, os poderes públicospoderes públicos são, em geral, melhor posicionados para suscitar diálogos e parcerias, podendo ser os catalisadores da catalisadores da ação coletivaação coletiva (...) requer uma profunda mudança cultural com profunda mudança cultural com relação aos governantes e a função públicarelação aos governantes e a função pública, e exige mudanças também nos procedimentos” (PIERRE CALAME).

Papel do Estado ContemporâneoPapel do Estado Contemporâneo

“Promover e assegurar a coexistência dos grupos sociais, estimulando uma conciliação que inclua, mas também ultrapasse o conflito, no sentido da comprensão do outro, buscando uma unidade na diversidade, um ordenamento a partir da complexidade social” (PAUL RICOEUR).

Page 9: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Apelo aos valores democráticos Apelo aos valores democráticos •Ideal da Tolerância•Ideal da Não Violência•Ideal da Renovação Gradual da Sociedade (por meio do livre debate das idéias e da mudança das mentalidades e do modo de viver)

•Ideal da Irmandade (fraternité)

(BOBBIO, Norberto. In: O Futuro da Democracia: uma defesa das regras do jogo).

“O compromisso com a cidadania implica em assegurar assegurar espaços de espaços de participaçãoparticipação em em todo o ciclotodo o ciclo de produção de produção das políticas públicasdas políticas públicas: concepçãoconcepção, , controlecontrole, , avaliaçãoavaliação e e atualizaçãoatualização” (GERSON ALMEIDA-SG/PR)

CAMPO RESTRITIVO: formalismo democrático (ênfase nos procedimentos/baixa intensidade) = democracia liberalCAMPO ABRANGENTE: substancialidade democrática (ênfase nos processos sociopolíticos/alta intensidade) = democracia social

“As pessoas e os grupos sociais têm o direito a ser iguais ser iguais quando a diferença os inferioriza, e o direito a ser diferentes ser diferentes quando a igualdade os descaracteriza”

(BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS).

Page 10: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

de sustentabilidade: por contaminação e intervenções abusivas em rios, lagos e aquíferos, construção de grandes obras hidráulicas e desflorestamento massivo;de iniqüidade e pobreza: que dispara a vulnerabilidade das comunidades mais pobres frente a quebra dos ecossistemas aquáticos;de governança: por problemas de corrupção e as pressões de privatização dos serviços de água e saneamento;de institucionalidade democrática global: que permita fazer da água um espaço de colaboração entre os povos e não de confrontação e dominação.(ARROJO, Pedro. In: CRISIS GLOBAL DEL AGUA: VALORES Y DERECHOS EN JUEGO. Disponible en: www.fespinal.com/espinal/llib/es168.pdfwww.fespinal.com/espinal/llib/es168.pdf).

Crise global da água: convergência de várias falhasCrise global da água: convergência de várias falhas

“A água serpeia entre musgos seculares. Leva um recado de existência a homens surdos . E vai passando, vai dizendo , que esta mata em redor é nossa companheira, é pedaço de

nós florescendo no chão” - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE.

Page 11: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

“Mudar os padrões de consumo implica mudança de valores e por isso apostamos em processos educativos que provoquem simultaneamente mudanças no plano da externalidade e da subjetividade humana e que mobilizem a descoberta do enraizamento dos seres humanos nas suas bases biológica e sócio-cultural. É preciso evocar o sentido do pertencimento à espécie, ao grupo social e ao tecido da vida, o ser humano vive de forma trágica seu duplo pertencimento entre natureza e cultura. Para sair do impasse é preciso saber obedecer e guiar as forças da vida, mas isto demanda criar espaço para o tempo circular da contemplação e da reflexão. O tempo linear da cultura do consumo torna mais rasa a consciência dos acontecimentos, como uma intrigante metáfora do assoreamento que torna mais raso o leito dos rios. (...) A banalização da vida é o lado mais perverso da cultura do consumo”. (PROFA. VERA CATALÃO/UnB, Coleciona Especial Água...)

