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Universidade Estadual de Maringá Curso de Pedagogia Modalidade EAD Trabalho de Conclusão de Curso AS RELAÇOES ENTRE FAMÍLIA E A ESCOLA Regiane Aparecida de Oliveira Souza da Luz (Acadêmica de Pedagogia), Solange Franci Raimundo Yaegashi (Orientadora), Felipe Fontana (Co-orientador/Tutor) Notamos que a família é principal instituição que oferece o melhor quadro emocional e moral para uma criança ou jovem adquirir uma identidade. Claro que não é a família sozinha que sustenta esse processo educacional de formação e de aprendizagem. Especificamente em relação a este processo, vemos que ele resulta de diversos contributos e influências. Nesse sentido, a televisão e o exemplo dos adultos e dos jovens mais velhos são influências das mais preponderantes e significativas. Mas, acima de todas estas influências certamente está (ou deveria estar) a escola: instituição especializada no serviço da educação, que realizará tanto melhor a sua função educativa quanto mais perfeita for a cooperação entre ela e a família de cada criança ou jovem. O dever com a educação é de responsabilidade do Estado e da Família. Na verdade, é um regime de coresponsabilidade social, sendo que o primado do dever fica com o Estado, entendido aqui como o Poder Público, representado pelos entes intergovernamentais: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A família, por seu turno, tem o dever de educar os filhos sob sua tutela, especialmente na tarefa ou responsabilidade de matriculá-los, em idade escolar, nas instituições de ensino. CONSIDERAÇÕES FINAIS INTRODUÇÃO RESUMO: No momento atual, a preocupação da educação é com o emprego das novas tecnologias e o caminhar junto com o mundo moderno, a fim de oferecer na escola aquilo que o mundo moderno exige. Para isso é necessário que as escolas se equipem com modernos processos educacionais e preparem os seus professores para esta tarefa. A atualização do professor é um problema do contexto escolar no Brasil e no mundo, pois há necessidade que os profissionais envolvidos nesta área busquem esta atualização dentro da tecnologia educacional e nas novas modalidades tecnológicas. Sempre se estudou sobre as civilizações e sempre se deparou com a instituição família como sendo ela uma importante base de consolidação dos valores de uma sociedade. Neste sentido, os fatores físicos, afetivos e intelectuais da família podem exercer influência no relacionamento escola e família. A família sempre foi valorizada, por alguns estudiosos, tal como Émile Durkheim, como o melhor e mais importante modelo de instituição. Ela pode ser repleta de conflitos, mas, sem dúvida, é o primeiro contato social de todos nós. Afinal, é na convivência entre pais e filhos que as primeiras regras sociais são aprendidas. Contudo, a vida e o aprendizado não são constituídos somente pelas regras sociais interiorizadas no processo educacional inerente à socialização familiar. Nesse sentido, notamos que há outras instituições que exercem sobre as crianças uma dada influencia em sua formação educacional; A escola é, senão a mais importante, uma delas. Acreditamos que a família pode exercer grande influência na aprendizagem do aluno, tanto os caracteres hereditários herdados dos pais e a quanto os valores educacionais presentes no seio familiar são de grande interferência no processo educacional da criança e intervêm diretamente no relacionamento entre a escola e a família. Sabe-se que desde o início das civilizações modernas estabeleceu-se a família tradicional e patriarcal como uma importante estrutura na formação dos povos. No entanto, hoje, devido as grandes mudanças na estrutura familiar, isso está efetivamente mudando e se transformando. Apesar dessas mudanças, a família ainda é primordial no processo educacional. Afinal, os alunos ainda dependem do apoio da família para se educarem e se socializarem. Dessa forma, fica claro que instituições como escola, igreja, orfanatos, entre outras, apesar de extremamente importantes, não são suficientes para exercer sobre os novos indivíduos de uma sociedade uma educação e socialização plena sem a família. O tipo de educação inerente à família é diferenciado. A educação familiar é feita com