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Serginho Valle (organizador) CELEBRAÇÃO DO TRÍDUO PASCAL DA PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO Reflexão da Páscoa de Jesus Cristo iluminada pela misericórdia divina

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Serginho Valle (organizador)

CELEBRAÇÃO DO TRÍDUO PASCALDA PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO

DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Reflexão da Páscoade Jesus Cristo iluminada pela misericórdia divina

SAL – Serviço de Animação Litúrgicawww.liturgia.pro.br

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A PÁSCOA DE JESUS ILUMINADA PELA SUA MORTE

Índice

Apresentação ............................................................................................................. 03

Luzes da misericórdia, na Eucaristia ..................................................................... 04

Cruz: a oblação do amor divino .............................................................................. 08

Viver a misericórdia e ser misericordioso .............................................................. 10

A Páscoa de Jesus nas coletas pós-comunhão do Tríduo Pascal .......................... 13

A Páscoa cantada nas celebrações do Tríduo Pascal ............................................ 15

O contexto espacial litúrgico das celebrações da Páscoa de Jesus ....................... 18

Vestes e paramentos litúrgicos................................................................................. 20

Conclusão .................................................................................................................. 21

Proposta celebrativa da Quinta-feira Santa .......................................................... 22

Proposta celebrativa da Sexta-feira Santa ............................................................. 37

Proposta celebrativa da Vigília Pascal ................................................................... 53

Sigla MV – Misericordiae vultus — Bula da Instituição do Ano Santo da Misericórdia

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A MISERICÓRDIA NO MISTÉRIO PASCAL DE JESUS

ApresentaçãoA reflexão do Tríduo Pascal, em 2014, inspirou-se na “Morte de Jesus”,

considerando de modo especial o sacrifício da vida do Senhor para o resgate redentor da vida humana. Em 2015, a reflexão considerou os elementos concretos da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, como por exemplo, distâncias e locais onde aconteceu a Paixão de Jesus, com o intuito de torná-la ainda mais próxima da nossa realidade humana. Agora, neste ano de 2016, dado o contexto do Ano Santo da Misericórdia, nossa reflexão será iluminada com a luz da misericórdia divina em favor da humanidade, mas também da vida pessoal de cada um de nós.

Como não poderia deixar de ser, nos anos anteriores, a misericórdia, entendida como a plenitude do amor divino (Jo 15,13) derramado do lado aberto de Cristo, na Cruz (Jo 19,37), esteve sempre presente nas reflexões em vista da sua obra redentora realizada por Jesus (Fl 2,7; 2Cor 8,9; Hb 2,9). A realização da Redenção humana, como bem sabemos, só se tornou possível graças à infinita misericórdia divina. Aquela mesma misericórdia reconhecida por Moisés quando se apresenta diante de Deus e reza: “ó Senhor, ó Senhor Deus misericordioso e clemente, paciente, rico em bondade e fiel, que conserva sua misericórdia por mil gerações e perdoa culpas, rebeldias e pecados” (Ex 34,6; cf. Tg 5,11). Seja neste texto, como em tantos outros textos bíblicos, compreende-se que a misericórdia divina é uma verdade revelada. É a revelação – diz Papa Francisco – do mistério profundo de Deus (MV 2), é a expressão de sua onipotência (MV 6). A misericórdia é a síntese de toda a revelação e o campo de atuação do Mistério Pascal de Jesus Cristo, da Encarnação, Cruz e Ressurreição do Senhor.

Papa Francisco rejeita de modo muito firme a idéia de que a misericórdia seja a fraqueza divina. Apoiando-se em São Tomás de Aquino, diz que a misericórdia é o poder, a potência divina; na misericórdia, dizendo em outras palavras, Deus expõe-se com seu verdadeiro poder (MV 6). Deus, em toda a história humana, especialmente no relacionamento que tem para conosco, será sempre considerado providencial, santo e misericordioso, como reza a coleta litúrgica do 26º Domingo do Tempo Comum: “Ó Deus que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia”. Deus não é poderoso pelo exercício de mandar e desmandar, como nos valores mundanos, mas em perdoar e ser misericordioso para conosco.

A misericórdia em ato acontece, basicamente, em quatro movimentos: ver, compadecer, compreender e agir. Deus se revela a Moisés dizendo que viu a aflição e o sofrimento do seu povo (Ex 3,7), por isso se compadeceu — experiência no sentimento — compreendeu que a realidade do povo era uma situação de indignidade da vida, e por isso assume a atitude de empenhar-se para salvar o povo da escravidão. Os mesmos momentos se fazem presentes nas parábolas sobre a misericórdia divina, contadas por Jesus, da qual a mais evidente é aquela do Bom Samaritano (Lc 10,30-37): passa pelo caminho e vê o homem caído; se compadece (sentimento), compreende a situação do risco de vida e age, levando-o a uma hospedaria para ser cuidado. Através desta e de outras parábolas, Jesus ensina que a misericórdia é o modo característico de

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Deus agir. O mesmo modo que nos é proposto quando a Palavra orienta-nos a sermos misericordiosos como Deus é misericordioso (Mt 6,36). A misericórdia, portanto, não se confunde com um mero sentimentalismo, embora o sentimento esteja presente, mas é um sentimento produtor de ação, de atividade em favor de quem vive na miséria, no sofrimento, na dor. É um sentimento proativo. Se não existir atividade, a misericórdia fica nas boas intenções e é incapaz de produzir resultados de mudança.

Mas, esta mudança social através da misericórdia parece incomodar. A misericórdia, enquanto atividade transformadora da realidade, diz Papa Francisco na Bula “Misericordiae vultus”, parece que incomoda o homem e a mulher de nossos dias: “A mentalidade contemporânea, talvez mais do que a do homem do passado, parece opor-se ao Deus de misericórdia e, além disso, tende a separar da vida e a tirar do coração humano a própria ideia da misericórdia” (MV 2). O Papa faz referência ao indiferentismo diante do sofrimento do outro. Quem é indiferente não se compadece e quem não se compadece não tem um coração tomado pela misericórdia, que vai em socorro do necessitado.

Por isso, a proposta do Ano Santo da Misericórdia é uma contemplação e uma reflexão profunda sobre nosso modo de nos relacionar com o outro e com a sociedade. A misericórdia não é uma virtude para o bem-estar pessoal, embora produz uma fonte de paz interior, na vida pessoal; a misericórdia é um modo de entrar em contato com Deus, com as pessoas e com a comunidade social com os mesmos sentimentos divinos, em vista da vida plena. Misericórdia, assim, não se traduz como sentimento, mas como relacionamento fraterno para o bem do miserável.

Esta é a luz que iluminará as reflexões da Semana Santa deste ano de 2016. O convite é para contemplar o modo como Deus relaciona-se com cada pessoa, especialmente aquela debilitada, na pessoa de Jesus, e o modo como Deus se relaciona com seu povo para salvá-lo da miséria, da escravidão e de egoísmos promovidos pelo pecado. A misericórdia, portanto, é uma atitude necessária para que a humanidade se torne mais humana, pois quanto mais humana for, mais próxima da santidade divina estará.

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Luzes da misericórdia na EucaristiaNo contexto do Ano Santo da Misericórdia, vamos ingressar no Tríduo Pascal

iluminando a Eucaristia com luzes da misericórdia. Entramos na casa Eucarística de modo simples, dando apenas alguns passos com a finalidade de meditar e indicar caminhos para abrir uma reflexão. Um caminho para perceber que a instituição da Eucaristia, na Quinta-feira Santa, foi um gesto misericordioso de Jesus oferecendo-se para permanecer conosco todos os dias de nossas vidas, afim de que tenhamos vida abundante (Jo 10,10). É considerando esta disposição misericordiosa de Jesus que queremos considerar como a misericórdia divina toca nossas vidas através da celebração Eucarística e influencia nosso viver, oferecendo a cada celebrante a oportunidade de se tornar misericordioso como o Pai é misericordioso (Lc 6,36).

A misericórdia rezada na EucaristiaA Oração Eucarística IV sintetiza a realização do Mistério Pascal em Jesus

Cristo e por meio dele. Depois da aclamação do “trisagion” (Sanctus), a Igreja proclama a bondade divina na criação e reconhece que, mesmo na desobediência do pecado original, Deus não abandonou a humanidade. Assim reza o texto latino: “omnibus enim misericorditer subveniste”, em tradução livre, diz que “nos socorrestes misericordiosamente” ou então, que “misericordiosamente, viestes em nosso socorro”. O tradutor de nosso Missal brasileiro trocou a palavra “misericórdia” por “bondade”, diminuindo assim os quatro movimentos da dinâmica da Misericórdia, como proposto anteriormente, na introdução: ver, compadecer, compreender e agir. Pelo original latino, em cada Eucaristia, Deus vê a fragilidade humana causada pelo pecado, se compadece da humanidade, compreende e atende as súplicas da Igreja em favor da humanidade e age pela presença sacramental de seu Filho, alimento de vida nova em vista de um novo modo de viver, na fraternidade.

Considerar a Eucaristia a partir dos movimentos dinâmicos da misericórdia é compreender a presença divina que continuamente vem em socorro da humanidade para fortalecê-la com a própria vida divina. Em cada celebração da Eucaristia celebramos a contínua busca de Deus para conduzir, através da Liturgia da Palavra, o homem e a mulher no caminho da vida plena, em vista do discipulado, aprendendo do próprio Senhor a ter relacionamentos misericordiosos. Neste movimento de Deus propondo sua misericórdia, para que sejamos misericordiosos como ele é misericordioso, a Igreja considera-se pequena e necessitada da ajuda divina, intercedendo por isso a piedade divina — kyrie eleison; Agnus Dei —, para poder participar da mesma dinâmica misericordiosa, presente e proposta na Eucaristia. Para percebermos ainda mais todo este aspecto, vamos considerar a dinâmica da misericórdia presente em alguns textos da eucologia Eucarística.

No Prefácio da Penitência — proclamado nas Missas no Tempo da Quaresma e nas Missas da reconciliação ou naquelas celebrações de caráter penitencial — o tema da misericórdia como resgate da vida plena para o homem e a mulher aparece como um efeito natural da Eucaristia: “somos criaturas saídas de vossas mãos amorosas, mas naufragamos por causa do pecado. Vossa misericórdia veio em nosso socorro e, em Cristo crucificado e ressuscitado, reencontramos o porto da paz (...) e nos introduz no banquete do vosso amor". Um Prefácio pouco ouvido em nossas celebrações, que mostra a dinâmica da misericórdia em favor da vida humana,

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salvando-a do pecado e introduzindo-a na festa da vida plena, no “banquete de amor”, a vida plena (Jo 10,10). Os quatro movimentos da dinâmica da misericórdia podem ser assim descritos: Deus vê a humanidade se afogando no pecado, compadece-se diante desta situação, compreende que a humanidade sozinha não se salva e por isso age, estendendo sua mão para resgatá-la de uma situação de morte.

Lembramos que o texto citado pertence a um Prefácio e, enquanto tal, é a primeira parte da Oração Eucarística, o momento ápice da ação memorial, atualização do Mistério Pascal de Cristo no nosso hoje (cf. 2ª leitura – Missa da 5f Santa). Por isso, ao fazer memória da ação salvadora de Deus, socorrendo-nos do naufrágio causado pelo pecado, cada celebrante é despertado para perceber a mão estendida de Deus para socorrê-lo, não permitindo que se afogue “nas águas do mar da vida”. Neste sentido, entendemos que a ação misericordiosa de Deus continua acontecendo graças a Eucaristia, que se torna fonte da misericórdia para uma nova vida, vivenciada longe do pecado. Outro texto eucológico, o Prefácio da Oração Eucarística sobre a Reconciliação II tem uma expressão muito feliz neste sentido; referindo-se a Jesus diz que “ele é a mão que estendeis aos pecadores, ele é o caminho pelo qual nos chega a vossa paz”. Esta mão e este caminho são realidades em todas as celebrações Eucarísticas não como simples lembrança, mas como convite contínuo e concreto para se caminhar na direção da vida plena.

O rito do lava-pés, no contexto da Teologia da Misericórdia, é compreendido como um gesto misericordioso realizado por Jesus na Última Ceia, de quem vê a situação humana com os olhos misericordiosos, compadece-se da sua fraqueza e compreende a necessidade de purificação, agindo para salvar. No rito do lava-pés, os celebrantes percebem que a misericórdia relaciona-se diretamente com o amor fraterno e com o serviço, presente tanto no gesto do lava-pés como na proclamação do mandamento novo. Seja na fraternidade como no serviço, a misericórdia não é um sentimentalismo, mas uma atitude em favor da vida de quem está miserável em qualquer aspecto que a miséria possa atingir a vida do homem e da mulher. Toda Eucaristia é, pois, um envio a “lavar os pés dos irmãos”, como fez o próprio Jesus, nosso Mestre e Senhor (Jo 13,13-15).

Outro texto que nos ajuda a compreender a ação misericordiosa divina acontecendo na Eucaristia é a súplica que a Igreja faz na celebração da Páscoa do Senhor, depois da 7ª leitura, na Vigília Pascal. O texto: “que o mundo todo veja e reconheça que se levanta o que está caído, que o velho se torna novo e tudo volta à integridade primitiva por aquele que é o princípio de todas as coisas”. Uma coleta que demonstra bem o movimento dinâmico da misericórdia divina em cada Eucaristia, em favor da Igreja e de cada celebrante. Nesta coleta, a Eucaristia é considerada fonte restauradora na vida de quem a celebra. Restauração capaz de levantar quem sucumbiu e renovar a vida de quem a deixou envelhecer nos caminhos do pecado. Elementos que não transformam a vida pessoal como num toque de mágica, mas como caminho de conversão, de quem se alimenta constantemente da Mesa da Palavra e da Mesa Eucarística e, pouco a pouco, começa a mudar de mentalidade (Rm 8,5-16) para se revestir do homem novo (Ef 4,22-24), assumindo o caminho do discipulado, que se caracteriza essencialmente pela fraternidade. Isto encontra eco no Prefácio da Oração Eucarística da Reconciliação II, onde diz que os inimigos busquem a amizade e os adversários de se dêem a mão.

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Trata-se, pois, da misericórdia divina manifestando-se como incentivo aos celebrantes, em vista de reconstruir a dignidade humana lá onde esta foi destruída, restaurando a beleza das origens em vidas machucadas pela violência ou pela maldade. É a força restauradora da misericórdia, celebrada na Eucaristia, que envia os celebrantes a vivenciá-la em relacionamentos fraternos.

Como conclusão desta primeira parte, algumas anotações a partir da coleta do 3º Domingo da Quaresma, que reza: “Ó Deus, fonte de toda misericórdia e de toda bondade, vós indicastes o jejum, a esmola e a oração como remédio contra o pecado. Acolhei esta confissão de nossa fraqueza para que, humilhados pela consciência de nossas faltas, sejamos confortados pela vossa misericórdia. PNSJC.”

O texto latino desta coleta fala de “auctor” de toda misericórdia, no sentido que Deus não é somente a fonte da misericórdia, mas também o promotor da misericórdia no coração do homem e da mulher (Ef 2,4). Deus é aquele que dinamiza a a misericórdia no coração humano; um coração que se reconhece fraco em razão da de suas faltas, mas que se sente confortado pela misericórdia divina, promotora da paz interior e do desejo de socorrer quem padece, como o Bom Samaritano (Lc 10,29-37).

Compromisso misericordioso com a celebração O que refletimos em algumas eucologias, quanto à presença da misericórdia

divina na Eucaristia e, mais precisamente, na sua celebração, nem sempre é evidente aos celebrantes. A dinâmica da misericórdia torna-se mais clara na Liturgia da Palavra, onde o coração do celebrante é chamado a se tornar mais divinizado, graças ao progresso no caminho do discipulado cristão. Com isso, estamos entendendo que a Eucaristia é uma escola, na qual o Mestre Jesus Cristo anuncia seu Evangelho, para que a vida cristã se manifeste e se realize através da misericórdia e na misericórdia.

A Quaresma que celebramos neste Ano C, nos três últimos Domingos são proclamadas parábolas que mostram características da dinâmica misericordiosa de Deus para conosco. Uma delas, por exemplo, é a paciência divina, que espera frutos de vida plena, na parábola da figueira estéril (3º Domingo da Quaresma - C), espera a volta do filho pródigo, na parábola do Pai misericordioso (4º Domingo da Quaresma) e espera a mudança de vida, na adúltera perdoada (5º Domingo da Quaresma). Modos de entender como a Eucaristia, de forma pedagógica, vai formando seus celebrantes para que sejam misericordiosos como o Pai. Citamos a virtude da paciência como atitude misericordiosa, mas existem muitos outros elementos.

Papa Francisco na Evangelium Gaudium (n. 114) apresenta a Igreja como o local da misericórdia gratuita, onde todos possam se sentir acolhidos, amados, perdoados e encorajados a viver de um modo novo, a partir do Evangelho. Em outras oportunidades, como em audiências gerais, Francisco tem repetido que a misericórdia é o coração do Evangelho e a chave da vida cristã. Conhecer, portanto, a dinâmica misericordiosa de Deus é condição para que nos tornemos misericordiosos como o Pai é misericordioso. Esta realidade acontece de modo especial na Eucaristia, memorial do amor misericordioso de Deus que, constantemente olha as necessidades do seu povo, presente numa comunidade específica, para alimentá-lo com a Palavra e com a plenitude da vida, comungando o Corpo e o Sangue do Senhor, expressão viva da oferta da divina misericórdia.

Isto significa que a Eucaristia é local privilegiado para se formar a comunhão

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fraterna. São Paulo, em 1Cor 11,17-34, reclama que algumas celebrações Eucarísticas, na comunidade de Corinto, perderam o sentido da fraternidade e se tornaram expressões discriminatórias entre ricos e pobres. Este tipo de discriminação é um pecado contra a misericórdia, pela incapacidade de se compadecer do pobre e de assumir uma atitude misericordiosa para com ele. Atitudes como estas, descritas por Paulo, impedem que a misericórdia celebrada e acolhida na Eucaristia se transforme em comportamentos fraternos na comunidade. Assim, a Eucaristia deixa de ser escola da partilha fraterna e fonte da misericórdia.

É preciso entender que quando os celebrantes se alimentam do Corpo e Sangue de Jesus Cristo, na Eucaristia, assumem o mesmo comportamento e as mesmas atitudes de vida de Jesus. Em cada “graças a Deus” com o qual aclamam a “Palavra do Senhor” e em cada “amém” que respondem ao receber o Pão e o Vinho eucaristizados, assumem o compromisso de atualizar (fazer memorial) a misericórdia divina na vida concreta e através de relacionamentos fraternos. Não existe, do ponto de vista teológico celebrativo, uma comunhão devocional, porque toda “devotio” está sempre comprometida com um agir divinizado. A parábola do Bom Samaritano (Lc 10,29-37) demonstra bem que não basta conhecer a Palavra de que Deus é misericordioso, é preciso ter atitude divina para socorrer misericordiosamente quem vive na miséria.

Entende-se, portanto, que a eficácia da Eucaristia não está na perfeita execução dos ritos, mas nos frutos que ela produz na vida pessoal e social. Aquela misericórdia presente na Eucaristia deve se tornar “actus misericordiae” (gestos de misericórdia) através de relacionamentos fraternalmente misericordiosos, como proclama o Prefácio da Oração Eucarística VI – D: “Ele (Jesus) sempre se mostrou cheio de misericórdia pelos pequenos e pelos pobres, pelos doentes e pecadores, colocando-se ao lado dos perseguidos e marginalizados” Uma síntese das obras de misericórdias corporais, que toda Eucaristia nos envia a viver em nossos relacionamentos com os debilitados na vida.

O envio da Missa, neste contexto da Teologia da Misericórdia, tem uma forte relação com a conclusão do diálogo de Jesus e o Doutor da Lei, no encerramento da parábola do Bom Samaritano, quando Jesus diz: “vai e faze tu o mesmo” (Lc 10,37). No envio de cada Missa está implícita a mesma proposta: “vocês (celebrantes) entenderam como Deus, em Jesus Cristo, age misericordiosamente conosco, pois então, façam o mesmo”. Compreende-se que alguém só se torna próximo do outro pela misericórdia. Isto está presente em todo envio de cada celebração Eucarística.