Page 12: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

1.El agua-vidaagua-vida, en funciones básicas de supervivencia, tanto de los seres humanos, como de los demás seres vivos, debe tener prioridad máxima, de forma que se garantice la sostenibilidad de los ecosistemas y el acceso de todos a cuotas básicas de aguas de calidad, como un derecho humano.

2.El agua-ciudadaníagua-ciudadaníaa, en actividades de interés general, como los servicios de abastecimiento de agua potable y saneamiento, debe situarse en un segundo nivel de prioridad, en el ámbito de los derechos ciudadanos, vinculados a los correspondientes deberes ciudadanos.

3.El agua-economíaagua-economía, en funciones productivas, por encima de lo que podrían considerarse niveles de suficiencia para una vida digna, debe reconocerse en un tercer nivel de prioridad, en conexión con el derecho de cada cual a mejorar su nivel de vida. Es la función en la que se usa la mayor parte del agua y en la que se generan los problemas más relevantes de escasez y contaminación.

4.El agua-delitagua-delitoo, en usos productivos ilegítimos, que por tanto deben ser ilegales (vertidos contaminantes, extracciones abusivas…), en la medida que lesionan el interés general de la sociedad, deben ser evitados y perseguidos aplicando con rigor la ley.(ARROJO, Pedro. In: CRISIS GLOBAL DEL AGUA: VALORES Y DERECHOS EN JUEGO. Disponible en: www.fespinal.com/espinal/llib/es168.pdfwww.fespinal.com/espinal/llib/es168.pdf).

2010: Resolução da ONU declara que o acesso à água potável é um direito humano.2010: Resolução da ONU declara que o acesso à água potável é um direito humano.

Categorias éticas para la gestión hídricaCategorias éticas para la gestión hídrica

Page 13: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

1.

2. a água-vida, em funções básicas de sobrevivência, tanto dos seres humanos, como dos demais seres vivos, deve ter prioridade máxima, de forma que se assegure a sustentabilidade dos ecossistemas e o acesso de todos a quotas básicas de águas de qualidade, como um direito humano;

3. a água-cidadania, em atividades de interesse geral, como os serviços de abastecimento de água potável e saneamento, deve situar-se num segundo nível de prioridade, no âmbito dos direitos cidadãos, vinculados aos correspondentes deveres cidadãos;

4. a água-economia, em funções produtivas, acima do que poderiam considerar-se níveis de suficiência para uma vida digna, deve reconhecer-se num terceiro nível de prioridade, em conexão com o direito de cada qual a melhorar seu nível de vida. É a função na qual se usa a maior parte da água e na que se geram os problemas mais relevantes de escassez e contaminação; e

5. a água-delito, nos usos produtivos ilegítimos, que portanto devem ser ilegais (descargas contaminantes, extrações abusivas etc), na medida em que lesam o interesse geral da sociedade, devem ser evitados e perseguidos aplicando com rigor a lei.

(ARROJO, Pedro. In: CRISIS GLOBAL DEL AGUA: VALORES Y DERECHOS EN JUEGO. Disponible en: www.fespinal.com/espinal/llib/es168.pdfwww.fespinal.com/espinal/llib/es168.pdf).

2010: Resolução da ONU declara que o acesso à água potável é um direito humano.2010: Resolução da ONU declara que o acesso à água potável é um direito humano.

Categorias éticas para la gestión hídricaCategorias éticas para la gestión hídrica

Page 14: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Necessário resgatar o que ALFREDO BOSI chama de “a ótica humanizadora como um valor a atingir: apreciar nos meios técnicos precisamente o que são: objetos, úteis, produtos da inteligência prática, e não um fim em si mesmos” .

Modernidade , tecnocracia e democracia Modernidade , tecnocracia e democracia (ampliando o olhar e alargando horizontes)(ampliando o olhar e alargando horizontes)

“A democracia sustenta-se sobre a hipótese de que todos podem decidir a respeito de tudo. A tecnocracia, pelo contrário, pretende que sejam convocados para decidir apenas aqueles poucos que detêm conhecimentos específicos” (NORBERTO BOBBIO).