amor, paciência e coerência, desenvolvendo nos filhos autoconfiança e autonomia; tais características favorecem fundamentalmente a disposição para aprender. Em geral, as crianças aprendem o que os adultos fazem e não o que eles devem ensinar ou o que estabelecem como uma regra de conduta. Portanto, tendo a família a importante função de educar, ela deve garantir às crianças que venham exercer futuramente uma atividade social e profissional uma educação de qualidade. Educando-as assim, para que elas tenham moral e valores compatíveis com a cultura em que vivem. valorizada como o melhor modelo de sociedade. Ela pode ser detonada de conflitos, mas, sem dúvida, é o primeiro contato social de todos nós, porque é na convivência entre pais e filhos que as primeiras regras sociais são aprendidas, mas a vida e o aprendizado não são feitos só de regras sociais, portanto outras aprendizagens acontecem no decorrer da vida de cada um. ESCOLA Sem dúvida, o que mais prejudica a aprendizagem livre e criativa é a própria escola e o sistema social do qual ela faz parte. O sistema social em que vivemos produz uma escola inadequada ao desenvolvimento da criança, uma escola que procura anular a criança para adaptá-la à sociedade, uma escola que reproduz na criança a desigualdade social. A escola, ao invés de adaptar-se aos alunos, faz de tudo para que os alunos se adaptem a ela. Geralmente a escola não leva em consideração a situação familiar de cada aluno. Esta situação, o tipo de família, o número de irmãos e a educação familiar podem, muitas vezes, dificultar a aprendizagem escolar. Isso acontece, sobretudo, na medida em que a escola desconhece essas situações particulares e trata os alunos como se fossem todos iguais, com os mesmos problemas, as mesmas aspirações, as mesmas situações familiares. A escola pode, ainda, prejudicar a aprendizagem ao não levar em consideração as características do aluno: sua maturidade, seu ritmo pessoal, seus interesses e aptidões específicos, seus problemas nervosos e orgânicos. Muitos obstáculos à aprendizagem têm origem familiar e individual, mas seus efeitos negativos sobre o trabalho do aluno podem ser minimizados ou anulados, se o professor e a escola procurarem compreender e levar em consideração esses obstáculos, buscando sua superação. Nossa sociedade, caracterizada por situações de injustiça e desigualdade, cria famílias que lutam com mil e uma dificuldades para sobreviver. Esses problemas atingem as crianças que enfrentam inúmeras dificuldades para aprender. Compreender essas dificuldades é o ponto de partida do trabalho do professor. Os problemas podem estar ligados à estrutura familiar, ao número de irmãos e à posição do aluno entre eles e ao tipo de educação dispensada pela família. Quanto à estrutura familiar, nem todos os alunos pertencem a famílias com pai e mãe, com recursos suficientes para uma vida digna. Normalmente, verificam-se situações diversas: os pais estão separados e o aluno vive com um deles; o aluno é órfão; o aluno vive num lar desunido; o aluno vive com algum parente; etc. Muitas vezes, essas situações trazem obstáculos à aprendizagem, não oferecem à criança o mínimo de recursos materiais, de carinho, compreensão, amor, etc. A RELAÇÃO ENTRE A FAMÍLIA E A ESCOLA Existem diversos problemas e particularidades inerentes às famílias e suas conjunturas, as formas de educação familiar e a aprendizagem formal fornecida pela escola e os professores. Nesse sentido, constituir uma relação e integração efetiva entre a escola e família para superar tais problemas é de fundamental importância. Segundo Maia (1999), fora da escola o aluno recebe três tipos de influências: “família, amigos e a comunidade”. Portanto, as primeiras experiências educacionais da pessoa geralmente são proporcionadas pela família. Depois de nascer, a criança começa a sofrer influências familiares que, aos poucos, vão modelando seu comportamento. Provavelmente, a maior parte das influências que os pais exercem sobre os filhos é inconsciente. Muitos pais não têm plena consciência de que seus comportamentos, sua maneira de ser e de falar, sua maneira de andar e cumprimentar as pessoas, sua maneira de olhar para os outros e até mesmo sua maneira de carregar o