Cruz: a gratuidade total do amor divino Ponto central de nossa reflexão é a Cruz de Jesus Cristo, não apenas como

sinal, mas como manifestação e realização da misericórdia divina. É a misericórdia divina, presente na oblação da própria vida, da parte de Jesus, em vista da redenção eterna da humanidade e, de outro lado, a misericórdia presente no acolhimento paterno do Pai, que recebe o dom da vida humana, presente em seu Filho Jesus. Isto se manifesta no grito de Jesus: “consumatum est!” (“tudo está consumado!”) (Jo 19,30), quando o amor é totalmente e infinitamente consumado pela entrega da vida. Na Cruz,

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diz Papa Francisco, Deus falou uma palavra que é amor, misericórdia, perdão. Na Cruz, contemplamos o amor em ato, o amor oblativo em sua totalidade, o amor que se transformou em consequência da misericórdia divina para com a humanidade.

A dinâmica de como o amor divino age e reage nos relacionamentos humanos é pelo oferecimento de sempre mais amor, na gratuidade. O amor divino sempre quer ganhar o outro, mas não é de sua característica forçar, obrigar alguém a assumir o amor que está sendo oferecido. Esta dinâmica do amor divino é muito evidente na Encíclica “Deus caritas est”, de Bento XVI. Deus ama o homem e a mulher mesmo com o risco de ter seu amor recusado. Assim, mesmo revelando o seu amor imenso na Cruz de seu Filho Jesus, em atitude misericordiosa, aceita a rejeição porque o amor respeita a liberdade do outro, até mesmo quando esta se manifesta como recusa do amor infinito. É o que meditamos na parábola do Pai misericordioso (Lc 15,1-32).

Entendemos bem a descrição de Deus nas palavras de São João: “Deus caritas est” (Deus é amor) (1Jo 4,8). O amor é a essência mais íntima daquilo que Deus é. Podemos compreender o que isso significa por analogia com o nosso modo de amar, mas é uma comparação defeituosa, porque não temos condições de amar plenamente. Nosso amor sempre acontece com resíduos de egoísmo, de incompreensões, de exigências... não amamos com o modo divino, de onde nossa grande dificuldade de compreender e aceitar a morte de Jesus, na Cruz. — Que amor é esse que pode salvar a vida do Filho, mas permite que ele morra de modo tão cruel e brutal? É o amor de misericórdia, que considera o bem do outro — no caso, o bem da humanidade — apesar do sofrimento do próprio Filho. Santo Agostinho e São Boaventura explicam que, pelo fato de Deus ser bom (viver no bem e na bondade) ele age comunicando-se, doando-se a si mesmo totalmente em bondade extrema pela humanidade. É o que se denomina de “misericórdia infinita”. Algo que está fora de nosso alcance, mas que podemos contemplar para compreender e dimensionar a grande misericórdia de Deus para conosco. Está fora de nosso alcance, mas pode ser participado, podemos tomar parte deste amor acolhendo o Espírito amoroso de Deus em nossas vidas.

Misericórdia diante do sofrimentoNão é simples refletir sobre o Mistério da Cruz e da Morte do Senhor. Não é

simples porque a compreensão intelectual deste acontecimento sempre se confronta com paradoxos inexplicáveis e, por isso, de difícil compreensão. — Por que a nossa Salvação deveria ser do jeito que foi, com tanta crueldade e repleto de tanta violência? Nós professamos nossa fé num Deus amor, que promove a vida e é misericordioso. Mas, mesmo assim, não coincide com nosso modo de entender a vida como amor quando nos deparamos com a dor e com a maldade presente na morte de Jesus. Existe um mistério na dor humana que até mesmo a própria Bíblia se coloca diante de Deus para interrogá-lo, no Livro de Jó.

Depois de Jó interrogar sobre o sofrimento humano e a dor presente na terra, Deus inicia sua resposta (Jó 38-39): “onde estavas quando lancei os fundamentos da terra ... quem fechou as portas do mar quando ele irrompeu como se saísse das entranhas ...” E assim, Deus vai colocando diante de Jó o perfeito funcionamento de toda a obra criadora, abrindo os olhos de Jó ao fato que ele fez bem todas as coisas, pedindo que Jó — símbolo da humanidade sofredora — reconheça que, enquanto criatura, ele está nas mãos de Deus, apesar do sofrimento. Deus não deixa o homem e

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a mulher pregados na Cruz do sofrimento, porque grande é a sua misericórdia para conosco. Este é um dado que precisamos aprender a considerar. Não parar nossos olhos no sofrimento de Jesus pregado na Cruz, mas considerar o imenso amor do Pai que o tirou da Cruz e o ressuscitou. Por isso, mesmo no sofrimento é possível experimentar a misericórdia divina, se formos capazes de, a exemplo de Jesus, na Cruz, oferecer o nosso espírito a Deus (Lc 23,46). Capazes de colocar nossa vida crucificada, seja na cruz do sofrimento que for, nas mãos do Pai.

Deus não se manifesta ao mundo e não se relaciona com a humanidade pela ira, mas pela misericórdia. Por isso, o sofrimento não é castigo divino, é uma condição da debilidade própria da criatura, que todos somos. As profecias de Oséias (Os 11,8ss) falam da santidade divina que transcende totalmente o modo humano de agir, de onde não se deixar tomar pela ira, mas pela misericórdia, fazendo com que a misericórdia seja a expressão da essência divina. Por ser Deus, ele é misericordioso; ele é o Deus da misericórdia. Jesus tinha plenamente este conhecimento e vivia plenamente esta fé, a ponto de confiar plenamente na vontade divina. A agonia no Getsemani (Lc 22,39ss) é uma demonstração visível deste fato. Poderia passar por um sofrimento insuportável, mas precisava mostrar a nós, humanidade medrosa diante da dor, que a força e a soberania divina se revelam principalmente através do perdão misericordioso, quer dizer, do perdão que regenera a vida, que gera a vida de um modo novo. Em Jesus, esta expressão misericordiosa da regeneração da vida acontece na Ressurreição. A misericórdia, em Deus e na vida daqueles que se tornam misericordiosos, sempre é regeneradora, promotora de vida nova. O Tríduo Pascal, no contexto deste Ano Santo da Misericórdia, coloca-nos diante do sofrimento com uma atitude de esperança e de confiança porque Deus é misericordioso.

Viver a misericórdia e ser misericordioso Nossa conclusão ilumina-se na Bula da proclamação do Ano Santo da

Misericórdia — “Misericordiae vultus” — com a finalidade de incentivar o relacionamento misericordioso na comunidade como atividade concreta própria desta Semana Santa. Existe um convite claro da Palavra de Deus e, especialmente no contexto evangelizador de Jesus, para que sejamos misericordiosos como o Pai é misericordioso (Lc 6,36). Existe, portanto, um convite e uma proposta de vida a ser vivenciada na misericórdia, com relacionamentos que sejam misericordiosos. Por isso, o Papa propõe um projeto: que é este Ano Santo da Misericórdia para fazer crescer a misericórdia em nossos corações e, a partir daí, espalhá-la e em todos os relacionamentos sociais. A proposta do Papa contempla três atitudes como a escuta da Palavra, silêncio e meditação, além de atitudes práticas; comportamentais.

Deus é rico em misericórdia (Ef 2,4) e ele revelou sua misericórdia ao mundo por meio de se Filho Jesus Cristo. É através da misericórdia que se realiza a união entre o coração de Deus e o coração do homem, principalmente quando este considera a vida do outro com os olhos de Deus, porque Deus é misericordioso. Assim, entendemos que nossas atitudes de misericórdia nascem de nosso relacionamento com Deus. Quanto mais nos relacionamos com Deus, tornando-nos discípulos e discípulas de Jesus, tanto mais nos tornamos misericordiosos. O modo como escutamos a

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Palavra, a meditamos e a deixamos falar dentro de nós vai modelando nosso coração em um coração misericordioso.

“É próprio de Deus usar a misericórdia”, diz São Tomás de Aquino. Uma frase usada pelo Papa para mostrar que a misericórdia não é uma atitude dos fracos, mas uma atitude forte que está aliada e tem sua fonte no próprio Deus. Deus é forte por ser misericordioso. Esta é uma experiência forte e profunda que se vive na Semana Santa, contemplando a atitude misericordiosa de Deus em acolher o sacrifício de seu Filho, na Cruz. É preciso ser corajoso para passar por este momento da vida. Por que Deus age assim? nos perguntávamos acima. Porque é misericordioso e os misericordiosos sempre procuram o bem do outro. De modo bem explícito, o Sl 146,7-9, lembra o Papa, descreve o sentido da misericórdia a partir do próprio Deus: libertar os prisioneiros, dar vista aos cegos, levantar os abatidos, amar os justos, proteger os estrangeiros, amparar o órfão e a viúva, impedir o caminho dos pecadores. .... Misericórdia não como impulso emocional ou sentimental diante de quem se comove, mas não atua. Mas, a misericórdia como reação ativa que muda o destino e a sorte de quem carrega uma cruz pesada demais para sua existência.

O Sl 136 proclama no seu refrão “eterna é a sua misericórdia”. É o chamado “grande hallel” e é cantado em todas as grandes celebrações litúrgicas dos judeus. Também nós o cantamos de modo exultante na Vigília Pascal. Um recado claro para compreender que tudo e toda Salvação divina é um ato da misericórdia divina em favor do homem. Deus age para salvar a vida humana e esta é uma atitude misericordiosa. O evangelista Mateus anota que Jesus rezou este mesmo Sl 136 na Instituição da Eucaristia, antes de entregar sua vida à morte pela nossa Salvação (Mt 26,30). Na reflexão de Papa Francisco, este é um modo de entender a Paixão e Ressurreição no contexto do agir divino em vista da vida humana. Porque eterna é a misericórdia divina ele vem em nosso socorro e nos restitui a possibilidade de viver eternamente na vida divina.

O modo como Papa Francisco propõe o crescimento da misericórdia na vida pessoal demonstra que a mesma é uma atitude interior que se manifesta exteriormente. De fato, se temos o Espírito de Deus em nós, é mais que natural que sejamos misericordiosos, porque o Espírito divino que habita em nós nos conduz a sermos misericordiosos. Ou seja, se somos dóceis ao Espírito divino agindo em nós, nossas atitudes e nossos relacionamentos serão, sem dúvida, misericordiosos e promotores da misericórdia divina.

Uma das atividades práticas, com relação a atividade misericordiosa de nossa parte, consiste em oferecer e acolher o perdão. Papa Francisco dá um destaque muito especial ao perdão e à força do perdão como expressão da misericórdia. O perdão, lembra o Papa, é uma fonte de paz interior (Ef 4,26). É pela misericórdia que alcançaremos misericórdia, como diz a bem-aventurança: “felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7). Sem a misericórdia no coração da pessoa, existe uma impossibilidade implícita de oferecer e de acolher o perdão ao outro. Por isso, o Papa lamenta-se que o perdão perca cada vez mais sua força, quando deveria ser considerado uma força restauradora e ressuscitadora na vida de tantas pessoas. Nesta Semana Santa, que a Liturgia nos envolve no grande perdão divino, somos chamados a assumir esta dimensão perdoadora em nossas vidas, seja oferecendo como acolhendo o perdão.

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Além do perdão, existem atividades práticas da misericórdia pessoal que se inspiram na atividade misericordiosa de Jesus, ajudando-nos a cultivar o projeto divino do Reino de Deus. Papa Francisco cita algumas que, no contexto do Tríduo Pascal, servem como balizas do agir misericordioso. O Papa conduz sua reflexão sobre a misericórdia em Jesus a partir da definição de João: “Deus é amor” (1Jo 4,8.16). A presença da misericórdia divina na vida de Jesus se faz evidente quando viu a multidão com fome e teve compaixão (Mt 9,36); tomado de misericórdia curou os doentes que lhe eram apresentados (Mt 14,14); saciou a multidão com os pães e peixes que lhe apresentaram (Mt 15,37); vendo a dor materna da viúva de Naim, ressuscitou o jovem filho (Lc 7,15); libertação do endemoniado de Gerasa (Mc 5,19); Jesus perdoou sempre e perdoa tudo (Mt 18,22). Em todas as citações evangélicas podemos verificar os quatro movimentos da dinâmica da misericórdia: ver, compadecer-se, compreender e agir. Vale a pena fazer referência à súplica da Oração Eucarística VI – D, quando diz: “dai-nos olhos para ver as necessidades e os sofrimentos de nossos irmãos e irmãs (...) a exemplo de Cristo, e seguindo o seu mandamento, nos empenhemos lealmente ao serviço a eles”.

Além disso, as parábolas da ovelha perdida (Lc 15,1-7), da moeda perdida (Lc 15,8-10) e do filho pródigo (Lc 15,11-32) revelam o lado incansável (paciente) de Deus em esperar a recuperação de quem se perdeu. É a paciência divina, que refletimos no decorrer da Quaresma e citamos no início deste texto, como parte da dinâmica da misericórdia, igualmente presente na Oração Eucarística VI – D, no seu Prefácio: “Ele (Jesus) sempre se mostrou cheio de misericórdia pelos pequenos e pobres, pelos doentes e pecadores, colocando-se ao lado dos perseguidos e marginalizados”. Se colocar ao lado dos necessitados de uma mão estendida e de um coração paciente para se recuperarem para a vida.

Por fim, sempre neste contexto de atitudes práticas, refletir sobre as Obras de Misericórdia corporais e espirituais é também um pedido especial de Papa Francisco a todos os cristãos como modo de entrar no coração do Evangelho. Uma referência a estas obras de misericórdia encontram-se no final do Evangelho de Mateus, quando este apresenta os critérios do juízo final (Mt 25, 31-45). A prática das obras de misericórdia é um modo concreto de viver o Evangelho, no discipulado, e um modo concreto da Igreja viver sua vocação missionária e pastoral como exercício da misericórdia divina presente em sua missão terrena. 

Contemplando e refletindo, pois, a dimensão incalculável do amor misericordioso de Deus, nos qual as celebrações do Tríduo Pascal nos envolvem, temos mais condições de promover relacionamentos misericordiosos, porque o caminho da renovação pessoal e social começa pela misericórdia. É isto que aprendemos contemplando o Mistério do amor divino na Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.

Serginho Valle Páscoa de 2016

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A PÁSCOA DE JESUS NAS COLETAS DO TRÍDUO PASCAL

Depois de considerar, ano passado, as coletas dos ritos iniciais das celebrações do Tríduo Pascal, refletiremos neste ano as dimensões teológicas presentes nas “coletas depois da comunhão” para aprofundar a compreensão do Mistério Pascal, presente na eucologia de cada celebração.

Coleta depois da comunhão da Quinta-feira Santa

OremosÓ Deus, todo poderoso, que hoje nos renovastes pela ceia do vosso Filho, dai-nos ser eternamente saciados na ceia do seu Reino. PNSJC.Amém!

É uma coleta muito simples, retomada em nosso atual Missal, do Missale Gothicum, n. 214, no qual se fazia referência a Ultima Ceia, mas desapareceu no atual Missal Romano. Em sua estrutura, a coleta faz memória do efeito da Eucaristia na vida dos celebrantes (renovação existencial) e intercede a graça de participar da ceia do Reino divino. Há, portanto, nesta coleta, um efeito da Eucaristia, enquanto renovação da vida pessoal em quem participa e comunga deste Santo Mistério, em vista da participação celeste como convite escatológico.

Coleta depois da comunhão da Sexta-feira Santa

OremosÓ Deus, que nos renovastes pela santa morte e ressurreição do vosso Cristo, conservai em nós a obra da vossa misericórdia, para que pela participação deste mistério, vos consagremos sempre a nossa vida. PCNS.

O texto da coleta depois da comunhão de Sexta-feira Santa é o mesmo do Sacramentário Gelasiano Vetus (344), com uma breve variação final, que não afeta diretamente o contexto teológico da oração.

A coleta contempla a renovação da vida dos participantes desta celebração. É o mesmo tema renovador já presente na coleta pós-comunhão da Quinta-feira Santa. O texto eucológico não pára na morte de Jesus, mas une “morte e ressurreição”, ajudando-nos a compreender que, do ponto de vista cristão, nunca celebramos a morte, mas sempre a vida renovada pela ressurreição de Jesus. É um modo de contemplar a ressurreição do Senhor como fruto da misericórdia divina (SL 88,1).

Por fim, a conclusão da coleta como proposta de consagração da vida. Depois de contemplar, participar e comungar a misericórdia divina celebrada na Liturgia, o compromisso de consagrar a vida totalmente ao projeto divino, a exemplo do Senhor. É a realização daquela obra boa iniciada por Deus em nossas vidas que precisa

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continuar produzindo frutos de vida nova (Fl 1,3-6). A este Deus dedicamos nossa existência, porque ele nos consagrou e nos chamou a participar da glória eterna, reservada aos seus santos (1Pd 5,10-11).

Coleta depois da comunhão da Vigília Pascal

Oremos:Ó Deus, derramai em nós o vosso espírito de caridade, para que saciados pelos sacramentos pascais, permaneçamos unidos no vosso amor. PCNS. Amém!

A coleta vem do Sacramentário Veronense (1049) e se encontra igualmente no Sacramentário Gelasiano Vetus (1330). É uma coleta que precisa ser considerada no contexto pascal para entender que o derramamento do espírito de caridade é uma referência pneumatológica e não uma simples atitude espiritual de caridade. Isto se compreende a partir da contemplação do lado aberto de Cristo (Jo 19,34), de onde saiu sangue e água, quer dizer, o dom do espírito (água) e o dom da vida (sangue). Por isso, a coleta intercede o mesmo amor divino para a sua Igreja e para seus celebrantes, em vista de permanecerem unidos no seu amor.

Neste contexto da teologia joanina, que contempla o lado aberto de Cristo na Cruz, João contempla a morte e a ressurreição do Senhor num único momento, fruto da caridade divina (do amor misericordioso) que Deus derrama sobre os celebrantes para se viver unidos no amor divino.

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A PÁSCOA DE JESUS CANTADA NAS CELEBRAÇÕES

O Tríduo Pascal é a celebração mais importante da Igreja, na qual se celebra solenemente o Mistério da Salvação divina, fazendo memória da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Entende-se, assim, que esta celebração, formada por três celebrações distintas, mas unidas num mesmo contexto, aquele pascal, deva ser cantada de modo especial, seja quanto ao conteúdo poético e teológico das canções, como quanto à beleza artística na execução, respeitando o clima e o perfil de cada momento celebrativo. Isto significa respeitar aqueles momentos que pedem canções orantes ou canções que ajudem a compreender o mistério a ser celebrado. Se a sensibilidade artística indicará o modo de cantar cada rito, a espiritualidade do músico dará o tom de como melhor interpretá-las.

Isto porque, a música litúrgica, em muitos momentos da celebração do Tríduo Pascal, exerce função ritual, como no canto da Paixão e do Precônio Pascal, entre outros. Em outros momentos, a música litúrgica acompanha ritos, muitas vezes como função orante, como é o caso dos impropérios cantados durante o beijamento da Cruz, além da função de acompanhante ritual, como no rito do lava-pés. Neste contexto, repetindo, é importante favorecer a participação assemblear nas canções, seja pela sensibilidade artística, seja pelo contexto espiritual do momento.

Característica musical na Missa in Coena DominiA Liturgia da Quinta-feira Santa inicia-se alegremente, até o momento do

Glória. Depois, a celebração entra em clima de silêncio. Cabe aos músicos introduzir os celebrantes no silêncio que caracteriza a maior parte da celebração. Um silêncio que se observa no uso restrito de instrumentos, no modo mais calmo (silencioso) de cantar, até se chegar ao completo silêncio, que acontece na dispersão da assembléia, no final da celebração.

A mesma característica “silenciosa” presente nas canções deve estar presente na Adoração ao Santíssimo, depois da Missa. Seja na adoração solene, realizada antes da meia-noite, e, com muito mais razão, na adoração simples, a partir da meia-noite. Cantar sim, mas cantar para rezar, para meditar e para conduzir ao silêncio, em profundo respeito ao silêncio e solidão de Jesus no Getsemani.

Característica musical na celebração da Paixão do SenhorAquele silêncio que concluiu a celebração de Quinta-feira Santa continua na

abertura da celebração da Sexta-feira Santa. É o modo prático e concreto que une a celebração da Quinta-feira Santa à celebração da Sexta-feira Santa; continua a mesma celebração iniciada na véspera, Quinta-feira Santa. Por isso, não existe canto de entrada na celebração da Paixão do Senhor.