“A democracia redistributiva e a participacao democrática deve incidir tanto na acao de coordenacao do Estado como na atuacao dos agentes privados. Em outras

palavras: nao tem sentido democratizar o Estado se nao se democratiza a esfera nao estatal. Só a convergencia entre estes dois processos de democratizacao permite reconstruir o espaco público da deliberacao democrática” (BOAVENTURA S.S., In: Reinventar la Democracia).

Page 15: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Adaptado de LEONARDO AVRITZER (UFMG).

Gestão participativa promover novas relações societárias, mais justas, democráticas, solidárias e sustentáveis.

Page 16: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Estratégias•Comunicacao, EA, Mobilizacao Social

•Cultura da Água e Sentido de

Pertencimento

Page 17: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Mobilização Social

"Se planejamos para um ano, plantamos arroz. Se "Se planejamos para um ano, plantamos arroz. Se planejamos para dez anos, plantamos árvores. Se planejamos para dez anos, plantamos árvores. Se planejamos para cem anos, preparamos pessoas.“ planejamos para cem anos, preparamos pessoas.“

(Antigo ditado chinês).(Antigo ditado chinês).

Mobilização social para a GIRH: os processos que sensibilizam, envolvem ou convocam a sociedade para a atuação crítica e continuada, orientada pelas políticas de recursos hídricos, meio ambiente e educação ambiental, visando o fortalecimento da cidadania ambiental (CNRH Res.98/09, Art. 2º Inciso V).

Page 18: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

“A abundância atual da informação: necessidade de estruturação, seleção e síntese. A governança deve contribuir para que o mundo torne-se inteligível para todos, em particular com relação ao conhecimento que a comunidade tem de si mesma, a compreensão do funcionamento dos sistemas públicos (que, parecem ser, freqüentemente, opacos, complicados, portanto, suspeitos), e a compreensão do mundo exterior” (PIERRE CALAME).

Diálogo e Ação (edu)Comunicativa

Comunicação em GIRHComunicação em GIRH: : processos de comunicação processos de comunicação educativoseducativos, que compreendem a produção, acessibilidade e socialização de informações pertinentes à implementação da GIRH e favorecem o diálogo entre as diálogo entre as instituições do SINGREH e entre o SINGREH e a sociedadeinstituições do SINGREH e entre o SINGREH e a sociedade, contribuindo para o fortalecimento da participação e do controle social na gestão democrática da águagestão democrática da água

(CNRH Res.98/2009, Art. 2(CNRH Res.98/2009, Art. 2ºº Inciso V).

Page 19: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

.Descolonizar (o pensamento)

.Desmercantilizar/Ressacralizar/Reencantar (a vida e a água)

.Democratizar (as relações societárias)

Ações Emancipatórias Ações Emancipatórias desafios epistemológicos e ontológicos desafios epistemológicos e ontológicos (uso contra-hegemônico de ferramentas hegemônicas)(uso contra-hegemônico de ferramentas hegemônicas)

“A Educação não transforma o mundo. A Educação transforma Pessoas. Pessoas transformam o Mundo” (PAULO FREIRE).(PAULO FREIRE).

Eduação Ambiental como mobilizador socialEduação Ambiental como mobilizador socialDécadas Internacionais da Água e da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (UNESCO 2005-2015)Décadas Internacionais da Água e da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (UNESCO 2005-2015)

Page 20: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Cultura da Água e

Sentido de Pertencimento

(territorialidades hídricas)

Page 21: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Argumento biofisicoArgumento biofisico: a água e a bacia hid. como temas geradores de outros argumentos: outros argumentos: histórico-sociais, político-adm., antropológico-culturais, etc.

(Adapt Ferraro, 2007)

A GIRH numa perspectiva de Relação com a ÁguaRelação com a Água que que transcende o campo de contribuição da tecnicidade e a visão demarcada pelo utilitarismo economicista, então incorporando e valorizando as variáveis sócio-culturais, políticas e ambientais.