filho no colo, têm enorme influência sobre o desenvolvimento do filho. Contudo, na atualidade, parte das influências da formação do indivíduo, antes só circunscritas à família, agora também é de responsabilidade da escola. Com a dinâmica da vida moderna e, principalmente, com a inserção da mulher no mercado de trabalho, a responsabilidade de educar teve que ser compartilhada com as instituições escolares. No entanto, deve-se ficar claro que o peso da família no processo educacional sempre foi necessário e o que vemos hoje é, em muitos casos, o abandono da família no que se refere a educação, formação e desenvolvimento de seus filhos. Levando em consideração o importante vínculo da família com a criança e a atual conjunta histórica da família e da vida, notamos que ambas as instituições devem se unir para de fato edificarem uma educação plena, tanto em seus aspectos formais quanto informais. Assim, a família perceberá que a abrangência da escola e de seus educadores vai muito além dos conteúdos (que são superimportantes) e do passar de ano. A escola entra na vida das pessoas, e a família pode contar com essa aliada. Ter a família como parceira do processo educativo de nossos alunos facilita o trabalho da escola e amplia a capacidade de participação dos pais na vida escolar dos filhos. Muitos pais se queixam que são chamados apenas para ajudar a resolver problemas e dificilmente para receber elogios. Nesse sentido, notamos que em muito é subestimado o poder reforçador de um elogio. FAMÍLIA Na vida de cada indivíduo a instituição mais importante para a socialização e educação é, normalmente, a família (KUPSTAS, 1994, p.7). Ela é um grupo social básico em todos os tempos e lugares mesmo que suas formas e estruturas estejam continuamente variando. Em algumas sociedades prevalece a família consanguínea, baseada nos laços de sangue; noutras, a família determina-se por um sistema de parentesco, que abrange, além dos membros consanguíneos, os afins (ligados neste caso pelo casamento) e os membros adotivos. As maneiras de se constituir família mudaram muito com o tempo. Entretanto, desde que a família existe, sua finalidade é sempre a mesma: educar e socializar os indivíduos em seus primeiros anos de vida. Analisando o papel da família, verificamos que, no passado como no presente, ela desempenha numerosas funções, das quais as mais importantes segundo Duarte (1990) são: Função procriadora, que, além de garantir a propagação e perpetuação da espécie, favorece a plena realização pessoal biológica e psíquica do casal, no desempenho da paternidade e da maternidade; Função educadora, que procura desenvolver os filhos no plano pessoal (físico e psíquico) e no plano social, o que requer longos e contínuos cuidados; Função econômica, através da qual o grupo provê a subsistência e conforto dos membros, alem de obter recursos necessários ao desempenho das outras funções; Em nosso tempo, a família sofre profundas transformações, entre as quais segundo Brito (2003) destacam-se: A perda crescente de estabilidade, devido a várias razões, principalmente: transformações ideológicas do ponto de vista moral; novas condições econômicas, alterando o relacionamento entre os membros da família e forçando os pais a se ausentarem da casa, grandes parte do dia; redução do número de elementos do grupo, estando comprovado que a frequência de desquites e divórcios é maior em famílias pequenas do que em famílias numerosas; A tendência à diminuição do número de membros; as famílias numerosas tornam-se cada vez mais raras, sobretudo nos meios urbanos; A crescente emancipação da mulher nos planos econômico, jurídico e social. REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasilia, DF: Senado, 1988. BRITO, Paulo Corrêa de Filho. Família: berço das civilizações. Revista Catolicismo. Ano LIII, nº 628, abril, 2003. DUARTE, Gleuso Damasceno. Conjuntura Atual. Belo Horizonte: Lê, 1990. KUPSTAS, Maria. Sete faces da família. São Paulo: Moderna, 1994. MAIA, Nelly Alotti. Introdução à Educação Moderna. Rio de Janeiro: UFRJ, 1999. PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. São Paulo: Ática, 1984. SZYMANSKI, Heloisa. A Relação Família/Escola. Revista Nova Escola. São Paulo: Abril, jun/jul 2000.