É preciso ajudar os celebrantes a compreender, por meio das canções, que o espírito da celebração da Sexta-feira Santa pede canções que ajudem a silenciar. Para tal finalidade, a Igreja orienta que não se use instrumentos musicais, na celebração da Paixão do Senhor, e que as canções — cantadas a cappella — sejam entoadas de modo sereno, para melhor participar do Mistério da Paixão e Morte de Jesus Cristo.

A celebração da Paixão do Senhor, da mesma forma que na Quinta-feira

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Santa, termina no mais completo silêncio. A Igreja continuará silenciada e silenciosa até a proclamação do Aleluia Pascal.

Característica musical para a Vigília Pascal A exemplo do início da celebração da Paixão do Senhor, também a celebração

do Sábado Santo inicia-se silenciosa, continuando o silêncio da celebração da Sexta-feira Santa. As primeiras canções são rituais e, observando o preceito silencioso do rito, deveriam ser cantadas a cappella, sem acompanhamento de instrumentos musicais. Os primeiros acordes musicais deveriam soar no canto da glorificação inicial, “Glória a Deus nas alturas” para demonstrar que a Igreja sai do silêncio e entra na alegria da vida nova, promovida pela Ressurreição do Senhor.

No Sábado Santo, a música tem a função pedagógica de conduzir, aos poucos, os celebrantes do silêncio proposto desde a conclusão do canto do glória, na celebração de Quinta-feira Santa, até a explosão de alegria, cantando vibrantemente as canções pascais da Ressurreição de Jesus. Do ponto de vista pedagógico, trata-se de uma passagem gradativa, cantando, por exemplo, a proclamação do Exultet “a cappella”, cantando os salmos responsoriais da Vigília Pascal com melodias operantes, acompanhadas por um órgão executado em pianíssimo, como sustentação musical, até a explosão alegre com o canto do Glória e o solene Aleluia Pascal, acompanhado com todos os instrumentos musicais.

Qualidade artísticaMas, de nada adianta observar as orientações litúrgicas se a execução musical

carecer da parte artística. A celebração não fica bonita e atraente pela observância das prescrições litúrgicas, mas pelo modo como se canta cada uma das celebrações, em consonância ao que pede a Liturgia, em cada momento celebrativo, com o seu clima específico. Então sim, acontece a afinação e a harmonização entre o que propõe a Igreja e o modo como esta celebra o Tríduo Pascal em vista de favorecer a participação plena e ativa dos celebrantes.

É importante que os músicos cantem bem, e isso significa cantar a Liturgia com o espírito próprio de cada celebração. Cantar bem, na Liturgia, não significa somente cantar afinado, mas cantar com a arte musical litúrgica; isso tem a ver com a sensibilidade de não cantar para uma platéia, mas de conduzir os celebrantes para cantar a celebração. Pensa-se no inconveniente de instrumentos altos, instrumentos de percussão nas celebrações de Quinta-feira Santa, depois do Glória e, pior ainda, instrumentos invadindo a celebração de Sexta-feira Santa. Imagine como se torna cansativa a longa Vigília Pascal, com instrumentos em alto volume durante toda a celebração, e cantores cantando liturgicamente de modo inadequado. Estes são pequenos detalhes que, no grande contexto celebrativo, desfavorecem o espírito celebrativo próprio de cada celebração.

Uma boa preparação para cantar o Tríduo Pascal deve, necessariamente, iniciar-se pela oração, pela meditação e dedicando muito tempo de ensaio e estudo de cada uma das celebrações. É importante meditar, a partir da Palavra de Deus, as canções escolhidas para serem cantadas. Quando nossos músicos aprenderem a rezar a canção antes de a cantarem nas celebrações, estes começarão a ter uma nova visão do que significa cantar a Liturgia e, com a graça de Deus, ajudarão os celebrantes a

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melhor participar e compreender o que se celebra. Quando nossos músicos souberem meditar a celebração, estes terão mais condições de favorecer o espírito orante em cada canção cantada nas celebrações.

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O CONTEXTO ESPACIAL LITÚRGICO DA PÁSCOA DE JESUS

Considerando as três celebrações do Tríduo Pascal, mais a celebração Eucarística do Domingo da Páscoa, entende-se a necessidade de o Ministério do Espaço Celebrativo dividir as funções para cada celebração de modo harmonioso, quanto à simbologia temática, que neste ano está sendo proposta com o enfoque no Ano Santo da Misericórdia.

O que já foi proposto ao Ministério da Música continua válido para o caso do espaço celebrativo: respeitar as características próprias e específicas de cada celebração e de modo artístico. O que se disse sobre o silêncio musical pode ser aplicado, aqui, ao silêncio espacial, no sentido de que o espaço simbólico e as possíveis ornamentações não sejam barulhentas, quer dizer, exageradas. Beleza litúrgica não rima com excesso de flores e de símbolos, mas com discrição, simplicidade e harmonia.

É importante considerar e seguir as orientações litúrgicas da Igreja quanto aos espaços celebrativos das celebrações, presentes no Diretório Litúrgico, neste ano de 2016, a partir da p. 82.

Espaço celebrativo para a Quinta-feira SantaA noite de Quinta-feira Santa tem uma dimensão de alegria, por isso a Igreja

se orna com flores e folhagens. Um modo de dar brilho ao espaço celebrativo, é o uso de velas na composição dos arranjos florais. Uma vez que existe uma ligação entre a Páscoa judaica e a nossa Páscoa cristã, presente especialmente na 1ª leitura, pode-se optar por uma menorá (candelabro de sete velas) para ser colocado próximo à Mesa da Palavra.

No início da celebração, o altar poderá estar revestido com uma toalha branca simples. Um pouco antes da preparação das ofertas, algumas pessoas poderão levar uma toalha mais bonita para ser colocada sobre o altar, destacando assim a preparação da “mesa pascal cristã”, diferente daquela “mesa pascal judaica”, descrita na 1ª leitura.

Para a Adoração Eucarística, que se iniciará logo após a transladação do Santíssimo, no final da Missa, é preferível que o espaço seja preparado fora da igreja. Que seja um lugar agradável, espaçoso, bem arejado (especialmente nas comunidades onde faz muito calor) e com decoração simples e acolhedora.

Lembramos que a Adoração ao Santíssimo não se faz com o ostensório, de onde não haver a necessidade de colocar nenhuma elevação sobre a mesa ou altar. O Santíssimo Sacramento é proposto à adoração dentro de um cibório, revestido com o véu, colocado sobre uma mesa com uma toalha branca,

Espaço celebrativo para a Sexta-feira SantaO silêncio que caracteriza o dia da Sexta-feira Santa estende-se também e

especialmente ao espaço celebrativo da Sexta-feira Santa. Desde a Quinta-feira Santa, especialmente depois da Adoração Eucarística, a igreja está desprovida de flores e de qualquer enfeite. As pessoas, ao entrar na igreja, deverão perceber que existe um clima de grande silêncio, no qual também o espaço convida a silenciar.

Combinando com o espaço celebrativo, no início da celebração o altar estará

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totalmente limpo, sem toalhas ou qualquer outro objeto sobre a mesa. A toalha, o corporal e duas velas serão colocados na preparação da comunhão, bem como o Missal para conduzir os ritos de comunhão. Logo após ter terminado o rito de comunhão, o altar volta a ser desnudado. Aqui temos um exemplo completo do significa silêncio espacial.

Um detalhe especial para o rito da Adoração da Cruz. Primeiramente, a importância de se escolher e apresentar uma Cruz grande e bonita, com a imagem do crucificado, para ser usada no momento do rito, que possa ser vista por todos os celebrantes. Os arranjadores deverão prever um local para a Cruz e para o beijamento, dos celebrantes.

Espaço celebrativo para a Vigília Pascal O espaço celebrativo para a Vigília Pascal, dada a solenidade da celebração, é

especial. É um espaço preparado para a Vigília e para o Domingo da Páscoa. É a celebração, na qual a Igreja deverá estar ornamentada do melhor modo possível, com flores naturais (jamais artificiais), velas, folhagens para destacar os diferentes momentos rituais da celebração.

A celebração acontece em seis espaços celebrativos: (1) fora da igreja - Celebração da luz - Local da Páscoa cósmica; (2) entrada do Círio na igreja - local do povo iluminado pela luz Pascal de Jesus Cristo que caminha no meio do povo; (3) ambão, celebração da Palavra - Local da Páscoa Proclamada; (4) Batistério Celebração do Batismo - local da Páscoa Sacramental; (5) Altar, Celebração da Eucaristia - local da Páscoa comungada e a nave da Igreja. Os demais espaços da Vigília Pascal, devidamente comentados, estão descritos na respectiva proposta celebrativa (p. 50).

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Vestes e paramentos litúrgicos

Uma breve consideração quanto a vestes e paramentos. Embora dispensável, vale a pena lembrar que, por se tratar da celebração mais importante do Ano Litúrgico, os paramentos litúrgicos devem ser os melhores e os mais bonitos da comunidade, principalmente, na Vigília Pascal.

Quanto aos ministros, leitores, salmistas, os que ajudarão na distribuição da Eucaristia, em especial, seria bom que se distinguissem em suas funções rituais com uma veste celebrativa. Nas comunidades, nas quais leitores e salmistas não usam vestes celebrativas, que venham bem vestidos e bem preparados.

A Igreja sempre considerou de bom grado a veste para o Ministério da Música, como conhecemos em corais de catedrais e de paróquias. Um exemplo típico de que conduzir o canto na assembléia litúrgica e cantar a Liturgia é uma atividade ministerial e, por isso, a importância de revestir os ministros com uma veste especial. Onde isso acontece, que seja continuado e, onde ainda não existe esta prática, considere-se a necessidade de estar bem vestido, porque as celebrações do Tríduo Pascal são especiais.

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CONCLUSÃO

Conclui-se a primeira parte, com a finalidade de lançar um olhar reflexivo e orientador para o conjunto das celebrações do Tríduo Pascal. Como proposto na reflexão, as celebrações estão sendo propostas a partir do contexto do Ano Santo da Misericórdia, o que não significa uma unificação temática do Tríduo, mas apenas um modo de considerar e orientar a preparação prévia de cada momento do Tríduo Pascal.

Quanto ao olhar orientador, este se limitou refletir sobre como cantar as celebrações do Tríduo Pascal, respeitando as características celebrativas de cada dia. Além disso, foram traçadas considerações quanto ao espaço celebrativo, as quais devem ser completadas com as orientações que se encontram no Diretório Litúrgico 2016, a partir da p. 82. Embora dispensável, acrescentamos um breve lembrete quanto aos paramentos e vestes celebrativas, também estas em função de contribuir para que as celebrações do Tríduo Pascal sejam respeitosas e dignas do Mistério celebrado.

Nas páginas que seguirão, as propostas indicarão como conduzir cada uma das celebrações. Serão propostas feitas de acordo com os livros litúrgicos, em vista de celebrações bem feitas, para que se tornem fonte de vida e crescimento espiritual de todos os celebrantes. Lembramos que, uma vez que as celebrações já são ricas em todos os aspectos, especialmente na simbologia e na ritualidade, carece propor novos ritos, embora estes sempre podem ser enriquecidos com novos olhares.

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PROPOSTA CELEBRATIVAQUINTA-FEIRA SANTA

MISSA IN COENA DOMINI

LEITURAS 1ª leitura: Ex 12,1-8.11-14 = Ritual da ceia pascalSalmo: Sl 115 = O cálice por nós abençoado é comunhão com sangue do Senhor2ª leitura: 1Cor 11,23-26 = Anunciais a morte do SenhorEvangelho: Jo 13,1-5 = Amou-os até o fim

A instituição da Eucaristia, na Quinta-feira Santa, foi um gesto misericordioso de Jesus oferecendo-se para permanecer conosco todos os dias de nossas vidas, afim de que tenhamos vida abundante (Jo 10,10).

Vamos cantar a Celebração Cantamos esta celebração contemplando a misericórdia divina que, em Jesus Cristo, se doa para participar de nossa vida humana. Um sentimento de acolhimento desta vida divina que nos é oferecida por Cristo, na Eucaristia, portanto, iluminará as canções e o modo de cantá-las.

NB As canções sugeridas têm a finalidade de facilitar o repertório da celebração. Normalmente, propomos cinco canções. Caso, nenhuma seja conhecida, a poesia da letra poderá orientar na escolha de outra canção. Os números entre parêntesis indicam o número da canção, na lista após comentário.

Estamos propondo o Hino do Ano Santo da Misericórdia em dois momentos, para o canto de entrada ou para o rito do lava-pés, a escolha do ministério da música.

SiglasSAL – a letra da canção encontra-se na página – www.liturgia.pro.br HL = “Hinário Litúrgico da CNBB” (Livro de canções publicado pela CNBB)CO = “Cantos e Orações” (Livro de canções publicado pela Editora Vozes, 2004)L = “Louvemos” (Livro de canções publicado pela “Associação do Senhor Jesus”)

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CD = CD publicado pela Paulus com cantos do Hinário Litúrgico da CNBB.

Canto de entrada: 1 – “Quanto a nós, devemos gloriar-nos” (SAL 840) (CO 202) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 1)2 – “Ninguém pode se orgulhar” (SAL 1198) (Cd “Tríduo Pascal I” (Paulus) - fx2)3 – “Nós nos gloriamos na Cruz” (SAL 1294) (CO 204)4 – “Ó Senhor, nós estamos aqui” (SAL 69) (CO 394)5 – “É bom estarmos juntos” (SAL 27) (CO 149)6 – “Misericordes sicut Pater” (Hino do Ano Santo da Misericórdia)

Outras canções de entrada no site: www.liturgia.pro.br[SAL 61] [SAL 303] [SAL 841]Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/quanto%20a%20n%C3%B3s%20devemos%20gloriar?view=ls Ouvir canção (2) http://bogmusic.net/mp3/tr_duo_pascal_02_ningu_m_pode_se_orgulhar_quinta_feira_mp3.html Ouvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/n%C3%B3s%20nos%20gloriamos%20na%20cruz?view=ls&suggested Ouvir canção (4) http://search.4shared.com/q/1/062%20-%20%C3%B3%20senhor%20n%C3%B3s%20estamos%20aqui?view=searchMainField Ouvir canção (5) http://search.4shared.com/q/1/%C3%A9%20bom%20estarmos%20juntos?view=ls

Salmo responsorial: 1 – HL da CNBB, fasc. 2 p. 47 2 – “Cantado salmos e aclamações” (Paulus) p. 1873 – CD “Tríduo Pascal” I; faixa 44 – “O Cálice por nós abençoado”

Ouvir Sl 115 http://mp3skull.com/mp3/jos_ac_cio_santana_o_c_lice_por_n_s_aben_oado_sl_115.html

Aclamação ao Evangelho: 1 – “Eu vos dou um novo mandamento” (SAL 802) (CO 208) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 5)2 – “Eu vos dou um novo mandamento” (SAL 802) (HL, fasc. 2, p. 52)3 – “Dou-vos um mandamento novo” (SAL 844) (CO 209)4 – “Eu vos dou um novo mandamento”

Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/eu%20vos%20dou%20um%20novo%20mandamento?view=ls&suggested Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/eu%20vos%20dou%20um%20novo%20mandamento?view=ls&suggested

Lava-pés: 1 – “Ceia da despedida” (SAL 845) (HL, fasc. 2, p. 184) 2 – “Prova de amor maior não há” (SAL 846) (CO 201)

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3 – “O Senhor me chamou e me ungiu” (SAL 847) (CO 210)4 – “Jesus erguendo-se da ceia” (SAL 848) (CO 211) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 6)5 – “Jesus erguendo-se da ceia” (SAL 869) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 7) 6 – “Misericordes sicut Pater” (Hino do Ano Santo da Misericórdia)

Outras canções para o rito do lava-pés no site: www.liturgia.pro.br[SAL 181]Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/prova%20de%20amor%20maior%20n%C3%A3o%20h%C3%A1?view=ls&suggestedOuvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/o%20senhor%20me%20chamou%20e%20me%20ungiu%20quinta%20feira%20santa?view=ls&suggested

Ofertas: 1 – “Onde o amor e a caridade” (SAL 849) (CO 214) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 8)2 – “Minha vida tem sentido” (SAL 260) (CO 701)3 – “Se meu irmão me estende a mão” (SAL 278) (CO 726)4 – “Recebei de nós, Senhor” (SAL 850) (CO 215)5 – “Daqui do meu lugar” (SAL 252) (L 942)

Outras canções para o rito da apresentação das oferendas no site: www.liturgia.pro.br[SAL 249]Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/onde%20o%20amor%20e%20a%20caridade?view=ls Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/minha%20vida%20tem%20sentido%20pe%20zezinho?view=searchMainField&suggested Ouvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/se%20meu%20irm%C3%A3o%20me%20estende%20a%20m%C3%A3o?view=ls Ouvir canção (5) http://search.4shared.com/q/1/daqui%20do%20meu%20lugar?view=ls&suggested

Comunhão: 1 – “Eu quis comer esta ceia agora” (SAL 294) (CO 218) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 9)2 – “Hoje é festa” (SAL 851) (HL fasc. 2, p. 149) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 10)3 – “Na comunhão, Jesus se dá no pão” (SAL 301) (L 838)4 – “O Pão da vida, a comunhão” (SAL 852) (CO 144)5 – “Na mesa sagrada, se faz unidade” (SAL 303) (CO 398)

Outras canções para o rito da comunhão no site: www.liturgia.pro.br[SAL 289] [SAL 853] [SAL 854]Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/eu%20quis%20comer%20esta%20ceia?view=ls&suggested Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/21%20Hoje%20%C3%A9%20festa%2C%20diz%20o%20povo%20(comunh%C3%A3o)?view=ls Ouvir canção (4) http://search.4shared.com/q/1/o%20p%C3%A3o%20da%20vida%20comunh%C3%A3o?view=searchMainField&suggested Ouvir canção (5) http://search.4shared.com/q/1/na%20mesa%20sagrada?view=ls&suggested

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Transladação do Santíssimo: Durante a trasladação do Santíssimo Sacramento, canta-se a canção “Canta a Igreja triunfante” (Pange língua). Ao se chegar ao altar onde ficará o Santíssimo, cantam-se as duas últimas estrofes: “Tão sublime sacramento” (cf. letra no Missal Romano, p. 252). Outra canção eucarística poderá ser cantada durante a procissão, como por exemplo, “O pão da vida, a comunhão”. 1 – “Vamos todos louvar juntos” (SAL 855) (CO 221)2 – “Deus de amor” (SAL 856) (CO 222)3 – “Pai, eis chegada a hora” (SAL 857) (CO 223)

Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/vamos%20todos%20louvar%20juntos?view=ls&suggested

Canção do envio: ATENÇÃO = nesta celebração não se canta um canto de envio ou de conclusão da celebração. Logo depois da missa tem início a adoração ao Santíssimo, que poderá durar solenemente até meia-noite ou, de modo simples, a noite inteira, como orientado pelas normas litúrgicas.

CelebraçãoAmbientação: é momento para acolher os celebrantes, convidando-os a entrarem no grande clima do Tríduo Pascal, para bem celebrar e participar dos mistérios que serão celebrados a partir desta celebração. No momento seguinte, chamar atenção dos celebranes que as celebrações serão iluminadas com as luzes da misericórdia divina, uma vez que estamos vivenciando o Ano Santo da Misericórdia. Concluir a ambientação incentivando todos a participarem de modo concentrado nos ritos e nas orações.

Ritos iniciais

Motivação ritual A misericórdia divina está especialmente presente nos ritos iniciais, na antífona de entrada, que une a Eucaristia à Cruz de Jesus Cristo.

Orientação ritualO ato penitencial, inspirado nas obras de misericórdia materiais, poderá ser dirigido pelo padre ou por um ministro.

Antífona de entrada: Antífona de entradaA Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou.

Acolhida presidencial: Modelo para acolhida presidencial

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A misericórdia que nosso Deus derrama em nossos corações porque nos ama infinitamente, esteja sempre convosco. T – Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Monição inicial: Modelo de monição inicialIniciamos o Tríduo Pascal iluminando-nos na misericórdia divina, presente na Eucaristia e no mandamento novo, manifestado no gesto do lava-pés.Porque reconhecemos que nem sempre vivemos a misericórdia em nossas atitudes, peçamos perdão: (pausa silenciosa)

Ato penitencial: Modelo para o ato penitencialEm vosso amor infinitamente misericordioso, perdoai nossos egoísmos e nossa pouca fraternidade.