““A mudançaA mudança (de paradigmas)(de paradigmas), para ser duradoura, tem que ser cultural. A gestão , para ser duradoura, tem que ser cultural. A gestão da água e a tecnologia da água vêm depois da cultura da água” da água e a tecnologia da água vêm depois da cultura da água” (Ramón Vargas, (Ramón Vargas, geólogo argentino).geólogo argentino).

Bacia Hidrografica = Polis (Aldeia)CBH = Ágora

Page 22: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

“A água é o melhor indicador da relação que os seres indicador da relação que os seres humanos estabelecem uns com os outros e com o ambientehumanos estabelecem uns com os outros e com o ambiente” (Ramón Vargas, geólogo argentino).

“Assim como um espelho d’água reflete o Assim como um espelho d’água reflete o céu, a consciência humana reflete a ação céu, a consciência humana reflete a ação criadora do homem no mundo. Turva a criadora do homem no mundo. Turva a limpidez das águas, turvo o reflexolimpidez das águas, turvo o reflexo. A nossa crise atual é uma crise de consciência e de responsabilidade diante do potencial letal do nosso projeto civilizador.” (Profa. Vera Catalão, UnB)

“A água é um importante fator de sobrevivência e as formas de acesso a esse recurso pode revelar a lógica e os valores da vida pode revelar a lógica e os valores da vida socialsocial” (Profa. Norma Felicidade Valencio, Universidade Federal de São Carlos/UFSC)

A Água: indicador de sociabilidade e dos rumos civilizatórios

Page 23: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

““A idéia de território, como referência métrica, biofísica ou A idéia de território, como referência métrica, biofísica ou ecossistêmica, não é suficiente para dar coesão social e política ecossistêmica, não é suficiente para dar coesão social e política aos vários grupos ali inseridosaos vários grupos ali inseridos. Para conseguí-lo, é preciso que o território esteja em conformidade com a idéia de lugar, isto é, como um espaço vividoespaço vivido, base de uma sociabilidade comumbase de uma sociabilidade comum. (...) As identidades sociais e as áreas de atuação das instituições seguem lógicas próprias de recorte territorial que, embora muitas vezes englobem vários municípios, dificilmente correspondem aos limites de uma bacia hidrográfica. Não existe qualquer tipo de identidade social que corresponda aos limites da bacia hidrográfica. A diversidade de atores que estão trabalhando na sua gestão possui percepções espaciais calcadas em outras referências territoriais; a a referência da bacia hidrográfica terá necessariamente que ser referência da bacia hidrográfica terá necessariamente que ser construída e disputada com as unidades e percepções já construída e disputada com as unidades e percepções já existentes. No entanto, a maioria dos comitês dá pouca existentes. No entanto, a maioria dos comitês dá pouca importância ao aspecto da construção simbólica da baciaimportância ao aspecto da construção simbólica da bacia” (ROSANA GARJULLI).

Importancia do imaginario e a construcao simbolica da Bacia HidrograficaImportancia do imaginario e a construcao simbolica da Bacia Hidrografica

Page 24: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Indicadores

de efetividade democrática

e desafios

Page 25: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

•Estrutura de funcionamento/capacidade de ação dos colegiados (apoio técnico, operacional-logístico e capacidade financeira);•Vontade, envolvimento e comprometimento político do gestor público/governantes;•Abordagem da água (ampla ou reducionista) (utilitarismo X multidimensionalidade/ciclo hidrológico);•Valores: compromisso com a democracia, sustentabilidade e mudanças sociais;•Políticas públicas de águas X interesses setoriais corporativos (o que mais sobressai?);•Cultura e prática de planejamento participativo;•Articulação e cooperação permanente entre o colegiado de recursos hídricos e outros arranjos participativos complementares;•Frequente adoção de mecanismos de consulta pública (escuta forte);•Freqüência das reuniões (modalidades presenciais e não-presenciais intercaladas);•Reuniões abertas à população da bacia hidrográfica;

Indicadores de efetividade Democrática dos Colegiados de ÁguasIndicadores de efetividade Democrática dos Colegiados de ÁguasCapacidade dos colegiados em incluir novas e diferentes vozes no processo de elaboração, implementação, gestão e controle das políticas públicas de águas e de expandir, de forma igualitária, o acesso aos bens públicos neles envolvidos.