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Page 1: Painel regiane

Universidade Estadual de MaringáCurso de Pedagogia Modalidade EAD

Trabalho de Conclusão de Curso

AS RELAÇOES ENTRE FAMÍLIA E A ESCOLA

Regiane Aparecida de Oliveira Souza da Luz (Acadêmica de Pedagogia), Solange Franci Raimundo Yaegashi (Orientadora),

Felipe Fontana (Co-orientador/Tutor)

Notamos que a família é principal instituição que oferece o melhor quadro emocional e moral para uma criança ou jovem adquirir uma identidade. Claro que não é a família sozinha que sustenta esse processo educacional de formação e de aprendizagem. Especificamente em relação a este processo, vemos que ele resulta de diversos contributos e influências. Nesse sentido, a televisão e o exemplo dos adultos e dos jovens mais velhos são influências das mais preponderantes e significativas. Mas, acima de todas estas influências certamente está (ou deveria estar) a escola: instituição especializada no serviço da educação, que realizará tanto melhor a sua função educativa quanto mais perfeita for a cooperação entre ela e a família de cada criança ou jovem.O dever com a educação é de responsabilidade do Estado e da Família. Na verdade, é um regime de coresponsabilidade social, sendo que o primado do dever fica com o Estado, entendido aqui como o Poder Público, representado pelos entes intergovernamentais: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A família, por seu turno, tem o dever de educar os filhos sob sua tutela, especialmente na tarefa ou responsabilidade de matriculá-los, em idade escolar, nas instituições de ensino.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

INTRODUÇÃO

RESUMO: No momento atual, a preocupação da educação é com o emprego das novas tecnologias e o caminhar junto com o mundo moderno, a fim de oferecer na escola aquilo que o mundo moderno exige. Para isso é necessário que as escolas se equipem com modernos processos educacionais e preparem os seus professores para esta tarefa. A atualização do professor é um problema do contexto escolar no Brasil e no mundo, pois há necessidade que os profissionais envolvidos nesta área busquem esta atualização dentro da tecnologia educacional e nas novas modalidades tecnológicas.

Sempre se estudou sobre as civilizações e sempre se deparou com a instituição família como sendo ela uma importante base de consolidação dos valores de uma sociedade. Neste sentido, os fatores físicos, afetivos e intelectuais da família podem exercer influência no relacionamento escola e família. A família sempre foi valorizada, por alguns estudiosos, tal como Émile Durkheim, como o melhor e mais importante modelo de instituição. Ela pode ser repleta de conflitos, mas, sem dúvida, é o primeiro contato social de todos nós. Afinal, é na convivência entre pais e filhos que as primeiras regras sociais são aprendidas. Contudo, a vida e o aprendizado não são constituídos somente pelas regras sociais interiorizadas no processo educacional inerente à socialização familiar. Nesse sentido, notamos que há outras instituições que exercem sobre as crianças uma dada influencia em sua formação educacional; A escola é, senão a mais importante, uma delas.Acreditamos que a família pode exercer grande influência na aprendizagem do aluno, tanto os caracteres hereditários herdados dos pais e a quanto os valores educacionais presentes no seio familiar são de grande interferência no processo educacional da criança e intervêm diretamente no relacionamento entre a escola e a família.Sabe-se que desde o início das civilizações modernas estabeleceu-se a família tradicional e patriarcal como uma importante estrutura na formação dos povos. No entanto, hoje, devido as grandes mudanças na estrutura familiar, isso está efetivamente mudando e se transformando. Apesar dessas mudanças, a família ainda é primordial no processo educacional. Afinal, os alunos ainda dependem do apoio da família para se educarem e se socializarem. Dessa forma, fica claro que instituições como escola, igreja, orfanatos, entre outras, apesar de extremamente importantes, não são suficientes para exercer sobre os novos indivíduos de uma sociedade uma educação e socialização plena sem a família. O tipo de educação inerente à família é diferenciado. A educação familiar é feita com amor, paciência e coerência, desenvolvendo nos filhos autoconfiança e autonomia; tais características favorecem fundamentalmente a disposição para aprender. Em geral, as crianças aprendem o que os adultos fazem e não o que eles devem ensinar ou o que estabelecem como uma regra de conduta. Portanto, tendo a família a importante função de educar, ela deve garantir às crianças que venham exercer futuramente uma atividade social e profissional uma educação de qualidade. Educando-as assim, para que elas tenham moral e valores compatíveis com a cultura em que vivem. valorizada como o melhor modelo de sociedade. Ela pode ser detonada de conflitos, mas, sem dúvida, é o primeiro contato social de todos nós, porque é na convivência entre pais e filhos que as primeiras regras sociais são aprendidas, mas a vida e o aprendizado não são feitos só de regras sociais, portanto outras aprendizagens acontecem no decorrer da vida de cada um.