T – Em vossa infinita misericordia, tende piedade de nós, Senhor!

Em vosso amor infinitamente misericordioso, perdoai nossas arrogâncias e nossa indiferença para com os sofredores.

T – Em vossa infinita misericordia, tende piedade de nós, Senhor!

Em vosso amor infinitamente misericordioso, perdoai nossos orgulhos e nossa pouca atenção para com os solitários e os enfermos.

T – Em vossa infinita misericordia, tende piedade de nós, Senhor!

P – Deus, que sois infinitamente misericordioso, concedei-nos, hoje e sempre, o vosso perdão para que possamos participar convosco da vida eterna. T – Amém!

Rito de glorificação inicial: Modelo de motivação para o rito do glória

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Cantemos a graça do convite para sermos misericordiosos como Deus é misericordioso.

Oração do dia: OremosÓ Pai, estamos reunidos para a Santa Ceia, na qual vosso Filho único, ao entregar-se à morte, deu à sua Igreja um novo e eterno sacrifício, como banquete do seu amor. Concedei-nos, por mistério tão excelso, chegar à plenitude da caridade e da vida. PNSJC.T – Amém!

Liturgia da Palavra

Motivação ritual Momento para refletir a Eucaristia iluminando-a com a luz da misericórdia divina, para compreender que ela alimenta em nós a mesma misericórdia.

Orientação ritualDepois da homilia, de acordo com o costume da comunidade, pode-se realizar o rito do lava-pés ou outro rito que expresse o serviço fraterno, como por exemplo, uma coleta de alimentos em favor dos pobres da comunidade.

O costume de convidar pessoas relacionadas ao tema da Campanha da Fraternidade continua sendo uma opção válida. Neste ano de 2016, convidar aquelas pessoas que se dedicam à ecologia. Mas, no contexto do Ano Santo da Misericórdia, que ilumina toda o Tríduo, convidar pessoas que atuam nas obras de misericórdia corporais e espirituais da comunidade.

Durante o rito do lava-pés, pode-se cantar canções sugeridas no Missal Romano. Para as comunidades que usam datashow, mostrar fotos de serviços que favorecem o serviço fraterno, na comunidade, através das obras sociais.

Lembramos também que o rito do lava-pés não é obrigatório (cf. Missal Romano, p. 248; n.5), mas deixaria uma lacuna significativa, caso não fosse realizado. 

Omite-se a profissão de fé. A missa continua com a oração dos fiéis.

Proposta para a homiliaObjetivo: ajudar os celebrantes a compreender como a misericórdia divina está presente na Eucaristia, refletindo sobre o empenho concreto do mandamento do amor e suas consequências práticas de serviço, expressas no rito do lava-pés.

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Dinâmica: a homilia poderá ser dinamizada com algumas imagens a serem projetadas nas comunidades que usam o datashow: (1) ícone do Ano Santo da Misericórdia; (2) texto escrito do mandamento novo; (3) ilustração bíblica ou foto de um lava-pés; (4) foto de pessoas ajudando pessoas pobres.

Rito do lava-pés: (as orientações rituais se encontram no quadro acima)

Oração dos fiéis: Acolhei-nos, Senhor, em vosso amor misericordioso!

P – Confortados pela presença de Jesus Cristo em nossas comunidades, na Eucaristia, apresentemos ao Pai nossos pedidos de modo confiante.

Senhor, nosso Deus, que sois rico em misericórdia, abençoai misericordiosamente vossa Igreja, para que cada Eucaristia seja fonte de atividades misericordiosas em todas as suas comunidades.

T – Acolhei-nos, Senhor, em vosso amor misericordioso!

Ensinai-nos a cultivar o amor fraterno entre nós, para que aumente em nossa convivência gestos misericordiosos em favor da vida digna para todos.

T – Acolhei-nos, Senhor, em vosso amor misericordioso!

Colocai em nossos corações, nosso Deus e Senhor, a disponibilidade para o serviço fraterno e a coragem de nos ajoelhar diante de nossos irmãos e irmãs enfraquecidos na vida.

T – Acolhei-nos, Senhor, em vosso amor misericordioso!

Vós que sempre vindes em nosso socorro, ajudai-nos a crescer na solidariedade para testemunhar vossa misericórdia em nosso meio.

T – Acolhei-nos, Senhor, em vosso amor misericordioso!

Nós vos agradecemos o dom da Eucaristia, pela qual vosso Filho vive entre nós, e vos suplicamos a graça de transformar nossas vidas em culto espiritual e verdadeiro.

T – Acolhei-nos, Senhor, em vosso amor misericordioso!

P - Lembrai-vos, Senhor, da Paixão de vosso Filho Jesus, que na oferta de seu Corpo e de seu Sangue manifestou totalmente vossa misericórdia para conosco. Ajudai-nos a nos abrir à riqueza de tão grande dom, para que possamos vos dar graças e louvores com nossos lábios e com atitudes misericordiosas. PCNS. T – Amém!

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Liturgia SacramentalMotivação ritual A Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor é a manifestação suprema da misericórdia divina, presente na Eucaristia.

Orientação ritualConsiderando a memória da instituição da Eucaristia, que acontece nesta celebração, é bom dar destaque aos dons eucarísticos, na procissão das ofertas. Isto pode ser feito levando o vinho numa jarra especial e usando uma patena maior para levar as hóstias.

Para dar destaque especial ao altar, o mesmo poderá ser preparado antes da procissão para se levar as oferendas.

A procissão das ofertas poderá ser realizada por algumas pessoas da assembléia, escolhidas antes da celebração ter início.

Procissão das ofertas: um coração, capaz de acolher a misericórdia divina em seu coração humano, é um coração capaz de oferecer a própria vida, presente no pão e no vinho, e através do serviço misericordioso.

Orate fratres: Orate fratresOrai, irmãos e irmãs, para que nossas oferendas, marcadas pela misericórdia da Igreja, torne-se um sacrifício agradável a Deus Pai todo-poderoso. T – Receba o Senhor por tuas mãos....

Oração sobre as oferendas: Oração sobre as oferendasConcedei-nos, ó Deus, a graça de participar dignamente da Eucaristia, pois todas as vezes que celebramos este sacrifício em memória de vosso Filho, torna-se presente a nossa redenção. PCNS. T – Amém!

Oração eucarística: Modelo de monição para a Oração EucarísticaAprendamos a ajoelhar-nos em adoração diante do Senhor e a ajoelhar-nos em serviço fraterno diante de nossos irmãos e irmãs necessitados.

Preparação para a comunhão

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Motivação ritual O mandamento novo e a disposição para servir são expressões da misericórdia divina, que motivam comungar o Corpo e o Sangue do Senhor.

Orientação ritualA Igreja orienta e incentiva que a Comunhão Eucarística deverá ser distribuída sob duas espécies, nesta Missa de Quinta-feira Santa.

Orientação para depois da comunhão: “Distribuída a comunhão, a reserva Eucarística para a comunhão do dia seguinte é deixada sobre o altar, e conclui-se a Missa com oração depois da comunhão” (MR, p. 251).

Pai nosso: Convite para o Pai nossoTocados pelo amor misericordioso de nosso Deus, rezemos como o Senhor nos ensinou: Pai nosso...

Abraço da paz: Proposta de saudação da pazComprometamo-nos com o serviço misericordioso saudando-nos com um gesto de paz.

Convite para a comunhão: Proposta de convite para a comunhãoEu sou o Pão vivo que desci do céu, quem comer deste pão viverá eternamente. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

Antífona de comunhão: Antífona de comunhãoEste é o Corpo que será entregue por vós, este é o Cálice da Nova Aliança no meu Sangue, diz o Senhor. Todas as vezes que os receberdes, fazei-o em minha memória.

Oração depois da comunhão: Oração depois da comunhão Ó Deus todo-poderoso, que hoje nos renovastes pela Ceia do vosso Filho, dai-nos ser eternamente saciados na Ceia do seu Reino. PCNS. T – Amém!

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Ritos finais

Motivação ritual Os ritos finais, realizados em clima de simplicidade, lembram que a partir deste momento, a Igreja e a comunidade se recolhem no silêncio, em respeito à Paixão de Jesus.

Transladação do Santíssimo: Orientação prática sobre a Transladação ao SantíssimoO rito da transladação é feito com uma procissão dentro da igreja. É um rito simples e muito respeitoso. A assembléia participa pelo olhar e cantando. O presidente conduz o Santíssimo, como prescrito no Missal, acompanhado pela canção “Vamos todos louvar juntos” (“Pange língua” - em latim). A procissão é concluída cantando a última estrofe, que se inicia com o “Tão sublime sacramento” no altar onde será colocado o Santíssimo. Lembramos que esta canção faz parte do rito, enquanto tal e, por este motivo, seria muito bom que não fosse substituída, apesar de haver a possibilidade de se cantar outra canção eucarística.

Adoração ao Santíssimo: Anotações práticas sobre a adoração ao SantíssimoMesmo não fazendo parte da celebração em si, mas como continuidade da mesma, se a comunidade optar por adoração após a meia noite, esta deve ser sóbria e silenciosa na maior parte do tempo (Cf. Missal Romana, p. 253, n. 21).

As equipes encarregadas de preparar a adoração lembrem-se sempre que não se trata de vigília Eucarística. Por isso, uma vez mais a insistência com a simplicidade e o silêncio desta adoração, principalmente depois da meia-noite.

Desnudação do Altar: Anotações práticas sobre a desnudação do AltarO último gesto da celebração acontece após a transladação do Santíssimo. É o gesto da desnudação do altar que consiste em tirar as toalhas do altar, os enfeites e, se possível, as cruzes da igreja. Onde não é possível tirar as cruzes, pode-se colocar um véu (velar) aquelas cruzes que não podem ser retiradas (Cf. Missal Romano, p. 253, n. 19). Não há necessidade de velar as imagens de santos e santas. Contudo, nada contrário se as imagens dos santos e santas forem veladas, cobertas com um pano roxo.

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LITURGIA DA PALAVRA (leituras)As leituras descrevem como Deus é misericordioso para com seu povo, libertando-o da escravidão do Egito e ensinando-nos, em cada Eucaristia, que o Mandamento do amor se vive através do serviço, a exemplo de Jesus que lavou os pés de seus discípulos.

Primeira Leitura – Êxodo 12,1-8.11-14

Leitura do Livro do Êxodo,

Naqueles dias,O Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egito:“Este mês será para vós o começo dos meses;será o primeiro mês do ano.Falai a toda a comunidade dos filhos de Israel, dizendo:‘No décimo dia deste mês, cada um tome um cordeiro por família, um cordeiro para cada casa.Se a família não for bastante numerosa para comer um cordeiro, convidará também o vizinho mais próximo, de acordo com o número de pessoas. Deveis calcular o número de comensais, conforme o tamanho do cordeiro.O cordeiro será sem defeito, macho, de um ano.Podereis escolher tanto um cordeiro, como um cabrito:e devereis guardá-lo preso até ao dia catorze deste mês.Então toda a comunidade de Israel reunida o imolará ao cair da tarde.Tomareis um pouco do seu sanguee untareis os marcos e a travessa da porta,nas casas em que o comerem.Comereis a carne nessa mesma noite, assada ao fogo,com pães ázimos e ervas amargas.Assim devereis comê-lo: com os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão.E comereis às pressas, pois é a Páscoa, isto é, a ‘Passagem’ do Senhor!E naquela noite passarei pela terra do Egitoe ferirei na terra do Egito todos os primogênitos,desde os homens até os animais;

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e infligirei castigos contra todos os deuses do Egito,eu, o Senhor.O sangue servirá de sinal nas casas onde estiverdes.Ao ver o sangue, passarei adiante,e não vos atingirá a praga exterminadora,quando eu ferir a terra do Egito.Este dia será para vós uma festa memorávelem honra do Senhor,que haveis de celebrar por todas as gerações,como instituição perpétua”.

Palavra do SenhorGraças a Deus

Salmo responsorial - Sl 115O cálice por nós abençoadoé a nossa comunhão com o sangue do Senhor.

Que poderei retribuir ao Senhor Deuspor tudo aquilo que ele fez em meu favor?Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.

O cálice por nós abençoadoé a nossa comunhão com o sangue do Senhor.

É sentida por demais pelo Senhor a morte de seus santos, seus amigos.Eis que sou o vosso servo, ó Senhor, mas me quebrastes os grilhões da escravidão!

O cálice por nós abençoadoé a nossa comunhão com o sangue do Senhor.

Por isso oferto um sacrifício de louvor, invocando o nome santo do Senhor.Vou cumprir minhas promessas ao Senhor na presença de seu povo reunido.

O cálice por nós abençoadoé a nossa comunhão com o sangue do Senhor.

Segunda leitura - 1Cor 11,23-26

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Leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios

Irmãos:Que eu recebi do Senhor,foi isso que eu vos transmiti:Na noite em que foi entregue,o Senhor Jesus tomou o pãoe, depois de dar graças, partiu-o e disse:“Isto é o meu corpo que é dado por vos.Fazei isto em minha memóriaDo mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse:“Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memóriaTodas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha.

Palavra do SenhorGraças a Deus

Aclamação ao Evangelho - Jo 13,34Glória a vós, ó Cristo, Verbo de Deus.Eu vos dou este novo mandamento,nova ordem, agora vos dou,que também, vos ameis uns aos outros,como eu vos amei, diz o Senhor.

Evangelho - Jo 13,1-15Proclamação do evangelho de Jesus Cristo, segundo João.

Era antes da festa da Páscoa.Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.Estavam tomando a ceia.O diabo já tinha postono coração de Judas, filho de Simão Iscariotes,o propósito de entregar Jesus.Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos

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e que de Deus tinha saído e para Deus voltava,levantou-se da mesa, tirou o manto,pegou uma toalha e amarrou-a na cintura.Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos,enxugando-os com a toalha com que estava cingido.Chegou a vez de Simão Pedro.Pedro disse:“Senhor, tu me lavas os pés?”Respondeu Jesus:“Agora, não entendes o que estou fazendo;mais tarde compreenderás”.Disse-lhe Pedro:“Tu nunca me lavarás os pés!”Mas Jesus respondeu:“Se eu não te lavar, não terás parte comigo”.Simão Pedro disse:“Senhor, então lava não somente os meus pés,mas também as mãos e a cabeça”.Jesus respondeu:“Quem já se banhounão precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo.Também vós estais limpos, mas não todos”.Jesus sabia quem o ia entregar;por isso disse:“Nem todos estais limpos”.Depois de ter lavado os pés dos discípulos,Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo.E disse aos discípulos:“Compreendeis o que acabo de fazer?Vós me chamais Mestre e Senhor,e dizeis bem, pois eu o sou.Portanto, se eu, o Senhor e Mestre,vos lavei os pés,também vós deveis lavar os pés uns dos outros.Dei-vos o exemplo,para que façais a mesma coisa que eu fiz”.

Palavra da SalvaçãoGlória a vós, Senhor.

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REFLEXÃO CELEBRATIVA (proposta de homilia)

1 – Eucaristia e misericórdia Celebramos e caminhamos nos caminhos quaresmais, iluminados com a luz da misericórdia divina. Durante a Quaresma, procuramos contemplar a misericórdia divina para aprender a sermos misericordiosos como Deus é misericordioso. Entramos, agora, no Tríduo Pascal iluminados ainda mais intensamente com a luz da misericórdia divina a partir da Eucaristia. Vamos procurar entender que cada vez que participamos da Eucaristia, nós nos alimentamos com a misericórdia de Deus, porque Jesus é a misericórdia divina que veio nos ensinar como ser misericordiosos, especialmente em nossos relacionamentos. Alimentar-se da Eucaristia, portanto, seja na Mesa da Palavra como na Mesa Eucarística, é uma necessidade para quem deseja ser misericordioso como Deus é misericordioso. Para tanto, vamos considerar apenas dois aspectos que se fazem presentes nesta Missa da Quinta-feira Santa: o mandamento do amor e o gesto do lava-pés.

2 – Mandamento do amor A aclamação ao Evangelho proclama o grande mandamento cristão: “amai-vos uns aos outros, como eu vos amei!” No mandamento do amor está o fundamento da misericórdia divina. É impossível haver misericórdia sem o amor na vida pessoal e na vida de uma comunidade. É interessante que observemos que o mandamento do amor reúne duas características. Uma delas é o sentimento, porque amar é expressar o sentimento, é manifestar um sentimento de bem-querer ao outro. As pessoas insensíveis ou que perderam a sensibilidade na vida não têm condições de amar, por isso vivem em constante estado de aridez emocional. Uma condição para se ter misericórdia é cultivar o sentimento do amor em si, capaz de se compadecer pelo outro, capaz de ter empatia com o outro. A segunda característica do mandamento do amor é o jeito de amar: amar como Jesus amou. Amar de modo misericordioso, acolhendo, erguendo os caídos, chamando para viver quem vive deprimido... Indicativos claros que a misericórdia não é, apenas, um sentimento, mas uma atividade decorrente do amor.

3 – Lava-pés: serviço misericordiosoO segundo elemento da atividade misericordiosa presente na Eucaristia é o lava-pés. No dia que Jesus instituiu a Eucaristia ele ajoelhou-se para lavar os pés de seus discípulos. Uma indicação claríssima que a Eucaristia não é — apenas — uma celebração, mas uma celebração que incentiva os celebrantes a viverem gestos concretos de serviço fraterno, que é uma atividade misericordiosa. Com o gesto do lava-pés, Jesus ensina que quem se ajoelha para adorá-lo na Eucaristia, é convidado a ajoelhar-se no dia a dia da vida para lavar os pés de seus irmãos e irmãs, a exemplo do que ele mesmo fez. Isto significa que celebrar a Eucaristia é um chamado a cultivar o serviço solidário e fraterno na vida cotidiana. Eis o que significa ser misericordioso como Deus é misericordioso: significa ter as mesmas atitudes que Deus tem para conosco; agir em favor da vida digna e plena, como Jesus ensinou.

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4 – Eucaristia: escola da misericórdia A partir destes dois elementos — existem muitos outros — compreendemos que a Eucaristia é uma escola que nos forma na misericórdia, o local onde aprendemos como viver e como cultivar a misericórdia em nossas vidas. Em cada celebração da Missa, Jesus nos propõe como ser misericordiosos, como ter atitudes misericordiosas, fundamentadas no amor e no serviço solidário e fraterno. É este amor e este serviço que celebramos em cada celebração Eucarística, desde aquela primeira Eucaristia, celebrada por Jesus, na Última Ceia. Nós celebramos o amor vivido pessoalmente por Jesus entregando sua vida, presente no Pão e no Vinho, para que pudéssemos viver de modo pleno e, uma vez tendo a vida em plenitude, não a guardemos para nós, mas partilhemos com aqueles que mendigam um sentido para viver. O grande gesto misericordioso de Jesus foi dar a sua vida para nos salvar. A nós que nos alimentamos desta vida, através da Palavra e da Comunhão Eucarística, é nos pedido que vistamos o avental do amor, para que nosso serviço fraterno seja marcado pela misericórdia divina. Amém!

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PROPOSTA CELEBRATIVASEXTA-FEIRA SANTA PAIXÃO DO SENHOR

Leituras1ª leitura: Is 52,13—53,12 = Ele foi ferido por causa de nossos pecadosSalmo: Sl 30 = Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito2ª leitura: Hb 4,14-16; 5,7-9 = Ele tornou-se causa de salvação eternaEvangelho: Jo 18,1—19,42 = Paixão de Jesus

Observação

A proposta celebrativa da Paixão do Senhor difere-se das demais em dois aspectos: mantém as orientações do Missal, naquilo que faz parte da tradição litúrgica da Igreja, e, em vez de propostas rituais, concentra-se na reflexão sobre a misericórdia divina, que ilumina o Tríduo Pascal neste ano de 2016.

Anotação em torno da celebraçãoA Liturgia da Sexta-feira Santa desenvolve-se em quatro momentos com ritos próprios.

As quatro partes são:1a parte = Paixão proclamada: é a Liturgia da Palavra.2a parte = Paixão rezada: pela Paixão do Senhor, a Igreja faz suas preces.3a parte = Paixão adorada: adoração da cruz, na qual e pela qual temos a salvação.