Page 26: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

•Número de membros; •Existência de paridade/proporcionalidade (equilíbrio representantivo);•Representação ampla ou restrita (a composição do colegiado reflete de maneira satisfatória conformação societária da bacia);•Inclusão dos grupos mais vulneráveis e menos organizados;•Política de superação das assimetrias de conhecimento, poder político e financeiro;•Forma de escolha das entidades representativas;•Grau de aderência/interação entre representantes e representados;•Qualificação da representação (capacitação técnica e política continuada e permanente);•Carácter consultivo, deliberativo e/ou normativo;•Regras vinculantes e accountability (forçar o cumprimento de compromissos assumidos pelos setores junto ao colegiado);•Quem propõe a pauta das reuniões e como chegam-se às decisões;•Sistema de monitoramento das deliberações;•Proatividade nos processos decisórios sobre outorga e alocação de uso da água;•Política e mecanismos de EA e comunicação social (decodificação e difusão);

Indicadores de efetividade Democrática dos Colegiados de ÁguasIndicadores de efetividade Democrática dos Colegiados de Águas

Page 27: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

•Articular estruturas verticalizadas (do sistema hídrico estatal) com estruturas horizontalizadas, produzindo ações em redeações em rede, propiciando a interação, o protagonismo e o estabelecimento de vínculos para a formação de comunidades comunidades de aprendizagem e de ação sócio-políticade aprendizagem e de ação sócio-política para o desenvolvimento da GIRH;•Articular a cooperação entre os colegiados de Recursos Hídricos e outros cooperação entre os colegiados de Recursos Hídricos e outros arranjos participativos complementares arranjos participativos complementares (Coletivos Educadores, ComVIDAS, CIEAs, Salas Verdes, Conselhos Municipais de Meio Ambiente etc);•Promover o diálogo entre diferentes saberes sobre a água diálogo entre diferentes saberes sobre a água (técnico-científico, político, bio-regional, tradicional) e a decodificação e a difusão de informações técnicas e sociais;•Estabelecer alternativas (edu)comunicativas alternativas (edu)comunicativas como fóruns autônomos, observatórios, e-groups, redes colaborativas, teleconferências etc;•Promover a valorização simbólica da territorialidade hídrica e o sentido de valorização simbólica da territorialidade hídrica e o sentido de pertencimentopertencimento;•Difundir a percepção do valor socioambiental relevante da água e da sua percepção do valor socioambiental relevante da água e da sua importância estratégica para o desenvolvimento do país em bases sustentáveisimportância estratégica para o desenvolvimento do país em bases sustentáveis;•Empregar esforços na superação de assimetrias de recursos, conhecimento e superação de assimetrias de recursos, conhecimento e poderpoder que se reproduzem nos colegiados de Recursos Hídricos;

Desafios Desafios (aprofundamento democrático e aumento da participação social)(aprofundamento democrático e aumento da participação social)

Franklin de Paula Júnior, 2011/12

Page 28: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

•Promover capacitação técnica e políticacapacitação técnica e política da sociedade para a formulação de políticas públicas de águas, bem como a capacitação técnica e política dos governos e dos gestores para a prática da transparência e do compartilhamento do poder (gestores da participação social);•Desenvolver cartografias de conflitos e vocações das territorialidades hídricascartografias de conflitos e vocações das territorialidades hídricas, bem como de atores atuantes atores atuantes nas territorialidades hídricas e plataforma de plataforma de saberes e cuidados com a água nas várias escalas saberes e cuidados com a água nas várias escalas (local, regional, nacional, platina, amazônica, sulamericana, latinoamericana, internacional);•Desmistificar custos da participação X custos da não-participação custos da participação X custos da não-participação e induzir os setores representados a disporem de mecanismos internos de consulta, mobilização e prestação de contas;•Conformar um sistema de participação social nas políticas públicas de águassistema de participação social nas políticas públicas de águas.•Ampliar o diálogo com a sociedade e fortalecer a esfera pública por meio da realização de conferências de águasconferências de águas;•Consolidar uma cultura de planejamento participativo das águascultura de planejamento participativo das águas, tendo os planos como: indutores de processos de gestão, balizadores de ações , catalizadores de entes e atores (pactos), articuladores/integradores de políticas e territorialidades, ordenadores/orientadores do uso múltiplo, compromisso de futuro.