ESCOLASem dúvida, o que mais prejudica a aprendizagem livre e criativa é a própria escola e o sistema social do qual ela faz parte. O sistema social em que vivemos produz uma escola inadequada ao desenvolvimento da criança, uma escola que procura anular a criança para adaptá-la à sociedade, uma escola que reproduz na criança a desigualdade social. A escola, ao invés de adaptar-se aos alunos, faz de tudo para que os alunos se adaptem a ela.Geralmente a escola não leva em consideração a situação familiar de cada aluno. Esta situação, o tipo de família, o número de irmãos e a educação familiar podem, muitas vezes, dificultar a aprendizagem escolar. Isso acontece, sobretudo, na medida em que a escola desconhece essas situações particulares e trata os alunos como se fossem todos iguais, com os mesmos problemas, as mesmas aspirações, as mesmas situações familiares. A escola pode, ainda, prejudicar a aprendizagem ao não levar em consideração as características do aluno: sua maturidade, seu ritmo pessoal, seus interesses e aptidões específicos, seus problemas nervosos e orgânicos. Muitos obstáculos à aprendizagem têm origem familiar e individual, mas seus efeitos negativos sobre o trabalho do aluno podem ser minimizados ou anulados, se o professor e a escola procurarem compreender e levar em consideração esses obstáculos, buscando sua superação. Nossa sociedade, caracterizada por situações de injustiça e desigualdade, cria famílias que lutam com mil e uma dificuldades para sobreviver. Esses problemas atingem as crianças que enfrentam inúmeras dificuldades para aprender. Compreender essas dificuldades é o ponto de partida do trabalho do professor. Os problemas podem estar ligados à estrutura familiar, ao número de irmãos e à posição do aluno entre eles e ao tipo de educação dispensada pela família. Quanto à estrutura familiar, nem todos os alunos pertencem a famílias com pai e mãe, com recursos suficientes para uma vida digna. Normalmente, verificam-se situações diversas: os pais estão separados e o aluno vive com um deles; o aluno é órfão; o aluno vive num lar desunido; o aluno vive com algum parente; etc. Muitas vezes, essas situações trazem obstáculos à aprendizagem, não oferecem à criança o mínimo de recursos materiais, de carinho, compreensão, amor, etc.