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4a parte = Paixão comungada: rito da comunhão

VAMOS CANTAR A CELEBRAÇÃO NB As canções sugeridas têm a finalidade de facilitar o repertório da celebração. Normalmente, propomos cinco canções. Caso, nenhuma seja conhecida, a poesia da letra poderá orientar na escolha de outra canção. Os números entre parêntesis indicam o número da canção, na lista após comentário.

SiglasSAL – a letra da canção encontra-se na página – www.liturgia.pro.br HL = “Hinário Litúrgico da CNBB” (Livro de canções publicado pela CNBB)CO = “Cantos e Orações” (Livro de canções publicado pela Editora Vozes, 2004)L = “Louvemos” (Livro de canções publicado pela “Associação do Senhor Jesus”)CD = CD publicado pela Paulus com cantos do Hinário Litúrgico da CNBB.

Na Sexta-feira Santa, cantamos a vitória da vida e exaltamos a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, altar sobre a qual imolou seu sacrifício redentor para nos salvar.

Entrada: os ritos iniciais não admitem nenhum tipo de canto inicial e nem fundo musical. Inicia-se com um silêncio total e respeitoso, dispondo os celebrantes a contemplar o amor de Cristo que doou sua vida para redimir a vida humana.

Salmo responsorial: 1 - Hinário Litúrgico da CNBB, fasc. 2, p. 282 - “Cantando os salmos e aclamações” (Paulus), p. 1063 - “Pai, em tuas mãos” (SAL 858) (CO 226)4 – CD “Tríduo Pascal” I; faixa 11

Ouvir Sl 30 - http://search.4shared.com/q/1/pai%20em%20tuas%20maos?view=ls&suggested Ouvir Sl 30 - http://mp3skull.com/mp3/pai_em_tuas_m_os_salmo_30.html

Aclamação ao Evangelho: 1 - “Salve, ó Cristo obediente” (SAL 834) (CO 228) (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 12)

Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/salve%20%C3%B3%20cristo%20obediente?view=ls&suggested

Canto da Paixão: o “canto da Paixão” não é um rito doloroso, mas um memorial que recorda a Deus e aos celebrantes, a grandeza do amor de Jesus Cristo em nosso favor, entregando sua vida para nos salvar. 1 - “CD “Tríduo Pascal” I; faixa 13 ou faixa 14”

Ouvir canção (parte I) http://www.4shared.com/mp3/3QrTJ7bL/Canto_da_Paixo_do_Senhor_I.htm Ouvir da canção (parte II) http://www.4shared.com/mp3/9PzhwlWQ/14_CANTO_DA_PAIXO_II.html

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Adoração da Cruz: 1 - “Vitória, tu reinarás” (SAL 859) (CO 167) 2 - “Fiel madeiro” (SAL 860) (CO 236) 3 - “Nossa glória é a cruz” (SAL 861) (HL, fasc. 2, p. 163) 4 - “Bendita e louvada seja” (SAL 817) (CO 235) 5 - “Sei muito e muito bem” (SAL 323) 6 - “Um homem plantou” (SAL 862) (CO 237)7 - “Vinde, vinde todos” (SAL 863)8 - “Meu povo preste atenção” (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 15)9 - “Meu povo, que te fiz eu?” (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 16)10 - “Ó Cruz fiel” (CD “Tríduo Pascal” I; faixa 17)

Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/1051%20vit%C3%B3ria?view=ls Ouvir canção (2) http://www.4shared.com/mp3/I6Es4Kcg/fiel_madeiro_da_santa_cruz.html Ouvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/579%20-%20nossa%20gl%C3%B3ria%20%C3%A9%20a%20cruz?view=ls Ouvir canção (5) http://www.youtube.com/watch?v=jTuPjoFJwLw Ouvir canção (9) http://www.youtube.com/watch?v=jTuPjoFJwLw

Comunhão: 1 - “Se o grão de trigo não morrer” (SAL 864) (HL fasc. 2, p. 19) 2 - “Eu vim para que todos tenham” (SAL 865) (CO 164) 3 - “Prova de amor” (SAL 846) (CO 201)4 - “Tomastes nos ombros a cruz” (SAL 866) (CO 156)5 - “Na fonte do teu sangue” (SAL 867)6 - “Cordeiro imaculado” (SAL 868)7 - “Ó Senhor, nos ensinastes” (SAL 220)

Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/CCAD/1/se+o+gr%C3%A3o+de+trigoOuvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/eu%20vim%20para%20que%20todos?view=searchMainField&suggested Ouvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/prova%20de%20amor%20maior%20n%C3%A3o%20h%C3%A1?view=ls&suggested

Envio silencioso: depois de contemplar o Mistério da Paixão e Morte do Senhor, a Liturgia envia silenciosamente os celebrantes de volta às suas atividades. Como nos ritos iniciais, a celebração se conclui sem um canto final. Todos se retiram em silêncio.

O que preparar para a celebração 1. No início da celebração, o altar ficará completamente despido de qualquer objeto ou

toalhas ou velas, exceto o Evangeliário, que permanecerá sobre o altar até o momento da leitura da Paixão.

2. O que foi dito para o altar vale também para o ambão. Não se coloca nele nenhum tipo de enfeite, ornamento, toalhas ou véus. 

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3. Para a prostração inicial, é aconselhável que padre e ministros a façam diretamente no chão, ou seja, sem tapete ou outro suporte.

4. A toalha e as velas que serão usadas no momento da comunhão ficam na sacristia até o momento que os ministros as buscarão para preparar o rito de comunhão.  

Ritos iniciaisMotivação ritual O grande silêncio de Deus diante da Paixão no Getsemani, na flagelação e no Calvário e na morte de Cruz revela a grande misericórdia de Jesus pela humanidade.

Orientação ritualOs ministros que participam da celebração entram silenciosamente. A mesma atitude silenciosa se prescreve para os celebrantes, acompanhando a procissão inicial sem comentário inicial, (mesmo se propostos em folhetos), nem canto de entrada e nem música de fundo. Quando a procissão chega ao presbitério, acontece a prostração.

ProstraçãoO presidente da celebração, ao chegar ao presbitério, prostra-se (ou ajoelha-se, em caso de necessidade). Os ministros e os celebrantes ajoelham-se em silêncio. Se houver condições para a prostração dos ministros, assim seja feito. Depois, o padre vai para a cadeira presidencial, reza a oração inicial e todos sentam para participar da Liturgia da Palavra.

Procissão de entrada: o Altar totalmente desnudado, sem toalhas, simboliza o profundo e completo silêncio da Igreja diante da Paixão e Morte de Jesus.

Prostração: prostrar-se é um gesto litúrgico que significa entrega, doação da vida e atitude de total oferecimento à vontade do Pai, a exemplo do próprio Jesus.

Coleta: ColetaÓ Deus, pela Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo destruístes a morte que o primeiro pecado transmitiu a todos. Concedei que nos tornemos semelhantes ao vosso Filho e, assim como trouxemos pela natureza a imagem do homem terreno, possamos trazer pela graça a imagem do homem novo. PNSJCT – Amém!

Liturgia da Palavra

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Motivação ritual O silêncio continua na Liturgia da Palavra, para que o coração de cada celebrante seja tocado pelo amor divino demonstrado na Paixão de Jesus.

Orientação ritualA Liturgia da Palavra, marcada pela simplicidade silenciosa de seus ritos, exige do presidente da celebração e dos ministros atenção maior, de onde a necessidade de expor cada momento do rito de forma bem detalhada como segue.

Canto da Paixão: a leitura da Paixão do Senhor é um rito memorial, realizado pela proclamação do Evangelho, anunciando o Mistério da Salvação divina.

Anotações práticasEm vez de ler a leitura da Paixão, muitas comunidades têm o costume de cantá-lo. Isso exige um esforço maior da parte do Ministério da Música para valorizar o momento celebrativo.

Outro modo de proclamar a Paixão, além da leitura dialogada, é intercalar a leitura com diálogos cantados. Lembramos que tudo isso exige cuidadosa preparação.

Na relação de sugestões para canções, estamos fazendo uma proposta de melodia para o canto da Paixão que se encontra no cd publicado pela CNBB e Paulus.

Ajoelhar-se na leitura da Paixão: todos se ajoelham no momento da proclamação da Paixão de Jesus e silenciosamente adoram e agradecem o amor divino por nós.

Anotações práticasNo momento que o diácono (ou leitor) anunciar a morte de Jesus, o próprio diácono (ou leitor) poderá fazer o convite para que todos se ajoelhem e permaneçam em silêncio por um tempo oportuno.

Durante o momento da genuflexão silenciosa, na leitura da Paixão, não se fazem comentários, orações de desagravos, ou coisas do gênero. É momento de profundo silêncio, no qual cada celebrante coloca-se diante de Jesus que morre para nos salvar.

Proposta para a homiliaObjetivo: favorecer nos celebrantes a reflexão de que a Cruz de Jesus não é um castigo, mas um altar onde Deus misericordiosamente se faz oblação para o bem de toda a terra e de toda a humanidade.

Anotações práticasLembramos que a homilia não é obrigatória neste dia. O Missal Romano recomenda-a “pro opportunitate”. Contudo, é recomendável a realização da mesma, ajudando os celebrantes a refletir o mistério do sofrimento na vida humana e da morte, à luz da Paixão do Senhor.

Oração universal: depois da homilia, tem início a segunda parte da celebração, que a Liturgia denomina de “Paixão rezada”. É momento para interceder a coragem de não sucumbir diante do cálice do sofrimento que, diariamente, é apresentado a incontáveis irmãos e irmãs de todas as idades.

Oração universal: chama-se “universal” porque eleva súplicas a Deus por toda a Igreja, por toda a

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terra e por todos os povos. Uma oração que atinge todo o universo.

Anotações práticas1. A Oração Universal poderá ser cantada por um diácono, que anuncia a intenção.

Na falta do diácono, um Leitor poderá cantar ou anunciar a intenção e, o presidente da celebração, proclamará a oração coleta, que acompanha cada uma das orações.

2. Convém manter sempre uma pequena pausa de silêncio entre o anúncio da intenção e a prece.

3. Outro modo de proceder é dividindo as preces entre vários ministros para anunciar ou cantar as intenções. A oração coleta, que conclui cada uma das súplicas, é sempre do presidente da celebração e não de toda assembléia.

4. Tenham cuidado para manter o estilo comunicativo próprio do rito, que se caracteriza pelo ouvir e não pelo falar ou fazer a assembléia recitar orações. Convidar os celebrantes para rezar a coleta, depois das intenções, não indica maior participação, do ponto de vista litúrgico, uma vez que assembléia, nesse momento, participa pelo silêncio e silenciosamente.

Adoração da cruzA Cruz vitoriosa entra na assembléia litúrgica e é recebida silenciosamente pelos celebrantes, que acompanham a procissão apenas com o olhar.

Entrada da cruz: O primeiro momento do rito é a introdução solene da Cruz, envolvida por um clima silencioso, na assembléia. Seria muito bom se a Cruz percorresse toda a igreja, entrando lentamente e sendo desvelada aos poucos: na porta principal, no centro e no presbitério. Outra possibilidade é o rito tradicional, de acolher silenciosamente a Cruz de Cristo e ser desvelada no presbitério.

Como realizar o ritoO Missal prescreve dois modos para a entrada da Cruz (cf. Missal Romano, p. 260, n. 14).

Modo 11. A Cruz é introduzida silenciosamente na Igreja, coberta por um véu vermelho; 2. O padre a descobre, no presbitério, em três momentos, cantando “eis o lenho da

Cruz” (Cf. Missal Romano, p. 260, n. 15-16).

Modo21. A Cruz está coberta com um véu. 2. O padre apresenta a Cruz aos celebrantes em três momentos diferentes, durante

uma procissão, que percorre o corredor central da igreja até o presbitério. 3. Faz três paradas, no início, no centro da igreja e no presbitério para cantar: “eis o

lenho da cruz” (Cf. Missal Romano, p. 260, n. 17).

Rito de Adoração da Cruz: Pode ser dividido em quatro momentos. 1. Os celebrantes contemplam a Cruz silenciosamente por um tempo oportuno.

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2. Convite do padre para considerar o imenso amor de Cristo, que entrega sua vida para nos salvar, libertando-nos da morte.

3. Glorificar e louvar a Deus por meio de uma canção conhecida de todos. 4. No terceiro momento, faz-se uma manifestação pessoal, pela qual cada um dos

celebrantes beija ou toca na Cruz.

Anotações práticasQuanto ao modo de realizar a adoração, segue-se o que é costume na comunidade. Algumas comunidades mantêm a tradição das três genuflexões para o clero e genuflexão simples para os ministros e alguns representantes dos celebrantes.

Para agilizar a participação do povo neste rito, o Missal orienta que a Cruz seja apresentada e elevada diante dos celebrantes para que estes possam expressar-se com algum gesto de adoração. Havendo um grande número de celebrantes, como acontece na maior parte das comunidades, o Missal propõe a adoração silenciosa de todos os celebrantes, sem o beijamento. Todos ficam em silêncio contemplando a Cruz (cf. Missal Romano, p. 261, n. 19).

A canção mais conhecida é “Vitória, tu reinarás”, mas poderá ser a canção “Ninguém te ama, mais que eu” que exprime bem o reconhecimento dos celebrantes diante da Cruz de Cristo. Se a comunidade conhecer o hino “Não mais sucederá, o ritual pagão”, este poderá ser cantado com a versão portuguesa do hino latino citado por nós, “Non tingat aras”.

Para ouvir a canção “non tingat aras” (em português), mas com um ritmo bem mais lento que o proposto no endereço que segue: http://search.4shared.com/q/1/n%C3%A3o%20mais%20suceder%C3%A1?view=ls

Lamentos do Senhor: comungando uma longa tradição da Igreja, os celebrantes cantam as lamentações do Senhor e com elas refletem a bondade divina.

Anotações práticasDurante o rito da adoração da Cruz, a liturgia sugere cantar os “Lamentos do Senhor”. São poemas rituais que ajudam os celebrantes a refletir sobre a bondade de Deus em nos salvar. Os lamentos do Senhor são também um convite pelo qual os celebrantes louvam o Senhor como Deus Santo, Deus forte e imortal, suplicando-lhe compaixão.

Não há a necessidade de cantar todos os lamentos, como propõe o Missal. Pode-se cantar ao menos dois ou três lamentos durante a adoração da Cruz feita pelo padre, ministros e representantes da assembléia. Outra canção que poderia ser canta é o hino: “Cruz fiel” (cf. Missal Romano, p. 263).

Para as comunidades que não conhecem as melodias, lembramos que algumas propostas estão no Hinário da CNBB. Para a execução dos lamentos, o Missal os distribui com partes que pertencem aos solistas e outras aos celebrantes. O solo destes lamentos, ou do hino, é função ministerial do salmista.

Para ouvir lamentos do Senhor = http://search.4shared.com/q/1/povo_meu_que_te_fiz_eu.mp3?view=ls

ComunhãoComungar a Paixão e Morte de Jesus é se fazer espiritualmente solidário com o sofrimento de Cristo em tantos irmãos e irmãs com quem convivemos ou sequer conhecemos.

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Como proceder para o ritoO rito de comunhão desenvolve-se de modo muito simples.

1. Preparar o altar com uma toalha e duas velas próximas ao altar. 2. Reza-se apenas o “Pai nosso” e o embolismo (“livrai-nos de todos os males...”)3. Não se faz o rito da paz e nem se proclama o “Cordeiro de Deus”4. Fazer o convite para que os celebrantes aproximem-se para comungar. 5. Depois da comunhão, o Santíssimo é reposto num sacrário fora da igreja.6. Retirar a toalha e as velas próximas ao altar

Anotações práticasNão é conveniente nenhuma manifestação piedosa no momento em que se traz o Santíssimo Sacramento para o altar. As orientações do Missal pedem que o Santíssimo seja introduzido na igreja e levado ao altar pelo caminho mais curto e de modo simples (Cf. Missal Romano, p. 267, n. 21). Isso significa dispensar entradas com velas e matracas, por exemplo.

Pai nosso: Pai nosso Agradecidos pela imensa misericórdia com que Deus nos ama com amor paterno, rezemos juntos: Pai nosso...

Convite da comunhão: Convite da comunhão Não existe maior amor que dar a vida pelos seus amigos. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo: T – Senhor, eu não sou digno...

Ritos finaisA conclusão da celebração não contempla a bênção final, apenas uma “oração sobre o povo” e a despedida e dispersão silenciosa da assembléia.

Anotações práticasO rito final consta da “oração depois da comunhão” e da “oração sobre o povo”. Nesta celebração, o padre não dá a bênção final e não faz nenhuma despedida. Apenas proclama a “oração sobre o povo” e os celebrantes retiram-se em silêncio, sem envio do padre e sem nenhum canto. Deixam a igreja silenciosamente (Cf. Missal Romano, p. 269).

Beijo no Senhor: Muitas comunidades, uma vez concluída a celebração, realizam o chamado “beijo no Senhor Bom Jesus”. Para este momento, a Equipe Litúrgica tenha o cuidado de escalar uma Equipe para preparar breves reflexões, canções e orações que ajudem a fazer deste momento, um instante de oração, de reflexão e de oração silenciosa e comunitária.

Quanto ao presbitério, o altar e o ambão continuam desnudados, isto é, sem toalhas e sem nenhuma flor. A preparação da igreja para a Vigília Pascal seja feita no sábado (cf. Missal Romano, p. 269, no título “Sábado Santo”).

Oração depois da comunhão: Oração depois da comunhão

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Ó Deus, que nos renovastes pela santa Morte e Ressurreição do vosso Cristo, conservai em nós a obra de vossa misericórdia, para que, pela participação deste mistério, vos consagremos a nossa vida. PCNS.T - Amém.

Oração sobre o povo: Oração sobre o povoQue a vossa bênção, ó Deus, desça copiosa sobre o vosso povo, que acaba de celebrar a Morte do vosso Filho, na esperança da sua Ressurreição. Venha o vosso perdão, seja dado o vosso consolo; cresça a fé verdadeira e a redenção se confirme. PCNS. T - Amém.

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LITURGIA DA PALAVRA (leituras)

O melhor modo para compreendermos a Paixão e a Cruz de Jesus Cristo é não considerá-la como castigo divino, mas como altar no qual Jesus se faz oblação, oferecendo-se misericordiosamente pela nossa Salvação.

Primeira leitura - Is 52,13-53,12

Leitura do livro do Profeta Isaías

Ei-lo, o meu Servo será bem sucedido;sua ascensão será ao mais alto grau.Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo— tão desfigurado ele estava que não parecia ser um homem ou ter aspecto humano —,do mesmo modo ele espalhará sua fama entre os povos. Diante dele os reis se manterão em silencio, vendo algo que nunca lhes foi narradoe conhecendo coisas que jamais ouviram. Quem de nós deu crédito ao que ouvimos?E a quem foi dado reconhecer a força do Senhor?Diante do Senhor ele cresceu como renovo de planta ou como raiz em terra seca.Não tinha beleza nem atrativo para o olharmos, não tinha aparência que nos agradasse.Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos; passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era, não fazíamos caso dele.A verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidadese sofria, ele mesmo, nossas dores;e nós pensávamos fosse um chagado,golpeado por Deus e humilhado!Mas ele foi ferido por causa de nossos pecados,esmagado por causa de nossos crimes;a punição a ele imposta era o preço da nossa paz,e suas feridas, o preço da nossa cura. Todos nós vagávamos como ovelhas desgarradas,cada qual seguindo seu caminho;e o Senhor fez recair sobre eleo pecado de todos nós.Foi maltratado, e submeteu-se, não abriu a boca; como cordeiro levado ao matadouroou como ovelha diante dos que a tosquiam,

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ele não abriu a boca.Foi atormentado pela angústia e foi condenado.Quem se preocuparia com sua história de origem?Ele foi eliminado do mundo dos vivos;e por causa do pecado do meu povo,foi golpeado até morrer.Deram-lhe sepultura entre ímpios,um túmulo entre os ricos, porque ele não praticou o mal,nem se encontrou falsidade em suas palavras.O Senhor quis macerá-lo com sofrimentos.Oferecendo sua vida em expiação,ele terá descendência duradoura,e fará cumprir com êxito a vontade do Senhor.Por esta vida de sofrimento,alcançara luz e uma ciência perfeita.Meu Servo, o Justo, fará justos inúmeros homens,carregando sobre si suas culpas.Por isso, compartilharei com ele multidõese ele repartirá suas riquezas com os valentes seguidores,pois entregou o corpo a morte,sendo contado como um malfeitor;ele, na verdade, resgatava o pecado de todose intercedia em favor dos pecadores.