Desafios Desafios (aprofundamento democrático e aumento da participação social)(aprofundamento democrático e aumento da participação social)

Franklin de Paula Júnior, 2011/12

Page 29: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

• A melhoria das melhoria das disponibilidades hídricas, disponibilidades hídricas, superficiais e superficiais e subterrâneas, em subterrâneas, em qualidade e quantidadequalidade e quantidade;

• A redução dos conflitosredução dos conflitos reais e potenciais de uso da água, bem como dos eventos hidrológicos eventos hidrológicos críticoscríticos;

• A percepção da conservação da água como água como valor socioambiental valor socioambiental relevanterelevante.

Objetivos Específicos

•Instrumento da Política aprovado p/ CNRH (Res.58/2006)•Cumpre Meta n°26 da Rio+10/Joanesburgo•Multidimensionalidade da água•Plano de Estado, Estratégico e Participativo de Longo Prazo•Água = valor socioambiental relevante•Fruto de Pactuação Federativa (peça de negociação)

Prá quê PNRH?•orientar a implementação da Política•criar ambiente institucional favorável•fortalecer o SINGREH

Volumes1)Panorama/Conjuntura2)Cenários3)Diretrizes4)Programas e Metas

•12 Cadernos Regionais•5 Cadernos Setoriais•2 vol. Det.Operativo•Prioridades 2012-2015

Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH)Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH)

Base Territorial: 12 Regiões Hidrográficas

Page 30: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

O PNRH é um instrumento de gestão “multidisciplinar, dinâmico, flexível, participativo e permanente”.

Embora não seja vinculante, é mais que uma carta de intenções: –Instrumento estratégico de LP, orientador (guia) da Política–política estruturante –compromisso de futuro–peça de negociação ...peça de negociação ...

PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS - PNRH

O planejamento é um “processo contínuo, de mobilização, articulação, negociação entre atores, que permite definir objetivos, metas e meios para atingi-los, em um dado tempo e espaço. A elaboração de documentos ou planos é só um momento desse processo, que consolida etapas e serve de base para as seguintesconsolida etapas e serve de base para as seguintes”.

A principal ameaça identificada foi a eventual conjugação de grande expansão das atividades econômicas e urbanas com um sistema de gestão ineficiente dos recursos hídricos; e a principal oportunidade, o crescimento da consciência ambiental e percepção pelos atores da importância dos recursos hídricos enquanto elemento estruturante para a implementação das políticas setoriais e para o bem estar social.

Page 31: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Plano Nacional de Recursos HídricosPlano Nacional de Recursos HídricosTransversalidade

Page 32: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Subprograma IV.1Incentivo, apoio e des. da pesquisa científica e tecnológica

•Subprograma IV.2 Capacitação e Educação, em Especial Ambiental, para a GIRH

•Subprograma IV.3 Comunicação e Difusão de Informações em Gestão Integrada de Recursos Hídricos

Programa IV do PNRH (estrutura)Programa IV do PNRH (estrutura)

Vertentes articuladasVertentes articuladas

Técnico-científica (estudos, tecnologias e capacitação para a gestão)Sócio-Política (democratização da gestão e do acesso à água)Pedagógico-educativa (perspectiva humanística, emancipatória e de form socioambiental)Civilizatória (interculturalidade + paradigma da sustentabilidade)

Page 33: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Macro-diretrizes estratégicas do PNRHMacro-diretrizes estratégicas do PNRHrelacionadas com EA, DC, MOB e COM em GIRH...