A RELAÇÃO ENTRE A FAMÍLIA E A ESCOLAExistem diversos problemas e particularidades inerentes às famílias e suas conjunturas, as formas de educação familiar e a aprendizagem formal fornecida pela escola e os professores. Nesse sentido, constituir uma relação e integração efetiva entre a escola e família para superar tais problemas é de fundamental importância. Segundo Maia (1999), fora da escola o aluno recebe três tipos de influências: “família, amigos e a comunidade”. Portanto, as primeiras experiências educacionais da pessoa geralmente são proporcionadas pela família. Depois de nascer, a criança começa a sofrer influências familiares que, aos poucos, vão modelando seu comportamento. Provavelmente, a maior parte das influências que os pais exercem sobre os filhos é inconsciente. Muitos pais não têm plena consciência de que seus comportamentos, sua maneira de ser e de falar, sua maneira de andar e cumprimentar as pessoas, sua maneira de olhar para os outros e até mesmo sua maneira de carregar o filho no colo, têm enorme influência sobre o desenvolvimento do filho.Contudo, na atualidade, parte das influências da formação do indivíduo, antes só circunscritas à família, agora também é de responsabilidade da escola. Com a dinâmica da vida moderna e, principalmente, com a inserção da mulher no mercado de trabalho, a responsabilidade de educar teve que ser compartilhada com as instituições escolares. No entanto, deve-se ficar claro que o peso da família no processo educacional sempre foi necessário e o que vemos hoje é, em muitos casos, o abandono da família no que se refere a educação, formação e desenvolvimento de seus filhos. Levando em consideração o importante vínculo da família com a criança e a atual conjunta histórica da família e da vida, notamos que ambas as instituições devem se unir para de fato edificarem uma educação plena, tanto em seus aspectos formais quanto informais. Assim, a família perceberá que a abrangência da escola e de seus educadores vai muito além dos conteúdos (que são superimportantes) e do passar de ano. A escola entra na vida das pessoas, e a família pode contar com essa aliada.Ter a família como parceira do processo educativo de nossos alunos facilita o trabalho da escola e amplia a capacidade de participação dos pais na vida escolar dos filhos. Muitos pais se queixam que são chamados apenas para ajudar a resolver problemas e dificilmente para receber elogios. Nesse sentido, notamos que em muito é subestimado o poder reforçador de um elogio.

FAMÍLIA Na vida de cada indivíduo a instituição mais importante para a socialização e educação é, normalmente, a família

(KUPSTAS, 1994, p.7). Ela é um grupo social básico em todos os tempos e lugares mesmo que suas formas e estruturas estejam continuamente variando. Em algumas sociedades prevalece a família consanguínea, baseada nos laços de sangue; noutras, a família determina-se por um sistema de parentesco, que abrange, além dos membros consanguíneos, os afins (ligados neste caso pelo casamento) e os membros adotivos.

As maneiras de se constituir família mudaram muito com o tempo. Entretanto, desde que a família existe, sua finalidade é sempre a mesma: educar e socializar os indivíduos em seus primeiros anos de vida. Analisando o papel da família, verificamos que, no passado como no presente, ela desempenha numerosas funções, das quais as mais importantes segundo Duarte (1990) são:

Função procriadora, que, além de garantir a propagação e perpetuação da espécie, favorece a plena realização pessoal biológica e psíquica do casal, no desempenho da paternidade e da maternidade;

Função educadora, que procura desenvolver os filhos no plano pessoal (físico e psíquico) e no plano social, o que requer longos e contínuos cuidados;

Função econômica, através da qual o grupo provê a subsistência e conforto dos membros, alem de obter recursos necessários ao desempenho das outras funções; Em nosso tempo, a família sofre profundas transformações, entre as quais segundo Brito (2003) destacam-se:A perda crescente de estabilidade, devido a várias razões, principalmente: transformações ideológicas do ponto

de vista moral; novas condições econômicas, alterando o relacionamento entre os membros da família e forçando os pais a se ausentarem da casa, grandes parte do dia; redução do número de elementos do grupo, estando comprovado que a frequência de desquites e divórcios é maior em famílias pequenas do que em famílias numerosas;

A tendência à diminuição do número de membros; as famílias numerosas tornam-se cada vez mais raras, sobretudo nos meios urbanos; A crescente emancipação da mulher nos planos econômico, jurídico e social.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasilia, DF: Senado, 1988.BRITO, Paulo Corrêa de Filho. Família: berço das civilizações. Revista Catolicismo. Ano LIII, nº 628, abril, 2003.DUARTE, Gleuso Damasceno. Conjuntura Atual. Belo Horizonte: Lê, 1990.KUPSTAS, Maria. Sete faces da família. São Paulo: Moderna, 1994.MAIA, Nelly Alotti. Introdução à Educação Moderna. Rio de Janeiro: UFRJ, 1999.PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. São Paulo: Ática, 1984.SZYMANSKI, Heloisa. A Relação Família/Escola. Revista Nova Escola. São Paulo: Abril, jun/jul 2000.