Palavra do SenhorGraças a Deus!

Salmo responsorial - Sl 30

Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.

Senhor, eu ponho em vós minha esperança; que eu não fique envergonhado eternamente!Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, porque vós me salvareis, ó Deus fiel!

Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.

Tornei-me o opróbrio do inimigo, o desprezo e zombaria dos vizinhos,e objeto de pavor para os amigos; fogem de mim os que me vêem pela rua.

Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.

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Os corações me esqueceram como um morto, e tornei-me como um vaso espedaçado.A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio, e afirmo que só vós sois o meu Deus!

Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.

Eu entrego em vossas mãos o meu destino; libertai-me do inimigo e do opressor!Mostrai serena a vossa face ao vosso servo, e salvai-me pela vossa compaixão!Fortalecei os corações, tende coragem, todos vós que ao Senhor vos confiais!

Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.

Segunda leitura - Hb 4, 14-16; 5,7-9

Leitura da carta aos Hebreus.

Irmãos:Temos um sumo, sacerdote eminente,que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus.Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos. Com efeito, temos um sumo-sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado.Aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno.Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte.E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significaa obediência a Deus, por aquilo que ele sofreu.Mas, na consumação de sua vida,tornou-se causa de salvação eternapara todos os que lhe obedecem.

Palavra do Senhor.Graças a Deus!

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Aclamação ao EvangelhoLouvor e honra a vós, Senhor JesusJesus Cristo se tornou obediente,obediente até a morte numa cruz,pelo que o Senhor o exaltou,e deu-lhe um nome muito acima de outro nome.

PAIXÃO DO SENHORPara a leitura da Paixão do Senhor, cf. Lecionário Dominical, p. 789.

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REFLEXÃO CELEBRATIVA (proposta de homilia)

1 - Cruz, o grande sinal da misericórdia divinaHoje, contemplando o mistério da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, podemos dimensionar, ao menos na imaginação, a grande e infinita misericórdia que Deus tem para conosco. A Cruz é o grande sinal, o grande sacramento da misericórdia divina em nossas vidas e para as nossas vidas. De todos os gestos da misericórdia divina, o maior deles, sem dúvida alguma, encontra-se na Cruz de Jesus. Por isso, é preciso compreender bem o que significa a misericórdia divina presente na Cruz de Jesus para não cairmos no equívoco de interpretações que, em vez de considerar o amor divino para conosco, a avalie como um castigo desmedido e desnecessário da parte de Deus na pessoa de Jesus Cristo. De fato, não poucas pessoas têm dificuldade para compreender a Cruz de Jesus e sua morte como expressões da incomparável e infinita misericórdia divina para conosco.

2 - A oblação de Jesus, luz para compreender a Cruz No contexto do Ano Santo da Misericórdia, nós nos perguntamos: como podemos compreender o amor misericordioso de Deus para conosco, na Cruz de Jesus Cristo? A resposta é simples e de fácil compreensão. Não considerando a Cruz como um castigo divino, mas como oblação, como oferta da vida divina por amor a nós. A Cruz, na ótica divina, não é um local de suplício, mas um altar onde o próprio Deus, na pessoa de Jesus Cristo, oferece totalmente a sua vida pela nossa Salvação. Jesus, na Cruz, não está se matando, mas se ofertando, oferecendo-se extremamente em oblação total e plena, que significa entregar a vida até a última gota, deixando-se pregar na Cruz e nela morrendo. Não é uma decisão fácil. Ouvimos no relato da Paixão de Jesus que, antes de se decidir pela oblação total de sua vida, ele sofreu a ponto de suar sangue. O surto emocional de Jesus foi grande a ponto de rezar, para que seu suplício fosse afastado. Compreende-se a misericórdia divina, na Cruz de Jesus, não pela morte, mas pela oblação total da sua vida.

3 - Como reagimos diante da misericórdia divina Quando contemplamos a Cruz de Jesus Cristo com a luz da oblação, da oferta total da vida divina em favor da humanidade, temos condições de compreender e nos aproximar da grandeza misericordiosa de Deus. Deus é misericordioso, é imensamente misericordioso, a ponto de entregar sua vida de modo extremo para que eu (para que cada um de nós) pudesse viver de modo pleno. O modo, a dinâmica como o amor divino age e reage nos relacionamentos, é pelo oferecimento de sempre mais amor, e, na gratuidade. O amor divino sempre quer ganhar o outro, mas sem forçar, sem obrigar alguém a assumir o amor que está sendo oferecido. Deus nos ama mesmo com o risco de ver seu amor negado e recusado, como refletimos na parábola do Pai Misericordioso. Mesmo revelando o seu amor imenso na Cruz, em atitude misericordiosa, Deus aceita a rejeição porque o amor divino respeita a liberdade do outro, graças à sua misericórdia infinita. É o que meditamos na parábola do Pai misericordioso, quando o filho recusa o amor paterno e abandona a casa do Pai.

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4 - Nós, contemplativos da CruzHoje, nós nos fazemos contemplativos da Cruz de Jesus Cristo e consideramos em sua oblação o seu amor imenso para conosco. Contemplando a Cruz, compreendemos porque a Sagrada Escritura descreve que Deus é “rico em misericórdia”: porque tem a capacidade de oferecer-se totalmente para nos tirar da lama do pecado, para nos tirar de uma vida medíocre e propor uma vida nova e plena. Esta proposta de vida nova, contudo, precisa ser correspondida e, o melhor modo para corresponder ao que contemplamos na Cruz de Jesus é tornando-nos misericordiosos como Deus é misericordioso. Do ponto de vista de nossa reflexão, fazendo-nos contemplativos da Cruz, compreendemos que o amor misericordioso de Deus, que se concretiza pela oblação total da vida de Jesus, é um convite a nos tornar misericordiosamente oblativos em nossas vidas e em nosso modo de ser e de viver. Não há necessidade de sermos pregados na Cruz, mas sim a necessidade de oferecer a própria vida para que o bem se torne bondade entre nós, para que a solidariedade se transforme em caridade fraterna, para que a misericórdia seja um modo novo de nos relacionar entre nós. A Cruz que hoje contemplamos, que está diante de nós em tantos locais, pede de nós a atitude de sermos misericordiosamente oblativos de nossas vidas, de doarmos nossas vidas, para que o mundo seja melhor, para que as pessoas sejam melhores, como o próprio Deus sonhou e se ofereceu pela morte de seu Filho Jesus. Amém!

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PROPOSTA CELEBRATIVAPARA O SÁBADO SANTO

VIGÍLIA PASCAL

Leituras1ª leitura: Gn 1,1—2,2 = Depois da criação, Deus viu que tudo era bomSalmo: Sl 103 - Enviai, Senhor o vosso Espírito, e renovai a face da terra2ª leitura: Gn 22,1-18 = O sacrifício de Abraão: “não faças nada a teu filho”Salmo: Sl 15 = Guardai-me, ó Deus, porque em vós meu refugio3ª leitura: Os Ex 14,15—15,1 = Atravessaram o Mar Vermelho a pé enxutoSalmo: Ct de Ex 15 = Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória4ª leitura: Is 54,5-14 = Com misericórdia me compadeci de tiSalmo: Sl 29 = Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes!5ª leitura: Is 55,1-11 = Vinde a mim, farei convosco um pacto eternoSalmo: Ct de Is 12 = Com alegria bebereis do manancial da salvação6ª leitura: Br 3,9-15.32— 4,4 = Marcha para o esplendor do SenhorSalmo: Sl 18b = Senhor, tens palavras de vida eterna7ª leitura: Ez 36,16-17a. 18-28 = Derramarei sobre vós uma água pura Salmo: Sl 41 = A minh'alma tem sede de Deus

Epístola: Rm 6,3-11 = Cristo ressuscitado dos mortos, não morre maisSalmo: Sl 117 = Aleluia, daí graças ao Senhor, porque Ele é bomEvangelho: Lc 24,1-12 = Ele ressuscitou e vai à vossa frente para a Galiléia

Lembramos que...

Esta proposta consiste na apresentação de uma reflexão para contextualizar a Vigília Pascal na realidade da comunidade onde será celebrada. Por isso, os ritos que seguem são os mesmo do Missal Romano, com algumas poucas exceções. Uma vez que a Vigília Pascal é muito rica em ritos e símbolos é importante primar em manter aquilo que soleniza a celebração em si.

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VAMOS CANTAR A CELEBRAÇÃO NB As canções sugeridas têm a finalidade de facilitar o repertório da celebração. Normalmente, propomos cinco canções. Caso, nenhuma seja conhecida, a poesia da letra poderá orientar na escolha de outra canção. Os números entre parêntesis indicam o número da canção, na lista após comentário.

SiglasSAL – a letra da canção encontra-se na página – www.liturgia.pro.br HL = “Hinário Litúrgico da CNBB” (Livro de canções publicado pela CNBB)CO = “Cantos e Orações” (Livro de canções publicado pela Editora Vozes, 2004)L = “Louvemos” (Livro de canções publicado pela “Associação do Senhor Jesus”)CD = CD publicado pela Paulus com cantos do Hinário Litúrgico da CNBB.

Cantamos a força poderosa de Deus, que na ressuscitado Jesus com as marcas da sua Paixão, derrotou a morte e nos tornou capazes de participar da vida divina.

Anotações práticasAs canções sugeridas têm a finalidade de ampliar o repertório da Vigília Pascal da sua comunidade.

Sua equipe de celebração poderá adotar as canções do CD “Tríduo Pascal II – Vigília Pascal” (Paulus), como também as canções do CD “Liturgia XV – Páscoa Ano C” (Paulus), com as canções do Hinário Litúrgico da CNBB.

Luz de Cristo: reunidos no silêncio da noite, iluminada pela luz do fogo novo, a Igreja proclama ao mundo que os os dias da Paixão terminaram, pois o Senhor — a luz do mundo — ressuscitou. 1 – “A luz de Cristo” (HL; fasc. 2 p. 110) (CD “Tríduo Pascal II”; faixa 1 e faixa 3)

Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/Eis%20a%20Luz%20de%20Cristo.mp3?view=ls

Precônio Pascal: é o nome com o qual a Liturgia designa a proclamação solene da Páscoa ao mundo. É um canto proclamativo com poesia antiqüíssima, que anuncia a Ressurreição de Jesus. Tradicionalmente, o diácono é o ministro desta proclamação, mas na falta dele poderá ser proclamado pelo padre ou por um salmista. Os celebrantes acompanham o Precônio Pascal de pé, com velas acesas na mão, símbolo de quem vive ressuscitado e iluminado com a luz da Páscoa de Jesus Cristo. Ainda com a Igreja na penumbra, iluminada apenas pela luz do Círio Pascal e das velas dos celebrantes, o diácono anuncia que uma luz mais brilhante que se possa ver e sequer imaginar entrou no mundo: é a luz da vida divina, que ressuscita a morte humana de Jesus. 1 - “Exulte o céu, e os anjos triunfantes” (SAL 875) (CO 243)2 - “Exulte de alegria” (SAL 876) (CO 245) (HL; fasc.2 p. 143/144) (CD “Tríduo Pascal II”; faixa 2)3 - “Salve luz eterna” (SAL 877) (CO 242)

Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/exulte%20os%20c%C3%A9us%20e%20os%20anjos?view=ls Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/vigilia%20pascal?view=ls&suggested

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Ouvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/salve%20luz%20eterna?view=ls&suggested

Salmos responsoriais: o eco de cada proclamação da Palavra de Deus, contando as maravilhas da História da Salvação, é respondido com a mesma Palavra divina, na poesia dos salmos responsoriais. Em cada salmo, o sentimento do coração humano manifesta-se admirado diante do que Deus fez e continua fazendo em favor da humanidade. 1 - Para o primeiro salmo (Sl 103): cf. CD “Tríduo Pascal” II (faixa 5). 2 - cf. Hinário Litúrgico da CNNB, fasc. 2 (diversas páginas)3 - cf. “Cantado salmos e aclamações” (Paulus) p. 189-1974 - Cf. “Cantos e orações” (Vozes, 2004) nn 246 – 2535 - Cf. “Salmos da Vigília Pascal” (no endereço que segue, com novas melodias)

Ouvir os 7 salmos da Liturgia da Palavra:http://www.cancaonova.com/portal/canais/eventos/novoeventos/cobertura.php?tit=Ou%E7a+ou+assista+os+7+salmos+cantados+na+Vig%EDlia+Pascal&cod=58&sob=246

Partituras dos 7 salmos da Liturgia da Palavra (Música de Pe. Ferreira dos Santos)http://ocantonaliturgia.blogspot.com.br/2011/04/salmos-responsoriais-vigilia-pascal.html

Ouvir Sl 103 http://search.4shared.com/q/1/23%20Vig%C3%ADlia%20Pascal%201%C2%AALeit.%20(Sl%20103).mp3?view=ls Ouvir Sl 32 http://search.4shared.com/q/1/Vig%C3%ADlia%20Pascal%201%C2%AA%20Leit%2C%20(Sl%2032)?view=ls Ouvir Sl 15 http://search.4shared.com/q/1/salmo%2015%20guardai%20me?view=ls&suggested Ouvir Ex 15 http://search.4shared.com/q/1/Vig%C3%ADlia%20Pascal%204%C2%AA%20Leit.%20(Sl%2029)?view=ls Ouvir Sl 29 http://search.4shared.com/q/1/Vig%C3%ADlia%20Pascal%204%C2%AA%20Leit.%20(Sl%2029)?view=ls Ouvir Is 12 http://search.4shared.com/q/1/Vig%C3%ADlia%20Pascal%205%C2%AA%20Leit.?view=ls Ouvir Sl 18 http://search.4shared.com/q/1/Vig%C3%ADlia%20Pascal%206%C2%AA%20Leit.?view=ls Ouvir Sl 41 http://search.4shared.com/q/1/Vig%C3%ADlia%20Pascal%207%C2%AA%20Leit.?view=ls

Aleluia pascal: Orientação do Missal Romano. “Terminada a epístola, todos se levantam e o sacerdote entoa solenemente o Aleluia, repetido pelos celebrantes. Em seguida, o salmista ou cantor diz o salmo, ao qual o povo responde com o Aleluia. Se for necessário, o próprio salmista entoa o Aleluia” (MR, p. 283; n. 34). —— Lembramos que se trata de uma proclamação solene, cantada com alegria e com toda exultação. Nesse momento pode ser entoado o solene aleluia gregoriano. O padre canta três vezes, subindo gradualmente de tom. Em seguida, o salmista canta as estrofes e a assembléia intercala o “ Aleluia Pascal” com a melodia já conhecida em nossas comunidades. 1 - Cf. Hinário Litúrgico da CNNB, fasc. 2 p. 49. (SAL 878) (CD “Tríduo Pascal II”; faixa 7)2 - “Aleluia, rendei graças” (SAL 878) (CO 254) — outras melodias: CO 255 e 256.

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Aleluia Pascal = http://www.4shared.com/mp3/Nh75xrrs/07_Aleluia_Rendei_graas_ao_Sen.html Aleluia “Cordeiro Pascal” = http://search.4shared.com/q/1/aleluia_o_nosso_cordeiro_pascal.mp3?view=ls

Ladainha de todos os santos: unidos a todos aqueles homens e mulheres que fizeram da Ressurreição o motivo de suas vidas, os celebrantes invocam a proteção divina e se aproximam da piscina batismal, onde serão mergulhados na santidade de Deus. Vendo tantos e irmãos e irmãs que comungaram a Morte de Jesus e agora participam de sua Ressurreição, os celebrantes cantam a fé e a esperança de participar da mesma sorte, tornando-se santos e santas, como Deus é santo. 1 - cf. Hinário Litúrgico da CNNB, fasc. 2 p. 192. (SAL 879) (CD “Tríduo Pascal II”; faixa 9)2 - cf. Cantos Orações (Vozes, 2004), outras versões cf. nn 259 – 262

Ladainha de todos os santos — http://search.4shared.com/q/1/614%20-%20Ladainha%20de%20todos%20os%20santos.mp3?view=ls Ladainha de todos os santos — http://www.mp3chief.com/music/d-p-ladainha-de-todos-os-santos

Aspersão da água: a epístola, proclamada no final das leituras e antes do Evangelho, ilumina a compreensão do Batismo como mergulho na Ressurreição de Jesus. O rito da aspersão da água é alegre e festivo, porque é pela água que se morre com Cristo e com Cristo se ressurge para a vida nova. É sendo banhados na vida de Cristo que se começa a participar da vida divina, deixando-se inundar pela água do Espírito Santo. 1 - “No princípio, teu Espírito” (SAL 880) (CO 263) = para bênção da água2 – “Eu te peço desta água que tu tens” (SAL 43) (CO 270)3 - “Água santa, ó água pura” (SAL 881) (CO 907)4 - “Batismo é como outro nascimento” (SAL 882) (CO 267)5 - “A minh’alma tem sede” (SAL 184) (HL da CNBB, fasc. 2, p. 30)6 – “Água cristalina” (SAL 883) (L 710)7 - “Existe um poço” (SAL 399) (CO 268)8 - “Banhados em Cristo” (SAL 884) (CO 1459f) (CD “Tríduo Pascal II”; faixa 11)9 - “Eu vi, foi a água” (SAL 885) (CO 265) (CD “Tríduo Pascal II”; faixa 12)

Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/no%20princ%C3%ADpio%20teu%20esp%C3%ADrito?view=ls&suggested Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/12%20-%20%C3%A9s%20%C3%A1gua%20viva?view=ls Ouvir canção (3) http://www.4shared.com/mp3/krpCEU0J/aspersao_-_gua_santa__gua_pura.html Ouvir canção (6) http://www.4shared.com/mp3/vXVgl_QD/Agnus_Dei_-_Fonte_De_gua_Viva_.html Ouvir canção (7) http://search.4shared.com/q/1/existe%20um%20po%C3%A7o%20no%20meio%20do%20deserto?view=ls&suggestedOuvir canção (8) http://search.4shared.com/q/1/banhados%20em%20cristo?view=ls Ouvir canção (9) http://search.4shared.com/q/1/eu%20vi%20foi%20%C3%A1gua?view=ls&suggested

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Ofertas: 1 - “Cristo é o dom do Pai” (SAL 886) (CO 282)2 - “Em procissão vão o pão e o vinho” (SAL 254) (CO 287)3 - “Bendito sejas, ó rei da glória” (SAL 887) (CO 276) (CD “Tríduo Pascal II”; faixa 13)4 - “Por teu dom, ó Senhor, redimidos” (SAL 889)5 - “Eu creio num mundo novo” (SAL 888) (CO 316)

Ouvir canção (1) http://www.youtube.com/watch?v=GSZ1T7sSTjU Ouvir canção (2) http://mp3skull.com/mp3/120_em_prociss_o_v_o_o_p_o_e_o_vinho_ofertas.htmlOuvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/bendito%20sejas%20%C3%B3%20rei%20da%20gl%C3%B3ria?view=ls&suggested Ouvir canção (5) http://search.4shared.com/q/1/eu%20creio%20num%20mundo%20novo?view=ls&suggested

Comunhão: 1 - “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado” (SAL 890) (HL da CNBB, fasc. 2, p. 127) 2 - “Antes da morte e ressurreição do Senhor” (SAL 288) (CO 288)3 - “Na mesa sagrada se faz unidade” (SAL 303) (CO 398)4 - “Este é o hino do povo de Deus” (SAL 891) (CO 277)5 - “A mesa tão grande e vazia” (SAL 892) (CO 768)6 - “Exultemos, irmãos de alegria” (SAL 893)7 - “Celebremos nossa Páscoa” (SAL 894) (CO 283)8 - “O Senhor preparou” (SAL 895) (CO 299)

Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/cristo%20nossa%20p%C3%A1scoa%20foi%20imolado?view=ls&suggested Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/pascoa-Antes_da_Morte.mp3?view=ls Ouvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/na%20mesa%20sagrada?view=ls&suggested Ouvir canção (5) http://search.4shared.com/q/1/322%20-%20a%20mesa%20t%C3%A3o%20grande%20e%20vazia?view=ls Ouvir canção (8) http://www.4shared.com/mp3/oDNivAyJ/0694-o_senhor_preparou_um_banq.html

Canção do envio: 1 - “Nossa vida é um louvor” (SAL 896) (CO 278)2 - “Pela alegria que reina em toda parte” (SAL 897) (CO 284)3 - “Nossa alegria é saber que um dia” (SAL 483)4 - “Ressuscitou! Toda Igreja proclama” (SAL 898) (CO 289)5 - “Aleluia, aleluia! Hoje a morte foi vencida” (SAL 899) (CO 300)6 - “Ó vem cantar comigo, irmão” (SAL 900)

Ouvir canção (1) http://search.4shared.com/q/1/nossa%20vida%20%C3%A9%20um%20louvor?view=ls&suggested Ouvir canção (2) http://search.4shared.com/q/1/nossa%20vida

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%20%C3%A9%20um%20louvor?view=ls&suggested Ouvir canção (3) http://search.4shared.com/q/1/499%20-%20nossa%20alegria%20%C3%A9%20saber%20que%20um%20dia?view=ls Ouvir canção (5) http://search.4shared.com/q/1/hoje%20a%20morte%20foi%20vencida?view=ls&suggested

Anotações úteis para a celebraçãoApresentação da lista do que será necessário preparar para o bom andamento da celebração. A mesma consiste numa relação do que contém o Missal Romano, tanto no esquema geral da celebração, como naquilo que é preciso preparar para cada rito.