•Criar as bases para ampliar e democratizar as discussões sobre a temática água, estimulando o permanente diálogo entre diferentes saberes – científico-tecnológico, filosófico e biorregional ou tradicional - uma vez que a construção do conhecimento é um processo que envolve multiplicidade de atores e componentes; •Promover a formação de profissionais para atuarem em gestão integrada de recursos hídricos, atualizar os decisores públicos do processo de gestão em seus diversos níveis de atuação, como também qualificar membros da sociedade neles incluindo grupos tradicionais e representantes das comunidades indígenas, para participar de forma efetiva dos colegiados do SINGREH; e •Promover o empoderamento da sociedade na elaboração e na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, fortalecendo os canais de comunicação existentes e a criação de novos, assim como o aperfeiçoamento dos meios de interlocução social.

Page 34: Palestra   Franklin Junior Ministério de Meio Ambiente

Ação do Programa IV do PNRH aprovada no PPA 2012-1015Ação do Programa IV do PNRH aprovada no PPA 2012-1015

AÇÃO do Programa IV do PNRH Relacionada: Implementar processos formativos e continuados, com abordagem integrada de Educação Ambiental e Comunicação Social em GIRH.

PROGRAMA 2026: Conservação e Gestão de Recursos HídricosPROGRAMA 2026: Conservação e Gestão de Recursos Hídricos

OBJETIVO PPA 2012-15 – Governo Federal: Coordenar a formulação, o planejamento e a avaliação da Pol.NRH, em articulação com os Estados, com a Política Ambiental e com as políticas setoriais, considerando a necessária participação da sociedadeparticipação da sociedade.

Descrição da Meta - PPA 2012-15 – Governo Federal : a realização desta meta atende à implementação do PNRH (Prog IV) e se concretiza por meio do desenvolvimento de ações sócio-educativas que promovam a disseminação da ações sócio-educativas que promovam a disseminação da percepção sobre os vários significados da água (em especial percepção sobre os vários significados da água (em especial o seu valor socioambiental relevante e a sua importância o seu valor socioambiental relevante e a sua importância estratégica para o desenvolvimento do país em bases estratégica para o desenvolvimento do país em bases sustentáveis), bem como a participação social nos ciclos de sustentáveis), bem como a participação social nos ciclos de formulação e planejamento de políticas públicas de gestão formulação e planejamento de políticas públicas de gestão integrada de recursos hídricos (concepção, controle, integrada de recursos hídricos (concepção, controle, avaliação e atualização).avaliação e atualização).

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http://www.cnrh.gov.br/preconferencia/http://www.cnrh.gov.br/preconferencia/

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Rede Social Colaborativa para o Processo Participativo de Atualização do PNRHhttp://comunidadedasaguas.ning.com/ GPP/DRH/SRHU/MMAGPP/DRH/SRHU/MMA

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Rio Paraguai

Rio Paraná

Rio Uruguai

BACIA DO PRATA

Segunda maior bacia hidrográfica do planetaSegunda maior bacia hidrográfica do planeta

3.200.000 km²

130 milhões de habitantes

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Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do PrataMba´ e Kuaa Mbytere Ha Ñangareko Iru Tekoha Plata Syryha Pegua

Marcos Conceituaisa) A água como tema integrador;b) A Bacia do Plata como território operacional;c) O pensamento ambiental como orientador da ação;d) A educação ambiental como mobilizador social; e) A construção colectiva de conhecimentos, ações e organização.

Objetivo geralFormar cidadãos e cidadãs, no marco

do Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata, por meio de processos educativos que contemplem os princípios e valores dos documentos planetários para um futuro sustentável.

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Desenho do Processo de Capacitação: Círculos de Aprendizagem Participativa e Permanente

Círculos de Cultura (Paulo Freire)Construção Coletiva – Cinco Países

•As pessoas são fontes originais de saber; somos todos aprendizes•Os Círculos de Saberes e Diálogos são oportunidades de aprendizagem•A aprendizagem se realiza com Pessoas que Aprendem Participando•A menor unidade do aprender é o Círculo de Aprendizagem Participativa

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GRATO POR SUA GRATO POR SUA ATENÇÃO!ATENÇÃO!

Franklin de Paula JúniorFranklin de Paula Jú[email protected]@mma.gov.br