palestra carmen sanches parte1

26
Alfabetização e cotidiano escolar: práticas e concepções mais favoráveis às crianças de classes populares Carmen Sanches Sampaio Escola de Educação/UniRio

Upload: marilene-rangel

Post on 06-Jun-2015

4.904 views

Category:

Technology


2 download

DESCRIPTION

1ª parte da palestra da professora Carmen Sarches da Unirio. Dia 31/03/2011Sesc São João de MeritiProfissionais do Ciclo de Alfabetização

TRANSCRIPT

Page 1: Palestra carmen sanches   parte1

Alfabetização e cotidiano escolar: práticas e concepções mais favoráveis às

crianças de classes populares

Carmen Sanches Sampaio Escola de Educação/UniRio

Page 2: Palestra carmen sanches   parte1

“Como aprendi a alfabetizar”?

• Necessidade de preparar a criança para aprender a ler e a escrever.

• Exercícios com letras e sílabas soltas; palavras-chave; textos acartilhados como referência e eixo do trabalho. Ausência de sentido.

• Aprender como sinônimo de repetir para decorar e a transmissão da professora como eixo da prática pedagógica.

• O erro como evidência do não-saber; do desconhecimento.• Avaliação como sinônimo de medição. (Ana Paula, profª

alfabetizadora/ISERJ)

Page 3: Palestra carmen sanches   parte1
Page 4: Palestra carmen sanches   parte1
Page 5: Palestra carmen sanches   parte1
Page 6: Palestra carmen sanches   parte1
Page 7: Palestra carmen sanches   parte1
Page 8: Palestra carmen sanches   parte1
Page 9: Palestra carmen sanches   parte1
Page 10: Palestra carmen sanches   parte1
Page 11: Palestra carmen sanches   parte1

O ensino da escrita tem se reduzido a uma simples técnica, enquanto a própria escrita é reduzida e

apresentada como uma técnica, que serve e funciona num sistema de reprodução cultural e produção em massa. Os efeitos desse ensino são

tragicamente evidentes, não apenas nos índices de evasão e repetência, mas nos resultados de uma

alfabetização sem sentido que produz uma atividade sem consciência: desvinculada da práxis e desprovida de sentido, a escrita se transforma

num instrumento de seleção, dominação e alienação.

(Ana Luiza B.SMOLKA, 1988) 

Page 12: Palestra carmen sanches   parte1

Anos de 1980: questionamento dos métodos e das cartilhas de

alfabetização

Intensa divulgação dos pensamentos construtivista e interacionista sobre alfabetização.

Pensamento construtivista – pesquisas sobre a Psicogênese da Língua Escrita (Ferreiro & Teberosky, 1985). Há um deslocamento

do como se ensina para o como se aprende a língua escrita.

Pensamento interacionista – decorre das proposições de Geraldi (1984) – baseada em uma concepção interacionista de linguagem. Smolka (1988) retoma essa concepção e a torna mais conhecida

no campo da alfabetização.

Page 13: Palestra carmen sanches   parte1

Alfabetização e Letramento?O que muda quando muda o nome?

Letramento – palavra recém-chegada ao vocabulário da Educação e Ciências Lingüísticas: segunda metade dos anos 80.

Letramento – o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da escrita.

Pesquisas que avaliam o nível de letramento – não basta apenas saber ler e escrever – é preciso saber fazer uso de diferentes tipos de material escrito, compreendê-los, interpretá-los e extrair deles

informações. (Soares, 1996)

Page 14: Palestra carmen sanches   parte1

Alfabetização e Letramento?O que muda quando muda o nome?

Alfabetização como um processo discursivo: a criança aprende a ouvir, a entender o outro pela leitura; aprende a falar, a dizer o que quer pela escrita. (Esse aprender significa fazer, usar, praticar, conhecer. Enquanto escreve, a criança aprende a escrever e aprende sobre a

escrita). (Smolka, 1988)

Aprender a ler é ampliar as possibilidades de interlocução com pessoas que jamais encontraremos frente a frente e, por

interagirmos com elas, sermos capazes de compreender, criticar e avaliar seus modos de compreender o mundo, as coisas, as gentes e

suas relações. Isto é ler. E escrever é ser capaz de colocar-se na posição daquele que registra suas compreensões para ser lido por

outros e, portanto, com eles interagir. (Geraldi, 1998 )

Page 15: Palestra carmen sanches   parte1

A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a

leitura desta implica a continuidade da leitura daquele.

(Paulo Freire)

Page 16: Palestra carmen sanches   parte1
Page 17: Palestra carmen sanches   parte1
Page 18: Palestra carmen sanches   parte1

O que compreendemos por alfabetizar? Por ensinar? Por aprender?

Como compreendemos o processo de ensino/aprendizagem? Quem ensina a

quem? Quem aprende com quem?

Como compreendemos os estudantes com os quais trabalhamos?

Page 19: Palestra carmen sanches   parte1

As crianças podem falar o que pensam na escola?

Podem escrever o que falam?

Podem escrever como falam?

Quando? Por quê?

(Ana Luiza B. Smolka)

Page 20: Palestra carmen sanches   parte1

Qual o papel do/a professor/a?

Chegar mais perto, se colocar disponível para ouvir os alunos e alunas com mais atenção, procurando compreender como aprendem, o que aprendem, o que sabem e o que ainda não sabem.

Chegar mais perto, se colocar disponível para ouvir os alunos e alunas com mais atenção, procurando compreender como aprendem, o que aprendem, o que sabem e o que ainda não sabem.

Page 21: Palestra carmen sanches   parte1

• Intervir deliberadamente fornecendo instruções, demonstrações, pistas, indicações, sinalizações.

• Investir nos ainda não saberes dos estudantes – conhecimentos prospectivos, ainda inexpressivos, mas potencialmente presentes.

• É preciso criar um clima de confiança na capacidade de aprendizagem de todos e não apenas de alguns ou da maioria dos alunos e alunas.

Page 22: Palestra carmen sanches   parte1
Page 23: Palestra carmen sanches   parte1
Page 24: Palestra carmen sanches   parte1
Page 25: Palestra carmen sanches   parte1
Page 26: Palestra carmen sanches   parte1

ERRO – Como aprendemos a compreendê-lo?Como a evidência do não saber. Como falta, incapacidade, ausência. Mas... Podemos (e precisamos) aprender a lidar

com o erro de um outro modo. O ERRO...

ERRO

• Pode sinalizar o movimento vivenciado pelos alunos e alunas no processo de aprendizagem.

• Pode indicar as aprendizagens já realizadas, os saberes consolidados e, também, novos saberes ainda em elaboração – espaços privilegiados para a intervenção/mediação pedagógica.

• Pode iluminar as diferenças ocultadas pela igualdade das respostas certas.