Estrutura da Vigília (Missal Romano, n.2, p. 270)1a parte: Celebração da luz (lucernário) - acontece fora da igreja.2a parte: Liturgia da Palavra - composta de 7 leituras (possibilidade de opção).3a parte: Liturgia do Batismo - bênção da água e rito do batismo (opcional o Batismo).4a parte: Liturgia Eucarística - a partir da preparação das ofertas.

Horário da vigília (Missal Romano, n. 3, p. 270)"Toda a vigília seja celebrada durante a noite, de modo que não comece antes do anoitecer e sempre termine antes da aurora do Domingo".

O que preparar para a 1 a parte — Celebração da luz 1 - A igreja fica vazia e com as luzes apagadas.2 - Uma pequena fogueira fora da igreja. 3 - Se necessário, prever uma lanterna para acompanhar as leituras.4 - Se necessário, um sistema de som para que todos possam ouvir o que será falado.5 - O padre poderá estar paramentado de branco com o pluvial ou capa magna.6 - Levar o Círio Pascal para ser preparado, com o seguinte:cravos (grãos de incenso) que representam as chagas de Cristoestilete para traçar a cruz, o número e as letras no Círio Pascal.7 - Prever velas para todos na assembléia.8 - Se usar incenso, levar o turíbulo para ser preparado com brasas do fogo novo. 9 - Levar uma pinça grande para pegar a brasa 10 - Preparar, próximo ao ambão, o local onde ficará o Círio Pascal. 11 – Se necessário, providenciar cantor ou cantores para cantar o Precônio Pascal.

O que preparar para a 2 a parte — Liturgia da Palavra 1 - Lecionário de onde serão lidas as leituras e os salmos responsoriais2 - Oito leitores para as leituras (7 leituras + epístola)3 - Oito salmistas para cantar os salmos (cânticos) responsoriais4 - Depois da última leitura, todos se levantam e cantam o Glória a Deus nas alturas.

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5 - Encarregados para tocar sinos e sinetas durante o canto do glória (opcional).6 - Evangeliário para a proclamação do Evangelho7 - Não se usam velas na procissão do Evangeliário, apenas o incenso (se usar).

O que preparar para a 3 a parte — Liturgia Batismal 1 - Batistério, se facilitada a participação da assembléia.2 - Recipiente para água (e com água)3 - Bancos reservados para os catecúmenos (se tiver batismo de adultos) 4 - Bancos reservados para pais e padrinhos (se tiver batismo de criança)5 - Dois (ou um) cantores para cantar a ladainha de todos os santos.6 - Pode-se acrescentar outros nomes de santos padroeiros da comunidade na ladainha.7 - Um ministro tenha o Círio Pascal próxima da pia batismal para inseri-lo na água.8 - Tudo que for necessário para o Batismo9 - Tudo que for necessário para a Crisma (se houver batismo de adulto).10 - No momento da profissão de fé, os celebrantes acendem as velas.11 - Ministro encarregado para pedir que alguns celebrantes acendam as velas no Círio.12 - Vasilhame para levar água no momento de aspergir a assembléia com água.13 - Asperge grande, feito com folhas de algum arbusto.14 - Cantos para acompanhar o rito da aspersão (cf. propostas de canções)

O que preparar para a 4 a parte — Liturgia Eucarística1 - Tudo o que for necessário para a missa (pão, vinho, água)2 – Preparar no Missal a Oração Eucarística que será proclamada.3 - Cálices e âmbulas para a distribuição da comunhão sob duas espécies (pão e vinho) 4 - Ministros suficientes para ajudar na distribuição do pão e vinho (comunhão)5 - Cantos suficientes para este momento (cf. propostas de canções).

O QUE VALORIZAR NESTA CELEBRAÇÃOEspaços celebrativos: A Vigília Pascal acontece em seis espaços celebrativos. Cada um dos espaços celebrativos tem sua característica própria de acordo com o rito que ali se celebra.

1 o espaço celebrativo – Bênção do fogo novo (Cf. acima o que é necessário para o rito)

A celebração inicia-se fora da igreja, numa distância que possibilite uma procissão até a igreja. Nesse local, prepara-se uma pequena fogueira que, na medida do possível, seja visível pelos celebrantes. De acordo com a necessidade, a equipe de celebração poderá

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providenciar cadeiras ou bancos para quem tem dificuldade de permanecer em pé por muito tempo. Excetuando alguns casos, é importante levar os celebrantes até o local onde será abençoado o fogo novo para acompanhar o rito de bênção e conduzi-lo em procissão para a igreja.

Anotações práticasA fogueira é um símbolo litúrgico e, por isso, não seja substituída por paliativos, como fogareiro ou latões com braseiros, ou algo parecido. Tenha-se o cuidado de escolher um local pouco iluminado, para que o símbolo da luz seja visto e ilumine os celebrantes durante a bênção do fogo novo.

2 o espaço celebrativo – Proclamação da Páscoa e Liturgia da Palavra Concluída a procissão, o centro das atenções volta-se para a Mesa da Palavra (ambão), de onde se proclama solenemente a Páscoa de Jesus Cristo. Um jeito de preparar o ambão é ornando-o com um véu branco e com um arranjo de flores, próximo dele. Assim, o espaço celebrativo para a proclamação da Páscoa e da Liturgia da Palavra compreende a Mesa da Palavra, o Círio Pascal (próximo do ambão) um belo arranjo de flores e um véu branco cobrindo o ambão.

Anotações práticasA Mesa da Palavra é um símbolo celebrativo importante em relação à Mesa Eucarística. Na Vigília Pascal, torna-se o local de onde é comunicada a Boa Notícia da Ressurreição de Jesus. Por isso, os celebrantes voltam-se para a Mesa da Palavra, espaço memorial das maravilhas divinas em favor do povo. Isso significa que o ambão não deve ficar escondido, atrás de arranjos de flores. O arranjo de flores servirá para realçá-lo, não para escondê-lo.

Obs: evite-se a todo custo de permitir que se façam as leituras de folhetos ou livretes. Os grandes símbolos da Palavra, Lecionário e Evangeliário, devem ser usados para valorizar ainda mais a riqueza da Palavra proclamada.

3 o espaço celebrativo – Cadeira presidencial É um espaço celebrativo importante, usado pelo presidente da celebração em vários momentos. Da cadeira presidencial, são feitas as orações coletas, depois de cada uma das sete leituras, durante a Liturgia da Palavra; dali pode ser feita a homilia. Da cadeira presidencial, o padre preside a Liturgia Batismal, se for celebrada no presbitério, e faz a oração final com a bênção solene. Anotações práticasCaso não haja um librífero (ministro que segura o livro nas orações presidenciais), providencie-se uma estante simples como suporte do Missal. A mesma será retirada da frente do presidente cada vez que ele estiver sentado. Lembramos que a cadeira presidencial não deverá ser colocada diante do altar, mas num local onde é possível ver o padre e haja facilidade de comunicação com a assembléia.

4 o espaço celebrativo – Batistério Este espaço celebrativo, onde for possível, realiza-se no batistério. Onde não é possível, preparar um espaço celebrativo no presbitério para facilitar a participação dos celebrantes na Liturgia Batismal.

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Se for preparado no presbitério, o “espaço batismal” contracena com o ambão e o altar, preparando-o, por isso, no lado oposto ao ambão. Assim o espaço celebrativo comunica a mensagem que a Palavra conduz ao Batismo e ambos à Eucaristia, simbolizada no altar.

Anotações práticasA criação do “espaço batismal” poderá ter uma fonte ou, simplesmente, uma mesa ornada com flores e, sobre a mesma, um grande e bonito jarro ou vasilha transparente com água. Seja jarro ou vasilha, ambos precisam ser grandes o suficiente para mergulhar o Círio Pascal, no momento da bênção da água.

5 o espaço celebrativo - altar O mais importante de todos os espaços celebrativos é o altar, onde acontece a Liturgia Eucarística, onde a Páscoa torna-se realidade sacramental. Segue-se o mesmo critério para todas as celebrações eucarísticas. Tenha-se o cuidado, para que o altar seja visível e, embora ornado, não seja escondido com flores, folhagens, toalhas ou cadeira presidencial e dos ministros.

Anotações práticasO altar é a mesa do banquete pascal, o local onde Jesus Cristo reúne-se com seus discípulos para celebrar a sua Páscoa. O altar é símbolo pascal mais importante, o local onde se realiza o memorial (a atualização) da Páscoa, por isso, deve ficar totalmente visível.Na medida do possível usar velas fora do altar, nas laterais do mesmo.

O Círio Pascal não substitui as velas do altar. O Círio Pascal, símbolo de Cristo ressuscitado, é colocado num candelabro único, distinto e totalmente visível aos celebrantes. As velas do altar fazem parte da ornamentação do altar e demonstram a alegria da Igreja que está iluminada pela LUZ maior da Ressurreição do Senhor. Lembramos que velas, toalhas e flores são colocadas no altar somente a partir da Liturgia Sacramental, no rito das oferendas.

6 o espaço celebrativo – nave da igreja A nave da Igreja é local onde fica a maior parte dos celebrantes. Naquelas igrejas onde é possível colocar flores e velas na nave da igreja, desde que não prejudique a visão e a participação dos celebrantes, seria bom ornamentá-la para dar um clima festivo a toda a igreja. Algumas comunidades têm o costume de colocar bandeiras em forma de estandarte, presas nas colunas ou nas paredes. É outra boa idéia para ajudar os celebrantes a compreender que estamos numa celebração realmente muito especial.

Primeira parte da celebração = LucernárioA vigília Pascal inicia-se fora da igreja, onde é celebrado o rito do Lucernário. Depois, a assembléia entra no interior da igreja levando a Luz de Cristo, no Círio Pascal. Significado: a Igreja penetra na escuridão do mundo, acendendo a Luz de Cristo e proclamando com intensa vibração de alegria: “Eis a luz de Cristo”!

Bênção do fogo: A Liturgia do Lucernário, que abre a celebração, inicia-se silenciosamente. Isso significa que não é anunciada pelo toque de sinos e nem com um canto de abertura. É o prolongamento do grande silêncio iniciado na Sexta-feira Santa. Assim, silenciosamente, a Liturgia vai acordando a noite para anunciar a Ressurreição de Jesus.

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A Liturgia é realizada fora da igreja, ao redor de uma pequena fogueira. O espaço deverá estar pouco iluminado, para que a luz da fogueira seja a única claridade que brilhará nesta Noite Santa.

A igreja deverá estar vazia e escura ou, ao menos, não totalmente iluminada. Os celebrantes têm em mãos uma vela apagada.O sacerdote inicia com uma saudação e introduzindo os celebrantes no contexto celebrativo.

Anotações práticasA sugestão é realizar toda a celebração do lucernário fora da igreja. Isso exigirá um local onde os celebrantes possam se acomodar. Prever cadeiras ou bancos para idosos e para quem tem problemas de permanecer de pé por muito tempo.

A procissão, dependendo do espaço a ser percorrido, poderá comportar, uma ou duas breves reflexões sobre a importância de acender a Luz da Ressurreição de Jesus no mundo, com a finalidade de iluminar o mundo, iluminar a sociedade e o local onde vive a comunidade.

Depois da bênção do “fogo novo” e da preparação do Círio Pascal, o diácono (ou o padre) segue na frente da procissão, com o Círio aceso, conduzindo o povo para dentro da igreja, onde o Círio é colocado no seu candelabro, devidamente ornado.

A procissão pode ser feita em silêncio, com o diácono, padre ou um cantor interrompendo-a de tempo em tempo para proclamar e ostentar a LUZ DE CRISTO, como prevê o rito. Ao chegar na igreja, quem conduz o Círio Pascal pára, para que os celebrantes entrem na igreja e tomem seus lugares. Quando todos estiverem acomodados, o Círio Pascal ingressa solenemente na igreja e é aclamado pela assembléia. O diácono, padre ou cantor, canta em três espaços diferentes a invocação “A LUZ DE CRISTO”: na porta, no centro e no presbitério.

Na passagem do Círio Pascal, dentro da igreja, os celebrantes acendem suas velas e as erguem a cada aclamação cantando — “DEMOS GRAÇAS A DEUS”.

Se a comunidade não reúne nenhuma condição para realizar a procissão, realizar a acolhida do Círio Pascal com as três aclamações propostas pelo Missal. Os celebrantes acendem suas velas e procedem como sugerido acima. (Cf. Missal Romano, p. 273, n. 13).

Círio Pascal: O Círio Pascal é o símbolo maior da primeira parte da Vigília Pascal e, enquanto tal, deverá ser bem apresentado e bonito. O Círio representa Cristo vivo e ressuscitado, revestido de luz, aquele que, na noite do mundo, caminha à frente do seu povo e ilumina a vida do povo e da comunidade, como sugere a procissão que conduz os celebrantes ao interior da igreja.

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Exemplo de como propor o espaço simbólico na Vigília Pascal: o local do Círio Pascal, que é sempre ao lado da Mesa da Palavra. Na base do candelabro do Círio um pequeno arranjo feito com verde e com flores brancas.

Um arranjo com flores vermelhas, mais o verde e fitas amarelas, aos pés do ambão e outro arranjo maior, sobre um suporte, próximo da parede.

Um conjunto harmonioso, que se intercomunica pelo detalhe das fitas amarelas. Não existe excesso, o que torna-o belo e harmonioso.

Anotações práticasSendo o Círio Pascal um símbolo importante na Liturgia da Vigília Pascal, a primeira anotação é que seja verdadeiro. Não se concebe, que o Círio seja feito de tubo de pvc, imitando cera. Seria falta de respeito para com o que representa se assim acontecesse.

Normalmente, o Círio vem pronto (de fábrica). Sua equipe de celebração, contudo, pode dar um toque especial, com motivos que sejam próprios da comunidade, com flores, folhagens e alguns elementos simbólicos da região.

O Círio Pascal é um símbolo próprio, com identidade própria e, por isso, insistindo, não substitui as velas do altar, nem na Vigília Pascal nem no Tempo Pascal. Aliás, seria bom que as velas ali estivessem para destacar ainda mais o valor simbólico do Círio Pascal.

Velas dos celebrantes: Tendo velas nas mãos, os celebrantes assumem uma dimensão simbólica de quem está comprometido com a vida nova e plena, disposto a acender sua vida na Ressurreição do Senhor. É o símbolo do batizado, daquele que passou, com Cristo, pela morte e agora vive iluminado com a luz da Vida Nova. A vela que cada celebrante traz na mão representa também sua identidade no mundo: ele é um iluminador e um acendedor da Vida nova que nasce na Ressurreição de Jesus, aquele discípulo de Cristo que ressuscita a alegria da Ressurreição no meio da sociedade.

Anotações práticasAs velas dos celebrantes são acesas na entrada do Círio Pascal na igreja e são conservadas acesas durante o canto da Proclamação da Páscoa (Precônio Pascal). O outro momento no qual as velas são acesas é no rito da renovação das promessas batismais. Para o acendimento das velas, nas promessas batismais, leia a legenda da foto.

Proclamação da Páscoa: Se não houver diácono e se o padre não puder proclamar a Páscoa, quem for escolhido deverá considerar a responsabilidade deste fato com as próprias palavras da Proclamação Pascal, quando diz: “Ele, que em seus dons nada reclama, quis que entre os seus levitas me encontrasse: para cantar a glória desta chama, de sua luz um raio me traspasse”.

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O texto remete a um momento único na vida do proclamador, a ponto de pedir que a luz divina, que vem da Ressurreição de Jesus, o traspasse para bem proclamar a Páscoa na sua comunidade.

Anotações práticasComo diz a orientação do rito, trata-se de uma proclamação em forma de hino e, como tal, é para ser cantado. Poderá ser feita pelo diácono ou pelo padre ou, na impossibilidade de ambos, por um (ou mais) ministro leigo.

No caso do ministro leigo, não se deve considerar apenas o talento musical – o cantar bem – mas o testemunho de vida, de quem ilumina sua vida na Ressurreição de Jesus.

O padre, antes de cantar a proclamação da Páscoa, intercede silenciosamente a Deus a purificação de seu coração e de seus lábios, como faz na proclamação do Evangelho. No caso do diácono ou de ministros leigos, estes pedem a bênção do presidente da celebração, para que possam proclamar dignamente a Páscoa do Senhor.

A proclamação da Páscoa de Jesus Cristo poderá ser feita antes de entrar na igreja, embora o rito prevê que seja proclamada dentro da igreja, no ambão. Contudo, se for proclamada na porta da igreja, é importante que todos os celebrantes estejam ali presentes e que o ministro (ou ministros) o proclamem de um ambão ou de um local devidamente preparado para tal finalidade.

Exemplo de bênçãoMinistro: Padre, dá-me a vossa bênção, para que eu proclame dignamente a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Padre (estendendo a mão direita sobre o ministro) O Senhor esteja em teu coração e em teus lábios para que possas proclamar dignamente, na alegria desta noite santa, a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em nome do (+) Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Ministro: Amém!

Segunda parte da celebração = Liturgia da PalavraA Liturgia da Palavra é um grande momento memorial, na qual se proclama toda a obra divina, desde a criação até a redenção, em favor da humanidade e de cada pessoa.

Anotações práticasComo se lê na orientação da CNBB, de não interromper a Liturgia da Palavra com comentários, pode-se optar por uma monição única. Outra possibilidade é destacar, com breves monições, os três momentos da Liturgia da Palavra: (1) a História da Salvação da criação à libertação do Egito (1ª – 3ª leitura), (2) a História da Salvação na formação do povo,

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através do ministério profético (4ª – 7ª leitura) e (3) a História da Salvação realizada plenamente em Jesus Cristo (epístola e Evangelho).

Leituras da Liturgia da PalavraConsiderando a finalidade da Liturgia da Palavra da Vigília Pascal, de fazer memória da História da Salvação Divina, o normal é que todas as leituras sejam proclamadas, mesmo havendo possibilidade de escolher algumas delas.

Anotações práticasUma vez que a solenidade da Vigília Pascal é a “Mãe de todas as Vigílias”, não se deve prescindir do Lecionário, na proclamação das leituras. Dentre os livros litúrgicos, o mais importante deles é o Evangeliário. É símbolo de Cristo, vivo e ressuscitado, que traz ao seu povo a declaração do amor divino em sua Ressurreição.

Não se levam velas na procissão do Evangeliário, mas só o incenso, se for usado (cf. Missal Romano, p. 283, n. 35). O Diácono ou o padre toma o Evangeliário sobre o altar, apresenta-o ao povo e o conduz ao ambão de onde é proclamado solenemente.

Foi sugerido, nas propostas das canções, que todos os salmos sejam cantados. O Missal recomenda uma pausa silenciosa depois de cada leitura; só depois do breve silêncio, o salmista assume o ambão (cf. Missal Romano, p. 279, n. 23).

Terceira parte da celebração = Liturgia BatismalAntes de comungar a Páscoa de Jesus Cristo, os celebrantes são convidados a fazer memória do seu Batismo, acolhendo a água abençoada na Noite Pascal como sinal da sua Páscoa pessoal, celebrada na Pia Batismal de sua comunidade.

A terceira parte da celebração é caracterizada pela alegria, recordando que o Batismo nos insere no amor divino, do qual recebemos a vida nova e a vida plena. O rito deveria acontecer no Batistério, como descrevíamos acima.

É uma Liturgia que se caracteriza como acolhedora e alegre, principalmente nas comunidades que realizam batizados na Vigília Pascal. Acolhedor é igualmente o rito da aspersão da água, que aspergida em abundância sobre os celebrantes, recorda o Batismo e o mergulho na vida nova, que vem da Ressurreição do Senhor.

Depois da monição breve, feita pelo sacerdote, a assembléia invoca em forma de Ladainha os santos e santas; os celebrantes acendem suas velas para renovar o compromisso batismal.

Entrada da água: com a finalidade de valorizar o símbolo da água e sua função, na Vigília Pascal, pode-se criar um rito para introduzir a água na assembléia litúrgica. A entrada da água poderá ser anunciada antes da ladainha, no momento da monição presidencial, e ser introduzida durante a ladainha, a partir da invocação dos Santos Apóstolos.

Anotações práticasComo feito com os símbolos anteriores, Círio Pascal e Evangeliário, a água poderá ser apresentada e acolhida com muita alegria na assembléia. Poderá até mesmo ser apresentada aos celebrantes antes da bênção, depois de concluída a ladainha de todos os santos.

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Se não houver batismo nem bênção da água batismal, no momento da Liturgia Batismal, a ladainha poderá ser omitida (cf. Missal Romano, p. 284, n. 40). Mas, sugerimos pensar duas vezes, antes de optar por omitir a Liturgia Batismal em sua totalidade.

Ladainha de todos os santos e santas: É um momento solene, caracterizado pelo louvor a Deus, declinando o nome dos muitos membros da Igreja que viveram seu Batismo de modo pleno e santificador. Os santos e santas são modelos de pessoas que assumiram o projeto divino e empenharam a própria vida para se manterem na fidelidade a esse projeto.

Bênção da água: A 3a leitura e a epístola explicam o simbolismo teológico da água. O povo da Antiga Aliança é salvo passando pelas águas do Mar Vermelho. O povo da Nova Aliança é salvo e recebe a vida de Deus em si, ao passar pelas águas do Batismo (epístola). Estes dois aspectos encontram-se na oração da Bênção da Água Batismal. Outro detalhe na bênção da água acha-se na epíclesis, quando o sacerdote invoca a força do Espírito Santo para que todos os que forem batizados renasçam para uma vida nova.

Anotações práticasOutra forma de valorizar o rito da bênção da água batismal, além da entrada e acolhida pela assembléia, é destacar um espaço especial para a água, como já sugerido anteriormente.

Uma canção também pode destacar e valorizar o simbolismo da água. Nas sugestões de canções é proposta uma canção para a bênção da água. Caso sua equipe de celebração opte por cantá-la, considere o modo como será realizada a ladainha de Todos os Santos para não ter duas canções longas uma depois da outra.

Batismo: Havendo Batismo, logo depois da bênção da água, os candidatos se aproximam do batistério, fazem as renúncias e são batizados. O rito do Batismo é simples, como explica o Missal: renúncia ao demônio, profissão de fé e batismo. Os adultos batizados nesta Vigília recebem o sacramento da Confirmação logo depois do Batismo e primeira Comunhão nas espécies do pão e do vinho.

Anotações práticasAs orientações sobre como proceder para o Batismo de crianças, durante a Vigília Pascal, encontram-se no “Ritual do Batismo de Crianças” - “Observações Preliminares”, n. 28 (Edição do ritual – ano de 1999).

Renovação das promessas batismais: O principal motivo da renovação das promessas batismais é voltar a assumir os compromissos que são inerentes ao Batismo. Não se trata de uma simples lembrança do Batismo, mas renovação do empenho para viver de acordo com as exigências do Batismo cristão. Nessa celebração, como dito acima, na introdução ao rito, está presente o compromisso e o empenho em promover e ressuscitar a vida nova de Deus no meio de nós.

Acender as velas O acendimento das velas, no momento da renovação das promessas batismais tem um sentido e um significado de compromisso que cada celebrante é chamado a assumir. O sentido e o significado de ser luz no mundo, para que a Ressurreição de Jesus seja acesa em todas as partes.

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Anotações práticasO rito de acender as velas deve primar pela praticidade. Se a assembléia não for muito grande, pode-se convidar os celebrantes a irem até o Círio Pascal ou passar com o Círio no meio da assembléia, possibilitando que alguns acendam as velas. Se a assembléia é grande, então é mais prático escolher ministros que acendem suas velas no Círio e levem o fogo novo para acender as velas dos celebrantes.

Monição: acender as velasAcendamos com alegria nossa fé na Ressurreição de Jesus, para iluminar toda a terra com a luz da vida divina, para que no mundo resplandeça o esplendor da glória do ressuscitado. T – Amém!

Aspersão da água: A oração que conclui a Liturgia Batismal descreve o significado da aspersão da água sobre o povo. Recorda o renascimento pela água e pelo Espírito e fala do perdão dos pecados. Além disso, não podemos esquecer que se trata de água consagrada pelo poder do Espírito Santo. É sempre bom alertar os celebrantes sobre esse detalhe.

Anotações práticasMesmo que a assembléia seja numerosa, é importante que todos sejam aspergidos com a água batismal, levando em consideração aquilo que representa a água batismal aspergida sobre os celebrantes. Para a aspersão, recomendamos asperges feitos com arbustos, de modo que a água da aspersão possa ser farta e sensível em todos os celebrantes.

Pode-se cantar uma ou duas canções durante a aspersão, de acordo com a necessidade.

Oração dos fiéis: Logo depois da Liturgia Batismal, a assembléia eleva preces a Deus pelas necessidades da Igreja, do mundo, da comunidade e dos celebrantes.

Anotações práticasDe acordo com as rubricas do Missal Romano (cf. p. 290, n. 49), depois da aspersão omite-se o Credo, já realizado nas promessas batismais, e faz-se a oração dos fiéis, que pode ser feita por vários ministros.

P – Hoje, celebramos a vitória da vida sobre a morte, por isso suplicamos que o Senhor acolha nossos pedidos e nos conceda a graça de sermos misericordiosos como ele, nosso Deus, é misericordioso.

Pai misericordioso, iluminai a vossa Igreja, seus pastores e todo os seu povo, para que sejam testemunhas vivas da Ressurreição do Senhor.

T - Vós que sois a fonte da vida, atendei nossos pedidos!

Pai misericordioso, que prometeis conduzir-nos nos caminhos da justiça e da paz, fortalecei todos os homens e mulheres, que se dedicam misericordiosamente ao exercício da solidariedade humana.

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T - Vós que sois a fonte da vida, atendei nossos pedidos!

Pai misericordioso, que derramais na Ressurreição de Jesus um espírito novo, criai em nós e em todos os homens e mulheres um coração novo e renovado pela fraternidade.

T - Vós que sois a fonte da vida, atendei nossos pedidos!

Pai misericordioso, que na Ressurreição de Jesus resgatais a vida da morte, tornai-nos misericordiosos para resgatar a vida de quem vive na tristeza, no desespero e no medo.

T - Vós que sois a fonte da vida, atendei nossos pedidos!

Pai misericordioso, que na Ressurreição de Jesus mostrais ao mundo o vosso imenso e infinito amor para conosco, abençoai nossa terra e fecundai-a com a vossa paz.

T - Vós que sois a fonte da vida, atendei nossos pedidos!

P - Acolhei nossas preces, Pai misericordioso, para que possamos colher em nossa terra os frutos da Ressurreição do Senhor, como a paz entre os povos, a alegria e a fraternidade em nossos relacionamentos. Isto vos pedimos por Jesus Cristo, que vós ressuscitastes dos mortos e convosco vive e reina pelos séculos dos séculos. T – Amém! Aleluia!

Quarta parte da celebração = Liturgia Sacramental

Motivação ritual Depois de refletir, contemplar e celebrar a misericórdia divina na escuta da Palavra, podemos dimensionar a grandeza de sua misericórdia, na oblação de sua vida.

Orientação ritualComo é tradição, a procissão dos dons é precedida pela oferta de flores. O gesto de oferecer um arranjo de flores significa a alegria de toda a criação, da natureza florescendo e irradiando vida com todas as cores e formas.

É recomendável manter também o costume de preparar o altar no momento da procissão das ofertas. Para isso, enquanto acontece a procissão das oferendas, alguns celebrantes preparam o altar, colocando a toalha, as velas e as flores.

Procissão das ofertas: com nosso coração alegre, aproximemo-nos do altar para oferecer nossas vidas, presentes nos dons Eucarísticos do pão, do vinho e da água.

Orate fratres: Convite para o orate fratres

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Orai, irmãos e irmãs, para que nossa alegria torne nossas oferendas agradáveis a Deus Pai todo-poderoso.T – Receba o Senhor por tuas mãos...

Oração sobre as oferendas: Oração sobre as oferendasTransbordando de alegria pascal, nós vos oferecemos, ó Deus, o sacrifício pelo qual a vossa Igreja maravilhosamente renasce e se alimenta. PCNS. T – Amém!

Oração eucarística: Modelo de monição para a Oração EucarísticaAdoremos o mistério da Ressurreição do Senhor presente no altar de nossa comunidade.

Preparação para a comunhão

Motivação ritual Comungar a Páscoa, nesta Eucaristia, é se comprometer com a vida nova e com a renovação da vida, assumindo atitudes misericordiosas para com todos.

Orientação ritualLembramos que na Noite de Páscoa a comunhão Eucarística é distribuída sob as duas espécies do Pão e do Vinho consagrados.

Pai nosso: Convite para a oração do Pai nossoComo filhos e filhas do Deus misericordioso, rezemos como Jesus nos ensinou: Pai nosso....

Abraço da paz: Convite para o abraço da pazNa alegria pascal da Ressurreição de Jesus, saudemo-nos com um gesto de paz.

Convite para a comunhão: Convite para a comunhão eucarísticaEu sou a Ressurreição e a Vida; quem come deste pão e bebe deste vinho viverá eternamente. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

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Antífona da comunhão: Antífona de comunhão O Cristo, nossa Páscoa foi imolado; celebremos a festa com pão sem fermento, o pão da retidão e da verdade. Aleluia!

Oração depois da comunhão: Oração depois da comunhãoGuardai, ó Deus, a vossa Igreja sob a vossa constante proteção para que, renovados pelos sacramentos pascais, cheguemos à luz da Ressurreição. PCNS. T – Amém!

Agradecimento: Depois da comunhão é bom dedicar um tempo à oração silenciosa, evitando canções ou mensagens. O melhor é levar os celebrantes a silenciar, recordando o grande amor misericordioso do Pai que ressuscita Jesus, tornando-nos participantes da vida nova, que é plena e eterna.

Ritos finais

Motivação ritual É preciso sair da Vigília Pascal deste ano de 2016 com o coração renovado e com a disposição de ser misericordioso para com todos.

Orientação ritualDepois da oração, o padre deseja Feliz Páscoa aos celebrantes, às famílias da comunidade e recorda que a equipe de acolhida (que será de despedida) saudará a todos como uma saudação pascal tradicional.

Quem participa da Vigília Pascal leva para a casa a vela usada na celebração. É bom que a Equipe de Celebração, ou o padre, insista que a mesma seja colocada em casa num local visível para recordar a Páscoa e o compromisso pascal que cada um assumiu nesta celebração.

O costume de entregar um cartão com votos de Feliz Páscoa a quem não pôde participar da celebração — doentes, encarcerados, aqueles que trabalharam no sábado — continua válida e importante.

Proclamar a bênção da Vigília Pascal; no Missal Romano, p. 522, n. 6.

A despedida é acompanhada de dois “aleluias”. O diácono (ou padre) pode fazer a despedida, como se encontra no Missal: “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe, aleluia, aleluia”. Ou, se preferir, pode-se enviar os celebrantes para que proclamem a ressurreição do Senhor, como no modelo descrito depois da fórmula da bênção.

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Bênção e despedida: Bênção solene da Vigília PascalP – O Senhor esteja convoscoT – Ele está no meio de nós!

P – Que o Deus todo-poderoso vos abençoe nesta solenidade pascal e vos proteja contra todo pecado. T – Amém!

P – Aquele que nos renova para a vida eterna, pela Ressurreição de seu Filho, vos enriqueça com o dom da imortalidade.T – Amém!

P – E vós, que transcorridos os dias da Paixão do Senhor, celebrais com alegria a festa da Páscoa, possais chegar exultantes à festa das eternas alegrias.T – Amém!

P – Abençoe-vos Deus todo-poderoso,Pai e Filho e Espírito Santo.T – Amém!

Para o envio dos celebrantes, basta a formula que segue ou, a segunda opção:

Ide em paz e o Senhor vos acompanhe, aleluia, aleluia!T- “Graças a Deus, aleluia, aleluia.

Proposta de saudação de despedidaM – O Senhor ressuscitou!R – Verdadeiramente, ressuscitou!M – Feliz Páscoa!

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LITURGIA DA PALAVRA (leituras)

Monição inicial feita pelo sacerdoteP - Meus irmãos e minhas irmãs, tendo iniciado solenemente esta vigília, ouçamos no recolhimento desta noite a Páscoa de Deus. Vejamos como ele salvou outrora o seu povo e nestes últimos dias enviou seu Filho como Redentor. Peçamos que nosso Deus leve à plenitude a salvação inaugurada na Páscoa.

(Cf. Missal Romano, p. 279; n. 22)

1a leitura: Toda a criação é uma obra maravilhosa da presença divina entre nós e prenúncio da fidelidade de Deus em favor da vida humana.

2a leitura: Deus demonstra sua fidelidade em nosso favor libertando Isaac do holocausto, pois ele não quer que a vida humana pereça com a morte.

3a leitura: Assim como o Povo de Deus foi libertado pelas águas do Mar Vermelho, a libertação do povo novo, a Igreja, acontece pelas águas do Batismo.

4a leitura: Quem confia em Deus não tem motivos para temer ou viver no medo, pois ele é fiel e sua fidelidade vem com a garantia de sua Palavra.

5a leitura: Não existe alegria fora da vida divina, e esta nos é oferecida de modo abundante na Ressurreição de Jesus e pela presença do seu Espírito em nós.

6a leitura: A alegria da vida encontra-se no coração de quem ouve os mandamentos divinos e os vive na mesma fidelidade de Jesus em relação ao Pai.

7a leitura: Na festa exultante desta Noite Santa, deixemos que Deus transforme nosso coração para vivermos no compasso do coração divino e cresçamos na fé.

Epístola: No Batismo recebemos a vida nova, que nos faz morrer para o pecado e nos oferece a condição de viver plenamente na fidelidade ao Pai.

Evangelho – Lc 24,1-12No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado. Elas encontraram a pedra do túmulo removida. Mas, ao entrar, não encontraram o corpo do Senhor Jesus e ficaram sem saber o que estava acontecendo. Nisso, dois homens com roupas brilhantes

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pararam perto delas.Tomadas de medo, elas olhavam para o chão, mas os dois homens disseram: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui. Ressuscitou! Lembrai-vos do que ele vos falou, quando ainda estava na Galiléia: O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia'".Então as mulheres se lembraram das palavras de Jesus. Voltaram do túmulo e anunciaram tudo isso aos Onze e a todos os outros. Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas contaram essas coisas aos apóstolos. Mas eles acharam que tudo isso era desvario, e não acreditaram. Pedro, no entanto, levantou-se e correu ao túmulo. Olhou para dentro e viu apenas os lençóis. Então voltou para casa, admirado com o que havia acontecido.

Palavra da Salvação!Glória a vós, Senhor!

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REFLEXÃO CELEBRATIVA (proposta de homilia)

1 - Confiar porque Deus venceu a morteFeliz Páscoa a cada um e a toda a nossa comunidade. Hoje, celebramos a Ressurreição de Jesus, celebramos a vitória a vida sobre a morte, celebramos a manifestação da misericórdia divina oferecendo-nos a vida em plenitude, graças a Ressurreição do Senhor. Nestes dias, contemplamos e celebramos como Jesus passa por um sofrimento insuportável porque precisava mostrar a nós, humanidade medrosa diante da dor, que a força e a soberania divina se revelam principalmente através do perdão misericordioso, do perdão que re-genera a vida, que gera a vida de um modo novo. Em Jesus, esta expressão misericordiosa da regeneração da vida acontece na Ressurreição. A Ressurreição é a demonstração viva e palpável que o perdão misericordioso de Deus é maior que a ameaça da morte. A misericórdia, em Deus e na naqueles que se tornam misericordiosos, sempre é regeneradora, promotora de vida nova, porque sempre promove a Ressurreição da vida, mesmo quando esta se mostra contaminada por vírus mortais, como a raiva, a mágoa, o ódio.

2 - Com misericórdia eternaRegenerar a vida, fazer com que a vida volte a ser nova e renovada. Eis o resultado da Ressurreição de Jesus Cristo na vida de cada um de nós. É assim que ouvimos na profecia de Isaias, na 4ª leitura desta solene Vigília Pascal. Na profecia de Isaias (Is 54,5-14), compreendemos a Ressurreição como o olhar misericordioso de Deus diante das mazelas sofridas pelo povo. Um olhar de tamanha misericórdia, que Deus jura nunca mais irritar-se contra nós e nunca mais dirigir-nos ameaças de destruição. A realidade deste juramento encontra-se na Ressurreição de Jesus, na vitória da vida sobre a morte, justamente sobre esta morte que tanto ameaça nossa vida humana. Pelo seu juramento, Deus garante que sempre terá compaixão misericordiosa para conosco e, como fruto de sua misericórdia infinita, fará um povo novo, fará uma Igreja nova construída sobre pedras preciosas e com muros fortificados e, o mais importante, terá a justiça como fundamento, estabelecendo assim a realização fraterna na terra.

3 – Relacionamentos fraternos e coração novoO novo relacionamento, profetizado por Isaias como resultado da misericórdia divina derramada na vida humana, necessita de corações acolhedores, capazes de serem misericordiosos como Deus é misericordioso. É o que ouvimos na 7ª leitura, na bela profecia de Ezequiel, prometendo a regeneração não somente pessoal, mas de todo o povo. É a promessa de uma água pura, símbolo do Espírito Santo, para que os relacionamentos sejam iluminados pelo Espírito divino e não por interesses de lucro ou de outras cumplicidades. É a promessa de um coração novo, não aquele coração de pedra, incapaz de se compadecer e, muito menos, de ser misericordioso com o outro, mas um coração de carne. Quer dizer, um coração que seja totalmente humano, pois quem tiver um coração humano não tratará o outro como inimigo ou desafeto, mas de modo fraterno. A promessa de que um espírito novo em nós, para que pudéssemos ser misericordiosos como o Pai é misericordioso acontece com a Ressurreição de Jesus.

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4 – Ressuscitar a misericórdia em nosso meio Hoje, quando solenemente celebramos a Ressurreição de Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor, no contexto do Ano Santo da Misericórdia, somos convidados a nos comprometer com a renovação da vida através de atitudes misericordiosas. Como tantas vezes refletimos no decorrer da Quaresma, não somente ter pena, ter compaixão de quem vive nas misérias da vida, mas assumir uma atitude capaz de falar com palavras e com gestos aquilo que os anjos disseram às mulheres: não se pode procurar Jesus entre os mortos, pois ele ressuscitou. Ter atitudes misericordiosas é assumir um compromisso para resgatar da miséria quem vive o sofrimento de estar ameaçado pela morte. A Ressurreição de Jesus não é uma lembrança que renovamos todos os anos, mas um compromisso com a vida nova para todos, esta sim, que renovamos todos os anos e, mais que isso, que renovamos em cada Eucaristia. Renovar o compromisso com a vida é um gesto misericordioso, como ouvimos nesta longa Liturgia da Palavra. Renovar a vida foi o “trabalho” deste nosso Deus misericordioso, resgatando da morte a vida do seu povo. Renovar a vida com as luzes da Ressurreição é um gesto e uma atitude misericordiosa. Feliz Páscoa, muita ressurreição na sua vida, pois assim a misericórdia iluminará a sua vida em todos os momentos de sua existência. Amém! Aleluia!

Coordenação: Serginho Valle

[email protected]ão José do Rio Preto, dezembro de 2015.

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